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Técnico em Contabilidade
Controle de ponto: sanções; marcações
(manual, mecânica, eletrônica e magnética)
A jornada de trabalho dos colaboradores é regulamentada por leis e, portanto,
precisa ser acompanhada e marcada corretamente. Para tanto, utiliza-se o controle de
ponto. É por meio dele que a empresa sabe se o colaborador está cumprindo
adequadamente sua jornada de trabalho.
Você, como técnico em contabilidade, precisa estar atento ao controle de ponto,
pois é com base no registro de ponto que a folha de pagamento dos colaboradores é
elaborada.
Você sabe o que é jornada de trabalho?
A jornada de trabalho é o tempo que o colaborador permanece à disposição da
empresa.
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O controle adequado do registro de ponto também evita que a empresa seja
penalizada por causa de colaboradores que não cumprem a jornada de trabalho
prevista em contrato. Esse controle deve refletir a realidade do trabalho. Por exemplo,
no cartão de ponto devem constar os horários de entrada e saída dos colaboradores
de uma empresa, incluindo os intervalos para alimentação. O cartão de ponto é a
prova judicial da jornada de trabalho do colaborador.
Com relação ao tipo de registro, ele pode ser manual, mecânico ou eletrônico e é
obrigatório para empresas com mais de 20 colaboradores. Porém, nada impede que
empresas com uma quantidade menor de funcionários façam tal registro como forma
de organização.
Conforme o artigo 74 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), parágrafo 3.º,
se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados
constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder (BRASIL, 1943).
Também é possível que o controle de ponto seja feito por exceção à jornada de
trabalho, ou seja, serão feitos registros somente dos atrasos, das horas extras, das
folgas, das férias e das faltas. No entanto, tais registros somente são permitidos
quando existe acordo individual por escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.
Ainda segundo a CLT, no artigo 62, todos os colaboradores devem realizar os
registros de entrada e saída no cartão de ponto, com exceção dos seguintes casos:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de
horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e
Previdência Social e no registro de empregados; (Incluído pela Lei nº 8.966, de
27.12.1994)
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se
equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento
ou filial (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
III - os empregados em regime de teletrabalho (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
(BRASIL, 1943)
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O registro de ponto é útil tanto para o colaborador quanto para o empregador.
Quando o colaborador necessita tomar alguma atitude envolvendo a Justiça do
Trabalho, referente, por exemplo, a direitos devidos por horas extras, o controle de
ponto é um instrumento fundamental, assim como quando o empregador deseja
comprovar atrasos de colaboradores.
Empresas que não contam com um controle de ponto adequado, caso tenham
que comprovar algum fato relacionado com a jornada de trabalho dos colaboradores,
terão grande dificuldade e precisarão encontrar outra forma de comprovar que o
colaborador chegou atrasado, saiu mais cedo ou faltou.
Imagine a situação a seguir:
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Percebeu como é importante o controle de ponto? Quando menos se espera, os
registros se mostram necessários.
Evolução do cartão de ponto
O registro do ponto não é novidade. Ele surgiu há muito tempo e veio sofrendo
alterações ao longo dos anos. No início, o controle de ponto era realizado utilizando
um livro no qual eram registradas as entradas e as saídas dos colaboradores de uma
empresa. Com o passar do tempo, foram surgindo as versões mecânicas e
magnéticas, nas quais os registros eram feitos em um cartão de cartolina. O cartão de
ponto foi evoluindo até chegar, atualmente, ao ponto digital.
O registro de ponto realizado por meio de livro tem uma desvantagem: a
facilidade de falsificação dos registros. Basta alterar uma anotação para ser
caracterizada uma falsificação. Já nos demais modelos, é muito mais difícil forjar um
registro.
Estude agora, de forma mais detalhada, cada tipo de registro de ponto:
Livro de ponto
A imagem representa um livro aberto de registro de ponto, com linhas e colunas.
Ao lado, há um livro de ponto fechado.
Os colaboradores anotam manualmente no livro os horários em que entraram na
empresa e em que saíram dela. Por ser mais econômico, as empresas que desejam
reduzir gastos podem optar por utilizá-lo. Algumas empresas pequenas ainda preferem
o registro manual em livros.
Trata-se de uma forma de controle de ponto totalmente pautada na confiança,
pois a empresa precisa confiar nos registros que os colaboradores fizeram.
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Ponto mecânico
A imagem representa um equipamento de registro de ponto mecânico no qual
uma mão está inserindo um cartão de cartolina.
O controle de ponto mecânico é realizado por meio de um cartão de cartolina
inserido pelo colaborador em um relógio que registra os horários de entrada e saída do
colaborador de uma empresa.
Ponto eletrônico
A imagem representa um equipamento de registro de ponto eletrônico que
contém um teclado para que o colaborador possa digitar os dados necessários para a
realização do registro.
O ponto eletrônico precisa ter um mostrador do relógio em tempo real, com
hora(s), minuto(s) e segundo(s). É um equipamento que deve imprimir cada registro
efetuado pelo colaborador, ou seja, toda vez que um colaborador registrar uma entrada
ou uma saída, um comprovante será impresso.
O relógio de ponto eletrônico deve ter uma porta USB (universal serial bus)
externa, chamada de porta fiscal, com a finalidade de permitir o acesso pelo auditor
fiscal do trabalho aos dados armazenados no equipamento.
Ponto magnético
A imagem representa um equipamento de registro de ponto magnético, no qual
uma mão insere um cartão magnético para fazer a marcação do ponto.
O registro de ponto magnético também deverá ter um visor no qual apareçam
hora(s), minuto(s) e segundo(s). O registro das entradas e das saídas acontece por
meio de um cartão magnético inserido pelo colaborador no relógio de ponto. No
momento do registro, deve ser impresso um comprovante da marcação.
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Ponto biométrico
A imagem representa um equipamento de registro de ponto no qual uma mão
passa o indicador esquerdo sobre o sensor para captar a digital.
O registro das entradas e das saídas é realizado por meio da digital dos
colaboradores. Tanto a digital dos dedos quanto a face do colaborador podem ser
utilizadas para reconhecimento. Atualmente, grande parte das empresas utiliza o
controle de ponto biométrico, pois, por dificultar a alteração de registros, ele é muito
seguro.
Ponto on-line
A imagem mostra duas mãos. A mão esquerda segura um celular conectado a um
aplicativo de controle de ponto; e a mão direita segura uma caneta. Ao fundo, há uma
mesa e, em cima da mesa, um caderno e uma xícara.
O controle de ponto on-line permite que o colaborador registre suas entradas e
suas saídas mesmo durante viagens, em trabalho remoto ou em outras situações nas
quais o trabalho é realizado fora da empresa. Para realizar os registros, são utilizados
softwares que registram o início e o término da jornada de trabalho do colaborador e
também bloqueiam o sistema quando o trabalhador estiver em horário de descanso,
sendo possível, assim, evitar passivos trabalhistas.
Em 10 de novembro de 2021, o Decreto n.º 10.854 passou a estabelecer,entre
outras determinações, algumas regras para o registro eletrônico de controle de
jornada:
Art. 31. O registro eletrônico de controle de jornada, nos termos do disposto no art. 74
da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943,
será realizado por meio de sistemas e de equipamentos que atendam aos requisitos
técnicos, na forma estabelecida em ato do Ministro de Estado do Trabalho e
Previdência, de modo a coibir fraudes, a permitir o desenvolvimento de soluções
inovadoras e a garantir a concorrência entre os ofertantes desses sistemas.
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§ 1º Os procedimentos de análise de conformidade dos equipamentos e sistemas de
que trata o caput considerarão os princípios da temporalidade, da integridade, da
autenticidade, da irrefutabilidade, da pessoalidade e da auditabilidade, na forma
estabelecida em ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência.
§ 2º Os equipamentos e os sistemas de registro eletrônico de jornada, sem prejuízo do
disposto no caput, registrarão fielmente as marcações efetuadas e atenderão aos
seguintes critérios:
I - não permitir:
a) alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empregado;
b) restrições de horário às marcações de ponto; e
c) marcações automáticas de ponto, tais como horário predeterminado ou horário
contratual;
II - não exigir autorização prévia para marcação de sobrejornada; e
III - permitir:
a) pré-assinalação do período de repouso; e
b) assinalação de ponto por exceção à jornada regular de trabalho.
Art. 32. Para fins de fiscalização, os sistemas de registro eletrônico de jornada de que
trata o art. 31 deverão:
I - permitir a identificação de empregador e empregado; e
II - possibilitar a extração do registro fiel das marcações realizadas pelo empregado.
(BRASIL, 2021)
Quer ler o conteúdo da lei na íntegra? Pesquise “Decreto n.º 10.854/2021”
na Internet e acesse o material. Lembre-se de que o decreto deve estar
disponível no site do Planalto, que é um sítio confiável.
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Sanções
O colaborador tem como responsabilidade realizar o registro correto do ponto,
pois, do contrário, pode ser penalizado com advertência, suspensão ou rescisão por
justa causa (quando a ação for repetida diversas vezes). Porém, também pode ocorrer
de a empresa não registrar adequadamente as entradas e as saídas dos
colaboradores, passando o estabelecimento a sofrer, em consequência, sanções.
Veja as principais regras e as respectivas sanções em caso de descumprimento:
Se não houver registro de ponto, em caso de fiscalização do Ministério da
Economia, a empresa fica sujeita ao pagamento de multas administrativas, podendo
ser solicitado ao empregador que firme um termo de ajustamento de conduta (TAC).
Esse termo é um acordo entre o Ministério Público e o empregador com o objetivo de
cumprir a legislação trabalhista. O TAC impede que exista uma continuidade dessa
situação irregular sem a necessidade de uma ação judicial.
O intervalo deve ser registrado de acordo com a jornada de trabalho realizada
pelo colaborador. Quando tal registro não é feito, há uma prova de que o colaborador
não realizou o intervalo adequadamente. Conforme o artigo 71 da CLT, quando isso
ocorre, a empresa deverá realizar o pagamento de natureza indenizatória do período
do intervalo acrescido de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
Quando houver a realização de horas extras, também é indispensável o registro
adequado do ponto. Caso ocorra uma reclamação trabalhista em que o colaborador
alegue a realização de horas extras sem a devida remuneração, a empresa deve
comprovar que a jornada extraordinária não foi realizada ou que foi paga de acordo
com o tempo extra trabalhado. Caso a empresa não tenha os registros, ela estará em
desvantagem e sujeita a passivos trabalhistas.
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Compreender o funcionamento do controle de ponto é importante para realizar um
acompanhamento mais detalhado dos registros da empresa. O profissional da área de
contabilidade é uma peça-chave para evitar que a empresa sofra sanções referentes a
registros inadequados ou falta de registros.
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