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SENTENÇA PENAL 
PROFESSOR SAMER AGI 
AULA III- 
MATERIAL ELABORADO POR LEANDRO SILVA 
Parte 1 de 2 
Nesta terceira aula avançaremos para o dispositivo da sentença penal. 
Na aula anterior fizemos até os parágrafos de fechamento e retomamos do dispositivo. 
10. ANTE O EXPOSTO... 
No tocante à autoria, temos o momento em que o magistrado convence o seu leitor de que acusado 
é o autor do crime, é o momento em que o que o leitor ao ler a sua sentença tem a convicção de que aquele 
indivíduo realmente praticou o crime que lhe é imposto. 
 
Há pessoas que preferem fazer o dispositivo ao final de toda a sentença, neste caso, basta passar 
para o próximo ponto e deixar a parte dispositiva para quando encerrar. 
Lembrando o caso hipotético em que estamos analisando os acusados são João da Silva e Carlos 
Moraes, a redação ficaria da seguinte forma: 
“Ante o exposto, julgo parcialmente procedente a pretensão punitiva deduzida na denúncia para 
CONDENAR João da Silva e Carlos Moraes como incursos nas sanções dos arts. 157, §2º, II e VII do CP por 
duas vezes, e art. 244-B, caput, do ECA, todos na forma do art. 70, caput, do CP.” 
Este seria um exemplo de disposto, há vários pontos que merece atenção. É considerado 
parcialmente procedente pois o MP pediu a condenação com base no concurso material enquanto a 
condenação foi para concurso formal, então a pretensão punitiva do MP é de parcial procedência. 
O resultado do nosso caso é bastante simples, pois a redação ficou clara e em apenas um bloco todas 
as condenações. 
Diferentemente de um exemplo em que se estivéssemos condenando João e absolvendo Carlos, daí 
o dispositivo ficaria da seguinte forma: 
“Ante o exposto, julgo parcialmente procedente a pretensão punitiva deduzida na denúncia para: 
a) CONDENAR Carlos Moraes como incurso nas sanções dos arts. 157, §2º, II e VII do CP por duas 
vezes, e art. 244-B, caput, do ECA, na forma do art. 70, caput, do CP; 
b) ABSOLVER João da Silva da imputação da prática dos delitos descritos nos arts. 157, §2º, II e VII do 
CP por duas vezes, e art. 244-B, caput, do ECA, na forma do art. 70, caput, do CP, com base no art. 386, VII 
do CPP.” 
A divisão nos dispositivos dos trechos de condenação e absolvição em letras “a” e “b” é uma forma 
de organizar o texto e para absolver é imprescindível que seja mencionado o art. 386 e um de seus incisos, 
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isso porque o Código de Processo Penal exige qual o fundamento da absolvição, a ausência desta explicitação 
gerará conflito na esfera cível, pois alguma das absolvições na esfera penal gera obrigação na esfera cível. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 
e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
O dispositivo tem que ser claro e guardar coerência com o que foi decidido na sentença. 
Apresentando uma nova situação, vamos levar em consideração que tenhamos acolhido a preliminar 
e declarado extinta a punibilidade em razão da prescrição, neste caso teremos que trazer tal informação para 
o dispositivo, considerando que haverá a condenação de apenas um réu pela prática do crime de lesão 
corporal qualificada no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher e declarando extinta a 
punibilidade do crime de ameaça, a redação ficaria da seguinte forma: 
“Ante o exposto, julgo parcialmente procedente a pretensão punitiva deduzida na denúncia para: 
a) CONDENAR Celso Roriz como incurso nas sanções do art. 129, §9º, do CP; 
b) DECLARAR EXTINTA A PUNIBILIDADE do crime descrito no art. 147, do CP c/c art. 5º da Lei 
11.340/06, com base no art. 107, IV, do CP.” 
 
É necessário sempre ter tranquilidade para a elaboração da sentença, visto que na prova pode ser 
que os dados sejam grandes, por exemplo três réus, em três crimes, e será necessário mencionar cada um 
de forma detalhada e o mais organizado possível, analisando cada caso pormenorizadamente. 
 
Com tais observações encerramos a análise do dispositivo, passando agora à dosimetria da pena, que 
é uma parte bastante sensível e que requer muita atenção. 
 
Parte 2 de 2 
11. PASSO À DOSIMETRIA ... 
Até este momento estávamos preocupados com o direito penal do fato, analisamos se o fato 
aconteceu, quem o praticou, é criminoso. 
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A partir do momento em que condenamos o sujeito pela prática do fato criminoso, é preciso que 
vejamos qual a pena que esta pessoa merece, então a partir de agora ganha relevância o princípio 
constitucional da individualização da pena. 
No dispositivo analisamos o crime e a autoria, agora o que importa é réu, vamos separar a dosimetria 
por réu, e dentro da análise da pena cabível a cada réu é que iremos verificar cada um dos crimes que ele 
cometeu aplicando a sanção cabível. 
O início da redação, ficaria da seguinte forma: 
“Passo à dosimetria da pena em observância ao art. 68, caput, do CP. 
DO RÉU JOÃO DA SILVA 
DOS CRIMES DE ROUBO” 
 
Em relação à dosimetria, sabemos que ela atende ao sistema trifásico estabelecido no artigo 68 do 
Código Penal, ou seja, atendendo a três fases: 
• Análise das circunstâncias judiciais e fixação da Pena Base; 
• Análise das circunstâncias atenuantes e agravantes; 
• Análise das causas de diminuição e de aumento; 
Salientando que a pena base nunca poderá ficar abaixo do mínimo legal ou além do máximo. 
Desta forma, passando às circunstâncias sabemos que elas estão previstas, em regra, no art. 59 do 
CP. 
Lembrando que poderá a legislação extravagante determinar outras circunstâncias judiciais a serem 
analisadas pelo juiz em conjunto com o código, como acontece na lei de drogas (Lei nº 11.343/2006), em que 
o art.42 determina que outras circunstâncias para observação. 
Passando, à regra, são 8 as circunstâncias judiciais contidas no CP: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 
Assim, por ser mais justo pode-se utilizar a fração de 1/8 sobre o intervalo de pena entre o mínimo 
e o máximo, no caso do roubo, temos que a pena varia entre 4 a 10 anos, ou seja, temos um intervalo de 6 
anos entre o mínimo e o máximo, considerando que 6 anos são 72 meses, acrescentaríamos 9 meses por 
cada circunstância negativa. 
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Salientando, apenas, que o critério é livre do juiz, apenas devendo justificar o motivo que o levou a 
utilizar aquele valor a ser acrescido. 
Por exemplo: “Fixo a pena base em 4 anos e 9 meses de reclusão e xxx dias multa, valorando a 
circunstância judicial negativa em 1/8 sobre o intervalo de pena.” 
Superada a discussão, rememoraremos o que cada circunstância representa na prática: 
• A Culpabilidade é o grau de censurabilidade do comportamento, não tem a ver com a 
culpabilidade enquanto terceiro elemento do substrato de crime, integrante do conceito analítico de crime, 
mas sim com o grau de reprovabilidade do comportamento. 
Por exemplo a corrupção passiva praticada por um Promotor de Justiça possui a reprovabilidade 
maior em relação aos demais funcionários públicos, pois espera-se que o Promotor vá combater o crime e 
não praticá-lo. 
No caso de estupro praticado por padrasto, o fato de ser padrasto já é por si causa de aumento 
de pena, então não podemos valorá-lo aqui, pois incorreríamos no bis in idem. 
Colocamos assim: “Na primeira fase (Art. 59 do CP) a culpabilidade não destoa do esperado para 
delitos desta natureza.”. 
Antecedentes tem a ver com antecedentes criminais, saber se o indivíduo já foi condenado 
definitivamente por outro fato anterior ao fato em apreço, os maus antecedentes não se confundem com a 
reincidência, apesar de ela ser um mau antecedente. É o que diz a Súmula 241 do STJ (A reincidência penal 
não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.). 
Neste caso a redação, considerando, por exemplo, que João possuísse apenas uma reincidência: “O réu João 
ostenta maus antecedentes, no entanto serão valorados como reincidência na segunda fase e não agora, 
observância da Súm. 241 do STJ”. 
No caso do nosso exemplo, quando o condenado possui duas reincidências, podemos usar uma das 
reincidências na segunda fase e uma reincidência na primeira fase, não haverá bis in idem, desde que 
deixemos claro. 
Exemplo: “Na primeira fase (Art. 59 do CP) a culpabilidade não destoa do esperado para delitos desta 
natureza. 
O réu ostenta maus antecedentes, com efeito, ele ostenta dupla condenação definitiva que configura 
reincidência, valorarei uma das condenações na próxima fase e uma nesta, de maneira a não incidir em bis 
in idem, em observância da Súm. 241 do STJ.” 
Poderia ser o caso também de valorar ambas as reincidências na segunda fase, no nosso caso, João 
também confessou, então podemos compensar a confissão com uma das reincidências. 
Ex.: “O réu ostenta maus antecedentes que configuram reincidência, tais circunstância serão 
valoradas na segunda fase da dosimetria da pena e não agora, de forma a não incidir este juízo em bis in 
idem, observância da Súm. 241 do STJ.” 
 
REDAÇÃO: 
“Passo à dosimetria da pena em observância ao art. 68, caput, do CP. 
DO RÉU JOÃO DA SILVA 
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DOS CRIMES DE ROUBO 
“Na primeira fase (Art. 59 do CP) a culpabilidade não destoa do esperado para delitos desta natureza. 
O réu ostenta maus antecedentes, os quais serão valorados na próxima fase, já que configuram reincidência 
(Súm. 241 do STJ)”. 
 
Reforçamos as peculiaridades dos maus antecedentes: 
Súmula 444 do STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar 
a pena-base. 
Inquéritos Policiais 
Ações penais em curso 
Situações de crime cometido num momento anterior e sentença posterior. 
Pena extinta a mais de 5 anos. 
 
É importante passar por todas as circunstâncias para que não deixe a impressão para o examinador 
que você as desconhece. 
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