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A história da educação acompanha as transformações sociais, políticas e culturais das sociedades. Desde as civilizações antigas, passando pela filosofia grega, a Idade Média e os ideais iluministas, até os debates contemporâneos, a educação tem sido ora instrumento de conservação da ordem, ora meio de emancipação humana. No Iluminismo, autores como Kant e Rousseau propuseram que a educação deveria libertar o indivíduo da ignorância e da heteronomia, formando cidadãos autônomos, racionais e morais. Essa concepção se mantém como fundamento de muitos projetos educacionais democráticos. Contudo, as transformações sociais do século XIX e XX — como a Revolução Industrial e a ampliação do acesso à escola — trouxeram novas tensões. Gramsci, por exemplo, questionou a ideia de escola neutra, defendendo que a educação é um campo de disputa ideológica, central para formar o "intelectual orgânico", capaz de compreender e intervir criticamente na realidade. Na América Latina, Paulo Freire aprofunda essa crítica ao propor uma pedagogia dialógica e libertadora. Ele rompe com o modelo "bancário" de ensino — no qual o professor deposita conteúdos prontos nos alunos — e propõe a construção coletiva do conhecimento, baseada na escuta, na experiência concreta e na problematização do mundo vivido. Essas abordagens filosóficas e históricas revelam que educar é sempre um ato político. A escola, longe de ser neutra, é um espaço no qual se disputam projetos de sociedade: um que reproduz desigualdades e outro que as enfrenta. Assim, compreender os fundamentos históricos e filosóficos da educação é essencial para pensar práticas pedagógicas éticas, críticas e socialmente comprometidas. Texto adaptado de várias fontes como ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. DOURADO, Luiz Fernandes et al. Políticas e gestão da educação: história e perspectivas. Campinas: Autores Associados, 2015. Com base nesse contexto, avalie as afirmativas a seguir: I. Para Rousseau, a educação deveria seguir os ritmos naturais do desenvolvimento humano e formar cidadãos capazes de agir de forma autônoma e moral, sendo, portanto, um processo que deveria se adaptar ao educando e não o contrário. II. A proposta de Gramsci rompe com a ideia de neutralidade da escola ao situá-la como um espaço ideológico, no qual se disputam visões de mundo e onde a formação política é inseparável da formação intelectual. III. A pedagogia freiriana propõe uma superação dos modelos tradicionais de ensino, ancorando-se na escuta, no diálogo e na problematização da realidade como estratégias para a construção da consciência crítica. IV. As concepções filosóficas críticas de educação, embora relevantes teoricamente, são consideradas inviáveis em contextos escolares reais, uma vez que priorizam valores abstratos em detrimento da eficiência e da padronização exigida pelas políticas educacionais. Está correto o que se afirma em:
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Elizabete De Lima Ribeiro

mês passado

Respostas

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mês passado

Vamos analisar cada afirmativa: I. Para Rousseau, a educação deveria seguir os ritmos naturais do desenvolvimento humano e formar cidadãos capazes de agir de forma autônoma e moral, sendo, portanto, um processo que deveria se adaptar ao educando e não o contrário. Verdadeiro, Rousseau defendia que a educação deve respeitar o desenvolvimento natural da criança e promover a autonomia. II. A proposta de Gramsci rompe com a ideia de neutralidade da escola ao situá-la como um espaço ideológico, no qual se disputam visões de mundo e onde a formação política é inseparável da formação intelectual. Verdadeiro, Gramsci realmente argumentou que a educação é um campo de disputa ideológica. III. A pedagogia freiriana propõe uma superação dos modelos tradicionais de ensino, ancorando-se na escuta, no diálogo e na problematização da realidade como estratégias para a construção da consciência crítica. Verdadeiro, a pedagogia de Paulo Freire enfatiza a importância do diálogo e da problematização na educação. IV. As concepções filosóficas críticas de educação, embora relevantes teoricamente, são consideradas inviáveis em contextos escolares reais, uma vez que priorizam valores abstratos em detrimento da eficiência e da padronização exigida pelas políticas educacionais. Falso, embora haja críticas à aplicação prática dessas teorias, não se pode afirmar que são consideradas inviáveis de forma geral, pois muitos educadores buscam implementá-las de maneira crítica e contextualizada. Com base na análise, as afirmativas I, II e III estão corretas. Portanto, a alternativa correta é: "Está correto o que se afirma em: I, II e III."

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