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FORMAÇÃO 
GERAL
PROF. ELTON VINICIUS SADAO TADA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. Elton Vinicius Sadao Tada 
FORMAÇÃO 
GERAL 
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Professor Valdir Carrenho Junior
FORMAÇÃO GERAL 
PROF. ELTON VINICIUS SADAO TADA 
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
ÉTICA, DEMOCRACIA, CIDADANIA E DIREITOS 
HUMANOS
ESTADO, SOCIEDADE E TRABALHO
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO 
E SOCIAL
MEIO AMBIENTE, MUDANÇAS CLIMÁTICAS E 
DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS
DESIGUALDADES, OPRESSÕES E 
EXPLORAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, DE CLASSE, 
DE GÊNERO E DE SEXUALIDADE
CULTURA, ARTE E COMUNICAÇÃO
CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E 
PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
PROCESSOS DE GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA 
INTERNACIONAL
CIDADES, HABITAÇÃO E QUALIDADE DE 
VIDA – TERRITÓRIOS, SOCIODIVERSIDADE E 
DIVERSIDADE CULTURAL
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL
PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE 
DOENÇAS
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34
41
49
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FORMAÇÃO GERAL 
PROF. ELTON VINICIUS SADAO TADA 
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
INTRODUÇÃO
Estudante, o presente material se apresenta como um resumo relacionado a 
sua Formação Geral em seu curso de graduação. Contextualizando, todo curso de 
graduação possui uma parte de formação geral e uma parte de formação específica. 
A formação específica é aquela que diz respeito ao que é próprio daquela área de 
atuação, enquanto que a formação geral aponta para o que é necessário que aquele 
profissional desenvolva para agir bem em sociedade, prestando seu trabalho e se 
relacionando de maneira adequada. 
Por isso, nosso material não é formado por um conjunto de conteúdos, mas por uma 
série de habilidades que se esperam de um profissional e de um cidadão. Assim, os 
assuntos tratados sempre serão assuntos mais genéricos, mas o que mais importa é 
o desenvolvimento da capacidade de adequar esses princípios para os casos materiais 
que você enfrentará em sua carreira. 
Durante nosso curso, você deve se atentar sempre para as formas de pensar, de agir, 
os procedimentos, o entendimento e a comunicação, que são os princípios básicos 
que podem ser adequados para cada caso que encontraremos no cotidiano. 
Vamos lá? Desejo a vocês bons estudos e um curso proveitoso!
FORMAÇÃO GERAL 
PROF. ELTON VINICIUS SADAO TADA 
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CAPÍTULO 1
ÉTICA, DEMOCRACIA, 
CIDADANIA E DIREITOS 
HUMANOS
Olá, Estudante! Em nosso primeiro capítulo, abordaremos quatro pilares fundamentais 
de nossa convivência social: ética, democracia, cidadania e direitos humanos. 
Iniciaremos apresentando definições claras de cada conceito, em seguida vamos 
observar atividades de reflexão e reação, e, por fim, discutiremos aspectos específicos 
relacionados aos direitos humanos.
1.1 Definições
• Ética
É a capacidade do ser humano decidir, a partir de sua racionalidade, aquilo que 
é correto ou incorreto em uma situação, ou seja, diz respeito às escolhas que uma 
pessoa deve tomar. A ética é o elemento que direciona a ação. Nesse sentido é um 
ponto central da vida de cada pessoa, pois aquilo que fazemos ou deixamos de fazer 
interfere em nossa vida e na vida de outras pessoas. A ética normalmente se confunde 
com a moral, e, apesar de serem ideias semelhantes, na prática acabam sendo coisas 
distintas. 
A moral sempre se dá dentro de um sistema específico, e é bem visível dentro de 
um grupo que estabelece comportamentos comuns. Agir de forma moral significa 
agir de acordo com o comportamento pré-estabelecido por um grupo. Já a ética se 
trata da decisão de fazer ou não uma ação a partir do raciocínio sobre o que é certo 
ou errado, correto ou incorreto, justo ou injusto.
• Democracia 
É uma forma de governo. Existem diversas formas de governo, mas no ocidente 
estamos mais acostumados a ver democracias que se estabeleceram na modernidade. 
A palavra democracia vem do grego e quer dizer literalmente “governo do povo”. Na 
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prática, a democracia é o sistema de organização de um Estado, país ou nação na 
qual as pessoas podem votar para escolher como deverá ser o governo. 
O elemento mais marcante de uma democracia é o poder de voto. Portanto, em locais 
onde não se pode votar, não há democracia. No Brasil, por exemplo, vivemos em um 
sistema democrático representativo. Votamos em políticos que ocupam cargos a partir 
da ideia de que eles nos representarão, fazendo para o país aquilo que acreditamos 
ser melhor. 
• Cidadania 
É a participação em uma comunidade. Ser cidadão significa ter alguns direitos e 
alguns deveres que são comuns, estabelecendo uma relação com a comunidade a 
seu redor e com o Estado. Nesse sentido, um cidadão brasileiro é uma pessoa que 
participa das regras do Estado brasileiro, tendo seus direitos e deveres reconhecidos 
tanto pelo Estado brasileiro quanto pelas demais pessoas que fazem parte desse 
Estado. 
A cidadania é bem vista na prática quando cada um de nós tem o direito de votar e 
ser votado, ou seja, de representar e ser representado na forma de governo do país, do 
Estado ou do município. A cidadania implica nas formas de participação sobre a vida 
da cidade, ou seja, sobre como cada indivíduo ajuda na formação do convívio coletivo. 
• Direitos humanos
Os direitos humanos correspondem às garantias fundamentais de que todo indivíduo 
necessita para viver com dignidade. Elas englobam não apenas a preservação da vida, 
mas também o acesso equitativo aos bens e serviços que asseguram o desenvolvimento 
pessoal e comunitário, como saúde, educação e segurança. 
Essa concepção de direitos universais deriva da ideia de que certas condições são 
inerentes à própria natureza humana, independentemente das fronteiras nacionais ou 
das particularidades legais de cada país. Assim, quer uma pessoa nasça no Brasil, na 
Índia ou em qualquer outra nação, ela tem o mesmo direito a atendimento médico de 
qualidade e a uma educação transformadora. Da mesma forma, essas garantias não 
variam com o gênero, a etnia ou a orientação sexual: seja alguém homem, mulher ou 
não binário, possuirá idêntico direito à proteção e ao pleno exercício de sua cidadania.
1.2 Relações entre ética, democracia, cidadania e direitos humanos
Estudante, os quatro elementos que estamos estudando neste capítulo são 
constantes em nossa vida, mas nem sempre percebemos. Justamente por serem 
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coisas muito rotineiras, às vezes fazemos no automático, sem perceber que aquilo 
se encaixa em um conceito desenvolvido. Por isso, te convido a pensar sobre como 
ética, democracia, cidadania e direitos humanos se relacionam na prática. 
Você conhece alguém que vive completamente isolado? Por mais que uma pessoa 
viva longe das cidades, sem ter pessoas ao seu redor, será que é possível que essa 
pessoa viva realmente isolada? Digamos que alguém decida viver na floresta para não 
ter contato com ninguém, comendo apenas as frutas e os animais que encontra por 
seu caminho e bebendo da água de um rio. 
Esse rio passa por outros lugares e interfereuma proposta que considere não 
apenas os aspectos econômicos e técnicos do projeto, mas também os direitos das 
populações afetadas, os impactos ambientais de longo prazo e os princípios da justiça 
socioambiental.
Diante desse cenário, qual estratégia melhor representa uma solução inovadora 
e crítica que responda às necessidades socioambientais emergentes, equilibrando 
desenvolvimento e justiça socioambiental?
a) Promover audiências públicas para debater o projeto com a sociedade civil e 
realizar ajustes no cronograma de obras, considerando os períodos de cheia e 
vazante dos rios.
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b) Condicionar a instalação da usina à criação de um fundo de recuperação 
ambiental para mitigar os impactos previstos, com gestão compartilhada entre 
governo e empresa.
c) Redirecionar parte dos recursos do empreendimento para projetos sociais 
nas comunidades afetadas, como construção de escolas e centros de saúde, 
garantindo benefícios diretos e compensatórios à população atingida.
d) Desenvolver, em conjunto com as comunidades locais e especialistas ambientais, 
um plano participativo de transição energética, incluindo alternativas de 
geração limpa (como energia solar e eólica), compensações territoriais justas 
e mecanismos de monitoramento ambiental comunitário.
QUESTÃO 02:
Uma prefeitura municipal está elaborando seu Plano Diretor e deseja integrar 
princípios de sustentabilidade e justiça socioambiental nas diretrizes de uso e ocupação 
do solo. A cidade enfrenta problemas com urbanização desordenada, déficit habitacional 
em áreas de risco ambiental e ausência de infraestrutura básica em comunidades 
periféricas, majoritariamente habitadas por populações negras e indígenas. O desafio 
está em formular políticas públicas que respondam às necessidades habitacionais, 
sem agravar os desequilíbrios ambientais e sociais existentes.
Qual das alternativas a seguir propõe uma solução inovadora e crítica, que articule 
sustentabilidade urbana com equidade territorial e justiça socioambiental no processo 
de revisão do Plano Diretor?
a) Implementar uma taxa ambiental progressiva sobre a ocupação de áreas urbanas 
consolidadas, utilizando os recursos para financiar melhorias em bairros de 
baixa renda.
b) Priorizar projetos de reflorestamento urbano nas áreas degradadas, promovendo 
corredores ecológicos entre bairros e aumentando a cobertura verde da cidade.
c) Incentivar a criação de bairros planejados em áreas periféricas com apoio de 
parcerias público-privadas, a fim de reduzir o déficit habitacional sem comprometer 
áreas centrais com grande valor imobiliário.
d) Integrar zoneamento socioambiental participativo ao Plano Diretor, reconhecendo 
territórios tradicionais como áreas de interesse social e ambiental, e assegurando 
instrumentos legais que promovam regularização fundiária, acesso à infraestrutura 
e preservação ecológica com protagonismo comunitário.
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CAPÍTULO 5
DESIGUALDADES, OPRESSÕES 
E EXPLORAÇÕES ÉTNICO-
RACIAIS, DE CLASSE, DE 
GÊNERO E DE SEXUALIDADE
Olá, Estudante! Quando você escuta o termo “desigualdade”, que imagens ou 
sentimentos vêm à sua mente? Cada um de nós, a partir de nossas próprias vivências, 
tende a perceber mais intensamente certas formas de injustiça. No entanto, muitas 
vezes deixamos de enxergar o funcionamento interno da desigualdade e o alcance 
de seus impactos sobre grandes parcelas da população – afetando oportunidades e 
transformando perspectivas de vida.
Neste capítulo, você vai aprender a lidar com situações de desigualdade tanto na 
sua atuação profissional quanto na sua vida social. Vamos explorar como identificar 
claramente esses cenários e, em seguida, desenvolver propostas de intervenção que 
não se limitem a soluções superficiais, mas que atinjam as causas profundas do 
problema e promovam mudanças estruturais.
5.1 A lógica e os tipos de desigualdade
Embora todos sejamos iguais perante a lei, nossas trajetórias se desenrolam de 
forma extremamente diversa, o que muitas vezes dificulta a compreensão das origens 
dessa desigualdade. É fundamental reconhecer que não há igualdade absoluta entre os 
indivíduos, mas sim semelhanças; por isso, a verdadeira igualdade deve ser avaliada 
pela oferta equânime de oportunidades, e não por meio de comparações estritas de 
resultados ou características.
Por isso, sempre que falamos do termo igualdade, devemos incluir também o termo 
equidade, que é a justa medida de oportunidade a partir da característica pessoal 
de cada indivíduo. Portanto, devemos ser tratados de forma igual apenas na medida 
de nossas diferenças naturais e não considerando que todos possuem as mesmas 
características, facilidades e dificuldades. 
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Somos fruto de origens diversas: temos pais diferentes, famílias com realidades 
econômicas variadas, hábitos alimentares distintos, trajetórias escolares diversas. 
Nossos corpos, crenças, culturas regionais e cidades de origem também nos tornam 
únicos – assim como nosso momento na história, nosso mundo emocional e nossas 
experiências de vida. Ainda assim, frequentemente somos avaliados por uma única 
régua de medida.
É aí que nasce a desigualdade: não conseguimos valorar adequadamente o que 
cada pessoa oferece à sociedade, nem reconhecer como diferentes contribuições 
podem, juntas, promover o bem-estar comum. Ajustar essa régua significa entender e 
respeitar as particularidades de cada um, para criar critérios de avaliação mais justos 
e inclusivos.
Historicamente, nosso mundo foi se formando a partir de discursos e práticas que 
fizeram com que algumas pessoas fossem estruturalmente mais oprimidas do que 
outras, estabelecendo relações de poder entre uns e outros, gerando uma lógica de 
dominação, em que alguém impõe por meio de alguma força, sua vontade sobre a 
vontade dos outros. 
Dentro da diversidade de desigualdades que existem, vamos começar observando 
a desigualdade socioeconômica. Algumas poucas pessoas possuem muitas riquezas, 
enquanto outras não possuem riqueza alguma, tendo até mesmo contraído dívidas e 
tendo um saldo negativo. Como precisamos de meios de sobrevivência, a realidade 
dos desafortunados é desesperadora, gerando uma realidade de opressão, onde eles 
são empurrados para regiões desprivilegiadas, muito longe dos centros urbanos e 
sem acesso aos bens públicos. 
Além disso, essas pessoas acabam vendendo seu trabalho por um valor muito 
baixo, pois se submetem a qualquer coisa para conseguir alguma forma de subsistir. 
Também fazem trabalhos degradantes, como aqueles com exposição a poluentes ou 
em horários e condições inapropriadas que fazem mal à saúde de maneira explícita. 
Mas, a desigualdade não surge apenas quando tratamos de situações extremas, ela 
é uma realidade que está presente na vida de todos nós porque vivemos em uma 
sociedade de classes. 
Essas classes surgem naturalmente a partir do momento em que nossa economia 
é centrada no capital. Quanto mais capital se tem, maiores são os privilégios. Portanto, 
mesmo que você tenha dinheiro para ter um plano de saúde, por exemplo, uma pessoa 
com mais recursos do que você pode acessar um hospital melhor, ser atendido de 
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forma mais rápida e ter acesso a tratamentos inovadores que seu plano de saúde não 
cobre. Enquanto isso, outras pessoas que não podem pagar pelo tratamento médico 
ou pelo plano de saúde recorrem ao sistema público. 
Figura 1. Mulher em abrigo improvisado
Fonte: Pexels1.
Outra forma estabelecida de desigualdade que vivemos é sobre o gênero. Homens 
e mulheres não têm a mesma oportunidade em nossa sociedade. Essa realidade 
muitas vezes é atacada por um discurso com centro na meritocracia, na ideia de que 
uma mulher, se seesforçar o suficiente e tiver seu mérito, terá as mesmas condições 
de qualquer homem. 
O problema é que existem algumas condições que são características da mulher 
e que se impõem como dificuldades constantes. Por exemplo, é muito mais provável 
que uma mulher sofra um assédio ou uma violência sexual do que um homem. Então, 
em muitos casos, a mulher terá que evitar situações para se proteger, situações tais 
que o homem acessa livremente. 
Para ilustrar, imagine que, para ser caminhoneiro, é comum precisar tomar banho 
em postos de gasolina movimentados, geralmente frequentados por muitos homens, 
e dormir sozinho na cabine do caminhão, parado na beira da estrada. Reflita: essas 
condições permitem que homens e mulheres tenham as mesmas chances de acessar 
essa profissão?
Outra questão relevante são as desigualdades étnico-raciais. A cor da pele, os traços 
característicos e os costumes culturais foram sendo classificados historicamente como 
sendo mais privilegiados ou mais indesejados, fazendo com que as pessoas sejam 
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-sentada-em-uma-casa-feita-de-sacos-3347949/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-sentada-em-uma-casa-feita-de-sacos-3347949/
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tratadas a partir de um pré-conceito, de uma ideia prévia sobre seu valor enquanto 
ser humano, com base em sua origem e em suas características raciais. 
Essas desigualdades não ocorrem de forma isolada na sociedade; ao contrário, 
podem se sobrepor e produzir experiências de vida marcadas por múltiplas formas 
de opressão. Assim, ainda que um homem negro e rico possa enfrentar o racismo, ele 
ocupa uma posição relativamente mais privilegiada em comparação a uma mulher 
negra e pobre, que vivencia simultaneamente o racismo, o sexismo e a desigualdade 
socioeconômica.
5.1.1 A questão racial
Do ponto de vista biológico estrutural, nós todos pertencemos a uma raça só, a raça 
humana. Mas culturalmente, somos divididos por raças diversas, que normalmente 
estão ligadas a nossas origens étnicas. Hoje, vivemos em um mundo globalizado onde 
o trânsito de pessoas de um canto do mundo para outro é relativamente simples e 
comum. 
Todavia, por muito tempo, os grupos sociais se mantiveram isolados em regiões 
específicas, se reproduzindo entre si e desenvolvendo características evolutivas próprias 
a partir da relação genética com o contato ambiental. Assim, sociedades caçadoras 
desenvolveram características próprias, diferentes dos pescadores e dos agricultores. 
Povos de regiões muito quentes apresentam uma estrutura física e costumes diferentes 
de povos de regiões muito frias. 
Até hoje, uma questão muito simples de ser vista é qual é a refeição principal de um 
povo. Em países de temperatura amena, as pessoas podiam trabalhar o dia todo, pois 
mesmo com o sol do meio-dia não havia um grande desconforto térmico. Por outro 
lado, em países tropicais, como o Brasil, impõe-se a necessidade de uma pausa no 
trabalho quando o sol está mais forte para que não se gerem queimaduras no corpo. 
Por isso, nos países tropicais desenvolveu-se a prática de fazer uma grande refeição 
no meio do dia, seguido de um descanso antes do retorno ao trabalho, enquanto que 
em outras regiões, como na Europa, faz-se apenas um pequeno lanche no meio do 
dia e um jantar reforçado à noite. 
Historicamente, as especificidades de cada povo foram incorporadas a relações 
de poder. Ao revisitar o passado, identificamos ciclos de guerra e dominação que 
moldaram hierarquias entre nações. Contemporaneamente, essas mesmas dinâmicas 
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se renovaram sob a forma de discursos e práticas racistas, que não se limitam à 
superfície, mas estão enraizados na própria estrutura das relações sociais.
O racismo não acontece apenas no ato de injúria racial, que é quando alguém 
ofende deliberadamente a raça de outra pessoa. O racismo pode acontecer de forma 
silenciosa. Uma pessoa que tenha sido criada em um ambiente racista, mesmo não 
concordando com essa prática pode ter práticas guiadas por questões raciais sem 
perceber. Na hora de escolher quem será contratado em sua empresa, sempre acaba 
vendo mais características positivas nas pessoas brancas, por exemplo. 
No Brasil, o racismo contra o negro é acentuado por conta de nossa história 
escravocrata. O Brasil foi um dos últimos lugares do mundo a manter a prática do 
trabalho escravo, acabando oficialmente com essa prática apenas em 1888, pelo 
decreto da Princesa Isabel, mas a sociedade demorou muito para se adaptar a essa 
nova regra. 
Os trabalhadores escravizados e seus descendentes, foram lançados aos locais 
mais desprivilegiados das cidades, sem nenhum recurso financeiro, visto que não 
recebiam por seu trabalho, e sem nenhum preparo educacional e técnico. Com isso, 
a população negra ocupou periferias e trabalhos de menor prestígio e remuneração, 
criando uma corrente de limitação social. 
5.1.1.1 Estudo de caso
Maria, uma mulher de 60 anos, sempre se declarou como branca no Censo do 
IBGE, mas, no Censo de 2022, após ter assistido um programa na internet sobre 
a autodeclaração racial, analisou sua história, suas origens e seus traços físicos, 
passando a se declarar como uma pessoa parda. 
Com base nessa situação, reflita sobre as questões a seguir:
• Qual a importância da autodeclaração para a identidade da pessoa, sua visão 
de mundo e suas construções de relações sociais?
• De que forma a autodeclaração racial pode interferir na sociedade?
• Como a comunicação social e as discussões públicas podem auxiliar nas 
dinâmicas raciais?
A forma como uma pessoa se identifica altera significativamente sua forma de 
olhar o mundo, pois é a partir da experiência de cada um que se formam opiniões, 
se interpretam fatos e dinâmicas da vida. Assim, uma pessoa que se identifica como 
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branca, pode não perceber uma situação de racismo, sendo que quando essa mesma 
pessoa se identifica como parda pode perceber que aquela situação se desenrolou 
de tal ou qual forma com motivação racial. 
A autodeclaração é um instrumento importante para identificar o perfil da sociedade, 
servindo de base para decisões e para a formulação de políticas públicas que impactam 
diretamente a qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido, as narrativas sobre raça 
e etnia veiculadas nas redes sociais e na grande mídia podem desempenhar um papel 
educativo, contribuindo para a formação da consciência social – ou, ao contrário, 
reforçando estereótipos e desinformação, a depender de sua qualidade e do teor com 
que são apresentadas.
5.1.2 Gênero e sexualidade
Vivemos em uma sociedade patriarcal. Isso significa dizer que a figura paterna é 
considerada como o centro da família e figura de poder, de modo que se reflete em 
toda a sociedade essa presença do poder masculino como sendo a autoridade primeira. 
Essa percepção abre as portas para o surgimento do machismo, que é a opressão 
que o macho dispõe sobre a fêmea com a intenção de garantir a manutenção de seu 
poder, desrespeitando os princípios básicos da equidade. 
A natureza humana não é fixa, mas se molda de acordo com a história e os discursos 
são adequados com aquilo que é praticado no âmbito social. Sempre existiu a relação 
entre homem e mulher, da mesma forma que sempre existiriam as mais diversas 
dinâmicas dessa relação, mas em nossos dias sabemos nomear situações diversas 
que acontecem e sempre aconteceram na sociedade. 
Nas últimas décadas, diversos movimentos ao redor do mundo deram voz a pessoas 
que sentem atração por pessoas do mesmo sexo, estabelecendo o que chamamos 
de homoafetividade ou homossexualidade. A homossexualidade se apresenta como 
uma alternativa à heterossexualidade, que é o modelo de relação afetiva e sexual que 
estabeleceu como norma social.Essa questão é diferente das questões de identidade 
de gênero, que cada vez mais ganham espaço no âmbito público. 
A pessoa pode se identificar com as características de um gênero, mesmo não 
possuindo a estrutura biológica do macho ou da fêmea, e isso acontece porque os 
papéis de gênero são construções sociais e não determinações biológicas. Assim, a 
mulher não precisa ser dócil e frágil porque possui um aparato sexual feminino, mas 
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normalmente é treinada para ser dócil e frágil porque possui esse aparato, respondendo 
assim às expectativas sociais criadas sobre o gênero feminino. 
Quando se entende essa dinâmica, entende-se com mais facilidade porque existem 
pessoas que são transgênero, ou seja, que se identificam com o gênero diferente 
daquele que seu aparato biológico normalmente o atribui. Além disso, existem pessoas 
que se classificam como não-binárias, ou seja, que não se identificam exclusivamente 
como masculino ou como feminino, transitando livremente entre os dois polos. 
Gênero e sexualidade são assuntos próximos, mas distintos, que precisam ser 
compreendidos a partir dos direitos e das liberdades de cada um, bem como sobre a 
garantia dos direitos de cada cidadão, independente de sua orientação sexual ou de 
sua identidade de gênero. 
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Um gestor público de um município com alta concentração de população negra 
observa, por meio de dados do IBGE e do SUS, que os indicadores de saúde, educação 
e renda dessa população são sistematicamente inferiores aos da população branca 
local. A análise também revela que o acesso a equipamentos públicos de qualidade 
é desigual e que há uma ausência de políticas focalizadas na promoção da equidade 
racial. Ao elaborar o Plano Plurianual (PPA), o gestor precisa decidir quais estratégias são 
mais eficazes e adequadas ao contexto para enfrentar essas desigualdades estruturais, 
considerando aspectos legais, históricos e socioculturais.
Qual abordagem é mais adequada para enfrentar o contexto de desigualdade 
racial identificado, considerando uma análise crítica e profunda das condições sociais 
envolvidas?
a) Desenvolver campanhas de valorização da cultura afro-brasileira nas escolas 
municipais como forma de promover respeito e diversidade entre os estudantes.
b) Priorizar a requalificação de espaços urbanos em bairros com população negra, 
modernizando equipamentos públicos e incentivando parcerias com o setor 
privado para serviços.
c) Fortalecer as ações da assistência social nas comunidades negras periféricas, 
com ampliação de repasses financeiros e distribuição de cestas básicas em 
períodos críticos.
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d) Criar e institucionalizar um núcleo de equidade racial intersetorial, com 
representantes da sociedade civil, para formular e monitorar políticas públicas 
afirmativas nas áreas de educação, saúde e trabalho, com base em dados 
desagregados por raça/cor.
QUESTÃO 02:
Em uma universidade pública, um relatório interno indicou altos índices de evasão 
entre estudantes LGBTQIA+ e mulheres, sobretudo negras e periféricas, vinculados a 
situações de discriminação, violência simbólica e assédio, tanto no ambiente acadêmico 
quanto nas redes institucionais de convivência. Apesar da existência de uma ouvidoria, 
os relatos mostram que os canais formais de denúncia não são eficazes e que faltam 
políticas de acolhimento e permanência específicas.
O conselho universitário se reúne para revisar as diretrizes institucionais e precisa 
tomar decisões com base em uma leitura crítica das desigualdades de gênero e 
sexualidade que impactam o direito à educação e à permanência com dignidade.
Qual abordagem institucional é mais adequada para enfrentar o contexto descrito, 
considerando a complexidade das opressões de gênero e sexualidade e a necessidade 
de uma resposta estrutural e contextualizada?
a) Ampliar o funcionamento da ouvidoria com atendimento mais ágil e novas 
tecnologias de escuta, como inteligência artificial, para tratar relatos de 
discriminação de forma mais eficiente.
b) Capacitar docentes e servidores técnico-administrativos sobre diversidade 
de gênero e sexualidade, a fim de reduzir comportamentos discriminatórios e 
melhorar o acolhimento dos estudantes
c) Criar uma campanha semestral de conscientização sobre respeito à diversidade, 
incentivando que estudantes denunciem situações de violência e discriminação 
de forma anônima por meio de canais digitais.
d) Instituir uma política de permanência com foco interseccional, incluindo a criação 
de uma coordenadoria de gênero e diversidade com autonomia para propor 
ações de combate à violência, garantia de escuta qualificada e oferta de bolsas 
e apoio psicossocial para grupos em situação de vulnerabilidade.
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CAPÍTULO 6
CULTURA, ARTE E 
COMUNICAÇÃO
Olá, Estudante! Você já parou para refletir sobre o papel da comunicação na sua vida 
e sobre as diferentes formas de se comunicar que utiliza no dia a dia? A comunicação 
envolve muito mais do que a linguagem formal ensinada na escola. Ela abrange diversas 
dinâmicas e formas de expressão que revelam quem somos, nossos sentimentos, 
pensamentos e a cultura da qual fazemos parte.
Neste capítulo, vamos explorar três habilidades fundamentais e interligadas para 
compreender e aprimorar nossa forma de se comunicar: 1) Identificar diferentes formas 
de expressão humana, reconhecendo suas variações e significados em contextos 
específicos; (2) Utilizar a linguagem de maneira adequada ao público e ao contexto, 
comunicando ideias e informações com clareza; e (3) Analisar diferentes linguagens 
e compreender como elas influenciam a comunicação e a construção de significados.
6.1 Por que nos comunicamos?
A comunicação está na base das relações humanas e podemos dizer que ela é 
algo que identifica e permite a expressão do ser humano. E por que o ser humano 
precisa se expressar? Basicamente o ser humano se expressa para viver, seja em um 
aspecto mais prático, como para demonstrar sua fome ou sono, seja em um âmbito 
emocional, para expressar o que se sente, o que se pensa e quem se é. O ser humano 
não é “em-si-mesmado”, ou seja, não é voltado para si mesmo, mas aponta sempre 
para fora de si, para suas relações, e essas relações só são possíveis quando há 
alguma forma de comunicação. 
A comunicação humana é algo tão complexo que existem alguns elementos de 
difícil percepção. Entende-se, por exemplo, que o bocejo pode ser uma forma primitiva 
de comunicação tão marcada em nosso cérebro que quando vemos alguém bocejar 
sentimos vontade de bocejar também. 
No entanto, existem também as formas de comunicação sutil no dia a dia, como por 
exemplo, desviar o olhar de alguém quando não se deseja falar sobre um determinado 
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assunto, apontar o corpo para a porta em uma situação desconfortável ou mesmo 
cruzar os braços em determinados tópicos. 
Figura 1. Mulher se expressando fisicamente
Fonte: Pexels1.
Se, por um lado, a comunicação é algo extremamente íntimo e pessoal, por outro 
lado ela se expõe como algo social e cultural, se apresentando como uma forma 
de identificação de semelhantes, meio de expressão de um sentimento coletivo, da 
identificação de um perigo ou das particularidades de um tempo. Em nossos dias, por 
exemplo, é comum vermos as pessoas se comunicando a partir de imagens, memes, 
figurinhas, ou outros artifícios. Imagine o quanto seria difícil a compreensão do sentido 
dessa comunicação para uma pessoa do século XVIII. 
O filósofo alemão, Martin Heidegger, defende em seu livro “A caminho da linguagem”, 
que a existência é criada a partir da linguagem, ou seja, que uma pessoa constrói 
conforme pensa, elabora, definee expressa aquilo que é. Assim, a linguagem e sua 
comunicação seriam condições prévias para a existência, sem a qual nos manteríamos 
como sujeitos inertes, sem a consciência de nossa existência e sem construir nossos 
caminhos pela vida. 
Nossa tecnologia comunicativa se desenvolveu de forma a expressarmos a urgência 
de nossas interações sociais. No Brasil, particularmente, as pessoas conversam 
por aplicativo de mensagens e espera-se, em geral, que essas mensagens sejam 
respondidas imediatamente, fazendo assim uma comunicação dinâmica e urgente 
sobre qualquer assunto. Não à toa, a população cada vez mais desenvolve distúrbios 
emocionais relacionados à ansiedade. Vive-se cotidianamente com um sentimento 
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-camiseta-cinza-parecendo-furiosa-3812754/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-camiseta-cinza-parecendo-furiosa-3812754/
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de urgência e de perigo iminente que causam grande desconforto, podendo nos levar 
ao adoecimento. 
A dinâmica das comunicações pode influenciar diretamente em nossa vida íntima 
cotidiana como pode também afetar as relações sociais, as formas de trabalho e as 
opiniões públicas. Esse é um âmbito que está encalacrado na sociedade e que interfere 
no cotidiano mais do que costumamos ver. Por isso mesmo, é importante um olhar 
crítico constante e baseado em ferramentas teóricas firmes, capazes de explicar as 
situações e mostrar possibilidade de ações. 
6.2 O acesso à cultura, arte e comunicação
Todas as vezes que você liga o rádio, você escuta o que quer? É muito normal em 
nossa rotinas, ligarmos o rádio enquanto estamos no trânsito para ouvir músicas 
ou notícias, mas também ouvimos músicas ao passarmos em frente a uma loja, no 
supermercado, no elevador, na ante sala do dentista, enfim, somos bombardeados 
por uma porção de músicas o dia todo, todos os dias. 
Essas músicas não necessariamente nos agradam, mas passam a fazer parte de 
nosso repertório e cultural e se normalizam à medida em que convivemos com elas. 
Um exemplo fácil para compreender isso é que às vezes nos lembramos de alguma 
música que ouvíamos em nossa infância ou adolescência e que não tinha nenhum 
sentido especial naquele momento, mas que hoje em dia nos gera um sentimento de 
nostalgia e saudades, porque nos leva a um mundo que não existe mais. 
No início do século XX, um grupo de intelectuais se reuniu para discutir a sociedade 
a partir de várias ciências; dois deles se destacaram por suas reflexões sobre a 
comunicação social, Max Horkheimer e Theodor Adorno, dois dos principais nomes 
da Escola de Frankfurt. Eles desenvolveram um conceito de indústria cultural, que 
seria uma comparação entre a produção industrial de objetos massificados com a 
produção de elementos culturais de forma massificada. 
Imagine o seguinte, todos temos corpos diferentes, mas todos nós, de acordo 
com nossas capacidades econômicas, compramos calças a partir de um molde, um 
modelo específico e o fazemos porque a indústria produz as calças dessa forma. Até 
podem existir alguns modelos diferentes, mas em regra nossos corpos devem seguir 
as modelagens da indústria, ao invés do contrário. Horkheimer e Adorno, estudando 
o rádio e a televisão, perceberam que os elementos culturais estavam seguindo o 
mesmo rumo. 
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A cultura passou a ser massificada, ou seja, passou a ser produzida de forma 
a agradar o máximo de pessoas possível, como se todos nós fizéssemos parte de 
um grupo homogêneo, o grupo dos consumidores. Faria mais sucesso, nesse caso, 
quem conseguisse agradar a mais pessoas, e para agradar mais pessoas tira-se a 
profundidade da cultura, deixando ela simples, rasa e sem opinião. 
A expressão do ser humano foi sendo nivelada a partir da indústria cultural e hoje, 
mesmo que se queira, muitas pessoas não chegam a conhecer expressões artísticas 
diferentes porque são sempre consumidoras do mesmo tipo de produção, ainda que 
ela seja feita por compositores e artistas diferentes, tudo é muito mais do mesmo. 
Quem destoa dessa lógica acaba sendo marginalizado e muitas vezes não consegue 
subsistir em um mercado tão competitivo.
Mas o que é a arte, e o que ela tem a ver com a cultura? A arte é a expressão 
humana em busca da beleza através de uma técnica. O músico utiliza sua técnica 
musical para se expressar, o pintor usa as técnicas das tintas e telas, e assim por 
diante. A cultura é o conjunto das várias expressões do ser humano que solidificam 
no espaço e no tempo.
6.2.1 Estudo de caso
Marcelo é um jovem do interior que cresceu ouvindo sertanejo universitário. Esse 
estilo musical é conhecido por expressar muitas relações amorosas, paqueras, traições 
e dores passionais. Algumas dessas músicas sugerem que homem, para ser homem 
de verdade, deve se portar de maneira autoritária e dão a entender que seria justamente 
essa masculinidade que encantaria as mulheres. Marcelo, ao tentar se aproximar das 
meninas de sua idade, utiliza das táticas aprendidas em suas músicas preferidas, mas 
nem sempre alcança sucesso. 
Com base nessa situação, reflita:
• De que forma as produções culturais se solidificam na cultura?
• As músicas preferidas de Marcelo são bons exemplos de como devem ser 
estabelecidas as relações interpessoais?
• Por que as temáticas dessas músicas atraem tantos jovens?
• Uma menina que não cresceu no mesmo ambiente cultural de Marcelo pode 
se assustar com o comportamento do rapaz, enquanto outra que divide seu 
pano de fundo cultural pode admirá-lo? 
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A cultura pauta-se pela busca de normalidade e pela manutenção de padrões ao 
longo do tempo. Quando um comportamento ou uma crença é repetido ano após ano, 
geração após geração, ele tende a se cristalizar, tornando-se resistente a mudanças. 
Entretanto, nem toda prática cultural é benéfica. Por isso, cabe ao indivíduo exercer 
um olhar crítico sobre as próprias tradições, identificando aspectos que mereçam 
atenção e propondo aprimoramentos, de modo a evitar sua perpetuação acrítica.
As experiências amorosas – o descompasso dos primeiros encontros, a sedução 
e a busca por vínculos – são especialmente recorrentes na juventude. Não por acaso, 
esses temas alimentam com profusão a produção cultural de grande alcance. Ainda 
assim, cada pessoa vive e interpreta tais situações a partir de sua educação, de seus 
valores e de sua capacidade crítica diante do ambiente cultural que a cerca.
6.3 Comunicação social e fake news
Você já parou para pensar que os noticiários possuem um tom próprio? As notícias 
chegam a nós de uma maneira específica e nós estamos acostumados a vê-las em um 
formato específico. Por isso, pode ser que aconteça uma confusão entre aquilo que 
é notícia de verdade e uma mentira fantasiada de notícia. Como podemos identificar 
aquilo que é verdadeiro daquilo que não é, e como podemos saber se algo ou alguma 
informação é confiável ou não.
Com o avanço das redes sociais e a popularização das mídias digitais cada vez 
mais as informações são produzidas livremente e disseminadas por meio da internet, 
chegando a qualquer pessoa sem terem passado por um processo de verificação ou 
por qualquer tipo de regulamentação. Isso permite que qualquer tipo de informação seja 
veiculada e possa acabar interferindo diretamente naquilo que as pessoas acreditam 
sem que seja feito um olhar crítico sobre aquilo que está sendo recebido.
A questão das fake news vai muito além da simples elaboração de conteúdo falso 
vestido de notícia. Estamos na chamada era da pós-verdade, em que se confundem 
– e, por vezes, se sobrepõem – fato, crença, opinião e liberdade de expressão, sob o 
pretexto de cercear ou manipular o discurso alheio.
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Figura 2. Redes sociais
Fonte: Pexels2.
Não existe uma “fórmula mágica” para sairmos dos perigos das fake News e desse 
contexto que está se estabelecendo de pós-verdade a partir das comunicações sociais. 
O que existe são estratégias que partem das habilidades que desenvolvemos para 
navegar no oceano de informações que está ao nosso dispor a partir do acesso à 
internet e as tecnologias digitais.
É sempre importante buscar pelas fontes das informações, pois essas fontes 
podem nos dar pistas sobre aquilo que é seguro ou não, sobre aquilo que é possível 
acreditar e aquilo em que se deve pôr um olhar de descrença. Mas mesmo assim, nem 
sempre se conhecer uma fonte é suficiente para se acreditar naquilo que é dito por 
ela. Influenciadores digitais, pessoas com muito prestígio na política e na sociedade 
podem dar informações equivocadas ou distorcer realidades em busca de um interesse 
próprio e para a construção de uma ideia específica que se deseja. 
Os meios tecnológicos de comunicação digital são ferramentas e não devem ser 
encarados como um fim por si só, devendo ser utilizado com critério e com a mesma 
atenção que utilizamos em qualquer outro meio de comunicação em nossa vida e 
em nossas relações sociais.
Com o surgimento da inteligência artificial ficou ainda mais difícil separar aquilo 
que é real daquilo que não é, pois qualquer pessoa pode pedir para que a inteligência 
artificial produza um texto, um vídeo, ou qualquer outra forma de expressão a partir 
da imagem, da letra, e da voz de determinada pessoa. 
2 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-close-up-de-icones-de-smartphones-267350/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-close-up-de-icones-de-smartphones-267350/
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Não há nada que seja mais proveitoso para podermos utilizar com segurança a 
comunicação digital do que mantermos sempre ativo um espírito crítico, que busca 
entender as situações e refletir sobre aquilo que é compartilhado antes de passar a 
informação adiante ou antes de tomar uma decisão com base naquilo que foi entendido. 
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Uma equipe multidisciplinar de profissionais da educação, da cultura e da 
comunicação foi contratada por um governo municipal para desenvolver uma 
campanha de valorização da cultura local. A região é marcada por forte presença de 
manifestações afro-brasileiras, indígenas e populares, mas ainda enfrenta resistência 
cultural e preconceito por parte de segmentos da população que associam essas 
expressões a estigmas históricos. O desafio da equipe é elaborar uma proposta de 
comunicação que valorize as diferentes expressões culturais locais e dialogue com 
públicos diversos, promovendo inclusão, respeito e engajamento social, sem reforçar 
estereótipos ou simplificações.
Qual das estratégias comunicacionais abaixo é mais adequada para promover o 
diálogo intercultural e valorizar a diversidade de expressões artísticas e culturais locais, 
considerando o impacto das linguagens na construção de significados?
a) Criar murais temáticos com imagens e símbolos das manifestações culturais 
mais conhecidas da região, buscando provocar reconhecimento imediato e 
identificação visual.
b) Realizar apresentações artísticas em espaços públicos e escolares, com foco 
em entretenimento e visibilidade, utilizando peças publicitárias padronizadas 
para divulgar os eventos.
c) Produzir conteúdos informativos sobre a origem das manifestações culturais 
locais e difundi-los em mídias institucionais com linguagem técnica para reforçar 
sua importância acadêmica e patrimonial.
d) Desenvolver uma campanha com peças multimidiáticas que apresentem 
depoimentos de mestres e artistas locais, contextualizando historicamente 
suas práticas e conectando-as a valores contemporâneos de identidade e 
pertencimento, utilizando linguagem acessível, porém crítica, para públicos 
diversos.
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QUESTÃO 02:
Uma organização da sociedade civil que atua na promoção da cidadania digital 
e da educação midiática em escolas públicas detectou que um número crescente 
de estudantes compartilha conteúdos falsos sobre temas sociais sensíveis, como a 
vacinação, pautas ambientais e questões raciais e de gênero. Tais conteúdos circulam 
em linguagem informal e visualmente apelativa, especialmente em redes sociais 
e aplicativos de mensagens. A equipe pedagógica da organização, composta por 
educadores e comunicadores, precisa desenvolver uma ação educativa que promova 
o pensamento crítico e a compreensão do papel da linguagem e da cultura digital na 
formação de significados e na propagação de desinformação.
Qual estratégia comunicacional é mais adequada para abordar o fenômeno da 
desinformação nas redes digitais, considerando a diversidade cultural e os impactos 
da linguagem na construção e circulação de fake news?
a) Produzir uma série de vídeos curtos com linguagem acessível, estética digital 
e referências culturais dos próprios estudantes, nos quais se desconstrua 
criticamente o conteúdo de fake news comuns, explicando seus impactos 
e mecanismos de disseminação, promovendo a análise do discurso e o uso 
responsável da informação.
b) Distribuir cartilhas informativas nas escolas, com definições técnicas sobre 
desinformação e orientações para reconhecer fontes confiáveis, acompanhadas 
de atividades de fixação de conteúdo.
c) Promover palestras com especialistas da área da comunicação e da ciência 
política para discutir os danos causados pela desinformação, com foco em 
contextos eleitorais e de saúde pública.
d) Criar um mural colaborativo na escola com notícias verdadeiras e falsas para 
que os estudantes votem nas que acham corretas, promovendo debates em 
sala de aula com base nos resultados.
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CAPÍTULO 7
CIÊNCIA, TECNOLOGIA, 
INOVAÇÃO E PESQUISA 
& DESENVOLVIMENTO
Olá, Estudante! Neste capítulo, examinaremos as interações entre ciência, tecnologia, 
inovação e pesquisa & desenvolvimento. Nosso objetivo é desenvolver a competência 
de selecionar abordagens apropriadas a diferentes contextos-problema, valendo-nos 
de uma análise aprofundada das condições envolvidas.
É comum empregar “ciência”, “tecnologia” e “inovação” como se fossem sinônimos, 
mas cada um desses termos pertence a um âmbito distinto. Compreender suas 
especificidades é fundamental para escolher, de forma consciente, o caminho 
metodológico mais adequado a cada situação.
7.1 Ciência e desenvolvimento humano
A ciência, apesar de não ser algo novo, encontrou o seu ápice no período histórico 
que conhecemos como modernidade. Isso aconteceu porque na modernidade 
foram desenvolvidos métodos científicos específicos e correntes dentro das quais 
se formularam quais seriam as rotinas e os fluxos de trabalho dentro de princípios 
científicos. 
A partir de então, a ciência se disseminou como a forma mais completa de 
conhecimento do ser humano e como a técnica mais adequada de dominação da 
natureza, de modo que o ser humano moderno elegeu a ciência como seu guia para 
a vida e como instrumento principal de desenvolvimento da sociedade.
 O conhecimento científico não é o único e absoluto, existem outras formas de 
conhecimento que são igualmente válidas, mas cada um deles diz respeito a um âmbito 
específico da vida do ser humano e se apresenta de forma específica na sociedade. 
O senso comum, por exemplo, é uma forma de conhecimento que está em nosso 
cotidiano e que interfere em nossa vida diariamente, pois nem tudo aquilo que 
conhecemos passa necessariamente por uma metodologia científica, mas mesmo 
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assim esse conhecimento nos ajuda a organizar nossa vida e a determinar quais são 
as formas de açãoem nossa sociedade. 
Outra forma de conhecimento comum é o conhecimento religioso, que ocupa 
um papel Central na vida de muitas pessoas e que organiza diversas sociedades 
em torno de Mitos, de crenças, e de práticas que não devem satisfação alguma a 
metodologia científica, mas que mesmo assim são passadas de geração em geração 
e desempenham uma importante função de organização social. 
O conhecimento filosófico é um tipo de conhecimento que muitas vezes se baseia 
em teorias, mas que não segue os mesmos procedimentos do conhecimento científico, 
sendo mais importante a proposição reflexiva do que a demonstração dos resultados. 
Por esse motivo, normalmente a reflexão filosófica está na base do conhecimento 
científico, mas nem sempre atende aquilo que é requerido pela ciência para ser 
categorizado como algo científico.
No campo da ciências, normalmente se trabalha com a dualidade entre sujeito e 
objeto, sendo sujeito aquele que gera o conhecimento e objeto aquilo que é conhecido. 
Nesse caso, um cientista que faça uma pesquisa sobre a água é o sujeito e a água que 
está sendo estudada é o objeto daquele conhecimento. Além de dividir sua estrutura 
entre sujeito e objeto, o conhecimento científico também se organiza a partir de 
métodos científicos e esses métodos normalmente tem algo de empírico, ou seja, 
algo relacionado com o conhecimento material, com a pesquisa de um objeto físico 
que pode ser verificado, testado repetidamente e comprovado nestes testes.
Figura 1. Microscópio
Fonte: Pexels1.
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-microscopio-com-foco-raso-2280547/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-microscopio-com-foco-raso-2280547/
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O desenvolvimento do ser humano moderno apoiou-se, sobretudo, na sistematização 
da metodologia científica. Essa abordagem estruturada tem servido como instrumento 
para a geração de novos conhecimentos e para o aprimoramento de tecnologias, 
processos e produtos que, incorporados ao nosso cotidiano, elevaram significativamente 
a qualidade de vida.
Imagine que uma pessoa quando está com dor de cabeça pode facilmente tomar 
um remédio e cessar essa dor, sem que tenha que ter um grande esforço nessa prática, 
ou, sem ter que entender como funciona todo o processo de sensação da dor a partir 
da medicação. Isso só é possível porque a ciência acabou gerando a confiança do 
público, de modo que as pessoas acreditam naquilo que é científico justamente pelo 
fato de já ter sido provado e comprovado inúmeras vezes.
Mas, ao contrário do que se pode imaginar, a ciência não é absoluta, ela se movimenta 
dentro da história. O filósofo da ciência Thomas Khun, defendeu que o que acontece 
na história da ciência é a substituição de paradigmas a partir da queda da confiança 
de um paradigma anterior. 
Nesse caso, quando uma verdade científica deixa de dar conta de uma realidade 
ele passa a ser questionado e a partir daí são desenvolvidas pesquisas para que se 
surja um novo paradigma, mas completo, e que dê conta da realidade de maneira 
mais eficaz do que o paradigma anterior.
A ciência está intimamente ligada com a forma como vivemos, pois foi a partir dela 
que desenvolvemos tratamentos e medicações que prolongam a nossa expectativa de 
vida, assim como nossa capacidade de utilizar a natureza a nosso favor, produzindo 
serviços e produtos que servem a humanidade e desenvolvem a qualidade de vida 
das pessoas. 
7.2 Diversos tipos de tecnologias
Tecnologia não é, necessariamente, algo ligado ao que é novo. A invenção da roda, 
por exemplo, foi um desenvolvimento tecnológico, assim como o domínio do fogo, a 
produção da escova de dentes ou qualquer outro elemento que evidencie o domínio 
de uma técnica específica.
Cada período da história contou com suas próprias tecnologias e, com base 
nelas, foi possível organizar a vida em sociedade, além de proporcionar um estilo de 
vida específico às pessoas daquele tempo. O arado movido por bois, por exemplo, 
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representou uma inovação tecnológica que transformou as formas de produção em 
diversas lavouras do Brasil colonial.
Atualmente, porém, o termo “tecnologia” está frequentemente associado à ideia de 
inovação – de criações recentes que atendem às demandas específicas de uma época 
marcada pela ampla comunicação digital e pela valorização crescente de produtos e 
serviços baseados em recursos tecnológicos.
Muitas vezes, o desenvolvimento tecnológico está vinculado a algum tipo de 
conhecimento científico, mas isso nem sempre é necessário. É possível desenvolver 
uma tecnologia sem que ela tenha sido amparada por um conhecimento científico 
prévio – e até mesmo sem atender aos critérios exigidos para algo ser considerado 
científico. A grande questão é que, quando a tecnologia se baseia na ciência, suas 
chances de sucesso aumentam, pois o conhecimento científico é construído com base 
na experimentação e na sistematização dos resultados obtidos sobre determinado 
objeto de estudo.
7.2.1 Estudo de caso
Um homem de idade avançada resolveu produzir um programa na internet falando 
como os avanços tecnológicos deterioram a sociedade e sobre como a vida deve ser 
levada longe das inovações técnicas da modernidade. 
A partir da situação hipotética, considere as questões a seguir:
• Quais tecnologias foram utilizadas por esse homem para que ele pudesse 
desenvolver a sua crítica sobre o mundo tecnológico?
• Qual é a controvérsia inicial e a contradição básica do discurso desse homem?
• O que esse homem pretende criticar quando diz que os avanços tecnológicos 
deterioram a sociedade?
Para produzir o seu programa na internet e criticar os avanços tecnológicos, o 
homem precisou utilizar uma série de avanços tecnológicos que vão desde o hardware, 
passando pelas plataformas digitais, pela gravação de áudio e vídeo, e até mesmo pela 
distribuição e produção de energia elétrica. Isso nos mostra que provavelmente há uma 
confusão naquilo que o homem chama de avanços tecnológicos, pois o fato de criticar 
a tecnologia em um programa na internet constitui uma contradição fundamental. 
Possivelmente, o homem não se agrada dos usos que são feitos dos elementos 
tecnológicos de nosso mundo digital, mas aprecia algumas formas de uso da tecnologia, 
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vendo justamente nela uma possibilidade de divulgação do seu pensamento a partir 
da sua produção de conteúdo. 
Portanto, é necessário diferenciar o avanço tecnológico dos usos que são feitos 
desse avanço. Essa foi a condição, inclusive, que se deu no momento da produção 
das bombas nucleares, uma tecnologia que poderia ter sido utilizada para beneficiar 
as formas de produção de energia, mas que acabou sendo utilizado como uma forma 
de destruição em massa, de opressão de povos, e de dominação geopolítica.
7.3 Inovação e P&D
No contexto da ciência da tecnologia, quando se fala de inovação e pesquisa 
e desenvolvimento, estamos falando da busca por algo novo a partir da pesquisa 
sistemática e da problematização das demandas, bem como de sua aplicabilidade 
na vida cotidiana.
Pesquisa e desenvolvimento podem em muitos casos está diretamente relacionados 
com a forma científica de conhecimento e com a forma científica de produção do 
saber. Por exemplo, quando se pesquisa a fórmula para uma nova medicação para 
uma doença específica se está promovendo a pesquisa e desenvolvimento a partir do 
conhecimento científico, uma vez que as demais formas de conhecimento não atende 
corretamente ao que é necessário para a produção de uma medicação. 
Já a inovação ocorre quando um conhecimento é aplicado a uma prática inédita. 
Imagine, por exemplo, que no campo tecnológico tenha sido desenvolvida uma técnica 
capaz de captar uma impressão digital por meio da tela de um dispositivo.Quando 
esse recurso é adaptado para desbloquear um smartphone, é nesse momento que 
surge o elemento inovador.
Os processos de pesquisa e desenvolvimento costumam ser conduzidos com 
extremo rigor, seguindo parâmetros bem definidos e submetidos a diversas verificações 
criteriosas. Entretanto, em situações de grande urgência social, torna-se necessário 
acelerar esses procedimentos. Foi esse o caso durante a pandemia de covid-19, quando 
cientistas de todo o mundo concentraram esforços no desenvolvimento de tratamentos 
e vacinas em tempo recorde, impulsionados pela gravidade da crise sanitária global.
Nesses casos, os conhecimentos científicos pré elaborados representam um 
ferramental teórico indispensável para a possibilidade de produção de algo em 
tempo tão curto. Mesmo assim, alguns passos da pesquisa científica não podem ser 
descartados jamais como o teste prévio, o estudo dos riscos, a aplicação em grupos 
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controlados, e a revisão a partir de pares, ou seja, de outros cientistas que consigam 
verificar a eficácia ou não do produto criado.
Figura 2. Vacina da Covid-19
Fonte: Pexels2.
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Uma organização da sociedade civil que atua com comunidades vulneráveis 
identificou que, apesar do acesso ampliado à tecnologia nos últimos anos, ainda há 
barreiras para a apropriação científica e tecnológica por parte dos jovens da periferia 
urbana. O desafio apresentado é pensar em soluções que promovam o uso da ciência 
como ferramenta de desenvolvimento humano, com base em uma leitura crítica do 
território, das desigualdades e das oportunidades educacionais.
Diante do cenário apresentado, qual abordagem seria mais adequada para promover 
o desenvolvimento humano por meio da ciência, considerando as especificidades do 
contexto e os princípios da justiça social e da equidade?
a) Estabelecer parcerias com universidades para promover palestras e seminários 
periódicos nas comunidades, com foco na sensibilização sobre a importância 
da ciência para o progresso social.
2 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/maos-mulher-placa-aviso-3952224/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/maos-mulher-placa-aviso-3952224/
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b) Priorizar a criação de espaços maker e laboratórios tecnológicos nas escolas, 
com acesso a equipamentos modernos e incentivo à criatividade e ao 
empreendedorismo juvenil.
c) Estimular a disseminação de conteúdos científicos por meio de redes sociais e 
plataformas digitais, valorizando influenciadores que atuem na área de divulgação 
científica.
d) Promover oficinas práticas de iniciação científica integradas ao currículo escolar, 
com temas ligados à realidade local, de modo a despertar o interesse dos jovens 
e fortalecer sua capacidade crítica e de atuação social.
QUESTÃO 02:
Uma cooperativa de pequenos agricultores do semiárido brasileiro enfrenta 
dificuldades para aumentar sua produtividade e inserção em mercados mais amplos, 
devido à escassez de recursos tecnológicos e à limitação no acesso a informações 
sobre inovações aplicáveis ao seu contexto. A diretoria da cooperativa busca alternativas 
para alavancar a produção e melhorar a renda das famílias, por meio de soluções 
inovadoras que respeitem as condições locais e promovam a sustentabilidade social 
e ambiental.
Considerando o cenário apresentado, qual seria a abordagem mais adequada para 
promover inovação tecnológica nesse contexto, levando em conta as características 
socioeconômicas e ambientais da região?
a) Implementar, em parceria com instituições de pesquisa, tecnologias sociais de 
baixo custo e adaptadas ao bioma local, associadas à capacitação contínua 
dos agricultores, respeitando seus saberes e promovendo protagonismo nas 
decisões produtivas.
b) Introduzir técnicas de agricultura de precisão com uso de drones e sensores 
de solo, buscando otimizar a produção com base em dados em tempo real e 
modelos computacionais avançados.
c) Criar centros tecnológicos itinerantes que ofereçam acesso a internet e oficinas 
sobre inovação, promovendo a digitalização dos processos administrativos e 
comerciais da cooperativa.
d) Estimular o uso de plataformas de e-commerce para ampliar a comercialização 
dos produtos e aproximar os agricultores do consumidor final, incentivando a 
modernização dos canais de venda.
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CAPÍTULO 8
PROCESSOS DE GLOBALIZAÇÃO 
E POLÍTICA INTERNACIONAL
Olá, Estudante! Neste capítulo, abordaremos o processo de globalização e a forma 
como a política internacional vem se adaptando a um mundo cada vez mais conectado. 
Essa perspectiva nos permite interpretar com mais clareza o contexto atual e identificar 
as alternativas disponíveis no momento de tomar decisões e analisar fenômenos 
noticiados no âmbito global.
Para compreender o tema do presente capítulo, é fundamental discutir a cultura 
e as transformações nas relações humanas no cenário da globalização. Além disso, 
examinaremos a economia mundial, buscando entender como a interdependência entre 
países influencia o desenvolvimento econômico, as cadeias produtivas e a expansão 
das relações comerciais em todo o planeta.
8.1 Cultura globalizada
Nas duas últimas décadas do século XX, o tema da globalização dominou o meio 
acadêmico, tornando-se peça-chave para compreender as dinâmicas sociais e espaciais 
em escala planetária. A globalização consiste em derrubar barreiras e promover a 
circulação de pessoas, informações, capitais e diversos outros elementos entre países 
que, até então, estavam restritos a dinâmicas locais. No mundo globalizado, o âmbito 
local dialoga permanentemente com o global, estabelecendo um intercâmbio contínuo 
com realidades socioculturais de todas as regiões do globo.
 Perceba o quanto é comum assistirmos notícias por meio do rádio, da televisão, 
ou da internet que dizem respeito ao acontecimentos que se deram em locais muito 
distantes, que não conhecemos, e que não temos nenhum tipo de interesse particular. 
isso acontece porque no mundo globalizado aquilo que acontece em outros locais 
reverbera na nossa realidade local e interfere na forma como interpretamos o mundo, 
impactando nossas ações cotidianas e nossas organizações sociais. 
A realidade da globalização no mundo contemporâneo tornou-se possível 
graças ao desenvolvimento de diversos sistemas que envolvem aspectos culturais, 
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comunicacionais, comerciais, entre outros. Esses sistemas possibilitam o acesso 
rápido à informação, a mobilidade de pessoas e a realização de ações a partir de 
qualquer lugar do planeta. 
Até meados do século XX, apenas quem estivesse fisicamente na Coreia ou 
mantivesse vínculos familiares ou culturais com o país teria acesso à culinária 
coreana. Com o avanço da globalização, esse cenário mudou significativamente. Hoje, 
é relativamente comum encontrar lojas e restaurantes especializados em comida 
asiática, inclusive coreana, que oferecem tanto produtos importados quanto versões 
produzidas localmente, adaptadas à tradição culinária daquele país. Este é apenas um 
exemplo simples e corriqueiro de como nós vivemos com a globalização diariamente 
e de como ela pode interferir significativamente em nossas vidas mesmo sem a nossa 
percepção imediata. 
Seguindo esse exemplo, hoje é fácil encontrar em plataformas de vídeo séries e 
filmes coreanos que, há algumas décadas, seriam de difícil acesso. No contexto das 
antigas locadoras de vídeo, esses filmes só estariam disponíveis se houvesse uma 
demanda muito específica, passando por uma curadoria prévia e ficando restritos ao 
acervo físico daquele local.
Com o surgimento e a popularização das plataformas digitais, esse processo foi 
transformado. O acesso ao conteúdotornou-se mais simples, rápido e abrangente. 
Assim, mesmo pessoas que não têm um interesse inicial na cultura coreana podem, 
de forma ocasional, entrar em contato com essas produções, o que muitas vezes 
desperta curiosidade e gera um novo interesse cultural.
A realidade da globalização não interfere apenas em elementos culturais e 
internacionais, mas pode afetar diretamente o intercâmbio das culturas internas 
regionais de um país. No caso do Brasil, vemos que a partir do momento em que 
as plataformas tecnológicas permitiram o acesso à informação muitos elementos 
culturais regionais passaram a transpor fronteiras e ser aplicados em locais distintos 
por grupos e indivíduos a partir de um interesse particular. 
Em um país como o Brasil isso significa uma fluidez do sujeito em seu espaço. 
Imagine que um jovem tenha nascido e crescido em uma comunidade do interior onde 
rotineiramente se consome a cultura sertaneja. Com a dinâmica comunicacional que 
vivemos hoje esse jovem consegue acessar qualquer tipo de produção cultural online, 
de modo que pode moldar o seu estilo de vida, o seu gosto cultural, encontrar pares 
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e gerir grupos de socialização a partir de elementos que são originários de regiões 
distantes. 
Para além do âmbito cultural, a globalização também permitiu uma fluidez física 
muito intensa, o que foi bastante visível na ocasião do surgimento da pandemia de 
covid-19 no mundo. Um vírus que demonstrou seus primeiros sintomas na China 
acabou alcançando o mundo todo de maneira muito dinâmica mostrando como as 
relações físicas que cercam o mundo não obedecem a alguma Fronteira específica. 
As pessoas fazem viagens constantemente, entram em contato umas com as 
outras, possibilitando o diálogo, os negócios, a troca de experiências, mas também 
a transmissão de vírus e bactérias patogênicas. A depender da transmissibilidade 
dessas doenças, elas podem alcançar o mundo todo em poucos dias.
8.2 As relações econômicas ao redor do mundo
Se a cultura é uma forma clara de perceber como o mundo atual está globalizado, o 
mesmo pode ser dito da economia e das relações comerciais. Brasil e Estados Unidos 
figuram entre os maiores produtores mundiais de grãos, como soja e milho. O mercado 
global organiza-se de maneira dinâmica, consumindo esses grãos de diferentes países 
conforme as vantagens comerciais apresentadas em cada momento. 
Assim, os resultados de uma safra de soja nos Estados Unidos influenciam 
diretamente o preço da soja produzida no Brasil, uma vez que o mercado consumidor 
é semelhante e pode alternar seu interesse entre os países exportadores, dependendo 
da oferta, dos preços praticados e da qualidade dos produtos disponíveis.
Assim, o produtor de grãos brasileiro, além de contar com as questões climáticas, 
terá que escolher quais as sementes utilizadas e as condições específicas da terra 
em que produz, terá maior ou menor lucro de acordo com a realidade que impactará 
a produção de grãos na agricultura estadunidense. Todavia, a cadeia produtiva não 
se encerra por aí e podemos ver mais degraus dentro da nossa reflexão sobre as 
relações econômicas ao redor do mundo. 
Suponhamos que, devido a uma condição climática adversa nos Estados Unidos, 
a safra agrícola tenha sido reduzida, diminuindo a oferta de produtos no mercado 
exportador norte-americano. Diante disso, os países importadores buscarão alternativas 
em outros fornecedores, como o Brasil. Esse aumento na demanda pode elevar o 
preço dos grãos brasileiros no mercado internacional.
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Esses grãos, por sua vez, serão utilizados para diversas finalidades, como a produção 
de ração animal ou de alimentos processados e industrializados. Posteriormente, os 
produtos industrializados que utilizam esses grãos como matéria-prima podem ser 
exportados para o Brasil. No entanto, como o custo dos grãos foi mais alto, o preço 
final desses produtos também será elevado ao chegar ao consumidor brasileiro.
Figura 1. Containers de produtos para exportação
Fonte: Pexels.
As relações comerciais entre países não ocorrem de forma totalmente livre; elas 
são mediadas por políticas nacionais que regulam o comércio internacional. Essas 
políticas podem incluir desde a proibição de determinados produtos ou transações 
com países específicos até a aplicação de taxas e impostos sobre importações.
Um exemplo recente ocorreu nos Estados Unidos durante o governo do presidente 
Donald Trump, com a adoção de uma política conhecida como “guerra tarifária”. Sob o 
argumento de proteger o comércio e a indústria local, Trump elevou significativamente 
as tarifas de importação sobre produtos oriundos de diversos países, com destaque 
para aqueles fabricados na China.
A China, atualmente a segunda maior economia do mundo, logo atrás dos Estados 
Unidos, tem demonstrado grande potencial de crescimento. Por isso, embora a 
medida tenha sido justificada como uma forma de proteger o mercado interno, muitos 
especialistas em economia internacional interpretam essa política como uma tentativa 
de conter o avanço econômico de um dos principais concorrentes globais dos EUA.
A situação inversa também pode ocorrer. Países podem entrar em acordo de comércio, 
diminuindo taxações sobre seus produtos, ou até mesmo criando zonas de comércio 
específicas, dentro das quais são disponibilizados benefícios fiscais com intenção de 
aumentar o fluxo de capitais naquela região. Isso é o que acontece aqui na América 
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Latina com os países que compõem o Mercosul. Além das benesses comerciais, os 
países também colaboram para o trânsito de cargas e pessoas, facilitando assim o 
processo de interligação e fortalecimento da região. 
8.2.1 Estudo de caso
Um jovem jogador de basquete, entusiasta da cultura norte-americana e fã da liga de 
basquete naquele país diversas economias para conseguir juntar o dinheiro necessário 
para comprar o tênis de uma marca patrocinadora e originária dos Estados Unidos.
Ao comprar seu tênis, identificou nas tarjetas do produto que ele não havia sido 
produzido nos Estados Unidos, mas sim em Taiwan. Indignado com a situação, o 
jovem retornou até a loja e questionou a originalidade de seu produto. Os vendedores 
explicaram a ele que aquela marca que ele tanto admira não produz seus próprios tênis, 
mas terceiriza essa produção a partir dos designs e de suas campanhas comerciais 
para países asiáticos, onde a mão de obra tende a ser mais barata.
A partir da situação hipotética apresentada reflita com as questões a seguir:
• Quais produtos de seu cotidiano são produzidos a partir de uma dinâmica de 
comércio global?
• Em que sentido a dinâmica global de produção e Comércio beneficia e prejudica 
as populações ao redor do mundo?
• Quais são as oportunidades que surgem da compreensão de uma dinâmica 
global de produção e comércio?
Quando paramos para refletir e pesquisamos um pouco sobre aquilo que faz parte 
do nosso cotidiano acabamos entendendo que é praticamente impossível nos dias de 
hoje não vivenciar o consumo de produtos que passam por partes de suas Produções 
em locais muito diferentes. Um carro, por exemplo, pode ser montado em um país, mas 
seu projeto foi feito em outro, cada uma de suas peças pode ter sido produzida em 
um local diferente e a sua tecnologia pode ter sido desenvolvida ainda em outro local.
O comércio global permite que cada país importe e exporte aquilo que atende 
melhor às suas demandas. Por exemplo, países pequenos que não tem disponibilidade 
de muitas terras para a produção podem se beneficiar da importação de alimentos 
desenvolvidos em outros países, enquanto que grandes países que não tem a tecnologia 
muito desenvolvida podem se beneficiar da importação de tecnologia de países líderes 
nesse segmento. Algumas situaçõesdesconfortáveis e até mesmo preocupantes 
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podem surgir nesse processo, pois as legislações de um e outro país são diferentes 
e nem sempre a forma que algo é produzido em um local atende as expectativas do 
outro. 
8.3 Conflitos internacionais
Atualmente, em 2025, vivenciamos a eclosão de diversos conflitos armados que 
representam a concretização de tensões internacionais antigas, agora intensificadas 
por condições específicas do cenário político global. Um exemplo marcante é a guerra 
na Ucrânia, iniciada com a invasão russa sob o argumento de proteger seus interesses 
estratégicos e impedir a aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte 
(OTAN), ao território ucraniano.
Embora não nos caiba aqui uma análise detalhada desse conflito, é fundamental 
refletirmos sobre suas consequências e sobre como a aparente paz mundial repousa em 
frágeis equilíbrios multilaterais, que podem ser rompidos a qualquer momento. A guerra 
na Ucrânia, por exemplo, teve impactos diretos sobre a economia brasileira, afetando 
a importação de fertilizantes, elevando os preços dos combustíveis e influenciando a 
cotação do dólar no mercado internacional.
Além dos impactos econômicos e geopolíticos, é importante reconhecer que 
as guerras revelam o lado mais destrutivo da natureza humana, representando a 
continuidade de uma longa tradição de conflitos entre nações – muitas vezes motivados 
por justificativas que variam em sua lógica e legitimidade, mas que, invariavelmente, 
resultam em sofrimento e instabilidade.
Atualmente, o Estado de Israel está envolvido em um conflito armado com o grupo 
Hamas, na Palestina, o que tem resultado em ataques que afetam também a população 
civil palestina, já privada do acesso a diversos bens essenciais à sobrevivência. 
Paralelamente, Israel iniciou um confronto direto com o Irã, sob a justificativa de 
impedir o avanço do programa nuclear iraniano.
Esses acontecimentos evidenciam que vivemos em um ambiente de conflito e 
tensão contínuos, no qual as decisões dos governantes e as políticas adotadas por 
diferentes países têm um impacto direto tanto sobre a paz mundial quanto sobre as 
relações entre blocos internacionais. Onde há conflito, há também movimentações 
diplomáticas, alianças estratégicas, financiamentos, comércio de armamentos e a 
defesa de ideologias diversas – compondo um cenário geopolítico complexo, marcado 
por disputas de poder e interesses.
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Um dos elementos que compõem o ambiente de tensão global é a antiga e constante 
guerra entre as ideologias de direita e de esquerda ao redor do mundo. Esse conflito 
parecia ter cessado na ocasião da queda do muro de Berlim, em 1989, quando a 
Alemanha socialista e capitalista deixaram de existir separadamente, permitindo o livre 
fluxo das pessoas entre os dois territórios. Esse evento marcava o enfraquecimento da 
dinâmica global de tensão conhecida como a guerra fria, uma guerra propositalmente 
ideológica, econômica e cultural que permaneceu por muito tempo em vigor durante o 
século XX. Entretanto, nos últimos anos, vê-se o crescimento das disputas entre alas 
mais extremas das esquerdas e das direitas ao redor do mundo e o mesmo acontece 
no cenário político brasileiro atual.
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Um diplomata brasileiro recém-designado para atuar na ONU é encarregado de 
negociar acordos multilaterais de cooperação sobre segurança cibernética e regulação 
de dados transnacionais. Ele percebe que os países têm interesses divergentes: 
enquanto potências como os EUA e a China competem por controle geopolítico do 
fluxo digital, países em desenvolvimento demandam mais autonomia e proteção de 
dados. A posição do Brasil precisa garantir o interesse nacional, respeitar os princípios 
da soberania digital e, ao mesmo tempo, manter o protagonismo internacional.
Considerando o cenário descrito e os impactos da globalização sobre a soberania 
dos Estados, qual deve ser a postura estratégica adotada pelo diplomata brasileiro 
para conduzir a negociação de forma eficaz?
a) Apoiar prioritariamente as potências digitais, assegurando acesso a tecnologias 
de ponta e facilitando acordos bilaterais com os países desenvolvidos.
b) Adotar uma postura conciliatória que valorize a regulação internacional mínima, 
permitindo que o mercado dite as normas da segurança cibernética.
c) Defender a construção de um consenso multilateral pautado na equidade digital, 
promovendo acordos que respeitem a soberania dos países em desenvolvimento 
e fortaleçam a cooperação internacional.
d) Propor a criação de um bloco regional latino-americano de regulação digital, 
afastando o Brasil de disputas geopolíticas e reduzindo o envolvimento com 
organismos multilaterais.
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QUESTÃO 02:
Uma empresa multinacional do setor de tecnologia, com sede no Brasil, está 
enfrentando dificuldades em manter acordos comerciais com países da Ásia Oriental 
devido à instabilidade política gerada por disputas comerciais entre os Estados Unidos 
e a China. Essa instabilidade afeta diretamente as cadeias de suprimento, a circulação 
de dados e a negociação de tarifas aduaneiras. A equipe de relações internacionais 
da empresa precisa elaborar uma estratégia de reposicionamento que minimize os 
impactos dessas tensões políticas sobre os seus negócios, sem comprometer seus 
compromissos com os princípios da globalização.
Diante do contexto apresentado, qual abordagem mais adequada deve ser adotada 
pela equipe de relações internacionais da empresa para garantir a continuidade das 
operações e a inserção estratégica nos mercados globais?
a) Redirecionar as operações da empresa exclusivamente para países da América 
Latina, visto que compartilham maior proximidade cultural e menor tensão política.
b) Estabelecer parcerias com blocos regionais que não estejam diretamente 
envolvidos nas disputas, como a União Europeia e o Sudeste Asiático, 
diversificando mercados e reduzindo a dependência de regiões instáveis.
c) Concentrar os esforços comerciais em países neutros, evitando qualquer tipo 
de alinhamento político, mesmo que isso implique em altos custos logísticos 
e operacionais.
d) Suspender temporariamente as atividades de comércio internacional até que 
as disputas comerciais entre grandes potências sejam resolvidas e o cenário 
volte à estabilidade.
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CAPÍTULO 9
CIDADES, HABITAÇÃO 
E QUALIDADE DE 
VIDA – TERRITÓRIOS, 
SOCIODIVERSIDADE E 
DIVERSIDADE CULTURAL
Olá, Estudante! Neste capítulo, vamos compreender acerca de questões relacionadas 
à moradia e à experiência de vida nas cidades, considerando a diversidade social e 
cultural presente nos diferentes territórios e espaços onde a sociedade se organiza. 
Nosso objetivo é desenvolver um olhar crítico e reflexivo, capaz de interpretar a 
realidade a partir de distintas situações, identificando aspectos positivos e negativos 
da organização social dos espaços e do acesso a eles.
9.1 Viver a cidade
Você já vivenciou a situação de falar sobre uma cidade pela qual tem grande apreço 
e perceber que a outra pessoa possui uma opinião completamente diferente da sua? 
Esse tipo de contraste é comum porque cada indivíduo estabelece uma relação singular 
com o espaço em que está inserido. 
As cidades são organismos vivos e dinâmicos, e a forma como cada pessoa as 
experimenta pode variar significativamente, seja pelo sentimento de acolhimento ou 
exclusão, pela percepção da beleza ou degradação, ou ainda pelas oportunidades e 
limitações vivenciadas. Em essência, cada pessoa constrói sua própria experiência 
urbana.
Se essa diversidade de percepções pode ser sentida mesmo em cidades que 
visitamos por poucos dias, ela se intensificanas cidades onde vivemos e crescemos, 
pois é nesses espaços que se formam e se desenvolvem as nossas relações sociais 
mais duradouras.
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É importante compreender que a cidade não é apenas um conjunto de edificações 
e comércios. Trata-se de um espaço historicamente construído, que reflete e reproduz 
as transformações sociais ao longo do tempo. Ao mesmo tempo em que é moldada 
pelas dinâmicas da sociedade, a cidade também exerce influência direta sobre a vida 
cotidiana da população.
Por exemplo, em cidades com maior arborização, é comum que os moradores 
realizem caminhadas sob a sombra das árvores, o que favorece a prática de atividades 
ao ar livre. Já em cidades com pouca vegetação, a exposição direta ao sol pode 
desencorajar esses hábitos. Esses aspectos, que podem parecer triviais, têm impactos 
concretos na qualidade de vida, no uso do espaço urbano e na forma como os sujeitos 
se apropriam da cidade. 
Nas grandes cidades, uma das questões centrais a ser analisada é a forma como 
a população consegue acessar os diferentes espaços e serviços urbanos. Para quem 
reside nas periferias, o acesso a direitos básicos, como educação, saúde e cultura, 
se apresenta como um desafio. Quando há hospitais, postos de saúde ou centros 
educacionais próximos à residência, o uso desses serviços tende a ser mais facilitado. 
No entanto, na ausência desses equipamentos no bairro, o deslocamento necessário 
pode levar à postergação ou até mesmo à inviabilidade do acesso, especialmente em 
situações emergenciais.
Além disso, o tempo de deslocamento diário impacta diretamente a vida de grande 
parte dos trabalhadores dos centros urbanos. Muitos gastam horas no transporte 
público para chegar ao local de trabalho, o que compromete significativamente o tempo 
disponível para outras dimensões da vida, como o lazer, os estudos, o cuidado com o lar 
e o convívio familiar. Soma-se à extensa jornada de trabalho o tempo de deslocamento, 
resultando em uma drástica redução das horas destinadas à vida privada.
Essa dinâmica urbana tem efeitos concretos sobre a qualidade de vida e sobre o 
conjunto de possibilidades que as pessoas têm de realizar seus desejos, desenvolver 
suas potencialidades e exercer plenamente seus direitos como cidadãos. Além da 
questão logística da locomoção, também existem os empecilhos circunstanciais do 
movimento pela cidade. 
Uma pessoa que se locomove por meio de cadeira de rodas necessita que os espaços 
urbanos – como calçadas, prédios e equipamentos públicos – sejam acessíveis, ou 
seja, projetados e construídos levando em consideração suas condições de mobilidade. 
Degraus, escadas, rampas muito íngremes e portas estreitas representam barreiras 
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físicas que dificultam ou até impedem sua circulação. A ausência de acessibilidade revela 
uma cidade que não foi pensada para todos os corpos, evidenciando desigualdades 
na apropriação dos espaços urbanos.
Da mesma forma, a sensação de segurança é um fator determinante para o modo 
como as pessoas usufruem da cidade. Em locais com baixos índices de violência 
urbana, é mais comum que os moradores se sintam seguros para realizar atividades 
como caminhar sozinhos à noite, retornar da universidade a pé, frequentar shows em 
praças públicas ou praticar esportes em horários mais tardios. Já em cidades com altos 
índices de violência, essas mesmas atividades tendem a ser evitadas, especialmente 
por aqueles que não dispõem de recursos financeiros para garantir meios de transporte 
privados ou outras formas de proteção.
Esses exemplos evidenciam como a infraestrutura urbana, aliada a fatores sociais 
como a segurança pública, interfere diretamente na qualidade de vida e no grau de 
liberdade com que diferentes grupos sociais acessam e vivenciam os espaços da 
cidade.
Além das situações já mencionadas, há um componente socioeconômico – e, muitas 
vezes, racial – que atravessa a forma como os indivíduos vivenciam a cidade. Algumas 
pessoas, em função de sua condição financeira, cor de pele ou outros marcadores 
sociais, não se sentem pertencentes a determinados espaços urbanos. Frequentar 
certos locais pode ser percebido, por essas pessoas, como um ato de transgressão, 
como se aquele ambiente não lhes fosse permitido.
Essa sensação não é apenas subjetiva, mas frequentemente reforçada por estruturas 
sociais e urbanas que segmentam a cidade. Em muitos casos, o modo como o espaço 
urbano é planejado e administrado reproduz lógicas de exclusão que atribuem a 
determinados grupos – por classe, raça ou gênero – o direito de circular apenas 
em certos territórios. Dessa forma, o projeto urbano acaba organizando a cidade de 
maneira a promover experiências distintas para diferentes grupos sociais.
Essa segregação se manifesta tanto em espaços privados, como shopping centers, 
teatros e cinemas, quanto em espaços públicos, como praias e parques. Há locais 
mais elitizados, com acesso mais restrito – ainda que não explicitamente – e outros 
considerados mais populares, voltados ao público em geral. 
Por diversas vezes, estratégias urbanas e políticas públicas (ou a ausência delas) 
podem tornar o acesso aos espaços mais sofisticados difícil para as camadas populares. 
Essa limitação pode ocorrer de maneira sutil e ser naturalizada no cotidiano, passando 
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despercebida por grande parte da população. Sem um olhar crítico, poucos percebem 
que determinados espaços foram pensados – direta ou indiretamente – para atender 
apenas a um público específico.
9.1.1 Estudo de caso
Uma mãe recém-chegada a uma grande cidade deseja levar seus filhos para passear 
em um parque que sempre viu na televisão. No domingo, após perguntar a alguns 
colegas sobre como chegar até o local, ela prepara o carrinho de bebê, arruma a filha 
mais velha e sai para realizar a tão esperada visita.
Ao chegar ao ponto de ônibus, a mãe e seus dois filhos aguardam por cerca de uma 
hora, até que o primeiro veículo da linha desejada finalmente passa. Subir no ônibus 
com o carrinho de bebê, sem o auxílio de ninguém, mostra-se uma tarefa bastante 
desafiadora.
Ao chegarem ao parque, descobrem que as únicas lanchonetes disponíveis cobram 
preços altíssimos e que, fora dessas lanchonetes, há poucos bancos disponíveis para 
sentar. Apesar da entrada no parque ser gratuita, o acesso ao zoológico – onde as 
crianças poderiam ver os animais – exige pagamento e agendamento prévio pela 
internet.
Com base na hipotética situação descrita, responda:
• Como foi a experiência dessa família no parque? 
• Levando em consideração a diferença possível de disponibilidade de recursos 
econômicos entre as diversas classes sociais, uma família pobre teria tido a 
mesma experiência de uma família rica?
• O poder público, ao construir e manter espaços como esse, prioriza o acesso 
de todos, ou privilegia algumas classes sociais?
Aparentemente, de acordo com a situação narrada, a experiência vivida por aquela 
família não parece ter sido condizente com a expectativa criada, gerando ao invés 
de uma tarde de descanso, uma experiência com muitos entraves e muitos gastos. 
Essa situação seria minimizada se os custos daquela experiência fossem muito 
pequenos, comparados com a disponibilidade de recursos financeiros da família 
visitando aquele parque, o que significa que as classes sociais diferentes acabam 
tendo experiências diferentes nesse tipo de situação. Nesse sentido, o poder público, 
diversas vezes, esquece de garantir o acesso comum, de todos, privilegiando algumas 
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classes e apresentando alternativas que, nem sempre, são muito agradáveis para 
aqueles que têm menos condições sociais.
9.2 Habitação e qualidade de vida
O que significa terna vida de outras pessoas, de modo que 
se alguém em um lugar muito distante jogue um lixo nesse rio, isso pode chegar até 
aquela pessoa que está isolada. Igualmente, a poluição que se lança pelo ar, chega a 
alguém que está a quilômetros de distância, de modo que não se vive completamente 
isolado da ação dos outros seres humanos. 
Isso é mais perceptível quando se vive em comunidade. Uma pessoa que lança 
veneno em sua plantação pode acabar atrapalhando seu vizinho que planta uma 
espécie diferente. Ou ainda, se você precisa arrumar um cano que quebrou no seu 
apartamento, isso pode tirar o sono da pessoa que mora no apartamento ao lado. O 
que queremos dizer é que o tempo todo interferimos nas vidas uns dos outros. A vida 
se dá em comunidade e essa é uma percepção antiga. Aristóteles já dizia na Grécia 
antiga que o ser humano é um animal político. 
Normalmente vivemos a partir de costumes. Se aprendeu a fazer o sinal da cruz todas 
as vezes que passa em frente a uma igreja, talvez esse hábito tenha se implantado em 
você e você passe a acreditar que não fazer isso é algo errado e que quem não o faz 
é desrespeitoso. No entanto, esse é um costume, que foi estabelecido historicamente 
por um grupo de pessoas. As pessoas que não passaram por aquele processo histórico 
simplesmente não pensam sobre isso, porque aquilo não é algo que lhes diz respeito. 
Então, com base nessa percepção, você pode refletir: é errado não fazer o sinal da 
cruz ao passar em frente da igreja? Devo punir de alguma forma quem não faz isso? 
Por que eu faço essa ação e qual é a importância dela na minha vida? Quando se reflete 
sobre algo, é possível chegar a uma decisão que supere a moral que está estabelecida 
dentro do grupo e tomar uma decisão a partir da simples percepção sobre o que deve 
ou não ser feito porque aquilo é correto ou incorreto, justo ou injusto. É desse modo 
que a ética define as ações e interfere diretamente na vida do indivíduo e do coletivo. 
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Quando a ética é utilizada no sentido político, ou seja, quando é voltado a pensar no 
bem da comunidade, aí há uma ação cidadã, uma escolha em prol do bem comum. 
Nós agimos em sentido político sempre que pensamos naquilo que é coletivo. A 
cidadania acontece quando esse pensamento para o que é coletivo incide nas regras 
de convivência. 
Por exemplo, uma pessoa pode pensar “eu não vou votar nas eleições porque não 
conheço nenhum candidato e não ganho nada com isso” ou pode pensar “vou votar 
no candidato que possui a melhor plataforma, porque ele tomará decisões que farão 
bem para minha cidade”. As duas ações são políticas, porque interferem no coletivo, 
mas na segunda opção, quando se pensa ativamente naquilo que é o bem comum, 
há uma ação cidadã. 
Figura 1. Voto 
Fonte: Pexels1.
Para agir com cidadania não é necessário fazer parte da política partidária ou 
entrar para um grupo da sociedade civil organizada. A cidadania se vive quando há 
uma participação ativa, direta ou indireta naquilo que é próprio da coletividade. Essas 
ações devem ser norteadas por decisões sobre o que é correto e incorreto e isso se 
dá no campo da ética. 
A ética é aquilo que nos move sempre para agir de acordo com o que é correto. 
A ação ética depende de uma reflexão, de um pensamento sobre o que é correto 
em determinada situação. Não existe uma ética pura, pois ela sempre diz respeito a 
alguma situação específica. 
A ética e a cidadania são pilares de qualquer democracia e se manifestam em nosso 
dia a dia, muito além do período eleitoral. Um exemplo claro disso é o passe estudantil, 
que permite ao aluno embarcar no ônibus sem pagar pela passagem. Essa política 
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-deixando-cair-papel-na-caixa-1550337/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-deixando-cair-papel-na-caixa-1550337/
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pública existe porque, em um regime democrático, os governantes compreendem a 
importância de assegurar o acesso gratuito ao transporte para quem se dedica aos 
estudos. Ao aprovar essa medida, os representantes eleitos traduzem a vontade de 
toda a população, incluindo a comunidade estudantil.
Entretanto, a democracia não se resume à escolha de lideranças a cada eleição; ela 
exige a participação ativa dos cidadãos em todas as etapas do processo político. Quando 
a sociedade deixa de expressar suas opiniões ou de cobrar dos governantes, corre o 
risco de concentrar o poder em poucas mãos e de enfraquecer a representatividade 
popular. Exercitar a cidadania significa dialogar, propor melhorias e fiscalizar as decisões 
públicas. É por meio desse engajamento constante que asseguramos a efetividade 
das leis e a legitimidade das ações do Estado.
Há, porém, direitos fundamentais que não podem ser objeto de disputa, pois 
sustentam a dignidade de cada indivíduo. Mesmo em um sistema capitalista, no qual 
bens e serviços são trocados por dinheiro, princípios como a liberdade, a igualdade 
e o acesso à educação devem ser preservados em todas as circunstâncias. Esses 
valores não podem ser mercadorias nem dependem das oscilações do mercado; são 
conquistas irreversíveis que garantem a justiça social e a convivência democrática.
Agora, imagine que uma pessoa seja tão pobre que não tenha dinheiro para pagar 
por água ou por comida, você acha que é justo que essa pessoa fique sem comer e 
beber até não resistir e perder sua vida? Mesmo vivendo em um sistema democrático, 
onde as ações do governo são escolhidas pelo povo, o próprio povo não pode tirar 
algumas coisas dos indivíduos, como o direito à vida, saúde e alimentação. Por isso 
que se desenvolveu no século passado uma ampla discussão sobre quais deveriam 
ser os direitos básicos de todo ser humano. 
Essa reflexão ganha força no contexto das grandes guerras mundiais, quando nações 
inteiras ficaram devastadas e passaram a depender dos países vencedores. Diante 
desse cenário, colocou-se a seguinte pergunta: quais garantias devem ser conferidas 
a todo ser humano, independentemente de sua nacionalidade, cor de pele, gênero ou 
condição socioeconômica?
Os direitos humanos emergem como a resposta a esse questionamento. À medida 
que suas primeiras declarações ganharam forma, foram aperfeiçoadas para abarcar 
aspectos cada vez mais específicos – e é justamente esse processo de refinamento 
que analisaremos a seguir.
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1.3 Olhar atento para os direitos humanos
Devemos atentar cuidadosamente para os direitos humanos, pois, nos dias de hoje, 
esse tema pode nos confundir com facilidade, quase como uma armadilha. Vivemos 
numa era de comunicação digital ágil e desregulada, em que qualquer pessoa pode 
emitir sua opinião e, imediatamente, alcançar um público vasto.
A questão é que às vezes as opiniões são confundidas com verdades porque elas são 
feitas de maneira tão bem elaborada e tão cativante que acabam passando a sensação 
de algo muito profundo, como uma verdade costuma ser. Os direitos humanos são 
duramente criticados em nossos dias porque muitas vezes não são contextualizados, 
ou são vistos de forma muito parcial, a partir de uma exceção e não de uma regra. 
Um exemplo: Uma pessoa bate à sua porta pedindo ajuda, pois está com fome. 
Você explica que não dispõe de dinheiro, mas se oferece para preparar um prato de 
comida para saciá-la. Mesmo assim, ela recusa a refeição, vai embora e ainda o trata 
com desdém. 
Do ponto de vista ético, você entendeu que não podia dar o dinheiro – pois esse 
recurso lhe faria falta –, mas não podia deixá-la passar fome; sua intenção foi a melhor 
possível. No entanto, frustrado com a rejeição, você passa a compartilhar nas redes 
sociais opiniões negativas sobre quem pede esmola, afirmando que essas pessoas 
são “horríveis” e deveriam ser presas, pois, segundo você, pedemqualidade de vida? Como essa questão foi ensinada a você, e o 
que você pensa a esse respeito? Em nossa sociedade, é comum que o debate sobre 
qualidade de vida seja ofuscado por discussões voltadas às condições mínimas de 
existência. Essa priorização, embora compreensível diante das desigualdades sociais, 
acaba dificultando reflexões mais profundas e abrangentes sobre o tema.
Inicialmente, a qualidade de vida está relacionada ao atendimento das condições 
básicas para uma existência digna – como o acesso à saúde, à educação e à moradia, 
todos direitos previstos na legislação brasileira. No entanto, é fundamental ir além 
da simples existência desses direitos e analisar a qualidade com que são efetivados.
Ter acesso à saúde, por exemplo, não significa apenas ter um posto de atendimento no 
bairro. É preciso considerar como esse serviço funciona: o atendimento é humanizado? 
O espaço é limpo e acessível? Os profissionais são suficientes e bem preparados? 
Os exames e encaminhamentos são feitos de forma ágil? Esses aspectos impactam 
diretamente a vivência concreta do direito à saúde e, portanto, a qualidade de vida.
O mesmo vale para a educação e a moradia. Não basta apenas que existam escolas 
e casas; é necessário refletir sobre a qualidade do ensino oferecido, a infraestrutura 
escolar, as condições de habitabilidade, a localização das moradias e o acesso a 
serviços e oportunidades.
Portanto, ter qualidade de vida é viver com dignidade, segurança, bem-estar físico 
e emocional, e com acesso a oportunidades de desenvolvimento pessoal e coletivo. 
É fundamental ampliar o debate para além do básico, garantindo que as políticas 
públicas não apenas existam, mas sejam efetivas, inclusivas e de qualidade.
No que diz respeito às moradias, vivemos em uma sociedade em que muitas pessoas 
são privadas até mesmo de ter um local onde viver. Nessa realidade, o simples fato 
de possuir um teto ou conseguir pagar um aluguel já é frequentemente visto como 
uma conquista significativa. No entanto, há muito mais a ser considerado quando 
falamos em moradia digna.
É necessário refletir, por exemplo: qual é a localização dessa casa? Ela está situada 
em uma área de risco, onde há possibilidade de deslizamentos de terra ou enchentes? A 
rua em frente é asfaltada? Há iluminação pública, rede de esgoto, coleta de lixo e acesso 
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à água tratada? Além da infraestrutura, outro aspecto fundamental é a segurança. O 
local onde se vive oferece proteção e tranquilidade ou está sob o domínio de facções 
criminosas, expondo os moradores a constantes situações de violência e medo?
Essas são questões essenciais para se pensar a moradia não apenas como um 
espaço físico, mas como um direito que deve garantir qualidade de vida, dignidade, 
segurança e bem-estar.
Figura 1. Periferia urbana
Fonte: Pexels1.
Quando pensamos na distribuição da população dentro de uma cidade, especialmente 
nas grandes metrópoles, constatamos que a população negra ocupa estatisticamente 
as regiões periféricas em muito maior proporção. Essa realidade tem causas históricas 
bastante evidentes.
No contexto do fim do regime escravocrata no Brasil, com a assinatura da Lei Áurea 
em 1888, os trabalhadores escravizados e suas famílias foram despejados das fazendas 
e lançados nas cidades sem nenhum recurso financeiro – afinal, não recebiam salário 
e, portanto, não tinham como acumular patrimônio. Além disso, estavam desprovidos 
de instrução e sem qualquer apoio governamental. Assim, as periferias foram os únicos 
locais disponíveis para sua instalação.
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-aerea-da-densa-paisagem-urbana-do-brasil-32598771/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-aerea-da-densa-paisagem-urbana-do-brasil-32598771/
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A proclamação da República, em 1889, tampouco considerou as grandes 
necessidades dessa população, que passava a viver em uma nova organização social. Os 
trabalhadores recém-libertos foram relegados ao trabalho braçal, às moradias precárias 
e à marginalização social, criando uma condição que se perpetua por gerações. Por 
essa razão, até hoje, a distribuição urbana mantém negros e pardos concentrados 
em regiões afastadas e socialmente marginalizadas, o que dificulta seu acesso às 
oportunidades e recursos localizados nas áreas centrais da cidade.
9.3 A diversidade cultural e social
A dominação de territórios sempre foi uma das principais causas de guerras e 
conflitos ao redor do mundo. Atualmente, ainda presenciamos conflitos motivados por 
essa disputa, como as guerras na Ucrânia e na Palestina. No caso da Palestina, talvez 
seja mais fácil perceber como a disputa territorial, aliada à diversidade sociocultural, 
pode gerar um conflito marcado por milhares de mortes e intensa destruição.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas elaborou um plano 
para a divisão do território palestino, destinando 45% da terra aos árabes palestinos e 
55% aos judeus. Contudo, em 1948, os judeus declararam a independência do Estado 
de Israel, sem a aprovação da ONU. Desde então, diversos conflitos têm ocorrido 
na região, resultando na redução progressiva do território palestino e colocando a 
população local em uma situação de privação de independência em sua própria terra.
Atualmente, a população palestina na Faixa de Gaza enfrenta sérias dificuldades: 
não possui acesso regular a água potável, alimentação adequada ou medicamentos, 
dependendo frequentemente de auxílio internacional, que muitas vezes é bloqueado 
pelo Estado de Israel, que detém superioridade econômica e militar na região.
A diversidade de culturas é um elemento que, em muitos casos, gera conflitos 
entre pessoas que vivem em regiões próximas e gera uma desigualdade muito grande 
entre aquilo que se acessa em uma região ou outra. A cultura de um povo estabelece 
as bases de seus hábitos, sua religião, suas formas de produção, e sua ideologia, o 
que acaba sendo em diversos casos a motivação para que haja uma separação, um 
tratamento diversificado, e conflitos dos mais diversos. 
Geralmente, os conflitos entre as pessoas ficam mais intensos quando há uma 
diferença de condição social. Quem tem mais privilégios acaba impondo sua vontade 
sobre quem tem menos recursos, o que não gera só desentendimentos, mas também 
uma situação de opressão contra indivíduos, grupos, raças, religiões e povos.
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Mesmo nos dias atuais, quando se reconhece que a diversidade cultural é positiva 
e diversos exemplos ao redor do mundo demonstram que o convívio entre culturas 
distintas promove um enriquecimento mútuo, ainda persistem muitas manifestações 
de segregação baseadas em diferenças culturais e sociais.
Um exemplo claro dessa resistência à multiplicidade sociocultural é a existência, 
dentro do próprio Brasil, de regionalismos que são vistos erroneamente, além de 
preconceitos enraizados em culturas locais. Essa realidade também se estende às 
diferentes classes sociais e às relações frequentemente problemáticas entre elas.
No Brasil contemporâneo, não é incomum presenciar situações em que jovens de 
classes sociais distintas são impedidos de se relacionar, por preconceitos enraizados. 
Além disso, é comum que estudantes que ingressam em universidades por meio 
de programas de inclusão social tenham que enfrentar tratamento diferenciado por 
parte de seus colegas, tendo que lidar com resistências que questionam tanto sua 
capacidade quanto seu direito de frequentar aquele espaço.
Nesse sentido, a superação dos desafios passa por uma leitura crítica e reflexiva 
de mundo que leva em consideração em cada decisão e cada comportamento a 
perspectiva de como são os formados por diferenças culturais e de como as diferenças 
socioeconômicas precisam ser diminuídas aoinvés de aumentadas.
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Uma metrópole brasileira sofre com altas taxas de doenças respiratórias e 
cardiovasculares em bairros de alta densidade populacional e tráfego intenso. A 
secretaria municipal de saúde propõe a articulação com outros setores da administração 
pública para reduzir os impactos ambientais e melhorar os indicadores de saúde e 
qualidade de vida urbana.
Diante do cenário apresentado, qual das seguintes propostas representa uma 
abordagem inovadora e eficaz para a melhoria da qualidade de vida urbana no território 
afetado?
a) Substituir progressivamente os veículos a combustão por elétricos em toda 
a frota de transporte público, priorizando a eficiência energética e o uso de 
tecnologias verdes.
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b) Criar corredores verdes urbanos com arborização intensa e ciclovias integradas, 
articulados a políticas de mobilidade ativa, saúde pública e educação ambiental 
nas comunidades.
c) Instalar barreiras acústicas e purificadores de ar em áreas de maior emissão de 
poluentes, utilizando recursos tecnológicos para mitigar os impactos imediatos.
d) Promover campanhas educativas sobre os riscos da poluição e estimular a 
população a adotar comportamentos sustentáveis, como o uso de bicicletas 
ou a carona solidária.
QUESTÃO 02:
Uma prefeitura de médio porte do Sudeste brasileiro enfrenta o crescimento 
desordenado de bairros periféricos, com ocupações informais em áreas sem 
infraestrutura básica, o que impacta diretamente na qualidade de vida da população. 
A gestão atual deseja desenvolver uma política pública habitacional integrada e 
sustentável, com participação social e inovação nos processos urbanos, respeitando 
os princípios da função social da cidade e do direito à moradia digna.
Qual estratégia seria mais adequada e inovadora para enfrentar o desafio da 
habitação irregular e promover qualidade de vida nesses territórios urbanos?
a) Ampliar o número de unidades habitacionais em áreas mais afastadas do centro 
urbano, reduzindo o custo do solo e realocando os moradores das ocupações 
irregulares.
b) Firmar parcerias com empresas de engenharia para acelerar a regularização 
fundiária e a verticalização dos espaços urbanos com financiamento público-
privado.
c) Implementar políticas de urbanização participativa, com regularização fundiária, 
acesso à infraestrutura básica e incentivo à autogestão comunitária dos espaços, 
respeitando o protagonismo local e promovendo inclusão territorial. 
d) Criar um programa de subsídio habitacional centralizado, oferecendo descontos 
para que famílias adquiram imóveis em programas imobiliários pré-existentes 
do município.
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CAPÍTULO 10
ACESSIBILIDADE E 
INCLUSÃO SOCIAL
Olá, Estudante! No presente capítulo, trabalharemos a temática da acessibilidade 
e de sua relação com a inclusão social. Nesse cenário, vamos lidar tanto com o 
desenvolvimento da competência de comunicação em diversos contextos sociais, 
quanto com a capacidade de resolução de problemas e criação de oportunidades em 
contextos distintos. A temática trabalhada é cotidiana, embora muitas vezes não seja 
corretamente compreendida e interpretada. 
10.1 O que é acessibilidade?
O que você entende por acessibilidade? Em que contextos você utiliza esse termo e 
em quais ocasiões foi convidado a refletir sobre o acesso das pessoas? Suas respostas 
a essas perguntas dependem muito da sua experiência de vida e dos ambientes que 
você frequenta, conforme as situações que vivencia. 
Apesar de natural, essa realidade evidencia que, infelizmente, o tema da acessibilidade 
ainda não é amplamente debatido em nossa sociedade, restringindo-se a nichos 
específicos. Por exemplo, quem estuda ou trabalha com arquitetura tem maior contato 
com as discussões relativas à acessibilidade arquitetônica.
A acessibilidade é, sobretudo, tema de debate entre pessoas que enfrentam alguma 
limitação específica, normalmente aquelas com deficiência, e que, por conta disso, 
encontram barreiras no dia a dia. O exemplo mais simples é o da pessoa que se 
locomove em cadeira de rodas e, por isso, tem dificuldade para acessar edifícios que 
possuem apenas escadas ou rampas muito íngremes. 
Contudo, esse caso não abrange a diversidade de situações em que é necessário um 
recurso acessível. Uma pessoa surda, por exemplo, para assistir a um filme, precisa de 
um suporte visual – geralmente fornecido pelas legendas. No entanto, se ela estiver 
na escola e precisar acompanhar uma aula, o acesso a esse direito torna-se muito 
mais complexo, pois depende não apenas de um intérprete em Língua de Sinais, 
mas também de uma formação que permita à pessoa conhecer e usar esse idioma. 
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Quando essa tradução não é oferecida, a pessoa fica excluída daquele ambiente, seja 
ele público ou privado.
A discussão sobre a acessibilidade torna-se humanista no sentido em que parte do 
pressuposto de que a participação de cada pessoa é igualmente importante, mesmo 
que as pessoas com deficiência sejam numericamente inferiores às pessoas sem 
algum tipo de deficiência.
A discussão sobre acessibilidade assume um caráter eminentemente humanista, 
pois parte do princípio de que a participação de cada indivíduo é igualmente valiosa, 
ainda que as pessoas com deficiência sejam estatisticamente minoria. Além da 
acessibilidade arquitetônica já mencionada, existem diversas outras dimensões que 
compõem o debate contemporâneo. 
Destaca-se, por exemplo, a acessibilidade comunicacional, que garante a 
compreensão mútua em situações de diálogo: é o direito de entender o que o outro 
expressa e de ser compreendido. Essa modalidade de acessibilidade supera barreiras 
históricas de exclusão, beneficiando pessoas com deficiência visual, auditiva ou de 
outra natureza e promovendo um ambiente verdadeiramente inclusivo.
Figura 1. Homem lendo em braille
Fonte: Pexels1.
 
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-mesa-balcao-sentado-6609420/. 
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Outro tipo de acessibilidade presente em nosso cotidiano, mas nem sempre debatido, 
é a acessibilidade metodológica ou pedagógica, que diz respeito aos métodos e aos 
sistemas empregados no processo de ensino-aprendizagem. Historicamente, ao 
pensarmos na escola – sua organização de tempos e espaços e a proposição de 
suas metodologias – partimos de um ideal educativo que nem sempre leva em conta 
a diversidade dos sujeitos que frequentam aquele ambiente.
A acessibilidade pedagógica ocorre quando os métodos adotados e o próprio 
sistema escolar são flexibilizados e repensados para incluir pessoas com necessidades 
específicas. Por isso, no âmbito escolar, valoriza-se cada vez mais a presença de 
profissionais especializados em educação inclusiva, capazes de oferecer atividades 
diversificadas e de adequar tempos e espaços para que todos os estudantes possam 
participar plenamente.
Mais recentemente, passa a figurar nas discussões acerca da acessibilidade a 
questão da acessibilidade digital, relacionada ao uso correto e ao acesso aos meios 
digitais de comunicação e informação. A oferta de interfaces, conteúdos e plataformas 
acessíveis garante a participação de pessoas com diferentes tipos de deficiência em 
ambientes virtuais, ampliando oportunidades de aprendizado, trabalho e convivência 
social.
10.1.1 Estudo de caso
Imagine um estudante em fase pré-vestibular que deseja acompanhar sua turma 
e se preparar para o ensino superior. Os professores recomendam complementar os 
estudos com vídeos de uma plataforma que revisa conteúdos e oferece dicas valiosas 
para o processo seletivo. Contudo, esse estudante, portador de deficiência, ao acessar 
o serviço, constata que as aulas não foramadaptadas e que a plataforma não permite 
o uso de aplicativos de tradução ou outras ferramentas de acessibilidade.
• Essas limitações da plataforma em questão tem um potencial de gerar uma 
exclusão social?
• Ao estendermos a situação hipotética para outros campos da vida desse 
estudante, o quanto a falta de acessibilidade digital pode implicar em sua criação 
de laços sociais e na sua competitividade acadêmica?
• Por que, empresas e plataformas nem sempre levam em consideração a 
diversidade de necessidades de seus consumidores? 
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Sempre que existem barreiras à acessibilidade, abre-se espaço para a exclusão 
social. Essa exclusão costuma ser percebida, em primeiro lugar, por quem vive com 
alguma deficiência e acaba privado de direitos básicos. Por isso, é fundamental que 
o setor público promova debates e políticas eficazes de inclusão.
Quando ampliamos essa reflexão para todas as áreas da vida, percebemos que 
a pessoa com deficiência enfrenta, cotidianamente, obstáculos que são fruto de 
construções sociais. A falta de discussão e a omissão de ações efetivas mantêm 
essa população à margem da sociedade.
No universo corporativo, muitas plataformas operam com lógica de massificação, 
supondo que todos os usuários dispõem do mesmo nível de acesso. Entretanto, as 
condições de acesso variam amplamente, e considerar essa diversidade pode se 
tornar um diferencial competitivo significativo.
10.2 Acessibilidade atitudinal
A acessibilidade atitudinal é o tipo de acessibilidade mais ampla E o que mais precisa 
ser trabalhado socialmente. Mesmo se todas as barreiras físicas fossem sobrepostas 
pelas pessoas com deficiência ainda restaria a relação com os demais membros da 
sociedade, como essas pessoas são vistas e tratadas pelas pessoas sem deficiência. 
É nesse sentido que se torna cada vez mais necessário um debate público amplo sobre 
a acessibilidade atitudinal, ou seja, sobre quais as atitudes que devem ser tomadas 
para garantir o convívio e o acesso adequado das pessoas com deficiência.
 Historicamente, quando as pessoas com deficiência não são totalmente excluídas de 
algum círculo social elas acabam sendo tratadas como coitadas ou inferiores, deixando 
assim um lastro problemático na forma da construção social das relações. Não é 
preciso dizer que esse tipo de atitude é problemático porque esconde o tratamento 
mais adequado que impede que as pessoas com deficiência sejam consideradas 
como iguais e acessem a sociedade de forma equitativa.
Para que exista acessibilidade atitudinal, é preciso promover uma educação que 
evite a exclusão e o tratamento pejorativo das pessoas com deficiência. Esse processo 
começa com um diálogo transparente, que não oculte limitações ou diferenças, mas 
valorize o acolhimento e a escuta ativa.
Por exemplo, ao acompanhar alguém com deficiência visual, não se deve tocá-la 
sem antes pedir permissão, nem empurrar ou puxar a pessoa de forma intempestiva. 
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É fundamental perguntar como ela prefere ser tratada, se necessita de ajuda e de que 
modo essa assistência pode ser prestada.
10.3 O que é inclusão social? 
Incluir socialmente não se trata de uma atitude de assistencialismo, ou seja, não 
está relacionado com sanar algum problema pontual de um indivíduo em específico; 
diz respeito às condições de acesso e permanência de todos na sociedade de maneira 
justa, respeitando as particularidades de cada um, sem considerar que alguns devem 
estar à margem das relações sociais. Essa é uma realidade que não gera prejuízo 
algum para qualquer indivíduo, mas que em muitos casos é vista com certa reserva 
pelas pessoas que não entendem exatamente o que significa a inclusão social. 
 Uma sociedade que exclui não o faz de maneira pontual, mas aponta sua exclusão 
para diversos grupos e indivíduos em momentos diferentes, porque atua a partir de 
uma lógica excludente, ou seja, considera alguns mais importantes do que outros. 
Assim, quando se pensa na inclusão social se está pensando também no benefício 
coletivo, no desenvolvimento de um cenário com mais justiça para todos e todas e 
na inversão da lógica da exclusão como um princípio das relações sociais. 
Quando uma pessoa com deficiência é efetivamente incluída socialmente, isso não 
só enriquece a sua própria vida, mas também beneficia toda a sociedade, na medida 
em que sua participação torna as relações mais justas e plurais. Por isso, pensar em 
inclusão social jamais deve ser confundido com a concessão de favores pontuais 
ou assistências momentâneas a um grupo específico; o verdadeiro ganho acontece 
quando a coletividade se torna mais equitativa.
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Um centro comunitário que atende famílias em situação de vulnerabilidade social, 
incluindo pessoas com deficiência, percebe que os cursos de formação oferecidos 
têm baixa adesão desse público específico. Após ouvir os relatos dos participantes, 
a equipe gestora entende que, além das barreiras físicas, há ausência de escuta, 
linguagem acessível e adaptação de dinâmicas, o que limita o engajamento dessas 
pessoas nos espaços coletivos.
Diante desse cenário, qual seria a estratégia mais apropriada para favorecer a 
inclusão social e estimular o diálogo em contextos de formação comunitária?
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a) Traduzir todo o conteúdo dos cursos para Libras e disponibilizar intérpretes em 
algumas atividades formativas.
b) Realocar os cursos para locais com infraestrutura mais adequada, com rampas 
de acesso, iluminação e ventilação apropriadas.
c) Reformular os cursos com participação ativa dos usuários com deficiência desde 
o planejamento, promovendo acessibilidade comunicacional, metodológica e 
atitudes inclusivas nos grupos de aprendizagem.
d) Criar um curso exclusivo voltado para pessoas com deficiência, com temas 
específicos e instrutores capacitados para atender esse público.
QUESTÃO 02:
Uma escola pública da zona urbana de médio porte identifica a exclusão frequente de 
estudantes com deficiência visual nas atividades coletivas e eventos extracurriculares. 
Embora o currículo preveja inclusão, na prática os estudantes relatam não se sentirem 
parte das atividades comuns e interações cotidianas. A equipe pedagógica decide 
elaborar uma proposta que favoreça a convivência e o diálogo entre todos os estudantes, 
de forma contínua e sensível às diferenças.
Qual das ações a seguir representa uma estratégia mais eficaz para promover 
práticas de convivência inclusiva e o compartilhamento de saberes nesse contexto?
a) Criar materiais acessíveis em braille para os alunos com deficiência visual, 
permitindo que acompanhem as atividades em sala com maior autonomia.
b) Estimular os colegas de turma a oferecer ajuda de forma espontânea aos 
estudantes com deficiência sempre que perceberem dificuldades.
c) Propor projetos colaborativos entre estudantes com e sem deficiência, com 
mediação pedagógica e valorização das diferentes formas de expressão, 
ampliando as trocas culturais e o senso de pertencimento.
d) Realizar formações periódicas com os professores sobre inclusão e acessibilidade, 
garantindo que os educadores estejam preparados para lidar com situações 
específicas.
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CAPÍTULO 11
PROMOÇÃO DA SAÚDE E 
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
Olá, Estudante! Neste capítulo, abordaremos questões relacionadas à saúde, 
analisando-as tanto em seu âmbito social quanto pessoal e refletindo sobre como 
influenciam nossa percepção do bem-estar e da qualidade de vida. Nesse viés, vamos 
desenvolver, a partir de uma análise crítica aprofundada, habilidades de resolução de 
problemas e a capacidade de elaborar estratégias para situações concretas.
11.1 A saúde como direito social
Normalmente,pensamos a saúde como algo individual, algo que diz respeito a uma 
única pessoa em uma situação específica. Isso se dá por conta da nossa forma de 
olhar o mundo e perceber a realidade ao nosso redor. É comum que vejamos como 
prioridade aquilo que nos acomete, aquilo que podemos enxergar de forma mais direta 
em nossa própria vida. Todavia, a questão da Saúde transpõe o âmbito individual, e 
chega ao coletivo quando entendemos tanto sua origem quanto às possibilidades de 
melhoria. 
Uma pessoa que esteja gripada, por exemplo, tende a pensar na sua própria saúde 
individual, ou seja, pensa na sua dor de cabeça, na sua febre, na última ocasião 
em que estava gripada, e em quanto tempo os sintomas deixam de incomodar. No 
entanto, a gripe se instala a partir de um vírus que é transmitido socialmente, a partir 
do contato, de modo que uma pessoa gripada é apenas parte de um fenômeno muito 
maior que está acontecendo com um grupo de pessoas. 
No frio, quando as pessoas se aglomeram mais em ambientes fechados, a transmissão 
desse tipo de doença é mais comum. Se você se vacina antes da chegada do frio, 
diminui a possibilidade de adquirir a doença, mas diminui também a possibilidade 
de transmiti-la, interferindo necessariamente nesse fenômeno maior que acomete o 
grupo de pessoas daquele local. 
A saúde é um direito natural do ser humano, isso significa que mesmo que não 
houvesse leis que garantissem os direitos individuais e coletivos, ainda assim a saúde 
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seria algo que deveria ser garantido a todos. Os estados de direito se organizam de 
forma a atender essa necessidade de forma mais ampla ou mais limitada, pensando 
em estratégias para que toda população possa acessar de alguma forma uma vida 
saudável. 
Na prática, essa é uma realidade muito complexa, pois leva em consideração muitas 
particularidades e depende de muitos fatores externos. A água que se consome em 
uma determinada região influencia na saúde da população. A mesma coisa acontece 
com os alimentos que estão disponíveis para uma determinada população, quais são 
os alimentos mais caros, quais são os mais baratos, qual a qualidade desses alimentos 
em termos nutricionais, tudo isso influencia na vida da população. 
Quanto mais pobre for a família, maior será o consumo de alimentos mais disponíveis, 
mais baratos, mais acessíveis, enquanto que as famílias mais ricas podem escolher 
quais são os alimentos que irão consumir. Há também o fator do conhecimento 
básico sobre saúde e nutrição, pois as pessoas que conhecem menos podem acabar 
consumindo mais alimentos prejudiciais para a saúde.
 Outro fator que interfere no acesso ao direito à saúde é a cultura e a possibilidade 
de acompanhamento médico, tanto para prevenção quanto para tratamento de alguma 
doença. Existem locais com baixíssimo acesso a profissionais da área da saúde e 
poucos recursos de tratamento de doenças, enquanto que normalmente os grandes 
centros concentram os especialistas nas mais diversas áreas da Saúde e podem 
possuir um acesso mais direto aos tratamentos.
As informações sobre cuidados com a saúde, como a prática de atividades físicas, 
exames diagnósticos preventivos, hábitos e comportamentos, tudo isso depende de 
como a população é educada e comunicada. Por exemplo, se a Prefeitura de uma 
cidade disponibiliza inúmeras doses de uma vacina, mas não faz uma campanha para 
comunicar essa disponibilidade, a população não saberá que deve se vacinar naquele 
momento. Se a escola não ensina como fazer a higiene correta das mãos antes das 
refeições, dificilmente a população desenvolverá uma prática correta nesse sentido. 
Embora o tratamento de doenças seja frequentemente apontado como o principal 
desafio na área da saúde – pois depende de recursos financeiros, públicos ou privados 
para garantir consultas, exames e medicamentos – o direito à saúde vai muito além 
dessa dimensão reativa. Ele abrange também o acesso a informações de qualidade, 
a uma alimentação adequada e ao cultivo de uma cultura preventiva, que valorize 
hábitos saudáveis antes mesmo do surgimento de qualquer enfermidade. Proporcionar 
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meios para que todos possam se informar, se nutrir bem e adotar comportamentos 
de prevenção é tão essencial quanto oferecer tratamentos eficazes, pois é nesse 
equilíbrio que se constrói um sistema de saúde mais justo e sustentável.
O Brasil conta com o Sistema Único de Saúde (SUS), um avanço significativo nas 
políticas públicas, pois reúne recursos arrecadados dos contribuintes para oferecer 
atendimento universal e gratuito à população. Esse modelo, incomum em muitas 
nações, permite o acesso a consultas, exames, tratamentos e ações de promoção 
da saúde, fortalecendo o princípio de que todos têm direito a cuidados médicos de 
qualidade, independentemente de sua condição social.
11.1.1 Estudo de caso
Em uma comunidade Ribeirinha, o posto de saúde começa a identificar a reincidência 
de casos de doenças infecciosas que acometem o trato gastrointestinal, principalmente 
crianças e idosos que sofrem com essas doenças de forma recorrente. Essa comunidade, 
muito pequena, começa a buscar as causas da situação. Com base nessa situação 
hipotética, reflita sobre as questões a seguir:
• Quais são os possíveis motivos que podemos imaginar para a recorrência das 
mesmas doenças?
• O que pode ser feito para identificar a raiz do problema e solucionar a situação 
em curso?
• Como o conhecimento e a cultura preventiva poderiam amenizar a situação?
No caso de pequenas comunidades, é importante notar qual é a sua fonte de água 
potável, quais são os tratamentos dessa água utilizada e se não há algum tipo de 
contaminação acontecendo naquele local. Além disso, é importante questionar se a 
população conhece as formas básicas de higiene, de limpeza de alimentos para sua 
preparação, e a forma correta de descarte de dejetos. Esse tipo de conhecimento pode 
influenciar diretamente na transmissão de doenças como é narrado no caso acima. 
11.2 Saúde e qualidade de vida
Pensar em qualidade de vida vai muito além de simplesmente comprar objetos ou 
ter acesso a bens de consumo. Quando perguntamos “o que é viver bem?”, muitos 
respondem imediatamente citando conforto financeiro ou posses materiais. No 
entanto, são diversos os elementos que, em conjunto, constroem a nossa percepção 
de bem-estar no cotidiano.
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Em primeiro lugar, cuidar da saúde física e mental – por meio de um sono adequado, 
alimentação balanceada e prática regular de exercícios – ajuda a prevenir doenças 
e diminuir o estresse. Ao mesmo tempo, as relações com família, amigos e colegas 
são fundamentais, pois o apoio emocional e a troca de experiências fortalecem nosso 
senso de pertencimento. 
O lugar onde vivemos também faz diferença: um ambiente seguro, limpo e com 
fácil acesso a transporte, lazer e cultura amplia nossas possibilidades e incentiva 
atividades além dos estudos. Por fim, ter objetivos claros e alinhar projetos de vida 
aos estudos confere propósito e motivação a cada dia. Portanto, qualidade de vida 
é o equilíbrio dinâmico entre saúde, relações interpessoais, condições ambientais e 
realização pessoal – e cabe a cada um descobrir, na sua rotina de estudante, como 
harmonizar esses fatores para se sentir, de fato, bem.
Figura 2. Mãe e filha fazendo alongamento
Fonte: Pexels1.
A qualidade de vida vai muito além de fatores socioeconômicos: depende também 
do acesso à informação e da adoção de hábitos saudáveis. Conhecer os princípios 
de uma alimentação equilibrada e as atividades físicas adequadas fortalece a saúde 
e prolonga o bem-estar. 
No plano coletivo, é fundamental que gestores públicos ofereçam espaços e 
programas que estimulem caminhadas, corridas e esportes em quadras, além de 
áreas deconvivência voltadas a crianças e idosos. Esses ambientes favorecem a 
prática de hábitos positivos e a construção de vínculos sociais, essenciais para uma 
vida mais plena e integrada.
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-crianca-filho-atividade-4473622/. 
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11.3 Cuidados com a saúde mental e emocional
Quando pensamos em saúde é normal considerarmos primeiramente as questões 
relacionadas à saúde física. Entretanto, cada vez mais devemos mudar nosso olhar 
para perceber a complexidade da Saúde emocional e como isso impacta na vida das 
pessoas e na sociedade como um todo. Segundo estudos divulgados pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior incidência de transtornos de 
ansiedade no mundo, podendo chegar a um índice de mais de 9% da população com 
algum tipo de transtorno de ansiedade. 
Essa realidade nos chama atenção para o quanto conhecemos sobre saúde emocional 
e qual é a nossa estrutura de cuidado e atendimento desse tipo de doença. Depressão, 
síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada são alguns dos exemplos 
mais comuns de doenças e condições que afetam a população, incidindo na educação, 
na saúde e no mercado de trabalho. Culturalmente, nem todos conseguem entender 
em profundidade o impacto dessas condições na vida das pessoas, de modo que em 
muitos casos a pessoa que está acometida acaba tendo seu problema minimizado por 
aqueles que estão ao seu redor levando a um isolamento e uma pior em seu quadro.
A saúde emocional está muito relacionada com hábitos saudáveis, como a prática de 
atividades físicas e o segmento de uma rotina cotidiana minimamente agradável. No 
entanto, elementos sociais estruturantes e profundos podem interferir nessa condição 
e acabar levando uma pessoa a desenvolver os sintomas de problemas emocionais 
específicos. 
Por exemplo, uma pessoa que enfrenta horas de trânsito para chegar ao trabalho 
pode acabar se estressando mais em seu cotidiano e tendo aí um gatilho para o 
desenvolvimento de um problema emocional. A instabilidade em um posto de trabalho, 
as ameaças e assédios, também são elementos que podem interferir diretamente na 
saúde emocional das pessoas. 
As relações sociais como um todo são elementos importantes a serem analisados 
no contexto da construção da saúde emocional de um indivíduo ou de um grupo. 
Quanto mais saudáveis e constantes são as relações sociais, é mais provável que 
as pessoas desenvolvam o melhor trato emocional e consigam lidar melhor com as 
situações da vida.
O tratamento e a prevenção de distúrbios emocionais começam pelo autoconhecimento 
e encontram na psicoterapia seu método mais estruturado. No Brasil, embora o Sistema 
Único de Saúde ofereça esse serviço, é muito comum que as pessoas recorram a 
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profissionais da rede privada, o que restringe o acesso de quem possui menor poder 
aquisitivo. Essa limitação evidencia a necessidade de ampliar e fortalecer as políticas 
públicas, garantindo atendimento psicológico gratuito e de qualidade para toda a 
população.
Figura 3. Prática de psicoterapia
Fonte: Pexels2.
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Durante o período pós-pandêmico, uma escola pública de ensino médio apresenta 
altos índices de ansiedade, sedentarismo e uso abusivo de telas entre seus estudantes. 
A equipe pedagógica, junto ao conselho escolar e profissionais da saúde, busca uma 
intervenção capaz de atuar na prevenção de doenças mentais e físicas, estimulando 
hábitos saudáveis no cotidiano escolar.
Qual das iniciativas a seguir representa a estratégia mais inovadora e eficaz para 
lidar com esse cenário, promovendo saúde e bem-estar entre os estudantes?
a) Realizar palestras mensais com especialistas em saúde mental e física, abertas 
à comunidade escolar.
b) Criar um programa de embaixadores da saúde entre os estudantes, com atividades 
interativas, rodas de conversa, práticas corporais e intervenções artísticas que 
valorizem o protagonismo juvenil.
c) Incentivar os professores a reduzirem o uso de tecnologia durante as aulas e 
aumentarem as atividades ao ar livre.
2 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-negro-irreconhecivel-de-colheita-compartilhando-reclama-com-
psicologa-5699466/. 
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d) Oferecer aos alunos uma cartilha digital com orientações sobre ergonomia, 
alimentação e equilíbrio no uso das tecnologias.
QUESTÃO 02:
Uma comunidade ribeirinha, distante dos centros urbanos, apresenta aumento 
expressivo de casos de doenças transmitidas por água contaminada, como hepatite 
A e leptospirose. A equipe de saúde da família, ao perceber que campanhas educativas 
isoladas não resultaram em mudanças duradouras, decide reestruturar sua abordagem, 
buscando uma estratégia mais eficiente de prevenção e promoção da saúde, respeitando 
o modo de vida local.
Considerando o contexto descrito, qual seria a estratégia mais adequada e inovadora 
para reduzir os casos de doenças e promover a saúde na comunidade?
a) Reforçar a distribuição de panfletos informativos sobre higiene pessoal e garantir 
o fornecimento mensal de kits de limpeza.
b) Desenvolver oficinas comunitárias que integrem educação sanitária, saberes 
tradicionais e construção participativa de soluções locais de saneamento.
c) Propor parcerias com universidades para a produção de materiais audiovisuais 
sobre doenças hídricas, a serem distribuídos em escolas e postos de saúde.
d) Enviar profissionais de saúde com frequência maior à comunidade, oferecendo 
atendimentos médicos preventivos e exames de rotina.
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CONCLUSÃO
O componente de formação Geral tratou de vários assuntos, que vão desde elementos 
mais amplos e cotidianos até elementos mais específicos. Tudo isso é feito com a 
intencionalidade de desenvolver competências e habilidades a serem aplicadas na 
prática profissional da pessoa que está se formando. 
O conhecimento técnico é parte fundamental da formação dos estudantes e, por 
isso, grande parte dos componentes curriculares são voltados para o desenvolvimento 
de habilidades técnicas. No entanto, não podemos esquecer que existem outros 
elementos importantes, pois a vida do trabalho está diretamente ligada à vida social, 
ao desenvolvimento da sociedade, assim, aquilo que acontece no trabalho interfere 
na vida da sociedade e aquilo que acontece na sociedade também interfere na vida 
do trabalho. 
Uma das grandes dificuldades que enfrentamos em nosso cotidiano, 
independentemente da profissão, é o de fazer a leitura adequada da situação que está 
ao nosso redor. Nós vemos as notícias políticas e econômicas nos jornais e assistimos 
aquilo de fora, como se não estivéssemos diretamente implicados naquela realidade. 
Tudo aquilo que acontece em nosso mundo, seja no cenário local, nacional ou 
internacional, possui a potencialidade de interferir em maior ou menor grau em 
nossa vida como um todo e particularmente em nossa atuação profissional. Por isso, 
precisamos exercitar sempre nosso olhar crítico, nossa capacidade de analisar os 
fatos ao nosso redor além do que óbvio, vendo as camadas mais profundas e nos 
posicionando em relação ao cenário. 
As habilidades propostas em nosso componente de Formação Geral são essenciais 
para nossa atuação prática na sociedade, seja em nossa vida do trabalho, em nossa 
cidadania ou em nossas decisões éticas cotidianas. As temáticas que compõem a 
formação geral sempre vão se atualizando de acordo com cada situação, com cada 
momento específico, e isso acontece justamente porque a vida social é dinâmica. 
Entretanto, os princípios utilizados para a leitura e atuação na sociedade seguem as 
mesmas bases, e é por isso que desenvolvemos proposições deanálise que refletem 
as demandas de nosso tempo e os princípios da ação social. 
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GABARITO
CAPÍTULO 01
QUESTÃO 01
Durante um projeto de extensão universitária voltado à formação cidadã em uma 
comunidade com alta vulnerabilidade social, um grupo de estudantes identificou 
dificuldades de diálogo entre moradores, especialmente em questões ligadas à 
participação política e tomada de decisões coletivas. Os moradores demonstraram 
desconfiança quanto à eficácia de reuniões comunitárias e pouca familiaridade com 
seus direitos enquanto cidadãos. Os estudantes foram desafiados a elaborar uma 
ação que promovesse a convivência democrática e incentivasse o compartilhamento 
de saberes, respeitando a diversidade cultural local.
Considerando os princípios da democracia e da cidadania, qual das ações a seguir 
melhor promove a convivência dialógica e o compartilhamento de saberes em contextos 
socioculturais diversos?
a) Organizar rodas de conversa com temas definidos exclusivamente pela equipe 
universitária, com o objetivo de esclarecer os direitos dos moradores, utilizando 
linguagem acessível.
b) Criar um canal digital para que os moradores registrem suas demandas e opiniões, 
o qual será analisado posteriormente pela equipe universitária para elaboração de 
relatórios.
c) Desenvolver oficinas colaborativas em que moradores e estudantes compartilhem 
experiências e construam coletivamente soluções para os problemas da comunidade.
d) Realizar apresentações culturais preparadas por grupos estudantis que retratam 
os direitos e deveres do cidadão, evitando participações e perguntas ao final.
ALTERNATIVA CORRETA: C.
Orientação de resposta: (Resposta correta: envolve prática de convivência, diálogo 
e troca de saberes entre diferentes sujeitos socioculturais, fortalecendo a cidadania 
ativa.)
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QUESTÃO 02
Em uma organização da sociedade civil que atua com jovens de diferentes origens 
étnicas, culturais e religiosas, uma série de conflitos interpessoais passou a emergir 
durante as atividades em grupo. As tensões manifestam-se por meio de falas 
desrespeitosas, exclusões silenciosas e ausência de diálogo entre os participantes. 
Diante disso, a coordenação convida um grupo de estudantes universitários de cursos 
da área de humanas a desenvolver uma proposta de intervenção que promova uma 
cultura de respeito, escuta ativa e valorização da diversidade, com base em princípios 
éticos e de direitos humanos.
Diante da situação apresentada, qual das ações a seguir melhor promove a 
convivência respeitosa e o compartilhamento de saberes entre os jovens, considerando 
os fundamentos éticos e dos direitos humanos em contextos socioculturais diversos?
a) Realizar dinâmicas com foco na resolução de conflitos interpessoais, conduzidas 
por mediadores capacitados, visando minimizar tensões e estimular comportamentos 
mais empáticos.
b) Promover rodas de diálogo temáticas com metodologias participativas, em que 
os jovens compartilhem suas experiências e construam coletivamente pactos de 
convivência baseados em respeito mútuo.
c) Elaborar um manual de convivência com orientações sobre diversidade e respeito 
às diferenças, distribuído aos jovens e apresentado em encontros formativos conduzidos 
pela equipe técnica.
d) Exibir documentários sobre desigualdade social, preconceito e intolerância, 
seguidos de breves discussões orientadas pelos universitários sobre os temas 
abordados.
ALTERNATIVA CORRETA: B
Orientação de resposta: ativa a escuta, a produção e o compartilhamento de saberes 
entre pares, com base em valores éticos e nos direitos humanos, promovendo diálogo 
horizontal e inclusão.
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CAPÍTULO 2
QUESTÃO 01
Em um projeto de extensão universitária voltado à formação de trabalhadores 
informais em uma comunidade periférica, estudantes de cursos das áreas de humanas 
e sociais aplicadas identificaram um desafio: muitos dos participantes demonstram 
desconfiança quanto à eficácia das políticas públicas e sentem-se marginalizados 
pelas instituições do Estado. Há baixa participação em fóruns comunitários e pouca 
articulação entre os trabalhadores locais, o que dificulta a reivindicação coletiva de 
direitos.
A coordenação do projeto propôs, então, que os estudantes construíssem uma 
estratégia de intervenção que estimulasse práticas de convivência solidária, diálogo 
entre diferentes agentes sociais e troca de saberes sobre direitos trabalhistas, com 
foco na articulação entre Estado, sociedade e mundo do trabalho.
Considerando os fundamentos da relação entre Estado, sociedade e trabalho, qual 
das ações a seguir melhor favorece o compartilhamento de saberes e o fortalecimento 
das práticas coletivas entre os trabalhadores da comunidade atendida?
a) Convidar lideranças locais e representantes do poder público para participar 
de uma mesa de debate sobre as políticas públicas voltadas ao trabalho informal, 
mediada por professores universitários.
b) Realizar uma campanha de conscientização nas redes sociais da universidade 
sobre os direitos dos trabalhadores informais, visando pressionar o Estado por melhorias 
estruturais.
c) Oferecer oficinas sobre empreendedorismo e formalização de pequenos negócios 
como alternativa à precariedade das ocupações informais, com apoio de técnicos do 
SEBRAE e da prefeitura.
d) Organizar assembleias comunitárias mediadas pelos estudantes, com escuta 
ativa e dinâmicas participativas, nas quais os trabalhadores possam compartilhar 
suas experiências, identificar problemas comuns e construir agendas coletivas de 
reivindicação.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: fomenta o diálogo entre sujeitos, o reconhecimento 
de experiências locais e a articulação política com base na convivência e no 
compartilhamento de saberes.
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QUESTÃO 02
Uma organização social parceira de uma universidade está promovendo um projeto 
com entregadores de aplicativos e trabalhadores de plataformas digitais em uma grande 
cidade brasileira. Durante as escutas iniciais, os estudantes responsáveis pelo projeto 
perceberam que os trabalhadores enfrentam jornadas exaustivas, isolamento social e 
insegurança jurídica quanto a seus direitos. Ao mesmo tempo, relataram dificuldades 
em construir espaços de diálogo entre si, o que compromete a organização coletiva 
para reivindicações e ações de apoio mútuo.Diante desse cenário, os estudantes 
foram desafiados a elaborar uma proposta de intervenção que contribua para o 
fortalecimento da convivência entre esses trabalhadores e para a construção de 
estratégias colaborativas diante das transformações no mundo do trabalho.
Considerando os desafios apresentados pelas novas formas de trabalho e os princípios 
da convivência democrática, qual das ações a seguir representa a melhor solução 
para incentivar o diálogo e o compartilhamento de saberes entre os trabalhadores 
de plataformas digitais?
a) Criar uma rede virtual de apoio mútuo entre entregadores e motoristas de aplicativo, 
com encontros híbridos para troca de experiências e debates sobre condições de 
trabalho, mediada por estudantes e lideranças dos próprios trabalhadores.
b) Realizar uma série de entrevistas individuais com os trabalhadores para mapear 
suas principais queixas e repassar os dados à plataforma digital, como subsídio para 
eventuais melhorias nos sistemas.
c) Convidar especialistas em direito do trabalho e tecnologia para ministrar palestras 
informativas sobre os impactos da plataformização no mercado e nos direitos dos 
trabalhadores.
d) Organizar uma campanha digital de conscientização sobre os riscos do trabalho 
informal por aplicativo, com foco em alertar consumidores e pressionar empresas 
por melhorias.ALTERNATIVA CORRETA: A.
Orientação de resposta: promove solução viável e contextualizada, integrando 
aspectos tecnológicos e sociais, com foco na convivência, diálogo e produção coletiva 
de saberes.
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CAPÍTULO 3
QUESTÃO 01
Uma rede de educação técnica em parceria com o setor produtivo local busca 
implementar políticas educacionais que promovam a empregabilidade de jovens em 
situação de vulnerabilidade socioeconômica. Durante o diagnóstico inicial, identificou-
se que muitos egressos dos cursos técnicos enfrentam dificuldades de inserção no 
mercado de trabalho, não por falta de qualificação técnica, mas por limitações na 
comunicação interpessoal, pouca capacidade de argumentação e dificuldade em 
compreender e se posicionar diante de contextos socioculturais diversos.
Diante desse cenário, a coordenação pedagógica propõe reformular os currículos 
e metodologias para promover competências comunicativas, capacidade crítica e 
interação social como dimensões fundamentais da formação.
Qual proposta curricular responde de forma crítica e fundamentada à necessidade 
de integrar comunicação, argumentação e desenvolvimento humano no processo de 
formação para o trabalho?
a) Inserir componentes curriculares que articulem projetos integradores com foco 
em práticas colaborativas, mediação de conflitos, argumentação ética e leitura crítica 
de realidades sociais, potencializando a comunicação e a ação cidadã no mundo do 
trabalho.
b) Reforçar os componentes de língua portuguesa e produção textual com foco na 
redação técnica e elaboração de currículos, otimizando a apresentação profissional 
dos estudantes diante de processos seletivos.
c) Estabelecer parcerias com empresas locais para realização de estágios 
supervisionados e mentorias, promovendo a aproximação dos estudantes com a 
cultura e as exigências do mundo do trabalho.
d) Investir em tecnologias educacionais e plataformas digitais interativas para 
modernizar o ensino técnico e ampliar o acesso a conteúdos profissionalizantes 
atualizados.
ALTERNATIVA CORRETA: A
Orientação de resposta: camuflada, contempla criticamente e de forma 
fundamentada a competência comunicacional, o desenvolvimento humano e a inserção 
socioprofissional.
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QUESTÃO 02
Em uma comunidade urbana marcada por altas taxas de desemprego juvenil e 
evasão escolar, uma organização social desenvolve um projeto de formação para 
jovens de 16 a 21 anos com foco no fortalecimento das competências para o mundo 
do trabalho. No entanto, os primeiros ciclos do projeto mostraram que, apesar do 
acesso a conteúdos técnicos, os jovens apresentavam baixa autonomia, dificuldade 
em comunicar ideias e fragilidade na argumentação durante entrevistas, apresentações 
e dinâmicas de grupo.
Diante disso, a coordenação do projeto propõe reformular as atividades formativas, 
priorizando práticas que integrem o desenvolvimento comunicativo e a reflexão crítica 
sobre os próprios contextos sociais.
Qual estratégia pedagógica é mais adequada para desenvolver, de forma crítica e 
articulada, competências de comunicação, argumentação e protagonismo juvenil no 
contexto do trabalho e do desenvolvimento social?
a) Criar oficinas dialógicas interdisciplinares que envolvam análise crítica de realidades 
locais, simulações de situações de trabalho e práticas de escuta ativa e expressão 
oral, incentivando a autonomia e a participação cidadã dos jovens.
b) Oferecer palestras com profissionais de diferentes áreas do mercado, com foco 
em orientações sobre postura profissional, elaboração de currículo e planejamento 
de carreira.
c) Promover cursos de curta duração com certificação em áreas técnicas demandadas 
pelo mercado, elevando a empregabilidade imediata dos participantes e ampliando 
sua atratividade profissional.
d) Disponibilizar conteúdos online sobre empreendedorismo, comportamento 
organizacional e tendências do mercado, para que os jovens acompanhem as mudanças 
do mundo do trabalho de forma independente.
ALTERNATIVA CORRETA: A
Orientação de resposta: Integra criticamente comunicação, argumentação e 
desenvolvimento humano/social, com uma abordagem contextualizada e ativa.
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CAPÍTULO 4
QUESTÃO 01
Em um município com alto índice de vulnerabilidade social e forte presença de 
comunidades ribeirinhas e quilombolas, uma empresa do setor energético propõe 
instalar uma usina hidrelétrica de médio porte. O empreendimento promete geração 
de empregos e crescimento econômico local, mas apresenta riscos de impactos 
ambientais significativos, como deslocamento de famílias, alteração do ecossistema 
aquático e perda de territórios tradicionais.
O gestor público responsável precisa apresentar uma proposta que considere não 
apenas os aspectos econômicos e técnicos do projeto, mas também os direitos das 
populações afetadas, os impactos ambientais de longo prazo e os princípios da justiça 
socioambiental.
Diante desse cenário, qual estratégia melhor representa uma solução inovadora 
e crítica que responda às necessidades socioambientais emergentes, equilibrando 
desenvolvimento e justiça socioambiental?
a) Promover audiências públicas para debater o projeto com a sociedade civil e 
realizar ajustes no cronograma de obras, considerando os períodos de cheia e vazante 
dos rios.
b) Condicionar a instalação da usina à criação de um fundo de recuperação ambiental 
para mitigar os impactos previstos, com gestão compartilhada entre governo e empresa.
c) Redirecionar parte dos recursos do empreendimento para projetos sociais nas 
comunidades afetadas, como construção de escolas e centros de saúde, garantindo 
benefícios diretos e compensatórios à população atingida.
d) Desenvolver, em conjunto com as comunidades locais e especialistas ambientais, 
um plano participativo de transição energética, incluindo alternativas de geração limpa 
(como energia solar e eólica), compensações territoriais justas e mecanismos de 
monitoramento ambiental comunitário.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: promove inovação, equilibra desenvolvimento com justiça 
socioambiental e contempla participação, sustentabilidade e criatividade na solução.
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QUESTÃO 02
Uma prefeitura municipal está elaborando seu Plano Diretor e deseja integrar 
princípios de sustentabilidade e justiça socioambiental nas diretrizes de uso e ocupação 
do solo. A cidade enfrenta problemas com urbanização desordenada, déficit habitacional 
em áreas de risco ambiental e ausência de infraestrutura básica em comunidades 
periféricas, majoritariamente habitadas por populações negras e indígenas.
O desafio está em formular políticas públicas que respondam às necessidades 
habitacionais, sem agravar os desequilíbrios ambientais e sociais existentes.
Qual das alternativas a seguir propõe uma solução inovadora e crítica, que articule 
sustentabilidade urbana com equidade territorial e justiça socioambiental no processo 
de revisão do Plano Diretor?
a) Implementar uma taxa ambiental progressiva sobre a ocupação de áreas urbanas 
consolidadas, utilizando os recursos para financiar melhorias em bairros de baixa renda.
b) Priorizar projetos de reflorestamento urbano nas áreas degradadas, promovendo 
corredores ecológicos entre bairros e aumentando a cobertura verde da cidade.
c) Incentivar a criação de bairros planejados em áreas periféricas com apoio de 
parcerias público-privadas, a fim de reduzir o déficit habitacional sem comprometer 
áreas centrais com grande valor imobiliário.
d) Integrar zoneamento socioambiental participativo ao Plano Diretor, reconhecendo 
territórios tradicionais como áreas de interesse social e ambiental, e assegurando 
instrumentos legais que promovam regularizaçãofundiária, acesso à infraestrutura 
e preservação ecológica com protagonismo comunitário.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: propõe estratégia inovadora, com justiça territorial, 
participação social, regularização e sustentabilidade integradas.
CAPÍTULO 5
QUESTÃO 01
Um gestor público de um município com alta concentração de população negra 
observa, por meio de dados do IBGE e do SUS, que os indicadores de saúde, educação 
e renda dessa população são sistematicamente inferiores aos da população branca 
local. A análise também revela que o acesso a equipamentos públicos de qualidade 
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é desigual e que há uma ausência de políticas focalizadas na promoção da equidade 
racial.
Ao elaborar o Plano Plurianual (PPA), o gestor precisa decidir quais estratégias são 
mais eficazes e adequadas ao contexto para enfrentar essas desigualdades estruturais, 
considerando aspectos legais, históricos e socioculturais.
Qual abordagem é mais adequada para enfrentar o contexto de desigualdade 
racial identificado, considerando uma análise crítica e profunda das condições sociais 
envolvidas?
a) Desenvolver campanhas de valorização da cultura afro-brasileira nas escolas 
municipais como forma de promover respeito e diversidade entre os estudantes.
b) Priorizar a requalificação de espaços urbanos em bairros com população negra, 
modernizando equipamentos públicos e incentivando parcerias com o setor privado 
para serviços.
c) Fortalecer as ações da assistência social nas comunidades negras periféricas, 
com ampliação de repasses financeiros e distribuição de cestas básicas em períodos 
críticos.
d) Criar e institucionalizar um núcleo de equidade racial intersetorial, com 
representantes da sociedade civil, para formular e monitorar políticas públicas 
afirmativas nas áreas de educação, saúde e trabalho, com base em dados desagregados 
por raça/cor.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: responde integralmente ao desafio, combinando diagnóstico 
qualificado, governança participativa, intersetorialidade e foco na equidade.
QUESTÃO 02
Em uma universidade pública, um relatório interno indicou altos índices de evasão 
entre estudantes LGBTQIA+ e mulheres, sobretudo negras e periféricas, vinculados a 
situações de discriminação, violência simbólica e assédio, tanto no ambiente acadêmico 
quanto nas redes institucionais de convivência. Apesar da existência de uma ouvidoria, 
os relatos mostram que os canais formais de denúncia não são eficazes e que faltam 
políticas de acolhimento e permanência específicas.
O conselho universitário se reúne para revisar as diretrizes institucionais e precisa 
tomar decisões com base em uma leitura crítica das desigualdades de gênero e 
sexualidade que impactam o direito à educação e à permanência com dignidade.
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Qual abordagem institucional é mais adequada para enfrentar o contexto descrito, 
considerando a complexidade das opressões de gênero e sexualidade e a necessidade 
de uma resposta estrutural e contextualizada?
a) Ampliar o funcionamento da ouvidoria com atendimento mais ágil e novas 
tecnologias de escuta, como inteligência artificial, para tratar relatos de discriminação 
de forma mais eficiente.
b) Capacitar docentes e servidores técnico-administrativos sobre diversidade de 
gênero e sexualidade, a fim de reduzir comportamentos discriminatórios e melhorar 
o acolhimento dos estudantes
c) Criar uma campanha semestral de conscientização sobre respeito à diversidade, 
incentivando que estudantes denunciem situações de violência e discriminação de 
forma anônima por meio de canais digitais.
d) Instituir uma política de permanência com foco interseccional, incluindo a criação 
de uma coordenadoria de gênero e diversidade com autonomia para propor ações 
de combate à violência, garantia de escuta qualificada e oferta de bolsas e apoio 
psicossocial para grupos em situação de vulnerabilidade.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: Responde plenamente ao comando, ao estruturar uma 
solução crítica e contextualizada, com abordagem interseccional, institucional e 
preventiva.
CAPÍTULO 6
QUESTÃO 01
Uma equipe multidisciplinar de profissionais da educação, da cultura e da 
comunicação foi contratada por um governo municipal para desenvolver uma 
campanha de valorização da cultura local. A região é marcada por forte presença de 
manifestações afro-brasileiras, indígenas e populares, mas ainda enfrenta resistência 
cultural e preconceito por parte de segmentos da população que associam essas 
expressões a estigmas históricos.
O desafio da equipe é elaborar uma proposta de comunicação que valorize as 
diferentes expressões culturais locais e dialogue com públicos diversos, promovendo 
inclusão, respeito e engajamento social, sem reforçar estereótipos ou simplificações.
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Qual das estratégias comunicacionais abaixo é mais adequada para promover o 
diálogo intercultural e valorizar a diversidade de expressões artísticas e culturais locais, 
considerando o impacto das linguagens na construção de significados?
a) Criar murais temáticos com imagens e símbolos das manifestações culturais 
mais conhecidas da região, buscando provocar reconhecimento imediato e identificação 
visual.
b) Realizar apresentações artísticas em espaços públicos e escolares, com foco 
em entretenimento e visibilidade, utilizando peças publicitárias padronizadas para 
divulgar os eventos.
c) Produzir conteúdos informativos sobre a origem das manifestações culturais 
locais e difundi-los em mídias institucionais com linguagem técnica para reforçar sua 
importância acadêmica e patrimonial.
d) Desenvolver uma campanha com peças multimidiáticas que apresentem 
depoimentos de mestres e artistas locais, contextualizando historicamente suas 
práticas e conectando-as a valores contemporâneos de identidade e pertencimento, 
utilizando linguagem acessível, porém crítica, para públicos diversos.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: propõe uma comunicação eficaz, com uso adequado da 
linguagem, valorização das expressões culturais, análise de significados e impacto 
no público.
QUESTÃO 02
Uma organização da sociedade civil que atua na promoção da cidadania digital 
e da educação midiática em escolas públicas detectou que um número crescente 
de estudantes compartilha conteúdos falsos sobre temas sociais sensíveis, como 
vacinação, pautas ambientais e questões raciais e de gênero. Tais conteúdos circulam 
em linguagem informal e visualmente apelativa, especialmente em redes sociais e 
aplicativos de mensagens.
A equipe pedagógica da organização, composta por educadores e comunicadores, 
precisa desenvolver uma ação educativa que promova o pensamento crítico e a 
compreensão do papel da linguagem e da cultura digital na formação de significados 
e na propagação de desinformação.
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Qual estratégia comunicacional é mais adequada para abordar o fenômeno da 
desinformação nas redes digitais, considerando a diversidade cultural e os impactos 
da linguagem na construção e circulação de fake news?
a) Produzir uma série de vídeos curtos com linguagem acessível, estética digital e 
referências culturais dos próprios estudantes, nos quais se desconstrua criticamente 
o conteúdo de fake news comuns, explicando seus impactos e mecanismos de 
disseminação, promovendo a análise do discurso e o uso responsável da informação.
b) Distribuir cartilhas informativas nas escolas, com definições técnicas sobre 
desinformação e orientações para reconhecer fontes confiáveis, acompanhadas de 
atividades de fixação de conteúdo.
c) Promover palestras com especialistas da área da comunicação e da ciência 
política para discutir os danos causadospela desinformação, com foco em contextos 
eleitorais e de saúde pública.
d) Criar um mural colaborativo na escola com notícias verdadeiras e falsas para 
que os estudantes votem nas que acham corretas, promovendo debates em sala de 
aula com base nos resultados.
ALTERNATIVA CORRETA: A
Orientação de resposta: contempla o uso adequado da linguagem ao público e 
contexto, análise dos impactos comunicacionais e integração da cultura digital como 
ferramenta crítica.
CAPÍTULO 7
QUESTÃO 01
Uma organização da sociedade civil que atua com comunidades vulneráveis 
identificou que, apesar do acesso ampliado à tecnologia nos últimos anos, ainda há 
barreiras para a apropriação científica e tecnológica por parte dos jovens da periferia 
urbana. O desafio apresentado é pensar em soluções que promovam o uso da ciência 
como ferramenta de desenvolvimento humano, com base em uma leitura crítica do 
território, das desigualdades e das oportunidades educacionais.
Diante do cenário apresentado, qual abordagem seria mais adequada para promover 
o desenvolvimento humano por meio da ciência, considerando as especificidades do 
contexto e os princípios da justiça social e da equidade?
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a) Estabelecer parcerias com universidades para promover palestras e seminários 
periódicos nas comunidades, com foco na sensibilização sobre a importância da ciência 
para o progresso social.
b) Priorizar a criação de espaços maker e laboratórios tecnológicos nas escolas, com 
acesso a equipamentos modernos e incentivo à criatividade e ao empreendedorismo 
juvenil.
c) Estimular a disseminação de conteúdos científicos por meio de redes sociais 
e plataformas digitais, valorizando influenciadores que atuem na área de divulgação 
científica.
d) Promover oficinas práticas de iniciação científica integradas ao currículo escolar, 
com temas ligados à realidade local, de modo a despertar o interesse dos jovens e 
fortalecer sua capacidade crítica e de atuação social.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Orientação de resposta: propõe uma estratégia contextualizada, participativa e 
crítica, capaz de integrar ciência e desenvolvimento humano. Vai além da simples 
divulgação ou acesso a recursos, promovendo aprendizagem ativa e empoderamento. 
Responde integralmente ao comando da questão ao considerar o território, a equidade 
e a transformação social via educação científica.
QUESTÃO 02
Uma cooperativa de pequenos agricultores do semiárido brasileiro enfrenta 
dificuldades para aumentar sua produtividade e inserção em mercados mais amplos, 
devido à escassez de recursos tecnológicos e à limitação no acesso a informações 
sobre inovações aplicáveis ao seu contexto. A diretoria da cooperativa busca alternativas 
para alavancar a produção e melhorar a renda das famílias, por meio de soluções 
inovadoras que respeitem as condições locais e promovam a sustentabilidade social 
e ambiental.
Considerando o cenário apresentado, qual seria a abordagem mais adequada para 
promover inovação tecnológica nesse contexto, levando em conta as características 
socioeconômicas e ambientais da região?
a) Implementar, em parceria com instituições de pesquisa, tecnologias sociais 
de baixo custo e adaptadas ao bioma local, associadas à capacitação contínua dos 
agricultores, respeitando seus saberes e promovendo protagonismo nas decisões 
produtivas.
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b) Introduzir técnicas de agricultura de precisão com uso de drones e sensores de 
solo, buscando otimizar a produção com base em dados em tempo real e modelos 
computacionais avançados.
c) Criar centros tecnológicos itinerantes que ofereçam acesso a internet e oficinas 
sobre inovação, promovendo a digitalização dos processos administrativos e comerciais 
da cooperativa.
d) Estimular o uso de plataformas de e-commerce para ampliar a comercialização dos 
produtos e aproximar os agricultores do consumidor final, incentivando a modernização 
dos canais de venda.
ALTERNATIVA CORRETA: A
Orientação de resposta: A alternativa A apresenta uma solução que contempla a 
análise profunda do contexto local, associando inovação tecnológica à sustentabilidade 
e inclusão social. Propõe uma abordagem integrada, respeitando a realidade 
socioeconômica e ambiental, e promovendo autonomia e inovação apropriada ao 
território.
CAPÍTULO 8
QUESTÃO 01
Um diplomata brasileiro recém-designado para atuar na ONU é encarregado de 
negociar acordos multilaterais de cooperação sobre segurança cibernética e regulação 
de dados transnacionais. Ele percebe que os países têm interesses divergentes: 
enquanto potências como os EUA e a China competem por controle geopolítico do 
fluxo digital, países em desenvolvimento demandam mais autonomia e proteção de 
dados. A posição do Brasil precisa garantir o interesse nacional, respeitar os princípios 
da soberania digital e, ao mesmo tempo, manter o protagonismo internacional.
Considerando o cenário descrito e os impactos da globalização sobre a soberania 
dos Estados, qual deve ser a postura estratégica adotada pelo diplomata brasileiro 
para conduzir a negociação de forma eficaz?
a) Apoiar prioritariamente as potências digitais, assegurando acesso a tecnologias 
de ponta e facilitando acordos bilaterais com os países desenvolvidos.
b) Adotar uma postura conciliatória que valorize a regulação internacional mínima, 
permitindo que o mercado dite as normas da segurança cibernética.
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c) Defender a construção de um consenso multilateral pautado na equidade digital, 
promovendo acordos que respeitem a soberania dos países em desenvolvimento e 
fortaleçam a cooperação internacional.
d) Propor a criação de um bloco regional latino-americano de regulação digital, 
afastando o Brasil de disputas geopolíticas e reduzindo o envolvimento com organismos 
multilaterais.
ALTERNATIVA CORRETA: C
Orientação de resposta: A alternativa C é a única que considera simultaneamente 
os interesses do Brasil, os princípios da soberania digital e a lógica do multilateralismo. 
Ao propor um consenso baseado na equidade digital, o diplomata alinha a atuação 
brasileira à sua tradição diplomática de equilíbrio e cooperação, ao mesmo tempo 
que responde aos desafios colocados pela globalização na esfera digital. Essa é uma 
postura estrategicamente adequada ao contexto complexo.
QUESTÃO 02
Uma empresa multinacional do setor de tecnologia, com sede no Brasil, está 
enfrentando dificuldades em manter acordos comerciais com países da Ásia Oriental 
devido à instabilidade política gerada por disputas comerciais entre os Estados Unidos 
e a China. Essa instabilidade afeta diretamente as cadeias de suprimento, a circulação 
de dados e a negociação de tarifas aduaneiras. A equipe de relações internacionais 
da empresa precisa elaborar uma estratégia de reposicionamento que minimize os 
impactos dessas tensões políticas sobre os seus negócios, sem comprometer seus 
compromissos com os princípios da globalização.
Diante do contexto apresentado, qual abordagem mais adequada deve ser adotada 
pela equipe de relações internacionais da empresa para garantir a continuidade das 
operações e a inserção estratégica nos mercados globais?
a) Redirecionar as operações da empresa exclusivamente para países da América 
Latina, visto que compartilham maior proximidade cultural e menor tensão política.
b) Estabelecer parcerias com blocos regionais que não estejam diretamente 
envolvidos nas disputas, como a União Europeia e o Sudeste Asiático, diversificando 
mercados e reduzindo a dependência de regiões instáveis.
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c) Concentrar os esforços comerciais em países neutros, evitando qualquer tipo de 
alinhamento político, mesmo que isso implique em altos custos logísticos e operacionais.
d)Suspender temporariamente as atividades de comércio internacional até que 
as disputas comerciais entre grandes potências sejam resolvidas e o cenário volte à 
estabilidade.
ALTERNATIVA CORRETA: B
Orientação de resposta: A alternativa B propõe estabelecer parcerias com blocos 
regionais estáveis, como a União Europeia e o Sudeste Asiático, diversificando os 
mercados e reduzindo a dependência de regiões instáveis. Essa é uma decisão 
estratégica fundamentada em análise de risco geopolítico, coerente com a lógica da 
globalização, que exige inserção flexível e adaptativa frente a tensões internacionais. 
A abordagem mantém o compromisso com a integração global sem paralisar os 
negócios.
CAPÍTULO 9
QUESTÃO 01
Uma metrópole brasileira sofre com altas taxas de doenças respiratórias e 
cardiovasculares em bairros de alta densidade populacional e tráfego intenso. A 
secretaria municipal de saúde propõe a articulação com outros setores da administração 
pública para reduzir os impactos ambientais e melhorar os indicadores de saúde e 
qualidade de vida urbana.
Diante do cenário apresentado, qual das seguintes propostas representa uma 
abordagem inovadora e eficaz para a melhoria da qualidade de vida urbana no território 
afetado?
a) Substituir progressivamente os veículos a combustão por elétricos em toda a 
frota de transporte público, priorizando a eficiência energética e o uso de tecnologias 
verdes.
b) Criar corredores verdes urbanos com arborização intensa e ciclovias integradas, 
articulados a políticas de mobilidade ativa, saúde pública e educação ambiental nas 
comunidades.
c) Instalar barreiras acústicas e purificadores de ar em áreas de maior emissão 
de poluentes, utilizando recursos tecnológicos para mitigar os impactos imediatos.
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d) Promover campanhas educativas sobre os riscos da poluição e estimular a 
população a adotar comportamentos sustentáveis, como o uso de bicicletas ou a 
carona solidária.
ALTERNATIVA CORRETA: B
Orientação de resposta: Essa alternativa integra ações de planejamento urbano, 
mobilidade, saúde preventiva e educação ambiental, propondo uma resposta intersetorial 
e inovadora para um problema complexo, com foco na transformação do espaço 
urbano e na promoção da saúde coletiva.
QUESTÃO 02
Uma prefeitura de médio porte do Sudeste brasileiro enfrenta o crescimento 
desordenado de bairros periféricos, com ocupações informais em áreas sem 
infraestrutura básica, o que impacta diretamente na qualidade de vida da população. 
A gestão atual deseja desenvolver uma política pública habitacional integrada e 
sustentável, com participação social e inovação nos processos urbanos, respeitando 
os princípios da função social da cidade e do direito à moradia digna.
 Qual estratégia seria mais adequada e inovadora para enfrentar o desafio da 
habitação irregular e promover qualidade de vida nesses territórios urbanos?
a) Ampliar o número de unidades habitacionais em áreas mais afastadas do centro 
urbano, reduzindo o custo do solo e realocando os moradores das ocupações irregulares.
b) Firmar parcerias com empresas de engenharia para acelerar a regularização 
fundiária e a verticalização dos espaços urbanos com financiamento público-privado.
c) Implementar políticas de urbanização participativa, com regularização fundiária, 
acesso à infraestrutura básica e incentivo à autogestão comunitária dos espaços, 
respeitando o protagonismo local e promovendo inclusão territorial. 
d) Criar um programa de subsídio habitacional centralizado, oferecendo descontos 
para que famílias adquiram imóveis em programas imobiliários pré-existentes do 
município.
ALTERNATIVA CORRETA: C
Orientação de resposta: Essa alternativa propõe uma solução multiescalar e 
criativa, combinando regularização, infraestrutura e participação cidadã, alinhada com 
os princípios da gestão democrática da cidade e das práticas urbanísticas inclusivas.
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CAPÍTULO 10
QUESTÃO 01
Um centro comunitário que atende famílias em situação de vulnerabilidade social, 
incluindo pessoas com deficiência, percebe que os cursos de formação oferecidos 
têm baixa adesão desse público específico. Após ouvir os relatos dos participantes, 
a equipe gestora entende que, além das barreiras físicas, há ausência de escuta, 
linguagem acessível e adaptação de dinâmicas, o que limita o engajamento dessas 
pessoas nos espaços coletivos.
Diante desse cenário, qual seria a estratégia mais apropriada para favorecer a 
inclusão social e estimular o diálogo em contextos de formação comunitária?
a) Traduzir todo o conteúdo dos cursos para Libras e disponibilizar intérpretes em 
algumas atividades formativas.
b) Realocar os cursos para locais com infraestrutura mais adequada, com rampas 
de acesso, iluminação e ventilação apropriadas.
c) Reformular os cursos com participação ativa dos usuários com deficiência desde 
o planejamento, promovendo acessibilidade comunicacional, metodológica e atitudes 
inclusivas nos grupos de aprendizagem.
d) Criar um curso exclusivo voltado para pessoas com deficiência, com temas 
específicos e instrutores capacitados para atender esse público.
ALTERNATIVA CORRETA: C
Orientação de resposta: A alternativa propõe uma ação dialógica, interseccional 
e participativa, que vai além da adaptação técnica e incorpora as vozes das pessoas 
com deficiência no planejamento das ações, respeitando o princípio da inclusão como 
convivência ativa e compartilhamento de saberes.
QUESTÃO 02
Uma escola pública da zona urbana de médio porte identifica a exclusão frequente de 
estudantes com deficiência visual nas atividades coletivas e eventos extracurriculares. 
Embora o currículo preveja inclusão, na prática os estudantes relatam não se sentirem 
parte das atividades comuns e interações cotidianas. A equipe pedagógica decide 
elaborar uma proposta que favoreça a convivência e o diálogo entre todos os estudantes, 
de forma contínua e sensível às diferenças.
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Qual das ações a seguir representa uma estratégia mais eficaz para promover 
práticas de convivência inclusiva e o compartilhamento de saberes nesse contexto?
a) Criar materiais acessíveis em braile para os alunos com deficiência visual, 
permitindo que acompanhem as atividades em sala com maior autonomia.
b) Estimular os colegas de turma a oferecer ajuda de forma espontânea aos 
estudantes com deficiência sempre que perceberem dificuldades.
c) Propor projetos colaborativos entre estudantes com e sem deficiência, com 
mediação pedagógica e valorização das diferentes formas de expressão, ampliando 
as trocas culturais e o senso de pertencimento.
d) Realizar formações periódicas com os professores sobre inclusão e acessibilidade, 
garantindo que os educadores estejam preparados para lidar com situações específicas.
ALTERNATIVA CORRETA: C
Orientação de resposta: Essa alternativa propõe uma ação concreta, interativa e 
continuada, voltada para o convívio e o reconhecimento da pluralidade de saberes 
entre os estudantes, com mediação ativa e foco na transformação da cultura escolar.
CAPÍTULO 11
QUESTÃO 01
Durante o período pós-pandêmico, uma escola pública de ensino médio apresenta 
altos índices de ansiedade, sedentarismo e uso abusivo de telas entre seus estudantes. 
A equipe pedagógica, junto ao conselho escolar e profissionais da saúde, busca uma 
intervenção capaz de atuar na prevenção de doenças mentais e físicas, estimulando 
hábitos saudáveis no cotidiano escolar.
Qual das iniciativas a seguir representa a estratégia mais inovadora e eficaz para 
lidar com esse cenário, promovendo saúde e bem-estar entre os estudantes?
a) Realizar palestras mensais com especialistas em saúde mental e física, abertas 
à comunidade escolar.
b) Criar um programa de embaixadores da saúde entre os estudantes,esmola não por 
fome, mas para explorar a solidariedade alheia. 
A partir de uma experiência pessoal, você generaliza um comportamento e, ao 
comunicá-lo publicamente, contribui para a formação de uma cultura de ódio contra 
quem se encontra em situação de vulnerabilidade. Esse exemplo simples mostra 
como o direito básico à alimentação – algo que deveria ser inegociável – pode ser 
relativizado por uma experiência particular e influenciar profundamente nossas crenças 
sobre o que é essencial para a dignidade humana.
Os direitos humanos foram muito elaborados no contexto da Revolução Francesa, 
na Europa do século XVIII, onde se criou o lema da “liberdade, igualdade e fraternidade”. 
Mas, da forma que os conhecemos, os direitos humanos ganharam corpo no séc. 
XX, especialmente no contexto de guerras onde foi possível ver as atrocidades que 
acontecem em nossas sociedades. 
Para não confundirmos, vejamos as gerações dos direitos humanos, que partem 
do que é mais básico em direção a direitos mais específicos:
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• 1ª Geração: Direitos civis e políticos – Direito à vida, liberdade de expressão, 
propriedade privada, ao voto. 
• 2ª Geração: Direitos econômicos sociais e culturais – Educação, saúde, trabalho, 
moradia. 
• 3ª Geração: Direitos de fraternidade ou solidariedade – Direito à paz, ao Meio 
ambiente, à autodeterminação dos povos, e à informação. 
Essas três gerações de direitos humanos se desenvolveram ao longo do tempo 
como uma forma de definição sobre o que é básico e que deve ser assegurado para 
todo ser humano, independente de quais são as leis do país no qual vive. 
A efetivação dos direitos humanos ultrapassa a simples proteção de grupos ou 
de pautas isoladas; ela reflete a qualidade de vida de toda a humanidade em sua 
totalidade. Quando políticas ou programas se destinam a um segmento específico, 
o fazem porque assegurar aqueles direitos particulares fortalece, simultaneamente, 
as garantias fundamentais compartilhadas por todos os seres humanos. Em outras 
palavras, ao proteger as necessidades de um grupo vulnerável, reforça-se o alicerce 
universal que sustenta a dignidade e o bem-estar de toda a sociedade.
Questões de aprendizagem
QUESTÃO 01:
Durante um projeto de extensão universitária voltado à formação cidadã em uma 
comunidade com alta vulnerabilidade social, um grupo de estudantes identificou 
dificuldades de diálogo entre moradores, especialmente em questões ligadas à 
participação política e tomada de decisões coletivas. Os moradores demonstraram 
desconfiança quanto à eficácia de reuniões comunitárias e pouca familiaridade com 
seus direitos enquanto cidadãos. Os estudantes foram desafiados a elaborar uma 
ação que promovesse a convivência democrática e incentivasse o compartilhamento 
de saberes, respeitando a diversidade cultural local.
Considerando os princípios da democracia e da cidadania, qual das ações a seguir 
melhor promove a convivência dialógica e o compartilhamento de saberes em contextos 
socioculturais diversos?
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1. Organizar rodas de conversa com temas definidos exclusivamente pela equipe 
universitária, com o objetivo de esclarecer os direitos dos moradores, utilizando 
linguagem acessível.
2. Criar um canal digital para que os moradores registrem suas demandas e 
opiniões, o qual será analisado posteriormente pela equipe universitária para 
elaboração de relatórios.
3. Desenvolver oficinas colaborativas em que moradores e estudantes compartilhem 
experiências e construam coletivamente soluções para os problemas da 
comunidade.
4. Realizar apresentações culturais preparadas por grupos estudantis que retratam 
os direitos e deveres do cidadão, evitando participações e perguntas ao final.
QUESTÃO 02:
Em uma organização da sociedade civil que atua com jovens de diferentes origens 
étnicas, culturais e religiosas, uma série de conflitos interpessoais passou a emergir 
durante as atividades em grupo. As tensões manifestam-se por meio de falas 
desrespeitosas, exclusões silenciosas e ausência de diálogo entre os participantes. 
Diante disso, a coordenação convida um grupo de estudantes universitários de cursos 
da área de humanas a desenvolver uma proposta de intervenção que promova uma 
cultura de respeito, escuta ativa e valorização da diversidade, com base em princípios 
éticos e de direitos humanos.
Diante da situação apresentada, qual das ações a seguir melhor promove a 
convivência respeitosa e o compartilhamento de saberes entre os jovens, considerando 
os fundamentos éticos e dos direitos humanos em contextos socioculturais diversos?
a) Realizar dinâmicas com foco na resolução de conflitos interpessoais, 
conduzidas por mediadores capacitados, visando minimizar tensões e estimular 
comportamentos mais empáticos.
b) Promover rodas de diálogo temáticas com metodologias participativas, em que 
os jovens compartilhem suas experiências e construam coletivamente pactos 
de convivência baseados em respeito mútuo.
c) Elaborar um manual de convivência com orientações sobre diversidade e respeito 
às diferenças, distribuído aos jovens e apresentado em encontros formativos 
conduzidos pela equipe técnica.
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d) Exibir documentários sobre desigualdade social, preconceito e intolerância, 
seguidos de breves discussões orientadas pelos universitários sobre os temas 
abordados.
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CAPÍTULO 2
ESTADO, SOCIEDADE 
E TRABALHO
Olá, Estudante! Neste capítulo, vamos desenvolver uma reflexão sobre como 
olhar para a organização da coletividade a partir de sua complexidade. Perceber a 
complexidade da organização da vida social é uma habilidade que faz muita diferença 
para que uma pessoa consiga lidar bem com seu mundo, estabelecendo relações que 
sejam proativas e éticas. 
Como vimos no capítulo anterior, somos animais políticos que vivemos interferindo 
na vida das outras pessoas ao mesmo tempo em que sofremos as mais diversas 
interferências. Quando olhamos para essa realidade sem a noção de sua complexidade 
acabamos não entendendo seu sentido, o que dificulta a interação social e a percepção 
crítica de como a história se desenvolve. 
2.1 Desenvolvimento histórico
Nós nascemos em um período da história em que os povos já se organizavam 
em Estados de Direito. Isso significa que um determinado povo, em um determinado 
espaço, criou leis para reger o convívio social. Como devemos nos relacionar? Até onde 
vai o meu direito? Quais comportamentos devem ser encorajados e quais devem ser 
punidos? Tudo isso está no âmbito da legislação de um Estado de Direito. 
A busca pela organização das sociedades não é algo nada recente. Se olharmos para 
a antiguidade as formas de organização dos grupos de convivência sempre seguiram 
determinadas regras, com algum tipo de liderança. Assim, existiram sociedades 
patriarcais, voltadas para a figura de um pai, ou sociedades matriarcais, voltadas para a 
figura de uma mãe. O que permanece constante é a busca por modelos de organização 
social. Na modernidade, emergiu um movimento centrado na regulamentação das 
nações por meio de leis, dando origem ao Estado de Direito tal como o conhecemos 
hoje.
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Figura 1. Símbolo da Justiça
Fonte: Pexels1.
Os Estados de Direito ainda poderiam ser organizados a partir de diversas formas 
políticas. No Brasil, por exemplo, adotou-se a democracia, que significa que o povo 
tem poder de escolha sobre os caminhos do Estados. Em países com reis e rainhas 
vive-se uma monarquia, regime no qual o poder político é centrado em um monarca 
que normalmente surge de uma linha familiar, não sendo escolhido pelo povo. 
A reflexão sobre a forma correta decom atividades 
interativas, rodas de conversa, práticas corporais e intervenções artísticas que valorizem 
o protagonismo juvenil.
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c) Incentivar os professores a reduzirem o uso de tecnologia durante as aulas e 
aumentarem as atividades ao ar livre.
d) Oferecer aos alunos uma cartilha digital com orientações sobre ergonomia, 
alimentação e equilíbrio no uso das tecnologias.
ALTERNATIVA CORRETA: B
Orientação de resposta: Essa alternativa articula inovação pedagógica, participação 
estudantil, práticas interdisciplinares e saúde integral, sendo uma solução adaptada 
ao público-alvo e às necessidades emergentes do pós-pandemia.
QUESTÃO 02
Uma comunidade ribeirinha, distante dos centros urbanos, apresenta aumento 
expressivo de casos de doenças transmitidas por água contaminada, como hepatite 
A e leptospirose. A equipe de saúde da família, ao perceber que campanhas educativas 
isoladas não resultaram em mudanças duradouras, decide reestruturar sua abordagem, 
buscando uma estratégia mais eficiente de prevenção e promoção da saúde, respeitando 
o modo de vida local.
Considerando o contexto descrito, qual seria a estratégia mais adequada e inovadora 
para reduzir os casos de doenças e promover a saúde na comunidade?
a) Reforçar a distribuição de panfletos informativos sobre higiene pessoal e garantir 
o fornecimento mensal de kits de limpeza.
b) Desenvolver oficinas comunitárias que integrem educação sanitária, saberes 
tradicionais e construção participativa de soluções locais de saneamento.
c) Propor parcerias com universidades para a produção de materiais audiovisuais 
sobre doenças hídricas, a serem distribuídos em escolas e postos de saúde.
d) Enviar profissionais de saúde com frequência maior à comunidade, oferecendo 
atendimentos médicos preventivos e exames de rotina.
ALTERNATIVA CORRETA: B
Orientação de resposta: A alternativa B propõe uma abordagem educativa, inovadora 
e participativa, que valoriza os saberes locais e promove autonomia comunitária, indo 
além da simples transmissão de informação ou ações pontuais.
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DIAS, Duartina Ana. Educação inclusiva: superando as barreiras de 
acessibilidade metodológica. 2021. 77 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias, 
Comunicação e Educação) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 
2021. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/31797/2/
Educa%C3%A7%C3%A3oInclusivaSuperandoEbook.pdf. Acesso em: 21 jul. 2025.
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/31797/2/Educa%C3%A7%C3%A3oInclusivaSuperandoEbook.pdf
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	ÉTICA, DEMOCRACIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
	ESTADO, SOCIEDADE E TRABALHO
	EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL
	MEIO AMBIENTE, MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS
	DESIGUALDADES, OPRESSÕES E EXPLORAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, DE CLASSE, DE GÊNERO E DE SEXUALIDADE
	CULTURA, ARTE E COMUNICAÇÃO
	CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
	PROCESSOS DE GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL
	CIDADES, HABITAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA – TERRITÓRIOS, SOCIODIVERSIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL
	ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL
	PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇASse organizar a sociedade ocupou bastante 
espaço dentro da filosofia grega e romana. Ao longo da antiguidade, várias formas de 
organização foram experimentadas e avaliadas a partir de um olhar para seus pontos 
positivos e negativos. 
Atualmente, apesar de vivermos em regimes já organizados, ainda é importante 
que se faça a reflexão sobre quais são as formas mais adequadas, pois a vida em 
sociedade é dinâmica e carece de constante revisão. Viver em sociedade pode ser 
entendido a partir de um exemplo simples: o que significa para você quando alguém 
diz “fulano é meu sócio?”. 
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/livros-biblioteca-dentro-de-casa-interior-6077123/.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/livros-biblioteca-dentro-de-casa-interior-6077123/
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Normalmente, entenderemos a partir dessa afirmação que existe um acordo entre 
duas pessoas e que elas possuem algo em conjunto. Não necessariamente essa 
sociedade é igualitária, mas de algum modo ambos possuem posse sobre algo. Quando 
se fala em sociedade, partimos do mesmo princípio. Existe um bem comum que é 
dividido e existe um acordo que rege essa divisão. 
Cada pessoa na sociedade possui um papel diferente e esse papel desempenha 
uma função na proteção daquilo que é comum a todos. A vida em sociedade implica, 
necessariamente, que possuímos uma vida em conjunto e que façamos acordos para 
que essa vida seja viável. 
Na sociedade, o que é coletivo sempre se impõe sobre o que é individual, porque 
o grupo possui uma força maior do que o indivíduo. Dessa forma, a sociedade é o 
princípio mais básico, que pode se organizar politicamente das mais diversas formas. 
O Estado de Direito é como se fosse a armadura que sustenta a sociedade. Está por 
fora, mas dá seu formato, sua organização restringindo e permitindo seus movimentos. 
Quando vemos no noticiário que o PIB – Produto Interno Bruto – do país cresceu, 
às vezes não entendemos exatamente o que isso significa, mas essa é a soma de 
todas as riquezas produzidas no país. Mas, pense comigo, a riqueza de um país é 
produzida por quem?Todas as pessoas que trabalham contribuem para a riqueza do 
seu país e cada um desempenha seu trabalho específico visando benefício próprio e 
da sociedade. 
O trabalho é confundido facilmente como uma forma de enriquecimento pessoal. No 
entanto, o trabalho possui sua função social, que é aliada aos ganhos individuais do 
trabalhador. Então, ao mesmo tempo em que o médico ganha seu dinheiro ao atender 
o paciente, ele também está promovendo a saúde em sua sociedade, prestando um 
serviço para sua comunidade. Cada pessoa realiza um tipo de trabalho, normalmente 
um trabalho que outras pessoas não estão aptas a desenvolver. Por isso, troca-se o 
trabalho por alguma forma de pagamento que o trabalhador utiliza para seu benefício 
próprio.
No Brasil, a organização das formas de trabalho passou por uma forte mudança no 
ano de 1943, quando no dia 1° de Maio foi criada uma lei chamada de Consolidação 
das Leis do Trabalho, conhecida como CLT. Essa lei regulou diversos elementos que 
hoje consideramos normais sobre o trabalho, mas que até então não existiam, como 
a definição da jornada de trabalho, as férias, o salário mínimo, entre outros. Sem ela, 
poderíamos ter jornadas de trabalho maiores e remuneração menor. 
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O Estado, ou seja, o poder constituído sobre a organização da sociedade, legislou 
no sentido de que seus cidadãos deveriam obedecer uma regra geral de como deveria 
se dar as relações das pessoas com o trabalho. Historicamente, construiu-se uma 
tradição na qual cada trabalhador possui seus direitos trabalhistas e isso implicou 
em uma melhor qualidade de vida e desenvolvimento para a sociedade. 
Durante a Primeira Revolução Industrial, que aconteceu inicialmente na Inglaterra no 
Séc. XVIII, os trabalhadores não possuíam direitos específicos. Desse modo, a jornada 
de trabalho era muito grande, gerando exaustão, doenças e minando a qualidade de 
vida das pessoas. Além disso, crianças das mais diversas idades eram recrutadas 
para o trabalho com salários baixíssimos, os afastando daqueles direitos humanos 
mais fundamentais. 
No Brasil, o trabalho sem regulamentação permitiu a prática do escravagismo por 
muito tempo, fazendo com que as pessoas fossem comercializadas pela sua força de 
trabalho e forçando as mesmas a trabalhar sem benefício ou remuneração alguma. 
A queda do regime escravocrata no Brasil coincidiu com o início do desenvolvimento 
industrial no país, e as condições de trabalho naquele período eram insalubres. Por 
isso, entende-se que a participação do Estado na legislação trabalhista apresentou 
historicamente um importante benefício para a sociedade. 
2.2 Olhar para a complexidade
Em nosso cotidiano, “complexidade” não significa simplesmente “algo difícil”, mas sim 
uma situação em que vários elementos estão interligados e se influenciam mutuamente. 
Quando chamamos algo de complexo, queremos enfatizar que existe uma rede de 
fatores em jogo, e não apenas um único aspecto isolado.
Imagine, por exemplo, a tarefa de ir de sua casa até a padaria que fica na mesma rua. 
Em um dia normal, bastaria seguir em linha reta até o destino. Porém, se chover muito, 
você decide usar o carro. Ao perceber que o tanque está vazio, surge a necessidade de 
abastecer em um posto; ao lembrar que não há dinheiro em casa, você faz uma parada 
no banco; e ao chegar em casa, nota que o açúcar acabou, o que exige uma nova 
passagem pelo supermercado. Assim, o trajeto deixa de ser um simples deslocamento 
e passa a envolver várias etapas e decisões.
Esse encadeamento de imprevistos e escolhas mostra a essência da complexidade: 
um itinerário que exige planejamento, adaptabilidade e uma visão mais ampla das 
circunstâncias, pois nem sempre o caminho mais rápido ou mais óbvio é o mais viável.
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A sociedade se organiza de forma complexa. Isso significa que ela é construída por 
diversos pólos, por pontos pelos quais temos que passar para entender o resultado 
final. Quando olhamos para a sociedade a partir de uma perspectiva simplista, podemos 
acabar desenvolvendo percepções incorretas ou imprecisas. 
Vejamos um exemplo: você quer fazer vestibular em uma Universidade pública e 
descobre que parte das vagas são reservadas para cotas raciais. As pessoas Negras ou 
Pretas podem acessar essas vagas, mas você não pode. A partir de um olhar simplista, 
você pode pensar que se todas as pessoas são iguais, não há a necessidade de cotas 
raciais, pois essas cotas geram uma desigualdade entre você e seus concorrentes. 
Entretanto, quando você analisa a minúcia, percebe que essas cotas foram criadas 
porque historicamente as pessoas negras acessam a universidade muito menos do que 
as pessoas brancas e isso acontece por conta da forma como a sociedade brasileira se 
organizou historicamente, contando com o sequestro de trabalhadores e trabalhadoras 
africanas que foram escravizados no Brasil. 
Seus descendentes ocuparam espaços marginalizados nas grandes cidades 
ou regiões desprivilegiadas e por isso suas condições socioeconômicas têm sido 
limitadoras há séculos. Só quando se olha para a complexidade da situação é possível 
perceber que o olhar social não é simples, mas é algo que passa por diversos pontos 
e que precisa de um olhar complexo para seu entendimento adequado. 
2.3 Novas formas de trabalho
Você já sentiu medo de ser substituído por outra pessoa em seu trabalho? Talvez 
um funcionário novo que tenha sido contratado na sua empresa esteja se destacando 
e recebendo muita atenção da equipe e você tenha ficado receoso com essa presença, 
pensando que possa ser substituído. Agora, imagine um trabalhador que trabalhe na 
colheita de cana de açúcar e que veja uma grande máquinachegando na lavoura, 
com o objetivo de otimizar a colheita. 
Essa pessoa certamente temerá por seu posto de trabalho, pois aquilo que era feito 
por várias pessoas agora será feito por uma única pessoa operando uma máquina 
pesada. A verdade é que a humanidade sempre busca formas de otimizar seus 
processos e isso altera significativamente as formas de trabalho. 
Até algum tempo atrás, se você quisesse que uma pizza fosse entregue em sua 
casa você teria que ligar na pizzaria, fazer seu pedido e aquele estabelecimento teria 
alguém que faria essa entrega. Depois da invenção dos aplicativos que entrega, novas 
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formas de trabalho foram desenvolvidas e os entregadores não são empregados nem 
da pizzaria nem do aplicativo, trabalhando de forma autônoma e sendo gerenciado 
por mensagens recebidas em seu celular. O mesmo aconteceu com aplicativos de 
carona, entre outras dinâmicas que surgiram a partir de avanços tecnológicos. 
Figura 1. Entregador de bicicleta
Fonte: Pexels2.
Os avanços tecnológicos não vão cessar, pelo contrário, o prognóstico é que cada vez 
mais sejam lançadas tecnologias que modifiquem a forma como o trabalho acontece. 
Até pouco tempo atrás se dizia que as máquinas poderiam fazer processos repetitivos, 
mas que não substituiriam a inteligência própria do ser humano. Entretanto, atualmente, 
as plataformas de inteligência artificial podem produzir de forma muito rápida coisas 
que nós, seres humanos, demoraríamos para fazer e que, às vezes, dependeria de 
diversas condições.
Por mais que as dinâmicas do trabalho sejam diversas, devemos pensar na sua 
essência. O trabalho é aquilo que garante a renda e a sobrevivência das pessoas e que 
estabelece relações de produção que beneficiam a sociedade. Assim, não podemos 
deixar de entender que o direito ao trabalho é algo fundamental e que esse trabalho 
deve ser regulamentado por leis e regras específicas. 
Além de perceber sobre quais são os avanços tecnológicos que modificam as dinâmicas 
de trabalho, devemos refletir sobre como as formas de trabalho impactam na qualidade 
de vida do ser humano e na organização da sociedade. Em sua vida, sua cidade, seu 
cotidiano, como você consegue ver que o trabalho tem se apresentado, quais são seus 
2 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-pessoa-rua-via-7706463/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-pessoa-rua-via-7706463/
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pontos positivos e negativos, quais são seus projetos para lidar com a realidade do trabalho 
que se apresenta? Esses questionamentos devem ser constantes e direcionados pela 
concepção de que vivemos em uma sociedade complexa, de forma que estamos integrados, 
relacionados e que cada mudança interfere, de uma forma ou de outra, na vida de todos. 
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Em um projeto de extensão universitária voltado à formação de trabalhadores 
informais em uma comunidade periférica, estudantes de cursos das áreas de humanas 
e sociais aplicadas identificaram um desafio: muitos dos participantes demonstram 
desconfiança quanto à eficácia das políticas públicas e sentem-se marginalizados 
pelas instituições do Estado. Há baixa participação em fóruns comunitários e pouca 
articulação entre os trabalhadores locais, o que dificulta a reivindicação coletiva de 
direitos. A coordenação do projeto propôs, então, que os estudantes construíssem uma 
estratégia de intervenção que estimulasse práticas de convivência solidária, diálogo 
entre diferentes agentes sociais e troca de saberes sobre direitos trabalhistas, com 
foco na articulação entre Estado, sociedade e mundo do trabalho.
Considerando os fundamentos da relação entre Estado, sociedade e trabalho, qual 
das ações a seguir melhor favorece o compartilhamento de saberes e o fortalecimento 
das práticas coletivas entre os trabalhadores da comunidade atendida?
a) Convidar lideranças locais e representantes do poder público para participar de 
uma mesa de debate sobre as políticas públicas voltadas ao trabalho informal, 
mediada por professores universitários.
b) Realizar uma campanha de conscientização nas redes sociais da universidade 
sobre os direitos dos trabalhadores informais, visando pressionar o Estado por 
melhorias estruturais.
c) Oferecer oficinas sobre empreendedorismo e formalização de pequenos negócios 
como alternativa à precariedade das ocupações informais, com apoio de técnicos 
do SEBRAE e da prefeitura.
d) Organizar assembleias comunitárias mediadas pelos estudantes, com escuta 
ativa e dinâmicas participativas, nas quais os trabalhadores possam compartilhar 
suas experiências, identificar problemas comuns e construir agendas coletivas 
de reivindicação.
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QUESTÃO 02:
Uma organização social parceira de uma universidade está promovendo um projeto 
com entregadores de aplicativos e trabalhadores de plataformas digitais em uma grande 
cidade brasileira. Durante as escutas iniciais, os estudantes responsáveis pelo projeto 
perceberam que os trabalhadores enfrentam jornadas exaustivas, isolamento social e 
insegurança jurídica quanto a seus direitos. Ao mesmo tempo, relataram dificuldades 
em construir espaços de diálogo entre si, o que compromete a organização coletiva 
para reivindicações e ações de apoio mútuo.Diante desse cenário, os estudantes 
foram desafiados a elaborar uma proposta de intervenção que contribua para o 
fortalecimento da convivência entre esses trabalhadores e para a construção de 
estratégias colaborativas diante das transformações no mundo do trabalho.
Considerando os desafios apresentados pelas novas formas de trabalho e os princípios 
da convivência democrática, qual das ações a seguir representa a melhor solução 
para incentivar o diálogo e o compartilhamento de saberes entre os trabalhadores 
de plataformas digitais?
a) Criar uma rede virtual de apoio mútuo entre entregadores e motoristas de aplicativo, 
com encontros híbridos para troca de experiências e debates sobre condições 
de trabalho, mediada por estudantes e lideranças dos próprios trabalhadores.
b) Realizar uma série de entrevistas individuais com os trabalhadores para mapear 
suas principais queixas e repassar os dados à plataforma digital, como subsídio 
para eventuais melhorias nos sistemas.
c) Convidar especialistas em direito do trabalho e tecnologia para ministrar palestras 
informativas sobre os impactos da plataformização no mercado e nos direitos 
dos trabalhadores.
d) Organizar uma campanha digital de conscientização sobre os riscos do trabalho 
informal por aplicativo, com foco em alertar consumidores e pressionar empresas 
por melhorias.
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CAPÍTULO 3
EDUCAÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO E SOCIAL
Olá, Estudante! Neste capítulo, exploraremos de que forma a educação influencia 
nossas vidas e qual é seu papel no desenvolvimento humano e social. Você está prestes 
a concluir mais uma etapa do seu ensino formal, o que lhe confere a possibilidade de 
atuar em uma área de formação específica, conforme a legislação brasileira. Este é o 
momento ideal para refletirmos sobre as diversas funções dessa formação: como ela 
interfere em sua trajetória pessoal, de que modo as diferentes etapas educacionais 
promovem transformações no indivíduo e de que maneira tais mudanças repercutem 
na sociedade como um todo.
3.1 Educação como processo de formação cidadã
Olhe para o mundo ao seu redor. Imagine quantas pessoas diferentes você conhece 
como elas possuem características que você considera positivas ou negativas. Os 
comportamentos dos indivíduos formam aquilo que entendemos como sociedade e suas 
qualidades ou negatividades fazem com que tenhamos qualidades ou negatividades 
em nosso mundo. 
Muitas vezes, as característicasdas pessoas têm muito a ver com suas naturezas, 
com aquilo que é próprio do jeito da pessoa. Mas, por outro lado, boa parte do que 
fazemos depende daquilo que aprendemos, de como nos ensinaram a viver, e das 
habilidades que possuímos. 
A educação na Grécia Antiga baseava-se no conceito de Paideia, o ideal clássico 
de formação integral do ser humano. Acreditava-se que cada indivíduo deveria ser 
educado de modo a desenvolver suas potencialidades e adquirir certos hábitos e 
valores. Hoje, um dos grandes desafios de quem investiga práticas educacionais é 
identificar quais são os ideais do ser humano contemporâneo e de que forma nosso 
sistema escolar contribui - ou não - para essa configuração.
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A cidadania consiste na participação ativa do indivíduo em sua coletividade, segundo 
os preceitos de um Estado de Direito. Ser cidadão implica cumprir direitos e deveres 
estabelecidos pelas normas legais, bem como atuar e ser afetado pelas leis que 
regulam o convívio social. Nesse sentido, a educação desempenha papel fundamental: 
ao desenvolver competências e habilidades, ela fornece as ferramentas necessárias 
para que o indivíduo compreenda seus direitos e responsabilidades e, a partir desse 
entendimento, escolha conscientemente como agir e contribuir para a construção de 
uma sociedade mais justa.
Muitas vezes, quando a pessoa não passa pela educação formal, ela não consegue 
acessar completamente seus direitos e deveres, pois não tem as ferramentas de 
interpretação, de discurso, de relações sociais, dentre outras, que permitem o acesso 
aos direitos e deveres. 
As escolas, colégios e faculdades são os locais onde a educação é sistematizada, 
mas não são os únicos locais de aprendizagem. Nós aprendemos em casa, na igreja, no 
clube, no trabalho, nas relações, nas redes sociais, e em todas as nossas experiências 
de vida. O problema é que como alguns locais não são verificados, aquilo que se 
aprende nem sempre está correto, podendo ser possível uma aprendizagem negativa. 
Imagine que uma pessoa divulgue nas redes sociais que um determinado produto é 
a mais nova descoberta para o tratamento de uma doença. 
O indivíduo que sofre dessa doença pode ser convencido por aquele discurso e 
deixar de fazer o tratamento correto, passando a utilizar um produto sem eficácia 
alguma. É por isso que a educação trabalha com as bases daquilo que é científico, 
ou seja, daquilo que é testado e comprovado, sendo regulamentado aquilo que pode 
ou não pode ser ensinado dentro dos processos de educação formal. 
3.1.1 Estudo de caso
Uma pessoa comprou uma televisão nova em uma pequena loja de sua cidade e 
parcelou essa televisão em 12 vezes, de modo que terá o compromisso de pagar por 
um ano, além do valor do aparelho, o valor dos juros pelo parcelamento. Após duas 
semanas de uso do aparelho, o mesmo começa a apresentar defeitos. Ele troca os 
canais sozinho e fica sem som por diversas vezes ao longo do dia. 
• Como a educação formal pode auxiliar essa pessoa na busca por seus direitos? 
• Todas as pessoas conseguirão, igualmente, acessar o código de direitos do 
consumidor e acionar a garantia deste produto? 
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• Uma pessoa com formação específica em Direito terá maior facilidade ou 
dificuldade para lidar com essa situação adversa de sua vida?
• Apenas as pessoas com formação específica em Direito aprendem como proceder 
nesse caso ou outras pessoas com formações diferenciadas também podem, 
a partir do conhecimento de seus direitos, acessar uma resolução para esse 
problema?
Uma pessoa sem acesso à educação formal, especialmente à alfabetização, enfrenta 
grandes obstáculos para reivindicar seus direitos. Suponha-se o caso de alguém com 
escolaridade básica, mas alfabetizado: essa pessoa pode recorrer à internet para 
descobrir, por exemplo, seus direitos enquanto consumidora. 
Apesar de não conhecer detalhes do Direito do Consumidor, quem sabe ler e 
interpretar bem estará apto a identificar essa possibilidade e buscar, então, o auxílio de 
um profissional especializado ou de alguém de confiança. Naturalmente, um bacharel 
em Direito terá vantagem nesse contexto, pois sua formação aborda diretamente tais 
questões. 
No entanto, indivíduos com trajetórias formativas distintas, mesmo não dominando 
tecnicamente os procedimentos legais, compreendem melhor as normas sociais e, 
por meio de pesquisa e orientação adequada, conseguem assegurar a efetivação de 
seus direitos.
3.2 Educação e mercado de trabalho
A educação não se forma apenas para o mercado de trabalho. Um dos princípios da 
educação é formar o ser humano para os diversos campos da vida. Entretanto, aquilo 
que se considera normal na vida, a forma que as relações de trabalho se organizam 
e as aspirações de vida das pessoas dependem muito da organização do trabalho 
na sociedade. 
Desse modo, quando vivíamos em uma sociedade mais rural, onde as riquezas 
eram majoritariamente geradas a partir da lida com a terra, as pessoas buscavam 
um ideal de vida relacionado a esse ambiente. Conforme a sociedade vai mudando, 
também se alteram as expectativas, de modo que se alteram também os programas 
e ideias da educação. 
Entre o final do século XIX e início do século XX, o Brasil estava iniciando seu 
processo de industrialização, deixando de produzir suas riquezas apenas nas lavouras 
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e passando a buscar a geração de lucros com a produção industrial. Um dos grandes 
problemas que existiam naquela época era a falta de profissionais qualificados. Imagine 
que uma indústria têxtil estava se instalando em uma cidade. Ela produziria rolos e 
mais rolos de diversos tecidos que depois seriam vendidos para fábricas de roupas.
Precisavam de funcionários que soubessem medir e pesar o tecido, que soubessem 
manipular volumes de tintas para tingir os tecidos, que soubessem entender o 
funcionamento de uma máquina para executar pequenos reparos, que soubessem 
calcular os custos, as despesas e os lucros da empresa. Assim, a educação formal 
precisou se adequar e começou a formar pessoas com essas competências, pois sem 
as pessoas com essa formação, a indústria não conseguiria desenvolver seus produtos.
A educação sempre se volta para o atendimento das necessidades sociais, e o 
trabalho é um dos elementos que mais mobiliza a sociedade, pois todos nós precisamos, 
em geral, de alguma forma de trabalho para garantir nossa subsistência. Por outro 
lado, as diversas formas de produção de riqueza, como a indústria, o comércio e a 
agricultura, geram postos de trabalho que permitem que as pessoas se sustentem 
e aos seus. 
Qual é a realidade do mercado de trabalho que vivemos hoje? É necessário olhar 
criticamente para nossa sociedade para entender qual é nosso mundo e como ele 
opera. Todos nós utilizamos um celular. No Brasil existem hoje mais de um smartphone 
por pessoa, ultrapassando os 250 milhões de aparelhos. 
Mas, precisamos considerar, será que existem muitas fábricas de aparelhos celulares 
no Brasil? Com a realidade do que conhecemos como globalização, os produtos não 
precisam ser produzidos localmente. Compramos produtos produzidos em diversas 
partes do mundo, e pagamos também pela tecnologia que sustenta esses produtos. 
Países como a China, lideram a produção de aparelhos digitais, de modo que seu 
mercado de trabalho é muito voltado tanto para a produção tecnológica quanto para 
as manufaturas, as fábricas que fazem as partes desses produtos. 
No Brasil, ainda temos muita riqueza sendo produzida no campo. Exporta-se 
produtos como soja e milho, além de carne animal. No entanto, ao contrário de outros 
momentos em que se precisava de muita mão de obra para fazer o plantio e a colheita 
manualmente, agora o mercado de trabalho nesse setor precisa cada vez mais de 
pessoas quesaibam operar suas tecnologias, como por exemplo, operadores de 
plantadeiras e colheitadeiras, mecânicos, engenheiros agrônomos, e assim por diante. 
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Figura 1. Processo de programação
Fonte: Pexels1.
Nos últimos anos, um dos campos que tem mais se desenvolvido no país são 
os campos relacionados a tecnologias, programação, coleta e tratamento de dados, 
plataformas online, segurança digital, assistência técnica a produtos digitais, redes 
e sistemas. Com isso, aumentou-se significativamente a oferta de cursos técnicos 
integrados ao ensino médio, subsequentes, de formação superior tecnológica e de 
bacharelado nessas áreas. 
Nesse âmbito, quando parte significativa da população deixa de buscar licenciaturas e 
cursos tradicionais de formação – seja por falta de acesso, desestímulo ou expectativas 
econômicas voltadas apenas para o ensino técnico e superior mais “lucrativo” – 
desencadeiam-se vários efeitos interligados:
• Escassez de docentes qualificados: Com menos estudantes nos cursos de 
licenciatura, há um déficit crônico de professores em áreas fundamentais 
(língua, matemática, ciências sociais, artes). Isso agrava a sobrecarga nas 
escolas: profissionais recém-formados são alocados em turmas acima de sua 
especialidade, e professores experientes acumulam turmas extras para suprir 
a demanda, o que pode afetar diretamente a qualidade do ensino básico.
• Desvalorização de profissões tradicionais: A percepção de que "carreiras técnicas" 
ou cursos de engenharia/gestão são mais promissores faz com que profissões 
historicamente centrais - como bibliotecário, assistente social, educador físico, 
terapeuta ocupacional - sofram com a queda no interesse. Em longo prazo, 
corremos o risco de perder profissionais que mantêm vivas práticas culturais, 
de cuidado e de mediação social.
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/computador-laptop-preto-e-cinza-546819/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/computador-laptop-preto-e-cinza-546819/
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• Segmentação do mercado de trabalho: Quando apenas parte dos jovens alcança 
a educação superior, forma-se uma pirâmide socioeconômica em que quem cursa 
licenciatura e profissões liberais ocupa posições de maior prestígio e remuneração, 
enquanto segmentos sem formação específica se dirigem a ocupações de menor 
qualificação. Essa divisão cristaliza desigualdades: mobilidade social fica mais 
difícil e a reprodução intergeracional de renda e status se intensifica.
• Enfraquecimento do projeto pedagógico: Com poucos formandos em pedagogia, 
diminui também a renovação de metodologias de ensino. Faltam profissionais 
motivados a pesquisar e inovar práticas educativas, o que pode levar à estagnação 
curricular e a modelos pedagógicos defasados em relação às demandas do 
século XXI (como competências digitais, pluralidade cultural e aprendizagem 
colaborativa).
• Impactos culturais e civis: A escassez de cursos de formação docente e de outras 
profissões de base humanística tem repercussões além da escola. Sociedade 
que não forma pensadores críticos, mediadores e comunicadores qualificados 
sofre com fragilidade no debate público, dificuldade na resolução coletiva de 
conflitos e empobrecimento de iniciativas culturais comunitárias.
Dessa forma, a queda de procura por cursos de licenciatura e formações tradicionais 
não é apenas uma questão de escolha individual, mas um sintoma de como percebemos 
e valorizamos diferentes saberes. Sem uma intervenção consciente � que una políticas 
públicas, reconhecimento social e incentivos concretos �, corremos o risco de fortalecer 
uma divisão de trabalho que limita o potencial criativo, crítico e colaborativo das 
futuras gerações.
3.3 Educação e oportunidades de vida
Estudante, vamos refletir em conjunto. Quais são as habilidades necessárias para 
que uma pessoa possa pegar um ônibus do transporte coletivo em sua cidade? 
Primeiramente é necessário que a pessoa identifique o ônibus, vendo o nome da 
empresa, seu logotipo, suas cores, o destino da rota, a linha e seu número. Além disso, 
é necessário que a pessoa veja os horários que aquele ônibus passa pelo ponto, se 
aquela rota passa pelo ponto da cidade ao qual se deseja chegar, qual o valor da tarifa, 
se deve ser pago em dinheiro ou com algum bilhete, se ela possui algum direito de 
gratuidade, entre outros. 
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Talvez, na sua vida cotidiana, esse seja um processo muito simples e até automático, 
mas, dependendo da pessoa, isso pode ser muito difícil. Imagine que você tem que 
tomar um ônibus em um país que não conhece, que possui uma língua totalmente 
diferente que você não domina. Essa situação nos mostra como as habilidades básicas 
que desenvolvemos na educação podem alterar muito nossa dinâmica de vida no 
cotidiano. 
A educação formal trabalha sempre com objetivos formais e gerais, para que a 
partir deles possamos ter mais acesso e oportunidades de vida. Se você estudou 
língua inglesa na escola e se desenvolveu bem no curso, pode ter mais facilidade de 
ter um emprego que lide com a língua inglesa, podendo até mesmo receber a mais 
com isso. Caso você não tenha se desenvolvido na língua inglesa, não poderá acessar 
essa vaga de trabalho. 
Mas, além disso, a língua inglesa também pode te ajudar a fazer uma viagem 
internacional sem muitas dificuldades, pode te ajudar a ler o manual de instruções de 
um produto importado, a entender uma promoção em um site de compras online, a 
entender o conteúdo de uma série ou de um filme, ou seja, gera uma forma diferente 
de oportunidades de experiência que você não teria sem essa ferramenta. 
Figura 2. Anúncio de oferta
Fonte: Freepik2.
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Aquilo que aprendemos com a educação, nossa formação como indivíduos, molda 
quem somos e quais experiências teremos em nossas vidas. Quanto mais habilidades 
desenvolvemos, mais oportunidades temos de experimentar coisas diversificadas e 
acessar oportunidades distintas. 
Agora, pensemos em coisas simples. Uma obra clássica da literatura brasileira, 
“Vidas secas”, originalmente publicada em 1938 por Graciliano Ramos, tem como 
protagonista Fabiano, um homem caracterizado por ser bruto e ignorante. Fabiano era 
um agricultor retirante, muito pobre e sem educação formal. O livro narra o sofrimento 
de Fabiano, que se sentia explorado e roubado em algumas situações, mas não podia 
fazer nada, porque não sabia se expressar, não dominava bem a linguagem, nem 
conhecia como deveriam ser as relações sociais. Fabiano é um modelo atemporal da 
realidade de muitas pessoas, que apesar de sentir um forte sentimento de injustiça, 
não possui habilidadestécnicas e sociais que permitam mudar essa situação. 
Em nossa sociedade, vivemos diversas situações parecidas com as de Fabiano. Veja 
o caso dos diversos golpes online que acontecem porque as pessoas não possuem 
educação digital. Essas pessoas muitas vezes são enganadas porque não possuem 
uma formação sólida e uma habilidade crítica para entender que aquilo que está 
acontecendo com elas é um golpe. 
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Uma rede de educação técnica em parceria com o setor produtivo local busca 
implementar políticas educacionais que promovam a empregabilidade de jovens em 
situação de vulnerabilidade socioeconômica. Durante o diagnóstico inicial, identificou-
se que muitos egressos dos cursos técnicos enfrentam dificuldades de inserção no 
mercado de trabalho, não por falta de qualificação técnica, mas por limitações na 
comunicação interpessoal, pouca capacidade de argumentação e dificuldade em 
compreender e se posicionar diante de contextos socioculturais diversos.
Diante desse cenário, a coordenação pedagógica propõe reformular os currículos 
e metodologias para promover competências comunicativas, capacidade crítica e 
interação social como dimensões fundamentais da formação.
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Qual proposta curricular responde de forma crítica e fundamentada à necessidade 
de integrar comunicação, argumentação e desenvolvimento humano no processo de 
formação para o trabalho?
a) Inserir componentes curriculares que articulem projetos integradores com foco 
em práticas colaborativas, mediação de conflitos, argumentação ética e leitura 
crítica de realidades sociais, potencializando a comunicação e a ação cidadã 
no mundo do trabalho.
b) Reforçar os componentes de língua portuguesa e produção textual com foco 
na redação técnica e elaboração de currículos, otimizando a apresentação 
profissional dos estudantes diante de processos seletivos.
c) Estabelecer parcerias com empresas locais para realização de estágios 
supervisionados e mentorias, promovendo a aproximação dos estudantes com 
a cultura e as exigências do mundo do trabalho.
d) Investir em tecnologias educacionais e plataformas digitais interativas para 
modernizar o ensino técnico e ampliar o acesso a conteúdos profissionalizantes 
atualizados.
QUESTÃO 02:
Em uma comunidade urbana marcada por altas taxas de desemprego juvenil e evasão 
escolar, uma organização social desenvolve um projeto de formação para jovens de 16 
a 21 anos com foco no fortalecimento das competências para o mundo do trabalho. No 
entanto, os primeiros ciclos do projeto mostraram que, apesar do acesso a conteúdos 
técnicos, os jovens apresentavam baixa autonomia, dificuldade em comunicar ideias e 
fragilidade na argumentação durante entrevistas, apresentações e dinâmicas de grupo. 
Diante disso, a coordenação do projeto propõe reformular as atividades formativas, 
priorizando práticas que integrem o desenvolvimento comunicativo e a reflexão crítica 
sobre os próprios contextos sociais.
Qual estratégia pedagógica é mais adequada para desenvolver, de forma crítica e 
articulada, competências de comunicação, argumentação e protagonismo juvenil no 
contexto do trabalho e do desenvolvimento social?
a) Criar oficinas dialógicas interdisciplinares que envolvam análise crítica de 
realidades locais, simulações de situações de trabalho e práticas de escuta ativa 
e expressão oral, incentivando a autonomia e a participação cidadã dos jovens.
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b) Oferecer palestras com profissionais de diferentes áreas do mercado, com foco 
em orientações sobre postura profissional, elaboração de currículo e planejamento 
de carreira.
c) Promover cursos de curta duração com certificação em áreas técnicas 
demandadas pelo mercado, elevando a empregabilidade imediata dos 
participantes e ampliando sua atratividade profissional.
d) Disponibilizar conteúdos online sobre empreendedorismo, comportamento 
organizacional e tendências do mercado, para que os jovens acompanhem as 
mudanças do mundo do trabalho de forma independente.
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CAPÍTULO 4
MEIO AMBIENTE, MUDANÇAS 
CLIMÁTICAS E DESAFIOS 
SOCIOAMBIENTAIS
Olá, Estudante! Neste capítulo, vamos examinar, de maneira prática, as questões 
ambientais, partindo dos seus conhecimentos prévios sobre os desafios socioambientais 
para, em seguida, refletirmos criticamente sobre a forma como esses temas nos 
foram ensinados na escola e são apresentados em noticiários e nas redes sociais. 
É fundamental entender que todos estamos interligados e compartilhamos a 
responsabilidade pelo ambiente em que vivemos, e é justamente dessa visão coletiva 
e complexa que surgem as melhores soluções para os problemas ambientais.
4.1 Por que falar sobre o meio ambiente?
Nas últimas duas décadas os discursos sobre o meio ambiente têm se acentuado 
cada vez mais e o mundo da política e dos negócios tem se apropriado dessa temática, 
especialmente porque os diagnósticos sobre o aquecimento global se apresentam 
cada vez mais alarmantes. Isso acontece porque vivemos em um ecossistema que 
depende de um equilíbrio muito delicado. Digamos que uma pequena cidade promova 
uma ação de extermínio de sapos, figuras que não são bem quistas no local.
A população se assusta com os sapos na rua, encontra sapos em suas casas, e após 
uma reunião local resolvem acabar com a população de sapos na cidade. Alguns meses 
após a ação a quantidade de insetos na cidade aumenta significativamente, gerando 
um problema maior do que o problema anterior. Se torna praticamente impossível 
comer um lanche na calçada da lanchonete ou deixar as janelas de casa abertas 
durante a noite. O que aconteceu ali foi um desequilíbrio ambiental, e será necessário 
uma nova ação para conter esse novo problema.
Situações como essa acontecem o tempo todo. Em regiões onde há grande produção 
de soja e milho, utiliza-se uma grande quantidade de defensivos agrícolas e acaba-se 
prejudicando a produção de culturas mais frágeis como uvas e hortaliças. Além disso, 
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a população de abelhas sofre um impacto intenso, sendo necessário um manejo muito 
estratégico para a produção de mel. 
A grande questão aqui é que nossas ações impactam as formas de vida de outros 
elementos do nosso ecossistema que às vezes não percebemos, porque não fomos 
educados para entender essas relações. Por isso, é necessário entender que quando 
se trata de questões ambientais e climáticas as fronteiras são suspensas e acabamos 
podendo impactar o mundo todo.
Um exemplo simples: você pode ser uma pessoa responsável, que separa seu 
lixo reciclável, não desperdiça energia elétrica ou combustíveis fósseis, e entende 
que nunca poluiu as águas. Essas são suas ações diretas, mas suas ações indiretas 
podem indicar para outro sentido. Quando você compra uma calça jeans, por exemplo, 
aquele produto teve um custo ambiental, e muitas vezes nós o consumimos sem saber 
exatamente seu impacto. Uma calça, em seu processo de tingimento e lavagem pode 
sujar e contaminar centenas de litros de água.
Obviamente, esse processo é regulado nas grandes empresas, de modo que essa 
água não pode ser devolvida ao meio ambiente sem tratamento. Mas, como sabemos, 
a fiscalização nem sempre alcança todos e em alguns casos são utilizadas táticas 
para driblar essas regras. Nós, como consumidores, precisamos nos atentar para quais 
tipos de produção e que tipos de práticas estamos financiando, além de entender 
também qual é a linha que separa nossa necessidade de consumo com o consumo 
desenfreado e inconsequente.
4.2 Mudanças climáticas e desafios socioambientais
Esse é o tópico que apresenta maior resistência e mais dificuldade de compreensão. 
A mudança climática é uma realidade que tem sidodemonstrada nas últimas décadas, 
mas que carece de compreensão pela sociedade e isso acontece por alguns motivos. 
Primeiramente, a mudança climática não é algo que passa necessariamente pela 
nossa percepção cotidiana. 
Você não acorda em um dia de julho e percebe que está mais quente do que em 
julho do ano anterior, portanto houve um aquecimento global. A mudança climática é 
percebida através de cálculos diversos e de médias de impacto que serão calculados 
no mundo todo.
O aquecimento global de 1,5° desde o período pré-industrial indica que o planeta 
todo teria uma média de temperatura 1,5° maior do que a dois séculos atrás. Acontece 
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que nosso planeta é composto por uma superfície de águas, de modo que qualquer 
alteração mínima na temperatura pode alterar também o estado dessa água, seu 
congelamento e descongelamento, sua evaporação, sublimação, condensação e assim 
por diante. 
Além disso, a vida nas águas depende de um equilíbrio delicado de nutrientes, acidez 
e salinização, de modo que qualquer mínima alteração pode prejudicar a vida de uma 
espécie toda. Dependendo de como for esse desequilíbrio, pode haver uma mudança 
na qualidade de vida dos seres humanos que dependem desse meio ambiente. Além 
disso, podem ocorrer mudanças nas chuvas, impactando a agricultura, e mudanças 
nos mares rios, quando o volume de água pode subir ou baixar muito, chegando até 
as casas das pessoas que residem nas margens, ou impossibilitando a navegação e 
impedindo o trabalho de pescadores.
Figura 1. Pescador lançando a rede
Fonte: Pexels1.
Para entender as mudanças socioambientais advindas das mudanças climáticas 
precisamos partir do pressuposto de que já vivemos em uma sociedade muito desigual, 
e que ainda existe uma pobreza inimaginável no mundo. Muitas pessoas ainda se 
alimentam exclusivamente daquilo que conseguem extrair da natureza em sua busca 
diária por alimento. 
Além disso, como vivemos em um mundo globalizado, um pequeno produtor de 
suínos na China pode depender do preço da ração que ele compra importada do 
1 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pescador-jogando-rede-na-agua-3665225/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/pescador-jogando-rede-na-agua-3665225/
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Brasil, de modo que a quantidade de chuvas na lavoura brasileira pode impactar se 
conseguirá ou não ter algum lucro para sua subsistência. 
É necessário olharmos para as mudanças climáticas não apenas a partir de números, 
mas humanizando a relação que existe entre o funcionamento adequado do meio 
ambiente e impacto disso na vida de todos, mas especialmente na dificuldade de 
adaptação das pessoas mais pobres, que não contam com recursos para construir 
uma casa em outro local, ou para conseguir uma nova fonte de renda. 
4.3 COP 30 no Brasil
Em novembro de 2025 será sediada no Brasil a COP 30, uma grande conferência 
climática, contando com a presença de lideranças de Estado, autoridades sobre o 
meio ambiente, ambientalistas e grandes figuras em escala global. Esse será o maior 
evento do mundo sobre questões ambientais no ano e foi escolhido para ser sediado 
no Brasil por conta da floresta amazônica e sua importância para a preservação do 
meio ambiente. 
As principais temáticas que serão trabalhadas durante a COP 30 incluem a justiça 
climática e o financiamento climático, além da própria preservação da floresta 
amazônica. Por isso, a cidade sede do evento será Belém, no Pará, que fica situada 
na região amazônica, possibilitando que as lideranças do mundo todo possam ver de 
perto como é a realidade das pessoas que vivem na maior floresta tropical do mundo. 
Figura 2. Indígenas: população original da Amazônia
Fonte: Pexels2.
2 Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/madre-indigena-13816470/. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/madre-indigena-13816470/
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O governo brasileiro prepara uma grande infraestrutura para receber comitivas do 
mundo todo e garantir espaços adequados de hospedagem, transporte, seminários 
e reuniões. Esse evento coloca o Brasil no centro das discussões ambientais, o que 
pode gerar, além de benefícios para o meio ambiente, benefícios econômicos, sociais e 
políticos. A preservação do meio ambiente e a justiça socioambiental são alguns dos 
elementos mais mobilizadores de parcerias, prestígio e financiamento atualmente, e 
isso se dá justamente por conta de sua urgência e inevitabilidade. 
Um dos assuntos que serão tratados na COP 30 será a efetivação do acordo de 
Paris, que foi assinado na COP 21, em 2015, na França. Nesse acordo, os países 
signatários concordaram em limitar o aquecimento global a 1,5°, em comparação 
com os parâmetros pré-industriais. A grande questão é que hoje, 10 anos depois, 
essa meta já está praticamente quebrada, apontando que os esforços adotados não 
foram suficientes. 
Outra grande questão é que os países mais ricos se comprometeram em financiar os 
países mais pobres para as ações climáticas em pelo menos 100 bilhões de dólares ao 
ano, o que acabou não sendo efetivado. Nesse cenário, estima-se que a realização da 
COP na região amazônica será o momento oportuno de repactuar as responsabilidades 
das nações para a preservação do meio ambiente e para traçar novas ações que 
precisam ser adotadas prontamente para que a temperatura global não suba para 
níveis sem a possibilidade de retorno. 
4.4 Estudo de caso
Tendo o Brasil como sede da maior conferência climática em 2025, a sociedade 
brasileira e os olhares do mundo todo voltarão para o Brasil. Imagine que desse encontro 
saiam compromissos dos mais diversos países em prol do combate às mudanças 
climáticas e que o Brasil se torne uma referência global em sustentabilidade. 
• Apenas ambientalistas e pessoas que trabalham diretamente com a preservação 
ambiental serão impactados?
• Quais oportunidades de negócios seriam gerados dessa situação?
• Como a indústria, o comércio e a prestação de serviços poderiam se adequar 
a esse cenário?
Quando um grande pacto global como o da COP 30 é celebrado, isso não impacta 
apenas as pessoas que trabalham diretamente com o meio ambiente, mas também 
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mobiliza recursos, políticas, leis, e tecnologia para que seus objetivos sejam alcançados. 
Assim, a vida cotidiana da sociedade também pode ser impactada, havendo mudanças 
nas práticas rotineiras, nos meios de produção de riquezas, nas relações de trabalho, 
no financiamento de moradias, entre outros. 
Sempre que existem mudanças, surgem também oportunidades. Vejamos um 
exemplo simples. Digamos que os países mais ricos destinem uma parte dos recursos 
para financiar a produção de energia solar no Brasil. Isso implicaria em oportunidades de 
negócios lucrativos tanto para empresas de placas solares, quanto para distribuidoras 
e para o consumidor final, que pode ter sua conta de energia e o custo de implantação 
de sistemas solares diminuídos. 
A indústria, o comércio e a prestação de serviço poderiam se adaptar entendendo 
que o mercado global está mais preocupado com as questões climáticas e oferecendo 
assim produtos e serviços que atendam a essa expectativa, mantendo-se, assim, 
competitivos no mercado. 
Questões de aprendizagem:
QUESTÃO 01:
Em um município com alto índice de vulnerabilidade social e forte presença de 
comunidades ribeirinhas e quilombolas, uma empresa do setor energético propõe 
instalar uma usina hidrelétrica de médio porte. O empreendimento promete geração 
de empregos e crescimento econômico local, mas apresenta riscos de impactos 
ambientais significativos, como deslocamento de famílias, alteração do ecossistema 
aquático e perda de territórios tradicionais.
O gestor público responsável precisa apresentar

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