Text Material Preview
31 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. A linguagem no conto popular e as marcas da oralidade As atividades têm o objetivo de exer- citar a habilidade EF69LP55, com o re- conhecimento da variedade da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico; a ha- bilidade EF69LP47, ao propor a aná- lise dos efeitos de sentido decorrentes dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguís- ticas no discurso direto; e a habilida- de EF67LP36, ao propor a análise de outros recursos expressivos adequados ao gênero textual. Neste tópico, serão analisadas no conto popular as variedades linguís- ticas expostas no discurso direto em- pregado. Uso de exageros e repetições como efeito estilístico As atividades têm o objetivo de exer- citar a habilidade EF69LP54, de anali- sar os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas que funcio- nam como modificadores, de forma a levar o estudante a perceber a função de cada uso na caracterização dos es- paços, tempos, personagens e ações próprios do gênero conto popular. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido A linguagem no conto popular e as marcas da oralidade Você já sabe que o conto popular é transmitido de boca em boca ao longo do tempo, por isso é comum conservar as marcas da oralidade, mesmo quando registrado por escrito. Confira a seguir algumas dessas marcas. Redução de palavras 1 Releia a última fala do roceiro, observando o que está destacado: — Cês não ouviram um barulho de noite? Pois era eu que me levantei pra comer o queijo. Como vocês estavam no céu, achei que não precisavam mais do queijo. Cês na fala mais informal é a forma reduzida para a palavra vocês e pra é a forma reduzida de para. a) Copie no caderno as formas reduzidas nestas falas do padre e do fazen- deiro. Depois, escreva essas palavras de modo completo, sem redução. — Sou servido um gole desta água. Pra matar minha sede. — O céu. Você sonhou com a escada pro céu. Eu sonhei que já estava lá. Conforme combinado, o queijo é meu. b) Na sua opinião, por que o autor escreve pra e não para e pro e não para o? 2 Reduções de palavras e expressões são comuns na fala. Observe como a palavra senhor, uma maneira respeitosa de tratar uma pessoa, é empre- gada de forma reduzida em diversas regiões brasileiras em diferentes tem- pos, mas com o mesmo sentido: senhor: sinhô, siô, sô, nhô Agora transcreva do conto lido uma fala em que a palavra senhor é usada em uma dessas formas reduzidas e com repetição de sílaba. 3 Observe como era a forma de tratar uma pessoa até chegar à forma como a utilizamos hoje: você. vossa mercê > vossemecê > vosmecê > você a) Copie do conto lido uma frase falada pelo fazendeiro em que aparece uma palavra semelhante a essas formas de tratar uma pessoa. b) Copie uma fala do roceiro em que ele usa uma forma reduzida para a palavra está. Uso de exageros e repetições como efeito estilístico 1 Transcreva do conto uma frase que indica que o padre e o fazendeiro esta- vam com muita sede. 2 Copie no caderno palavras retiradas do conto e utilizadas no grau aumentativo ou diminutivo para produzir um efeito de sentido que exagera o fato de ser ou estar: ⓿ medroso ⓿ pequeno ⓿ junto ⓿ sem jeito ⓿ iluminado 3 Copie do conto uma frase em que a repetição da palavra amplia o signifi- cado do que se diz. Dizemos que as palavras estão no aumentativo quando terminam com -ão, -ona, etc. e exprimem tamanho aumentado ou maior intensidade. E dizemos que elas estão no diminutivo quando terminam com -inho, -inha, etc. e exprimem tamanho diminuído ou menor intensidade. 1a. Padre: pra (para); fazendeiro: pro (para o). 1b. Espera-se que os estudantes percebam que se trata de uma escolha por um registro mais informal para retratar com mais propriedade as falas dos personagens e suas identidades. 2. Possibilidades: “— Um golinho d’água, nhonhô? Tá fresca, fresca...” “— Gozado, nhonhô – disse o roceiro. – É mesmo aí, nesse quebradinho, que acostumo de beber.” “— Já que vosmicê tanto insiste, me dê cá a saborosa.“ “— Um golinho d’água, nhonhô? Tá fresca, fresca...“ “O padre e o fazendeiro morrendo de sede.” medrosão pequetitinho juntinho sem jeitão iluminadão 3. Possibilidades: “— Andaram que andaram.” “— Anda que anda, só os dois proseando.” “— Um golinho d’água, nhonhô? Tá fresca, fresca...” “— [...] Furava as nuvens lá em riba... Ia subindo, subindo...” 31 022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 31022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 31 07/08/2022 17:0107/08/2022 17:01 32 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Uso de expressões da linguagem popular Atividade 2 Se considerar oportuno, explorar ou- tras expressões da linguagem popular presentes no conto: “Anda que anda, só os dois proseando.” (conversando); “Furava as nuvens lá em riba.” (em ci- ma); “Engoliram um café com vento... E pé na estrada.” (ir embora para outro lugar, viajar; no contexto tem o sentido de “prosseguir viagem”). Atividade 3 Estimular a troca de impressões que a análise da linguagem e da constru- ção desse conto provocou. É importan- te que os estudantes avaliem que efei- tos de sentido essas escolhas de lin- guagem e de construção na escrita do texto provocam nos possíveis leitores, expressando avaliação sobre o texto li- do e estabelecendo preferências pelo gênero, tema ou autor, o que trabalha a habilidade EF67LP28. Se necessá- rio, ajudá-los a perceber que o empre- go de palavras e expressões da lingua- gem popular, feito com propriedade pelo autor, pode aproximar a forma da narrativa registrada por escrito à ma- neira como ela poderia ter sido ouvida. Além disso, o uso dessas palavras e ex- pressões é uma estratégia para manter a autenticidade do conto, oriundo da tradição oral popular. Hora de organizar o que estudamos A atividade contribui para exercitar a habilidade EF69LP32, de organizar, es- quematicamente, com a ajuda do pro- fessor, as informações necessárias em quadros, tabelas ou gráficos. Contribui também para desenvolver a habilidade EF69LP33, de articular o verbal com os esquemas na (re)construção dos sen- tidos dos textos, transformando o con- teúdo do esquema em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilida- des de compreensão desse texto. Explicar aos estudantes que o es- quema é uma forma de organizar o que se aprendeu sobre determinado as- sunto e, nesta seção, o preenchimento das lacunas também é uma estratégia para desenvolver a habilidade de arti- cular o verbal com o esquema. É impor- tante ler com os estudantes o esquema pronto, observando com eles a ligação de sentido entre os blocos, bem como sua hierarquia. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido Uso de expressões da linguagem popular 1 Releia este trecho: Não se avexe – falou o fazendeiro. — Comigo não tem curupira nem mané-curupira. Venha comigo. Copie no caderno a frase que melhor substitui o trecho destacado, mantendo o sentido. a) Não tenho medo de curupira. b) Curupira não existe. c) Não há curupira nenhum me acompanhando. 2 Na atividade 1, você copiou no caderno a frase que melhor substituía um trecho do texto. Agora, faça o mesmo com estas outras frases, substituindo as expressões destacadas: — Calma – gritou uma voz de taquara rachada. — É gente que aqui vai. a) voz alta b) voz baixa c) voz desagradável O roceiro tinha lá papo para aquela conversa de doutor? a) bola embaixo do pescoço b) permissão c) assunto Engoliram um café com vento... a) café frio b) café e mais nada c) café que voava 3 Você acha que o uso de expressões da linguagem oral torna o texto do conto mais interessante? Por quê? Dê sua opinião aos colegas e ouça o que eles têm a dizer. X X X X Resposta pessoal. ⓿ Copie o esquema a seguir no cadernoe complete-o com as palavras do quadro. imaginação enredo oralidade cultura oralmente clímax divertir Hora de organizar o que estudamos Narrativa de acontecimentos imaginados transmitida de geração em geração. Conto popular Intenção/finalidade ⓿ conhecer mais da cultura popular de um povo ⓿ divertir ⓿ estimular a Leitor/público-alvo ⓿ quem gosta de ler ou de ouvir histórias para se ⓿ quem gosta de saber e conhecer mais da de um povo Linguagem e construção ⓿ marcas da língua falada ⓿ mais ⓿ narrador ⓿ personagens ⓿ ⓿ tempo, espaço ⓿ situação inicial, conflito, e desfechoá oralmente imaginação oralidade enredo clímax divertir cultura 32 022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 32022-051_Telaris6_LP_LE_MPU_U01_PNLD24.indd 32 07/08/2022 17:0107/08/2022 17:01