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Profa. Dra. Aline Veroneze UNIDADE II Nutrição e Dietética Necessidade de energia E n e rg ia ( k c a l) A energia dos alimentos ingeridos ou a energia gasta pelo trabalho biológico pode ser medida em quilocalorias kcal. A quantidade de “calorias” que não for queimada, produzindo trabalho biológico, é armazenada na forma de gordura. A gordura produz mais energia por grama de peso (9 kcal/g) do que os carboidratos (4 kcal/g), as proteínas (4 kcal/g) e o álcool (7 kcal/g). Fonte: autoria própria. Gasto Energético Total (GET) G A S T O E N E R G É T IC O T O T A L Gasto energético basal Efeito térmico da atividade física/Termogênese por atividade Efeitos térmicos dos alimentos 65% 25% 10% Fonte: autoria própria. Harris-Benedict eram as mais utilizadas para indivíduos normais, enfermos ou feridos, mas superestimavam o GEB em indivíduos normais e obesos em 7% a 27%; Após comparações de GEB medido com calorimetria indireta e utilizando fórmulas de diferentes autores, como as de Harris-Benedict, Mifflin-St. Jeor e Owen, foi possível concluir que as equações de Mifflin-St. Jeor eram mais precisas ao estimar o GEB, tanto em indivíduos com massa corporal adequada quanto em indivíduos obesos; Mesmo assim, as fórmulas de Harris-Benedict não foram desprezadas, porque em algumas situações elas se adaptam melhor que as de Mifflin-St. Jeor. Estimativa do Gasto Energético Basal (GEB) Fonte: https://fortius.com.br/gasto-energetico/ Equações de Harris-Benedict: Homens (kcal/24h) = 66,47 + (13,75 × peso) + (5 × altura) - (6,76 × idade). Mulheres (kcal/24h) = 665,1 + (9,56 × peso) + (1,85 × altura) - (4,68 × idade). peso = kg; estatura = centímetros; idade = anos. É adequada para homens e mulheres praticantes de atividade física, enfermos ou feridos de todas as idades. Harris-Benedict Exemplo: Homem (kcal/24h) = 66,47 + (13,75 × peso) + (5 × altura) - (6,76 × idade). peso = 75 kg; estatura = 185 centímetros; idade = 42 anos. Homem (kcal/24h) = 66,47 + (13,75 × 75) + (5 × 185) - (6,76 × 42) Homem (kcal/24h) = 66,47 +1031,25 + 925 – 283,92 1738,8 kcal/24h Harris-Benedict Equações de Mifflin-St. Jeor: Homens: kcal/dia = (10 x peso) + (6,25 x altura) - (5 x idade) + 5 Mulheres: kcal/dia = (10 x peso) + (6,25 x altura) - (5 x idade) - 161 peso = kg; estatura = centímetros; idade = anos. É adequada para o cálculo do GET de homens e mulheres, portadores de obesidade, com sobrepeso e eutróficos. Mifflin-St. Jeor Equações de Mifflin-St. Jeor: Mulheres: kcal/dia = (10 x peso) + (6,25 x altura) - (5 x idade) - 161 peso = 52 kg; estatura = 163 centímetros; idade = 26 anos. Mulheres: kcal/dia = (10 x 52) + (6,25 x 163) - (5 x 26) - 161 Mulheres: kcal/dia = 520 + 1018,75 - 130 - 161 1247,75 kcal/dia Mifflin-St. Jeor Para determinação do GET, é necessário estimar o GEB e acrescentar os fatores adicionais para o ETA e para atividades. Uma maneira simplificada de estimar adicionais por atividade física ao GEB é usar estimativas do grau de atividade física, que serão então multiplicadas pelo GEB medido ou estimado. Para estimar o GET para a atividade mínima, deve-se aumentar o GEB em 10% a 20%; para atividade moderada, aumentar o GEB em 25% a 40%; para atividades extenuantes, aumentar o GEB em 45% a 60%. Conforme o exemplo anterior, teríamos: 1247,75kcal/dia + 10-20% = 1372,53 – 1497,30 kcal. 1247,75kcal/dia + 25-40% = 1559,69 – 1746,85 kcal. 1247,75kcal/dia + 45-60% = 1809,24 – 1996,40 kcal. Gasto Energético Total Para estimativa de energia, foi estabelecido o Estimated Energy Requirement (EER ou Necessidade Energética Estimada, NEE); É a média de ingestão de energia da dieta para manter equilíbrio para a população em geral, incluindo indivíduos com sobrepeso, obesidade e doenças crônicas, de acordo com idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividades físicas ideais; Para crianças, gestantes e lactantes, considera-se que a EER inclui as necessidades associadas à deposição de tecidos ou à secreção de leite em taxas consistentes com boa saúde. Equações de predição No desenvolvimento das equações, considerou-se idade como variável dependente do coeficiente ou nível de atividade física CAF/NAF e foram definidas 4 categorias: inativo (ou sedentário), pouco ativo, ativo e muito ativo; Em geral, a categoria “inativa” engloba o metabolismo basal, o efeito térmico dos alimentos e um nível mínimo de atividade física necessário para as Atividades de Vida Diária (AVD). Equações de predição Fonte: https://www.ibccoaching.com.br/portal/qualidade-de-vida/6-beneficios-da-atividade-fisica-para-a-saude-mental/ Equações de predição Atividades de Vida Diária (AVD) para todos os níveis de atividade Inativo (NAF ~1,4) Pouco ativo (NAF ~1,6) Ativo (NAF ~1,75) Muito ativo (NAF ~2,05) 30 minutos de caminhada; mais ~90 minutos de atividade leve à moderada (tarefas domésticas, aspirar, varrer o gramado, entre outras). Somente ADV ADV + 60-80 minutos caminhada (3- 4 km/h) ADV + 30-50 minutos caminhada (3-4 km/h) + 45 minutos ciclismo moderado + 40 minutos de tênis em duplas ADV + 45 minutos ciclismo moderado + ~25 minutos corrida (9,5 min/km) + 60 minutos tênis em duplas AVD = Atividades de Vida Diária; km/h = quilômetros por hora; NAF = nível de atividade física. Intervalos para as categorias de NAF para idades de 3 a 8 anos: inativo: 1,0 ≤ NAF = 19: inativo: 1,0 ≤ NAF Elaboradas por meio de uma técnica denominada água duplamente marcada (ADM), ou seja, os valores estimados são dados pela soma do gasto energético basal, do efeito térmico dos alimentos, da atividade física e da termorregulação. Também inclui a energia gasta com deposição de tecidos e secreção de leite, quando aplicável. É indicada para homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças, gestantes e idosos. Equações de predição (EER/NEE) Equações de predição Crianças de 6 meses a 2,99 anos (sexo feminino) EER = -69,15 + (80,0 × idade) + (2,65 × altura) + (54,15 × peso) + 20/15ª A = Dos 6 meses aos 3 anos, o custo energético de crescimento para meninas varia entre: 6 meses a 1 ano: 20 kcal/d; 1 a 3 anos: 15 kcal/d. Crianças de 6 meses a 2,99 anos (sexo masculino) EER = -716,45 – (1,00 × idade) + (17,82 × altura) + (15,06 × peso) + 20 *Idade em anos, estatura em centímetros (cm) e peso em quilogramas (kg). EER = -69,15 + (80,0 × idade) + (2,65 × altura) + (54,15 × peso) + 20/15ª EER = -69,15 + (80,0 × 2) + (2,65 × 90) + (54,15 × 11,5) + 15 EER = -69,15 + 160 + 238,5 + 622,73 + 15 967,08 kcal Equações de predição Menina: 2 anos 90 cm 11,5 kg a = Dos 6 meses aos 3 anos, o custo energético de crescimento para meninas varia entre: 6 meses a 1 ano: 20 kcal/d 1 a 3 anos: 15 kcal/d Equações de predição (EER/NEE) Crianças e adolescentes de 3 a 13,99 anos (sexo masculino) Inativos: EER = -447,51 + (3,68 × idade) + (13,01 × altura) + (13,15 × peso) + 20/15/25b Pouco ativos: EER = 19,12 + (3,68 × idade) + (8,62 × altura) + (20,28 × peso) + 20/15/25b Ativos: EER = -388,19 + (3,68 × idade) + (12,66 × altura) + (20,46 × peso) + 20/15/25b Muito ativos: EER = -671,75 + (3,68 × idade) + (15,38 × altura) + (23,25 × peso) + 20/15/25b b = Dos 3 aos 13,99 anos, o custo energético do crescimento para meninos varia entre: 3 anos: 20 kcal/d; 4 a 8 anos: 15 kcal/d; 9 a 13 anos: 25 kcal/d. *Idade em anos, estatura em centímetros (cm) e peso em quilogramas (kg). Equações de predição (EER/NEE) Crianças e adolescentes de 3 a 13,99 anos (sexo feminino) Inativas: EER = 55,59 – (22,25 × idade) + (8,43 × altura) + (17,07 × peso) + 15/30c Pouco ativas: EER = -297,54 – (22,25 × idade) + (12,77 × altura) + (14,73 × peso) + 15/30 c Ativas: EER = -189,55 – (22,25 × idade) + (11,74 × altura) + (18,34 × peso) + 15/30 c Muito ativas: EER = -709,59 – (22,25 × idade) + (18,22 × altura) + (14,25 × peso) + 15/30c c = dos 3 aos 13.99 anos, o custo energético do crescimento para meninas pode variar de: 3 anos: 15 kcal/d; 4 a 8 anos: 15 kcal/d; 9 a 13 anos: 30 kcal/d. *Idade em anos, estatura em centímetros (cm) e peso em quilogramas (kg). Adolescente, sexo feminino, 10 anos, 30 kg, 1,35 m, pouco ativa: Pouco ativa: EER = -297,54 – (22,25 × idade) + (12,77 × altura) + (14,73 × peso) + 15/30c; Pouco ativa: EER = -297,54 – (22,25 × 10) + (12,77 × 135) + (14,73 × 30) + 30; Pouco ativa: EER = -297,54 – 222,5 + 1723,95 + 441,9 + 30. 1675,81 kcal. Equações de predição (EER/NEE) É indicada para homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças, gestantes e idosos. Equações de predição Adultos > 19 anos (sexo feminino): Inativas: EER = 584,90 – (7,01 × idade) + (5,72 × altura) + (11,71 × peso) Pouco ativas: EER = 575,77 – (7,01 × idade) + (6,60 × altura) + (12,14 × peso) Ativas: EER = 710,25 – (7,01 × idade) + (6,54 × altura) + (12,34 × peso) Muito ativas: EER = 511,83 – (7,01 × idade) + (9,07 × altura) + (12,56 × peso) *Idade em anos, estatura em centímetros (cm) e peso em quilogramas (kg). É indicada para homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças, gestantes e idosos. Equações de predição (EER/NEE) Adultos > 19 anos (sexo masculino): Inativos: EER = 753,07 – (10,83 × idade) + (6,50 × altura) + (14,10 × peso) Pouco ativos: EER = 581,47 – (10,83 × idade) + (8,30 × altura) + (14,94 × peso) Ativos: EER = 1004,82 – (10,83 × idade) + (6,52 × altura) + (15,91 × peso) Muito ativos: EER = -517,88 – (10,83 × idade) + (15,61 × altura) + (19,11 × peso) *Idade em anos, estatura em centímetros (cm) e peso em quilogramas (kg). Homem: 52 anos Ativo 1,77 m 89 kg Ativos: EER = 1004,82 – (10,83 × idade) + (6,52 × altura) + (15,91 × peso) Ativos: EER = 1004,82 – (10,83 × 52) + (6,52 × 177) + (15,91 × 89) Ativos: EER = 1004,82 – 563,16 + 1154,04 + 1415,99 3011,69 kcal Equações de predição (EER/NEE) A deposição de energia serve para sustentar os novos tecidos sendo formados e varia de acordo com o IMC da gestante: Gestante com baixo peso: + 300 kcal/d; Gestante com peso normal: + 200 kcal/d; Gestante com sobrepeso: + 150 kcal/d; Gestante com obesidade: – 50 kcal/d. Equações de predição (EER/NEE) Mulheres grávidas (2º e 3º trimestre da gravidez) Inativas: EER = 1131,20 – (2,04 × idade) + (0,34 × altura) + (12,15 × peso) + (9,16 × gestação) + deposição de energia Pouco ativas: EER = 693,35 – (2,04 × idade) + (5,73 × altura) + (10,20 × peso) + (9,16 × gestação) + deposição de energia Ativas: EER = -223,84 – (2,04 × idade) + (13,23 × altura) + (8,15 × peso) + (9,16 × gestação) + deposição de energia Muito ativas: EER = -779,72 – (2,04 × idade) + (18,45 × altura) + (8,73 × peso) + (9,16 × gestação) + deposição de energia Idade: 28 anos Altura: 162 cm Peso atual: 65 kg Gestante de: 24 semanas (ou seja, 2º trimestre) IMC: 65/(1,62 X 1,62) = 24,77 kg/m2 Deposição de energia: recomenda-se +200 kcal/dia (eutrofia) Inativas: EER = 1131,20 – (2,04 × 28) + (0,34 × 162) + (12,15 × 65) + (9,16 × 24) + 200 EER = 1131,20 – 57,12 + 55,08 + 789,75 + 219,84 + 200 EER = 2338,75 kcal/dia Equações de predição (EER/NEE) São unidades de medida que correspondem ao gasto metabólico de um indivíduo durante atividades físicas de intensidades variadas e que são expressas como múltiplos do GEB; Um valor MET de 1 é o oxigênio metabolizado em repouso (3,5 mL de oxigênio por quilograma da massa corporal por minuto, em adultos) e pode ser expresso como 1 kcal/kg da massa corporal por hora. Para cada atividade, o cálculo do gasto energético é dado pela seguinte fórmula: Gasto energético = MET x peso corporal (kg) x tempo da atividade (h) ou ainda, Gasto energético = MET x peso corporal (kg) x [tempo da atividade (min) / 60] Equivalentes metabólicos (METs) Peso corporal: 70 kg Atividade física: Caminhada moderada (~6,4 km/h) MET da atividade: 4,5 Tempo da atividade: 45 minutos Gasto energético = MET x peso corporal (kg) x [tempo da atividade (min) / 60] Gasto energético = 4,5 × 70 × 45/60 Gasto energético = 4,5 × 70 × 0,75 236,25 kcal gastas na atividade Equivalentes metabólicos (METs) R.C.P. tem 15 anos, pesa 60 kg, mede 1,70 m, ativo. Ele joga futebol recreativo (MET = 7,0) durante 1 hora, três vezes por semana. Com base nesse contexto, qual alternativa apresenta corretamente o valor aproximado da EER diária de R.C.P. e o gasto energético durante 1 hora de futebol recreativo? a) EER = 2.700 kcal/dia; Gasto no futebol = 400 kcal. b) EER = 2.900 kcal/dia; Gasto no futebol = 420 kcal. c) EER = 3.100 kcal/dia; Gasto no futebol = 440 kcal. d) EER = 3.300 kcal/dia; Gasto no futebol = 460 kcal. e) EER = 3.500 kcal/dia; Gasto no futebol = 480 kcal. Ativos: EER = 1004,82 – (10,83 × idade) + (6,52 × altura) + (15,91 × peso) Gasto energético = MET x peso corporal (kg) x [tempo da atividade (min) / 60] Interatividade R.C.P. tem 15 anos, pesa 60 kg, mede 1,70 m, ativo. Ele joga futebol recreativo (MET = 7,0) durante 1 hora, três vezes por semana. Com base nesse contexto, qual alternativa apresenta corretamente o valor aproximado da EER diária de R.C.P. e o gasto energético durante 1 hora de futebol recreativo? a) EER = 2.700 kcal/dia; Gasto no futebol = 400 kcal. b) EER = 2.900 kcal/dia; Gasto no futebol = 420 kcal. c) EER = 3.100 kcal/dia; Gasto no futebol = 440 kcal. d)EER = 3.300 kcal/dia; Gasto no futebol = 460 kcal. e) EER = 3.500 kcal/dia; Gasto no futebol = 480 kcal. Ativos: EER = 1004,82 – (10,83 × idade) + (6,52 × altura) + (15,91 × peso) Gasto energético = MET x peso corporal (kg) x [tempo da atividade (min) / 60] Resposta As mudanças na rotulagem foram estabelecidas pela Resolução de Diretoria Colegiada – RDC n. 429 e Instrução Normativa n. 75, publicadas em outubro de 2020. O objetivo das normas foi de melhorar a clareza e legibilidade dos rótulos dos alimentos e assim auxiliar o consumidor a fazer escolhas alimentares mais conscientes. Nova rotulagem Fonte: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/rotulagem/principais-mudancas-e-modelos INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porções por embalagem: 000 porções Porção: 000 g (medida caseira) 100 g 000 g %VD* Valor energético (kcal) Carboidratos totais (g) Açúcares totais (g) Açúcares adicionados (g) Proteínas (g) Gorduras totais (g) Gorduras saturadas (g) Gorduras trans (g) Fibra alimentar (g) Sódio (mg) *Percentual de valores diários fornecidos pela porção. D A B C Toda declaração destinada a informar ao consumidor as propriedades nutricionais do alimento, compreendendo a tabela de informação nutricional, a rotulagem nutricional frontal e as alegações nutricionais. Rotulagem Nutricional A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece quais informações devem constar nos rótulos dos alimentos. Nova rotulagem Fonte: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/rotulagem/principais-mudancas-e-modelos INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porções por embalagem: 000 porções Porção: 000 g (medida caseira) 100 g 000 g %VD* Valor energético (kcal) Carboidratos totais (g) Açúcares totais (g) Açúcares adicionados (g) Proteínas (g) Gorduras totais (g) Gorduras saturadas (g) Gorduras trans (g) Fibra alimentar (g) Sódio (mg) *Percentual de valores diários fornecidos pela porção. D A B C Rotulagem nutricional frontal: É uma declaração padronizada simplificada do alto conteúdo de nutrientes específicos no painel principal do rótulo do alimento. Nova rotulagem Fonte: https://bit.ly/3L8tqKj Rotulagem nutricional frontal: É uma declaração padronizada simplificada do alto conteúdo de nutrientes específicos no painel principal do rótulo do alimento. Nova rotulagem Fonte: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/rotulagem/principais-mudancas-e-modelos Alto conteúdo de Alimentos sólidos e semissólidos Alimentos líquidos Açúcar adicionado 15 g ou mais por 100 g de alimento 7,5 g ou mais por 100 mL de alimento Gordura saturada 6 g ou mais por 100 g de alimento 3 g ou mais por 100 mL de alimento Sódio 600 mg ou mais por 100 g de alimento 300 mg ou mais por 100 mL de alimento Nova rotulagem Fonte: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/perguntas- e-respostas-arquivos/rotulagem-nutricional_2a-edicao.pdf Para determinar o teor de nutrientes, bem como baixo teor de sódio, sem gordura, baixa caloria e saudável, é necessário satisfazer definições governamentais. Segundo a RDC vigente, as alegações nutricionais são: “qualquer declaração, com exceção da tabela de informação nutricional e da rotulagem nutricional frontal, que indique que um alimento possui propriedades nutricionais positivas relativas ao seu valor energético ou ao conteúdo de nutrientes, contemplando as alegações de conteúdo absoluto e comparativo e de sem adição”. Declaração do teor de nutrientes As declarações de conteúdo absoluto descrevem o nível ou a quantidade do valor energético e de nutrientes contidos no alimento; As de conteúdo comparativo referem-se aos níveis ou à quantidade do valor energético ou dos mesmos nutrientes contidos no alimento de referência; Já as de “sem adição”, indicam que o ingrediente não foi adicionado de forma direta ou indireta. Declaração do teor de nutrientes Atributos nutricionais Termos autorizados para alegações nutricionais Baixo baixo em..., pouco..., baixo teor de..., leve em... Muito baixo muito baixo em... Não contém não contém..., livre de..., zero (0 ou 0%)..., sem..., isento de... Sem adição de sem adição de..., zero adição de..., sem ... adicionado Alto conteúdo alto conteúdo em..., rico em..., alto teor... Fonte fonte de..., com..., contém... Reduzido reduzido em..., menos..., menor teor de..., light em... Aumentado aumentado em..., mais... Declaração do teor de nutrientes Fonte: extraído de IN n. 75 de 2020. Termos autorizados para alegações nutricionais Um alimento “zero” significa que o produto contém quantidades apenas triviais ou fisiologicamente inconsequentes, ou que não contém um ou mais desses componentes: gordura, gordura saturada, gordura trans, colesterol, sódio, lactose, açúcares ou calorias; Zero calorias significa que o produto contém o máximo de 4 kcal por porção de referência, por 100 g ou mL e por embalagem individual. Zero açúcar e zero gordura significam que o produto contém menos de 0,5 g por porção de referência, por 100 g ou mL e por embalagem individual. Para lactose, até 0,1 g por 100 g ou mL do produto tal como exposto à venda. Zero Fonte: https://www.matematica.pt/faq/quem-inventou-zero.php Os alimentos diet são aqueles destinados a dietas com restrição de determinados nutrientes, alimentos para controle de peso e para dietas de ingestão controlada de açúcares; Eles podem ser classificados em alimentos para dietas com restrição de carboidratos, restrição de gorduras, restrição de proteínas, restrição de sódio e outros alimentos destinados a fins específicos. Diet Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar- melhor/noticias/2019/entenda-os-rotulos-o-que-esta-por-tras-dos-alimentos-light-e-diet O termo light pode ser utilizado quando algum nutriente (por exemplo, açúcares, gorduras totais, gorduras saturadas, colesterol ou sódio) é baixo ou quando é reduzido em valor energético; Um produto pode ser considerado light se tiver uma redução mínima de 25% no valor energético e o alimento de referência não atender aos critérios para o atributo nutricional baixo em valor energético. Light Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar- melhor/noticias/2019/entenda-os-rotulos-o-que-esta-por-tras-dos-alimentos-light-e-diet Para os açúcares, deve ter redução mínima de 25% e a diferença absoluta em relação ao alimento de referência deve ser de, no mínimo, 5 g de açúcares por porção de referência; Para sódio, redução mínima de 25% e o alimento de referência não atender aos critérios para o atributo nutricional baixo em sódio. Para gordura saturada, redução mínima de 25%, o alimento de referência não atender aos critérios para o atributo nutricional baixo em gorduras saturadas; a redução não deve resultar em um aumento das quantidades de ácidos graxos trans; e a energia proveniente de gorduras saturadas não representar mais de 10% do valor energético total do alimento. Light Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar- melhor/noticias/2019/entenda-os-rotulos-o-que-esta-por-tras-dos-alimentos-light-e-diet Referência: versão convencional do mesmo alimento com a declaração da alegação nutricional de conteúdo comparativo e que serve como padrão de comparação para realizar e destacar uma modificação relativa aos atributos nutricionais de reduzido e de aumentado. Um produto light pode ser baixo ou reduzido em sódio ou em gordura, por exemplo, e não ter, obrigatoriamente, o valor energético baixo ou reduzido em relação aos produtos convencionais. Entende-se, então, que o termo light não se refere exclusivamente à quantidade de calorias. Light Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar- melhor/noticias/2019/entenda-os-rotulos-o-que-esta-por-tras-dos-alimentos-light-e-dietA nova rotulagem nutricional frontal brasileira utiliza um símbolo em forma de lupa para alertar sobre excessos de determinados nutrientes. Segundo a Anvisa, esse alerta é obrigatório em alimentos embalados que ultrapassem limites definidos para: a) calorias, gordura total e gordura trans. b) gordura saturada, açúcar adicionado e sódio. c) colesterol, sódio e carboidratos totais. d) proteínas, gordura total e açúcar total. e) açúcares totais, sódio e fibras. Interatividade A nova rotulagem nutricional frontal brasileira utiliza um símbolo em forma de lupa para alertar sobre excessos de determinados nutrientes. Segundo a Anvisa, esse alerta é obrigatório em alimentos embalados que ultrapassem limites definidos para: a) calorias, gordura total e gordura trans. b) gordura saturada, açúcar adicionado e sódio. c) colesterol, sódio e carboidratos totais. d) proteínas, gordura total e açúcar total. e) açúcares totais, sódio e fibras. Resposta São aqueles geneticamente modificados, criados em laboratórios com a utilização de genes de diferentes espécies de animais, vegetais ou micróbios; Sua toxicidade ambiental e humana é motivo de grande discussão, por ainda estar em estágio inicial de desenvolvimento e por haver poucos estudos sobre o assunto. Alimentos transgênicos Fonte: https://idec.org.br/em-aca o/em-foco/rotulagem-de-transgenicos-saiba-como-esta-o-andamento-do-pl-no-congresso Os adoçantes, ou edulcorantes, são substâncias químicas obtidas de matérias-primas naturais ou artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos; A finalidade dessas substâncias é a de substituir total ou parcialmente o açúcar; Normalmente, o poder de adoçamento dos edulcorantes é maior do que o da sacarose (açúcar extraído da cana-de-açúcar). Adoçantes/Edulcorantes O propósito inicial das fórmulas de adoçantes foi atender às necessidades de diabéticos em substituição ao açúcar; No entanto, devido ao seu baixo ou quase nenhum valor calórico, os adoçantes também são utilizados em planos alimentares para perda de peso; A FDA aprovou oito adoçantes não nutritivos considerados como seguros quando utilizados com moderação para uso no suprimento alimentar, os quais são regulados como aditivos alimentares; São eles: acessulfame-K, aspartame, extrato da fruta-do- monge, neotame, sacarina, estévia, advantame e sucralose. Adoçantes/Edulcorantes Sacarina Primeiro adoçante artificial, ~500x mais doce que açúcar. Sem calorias (não metabolizada). Não recomendada para grávidas. Aspartame ~200x mais doce que açúcar. Perde sabor acima de 120 °C. Libera aminoácidos e metanol; contraindicado na fenilcetonúria. Uso comum em refrigerantes, sobremesas, cereais. Segurança controversa, mas aprovado por órgãos reguladores. Adoçantes/Edulcorantes Sucralose ~600x mais doce que açúcar. Derivado da sacarose; não metabolizado (sem calorias). Resistente a altas temperaturas. Sem comprovação científica de malefícios. Estévia Adoçante natural da planta Stevia rebaudiana (~300x doce). Sem toxicidade; indicada para diabéticos e obesidade. Possui sabor residual amargo. Adoçantes/Edulcorantes Acessulfame K ~200x mais doce que açúcar. Resistente a altas temperaturas; usado em diversas bebidas e sobremesas. Pode ter sabor residual; contraindicado para restrição de potássio. Já teve uso suspenso, mas voltou ao mercado por falta de provas contra a segurança. Ciclamato ~50x mais doce que açúcar. Resistente ao calor, pouco calórico, sabor residual forte. Proibido em EUA, Japão e França (suspeitas cancerígenas). Permitido no Brasil e em mais de 50 países. Adoçantes/Edulcorantes São aqueles que, ao serem consumidos nas dietas, além de prover suas funções nutricionais, produzem alguns efeitos metabólicos e fisiológicos no organismo; Estes é que vêm sendo estudados, principalmente, nas doenças, como em casos de câncer, diabetes, hipertensão, mal de Alzheimer, doenças ósseas, cardiovasculares, inflamatórias e intestinais. Para que os alimentos funcionais sejam eficazes, é preciso que seu uso seja regular e também que isso esteja associado ao aumento da ingestão de frutas, verduras, cereais integrais, carne, bebida de soja e alimentos ricos em ômega 3. Alimentos funcionais O fator antinutricional é um composto que está presente em uma grande variedade de alimentos (de origem vegetal) que, quando ingeridos, reduzem o seu valor nutritivo; Podem afetar a digestibilidade, a absorção ou a utilização de nutrientes; Além disso, sua ingestão em quantidades elevadas pode trazer efeitos adversos à saúde, como diminuir a biodisponibilidade de aminoácidos essenciais e de minerais, e também provocar irritações e lesões na mucosa gastrointestinal. Fatores antinutricionais Fonte: https://www.biologianet.com/botanica/germinacao.htm Taninos Compostos polifenólicos naturais, solúveis em água. Classificados em taninos hidrolisáveis (facilmente degradados) e condensados (resistentes). Presentes em leguminosas, sorgo e milheto. Reduzem a digestibilidade de proteínas e aminoácidos. Atuam também como antioxidantes naturais com propriedades terapêuticas. Fatores antinutricionais Fonte: https://content.paodeacucar.com/prazer-de-comer-e- beber/o-que-sao-leguminosas Oxalato (Ácido oxálico) Encontrado em espinafre, beterraba, cacau, ruibarbo, entre outros. Não metabolizado pelo organismo, excretado na urina. Sequestra minerais (ferro, zinco, fósforo, cálcio) formando compostos insolúveis. Pode formar cálculos renais pela precipitação do oxalato de cálcio nos rins. Ácido fítico (Fitato) Presente em cereais integrais e farelos. Quelata cátions bivalentes como cálcio, magnésio e ferro, reduzindo absorção. Pode precipitar proteínas alimentares e enzimas digestivas, diminuindo digestibilidade. Fatores antinutricionais Nitratos e Nitritos Nitratos estão em todas as plantas, essenciais para o crescimento. Usados como conservantes e para cor rosada em produtos cárneos curados. Vegetais são fonte principal de nitratos; produtos cárneos curados são ricos em nitritos. Nitritos são mais tóxicos e podem se formar a partir dos nitratos. Nitritos podem reagir com aminas para formar nitrosaminas, compostos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos. Essas reações ocorrem no trato gastrointestinal e no processamento dos alimentos. Observação: Nitratos e nitritos são usados em alimentos defumados, salgados e conservas. Fatores antinutricionais Inibidores de tripsina e outras enzimas Presentes em cereais, legumes, batatas, tomates etc. Inibem enzimas digestivas como tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase, lactase e alfa-amilase. A inibição da tripsina diminui a digestibilidade das proteínas. A soja é a maior fonte alimentar desses inibidores para humanos e animais. Fatores antinutricionais Deixar de molho: ajuda a reduzir ácido fítico e taninos. Cozinhar ou ferver: reduz taninos, oxalatos, inibidores de enzimas e nitratos. Fermentação: pode degradar ácido fítico. Germinação (brotamento): diminui ácido fítico e melhora digestibilidade. Torrar ou tostar: diminui alguns fatores antinutricionais, como taninos e inibidores. E na prática? Fonte: https://nav.dasa.com.br/blog/como-deixar-graos-de-molho Os fatores antinutricionais presentes em alimentos de origem vegetal podem interferir na absorção de minerais essenciais no organismo. Diante disso, identifique a alternativa correta: a) Taninos, ácido fítico e oxalatos aumentam a biodisponibilidade de ferro, cálcio e zinco, facilitando a absorção desses minerais. b) O ácido fítico se liga a minerais como cálcio, magnésio e ferro, formando complexos insolúveis que reduzem a absorção intestinal desses nutrientes. c) Os oxalatos são metabolizados no organismo humano, contribuindo para a síntese de cálcio e fósforo. d) Taninoshidrolisáveis são resistentes à hidrólise e são os principais encontrados em alimentos comuns, como leguminosas e cereais. e) O consumo de alimentos ricos em fatores antinutricionais deve ser totalmente evitado, pois eles não oferecem nenhum benefício nutricional. Interatividade Os fatores antinutricionais presentes em alimentos de origem vegetal podem interferir na absorção de minerais essenciais no organismo. Diante disso, identifique a alternativa correta: a) Taninos, ácido fítico e oxalatos aumentam a biodisponibilidade de ferro, cálcio e zinco, facilitando a absorção desses minerais. b) O ácido fítico se liga a minerais como cálcio, magnésio e ferro, formando complexos insolúveis que reduzem a absorção intestinal desses nutrientes. c) Os oxalatos são metabolizados no organismo humano, contribuindo para a síntese de cálcio e fósforo. d) Taninos hidrolisáveis são resistentes à hidrólise e são os principais encontrados em alimentos comuns, como leguminosas e cereais. e) O consumo de alimentos ricos em fatores antinutricionais deve ser totalmente evitado, pois eles não oferecem nenhum benefício nutricional. Resposta ANVISA. Nota Técnica n. 64/2024/SEI/COPAR/GGALI/DIRE2/ANVISA. Alegações de propriedade funcional para nutrientes com funções plenamente reconhecidas. Brasília: Anvisa, 2024. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa n. 75, de 8 de outubro de 2020. Estabelece os requisitos para uso das alegações nutricionais em alimentos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 195, p. 73, 13 out. 2020. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 429, de 8 de outubro de 2020. Dispõe sobre a rotulagem nutricional dos alimentos embalados. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 195, p. 67, 9 out. 2020. CESAR, A. V. M. Nutrição e dietética: um percurso pela história, nutrientes e fases da vida. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: Freitas Bastos, 2024. E-book. Referências COMINETTI, C. Recomendações de nutrientes [livro eletrônico]. 3. ed. São Paulo: International Life Sciences Institute do Brasil - ILSI Brasil, 2023. (Série funções plenamente reconhecidas de nutrientes) – ePub. COZZOLINO, S. M. F.; COMINETTI, C. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida na saúde e na doença. Barueri: Manole, 2013. NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES, ENGINEERING, AND MEDICINE. Dietary Reference Intakes for Energy. Washington, DC: The National Academies Press, 2023. Referências ATÉ A PRÓXIMA!