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Faculdade Objetivo
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Erro ou Ignorância
 
Amanda Alves Aires 
Jonhnatan Leão de Moura 
Lucas Miclos Soares 
Marcelo A. Pereira Filho 
Márcia Karine Guimarães
 Naiara Peres Furtado
Tiago Berriel Barbosa
Professor: Camilo Barbosa
Rio Verde, Goiás
2015
CARLOS ROBERTO GONÇALVES
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Erro ou Ignorância
 
Rio Verde, Goiás
2015
INTRODUÇÃO
Em todo negócio jurídico o elemento essencial é a vontade que se manifesta livremente através de sua declaração produzindo nascimento, modificação ou extinção das relações jurídicas.
Segundo Francisco Amaral, defeitos do negócio jurídico são as imperfeições que nele podem surgir decorrentes de anomalias na formação da vontade ou na sua declaração. 
A vontade deve corresponder ao desejo do agente. No entanto, podem surgir defeitos no processo de formação da vontade ou na sua declaração. Se a vontade não estiver de acordo com o desejo do agente, o negócio jurídico torna-se suscetível de ser anulado.
Neste presente trabalho trataremos dos defeitos do negócio jurídico que concernem ao erro e ignorância, presentes à partir do Artigo 138 do CC – Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002.
Serão abordados todos as espécies de erros no que concerne à negócios jurídicos, conceitos e definições e sua aplicabilidade no Direito Civil atual de acordo com o posicionamento do doutrinador Carlos Roberto Gonçalves, Mestre em Direito Civil pela PUCSP, Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, Membro da Academia Brasileira de Direito Civil.
ERRO OU IGNORÂNCIA
De acordo com ilustre doutrinador Carlos Roberto Gonçalves:
“Erro é a ideia falsa da realidade. Ignorância é o completo desconhecimento da realidade. Num e noutro caso, o agente é levado a praticar o ato ou a realizar o negócio que não celebraria por certo, ou que praticaria em circunstâncias diversas, se estivesse devidamente esclarecido”. (GONÇALVES, 2005).
	É importante salientar que a vontade é pressuposto do negócio jurídico, sendo assim, para que este seja válido e eficaz é necessário que a vontade seja expressa de forma livre e consciente, a partir do momento que essa vontade vem com um vício, estamos diante de um defeito do negócio jurídico.
	Tanto o erro como a ignorância implica ausência de correta representação da realidade, devendo receber o mesmo tratamento jurídico. 
Humberto Theodoro Júnior enfatiza que:
“Embora a lei trate como sinônimos o erro e a ignorância, a doutrina os difere. A ignorância é diversa do erro porque o agente pratica o negócio jurídico não sob falso conhecimento, mas sim no total não conhecimento da realidade.” (JÚNIOR, 2003).
Erro é uma representação psíquica incorreta, ou seja, ninguém induz o declarante ao erro, o sujeito acha que é uma coisa, que na verdade é outra. Isso acontece quando o agente faz uma interpretação incorreta sobre o fato, é a falsa ideia da verdade entre aquilo que o agente pretendia e aquilo que realizou.
Ignorância é a completa ausência de conhecimento sobre aquilo do que se trata. É a falta de noção a respeito de um assunto.
ERRO ESCUSÁVEL
O artigo 138 do Código Civil estabelece que:
 “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio”. 
O código Civil de 1916, não dispunha sobre a escusabilidade do erro pelo fato de o legislador considerar implícito tal elemento no próprio conceito do erro. O fato que sem esse conceito se chegaria a soluções injustas. O erro escusável, portanto, aufere quando se torna imperceptível uma pessoa com diligencia normal para as circunstancias do negócio. 
Ao considerar anulável o erro “que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio” o novo diploma explicitou a necessidade de que o erro seja escusável, adotando um padrão abstrato, o do homem médio (homo medius), para a aferição da escusabilidade.
Segundo José Fernando Simão:
	“O Código exigiu apenas a cognoscibilidade e não a escusabilidade como requisito do erro, já que, tendo adotado a teoria da confiança, calcada na boa-fé objetiva e na eticidade, o negócio deve ser mantido se gerou justa expectativa no declaratário, sendo que tal expectativa merece proteção jurídica.”
O novo código afastou o critério da escusabilidade, cujo exame se dava sobre o próprio emissor da vontade, adotando o princípio da confiança, cujo critério de aferição passou a ser o destinatário da manifestação da vontade que, mesmo percebendo que a autora estava em erro ao invés de adverti-la.
O erro inescusável é aquele erro escandaloso, grosseiro, em que o declarante comete falta grave, sendo que um homem médio não o cometeria. 
	Somente o erro escusável pode ser anulado. 
O STJ decidiu que:
	
 	“O erro pode ser escusado, mas não pode invocá-lo quem foi culpado pelo mesmo, não empregando a diligência ordinária” (RT 119/229)
 “Em cada caso deve-se analisar a cultura, a inteligência e especialmente a atividade profissional daquele que o alega” (RT 520/116).
 
A escusabilidade do erro como requisito para a anulação do negócio jurídico se torna secundário, levando-se em consideração a diligência normal da pessoa para reconhecer o erro.
ERRO SUBSTANCIAL OU ESSENCIAL
 	Erro, por sua vez, é noção falsa que o agente tem de qualquer dos elementos do ato jurídico ou do negócio jurídico. Consiste numa falsa representação da realidade, e para viciar a vontade e tornar o ato anulável, deve ele ser, essencial ou substancial.
	O erro substancial para estar caracterizado deve ser de tal intensidade que, sem o vício, o ato não se celebraria, ao passo que o erro acidental incide apenas em qualidades secundárias do motivo ou do objeto do ato, quando o motivo não seja a causa determinante. Os elementos do ato jurídico eventualmente atingido pelo erro substancial podem ser: a natureza, o objeto principal da declaração, as qualidades essenciais do próprio ato, bem como as qualidades essenciais da pessoa a que se refere a declaração da vontade. O erro substancial incidente sobre a natureza do ato (error in ipso negotio) ocorre quando a intenção é de praticar um ato diverso do praticado, p. ex., alguém entrega um bem pensando estar realizando uma troca, quando, na verdade, a natureza do ato é de compra e venda.
	Quanto ao erro MARIA HELENA DINIZ leciona: 
"erro é uma noção inexata, não verdadeira, sobre alguma coisa, objeto ou pessoa, que influencia a formação da vontade. Se influi na vontade do declarante, impede que se forma em consonância com sua verdadeira motivação; tendo sobre um fato ou sobre um preceito noção incompleta, o agente emite sua vontade de modo diverso do que a manifestaria se dele tivesse conhecimento exato ou completo". 
E continua:
"O erro para viciar a vontade e tornar anulável o negócio, deve ser substancial (CC, art. 138), escusável e real, no sentido de que há de ter por fundamento uma razão plausível, ou ser de tal monta que qualquer pessoa inteligente e de atenção ordinária seja capaz de cometê-lo. Anula-se negócio quando a vontade advir de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do ato negocial. Adota-se o padrão abstrato vir medius para sua aferição. Logo, a escusabilidade de erro como requisito para anulação é secundária. O negócio só será anulado se presumível ou possível o reconhecimento do erro pelo outro contratante. Uma das partes não pode beneficiar-se com o erro de outra. Deve ser real, palpável e reconhecível pela outra parte, importado efetivo prejuízo para o interessado". (Curso de Direito Civil Brasileiro, 1º vol. São Paulo, Saraiva, 2002).
O erro de direito não era previsto no Código Civil de 1916. A inovação, porém, não conflita com o art. 3º da Lei de Introdução ao Código Civil (“ninguémse escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”), pois a hipótese do art. 139, III, é a ideia equivocada sobre as consequências jurídicas da norma. Necessário, todavia, que o erro tenha sido o motivo único ou o principal do negócio.
O erro de direito, todavia, não pode ser alegado, para anular transação, “a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes” (art. 849, parágrafo único do Código Civil).
JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSITIVO DE LEI. INTERPRETAÇÃO RAZOÁVEL. NEGÓCIO JURÍDICO ANULADO POR ERRO SUBSTANCIAL.
Quando o julgado rescindendo reconhece que o negócio jurídico está viciado em razão de erro substancial, já que a parte foi levada a crer na prática de negócio que somente existiu na mente daqueles que a induziram a fazê-lo, e aplica o direito à espécie, recorrendo a uma das soluções possíveis para a situação fática apresentada, inexiste contrariedade às disposições indicadas como fundamento do pleito rescisório, pois o julgado rescindendo deu interpretação razoável à questão.
O negócio jurídico, na circunstância de apresentar erro substancial, levando à parte a uma noção equivocada do objeto tratado e, consequentemente, a ter sua vontade viciada, manifestada em razão do que acreditava estar negociando, pode ser anulado por meio da ação anulatória, via adequada a esse desiderato.
A revelia, na ação rescisória, não produz os efeitos da confissão (art. 319 do CPC) já que o judicium rescindens é indisponível, não se podendo presumir verdadeiras as alegações que conduziriam à rescisão. Deve o feito ser normalmente instruído para se chegar a uma resolução judicial do que proposto na rescisória.
A verba honorária não é simples remuneração do causídico; deve ser também considerada uma questão de política judiciária a fim de demonstrar à parte sucumbente que a litigância impensada e, às vezes, irresponsável gera um custo (EDcl na AR n. 3.570/RS)
Recurso especial conhecido e desprovido.
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. EXISTÊNCIA DE USUCAPIÃO EM FAVOR DO ADQUIRENTE. OCORRÊNCIA DE ERRO ESSENCIAL. INDUZIMENTO MALICIOSO. DOLO CONFIGURADO. ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO.
O erro é vício do consentimento no qual há uma falsa percepção da realidade pelo agente, seja no tocante à pessoa, ao objeto ou ao próprio negócio jurídico, sendo que para render ensejo à desconstituição de um ato haverá de ser substancial e real.
É essencial o erro que, dada sua magnitude, tem o condão de impedir a celebração da avença, se dele tivesse conhecimento um dos contratantes, desde que relacionado à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração de vontade, a qualidades essenciais do objeto ou pessoa.
A usucapião é modo originário de aquisição da propriedade em razão da posse prolongada da coisa, preenchidos os demais requisitos legais, sendo que aqui, como visto, não se discute mais sobre o preenchimento desses requisitos para fins de prescrição aquisitiva, sendo matéria preclusa. De fato, preenchidos os requisitos da usucapião, há, de forma automática, o direito à transferência do domínio, não sendo a sentença requisito formal à aquisição da propriedade.
No caso dos autos, não parece crível que uma pessoa faria negócio jurídico para fins de adquirir a propriedade de coisa que já é de seu domínio, porquanto o comprador já preenchia os requisitos da usucapião quando, induzido por corretores da imobiliária, ora recorrente e também proprietária, assinou contrato de promessa de compra e venda do imóvel que estava em sua posse ad usucapionem. Portanto, incide o brocardo nemo plus iuris, isto é, ninguém pode dispor de mais direitos do que possui.
Ademais, verifica-se do cotejo dos autos uma linha tênue entre o dolo e o erro. Isso porque parece ter havido, também, um induzimento malicioso à prática de ato prejudicial ao autor com o propósito de obter uma declaração de vontade que não seria emitida se o declarante não tivesse sido ludibriado - dolo (CC/1916, art. 92).
Portanto, ao que se depreende, seja pelo dolo comissivo de efetuar manobras para fins de obtenção de uma declaração de vontade, seja pelo dolo omissivo na ocultação de fato relevante – ocorrência da usucapião -, também por esse motivo, há de se anular o negócio jurídico em comento.
Recurso especial não provido.
FALSO MOTIVO
O falso motivo decorre de representações psíquicas internas ou razões de ordem subjetiva que antecedem a realização do negócio, não tendo relevância jurídica para viciar o ato. Para que essas representações tenham relevância jurídica, é necessário que tenham sido compactuadas como motivo determinante do contrato.
Segundo Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery:
“Se o motivo que levou o agente a realizar o ato foi por ele declarado expressamente e se, por isso, vier a ser conhecida do outro contratante, a inocorrência dele justifica o reconhecimento de hipótese de erro essencial que pode levar à invalidade do negócio”.
O artigo 140 do Código Civil estabelece que:
“O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.”
O erro quanto o objetivo visado somente vicia o negócio jurídico quando se apresentar e se enunciar de modo expresso, especificando a motivação em que o negócio está envolvido, que consiste nos fatores essenciais e determinantes do negócio que evidentemente sem estes, não haveria fechado e concluído o negócio. Sendo assim, somente o erro chamado substancial é que pode anular o negócio porque envolve a qualidade ou característica essencial do objeto.
Esse erro se dá devido ao engano quanto à natureza do negócio celebrado e a identidade da pessoa que desempenharia determinada obrigação, sendo que desta forma abre-se a possibilidade de anulação do negócio jurídico por causa do “defeito” resultado nesse motivo. A partir desta análise de anulação, levantam-se diversos aspectos e considerações notórias como o risco natural envolvido e a boa-fé dos participantes, destacando a importância da causa.
Como exemplo, podemos citar o caso daquele que aluga um imóvel para instalação de um restaurante, pressupondo que em frente será estabelecida uma indústria ou escola, que lhe irá assegurar o movimento e a freguesia, no entanto o fato não ocorre. Assim, o contrato somente poderá ser anulado se as partes tiverem convencionado tal condição como razão determinante do mesmo, podendo ser alegado erro substancial. No entanto, se nada tiver sido alegado no contrato, não passando de motivos de ordem interna e psicológica, nada poderá ser feito, já que não possui relevância jurídica. 
ERRO PERCEPTÍVEL
O erro é perceptível quando, em relação às circunstâncias do negócio, uma pessoa de diligência normal poderia percebê- lo. Ou seja, perceptível é o erro possível de ser percebido pelo destinatário da manifestação de vontade.
O requisito da perceptividade do erro foi introduzido pelo Código Civil de 2002. Tradicionalmente, a doutrina dizia que, para ser anulável, o erro deveria ser substancial e escusável. O erro escusável seria aquele que, ao contrário de um erro grosseiro, seria um engano justificável diante das circunstâncias, no qual qualquer pessoa de diligência normal incidiria já citado anteriormente.
 Atualmente a corrente majoritária sustenta que o erro, para autorizar o desfazimento do negócio jurídico, deve ser substancial e perceptível, pois a lei, expressamente, exige somente esses dois requisitos. O legislador optou por privilegiar o princípio da confiança, protegendo terceiro de boa- fé, ao invés do emissor da vontade equivocada que alegaria escusabilidade em seu favor.
Trata- se de aplicação da teoria da confiança, derivada do princípio da boa- fé, em face do princípio da boa- fé, os agentes devem sempre atuar com lealdade e transparência. Agindo de boa- fé, a parte que percebe o erro do outro agente, tendo em vista seu dever de lealdade e transparência, esclarecerá ao outro a respeito dos fatos, como realmente são.Mas, se ao contrário, a parte percebe que o outro agente atua movido por uma falsa noção da realidade e ainda assim realiza o negócio jurídico, nesses termos, viola o dever de boa- fé, não merecendo proteção do ordenamento jurídico, pelo que o negócio jurídico se torna anulável.
Portanto, o erro pode consistir em falso motivo quando incidir nos motivos de fato que determinam as partes a contratar. Como regra, não constitui vício, a não ser que o motivo de fato seja a razão determinante ou condição para que se realize o ato.
Só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante
O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
O erro de indicação da pessoa ou a coisa, a que se referir à declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
O motivo somente terá relevância jurídica se preenchidos dois requisitos:
Constar expressamente no negócio como sua razão determinante;
Revelar-se falso, sendo que, nessa hipótese, o ato estará viciado, sendo, portanto, anulável.
TRANSMISSÃO ERRÔNEA DA VONTADE
 	 O Código Civil assemelha o erro à transmissão imperfeita da vontade. Como profere o artigo 141 do Código Civil Brasileiro:
“A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.” 
Sobre o real artigo Carlos Roberto Gonçalves alega que:
	[...] Se o declarante não se encontra na presença do declaratário e se vale de interposta pessoa (mensageiro, núncio) ou de outro meio de comunicação (fax, telégrafo, e-mail etc.) e a transmissão da vontade, nesses casos, não se faz com fidelidade, estabelecendo-se uma divergência entre o querido e o que foi transmitido erroneamente (mensagem truncada), caracteriza-se o vício que propicia a anulação do negócio.
 		Entende-se que, quando a pessoa declara a sua vontade por meio de outra (mensageiro) ou por algum outro recurso de comunicação (internet etc.) sem que se esteja na presença do declaratário, se essa transferência de vontade se concretizar, o fato de não haver o cumprimento de compromisso que foi proposta a outra pessoa (mensageiro), instituindo a falta de entendimento entre o que se é estimado e o que foi referido de modo errôneo por conta da pessoa que interferiu nesse negócio ou do objeto que auxiliou essa ação, esse negócio jurídico se qualifica tendo vícios, desse modo o negócio jurídico é anulado. Gonçalves entende que quando a declaração é feita de tal maneira que não expressa realmente o verdadeiro sentido a que ele se destina o negócio jurídico é anulado, por conta de que a reserva mental que se faz sem o real consentimento do declaratário é nulo, conforme expressa o art. 110, CC.
 		Entretanto podemos citar a simulação como um exemplo, a mesma é utilizada como um disfarce de desentendimento espontâneo entre o objeto que o declarante realmente deseja e sua maneira de se conduzir para a manifestação de seus interesses, a vontade de exposição feita pelos simuladores é apenas uma das artimanhas utilizada para a alimentação de esperança de terceiros por meio de promessas insubsistentes. Os declarantes por intermédio das simulações mostram querer algo, mas na verdade eles estão só iludindo terceiros para que aquilo que tanto almeja seja alcançado.
 		Porém a simulação é uma conspiração para a realização de um negócio de modo exclusivo bem semelhante, normalmente para que se concretize a simulação se obtém a ajuda dos famosos ‘’ laranjas’’, incluindo-se a falsificação das datas de documentos ou a própria alteração do sentido do negócio - por exemplo, se faz a doação de um terreno disfarçadamente a um terceiro, apesar do mesmo não obter se quer nenhum interesse no terreno, ou seja, o terreno ficará no nome do terceiro para que o verdadeiro dono não o perca numa separação matrimonial ou ate mesmo para evitar a declaração do mesmo, entre outros motivos. O resultado da simulação é severo, pois infringe o interesse público no momento de realizar a declaração de impostos de renda, como o art. 167 do código civil retrata que o negócio simulado é nulo, mesmo se ele vier ou não causar prejuízos a terceiros ou ate mesmo à lei.
 		Todavia a reserva mental é a desigualdade espontânea entre o manifestado e o que se é estimado, e é por esse ato que o declarante não esclarece a sua real intenção ao declaratário, o declarante retém para si o que realmente deseja com o ato do negócio, se diferencia da simulação não pelo fato de carência de conspiração, mas pelo fato de discutir o desentendimento espontâneo entre a busca dos objetivos efetivos a manifestada. Como está expresso no art. 110, CC, o negócio exercido com reserva mental é valido, salvo se, o declaratário não tiver o conhecimento da reserva.
 		 Portanto essa norma que torna o negócio nulo por conta da falta de verdade a que se destina só é colocada em prática quando a diversidade entre a declaração enviada e a informação divulgada seja consequente de imprevisto comum ou de algum mal-entendido, não incorrendo a teoria provável de que a pessoa que interferiu nesse negócio venha a realizar de maneira intencional a comunicação à outra parte por uma afirmação diversificada daquela que o mesmo foi digno de confiança. Sendo assim, a parte que enviou a pessoa para interferir no negócio arca com os prejuízos que a outra parte obteve por conta da falta de atenção pela opção consumada, acautelando a possibilidade de a pessoa escolhida (mensageiro) poderá apresentar razões em virtude da pessoa que o selecionou para tal ato.
 		Contudo essas regras somente são aplicadas quando a afirmação enviada e a que é propagada venha ser coerente de improviso ou do engano ocasionado por não se ter entendido o que foi dito, obtendo a hipótese de que o mensageiro possa realiza de modo proposital o contato com a outra parte e deixa-la ciente da verdadeira intenção do declarante, feito isso, a perda de dinheiro ocasionada ao declaratário deverá ser ressarcida pelo declarante, prevenindo o mensageiro da condição em que ele pode mostrar a opinião que corresponde à verdade em relação ao declarante.
ERRO DE INDICAÇÃO DE PESSOA OU COISA
Nosso Código Civil em seu artigo 142 trás a seguinte redação: 
“O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir à declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.”
O presente artigo se refere ao que chamamos de erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa a quem se refere à declaração de vontade (error in persona), — Concerne aos negócios jurídicos intuitu personae que são aqueles negócios que são realizados de acordo com as qualidades especiais de quem o celebra. Pode referir-se tanto à identidade quanto às qualidades da pessoa. Exige-se, no entanto, para ser invalidante, que tenha influído na declaração de vontade “de modo relevante” (CC art. 139, II, segunda parte). Exemplo: doação ou deixa testamentária a pessoa que o doador supõe, equivocadamente, ser seu filho natural ou, ainda, a que lhe salvou a vida; casamento de uma jovem de boa formação com indivíduo que vem, a saber, depois ser um desclassificado. Essa modalidade de erro pode ocorrer em relação ao destinatário da manifestação de vontade como também ao beneficiário. Tem especial importância no casamento e nas liberalidades, como na doação e no testamento, e nos negócios onerosos celebrados intuitu personae, bem como naqueles fundados na confiança, como no mandato, na prestação de serviços e no contrato de sociedade. Entretanto, o erro quanto à identidade somente é considerado essencial quando não se tem como apurar quem seja, realmente, a pessoa ou coisa a que se refere a manifestação de vontade. 
Segundo dispõe o art. 142:
“O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir à declaraçãode vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.” 
No direito das sucessões há regra semelhante, art.1.903:
“o erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada anula a disposição, salvo se, pelo seu contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador queria referir-se.”
Trata-se de erro acidental ou sanável. Por exemplo, o doador ou testador beneficia o seu sobrinho Antônio. Na realidade, não tem nenhum sobrinho com esse nome. Apura-se, porém, que tem um afilhado de nome Antônio, a quem sempre chamou de sobrinho. Ou, ainda, o autor da liberalidade se refere ao seu objeto, denominando-o quadro, quando em realidade é uma escultura. 
Trata-se de dispositivo legal que complementa o art. 138, segundo o qual a anulação de um negócio só é admissível em caso de erro substancial.
Caso o erro que incida sobre o negócio jurídico for substancial, tal negócio não será nulo e sim anulável, pois dependerá de o interessado pleitear judicialmente, nos prazos legais, caso contrário o negócio será considerado válido. 
Segundo o Art.179 do Código Civil: 
“Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato”.
Assim sendo, o prejudicado no negócio jurídico em que houve o erro substancial referente á pessoa ou qualidade, deverá promover ação anulatória respeitando o devido prazo, porém tal negócio, segundo Carlos Roberto Gonçalves produzirá efeitos até o momento em que for decretada sua invalidade.
Acerca desse assunto, a jurisprudência não tem muito a dizer, pois analisados as circunstâncias, se o erro quanto à indicação da pessoa ou coisa objeto do negócio jurídico for de fato real, e o devido erro forem de esfera substancial à qual não é possível identificar a pessoa ou coisa, a grande maioria das decisões judiciais são de anulação do negócio jurídico.
Porém, caso o devido erro seja de esfera acidental ou até comprovadamente inexistente nos autos do processo, as decisões são de manter a validade do negócio jurídico.
 Como exemplo temos a Apelação Cível Nº. 458848-73.2000.8.06.0000/0 da 21ª. VARA CÍVEL da COMARCA de FORTALEZA a qual abaixo segue o texto:
“O defeito do negócio jurídico por erro de indicação da pessoa ou coisa somente estará viciado, quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
O negócio jurídico é anulável, por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Destaca-se que tais vícios constituem exceção, devendo, para o seu reconhecimento, ser cabalmente demonstrados, a fim de que se proceda à anulação do respectivo ato jurídico que ensejaram, mormente quando se trata de negócio jurídico registrado em Cartório, ante a presunção juris tantum de validade de que estes são dotados.
No caso em liça, o apelante adquiriu os lotes 02 e 03 do Parque Aracapé, imóvel este matriculado sob o nº. 30.111 do cartório de imóveis das 2a Zona, sendo que imitiu-se na posse desde o momento da transferência que ocorreu no mês de agosto de 1989, não ocorrendo desde o início da aquisição manifestação em contrário do apelante quanto aos lotes adquiridos da apelada. Inclusive, posteriormente alienou os lotes ao senhor Raimundo Resal Saldanha da Cunha (fl.20).
Destaca-se ainda, que o apelante tinha tanta ciência dos lotes adquiridos que chegou a ingressar com ação reivindicatória de posse na 17a. Vara Cível de Fortaleza ( processo nº.47.354 - fl. 55) , portanto, não há que se falar na ocorrência de erro pois o recorrente tinha plena consciência do que havia lhe sido vendido e de quais lotes estava recebendo.
Diante de todas essas razões, entende-se que não restou demonstrada a existência do alegado erro a embasar a anulação do negócio jurídico.
E tal ônus, nos moldes do preceito do art. 333, I, do Estatuto Processual Civil, caberia ao autor da demanda, ora recorrente, na medida em que configura fato constitutivo de seu direito. Não tendo se desincumbido o apelante de provar a veracidade dos fatos alegados na inicial, ou seja, o erro da ora recorrida na realização do negócio jurídico, o resultado da demanda não poderia ser outro, senão a improcedência da ação.”
ERRO DE CÁLCULO
O artigo 143 do Código Civil estabelece que:
“O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.”
O erro de cálculo e sua retificação é o que pretende este dispositivo legal. Esse tipo de erro não induz anulação do negócio, porque não incide sobre a declaração de vontade do agente, não viciando, pois o consentimento, ele apenas autoriza a retificação do equívoco, para fazer à declaração volitiva.
Neste caso o erro é acidental, não constituindo motivo de anulação, podendo perfeitamente ser corrigido, mantendo-se válido o negócio.
Segundo Silvio Salvo de Venosa:
“Não constitui motivo de anulação, mas pode ser corrigido; vale, portanto, o negócio. Há necessidade, porém, como fala a doutrina portuguesa, de que se trate de erro ostensivo, facilmente perceptível; caso contrário, o erro será substancial.”
O erro pode ser suprido ou sanado quando a pessoa a quem manifestação de vontade se dirigir se ofereça para executá-la segundo a vontade real da parte que a manifestou. Nessa linha, o novo Código exalta, principalmente, o predomínio do fator volitivo nas avenças privadas, diversamente daquelas do Direito Público, consolidando, nada obstante o erro ou a ignorância (causas de anulabilidade), o negócio jurídico travado entre as partes.
Aceitação da Manifestação de Vontade Errônea pelo Declaratário
O artigo 144 do Código Civil estabelece que:
“O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.”
A vontade é mola propulsora dos atos e dos negócios jurídicos. Essa vontade deve ser manifestada de forma idônea para que o ato tenha vida normal na atividade jurídica e no universo negocial. Se essa vontade não corresponder ao desejo do agente, o negócio jurídico torna-se suscetível de nulidade ou anulação.
 Defeitos dos negócios jurídicos correspondem aos fatos que podem tornar o negócio jurídico nulo.
Há defeito em um negócio Jurídico quando não se respeita a vontade do agente, na medida em que esta vontade é a base ou o requisito necessário para a concretização da vontade expressa.
Quando a vontade do agente é totalmente tolhida, tem-se que o negócio jurídico é NULO.
Quando, porém, a vontade é manifestada, mas com vício ou defeito que a torna mal dirigida, mal externada, diz-se que o negócio jurídico é ANULÁVEL, ou seja, ele existirá somente até o momento em que qualquer prejudicado peça a sua anulação.
O erro macula a validade do negócio jurídico quando é substancial e escusável. Considera-se substancial o erro quando a pessoa se tivesse a verdadeira representação da realidade, não teria praticado o negócio jurídico. E escusável é o erro que passa despercebido da qualquer pessoa de diligência normal.
O erro substancial e escusável pode ser suprido, para fins de garantir a validade do negócio jurídico, em duas hipóteses. 
Primeira à indicação errada de pessoa ou de coisa não e defeito do negócio jurídico se, pelo contexto declaração emitida ou pelas circunstâncias em que se emitiu, pode-se corrigir adequadamente. Imagine que no testamento consta legado ao terceiro filho de amigo do testador, que foi batizado em homenagem a este. Se o amigo, na verdade, havia dado o mesmo nome do testador ao seu quarto filho, corrige-se o erro na indicação sem se comprometer a validade do testamento. Segunda, se a pessoa a quem a declaração se dirige (a outra parte do negócio bilateral, as demais partes plurilateral ou o envolvido pelo negociounilateral) se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do declarante.  
Falsa percepção da realidade, que faz um contratante externar a sua vontade em descompasso com a vontade interior. O contratante se engana sozinho, não há conduta maliciosa da outra parte, não há má fé.
O erro, desde que seja substancial real e escusável, torna o negócio jurídico passível de anulação no prazo decadencial de quatro anos. A prova do erro depende da demonstração de que a vontade efetiva do agente não era a de celebrar o negócio jurídico nos termos em que foi celebrado. Deve restar claro o engano em que incidiu o próprio contratante.
CONCLUSÃO
Pelo presente trabalho acadêmico, podemos concluir que os dispositivos legais aqui estudados visam proteger a boa-fé nas relações jurídicas e solucionar os litígios que vierem decorrer dos erros causados no decorrer destas relações.
O pensamento do legislador ao criar tais normas, visa a concernir maior segurança jurídica as partes em uma relação jurídica, e, como vimos, podem demandar das diversas formas de erros apresentadas neste trabalho uma infinidade de situações que podem ser solucionadas judicialmente.
Por conseguinte, resta aos operadores do Direito ficarem atentos a todos os tipos de subterfúgios utilizados com o cunho de tentar obter vantagem ilícita por parte daqueles contratantes desonestos em detrimento de outros que agem de boa-fé, valendo-se, além dos institutos normatizados em Lei, também dos princípios gerais de Direito e a equidade a fim de alcançarem o objetivo do Direito, qual seja, a Justiça.
BIBLIOGRAFIA
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil, 7 .Ed. Atualizada de acordo com o Código Civil de 2002, Estudo comparado com o código Civil de 1916. 2001.
GONÇALVES, M Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 10. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. V. 1.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, 18. Ed. São Paulo. Saraiva. 2002

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