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NEGÓCIOS JURÍDICOS ANULÁVEIS
Defeitos do negócio jurídico são vícios que tornam a 
declaração da vontade do agente viciada, pois a 
declaração de vontade é realizada em desacordo com a 
VONTADE REAL do sujeito, tornando o NJ passível de 
anulabilidade (art. 171, CC)
Victor
Realce
ESPÉCIES DE 
VÍCIOS
VÍCIOS DE CONSENTIMENTO
▪ O prejudicado é um dos contratantes, pois há manifestação da
vontade sem corresponder com o seu íntimo e verdadeiro querer. O
agente é enganado, coagido, induzido a erro, pratica o ato em estado
de perigo, etc.
VÍCIOS SOCIAIS
▪ Os vícios sociais consubstanciam-se em atos contrários à boa fé ou à 
lei, prejudicando terceiro. O sujeito pratica o ato de forma consciente, 
mas tem a intenção de prejudicar terceiros (ex. credores – FRAUDE 
CONTRA CREDORES ATO ANULÁVEL) ou fraudar a aplicação da lei 
(simulação – art. 167, CC – ATO NULO).
▪ a vontade funciona normalmente, havendo correspondência 
entre a vontade interna e sua manifestação, CONTUDO TEM 
POR OBJETIVO PREJUDICAR TERCEIROS OU DESVIAR-SE DA 
APLICAÇÃO DA LEI
Victor
Realce
VC - ERRO – ART. 138 ao 144, CC
VC - DOLO – 145 ao 150, CC
VC - COAÇÃO – art. 151 ao 155, CC
VC - ESTADO DE PERIGO – artigo 156, CC
VC - LESÃO – artigo 157, CC
VS - FRAUDE CONTRA CREDORES ART. 158 AO 165, CC
DEFEITOS
DO NEGÓCIO 
JURÍDICO 
(ANULABILIDADE)
Erro é o engano espontâneo, a falsa noção que se tem de um objeto, 
inconscientemente, SEM QUE A OUTRA PARTE DO CONTRATO TENHA 
INDUZIDO O SUJEITO AO ERRO, OU SEJA, sem que qualquer 
provocação ou induzimento tenha ocorrido por parte de outrem.
No ERRO, O AGENTE SE ENGANA SOZINHO, NO DOLO O ERRO É 
INDUZIDO
Erro é uma noção inexata, não verdadeira, sobre 
alguma coisa ou pessoa, que influencia a formação de 
vontade. É o estado da mente que, por defeito do 
conhecimento do verdadeiro estado das coisas, 
impede uma real manifestação da vontade
ERRO – DE DIFÍCIL APLICAÇÃO PRÁTICA , DADO O CUNHO EXTREMAMENTE 
SUBJETIVO – ART. 138 A 144, CC
Trata-se de manifestação de vontade em desacordo com a realidade, quer porque o declarante a
desconhece (ignorância), quer porque tem representação errônea dessa realidade (erro).
No erro o agente engana-se sozinho, sendo muito difícil a sua prova, pois é difícil penetrar no
íntimo do autor para descobrir o que se passou em sua mente no momento da celebração do negócio.
Exemplos doutrinários - Ato de pagar a credor, ignorando que o preposto da empresa já tinha
efetuado, via banco, o referido pagamento; uma pessoa empresta uma coisa e a outra entende que
foi doação; da pessoa que quer alugar e a outra supõe que é venda a prazo; aquele que transfere o
bem a titulo de venda e o adquirente recebe como doação; sujeito compra um conjunto de talheres,
achando que era de prata, quando na realidade é apenas prateado.
ATENÇÃO!! – ANÁLISE DO CASO CONCRETO – ARREPENDIMENTO POSTERIOR NÃO ANULA O
CONTRATO!!
ERRO – DE DIFÍCIL APLICAÇÃO PRÁTICA , DADO O CUNHO EXTREMAMENTE 
SUBJETIVO – ART. 138 A 144, CC
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade 
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência 
normal (ERRO ESCUSÁVEL, DESCULPAVEL, O ERRO GROSSEIRO NÃO ANULA O 
CONTRATO!!!), em face das circunstâncias do negócio.
PRIMEIRO REQUISITO PARA A ANULABILIDADE, A QUESTÃO DO ERRO SUBSTANCIAL!
O erro substancial é o que tem papel decisivo na determinação da vontade do declarante, 
de modo que, se conhecesse o verdadeiro estado de coisas, não teria desejado concluir o 
negócio. É o que recaí sobre circunstâncias e aspectos relevantes do negócio. Há de ser a 
causa determinante, ou seja, se conhecida a realidade o negócio não seria celebrado 
(substancial). 
O erro é acidental quando não ocasiona a invalidez do negócio, que, mesmo com a 
imperfeição que o afeta, seria praticado pelo equivocado, com alguma modificação, 
visto que essa espécie de engano incide sobre as CARACTERÍSTICAS SECUNDÁRIAS 
do objeto.
ERRO ESCUSÁVEL:
Erro inevitável, erro invencível. Erro que ocorreu não 
obstante o emprego, pelo agente, dos cuidados normais 
exigíveis nas circunstâncias.
O erro deve ser sempre desculpável, isto é, de natureza 
tal que qualquer pessoa de mediana inteligência 
poderia cair nele.
O indesculpável será o que consiste em ‘ não entender 
o que todos entendem’, ’todos na cidade sabem o que 
só ele ignora’” – ERRO GROSSEIRO
JURISPRUDÊNCIA
APELAÇÃO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. Veículo montado 
no exterior e fabricado no ano de 2012. Autor que alega que 
sua vontade era adquirir bem do mesmo modelo, mas 
fabricado no Brasil e no mesmo ano da compra, realizada 
em fevereiro de 2013. Erro acidental que não dá ensejo 
à anulação do negócio jurídico. Art. 138 do CC. Requerente 
que não tece nenhuma consideração acerca da essencialidade 
das características cuja ausência determinaria o desfazimento 
do negócio. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO (Ap. 
Cível n. 0003289-16.2013.8.26.0541; Relator(a): AZUMA 
NISHI; Comarca: Santa Fé do Sul., TJSP)
TRECHO DO VOTO DO RELATOR
Com efeito, o fato de o bem ter sido fabricado no ano de 2012, quando 
a compra foi realizada em fevereiro de 2013, e ter sido montado na 
Argentina, não acarretam nenhum prejuízo ao autor, visto que o preço 
pago foi o equivalente ao que custam os veículos fabricados em 2012 
e tampouco há qualquer óbice ao exercício dos direitos 
consumeristas do requerente, uma vez que há fábricas da Chevrolet 
no Brasil. Assim, o erro apontado pelo autor é acidental, já que não 
acarreta efetivo prejuízo e, portanto, não dá respaldo à anulação do 
negócio jurídico, razão pela qual despicienda a produção de prova 
oral, cujo objetivo era demonstrar que o veículo ofertado pela ré não 
tem as características daquele que pretendia o autor adquirir.
JURISPRUDÊNCIA
APELAÇÃO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. Veículo montado 
no exterior e fabricado no ano de 2012. Autor que alega que 
sua vontade era adquirir bem do mesmo modelo, mas 
fabricado no Brasil e no mesmo ano da compra, realizada 
em fevereiro de 2013. Erro acidental que não dá ensejo 
à anulação do negócio jurídico. Art. 138 do CC. Requerente 
que não tece nenhuma consideração acerca da essencialidade 
das características cuja ausência determinaria o desfazimento 
do negócio. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO (Ap. 
Cível n. 0003289-16.2013.8.26.0541; Relator(a): AZUMA 
NISHI; Comarca: Santa Fé do Sul., TJSP)
JURISPRUDÊNCIA
BEM MÓVEL. PERMUTA DE VEÍCULOS USADOS. VÍCIO REDIBITÓRIO. ERRO. 
DISTINÇÃO. ERRO ACIDENTAL. Pedido de transferência do veículo para o nome do réu-
reconvinte. Transferência efetivada. Pleito prejudicado. Indenização, porém, devida ao autor 
pelo custo da notificação feita em razão de o réu não haver transferido o bem para seu nome. 
A alienação de veículo com motor de potência inferior à informada caracteriza erro 
acidental, e não vício redibitório, de modo que inaplicável ao caso o prazo decadencial do 
art. 445 do CC. Há erro, porque a coisa difere daquela que o comprador queria adquirir. Erro 
acidental. Qualidades secundárias do objeto. Princípio da cognoscibilidade. Interpretação do 
art. 138 do CC. Indenização decorrente da diferença de valor entre os veículos devida. 
Recurso parcialmente provido (Ap. Cível nº 
0010110-25.2008.8.26.0084 , Relator(a): Hamid Bdine
Comarca: Campinas
Órgão julgador: 29ª Câmara de Direito Privado - TJSP
Techo do voto do relator
Assim, da análise dos autos, conclui-se que o apelado agiu em erro no 
momento da aquisição do veículo, pois se soubesse das reais 
qualidades do automóvel, não teria realizado o negócio jurídico pelos 
valores ajustado
Pouco importa se o apelante sabia ou não da real quantidade de 
potência que o veículo possui, uma vez tinha conhecimento de que o 
apelado supunha que o carro tinha 180 CV (fs. 35/36), conforme ele 
mesmo informou, e isso bastava para que o princípio da 
cognoscibilidade adotado no art. 138 do CC esteja presentena 
hipótese.
ART. 139. O ERRO É SUBSTANCIAL QUANDO:
I - Interessa à natureza do negócio (categoria jurídica), ao objeto
principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
Ex. CATEGORIA JURÍDICA- Uma das partes manifesta sua vontade pretendendo e supondo celebrar
determinado negócio jurídico e, na verdade, realiza outro diferente. A pessoa crê estar adquirindo
a coisa, mas na verdade esta locando; faz uma doação supondo estar vendendo; uma pessoa esta
vendendo uma casa e a outra a recebe à título de doação. (depende com que a pessoa esta
contratando – do campo e analfabeta)
Ex. OBJETO DA DECLARAÇÃO - Supõe estar comprando o lote 2 da quadra “A”, porém esta
comprando o lote 2 da quadra “B”; acha que esta adquirindo um quadro do Portinari, mas esta
adquirindo de outro pintor; terreno em um ótimo local, quando na realidade, esta em um
péssimo local
A ANULAÇÃO NESTES CASOS VAI DEPENDER DA ANÁLISE DO CASO CONCRETO, JÁ QUE
DEVE SER PROTEGIDO OS DIREITOS DO OUTRO CONTRATANTE, CASO ELE ESTEJA DE BOA-
FÉ
ART. 139. O ERRO É SUBSTANCIAL QUANDO:
II - Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem
se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de
modo relevante;
Ex. - Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a
vida conjugal;
ART. 139. O ERRO É SUBSTANCIAL QUANDO:
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei (art. 3º, LINDB), for o motivo
único ou principal do negócio jurídico.
É o falso conhecimento, a ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável. O
agente emite uma declaração de vontade, pressupondo estar agindo em consonância com a
lei.
EXEMPLO - Uma pessoa contrata a importação de determinada mercadoria ignorando
existir legislação que proíba a importação. Como tal ignorância foi a causa
determinante do ato, pode ser alegada a invalidade do negócio.
FALSO MOTIVO – ARTIGO 140 CC 
MOTIVO = SÃO AS RAZÕES PELAS QUAIS O SUJEITO CONTRATA. EM
TESE, NÃO SÃO RELEVANTES, MAS SE ESTIVER NO CONTRATO COMO
RAZÃO DETERMINANTE , PODERÁ SER ANULADO
Razões de ordem interna ou pessoais, não servem para anular o NJ, não tem relevância 
jurídica, somente aquelas que se encontram expressa no negócio jurídico.
Por ex.: Alugo um imóvel para restaurante, achando que na frente a linha X do Metro será 
inaugurada em 1 ano, trazendo, assim, movimento para a rua. Se estiver descrito no contrato 
esta motivação, o NJ poderá ser anulado, não havendo necessidade de pagamento de multa 
por rescisão antecipada da locação.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando
expresso como razão determinante.
Art. 141 - A vontade é transmitida errada por anúncio, fax, mensageiro,
o ato poderá ser anulado, da mesma maneira quando é a direta.
Art. 142 – Um testador refere-se ao filho Antonio, quando só tem o
José. O comprador menciona que adquire da marca “x”, quando o
vendedor só trabalho com “y”.
Art. 143 – É o erro de peso, medida, quantidade. Considera-se erro
acidental
Não havendo prejuízo, na forma do CC: 144 (“O erro não prejudica
a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na
conformidade da vontade real do manifestante”), não existirá erro
invalidante.
DOLO – artigos 145 a 150, CC
É mais fácil de comprovar, já que 
o sujeito é induzido a erro, por 
ato ou omissão, praticada pelo 
outro contratante
É a ação ou omissão ilícita, intencional, por parte de quem, mediante artimanha, ardil, 
procura manter alguém inconscientemente em erro, visando obter dessa situação, para si ou 
para outrem, vantagem ilícita.
“Manobras feitas com o propósito de obter declaração de vontade que não seria emitida 
se o declarante não fosse enganado” 
“Dolo é o artifício empregado para induzir alguém a prática de um ato jurídico que o 
prejudica, aproveitando o Autor do dolo ou a terceiro”
-
Ex.: Alguém que induz outrem à venda de um objeto valioso por preço ínfimo, convencendo a 
vítima, por artimanhas, de que esse objeto vendido é de pequeno valor. Certamente, se a 
vítima conhecesse o real valor da coisa, não a venderia por preço tão baixo.
DOLO- artigo 145 a 150, CC
a) intenção de induzir o declarante a praticar o ato 
jurídico prejudicial;
b) utilização de artifícios, tais como, emissão de 
informação falsa, omissão da informação;
c) que esses artifícios sejam a causa determinante da 
declaração de vontade (O CONTRATO FOI REALIZADO 
EM RAZÃO DO DOLO);
d) que procedam do outro contratante ou sejam por 
estes conhecidos como procedentes de terceiros (DOLO 
DE TERCEIRO'
DOLO- artigo 145 a 150, CC
DOLO BOM E DOLO MAL
É preciso considerar que o dolo que leva à anulação do negócio
jurídico é o dolo principal e mau (dolus malus), em que se
concretiza o prejuízo à vítima com a manobra ardilosa do agente.
O dolo bom (dolus bonus) não chega a causar prejuízo, pois
qualquer pessoa pode detectá-lo, com facilidade, como por
exemplo a publicidade exagerada, SEM SER ENQUADARADA
COMO ENGANOSA. São elogios da boa qualidade (O MAIS
RENTÁVEL, O MELHOR BOLO DE CHOCOLATE DO MUNDO,
SUJEITO ESTÁ VENDENDO O PEIXE DELE, O ORDENAMENTO
JURÍDICO TOLERA.
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo principal (essencial) ou acidental
Dolo principal encontra-se positivado no artigo 145 do Código Civil. É
aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele não se teria
concluído.
Ex.: A pessoa é induzida a vender um imóvel de grande valor, por
baixo preço, em virtude do expediente ardiloso usado pelo
comprador; engano sobre qualidades essenciais do produto, etc.
Dolo acidental – recai sobre características secundárias do negócio,
que não enseja a invalidade e sim ao pagamento de indenização, se for
o caso
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo principal (essencial) ou acidental
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. Seguro de vida empresarial. 
Informação equivocada quanto ao número de empregados da pessoa jurídica segurada que 
impedia a contratação na forma avençada – seguro empresarial, mas não de outra espécie 
de seguro. Omissão deliberada do proponente de informação relevante para a contratação 
que caracteriza dolo acidental (CC, art. 146), impondo a redução dos valores das 
indenizações à metade. Pontos que foram explicitados no julgado. Discordância de 
pronunciamento que não atende ao que preceitua o art. 535 do CPC/1973 – art. 1022 do 
CPC/2015. Ausência de omissão, contradição, obscuridade ou erro material que não admite a 
oposição de embargos com a finalidade de prequestionar dispositivos tidos como violados. -
0021433-03.2013.8.26.0003 : Embargos de Declaração Cível / Seguro
Relator(a): Dimas Rubens Fonseca
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 28ª Câmara de Direito Privado
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo principal (essencial) ou acidental
DOLO ACIDENTAL – DATA DE FABRICAÇÃO DO VEÍCULO
Apelação Com Revisão
Relator(a): José Malerbi
Comarca: F.D. CONCHAL/MOGI MIRIM
Órgão julgador: 35ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 01/12/2008
Ementa: BEM MÓVEL - NEGÓCIO JURÍDICO - ANULAÇÃO - Está presente a viabilidade da 
tutela jurisdicional Não se retifica madmissibilidade da demanda e sua utilidade está 
demonstiada. pois é apta a eliminai a crise de direito substancial afirmada - Dolo acidental 
do vendedor, que não impediria a tealização do negócio jurídico, mas sim pequena 
alteração no preço - Não é caso de rescisão do contiato - Apelo paicialmeme provido
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo positivo ou negativo
Dolo positivo (comissivo) é o artifício astucioso que consta de ação, manobra, conduta dolosa, 
expedientes verbais ou de outra natureza. 
Dolo negativo é a ausência maliciosa de ação, omissão dolosa de algumacoisa que o contratante 
deveria saber, pois caso contrário não realizaria o contrato (art. 147).
Ex.: Omissão do estado precário que se encontra o prédio, seguro de vida omitindo moléstia grave, 
venda de cachorro com câncer, piano com cupim, omitindo tais informações ao comprador.
Estes dolos poderão ser enquadrados como PRINCIPAIS ou ACIDENTAIS, o que depende da 
análise do caso concreto.
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo de terceiro (art. 148, CC). Sujeito que não faz parte do contrato, pode ser
um amigo, uma esposa, um familiar, corretor, colega de sala, do trabalho, etc.
Art. 148 – “Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se
a parte a quem aproveite (VENDEDOR BENEFICIADO) dele tivesse (SABIA DO
EMPREGO DO DOLO) ou devesse ter conhecimento (O TERCEIRO É MUITO
PRÓXIMO DO BENEFICIADO, POR EXEMPLO, A ESPOSA; em caso contrário, ainda
que subsista (permaneça) o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as
perdas e danos da parte a quem ludibriou (Ex. – danos morais, materiais).”
“A” adquire um joia de “B”, por influência de terceiro, que o convence de ser uma raridade.
Se “B” tem a ciência de tal fato e não alerta o comprador, o negócio poderá ser anulado. Caso contrário, cabe
pagamento e indenização pelo terceiro que induziu o comprador a erro
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo do Representante Legal ou Convencional (art. 149, CC)
REPRESENTANTE LEGAL – NÃO É DE ESCOLHA DO SUJEITO, POR EX. OS PAIS, TUTORES, 
CURADORES.
- O representado efetuará apenas a devolução da quantia que foi beneficiado.
REPRESENTANTE CONVECIONAL – QUALQUER PESSOA CAPAZ ESCOLHIDA PELO SUJEITO 
PARA REPRESENTÁ-LO ( vendedor, qualquer pessoa com poderes para a prática do ato,
mediante procuração, etc.)
- O representado efetuará a devolução da quantia que foi beneficiado, podendo responder, 
ainda, por danos morais, por exemplo.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a
responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do
representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas
e danos (O ordenamento jurídico pune o representado, pois escolheu mal o sujeito que lhe
representou no momento de consumação do ato).
ESPÉCIES DE DOLO
Dolo Bilateral (dolo de ambas as partes, torpeza bilateral –
art. 150, CC)
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma
pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. –
AMBAS AS PARTES OBTINHAM VANTAGENS EM RAZÃO DO
DOLO PRATICADO.
A alegação de dolo em juízo é considerado um
comportamento contraditório.
ESPÉCIES DE DOLO
COAÇÃO – artigos 151 a 155, CC
co.a.gir
(co+agir) vtd Constranger, forçar
É o vício mais grave, profundo que pode afetar o Negócio Jurídico, pois na coação a 
vontade deixa ser espontânea como resultado de violência contra ela. Constitui vício de 
vontade e torna anulável o NJ.
Conceito: “Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um individuo para 
força-lo contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio”.
“A coação seria qualquer pressão física ou moral exercida sobre a pessoa, os bens ou a 
honra de um contratante para obriga-lo ou induzi-lo a efetivar um negócio jurídico”
Caracterização: Emprego de violência psicológica para viciar a vontade. Com a coação 
vem o temor que vicia a vontade.
COAÇÃO – artigos 151 a 155, CC
Espécies:
Coação absoluta ou física 
Absoluta – não há consentimento ou manifestação da vontade. A vantagem é obtida mediante força 
física. Ex.: colocar a arma na cabeça ou colocar a digital da pessoa no contrato.
Seria causa de ausência de manifestação ou vício? ´Depende do entendimento doutrinário.
Coação relativa ou moral.
Na coação relativa o agente deixa uma escolha à vitima. Praticar o ato ou sofrer o risco da 
consequência de ameaça feita por ele. Ex – se vc não celebrar o contrato, eu conto para sua esposa o 
que você fez ontem a noite....kkkkkkk....eu sei que vc foi pro motel com a fulana, sua esposa vai te 
matar, vou acabar com teu casamento, tenho as fotos no celular....!!!!
Coação principal ou acidental (não tem no CC. Decorre da análise do sistema. Causa determinante 
ou não.
COAÇÃO – REQUISITOS – ART. , 151 CC
“A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta
(penetrar, introduzir) ao paciente fundado temor de dano eminente e
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens”
a) Causa determinante do ato (Essencialidade do ato)
Deve haver um nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado pela
vítima. Sem a coação o negócio não teria sido realizado
B) Deve ser grave (gravidade do mal colimado);
A coação deve ser de tal gravidade que introduz à vítima um temor justificado, 
como a morte (vida), cárcere privado (liberdade), mutilação, desonra (honra), 
escândalo, ameaçar incendiar ou depredar o bem da vítima, etc. 
O grau de ameaça será segundo o art. 152 do CC e ameaças vagas ou 
impossíveis não são caracterizadoras de coação.
COAÇÃO – REQUISITOS – ART. , 151 CC
C) Deve ser injusta: A pressão deve ser contrária ao direito, abusiva
Art. 153, primeira parte: Não constitui coação a ameaça do credor de processar o devedor, de protestar, 
de pedir sua falência, etc (EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO).
Porém, é injusta se o credor propaga um escândalo ou um crime em que o devedor esta envolvido, 
mesmo se for verdade, ou para realizar um negócio ameaça denunciá-lo do crime, 
A da esposa que surpreende o marido com outro(a) e exige que ele renuncie aos bens para não contar o 
fato aos familiares, no clube, na igreja, etc.
d)Dano atual ou iminente;
O dano deve ser razoavelmente próximo, de modo a não ensejar tempo ao coacto de socorrer-se da 
autoridade pública, ou de não ser eficaz a intervenção desta. O mal é eminente sempre que a vítima não 
tiver meios para evitá-lo, quer com recursos próprios, quer com auxílio de outrem ou da autoridade 
pública. 
e) Tal prejuízo deve recair a pessoa, aos bens ou a família.
Art. 151, parágrafo único
EXCLUSÃO DA COAÇÃO (art. 153)
Ameaça do exercício normal de um direito: A violência deve ser injusta, assim se for justa o autor da 
ameaça terá exercido um direito seu;
Simples temor reverencial: 
Não se reveste de gravidade suficiente o simples temor de desgostar os pais, o patrão, enfim, alguém 
hierarquicamente superior (não pode ser acompanhado de ameaças irresistíveis). DEPENDE DO CASO 
CONCRETO
Coação de terceiro (art. 155): Só viciará o NJ se a parte que se beneficiou tinha conhecimento 
(cumplicidade com o ato) 
EXCLUSÃO DA COAÇÃO (art. 153)
Simples temor reverencial: 
EX 1 – OS PAIS AMEAÇARAM A FILHA DE 16 ANOS DE IDADE A CASAR-SE COM O “VÉIO DA
LANCHA”, COM SEU CONSENTIMNENTO, POIS CASO CONTRÁRIO SERIA EXPULSA DA
RESIDÊNCIA - NESTE CASO, EM TESE, ANULA-SE O CASAMENTO, POIS ULTRAPASSA A
BARREIRA DO SIMPLES TEMOR REVERENCIAL. A FILHA DE TENRA IDADE, NÃO TERIA
OUTRA OPÇÃO....
EX 2 – OS PAIS AMEAÇARAM A FILHA DE 35 ANOS DE IDADE QUE TEM UMA VIDA
PROFISSIONAL E FINANCEIRA EXTREMAMENTE PRÓSPERA, A CASAR-SE COM FULANO,
COM SEU CONSENTIMENTO, POIS CASO CONTRÁRIO SERIA EXPULSA DA RESIDÊNCIA DOS
GENITORES – NESTE CASO, EM TESE, NÃO ANULA., POIS NÃO ULTRAPASSA A BARREIRA DO
“SIMPLES TEMOR REVERENCIAL, ELA CASOU PORQUE QUIS, CASOU COM RECEIO DE
DESGOSTAR OS PAIS – PODERIA TER OPTADO EM NÃO CASAR E SAIR DE CASA, POIS TEM
RENDIMENTO, MATURIDADE E DISCERNIMENTO SUFICIENTE PARA TANTO.
JURISPRUDÊNCIA
0077745-25.2011.8.26.0114 Apelação Cível / Indenização por Dano Material
Relator(a): Fábio Podestá Comarca: Campinas Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Privado
Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS – Sentença de
improcedência. Autora que alega ter sido seduzida, mediante promessa de casamento e
coagida moralmente para ingressar em sociedade empresária, como "testa de ferro" de
seu então namorado. Não demonstração da alegada coação – Ausência de prova
constitutiva do direito.Elementos que demonstram que a autora exercia administração da
empresa, inclusive, efetuando pagamento de contas. Autora que não logrou comprovar que o
requerido, enquanto administrador da empresa tenha agido com "excesso de mandato".
Danos morais – não configuração. Iniciativa da autora/apelante pelo término do
relacionamento. Ausência de exposição à situação vexatória apta a ensejar-lhe danos morais
indenizáveis. Sentença mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do artigo 252, do
Regimento Interno deste Tribunal. Recurso improvido

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