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0 
 
 
 
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
1 
 
 ESDRA GOMES DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUA BRANCA-PI 
2020 
 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3770958/ 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS, Esdra Gomes dos. 
 Fundamentos da Educação Inclusiva 1ª ed. Água Branca; FAS – Cursos de 
Graduação. 80p. 
 
Bibliografia 
 
1. Pedagogia 2. Educação 3. Título. 
 
Ficha Catalográfica 
Todos os direitos em relação ao design deste material são reservados à FAS. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material são reservados ao autor. 
Todos os direitos de Copyright deste material didático são à FAS. 
 
 
 
Diretor Geral 
Levi de Sousa Lima 
 
 
Secretária Acadêmica 
Ivânia Pires de Sousa Oliveira 
 
 
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61 
Apresentação do curso ..................................................................... 06 
Apresentação da disciplina................................................. 
23 
UNIDADE 01 
FUNDAMENTOS DA INCLUSÃO 
1. Aspectos históricos da Inclusão................ ................................ 
1.2 A Legislação e a Política Educacional Inclusiva....................................... 
1.3 Declaração de Salamanca....................................................................... 
1.4 Declaração de Guatemala....................................................................... 
ATIVIDADE............................................................................................................ 
FÓRUM................................................................................................................. 
UNIDADE 02 
POLÍTICAS NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA, CURRÍCULO 
E DIAGNÓSTICOS 
Introdução........................................................................................................ 
2. O Currículo e o desafio da Inclusão.............................................. 
2.1 A Inclusão Social....................................................................................... 
2.2 Alunos com necessidades educacionais especiais.................................. 
2.3 Identificação dos transtornos e tipos de deficiência.................................. 
2.3.1 Deficiência Visual................................................................................... 
2.3.2 Deficiente Auditivo................................................................................. 
2.3.3 LIBRAS................................................................................................. 
2.3.4 Esporte para deficientes físicos............................................................ 
2.4 Deficiência Múltipla................................................................................... 
2.5 Deficiência Intelectual.............................................................................. 
2.5.1 Tipos de Deficiência Intelectual............................................................. 
ATIVIDADE...................................................................................................... 
FÓRUM........................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
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22 
22 
 
 
 
05 
06 
08 
4 
 
47 
62 
UNIDADE 03 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES, DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA 
INCLUSÃO NO BRASIL 
3. Espaço Escolar...................................................................................... 
3.1 Contextos Problemáticos..................................................................... 
3.2 Educação Inclusiva no Ensino Superior.............................................. 
3.3 Formação de professores para a Educação Especial........................ 
3.4 Práticas Inclusivas............................................................................... 
ATIVIDADE............................................................................................... 
FÓRUM..................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
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51 
52 
55 
56 
61 
61 
UNIDADE 04 
SÍNDROMES E TRANSTORNOS 
Introdução................................................................................................ 
4.1 Sindrome de Turner........................................................................... 
4.2 Síndrome Klinefelter.......................................................................... 
4.3 Síndrome de Cornélia de Lange........................................................ 
4.4 Síndrome do Triplo X......................................................................... 
4.5 Síndrome de West............................................................................. 
4.6 Síndrome de Tourette........................................................................ 
4.7 Microcefalia........................................................................................ 
4.8 Transtorno do Espectro Autista......................................................... 
4.9 Transtornos específicos de aprendizagem e comportamento........... 
4.9.1Transtorno da Leitura...................................................................... 
4.9.2 Transtorno da Matemática.............................................................. 
4.9.3 Transtorno da Expressão Escrita................................................... 
4.9.4 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)........... 
ATIVIDADE.............................................................................................. 
FÓRUM.................................................................................................... 
REFERÊNCIAS....................................................................................... 
 
 
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5 
 
 
 
A concretização de um curso superior em Pedagogia na modalidade à 
distância tem como meta o atendimento às necessidades de toda comunidade 
quanto ao acesso e atendimento ao um ensino superior de qualidade. Desse modo, 
propõe-se a importância para o curso de Pedagogia numa perspectiva histórico-
cultural, tendo como eixo articulador a interdisciplinaridade e a busca da construção 
de um currículo integrador. 
As disciplinas pedagógicas que formulam o currículo foram moldadas para 
uma sociedade cujo princípio da qualidade torna-se prioridade a partir da relação 
teoria-prática de um trabalho docente de qualidade que procure satisfazer as 
necessidades de aprendizagem, enriquecendo as experiências do educando no 
processo educativo. 
É dentro desta ideia que o curso de Pedagogia da FAS na modalidade à 
distância constitui-se de uma base comum formada pelos conhecimentos de 
ciências humanas aliadas a tecnologia, de uma parte diversificada com uma 
ampliação dos fundamentos na leitura do fazer pedagógico dentro da escola e da 
sociedade e uma parte complementar com o objetivo de trabalhar os problemas 
educativos da realidade educacional em vista a qualificação do professor com novas 
formas de intervenções como aplicações de ferramentas metodológicas. 
A FAS tem como recurso didático-educacional o uso de materiais como 
apostilas/livros, plataformas virtuais, internet, vídeos e principalmente um excelente 
sistema de acompanhamento à distância através de tutores e monitores. É válido 
salutar que este curso otimiza sempre seus resultados pelas experiências existentes 
e atendem a ampla procura de profissionais da área educacional. 
Os profissionais da área da educação serão orientados a sempre desenvolver 
a capacidade de intervenção científica e técnicaassegurando a reflexão critica 
permanente sobre sua prática e realidade educacional historicamente 
contextualizada. O que espera deste docente é sua capacidade de (re) construir seu 
projeto pessoal e profissional a partir da compreensão da realidade histórica e 
profissional diante das políticas que direcionam as práticas educativas na sociedade. 
6 
 
 
 
A inclusão é um tema bastante complexo que tem inquietado a instituição 
escolar, bem como os diferentes segmentos da sociedade, com contraditórias 
discussões. Os conflitos provocados da tendência inclusiva extrapolam o contexto 
educativo, desacomodando os educadores em geral, assim os professores, 
especificamente os da rede pública, tentam dar sustentabilidade ao processo 
inclusivo, trabalhando em prol de uma educação básica de qualidade. 
A proposta educacional inclusiva refere-se à promoção da educabilidade, 
acolhendo no mesmo espaço todos os educandos, respeitando suas diversas 
políticas, origens étnicas, classes sociais, condições econômicas, numa concepção 
transformadora de sociedade, na qual o homem se inclui como um sujeito de sua 
própria história, atuante e participativo, objetivando a participação plena dos sujeitos. 
Esta disciplina é de valor importante para o processo de formação acadêmica 
uma vez que discute uma temática contemporânea com aspectos sociais, humanísticos 
e didáticos. 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
8 
 
 
UNIDADE 01 
Fundamentos da 
Inclusão 
 
Fonte: https://institutoitard.com.br/o-que-e-educacao-inclusiva-um-passo-a-passo-para-
a-inclusao-escolar/ 
9 Fundamentos da Educação Inclusiva 
1. Aspectos históricos da Inclusão 
 
Historicamente, o movimento denominado inclusão vem, universalmente, 
direcionando as políticas, desmobilizando governos, e desafiando modo 
impactante, as sociedades de todo o continente. A luta é pela eliminação das 
barreiras impeditivas de acesso e permanência na escola, que agora escancara 
suas dependências para receber todo tipo de aluno, na tentativa de erradicar toda 
espécie de discriminação, sendo respeitada a individualidade de cada um. A 
Secretária de Educação Especial, Claudia Pereira Dutra, em 2004, referindo-se à 
tendência inclusiva afirmava que: 
 
Assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a 
permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação, é um princípio 
que está em nossa Constituição desde 1988, mas que ainda não se tornou 
realidade para milhares de crianças e adolescentes que apresentam 
necessidades educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências. A 
falta de apoio a essas necessidades especiais pode fazer com que essas 
crianças e adolescentes não estejam na escola: muitas vezes as famílias 
não encontram escolas organizadas para receber a todos e, fazer um bom 
atendimento, o que é uma forma de discriminar. A falta desse apoio pode 
também fazer com que essas crianças e adolescentes deixem a escola 
depois de pouco tempo, ou permaneçam sem progredir para os níveis mais 
elevados de ensino, o que é uma forma de desigualdade de condições de 
permanência. [...]. Educação Inclusiva: Direito a Diversidade. Temos por 
objetivo compartilhar novos conceitos, informações e metodologias – no 
âmbito da gestão e também da relação pedagógica em todos os estudos 
brasileiros. (BRASIL, 2004, p.04). 
 
O direito à educação é garantido por lei, com uma educação de qualidade 
para todos, implica, dentre outros fatores, num redimensionamento de todo o 
contexto escolar, considerando não somente a matrícula, mas, principalmente, a 
valorização das aptidões e respeito às diferenças. Assim, o resgate dos valores 
culturais, que fortalecem a identidade e o coletivo populacional, propõe preparar para 
o enfrentamento de desafios com a oferta da educação inclusiva e de qualidade para 
todos, sendo respeitadas as características próprias de interesses e ritmos de 
aprendizagem. Desafio que a escola por seu histórico de homogeneidade e 
segregação mantido, até então, não está apta para lidar com a diversidade. 
10 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma das dificuldades decorre das exigências, sobretudo, originadas nas 
teorias críticas da educação, que desconsideram as singularidades dos 
sujeitos. Silva (1999) critica as teorias do currículo como discurso, afirmando que o 
formato dado ao currículo depende da forma como ele é concebido pelos diferentes 
autores e teorias que sustentam o currículo. O equívoco para qualquer teoria do 
currículo é determinar o que deve ser ensinado mesmo antes de se conhecer o tipo 
de aluno e suas necessidades a serem atendidas. 
Portanto, para atingir os objetivos da inclusão de todos os alunos, além das 
teorias educacionais e das propostas existentes nesse sentido torna-se emergente que 
o professor adquira conhecimento das reais necessidades do aluno. A mudança de 
postura profissional pelo professor por meio da sensibilização e da conscientização 
da realidade do aluno, envolvendo toda a instituição escolar, com a escola 
desenvolvendo um trabalho de gestão compartilhada com a família, acompanhada 
da formação continuada de sua equipe de atuação, tornam-se fundamentais. 
A interação com a família representa um ganho de fundamental importância 
em todas as situações e, quando se trata do aluno com necessidades educacionais 
especiais, os vínculos que se estabelecem tornam-se fundamentais na 
superação dos conflitos, acima de muitos outros recursos. Pela riqueza de 
informações, a parceria com a família ou atendentes poderá auxiliar, desmistificando 
comportamentos inadequados. Esta é uma via capaz de oferecer maior validade 
às intervenções escolares levando o aluno a compartilhar, interagir e projetar suas 
ideias. 
Fonte: https://ipemig.com.br/wp-content/uploads/2019/01/inclusiva.jpg 
11 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
A inclusão como iniciativa da UNESCO reconhece como necessidade a 
educação para todos, com a finalidade de oferecer atendimento educacional de 
qualidade a todas as crianças. Com tal intenção, persiste a política da Secretaria 
de Educação Especial (SEESP) em seu objetivo de eliminação de barreiras. Com 
vistas a erradicar a exclusão escolar intensificando ações geradoras da inclusão 
social, a proposta da Secretaria de Educação Especial, contempla todos os 
níveis de ensino, não descuidando em seu aparato legal, de nenhum segmento, 
com abrangência institucional de atendimento da criança ao ancião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As Diretrizes da Política Nacional da Educação Infantil MEC/2004 
instituem: “A educação de crianças com necessidades educacionais especiais 
deve ser realizada em conjunto com as demais crianças, assegurando-lhes o 
atendimento educacional especializado, mediante a avaliação e interação com a 
família e a comunidade. ” (BRASIL, 2004, p. 17). 
O que se observa na prática nem sempre corresponde às finalidades 
propostas, pois de acordo com as Diretrizes Nacionais da Educação Especial na 
Educação Básica CNE/2001: “o atendimento educacional aos alunos com 
necessidades educacionais especiais terá início na educação infantil, nas creches 
e nas pré-escolas, assegurando-lhes o atendimento educacional especializado”. 
(BRASIL, 2001, p.12). 
Constata-se desta forma, que importantes iniciativas foram consolidadas, 
porém, muito ainda há que se fazer para que a inclusão efetive seus níveis 
idealizados. Com certeza, a acessibil idade constitui-se no instrumento 
concreto, capaz de mediar o processo de inclusão, porém, como as leis tornam-se 
insuficientes para garantir a realização da proposta inclusiva há que se realizar 
um esforço em conjunto com a comunidade escolar para que haja o acesso e a 
permanência para todos os educandos, indistintamente. 
Acesse o link e acompanha uma matéria 
importante sobre a importância da UNESCO 
no processo de Inclusão. Disponívelem: 
https://www.youtube.com/watch?v=1S0aXvFFy
BI&feature=emb_logo 
 
 
12 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
O debate educativo aguça o resgate de valores. Portanto, merece a 
máxima atenção quando se refere “[...] a construção de sistemas educacionais 
inclusivos [...]” (OLIVEIRA, 2008, p.129). Conforme registros estatísticos, o 
crescimento das matrículas revelam um grande avanço, com a 
correspondência das ações implementadas pelo SEESP e o crescimento da política 
da educação inclusiva. 
A inclusão exige adequada formação do professor para assegurar sua 
capacidade de intervir no contexto em sala de aula, em sua maioria muito 
populosa e apresentando inúmeros desafios. Neste cenário de 
heterogeneidade, certamente novas diferenças estarão sendo detectadas pelo 
docente que, por vezes, inadvertidamente vê seu cenário acrescido de um ou mais 
alunos com certa deficiência com a qual não se sente preparado para atender 
sem suas especificidades e singularidades. A luta pela inclusão, como tendência 
universal, é irreversível. A expectativa da convivência entre todos não é apenas do 
Brasil. A disputa pelo direito à educação pública de qualidade tem sido recorrente 
em todos os níveis, etapas e modalidades da educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://blog.interclasse.com.br/wp-content/uploads/2018/12/educacao-
inclusiva.jpeg 
13 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
1.2 A Legislação e a Política Educacional Inclusiva 
 
No Brasil, a Constituição Federal (1988) assegura uma série de garantias às 
pessoas com necessidades educacionais especiais que, com igualdade têm direito, 
a usufruir do acesso à saúde, educação, cultura, esporte, justiça e defesa pelo 
Ministério da Justiça, em caso destes direitos serem violados, por meio de leis e 
decretos específicos. Cada um destes direitos é detalhado pela Lei da 
Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência 
(COORDE), que teve como parâmetro justamente a Constituição Brasileira e, 
estabeleceu medidas a serem adotadas de forma que o Ministério Público possa agir 
em interesses coletivos das pessoas com necessidades especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliado a lei constitucional, o interesse pela construção de um sistema 
educacional inclusivo foi despertado, no Brasil, com a anuência à Declaração 
Mundial de Educação para todos, firmada em Jomtien na Tailândia em 1990. Fato 
que corroborou para o país reafirmar sua adesão às Diretrizes na Conferência 
Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade, realizada 
em Salamanca, na Espanha, em 1994. 
Sassaki (1999) destaca a trajetória da sociedade em relação ao 
encaminhamento das práticas sociais relacionadas à diversidade com a fase da 
exclusão social, nas primitivas civilizações. Momento em que as pessoas com 
alguma deficiência eram consideradas um grande peso à sociedade. A seguir, 
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2013/10/constituicao-1988.jpg 
14 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
surge a segregacionista, quando as pessoas, com deficiência, passaram a ser 
abrigadas em instituições destinadas ao atendimento clínico-medicamentoso e/ou 
isolamento da comunidade. Período em que houve a tentativa da integração como 
espaço relacional de aproximação socioeducativa como processo evolutivo para 
acabar com a prática da exclusão, reafirmando o direito de todos os cidadãos. 
A partir do século XX é que ganharam impulsos as políticas de educação 
voltadas às pessoas com necessidades educacionais especiais, motivadas por 
paradigmas emergentes, disseminadores da premência da educação para todos. Os 
quais reconhecem o direito de todos à educação, o poder público, por meio da 
legislação, estabelece a oportunidade e favorecimento da formação plena, que 
permita a matrícula de crianças de ambos os sexos, prioritariamente, nas escolas da 
rede comum de ensino, independentemente das diferenças e necessidades 
apresentadas por elas. 
A formação dos profissionais passou a ser a grande preocupação da carreira 
docente, sendo consenso entre os mesmos que, por tratar-se de assunto de imensa 
responsabilidade, deve ser priorizada, incluindo, na matriz curricular dos cursos de 
formação para a docência, conteúdos voltados para a atenção à diversidade e 
favorecedores da acessibilidade. 
 Ao conscientizar a comunidade escolar do valor e importância da inclusão 
busca transformar a instituição escolar em uma comunidade que, além de acolher a 
todos, tenha interesse em ampliar suas condições de atendimento. Dessa forma, 
poderá a instituição atuar, estando mais bem preparada, para favorecer não só o 
acesso, mas, principalmente, responsabilizar-se pela permanência do aluno, 
subsidiando sua trajetória escolar. 
A instituição escolar compreende, também, ser dever dos profissionais da 
educação estar sempre buscando aperfeiçoamento, bem como, investindo em ações 
que venham ao encontro às necessidades que se apresentam, com respeito a 
individualidade de cada um e procurando adequar-se às especificidades que 
apresentam singularmente. 
Na realidade, se dá muita ênfase à inclusão das pessoas com necessidades 
educacionais especiais no sistema regular de ensino, mas existe o risco de, dentro 
do próprio processo inclusivo, o aluno acabar sendo excluído, uma vez que é 
possível observar que em sua prática educativa, a grande dificuldade da escola 
consiste em conseguir lidar adequadamente com a inclusão de alunos. 
15 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
A tomada de providências quanto à acessibilidade e obtenção de recursos 
facilitadores da aprendizagem representa uma das formas como a instituição escolar 
enquanto espaço de aprendizagem, poderá administrar seu atendimento dos alunos, 
favorecendo sua inclusão. Ainda, por meio das observações, conversas informais 
são possíveis apreender a autenticidade das situações do contexto escolar, 
captando informações do cotidiano, os quais poderão contribuir nas ações que se 
referem à construção do processo inclusivo. 
Em 2007, é lançada as Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007), documento norteador dos princípios 
básicos que fundamentam a implantação da política da inclusão, como modalidade 
de ensino que perpassa todos os níveis de ensino, etapas e modalidades. Assim, a 
Educação Regular deve dar encaminhamento aos fundamentos norteadores das 
ações estabelecidas pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), no atendimento 
educacional das pessoas com necessidades educacionais especiais. 
Segundo Arns (1997), a Lei de 
Diretrizes da Educação Nacional 
reconhece a força e o poder que a 
educação exerce na formação do indivíduo. 
Ela representa uma promissora alavanca 
para instrumentalizar o cidadão a assumir 
uma participação ativa na sociedade. 
Conforme Dutra, secretária nacional de 
Ensino Especial em 2007, 
 
 
 
O MEC é o órgão que orienta os sistemas de ensino, de acordo com a 
Constituição Federal, e em consonância com os movimentos mundiais 
de inclusão, que aprovaram a Convenção da ONU sobre os Direitos da 
Pessoa com Deficiência, assinada pelo Brasil, em 30 de março de 2007, 
que junto com os demais países se compromete a assegurar um sistema 
educacional inclusivo (DUTRA, SECRETARIA NACIONAL DE ENSINO 
ESPECIAL, 2007, p.12). 
 
O início da inclusão na educação infantil é prioritário para desenvolver as 
bases necessárias à construção do conhecimento e desenvolvimento global do 
aluno. Nessa etapa, com o lúdico é possível o acesso às formas diferenciadas de 
Fonte: https://inclusaoja.com.br/tag/politica-
nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-
da-educacao-inclusiva/ 
16 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais,cognitivos, 
psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações 
interpessoais, o respeito e a valorização da criança. 
Dentre as atividades de atendimento educacional especializado são 
possíveis, programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e 
códigos específicos de comunicação, sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de 
todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a 
proposta pedagógica do ensino comum. 
O atendimento educacional especializado é acompanhado por meio de 
instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta realizada nas 
escolas da rede pública e nos centros de atendimento educacional especializado 
público ou conveniados. 
 
 
Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se 
expressa por meio de serviços de estimulação precoce, que objetivam otimizar o 
processo de desenvolvimento e aprendizagem em parceria com os serviços de 
saúde e assistência social. Em todas as etapas e modalidades da educação básica, 
o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o 
desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino. 
Deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou 
centro especializado que realize esse serviço educacional. 
Fonte: https://ipemig.com.br/wp-content/uploads/2019/01/aee.jpg 
17 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adultos e educação 
profissional, as ações da educação especial possibilitam a ampliação de 
oportunidades de escolarização, formação para ingresso no mundo do trabalho e 
efetiva participação social. 
A ampliação da educação especial à educação indígena, educação do campo 
e da população quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento 
educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos 
com base nas diferenças socioculturais desses grupos. 
A inserção de alunos com necessidades educacionais especiais nos cursos 
das Instituições de Ensino Superior (IES), no Brasil é um desafio que ultrapassa o 
cumprimento da legislação existente, sobre o que estabelece as Políticas Nacionais 
para a Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007), pois 
depende das relações interpessoais e pedagógicas. Portanto, os professores 
assumem papel preponderante nessas mediações. 
 
 
 
 
 
 
É válido ressaltar que a superação da inércia pedagógica só será obtida com 
a tomada de decisão do professor em ressignificar os seus conhecimentos mediante 
a ótica da propositividade. Esta é uma oportunidade de também beneficiar-se com 
novas aprendizagens, ao envolver se na cultura da diversidade de seu alunado 
tendo a consciência da realização profissional com a convicção de seu compromisso 
de cidadania. 
Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio do Programa 
de Inclusão e Acessibilidade (PIA), o qual oportuniza ações capazes de promover o 
acesso, a permanência e a participação dos acadêmicos com necessidades 
educacionais especiais em diferentes cursos. Estas ações envolvem a organização 
de atendimentos com serviços específicos para a promoção da acessibilidade que 
deve ser disponibilizado a partir dos processos seletivos e no desenvolvimento de 
todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão, no decorrer de 
sua formação, estendendo ao egresso, o devido apoio sempre que o mesmo 
Assista ao vídeo sobre Inclusão no 
ensino superior. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=4lgnW3
XdA-Y 
 
 
18 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
recorrer ao PIA. O atendimento deverá contemplar todas as diferenças, com 
acessibilidade linguística inclusive. 
Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, 
tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos 
alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, 
locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar. 
O ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, voltado à educação 
bilíngue – Língua Portuguesa/Libras desenvolve o ensino escolar na Língua 
Portuguesa e na língua de sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda 
língua na modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete 
de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais alunos da 
escola. O atendimento educacional especializado para esses alunos deverá ser 
ofertado tanto na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à 
diferença linguística, orienta-se que o aluno surdo esteja matriculado em salas 
comuns na escola regular, juntamente com outros surdos. 
O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de 
profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de 
Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do 
Sistema Braile, do Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida 
autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais 
superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e 
produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos 
e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros. 
A avaliação pedagógica, em seu processo dinâmico, considera tanto o 
conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às 
possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica 
processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu 
progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que 
indiquem as intervenções pedagógicas do professor. No decorrer do processo 
avaliativo, o professor deve criar estratégias considerando que alguns alunos podem 
necessitar de ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua 
de sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma 
prática cotidiana. 
19 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Diante do exposto, ao atuar na educação especial, o professor deve ter como 
base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício 
da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua 
atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo 
e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de 
recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de 
acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos 
ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. 
Para assegurar a intersetorialidade na implementação das políticas públicas, 
a formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional 
inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras 
áreas, visando à acessibilidade arquitetônica, aos atendimentos de saúde, à 
promoção de ações de assistência social, trabalho e justiça. 
Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos 
espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação, que favoreçam a promoção 
da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender as 
necessidades educacionais de todos os alunos. A acessibilidade deve ser 
assegurada mediante a eliminação de barreiras sob todos os aspectos e ações: 
linguísticas, comunicações, sistemas de informação, arquitetônicas, urbanísticas, na 
edificação – incluindo instalações, equipamentos, mobiliários, materiais didáticos e 
pedagógicos e, nos transportes escolares, bem como as barreiras atitudinais. 
 
1.3 Declaração de Salamanca 
 
 A Declaração de Salamanca tratade princípios, políticas e práticas na área 
das necessidades educativas especiais. A inclusão de crianças, jovens e adultos 
com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino é a 
questão central, sobre a qual a Declaração de Salamanca discorre. 
O conjunto central de recomendações e propostas da declaração de 
Salamanca é guiados pelos princípios: 
1. Independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos: 
2. Toda criança que possui dificuldade de aprendizagem pode ser considerada 
com necessidades educativas especiais. 
20 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
3. A escola deve adaptar-se as especificidades dos alunos, e não os alunos as 
especificidades da escola; 
4. O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as 
crianças. 
 
 
 
 
 
 
1.4 Declaração de Guatemala 
 
Como alvo principal da Convenção interamericana para a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência, no 
ano de 1999 ‘’os Estados Partes reafirmam que as pessoas portadoras de 
deficiência têm os mesmos direitos, inclusive o de não ser submetido à 
discriminação como base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que 
são inerentes a todo ser humano’’, Hennemann 2012, s.p. 
 
 
 
 
 
Verifica-se que a Educação Especial se originou de uma crise conceitual que 
retratava o conflito entre as certezas vividas pelo modelo segregativo e excludente e 
a imprevisibilidade do modelo inclusivo que se calça exatamente nas incertezas, no 
não prognosticável. Contemporaneamente, a Educação Especial passou a cumprir 
um duplo papel de complementaridade da educação regular. Isto é, atende, por um 
lado, à democratização do ensino, na medida em que responde às necessidades de 
uma parcela da população que não consegue usufruir dos processos regulares de 
ensino: por outro, responde ao processo de segregação da criança “diferente”, 
legitimando a ação seletiva da escola regular (BUENO, 1993). 
Declaração de Salamanca Completa. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/sal
amanca.pdf 
Declaração de Guatemala Completa. 
Disponível em: 
http://www.inclusive.org.br/arquivos/27043 
21 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://pbs.twimg.com/media/DsKtkcZXgAEdiR0.jp 
22 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 
1. Qual a importância da inclusão para a aprendizagem? (10 linhas). 
2. Faça uma pesquisa sobre as Diretrizes da Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007), e explicite alguns pontos 
importantes dessa política para a inclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em sua opinião as escolas estão preparadas para receber 
alunos com necessidades especiais? Justifique sua resposta. 
 
23 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
UNIDADE 02 
Políticas Nacionais para 
Educação Inclusiva, 
Currículo e Diagnósticos 
 
Fonte: http://curtindocomcriancas.blog.br/wp-content/uploads/2016/05/educacao-
inclusiva.jpg 
 
24 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Introdução 
 
As políticas nacionais referentes à inclusão escolar estão fundamentadas nas 
diretrizes estabelecidas no contexto internacional, considerando a 
representatividade dos grupos interessados, constituídos em movimentos, 
associações, federação entre outros. 
Até meados da década de 70, as políticas de atendimento às pessoas com 
necessidades educacionais especiais eram praticamente inexistentes. A partir da 
década de 80 é que surge uma grande mudança no que diz respeito à manifestação 
do interesse pela educação das pessoas com deficiência que, a partir de então, 
passam a ter seus direitos especialmente garantidos por lei. 
O período compreendido entre o final da década de 80 e início dos anos 90, 
foi marcado por movimentadas iniciativas, sendo desenvolvidas muitas pesquisas 
acadêmicas, em conjunto com organizações sociais e/ou representações de 
pessoas com deficiência. Foi quando as associações, os pais e os simpatizantes 
defensores da causa, passaram a perceber que a prática da integração significava 
muito pouco para combater a discriminação, garantindo a plena igualdade de 
direitos, com ampliação das oportunidades de participação educacional e 
socialmente. 
As discussões acerca da escola inclusiva ganharam maior força com a 
filosofia da Declaração de Salamanca (1994), documento originário da Conferência 
Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada 
pela UNESCO, em Salamanca (Espanha), em 1994. O documento citado determina 
que as pessoas com necessidades educacionais especiais tenham direito de ter 
acesso às escolas comuns, oportunizando a todas as crianças aprender juntas. 
A Lei nº 9.394/96, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação 
brasileira, no seu artigo 58 do capítulo V, vem a afirmar que a modalidade de 
educação escolar deve ser oferecida “preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos portadores de necessidades especiais”. 
O Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a 
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a 
educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e 
25 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial 
ao ensino regular. 
Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 
2º, determinam que: princípios e programas são reafirmados a visão que busca 
superar a oposição entre educação regular e educação especial. 
O Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007, passa a vigorar acrescido 
do seguinte artigo: Art. 9º que diz: Admitir se á, a partir de 1º de janeiro de 2010, 
para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas dos 
alunos da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional 
especializado, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica 
regular. Assim, a legislação orienta as ações para a concretização formal da 
inclusão, porém, “[...] a mera inserção de aluno deficiente em classe comum não 
pode ser confundida com a inclusão” (OMOTE, 2004, p. 6). 
As Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva determinam que: 
 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às 
escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com 
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições 
necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 
2001, p. 28). 
 
A lei é clara e cabe ao professor assumir seu papel dentro deste paradigma, 
com uma nova postura de releitura de sua formação, pois o educador necessita 
aprimorar seus conhecimentos constantemente para contribuir significativamente na 
educação inclusiva, favorecendo a todos os educandos a promoção de saberes, 
trocas de experiências e desenvolvimentos das habilidades e competências 
acadêmicas. 
 
2. O Currículo e o desafio da Inclusão 
 
A otimização de esforços implica numa significativa forma de potencializar 
as iniciativas para dinamizar a inclusão do aluno, com necessidades educacionais 
especiais, inserido no sistema de ensino regular. Sob o enfoque da interatividade 
é que se torna possível vislumbrar os aportes necessários à inclusão, impedindo 
26 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
que ideias pré-concebidas, sem respaldo real sirvam de entrave ao 
desenvolvimento acadêmico do aluno. 
O artigo 59, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9.394/96), 
preconiza que os sistemas de ensino devem as segurar aos alunos currículo, 
métodos, recursos e organizaçãoespecíficos para atender às suas necessidades; 
assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido 
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e, 
assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa 
escolar. Também, define, dentre as normas para a organização da educação 
básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
aprendizado” (art. 24, inciso V). 
Muitas vezes, a aprendizagem não se efetiva por uma limitação dos sistemas de 
ensino, que deixa de comprovar seus pressupostos divulgando uma visão distorcida 
da realidade, imposta pelo currículo, que incorre em prejuízo de toda a comunidade 
escolar 
O currículo pode ser concebido a partir da análise da sociedade 
contemporânea, frente à questão da inclusão do aluno com necessidades 
especiais no ensino regular, sendo a deficiência agora concebida como diferença e 
não mais considerada negação ou déficit da personalidade integral. 
Silva (1999) esclarece o sentido da diferença e identidade, frente às 
implicações da subjetividade e suas possíveis contradições. Essa afirmação reforça o 
desafio do educador de lutar pela inclusão da criança e demais pessoas com 
necessidades educativas especiais, considerando a ampliação das oportunidades de 
estender o acesso ao conhecimento sistematicamente produzido. 
A promoção de um ensino que corresponda não somente às necessidades 
específicas do aluno com necessidades educativas especiais, mas que atenda aos 
interesses e necessidades de todos os alunos da classe, requer a ressignificação 
do sistema escolar para que o mesmo permita a alocação de recursos humanos 
na escola para trabalharem conjuntamente, no sentido de se estabelecer 
parcerias para desenvolver métodos e programas de ensino, adaptados às 
novas estruturas educacionais bem como, para ativarem tecnologias que 
desafiem as estruturas educacionais que já estejam ultrapassadas. 
Torna-se emergente a revisão das metodologias de ensino, adotando, além 
disso, procedimentos favorecedores das interações entre o alunado em geral, 
27 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
unindo e procurando facilitar o processo das relações vinculadas ao ensino e 
aprendizagem, buscando conjuntamente, a construção do saber. 
Além da prática educativa conteudista, a qual prioriza os conhecimentos 
sistematizados, é necessário que a escola atente para o favorecimento de ações que 
constituem os principais fundamentos das relações de socialização e aprendizagem na 
escola. A aspiração é que além do acesso ao saber elaborado, a formação seja 
abrangente, oferecendo um currículo desafiador que visualize todos educandos. 
 
 
 
 
 
 
2.1 A Inclusão Social 
 
Sassaki (1999, p.42) refere-se à “inclusão social” como um novo paradigma, 
“o caminho ideal para se construir uma sociedade para todos e por ele lutam para 
que possamos - juntos na diversidade humana – cumprir nossos deveres de 
cidadania e nos beneficiar dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais 
e de desenvolvimento”. Objetivamente, a compreensão da inclusão social como um 
processo, identifica as raízes de uma tendência que se constrói progressivamente, 
nos liames da interatividade e, que só será convalidada se a mesma se estender 
para os distintos segmentos da sociedade, embrenhando-se em todos os segmentos 
socioculturais, sintonizando harmoniosamente a rua, a vizinhança, as instituições 
comerciais e de saúde, mercado, o ambiente de trabalho, os esportes, a religião, o 
lazer, entre outros. 
 
A inclusão social, (…), é um processo que contribui para a construção de 
novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, 
nos ambientes físico a (espaços internos e externos), equipamentos, 
aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade 
de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de 
necessidades especiais. (SASSAKI, 1999, p.42) 
 
Assista ao vídeo Educação Especial e 
Educação Inclusiva Adaptações 
Curriculares. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=688QW
gkh3Cs 
 
28 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Sendo assim, é preciso que o professor seja levado a uma reflexão e estudo, 
pois, este precisa de apoio e subsídios para trabalhar junto ao educando com 
necessidade especial com vistas ao desenvolvimento pleno desse escolar. É 
importante destacar, que o aprendizado desses educandos segue nível de escala 
dentro de seus limites, o que requer maior apoio junto a prática pedagógica 
adequada às suas necessidades, esclarecendo, definindo o que é dificuldade de 
aprendizagem. 
Contudo, não é por esse motivo que deve ser olhado como uma obrigação ou 
algo imposto, devemos lembrar que nossa prática educacional deverá estar voltada 
a transformações e, segundo Luckesi: 
 
Um educador, que se preocupe com que a sua prática educacional esteja 
voltada para a transformação, não poderá agir inconsciente e 
irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma 
decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente 
está encaminhando os resultados de sua ação. A avaliação neste contexto, 
não poderá ser uma ação mecânica. Ao contrário, terá que de ser uma 
atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político 
e decisório a favor da competência de todos para a participação 
democrática da vida social (LUCKESI, 2005, p.46). 
 
Luckesi (2005, p.44) explicita ainda que, uma sociedade democrática funda-
se nas sociedades de reciprocidade e não nas de sustentabilidade e, para que isso 
ocorra, é preciso um conjunto de competências, a escola tem o dever de auxiliar 
essa formação dessas competências, sob a pena de estar sendo conveniente com a 
domesticação e a opressão características de uma sociedade conservadora. 
Karagiannis e Stainback (1999, p. 21) afirmam que, “a educação é uma 
questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiência devem fazer parte das 
escolas, as quais devem modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos”. 
A educação destinada apenas a um restrito grupo deixa muito a desejar, 
não estando compatível com os ideais democráticos, centrando suas preocupações 
na discussão de questões fundamentais para que o sucesso atinja todos os alunos e 
a educação se torne desejada por todos, como conquista social mediante o 
estabelecimento de metas claramente definidas. O professor se preocupa com seus 
alunos, com uma formação adequada para trabalhar com alunos com necessidades 
educacionais especiais, uma vez que é de suma importância que o professor tenha 
o compromisso com o êxito da aprendizagem. 
Conforme Pires (2006), 
29 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
A ética da inclusão está centrada na valorização da especificidade, das 
particularidades de cada indivíduo. São as especificidades e as diferenças 
que dão sentido à complexidade dinâmica do ser humano. Isto também quer 
dizer que a inclusão supõe o direito à integridade; as diferenças e 
especificidades de cada indivíduo constituem os elementos integrantes de 
sua singularidade humana. É, exatamente, a riqueza da singularidade dos 
indivíduos que torna fecunda sua heterogeneidade. (PIRES, 2006, p.49). 
 
Sendo assim, para que o processo inclusivo se efetive nas escolas, as 
especificidades de todos os alunos precisam ser integralmente respeitadas. Em 
relação à cognição, acredita-se tratar- se de um processo moroso, pois o 
aprimoramento da qualidade do ensino depende de mudanças na grade curricular 
dos cursos, para serem observadas as diretrizes do processo inclusivo bem como a 
adição dos princípios educacionais que beneficiem a totalidade dos alunos, sejam 
eles deficientes ou não. Para entender o real significado da legislação não basta 
ater-se a letra da lei; é preciso captar seu espírito. Nãoé suficiente analisar o texto; 
é preciso analisar o contexto. “Não basta ler nas entrelinhas” (SAVIANI, 2004, p. 6). 
 
 
A docência exige estar num processo de estudos contínuos, o alunado 
precisa ser visto como um membro ativo na nova postura pedagógica, valorizando 
seu conhecimento construído fora da escola, não deixando de considerar a 
produção cultural e social, contextualizar conhecimentos, dentro das competências, 
 Fonte: https://minutoacessivel.blogspot.com/2015/05/educacao-inclusiva.html 
30 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
na interdisciplinaridade, criando meios e mecanismos novos de ensino e, 
flexibilizando, negociando o papel da escola dentro de projetos pedagógicos 
inclusivos. O professor necessita lembrar sempre que estamos atrelados a uma 
ideologia dominante, onde grupos diversos querem perpetuar e conservar a 
reprodução e omissão dos excluídos, para que estes continuem submissos, num 
contexto político. 
 
 
Como salienta Wachowicz “nosso grande problema é que estamos rompendo 
padrões culturais, muito fortes porque construímos historicamente ao longo dos 
séculos em nosso país e condicionados por um regime capitalista jamais ameaçado, 
que valoriza a produção, o consumo, o ter em um lugar do ser” (WACHOWICZ, 
2007, p. 147). 
O professor que se propõe a uma nova leitura do aluno com dificuldade de 
aprendizagem, rompe padrões culturais e históricos, dentro de um contexto 
capitalista, o que se valoriza é a produção. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=3055 
31 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
2.2 Alunos com necessidades educacionais especiais 
 
 
As causas, que podem justificar uma necessidade em maior ou menor nível 
de exigência de atendimento e/ou acessibilidade, têm diferentes origens e podem 
manifestar-se de modos variados. Tanto o déficit como o superávit da cognição, são 
condições que exigem do educador mudanças metodológicas em nos 
procedimentos de suas intervenções. 
Sejam as referências independentes da deficiência, de caráter intelectual, 
envolvendo a cogniscitividade como a superdotação ou as que provocam no 
indivíduo defasagens em sua capacidade de adquirir conhecimento, com a 
necessária compreensão do cumprimento das normas e das relações interpessoais 
no mundo em que vive. 
Em geral, o aluno que é diferente, não se enquadra nas normas da educação 
homogeneizadora, é discriminado e renegado ao isolamento. Na solidão, acaba 
ficando à margem do processo de escolarização, sem que disso se apercebam 
muitos educadores. Com o acúmulo de dificuldades, acaba se diferenciando dos 
demais colegas, permanecendo alheio às atividades de classe, indiferente aos 
colegas e solicitações do professor. Sem dar maior atenção à conduta do aluno, o 
Fonte: https://www.boavista.rr.gov.br/comum/code/MostrarImagem.php?C=MTEwOTk%2C 
32 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
professor permanece desconhecendo as principais causas e dificuldades dos 
escolares, desconsiderando, muitas vezes, qualquer fator de desmotivação pessoal. 
O professor precisa prestar mais atenção aos alunos que se apresentam 
desestimulados, negam-se ao cumprimento de regras ou normas estabelecidas para 
o convívio social, não se sujeitando a seguir ordens estabelecidas ou acatar 
comportamento padronizado. Alguns sintomas e/ou características transitórias
 ou permanentes podem ser identificadas com facilidade, por serem 
concretamente visíveis, outras nem tanto, por não estarem fisicamente expostas, 
não são identificadas, levando a um julgamento errôneo do estado de integralidade 
do educando. 
A situação se torna ainda mais complicada, quando tratam de causas 
emocionais, distúrbios psicológicos, entre outros aspectos. Quanto às questões que 
envolvem a sensorialidade, afetando os órgãos dos sentidos, responsáveis 
diretamente pela apreensão do aprendizado, os prejuízos são grandes, perturbando 
a sensação, a percepção do indivíduo, com consequentes dificuldades em maior ou 
menor grau. 
 
2.3 Identificação dos transtornos e tipos de deficiência 
 
Para realizar uma intervenção favorável ao desenvolvimento do aluno, o 
professor precisa saber identificar as causas de suas preocupações, os fatores que 
o desmotivam a aprender, afastando-o da efetiva aprendizagem. 
O professor necessita estar informado das reais condições do aluno, para 
poder contribuir com a realização da avaliação formal, com o objetivo de avaliar os 
conhecimentos prévios do aluno, suas potencialidades e possibilidades, para 
identificar as necessidades educacionais especiais do aluno. Trata-se de uma 
realização processual e contínua desenvolvida no contexto escolar, com a 
colaboração do professor e da equipe técnico-pedagógica da escola, a fim de 
identificar as necessidades que comprometem o processo de aquisição de 
aprendizagem. 
A realização prévia da referida avaliação constitui-se num instrumento de 
grande valia, pois auxiliará o professor a melhor compreender o aluno, bem como, 
contribuirá com seu melhor desenvolvimento. 
33 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
A realização prévia da referida avaliação constitui-se num instrumento de 
grande valia, pois auxiliará o professor a melhor compreender o aluno, bem como, 
contribuirá com seu melhor desenvolvimento. 
A Declaração de Salamanca (1994) identifica como alunos com 
necessidades educacionais especiais, são aqueles que: apresentam 
deficiências ou não. Assim, estão incluídos, os que apresentam condutas típicas; 
são superdotadas; vivem nas ruas; são trabalhadoras; são imigrantes ou de 
população nômade; são pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais; 
são pertencentes a grupos desfavorecidos e/ou marginalizados. 
Alunos com deficiência são aqueles que apresentam impedimento de longo 
prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que podem estar 
impedidos de participação integral tanto na escola como na sociedade: Deficiência 
Intelectual (DI); Deficiência Física Neuromotora (DFN); Deficiência visual (DV); 
Área da surdez (AS); Altas Habilidades e Superdotação; Transtornos Globais do 
Desenvolvimento (TGD) - Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, 
Transtorno Desintegrativo da Infância (psicose infantil), Transtornos Invasivos do 
Desenvolvimento e, ainda, os Transtornos Funcionais Específicos (TFE) – são 
as dificuldades de aprendizagem: dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia e 
transtornos de atenção e hiperatividade. 
 
O funcionamento intelectual normal é compreendido como habilidade 
mental genérica – inclui raciocínio, planejamento, solução de problemas, 
pensamento abstrato, compreensão de ideias complexas, aprendizagem 
rápida e aprendizagem por meio da experiência. O parâmetro para 
circunscrever o funcionamento intelectual é o quociente de inteligência – QI 
(BRASIL, 2008). 
 
De acordo com o MEC (BRASIL, 2001) os alunos com deficiência 
intelectual são aqueles que possuem impedimentos de longo prazo, de natureza 
física, mental/ intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras 
podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade, ou 
seja, funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com 
manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas as duas ou mais áreas 
das habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, 
utilização dos recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades 
acadêmicas, lazer e trabalho (BRASIL, 2007, p.39). 
34 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Diante da ausência dessas habilidades o aluno com deficiência intelectual 
apresenta acentuada dificuldade de aprendizagem, o que dificulta o 
acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: não 
vinculadas a uma causa orgânica e relacionada a disfunções, limitaçõesou 
deficiências (BRASIL, 2001). 
Além da dificuldade acadêmica o escolar com déficit intelectual apresenta 
limitações nas habilidades adaptativas, tais como: comunicação (linguagem 
receptiva e expressiva; leitura e escrita); sociais (interpessoais, responsabilidade, 
autoestima, cumprir regras e leis); cuidado pessoal (comer, vestir-se, higiene, 
manejo de dinheiro, uso de medicamentos). 
A pessoa com baixo QI apresenta um desenvolvimento lento e tardio na 
aquisição de conhecimentos e habilidades da vida autônoma e social, com um ritmo 
de aprendizagem mais lento, maior dificuldade de abstração e generalização e 
dificuldade de adaptar-se a novas situações. 
Dentre as síndromes que limitam a capacidade intelectual do sujeito, a mais 
comum é a Síndrome de Down, que é uma condição genética caracterizada pela 
presença de um cromossomo a mais nas células de seu portador; por isso, é 
também chamada de trissomia 21. Essa anomalia produz um variável grau de atraso 
no desenvolvimento intelectual e motor das pessoas Down. Estes educandos são 
atendidos em escolas comuns ou dependendo do grau de comprometimento 
intelectual em escolas especiais. (SMITH, 2008). 
A deficiência física é compreendida por uma variedade ampla de condições 
orgânicas que, de alguma forma, alteram o funcionamento normal do aparelho 
locomotor, comprometendo assim a movimentação e a deambulação do indivíduo. 
Estas alterações podem ocorrer em vários níveis: ósseo, articular, muscular e 
nervoso. Além das alterações anatômicas, observam-se também as alterações 
fisiológicas do aparelho locomotor. 
O termo neuromotora refere-se às deficiências acarretadas por lesões nos 
centros e vias nervosas que comandam os músculos. As causas são variadas, como 
por exemplo, infecções ou por lesões ocasionadas em algum momento do 
desenvolvimento da pessoa ou por degeneração neuromusculares manifestações 
exteriores consistem em fraqueza muscular, paralisia ou falta de coordenação 
(BRASIL, 2002). 
35 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
As características do aluno que apresenta deficiência física/ neuromotora 
dependem do nível de comprometimento, a saber: não produz seu vocabulário, 
escolhe a partir de um léxico/palavra selecionado por outra pessoa; se diferencia 
dos seus colegas por ter um atraso e/ou distúrbio linguístico; apresenta sequelas 
neurológicas que interferem na sua vida escolar (conceito clínico); requerem meios e 
recursos que viabilizem sua aprendizagem e auxiliem na sua comunicação; aprende 
por meio das percepções e com todas as suas funções motoras e habilidades 
acadêmicas que não lhe são negadas ou limitadas; necessita de uma comunicação 
eficaz na mediação de sua expressividade e compreensão que não se limita na 
“interpretação”; utiliza todo seu corpo para interagir; aprende por meio das 
interações. Os atendimentos educacionais para esses educandos acontecem em 
escolas comuns em centro de atendimento especializado para a área 
física/neuromotora. 
 
 
 
 
 
 
2.3.1 Deficiência Visual 
 
Esta deficiência é caracterizada por problemas na visão central, com 
comprometimento severo na fóvea central ou na mácula, danificadas. De acordo 
com Coeicev (s.d., s.p.), “a fóvea situa-se na mácula: é a porção mais nobre da 
retina, isto é, a parte central da mácula, responsável pela acuidade visual, a qual é 
sempre direcionada para o objeto que se quer ver, e onde cuja imagem é 
depositada”. Qualquer problema na fóvea provocará um borrão ou ponto cego na 
visão. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1966, registrou 66 diferentes 
definições de cegueira, “utilizadas para fins estatísticos em diversos países”. Por 
isso, “diversamente do que poderíamos supor, o termo cegueira não é absoluto, pois 
reúne indivíduos com vários graus de visão residual”, conforme Conde (2016, s.p.). 
O autor diferencia cegueira parcial de cegueira total. Na primeira ele aponta: “nesta 
categoria estão os indivíduos apenas capazes de contar dedos a curta distância e 
Assista ao vídeo DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL: 5 sinais diagnósticos/ 
NeuroSaber. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=t_vFEv_y
Bcc 
36 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
os que só percebem vultos”, na segunda: “os indivíduos que só têm percepção e 
projeção luminosas” (CONDE, 2016, s.p. grifo nosso). 
 
BRAILLE 
Louis Braille. Esse sobrenome soa familiar para você de alguma forma? 
Provavelmente sim, não é mesmo? Ele foi um jovem francês que viveu no século 
XIX e abriu portas para muitas pessoas ao redor do mundo, inclusive até os dias 
atuais. 
O Braile é um sistema de leitura que utiliza o tato, ou seja, é a leitura com as 
mãos. Possui 64 símbolos baseados em relevos e combinações de até seis pontos 
dispostos em duas colunas de três pontos cada. Com o braile pode-se fazer a 
representação de letras, números e até sinais de pontuação. Parece um pouco 
complicado, mas é algo extremamente útil no dia a dia de algumas pessoas. O Brasil 
foi um dos primeiros países a adotar o sistema, com o Instituto dos Meninos Cegos, 
em 1854 (hoje Instituto Benjamin Constant, principal instituto com obras em Braile no 
país). 
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), em seu livro Atendimento 
Educacional Especializado: Deficiência Visual”, dos autores Sá, Campos e Silva 
(2007, p. 18), o trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de 
“estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes, 
bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais”. Afinal, “um aluno 
com baixa visão possui seu cognitivo intacto, porém a percepção do mundo baseada 
na visão se torna limitada por conta da deficiência” (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007, p. 
18) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://conceitos.com/braille/ 
Alfabeto Braille 
37 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
2.3.2 Deficiente Auditivo 
 
A inclusão dos portadores de necessidades especiais é um desafio no Brasil. 
Ao se tratar do deficiente auditivo, esbarramos em diversos problemas como: a falta 
de comunicação oral, que prejudica o aprendizado, a aplicação de metodologias não 
contextualizadas com a realidade do aluno, e a falta de preparo dos profissionais 
que atuam nessa área. 
Além disso, contamos também com problemas sociais que precisam ser 
superados, o que na maioria das vezes são frutos da falta de esforços do poder 
público, das associações e da sociedade em geral, no sentido de promover melhoria 
de vida de forma coletiva, igualitária e democrática. 
Dentro do processo de exclusão social e escolar, resultante de uma "pseudo 
homogeneidade", está a população com necessidades especiais, caracterizada 
como aquela que possui evidentes traços que a colocam em situação diferente da 
população em geral. Porém esses traços não são os maiores determinantes de seu 
sucesso ou fracasso escolar, mas sim a qualidade do trabalho pedagógico com ela 
realizado. 
 
O professor deve: 
 Aceitar o aluno surdo como os demais alunos; 
 Ajudar o aluno a raciocinar, não lhe dar soluções prontas; 
 Não superproteger; 
 Não ficar de costas para o aluno, nem de lado, quando estiver falando; 
 Preparar os colegas para recebê-lo; 
 Dirigir-se ao surdo em língua de sinais; se não for possível, utilizar frase curtas, 
bem pronunciadas num tom normal, sem exageros; 
 Ao chamar atenção do aluno, utilizar gestos convencionais; 
 Colocar o aluno surdo nas primeiras carteiras, longe de janelas e portas, para 
não se distrair 
 Utilizar todos os recursos que facilitem sua compreensão (dramatização, 
mímicas e materiais visuais); 
 Se utilizar vídeos, certificar se são legendados; 
 Fazer resumos do conteúdo das aulas no quadro negro e depois repassá-los em 
língua de sinais; 
 Incluir a família no processo educativo; 
 Cumprimentá-lo sempre que possível em língua de sinais e ou com sorriso; 
 Todos na escola(professores e funcionários) devem aprender a língua de 
sinais; 
38 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 As aulas devem ser em língua de sinais; se não for possível, solicitar ajuda de 
intérpretes até que os professores se preparem para esse atendimento; 
 A escola deve receber assessoria de uma equipe (pedagogos, psicólogos, 
fonoaudiólogos) enviada pela Secretaria de Educação Especial do Estado; 
 A escola deve incluir no Plano Político Pedagógico estratégias de trabalho com o 
aluno surdo; 
 Avaliar o aluno pela mensagem e pelo conteúdo, não pela escrita; 
 Acreditar nas potencialidades do aluno. 
 
2.3.3 LIBRAS 
 
A existência de apoios especializados (aparelhos auditivos, implantes 
cocleares, professores formados e interpretes de língua gestual) é rara nas escolas 
de ensino regular. É pouco provável que as crianças surdas desenvolvam uma 
língua falada e aptidões de comunicação dentro das suas próprias famílias – tornam-
se excluídas dentro da família porque não partilham a mesma língua. Elas precisam 
de ter contato com outras pessoas surdas para aprenderem a linguagem gestual 
nacional. Esta é a razão porque tantas pessoas surdas defendem que as escolas ou 
classes especiais são necessárias para as crianças surdas, desde que tenham aí o 
direito de aceder à educação na sua primeira língua – a linguagem gestual, LIBRAS. 
 
Alfabeto manual 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.simbolos.net.br 
Fonte: https://www.simbolos.net.br 
39 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Para esses alunos, estar em um ambiente onde ele possa se comunicar, é o 
mais importante, proporciona ao indivíduo a oportunidade de estar no meio, de se 
expressar, de entender e ser entendido, a escola tem o dever de ter estrutura para 
receber e amparar alunos surdos com profissionais adequados, e especialmente 
professores qualificados. 
 
2.3.4 Esporte para deficientes físicos 
 
A prática de esportes coletivos é de grande ajuda para a inclusão e a 
socialização de uma pessoa com deficiência. Além desses esportes proporcionarem 
todos as vantagens físicas que lhes são inerentes, há, ainda, o contato com outras 
pessoas, que traz enormes benefícios emocionais. Entres esses esportes, temos o 
basquete como campeão no número de praticantes. Além dele, há também o 
futebol, o rugby e o futebol americano. 
 
Vejamos alguns exemplos: 
 
 
 
ATLETISMO HIPISMO 
ARCO E FLECHA IATISMO 
BASQUETEBOL EM CADEIRA DE 
RODAS 
NATAÇÃO 
BOCHA RUGBY 
CICLISMO TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS 
ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS TÊNIS DE MESA 
FUTEBOL PARA AMPUTADOS E 
PARALISADOS CEREBRAIS, 
HALTEROFILISMO 
VOLEIBOL SENTADO E PARA 
AMPUTADOS E MODALIDADES DE 
INVERNO. 
40 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
De acordo com Stainback e Stainback (1999, p. 72), “as escolas são 
microcosmos da sociedade”, uma vez que elas “espelham aspectos, valores, 
prioridades e práticas culturais tanto positivos quanto negativos que existem fora de 
seus muros”. E, para os autores, as escolas devem, por isso, assumir as 
responsabilidades de melhorar as condições sociais negativas. 
 
 
 
2.4 Deficiência Múltipla 
 
O Ministério da Educação publicou um interessante material pedagógico 
sobre este tema, intitulado Saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas 
de aprendizagem – deficiência múltipla. Neste material, define-se o termo deficiência 
múltipla como utilizado, frequentemente, “para caracterizar o conjunto de duas ou 
mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de 
comportamento social” (BRASIL, 2006a, p. 11). E alerta que “não é o somatório 
dessas alterações que caracteriza a múltipla deficiência, mas sim o nível de 
desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e 
Fonte: http://www.revistaadventista.com.br/blog/2016/09/02/educacao-fisica-inclusiva/ 
41 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas” 
(BRASIL, 2006a, p. 11). 
O conceito de deficiência múltipla varia entre os estudiosos. Na Política 
Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994, p.15) a deficiência múltipla é 
definida como: “associação, no mesmo indivíduo de duas ou mais deficiências 
primárias (mental/visual/auditivo-física), com comprometimentos que acarretam 
atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa”. Esse conceito de 
deficiência múltipla é referendado pelo Decreto n.3.298/99 que define a categoria 
como “associação de duas ou mais deficiências” (art.4, V). Implica uma gama 
extensa de associação de deficiências que podem variar conforme o número, a 
natureza, a intensidade e a abrangência das deficiências associadas e o efeito dos 
comprometimentos decorrentes, no nível funcional. Para outros autores, a 
deficiência múltipla seria “a ocorrência de apenas uma deficiência, cuja gravidade 
acarreta consequências em outras áreas” (BRASIL, 2000 p. 47). Por exemplo, um 
bebê com deficiência no funcionamento da tireoide, se não receber tratamento 
adequado, pode vir a ser afetado em diversas áreas do desenvolvimento: intelectual, 
psicomotora e de comunicação entre outras. Nessa concepção, uma deficiência 
inicial é geradora de outras deficiências secundárias, vindo a caracterizar a múltipla 
deficiência. 
Algumas enfermidades estão comprovadamente associadas à múltipla 
deficiência, com efeitos significativos para as pessoas afetadas. Para considerar o 
impacto da deficiência múltipla, é importante analisar seus efeitos na funcionalidade 
da pessoa frente ao ambiente físico e social, bem como avaliar de que modo às 
deficiências interferem na qualidade de vida. Ainda devem ser considerados os 
seguintes aspectos, de acordo com Brasil (2000, p.60): a) Os tipos e quantidades de 
deficiências primárias associadas; b) A amplitude ou abrangência dos aspectos 
comprometidos; c) A idade de aquisição das deficiências; d) Os fatores relacionados 
– familiares, comunitários, escolares; e) A eficiência das intervenções educacionais 
e de saúde. O conhecimento sobre a deficiência múltipla serve de base para evitar 
maior interferência adversa na vida da pessoa e reduzir Anais Eletrônico VII EPCC – 
Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar CESUMAR – Centro 
Universitário de Maringá Editora CESUMAR Maringá – Paraná – Brasil seus efeitos 
sobre ela, bem como mediar a promoção humana. Ajuda a prevenir deficiências 
42 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
decorrentes das já existentes e a instrumentalizar o indivíduo para atuar 
eficientemente frente às demandas ambientais. 
Conforme material específico do Ministério da Educação para a Deficiência 
Múltipla, temos estas dimensões classificatórias: Física e psíquica: associa a 
deficiência física à deficiência intelectual; associa a deficiência física a transtornos 
mentais. 
 Sensorial e psíquica: engloba a deficiência auditiva associada à deficiência 
intelectual; a deficiência visual à deficiência intelectual; a deficiência auditiva a 
transtornos mentais; perda visual a transtorno mental. 
 Sensorial e física: associa a deficiência auditiva à deficiência física; a 
deficiência visual à deficiência física. 
 Física, psíquica e sensorial: traz a deficiência física associada à deficiência 
visual e à deficiência intelectual; a deficiência física associada à deficiência 
auditiva e à deficiência intelectual; a deficiência física associada à deficiência 
auditiva e à deficiência visual (BRASIL, 2001, p. 15) 
 
De acordo com Brasil (2001, p. 13): “A causa mais frequente de deficiência 
múltipla é a paralisia cerebral, que compromete a postura e mobilidade, limitando os 
movimentos”, por isso, as maiores necessidades da pessoa com deficiência múltipla 
são médicas e físicas. Consequentemente, possuem necessidades de afeto, 
atenção, de desenvolver relações sociais e afetivas, e de estabelecer uma relação 
deconfiança. O que interfere diretamente na questão educacional, em relação ao 
espaço e sua inserção nele. Logo, “as necessidades educativas são devido a 
limitações no acesso ao ambiente; a dificuldades em dirigir atenção para estímulos 
relevantes e as dificuldades na interpretação da informação” (BRASIL, 2001, p. 13) 
Alonso apud Ampudia (2011c, s.p.) nos diz que “mais do que a somatória de 
deficiências, é preciso levar em conta que há consequências nos diversos aspectos 
do desenvolvimento da criança que influenciam diretamente sua maneira de 
conhecer o mundo externo e desenvolver habilidades adaptativas”. A orientação aos 
educadores deve ser feita caso a caso, conforme os tipos e o grau de 
comprometimento do aluno. 
O mais importante é “ficar atento às competências do aluno com deficiência 
múltipla, usando estimulação sensorial e buscando formas variadas de 
43 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
comunicação, para identificar a maneira mais favorável de interagir com o aluno”, 
segundo Alonso apud Ampudia (2011c. s.p.). 
 
2.5 Deficiência Intelectual 
 
Deficiência intelectual, antes chamado retardo mental, é uma baixa 
capacidade de compreender, aprender e aplicar informações e tarefas novas ou 
complexas. Pessoas com deficiência intelectual têm um funcionamento mental 
abaixo da média, o que provoca um atraso na aprendizagem e no desenvolvimento 
desses indivíduos. 
A deficiência intelectual manifesta-se antes dos 18 anos de idade e 
caracteriza-se sobretudo por alterações no desenvolvimento das funções 
cognitivas (raciocínio, memória, atenção, juízo), da linguagem, das habilidades 
motoras e da socialização. 
 
Já a doença mental relaciona uma série de condições que causam 
alteração de humor e comportamento e podem afetar o desempenho da 
pessoa na sociedade. Essas alterações acontecem na mente da pessoa e 
causam uma alteração na sua percepção da realidade (MANTOAN, 1997, p. 
15). 
 
Considerada uma doença psiquiátrica, deve ser tratada por um psiquiatra, 
com uso de medicamentos específicos para cada situação. Por isso, se diz que “a 
deficiência mental não se esgota na sua condição orgânica e/ou intelectual e nem 
pode ser definida por um único saber. Ela é uma interrogação e objeto de 
investigação de inúmeras áreas do conhecimento” (MANTOAN, 1997, p. 15). 
Sendo mais especifico, podemos ver parte do material do sítio eletrônico da 
APAE (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) de São Paulo (s.d., s.p.). 
Eles destacam o que a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do 
Desenvolvimento (AAIDD) traz sobre a Deficiência Intelectual, que: 
Considerada uma doença psiquiátrica, deve ser tratada por um psiquiatra, 
com uso de medicamentos específicos para cada situação. Por isso, se diz que “a 
deficiência mental não se esgota na sua condição orgânica e/ou intelectual e nem 
pode ser definida por um único saber. Ela é uma interrogação e objeto de 
investigação de inúmeras áreas do conhecimento” (MANTOAN, 1997, p. 15). 
44 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Sendo mais especifico, podemos ver parte do material do sítio eletrônico da 
APAE (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) de São Paulo (s.d., s.p.). 
Eles destacam o que a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do 
Desenvolvimento (AAIDD) traz sobre a Deficiência Intelectual, que: 
Caracteriza-se por um funcionamento intelectual inferior à média (QI), 
associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de 
habilidades (comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, 
saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções 
acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18 anos de idade. 
 
Quanto aos alunos com deficiência intelectual, Vygotsky defendia que: ‘’Todas 
as crianças podem aprender e se desenvolver. As mais sérias deficiências podem 
ser compensadas com ensino apropriado. ’’ 
A escola assume, assim, papel primordial nesse processo, extrapolando o 
compromisso com a aprendizagem dos estudantes, devendo assumir também 
responsabilidade na promoção do desenvolvimento de sua capacidade intelectual. 
Principalmente no que se refere aos alunos com deficiência – particularmente 
intelectual –, considerando que o foco, na escola, é a aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
2.5.1 Tipos de Deficiência Intelectual 
 
 Síndrome de Down: alteração genética que ocorre na formação do bebê, no 
início da gravidez. O grau de deficiência intelectual provocado pela síndrome 
é variável, e o coeficiente de inteligência (QI) pode variar e chegar a valores 
inferiores a 40. A linguagem fica mais comprometida, mas a visão é 
relativamente preservada. As interações sociais podem se desenvolver bem, 
no entanto podem aparecer distúrbios como hiperatividade, depressão, entre 
outros (APAE SÃO PAULO, s.d., s.p.). 
 Síndrome do X-Frágil: “alteração genética que provoca atraso mental. A 
criança apresenta face alongada, orelhas grandes ou salientes, além de 
Assista ao vídeo O que é Deficiência 
Intelectual? Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=W1qVdKTt
StA 
45 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
comprometimento ocular e comportamento social atípico, principalmente 
timidez” (APAE SÃO PAULO, s.d., s.p.). 
 Síndrome de Prader-Willi: “O quadro clínico varia de paciente a paciente, 
conforme a idade. No período neonatal, a criança apresenta severa hipotonia 
muscular, baixo peso e pequena estatura” (APAE SÃO PAULO, s.d., s.p.). Por 
volta dos dois anos de idade surge a obesidade, com a vontade constante e 
exagerada por comida. “Em geral a pessoa apresenta problemas de 
aprendizagem e dificuldade para pensamentos e conceitos abstratos” (APAE 
SÃO PAULO, s.d., s.p.). 
 Síndrome de Angelman: APAE São Paulo (s.d., s.p.) aponta que essa 
síndrome é um “distúrbio neurológico que causa deficiência intelectual, 
comprometimento ou ausência de fala, epilepsia, atraso psicomotor, andar 
desequilibrado, com as pernas afastadas e esticadas, sono entrecortado e 
difícil, alterações no comportamento, entre outras”. Algumas características 
faciais distintivas: boca grande com protusão da língua, queixo proeminente, 
lábio superior fino, dentes espaçados e redução da pigmentação cutânea, 
com pele mais clara do que o padrão familiar e maior frequência de cabelos 
finos e loiros e olhos claros. 
 Síndrome de Williams: “alteração genética que causa deficiência intelectual 
de leve a moderada. A pessoa apresenta comprometimento maior da 
capacidade visual e espacial em contraste com um bom desenvolvimento da 
linguagem oral e na música” (APAE SÃO PAULO, s.d., s.p.). Tem como 
característica a "face de gnomo ou fadinha”, nariz pequeno e empinado, 
cabelos encaracolados, lábios cheios, dentes pequenos e sorriso frequente. 
 Erros inatos de metabolismo (fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito etc.): 
Alterações metabólicas, em geral enzimáticas, que normalmente não 
apresentam sinais nem sintomas sugestivos de doenças. São detectadas pelo 
Teste do Pezinho, e quando tratadas adequadamente, podem prevenir o 
aparecimento de deficiência intelectual. Alguns achados clínicos ou 
laboratoriais que sugerem esse tipo de distúrbio metabólico: falha de 
crescimento adequado, doenças recorrentes e inexplicáveis, convulsões, 
atoxia, perda de habilidade psicomotora, hipotonia, sonolência anormal ou 
coma, anormalidade ocular, sexual, de pelos e cabelos, surdez inexplicada, 
46 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 
1. Define Deficiência Intelectual e cite pelo menos dois tipos. 
2. Qual a importância do ensino de libras para a aprendizagem. 
 
 
 
acidose láctea e/ou metabólica, distúrbios de colesterol, entre outros (APAE 
SÃO PAULO, s.d., s.p.). 
 
De maneira geral, a deficiência intelectual traz mais dificuldades para que a 
criança interprete conteúdos abstratos. Isso exige estratégias diferenciadas por parte 
do professor, que diversificaos modos de exposição nas aulas, relacionando os 
conteúdos curriculares a situações do cotidiano, e mostra exemplos concretos para 
ilustrar ideias mais complexas [...]. O professor é capaz de identificar rapidamente o 
que o aluno não é capaz de fazer. O melhor caminho para se trabalhar, no entanto, 
é identificar as competências e habilidades que a criança tem (ALONSO apud 
AMPUDIA, 2011d, s.p.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É possível um aluno com algum tipo de deficiência ter uma 
aprendizagem significativa. Justifique. 
 
47 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
UNIDADE 03 
Formação de Professores, 
Desafios e Perspectivas da 
Inclusão no Brasil 
 
Fonte: http://midianinja.org/files/2018/10/inclusa%CC%83o-1024x482.jpg 
 
48 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
3. Espaço Escolar 
 
Atualmente muito se fala de inclusão de crianças portadoras de necessidades 
educativas especiais no ensino regular, de modo a propor uma integração favorável 
aos mesmos em sua formação educacional em conjunto aos alunos considerados 
normais. Por diversos motivos se busca tal integração, uma vez que todos têm os 
mesmos direitos perante a sociedade, e que essa inclusão se torna benéfica ao 
desenvolvimento dos alunos com tais necessidades, pelo motivo de não serem 
isolados apenas com outros que possuem as mesmas necessidades, mas sim de 
aprender a conviver com as diferenças dos demais alunos. 
Considerando que os fundamentos teórico-metodológicos da Educação 
Inclusiva, baseiam-se numa concepção de educação de qualidade para todos e no 
respeito à diversidade dos educandos, é imprescindível uma participação mais 
qualificada dos educadores para o avanço desta importante reforma educacional, 
para o atendimento das necessidades educativas de todos os alunos, com ou sem 
deficiências. Infelizmente, o despreparo dos professores figura entre os obstáculos 
mais citados para a educação inclusiva. É um grande desafio, fazer com que a 
Fonte: https://http2.mlstatic.com/curso-de-sala-de-recursos-multifuncionais- 
D_NQ_NP_740615-MLB25253710563_122016-O.jpg 
49 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Inclusão ocorra, sem perdermos de vista que além das oportunidades, é preciso 
garantir o avanço na aprendizagem, bem como, no desenvolvimento integral do 
indivíduo com necessidades educacionais especiais. 
A historicidade da inclusão evidencia que esta atravessou diferentes fases em 
diversas épocas e culturas. Segundo Correia (1999), a Idade Antiga, na Grécia é 
considerada um período de grande exclusão social, pois crianças nascidas com 
alguma deficiência eram abandonadas ou mesmo eliminadas, sem chance ou direito 
ao convívio social. Na Idade Média, pessoas com deficiência eram também 
marginalizadas, até por questões sobrenaturais, rotuladas como inválidas, 
perseguidas e mortas. Assim, muitas vezes as famílias preferiam escondê-las e 
assim, privá-las da vida comunitária e social. A ideia de promover aos filhos, 
qualquer tipo de intervenção em ambientes diferenciados não era uma prática 
comum. Conforme Jannuzzi (2004), no Brasil por volta do século XVIII, o 
atendimento aos deficientes restringia-se aos sistemas de abrigos e à distribuição de 
alimentos, nas Santas Casas, salvo algumas exceções de crianças que até 
participavam de algumas instruções com outras crianças ditas normais. 
De acordo com os estudos de Mazzotta (2005), é possível destacar três 
atitudes sociais que marcaram o desenvolvimento da Educação Especial no 
tratamento dado às pessoas com necessidades especiais especialmente no que diz 
respeito às pessoas com deficiência: marginalização, assistencialismo e 
educação/reabilitação. 
• Marginalização – atitudes de total descrença na capacidade de pessoas com 
deficiência, o que gera uma completa omissão da sociedade na organização 
de serviços para esse grupo da população. 
• Assistencialismo – atitudes marcadas por um sentido filantrópico, 
paternalista e humanitário, que buscavam apenas dar proteção às pessoas 
com deficiência, permanecendo a descrença no potencial destes indivíduos. 
• Educação/reabilitação – atitudes de crença nas possibilidades de mudança 
e desenvolvimento das pessoas com deficiência e em decorrência disso, a 
preocupação com a organização de serviços educacionais. 
 
Sassaki (2006) ao explicar sobre o processo de inclusão/integração 
educacional situa quatro fases que ocorreram ao longo do desenvolvimento da 
história da inclusão: 
50 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 Fase de Exclusão: período em que não havia nenhuma preocupação ou 
atenção especial com as pessoas deficientes ou com necessidades especiais. 
Eram rejeitadas e ignoradas pela sociedade. 
 Fase da Segregação Institucional: neste período, as pessoas com 
necessidades especiais eram afastadas de suas famílias e recebiam 
atendimentos em instituições religiosas ou filantrópicas. Foi nessa fase que 
surgiram as primeiras escolas especiais e centros de reabilitação. 
 Fase da Integração: algumas pessoas com necessidades especiais eram 
encaminhadas às escolas regulares, classes especiais e salas de recursos, 
após passarem por testes de inteligência. Os alunos eram preparados para 
adaptar-se à sociedade 
 Fase de Inclusão: todas as pessoas com necessidades especiais devem ser 
inseridas em classes comuns, sendo que os ambientes físicos e os 
procedimentos educativos é que devem ser adaptados aos alunos, conforme 
suas necessidades e especificidades. 
 
Para a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva é importante, 
também, que se tenha preocupação e cuidado com a linguagem que se utiliza. 
Afinal, através da linguagem é possível expressar, voluntariamente ou 
involuntariamente, aceitação, respeito ou preconceito e discriminação em relação às 
pessoas ou grupos de pessoas, conforme suas características. 
 
 
 
 
 
 
 
No que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola para 
quem dele necessitar, a atual Política Nacional de Educação Especial aponta para 
uma definição de prioridades e define como aluno portador de necessidades 
especiais aquele que apresenta necessidades específicas de aprendizagens 
curriculares, diferenciadas dos demais alunos e que requeiram recursos 
Assista ao vídeo A linguagem como 
instrumento de inclusão social 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=tuFo_RBviVE 
 
51 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
pedagógicos e metodologias específicas, sendo assim classificados: alunos com 
deficiência; alunos com condutas típicas e alunos com superdotação/altas 
habilidades. No Paraná, a Deliberação nº 02/03 – CEE, que fixa as normas para a 
Educação Especial, modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades 
educacionais especiais no Sistema de Ensino do Estado do Paraná, e a Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), assegura a oferta 
de atendimento educacional especializado aos alunos que apresentam 
necessidades educacionais especiais decorrentes de: 
I. Deficiência mental, física/neuromotora, visual e auditiva; 
II. Transtornos globais do desenvolvimento; 
III. Superdotação/altas habilidades. 
 
3.1 Contextos Problemáticos 
 
A escola inclusiva é aquela que abre espaço para todas as crianças, incluindo 
as que apresentam necessidades especiais. As crianças com deficiência têm direito 
à Educação em escola regular. No convívio com todos os alunos, a criança com 
deficiência deixa de ser “segregada” e sua acolhida pode contribuir muito para a 
construção de uma visão inclusiva. Garantir que o processo de inclusão possa fluir 
da melhor maneira é responsabilidade da equipe diretiva – formada pelo diretor, 
coordenador pedagógico, orientador e vice-diretor, quando houver – e para isso é 
importante que tenham conhecimento e condições para aplicá-lo no dia a dia da 
escola. 
A inclusão ainda não tomouamplos e completos espaços dentro das escolas, 
ainda temos algumas barreiras quanto à adequação de espaço e atendimento a 
alunos com deficiências física e/ou necessidades especiais. 
Nesse sentido, França (2014, p. 38) afirma que no Brasil o conceito de 
educação especial vem sendo construído ao longo da história, sendo a expressão 
“alunos com necessidades educacionais especiais”: 
No que diz respeito à educação, a expressão alunos ‘excepcionais’ passou a 
ser substituída por ‘alunos com necessidades educacionais especiais’, o MEC 
adotava a designação ‘portadores de necessidades educacionais especiais’, 
também havia a nomenclatura ‘portadores de deficiência’, porém ao analisarmos o 
52 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
termo ‘portadores de’ cai na armadilha do léxico que aprisiona o sujeito de portar ou 
carregar deficiências, necessidades ou direitos. 
Segundo Rego (1995, p. 118), “a escola deve ser um espaço para 
transformações, as diferenças, os erros, as contradições, a colaboração mútua e a 
criatividade. ” Dessa forma, precisa-se de uma escola que não tenha medo de 
arriscar, que tenha coragem para criar e questionar o que está estabelecendo, em 
busca de rumos inovadores, necessários à inclusão. 
Entretanto, isso traz a todos os âmbitos do ensino a sensação de 
enfrentamento de um grande desafio: encontrar metodologias de ensino e recursos 
diferenciados que assegurem êxito na tarefa de atingir os objetivos curriculares 
básicos propostos as crianças com necessidades educativas especiais (LIMA, 
2006). As escolas precisam estar capacitadas para receberem seus alunos tendo 
em vista um ambiente organizado, programações diferenciadas, material pedagógico 
diversificado e, principalmente, um clima de aceitação de diferenças interpessoais. 
A formação continuada dos professores deve capacitá-los para conhecer 
melhor o que hoje se sabe a respeito das possibilidades de trabalho pedagógico 
com crianças com necessidades educacionais especiais, bem como auxiliar as 
crianças na construção de conhecimento cada vez mais ampliado e significativo 
acerca do mundo e de si mesmo (OLIVEIRA, 2005). 
 
3.2 Educação Inclusiva no Ensino Superior 
 
A expansão e a melhoria dos cuidados e da educação na primeira infância é o 
primeiro objetivo da EPT. 
A ECCE inclui a saúde, nutrição, higiene e todos os que apoiam um 
desenvolvimento cognitivo, social, físico e emocional da criança, desde o 
nascimento até à escola primária. Uma boa ECCE inclusiva é especialmente 
importante para grupos vulneráveis e marginalizados, pois pode reduzir a 
desigualdade social e pode compensar a desvantagem e a vulnerabilidade precoce. 
Para as crianças com incapacidades, uma intervenção apropriada desde cedo 
(cuidado e educação), podem reduzir o impacto da deficiência no funcionamento da 
criança. Por exemplo, uma criança com paralisia cerebral necessita de estimulação, 
exercícios e apoios apropriados, para promover a flexibilidade e prevenir 
53 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
contracturas. Nesta primeira etapa, esta intervenção não precisa de ser dispendiosa 
e altamente técnica – mas precisa de informação, competências e participação da 
família e da comunidade. 
O crescente ingresso de alunos com necessidades educacionais especiais na 
rede regular de ensino torna necessário um aprofundamento na reflexão sobre a 
educação inclusiva. 
As diversas concepções de Universidade foram construídas historicamente, a 
fim de dar suporte às transformações sociais de cada momento e de cada cultura 
em que se inseriram. No Brasil, temos a influência de três modelos: francês, alemão 
e norte-americano (Durham, 2005). O modelo francês tem origem na criação da 
Universidade de Paris, no século XII, que surgiu a partir da congregação de 
professores autônomos numa corporação de ofícios (forma medieval de 
organização), na busca de um espaço de atuação com maior autonomia, 
diferentemente das escolas dos mosteiros e catedrais. A autonomia universitária tem 
origem nesse momento histórico. 
 
Era este o tipo de autonomia que os professores desejavam, e é 
basicamente a mesma que marcou toda sua história posterior. Isto é, 
exercer, fora da Igreja, o ofício de ensinar, o direito a admitir aprendizes, de 
formar novos mestres, fornecendo diplomas reconhecidos. Trata-se, de fato, 
do que hoje chamamos de liberdade acadêmica (Durham, 2005, p.6) 
 
Cabe notar que tanto o modelo francês quanto o alemão organizam esse tipo 
de ensino de modo a que ele seja destinado a poucos alunos. Assim, a liberdade e a 
autonomia universitárias se restringem apenas ao grupo de catedráticos, que, por 
sua vez, ensinam a um seleto grupo de alunos que, terminados os estudos, 
constituirão essa mesma elite acadêmica. 
A Universidade é concebida como lugar para a formação de elites intelectuais, 
voltada para a produção de saber intelectual, e não profissional. O modelo de 
cátedras esteve presente nas universidades brasileiras até a reforma de 1968. O 
modelo dual chegou a ser institucionalizado no Brasil, mas vingou apenas no ensino 
secundário, e até hoje o ensino superior vocacional não é valorizado entre nós. 
Já o modelo norte-americano influenciou as reformas universitárias em quase 
todos os países nas décadas de 60 e 70, e tem, como objetivo, ampliar o acesso ao 
ensino superior, sendo o que melhor resolveu o desafio do ensino de massa. É esse 
o modelo que atualmente lidera na pesquisa mundial, adotado por muitas entre as 
54 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
melhores universidades do mundo. Trata-se de um modelo público não estatal, 
financiado por um fundo comunitário, por dotações do governo estadual, doações 
privadas, e complementado pela cobrança de matrículas. 
Esse modelo não é organizado em cátedras, mas em departamentos, com a 
ampla participação dos docentes. O poder está com o conselho de curadores (não 
acadêmico), que é responsável por toda a parte administrativa e financeira, pela 
escolha do reitor, pela definição das áreas de expansão, inclusive com relação à 
pesquisa. Segundo Durham, as universidades americanas 
 
(...) foram constituídas preservando os colleges como formação básica, que 
fornece o título de bacharel, e sobrepondo a eles as escolas de formação 
profissional (como de Medicina, Direito, Engenharia e outras) e a escola 
graduada (que copiamos como pós-graduação), que forma mestres e 
doutores (Durham, 2005, p.11) 
 
No Brasil, diferentemente de outros países da América Latina, a criação de 
universidades foi tardia. Em 1920, o governo federal instituiu a Universidade do Rio 
de Janeiro, a partir da junção de escolas já existentes que, muito embora, 
continuaram a funcionar de forma isolada (Mendonça, 2000). Posteriormente, foram 
criadas outras universidades, a Universidade de São Paulo, em 1934, e a 
Universidade do Distrito Federal, em 1935, que importaram o modelo de cátedras e 
trouxeram professores do exterior. 
O Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova, em 1932, lançou as 
bases da concepção de Universidade com 
tríplice função: pesquisa, docência e 
extensão, e enfatizou o lugar central da 
pesquisa. Esse documento critica as 
instituições de ensino superior existentes 
até então, cujos objetivos não iam além da 
formação profissional. (Mendonça, 2000; 
Chauí, 2006). 
 
 
 
 
Fonte: 
https://images.livrariasaraiva.com.br/ima
gemnet/imagem.aspx/?pro_id=8220780&
qld=90&l=430&a=-1=1002023157 
55 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
3.3 Formação de professores para a Educação Especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste tópico abordaremos a visão de alguns autores sobre a formação de 
professores para a educação especial. As contribuições de Mantoan são 
fundamentais para compreendermos as relações entre formação de professores e 
inclusão. A autora (2006), afirma ser essencial que os currículos dos cursos de 
formação sofram alterações, para que osprofessores possam aprender a lidar com 
as diferenças, pois a “formação enfatiza a importância de seu papel, tanto na 
construção do conhecimento como na formação de atitudes e valores do cidadão. 
Por isso a formação vai além dos aspectos instrumentais de ensino” (p. 55). 
Mazzotta é outro pesquisador que contribui para ampliar reflexão sobre 
formação de professores e traz à discussão a necessidade que se compreenda a 
diferença entre educar ou preparar o professor. No que diz respeito à formação do 
professor Mazzotta (1993, p 34 e 45) destaca que o educador deve “(...) adquirir 
primeiro, o saber geral comum a todos os alunos, depois, o saber particular que diz 
como sua profissão (e compreende grande parte de habilidade), e, enfim, exerce-se 
em sua atividade profissional”. O professor deve ser educado e não preparado, 
aprendendo somente técnicas, assim poderá atuar em várias situações diferentes, 
tendo conhecimento suficiente para resolver os problemas. 
Outra colaboração nessa discussão nos vem de Freitas (2006 p. 173), que se 
refere à formação do professor, para abarcar os alunos com necessidades 
Fonte: https://paulomessina.files.wordpress.com/2012/12/mediacao.jpg 
56 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
especiais, segundo ele essa deve: “ocorrer na ótica da educação inclusiva, como 
formação de especialista, mas também como parte integrante da formação geral dos 
profissionais da educação, a quem cabe atuar a fim de reestruturar suas práticas 
pedagógicas para o processo de inclusão educacional”. 
Os autores citados apresentam em seus estudos suas reflexões em relação à 
formação dos professores, necessária à prática educacional inclusiva, esclarecendo 
suas concepções acerca do processo de inclusão. Mantoan (2006) enfatiza a 
formação profissional, voltada para acolher a todos, sem preconceitos, 
reconhecendo o desenvolvimento dos alunos. Ela expõe que a formação de 
professores deve adotar a cooperação, a autonomia intelectual e social, 
considerando que a atividade deve ser ativa, garantindo a todos os alunos o seu 
desenvolvimento (MANTOAN, 2001). 
Por outro lado, tanto Freitas (2006) quanto Mazzotta (2006) defendem que a 
formação profissional deve partir da formação geral, que vai do comum até a 
especialização. Freitas (2006) também destaca que a formação dos professores 
deve possuir programas/conteúdos que possibilitem formar um profissional capaz de 
desenvolver habilidades para agir em situações diferentes, considerando a 
diversidade e a heterogeneidade dos alunos e a complexidade da prática 
pedagógica. Além disso, ela defende que a formação é um processo contínuo em 
constante desenvolvimento, em que o professor deve ter disponibilidade para a 
aprendizagem. 
Pode-se sintetizar, no que concerne à formação, é de extrema importância 
compreendermos que ela se dá em toda a caminhada, pois a todo instante os 
professores devem estar ampliando os seus conhecimentos, se atualizando, para 
atender às mudanças que vem ocorrendo na educação, possibilitando ensino e 
aprendizagem de qualidade. 
 
3.4 Práticas Inclusivas 
 
Para esclarecer as relações entre a política de inclusão e a formação de 
professores torna-se importante explicitar a compreensão sobre o processo de 
ensinar e aprender. Diferentes estudos abordam essa articulação, sublinhando que é 
importante para que a inclusão venha ocorrer, que variadas práticas sejam 
57 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
vivenciadas as quais devem ser refletidas modificadas. Entre elas está à prática do 
professor, pois ele é mediador e facilitador do ensino e também das relações sociais. 
Ele conduz todo o processo de ensino e aprendizagem, organiza, orienta e propõe a 
cooperação e solidariedade entre os alunos. “O professor assume-se como um 
mediador na construção do conhecimento e não mais como um mero transmissor de 
conteúdos estanques e desvinculados da realidade” (MARQUES, 2008 p. 182). 
O saber lidar com as diferenças, no processo de ensino e aprendizagem, tem 
sido ressaltado por diversos estudiosos, como critério para a concretização da 
política de inclusão. Quando se fala em desenvolver uma ação pedagógica para 
todos, sabe-se que não é uma atividade fácil e simples, ao contrário é de extrema 
importância entender que todas as crianças são sujeitas de aprendizagem, cada 
qual com o seu ritmo e desenvolvimento, pois possuem as suas diferenças. 
Portanto, é necessário que os profissionais, em sua prática, saibam respeitar e lidar 
com as limitações que caracterizam a diversidade humana. 
Ao se pensar na inclusão é imprescindível rever as ideias sobre 
aprendizagem. Dessa maneira Mantoan (2006) defende que o sucesso da 
aprendizagem se dá a partir do momento que se explore talentos, habilidades, 
desenvolva predisposições naturais. Para ela ensinar deve abarcar as diferenças 
dos alunos, sem fazer distinção, adotando “uma pedagogia ativa, dialógica, 
interativa, integradora, que se contrapõe a toda e qualquer visão unidirecional, de 
transferência unitária, individualizada e hierárquica do saber. ” (MANTOAN, 2006 p. 
49). 
A prática da inclusão exige mudanças na formação e na prática docente. É de 
extrema importância que o educador em sua formação, construa conhecimentos 
teóricos em relação ao ensino e aprendizagem, que lhe possibilite exercer melhor a 
sua prática. Dessa forma poderá fazer com que o processo da aprendizagem seja 
algo prazeroso. 
Embora, muitas vezes, no contexto escolar nem sempre seja levado em 
consideração pelo poder público, o ambiente de aprendizagem é aspecto importante 
a ser considerado para alcançar o processo de ensino aprendizagem de qualidade. 
De acordo com Falvey, Givner e Kimm (1999) o ambiente tem que ser bem 
preparado, os móveis têm que estar organizados de modo flexível e aconchegante, 
proporcionando vários espaços para aprendizagem. 
58 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
É fundamental que os professores levem em consideração equipamentos que 
algumas crianças utilizam, como as cadeiras de rodas ou computadores. Além de 
organizar o espaço o professor deve também, ao elaborar o plano de aula, expor 
nas estratégias o tempo necessário para realização das atividades propostas, 
ponderando a capacidade do aluno em concretizar as mesmas e, ainda, levar em 
conta o interesse dos alunos. 
O planejamento do professor também é enfatizado como elemento essencial 
para que a inclusão educacional possa ser concretizada. No que se diz respeito ao 
planejamento Ostetto (2000) defende que ele engloba toda a ação do professor, 
sendo uma atitude crítica e reflexiva do mesmo. Deste modo, o planejamento deve 
ser flexível, dando a oportunidade ao educador de pensar e repensar a sua prática 
pedagógica, pois ele é um instrumento norteador do trabalho docente. O 
planejamento requer escolha: “o que incluir o que deixar de fora, onde e quando 
realizar isso ou aquilo. ” (p.178). E para a elaboração do planejamento é essencial 
uma observação mais prudente da realidade, buscando identificar os interesses, as 
perguntas e as curiosidades dos alunos. 
Nesse sentido, para se praticar a política inclusiva, o planejamento tem que 
envolver todos os alunos, respeitando as suas limitações e interesses na construção 
do conhecimento. 
Não fazendo distinção das crianças que são portadores de necessidades 
especiais, pois o aprendizado se dá na interação, um aprendendo com outro, 
através de gestos, falas e movimentos. De acordo com Mantoan (2006), é 
fundamental que compreendamos que as escolas existem para formar novas 
gerações, não somente para os considerados mais capacitados e privilegiados. Para 
Carvalho (2006, p.61) deve-se “(...) pensar em todos os alunos, enquanto seres em 
processo de crescimento e desenvolvimento e, que vivenciam o ensino-
aprendizagem segundo suas diferenças individuas”. 
Nos momentos de planejamento, alémde pensar o espaço e as atividades é 
essencial que o professor planeje como avaliar seus alunos, pois a avaliação nos 
permite saber o que o aluno aprendeu, desenvolveu e as suas dificuldades, 
analisando todo o processo da criança, apontando as lacunas no processo de 
ensino do professor. Avalia-se não apenas o aluno, mas, sobretudo o trabalho do 
professor, permitindo-lhe fazer mudanças e correções em sua metodologia. Nesse 
sentido a avaliação deve ser contínua e de qualidade. De acordo com Fernandes e 
59 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Freitas (2007) a avaliação não deve ser tratada como algo isolado, ela deve ser 
“marcada pela lógica da inclusão, do diálogo, da construção da autonomia, da 
mediação, da participação, da construção da responsabilidade com o coletivo” 
(p.20). 
Percebe-se que os alunos aprendem de variadas formas, em tempos nem 
sempre tão homogêneos. Nesse caso devemos considerar o que ocorreu no 
caminho, todo o processo de aprendizagem e não apenas os resultados das tarefas 
realizadas, pois com o processo podemos perceber o desenvolvimento dos alunos e 
as suas dificuldades. 
Dessa maneira podemos perceber que é fundamental a formação caminhar 
junto com a prática, assim os professores poderão refletir e exercer a sua prática da 
melhor forma, possibilitando uma educação de qualidade para todos os alunos, não 
deixando de lado a afetividade, pois somos pessoas constituintes de emoções. 
A inclusão diante de toda teoria e leis garante o direito à escola, mas se 
percebe que para isso acontecer e fundamental irmos além, pois é preciso ocorrer 
várias mudanças, no que concerne a estrutura organizacional e física da escola, da 
sociedade e da comunidade escolar. Esses resultados devem oferecer uma 
educação que abarque a todos sem distinção, todos sendo considerados membros 
do processo educacional. 
Devendo então os procedimentos educativos ser revisados, avaliações 
repensadas, tendo como foco principal acolher e atender à diversidade do aluno. 
Porque os alunos não são iguais, no que refere à aprendizagem, onde cada pessoa 
se desenvolve de uma forma. Se antes os alunos que adaptavam a escola, agora 
com a educação inclusiva é a escola que deve se adaptar ao aluno, respeitando as 
suas limitações e interesses. Pois a ideia de inclusão é muito mais abrangente do 
que simplesmente inserir uma criança com deficiência ou necessidades 
educacionais especiais no ensino regular, pois isso é direito de toda e qualquer 
criança. É importante favorecer a permanência na escola e a convivência de todas. 
É essencial que os professores busquem ampliar seus conhecimentos, 
formando continuamente, para garantir a todos um ensino e aprendizagem 
prazerosa, colocando o seu aluno no centro, respeitando as suas necessidades e as 
reconhecendo, para melhor elaborar o planejamento e a avaliação. Uma vez que, o 
educador é condutor de todo o processo de ensino e aprendizagem, organiza, 
orienta e propõe a cooperação e solidariedade entre os alunos. Lembrando que o 
60 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
professor exercer a mediação no processo da construção do conhecimento do 
aluno, não sendo mais um mero transmissor de conteúdos que não condiz com a 
realidade e necessidades dos educandos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assista ao vídeo O caso do Colégio Estadual 
Coronel Pilar - Educação inclusiva na prática 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=_KKptdlUXc8 
 
61 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 
1. ANALISE AS ASSERTIVAS E ASSINALE C (CERTO) E (ERRADO). 
I - O currículo pode ser concebido a partir da análise da sociedade contemporânea, 
frente à questão da inclusão do aluno com necessidades especiais no ensino 
regular, sendo a deficiência agora concebida como diferença e não mais 
considerada negação ou déficit da personalidade integral. ( ) 
II - O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1962, lançou as bases da 
concepção de Universidade com tríplice função: práticas pedagógicas, docência e 
extensão, e enfatizou o lugar central da pesquisa. ( ). 
III - A formação continuada dos professores deve capacitá-los para conhecer 
melhor o que hoje se sabe a respeito das possibilidades de trabalho pedagógico 
com crianças com necessidades educacionais especiais, bem como auxiliar as 
crianças na construção de conhecimento cada vez mais ampliado e significativo 
acerca do mundo e de si mesmo (OLIVEIRA, 2005). ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em sua opinião quais os principais desafios enfrentados pelo o 
sistema educacional no que diz respeito à inclusão. 
 
62 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
UNIDADE 04 
Síndromes e 
Transtornos 
 
Fonte:https://static.alunosonline.uol.com.br/conteudo_legenda/d85ed9c964ca51340eeca73b
a8f84187.jpg 
 
 
63 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
Introdução 
 
Silveira e Nascimento (2013) listaram algumas das síndromes mais comuns 
nos casos de inclusão na escola regular. Vamos relacionar algumas das indicadas 
pelas autoras e outras mais. São inúmeras as síndromes que existem. A escolha 
que fizemos se deu pelo fato de algum dos sintomas interferir diretamente na 
aprendizagem do indivíduo. Lembramos que o que temos aqui são informações 
gerais, a título de conhecimento. Para um diagnóstico preciso e tratamento 
adequado, é necessária a consulta a um especialista. 
 
4.1 Síndrome de Turner 
 
A síndrome de Turner ocorre quando o par de cromossomos X não é normal, 
podendo apresentar um cromossomo X ausente ou parcialmente ausente. A 
síndrome de Turner pode causar uma variedade de problemas médicos e de 
desenvolvimento, incluindo baixa estatura, a incapacidade de iniciar 
a puberdade, infertilidade, malformações cardíacas, certas dificuldades de 
aprendizagem e problemas de adaptação social. 
As crianças com esta síndrome têm baixa estatura, unhas estreitas, tórax 
largo, alterações cardíacas e ósseas, pouco crescimento mandibular, pescoço alado. 
Conforme Alves (2012a), devido à deficiência de hormônios femininos, quando 
adultas, as mulheres com esta síndrome não desenvolvem as características 
sexuais ao atingir a puberdade, sendo identificadas facilmente: desenvolvimento 
pequeno e amplamente espaçado das mamas ou mamas ausentes e pelve 
masculinizada; elas não menstruam e têm pelos pubianos reduzidos ou ausentes. 
 
4.2 Síndrome Klinefelter 
 
A síndrome Klinefelter é uma alteração genética rara que afeta apenas os 
meninos e que surge devido à presença de um cromossomo X extra no par sexual. 
Esta anomalia cromossômica, caracterizada com XXY, provoca alterações no 
desenvolvimento físico e cognitivo, gerando características significativas como 
aumento das mamas, falta de pelos pelo corpo, Alves (2012b, s.p.) afirma: “os 
64 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
meninos portadores dessa síndrome possuem alguns problemas comportamentais, 
relacionados à sua baixa autoestima, carência, frustração”, podendo ser “pessoas 
mais reservadas, com dificuldade de concentração e baixo nível de atividade”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
 
 
 
 
4.3 Síndrome de Cornélia de Lange 
 
Conforme Alves (2012d, s.p.), esta síndrome caracteriza-se por “retardo do 
crescimento e retardo mental severo, baixa estatura, um choro tipo rosnar baixo, 
orelhas pequenas, pescoço em cadeia, boca de carpa, ponte nasal diminuída, 
sobrancelhas atrofiadas se encontrando no meio e malformações das mãos”. Ainda 
são sintomas: “o atraso de linguagem, deficiência mental, anomalias cardíacas, 
intestinais, refluxos gastresofágicos (consequentemente, dificuldades de 
alimentação), problemas visuais e auditivos, falta de sensibilidade à dor ou uma 
sensibilidade táctil mais acentuada” (ALVES, 2012d, s.p.). 
 
Fonte: https://image.slidesharecdn.com/sndromedeturneryklinefelter-
090327180450-phpapp02/95/sndrome-de-turner-y-klinefelter-7-728.jpg?cb=1238177240 
65 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
4.4 Síndrome do Triplo X 
 
São características desta síndrome, conforme Golçalves (s.d.): menor grau de 
inteligência, características sexuais e comportamentais femininas, mulheres tendem 
a ser mais altas, excesso de pele frouxa no pescoço, retardamento mental (grau 
variável), algumas portadoras são férteis, mas em alguns casos a doença pode 
causar esterilidade (mesmo assim, podem dar origem a crianças perfeitamente 
normais). Gonçalves (s.d.) destaca ainda que as crianças que nascem com essa 
síndrome podem apresentar baixo peso, logo depois do nascimento, mas os demais 
sintomas não se manifestam claramente nesta época. 
Segundo Gonçalves (s.d., s.p.), esta síndrome é uma “aberração 
cromossômica numérica que atinge uma em cerca de 800 a 1.000 mulheres”. Nestes 
casos, as mulheres apresentam um cromossomo X a mais, totalizando um cariótipo 
com 47 cromossomos. Conforme o caso, algumas mulheres podem apresentar até 
quatro ou cinco cromossomos X extras: “quanto mais cromossomos X, maior o 
índice de retardo mental nessas mulheres” (GONÇALVES, s.d., s.p.). 
 
4.5 Síndrome de West 
 
A Síndrome de West é uma condição epiléptica severa, incidente na infância 
e caracterizada por espasmos musculares, hipsarritmia e retardo mental. Os 
principais sinais e sintomas da Síndrome de West são espasmos musculares em 
crises esporádicas, mas às vezes frequentes, que se iniciam de forma súbita, no 
tronco e/ou nos membros. As contrações são rápidas e a intensidade delas pode 
variar de um movimento sutil da cabeça até uma contração poderosa de todo o 
corpo [...]. Somente um pequeno número de crianças com a Síndrome de West tem 
um desenvolvimento cognitivo normal ou limítrofe. O retardo mental e as alterações 
psíquicas são comuns em mais de 70% dos pacientes (ABCMED, 2015, s.p.). 
 
4.6 Síndrome de Tourette 
 
A Síndrome de Tourette “é um problema neurológico que provoca a 
realização de movimentos involuntários, frequentes e repetidos, também conhecidos 
66 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
como tiques, que podem dificultar a realização das atividades diárias” (FRAZÃO, 
2016a, s.p). Geralmente, os tiques da Síndrome de Tourette, normalmente, surgem 
por volta dos três anos com espasmos musculares repetidos e sem finalidade, que 
evoluem para episódios mais complexos, como dizer determinadas palavras, fazer 
movimentos bruscos ou gritar, por exemplo. Alguns doentes são capazes de suprimir 
alguns dos tiques com dificuldade, mas outros apresentam dificuldade para controlar 
os tiques, especialmente durante situações de estresse emocional. Os sintomas da 
Síndrome de Tourette surgem repetidamente e são difíceis de controlar. 
Além disso, podem acontecer durante o sono, evoluir para tiques diferentes 
ao longo do tempo ou piorar em situações de doença, estresse ou ansiedade [...]. 
Esta síndrome não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado, 
com remédios e psicoterapia, por exemplo, permitindo que se tenha uma vida 
normal (FRAZÃO, 2016a, s.p.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.mundoasperger.com/2017/11/trastornos-asociados-al-
sindrome-de.html 
67 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
4.7 Microcefalia 
 
Microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro 
da criança são significativamente menores do que os de outras da mesma idade e 
sexo. A microcefalia normalmente é diagnosticada no início da vida e é resultado de 
o cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento. 
Crianças com microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há uma cura 
definitiva para a microcefalia, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos 
melhoram o desenvolvimento e qualidade de vida. A microcefalia pode ser causada 
por uma série de problemas genéticos ou ambientais. 
 A microcefalia é diagnosticada quando a cabeça da pessoa é 
significativamente menor do que a de outros da mesma idade e sexo. O 
perímetro normal da cabeça ao nascer é 32 cm. “A microcefalia normalmente 
é diagnosticada no começo da vida e é resultado do fato de o cérebro não 
crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento” (MINHA VIDA, 
s.d., s.p.). 
 A maior parte dos casos está concentrada em Pernambuco, com 804 bebês 
nascidos este ano com a condição, sendo o primeiro Estado a identificar o 
aumento anormal da incidência de microcefalia no Brasil. Depois de 
Pernambuco, o segundo estado com maior número de casos é a Paraíba, 
com 316 notificações, seguido da Bahia com 180, Rio Grande do Norte 106, 
Sergipe 96, Alagoas 81, Ceará 40, Maranhão 37, Piauí 36, Tocantins 29, Rio 
de Janeiro 23, Mato Grosso do Sul com nove casos, três em Goiás e um no 
Distrito Federal. Além do mosquito da dengue, há outras causas de 
microcefalia: desde infecções virais e uso de certos medicamentos, até 
condições genéticas (MINHA VIDA, 2015, s.p.). 
 Os sintomas das mães destes bebês estão relacionados a “quadro de febre 
associado a manchas avermelhadas pelo corpo no início da gravidez, ambos 
sintomas da infecção pelo zika vírus. As características físicas de bebês com 
microcefalia também costumam ser parecidas de acordo com a causa da 
condição” (MINHA VIDA, 2015, s.p). 
 Nos bebês, esta má-formação congênita faz com que o cérebro dos bebês 
“não se desenvolva de maneira adequada: o perímetro cefálico é menor que o 
68 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
normal [...]. Ocorre atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e 
comprometimento de áreas cerebrais responsáveis pela linguagem, 
aprendizagem e cognição” (RENAN, 2016, s.p.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Dra. Eunice Higuchi (2014, s.p.) publicou uma série de orientações sobre 
como tratar crianças com síndromes. Seu enfoque foi a Síndrome de Down, mas as 
dicas valem para outras situações. Basicamente, ela destaca que as crianças com 
síndrome, assim como qualquer criança, precisam ser estimuladas desde o 
nascimento, para que sejam capazes de vencer suas limitações. 
No caso das que têm necessidades específicas de saúde e aprendizagem, 
elas “exigem assistência profissional multidisciplinar e atenção especial dos pais. O 
objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e a participação social”. Assim 
como as outras crianças, “essas também precisam fundamentalmente de carinho, 
alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente acolhedor”. O 
preconceito e a discriminação são os piores inimigos dos portadores da síndrome. O 
fato de apresentarem características típicas e algum comprometimento intelectual 
não significa que tenham menos direitos e necessidades. Cada vez mais, pais, 
profissionais da saúde e educadores têm lutado contra todas as restrições impostas 
a essas crianças. É importante ensinar nossos filhos (desde pequenos) a lidar com a 
Fonte: http://verdadealagoas.com.br/2015/12/07/entenda-o-que-e-
microcefalia-e-como-a-fisioterapia-atua/ 
69 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
diversidade e a melhor forma de fazer isso é sendo um exemplo (HIGUCHI, 2014, 
s.p.) 
 
4.8 Transtorno do Espectro Autista 
 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) refere-se a uma série de condições 
caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, 
fala e comunicação não-verbal, bem como por forças e diferenças únicas. Os sinais 
mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos 
de idade. Em alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses. 
Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados por 
diferentes combinações de influências genéticas e ambientais. O termo “espectro” 
reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa 
com autismo. Alguns atrasos no desenvolvimento associados ao autismo podem ser 
identificados e abordadosbem cedo. Recomenda-se que os pais com preocupações 
busquem uma avaliação sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode 
melhorar os resultados. 
 
 Autismo clássico: o grau de comprometimento pode variar muito. De 
maneira geral, os portadores são voltados para si mesmos, não estabelecem 
contato visual com as pessoas nem com o ambiente; conseguem falar, mas 
não usam a fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender 
enunciados simples, têm dificuldade de compreensão e apreendem apenas o 
 Estima-se que 50.000 adolescentes com autismo tornam-se adultos – e 
perdem serviços de autismo escolarizados – a cada ano. 
 Cerca de um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais. 
 Cerca de um terço das pessoas com autismo têm uma deficiência 
intelectual. 
 Certos problemas médicos e de saúde mental frequentemente 
acompanham o autismo. Eles incluem distúrbios gastrointestinais, 
convulsões, distúrbios do sono, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), 
ansiedade e fobias. 
70 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
sentido literal das palavras. Não compreendem metáforas nem o duplo 
sentido. Nas formas mais graves, demonstram ausência completa de 
qualquer contato interpessoal. São crianças isoladas, que não aprendem a 
falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos, 
repetem movimentos estereotipados, sem muito significado ou ficam girando 
ao redor de si mesmas e apresentam deficiência mental importante. 
 Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-
SOE): os portadores são considerados dentro do espectro do autismo 
(dificuldade de comunicação e de interação social), mas os sintomas não são 
suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do 
transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil. 
 
Apesar de todas essas limitações, quanto, mas incluída a criança estiver, 
melhor será para ela e para os colegas. No Brasil, a Lei nº 12.764, criada em 2012, 
estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos de Pessoa com Transtorno 
do Espectro Autista: Garante a obrigatoriedade da matrícula em escola regular, a 
acomodação do ambiente e do currículo escolar, a elaboração de programas de 
ensino individualizado e o oferecimento de profissionais de apoio para os alunos. 
Além da boa vontade e da disposição das professoras, os pais devem cobrar 
da instituição de ensino um trabalho que envolva o acesso da equipe clínica à 
escola, o treinamento da equipe pedagógica e a orientação aos colegas (e seus 
familiares) para que as crianças com Transtorno de Espectro Autista possam ter 
ganhos reais de inclusão (PEREIRA, 2016, s.p). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dica de Filme: O CONTADOR - Chris é um 
contador excepcional. A vida lhe treinou para que 
números fossem a sua língua materna, mas 
também lhe garantiu tiques e manias que o 
colocaram à margem da vida social. Chris é 
diagnosticado na infância como portador de 
autismo. Suas dificuldades são, principalmente, 
de interação social e de não conformismo quando 
se torna impossível finalizar qualquer tarefa. O pai 
militar desdenha da opinião do especialista que 
indica um tratamento para permitir sua gradativa 
adequabilidade social. 
 
71 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
4.9 Transtornos específicos de aprendizagem e comportamento 
 
A antiga subdivisão de “transtornos de leitura, cálculo, escrita e outros” foi 
modificada, “especialmente pelo fato de que os indivíduos com esses transtornos 
frequentemente apresentam déficits em mais de uma esfera de aprendizagem”, 
garantem Araújo e Neto (2014, p. 72) Para Fontes (s.d., s.p.), “os Transtornos de 
Aprendizagem compreendem uma inabilidade específica, como leitura, escrita ou 
matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do 
esperado para o seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade 
intelectual”. 
 
4.9.1Transtorno da Leitura 
 
O Transtorno da Leitura, alternativamente conhecido como dislexia, é um 
transtorno caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de 
palavras, problemas de decodificação e dificuldade de ortografia. 
Dessa forma, pode-se afirmar que se trata de um transtorno específico das 
habilidades de leitura, que sob nenhuma hipótese está relacionado à idade mental, 
problemas de acuidade visual ou baixo nível de escolaridade. 
O DSM-V classifica como critérios diagnósticos para o Transtorno da Leitura: 
Na dislexia auditiva, nota-se uma dificuldade na discriminação de sons, letras, 
palavras compostas, memorização de padrões sonoros, instruções, histórias e 
sequência. 
Na dislexia visual, nota-se dificuldades em reter sequência visuais, em montar 
quebra-cabeças, inversão de símbolos e letras e confusão entre palavras e letras. 
Geralmente estes alunos têm dificuldades na percepção, memória e análise visual. 
Eles têm dificuldades com rimas e em achar similaridades e diferenças entre as 
 Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (lê palavras 
isoladas em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante, 
frequentemente adivinha palavras, tem dificuldade de soletrá-las). 
 Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (pode ler o texto com 
precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as inferências ou 
os sentidos mais profundos do que é lido). 
72 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
palavras. Normalmente, é detectado na fase de alfabetização, período em que a 
criança inicia o processo de leitura de texto, devido a dificuldade em aprender o 
código gráfico. 
O problema se torna bastante evidente quando o aluno tenta soletrar 
palavras. 
 Dislexia auditiva – manifesta-se na insuficiência para a diferenciação 
acústica (sonora ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos 
mesmos, ocorrendo omissões, distorções, transposições e substituições de 
fonemas. Confundem-se os fonemas pela sua semelhança articulatória. 
 Dislexia visual: ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-espacial 
gerando uma confusão de letras com grafia semelhante. Deve ser 
descartada, inicialmente, problemas oftalmológicos. 
 Dislexia motriz: evidencia-se dificuldades para o movimento ocular com uma 
nítida limitação do campo visual que atinge o modo de ler. 
 
O aluno tem dificuldades em ler palavras desconhecidas. Começa a ler e em 
seguida começa a adivinhar a palavra procurando dizer qualquer palavra 
(maltez/talvez, medida/menina, contar/comprar); 
Erros na escrita por inversões, omissões ou agregação de fonemas ou sílabas 
(lata/alta, caalo/cavalo, mar/marte) 
 
4.9.2 Transtorno da Matemática 
 
As crianças com transtorno da matemática têm dificuldade para aprender e 
lembrar os numerais, não conseguem lembrar coisas básicas relacionadas a 
números e são extremamente lentas e imprecisas em cálculos. 
Por que isso acontece? 
Assim como em outros transtornos relacionados à aprendizagem, há uma 
provável influência genética. Alguns teóricos propõem que exista um déficit 
neurológico no hemisfério cerebral direito, em particular nas áreas do lobo occipital. 
Como essas regiões são responsáveis pelo processamento de estímulos 
visuoespaciais, que por sua vez são responsáveis pelas habilidades matemáticas, 
seria esse um motivo para o desenvolvimento do transtorno. 
 
73 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
O professor jamais deve demonstrar impaciência ante a dificuldade 
exagerada de um aluno na solução de problema matemático. Criança que 
sofre de discalculia é vítima potencial de bullying e merece ser tratada com 
respeito por todos da mesma classe. Cabe à professora enfatizar o valor do 
que é diferente, incentivando o respeito mútuo (FRANK, s.d., s.p.). 
 
4.9.3 Transtorno da Expressão Escrita 
 
Seguindo a linha do DSM-V apud Fontes (s.d., s.p.), são critérios diagnósticos 
do Transtorno da Expressão Escrita: 
Pode-se definir escritacomo um sistema convencional, arbitrário, de 
transmissão de informação, isto é, de comunicação. A escrita se constitui na forma 
de representar conteúdos linguísticos da fala (Santos & Navas, 2002). 
Existem três sistemas de escrita, a saber: logográfico, silábico e alfabético. O 
sistema logográfico representa as palavras, os morfemas. Os sistemas silábico e 
alfabético são considerados fonográficos, já que representam seguimentos 
fonológicos, como, por exemplo, as sílabas e os fonemas. 
Para que uma criança aprenda a escrever num país no qual o sistema de 
escrita utilizado é o alfabético, é fundamental que ela compreenda a noção de 
fonema, isto é, que “as letras, enquanto símbolos gráficos correspondem a 
segmentos sonoros que não possuem significados em si mesmos” (Lyon, 1999; 
Swank, 1999, apud Zorzi, 2003). 
 
4.9.4 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) 
 
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma doença 
neuropsiquiátrica crônica, que se inicia na infância, mas que pode acompanhar o 
indivíduo ao longo de seu desenvolvimento. Muitos adolescentes e adultos deixam 
de manifestar os sintomas do TDAH naturalmente conforme se desenvolvem, mas 
 Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente) (por exemplo: 
pode adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes). 
 Dificuldades com a expressão escrita (por exemplo: comete múltiplos erros 
de gramática ou pontuação nas frases; emprega organização inadequada 
de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza) 
74 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
cerca de 50% das pessoas com o transtorno continuam manifestando os sintomas 
do TDAH ao longo da vida adulta. 
A primeira descrição do TDAH ocorreu há mais de dois séculos, em 1798.4 De 
lá para cá, as pesquisas e o entendimento sobre o transtorno avançaram de forma 
significativa, bem como as possibilidades de qualidade de vida e inserção social das 
pessoas com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, em todas as fases 
da vida. 
As causas do TDAH ainda não são completamente compreendidas. Porém, 
os estudos apontam para a necessidade de uma combinação de fatores ambientais, 
genéticos e biológicos para a manifestação do TDAH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://anacarlagameleira.com.br/sites/default/files/imagecache/slide/tdahh.png 
75 
 
Fundamentos da Educação Inclusiva 
 
 
1. Qual a diferença de autismo clássico para autismo de alto desempenho. 
2. Produza um texto (resumo) discutindo os pontos principais contidos no vídeo 
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=h4pKKlGESKw 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classifique os principais sintomas da Síndrome De West 
 
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Fundamentos da Educação Inclusiva

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