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Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS (O. S. M.) 2 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Organização, Sistemas e Métodos. O estudo de Organização, Sistemas e Métodos é muito vasto e com diversas correntes, que associam esta disciplina à Tecnologia de Informações, aos Métodos Produtivos, às Medidas de Desempenho, ao Desenvolvimento Organizacional, e à Gestão de Processos Produtivos e Empresariais. Organização, Sistemas e Métodos é uma atividade administrativa voltada para a obtenção da melhor produtividade possível dos Recursos Humanos (RH), Recursos Materiais (RM), e Recursos Tecnológicos (RT), através de técnicas científicas que envolvem os aspectos comportamentais e instrumentais, no ambiente interno ou externo da empresa. Na atualidade, analisa-se o homem como peça fundamental do processo, estuda-se o comportamento das funções e o comportamento do indivíduo. Assim, as normas ou métodos de trabalho deixam de ser trilhos rígidos e passam a ser trilhas orientadoras. Abre-se espaço para a criatividade e para as metas desafiadoras, jogando-se com estes mecanismos motivacionais para o atingimento dos propósitos da Organização, aliado ao desenvolvimento pessoal e profissional dos empregados. Atualmente é considerado o ideal que os sistemas sejam desenvolvidos "pelas" várias unidades organizacionais usuárias, sob a atuação efetiva do princípio sistêmico da área de Sistemas, Organização e Métodos. Organização, Sistemas e Métodos é usada no âmbito geral como uma função de diagnosticar males administrativos e depois os cura. Isto, é claro, tem uma importância primordial, mas a analogia suporta, ainda, maior ampliação, à medida que a unidade de OSM, tal como a prática médica, se ocupa tanto da prevenção como da cura. Assim, em algumas organizações, a unidade de OSM existe como um serviço de permanente revisão crítica de áreas administrativas inteiras. Essa crítica revelará "problemas", sem dúvida, mas dedicará seu tempo a preparar a administração para fazer face a condições e requisitos que são frequentemente alterados, a examinar funções que estão operando satisfatoriamente mas necessitam de uma reorientação para o futuro. 3 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos A unidade de OSM também pode ser chamada a estabelecer uma função inteiramente nova e o trabalho será consideravelmente mais fácil. 1) CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO. Antes de discorrer sobre este assunto, precisa-se identificar conceito de organização, apesar de seu extenso entendimento e diferentes definições, ou ao menos conceber uma linha que se contextualize neste estudo. Pode-se dizer que: “Todas as organizações possuem um papel que é o de servir uma sociedade”. As organizações são entidades dinâmicas e altamente complexas, que podem ser conceituadas de algumas diversas maneiras. A conceituação mais comum é que: “Uma organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando juntas cooperativamente dentro de limites identificáveis, para alcançar um objetivo ou meta comum”. Daí a razão de uma organização estar em constante construção, fortalecendo um entendimento ideológico de ser uma reunião de comportamentos, um sistema de comportamentos sociais interligados por participantes de uma organização. Considerando como instrumentos vitais de uma sociedade, dizem que as organizações se caracterizam por um comportamento voltado para uma determinada meta. Adiantam, ainda, que além de instrumentos, criam ambientes que influenciam a vida de todos nós, com enorme influência sobre o comportamento. As organizações são feitas de pessoas, ainda que isso pareça óbvio e simplista para o entendimento e apreciação do componente humano, é importante por causa da complexibilidade dos relacionamentos sociais e da variabilidade ou diversidade dos seres humanos. 4 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos O componente humano faz das organizações um dos sistemas mais complexos e apresenta aos pesquisadores organizacionais e de administração o seu mais crítico desafio. Quando pessoas trabalham juntas, um número de coisas se torna necessário. Precisa-se dividir o trabalho entre as pessoas e precisa-se procurar pessoas com habilidades ou conhecimento. As organizações devem ter limites, delimitações, que parecem simples de definir, mas que de fato não são. Os limites se referem à ênfase do que as pessoas e membros podem e devem fazer na organização. Importante enfatizar outro fator, de que uma organização determine quais as atividades deverão ser experimentadas e quais devem ser deixadas para outras organizações externas, as organizações estão compreendendo que produtos e serviços de qualidade são uma necessidade (obrigação) se elas querem se manter competitivas num mercado global. O termo Organização frequentemente tem sido empregado como sinônimo de arrumação, ordenação, eficiência, porém, em O. S. M. (Organização, Sistemas e Métodos) ORGANIZAÇÃO deve ser entendida não apenas como o quadro estrutural de cargos definidos por: - Respectivos títulos; - Atribuições básicas; - Responsabilidades; - Relações formais; - Nível de autoridade; - Aspectos culturais. Nestes termos, pode-se definir como função básica de Organização, o estudo cuidadoso da estrutura organizacional da empresa para que esta seja bem definida e possa atender as necessidades reais e os objetivos estabelecidos de forma integrada com a organização informal e as estratégias estabelecidas na empresa. 1.1) ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS. Estrutura Organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. 5 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Podemos dizer que Organização é a ordenação e agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance dos objetivos e resultados previamente estabelecidos. Conclui-se, pois que a organização, como função administrativa, faz parte da organização como entidade social. Em outras palavras: dentro da empresa, como organização social, executa-se a função organização com as seguintes responsabilidades: - Construir a estrutura organizacional; - Elaborar normas, regras e procedimentos em todas as áreas da empresa, seja no relacionamento entre as pessoas de dentro da empresa, seja no relacionamento externo com outras pessoas e/ou entidades externas, bem como definir recompensas e sanções de acordo com a observância dessas regras regulamentos e procedimentos; - Identificar as tarefas necessárias; - Distribuir funções, responsabilidades autoridades de acordo com a hierarquia da empresas; - Fornecer informações, recursos e retro-informações aos empregados; - Elaborar medidas de desempenho compatíveis com os objetivos; - Estabelecer condições motivadoras.Tendo como princípios: - Deve ser delineado de acordo com os objetivos e estratégias estabelecidos pela empresa; - É uma ferramenta básica para alcançar as situações almejadas pela empresa. Conceito de estrutura organizacional: “Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos”. “Estrutura organizacional: Forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas”. 6 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos “Estrutura Organizacional é o conjunto de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades estratégicas, táticas e operacionais de uma empresa.” Funções dos executivos: O executivo tem a função de organizar toda a empresa para o seu perfeito funcionamento, além disso, quatro outras funções básicas fazem parte da sua vida. São elas: - Planejamento da empresa – objetivos esperados; - Direção da empresa – orientação, coordenação, motivação, liderança das atividades; - Controle da empresa – acompanhamento, controle, avaliação dos resultados; - Organização – ordem nas coisas. CONTROLE DIREÇÃO ORGANIZAÇÃO PLANEJAMENTO EMPRESA 7 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Benefícios de uma estrutura adequada: - Identificação das tarefas necessárias; - Organização das funções e responsabilidades; - Informações, recursos, e feedback aos empregados; - Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos; - Condições motivadoras. Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal. 1.1.1) ESTRUTURA FORMAL. É aquela oficialmente definida na empresa com todas as formalidades e padrões vigentes quanto á forma de preparação e divulgação de normas a respeito. Será encontrada: - Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades; - É estável; - Está sujeita a controle; - Está na estrutura; - Líder formal; - Em simples comunicados; - Instruções; - Manuais de Procedimentos ou Organização; - Forma Gráfica: ORGANOGRAMA; - Forma Descritiva: DESCRIÇÃO DE CARGOS. Embora necessária e tantas vezes desejada, a estrutura formal poderá não ser adequada em determinadas empresas, e mesmo sendo adequada terá que conviver com a Estrutura Informal. 1.1.2) ESTRUTURA INFORMAL. Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem. Representa relações que usualmente não aparecem no organograma. São relacionamentos não-documentados e não-reconhecidos oficialmente entre os membros de uma organização que surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e grupais dos empregados. 8 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Os funcionários das empresas pertencem automaticamente e inevitavelmente à vida informal das mesmas. - Está nas pessoas; - Sempre existirão; - A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal; - É instável; - Não está sujeita a controle; - Está sujeita aos sentimentos; - Líder informal; - Desenvolve sistemas e canais de comunicação; - Entendimentos extra-estruturais; - Conceitos alheios às normas; - Desentendimentos; - Eventuais conflitos; - Lideranças naturais; - Amizades e ações benéficas ou prejudiciais à empresa. Na maioria dos casos, é dada liberdade total para a organização informal, mas isto é perigoso e não tem razão de ser, porque é administrável e direcionável positivamente. Exemplo de Sucesso: “Empresas que estão praticando com critérios claros e de comum acordo, a participação de funcionários na gestão e nos lucros”. Nestes casos ocorre: - Transparência; - Lealdade; - Sentido colaboracionista. Vantagens da estrutura informal: - Proporciona maior rapidez no processo; - Complementa e estrutura formal; - Reduz a carga de comunicação dos chefes; - Motiva e integra as pessoas na empresa. 9 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Desvantagens da estrutura informal: - Desconhecimento das chefias; - Dificuldade de controle; - Possibilidade de atritos entre pessoas. Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura informal: - Interesses comuns; - Interação provocada pela própria estrutura formal; - Defeitos na estrutura formal; - Flutuação do pessoal dentro da empresa; - Períodos de lazer; - Disputa do poder. A estrutura informal será bem utilizada quando: - Os objetivos da empresa forem idênticos aos objetivos dos indivíduos; - Existir habilidade das pessoas em lidar com a estrutura informal. “O executivo inteligente e esperto é o que sabe utilizar a estrutura informal da empresa”. 1.2) ORGANIZAÇÃO – ATIVIDADES DE O. S. M. - Projetar a criação, união ou eliminação de unidades, bem como acompanhar a respectiva execução; - Descrever e definir o objetivo e as funções de cada uma das unidades empresariais; - Divulgar, nos níveis competentes, os trabalhos desenvolvidos em OSM; - Implantar e acompanhar in loco os trabalhos desenvolvidos por OSM; - Elaborar, emitir e divulgar as normas, regulamentos e manuais necessários; - Estudar os ciclos organizacionais; - Analisar as alternativas de ação para promover a maturidade organizacional; - Avaliar impactos ou desgastes provenientes das ações e dos ciclos; - Estruturar as formas e necessidades de treinamento de pessoal visando o desenvolvimento. 10 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos 1.3) ELABORAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. “Estrutura organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa”. Delineamento da estrutura é a atividade que tem por objetivo criar uma estrutura para uma empresa ou então aprimorar a existente. Naturalmente, a estrutura organizacional não é estática, o que poderia ser deduzido a partir de um estudo simples de sua representação gráfica: O ORGANOGRAMA. A estrutura organizacional é bastante dinâmica, principalmente quando são considerados os seus aspectos informais provenientes da caracterização das pessoas que fazem parte de seu esquema: - Não é estática; - É representada graficamente pelo organograma; - É dinâmica; - Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais; (Delinear = Criar, aprimorar). - Deve ser planejada. A estrutura organizacional deve ser delineada, considerando as funções de administração como um instrumento para facilitar o alcance dos objetivos estabelecidos. O planejamento organizacional deveria estar voltado para os seguintes objetivos: - Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas; - Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidadea pessoas ou grupos, isto é, organizar funções e responsabilidades; Proporcionar aos empregados de todos os níveis: - Informação e outros recursos necessários para trabalhar de maneira tão eficaz quanto possível, incluindo feedback sobre o seu desempenho real; 11 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - Medidas de desempenho que sejam compatíveis com os objetivos e metas empresariais; - Motivação para desempenhar tão bem quanto possível. 1.4) METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. No desenvolvimento de uma estrutura organizacional devem-se considerar os seus componentes, condicionantes e níveis de influência. Na mesma forma que quando de sua implantação (e respectivos ajustes). É muito importante o processo participativo de todos os funcionários da empresa, visando a uma maior integração e motivação. E, finalmente, é necessário avaliar a estrutura organizacional implantada, principalmente quanto ao alcance dos objetivos estabelecidos, bem como, as influências dos aspectos formais e informais na empresa. Entre os fatores internos que influenciam a natureza da estrutura organizacional da empresa, contam-se: - A natureza dos objetivos estabelecidos para a empresa e seus membros; - As atividades operantes exigidas para realizar esses objetivos; - A sequência de passos necessária para proporcionar os bens ou serviços que os membros e clientes desejam ou necessitam; - As funções administrativas a desempenhar; - As limitações da habilidade de cada pessoa na empresa, além das limitações tecnológicas; - As necessidades sociais dos membros da empresa; - O tamanho da empresa. Consideram-se os elementos e as mudanças no ambiente externo que são também forças poderosas que dão forma à natureza das relações externas. Mas para o estabelecimento de uma estrutura organizacional, considera-se como mais adequada a análise de seus componentes, condicionantes e níveis de influência. No desenvolvimento considerar: - Seus componentes; - Condicionantes; - Níveis de influência; - Níveis de abrangência. 12 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Implantação ou Ajustes: - Participação dos funcionários; - Motivar. Avaliar: - Quanto ao alcance dos objetivos; - Influência dos aspectos formais e informais. 1.5) ELEMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Com vistas no delineamento da Estrutura Organizacional, apresentam-se os três elementos a que integraliza: - Componentes da Estrutura Organizacional; - Condicionantes para a formação e adaptação; - Níveis de influência existentes na estrutura. Componentes da Estrutura Organizacional: - Responsabilidade; - Autoridade; - Decisão; - Comunicação. 13 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: Abrangência quando do desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional nas empresas, a saber: COMPONENTES – CONDICIONANTES – NIVEIS DE INFLUÊNCIA E NÍVEIS DE ABRANGÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL FATOR HUMANO FATOR AMBIENTE EXTERNO SISTEMA DE RESPONSABILIDADE Departamentalização Linha e Assessoria Descrição das Atividades SISTEMA DE AUTORIDADE Amplitude de Controle Níveis Hierárquicos Delegação Centralização/ Descentralização NÍVEIS DE INFLUÊNCIA Estratégico Tático Operacional NÍVEIS DE ABRANGÊNCIA Empresa UEN Corporação SISTEMA DE DECISÕES Dado Informação Decisão Ação SISTEMA DE COMUNICAÇÕES O que comunicar Como comunicar Quando comunicar De quem/Para quem FATOR OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS FATOR TECNOLOGIA 14 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos 1.6) FATORES CONDICIONANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Recursos Humanos: O Fator Humano, todo executivo deve trabalhar com e através de pessoas. E estas pessoas realizam os trabalhos que permitem que os objetivos sejam alcançados. A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência depende da qualidade intrínseca e do valor e da integração dos homens que ela organiza. Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se levar em consideração o comportamento e o conhecimento das pessoas que irão desempenhar funções, não podendo esquecer da MOTIVAÇÃO. O coeficiente humano que pondera a qualidade da estrutura, sendo produto dos seguintes fatores: - O valor dos homens; - O conhecimento que eles possuem da estrutura; - Sua motivação para fazê-lo funcionar da melhor forma possível. Enfatizando que determinadas qualidades humanas se destacam cuja importância aumenta à medida que a pessoa sobe na hierarquia, apontando as seguintes capacidades: - Técnica; - Comando; - Administrativa; - Cooperação; - Integração. Ambiente: O Fator Ambiente Externo, quando se considera este fator, deve- se analisar o processo de relacionamento entre a empresa e o seu ambiente externo. Este aspecto não está relacionado apenas a uma estratégia inicial à época do nascimento da empresa, mas também à avaliação contínua das constantes mudanças no ambiente relevante da empresa e o efeito dessas na sua estrutura organizacional. Outro aspecto a considerar que enfoca o fator ambiente externo e a estrutura organizacional é o da análise do fluxo de decisões, na qual são identificadas as decisões administrativas necessárias para se dirigir uma empresa e as relações entre elas. Roteiro para análise do fator ambiente:15 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - Determinar de quais pessoas, fora da empresa, são as necessidades e os desejos que a empresa tenta atender; - Determinar como essas necessidades ou desejos são comunicados à empresa; - Determinar como a informação necessária é registrada e transmitida a outras pessoas na empresa. Objetivos: O Fator de Objetivos e Estratégias tem influência na estrutura organizacional à medida que, quando os objetivos e estratégias estão bem definidos e claros, é mais fácil organizar, pois se sabe o que esperar de cada membro do grupo que compõe a empresa. “Objetivo é o alvo ou situação que se pretende atingir.” “Estratégia é a definição do caminho mais adequado para alcançar o objetivo.” Tecnologia: Tecnologia é o conjunto de conhecimentos que são utilizados para operacionalizar as atividades na empresa para que seus objetivos possam ser alcançados. A tecnologia pode ser definida como a aplicação de conhecimentos à produção de bens e à prestação de serviços. Em seu sentido mais amplo, a tecnologia compreende os meios como os atuais homens ampliam suas capacidades. Inovação tecnológica é o que ocorre quando surge um novo produto ou processo que chega ao mercado. A inovação é uma mudança na tecnologia, uma forma nova de fazer algo. Todo administrador deve procurar entender como surgem e qual padrão seguem as inovações tecnológicas. Isso pode ajudá-los a lidar mais eficazmente com a tecnologia e com seus efeitos sobre o desempenho da organização. 1.7) CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DA ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO. Pode-se afirmar que um problema de estrutura acarreta sempre um problema humano: o de preenchimento dos cargos, o qual deve ser resolvido primeiramente sob seu aspecto teórico; abstraindo-se das características pessoais, procura-se enquadrar as qualidades e aptidões das pessoas às responsabilidades e 16 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos autoridades de cada cargo. Cada elemento da empresa tem a responsabilidade de zelar pela sua unidade organizacional, procurando atualizá-la, a fim de que corresponda, em qualquer ocasião, aos objetivos fixados. O Manual de Organização procura eliminar duplicidade de esforços, funções desnecessárias e atritos; possibilita melhor coordenação entre as diferentes atividades, atende à especialização, contribuindo para diminuir os erros e colocando os atos de decisão mais próximos dos problemas. Com referência ao plano de implantação, deve-se considerar três aspectos básicos: - Mudança da estrutura organizacional; - Processo de implantação; - Resistências que podem ocorrer. A – MUDANÇA NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Alguns dos aspectos que devem ser considerados no processo de mudança da estrutura organizacional são: - Ter ciência de que a estrutura organizacional mais adequada depende da atual; - Atentar para a necessidade de antecipar forças restritivas e propulsoras que podem ter influência no processo; - A importância do fator humano; - A qualidade técnica da nova estrutura organizacional é insuficiente para o sucesso da mudança; - A importância do planejamento da mudança, para evitar ou minimizar possíveis problemas maiores na sua efetivação; - Antes de mudar a estrutura organizacional, verificar se não há uma situação alternativa mais adequada; - Ter sempre em mente a importância da participação. Mas a importância da participação é relativa, pois, durante uma reunião participativa para discutir uma mudança, as forças podem estar contra as suas ideias básicas; - Antes de efetivar a mudança, identificar e analisar o problema, bem como o que será mudado e quais as variáveis a serem consideradas. B – PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO. Apesar da possível existência de integração entre os funcionários envolvidos no processo e os técnicos responsáveis pelos trabalhos, sugere-se reforçar os 17 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos aspectos inerentes aos modernos princípios de "participação" e desenvolver a implantação efetiva da seguinte forma: - Análise e aprovação pela diretoria da empresa (aspectos conceituais); - Análise e aprovação pelos responsáveis das várias unidades organizacionais (aspectos conceituais e principalmente descritivos); - Implantação efetiva; - Acompanhamento e avaliação do processo. Os possíveis acertos seriam realizados nas fases intermediárias. C – RESISTÊNCIAS QUE PODEM OCORRER. Antes de analisar com mais detalhes os vários aspectos inerentes à resistência, deve-se lembrar de que o rendimento de uma estrutura depende de quatro fatores: - A qualidade intrínseca da estrutura; - O conhecimento que os executantes possuem sobre ela; - A aptidão dos executantes; - A motivação dos executantes. Para reforçar os dois últimos aspectos deve-se: - Elaborar a estrutura organizacional em cooperação com seus principais responsáveis; - Antes da "promulgação" da nova estrutura organizacional, submeter o texto à apreciação dos grupos de responsáveis de mesmo nível hierárquico. 1.8) AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. É um procedimento através do qual se verifica o que a estrutura organizacional tem de bom e de ruim. Para tanto se deve fazer: - Levantamento da estrutura atual; - Delineamento da estrutura ideal. O analista de Sistemas Administrativos deve comparar estes dois aspectos e obter a avaliação da estrutura organizacional. Pode reforçar a avaliação determinando o desempenho da empresa em termos de: - Resultados apresentados; - Problemas evidenciados; 18 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - Nível de satisfação dos funcionários da empresa. Como resultado dessa avaliação, a empresa pode estar: BEM, devido a: - Problemas de estrutura organizacional; - Outros aspectos. MAL, devido a: - Problemas de estrutura organizacional; - Outros aspectos. Com base na separação dos problemas de estrutura organizacional dos outros aspectos, a avaliação pode ficar simplificada. 1.8.1) ETAPAS DA AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Para a completa avaliação da estrutura organizacional, podem-se desenvolver as seguintes etapas: A – LEVANTAMENTO. Nesta fase, os aspectos básicos são: - Identificação dos problemas evidenciados pelos usuários; - Entrevista com os elementos-chaves da empresa (com ou sem uso de questionário). B – ANÁLISE. Nesta fase, o Analista de Sistemas Administrativos deve efetuar: - Análise dos dados levantados anteriormente; - Interligação dos dados levantados, verificando sua veracidade e considerando os vários subsistemas da empresa; - Estabelecimento dos padrões e critérios de avaliação; - Identificação do efeito de cada um dos dados levantados na situação atual da estrutura organizacional da empresa. C – AVALIAÇÃO. Nesta fase, os aspectos básicos são: 19 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - Estabelecimento da situaçãodos quatro componentes da estrutura organizacional na empresa; - Verificação do envolvimento de cada um dos quatro condicionantes sobre a estrutura organizacional; - Verificação do nível de influência de cada nível da empresa-estratégico, tático e operacional - para com o delineamento da estrutura organizacional; - Verificação do nível de abrangência da abordagem da estrutura organizacional, quer seja em nível de empresa, em nível de unidade estratégica de negócio ou em nível de corporação. 1.8.2) POLÍTICAS PARA AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Para uma adequada avaliação da estrutura organizacional é necessário que se estabeleça, anteriormente, um conjunto de políticas que devem servir de sustentação para todo o processo decisório. Alguns exemplos de políticas inerentes à estrutura organizacional que uma empresa qualquer pode julgar válido adotar são: - Ter estrutura organizacional adequada aos mercados existentes; - Ter estrutura organizacional adequada às novas tecnologias; - Ter estrutura organizacional descentralizada no processo decisório e centralizada no sistema de controle; - Ter estrutura organizacional voltada para resultados; - Ter estrutura organizacional racionalizada com operacionalização descentralizada dos sistemas administrativos. Verifica-se que estas políticas podem proporcionar orientação para um adequado sistema de avaliação da estrutura organizacional. 1.9) COMPONENTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. - Sistema de Responsabilidade; - Sistema de Autoridade; - Sistema de Decisão; - Sistema de Comunicação. 20 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos 1.9.1) SISTEMA DE RESPONSABILIDADE. - Departamentalização; - Linha e assessoria; - Especialização do trabalho. “Responsabilidade refere-se à obrigação que uma pessoa tem de fazer alguma coisa a outrem”. O sistema de responsabilidade refere-se à alocação das atividades inerentes a esta obrigação. Portanto, quando um subordinado assume determinada obrigação, deve prestar contas à pessoa que lhe atribuiu à responsabilidade. A quantidade de responsabilidade pela qual o subordinado terá de prestar contas determina a quantidade de autoridade delegada. Outro aspecto é que permanece na responsabilidade a obrigação do indivíduo a quem ela foi atribuída, ou seja, a responsabilidade não se delega. Conhecendo cada sistema de responsabilidade em sua totalidade e individualidade: A – DEPARTAMENTALIZAÇÃO. Ao se considerar os tipos de Estrutura Organizacional deve-se lembrar que estes são os resultados da departamentalização. A departamentalização pode ser considerada, entre todos os componentes e subcomponentes da estrutura organizacional, como o mais conhecido pelos funcionários da empresa. Departamentalização é o agrupamento, de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos (Humanos, Materiais e Tecnológicos) em unidades organizacionais. A Estrutura Organizacional é representada graficamente no organograma, que, entretanto, não apresenta todos os aspectos da estrutura organizacional. “Organograma é a representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional.” 21 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos As formas básicas de departamentalizar as atividades de uma empresa são: Departamentalização por Quantidade Departamentalização Funcional Departamentalização Territorial ou Geográfica Departamentalização por Produtos ou Serviços Departamentalização por Clientes Departamentalização por Projeto Departamentalização Matricial Departamentalização Mista B – LINHA E ASSESSORIA. Linha: São as unidades organizacionais que têm ação de comando, ligadas as atividades fim da empresa e ligadas a operacionalização da empresa. Assessoria: Não têm ação de comando, cabendo-lhes o aconselhamento às unidades de linha no desempenho de suas atividades. C – ATRIBUIÇÕES DE ATIVIDADES. As atribuições das unidades organizacionais da empresa têm como base a especialização do trabalho. A especialização está diretamente ligada à divisão do trabalho, baseando-se no maior conhecimento dos diversos e diferentes aspectos necessários à realização de determinado trabalho. LINHA LINHA LINHA LINHA ASSESSORIA 22 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos O equilíbrio da especialização do trabalho na estrutura organizacional, evita problemas de falta de motivação dos funcionários devido à realização de trabalhos repetitivos e de pouca criatividade. 1.9.2) SISTEMA DE AUTORIDADE. Sistema de Autoridade é o resultado da distribuição do poder na Organização, sendo constituído por: - Amplitude administrativa e níveis hierárquicos; - Delegação; - Descentralização/centralização. Observa-se que, ao se descer do nível hierárquico mais alto para o nível hierárquico mais baixo, a amplitude de autoridade vai diminuindo até chegar ao limite mínimo. “Autoridade é o direito para fazer alguma coisa. Ela pode ser o direito de tomar decisões, de dar ordens e requerer obediência, ou simplesmente o direito de desempenhar um trabalho que foi designado. A autoridade pode ser formal ou informal”. A autoridade formal representa o poder delegado pelo superior hierárquico imediato. AMPLITUDE DE AUTORIDADE LIMITES DE AUTORIDADE MAIS ALTO NÍVEL HIERÁRQUICO MAIS BAIXO 23 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos A autoridade informal é uma espécie de “autoridade adquirida” que é desenvolvida por meio de relações informais entre as pessoas da empresa, que o fazem voluntariamente e por deferência à sua posição ou status. Na realidade, a autoridade informal serve para modificar a autoridade formal na determinação do quanto ela terá de aceitação por parte dos vários subordinados nos diferentes níveis hierárquicos. A – AMPLITUDE DE CONTROLE. A amplitude de controle, também é denominada Amplitude Administrativa, ou ainda Amplitude de Supervisão e refere-se à quantidade de subordinados que um superior pode supervisionar pessoalmente, de forma eficiente e eficaz. Quando o número de subordinados é maior que a amplitude administrativa, ocorrerá: - Perda de controle; - Ineficiência de comunicações; - Queda do nível de qualidade; - Demora na tomada de decisões; - Desmotivação dos funcionários. Quando o número de subordinados é menor que a amplitude administrativa, ocorrerá: - Falta de delegação; - Custos maiores; - Sub-otimização da alta administração; - Desmotivação; - Pequeno desenvolvimento de RH. B – DELEGAÇÃO. É a transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu subordinado, criando a correspondente responsabilidade pela execução da tarefa delegada. Podemos entender como delegação: - A transferência temporária do poder e responsabilidade, específicos; - A tarefa que for transferida do chefe para o subordinado;- Quando existe a obrigação (responsabilidade) do subordinado para com o chefe na realização da tarefa. 24 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos C – DESCENTRALIZAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO. Centralização é a maior concentração de poder decisório na alta direção de uma empresa. Suas vantagens: - Menor número de níveis hierárquicos; - Melhor uso dos Recursos Humanos, Recurso de Materiais e Recursos Tecnológicos; - Melhor interação no Processo de Planejamento, Controle e Avaliação; - Uniformidade nos Processos Técnicos e Administrativos; - Decisões estratégicas mais rápidas; - Maior segurança nas informações. Descentralização é a menor concentração do poder decisório na Alta Administração da empresa, sendo, portanto, mais distribuído pelos seus diversos níveis hierárquico. Suas vantagens: - Geração de maior especialização nas unidades organizacionais; - Menor exigência de tempo nas informações e decisões; - Maior desenvolvimento dos Recursos Humanos; - Maior motivação; - Possibilidade de maior participação; - Tomada de decisões mais próximas dos fatos; - Maior criatividade e inovações; - Maior tempo para a Alta Administração. COMPARAÇÕES ENTRE DESCENTRALIZAÇÃO E DELEGAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO DELEGAÇÃO 1) LIGADA AO CARGO 1) LIGADA A PESSOA 2) ATINGE VÁRIOS NÍVEIS HIERÁRQUICOS 2) ATINGE UM NÍVEL HIERÁRQUICO 3) CARÁTER FORMAL 3) CARÁTER INFORMAL 4) MENOS PESSOAL 4) MAIS PESSOAL 5) MAIS ESTÁVEL NO TEMPO 5) MENOS ESTÁVEL NO TEMPO 1.9.3) SISTEMA DE DECISÕES. No processo de tomada de decisão, há vários aspectos que deve ser considerado como os dados disponíveis e informações. 25 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Outro aspecto importante é trabalho em equipe desempenhando capacidade para capturar as informações, para isso um bom sistema de comunicação ajuda avaliar e aplicar decisões. Uma equipe que contem níveis diferentes de pessoas, compostas por sexos diferentes e idade trazem grande capacidade de ajuda ao processo de decisão, pois cada indivíduo possui ideias e informações diferentes, portanto trazem um grau de maiores resultados com qualidade. Não há uma fórmula correta para a tomada de decisões dentro de uma organização, nem tão pouca uma regra estabelecida. Devemos avaliar separadamente cada pessoa envolvida no processo para que nenhuma informação seja distanciada ou perdida. Considera que deve ser efetuada uma análise das decisões para se estabelecer qual a estrutura organizacional ideal e, para tanto, devem-se considerar os seguintes aspectos: - Que decisões são necessárias para ser o desempenho indispensável á realização dos objetivos; - De que natureza são essas decisões; - Em que plano da empresa deve ser tomado; - Qual velocidade elas acarretam ou afetam; INFORMAÇÃO DADOS COMUNICAÇÃO DECISÃO CONHECIMENTO 26 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - Qual gestor deve participar dessas decisões, pelo menos até aqueles que devem ser consultados antecipadamente; - Quais executivos devem ser informados, depois de tomadas decisões. A – ASPECTOS DAS DECISÕES. - Identificar o problema; - Analisar o problema com base nas informações capturadas sobre o problema, sendo necessário discutir como um sistema; - Estabelecer saídas e alternativas; - Analisar e comparar as soluções que foram expostas, verificar as vantagens e desvantagens de cada saída, medir e avaliar eficiência do projeto em análise; - Selecionar as saídas mais adequadas para a empresa; - Inserir a saídas selecionadas e desejadas, incluindo a capacitação da mão de obra envolvida, treinamento e motivação; - Avaliar as saídas desejadas por meio de critérios aceitos da organização. As decisões classificam em: Decisões programadas: São aquelas rotineiras e repetidas no cotidiano da empresa. São usadas como orientação para a realização das tarefas como políticas, normas, cultura, desafios, metas a serem alcançadas entre outras. Decisões não programadas: É aquela que não padrão a ser seguida, nasce espontaneamente, aplica em ambiente dinâmico onde se move a cada instante. É de característica específica e complexa. B – ELEMENTOS DO PROCESSO DE DECISÃO. Incerteza: Dentro do ambiente que envolve a decisão ocorre à incerteza é comum em qualquer decisão, mas jamais poderá apenas querer arriscar sem que haja uma linha coerente com bases em dados e informações. Os recursos – São limitados os recursos do tomador de decisões, por isso é necessário estabelecer regras e planos para as principais decisões de uma empresa. Fatores de influência no processo de decisões: - Complexidade evolutiva; - Redução de tempo disponível para tomada de decisão; 27 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - Velocidade das informações; - Benefício nos processos de informações e resultados em curto prazo. Característica de tomada de decisões: - Característica de certeza: Ação possível carreta um resultado específico; - Característica de risco: Cada alternativa possível levar a resultados associados e possível conhecimento; - Característica de incerteza: As expectativas dos resultados são desconhecidas. A tomada de decisão é necessária em todos os níveis da organização. Nível Institucional: É aquele que determina os objetivos da organização como um todo, seus propósitos e direção. Onde a tomada de decisão estratégica é tarefa exclusivamente da alta gerência. As decisões tomadas nesse âmbito também determinarão como a empresa se relacionará com os ambientes externos. A decisão geral de se produzir um cereal matinal ou de se entrar em um mercado novo são exemplo de decisões estratégicas. Nível Gerencial: São decisões tomadas em um nível mais baixo do que as decisões estratégicas. Normalmente são tomadas pela gerência intermediária, como gerente de divisão ou de departamentos. Essas decisões envolvem o desenvolvimento de táticas para realizar as metas estratégicas definidas pela alta gerência. As decisões táticas expressam as metas organizacionais de uma maneira departamental específica. Portanto decisões táticas são mais especificas e concretas do que decisões estratégicas e mais voltadas para a ação. A decisão de produzir um tipo específico de cereal matinal, digamos um cereal de frutas e fibras, é um exemplo de decisão tática. Nível Técnico: São as decisões tomadas no nível mais baixo, ou supervisional, de uma empresa e se referem ao curso de operações diárias. Essas decisões determinam a maneira como as operações devem ser conduzidas, operações desenhadas a partir de decisões táticas tomadas pela gerência intermediária. Essas decisões referem-se à maneira mais eficiente e eficaz de realizar as metas estabelecidas no nível médio, as decisões táticas tomadas pelos gerentes intermediários. 1.9.4) SISTEMA DE COMUNICAÇÕES. 28 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre SilvaOrganização, Sistemas e Métodos Comunicação é o processo mediante o qual uma mensagem é enviada por um emissor, através de determinado canal, e entendida por um receptor. O sistema de comunicação é a rede por meio da qual fluem as informações que permitem o funcionamento da estrutura de forma integrada e eficaz. No sistema de comunicações deve ser considerado: - O que deve ser comunicado? - Como deve ser comunicado? - Quando deve ser comunicado? - De quem deve vir a informação? - Para quem deve ir a informação? - Por que deve ser comunicado? - Quanto deve ser comunicado? A – ESQUEMAS DE COMUNICAÇÃO. De maneira genérica existem dois tipos diferentes de formação de esquemas de comunicação numa empresa. São eles: O formal: É conscientemente planejado, facilitado e controlado. Ele segue a corrente de comando numa escala hierárquica; O informal: Surge espontaneamente na empresa, em ação às necessidades de seus membros. B – OS FLUXOS DA COMUNICAÇÃO. As comunicações na empresa podem ser realizadas através dos seguintes fluxos: Horizontal: Realizado entre unidades organizacionais diferentes, mas do mesmo nível hierárquico; Diagonal ou Transversal: Realizado entre unidades organizacionais e níveis diferentes; Vertical: Realizado entre níveis diferentes, mas da mesma área. C – O CUSTO DA COMUNICAÇÃO. No estudo das comunicações entre pessoas ou unidades organizacionais, deve-se levar em consideração o aspecto custo para a empresa. Pois a análise da transmissão das informações mostra que ela é muito mais custosa do que se 29 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos poderia pensar, não tanto devido às despesas de apoio necessárias, mas principalmente em função do tempo que ela absorve e das demoras que acarreta. D – COMUNICADOS INTERNOS SOBRE O COMETA DE HALLEY. De: GERENTE DE GERAL Para: GERENTE DE DIVISÃO Na sexta-feira, às 17 horas aproximadamente, o cometa de Halley estará visível nesta área. Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 76 anos. Assim, por favor, reúna os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacetes de segurança, e explicarei a eles o fenômeno. Se estiver chovendo não poderemos ver nada. Neste caso, reúna os funcionários no refeitório e mostrarei a eles sobre o cometa. De: GERENTE DE DIVISÃO Para: GERENTE DA FÁBRICA Por ordem do Gerente Geral, na sexta-feira, às 17 horas, o cometa de Halley vai aparecer sobre na fábrica. Se chover, por favor, reúna os funcionários, todos usando capacetes de segurança, e os encaminhe ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 76 anos. De: GERENTE DE FÁBRICA Para: CHEFE DE PESSOAL Por ordem do Gerente Geral, às 17 horas de sexta-feira, o fenomenal cometa de Halley vai aparecer no refeitório, usando capacete de segurança. Se chover, o Gerente Geral dará outra ordem, o que ocorre uma vez a cada 76 anos. De: CHEFE DE PESSOAL Para: SUPERVISOR Na sexta-feira, às 17 horas, o Gerente Geral vai aparecer no refeitório com o cometa da Halley, o que acontece a cada 76 anos. Se chover, o Gerente Geral levará o cometa para o pátio da fábrica, usando capacete de segurança. De: SUPERVISOR Para: FUNCIONÁRIOS NA SEXTA-FEIRA, ÀS 17 HORAS, QUANDO CHOVER, O FENOMENAL BILL HALLEY, USANDO CAPACETE DE SEGURANÇA E ACOMPANHADO PELO GERENTE GERAL, VAI PASSAR PELA FÁBRICA COM SEUS COMETAS. 30 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos 1.10) NÍVEIS DE INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. No desenvolvimento de uma estrutura organizacional têm-se três níveis de influência: - Nível Estratégico; - Nível Tático; - Nível Operacional. A – NÍVEL ESTRATÉGICO DE INFLUÊNCIA. O planejamento estratégico pode ser conceituado como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas em obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente. Portanto, o nível estratégico de influência considera a estrutura organizacional de toda a empresa e a melhor interação desta com o ambiente. Um exemplo de influência do nível estratégico: “A necessidade de criação de uma nova divisão da empresa para melhor adequação de um produto ao seu mercado”. B – NÍVEL TÁTICO DE INFLUÊNCIA. O planejamento tático tem por finalidade aperfeiçoar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. NÍVEL ESTRATÉGICO NÍVEL TÁTICO NÍVEL OPERACIONAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PLANEJAMENTO TÁTICO PLANEJAMENTO OPERACIONAL 31 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Portanto, o nível tático de influência considera determinado conjunto de aspectos homogêneos da estrutura organizacional da empresa. Um exemplo de influência do nível tático: “A divisão de uma área industrial em duas áreas, produção e técnica para melhor administrar dos recursos empregados.” C – NÍVEL OPERACIONAL DE INFLUÊNCIA. O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implementação estabelecidas. O planejamento operacional cria condições para a adequada realização dos trabalhos diários da empresa. Portanto, o nível operacional considera uma parte bem específica da estrutura organizacional da empresa. Um exemplo de influência do nível operacional: “A alteração da estrutura organizacional da área de sistemas com a criação de uma unidade organizacional responsável pelas atividades de ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS.” PARTE 2 CONHECENDO AS EXIGÊNCIAS E OBRIGATORIEDADES EXISTENTES DENTRO DE UMA ORGANIZAÇÃO. 2) HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO. Por Higiene do Trabalho entende-se o conjunto de normas e procedimentos que visam a proteção da integridade física e mental do trabalhador. A segurança no trabalho é, por seu lado, o conjunto de medidas técnicas destinadas a prevenir acidentes. A elaboração de um plano de Higiene e Segurança no Trabalho supõe o diagnóstico da situação e a avaliação do trabalho afim de se definirem as medidas mais adequadas. A Higiene do Trabalho tem caráter eminentemente preventivo, pois objetiva a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisoriamente ou definitivamente do trabalho. Os principais objetivos são: 32 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos 1 - Eliminação das causas das doenças profissionais; 2 - Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos; 3 - Prevenção de agravamento de doenças e de lesões; 4 - Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho. O Programa de Higiene no Trabalho envolve sistemas e métodos que garante o bem estar e a preservação da relação empregado e empregador ou empregado e empregado, sendo eles: 1 - Ambiente físico de trabalho: a iluminação, ventilação, temperatura e ruídos; 2 - Ambiente psicológico: os relacionamentoshumanos de forma agradável, tipos de atividade agradável e motivadora, estilo de gerência democrático e participativo e eliminação de possíveis fontes de estresse; 3 - Aplicação de princípios de ergonomia: máquinas e equipamentos adequados às características humanas, mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas e ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano; 4 - Saúde ocupacional: ausência de doenças por meio da assistência médica preventiva. A vida profissional pode interferir gravemente no bem-estar físico e mental, muitas vezes, desencadeando as tão temidas doenças ocupacionais. Doença ocupacional, segundo a legislação brasileira, lei no 6367/1976 é aquela que resultou de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, ou seja, é causada pelo exercício de alguma atividade profissional. L.E.R., termo muito comentado na atualidade, significa Lesões por Esforços Repetitivos. Seus sintomas resultam em dor nos membros superiores, com queixa de grande incapacidade funcional, causada pelo uso das extremidades superiores em tarefas que envolvem movimentos repetitivos ou devido a posturas forçadas. Também é conhecida por L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo) e por D.O.R.T. (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho); na realidade, porém, entre todos estes nomes talvez o mais correto tecnicamente seja o de Síndrome da Dor Regional. Contudo, como o nome L.E.R. se tornou comum e até popular, esta é a denominação adotada no Brasil. O empregador de forma alguma se encontra isento da responsabilidade de ter um Programa de Saúde Ocupacional, pois de acordo com a Lei Nº 24/94 instituiu o 33 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. Através do PCMSO é exigido o exame médico pré admissional, o exame médico periódico. Os exames médicos são exigidos quando houver retorno ao trabalho, no caso de afastamento superior a 30 dias, e também quando ocorrer a mudança efetiva de função (deve ser feito antes de ocorrer a transferência). No caso de afastamento definitivo da empresa, deve-se exigir o exame médico demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento do funcionário. Enfatizando e nunca esquecendo de que a Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, seja pela eliminação de condições inseguras do ambiente, seja pela instrução ou pelo convencimento das pessoas para a implementação de práticas preventivas. Segurança do Trabalho é uma roda viva, responsabilidade do empregador e responsabilidade do trabalhador. Há uma enorme relação entre Higiene no Trabalho e Segurança no Trabalho, pois ambos se completam, é impossível abordar um tema sem fazer uso do outro tema. A saúde e segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada. De modo genérico, Higiene e Segurança do Trabalho constituem duas atividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados. Existe uma extrema importância em se investir em Segurança e Saúde no Trabalho, pois algumas pessoas menos esclarecidas sobre o assunto procuram em determinadas circunstâncias, justificar de várias maneiras a ausência da segurança em algumas indústrias, ou o pouco interesse de outras para a prevenção de acidentes. No entanto, nada justifica tal omissão. Entre pessoas, algumas costumam afirmar: “Sem acidentes ou com acidentes o trabalho é realizado”. Não importa quem diz isso ou pensa dessa maneira. Trata-se de uma afirmação ou de um pensamento infeliz, embora não possa ser integralmente contestado. Realmente, o trabalho poderá ser executado mesmo que ocorram acidentes. Porém, nesses casos, jamais a sua realização poderá ser considerada satisfatória. A dor e a infelicidade de quem sofre ferimentos somam-se a muitos outros fatores danosos ao trabalho, tanto sob o aspecto técnico como econômico. Isso nem sempre é percebido por quem não entende e não interpreta os acidentes do trabalho em toda a sua extensão e profundidade. 34 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos As condições inseguras e os atos inseguros são as causas básicas de acidentes no trabalho. Podemos apontar como condições inseguras e atos inseguros: 1 - Condições inseguras: equipamentos sem proteção, procedimentos arriscados em máquinas ou equipamentos, armazenamento inseguro, iluminação deficiente, ventilação imprópria, temperatura elevada ou baixa no local e condições físicas ou mecânicas inseguras que constituem zonas de perigo. 2 - Atos inseguros: carregar materiais pesados de maneira inadequada, trabalhar em velocidades inseguras, utilizar esquemas de segurança que não funcionam, usar equipamento inseguro ou usá-lo inadequadamente, não usar procedimentos seguros, assumir posições inseguras, subir escadas ou degraus depressa, distrair, negligenciar, brincar, arriscar, correr, pular, saltar e abusar. Algumas medidas simples ajudam a diminuir o número de acidentes, alguns exemplos são: 1 - Sinalizar toda a empresa; 2 - Empregados novos, usar capacete de cor diferente; 3 - Uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) atuante; 4 - Campanhas de prevenção de acidentes; 5 - Kit de primeiros socorros; 6 - Realização periódica da Semana Interna de Acidentes no Trabalho (SIPAT); 7 - Treinamento da brigada de incêndio; 8 - Revisar extintores; 9 - Chaves de segurança; 10 - Treinamentos para prevenir acidentes; 11 - Apoio da direção e das chefias. Prevenção de acidentes e administração de riscos ocupacionais relacionam- se com segurança do trabalho, sua finalidade e antecipar os riscos de acidentes e com isso minimizá-los. A prevenção de acidentes é a eliminação das condições inseguras e isso se dá através do mapeamento de áreas de riscos, uma análise profunda dos acidentes e apoio irrestrito da alta administração. A informação, o treinamento e a capacitação de todos os envolvidos no processo são elementos-chave para empreendimentos seguros e saudáveis, com produtividade e qualidade. 35 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos As empresas são obrigadas a investir em higiene e segurança no trabalho, pois de acordo com as Normas Regulamentadoras –NR, a segurança e medicina do trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do trabalho – CLT . Uma Norma Regulamentadora (NR) objetiva explicitar as determinações contidas nos artigos 154 a 201 da CLT, para que sirvam de balizamento, de parâmetro técnico às pessoas ou empresas que devem atender aos ditames legais e que, também, devem observar o pactuado nas Convenções e nos Acordos Coletivos de Trabalho de cada categoria e nas Convenções Coletivas sobre Prevenção de Acidentes. Todo e qualquer empregado que exercer de forma habitual ou esporádica qualquer atividade de risco, em que exponha a sua segurança pessoalou coletiva deve-se fazer o uso de EPI’s (Equipamento de Proteção Individual). O EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Alguns tipos de EPI são: capacete, capuz, óculos, protetor facial (creme água resistente, creme óleo resistente e cremes especiais), luvas de proteção, dedeiras, proteção de mãos, dedos e braços de riscos mecânicos, térmicos e químicos, calçados de segurança, botas e botinas, cintos de segurança, trava quedas, cadeiras suspensas, etc. 2.1) CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES). Segundo a legislação brasileira, uma comissão constituída por representantes indicados pelo empregador e membros eleitos pelos trabalhadores, de forma paritária, em cada estabelecimento da empresa, que tem a finalidade de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA tem suporte legal no artigo 163 da Consolidação das Leis do Trabalho e na Norma Regulamentadora nº 5 (NR 5), aprovada pela Portaria nº 08/99, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e 36 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Emprego. A NR 5 trata do dimensionamento, processo eleitoral, treinamento e atribuições da CIPA. As empresas devem constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes nos estabelecimentos que se enquadrem no Quadro I da NR 5, de acordo com a atividade econômica e o número de empregados. A CIPA deverá ter mandato de um ano, e ser assim constituída: igual número de representantes do empregador (indicados pela empresa) e de representantes dos empregados (eleitos); o presidente da CIPA deve ser escolhido pela empresa, dentre os membros por ela indicados; o vice-presidente da CIPA deve ser eleito dentre os representantes eleitos titulares, em eleição de que participam todos os representantes eleitos, inclusive os suplentes; o secretário da CIPA pode ser escolhido entre os membros da Comissão ou até mesmo ser um funcionário que dela não faça parte, mas seu nome precisa ser necessariamente aprovado por todos os cipeiros, eleitos e indicados. Cabe ao presidente e ao vice-presidente da CIPA mediar conflitos, elaborar o calendário de reuniões ordinárias e constituir Comissão Eleitoral para a regular o processo de eleição da CIPA subsequente. Cabe ao secretário da CIPA elaborar as atas das reuniões ordinárias da Comissão. Quando o estabelecimento não se enquadra na obrigatoriedade de constituição de CIPA, é exigida a designação de uma pessoa com o treinamento específico, para desempenhar as atribuições da Comissão. O objetivo da CIPA é "observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos..." Sua missão é, portanto, a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores. Seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa, entre gerentes e empregados, em relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando a humanização do trabalho. Não obstante, a CIPA é um órgão supracorporativo e independente, não subordinado a nenhuma área da empresa nem a nenhum funcionário desta. A Consolidação das Leis do Trabalho e a Constituição Federal brasileira garantem aos membros titulares da CIPA eleitos (os representantes dos empregados) dois anos de estabilidade no emprego, durante os quais só poderão ser desligados através de demissão por justa causa. O período de estabilidade, na verdade, tem uma duração um pouco maior do que dois anos: vai do momento de 37 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos registro da candidatura do empregado à CIPA até um ano após o término de seu mandato. Hoje é reconhecida também a estabilidade do suplente eleito, conseguida através de jurisprudência. Qual o objetivo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes? Cabe à CIPA apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança, uma vez que o órgão de segurança aponta soluções. Alguns requisitos de um plano de segurança: 1 - A segurança em si é uma responsabilidade de linha e uma função de staff (para todos); 2 - De acordo com as especificações da empresa são os meios materiais preventivos; 3 - A segurança deve abranger todos os locais da empresa; 4 - O plano de segurança envolve pessoal e trabalho, além dos fatores sócio- psicológicos; 5 - A segurança do trabalho treina técnicos e operários, cumpre normas de segurança, simula acidentes, inspeciona equipamentos, roupagem adequada, etc. Quais são os princípios que regem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes? 1 - Apoio ativo da administração; 2 - Manutenção de pessoal dedicado exclusivamente à segurança; 3 - Instruções de segurança para cada trabalho; 4 - Instruções de segurança a empregados novos; 5 - Integração de todos os empregados no espírito de segurança; 6 - Extensão do Programa de Segurança fora da companhia; 7 - Não deve haver confusão entre CIPA e o Órgão de segurança. 2.3) LAUDOS E PROGRAMAS. PPRA: São as iniciais do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais, trata-se de uma legislação federal, especificamente a Norma Regulamentadora nº 09, emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 1994. 38 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - O objetivo do PPRA: É estabelecer uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores, frente aos riscos dos ambientes de trabalho. O PPRA precisa ser revisto e renovado anualmente. - Os riscos ambientais: Para efeito do PPRA, os riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores. - Obrigações do PPRA: A elaboração e implementação do PPRA é obrigatória para todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados. Não importa grau de risco ou a quantidade de empregados. Assim, tanto um condomínio, uma loja ou uma refinaria de petróleo, todos estão obrigados a ter PPRA, cada um com suas próprias características e complexidade. - A elaboração do PPRA: São realizados por Técnicos de Segurança, Engenheiros de Segurança e Médicos do Trabalho, legalmente habilitados. O PPRA é um programa de ação contínua, não é um documento. Já o documento-base gerado quando de sua elaboração e as ações que compõem o programa podem ser solicitados pelo Fiscal. Caso a empresa possua o documento-base e não existam evidencias de que esteja sendo praticado, o Fiscal entenderá que o programa NÃO EXISTE. PCMSO: São as iniciais do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, trata-se de uma legislação federal, especificamente a Norma Regulamentadoras nº 07, emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 1994. - O objetivo do PCMSO: É de monitorar por anamnesee exames laboratoriais a saúde dos trabalhadores. Tem por objetivo identificar precocemente qualquer desvio que possa comprometer a saúde dos trabalhadores. O objetivo do PPRA é levantar os riscos existentes e propor mecanismos de controle. Os riscos NÃO ELIMINADOS são objeto de controle pelo PCMSO. Portanto, sem o PPRA não existe PCMSO, devendo ambos estarem permanente ativos. Não havendo estes programas a multa pode variar de 1.129 ufir a 3.884 ufir. Em caso de reincidência a multa sobe para 6.304 ufir. Porém a multa é o problema menos. Caso um funcionário venha a contrair qualquer doença ocupacional, os empregadores respondem judicialmente pelo dano causado. 39 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos LTCAT: Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho. O LTCAT tem validade indefinida, atemporal, ficando atualizado permanentemente, enquanto o “layout” da empresa não sofrer alterações. - A obrigatoriedade do LTCAT: O parágrafo 3º do Art. 58 Lei 8213/91 com o texto dado pela Lei 9528/97 diz que: A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo, estará sujeito à penalidade prevista no Art. 133 desta Lei, que foi republicada na MP 1596-14 de 10/11/97 e convertida na Lei 9528 de 10/12/97. Este documento deve estar disponível na empresa para análise dos Auditores Fiscais da Previdência Social, Médicos e Peritos do INSS, devendo ser realizadas as alterações necessárias no mesmo, sempre que as condições de nocividade se alterar. Guardando-se as descrições anteriormente existentes no referido Laudo, juntamente com as novas alterações introduzidas, datando-se adequadamente os documentos, quando tais modificações ocorrerem. PARTE 3 3) RELAÇÕES DO TRABALHO. Diferença entre trabalho e emprego “Vale dizer que há diferença entre trabalho e emprego. Trabalho envolve a atividade executada em si, emprego refere-se ao cargo ou ocupação de um indivíduo numa empresa ou órgão público”. Começa a vigorar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sancionada pelo Presidente Getúlio Vargas. Desde então, a CLT regulamenta as relações individuais e coletivas do trabalho e unifica as leis laborais do Brasil. A CLT surgiu como uma necessidade constitucional após a criação da Justiça do Trabalho em 1939. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do trabalho e ao Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. Ela foi fortemente inspirada na Carta del Lavoro do governo de Benito Mussolini na Itália. 40 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. Foi assinada em pleno Estádio de São Januário (Clube de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para a comemoração da assinatura da CLT. Transcrição do art. 1º da CLT. Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. O termo "celetista", derivado da sigla "CLT", costuma ser utilizado para denominar o indivíduo que trabalha com registro em carteira de trabalho. Em oposição a CLT, existem funcionários que são regidos por outras normas legislativas do trabalho, como aqueles que trabalham como pessoa jurídica (PJ), profissional autônomo, ou ainda como servidor público pelo regime jurídico estatutário federal. Embasado na CLT fez uma relação de alguns dos principais diretos dos Trabalhadores no Brasil. E como muitos, empregados e empregadores não tem conhecimento desses direitos, prezamos por aqueles que tem mais relevância no contexto trabalhista, e os que são mais utilizados nas pelos profissionais de Departamento Pessoal. Seguem: - CARTEIRA DE TRABALHO: Assinada desde o primeiro dia de serviço. (Obs. a carteira deve ficar em posse do empregado, devendo o empregador quando do registro devolvê-la em até 48 horas mediante o recibo de entrega assinado). Os empregados devem obrigatoriamente enviar sua CTPS para as devidas atualizações, sempre que ocorrer qualquer alteração sendo ela de qualquer natureza, principalmente em caso de férias; - DOCUMENTOS ADMISSIONAIS: Carteira Profissional Xerox da Cédula de Identidade Xerox do CPF Xerox do Título de Eleitor Xerox do Cartão do PIS se possuir Xerox do Comprovante de Residência atual Foto 3x4 recente Xerox da Certidão de Nascimento dos filhos até 14 anos 41 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Xerox da Certidão de casamento Xerox da reservista Xerox da Carteira de habilitação (no caso de exercer na empresa a função de motorista) Exame médico admissional de acordo com a NR7 3.1) EXAMES MÉDICOS. De admissão e demissão; Todo trabalhador regido pela CLT, sendo facultativo ao empregado doméstico, devem submeter-se aos exames médicos ocupacionais, sendo estes obrigatórios na admissão, na demissão e periodicamente no curso do vínculo empregatício. Os custos dos exames é responsabilidade do empregador. A finalidade dos exames ocupacionais para o empregador resulta na redução do absenteísmo por motivado por doenças; redução de acidentes potencialmente graves; garante empregados mais adequados à função, com melhor desempenho, além das implicações legais. Para os empregados a garantia de condições de saúde para o desempenho da função, minimizando a chance de arbitrariedades em caso de doença ou acidente. As condições e procedimentos deverão ser realizados de acordo com as disposições contidas na NR – 7. - Admissional: Deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades. - Periódico: Deverá ser realizado de acordo com os intervalos mínimos de tempo abaixo discriminados: A - Para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos: A cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho; De acordo com à periodicidade especificada no Anexo n.º 6 da NR 15, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas (sob pressão de ar); B - Para os demais trabalhadores: 42 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade; A cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade. - De retorno ao trabalho: Deverá ser realizado obrigatoriamenteno primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. - De mudança de função: Deverá ser realizado por mudança de função a e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança. - Demissional: No exame médico demissional, será obrigatoriamente realizada até a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR 4; 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR 4. Para cada exame médico realizado, o médico deverá emitir o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias: A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho; A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. 3.2) CONTRATO DE TRABALHO. Contrato de trabalho é o acordo de vontades, tácito ou expresso, entre empregado e empregador, em que o primeiro se compromete a trabalhar para o segundo, que o remunera. Além desse compromisso legal é importante que haja entre as partes, um compromisso ético de lealdade em que o empregado presta os 43 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos serviços com dedicação e responsabilidade e o empregador cria oportunidades, além de cumprir a legislação. O contrato tácito é aquele em que nada se convencionou, nasce espontaneamente. O contrato expresso é aquele em que as partes acertaram as suas condições, podendo ser firmado verbalmente ou por escrito. Desde que estejam presentes as condições da relação de emprego: trabalho e salário, subordinação e habitualidade, há a contratação de trabalho com vínculo empregatício. O empregador que não observar esses aspectos e não conferir ao trabalhador todos os direitos trabalhistas pode ser condenado a fazê-lo com os efeitos retroativos ao tempo do início da prestação do trabalho. A CLT, em seu art. 2 define o empregador como aquele que: Assume os riscos da atividade econômica; Admite; Assalaria; Dirige a prestação de serviços. E no art. 3, a CLT define empregado como a pessoa física que presta serviços ao empregador: De maneira não-eventual; Sob dependência; Mediante salário. O empregador por sua vez pode adotar normas internas ou regimento interno, claro e de forma explícita a seus empregados, por escrito e afixado em local de fácil acesso e visão, onde o empregador estabelece normas disciplinares e condutas ou concede direitos mais favoráreis aos empregados, que os já previstos em lei. Sendo o contrato de trabalho de trabalho tácito ou verbal, prevalecerão as normas adotadas na relação de emprego artigo 477 da CLT. No contrato de trabalho, quando expresso e escrito deve conter os seguintes itens, que irão determinar as condições específicas da relação de emprego em que se refere. Identificação do empregador: nome/razão social; endereço completo; CNPJ. Identificação do empregado: nome; nacionalidade; estado civil; profissão; endereço completo; número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social; cargo e função; local de trabalho; salário; forma de pagamento; carga horária semanal; horário de trabalho; período de experiência. 44 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Demais informações: local e data; assinaturas; outras cláusulas (descontos autorizados, crédito dos salários, normas e regulamentos de trabalho). - SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO: A suspensão e a interrupção do contrato de trabalho ocorrem qdo o empregado se afasta do trabalho (arts. 471 a 476 da CLT). Na interrupção do contrato de trabalho o empregado é remunerado normalmente, embora não trabalhe; o seu tempo de serviço é contado para todos os efeitos; há uma cessação provisória e parcial do contrato de trabalho. Exemplos: férias, quinze primeiros dias de licença para tratamento de saúde, dentre outros. Na suspensão do contrato de trabalho o emrpegado fica afastado e não recebe salário; o seu tempo de serviço não é contado; há a cessação provisória e total do contrato de trabalho. Exemplos: prestação de serviço militar e suspensão disciplinar, entre outras. No retorno ao trabalho, nos casos de suspensão ou de interrupção do contrato de trabalho, o empregado tem direito a todas as vantagens legais ou normativas que forem atribuídas à categoria a que pertence na empresa (art. 471 CLT). - SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO PARA A PARTICIPAÇÃO DO TRABALHADOR EM CURSO OU PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: A Medida Provisória nº 1.726, de 03/11/1998, introduziu na legislação trabalhista brasileira a modalidade acima de suspensão do contrato de trabalho. São requisitos para a suspensão do contrato, nos termos da M. P. nº 1.726/98, os seguintes: O período de suspensão deve ser de 2 a 5 meses; O empregador deverá oferecer aos empregados programa de qualificação profissional com duração correspondente so período de suspensão; Deve haver acordo ou convenção coletiva de trabalho estabelecendo as condições da suspensão; Deve haver concordância formal do empregado; O contrato não poderá ser suspenso mais de uma vez no período de 16 meses; O empregador poderá conceder ai empregado uma ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, que será prevista na norma coletiva; 45 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Durante o período de suspensão, o empregado terá direito aos benefícios voluntariamente concedidos pelo empregador; O empregado terá direito a uma bolsa de qualificação profissional custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, regulamentada nos moldes do seguro desemprego; Ocorrendo a dispensa do empregado durante a suspensão, ou nos 3 meses a ela subsequentes, o empregador será obrigado a pagar, além das verbas indenizatórias, multa a ser estabelecida na convenção que regulamenta a suspensão; Na infringência de qualquer dos requisitos acima, descaracteriza-se a suspensão e o empregador deverá pagar, além das penalidades previstas na norma coletiva, os salários e encargos do período. - CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO: É aquele que tem prazo certo para início, sem previsão de término. - CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO: É aquele que tem prazo certo para início e término, dependendo de termo prefixado, da execução de serviços especificados ou, ainda, da realização de acontecimento suscetível por previsão aproximada (art. 443 da CLT – Lei 9601/98). O contrato por prazo determinado: Só pode ser prorrogado uma vez (art. 451 da CLT) Não pode ultrapassar 2 anos no total de seu tempo de duração (art. 445 da CLT). Tal contrato, a contagem do tempo de duração é de grande importância, pois a sua ultrapassagem, transforma-o em contrato por prazo determinado. Portanto, a contagemdo tempo pode ser em dias, meses ou anos, e deve ser procedida da seguinte maneira: Dias: Contam-se os dias uma a um; o dia determinado como início do contrato é o primeiro e assim por diante até a data do término, que é o último dia. Esse período deve corresponder ao número de dias fixado no contrato. Meses: Conta-se o primeiro mês desde o dia de início do contrato até o dia anterior do mês seguinte e assim sucessivamente, até completar o número de meses determinado em contrato. Anos: Contam-se os anos da data de início do contrato até o dia anterior do mesmo mês do ano seguinte. 46 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: Trata-se de um tipo de contrato por prazo determinado (alínea c do art. 443 da CLT), com as mesmas características, mas que não pode ultrapassar 90 dias no total de seu tempo de duração (parágrafo único do art. 445 da CLT), podendo ser firmado por períodos inferiores e ser divido em dois períodos. Esse contrato tem a finalidade de experiência recíproca entre empregado e empregador. Nesse período, o empregador deverá verificar o desempenho do novo empregado e sua adaptação às características do trabalho e da empresa, e o empregado estará atento à sua satisfação pessoal e a suas possibilidades de crescimento dentro do novo emprego. - CONTRATO MENOR E MENOR APRENDIZ: Os artigos 402 ao 441 da CLT trata do Trabalho do Menor, estabelecendo as normas a serem seguidas por ambos os sexos no desempenho do trabalho. A Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXXIII considera menor o trabalhador de 16 (dezesseis) a 18 (dezoito) anos de idade. Segundo a legislação trabalhista brasileira é proibido o trabalho do menor de 18 anos em condições perigosas ou insalubres. Os trabalhos técnicos ou administrativos serão permitidos, desde que realizados fora das áreas de risco à saúde e à segurança. Ao menor de 16 anos de idade é vedado qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 anos. A partir dos 14 anos é admissível o Contrato de Aprendizagem, o qual deve ser feito por escrito e por prazo determinado conforme artigo 428 da CLT. Ao menor é devido, no mínimo, o salário mínimo federal, inclusive ao menor aprendiz é garantido o salário mínimo hora, uma vez que sua jornada de trabalho será de no máximo 6 horas diárias, ficando vedado prorrogação e compensação de jornada, podendo chegar ao limite de 8 horas diárias desde que o aprendiz tenha completado o ensino fundamental, e se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. Outra função que pode ser exercida por menores é o Estágio. Alunos que estiverem frequentando cursos de nível superior, profissionalizante de 2º grau, ou escolas de educação especial podem ser contratados como estagiários. O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza e o estagiário poderá receber bolsa, ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, devendo o estudante, em qualquer hipótese, estar segurado contra acidentes pessoais. O artigo 427 da CLT determina que todo empregador que empregar menor será obrigado a conceder-lhe o tempo que for necessário para a frequência às aulas. 47 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos A prestação de serviço extraordinário pelo empregado menor somente é permitida em caso excepcional, por motivo de força maior e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. É proibido ao empregador fracionar o período de férias dos empregados menores de 18 (dezoito) anos. Outras características no contrato de trabalho com menores: - São proibidos de trabalhar no horário das 22:00 as 05:00 horas (considerado como horário noturno); - É licito ao menor firmar recibos de pagamentos, mas a rescisão deverá ter a representação dos pais ou responsáveis legais; - Mesmo que o menor fique afastado para cumprimento de serviço militar e não receba nenhum vencimento da empresa, deverá ter seu FGTS depositado mês a mês. - CONTRATO DE TRABALHO AUTÔNOMO: “Palavra que serve de qualificativo a tudo o que possui autonomia ou independência, isto é, de tudo quanto possa funcionar ou manter-se independentemente de outro fato ou ato”. Desta forma, AUTÔNOMO é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo empregatício, por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A prestação de serviços é de forma eventual e não habitual (Lei 8.246/91). Exemplo: um contabilista, que mantém escritório próprio, e atende a diversos clientes. - CONTRATO DE TRABALHO ESTAGIÁRIO: A Lei nº 6.494/1977 e o Decreto nº 87.497/1982, que a regulamentou, dispõe sobre o estágio e estabelecem os procedimentos para a contratação de estagiários. Estagiário é o aluno matriculado e que esteja frequentando curso vinculado ao ensino público e particular nos níveis de educação superior, de ensino médio, de educação profissional de nível médio ou superior ou escolas de educação especial, e que desenvolve as atividades relacionadas à sua área de formação profissional junto às pessoas jurídicas de Direito Privado, órgãos de Administração Pública e Instituições de Ensino, que tenham condições de proporcionar experiência prática na sua linha de formação. Somente a pessoa jurídica pode aceitar estagiários. 48 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO: O trabalhador temporário, regido pela Lei nº 6.019/74, tem algumas particularidades em relação ao empregado normal, regido pela CLT. Possui uma legislação própria e nem sempre utilizam-se as mesmas rotinas. É aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidades transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário. A inobservância qualifica automaticamente empregado normal. A duração do contrato não poderá exceder de 3 meses, salvo autorização expressa pelo órgão local do Ministério do Trabalho (DRT). - CONTRATO DE TRABALHO DOMÉSTICO: Lei 5859/72 considera empregado doméstico aquele maior de 18 anos que presta serviços de natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferenciador do emprego doméstico é o caráter não econômico da atividade exercida no âmbito residencial do empregador. O caseiro também é considerado empregado doméstico, quando o sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa. A Constituição Federal de 1988, por sua vez, concedeu outros direitos sociais aos empregados doméstico, tais como: salário mínimo, irredutibilidade salarial, repouso semanal remunerado, gozo de férias anuais remuneradas com 1/3 a mais do salário normal, licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias, licença-paternidade, aviso-prévio, aposentadoria e integração à Previdência Social. Com a edição da Lei n.º 11.324, de 19 de julho de 2006, que alterou artigos da Lei n.º 5.859, de 11 de dezembro de 1972, os trabalhadores domésticos firmaram direito a férias de 30 dias,obtiveram a estabilidade para gestantes, direito aos feriados civis e religiosos, além da proibição de descontos de moradia, alimentação e produtos de higiene pessoal utilizados no local de trabalho. - CONTRATO DE TRABALHO RURAL: O trabalho rural está regulado pela Lei nº 5.889/73, regulamentado pelo Decreto nº 73.626/74 e no artigo 7º da Constituição Federal/88. Ao trabalhador rural é assegurado no mínimo o salário mínimo, devendo-se observar o piso salarial da categoria a que pertencer o empregado. Empregado rural é toda a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual ao empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. A jornada de trabalho é de 44 horas semanais e 220 horas 49 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos mensais. Entre duas jornadas deve-se estabelecer um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. - CONTRATO DE TRABALHO AVULSO: O trabalhador avulso é aquele que presta serviços sem vínculo de emprego com o tomador do serviço, mas com a intermediação do sindicato da categoria (Lei 8.212/91). - CONTRATO DE TRABALHO POR TERCEIRIZAÇÃO: No sentindo administrativo, terceirização significa descentralizar à terceiros, processos auxiliares (atividade- meio) à atividade principal (atividade-fim). Modismo ou não, as empresas tem recorrido à terceirização, como meio de atender o trinômio: produtividade, qualidade e competividade no mercado, frente a atual política imposta pelo governo brasileiro. No sentido legal, a terceirização veio a ser reconhecida pelo Enunciado nº 331, do Tribunal Superior do Trabalho - TST, em dezembro/93, que alterou o conteúdo da Enunciado 256, que colocava obstáculo quanto a terceirização. - Requisitos: Segundo o Enunciado, 3 é o número de requisitos necessários, para caracterização legal da terceirização, os quais são: ATIVIDADE-MEIO: A descentralização de atividades, somente poderá ocorrer nas atividades auxiliares a sua atividade principal. São exemplos de atividades auxiliares: manutenção, restaurante, limpeza, segurança, administração, etc. IMPESSOALIDADE: A contratação de empresa, de personalidade jurídica (PJ), não há diretamente a pessoalidade, porque tem a opção de contratar empregados para prestarem o serviço, junto o tomador. Já a contratação de profissionais autônomos (PF), muito embora seja ele quem deverá executar o serviço, deve-se tomar o cuidado para não ficar subordinado a horário de trabalho e subordinado hierarquicamente, pois do contrário, poderá caracterizar a pessoalidade. SUBORDINAÇÃO DIRETA: Qualquer forma de contratação de terceiros, não poderá haver a subordinação direta (hierárquica), isto é, o tomador de serviços não poderá ficar dando ordens aos empregados da contratada ou autônomo profissional. 3.3) SALÁRIO MÍNIMO. De acordo com a Constituição de 1988, o salário mínimo deve suprir as necessidades básicas (alimentação, moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social) do trabalhador e sua família. A lei máxima 50 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos do nosso país também define o reajuste periódico do salário mínimo para preservar o seu poder aquisitivo do trabalhador. O valor do salário mínimo nacional é estabelecido e reajustado pelo governo federal brasileiro. O salário mínimo passou a vigorar no Brasil a partir de 1º de maio de 1940 (criado pelo decreto lei nº 399 de abril de 1938), durante o governo de Getúlio Vargas. 3.4) IRREDUTIBILIDADE SALARIAL. Fixado em lei(Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal – Art. 468 CLT). Sendo como o direito salarial que não pode ser reduzido, salvo em casos de acompanhamento judicial e sindical, a fim de se evitar um dano social agravante. Exemplos: Falência, queda de produtividade. 3.5) PAGAMENTO DE SALÁRIO. De acordo com o § 1º do art. 459 da CLT, o prazo para pagamento de salários vai até o 5º dia útil, subsequente ao mês de competência. 3.6) JORNADA DE TRABALHO (REPOUSO – INTERVALO – DESCANSO). Artigo 58 – A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. § 1º – Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. § 2º – O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. § 3º – Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o 51 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração. Art. 61 – Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. § 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação. § 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. § 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente. - REPOUSO SEMANAL REMUNERADO: De acordo com o artigo nº 67 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), todos os trabalhadores devem ter um descanso semanal, salvo o direito de um descanso ao menos 1 domingo por mês. - INTERVALOS PARA DESCANSO: Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de 2 horas. Não excedendo de 6 horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 minutos quandoa duração ultrapassar 4 horas. - DESCANSO INTERJORNADA: Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. 52 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos 3.7) REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS – DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. - FÉRIAS DE 30 (TRINTA) DIAS COM 1/3 CONSTITUCIONAL: Remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 meses de serviço prestado à mesma pessoa ou família, contado da data da admissão. Tal período, fixado a critério do empregador, deverá ser concedido nos 12 meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. O empregado poderá requerer a conversão de 1/3 do valor das férias em abono pecuniário (transformar em dinheiro 1/3 das férias), desde que requeira até 15 dias antes do término do período aquisitivo (Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal). O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 dias antes do início do respectivo período de gozo (art. 145, CLT). - FÉRIAS PROPORCIONAIS, NO TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO: No término do contrato de trabalho. Em razão da Convenção nº 132 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), promulgada pelo Decreto Presidencial nº 3.197, de 5 de outubro de 1999, a qual tem força de lei e assegurou a todos os empregados, inclusive os domésticos, o direito a férias proporcionais, independentemente da forma de desligamento (arts. 146 a 148, CLT). Mesmo que incompleto o período aquisitivo de 12 meses. Assim, o empregado que pede demissão antes de completar 12 meses de serviço, tem direito a férias proporcionais. TABELA DE FÉRIAS DO Art. 130 - FÉRIAS COLETIVAS: São férias coletivas as concedidas, de forma simultânea, a todos os empregados de uma empresa, ou apenas aos empregados de determinados estabelecimentos ou setores de uma empresa, independentemente de terem sido completados ou não os respectivos períodos aquisitivos. Até – injustificadas Direito a Férias 5 – faltas 30 De 6 a 14 – faltas 24 De 15 a 23 – faltas 18 De 24 a 32 – faltas 12 Acima de 32 – faltas 00 53 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos As férias coletivas podem ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. Sendo devido comunicar o Departamento Regional do Trabalho sobre o período de gozo coletivo com no mínimo 15 (quinze) dias de antecedência. - DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO: Esta gratificação é concedida anualmente, em duas parcelas. A primeira, entre os meses de fevereiro e novembro, no valor correspondente à metade do salário do mês anterior, e a segunda, até o dia 20 de dezembro, no valor da remuneração de dezembro, descontado o adiantamento feito. Se o empregado quiser receber o adiantamento, por ocasião das férias, deverá requerer no mês de janeiro do ano correspondente (Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal, Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, e regulamentada pelo Decreto nº 57.155, de 3 de novembro de 1965). 3.8) LICENÇAS. - LICENÇA MATERNIDADE: Licença Maternidade de 120 dias, com garantia de estabilidade desde o início da gestação até 5 meses após o parto. A legislação garante a estabilidade da empregada gestante a partir da confirmação da gravidez, exceto no caso do contrato de experiência ou determinado. Determina ainda que o período de licença-maternidade da empregada gestante é de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. Este entendimento está consubstanciado no artigo 10, II, "b" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal/88, o qual confere à empregada gestante a estabilidade provisória, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Art. 396 – Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. - LICENÇA PATERNIDADE: De 5 (cinco) dias corridos, para o empregado, a contar da data do nascimento do filho (Art. 7º, parágrafo único, da Constituição Federal, e art. 10, § 1º, das Disposições Constitucionais Transitórias). 3.9) USO DO VALE TRANSPORTE. 54 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - VALE TRANSPORTE: Vale-Transporte com o desconto máximo de 6% do Salário; Instituído pela Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e regulamentado pelo Decreto nº 95.247, de 17 de novembro de 1987, é devido ao empregado quando da utilização de meios de transporte coletivo urbano, intermunicipal ou interestadual com características semelhantes ao urbano, para deslocamento residência/trabalho e vice-versa. Para tanto, o empregado deverá declarar a quantidade de vales necessária para o efetivo deslocamento. Não existe determinação legal de distância mínima para que seja obrigatório o fornecimento do Vale-Transporte, então, o empregado utilizando-se de transporte coletivo por mínima que seja à distância, o empregador é obrigado a fornecê-los. Entende-se que o empregador não é obrigado a fornecer vale-transporte ao empregado que utilize veículo próprio de locomoção ou carona (carro, moto, bicicleta), resida próximo à empresa e desloque-se caminhando, em período de férias, licença médica, licença-maternidade. Quando utiliza veículo próprio ou quando não necessitar de vale-transporte por outros motivos, no formulário denominado Termo de Opção do Vale- Transporte o empregado deve informar essa situação e justificá-la. Exemplo: “Não opto pelo uso do vale-transporte porque uso veículo próprio”. Art. 7º, § 3º, do Decreto nº 95.247/1987. - Horas In Itinere: O tempo gasto pelo empregado em transporte fornecido pelo empregador, de ida e retorno, até o local da prestação dos serviços de difícil acesso e não servido por transporte público regular, deve ser computado na jornada de trabalho. Logo, se o tempo de percurso mais as horas efetivamente trabalhadas excederem a jornada normal de trabalho, o excesso deverá ser remunerado como serviço extraordinário, relativo às horas "in itinere". Caso haja transporte público regular em parte do trajeto percorrido em transporte do empregador, o pagamento das horas "in itinere" se limita apenas ao percurso não servido por transporte público. 3.10) FGTS (FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO). - FGTS 8%: Depósito de 8% do salário em conta favorecida ao empregado. Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, todas as empresas sujeitas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ficam obrigadas a depositar, até o dia 07 (sete) de cada mês, em 55 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos contas bancárias vinculadas, importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga no mês anterior a cada empregado, optante ou não, excluída as parcelas não mencionadas nos Artigos 457 e 458 da CLT. Todos os trabalhadores regidos pela CLT que firmaram contrato de trabalho a partir de 05/10/1988. Antes dessa data, a opção pelo FGTS era facultativa. Também têm direito ao FGTS os trabalhadoresrurais, os temporários, os avulsos, os safreiros (operários rurais, que trabalham apenas no período de colheita) e os atletas profissionais (jogadores de futebol, vôlei, etc.). O diretor não-empregado poderá ser equiparado aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. É facultado ao empregador doméstico recolher ou não o FGTS referente ao seu empregado. A opção pelo recolhimento estabelece a sua obrigatoriedade enquanto durar o vínculo empregatício. O FGTS não é descontado do salário, é obrigação do empregador. - Quem deposita?: O empregador ou o tomador de serviços faz o depósito na conta vinculada ao FGTS do trabalhador. O depósito pode ser feito até o dia 7 de cada mês. Valor de depósito? – O depósito equivale a 8% do valor do salário pago ou devido ao trabalhador, cujo contrato é regido pela CLT. No caso de contrato de trabalho firmado nos termos da Lei n.º 180/05, que trata dos contratos de aprendizagem, destinados à contratação de menores aprendizes, o percentual é reduzido para 2%. Conferência e acompanhamento dos depósitos - A cada dois meses, o trabalhador recebe em sua casa o extrato do FGTS, podendo verificar se os depósitos estão sendo efetuados regularmente. Caso o trabalhador não esteja recebendo o extrato, é necessário atualizar o endereço em qualquer agência da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, no sítio da CAIXA ou, por meio do telefone 0800 726 0101. Caso perceba que o depósito não está sendo efetuado, o trabalhador deve procurar a Delegacia Regional do Trabalho - DRT, já que o responsável pela fiscalização das empresas é o Ministério do Trabalho e Emprego. - FGTS MULTA 40%: É o acréscimo legal sobre valor em conta devidamente depositado, sendo devido no caso de demissão sem justa causa; Art. 9º – Ocorrendo despedida sem justa causa, ainda que indireta, com culpa recíproca, por força maior ou extinção normal do contrato de trabalho a termo, inclusive a do trabalhador temporário, deverá o empregador depositar, na conta 56 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos vinculada do trabalhador no FGTS, os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais cabíveis. § 1º - No caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta, o empregador depositará, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a 40% do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para este fim, a dedução dos saques ocorridos. 3.11) INSS (INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL). - CONCEITO: Tanto os empregados quanto os empregadores têm a obrigação de recolher suas contribuições para esse Instituto, por iniciativa do empregador. - DESCONTO E RECOLHIMENTO: Para os empregados, as contribuições são descontadas em folha de pagamento e recolhidas ao INSS pelo empregador, no momento de sua própria contribuição. Por meio da Resolução Nº 657/98 o INSS instituiu a GPS (Guia da Previdência Social), que pode ser adquirida no comércio ou confeccionada pelo próprio contribuinte, desde que atendidas as especificações constantes da resolução. O percentual de desconto do INSS para o empregador é fixo e sob o percentual de 11% do salário contribuição, já o dos empregados respeitam uma tabela fixada pela Instituição anualmente tendo como variante de 8 a 11% do salário contribuição. Sendo ambas as contribuições recolhidas em uma mesma GPS e em uma única data, sob a identificação do empregador (nome/razão social; CNPJ/CEI). 3.12) IRRF (IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE). - CONCEITO: É um tributo que incide também sobre o rendimento do trabalho, recolhido ao governo federal por meio da Secretaria da Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda. Respeitando a tabela fixada pela Secretaria anualmente. 3.13) HORA EXTRA – BANCO DE HORAS. - HORAS EXTRAS: Via de regra, as horas excedentes à jornada diária de trabalho normal (incluindo compensação semanal), são caracterizadas como horas 57 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos extraordinárias. Seu adicional é de no mínimo 50% sobre o salário normal, podendo variar conforme Convenção ou Acordo coletivo de trabalho. Quando o empregado percebe adicionais (insalubridade, periculosidade, etc.), a base para cálculo das horas extras será o resultado cumulativo dos adicionais. Exemplo: Horas Extras de 50% + Adicional de Periculosidade de 30%. Sua base será 1.50 x 1.30 = 1.95 ou seja 95%, e não 80% (50 + 30%). Art. 58 § 1º: “Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Parágrafo acrescentado”. Fundamento Legal: Constituição Federal de 1988 consagrou as horas extras quando dispôs no inciso XVI art.7º “remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal” Dessa forma permitiu que o empregado pudesse executas horas extras, mediante o pagamento de 50% a mais do valor da hora normal nos dias úteis. Art. 59º da CLT “A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho”. A execução das horas extras está vinculada à autorização previamente acordada. Este acordo pode se dar entre as partes – empregador e empregado – ou ainda estar previsto no acordo ou convenção coletiva da categoria a qual o empregado pertence. É prudente, quando da assinatura do contrato de trabalho, firmar o referido termo de prorrogação de horas o qual define a forma e valor das horas extras, dando ciência explícita ao empregado dos detalhes. Este termo é um formulário emitido por uma programa de gestão de pessoa ou adquirido numa papelaria, devendo conter os dados do empregador, do empregado e as informações do valor e adicional das horas extras. A emissão do termo deve ser realizada por empregado e não de forma coletiva. - ACORDO DO BANCO DE HORAS: O chamado "banco de horas" é uma possibilidade admissível de compensação de horas, vigente a partir da Lei 9.601/1998. Trata-se de um sistema de compensação de horas extras mais flexível, mas que exige autorização por convenção ou acordo coletivo, possibilitando à empresa adequar a jornada de trabalho dos empregados às suas necessidades de produção e demanda de serviços. 58 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Abrange todos os trabalhadores, independentemente da modalidade de contratação, se por prazo determinado ou indeterminado. - Características: As pessoas estão chamando esse sistema de "banco de horas" porque ele pode ser utilizado, por exemplo, nos momentos de pouca atividade da empresa para reduzir a jornada normal dos empregados durante um período, sem redução do salário, permanecendo um crédito de horas para utilização quando a produção crescer ou a atividade acelerar, ressalvado o que for passível de negociação coletiva (convenção ou acordo coletivo). Se o sistema começar em um momentode grande atividade da empresa; aumenta-se a jornada de trabalho (no máximo de 2 horas extras por dia) durante um período. Nesse caso, as horas extras não serão remuneradas, sendo concedidas, como compensação, folgas correspondentes ou sendo reduzida a jornada de trabalho até a "quitação" das horas excedentes. O sistema pode variar dependendo do que for negociado nas convenções ou acordos coletivos, mas o limite será sempre de 10 horas diárias trabalhadas, não podendo ultrapassar, no prazo negociado no Acordo Coletivo em período máximo de 1 ano, a soma das jornadas semanais de trabalho previstas. A cada período fixado no Acordo, recomeça o sistema de compensação e a formação de um novo "banco de horas". 3.14) ADICIONAIS - FALTAS - ESTABILIDADE. - ADICIONAL NOTURNO: Adicional noturno de 20%; CLT preceitua no art. 73 para o trabalho urbano, considera-se noturno aquele realizado entre as 22 horas de um dia, e as 5 horas do dia seguinte; para o trabalho agrícola, entre 21 e 5 horas; para o trabalho pecuário, entre 20 e 4 horas. O acréscimo (chamado adicional noturno) é de 20%, exceto se executado em revezamento semanal ou quinzenal, percentagem que incide sobre quaisquer valores, tais como férias, 13º salário, FGTS, etc. - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: É um adicional instituído conforme o grau de risco existente na empresa e exercido pela função do empregado, podendo variar entre 10% (mínimo), 20% (médio) e 40% (máximo) sobre salário base, CLT art. 192 e Norma Regulamentadora 15. O grau de risco é verificado conforma o Código Nacional e Atividade Econômica – CNAE o qual é atribuído no CNPJ e confirmado no anexo V do Decreto Regulamentador nº 3.048/99. O médico do trabalho pode auxiliar na interpretação do grau de risco, bem como o acompanhamento de tabelas 59 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos do Ministério do Trabalho, após avaliação das condições de risco que a saúde do empregado encontra-se exposta. O referido adicional é base integrante dos cálculos trabalhistas, Férias, Décimo Terceiro, FGTS, Aviso Prévio, Horas Extra, etc. É devido pelos dias trabalhados, ocorrendo faltas, atrasos, interrupção ou suspensão, o adicional é calculado pela proporção. - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE: É um adicional específico recebido pelo empregado que trabalhe na função de inflamável ou explosivo. Sua percentagem é de 30% sobre o salário base, CLT art. 193 § 1º. O Médico do Trabalho tem importante participação na definição do quadro periculoso, mas também devem ser utilizado os anexos da Norma Regulamentadora 16. Alguns acordos coletivos determinam o pagamento do adicional, independente da função na atividade de combustão, devendo ser observado tal exigência. É devido pelos dias trabalhados, ocorrendo faltas, atrasos, interrupção ou suspensão, o adicional é calculado pela proporção. - AJUDA DE CUSTO: A empresa pode exercer uma atividade econômica que necessite efetuar um pagamento ao empregado a título de ajuda de custo para despesas de viagens. Quando essas despesas são reembolsadas fora da folha de pagamento e através de documento contábil, elas não vinculam à remuneração de salário, independente do valor, servindo apenas como transação de atividade externa. A CLT preserva a integração da ajuda de custo como remuneração, quando ela representa 50% acima do salário do empregado pago em folha e não a título de reembolso, configurando remuneração. CLT art. 457 § 2º Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de cinquenta por cento do salário percebido pelo empregado”. - FALTAS DEVIDAS AO TRABALHO: Faltas ao trabalho nos casos de Casamento (3 dias), doação de sangue (1 dia/ano), alistamento eleitoral (2 dias), morte de parente próximo (2 dias), testemunho na justiça do trabalho (no dia), doença comprovada por atestado (os dias necessários, primeiros 15 dias pagos pelo empregador, a cima, entrada no INSS para pedido de beneficio). - FALTAS ABONADAS OU JUSTIFICADAS: São aquelas que o empregador, por norma interna ou liberalidade, não desconta do salário do empregado embora a lei não preveja o seu pagamento. Essa medida deve basear-se no bom senso e terá sempre em vista a recompensa ao empregado que desempenha suas funções com dedicação e empenho. 60 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos - FALTAS INJUSTIFICADAS: São aquelas que, além do desconto do salário correspondente, acarretam o desconto do DSR, interferindo em férias e influenciando na avaliação do empregado. O motivo injusto para o não comparecimento é aquele que não impediria o comparecimento do empregado ao serviço. - ESTABILIDADE POR ACIDENTE: Garantia de 12 meses de estabilidade em caso de acidente de trabalho (afastamento); “O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente”. Artigo 118 da Lei 8.213/91. - INDENIZAÇÃO LEI 7.238/84: Art. 9º - O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal. 3.15) PODER DISCIPLINAR DO EMPREGADOR. - FALTA GRAVE: Havendo uma relação de dependência disciplinar, subordinação entre empregado e empregador, este tem o direito de punir seu empregado nos casos em que seus atos interfiram na confiança necessária para a manutenção da relação de emprego. A CLT, no seu artigo 482, elenca os atos do empregado que constituem justa causa para a rescisão do contrato de trabalho. O empregado também está sujeito a atos arbitrários do empregador. Para protegê-lo, a CLT, em seu artigo 483, elenca os motivos que justificam a rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do empregado, em que o empregador deu causa, acarretando o pagamento de todos os direitos trabalhistas, chamada de Rescisão Indireta. - PUNIÇÕES: Ao punir seu empregado, o empregador deve ter em vista os seguintes aspectos: RECUPERAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO: Qualquer pena deve ser aplicada objetivando a recuperação da relação no trabalho. Isso significa que a pena não pode ter caráter de castigo. A intenção do empregador na recuperação da relação de trabalho deve ser claramente expressa, a fim de que o empregado sinta- se encorajado a rever sua atitude; 61 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos GRAVIDADE DO ATO: A pena aplicada ao empregado faltoso deve ser sempre equivalente em severidade ao ato praticado. Punições severas demais em relação ao ato podem constituir-se em ato faltoso do empregador; TIPICIDADE DA FALTA: A falta do empregado e a pena correspondente precisam estar muito claras entre as partes. O elenco das faltas constantes do artigo. 482 da CLT, adiante analisado, será norteador da conceituação da falta. IMEDIATIDADE DA APLICAÇÃO DA PENA: A pena deve ser aplicada imediatamente após a ocorrência do ato faltoso ou sua ciência por parte do empregador. O tempo decorrente entre a falta ou seu conhecimento e a aplicação da pena pode ser encarado como perdão por parte do empregador; COMPROVAÇÃO DO ATO FALTOSO:Provas consistentes em relação ao ato faltoso é a maior relevância, pois sem comprovação o empregador pode ser condenado pela Justiça do Trabalho a retratar-se da pena aplicada, arcando com os ônus financeiros decorrentes. - ADVERTÊNCIA VERBAL: Resulta de conversa entre empregado e empregador (nesse caso por superiores hierárquicos são considerados prepostos do empregador e assumem seu papel), em que este esclarece o outro quanto à falta cometida e as consequências que podem advir para o bom desenvolvimento do trabalho. - ADVERTÊNCIA ESCRITA: Havendo repetição de ato a respeito do qual o empregado já tenha sido advertido verbalmente, ou revestindo-se o ato de maior gravidade, o empregador pode advertir o empregado por escrito. Tal advertência será feita por carta, que deve conter: Detalhar muito bem a falta cometida e relacioná-la a um dos itens do artigo 482 da CLT; Advertir o empregado que na repetição do ato poderá ser punido com maior severidade; Ser assinada pelo empregado e arquivada no prontuário, ficando cópia dela em seu poder. Negando-se o empregado assinar, é possível chamar duas testemunhas, que assinaram como declarantes que o infrator negou-se a assinar. - SUSPENSÃO: Observando, sempre, a adequação da intensidade da punição à gravidade da falta, o empregador pode suspender o empregado do trabalho. A suspensão pode ser de 01 a 30 dias. Suspensão superior a 30 dias importa na rescisão injusta do contrato de trabalho (artigo 474 da CLT). 62 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos As suspensões podem ser também ser graduadas, aumentando-se o número de dias a cada repetição do ato faltoso. Não aconselha-se suspensões por períodos muitos longos e nem repetições continuadas, pois a falta em casos como esses ou é tão grave que por si só justifica a dispensa por justa causa ou não é tão grave, hipótese em que a dispensa sem justa causa é mais aconselhável. - FALTA GRAVE DO EMPREGADO: São aquelas faltas que apresentam um grau acentuado de gravidade e que justificam a rescisão do contrato de trabalho, sem ônus para o empregador. Constitui falta grave a prática de qualquer dos fatos a que se refere o artigo 482 da CLT, quando por sua repetição ou natureza representam séria violação dos deveres e obrigações do empregado (artigo 493 da CLT). - FALTA GRAVE DO EMPREGADOR: O artigo 483 da CLT indica os requisitos indispensáveis à configuração da falta grave do empregador, que pode acarretar a rescisão indireta do contrato de trabalho. Na formação da justa causa empresarial, há aproximações em face da justa causa obreira, isto é, pressupostos comuns a ambas as situações. Assim, certos requisitos, reputados imprescindíveis para o reconhecimento da falta grave do empregado, também o são para a configuração da justa causa do empregador. Como exemplos, têm-se a tipicidade da conduta faltosa e a gravidade, além da adequação entre a falta e a penalidade. Ausente qualquer desses elementos fica impossível o reconhecimento da rescisão indireta. 3.16) AVISO PRÉVIO. - AVISO PRÉVIO DISPENSA POR INICIATIVA DO EMPREGADOR SEM JUSTA CAUSA (TRABALHADO): Aviso prévio de 30 dias, com redução de 2 horas diárias ou redução de 7 dias de trabalho em caso de demissão sem justa causa. O Art. 488 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso I, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso Il do art. 487 desta Consolidação." - Lei 12.506/11, que aumenta de 30 para até 90 dias o aviso prévio que o empregador deve conceder ao funcionário no caso de demissão. As regras se 63 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos aplicam para os desligamentos a partir do dia 13 de outubro de 2011, e não influenciam quem pediu demissão ou foi demitido antes da vigência do novo prazo. Para os que permanecerem por mais tempo, será somado ao aviso mais três dias por ano trabalhado, com limite total de até 90 dias. A Lei 12.506/11 em nada alterou o artigo 488 da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, logo, continua em vigor a redução da jornada diária de trabalho em duas horas ou a redução de 07 (sete) dias durante o cumprimento do aviso prévio trabalhado, sem qualquer prejuízo na remuneração. - AVISO PRÉVIO DISPENSA POR INICIATIVA DO EMPREGADOR SEM JUSTA CAUSA (INDENIZADO): Considera-se aviso prévio indenizado quando o empregador determina o desligamento imediato do empregado e efetua o pagamento da parcela relativa aos 30 (trinta) dias, consoante o que determina o art. 7, inciso XXI da Constituição Federal. Sendo devida a indenização pela Lei 12.506/11. - AVISO PRÉVIO DISPENSA POR INICIATIVA DO EMPREGADO (TRABALHADO): É o comunicado por parte do empregado, onde está especificado a data prevista para término do aviso prévio. Sendo devido o empregado cumprir jornada de 30 dias corridos normais, as faltas não justificadas é de direito ao empregador aplicar as deduções cabíveis por lei. - AVISO PRÉVIO DISPENSA POR INICIATIVA DO EMPREGADO (INDENIZANDO): A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo (CLT, § 2.º do art. 487). Quando a rescisão contratual é motivada pelo empregado (demissão), sem que haja aviso prévio, a regra é que o período de aviso prévio seja descontado das verbas rescisórias a que faz jus o empregado, a título de aviso prévio indenizado. 3.17) RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. A rescisão do contrato de trabalho é o modo de dissolução pelo qual cessa a sua eficácia pelo mútuo consentimento ou pela declaração de vontade do empregador ou do empregado, independentemente de intervenção judicial. Pode ser, portanto, bilateral ou unilateral, conforme se realize de comum acordo ou contra a vontade de uma das partes. A rescisão unilateral é muito mais interessante do 64 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos ponto de vista prático do que a bilateral, devido às consequências jurídicas que produz. A rescisão unilateral pode resultar de declaração de vontade do empregador ou do empregado. A rescisão unilateral feita pelo empregador chama-se despedida ou dispensa. No caso de ser o empregado a querer se desligar da empresa, por ser de sua conveniência, o praticar ato da rescisão denomina-se demissão, e deve ter assistência sindical. É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja dado motivo para cassação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa (artigo 477 da CLT). O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho (parágrafo 1º do artigo 477 da CLT). - COMUNICAÇÃODA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO: O empregador deve comunicar ao empregado a sua dispensa por carta que contenha, de maneira inequívoca, todos os dados referentes ao desligamento, além da data e horário para a homologação das verbas trabalhistas (para aqueles que possuem mais de 1 ano de vínculo empregatício). A carta deve ser emitida em 2 vias, ficando uma via junto a empresa e a outra em posse do empregado. Quando a rescisão for por iniciativa do empregado, este deverá comunicar a sua decisão por escrito. - HOMOLOGAÇÃO: O ex-empregado deve tomar ciência das verbas rescisórias bi termo de rescisão de contrato de trabalho, documento aprovado pela Instrução Normativa do STN Nº 02/92, no qual estas verbas devem ser detalhadamente especificadas (artigo 477 da CLT). Todo o empregado com mais de 1 ano de serviço, a quitação somente será válida se for realizada com a assistência do Sindicato da Categoria ou do Ministério do Trabalho, por meio de suas Delegacias Regionais (DRTs), conforme o artigo 477 da CLT. Essa formalidade recebe o nome de homologação, cuja data, horário e local de realização devem ser informados ao empregado no momento em que recebe a comunicação da rescisão contratual. Para os menores de 18 anos, a quitação das verbas rescisórias se dará somente na presença de seus pais ou responsáveis. 65 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Não comparecendo o empregado no local e data marcados para a homologação, deverá o empregador solicitar ao órgão homologador uma declaração a fim de evitar problemas pelo não cumprimento do prazo de quitação. Em caso de falecimento do empregado, as verbas rescisórias devem ser quitadas pelos seus dependentes legais. - PRAZOS PARA QUITAÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS: O artigo 477 da CLT, incluindo na Consolidação pela Lei Nº 7.855/89, estabelece os seguintes prazos para o pagamento das verbas constantes do termo de rescisão do contrato de trabalho: 10 dias corridos a contar da data de demissão, nos casos de demissão sem justa causa e pedido de demissão sem o cumprimento do aviso prévio; Dia útil seguinte ao último dia trabalhado, nos casos de término de contrato (prazo determinado, contrato de experiência e cumprimento do aviso prévio trabalhado). O não cumprimento dos prazos acima acarreta, além de multa em fiscalização do trabalho, o pagamento ao empregado de multa equivalente a um salário. O empregador não está sujeito às multas caso seja o empregado aquele que deu a causa ao não cumprimento do prazo. - FATORES QUE MODIFICAM OS DIREITOS DO EMPREGADO NA RESCISÃO: Alguns fatores interferem nos direitos decorrentes da rescisão do contrato de trabalho. São eles: - Tipo de Contrato Prazo determinado; Prazo Indeterminado. - Tempo de Duração do Contrato Mais de 1 ano; Menos de 1 ano. - Iniciativa Por parte do empregado – pedido de demissão; Por parte do empregador – dispensa. - Motivo Com justa causa; Sem justa causa; 66 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Aposentadoria (atualmente, a aposentadoria não implica, necessariamente, rescisão do contrato de trabalho); Morte do empregado. - DIREITOS DECORRENTES DA RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO: Serão listados todos os direitos para, a seguir, verificar-se quais as modalidades de rescisão que dão direito a cada um deles: Saldo de salário; Salário-família; Aviso prévio indenizado; Avivo prévio trabalhado; Aviso prévio especial (acordo ou dissídio coletivo de trabalho); 13º salário; Férias vencidas; Férias proporcionais; Terço constitucional de férias; Horas extras; Adicional noturno; FGTS – 8% mês anterior; FGTS – 8% rescisão; Multa rescisória do FGTS – 40%; Indenização adicional (art. 9 da lei 6.708/79); Indenização complementar (art. 479 da CLT); Adicionais. 67 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos DIREITOS TRABALHISTAS EM RESCISÃO DE CONTRATO CONTRATO DE TRABALHO COM MENOS DE UM ANO MOTIVO SALDO SALÁRIO AVISO PRÉVIO FÉRIAS VENCIDAS FÉRIAS PROP. FÉRIAS 1/3 ADICIONAL 13º SALÁRIO FGTS 8% FGTS MULTA 40% MULTA ART.479º CLT CÓDIGO SAQUE FGTS DISPENSA SEM JUSTA CAUSA RECEBE RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE I 1 CONTRATO EXPERIÊNCIA NO PRAZO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE I 3 CONTRATO EXPERIÊNCIA ANTES DO PRAZO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE I 1 DISPENSA COM JUSTA CAUSA RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE DEPOSITADO NÃO RECEBE NÃO RECEBE H PEDIDO DE DEMISSÃO RECEBE PAGA NÃO RECEBE RECEBE NÃO RECEBE RECEBE DEPOSITADO NÃO RECEBE NÃO RECEBE J FALECIMENTO EMPREGADO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE S FALECIMENTO EMPREGADOR RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE S APOSENTADORIA EMPREGADO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE U1 ou U2 DIREITOS TRABALHISTAS EM RESCISÃO DE CONTRATO CONTRATO DE TRABALHO COM MAIS DE UM ANO MOTIVO SALDO SALÁRIO AVISO PRÉVIO FÉRIAS VENCIDAS FÉRIAS PROP. FÉRIAS 1/3 ADICIONAL 13º SALÁRIO FGTS 8% FGTS MULTA 40% MULTA ART.479º CLT CÓDIGO SAQUE FGTS DISPENSA SEM JUSTA CAUSA RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE I1 DISPENSA COM JUSTA CAUSA RECEBE NÃO RECEBE RECEBE NÃO RECEBE RECEBE NÃO RECEBE DEPOSITADO NÃO RECEBE NÃO RECEBE H PEDIDO DE DEMISSÃO RECEBE PAGA RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE DEPOSITADO NÃO RECEBE NÃO RECEBE J FALECIMENTO EMPREGADO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE S FALECIMENTO EMPREGADOR RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE S APOSENTADORIA EMPREGADO RECEBE NÃO RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE RECEBE NÃO RECEBE NÃO RECEBE U1 ou U2 3.18) RELAÇÕES SINDICAIS E SUA REPRESENTATIVIDADE. Relações Trabalhistas referem-se ao relacionamento entre a organização, os seus membros e os sindicatos que os representam. As políticas de relações trabalhistas podem ser de cunho paternalista, autocrático, de reciprocidade ou 68 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos particular, que envolve a co-responsabilidade do sindicato na manutenção do clima organizacional sadio.As relações trabalhistas são influenciadas pelo estágio do sindicalismo. Existem meios de ação sindical legítimos e legais, como a greve, bem como meios ilícitos de pressão, como a greve simbólica, a greve de advertência, a greve de zelo, a operação tartaruga, a paralisação relâmpago, etc. Em contrapartida, existem meios de pressão patronal, como o locaute e a lista negra.A representação dos trabalhadores na organização pode ser direta (ou anti- sindical) como no caso dos conselhos de fábrica e comitês de empresa, ou sindical, quando há engajamento dos trabalhadores nos seus respectivos sindicatos. Os conflitos entre as pessoas e as organizações são gerados por condições antecedentes (como a diferenciação de atividades, os recursos compartilhados e a interdependência) que, quando somadas a condições desencadeantes (como percepção da incompatibilidade de objetivos e da oportunidade de interferência), produzem o comportamento de conflito, que exige uma resolução a fim de evitar sequelas. O conflito pode ter resultados construtivos e destrutivos. Os conflitos trabalhistas são aqueles que envolvem organizações e sindicatos representativos de seus empregados. Sua resolução é feita por meio de convenções coletivas ou acordos coletivos de trabalho, estabelecidos nas negociações coletivas. Têm-se junto o sindicato e empresas anualmente o que refere-se ao reajuste salarial dos empregados de uma empresa, junto a um determinado sindicato, sindicato esse que defende tais empregados, dando certas garantias e benefícios. Mas infelizmente tal acordo nao acontece de forma hábil como deveria ser feito, em alguns casos de desacordo o conflito passa de meses e até mesmo anos da data- base devida. Segundo a legislação trabalhista, data base é aquela data na qual os sindicatos representantes das respectivas categorias têm para, através de negociação ou ajuizamento de ação coletiva, requerer, rever, modificar ou extinguir normas contidas nos instrumentos normativos de sua categoria. É o mês no qual se discute o reajuste salarial, por exemplo. O Acordo Coletivo de Trabalho é fruto de fruto de um acordo firmado entre a entidade sindical dos trabalhadores e uma determinada empresa, já a Convenção 69 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos Coletiva de Trabalho é um acordo celebrado entre dois sindicatos, ou seja, é um acordo feito entre sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal. Nenhum empregado é obrigado a filiar-se de qualquer sindicato de representatividade exceto aqueles que possuem funções regulamentadas que dependem unicamente do registro do sindicato para que se possa exercer determinada função. Exemplo: Contador, Médico, Jornalista, Engenheiro, etc. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativos ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devidas aos respectivos sindicatos (Art. 582, CLT). 3.19) PIS/PASEP. PIS/PASEP é a sigla do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), que são contribuições sociais, devida pelas empresas. O PIS/PASEP é um número cadastrado pelo CNPJ/CEI do empregador, vinculando o trabalhador. Este vínculo fornece dados cadastrais de suma importância do empregado/empregador a CEF e ao INSS. O PIS/PASEP tem o objetivo de financiar o pagamento do seguro- desemprego, abono e participação na receita dos órgãos e entidades, tanto para os trabalhadores de empresas públicas, como privadas. O PIS/PASEP é também uma espécie de segurança do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). O PIS/PASEP é também um programa de complementação de renda do governo, que existe desde a constituição de 1988. O rendimento do PIS pode ser sacado todos os anos, mas apenas em casos específicos, como aposentadoria, morte ou doenças graves, casamento não é um motivo suficiente. O PIS/PASEP foi criado com a função de integrar a vida do empregado, como o desenvolvimento da empresa, além de possibilitar uma melhor distribuição da renda em todo o país. 3.20) CAGED (CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS). O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), criado pela Lei nº 4.923/65, é um registro administrativo do governo federal que acompanha e 70 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos fiscaliza o processo de admissão e dispensa (demissão, aposentadoria, morte) de trabalhadores regidos pela CLT em todo o país. As empresas encaminham, pela internet, os dados mensalmente ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As informações se referem aos municípios e às atividades econômicas e servem de suporte a várias políticas de emprego. O CAGED constitui importante fonte de informação do mercado de trabalho de âmbito nacional e de periodicidade mensal. Foi criado como instrumento de acompanhamento e de fiscalização do processo de admissão e de dispensa de trabalhadores regidos pela CLT, com o objetivo de assistir os desempregados e de apoiar medidas contra o desemprego. A partir de 1986, passou a ser utilizado como suporte ao pagamento do seguro-desemprego e, mais recentemente, tornou-se, também, um relevante instrumento à reciclagem profissional e à recolocação do trabalhador no mercado de trabalho. As declarações de estabelecimentos com movimentação são prestadas até o dia 7 do mês subsequente, caso tal data seja em dia não útil deve-se fazer a comunicação no dia útil anterior a data devida. 3.21) RAIS (RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS). É o procedimento obrigatório, instituído pelo Decreto nº 76.900, de 23 de dezembro de 1975, que consiste em fornecer ao ministério do trabalho e emprego as informações referentes a cada um dos empregados que lhe prestaram serviços no ano-base, e cujo teor servirá como base para assegurar ao mesmo a percepção do abono anual. 3.22) DIRF (DECLARAÇÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE). A Dirf - Declaração do Imposto Retido na Fonte é a declaração feita pela FONTE PAGADORA, destinada a informar à Receita Federal o valor do imposto de renda retido na fonte, dos rendimentos pagos ou creditados para seus beneficiários. O prazo de entrega é estipulado pela Secretaria da Receita Federal, sendo anualmente, usando como referência os dados do ano anterior. Estão obrigadas a apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) as seguintes pessoas físicas e jurídicas que pagaram ou creditaram 71 Organização, Sistemas e Métodos Prof. Alessandre Silva Professor Alessandre Silva Organização, Sistemas e Métodos rendimentos com retenção do imposto de renda na fonte, ainda que em um único mês do ano-calendário. 3.23) CAT (COMUNICADO DE ACIDENTE DE TRABALHO). A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97. A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão. Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas doponto de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida pela empresa no prazo de 1 dia útil, ou, se ocorreu óbito, imediatamente. Pode também ser emitida mesmo fora do prazo pelo médico, pelo familiar, por um dependente do segurado, pelo sindicato ou por uma autoridade pública; nesse caso o INSS enviará uma carta à empresa para que emita sua CAT. Mesmo sem a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) empresarial, o perito médico do INSS pode reconhecer o nexo técnico, ou seja, que a lesão ou doença foi causada no ambiente de trabalho. Para tanto, pode solicitar outros documentos (atestado de saúde ocupacional, perfil profissiográfico previdenciário etc.) ou vistoriar o posto de trabalho na empresa.