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Uma empresa varejista omnichannel com operações B2C e contratos B2B com fornecedores e marketplaces registrou, no último trimestre, alta de chargebacks, apontamentos de não conformidade em auditorias de parceiros e um incidente de segurança envolvendo dados pessoais de clientes. A análise preliminar revelou ausência de SLAs mensuráveis nos contratos, registros incompletos das operações de tratamento de dados, cultura interna punitiva e liderança pouco participativa, com baixo engajamento em treinamentos. A direção nomeou uma gestora de processos para conduzir um projeto de melhoria contínua, com foco em eficiência operacional, mitigação de riscos legais (civil, empresarial e LGPD) e fortalecimento de uma cultura de conformidade orientada por dados. 

  

Considerando a situação descrita e a legislação empresarial e civil brasileira aplicável, inclusive a LGPD, assinale a alternativa completamente correta quanto à estratégia gerencial e jurídica a ser adotada. 


a.

A abordagem adequada integra redesenho de processos com base em dados (mapeamento AS-IS/TO-BE, matriz RACI e KPIs), revisão contratual com fornecedores (SLA mensurável, direitos de auditoria e penalidades proporcionais), implementação de controles de privacidade e segurança previstos na LGPD (base legal adequada, registro das operações, minimização de dados e, quando cabível, relatório de impacto), além de um programa de compliance e liderança ativa que promova treinamentos e incentivos à conformidade. 

b.

Na LGPD, o consentimento é sempre a condição indispensável para qualquer tratamento de dados pessoais; obtido o consentimento explícito, dispensam-se registros de operações, avaliações de impacto e controles de segurança. 

c.

Em sociedades limitadas, o administrador responde objetivamente por quaisquer prejuízos decorrentes de falhas operacionais, independentemente de culpa, o que recomenda políticas internas punitivas rigorosas como principal mecanismo de prevenção de riscos. 

d.

Por se tratar de relações B2B com fornecedores, o Código de Defesa do Consumidor não se aplica e é lícito pactuar cláusulas que excluam totalmente a responsabilidade por vícios e por perdas indiretas, simplificando a gestão de desempenho contratual. 

e.

Inserir cláusula de não responsabilização ampla nos contratos com o marketplace é suficiente para transferir integralmente a responsabilidade por chargebacks e por eventuais sanções regulatórias, dispensando mudanças internas nos processos.

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Cláudia Rejaine

mês passado

Respostas

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mês passado

Vamos analisar cada uma das alternativas para identificar a que está completamente correta em relação à situação apresentada e à legislação aplicável. a) A abordagem adequada integra redesenho de processos com base em dados (mapeamento AS-IS/TO-BE, matriz RACI e KPIs), revisão contratual com fornecedores (SLA mensurável, direitos de auditoria e penalidades proporcionais), implementação de controles de privacidade e segurança previstos na LGPD (base legal adequada, registro das operações, minimização de dados e, quando cabível, relatório de impacto), além de um programa de compliance e liderança ativa que promova treinamentos e incentivos à conformidade. Essa alternativa aborda de forma abrangente a necessidade de redesenho de processos, revisão contratual, implementação de controles de privacidade e segurança, e um programa de compliance, tudo alinhado com a LGPD e boas práticas de gestão. Portanto, parece ser a mais completa e correta. b) Na LGPD, o consentimento é sempre a condição indispensável para qualquer tratamento de dados pessoais; obtido o consentimento explícito, dispensam-se registros de operações, avaliações de impacto e controles de segurança. Essa afirmação é incorreta, pois mesmo com o consentimento, a LGPD exige que sejam mantidos registros e que haja avaliação de impacto em determinadas situações. c) Em sociedades limitadas, o administrador responde objetivamente por quaisquer prejuízos decorrentes de falhas operacionais, independentemente de culpa, o que recomenda políticas internas punitivas rigorosas como principal mecanismo de prevenção de riscos. Essa alternativa é problemática, pois a responsabilidade objetiva não deve ser a única abordagem; políticas punitivas podem não ser eficazes e podem prejudicar a cultura organizacional. d) Por se tratar de relações B2B com fornecedores, o Código de Defesa do Consumidor não se aplica e é lícito pactuar cláusulas que excluam totalmente a responsabilidade por vícios e por perdas indiretas, simplificando a gestão de desempenho contratual. Essa afirmação é enganosa, pois mesmo em relações B2B, não é permitido excluir totalmente a responsabilidade por vícios, especialmente se isso for considerado abusivo. e) Inserir cláusula de não responsabilização ampla nos contratos com o marketplace é suficiente para transferir integralmente a responsabilidade por chargebacks e por eventuais sanções regulatórias, dispensando mudanças internas nos processos. Essa alternativa é incorreta, pois cláusulas de não responsabilização não são suficientes para transferir responsabilidades legais, especialmente em relação a sanções regulatórias. Diante da análise, a alternativa a é a única que apresenta uma estratégia gerencial e jurídica adequada e completa para a situação descrita. Portanto, a resposta correta é: a.

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