A ampliação da justiça penal negociada somente alcançou países originários da civil law [...] a partir da chamada expansão do direito penal. Por meio dela, os Estados, adotando uma visão punitivista, criaram novos tipos criminais para situações que antes eram sancionadas apenas nas esferas cível e administrativa. Também, nessa sanha punitivista, houve um recrudescimento e majoração das penas já existentes, surgindo políticas criminais mais amplas e duras no combate das diversas espécies de delitos. Este movimento de expansão foi considerado como um dos fatores para a sobrecarga de processos criminais no Judiciário, especialmente em Países que ado­tam o modelo misto ou acusatório-inquisitorial (caso brasileiro), os quais por resguar­darem direitos como o devido processo legal, a legalidade, o contraditório e a ampla de­fesa, tradicionalmente sempre privilegiaram o processo completo para uma condenação criminal, ampliando, com isso o interregno da duração processual [...]. Dentro deste contexto, principalmente, com intuito de desafogar a sobrecarga de processos judiciais, e a mora na sua resolução, surgem os primeiros movimentos de implementação da justiça penal negociada.” GRANJA, Gabriel Almeida; SUXBERGER, Antonio Henrique Graciano. A Justiça Penal Negociada: como compatibilizar os direitos e garantias dos jurisdicionados com a ampliação dos acordos no ordenamento brasileiro. Escola Superior do Ministério Público do Ceará. Fortaleza-CE, Ano 15, Nº2, Jul./Dez. 2023, p. 229-230. Analise as afirmativas a seguir sobre os institutos de negócio penal que se inserem no contexto da justiça penal negocial. I. A transação penal somente se aplica em infrações de menor potencial ofensivo, desde que não configurada hipótese de arquivamento e que o acusado seja primário, tenha bons antecedentes e conduta social, e não se aplica na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. II. A supensão condicional do processo é cabível em acusações de crimes com pena de até 2 anos, e consiste na aceitação e cumprimento, pelo acusado, de condições impostas pelo juiz, e assim, o processo é arquivado. III. A colaboração premiada é um acordo que visa a obtenção de provas, e reduz em até 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade ou substituição por restritiva de direitos. O réu delatado deve ser ouvido após a manifestação do delator, sob pena de nulidade a ser decretada de ofício pelo juízo. IV. A composição civil dos danos é possível nos crimes de ação penal privada e pública condicionada à representação, e tem como resultado a aplicação imediata de pena não privativa de liberdade, com a consequente renúncia do direito de queixa ou representação. A sentença é irrecorrível, e o acordo pode ser feito extrajudicialmente. V. O acordo de não persecução penal é possível para delitos com pena mínima inferior a quatro anos, e o investigado deve confessar formalmente o crime, diferentemente da transação penal e suspensão condicional, em que este não admite culpa. É correto o que se afirma em: I, II e IV, apenas. I, IV e V, apenas. II, III e V, apenas. I, III, IV e V, apenas. I, II, III, IV e V.