Prévia do material em texto
Estrutura de uma Unidade de Alimentação Hospitalar Outros – Unidades de produção de dietas enterais/lactário e copas de distribuição UAN - Unidade de alimentação e nutrição O que é? Qual o conceito? Produção e distribuição de refeições para uma dada Coletividade com eficácia e eficiência. Definição de UAN Uma unidade gerencial do serviço de nutrição e dietética onde são desenvolvidas todas as atividades técnico-administrativas necessárias para a produção de alimentos e refeições, até a sua distribuição para coletividades sadias e enfermas, além da atenção nutricional a pacientes na internação e em ambulatórios. (Conselho Federal de Nutricão - Resolução CFN 380/05) Serviço de Alimentação onde o alimento é manipulado, preparado, armazenado e ou exposto à venda, podendo ou não ser consumido no local. (ANVISA - RDC nº 216) (Art. 3º da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN). Segurança alimentar e nutricional - SAN Realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis Objetivo Fornecimento de uma refeição equilibrada nutricionalmente, apresentando bom nível de sanidade (seguro), e que seja adequada ao comensal (PROENÇA, 1999). Desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis Manutenção e/ou recuperação da saúde do comensal A educação alimentar e nutricional Em quais condições? Com qual finalidade? Com que segurança? E O DESPERDÍCIO? E A SUSTENTABILIDADE? É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. É um conceito complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as questões sociais, econômicas, energéticas e ambientais. Qual a relação entre uma UAN e a sustentabilidade? A sustentabilidade é uma questão central do tripé ambiente, sociedade e economia. As unidades de alimentação e nutrição (UAN) causam impactos decorrentes de suas atividades nos três aspectos citados. No quadro mostra exemplos de indicadores da sustentabilidade no preparo e consumo de alimentos. Indicadores econômicos Indicadores sociais Indicadores ambientais Proximidade geográfica do produtor, processador e varejista Número de clientes atendidos Gastos com alimentação e aquisição de alimentos Valor nutricional dos produtos/ preparações Segurança alimentar Taxas de desnutrição e obesidade na população Custos de saúde relacionada à alimentação Equilíbrio dietético Consumo de energia no preparo, armazenamento e refrigeração de alimentos Resíduos das embalagens Comparação entre alimentos locais e não locais Alimentos sazonais e não sazonais Histórico Meados do Séc. XX com o desenvolvimento das Ciências da Nutrição Desde a década de 1930, com a criação dos Serviços de Alimentação da Previdência Social (SAPS), a produção de alimentos em grande escala passou a ser uma preocupação. No Governo de Vargas, década de 1940, foram instalados muitos restaurantes populares nas capitais do país. Os beneficiados desse programa eram os segurados da previdência, pensionistas e aposentados. Com o advento do Programa de Alimentação do Trabalhador, criado na década de 1970, muitas empresas implantaram, dentro e seus espaços, serviços de alimentação para atender aos trabalhadores, na premissa de que um corpo bem alimentado rendia mais (VASCONCELOS, 2005). Serviço de Alimentação e Nutrição (SAN), ligados às coletividades sadias e Serviço de Nutrição e Dietética (SND) para coletividades enfermas. Ambos fundiram-se em uma denominação comum, ou seja, Unidade de Alimentação e Nutrição-UAN UAN Coletividade Respeitando os aspectos higiênico sanitários Equilibrada nutricionalmente Hábitos alimentares do comensal Aspectos financeiros Produção de refeições Alimentação adequada Com fins lucrativos Comercial Institucional Sem fins lucrativos Sistema de Alimentação Coletiva Setor Hospitalar: Fornecimento de refeições adequadas aos pacientes com vista à nutrição, recuperação e à manutenção da saúde. Setor Escolar: Fornecimento de refeições adequadas, visando a nutrição e disseminação de hábitos alimentares adequados através da merenda escolar. Setor Industrial: Propor alimentação racional ao trabalhador (PAT) e corrigir os possíveis distúrbios nutricionais através de uma alimentação adequada e educação nutricional. Setor comercial: Restaurantes, food truck, lachonetes, etc. ÁREAS DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO A distribuição pode ser centralizada (montagem do prato na área de produção) ou descentralizada (montagem do prato em outro local, podendo ser uma copa na enfermaria. A grande desvantagem do modelo descentralizado é o risco de contaminação, pela manipulação e demora no tempo de distribuição. Armazenamento Pré-preparo Recepção Preparo Distribuição UAN Coletividade Armazenamento Pré-preparo Recepção Preparo Organograma de uma Unidade de Alimentação NUTRICIONISTA - Planejamento e supervisão TÉCNICO DE NUTRIÇÃO – Supervisão ESTOQUISTA e AUXILIAR DE ESTOQUE - Recebimento e Armazenamento MAGAREFE OU AÇOUGUEIRO – Pré-preparo de carnes COPEIRO ou AJD. DE COZINHA - Pré-preparo de vegetais COPEIROS – Distribuição TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Atividades administrativas AUX. DE SERVIÇOS GERAIS (ASG) - Higienização de utensílios e ambiente. COZINHEIRO e AJD. DE COZINHA - Preparo/ Cocção dos alimentos RECURSOS HUMANOS Modalidade de gestão Auto-gestão// Serviço próprio Terceirização dos serviços Empresa Concessionária Terceirização dos serviços Tipos de serviços Refeição Transportada: a refeição é feita numa cozinha industrial e transportada adequadamente até a empresa onde será distribuída. Comandato: A empresa concessionária utiliza as instalações físicas da empresa contratante, mas ela é responsável desde a aquisição dos gêneros alimentícios até a distribuição das refeições. Refeição Convênio: A empresa beneficiária faz um contrato com alguns restaurantes e o funcionário se dirige a ele para se alimentar. Alimentação Convênio: A empresa beneficiária distribui vales ou tickets para que os funcionários adquiram os gêneros alimentícios em estabelecimentos conveniados. Cesta Básica: A empresa beneficiária oferece a cesta básica aos funcionários. Vantagens da Terceirização - Serviço é personalizado - Dinamismo e disponibilidade da equipe, mesmo nas greves - Redução do número de contratados na empresa beneficiária - Transferência de tecnologia alimentar e Know-how específico - Maior controle de custos e de qualidade - Possibilita pesquisas para avaliar a satisfação dos usuários - A empresa beneficiária fica livre para executar sua atividade principal - Ganho de espaço na empresa quando o serviço terceirizado não for Comandato. Desvantagens da Terceirização - Riscosna conservação, alterações do sabor (se alimentação transportada) - Dificuldades relativas a fiscalização e ao manuseio das matérias-primas utilizadas no preparo das refeições - Em casos de fornecimentos de valores ou tickets, esses podem ser desviados para compra de outros produtos que não alimento - Limita os tipos de alimentação que podem ser solicitados por causa do transporte (se alimentação transportada) Refeições transportadas A operacionalização e a eficiência das UANs dependem da qualidade e tecnologia das instalações, equipamentos, utensílios e principalmente, da funcionalidade e adequação destes instrumentos às suas características O projeto de uma cozinha envolve a alocação de um espaço com base nos equipamentos necessários, além da relação espacial e uma área mínima que permita a movimentação dos funcionários. Fatores de maior influência na decisão das instalações, equipamentos e utensílios: Composição ou estrutura do cardápio; Volume de refeições servidas; Tipo de serviço ou sistema de atendimento; Área física disponível; Tecnologia exigida para a preparação dos alimentos; Disponibilidade de recursos para investimento ou compras; Qualificação do pessoal; Tipo ou característica do cliente; Cultura de investimento; Especificações de composição dos setores das UANs Área de Recebimento É a área em que é feito o recebimento de mercadorias, sendo a primeira parte do processo de Controle de Qualidade, portanto, deve-se avaliar qualitativa e quantitativamente, segundo critérios para cada produto. Características desta área: Recomenda-se que a mesma esteja localizada, preferencialmente, em área externa ao prédio (facilitar acesso aos fornecedores) e próxima as áreas de estocagem; Deve ser dotada de plataforma de descarga, rampa e marquise (cobertura) – proteção dos produtos no momento da entrega; Sempre que possível não deverá existir cruzamento entre as matérias- primas e o lixo, para isso deve-se ter horários diferenciados para cada atividade. Recomenda-se que esta área possua bancadas com cubas ou tanques para que possa ser efetuada a pré- higienização dos vegetais e de outros produtos para os quais esse procedimento se faça necessário. Principais equipamentos da área de recebimento •Balança do tipo plataforma • Carros para transporte da mercadoria • Tanques e calhas para a pré- higiene dos vegetais (presença de esguicho de pressão – deve-se ter suporte para mangueira para que a mesma fique afastada do piso quando não estiver em uso.) • Estrados para armazenamento dos monoblocos vazios e limpos Área de Recebimento Armazenamento secos Área em que os alimentos são armazenados à temperatura ambiente, segundo especificações no próprio produto e recomendações dos fabricantes e que devem constar na rotulagem. Características desta área: O local deve ser fresco, iluminado e ventilado; Não devem existir nessa área caixas de inspeção sanitária, nem ralos; O teto deve ser isento de vazamentos; As portas e acessos devem ser mantidos fechados com abertura máxima de 1 cm do piso; Todas as aberturas devem ser teladas, evitando-se o acesso a insetos e roedores Armazenamento secos O piso deve ser de material liso, antiderrapante , impermeável e de fácil higienização; Boa iluminação; Temperatura até no máximo 26°C; Ventilação, cruzada ou mecânica, permitindo ampla circulação de ar entre as mercadorias estocadas; Umidade em torno de 50 a 60%; Não deve ser verificada a presença de tubulações de água ou de vapor; Porta deve ser única, larga e alta, simples ou em seções, dotadas de sistema de fechamento automático; Principais equipamentos • Prateleiras das estantes devem localizar-se a no mínimo 25 cm do piso; • As estantes devem estar dispostas de forma a ter uma distância mínima de 10 cm da parede e 60 cm do forro; • Estrados para sacarias, devem estar elevados do piso no mínimo 25cm, a 40 cm da parede e 60 cm do forro (teto); • Não devem ser armazenados no mesmo ambiente dos gêneros alimentícios os produtos de limpeza e descartáveis. Especificações para as Estantes (Silva Filho, 2002): •Comprimento máximo de 1,00m; •Largura : 0,40; 0,50 ou 0,60 m; •Altura máxima : 1,85 m. Área de estoque de produtos secos Armazenamento Frio: em refrigeração ou em congelamento Armazenamento sob congelamento: os alimentos são armazenados à temperatura de 0ºC ou menos, de acordo com as recomendações dos fabricantes e que devem constar na rotulagem, ou nos critérios de uso, de acordo com o grau de perecibilidade do alimento. Armazenamento sob refrigeração: os alimentos são armazenados à temperatura de 0ºC a 10ºC, de acordo com as recomendações dos fabricantes e que devem constar na rotulagem, ou nos critérios de uso, de acordo com o grau de pericibilidade do alimento. Carnes refrigeradas e alimentos prontos – até 4°C Sobremesas,massas, frios e laticínios – até 8°C Hortifrutigranjeiros – até 10°C O ideal é que esses gêneros sejam armazenados separadamente, contudo no caso do uso de uma única câmara deve-se utilizar a temperatura do gênero que requer a menor temperatura. Armazenamento Frio Características importantes para câmaras frigoríficas: • Existência de ante - câmara para proteção térmica; • Revestimento feito de material lavável e resistente; • Nível do piso igual ao da área externa para facilitar o acesso dasmercadorias pelo funcionário; • Inexistência de ralos internos; • Termômetro tipo mostrador permitindo a leitura pelo lado externo; • Interruptor de segurança; • Porta hermética, revestida de aço inox , ou outro material apropriado,com ferragens cromadas e dispositivos de segurança que permitam a abertura por dentro; Equipamentos da área de armazenamento frio Pré preparo de carnes Recomenda-se que a área seja climatizada com temperatura entre 12°C e 18°C; Deve dispor de bancadas com tampo em inox ou de material que seja adequado a manipulação desses gêneros (pode- se utilizar em algumas bancadas tampos de altileno); Pré preparo de Vegetais Recomenda-se que seja bem ventilada, pode ser climatizada ou não. A depender do volume de refeições pode ser dividida em mais de uma área (Ex: criação de setor específico para sucos e frutas) Áreas de pré preparo Equipamentos das áreas de pré preparo Área de Pré preparo de Vegetais Área de Pré preparo de Carnes Área de preparo Deve localizar-se entre as áreas de pré-preparo e de distribuição de forma a manter o fluxo Nesta área devem ser mantidos somente os equipamentos destinados ao preparo de alimentos quentes, não devendo ser alocados neste setor refrigeradores ou congeladores Presença de pia para lavagem das mãos dos funcionários Os equipamentos a serem adquiridos devem levar em consideração o padrão do cardápio e do espaço disponível para a disposição dos mesmos Deve ser dotada de um bom sistema de exaustão para evitar elevadas temperaturas proporcionadas pelos equipamentos utilizados para a cocção dos alimentos Todos os equipamentos que liberam calor devem possuir exaustão Área de preparo – ilha de cocção 1 – Pastru, equipamento colocado entre o fogão e o espaço em que o copeiro/garçombusca a comida. Serve como uma estufa, onde o prato que terminou de ser feito, permanece aquecido até a vinda do funcionário que deve conduzir até a distribuição. Também tem uma parte que ajuda a manter a temperatura adequada para as saladas. 2 – Coifa, é uma parte do exaustor que possui um sistema que conduz a vapores e gases para fora da UAN. 3 – Prateleiras como suporte para utensílios, pois não é adequado ter armário fechado. Tudo fica aberto para facilitar a visualização dos uso dos utensílios Área de preparo - especificidades Higienização de Utensílios Este setor deve ser separado e isolado da área de processamento; Deve de preferência ser isolada por parede completa, sem prejuízo de iluminação e ventilação; A depender do volume de refeições pode-se instalar esguicho de pressão e suporte para mangueira Deve possuir de preferência: • Suprimento de água quente e fria • Sistema de drenagem bem dimensionado • Local para dispor os utensílios que estiverem aguardando higienização • Cubas profundas • Local de guarda do material pós higienização Distribuição O dimensionamento dessa área vai estar relacionado ao tipo de modalidade de distribuição escolhida Porcionado Self-service Bandeja lisa Bandeja estampada Outros (Ex: balcão Grill) Refeitórios Fluxo de marcha avante A circulação de produtos é estudada de modo a evitar que um circuito próprio se cruze com um circuito impróprio Caminho da matéria prima Caminho de itens limpos Caminho de material sujo RESTAURANTE LAV. PANELAS LAVAGEM DEVOLUÇÃO PRATOS QUENTES COCÇÃO PREPAROS RECEBIMENTO EST. REFRIGERAÇÃO EST. NEUTRO PRATOS FRIOS TRATAMENTO DE LIVO Dimensionamento de área Variáveis Número de refeições Padrão de cardápio Modalidade do sistema de distribuição Política de compras e abastecimento Dependências (ex. leitos) Dimensionamento de área Índices empregados CLT – Áreas previstas para a cozinha e depósitos e gêneros deverão ocupar 35% e 20%, respectivamente, da área do refeitório; Dimensionamento de área Índices empregados Haydée – restaurantes populares, colégios e indústrias Acréscimo de 5% - cardápio médio e popular Acréscimo 10% - cardápio luxo N° M2 por pessoas 250 0,80 500 0,80 600 0,75 700 0,72 800 0,70 900 A 1000 0,60 Acima de mil 0,50 Dimensionamento de área Índices empregados Haydée – Setorização Área % Estocagem 10 a 15% Preparo de refeições 16 a 20% Higiene e limpeza 6 a 8% Distribuição 45 a 48% Administração e segurança 12% Dimensionamento de área Índices empregados Mezomo – Por leito - Hospitalar 1,8m2 / leito – Distribuição é descentralizada – 20% a recepção, 50% ao preparo e cocção e 30% para as demais dependências 2,0m2 / leito – Distribuição é centralizada – 20% a recepção e estocagem, 45% para a distribuição a e 35% para as demais dependências Dimensionamento de área Índices empregados Passos – Por leito - Hospitalar N° leitos m2 / leito Até 60 1,00 De 61 à 150 0,75 a 0,90 Mais de 150 Estudo especial Dimensionamento de área Índices empregados Ministério da Saúde Ob. Em nenhum dos casos descritos se considera o número de refeitórios Refeitório – Área necessária para abrigar 1/3 dos comensais 9depende da rotatividade N° leitos m2 / leito Até 50 1,5 De 51 à 150 1,2 (área mínima de 75m2) Mais de 150 1,0 (área mínima de 180m2) Obrigada!!!