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29 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Personagens Ponto de checagem – Avaliação processual/formativa Se julgar necessário, retomar com os estudantes o conceito de substan- tivo (ou nome) próprio e de substanti- vo (ou nome) comum. Os substantivos próprios designam seres individuais e específicos, particularizando-os dentro de sua espécie e distinguindo-os dos demais — são escritos com letra inicial maiúscula. Os substantivos comuns de- signam genericamente, sem especifi- car, seres da mesma espécie, que par- tilham características comuns — são escritos com letra inicial minúscula. No caso dos personagens do con- to em questão, ressaltar que o dono da venda, que dá o queijo ao fazen- deiro, ao padre e ao roceiro, também é personagem do conto. No entanto, por ter uma atuação menos destaca- da que os três, não é classificado co- mo personagem principal, e, sim, como personagem secundário, tam- bém chamado coadjuvante. O discurso direto na narrativa O discurso direto e o discurso in- direto não são formas linguísticas ex- clusivas dos gêneros narrativos. Am- bos aparecem em outros gêneros, orais e escritos, como o jornalístico, por exemplo. Neste momento, a ênfa- se será no discurso direto, já que é priorizado no gênero em estudo. É importante ter em mente que, além do discurso direto e do discurso indireto, há outras formas de represen- tação do dizer alheio no fio discursivo (por exemplo, o discurso indireto livre — muitíssimo frequente nos gêneros li- terários narrativos —, o discurso direto livre e formas híbridas, muito frequen- tes nos gêneros jornalísticos), as quais serão estudadas em outros momentos. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido Espaço Espaço é o lugar onde ocorrem as ações, os fatos. Eles podem ser abertos (como uma estrada, uma floresta, etc.) ou fechados (como uma casa, uma escola, etc.). ⓿ Nesse conto o narrador localiza os fatos em alguns espaços. Responda à questão no caderno: Em que espaços os fatos narrados ocorreram? Personagens Personagens são elementos que dão vida à história, fazendo com que ela aconteça. Muitas vezes, tanto nas narrativas orais como nas escritas, os per- sonagens não têm um nome próprio, sendo identificados por nomes comuns. ⓿ Escreva no caderno quais são os personagens principais desse conto. Tempo O tempo em uma narrativa refere-se à duração das ações e ao desenrolar dos acontecimentos. Ele pode ser determinado com marcadores que indicam dia, ano, horas ou períodos do dia. Esses marcadores definem a progressão do tempo na história. ⓿ Copie no caderno expressões do texto que indicam o tempo em que os fatos acontecem. Enredo/ação O enredo é construído pelas ações da narrativa. Essas ações são agrupadas em quatro momentos: situação inicial, conflito, clímax e desfecho. ⓿ Identifique no conto “História de Trancoso” os parágrafos corresponden- tes a cada um dos momentos da narrativa. Copie no caderno o quadro abaixo e complete-o com as primeiras palavras das frases que iniciam cada momento do conto lido e com as últimas palavras das frases que terminam cada momento. Ponto de checagem Leia mais Pedro Malasartes em quadrinhos. Stela Barbieri e Fernando Vilela. Moderna. Um dos mais famosos personagens da cultura popular brasileira, Pedro Malasartes tem histórias contadas pelos quatro cantos do país. Sempre aprontando das suas, diverte os leitores de todas as idades. Vale a pena conhecê-lo também na linguagem dos quadrinhos. Na estrada, em um rancho e em uma venda. Um fazendeiro, um padre e um roceiro. “Quando já ia escurecendo”, “antes de dormir”, “no canto do primeiro galo”. Situação inicial Conflito Clímax Desfecho Começo da narrativa em que se apresentam os personagens, o tempo e o lugar em uma situação de equilíbrio. Desequilíbrio ou problema provocado por algum motivo. Momento de maior tensão na história. Final e resolução do conflito. Início: Final: Início: Final: Início: Final: Início: Final: Situação inicial Início: “Era uma vez [...].” Final: “— Se for encantado vai virar peneira — avisou.” Conflito Início: “— Calma – gritou uma voz [...].” Final: “Dormiram que Deus deu. [...] E pé na estrada.” Clímax Início: “A fome apertou [...].” Final: “— Ué! Onde se meteu o danado?” Desfecho Início: “— Agora que vocês contaram o sonho [...].” Final: “Trancoso.” O discurso direto na narrativa Há duas possibilidades de representar a fala dos personagens na narrativa: ⓿ dar voz ao próprio personagem para que se expresse de forma direta, re- produzindo fielmente a fala na escrita. É o uso do discurso direto. ⓿ trazer a fala do personagem por meio da voz do narrador ou de outro per- sonagem, reproduzindo a fala do personagem de forma indireta. Dizemos que desse modo foi feito o uso do discurso indireto. R e p ro d u ç ã o /E d . M o d e rn a 29 Leia mais As sugestões desse boxe, ao longo do material, têm o objetivo de envolver os estudantes na leitura de livros de li- teratura, apoiando-se em seu conhecimento sobre os gê- neros e a temática e nas orientações dadas pelo professor (habilidade EF69LP49); de fazê-los participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literá- rias, tecendo, quando possível, comentários de ordem es- tética e afetiva e justificando suas apreciações, entre ou- tras possibilidades de práticas de apreciação (habilidade EF69LP46); e de estimulá-los a realizar a seleção de fontes diversas (impressas, digitais, orais, etc.), avaliando a qua- lidade e a utilidade dessas fontes, organizadas esquemati- camente em quadros (habilidade EF69LP32). 022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 29022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 29 07/08/2022 17:0107/08/2022 17:01 30 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Verbos “de dizer” Escolheu-se usar a expressão “verbo de dizer” no lugar de “verbo de enun- ciação” a fim de que os estudantes compreendam e assimilem com mais facilidade os verbos usados para in- troduzir falas e retomadas do narrador, ao analisar, em textos narrativos ficcio- nais, os efeitos de sentido decorrentes desse uso. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido O conto popular que você leu foi construído pela sucessão das falas dos personagens registradas de forma direta, ou seja, por meio do discurso direto. Releia este trecho do diálogo entre o fazendeiro e o padre. — Pode-se saber de que vossa senhoria tem medo? – perguntou o fa- zendeiro. — De curupira. Me avisaram que a estrada está assim deles. — Não se avexe – falou o fazendeiro. — Comigo não tem curupira nem mané-curupira. Venha comigo. Observe que a fala de cada personagem é introduzida pelo travessão (—) e, quando interrompida pelo narrador, o travessão aparece marcando a continuidade da fala do personagem. — Calma – gritou uma voz de taquara rachada. – É gente que aqui vai. Geralmente, para anunciar a fala dos personagens, usamos verbos como dizer, afirmar, comentar, perguntar, responder, continuar, declarar, sussurrar, pedir, gritar, retrucar, seguidos de dois-pontos. Leia: O fazendeiro, porém, aguentou firme. O roceiro de quando em quando ofertava: — Um golinho d’água, nhonhô? Tá fresca, fresca... Os verbos que introduzem as falas dos personagens, como o verbo ofertar do exemplo anterior, são chamados de verbos “de dizer”. Esses verbos “de dizer” também podem estar presentes na voz do narrador logo após o travessão que marca o que foi dito pelo personagem. No lugar do travessão pode-se também utilizar aspas (“ ”) para indicar fala de personagem. No conto lido as aspas foram usadas para indicar pensamen- to de personagem, como se percebe neste trecho: Procurou um lugarzinho lascado, pensamentando: “Nesse lascado ele não deve usar”. fala do personagem voz do narrador retomada da fala do personagem C a rl o s A ra ú jo /A rq u iv o d a ed it o ra C a rl o s A ra ú jo /A rq u iv o d a e d it o ra 30 022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 30022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 30 07/08/2022 17:0107/08/2022 17:01