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Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
A linguagem no conto popular 
e as marcas da oralidade
As atividades têm o objetivo de exer-
citar a habilidade EF69LP55, com o re-
conhecimento da variedade da língua 
falada, o conceito de norma-padrão 
e o de preconceito linguístico; a ha-
bilidade EF69LP47, ao propor a aná-
lise dos efeitos de sentido decorrentes 
dos tipos de discurso, dos verbos de 
enunciação e das variedades linguís-
ticas no discurso direto; e a habilida-
de EF67LP36, ao propor a análise de 
outros recursos expressivos adequados 
ao gênero textual.
Neste tópico, serão analisadas no 
conto popular as variedades linguís-
ticas expostas no discurso direto em-
pregado.
Uso de exageros e repetições como 
efeito estilístico
As atividades têm o objetivo de exer-
citar a habilidade EF69LP54, de anali-
sar os efeitos de sentido decorrentes 
do emprego de palavras e expressões 
denotativas e conotativas que funcio-
nam como modificadores, de forma a 
levar o estudante a perceber a função 
de cada uso na caracterização dos es-
paços, tempos, personagens e ações 
próprios do gênero conto popular. 
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido
A linguagem no conto popular e as marcas da oralidade 
Você já sabe que o conto popular é transmitido de boca em boca ao longo 
do tempo, por isso é comum conservar as marcas da oralidade, mesmo quando 
registrado por escrito. 
Confira a seguir algumas dessas marcas.
Redução de palavras 
 1 Releia a última fala do roceiro, observando o que está destacado:
— Cês não ouviram um barulho de noite? Pois era eu que me levantei pra 
comer o queijo. Como vocês estavam no céu, achei que não precisavam 
mais do queijo.
Cês na fala mais informal é a forma reduzida para a palavra vocês e pra é a 
forma reduzida de para.
 a) Copie no caderno as formas reduzidas nestas falas do padre e do fazen-
deiro. Depois, escreva essas palavras de modo completo, sem redução.
— Sou servido um gole desta água. Pra matar minha sede. 
— O céu. Você sonhou com a escada pro céu. Eu sonhei que já estava lá. 
Conforme combinado, o queijo é meu. 
 b) Na sua opinião, por que o autor escreve pra e não para e pro e não para o?
 2 Reduções de palavras e expressões são comuns na fala. Observe como a 
palavra senhor, uma maneira respeitosa de tratar uma pessoa, é empre-
gada de forma reduzida em diversas regiões brasileiras em diferentes tem-
pos, mas com o mesmo sentido:
senhor: sinhô, siô, sô, nhô
Agora transcreva do conto lido uma fala em que a palavra senhor é usada 
em uma dessas formas reduzidas e com repetição de sílaba.
 3 Observe como era a forma de tratar uma pessoa até chegar à forma como 
a utilizamos hoje: você.
vossa mercê > vossemecê > vosmecê > você
 a) Copie do conto lido uma frase falada pelo fazendeiro em que aparece 
uma palavra semelhante a essas formas de tratar uma pessoa. 
 b) Copie uma fala do roceiro em que ele usa uma forma reduzida para a 
palavra está.
Uso de exageros e repetições como efeito estilístico
 1 Transcreva do conto uma frase que indica que o padre e o fazendeiro esta-
vam com muita sede. 
 2 Copie no caderno palavras retiradas do conto e utilizadas no grau aumentativo 
ou diminutivo para produzir um efeito de sentido que exagera o fato de ser 
ou estar:
 ⓿ medroso
 ⓿ pequeno
 ⓿ junto
 ⓿ sem jeito
 ⓿ iluminado 
 3 Copie do conto uma frase em que a repetição da palavra amplia o signifi-
cado do que se diz.
Dizemos que as palavras 
estão no aumentativo 
quando terminam com 
-ão, -ona, etc. e exprimem 
tamanho aumentado ou 
maior intensidade. E 
dizemos que elas estão no 
diminutivo quando 
terminam com -inho, 
-inha, etc. e exprimem 
tamanho diminuído ou 
menor intensidade.
1a. Padre: pra (para); fazendeiro: pro (para o). 1b. Espera-se que os 
estudantes percebam que 
se trata de uma escolha 
por um registro mais 
informal para retratar com 
mais propriedade as falas 
dos personagens e suas 
identidades.
2. Possibilidades:
 “— Um golinho d’água, 
nhonhô? Tá fresca, 
fresca...”
“— Gozado, nhonhô – 
disse o roceiro. – É mesmo 
aí, nesse quebradinho, que 
acostumo de beber.”
“— Já que vosmicê tanto insiste, me dê cá a saborosa.“
“— Um golinho d’água, nhonhô? Tá fresca, fresca...“
“O padre e o fazendeiro morrendo de sede.”
medrosão
pequetitinho
juntinho
sem jeitão
iluminadão
3. Possibilidades:
“— Andaram que 
andaram.”
“— Anda que anda, só 
os dois proseando.”
“— Um golinho d’água, 
nhonhô? Tá fresca, 
fresca...”
“— [...] Furava as nuvens 
lá em riba... Ia subindo, 
subindo...”
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Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Uso de expressões da 
linguagem popular
Atividade 2
Se considerar oportuno, explorar ou-
tras expressões da linguagem popular 
presentes no conto: “Anda que anda, 
só os dois proseando.” (conversando); 
“Furava as nuvens lá em riba.” (em ci-
ma); “Engoliram um café com vento... E 
pé na estrada.” (ir embora para outro 
lugar, viajar; no contexto tem o sentido 
de “prosseguir viagem”).
Atividade 3
Estimular a troca de impressões que 
a análise da linguagem e da constru-
ção desse conto provocou. É importan-
te que os estudantes avaliem que efei-
tos de sentido essas escolhas de lin-
guagem e de construção na escrita do 
texto provocam nos possíveis leitores, 
expressando avaliação sobre o texto li-
do e estabelecendo preferências pelo 
gênero, tema ou autor, o que trabalha 
a habilidade EF67LP28. Se necessá-
rio, ajudá-los a perceber que o empre-
go de palavras e expressões da lingua-
gem popular, feito com propriedade 
pelo autor, pode aproximar a forma da 
narrativa registrada por escrito à ma-
neira como ela poderia ter sido ouvida. 
Além disso, o uso dessas palavras e ex-
pressões é uma estratégia para manter 
a autenticidade do conto, oriundo da 
tradição oral popular.
Hora de organizar o que 
estudamos
A atividade contribui para exercitar a 
habilidade EF69LP32, de organizar, es-
quematicamente, com a ajuda do pro-
fessor, as informações necessárias em 
quadros, tabelas ou gráficos. Contribui 
também para desenvolver a habilidade 
EF69LP33, de articular o verbal com os 
esquemas na (re)construção dos sen-
tidos dos textos, transformando o con-
teúdo do esquema em texto discursivo, 
como forma de ampliar as possibilida-
des de compreensão desse texto. 
Explicar aos estudantes que o es-
quema é uma forma de organizar o que 
se aprendeu sobre determinado as-
sunto e, nesta seção, o preenchimento 
das lacunas também é uma estratégia 
para desenvolver a habilidade de arti-
cular o verbal com o esquema. É impor-
tante ler com os estudantes o esquema 
pronto, observando com eles a ligação 
de sentido entre os blocos, bem como 
sua hierarquia.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido
Uso de expressões da linguagem popular
 1 Releia este trecho:
Não se avexe – falou o fazendeiro. — Comigo não tem curupira nem mané-curupira.
Venha comigo.
Copie no caderno a frase que melhor substitui o trecho destacado, mantendo o sentido.
 a) Não tenho medo de curupira. 
 b) Curupira não existe.
 c) Não há curupira nenhum me acompanhando.
 2 Na atividade 1, você copiou no caderno a frase que melhor substituía um trecho do texto. Agora, faça 
o mesmo com estas outras frases, substituindo as expressões destacadas:
— Calma – gritou uma voz de taquara rachada. — É gente que aqui vai.
 a) voz alta b) voz baixa c) voz desagradável
O roceiro tinha lá papo para aquela conversa de doutor? 
 a) bola embaixo do pescoço b) permissão c) assunto 
Engoliram um café com vento... 
 a) café frio b) café e mais nada c) café que voava 
 3 Você acha que o uso de expressões da linguagem oral torna o texto do conto mais interessante? Por 
quê? Dê sua opinião aos colegas e ouça o que eles têm a dizer. 
X
X
X
X
Resposta pessoal.
 ⓿ Copie o esquema a seguir no cadernoe complete-o com as palavras do quadro. 
imaginação enredo oralidade cultura oralmente clímax divertir
Hora de organizar o que estudamos
Narrativa de acontecimentos imaginados 
transmitida de geração em geração.
Conto popular
Intenção/finalidade
 ⓿ conhecer mais da cultura 
popular de um povo
 ⓿ divertir
 ⓿ estimular a 
Leitor/público-alvo
 ⓿ quem gosta de ler ou de 
ouvir histórias para se 
 
 ⓿ quem gosta de saber e 
conhecer mais da 
 de um povo
Linguagem e construção
 ⓿ marcas da língua falada
 ⓿ mais 
 ⓿ narrador
 ⓿ personagens
 ⓿ 
 ⓿ tempo, espaço
 ⓿ situação inicial, conflito, 
 e desfechoá
oralmente
imaginação
oralidade
enredo
clímax
divertir
cultura
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