Prévia do material em texto
Bromatologia e Tecnologia de Alimentos Universidade Salgado de Oliveira Disciplina: Profa: Luciana Pacheco Golinelli Niterói- 2020 2013 Profa: Luciana Pacheco Golinelli 1 INTRODUÇÃO 1. Origem e importância do controle de alimentos 2. Objetivos 3. Controle de alimentos Controle pelo consumidor; Controle pelos Orgãos Públicos sobre os alimentos; Controle na Indústria 2 INTRODUÇÃO Os controles podem ser realizados através de : Pesquisa; Controle físico; Avaliação sensorial; Controle químico Amostragem; Homogeneização; Tomada de alíquota; Extração; Purificação; Visualização e Quantificação. 3 INTRODUÇÃO 5. Classificação das técnicas envolvidas no processo de análise - Convencionais Gravimetria Volumetria Gravimetria = Método analítico quantitativo que envolve a separação e pesagem de um elemento ou composto do alimento na forma mais pura. Exemplo: Precipitação Precipitação 4 INTRODUÇÃO Indicador: substância química que não irá reagir nem com a amostra, nem com o titulante, indica o ponto de equivalência . Ex: Fenolftaleína Ponto de equivalência: concentração de ácido equivalente ao volume do titulante Volumetria = É um método de análise química quantitativa que se fundamenta na medição do volume de um determinado reagente necessário e suficiente para efetuar determinada reação. Exemplo: Titulação Titulação 5 INTRODUÇÃO Exemplo: Titulação Titulação 6 INTRODUÇÃO Instrumentais= São utilizados quando em várias etapas de um processo são necessários o uso de um instrumento, ou seja, equipamento eletrônico mais sofisticado e de maior custo. Exemplo: Espectrofotometria Ultravioleta, cromatografia Espectrofotometria Ultravioleta 7 INTRODUÇÃO Química analítica qualitativa- Detecção de um componente ou de uma classe de componentes do produto. Química analítica quantitativa- Quantificação de um componente ou de uma classe de componentes do produto. 6- Escolha do método analítico 6.1. Quantidade relativa do componente analisado- Os componentes podem ser classificados em maiores (mais de 1%), menores (0,01- 1%), micro (menos de 0,01%) e traços (ppm e ppb) em relação ao peso total da amostra. 6.2. Exatidão requerida- Os métodos convencionais podem alcançar uma exatidão de até 99.9% quando o composto analisado se encontra em mais de 10% na amostra. Para componentes presentes em quantidades menores do que 10% a exatidão cai e a escolha recai sobre os métodos instrumentais 6- Escolha do método analítico 8 INTRODUÇÃO 6- Escolha do método analítico 6.1. Composição química da amostra Isolamento das proteínas do soro do leite bovino. 6.2. Recursos disponíveis Exemplo: 6- Escolha do método analítico 9 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.1. Recomendações gerais: - Usar sempre o material de proteção ( luvas, óculos, máscaras, etc) indicado para cada caso particular; Usar sapatos fechados; Nunca fumar, beber, ou comer dentro do laboratório; Ler os rótulos dos reagentes com atenção; Tomar os cuidados necessários ao trabalhar com substâncias ácidas; Ao preparar reagentes , rotular imediatamente os frascos; Substâncias higroscópicas devem ser acondicionados em dessecador; 6- Escolha do método analítico 10 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.1. Recomendações gerais: - Manter ao abrigo da luz substâncias fotossensíveis 6- Escolha do método analítico 11 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.2. Limpeza do material Evitar a influência de resíduos das análises anteriores nas posteriores; Nunca usar recipiente ou aparelho duas vezes sem lavá-lo antes, mesmo que venha conter a mesma substância; Usar escova, detergente, enxaguar com água corrente(3 a 4x), depois com água destilada e secar em estufa; A temperatura da estufa para secagem do material deve ser em torno de 40ºC( Máximo 60ºC); Limpeza de materiais de diâmetro pequeno (pipetas), pode-se encher uma proveta grande(1000mL) e colocar as pipetas dentro com o bico para cima e, no fundo uma esponja de nylon; 6- Escolha do método analítico 12 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.3. Regras de Segurança Não trabalhar com material quebrado; Não testar produto químico com odor; Utilizar capela sempre que trabalhar com uma reação que libere vapores venenosos ou irritantes; Nunca deixe sem atenção qualquer operação onde haja aquecimento ou que reaja violentamente; Nunca deixe sobre a mesa vidro quente e vidrarias com resíduos de ácidos ou qualquer substância cáustica; 6- Escolha do método analítico 13 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.3. Regras de Segurança Localização de chuveiro de emergência e extintores; Não pipetar líquidos cáusticos ou venenosos com a boca; Após trabalhar com material tóxico, lavar as mãos, o local de trabalho e os materiais 6- Escolha do método analítico 14 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.4. Acidentes Comunicar ao responsável!! Corte ou ferimento; Queimaduras= pomada apropriada; Queimaduras com ácido= água e em seguida solução de bicarbonato Queimaduras com bases= água em seguida solução a 2% de ácido bórico ou acético; Intoxicação com ácidos= tomar bastante leite e consultar o médico com ácidos e vapores= respirar ar puro e consultar o médico 6- Escolha do método analítico 15 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.5. Vidrarias e materiais utilizados no laboratório Balança analítica= 0,0001g de sensibilidade Balança mecânica=0,01g de sensibilidade Pêra de borracha Dessecador 6- Escolha do método analítico 16 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.5. Vidrarias e materiais utilizados no laboratório Provetas = preparar, transferir soluções e medições Béquer= Aquecimentos e transferência de líquidos; Erlenmeyer= Titulações ou dosagens 6- Escolha do método analítico 17 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.5. Vidrarias e materiais utilizados no laboratório Pipeta volumétrica = Pipeta automática= Pinças Balão volumétrico 6- Escolha do método analítico 18 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO 1- Cuidados gerais no Laboratório (LANARA) 1.5. Vidrarias e materiais utilizados no laboratório Frascos de amostras = Frascos de reagentes= Espátula= Bureta= 6- Escolha do método analítico 19 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA 1- Amostragem e preparo da amostra Amostragem= É o conjunto de operações com as quais se obtém, do material em estudo, uma porção relativamente pequena, de tamanho apropriado para o trabalho no laboratório. Queijo 20kg 5g Liquidificador, processador ou moedor do tipo p/ carnes Amostra = É uma porção limitada do material tomada do conjunto, de modo que seja representativo Amostra= É uma porção limitada do material tomada do conjunto, de modo que seja representativo 20 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA Amostragem Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) Coleta da amostra bruta Preparação da amostra para análise Coleta da amostra bruta Granel ou embalado; Se estiver a granel todo o material deve ser tomado como amostrabruta; Amostras para exames físico-químicos, devem ser enviadas separadas daquelas destinadas a exame microbiológico; Sempre que possível, enviar a amostra na embalagem original; As amostras devem ser acondicionadas em recipientes limpos e íntegros na quantidade mínima de 500g; Granel ou embalado 21 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA Coleta da amostra bruta Em casos especiais deve ser feito um relatório adicional; Tempo entre a colheita da amostra e chegada ao laboratório= o mais breve possível; Acondicionamento em embalagem lacrada para evitar violações, adulteração ou substituição das amostras; Quando as amostras estiverem embaladas: 1- 10-20% do nº de embalagens contido no lote Ex: 1000 x 20 = 200 caixas de leite 100 ou 2- 5- 10% do peso total do alimento a ser analisado Ex: 100kg x 10 = 10 caixas de leite 100 Granel ou embalado 22 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) 1- Alimentos secos ( em pó ou granulares) – A redução pode ser feita de forma manual ou por equipamentos Manual: quarteamento 1- Alimentos secos ( em pó ou granulares) 23 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA 1- Alimentos secos ( em pó ou granulares) – A redução pode ser feita de forma manual ou por equipamentos Equipamentos: Amostrador tipo Riffle ou tipo Johnes Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) 1- Alimentos secos ( em pó ou granulares) 24 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA 2- Alimentos líquidos– Retirar partes iguais, de cima, meio e fundo do recipiente após sua homogeneização. 1mL 1mL 1mL Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) 1mL 25 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA 2- Alimentos semi-sólidos (queijos duros) – Estas amostras devem ser raladas e depois ser realizado o quarteamento . Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) 3- Alimentos úmidos (carnes e peixes ) - A amostra deve ser picada ou moída e misturada para então tomar uma alíquota suficiente para análise 3- Alimentos úmidos (carnes, peixes e vegetais)- 26 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA 4- Alimentos líquidos contendo sólidos( produtos enlatados ou em salmoura)– As amostras devem ser picadas em liquidificador, misturadas e as alíquotas retiradas Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) 1mL 27 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA 4- Alimentos com emulsão (Manteiga e margarina) As amostras devem ser aquecidas a 35ºC em frasco com tampa, que depois é agitado para homogeneizar. Preparação da amostra de laboratório ( redução da amostra bruta) 1mL 28 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA Preparo da amostra para análise Desintegração enzimática- Utiliza-se em muitos casos enzimas para solubilizar componentes de alto peso molecular . Ex: Proteases Proteínas Papaína, bromelina, renina Desintegração química –Emprego de vários agentes químicos para solubilizar componentes em alimentos Ex: detergentes sintéticos lipídios Desintegração química 29 COLHEITA E PREPARO DE AMOSTRA Preservação da amostra Inativação Enzimática- Serve para preservar o estado original dos componentes de um material. O tratamento requerido irá depender da composição do alimento, enzimas presentes e as determinações analíticas que se pretendem. Ex: Manteiga Diminuição das mudanças lipídicas- Amostras ricas em lipídios deve-se resfriar rapidamente antes da extração ou se for estocar congelar Controle do ataque microbiológico- Usa-se congelamento, secagem e uso de conservadores Desintegração química 30 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA INTRODUÇÃO TIPOS DE ÁGUA Água livre- É aquela fracamente ligada ao substrato, funcionando como solvente, permitindo o crescimento dos micro-organismos e reações químicas e que é eliminada com facilidade. É ligada mecanicamente Água Ligada- Ela pode estar fracamente ligada (presente na superfície de macromoléculas como amido, pectina, celulose e proteínas por forças de Van de Waals e pontes de hidrogênio) ou fortemente ligada ( ligada quimicamente com outras substâncias do alimento) 3. ATIVIDADE ÁGUA ( Aa ou Aw) Teor de água livre Desintegração química 31 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA ATIVIDADE DE ÁGUA E CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS – Padrão utilizado Aw da água pura= 1; Aw dos alimentos = inferior a 1 Nos alimentos ricos em água, com aa > 0,90, podem formar soluções diluídas que servirão de substrato para os micro-organismos; Quando a aa baixar para 0,40 - 0,80, haverá possibilidade de reações químicas e enzimáticas a velocidades rápidas; Com aa inferior a 0,30 estará atingindo a zona de adsorção primária, onde a água está fortemente ligada ao alimento. Desintegração química 32 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA Micro-organismos Aw Bactérias 0,90 Leveduras 0,88 Fungos (mofos) O,80 Micro-organismos osmofílicos 0,62 33 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA ALIMENTOS % UMIDADE produtos lácteos fluidos 87 – 91 leite em pó 4 queijos 40 – 75 manteiga 15 creme de leite 60 – 70 sorvetes 65 margarina e maionese 15 frutas 65 – 95 hortaliças 85 carnes e peixes 50 – 70 cereais <10 macarrão 9 pães e outros produtos de padaria 35 – 45 - Quando se fala na Aw apenas a água livre é medida enquanto que na umidade se determina não somente a água livre, mas também parte da água ligada Somente a água livre é medida com certeza em todos os métodos, entretanto quando se fala na Aw somente a água livre é medida enquanto que na umidade se determina não somente a água livre, mas também parte da água ligada 34 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA FÍSICOS- Secagem Estufas Infravermelho Microondas Dessecadores Absorção de Radiação Infravermelha Cromatografia Gasosa Ressonância Nuclear Magnética Índice de Refração Densidade Constante Dielétrico Condutividade Elétrica QUÍMICOS- Destilação Karl Fisher Destilação 35 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA Métodos de Secagem 1.1. Secagem em estufas - Princípio - Condutividade dos alimentos é muito baixa A exatidão pode ser influenciada por alguns fatores: 1- Temperatura de secagem; 2- Umidade relativa e movimentação do ar dentro da estufa; 3- Vácuo na estufa; 4- Tamanho das partículas e espessura das amostras; 5- Material e tipo de cadinhos; 6- Pesagem da amostra quente Desintegração química 36 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA TIPOS DE ESTUFAS: - Simples; - Simples com ventilação; - A vácuo (para amostras que se decompõem à temperatura da estufa simples) CÁPSULAS: - Porcelana; - Alumínio; -Vidro. CONDIÇÕES DE SECAGEM - Temperatura: varia entre 70° C e 155º C. - Tempo: depende da quantidade de água do produto, mas leva em média de 6 a 7 horas. 37 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA Preparo da amostra: - Amostras líquidas: devemser evaporadas em banho-maria até a consistência pastosa para então serem colocadas na estufa . - Amostras açucaradas: Formam uma crosta dura na superfície. Neste caso, costuma-se adicionar areia, ou pedra- pomes em pó misturada à amostra. - Peso da amostra: varia entre 2g e 5g. 38 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA PROCEDIMENTO: Equipamentos e materiais necessário: balança analítica, cápsulas, estufa comum a 105º C, dessecador, espátula e pinça. Secagem e tara da cápsula: 1- Colocar a cápsula na estufa a 105ºC/ 1h; 2-Retirar a cápsula da estufa e deixar no dessecador por 30 min.; 3- Pesar a cápsula em balança analítica e anotar o peso; Amostra: 4- A amostra reduzida e devidamente preparada deve ser submetida a pesagem de 5g em uma cápsula tarada anotando seu peso; 5- Levar a cápsula com a amostra para estufa a 105ºC/ 3hs; 6- Levar imediatamente para o dessecador por 30mim. ; 39 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA PROCEDIMENTO: 7- Pesar a cápsula e anotar o peso, retornando para estufa permanecendo por / 1h; 8- Repetir esta operação até o peso constante 9- Realizar o cálculo para obter a % de umidade 40 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA Sólidos totais = Peso total da amostra - conteúdo de umidade Cálculo Umidade = (peso da cápsula + amostra) – ( peso da cápsula + amostra seca) Umidade ---------- g sal da amostra x ---------- 100g Amostra (27,829 + 2,015) – 29,834 29,844 – 29,934 = 0,01g 0,01g ------- 2,015g de sal x ------- 100g x = 0,496277915g% 41 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA Secagem e tara da cápsula 42 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA Amostra: Amostra úmida + cápsula + Amostra úmida + cápsula 43 CINZAS 1-INTRODUÇÃO Definições: Segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz(1985) Composição das cinzas nos alimentos: Ca- Alta concentração: Produtos lácteos, cerais, nozes P- Alta concentração: Produtos lácteos, carnes, ovos e peixes, grãos, nozes e legumes Fe- Alta concentração: Carne, ovos, peixes e frutos do mar, produtos farináceos, cereais assados Na- Alta concentração: Carne, ovos, peixes , aves , produtos lácteos, frutas e vegetais Mn- Alta concentração: Carnes, vegetais, frutas e cereais S- Alta concentração : Alimentos ricos em proteínas e alguns vegetais Zn- Alta concentração : Frutos do mar e pequena quantidade na maioria dos alimentos INTRODUÇÃO 44 O conteúdo de cinzas totais varia da seguinte forma nos alimentos: Produtos lácteos 0,7 --- 6,0% Peixes e produtos marinhos 1,2--- 3,9% Carnes e produtos cárneos 0,5--- 6,7% Aves 1,0--- 1,2% Frutas frescas 0,3---2,1% Vegetais frescos 0,4---2,1% Óleos e gorduras 0,0(óleos e gorduras vegetais) 2,5% (manteiga e margarina) Nozes 1,7---3,6% CINZAS IMPORTÂNCIA:IMPORTÂNCIA: 45 CINZAS IMPORTÂNCIA: 1- Determinação da cinza total A determinação de cinza total é utilizada como indicativo de várias propriedades: a) Largamente aceita como índice de refinação para açúcares e farinhas; b) Níveis adequados de cinza total são um indicativo das propriedades funcionais de alguns produtos alimentícios, por exemplo, a gelatina. Em geléias de frutas e doces , a cinza é determinada para estimar o conteúdo de frutas; c) E um parâmetro útil para verificação do valor nutricional de alguns alimentos e rações. Alto nível de cinza insolúvel em ácido indica a presença de areia. 2- Determinação dos componentes individuais da cinza Os componentes minerais presentes nos sistemas biológicos podem ser divididos naqueles que são: a) Indispensáveis para o metabolismo normal e geralmente constituem os elementos da dieta essencial; b) Aqueles que não têm nenhuma função conhecida ou até podem ser prejudiciais à saúde. IMPORTÂNCIA: 46 CINZAS Além destas duas classes de determinação de cinzas, outros três tipos são também importantes para a caracterização da pureza e adulteração de amostras: 3- Cinza solúvel e insolúvel em água: o método é bastante utilizado para a determinação da quantidade de frutas em geléias e conservas. 4- Alcalinidade da cinza: as cinzas de produtos de frutas e vegetais são alcalinas, enquanto que a de produtos cárneos e certos cereais são ácidas. A alcalinidade das cinzas e devido à presença de sais de ácidos fracos como o cítrico, tartárico e málico, que na incineração são convertidos nos carbonatos correspondentes. Esta técnica é utilizada para verificar adulteração em alimentos de origem animal ou vegetal. 5- Cinza insolúvel em ácido: esta determinação é importante para a verificação da adição de matéria mineral em alimentos como sujeira e areia em temperos, talco em confeitos e sujeira em frutas. IMPORTÂNCIA: 47 CINZAS É mais comumente utilizada para determinação de cinza total; É também utilizada na determinação de cinza solúvel em água, insolúvel em água e insolúvel em ácido; É útil também na determinação dos metais mais comuns que aparecem em maiores quantidades; É demorada; Temperatura mais altas ; Necessita de menor supervisão Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Determinação da cinza seca 48 CINZAS Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Preparação da amostra - Os pesos das amostras variam com o conteúdo de cinzas dos produtos: Queijos, cereais e leite: 3 - 5 g; Carnes, açúcar, legumes, vinhos: 5 –10 g; Sucos, frutas frescas: 25g; Geléias, xaropes: 10g Amostras líquidas ou úmidas- Devem ser secas em estufa antes da determinação de cinzas. Costuma-se usar a amostra que foi utilizada para a determinação de umidade. Produtos ricos em gordura- Devem ser aquecidos cuidadosamente para evitar excesso de chama. Ex: Peixes e produtos marinhos gordurosos: deve-se fazer uma incineração prévia a baixa temperatura; Determinação da cinza seca 49 CINZAS Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Queijos gordurosos: adicionar uma pequena quantidade de algodão absorvente e incinerar cuidadosamente para evitar respingos fora do cadinho; Manteiga: é necessário fazer a extração da gordura da amostra já seca com algum solvente orgânico, como éter etílico ou éter de petróleo, antes da incineração da amostra; Produtos açucarados: Amostra deve ser seca em banho-maria ou em estufa a 100ºC e adicionado gotas de azeite de oliva ou vaselina que possuem 0% de cinzas Tipos de cadinhos - A escolha vai depender do tipo de alimento a ser analisado e do tipo de análise. Os materiais utilizados incluem quartzo, Vycor , porcelana, aço, níquel, platina e uma liga de ouro-platina. Determinação da cinza seca 50 CINZAS Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Porcelana: Resistência à temperatura é ainda maior (1.200 ºC). Mantém sua superfície lisa e pode ser limpo com HCl diluído. E bastante utilizado por manter seu peso constante e pelo seu baixo preço. No entanto é susceptível a álcalis e pode rachar com mudanças bruscas de temperatura. Platina: é o melhor de todos em vários aspectos, mas émuito caro. Tem alta resistência ao calor (1773ºC), boa condutividade térmica e é quimicamente inerte. Pode ter corrosão com materiais orgânicos que possuam óxido de Fe, Pb . Pode ser limpo por fervura em água ou ácidos. Tempo de Incineração na Mufla: 525ºC: Carnes e produtos cárneos, produtos açucarados, frutas e vegetais; 550ºC: peixes e produtos marinhos, produtos lácteos com exceção da manteiga que utiliza 500ºC, cereais, temperos e condimentos; 600ºC: Ração e mel. Determinação da cinza seca 51 CINZAS Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Tempo de incineração - Existe especificação somente para grãos e ração, que é de duas horas; - Para os demais produtos, a carbonização está terminada quando o material se toma completamente branco ou cinza, e o peso da cinza fica constante; - Quando o tempo de análise é muito longo, podemos acelerar o processo com adição de: glicerina, álcool, oxidantes químicos. Determinação da cinza seca 52 CINZAS Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Procedimento: 1- Manipular o cadinho com a pinça, evitando o contato com as mãos; 2- Aquecer o cadinho na mufla a 550ºC/ 30 min.; 3- Esfriar em dessecador e pesar em balança analíltica e registrar o peso do cadinho vazio; 4- Pesar no cadinho já incinerado uma quantidade de amostra seca em balança analítica; 5- Colocar na mufla o conjunto cadinho + amostra inicialmente a uma temperatura mais baixa e depois a 500-600ºC. Quando a cinza estiver pronta, isto é, não restar nenhum resíduo preto de matéria orgânica, o conjunto é retirado da mufla; Determinação da cinza seca 53 CINZAS Determinação da Cinza Seca (Determinação de cinzas por incineração) Procedimento 6- Dessecador para esfriar e pesado quando atingir a temperatura ambiente. Anotar o peso 7- A diferença entre o peso do conjunto e o peso do cadinho vazio dá a quantidade de cinza na amostra. CINZAS SECAS % = PESO DO CONJUNTO - CADINHO VAZIO (AMOSTRA + CADINHO) PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO 54 CINZAS Preparo do cadinho Anotar o peso Preparo do cadinho PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO 55 CINZAS Preparo da amostra + §§§§===+ PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO 56 CINZAS Anotar o peso §§§§===+ PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO PESO DO CONJUNTO 57 CINZA ÚMIDA É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos A digestão pode ser feita : Ácido sulfúrico: Não é um agente oxidante muito forte; Para acelerar pode adicionar uma sal como o sulfato de potássio Ácido nítrico: É um bom oxidante --- Amostras vegetais --- Amostras ricas em gordura e açúcares O mais comum é utilizar a mistura do ácido sulfúrico + ácido nítrico / 8hs ---- Amostras com proteínas e carboidratos e nenhuma gordura ácido nítrico+ ácido perclórico (70%) (1:2) / 10 min. É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos PESO DO CONJUNTO 58 CINZA ÚMIDA ---- A mistura dos ácido nítrico+ ácido sulfúrico+ ácido perclórico são reagentes universais É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos PESO DO CONJUNTO 59 CINZA ÚMIDA X CINZA SECA CINZA SECA - Determina-se Cinza total, solúvel e insolúvel em água, insolúvel em ácido; - Determina-se metais presentes em maiores quantidades; É demorada, mas pode utilizar aceleradores, ou deixar durante a noite; Utiliza temperaturas mais elevadas; É uma técnica simples ; Limitações do uso ; Necessita de menor supervisão É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos PESO DO CONJUNTO 60 CINZA ÚMIDA X CINZA SECA CINZA ÚMIDA É utilizada para determinação da composição individual; Utiliza-se baixas temperaturas; É mais rápida; Utiliza reagentes muito corrosivos; Exige maior supervisão; É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos PESO DO CONJUNTO 61 PROTEÍNAS Definição : Carbono 50- 55% Hidrogênio 6- 8% Oxigênio 20- 24% Nitrogênio 15- 18% Enxofre 0,2- 0,3% Composição elementar das proteínas: É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos PESO DO CONJUNTO 62 PROTEÍNAS Aminoácidos São todos os derivados de ácidos carboxílicos nos quais um hidrogênio estaria substituído por um grupo amina em qualquer posição da cadeia carbônica É utilizada na determinação de elementos em traços que podem ser perdidos na cinza seca e também metais tóxicos PESO DO CONJUNTO 63 Classificação AMINOÁCIDOS ● 64 Classificação Nutricional ● Aminoácidos essenciais Exemplo: Metionina, Valina, Isoleucina, Leucina, Fenilalanina, Tripofano, Lisina e Treonina ● Aminoácidos não essenciais Exemplo: Alanina, Ácido aspártico, Ácido glutâmico, Cisteína, Glicina, Glutamina, Hidroxiprolina, Prolina, Serina e Tirosina. AMINOÁCIDOS ●Aminoácidos essenciais e aminoácidos não essenciais 65 Valor biológico das proteínas - Aminoácidos essenciais - P.O.A > valor biológico se comparado com P.O.V AMINOÁCIDOS Valor biológicoValor biológico 66 1- Estrutura Primária – Refere-se a sequência linear de aminoácidos que estão covalentemente ligados por meio de ligações peptídicas. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS ●Aminoácidos essenciais e aminoácidos não essenciais 67 2- Estrutura Secundária – As cadeias peptídica não estão esticadas, mas torcidas, dobradas ou enroladas sobre si mesmas, podendo adquirir várias conformações; Essa estrutura além de possuir ligações peptídicas, como as primárias, apresentam sua estrutura organizada em forma de alfa-hélice (helicoidal) e folha-Beta (pregueada) estabilizadas por ligações de hidrogênio. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS ●Aminoácidos essenciais e aminoácidos não essenciais 68 3- Estrutura Terciária – Se forma a partir do dobramento da estrutura secundária sobre si mesma, mas especificamente da hélice e a folha, obtendo formato arredondado; Além de conter ligações peptídicas e pontes de hidrogênio, a estabilização desta estrutura é atribuída a ligações covalentes como a ligação dissulfeto, que são formadas por átomos de enxofre. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS ●Aminoácidos essenciais e aminoácidos não essenciais 69 3- Estrutura Quaternária - Aglomerado de cadeias de aminoácidos que formam uma proteína complexa; Estão envolvidas as mesmas ligações da estrutura terciária com exceção da ligação de dissulfeto. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS ●Aminoácidos essenciais e aminoácidos não essenciais 70 Modificações das proteínas Desnaturação -Modificação nas estruturas secundárias, terciárias e quaternárias, sem quebra na ligação peptídica envolvida na estrutura primária. Principais causas: Temperatura- calor: ( 60º - 100ºC/1h ou menos) ou congelamento; Solventes orgânicos(álcool, éter, benzeno); Alteração do pH; Soluções salinas; Agitação prolongada Desnaturação desejável: Fabricação de Queijos; Obtenção da clara em neve; Desnaturação 71Modificações das proteínas Desnaturação desejável: Ovo frito; Pasteurização Desnaturação indesejável: - Congelamento e descongelamento; - Carne PSE Degradação: Ocorre o rompimento das ligações covalentes( estrutura primária) Causas: Enzimas autolíticas ou microbianas; Hidrólise química Desnaturação 72 Modificações das proteínas Degradação Indesejada - Putrefação de alimentos de Origem animal Degradação inicial de aminoácidos, nucleotídios e oligopeptídios H2S, Indol, Cadaverinas, Mercaptanas e etc.. Os compostos simples produzidos servem para crescimento de M.O Aterações bioquímicas + microbianas Bases voláteis totais (aminas e amônia) Substâncias voláteis redutoras: ác. Acético, propiônico e butírico Desnaturação 73 Modificações das proteínas Degradação desejada: -Maturação de queijos Desnaturação 74 Métodos para determinação de proteínas O procedimento mais comum é através da determinação de um elemento ou de um grupo pertencente à proteína; Elemento analisado pode ser Carbono ou Nitrogênio; Grupo são aminoácidos e ligações peptídicas Análise de Carbono: - Dificuldade em separar os carbonos das proteínas em relação a outros componentes O procedimento mais comum é através da determinação de um elemento ou de um grupo pertencente à proteína 75 Métodos para determinação de proteínas Análise de Nitrogênio: - Considera que as proteínas possuam 16% de nitrogênio em média. Utiliza um fator de correção no resultado obtido para transformação de nitrogênio para proteína, que é de 6,25. 16gN---- 100g de proteínas ngN –---- xg proteínas - Pode ocorrer erros se o conteúdo de nitrogênio for muito diferente de 16%. No leite é usado o fator de correção 6,38 Análise de Nitrogênio 76 Métodos para determinação de proteínas Análise de Nitrogênio: Método de KJELDAHL Determina N orgânico total Procedimento: 1- (Digestão) - Aquecimento da amostra com ácido sulfúrico até que o hidrogênio e carbono sejam oxidados. O Nitrogênio é reduzido e transformado em sulfato de amônia Métodos para determinação de proteínas Métodos para determinação de proteínas Análise de Nitrogênio: Método de KJELDAHL Procedimento: 2- (Destilação) Sulfato de amônia NaOH Amônia Ácido bórico + indicador 3- (Titulação) Borato de amônia Hcl 0,1N Hcl 0,1N 79 Métodos para determinação de proteínas 2- Destilação 80 Métodos para determinação de proteínas 2- Destilação 81 Métodos para determinação de proteínas 2- Destilação 82 Métodos para determinação de proteínas Análises por Grupos: Método por Biureto - Substâncias contendo duas ou mais ligações peptídicas formando um complexo de cor roxa com sais de cobre em soluções alcalinas Método por Biureto 83 Métodos para determinação de proteínas Análises por Grupos: Método por Espectrofotometria UV A maioria das proteínas possui absorção UV em 280nm devido a presença de Tirosina, Triptofano e Fenilalanina, que são aminoácidos com anel benzênico. Desvantagem Método por Biureto 84