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Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS E FIBRA ALIMENTAR Profª Me. Bruna Raniel V P Cabral Nutricionista - CRN3 33.530 Docente do Curso de Nutrição Orientadora de Estágio Supervisionado do Curso de Nutrição CURSO DE NUTRIÇÃO - 3° TERMO DISCIPLINA: BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES Biodisponibilidade de Carboidratos Carboidratos Principal fonte de energia do organismo humano. Compostos orgânicos constituídos por moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio As principais fontes alimentares de CHO Cereais (arroz, trigo e milho) Tubérculos - principalmente a batata Raízes - principalmente a mandioca Aveia, cevada e centeio. Algumas funções: • Principal fonte energética: 1 g fornece 4 kcal. • Substrato energético de uso imediato. • Conservação do balanço energético positivo e manutenção de funções celulares. • Preservação da proteína. Biodisponibilidade de Macronutrientes: CARBOIDRATOS Algumas funções: •A glicose é indispensável para manter a integridade funcional do tecido nervoso e é a única fonte de energia para o cérebro. •A lactose propicia crescimento de bactérias benéficas no intestino. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS • As moléculas de carboidratos são classificadas de acordo com seu grau de polimerização (GP), ou seja, número de unidades de monossacarídeos, e então subdivididas segundo seus tipos de ligações glicosídicas e características químicas específicas. • Um dos principais desafios ao classificar carboidratos é a dificuldade em conciliar aspectos químicos (grau de polimerização) e possíveis efeitos fisiológicos. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS • Tendo em vista esses aspectos, foram desenvolvidos novos termos e conceitos; •Que são capazes de abranger grupos e subgrupos de carboidratos que possuem efeitos fisiológicos similares, tais como os conceitos de carboidratos disponíveis, carboidratos não disponíveis, fibra alimentar e amido resistente. Biodisponibilidade de Macronutrientes: CARBOIDRATOS • Os conceitos de carboidrato disponível e não disponível foram propostos após perceberem que nem todos os carboidratos podem ser digeridos, metabolizados e “utilizados”, fornecendo energia para o organismo humano. Esse conceito revelou-se importante, pois evidenciou o fato de alguns carboidratos não serem digeridos e absorvidos no intestino delgado, podendo ser fermentados pela microbiota ao atingirem o intestino grosso. Biodisponibilidade de Macronutrientes: CARBOIDRATOS No entanto, o conceito de carboidrato não disponível deve ser utilizado com cuidado, pois mesmo os carboidratos que não são digeridos podem ser capazes de fornecer energia ao organismo por meio dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) produzidos durante o processo de fermentação. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Por meio da fermentação de carboidratos e proteínas ingeridos pela dieta, como fibras, prebióticos e probióticos. Essa fermentação é realizada por bactérias anaeróbicas, principalmente dos gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus, presentes no intestino grosso. O crescimento dessas bactérias é, portanto, benéfico para a saúde intestinal e, ao mesmo tempo, inibe o crescimento de bactérias patogênicas. Dessa maneira, a composição da dieta influencia diretamente a produção dos AGCC. Os AGCC produzidos em maior abundância são o acetato, o propionato e o butirato. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Wong JM, de Souza R, Kendall CW, Emam A, Jenkins DJ. Colonic health: fermentation and short chain fatty acids. J Clin Gastroenterol. 2006;40(3):235-43. MONO E DISSACARÍDEOS Os carboidratos mais abundantes contidos em uma dieta são os monossacarídeos, glicose e frutose, além da sacarose, um dissacarídeo composto por uma unidade de glicose unida a uma unidade de frutose por uma ligação glicosídica. Outro dissacarídeo importante, a lactose, também é bastante comum, porém sua quantidade na dieta depende da frequência da ingestão de leite e derivados lácteos. é um dissacarídeo formado pela interação entre uma molécula de glicose e outra de galactose. é largamente utilizada na indústria de alimentos e está presente em grande número de alimentos processados, mas em baixas concentrações nos alimentos in natura. É o primeiro produto obtido durante a digestão do amido pela beta-amilase, sendo depois quebrada e transformada em glicose. A maltose Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS MONO E DISSACARÍDEOS Os polióis, carboidratos derivados de álcoois; Eles podem ser: Monossacarídeos→ sorbitol, manitol, xilitol e eritritol; Dissacarídeos→ lactitol, maltitol e isomalte Estão presentes em pequenas quantidades, como ingredientes de alimentos para fins nutricionais específicos, ou mesmo como artifício tecnológico, conferindo propriedades específicas a determinados produtos alimentícios processados industrialmente. MONO E DISSACARÍDEOS Os açúcares simples (mono e dissacarídeos), em geral, conferem sabor doce aos alimentos, tornando-os agradáveis ao paladar humano, além de serem largamente utilizados pela indústria de alimentos como conservantes, conferindo textura e sabor característicos a produtos de panificação e biscoitos. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Glicose e outros açúcares redutores são os substratos iniciais das reações de Maillard, cujos produtos conferem aroma e sabor característicos a alguns tipos de alimentos. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS MONO E DISSACARÍDEOS Digestibilidade e biodisponibilidade dos mono e dissacarídeos • Mono e dissacarídeos são os carboidratos mais simples que existem e são capazes de se tornar glicose disponível às células de diversos tecidos do organismo mais rapidamente. • Atualmente, em vez de classificar os carboidratos como simples ou complexos, recomenda-se verificar não somente seu GP, mas também o tipo de ligação (se houver) entre as unidades de monossacarídeos, a disposição de suas cadeias e a possibilidade de o carboidrato se tornar glicose rapidamente disponível. MONO E DISSACARÍDEOS Digestibilidade e biodisponibilidade dos mono e dissacarídeos • Baseando-se nesse tipo de avaliação mais criteriosa, é possível reunir um número de características e informações que permitem classificar os carboidratos em questão como disponíveis ou não disponíveis. • Efetivamente, todas essas variáveis convergem para a avaliação do papel fisiológico e do aproveitamento verdadeiro das mais diversas frações de carboidratos pelos diferentes organismos que delas dependem para sua sobrevivência, reforçando a importância do aumento da amplitude do conceito de biodisponibilidade em todos os níveis de classificação atribuídos aos nutrientes essenciais. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS OLIGOSSACARÍDEOS • Definição: são carboidratos com GP de 3 a 9. • A principal divergência conceitual acerca dos oligossacarídeos trata-se do GP limite para esse grupo de carboidratos, havendo classificações que preconizem 9 ou 10 unidades monossacarídicas. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS OLIGOSSACARÍDEOS Carboidratos que contenham cadeias com essas características incluem: rafinose e estaquiose (encontrados principalmente em leguminosas), maltodextrinas e frutoligossacarídeos (FOS). Maltodextrinas são oligossacarídeos produzidos da hidrólise de amido e são particularmente importantes para a indústria de alimentos por suas propriedades funcionais desejáveis (solubilidade) em relação ao amido íntegro. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS OLIGOSSACARÍDEOS Esses oligossacarídeos, adicionados aos alimentos durante o processamento, atuam como agentes espessantes, estabilizantes e/ou umectantes. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS OLIGOSSACARÍDEOS • Em geral, os oligossacarídeos resultantes da hidrólise do amido são parcialmente digeridos e absorvidos no trato gastrintestinal humano, o que não ocorre com os polímerosderivados de frutose e galactose, considerados oligossacarídeos não digeríveis. • Tal classificação baseia-se na comprovação de efeitos prebióticos no cólon, cujo parâmetro de avaliação é a presença do nutriente íntegro como substrato disponível aos processos de fermentação e ao desenvolvimento de microrganismos que normalmente compõem a microbiota intestinal. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS OLIGOSSACARÍDEOS • Ao tratar-se do efeito prebiótico, atribuído a classes específicas de oligossacarídeos, é indispensável que sejam detalhados alguns aspectos bioquímicos e nutricionais dos frutanos, como FOS e inulina, que vêm sendo largamente caracterizados e reconhecidos como de grande importância para a manutenção da integridade do trato gastrintestinal humano. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Inulina e FOS escapam da digestão típica de outras frações de carboidratos, atingindo, praticamente intactas, as regiões mais distais do trato gastrintestinal, fato pelo qual apresentam características de fibra alimentar e valor energético reduzido. Os FOS compõem um subgrupo da inulina, caracterizando-se por apresentar moléculas com grau de polimerização menor que 10 e por conter unidades de glicose ao término de sua cadeia. Fazem parte da fração de carboidratos de armazenamento dos vegetais, razão pela qual são encontrados em mais de 36 mil espécies de plantas. Frutanos (inulina e FOS) são carboidratos de reserva natural comumente encontrados em quantidades variáveis em diversos componentes de uma dieta normal. OLIGOSSACARÍDEOS Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS • Do ponto de vista químico: os polissacarídeos são carboidratos cujo GP é maior que 9. • Alguns possuem a propriedade de reter água e em situações específicas podem formar gel ou uma solução viscosa com aplicação na indústria de alimentos. • O amido é o principal polissacarídeo de origem vegetal e o glicogênio é o equivalente em animais - É a forma de armazenamento e fonte de energia para plantas (amilose e amilopectina) e animais (glicogênio). • Por ser facilmente digerido representa uma importante fonte de energia na alimentação Formado por uma combinação de dois poli➔ amilose e amilopectina. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS - AMIDO • Amilose • Amilopectina Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS - AMIDO Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Amilose menor porção é composta de amilose (15 a 20%) da molécula de amido Quanto maior o teor de amilose de um amido, maior será a sua viscosidade Ao comparar o teor de amilose do milho (28%) ao teor encontrado na batata (23%) = pode-se comprovar a maior viscosidade de um mingau de milho em relação a um purê de batata. O amido do trigo apresenta um teor de amilose de 26%; o do arroz 17% e o da mandioca 8%. POLISSACARÍDEOS - AMIDO Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Amilopectina Constitui a maior porção (80 a 85%) da estrutura do amido. POLISSACARÍDEOS - AMIDO Diferentes tipos de amido e sua digestibilidade • É bastante conhecido o fato de que a extensão da digestão do amido no intestino delgado é variável e que disso decorrem as quantidades substanciais de resíduos de amido resistentes à digestão que atingem a região do cólon, tornando-se substratos para os processos de fermentação. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS - AMIDO Diferentes tipos de amido e sua digestibilidade Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Amido-resistente Alguns amidos, ao serem modificados, adquirem a propriedade de não serem absorvidos pelo intestino; Tais amidos são denominados resistentes, que são, na verdade, frações de amido submetido às modificações químicas. O amido não-digerido ao chegar ao cólon é utilizado como substrato de fermentação por diversas bactérias intestinais. amido-resistente é também considerado um agente prebiótico. POLISSACARÍDEOS NÃO-AMIDO • São polímeros com finalidades estruturais para a célula vegetal: celulose, hemicelulose, pectina. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS NÃO-AMIDO CELULOSE polissacarídeo constituinte da estrutura dos vegetais não digeríveis São compostas por tecido fibroso e são insolúveis tornando-se assim importante volume na dieta para formação do bolo fecal. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS POLISSACARÍDEOS NÃO-AMIDO HEMICELULOSE tem a capacidade de reter água auxiliando na formação do bolo fecal PECTINA compõe a parede celular dos vegetais a casca das frutas – é indigerível possui capacidade de formação de gel – indústria INTOLERÂNCIA A CARBOIDRATOS Carboidratos → di, oligo e polissacarídeos Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS são hidrolisados em monossacarídeos no lúmen intestinal por enzimas específicas transportados através da membrana em escova dos enterócitos para o interior celular. A ausência ou redução da atividade de uma dessas enzimas é a causa da intolerância ao respectivo carboidrato, cujos principais sintomas são dor abdominal, cólicas, flatulência, náusea e diarreia. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS •Dentre os quadros clínicos de intolerância a carboidratos, o relacionado à lactose é o mais comumente encontrado na sociedade, podendo se manifestar sob três formas distintas: intolerância à lactose congênita, hipolactasia primária do adulto e hipolactasia secundária a doenças. Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS INTOLERÂNCIA A CARBOIDRATOS Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS hipolactasia primária do adulto intolerância à lactose congênita a enzima lactase está ausente ou inativa (quando não diagnosticada precocemente pode levar ao óbito). a enzima lactase inicialmente apresenta expressão normal, mas diminui ao longo da vida. hipolactasia secundária a doenças como enterites, doença celíaca e doenças inflamatórias intestinais ocorre quando estas levam a danos na borda em escova na mucosa do intestino delgado ou aumento do tempo de trânsito intestinal. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS CARBOIDRATOS • Por serem nutrientes que, em uma dieta normal, devem contribuir com 45 a 65% da energia disponível, deduz-se que no organismo existem mecanismos de digestão e absorção suficientemente eficientes para o máximo aproveitamento dos carboidratos. • Duas classes de proteínas são as grandes responsáveis por todo o processo de digestão e absorção de carboidratos: enzimas glicolíticas e proteínas transportadoras. • As interações que ocorrem na interface entre o lúmen intestinal e a membrana das células intestinais são um fator primordial e a principal explicação para a grande biodisponibilidade dos carboidratos, que, em última instância, serão convertidos em glicose, estando aptos a serem metabolizados pelo organismo. Fibra alimentar e seu efeito na biodisponibilidade de minerais Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar A fibra alimentar (FA) é descrita como uma classe de compostos de origem vegetal constituída sobretudo de polissacarídeos e substâncias associadas que, quando ingeridos, não sofrem hidrólise, digestão e absorção no intestino delgado de humanos. Polissacarídeos de origem animal, como a quitina e seus derivados, também podem ser incluídos na definição de FA. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (Resolução RDC n. 360 de 23/12/2003), a FA é definida como “qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato gastrintestinal humano”. Fibra alimentar consiste em um ou mais dos seguintes aspectos: • Polímeros de carboidratos comestíveis de ocorrência natural no alimento consumido. • Polímeros de carboidratos, que foram obtidos de material alimentar bruto por método físico,enzimático ou químico. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar Em geral, a fibra alimentar tem propriedades como: Diminuição do tempo de trânsito intestinal e aumento do volume fecal Fermentação pela microbiota colônica Redução dos níveis sanguíneos de colesterol total ou de LDL-colesterol Redução dos níveis sanguíneos pós- prandiais da glicose e/ou insulina. Dessa forma, a FA está incluída na categoria de alimentos funcionais, pois interfere positivamente em uma ou mais funções do organismo. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado de maneira satisfatória que possa agir de forma benéfica em uma ou mais funções do corpo, além de se adequar à nutrição, de certo modo melhorando a saúde e o bem-estar, ou reduzindo o risco de doenças. Além disso, quando determinados componentes da fração FA estimulam o crescimento de bactérias benéficas, especialmente bifidobactérias e lactobacilos, podem ser incluídos na categoria de alimentos funcionais, sendo denominados prebióticos. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar “Prebióticos são ingredientes alimentares que não são digeridos e que afetam de maneira benéfica o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de uma ou de um número limitado de bactérias do cólon” Os componentes da FA estão presentes, na maioria das vezes, em dietas consumidas diariamente pelas populações e são encontrados sobretudo em vegetais, frutas e grãos integrais. Podem, também, ser extraídos de sementes, exsudatos de plantas, algas marinhas e raízes tuberosas. A FA atua ao longo do TGI desde sua ingestão até sua excreção. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar O aumento do tempo de mastigação, provocado pela presença de FA Induz um aumento do fluxo do suco gástrico E juntamente com a fibra hidratada pela saliva resulta em aumento do volume do conteúdo estomacal e com isso, acelera e mantém por mais tempo a sensação de saciedade do organismo. EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS Pesquisas mostram que a FA pode influenciar negativamente na biodisponibilidade de diversos minerais. Para explicar esse efeito da fibra na biodisponibilidade dos minerais, foram propostos alguns mecanismos: Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar Diminuição do tempo do trânsito intestinal, o que provocaria diminuição da absorção dos minerais da dieta. Diluição do conteúdo intestinal e aumento do volume fecal. Formação de quelatos entre componentes da fibra e minerais. Alteração do transporte dos minerais pela parede intestinal. Retenção de íons nos poros da estrutura gelatinosa de alguns tipos de fibra. Aumento da secreção endógena de minerais. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS A interação fibra-minerais está relacionada com o fato de que os componentes que fazem parte da FA comportam-se de maneira diferente nos diversos segmentos do intestino. A maioria dos minerais é absorvida no intestino delgado, porém alguns podem ser absorvidos parcialmente pelo estômago (Cobre e Selênio) e pelo cólon (Cálcio). Com relação às hemiceluloses, o Zinco é o mais afetado, seguido pelo Cobre, porém os complexos que as mesmas formam com esses metais são facilmente degradados. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS A afinidade das hemiceluloses pelo Ca parece ser baixa no pH neutro do intestino. Em humanos tem sido observado que as hemiceluloses favorecem a eliminação fecal de Ca, sem alterar, porém, o cálcio sérico nem provocar balanço negativo do mineral. Os efeitos das hemiceluloses sobre o Mg parecem ser menos pronunciados. Em relação aos efeitos das hemiceluloses nos elementos-traço, a bibliografia mostra que há diminuição na absorção de Fe e Zn. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS Estudos realizados na Índia com adolescentes constataram que dietas suplementadas com determinado tipo de mucilagem provocam diminuição na absorção aparente e nas concentrações séricas de cálcio, ferro e fósforo. Contudo, em outras populações não se tem observado o efeito negativo das gomas na absorção de minerais, como cálcio, magnésio, ferro e cobre. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS A interação fibra-fitatos-minerais é complexa. Numerosos trabalhos atribuem aos fitatos um efeito negativo da absorção de Ca, Mg, Zn, Fe etc. Os elementos que se mostraram mais vulneráveis são o Fe e o Zn - Isso ocorre, talvez, por ambos estarem deficientes nas dietas ou pelos indivíduos estarem em situações fisiológicas vulneráveis. A associação do fitato com a fibra, por exemplo, no pão integral, provoca uma redução da disponibilidade in vitro de Ca, Fe e, especialmente, Zn. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS Em humanos, dietas ricas em fibra e oxalatos estão relacionadas com a absorção negativa de Ca, Mg e Zn. Contudo observou-se que a lignina afeta a absorção de Fe e Zn em proporção menor que as fibras solúveis. Há poucos estudos sobre os efeitos dos ácidos fenólicos, flavonoides, polifenóis, taninos, entre outros, na biodisponibilidade de minerais. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO NEGATIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS Geralmente, considera-se que os taninos inibem a absorção de minerais. Chá e café são infusões amplamente consumidas em todo o mundo e contêm grande variedade de compostos fenólicos, alguns dos quais não foram ainda identificados. O Fe, tradicionalmente, é considerado o elemento mais afetado pela ingestão de ambas as bebidas. Além disso, a influência negativa que o chá exerce sobre esse metal é superior à do café. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar EFEITO POSITIVO DA FIBRA ALIMENTAR NA BIODISPONIBILIDADE DE MINERAIS Efeitos positivos do consumo de frutanos e de outros carboidratos fermentáveis na absorção de minerais, como Ca, Mg e Fe, têm sido amplamente investigados e demonstrados em estudos experimentais. A fermentação desses carboidratos no intestino grosso resulta na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que, por sua vez, diminui o pH luminal e aumenta a concentração de minerais ionizados - Como consequência, ocorre aumento na solubilidade do mineral. Além disso, os AGCC podem influenciar de maneira direta a absorção mineral modificando a difusão de íons pela membrana do colonócito. Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar CONSIDERAÇÕES FINAIS Juntos, mono e dissacarídeos são os carboidratos mais simples que existem e são capazes de se tornar glicose disponível às células de diversos tecidos do organismo mais rapidamente, constituindo um grupo denominado em 1929, de CHOs glicogênicos. Esse conceito foi reformulado após a determinação mais clara dos componentes de menor digestibilidade ou parcialmente digeríveis e das frações não digeríveis dos CHOs. Portanto, em vez de classificar os CHOs como simples ou complexos, recomenda-se verificar não somente em seu grau de polimerização, mas também o tipo de ligação (se houver) entre as unidades de monossacarídeos, a disposição de sua cadeia e a possibilidade de se tornar glicose rapidamente disponível. CONSIDERAÇÕES FINAIS O efeito da FA na biodisponibilidade dos minerais depende, sobretudo: • da natureza da fibra; • da quantidade de FA consumida; • da presença na dieta de compostos associados, como fitatos; • da homeostase do mineral estudado. A FA pode comprometera biodisponibilidade de minerais, como Ca, Zn, Fe e Mg, sobretudo quando essas fibras estão associadas a fitatos, oxalatos e substâncias fenólicas. Esse efeito adquire importância particular em determinados grupos vulneráveis da população, como idosos, gestantes, adolescentes e crianças e em indivíduos com ingestão deficitária de micronutrientes. Há também o efeito positivo dos prebióticos na absorção de Ca e, principalmente, em condições em que há maior necessidade desse mineral (adolescência e pós-menopausa). Referências • CARDOSO, M. A. Nutrição e Metabolismo: Nutrição Humana. São Paulo: Guanabara Koogan, 2012. • COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de Nutrientes. 6ª edição atualizada e ampliada. Barueri, SP. Manole, 2020. • DUTRA-DE-OLIVEIRA, J. E.; Marchini, J. S. Ciências Nutricionais: aprendendo a aprender. 2ª ed., São Paulo: Sarvier, 2008. • REIS, N. T. Nutrição Clínica: interações. Editora Rubio, 2004. • Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres; Agência Nacional de Vigilância Sanitária Adoçantes [Internet]. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6: As principais fontes alimentares de CHO Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11: Biodisponibilidade de Macronutrientes: CARBOIDRATOS Slide 12 Slide 13: Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18: Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22: Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Slide 23 Slide 24: Biodisponibilidade de Macronutrientes CARBOIDRATOS Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47: Biodisponibilidade de Macronutrientes: fibra alimentar Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62: CONSIDERAÇÕES FINAIS Slide 63: CONSIDERAÇÕES FINAIS Slide 64: Referências