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INTRODUÇÃO À BROMATOLOGIA E COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DOS ALIMENTOS Disciplina: Bromatologia Docente: Profa. Dra. Clariana Zanutto Paulino da Cruz A palavra Bromatologia deriva do grego (bromatos= dos alimentos e logos =estudo) Carga microbiológica dos alimentos Critérios de qualidade aplicados à matéria-prima Produção dos alimentos Composição química dos alimentos Aditivos Embalagens Composição química dos alimentos Água Carboidratos Lipídios Proteínas Sais minerais Vitaminas Alimento: substância ou mistura de substâncias que podem ser utilizadas pelos seres vivos para gerar energia e matéria, de modo que os organismos consigam realizar suas funções vitais, ou seja, crescer, se desenvolver e se reproduzir. *Condimentos, corantes, fitoquímicos, conservantes e substâncias naturalmente tóxicas, que podem, de alguma forma, atrapalhar ou ajudar na função de nutrir. Resíduos de pesticidas, defensivos agrícolas e hormônios. Nutriente se refere a determinada substância presente nos alimentos que, de alguma forma, contribui para a saúde do consumidor e que é essencial para regular os processos químicos do organismo. Substâncias bioativas: nutracêuticos ou tóxicos. Nutracêuticos: são os compostos ativos e derivados naturais que previnem doenças, têm propriedades medicinais e promovem a saúde. Compostos tóxicos: presentes nos alimentos por ocorrência natural ou induzidos por processos que exerçam efeitos prejudiciais à saúde do homem. FITOQUÍMICOS: PROPRIEDADES BENÉFICAS À SAÚDE. Carotenoides (β-caroteno, luteína, zeaxantina, licopeno); Flavonoides (flavonas, flavononas, flavonolóis, isoflavonas, flavanóis e antocioaninas); Proantocianidinas ou taninos condensados e compostos polifenólicos (curcumina, gingerol, carnosol e resveratrol); Sulfetos (cebola, alho, cebolinha e alho poró): melhora do sistema imunológico e estímulo de enzimas detoxificantes; Isotiocianatos e indóis (repolho, brócolis, couve, nabo, couve-flor, espinafre e couve-de-bruxelas); » Agentes Anticarcinogênicos. PLANTAS COM COMPOSTOS TÓXICOS E ANTINUTRICIONAIS: Alcaloides (danos ao fígado e problemas gastrintestinais). Glicosídeos cianogênicos: 1- Amidalina: amêndoas amargas; 2- Adurrina: sorgo; 3- Linamarina: sementes comestíveis, semente de linho e mandioca. Oxalatos: quelantes de metais (espinafre, ruibarbo e tomate). COMPOSIÇÃO CENTESIMAL: proporção em que os nutrientes estão presentes em 100 g do produto. Substâncias constituintes dos alimentos: 1. Umidade ou voláteis a 105 ºC; 2. Cinzas ou resíduo mineral fixo; 3. Lipídeos, gorduras ou extrato etéreo; 4. Proteína bruta ou extrato nitrogenado; 5. Carboidratos, glicídios, açúcares ou sacarídeos; 6. Fibras solúveis e insolúveis. A partir disso, é possível verificar o valor calórico e o nutritivo do alimento. COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DOS ALIMENTOS: MAPA CONCEITUAL Sabor: soma das sensações provocadas pelo aroma, sabor, textura e cor. Dois componentes: o gosto e o aroma. Gosto: compostos não voláteis a T ambiente, de alto peso molecular e encontrados em alta quantidade. São percebidos por receptores da mucosa bucal. Aroma: substâncias voláteis de baixo peso molecular encontradas em baixas concentrações e que são percebidas por receptores nos tecidos olfativos. O umami: recentemente considerado o quinto sabor. Produzido por compostos de glutamato (carnes, queijo e molho de soja). Sabor percebido devido à existência de receptores na língua. Além do glutamato monossódico (MSG), que produz sabor umami forte, o IMP (inosina monofosfato) e o GMP (monofosfato de guanosina) também conferem o referido sabor e são encontrados naturalmente em muitos alimentos. Gostos básicos: doce, amargo, salgado e azedo. Glutamato IMP GMP Gosto doce: açúcares, edulcorantes e uma glicoproteína (glicoforina). Essas estruturas são percebidas devido à complexação com receptores de membranas acoplados a proteínas-G na língua. Substâncias amargas: receptores de paladar são responsáveis pela habilidade humana de reconhecer o sabor de alimentos e bebidas amargas. Quinina: alcaloide de sabor amargo adicionado à água tônica. Cafeína, nicotina, teobromina, limonina, naringina e alguns peptídeos são exemplos de compostos amargos encontrados nos alimentos. SABOR AZEDO: não está ainda muito bem explicado, mas está relacionado à acidez e é percebido por canais de íons de hidrogênio na língua, que detectam a concentração desses íons formados a partir de ácidos e água. SABOR SALGADO: detectado pela passagem dos íons através de canais iônicos localizados na língua. A presença dos íons de sódio e potássio conferem o sabor salgado, assim como outros íons metálicos álcalis. SENSAÇÕES COMO ADSTRINGÊNCIA E PUNGÊNCIA Adstringência: sensação de boca seca na cavidade oral, está associada, na maioria das vezes, aos compostos polifenólicos que se ligam às proteínas salivares, precipitando-as (vinho tinto, o chá e os frutos não maduros). Pungência: queimação pela indução de uma reação nervosa associada à recepção de sabor normal que é essencialmente uma resposta à irritação química (etanol e capsaicina), (gengibre e pimentão). Voláteis: substâncias responsáveis pelo aroma dos alimentos, variam largamente em natureza química (hidrocarbonetos, ésteres, álcoois, aldeídos, cetonas, ácidos, compostos sulfurados, lactonas, pirazinas, furanos, piroles etc.). São compostos instáveis que podem sofrer várias reações do tipo oxidação, ciclização, desidratação e rearranjo. A Ingestão Diária Recomendada (IDR) é baseada na RDA (Recommended Dietary Allowance) que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004), é definida como a quantidade de vitaminas, minerais e proteínas que deve ser consumida diariamente para que as necessidades nutricionais de indivíduos adultos e sadios sejam supridas. Atualmente, a melhor estimativa da quantidade de proteína necessária para adultos saudáveis é 0,8 g de proteína por quilograma de peso. Com o objetivo de tornar a alimentação o mais saudável possível, em 2014, o Ministério da Saúde (MS) lançou o Guia Alimentar para a População Brasileira. Recomendação do Guia Alimentar: Carboidratos totais (55 e 75% das calorias da dieta). Desse total, 45 a 65% devem ser provenientes de carboidratos complexos e fibras, e menos de 10% de açúcares simples. Gorduras (15 a 30% das calorias da dieta), e o consumo de gorduras saturadas deve ser inferior a 10% do consumo calórico total diário. O valor máximo de ácidos graxos trans é de 1% do consumo calórico total diário. Proteínas (10 a 15% das calorias da dieta). Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL, em São Paulo; Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro; Instituto Adolfo Lutz – IAL, em São Paulo; Laboratório de Lípides – FCF/USP, São Paulo; Laboratório de Análise de Alimentos – DCA/FEA/Unicamp, São Paulo; Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos – Ceppa, Paraná; e outros. O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da Unicamp coordenou o projeto TACO (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos), com o objetivo principal de proporcionar dados sobre a composição de nutrientes em alimentos nacionais e regionais consumidos no Brasil. O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da Unicamp coordenou o projeto TACO (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos), com o objetivo principal de proporcionar dados sobre a composição de nutrientes em alimentos nacionais e regionais consumidos no Brasil. O Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas - USP e a BRASILFOODS (Rede Brasileira de Dados de Composição de Alimentos) coordenam o Projeto Integrado de Composição de Alimentos, cujo objetivo é a divulgação de dados da composição de alimentos por meio da TBCA- USP. Quais laboratórios, no Brasil, são capacitadospara essas análises? Só é possível o conhecimento da composição química dos alimentos por meio da análise de seus constituintes em laboratórios de Bromatologia que tenham condições de aplicar os métodos mais adequados aos diferentes tipos de alimentos. Com os resultados das análises, são confeccionadas as tabelas de composição de alimentos que servem como base de pesquisa tanto para a indústria quanto para o consumidor. ASSIMILE