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MÓDULO
FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA
O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E
DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
Organizadoras:
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
Sílvia Helena Mendonça de Moraes
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Aline Priscila Batista • Aline Siqueira Fogal • Cesar Augusto Orazem Favoreto • Ísis Eloah Machado
James Venturini • Larissa Fernanda Fonseca Guedes • Luciane Bresciani Salaroli
Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento • Olívia Maria de Paula Alves Bezerra
MÓDULO
FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO
DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
Unidade 1
Sociedade e Trabalho Contemporâneo
em Tempos de Epidemia/Pandemia 
Unidade 2
Políticas Públicas no Enfrentamento
das Doenças Virais
Unidade 3: Tecnologias de Trabalho
na Perspectiva da Vigilância em Saúde
Territorialização em Saúde
Geoprocessamento em Saúde
Informação em Saúde
Educação em Saúde
Unidade 4
Conceitos Básicos de Virologia e Imunologia
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
23-166572 CDD-362.109
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento 
 da COVID-19 e de outras doenças virais [livro 
 eletrônico] / [organização] Leonardo Cançado 
 Monteiro Savassi, Adélia Delfina da Motta 
 Silva ; coordenadoras Débora Dupas 
 Gonçalves do Nascimento, Sandra Maria do 
 Valle Leone de Oliveira, Sílvia Helena 
 Mendonça de Moraes. -- 2. ed. -- 
 Campo Grande, MS : Fiocruz Pantanal, 2023.
 PDF 
 Vários autores.
 Bibliografia.
 ISBN 978-85-66909-47-0
 1. Políticas públicas de saúde 2. Pós-pandemia 
3. Saúde pública 4. Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC's) I. Savassi, Leonardo Cançado
Monteiro. II. Silva, Adélia Delfina da Motta. 
III. Nascimento, Débora Dupas Gonçalves do. 
IV. Oliveira, Sandra Maria do Valle Leone de. 
V. Moraes, Sílvia Helena Mendonça de.
Índices para catálogo sistemático:
1. Saúde pública 362.109
Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253
FICHA TÉCNICA
Ministério da Saúde
Nísia Trindade Lima
Ministra
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
Ethel Leonor Noia Maciel
Secretária
Departamento de Emergências em Saúde Pública 
Márcio Henrique de Oliveira Garcia
Diretor
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Mário Santos Moreira
Presidente
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul – Fiocruz MS
Jislaine de Fátima Guilhermino
Coordenadora
Coordenação de Educação da Fiocruz MS
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Vice-coordenadora de Educação
Secretaria-Executiva da Universidade Aberta do SUS – 
UNA-SUS 
Maria Fabiana Damásio Passos
Secretária-executiva
© 2023. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta 
do SUS. Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul.
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, 
disseminação e utilização dessa obra, em parte ou em sua 
totalidade, nos Termos de uso do ARES. Deve ser citada a 
fonte e é vedada sua utilização comercial. 
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul (Fiocruz MS)
Rua Gabriel Abrão, 92 – Jardim das Nações, Campo Grande/MS
CEP 79081-746
Telefone: (67) 3346-7220
E-mail: educacao.ms@fiocruz.br
Site: www.matogrossodosul.fiocruz.br
CRÉDITOS
Coordenação Geral 
Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
Sílvia Helena Mendonça de Moraes
Coordenador Acadêmico
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Coordenadora Pedagógica 
Adélia Delfina da Motta Silva
Autores 
Alberto Mesaque Martins
Aline Priscila Batista
Aline Siqueira Fogal 
Celina Maria Modena
Cesar Augusto Orazem Favoreto
Isis Eloah Machado
James Venturini
Larissa Fernanda Fonseca Guedes
Luciane Bresciani Salaroli
Olivia Maria de Paula Alves Bezerra
Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento
Consultora 
Janaína Sallas
Avaliadores Técnico-científicos 
Janaína Sallas
Jonas Lotufo Brant de Carvalho
Conteudista (questões de avaliação) 
James Venturini
Apoio técnico-administrativo 
Isabela Pereira da Cunha
Coordenador de Produção 
Marcos Paulo de Souza
Designers Instrucionais
Felipe Vieira Pacheco
Margeci Leal de Freitas
Designers Gráficos 
Hélder Rafael Regina Nunes Dias
Humberto Nadeu Bijos
Renato Silva Garcia
Coordenadoras de Desenvolvimento
Janaína Rolan Loureiro
Regina Beretta Mazaro
Desenvolvedores
Julio César Coimbra de Oliveira
Larissa Mendes Ribeiro
Leandro Koiti Oguro
Marcos Felipe Reis Barroso 
Paulo Henrique Wosniak Franco Ferreira
Rebeca Beatriz Lopes Cruz
Thiago Fernandes de Oliveira
Editor de Audiovisual
Luciana Ferreira Nantes
Ilustrador da capa
Everton Ferreira Lemos
Revisores 
Davi Bagnatori Tavares
Ana Paula da Costa Marques
Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira 
Revisor HTML
David Cunha
Assessoria de Comunicação
Bruna Karla Bezerra da Cruz
Thayssa Maluff de Mello
Apoio acadêmico 
Claudia Stutz Zubieta
Gisela Maria Azambuja de Oliveira
Ficha técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação do módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Unidade 1: Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 Conceitos de saúde: reflexões sobre a determinação social e biológica da saúde-doença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3 Contextualização da sociedade brasileira no período pré-pandemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.4 A pandemia de Covid-19: histórico, contexto global e brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.5 O mundo do trabalho na pandemia de Covid-19: novas configurações do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.6 As condições de saúde da população brasileira no pós-pandemia: Covid-19 crônica ou Covid-19 longa, e sequelas da 
doença como desafios ao SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.7 Reconhecimento da importância do SUS pela população brasileira: desafios e perspectivas das políticas públicas e do 
SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .estudantes, cuidadores, pais e 
familiares. Até para ver, velar e sepultar os mortos foi 
necessário seguir critérios específicos de tempo e nú-
mero máximo de pessoas, impedindo que esse ritual 
ocorresse como habitualmente ocorria e tornando o 
luto ainda mais difícil.
A emergência sanitária mundial causada pela 
pandemia de Covid-19 expôs ainda mais a crise 
global do capitalismo. O mundo do trabalho, que já 
vinha, nas últimas décadas, passando por radicais 
transformações sociais, organizacionais e tecnológicas 
que caracterizam a chamada “reestruturação 
produtiva” e que, mais recentemente, incorporou 
uma “nova morfologia do trabalho” (ANTUNES, 2018), 
precisou se adaptar à nova realidade que se impunha 
em velocidade assustadora. Obviamente esse não 
foi um processo fácil para a classe trabalhadora, que, 
como parte mais frágil na relação capital-trabalho, 
é quem mais sofre as consequências de tantas 
mudanças ao mesmo tempo. 
https://editora.redeunida.org.br/wp-content/uploads/2023/04/Livro-Prevencao-e-controle-da-covid-19.pdf
https://editora.redeunida.org.br/wp-content/uploads/2023/04/Livro-Prevencao-e-controle-da-covid-19.pdf
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 30
No Brasil, a crescente desregulamentação da legislação trabalhista já vinha alterando 
profundamente as formas de organização, contratação, remuneração e gestão do 
trabalho, com o agravamento do desemprego, da pobreza e da fome, associado à 
fragilização das condições de trabalho, à superexploração da força de trabalho e à 
desproteção previdenciária aos trabalhadores e trabalhadoras, essencial em casos 
de afastamentos por acidentes e adoecimentos relacionados ao trabalho (ANTUNES, 
2018). Porém, a pandemia explicitou e aprofundou ainda mais as desigualdades 
econômicas e sociais, que já eram alarmantes.
A reestruturação produtiva, delineada a partir da década de 1990 e intensificada 
nos anos recentes, ganhou impulso no cenário pandêmico, no qual o trabalho 
humano presencial, considerado importante fator de risco para a Covid-19, passou 
a ser percebido em determinados contextos não apenas como perfeitamente 
substituível por novas tecnologias de informação e comunicação, mas também 
como desnecessário ou até mesmo indesejável. A “nova morfologia do trabalho” é 
baseada nos chamados “sistemas flexíveis” de produção capitalista (ANTUNES, 2012), 
que incluem novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e de produção 
(Indústria 4.0: inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em 
nuvem), redução numérica da força de trabalho, exigência de maior qualificação do 
trabalhador, reorganização do controle social do trabalho (terceirização, flexibilização 
da forma e duração dos contratos, trabalho intermitente, remuneração por horas 
trabalhadas ou por produção, entre outras), e, ao mesmo tempo, na superexploração 
do trabalhador e da trabalhadora, com perda de direitos sociais e baixíssimos níveis 
de remuneração.
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre como 
essa forma de organização do trabalho 
impacta a saúde dos trabalhadores 
e trabalhadoras, sugerimos que 
leia o artigo de Uchôa-de-Oliveira 
(2020), disponível em: https://doi.
org/10.1590/2317-6369000012520
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre a nova organização da 
produção, o que é a indústria 4.0 e como ela vem ocorrendo 
no Brasil, sugerimos que acesse os links a seguir (PORTAL DA 
INDÚSTRIA, 2020; ANTUNES, 2012):
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/
industria-4-0/
https://nuso.org/articulo/a-nova-morfologia-do-
trabalho-no-brasil-reestruturacao-e-precariedade/
Nesse contexto, destacam-se os processos conhecidos como 
“uberização” e “pejotização” do trabalho. Na uberização, o 
trabalhador, geralmente denominado de empreendedor, 
parceiro ou prestador de serviços, cadastra-se em plataformas 
digitais e oferece o seu trabalho. A função dessas plataformas 
é conectar o prestador de serviços aos consumidores. Se 
aprovado, o trabalho passa a ser executado conforme a 
demanda dos consumidores, porém sem qualquer vínculo 
formal de trabalho e de forma totalmente independente, 
com horários e jornadas de trabalho variáveis, remuneração 
imediata e sem qualquer tipo de responsabilidade por parte 
da empresa em caso de acidentes ou adoecimentos dos 
trabalhadores. Já são bem conhecidas do público as atividades 
“uberizadas” de transporte, alimentação e segurança 
patrimonial, por exemplo, mas esse processo vem ocorrendo 
em vários segmentos, inclusive na área da saúde (UCHÔA-DE-
OLIVEIRA, 2020).
https://doi.org/10.1590/2317-6369000012520
https://doi.org/10.1590/2317-6369000012520
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/
https://nuso.org/articulo/a-nova-morfologia-do-trabalho-no-brasil-reestruturacao-e-precariedade/
https://nuso.org/articulo/a-nova-morfologia-do-trabalho-no-brasil-reestruturacao-e-precariedade/
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 31
Já a pejotização deriva do termo Pessoa Jurídica (ou PJ) e, como o próprio 
nome indica, refere-se à contratação do trabalhador não como pessoa 
física, mas como empresa, constituída por ele (pessoa jurídica), que será 
denominada de prestadora de serviços. Assim, a relação contratual 
passa a ocorrer entre duas empresas, não mais entre uma empresa 
contratante e o trabalhador físico por ela contratado. O trabalhador, 
agora transformado em PJ, trabalhará mediante demanda, perdendo 
não só parte do valor da sua remuneração, mas também direitos 
trabalhistas essenciais, como férias, décimo terceiro salário, cobertura 
previdenciária, FGTS, remuneração por horas extras, auxílio-transporte 
e auxílio-alimentação, assistência à saúde e todos os demais direitos 
trabalhistas. Mas, no discurso empresarial, passa a ser “independente”, 
“seu próprio chefe”, uma empresa “parceira”, um “empreendedor”, dando 
ao trabalhador a impressão de que está sendo reconhecido e valorizado, 
e não explorado (ANTUNES, 2018).
Essas novas formas de organização do trabalho ditas “flexíveis”, além de 
agravarem o subemprego e aprofundarem ainda mais as desigualdades 
sociais, também provocam impactos muito negativos no setor Saúde, pois 
remetem ao SUS toda a responsabilidade pelo acolhimento, prevenção, 
cuidado, tratamento e reabilitação dos trabalhadores e trabalhadoras 
acidentados e cada vez mais adoecidos física e mentalmente no exercício 
do trabalho dito “flexível”.
Como mencionado anteriormente, durante a pandemia muitos trabalhadores passaram 
a trabalhar de forma remota, em sistema de home office, e, para garantir a execução 
ágil e segura desse processo, novas tecnologias de informação e comunicação para 
utilização simultânea de grande número de usuários foram aperfeiçoadas e passaram 
a ser amplamente utilizadas. Os aparelhos celulares e notebooks particulares se 
transformaram em ferramentas essenciais de trabalho a serviço dos empregadores, e o 
espaço domiciliar se transformou em espaço laboral. Houve uma invasão do trabalho 
nos horários de cuidados com os filhos, de refeições e de descanso, aumentando as 
despesas domiciliares e trazendo para dentro de casa fatores de risco relacionados ao 
trabalho, como os riscos ergonômicos e psíquicos.
As reuniões de trabalho passaram a ocorrer de forma remota em praticamente todos os 
setores; as aulas e atividades escolares passaram a ocorrer da mesma forma, trazendo 
grande desgaste e sofrimento para estudantes, professores e pais; consultas médicas 
remotas, quando possível, passaram a ser incentivadas; as compras pela internet e por 
aplicativos e plataformas digitais (e-commerce) foram intensificadas; e o transporte 
solicitado por aplicativo se tornou opçãomais segura que os transportes coletivos. 
Aos poucos essa rotina foi se incorporando mais e mais à vida das pessoas, e situações 
como trabalho remoto, uberização e pejotização foram, em inúmeros casos, as únicas 
alternativas de trabalho para os trabalhadores tentarem sobreviver de alguma forma 
em um contexto socioeconômico e sanitário adversos. Por fim, nada indica que, em um 
cenário pós-pandêmico, essa nova forma de trabalhar será abandonada para retorno 
da forma presencial.
Especialmente no caso das mulheres, a quem a sociedade 
brasileira impõe a maior parte dos cuidados com a família 
(especialmente crianças e idosos), essa nova forma de 
trabalhar em casa trouxe grande desgaste adicional, pois 
o trabalho passou a ocupar os espaços domiciliares e a se 
misturar com os cuidados com a família, com os afazeres 
domésticos e, de forma aguda, com o auxílio aos filhos nas 
atividades escolares de forma remota.
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre o trabalho da mulher em 
tempos de pandemia e seus impactos na saúde física e 
mental, assista ao vídeo Saúde das Mulheres na Pandemia, 
produzido pela Editora Fiocruz. Disponível em: https://youtu.
be/xTxZ9AnniHc
https://youtu.be/xTxZ9AnniHc
https://youtu.be/xTxZ9AnniHc
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 32
Além disso, chamam a atenção os casos de violência doméstica contra mulheres, adolescentes, 
crianças e idosos, desencadeada pela maior permanência deles no ambiente domiciliar, junto com 
seus agressores. No Brasil, uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de violência 
durante a pandemia, e, em 2020, foram registrados 230.160 boletins de ocorrência por lesão corporal 
no contexto do domicílio, sendo 1.350 deles decorrentes de assassinatos de mulheres devido ao 
gênero (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2021). 
Antes mesmo que a adoção de medidas não farmacológicas e a campanha de imunização para 
contenção da Covid-19 avançassem no Brasil, o retorno ao trabalho presencial e a abertura do 
comércio já haviam sido praticamente restabelecidos em muitas regiões do país, contribuindo para 
uma nova onda epidêmica da doença. Com o avanço da vacinação, em meados de julho de 2021, o 
percentual de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 começou a baixar. Em 11 de agosto de 2021, 
nenhum estado ultrapassava 80% de ocupação de leitos de UTI para Covid-19, aliviando um pouco 
o sistema de saúde pública e também o privado. 
No entanto, o número de trabalhadores e trabalhadoras que se contaminaram e ainda se contaminam 
nos ambientes de trabalho é elevado, embora as estatísticas relacionadas a isso não tenham sido 
capazes de retratar fielmente essa realidade até o momento, pois o reconhecimento da Covid-19 
como doença relacionada ao trabalho sofreu alguns revezes em termos legais e administrativos, e 
os casos registrados no país com emissão de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) foram 
relacionados principalmente a trabalhadores do setor Saúde. O Observatório Nacional de Segurança 
e Saúde no Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT), evidenciou o baixo índice de casos 
de Covid-19 considerados como doença ocupacional: apenas cerca de 33 mil CATs foram emitidos 
para mais de 36 milhões de casos de Covid-19 registrados até dezembro de 2022. Ressalta-se que 
a CAT é emitida somente para trabalhadores formais com cobertura previdenciária. Até dezembro 
de 2022, no Brasil, os casos de Covid-19 efetivamente considerados como ocupacionais foram os 
que ocorreram em setores de alto risco, como os trabalhadores da saúde na linha de frente do 
enfrentamento da doença. Nesses casos, ocorre a presunção de que a contaminação ocorreu no 
ambiente ou em decorrência do trabalho, sem a necessidade de comprovação. Para os trabalhadores 
de outros setores, é necessário o estabelecimento do nexo causal, ou seja, estabelecer a relação 
inequívoca entre o adoecimento e o exercício do trabalho. 
Todavia, o reconhecimento da Covid-19 como doença adquirida no ambiente ou em 
decorrência do trabalho é de extrema importância, pois, além da reparação de danos, poderá 
gerar informações que possibilitem a adoção de medidas mais eficazes de controle do contágio 
entre trabalhadores nos próprios ambientes de trabalho, sendo essa uma responsabilidade dos 
empregadores. Além disso, os casos de Covid-19 crônica ou Covid-19 longa, forma da doença 
que será abordada a seguir, e de sequelas da doença também trarão impactos sobre a classe 
trabalhadora, pois certamente irão se manifestar nos próximos meses e anos.
SAIBA MAIS
Se você quiser conhecer os dados de 
COVID adquirida em decorrência do 
trabalho em seu município, em seu 
estado e no país, visite o Observatório 
de Segurança e Saúde no Trabalho/MPT 
(OBSERVATÓRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE 
DO TRABALHADOR, 2021). Disponível em: 
https://smartlabbr.org/sst
https://smartlabbr.org/sst
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 33
1.6 AS CONDIÇÕES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA NO PÓS-PANDEMIA: COVID-19 CRÔNICA OU 
COVID-19 LONGA, E SEQUELAS DA DOENÇA COMO DESAFIOS AO SUS
A América Latina e o Caribe foram duramente atingidos pela pandemia do 
novo coronavírus. O Brasil contabilizou, até março de 2023, mais de 700 mil 
óbitos pela Covid-19. Por ser uma doença multissistêmica, os sobreviventes 
podem ter complicações intra-hospitalares importantes de curto e longo pra-
zo e podem necessitar de maior utilização dos serviços de saúde. Segundo a 
OMS, uma em cada 10 pessoas desenvolve problemas de saúde persistentes 
após ter a Covid-19, quadro conhecido como Covid-19 crônica ou Covid-19 
longa, que se caracteriza por manifestações que se prolongam após a fase 
aguda da doença e que não podem ser atribuídos a outros diagnósticos (NAL-
BANDIAN et al., 2021).
Um dos maiores estudos sobre o tema até o momento foi realizado no Reino 
Unido, entre janeiro e agosto de 2020, com 73.197 pacientes internados para 
tratamento da Covid-19. O estudo revelou que 49% (n=36.367) dos indivíduos 
teve pelo menos uma complicação, sendo os homens com idade a partir de 60 
anos os mais propensos a isso. Acometimentos no sistema renal, respiratório 
e sistêmico foram os mais frequentes. Alterações no sistema cardiovascular e 
complicações neurológicas, gastrointestinais e hepáticas foram também rela-
tadas (DRAKE et al., 2021).
Na revisão da literatura realizada por Nalbandian e colaboradores (2021), os 
sintomas após a Covid-19 podem ser divididos em duas categorias: 1) Co-
vid-19 subaguda sintomática ou persistente, que inclui sintomas e anorma-
lidades presentes por 4 a 12 semanas após a manifestação aguda da doença; 
e 2) síndrome crônica ou pós-Covid-19, que inclui sintomas e anormalidades 
presentes além de 12 semanas do início da Covid-19 (Figura 4).
Fonte: NALBANDIAN et al., (2021)
FIGURA 4: SINTOMAS DA COVID-19 SUBAGUDA E DA PÓS-COVID-19/
CRÔNICA
As manifestações pós-Covid-19 encontradas nos pa-
cientes são do tipo (de MIRANDA et al., 2021; MIRANDA 
et al., 2022): 
1. Pulmonar: dispneia, Síndrome de desconforto respi-
ratório agudo ou SDRA, opacidades em vidro fosco e 
alterações fibróticas; 
2. Hematológicas: eventos tromboembólicos, coagu-
lopatia; 
3. Neuropsiquiátricas: fadiga, mialgia, cefaleia, disauto-
nomia e deficiência cognitiva; 
4. Renais: lesão renal aguda, nefropatia caracterizada 
por glomeruloesclerose segmentar e focal ou GESF; 
5. Endocrinológicas: diabetes mellitus (novo) ou agra-
vamento da doença preexistente, cetoacidose dia-
bética, tireoidite subaguda com tireotoxicose clínica, 
potencialização da autoimunidade tireoidiana latente 
com evolução de tireoidite de Hashimoto ou doença 
de graves; 
6. Gastrointestinais: alteração da microbiota intestinal 
favorecendo organismos oportunistas; 
7. Dermatológicas:perda de cabelo ou eflúvio telógeno; 
8. Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica 
(SIM-C): ocorre em menores de 21 anos e a maioria dos 
pacientes resultam negativos para infecção aguda, mas 
positivos para anticorpos o que sugere que a síndrome 
pode resultar de uma resposta imune adquirida e não 
pela infecção viral aguda. Os sintomas mais frequen-
tes são, febre, dor abdominal, vômito, diarreia, erupção 
cutânea, hipotensão e comprometimento cardiovascu-
lar (aneurisma da artéria coronária) e neurológico (dor 
de cabeça, encefalopatia e convulsão).
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 34
Além disso, esse cenário de enfrentamento dessa nova realidade 
demandará maiores investimentos do governo, bem como 
intervenções de saúde pública para conter a disseminação viral no pós-
pandemia e para se preparar para novas pandemias no futuro. Assim, 
tornam-se necessários planejamento e investimentos significativos 
de recursos financeiros e humanos no SUS e fortalecimento dos 
sistemas de informação e da Vigilância Epidemiológica. Além disso, 
um esforço interdisciplinar e coletivo torna-se fundamental para 
minimizar o impacto da Covid-19 crônica ou Covid-19 longa nos 
estados e em todo o Brasil (THE LANCET, 2021).
Deve-se destacar que, além dos problemas adicionais de saúde 
decorrentes da COVID, há ainda a demanda reprimida de cirurgias 
eletivas, exames diagnósticos e terapêuticos e consultas de 
diferentes especialidades que foram suspensas nos períodos de picos 
da Covid-19 para não sobrecarregar ainda mais os serviços de saúde. 
Além disso, doenças emergentes e reemergentes, como dengue, 
sarampo, influenza, chikungunya e zika, se somam aos agravos 
crônicos e causas externas e demandam também maior atenção e 
financiamento dos diferentes níveis de atenção à saúde. O Programa 
Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde também foi 
afetado no período de pandemia, tendo em vista que a cobertura 
vacinal, principalmente infantil, foi inferior ao esperado. O ideal é que 
essa cobertura fique entre 90% e 95% da população infantil (OCKÉ-
REIS, 2020; BRASIL, 2015b).
Esse cenário pós-pandemia será certamente um dos maiores 
desafios para os sistemas de saúde e para os afetados pela Covid-19 
crônica ou Covid-19 longa. Uma grande parcela dos afetados é 
formada por trabalhadores e pessoas produtivas que terão que se 
adaptar a essa nova realidade. Paralelamente a isso, os serviços de 
saúde devem se preparar para a demanda considerada por muitos 
países como sendo uma grande crise de saúde.
Um estudo realizado nos Estados Unidos avaliou 379 diagnósticos de doenças possivel-
mente relacionadas à Covid-19. Foi observada a prescrição de 380 classes de medica-
mentos e foram realizados 62 tipos de exames laboratoriais nesses indivíduos, após 30 
dias de internação. Os autores alertam que esse cenário pós-Covid-19 poderá culminar 
em uma próxima crise de saúde americana (AL-ALY; XIE; BOWE, 2021).
Pesquisadores da Fiocruz de Minas Gerais realizaram um estudo longitudinal que per-
mitiu avaliar os efeitos da Covid-19 ao longo do tempo. A pesquisa acompanhou, por 14 
meses, 646 pacientes que se infectaram com o vírus. Do total, 50,2% tiveram sintomas 
pós-Covid-19. A pesquisa contabilizou 23 sintomas, dentre eles, fadiga, tosse persis-
tente, dificuldade para respirar, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça frequentes 
e transtornos mentais como insônia, ansiedade e tontura. Segundo os pesquisadores, 
todos os sintomas iniciaram após a infecção aguda e muitos deles persistiram por longo 
tempo (de MIRANDA et al., 2022).
SAIBA MAIS
Convidamos você, trabalhador estudante, a assistir ao vídeo 
do programa jornalístico intitulado Boletim Corona, que 
fala sobre as sequelas causadas em pacientes recuperados 
de Covid-19, classificadas por alguns especialistas como 
Covid-19 crônica ou Covid-19 longa. Disponível em:
https://portal.fiocruz.br/video/sequelas-em-pacientes-
recuperados-da-Covid-19-boletim-corona
Você também pode ouvir o podcast CoronaFatos – Episódio 
63, cujo tema é a Covid-19 longa. Produzido pelo Canal 
Saúde/Fiocruz, o episódio conta com a participação da 
pesquisadora da Fiocruz, professora da Escola Nacional 
de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) e membro 
do Observatório Covid-19 Fiocruz Margareth Chrisóstomo 
Portela. O programa aborda os principais sintomas da 
Covid-19 longa (Covid-19 crônica ou Covid-19 longa), quem 
tem mais risco de desenvolver a síndrome pós-COVID e 
o desafio que isso representa para o sistema de saúde. 
Disponível em: 
https://portal.fiocruz.br/noticia/coronafatos-episodio-
63-covid-longa
https://portal.fiocruz.br/video/sequelas-em-pacientes-recuperados-da-COVID-19-boletim-corona
https://portal.fiocruz.br/video/sequelas-em-pacientes-recuperados-da-COVID-19-boletim-corona
https://portal.fiocruz.br/noticia/coronafatos-episodio-63-covid-longa
https://portal.fiocruz.br/noticia/coronafatos-episodio-63-covid-longa
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1.7 RECONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DO SUS PELA POPULAÇÃO BRASILEIRA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS 
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E DO SUS
Se podemos dizer que dessa pandemia de Covid-19 é 
possível extrair algo positivo, o que parece se destacar 
é a percepção, pela população brasileira, do SUS como 
patrimônio indispensável da nossa sociedade, como o 
nosso grande plano de saúde coletiva. Nossa população 
parece finalmente ter conhecido e reconhecido a 
importância e o valor do SUS na gestão dos cuidados com 
a saúde da população: diferentemente do que ocorre em 
alguns países mais desenvolvidos, onde os usuários do 
sistema de saúde pagam caro por atendimentos, inclusive 
em situações de calamidade. No Brasil, a prevenção, o 
cuidado com os pacientes na atenção primária, secundária 
e terciária e a vigilância em saúde estão sendo totalmente 
custeados pelo SUS, apesar de todas as dificuldades 
impostas pelo momento de profunda crise sanitária, social 
e política. Também é de responsabilidade unicamente do 
SUS a imunização da população elegível para a imunização 
segundo critérios de prioridade definidos pelo Ministério 
da Saúde. É preciso, portanto, aproveitar esse momento 
favorável de reconhecimento e valorização do SUS pela 
população para aproximá-la ainda mais do sistema, 
especialmente por intermédio da APS, considerada a 
porta de entrada preferencial e ordenadora dos cuidados. 
Nesse processo, também deve ser destacada a inclusão 
da população trabalhadora, cuja maioria não dispõe de 
outros recursos de atenção à saúde laboral que não os 
disponibilizados pelo SUS e cuja porta de entrada no 
sistema também é a APS. Assim, trabalhador estudante, podemos analisar 
o que aprendemos e ainda estamos aprendendo 
com essa pandemia, avaliar nossos erros e acertos 
e refletir sobre como poderemos utilizar todo esse 
aprendizado para prevenir novas emergências 
dessa natureza e salvar vidas, assim como tratar e 
cuidar das pessoas em vulnerabilidade.
No Brasil, a organização da atenção à saúde da população segue a recomendação da 
OMS, que define três níveis de atenção:
Atenção primária: considerada a porta de entrada preferencial do indivíduo no 
sistema e a ordenadora do cuidado, na atenção primária são desenvolvidas atividades 
de prevenção, imunização, educação em saúde, diagnóstico e cuidados básicos das 
doenças e agravos menos complexos. No SUS, é realizada nas Unidades Básicas de 
Saúde (UBSs);
Atenção secundária: o indivíduo que não teve as suas necessidades de saúde 
resolvidas na atenção primária terá acesso a cuidados de maior complexidade na 
atenção secundária, como exames diagnósticos mais complexos e as especialidades 
médicas para recuperação da sua saúde, podendo ou não demandar internações. No 
SUS,a atenção secundária é realizada nas Policlínicas e centros de atendimento; 
Atenção terciária: o diagnóstico e o tratamento de doenças e agravos potencialmente 
fatais demandam a realização de exames de alta complexidade, internações 
mais prolongadas e tratamentos mais invasivos, como cirurgias, quimioterapia 
e reabilitação, e isso acontece no âmbito da atenção terciária, que é realizada em 
hospitais e centros de tratamento intensivo.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 36
Será necessário sistematizar e analisar todas as iniciativas e ações implementadas 
– ou não – na pandemia para, na eventualidade de outras, talvez em breve, 
podermos atuar de forma imediata e resolutiva no controle da transmissão e na 
proteção da população, iniciando pelos grupos mais vulneráveis (trabalhadores 
da linha de frente, idosos, portadores de comorbidades, gestantes, nutrizes, 
puérperas, trabalhadores dos serviços essenciais, etc.). Essas ações podem ser 
mais bem compreendidas considerando alguns aspectos dos sistemas de saúde 
na iminência de novas epidemias e pandemias, como:
• Avaliação do conhecimento científico já produzido sobre o tema;
• Prevenção e identificação de surtos, epidemias e pandemias;
• Preparo do SUS local para o enfrentamento de uma possível emergência 
sanitária;
• Comunicação do risco à população;
• Planejamento das ações para o controle/mitigação;
• Preparo dos serviços para a prevenção, acolhimento, tratamento e 
reabilitação dos indivíduos acometidos e da demanda reprimida, 
especialmente das doenças crônicas, durante a fase de emergência;
• Notificação eficaz das suspeitas e casos ao sistema de vigilância;
• Implementação imediata de cuidados não farmacológicos;
• Estruturação, organização e implementação do plano de imunização em 
âmbito local;
• Mensuração e informação dos resultados das ações;
• Avaliação da eficácia dos mecanismos de controle adotados.
Ao serem notificados pelas autoridades sanitárias do primeiro surto, os serviços 
de saúde devem acionar o sinal de alerta e algumas medidas imediatas de 
contenção da transmissão da doença devem estar disponíveis, entre elas: 
Fortalecimento do SUS: deve ser viabilizado sempre, reconhecendo que, 
embora tenhamos boa estrutura para, por exemplo, a imunização, muito ainda é 
necessário melhorar em outros aspectos, e é preciso garantir o financiamento do 
sistema e a formação de recursos humanos suficientes e capacitados para atuar 
em todos os níveis de atenção em situações de emergência sanitária. 
Equipamentos de Proteção Individual e insumos: as indústrias e as redes de 
distribuição de EPIs e insumos (como oxigênio) devem estar articuladas com o 
setor Saúde para garantir o abastecimento imediato e constante em situações 
de emergência sanitária.
Medicamentos essenciais: a indústria de medicamentos também deve estar 
estrategicamente articulada com o setor Saúde para a rápida produção e 
distribuição de medicamentos em casos emergenciais, preferencialmente com 
autonomia nacional.
Recursos humanos no SUS: adequação do dimensionamento das equipes locais 
de saúde às necessidades locais/regionais e qualificação para o atendimento de 
demandas imediatas devido à emergência sanitária.
Comunicação em saúde: estabelecimento imediato de diálogo franco e 
baseado em dados científicos e oficiais com a população, diretamente ou por 
meio de campanhas midiáticas de esclarecimento, informação e orientação 
sobre as condutas preventivas e curativas a serem adotadas.
Fortalecimento da vigilância epidemiológica: aprimoramento do sistema de 
informações em saúde para identificação e notificação de suspeitas e casos da 
doença.
Fortalecimento da vigilância sanitária: melhoria das condições de saneamento 
básico locais e dos processos de vigilância sanitária em observância ao RSI e às 
normas sanitárias nacionais e locais.
Educação permanente em saúde: adoção de hábitos de vida saudáveis, com 
estímulo ao consumo de alimentos e preparações locais/regionais seguras do 
ponto de vista quantitativo e qualitativo, com respeito à soberania alimentar 
e à cultura alimentar local, boas práticas de escolha e preparo dos alimentos 
e higiene dos locais e de equipamentos e utensílios de preparo dos alimentos 
(inclusive na alimentação escolar e institucional); realização de higiene corporal 
e das vestimentas dos manipuladores de alimentos; estímulo à prática de 
atividade física regular e, na medida do possível, redução do tempo de tela; 
implementação de programas de cessação do tabagismo e etilismo; entre outros.
Educação ambiental: estímulo da população, especialmente de crianças, jovens 
e o empresariado do entorno, a cuidar dos ambientes de vida, de trabalho e de 
lazer, de modo a proteger e preservar os biomas. 
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 37
Educação para o trabalho: empoderamento da população trabalhadora para a 
identificação de riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho, com destaque 
para os riscos biológicos e acidentes com materiais perfurocortantes; implemen-
tação e treinamento de equipes para uso correto de EPIs e Equipamentos de Pro-
teção Coletiva (EPC).
Educação permanente para a prescrição e utilização consciente de 
medicamentos: feito sempre sob cuidados e prescrição médica, seguindo 
os preceitos científicos recomendados pela OMS e pelo Ministério da Saúde. 
Valorizar e acreditar na ciência e contribuir com o conhecimento científico pode 
salvar muitas vidas. 
Aprimoramento dos mecanismos de vigilância em saúde em âmbito local: 
qualificar as equipes de saúde para identificação e notificação de casos-índice 
e surtos locais, que precisam ser ágeis e eficazes, e para a adoção de medidas 
adequadas e imediatas de contenção da multiplicação de casos. Deve-se 
proceder ao treinamento permanente das equipes para notificação de casos/
suspeitas nos prazos estabelecidos pela vigilância epidemiológica, com especial 
atenção aos casos de notificação compulsória. A população também deve ser 
alertada a procurar o serviço de saúde tão logo apresente sintomas compatíveis 
com doenças infecciosas potencialmente graves. 
Melhoria dos sistemas de comunicação/tecnologias de informação: adequação 
e capacitação para a comunicação eficaz e tempestiva intra e extra equipes e com 
as comunidades, incluindo suas representações, ONGs e lideranças locais.
Adoção de modalidades de trabalho remoto: com relação ao trabalho em 
saúde, é preciso treinar e equipar adequadamente, com softwares/aplicativos 
e hardwares, os profissionais da saúde que podem exercer algum trabalho 
em sistema de home office e em outras modalidades de trabalho remoto, na 
eventualidade de ocorrer novas epidemias/pandemias como a atual. É preciso 
atentar para a saúde e segurança do trabalhador em sistema remoto.
Prevenção de riscos ocupacionais no domicílio: ao migrar do trabalho 
presencial para o trabalho remoto, o trabalhador leva para – ou cria em – seu 
domicílio alguns riscos ocupacionais inerentes à execução do seu trabalho, 
como os ergonômicos, físicos, psíquicos e até mesmo biológicos (como livros, 
documentos mofados e empoeirados, matérias-primas, entre outros), o que 
aumenta os riscos de adoecimentos não só do trabalhador, mas também de 
outros membros de sua família. Cabe aos serviços de saúde adotar medidas para 
eliminar ou minimizar esses riscos.
Adequação de espaços físicos: os espaços físicos das unidades de saúde 
precisam ser melhorados ou mais bem organizados, desde o acolhimento até o 
atendimento, especialmente prevendo a necessidade de distanciamento físico 
entre pessoas em salas de espera e locais de exames e atendimentos. É preciso 
melhorar também a ventilação natural e os espaços de circulação de pessoas 
nas unidades de saúde, permitindomaior distanciamento entre as estações de 
trabalho e o estabelecimento de fluxos de trabalho e de pessoas que permitam 
evitar cruzamentos e aglomerações. 
Higiene e organização das estações de trabalho: as estações de trabalho 
precisam ser higienizadas diariamente ou até mais de uma vez por dia, na medida 
das necessidades, ainda que estejam aparentemente limpas. A organização dos 
materiais, instalações (com destaque para sanitários e cozinhas/refeitórios), 
mobiliários e equipamentos e sua permanência em boas condições de uso deve 
ser prioridade das equipes de saúde e dos gestores. Sugere-se a elaboração de 
um manual local de prevenção e controle de riscos biológicos nos ambientes 
de trabalho das unidades de saúde, com destaque para o enfrentamento das 
doenças transmissíveis.
Segurança e saúde dos trabalhadores e dos usuários: devem-se elaborar 
mapas de risco locais (poucas unidades de saúde possuem, embora seja 
obrigatório), destacando os pontos de risco biológico e treinando os servidores 
e usuários a compreendê-los para que, utilizando esses mapas, evitem se expor 
desnecessariamente.
Proteção de grupos vulneráveis contra a violência domiciliar (crianças, 
idosos, mulheres, trabalhadoras domésticas, entre outros): fortalecer 
o sistema de vigilância dos casos de violência domiciliar e os sistemas de 
informação/notificação e de acolhimento e cuidados, com amparo psicológico, 
médico e policial.
Pesquisas, ciência e tecnologia e extensão: as universidades e os centros de 
pesquisa e de produção de vacinas devem estar estrategicamente preparados para 
a produção de informações científicas, testes e imunizantes em casos emergenciais, 
e tanto os gestores quanto a população precisam entender a sua importância. 
Cabe à gestão pública aportar recursos financeiros suficientes para tal.
Aprendizado com o passado e com o presente: é preciso que as unidades de 
saúde em todos os níveis façam reflexões coletivas de forma crítica e honesta, 
usando estratégias metodológicas adequadas, sobre a pandemia atual e 
estabeleçam interlocuções com outros serviços para elencar as dificuldades 
vivenciadas, avaliar a eficácia das soluções adotadas e os indicadores locais de 
saúde-doença antes, ao longo e posteriormente ao período pandêmico e, com 
base no aprendizado obtido e nas informações colhidas, elaborar estratégias 
locais sistematizadas de detecção e enfrentamento de um provável evento 
futuro. Em outras palavras, é preciso desenvolver e ter bem estabelecido um 
plano de enfrentamento para ser colocado em prática ao primeiro sinal de uma 
possível epidemia-pandemia.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 38
Em um contexto pandêmico como o que atravessamos, já está bem claro que, se quisermos alcançar 
o controle dessa ou de qualquer outra epidemia/pandemia, será imprescindível que o poder público 
assuma efetivamente a responsabilidade pela condução das ações e também que cada indivíduo siga 
rigorosamente os cuidados individuais possíveis, mediante a adesão às medidas já cientificamente 
comprovadas como eficazes – as não farmacológicas já referidas e o esquema completo de 
imunização. Em outras palavras, cuidar de si é também cuidar de todos: dos familiares, dos colegas de 
trabalho, dos vizinhos e amigos, dos trabalhadores dos quais necessita, da sociedade como um todo. 
E, para cuidar de si e do outro, o indivíduo precisa ser um sujeito de direitos e também de deveres, 
ciente do seu papel crítico perante a vida e da necessidade de contribuir para a transformação do 
planeta em um local melhor para as atuais e futuras gerações.
No entanto, o cuidar de si direcionado ao bem-estar coletivo pressupõe uma postura ética e moral 
dos diferentes atores envolvidos no processo, além de empatia, solidariedade e responsabilidade para 
com a sociedade, o que nem sempre ocorre. Infelizmente, a sensibilização e a mudança de postura 
por parte da população para a questão do cuidar de si e do outro é mais um desafio que se coloca 
para os serviços e aos profissionais de saúde nesse momento crucial da história da humanidade.
SAIBA MAIS
Leitura sugerida: se você quiser conhecer mais sobre a questão do 
cuidado individual como estratégia de cuidado coletivo, sugerimos 
a leitura do artigo O cuidado de si em Michel Foucault (GOMES; 
FERRERI; LEMOS, 2018) e a leitura do livro História da Sexualidade: o 
cuidado de si, de Michel Foucault (FOUCAULT, 2009), que deu origem 
ao artigo.
39Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia
Nesta unidade foi possível compreender diferentes conceitos de Saúde, processo saúde-doença e sua determinação 
social e biológica, além do contexto social e econômico global e do país antes e durante a pandemia.
Além disso, foi apresentado o histórico da pandemia de Covid-19 no contexto global e no Brasil baseado em dados 
epidemiológicos nacionais e internacionais referentes à situação de casos, óbitos e da cobertura vacinal.
Também foi possível identificar as novas configurações do trabalho, seus desdobramentos atuais e futuros no 
emprego, na saúde e na segurança da classe trabalhadora e refletir sobre o impacto da pandemia de Covid-19 nos 
indicadores de saúde da população brasileira e nos serviços públicos e privados de saúde, em especial na APS.
Destacou-se o reconhecimento da importância do SUS pela população brasileira, além dos desafios e perspectivas 
das políticas públicas e do SUS.
Esperamos que você tenha aproveitado os conhecimentos compartilhados e que possa utilizá-los no enfrentamento 
dos desafios atuais e que estão por vir. Boa sorte!
ENCERRAMENTO DA UNIDADE
40Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia
REFERÊNCIAS
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44Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia
MINICURRÍCULO DAS AUTORAS
OLÍVIA MARIA DE PAULA ALVES BEZERRA
Doutora em Ciência Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em 
Administração pela UFMG. Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Ouro Preto 
(UFOP). Professora titular aposentada pela Escola de Medicina da UFOP. Docente permanente 
do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família (PROFSAÚDE Fiocruz/UFOP).
E-mail: ompab@yahoo.com.br
Orcid: https://0000-0002-5596-657X
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2106229540277568
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI
Doutora em Ciências Fisiológicas e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do 
Espírito Santo (UFES). Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). 
Professora Associada do curso de Nutrição da UFES. Líder do Grupo de Pesquisa em Epidemiologia, 
Saúde e Nutrição (GEMNUT). Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde 
Coletiva da UFES e do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde (PPGNS) da UFES.
E-mail: lucianebresciani@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1881-0306
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3503255904138561
mailto:ompab@yahoo.com.br
https://0000-0002-5596-657X
http://lattes.cnpq.br/2106229540277568
mailto:lucianebresciani@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-1881-0306
http://lattes.cnpq.br/3503255904138561
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Unidade 2
Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Aline Priscila Batista
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Olá, trabalhador estudante. Seja bem-vindo à Unidade 2 do Módulo – Fundamentos e Tecnologias 
para o Enfrentamento da Covid-19 e de outras Doenças Virais. 
Esta unidade traz aspectos importantes das políticas públicas, conhecimento necessário também 
para o enfrentamento de doenças virais, possibilitando o reconhecimento delas enquanto base para 
o trabalho no SUS e permitindo, assim, que você relembre e atualize as normatizações pertinentes e 
os desafios que ainda temos de enfrentar para garantir que tais princípios e diretrizes funcionem de 
maneira satisfatória. 
A Unidade 2 cria um espaço para análise dos pontos-chave da formação política na área da saúde, 
desde o momento em que remotamente se pensava em qualquer organização voltada à Saúde 
Pública e pouca atenção era dada a questões de saúde, com epidemias assolando o país, até 
construções mais atuais, passando por políticas com histórico de muitos avanços, como a Política 
Nacional de Imunizações e a Política Nacional de Vigilância em Saúde, até campos ainda em constante 
construção, como o Campo da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora e da Política Nacional de 
Assistência Social.
Apresentamos também várias sugestões de leituras, reflexões e materiais audiovisuais, que trazem 
debates da atualidade e te ajudarão no enriquecimento do pensamento crítico enquanto profissional 
de saúde. Esperamos contribuir, de forma positiva, para sua qualificação, desejando, de antemão, 
que você tenha momentos de muito proveito com o conteúdo elaborado. Viva o SUS e sigamos 
juntos na sua construção! 
1. Reconhecer momentos-chave da formação daspolíticas de Saúde Pública;
2. Descrever o conceito de Determinantes Sociais da Saúde (DSS), suas principais características e importância no contexto das doenças virais;
3. Identificar o papel da intersetorialidade para um enfrentamento da Covid-19 e de outras doenças virais;
4. Compreender a atuação de cada nível de atenção à saúde e as estratégias de enfrentamento da Covid-19 e de outras doenças virais;
5. Relatar a forma de organização do trabalho em saúde e da vigilância em saúde: seus componentes e especificidades;
6. Correlacionar o impacto da precarização das relações de trabalho em saúde ao controle da Covid-19 e de outras doenças virais;
7. Identificar a estrutura da Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) e seus componentes-chave;
8. Refletir sobre a integração da vigilância em saúde com os níveis de atenção para o enfrentamento da Covid-19 e de outras doenças virais;
9. Conhecer o arcabouço da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador 
(RENAST) e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs);
10. Identificar a importância da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) e suas ferramentas no contexto de epidemias;
11. Compreender os pontos centrais do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e os aspectos essenciais para o seu fortalecimento;
12. Conhecer as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social, sua atuação por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e os 
desafios no contexto de emergências em saúde.
Carga Horária de Estudo: 15 horas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE
2.1 INTRODUÇÃO
Caro trabalhador estudante, antes de começar a abordar as políticas que compõem 
esta unidade, vale destacar pontos-chave que nortearam a organização das políticas 
de saúde até a construção do SUS:
• As políticas de saúde, como as conhecemos na atualidade, eram inexistentes 
nos períodos colonial e imperial (1500-1889), em que as ações eram 
pontuais, tomadas principalmente nos momentos de epidemias, a fim de 
manter a imagem do Brasil como um lugar atrativo para a imigração, para 
que a economia e o comércio com outros países não fossem prejudicados;
• A evolução das políticas de saúde ocorreu lado a lado com a evolução 
econômica e social do Brasil, portanto pautando-se pelo capitalismo;
• Por muito tempo, a saúde da população não era prioridade nem 
responsabilidade do Estado;
• A assistência à saúde apareceu, de forma mais concreta, quando a previdência 
social nasceu, tendo como interesse manter a saúde do trabalhador formal;
• O foco inicial da assistência à saúde foi na medicina curativa e lucrativa, 
cenário em que o governo contratava serviços privados para as classes de 
trabalhadores, o que, em momento posterior, passou a ser um benefício dos 
contribuintes da previdência social. O indivíduo que não pudesse pagar não 
tinha acesso a serviços de saúde, por vezes buscando ajuda nas instituições 
de caridade como as Santas Casas de Misericórdia;
• A integralidade das ações de saúde foi fragmentada por muito tempo: de um 
lado, as ações de promoção e prevenção eram atribuições do Ministério da 
Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde; de outro, as ações de 
proteção (curativas) eram adotadas pela Previdência Social e pela medicina 
liberal (PAIM; ALMEIDA-FILHO, 2014; AGUIAR, 2015).
Ao longo dos estudos, tenha em mente que esses pontos serviram de base para a 
construção dos princípios do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), que está em 
constante construção. 
49Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Política de saúde
É compreendida como a ação ou omissão do Estado, enquanto resposta 
social, diante dos problemas de saúde e seus determinantes sociais, 
ambientais e culturais, bem como em relação à produção, à distribuição 
e à regulação de bens, serviços e ambientes que afetam a saúde dos 
indivíduos e da coletividade (PAIM; ALMEIDA-FILHO, 2014, p. 70).
2.2 MOMENTOS-CHAVE NA FORMAÇÃO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA
Nesta seção, caro trabalhador estudante, aprenderemos mais 
sobre a formação do nosso SUS, e conheceremos mais sobre a 
história das políticas públicas de saúde do país, assim como os 
modelos conceituais em saúde e determinação do processo 
saúde-doença, a determinação social que existe nesse processo, 
a importância do exercício da intersetorialidade, bem como a 
importância da organização do SUS em redes de atenção à saúde. 
Bons estudos!
2.2.1 Estrutura e organização do SUS: história das políticas públicas de saúde
Analisando a evolução das políticas públicas de saúde no Brasil, podemos 
destacar vários períodos, cada qual com características marcantes que foram 
influenciadas pelo momento político e econômico da época. Para trabalhar 
com esse tema, é prático construirmos, juntos, uma linha do tempo que nos 
ajudará a entender as características e a tomada de decisão de cada momento. 
Então, vamos à nossa linha do 
tempo para melhor entendimento 
de onde cada um dos pontos citados 
se encaixa (Quadro 1).
QUADRO 1 – PRINCIPAIS FATOS HISTÓRICOS LIGADOS AO DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL
ANO/PERÍODO FATO
Brasil Colônia: 1500 • Propagação de doenças trazidas pelos europeus;
• População indígena dizimada;
• Mortalidade altíssima;
• Prática do curandeirismo – doenças eram tratadas com recursos 
naturais (principalmente para tratar índios, negros e brancos pobres);
• Escassez de médicos;
• Filantropia: instalação das primeiras Santas Casas de Misericórdia (séculos 
XVI e XVII) – pioneiras nas atividades estatais de assistência à saúde;
• Principais doenças: sífilis e gonorreia, lepra, tuberculose, sarampo, 
febre amarela, cólera, malária, varíola e leishmaniose.
Continua na próxima página
50Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
QUADRO 1 – PRINCIPAIS FATOS HISTÓRICOS LIGADOS AO DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL (CONTINUAÇÃO)
ANO/PERÍODO FATO
Chegada da 
Família Real e 
Império: 
1808-1889
• Controle dos portos (médico Manoel Vieira da Silva) – 
prática da quarentena; 
• Conceitos de endemia, epidemia e pandemia;
• Chegada da família Real: estímulo ao uso da vacina 
antivariólica, criação das Escolas de Medicina do Rio de 
Janeiro e da Bahia, da Junta de Hygiene Pública e da 
Academia Nacional de Medicina;
• Epidemias de varíola, febre tifoide, febre amarela e sarampo 
frequentes no Rio de Janeiro;
• Casos de tuberculose também eram numerosos, mas 
negligenciados;
• Primeiras discussões sobre as causas sociais como 
influenciadoras da doença e necessidade de intervenção do 
Estado para haver êxito nas ações de saúde.
Primeira 
República: 
1889-1930
• Política do café com leite e incentivo à imigração de mão de 
obra europeia;
• Saneamento básico precário e mesmo cenário com as 
doenças pestilenciais, as quais traziam prejuízos para 
a agricultura cafeeira e para a indústria paulistana em 
ascensão;
• Oswaldo Cruz traz o Modelo Campanhista (baseado na 
prevenção) – movimento sanitarista campanhista com 
criação da polícia sanitária; 
• Vacinação antivariólica obrigatória – Revolta da Vacina;
• Criação das duas principais Instituições de Saúde no 
Brasil: Instituto Soroterápico Federal, posteriormente 
transformado em Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, 
e Institutos Butantã e Biológico e Bacteriológico, em São 
Paulo;
• Momento de contestação da teoria miasmática – início da 
era pasteuriana;
• Chegada de Carlos Chagas – mudança de abordagem: 
promoção antes da prevenção;
• Início da atuação da Fundação Rockefeller no Brasil, 
com foco nos serviços de educação sanitária, trazendo à 
população conscientização sobre cuidados com a saúde e 
com a higiene;
• O controle de doenças passa a chamara atenção dos 
governantes, uma vez que elas afetavam a saúde dos 
trabalhadores;
• Lei Elói Chaves e criação das Caixas de Aposentadorias e 
Pensão (CAPs) – primeiro para ferroviários. 
Governo Getúlio 
Vargas: 1930-
1945 e 1951-
1954
• Governo populista: “pai dos pobres”;
• Urbanização precária e desordenada nas grandes cidades 
– acrescentam-se aos problemas de saúde antigos as 
doenças profissionais, estresse, acidentes de trabalho, 
desnutrição, verminoses, entre outros;
• Saúde e Educação passaram a compartilhar um ministério 
próprio – Ministério da Educação e Saúde Pública;
• Criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP);
• CAPs substituídas por Institutos de Aposentadoria e 
Pensões (IAPs);
• Pós-guerra: influência do modelo do Welfare State, 
política de bem-estar social – saúde, educação, habitação, 
renda e seguridade. O Brasil passa a ser cobrado por 
responsabilização sobre a saúde de sua população;
• Criação do Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de 
Urgência (SAMDU). Atenção à saúde somente em estados 
de urgência/emergência;
• O Ministério da Saúde é desmembrado da Educação (1953) 
e passa a ter sua atuação de forma independente – ações 
de promoção e prevenção à saúde;
• Criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais 
(Dneru) – febre amarela, malária, peste bubônica, 
esquistossomose e tracoma. 
Ditadura militar: 
1964-1985
• Redução das verbas destinadas à saúde;
• Atenção primária é desassistida, e ações de promoção e 
prevenção não são o foco; 
• Indústria da doença – a prioridade é dar suporte à medicina 
assistencialista ou curativista, pois torna-se lucrativo dar 
assistência à pessoa no momento que ela já adoeceu;
• Os IAPs são substituídos pelo Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS) – o governo passa a se 
responsabilizar pela assistência médica aos segurados e 
suas famílias;
51Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
QUADRO 1 – PRINCIPAIS FATOS HISTÓRICOS LIGADOS AO DESENVOLVIMENTO DAS 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL (CONTINUAÇÃO)
ANO/PERÍODO FATO
Ditadura militar: 
1964-1985 
(continuação)
• Aumento de doenças como dengue, malária, meningite e 
poliomielite;
• Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência 
Social (SINPAS) e do Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social (INAMPS);
• Criação da Superintendência de Campanhas de Saúde 
Pública (SUCAM);
• Conferência de Alma-Ata;
• Criação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde 
Previdenciária (CONASP);
• Criação das Ações Integradas em Saúde (AIS) e Programa de 
Ações Integradas em Saúde (PAIS).
Redemocratização: 
1985-1988
• Eleições diretas já;
• VIII Conferência Nacional de Saúde;
• Criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS);
• Reforma Sanitária;
• Constituição de 1988 – Nascimento do Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
Fonte: Bertolli Filho (2006), Paim e Almeida-Filho (2014) e Aguiar (2015).
Até aqui, você conseguiu ter 
uma visão geral do quanto 
foi complexa a evolução das 
políticas públicas no Brasil 
até a chegada do SUS? Para 
consolidar esse assunto, vamos 
visitar o conteúdo a seguir, que 
conta, de forma bem didática 
e descontraída, a evolução das 
políticas públicas no Brasil. Pode 
complementar a linha do tempo 
apresentada. 
SAIBA MAIS
Canal VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz. A história da saúde pública no Brasil – 500 
anos na busca de soluções. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
Especial Epidemias: uma história das doenças e seu combate no Brasil: Jornal da 
USP fez uma retrospectiva sobre as principais doenças que abateram o Brasil desde a 
chegada dos colonizadores portugueses. Disponível no link abaixo:
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/especial-epidemias-uma-
historia-das-doencas-e-seu-combate-no-brasil/ 
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/especial-epidemias-uma-historia-das-doencas-e-seu-combate-no-brasil/ 
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/especial-epidemias-uma-historia-das-doencas-e-seu-combate-no-brasil/ 
52Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Como visto no vídeo, o SUS passou a ser o 
Sistema Público de Saúde Brasileiro nascido dos 
anseios da sociedade para contrapor o modelo 
antigo, que separava a saúde individual da 
saúde coletiva e era extremamente excludente.
E quais são as principais normativas 
que estruturam e organizam o SUS? 
Veja o Quadro a seguir com alguns 
momentos e legislações importantes 
na estruturação do SUS:
Art. 198 da Constituição de 1988: organiza e estrutura o SUS em todo o território nacional.
Lei nº 8.080/1990 e Decreto nº 7.508/2011: regulamentam as bases da 
organização e funcionamento do SUS (BRASIL, 1990a, 2011a).
Lei nº 8.142/1990 e Resolução nº 453/2012: participação da comunidade e 
parte do financiamento e recursos (BRASIL, 1990b;2012a).
1991: estruturação da rede de atenção básica em saúde com o Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde.
1992: aprovação da Norma Operacional Básica (NOB 01/1992) (BRASIL, 1992a).
1993: descentralização e municipalização dos serviços.
1994: estruturação da Saúde da Família, com equipes multidisciplinares atuando 
nas comunidades.
2002: publicação da Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS 01/2002), 
que define a regionalização e a assistência à saúde (BRASIL, 2002a).
QUADRO 2 – MOMENTOS E LEGISLAÇÕES IMPORTANTES NA ESTRUTURAÇÃO DO SUS
Fonte: elaborado pela autora a partir da adaptação de Paim e Almeida (2014) e Aguiar (2015).
Dê uma olhada nessas normativas 
(em especial no Decreto nº 7.508, 
que traz algumas definições 
importantes, como a organização 
do SUS por Regiões de Saúde) e 
relembre os princípios doutrinários 
e organizativos do SUS, que são 
a essência das políticas que se 
desenvolveram a partir dele. Ao 
longo da nossa unidade também 
veremos as políticas importantes 
que fortalecem a construção e a 
organização do SUS. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653794/artigo-198-da-constituicao-federal-de-1988
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7508.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html
53Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Interessou-se pelo tema e quer saber 
mais? Assista a este interessante 
documentário que traz mais aspectos 
das políticas públicas no Brasil ao longo 
do século XX:
Que bom que você chegou até aqui! Viu quanto a chegada do SUS foi uma 
grande vitória para a Saúde Pública no Brasil? Agora você pode construir a 
linha do tempo da evolução das políticas públicas de saúde à sua maneira, 
criando destaques e fazendo sua própria análise crítico-reflexiva.
SAIBA MAIS
Canal Rede TVT. Documentário Políticas de Saúde no Brasil: um século 
de luta pelo direito à saúde, de Renato Tapajós. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=EOACL0yhxBU
https://www.youtube.com/watch?v=EOACL0yhxBU
54Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.2.2 Modelos conceituais em saúde e determinação do 
processo saúde-doença
Caro trabalhador estudante, agora que você já reviu o 
panorama da evolução das políticas públicas no Brasil, 
vamos discutir como o conceito de saúde também 
evoluiu ao longo do tempo, sendo influenciado pelos 
contextos político, econômico, social e cultural. Para 
que você identifique as mudanças ao longo do tempo, é 
importante conhecer os principais modelos. . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo das autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SUMÁRIO
MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
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SUMÁRIO
Unidade 2: Políticas públicas no enfrentamento das doenças virais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.2 Momentos-chave na formação das políticas de saúde pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3 Trabalho em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.4 Política Nacional de Vigilância em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.5 Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.6 Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: marco regulatório, aspectos conceituais e desafios para sua 
implementação e atualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.7 Programa Nacional de Imunizações: marco regulatório, aspectos conceituais, trajetória até o reconhecimento 
internacional e pontos importantes para seu fortalecimento no SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.8 Políticas públicas da assistência social no enfrentamento de epidemias/pandemias: histórico, diretrizes e atuação no 
contexto de doenças infecciosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo da autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
SUMÁRIO
Unidade 3: Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1 TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1 Introdução ao conceito de territorialização em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.1 Os indicadores epidemiológicos e as desigualdades sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.2 Conceito Ampliado de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.3 Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) e sua importância na vigilância em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.4 Compreensão e ação territorializada em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.1.5 Diagnóstico do território . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.2 A vigilância em saúde com base nos territórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.1.2.1 A pandemia de Covid-19 e a potencialidade das intervenções comunitárias na prevenção de agravos e 
promoção à saúde em territórios adscritos às Unidades Básicas de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo do autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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118
MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
3.2 GEOPROCESSAMENTO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2 Geoprocessamento em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.1 Introdução à unidade: a relação entre espaço geográfico e saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.2 Análises espaciais em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.3 Sistemaconceituais 
em saúde, apresentados na Figura 1 com suas principais 
características:
FIGURA 1 – PRINCIPAIS MODELOS CONCEITUAIS EM SAÚDE
Idealizado desde os 
primórdios e que 
exprime a ideia do 
adoecimento como 
forma de punição 
divina ou como 
uma ocorrência 
sobrenatural;
Teve como 
formulador o filósofo 
Hipócrates (460-
377 a.C.), o qual 
tentava descrever o 
adoecimento como 
resultado de um 
desequilíbrio dos 
humores (líquidos do 
corpo);
A ideia de saúde 
se baseia na 
ausência de doença. 
Trouxe a ideia de 
unicausalidade, 
segundo a qual os 
microrganismos 
seriam os causadores 
das doenças. É 
caracterizado como 
individual, curativo, 
centrado na figura do 
médico, fragmentado, 
hospitalocêntrico e 
especialista;
Considera que os 
fatores políticos, 
socioeconômicos, 
culturais e ambientais 
e os agentes 
patogênicos estão 
envolvidos numa 
relação sinérgica, ou 
seja, ao se modificar 
um dos níveis, os 
demais também 
serão alterados;
Propõe uma visão 
ampla do processo 
saúde-doença 
(multicausalidade), 
articulando as relações 
entre agente causador, 
hospedeiro e meio 
ambiente no processo 
de desenvolvimento 
da doença. Essa visão, 
oportunamente, cria 
um espaço para as 
medidas de prevenção e 
promoção da saúde, bem 
como para a organização 
das ações por níveis de 
complexidade .
Modelo mágico-
religioso:
Modelo 
empírico-
racional 
(hipocrático): 
Modelo 
biomédico: 
Modelo 
sistêmico:
Modelo da 
história 
natural das 
doenças: 
Fonte: Cruz (2012).
55Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Em 1986, o relatório final da VIII 
Conferência Nacional de Saúde 
(CNS) definiu: “Saúde é a resultante 
das condições de alimentação, 
habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, 
emprego, lazer, liberdade, acesso e 
posse da terra e acesso a serviços de 
saúde” (BRASIL, 1986a, p. 4).
POR QUE CONHECER ESSES MODELOS É IMPORTANTE PARA O FORTALECIMENTO DO SUS?
Considerando os modelos apresentados e o conceito de saúde elaborado na VIII CNS, 
você pode observar que, ao longo do tempo, o entendimento do processo saúde-doença 
passou a ser mais amplo, em que a saúde e a doença atuam como componentes dinâmicos 
dentro do modo de viver individual e coletivo. Portanto, a situação de saúde e de doença de 
cada indivíduo ou de um grupo envolve vários fatores determinantes, que podem ser, por 
exemplo, o contexto social, histórico e econômico, bem como os hábitos provenientes de sua 
cultura e, por fim, o próprio fator biológico de cada um. Esse entendimento oferece suporte 
para as ações de promoção da saúde, importante ferramenta que fortalece a atuação do SUS 
e permite melhores condições de vida e redução das vulnerabilidades e riscos oriundos dos 
determinantes da saúde-doença.
2.2.3 Determinantes Sociais da Saúde
Muito bem! Após mostrar quanto o conceito de saúde evoluiu, 
agora falaremos um pouco do termo Determinantes Sociais da Saúde 
(DSS), que surgiu em um momento em que a determinação social 
foi consolidada como um importante influenciador dos estados 
de saúde-doença. Você conhece o conceito de DSS? Os DSS são os 
fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e 
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de 
saúde e seus fatores de risco na população (CNDSS, 2008). 
E qual a importância dos DSS? Com base no conhecimento das 
condições socioeconômicas, culturais e ambientais de uma 
comunidade e sua relação com as condições de vida e de trabalho 
de seus membros, como habitação, saneamento, ambiente de 
trabalho, serviços de saúde e educação, consegue-se buscar os 
grupos mais vulneráveis e planejar ações para melhorar suas 
condições de saúde.
Os DSS são importantes estruturadores do SUS, já que fomentam a 
adoção de ações articuladas intra e intersetorial para combater as 
desigualdades. Um exemplo é a participação dos DSS na formulação 
da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) (BRASIL, 2010a). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) se baseia no seguinte 
modelo (Figura 2) para compreender o conceito de DSS e apontar 
os pontos-alvo para intervenções e criação de políticas públicas:
FIGURA 2 – MARCO CONCEITUAL DOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
CONTEXTO 
SOCIOECONÔMICO 
E POLÍTICO
DETERMINANTES ESTRUTURAIS DAS 
INIQUIDADES EM SAÚDE
IMPACTOS 
SOBRE A 
EQUIDADE EM 
SAÚDE E O 
BEM-ESTAR
DETERMINANTES 
INTERMEDIÁRIOS DA SAÚDE
• Governança
• Políticas 
macroeconômicas
• Políticas sociais
• Mercado de 
trabalho, 
habitação e terra
• Políticas públicas
• Educação, saúde e 
proteção social
• Cultura e valores 
sociais
Posição socioeconômica
Coesão social & capital social
Sistema de saúde
Classe social
Gênero
Etnia (racismo)
Educação
Ocupação
Renda
Circunstâncias materiais
(Condições de moradia e 
trabalho, disponibilidade 
de alimentos, etc.)
Fatores comportamentais 
e biológicos
Fatores psicossociais
Fonte: Carvalho (2013). 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude.pdf
56Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Observe o modelo, seus determinantes 
estruturais e intermediários e veja que as 
intervenções devem ser coordenadas de modo 
que atinjam cada setor para que as iniquidades 
em saúde sejam combatidas de forma eficiente. 
O interessante aqui é apontar que o modelo 
deixa claro que temos um círculo virtuoso, 
no qual a saúde, o Sistema de Saúde e os seus 
determinantes de cada tipo se retroalimentam e 
se beneficiam mutuamente.
No contexto das doenças e síndromes virais, os 
DSS influenciam o risco de infecção, a morbidade 
e a mortalidade das populações em grupos mais 
vulneráveis. A pandemia de Covid-19 evidenciou, 
especialmente no Brasil, as fragilidades em saúde 
impostas pelas desigualdades sociais. Vamos 
contextualizar os DSS na pandemia de Covid-19? 
Veja a Figura 3:
FIGURA 3 – DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL
I - CONTEXTO POLÍTICO 
E SOCIOECONÔMICO
DETERMINANTES 
CONJUNTURAIS E SOCIAIS 
DA VULNERABILIDADE À 
Covid-19
DETERMINANTES 
ESTRUTURAIS E SOCIAIS 
DA VULNERABILIDADE À 
Covid-19
DETERMINANTES 
INTERMEDIÁRIOS E SOCIAIS QUE 
AMPLIAM A VULNERABILIDADE 
À Covid-19
IV - IMPACTO SOBRE A 
DESIGUALDADE NA SAÚDE E 
NO BEM-ESTAR (Covid-19)
II - POSIÇÃO 
SOCIOECONÔMICA
III - CONDIÇÕES 
MATERIAIS
Sistema de
Saúde
Cenário Político
Instabilidade Política; 
enfraquecimento das instituições;
Cenário Macroeconômico
Crise econômica e baixa taxa de 
crescimento;
Classe Social
-Trabalhadores
Circunstâncias Materiais
- Condições de Moradia
- Acesso à água
Comportamentos e 
Fatores Biológicos
-Obesidade
Condições de Trabalho
-Estresse
-Ambiente de trabalho
Gênero
-Mulheres
Cor/Raça
-Negros, indígenas
Educação: 
baixa escolaridade
Ocupação: informalidade
Renda: baixa renda
Política Social
Alta taxa de desemprego e 
informalidade; ampliação da 
pobreza;
Política Pública
Redução do orçamento na área da 
Educação, Saúde e Proteção Social;
Cultura e Valores Sociais
Polarização política; 
desinformação;
Fonte: adaptado de Silva (2020).
Nesse modelo proposto por Silva (2020), 
considerando a base da Figura 4, observamos três 
conjuntos de determinantes: 1. Conjunturais e 
sociais; 2. Estruturais e sociais; e 3. Intermediários 
e sociais. O primeiro conjunto influencia tanto 
o segundo quanto o próprio Sistema de Saúde. 
Observe que as condições socioeconômicas, 
renda, educação, gênero, cor/raça, que compõem 
os determinantes estruturais, influenciam as 
condições de moradia, de trabalho, biológicas, 
comportamentais e de acesso à água, o que 
cria um forte impacto na saúde e no bem-estar 
e cria maior risco de infecção por Covid-19. Veja 
bem a importância do Sistema de Saúde diante 
dos determinantes que expõem e aumentam avulnerabilidade de vários grupos sociais durante 
a pandemia. 
57Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
PARA REFLETIR
Caro trabalhador estudante, pensando em sua realidade profissional e pessoal e considerando 
o que acabou de estudar: 
• Quais DSS são mais expressivos na sua região de atuação? 
• Como você avalia a influência dos DSS na evolução da pandemia de Covid-19 na sua 
comunidade?
SAIBA MAIS
O Brasil e a Agenda Internacional dos DSS. Disponível em:
https://dssbr.ensp.fiocruz.br/o-brasil-e-a-agenda-internacional-dos-dss/
2.2.4 Intersetorialidade
A CNDSS elegeu, em seu relatório final, a intersetorialidade como um pilar básico para o desenho de intervenções 
viáveis e sustentáveis nos DSS. Em sua definição:
[...] a intersetorialidade constitui uma concepção que deve informar uma nova maneira de 
planejar, executar e controlar a prestação de serviços. Isso significa alterar toda a forma de 
articulação dos diversos segmentos da organização governamental e dos seus interesses 
(JUNQUEIRA, 2005, p. 18).
A intersetorialidade é uma abordagem tão importante quanto desafiadora de se realizar, 
pois requer que atores de diferentes cenários – como governos, segmentos da sociedade e 
comunidade – se comuniquem e ajam em conjunto para garantir a equidade e saúde para todos. 
De maneira geral, a intersetorialidade das políticas públicas culmina com “melhora das condições 
de vida da população, na otimização e utilização dos recursos (financeiros, materiais e humanos) 
e nos ganhos de escala e de resultados” (WANDERLEY; MARTINELLI; DA PAZ, 2020, p. 9). 
Na pandemia de Covid-19, a atuação intersetorial se apresenta como estratégia valiosa na implementação 
de ações efetivas de combate. Na seção anterior, apresentamos alguns dos DSS que foram mais influentes na 
incidência da Covid-19, como a distribuição desigual de renda e o adensamento domiciliar. Podemos falar também 
no desemprego, insegurança alimentar, ausência de saneamento básico, acesso à água potável, entre outros. 
E como as ações intersetoriais podem atuar no contexto dos DSS e da pandemia? Vamos ver alguns exemplos em 
que os setores governamentais, da saúde, segmentos da sociedade e grupos da comunidade podem atuar?
https://dssbr.ensp.fiocruz.br/o-brasil-e-a-agenda-internacional-dos-dss/
58Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Exemplos: dar orientações sobre 
prevenção e distribuir máscaras 
e álcool em gel; dar orientações 
sobre o que é o isolamento social e 
sobre os benefícios concedidos pelo 
governo no contexto da emergência 
de saúde, como o auxílio 
emergencial; facilitar o atendimento 
em situações de violência doméstica 
contra mulheres, crianças, 
adolescentes e idosos; promover 
atividades de comunicação por 
meio de elaboração de cartazes, 
videoconferências, entre outros; 
transmitir informações pelas redes 
sociais oficiais; incentivar a criação 
de grupos on-line de acolhimento 
para escuta terapêutica e para 
usuários com demanda de saúde 
mental.
Fonte: Unsplash.com
SAIBA MAIS
Atuação intersetorial da equipe do NASF-AB na pandemia de Covid-19: relato de 
Jaboatão dos Guararapes/PE, disponível em:
https://apsredes.org/atuacao-intersetorial-da-equipe-do-nasf-ab-na-
pandemia-de-covid-19-relato-de-jaboatao-dos-guararapes-pe/
PARA REFLETIR
Como você avalia essas ações intersetoriais no combate aos DSS 
no contexto da pandemia? Na sua realidade, foram feitas outras 
ações? Apresentaram resultados positivos?
https://apsredes.org/atuacao-intersetorial-da-equipe-do-nasf-ab-na-pandemia-de-covid-19-relato-de-jaboatao-dos-guararapes-pe/
https://apsredes.org/atuacao-intersetorial-da-equipe-do-nasf-ab-na-pandemia-de-covid-19-relato-de-jaboatao-dos-guararapes-pe/
59Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.2.5 Conceitos e atribuições dos níveis de atenção à saúde
Até aqui, caro trabalhador estudante, vimos a construção das políticas públicas e 
a evolução do conceito de saúde, até chegar aos DSS. Agora, vamos avançar no 
sentido de compreender como se organizam os níveis de atenção à saúde e qual é a 
sua importância na atualidade. 
Os modelos de atenção à saúde surgiram para suprir a necessidade de organização do 
SUS como uma rede de serviços organizada de forma hierarquizada e regionalizada. 
Tal organização permite que os gestores e equipes de saúde conheçam os problemas 
relacionados à saúde de cada população. Os modelos de atenção podem atuar no 
atendimento de condições de saúde agudas ou crônicas. Segundo Mendes (2010), a 
definição dos modelos de atenção é a seguinte:
Sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes 
de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações 
entre a população e suas subpopulações estratificadas por 
riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde 
e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos 
em função da visão prevalecente da saúde, das situações 
demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da 
saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada 
sociedade (MENDES, 2010, p. 2302).
Os níveis de atenção à saúde são a base para o funcionamento dos modelos de 
atenção à saúde e estão organizados em atenção primária, atenção secundária e 
atenção terciária.
COMO ATUA CADA UM DOS NÍVEIS DE ATENÇÃO? 
A atenção primária é a porta de entrada do SUS, representada 
principalmente pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). 
Por aqui, temos as ações de promoção e proteção da saúde e, portanto, 
um caráter preventivo. A atenção secundária é compreendida pelos 
serviços especializados que estão nos hospitais e ambulatórios. As 
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) se encaixam nesse nível. A 
atenção terciária envolve os atendimentos complexos prestados em 
hospitais de grande porte.
Fonte: Flickr.com
60Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
É importante dizer que um nível não apresenta maior importância que outro. Eles 
devem funcionar de forma integrada. A Figura 4 apresenta duas visões de organização 
desses níveis: o modelo de pirâmide hierarquizado e regionalizado e a rede horizontal 
integrada, organizada com a Atenção Primária à Saúde (APS) em seu centro. 
FIGURA 4 – MUDANÇA DO SISTEMA HIERÁRQUICO FRAGMENTADO PARA A REDE POLIÁRQUICA DE 
ATENÇÃO À SAÚDE
ATENÇÃO BÁSICA
MÉDIA
COMPLEXIDADE
ALTA
COMPLEXIDADE
APS
Fonte: Mendes (2002).
SAIBA MAIS
Quer entender melhor as principais características de cada modelo? Veja a tabela 
da página 5 do seguinte material: Modelos assistenciais - Sistemas, modelos e 
redes de atenção à saúde (MODELOS..., 2013). Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4120.pdf
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4120.pdf
61Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
PARA REFLETIR
Tudo bem até aqui? Para fechar o assunto desta seção, reflita: a atuação da APS 
no seu território conseguiu minimizar a transmissão ou o agravamento dos 
casos de Covid-19 ou o colapso dos serviços de saúde? Existem ações que não 
foram realizadas que poderiam ter sido implementadas para enfrentamento 
da Covid-19?
No contexto da Covid-19, as ações de enfrentamento por grande parte dos países 
foram centradas no nível de alta complexidade, seja ampliando os leitos, seja 
ofertando respiradores pulmonares. Essa ação é de grande importância, tendo em vista 
a necessidade de cuidados com os casos mais graves. Entretanto, dada a parcela de 
resolubilidadedos problemas de saúde e o seu papel de porta de entrada do usuário 
no Sistema de Saúde, a APS também é uma importante protagonista nessa luta. 
Veja os aspectos que devem ser considerados para fortalecer a atuação da APS no 
território no enfrentamento da pandemia:
• A população a ser acompanhada (casos leves de Covid-19 e outros 
problemas de saúde);
• A adequada proteção dos profissionais de saúde, com condição 
segura à realização do seu trabalho, evitando, também, que 
sirvam de fonte de contaminação; 
• As mudanças organizacionais compatíveis com a realidade local;
• As necessidades de apoio logístico e operacional (incluindo 
transporte, material e equipamentos de segurança e proteção);
• Formação e educação permanente dos profissionais de saúde; 
• Mapeamento de potencialidades e dificuldades de cada território;
• A retaguarda necessária a uma ação coordenada da APS com 
outras instituições e serviços de saúde no território de abrangência 
das equipes ou fora dele;
• Parcerias com as organizações comunitárias, potencializando 
habilidades e estimulando a solidariedade (MEDINA et al., 2020, 
p. 1-2).
Fonte: Freepik.
62Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.3 TRABALHO EM SAÚDE
Nesta seção, caro trabalhador estudante, falaremos do 
trabalho em saúde, trazendo um pouco do seu contexto, 
sua organização e as especificidades do trabalho na 
vigilância em saúde. No final, vamos compreender e 
refletir sobre precarização das relações de trabalho em 
saúde e seu impacto no controle de doenças.
Bons estudos!
SAIBA MAIS
Veja os temas discutidos na I Conferência Nacional de Recursos Humanos em Saúde (CNRHS) 
(1986):
• A relação entre valorização profissional e qualidade dos serviços;
• A regulação do mercado de trabalho;
• A implementação de políticas;
• A qualificação dos profissionais;
• A melhoria das condições de trabalho e as recompensas oferecidas por ele (BRASIL, 
1986b).
2.3.1 Trabalho em saúde: contexto do trabalho na área da saúde
Você sabia que o tema trabalho em saúde no Brasil foi ganhando espaço ao longo 
do tempo? Vamos entender: no contexto das CNS, as políticas públicas com enfoque 
no trabalho foram alvo de maiores discussões a partir da 3ª edição (1963) e somente 
na 8ª edição (1986a) é que o tema se consolidou (BRASIL, 1963, 1986a). Na 10ª CNS 
(BRASIL, 1996), foi feita uma proposta de uma Política de Recursos Humanos para a 
Saúde e uma Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB/RH), contribuindo 
com princípios regulatórios para a ação e relação das esferas de governo voltadas para 
a gestão do trabalho no SUS, atualmente em sua terceira versão (BRASIL, 2005a, 2005b). 
Aqui já podemos compreender a importância que o trabalho em saúde tem para a 
consolidação do SUS, não acha? E como as políticas de gestão do trabalho em saúde 
funcionam na prática? Elas criam ferramentas para valorizar o trabalhador e permitir 
a fidelização de equipes com o trabalho interdisciplinar e multissetorial. Além disso, 
elas aumentam o vínculo dos trabalhadores com a população e com os serviços de 
saúde pública. A formação de comissões para elaboração de diretrizes para combater a 
precarização do trabalho, a criação e as melhorias nos Planos de Carreira, o incentivo e 
a implementação de medidas voltadas à Educação Permanente dos profissionais, entre 
outros, são bons exemplos da atuação das políticas no trabalho em saúde.
Fonte: Freepik.
63Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.3.2 Organização do processo de trabalho em saúde e especificidades do trabalho na 
vigilância em saúde
O processo de trabalho em saúde se pauta pelo coletivo, ou seja, a organização dele é feita 
em conjunto para dar conta das necessidades de saúde do usuário. A essência da equipe 
multidisciplinar é o trabalho de um membro dar suporte ao trabalho de outro membro. O 
trabalhador sempre depende dessa troca. Observe que assim temos uma base sólida para 
o trabalho em saúde.
Essa ideia de pautar o processo de trabalho por ações articuladas foi construída com base 
nos estudos de Gonçalves (1992), que analisou os seguintes componentes: o objeto do 
trabalho, os instrumentos, a finalidade e os agentes. O autor propõe que a relação recíproca 
desses componentes configura um processo de trabalho adequado (GONÇALVES, 1992). 
O conceito de processo de trabalho em saúde atualmente serve de embasamento para 
práticas sociais, e não somente para áreas profissionais especializadas. Também apoia 
pesquisas e intervenções sobre atenção à saúde, gestão em saúde, modelos assistenciais, 
trabalho em equipe de saúde, cuidado em saúde, entre outros. Fonte: Freepik.
SAIBA MAIS
Quer aprofundar a leitura no tema? Veja a sugestão de leitura complementar: 
Processo de trabalho em saúde (PEDUZZI; SCHRAIBER, 2009). Disponível em: 
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/protrasau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/protrasau.html
64Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Vamos falar um 
pouco do processo de 
trabalho voltado para a 
vigilância em saúde? 
Ele se organiza em ações intersetoriais e tem três pilares conceituais: 
• Analisar as situações de saúde, com inclusão ampla de questões 
além das doenças transmissíveis;
• Permitir a integração institucional entre as vigilâncias 
epidemiológica e sanitária, o que traz reformas administrativas 
e fortalecimentos de ações de vigilância em articulação com os 
centros de saúde;
• Analisar a atuação dos sujeitos, objetos, meios de trabalho e as 
formas de organização dos processos de trabalho, ressignificando 
as práticas sanitárias e organizando processos de trabalho em 
saúde para solucionar problemas que necessitam de maior 
atenção e acompanhamento. A delimitação do território e a 
definição das distintas fases do processo saúde-doença, aliadas 
à combinação de diferentes tecnologias, são ferramentas de 
extrema importância (TEIXEIRA; PAIM; VILASBÔAS, 1998).
Até aqui, conhecemos a organização do processo 
de trabalho da vigilância em saúde. Dada a sua 
importância como campo de atuação do profissional 
da saúde, vamos ver mais detalhes na seção 2.4 
desta unidade. Até lá!
Fonte: Flickr.
65Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.3.3 Precarização das relações de trabalho na saúde
Dando sequência ao assunto, você já ouviu a expressão precarização 
das relações de trabalho? A precarização do trabalho é definida como 
o enfraquecimento ou a perda dos direitos trabalhistas e vem ocorrendo 
especialmente em países capitalistas que querem adotar os ideais 
neoliberais, que vêm trazendo mudanças estruturais e na legislação que 
deixam fragilidades na vida laboral e psicossocial dos trabalhadores. 
Quais situações exemplificam a precarização na área da saúde? 
Exemplos: possibilidade de contratos temporários, aumento da jornada 
de trabalho além das condições ideais, flexibilização da contratação de 
Agente Comunitário de Saúde (ACS) e de equipe de Saúde da Família 
(eSF) pelo governo brasileiro e o trabalho temporário previsto no 
Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde. Fonte: Freepik.
Fonte: Rawpixel.
Fonte: Unsplash.
SAIBA MAIS
Sugiro a leitura do texto Precarização 
do trabalho em saúde (PIRES, 2009). 
Disponível em:
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/
dicionario/verbetes/pretrasau.html
No Brasil, no ano de 2020, somaram-se à precarização das relações de trabalho e à restrição 
orçamentária em todos os níveis de atenção os desafios impostos pela pandemia. Os 
profissionais de saúde são um componentecentral na resposta à pandemia, mas ao mesmo 
tempo compõem um grupo de maior vulnerabilidade devido à sua exposição profissional. 
Entre os desafios durante a pandemia de Covid-19 podemos citar: “falta de equipamento 
de proteção individual (EPI) adequado e outros equipamentos essenciais; infecção e 
quarentena; discriminação e ataques sociais; e a dupla responsabilidade de cuidar de 
amigos e familiares” (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2020, p. 4).
Encarar a dupla carga precarização mais pandemia pode trazer formas de adoecimento 
para os profissionais da saúde, como depressão, síndrome de burnout, ansiedade, entre 
outras, e o aumento do risco de ocorrências adversas em serviços de saúde. É importante 
cada vez mais a realização de debates e ressignificações sobre esse tema para garantir 
a proteção social ocupacional e a melhoria na qualidade do SUS. Por falar em proteção 
social, você conhece as políticas voltadas para essa área? Elas têm um papel importante no 
combate à precarização do trabalho. Por isso, vamos retomar esse assunto no final desta 
unidade com o tema Políticas Públicas da Assistência Social. Até lá!
PARA REFLETIR
Caro trabalhador estudante, pensando sobre a Precarização do trabalho na saúde e 
pandemia, reflita sobre a sua realidade: Quais são os principais entraves que você identifica 
como decorrentes da precarização do trabalho e em qual intensidade influenciaram o 
combate à Covid-19 ou podem influenciar ações futuras de combate a epidemias? 
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/pretrasau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/pretrasau.html
66Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.4 POLÍTICA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Nesta seção, caro trabalhador estudante, abordaremos 
um pouco a formação teórica, a organização e os 
componentes da Política Nacional de Vigilância em 
Saúde e, ao final, refletiremos sobre a importância 
da integração das ações dessa política com níveis de 
atenção.
Bons estudos!
2.4.1 Pressupostos teóricos e respectivas áreas/
estruturas operacionais da vigilância em saúde
A Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) 
foi instituída em 12 de julho de 2018 por meio da 
Resolução nº 588 do Conselho Nacional de Saúde. 
Esse documento tem como finalidade definir os 
princípios, as diretrizes e as estratégias para as três 
esferas de gestão do SUS planejarem suas ações de 
vigilância em saúde (BRASIL, 2018a).
DEFINIÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Segundo a Resolução nº 588/18 (Art. 2º, §1): 
“Entende-se por Vigilância em Saúde o processo 
contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise 
de dados e disseminação de informações sobre eventos 
relacionados à saúde, visando o planejamento e a 
implementação de medidas de saúde pública, incluindo 
a regulação, intervenção e atuação em condicionantes 
e determinantes da saúde, para a proteção e promoção 
da saúde da população, prevenção e controle de riscos, 
agravos e doenças” (BRASIL, 2018a, p. 2).
São princípios da PNVS (BRASIL, 2018a): 
• Conhecimento do território;
• Integralidade;
• Descentralização político-administrativa;
• Inserção da vigilância em saúde no processo de regionalização das ações e serviços de saúde;
• Equidade;
• Universalidade;
• Participação da comunidade;
• Cooperação e articulação intra e intersetorial;
• Garantia do direito das pessoas e da sociedade às informações geradas pela Vigilância em Saúde;
• Organização dos serviços públicos.
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Vamos conhecer também as diretrizes da PNVS? São as 
seguintes: 
I – Articular e pactuar responsabilidades das três esferas 
de governo, consonante com os princípios do SUS, 
respeitando a diversidade e especificidade locorregional.
II – Abranger ações voltadas à saúde pública, com 
intervenções individuais ou coletivas, prestadas por 
serviços de vigilância sanitária, epidemiológica, em 
saúde ambiental e em saúde do trabalhador, em todos 
os pontos de atenção.
III – Construir práticas de gestão e de trabalho que 
assegurem a integralidade do cuidado, com a inserção 
das ações de vigilância em saúde em toda a Rede de 
Atenção à Saúde e em especial na Atenção Primária, 
como coordenadora do cuidado.
IV – Integrar as práticas e processos de trabalho 
das vigilâncias epidemiológica, sanitária, em saúde 
ambiental e em saúde do trabalhador e da trabalhadora 
e dos laboratórios de saúde pública, preservando 
suas especificidades, compartilhando saberes e 
tecnologias, promovendo o trabalho multiprofissional e 
interdisciplinar.
V – Promover a cooperação e o intercâmbio técnico 
científico no âmbito nacional e internacional.
VI – Atuar na gestão de risco por meio de estratégias para 
identificação, planejamento, intervenção, regulação, 
comunicação, monitoramento de riscos, doenças e 
agravos.
VII – Detectar, monitorar e responder às emergências 
em saúde pública, observando o Regulamento 
Sanitário Internacional, e promover estratégias para 
implementação, manutenção e fortalecimento das 
capacidades básicas de vigilância em saúde.
VIII – Produzir evidências a partir da análise da situação 
da saúde da população de forma a fortalecer a gestão e 
as práticas em saúde coletiva.
IX – Avaliar o impacto de novas tecnologias e serviços 
relacionados à saúde de forma a prevenir riscos e 
eventos adversos (BRASIL, 2018a, p. 5).
É importante ressaltar, caro trabalhador estudante, que essa política incide sobre todos 
os níveis de atenção à saúde. Ela contribui para a integralidade na atenção à saúde – 
pressupõe as ações de vigilância em saúde dentro das redes de atenção à saúde do SUS 
para alcançar a oferta do serviço voltado para a necessidade da população residente em 
uma determinada localidade. Portanto, busca priorização para alcançar territórios, pessoas 
e grupos em situações de maior risco e vulnerabilidade (regionalização das ações). Com 
isso, há a perspectiva de diminuir as desigualdades sociais e de saúde e de alcançar a 
equidade na atenção, o que inclusive deve compreender as intervenções intersetoriais 
para o sucesso. 
Além disso, a análise de situação da saúde e as ações laboratoriais são consideradas 
essenciais e transversais à PNVS. Falando em transversalidade, sabe qual a importância 
dela? É um termo-chave que sumariza a soma dos esforços de união da PNVS com a Política 
Nacional de Humanização (PNH) e a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). 
Você sabia também que a PNVS estimula a comunidade, entidades, instituições e 
organizações não governamentais a participar do controle social para acolher as demandas 
da população? Dentro da PNVS também cabem ações voltadas à gestão do trabalho, ao 
desenvolvimento e à educação permanente dos profissionais de vigilância e de todos os 
níveis de atenção, além do apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas por meio de 
parcerias entre o SUS e as instituições e do uso do Sistema de Informação em Saúde para 
coletar, consolidar e analisar os dados para gerar informações. As informações devem ser 
comunicadas oportunamente pela Vigilância em Saúde para alertar sobre risco sanitário 
e divulgar as informações para os órgãos competentes e para a população. Viu quanto é 
abrangente essa política? Vamos para a próxima seção para conhecer uma parte importante 
da PNVS: os seus componentes. Até já! 
Fonte: Flickr.
Fonte: Flickr.
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2.4.2 Componentes da Vigilância em Saúde
Você sabia que existem quatro áreas da vigilância em saúde 
que compõem a PNVS? Veja só: Vigilância sanitária, Vigilância 
epidemiológica, Vigilância em saúde ambiental e Vigilância 
emsaúde do trabalhador e da trabalhadora. Estando atento a 
todos esses eixos, o planejamento e o monitoramento das ações 
tornam-se mais fáceis, assim como a implementação de ações de 
acordo com as reais necessidades de saúde, sempre voltando-se 
para o conceito ampliado de saúde. 
Observe o conceito de cada componente da Vigilância em Saúde 
na Figura 5 a seguir:
 FIGURA 5 – CONCEITO DE CADA COMPONENTE DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Conjunto de ações 
que proporcionam 
o conhecimento 
e a detecção de 
mudanças nos fatores 
determinantes e 
condicionantes da saúde 
individual e coletiva, 
com a finalidade de 
recomendar e adotar as 
medidas de prevenção 
e controle das doenças, 
transmissíveis e não 
transmissíveis, e agravos 
à saúde.
Vigilância 
epidemiológica: 
Conjunto de ações capazes de 
eliminar, diminuir ou prevenir 
riscos à saúde e de intervir 
nos problemas sanitários 
decorrentes do ambiente, 
da produção e circulação 
de bens e da prestação de 
serviços do interesse da saúde. 
Abrange a prestação de 
serviços e o controle de bens 
de consumo que, direta ou 
indiretamente se relacionem 
com a saúde, compreendidas 
todas as etapas e processos, 
da produção ao consumo e 
descarte.
Vigilância 
sanitária: 
Conjunto de ações e 
serviços que propiciam 
o conhecimento e a 
detecção de mudanças 
nos fatores determinantes 
e condicionantes do meio 
ambiente que interferem 
na saúde humana, 
com a finalidade de 
recomendar e adotar 
medidas de promoção 
à saúde, prevenção 
e monitoramento 
dos fatores de riscos 
relacionados às doenças 
ou agravos à saúde.
Vigilância 
em saúde 
ambiental: 
Conjunto de ações 
que visam promoção 
da saúde, prevenção 
da morbimortalidade 
e redução de riscos 
e vulnerabilidades 
na população 
trabalhadora, por meio 
da integração de ações 
que intervenham nas 
doenças e agravos e 
seus determinantes 
decorrentes 
dos modelos de 
desenvolvimento, de 
processos produtivos e 
de trabalho.
Vigilância 
em saúde do 
trabalhador e da 
trabalhadora: 
Fonte: Brasil (2018a, p. 4, grifos nossos).
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Planejamento conjunto com identificação de prioridades para atuação integrada, 
com base na análise da situação de saúde, e no mapeamento das atividades de 
produção, consumo e infraestrutura e com potencial impacto no território.
Produção conjunta, sempre que necessário, de protocolos, instrumentos, normas 
técnicas e atos normativos, com harmonização de parâmetros e indicadores no 
desenvolvimento das ações de vigilância.
Harmonização e, no que couber, unificação dos instrumentos de registro e 
notificação de doenças, agravos e eventos de interesse comum aos componentes 
da vigilância.
Proposição e produção de indicadores conjuntos para monitoramento e avaliação 
da situação de saúde.
Investigação conjunta de surtos e eventos inusitados ou situação de saúde 
decorrentes de potenciais impactos ambientais de processos e atividades 
produtivas nos territórios, envolvendo as vigilâncias epidemiológica, sanitária, 
em saúde ambiental, em saúde do trabalhador e da trabalhadora e a rede de 
laboratórios de saúde pública.
Produção conjunta de metodologias de ação, investigação, tecnologias de 
intervenção, monitoramento e avaliação das ações de vigilância.
Revisão e harmonização dos códigos de saúde, com inserção de disposições 
sobre a vigilância em saúde e atribuição da competência de autoridade sanitária 
às equipes de vigilância em saúde nos Estados, Municípios e Distrito Federal.
QUADRO 3 – PONTOS DE ARTICULAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Fonte: Brasil (2018a, p. 6).
Vale destacar que as 4 
vigilâncias se complementam 
e se integram na atenção à 
Saúde do Trabalhador. Tudo 
bem até aqui? Vamos falar um 
pouco da articulação entre as 
vigilâncias? Veja o Quadro 3 
com as estratégias:
Você conseguiu compreender 
quanto a articulação entre as 
vigilâncias pode ser efetiva para 
a PNVS? Vamos compreender 
um pouco a integração da 
vigilância em saúde com os 
níveis de atenção? Falaremos 
na próxima seção. Até já!
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2.4.3 Ações integradas com os níveis de atenção 
Você sabia que a análise da situação de saúde deve ocorrer dentro da 
Vigilância em Saúde? Observe a definição dela na PNVS: 
ações de monitoramento contínuo da situação de saúde da 
população do País, Estado, Região, Município ou áreas de 
abrangência de equipes de atenção à saúde, por estudos e 
análises que identifiquem e expliquem problemas de saúde 
e o comportamento dos principais indicadores de saúde, 
contribuindo para um planejamento de saúde abrangente 
(BRASIL, 2018a, p. 3).
Esse conceito nos leva a compreender que os conhecimentos epidemiológico, 
sanitário, social, demográfico, ambiental, econômico, cultural, político, de 
produção, trabalho e consumo no território são as ferramentas-chave para 
que a análise da situação de saúde e das vulnerabilidades ocorra. E quais 
ações devem ser integradas com níveis de atenção para que seja possível uma 
análise eficiente da situação de saúde? As ações de promoção e proteção à 
saúde, prevenção de doenças e agravos e do manejo das diversas tecnologias 
de cuidado e de gestão necessárias à detecção, prevenção, tratamento e 
reabilitação (BRASIL, 2018a).
Portanto, veja que a atenção primária, a secundária e a terciária estão 
articuladas nesse sentido.
Quando pensamos no contexto das epidemias, veja quanto é importante que 
ocorra a atuação da análise da situação de saúde de forma articulada entre os 
níveis de atenção. 
Fonte: Flickr.
SAIBA MAIS
Para exemplificar as questões abordadas nesta seção, vamos assistir à videoaula 
com Guilherme Franco Netto gravada no contexto da 1ª Conferência Nacional 
de Vigilância em Saúde, de 2017. O tema é tratado de forma clara e objetiva: 
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/21077
Guia de Vigilância em Saúde - recomendações relacionadas às ações de 
vigilância em saúde, disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_4ed.
pdf
PARA REFLETIR
A vigilância em saúde deve ter uma atuação muito forte na 
identificação e produção de conhecimento sobre novas 
doenças. Como ela pode atuar no combate a epidemias? 
Analisando o comportamento epidemiológico das 
doenças: detecção precoce de surtos e epidemias, 
distribuição espacial da ocorrência dos casos, gravidade 
dos casos e vulnerabilidades nos âmbitos individual e 
coletivo. Quais são as ferramentas para isso? Lembre-
se dos conceitos epidemiológicos: indicadores, boletim 
epidemiológico, notificação compulsória, entre outros. 
Como seriam úteis para você?
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/21077
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_4ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_4ed.pdf
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2.5 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA
Nesta seção, caro trabalhador estudante, abordaremos 
os marcos regulatórios, princípios e diretrizes da Política 
Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, 
passando pela apresentação da Rede de Atenção 
Integral à Saúde do Trabalhador, pelo papel dos Centros 
de Referência em Saúde do Trabalhador e finalizando 
com aspectos das políticas de Saúde do Trabalhador no 
SUS. Bons estudos!
SAIBA MAIS
A Lei nº 8.080/1990 (Art. 6º) define saúde do trabalhador 
como: “[...] 
um conjunto de atividades que se 
destina, através das ações de vigilância 
epidemiológica e vigilância sanitária, 
à promoção e proteção da saúde 
dos trabalhadores, assim como visa à 
recuperação e reabilitação da saúde dos 
trabalhadoressubmetidos aos riscos 
e agravos advindos das condições de 
trabalho [...]” (BRASIL, 1990a).
2.5.1 Marco regulatório, princípios e diretrizes
Para tratar da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora 
(PNSTT), vamos recordar que a saúde do trabalhador é um campo contemplado 
na Constituição de 1988 e na Lei nº 8.080/1990, sendo de competência do SUS 
a execução das ações voltadas a essa área. 
Em 2011, houve um alinhamento entre a política de saúde do trabalhador e 
a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), instituída pelo 
Decreto nº 7.602, e, em 2012, a Portaria nº 1.823 veio para instituir a PNSTT 
(BRASIL, 2012b).
Essa portaria considera “a necessidade de implementação de ações de saúde 
do trabalhador em todos os níveis de atenção” e traz a “definição dos princípios, 
das diretrizes e das estratégias a serem observados nas três esferas de gestão 
do SUS” (BRASIL, 2012b). 
Visa também “o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, 
com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos 
trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de 
desenvolvimento e dos processos produtivos” (BRASIL, 2012b, grifos nossos). 
A PNSTT (Art. 3º) considera como trabalhador: 
[...] Homens e mulheres, independentemente de sua localização, 
urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de 
trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, 
público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, 
cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou 
desempregado são sujeitos desta Política (BRASIL, 2012b).
Fonte: Freepik.
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Observe o Art. 7º da PNSTT: “A Política Nacional de Saúde do 
Trabalhador e da Trabalhadora deverá contemplar todos os 
trabalhadores priorizando, entretanto, pessoas e grupos em 
situação de maior vulnerabilidade, como aqueles inseridos em 
atividades ou em relações informais e precárias de trabalho, 
em atividades de maior risco para a saúde, submetidos a formas 
nocivas de discriminação, ou ao trabalho infantil, na perspectiva de 
superar desigualdades sociais e de saúde e de buscar a equidade 
na atenção” (BRASIL, 2012b).
A PNSTT (Art. 5º) segue os mesmos princípios 
estruturantes do SUS, que incluem: 
• Universalidade;
• Integralidade;
• Participação da comunidade, dos trabalhadores e 
do controle social;
• Descentralização;
• Hierarquização;
• Equidade; 
• Precaução (BRASIL, 2012b).
Ela está alinhada com o conjunto de políticas de saúde no âmbito 
do SUS, considerando a transversalidade entre as ações de saúde 
do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do 
processo saúde-doença. Veja bem! Nesse sentido, a produção do 
cuidado aos trabalhadores ganha ênfase na APS, já que, como porta 
de entrada preferencial do sistema, ela é a organizadora de qual 
encaminhamento eles terão dentro do sistema. Como colocado 
anteriormente nesta unidade, a questão da precarização do trabalho 
reforça a vulnerabilidade social dos trabalhadores. Em especial, na 
situação do trabalho informal, desde o trabalho no domicílio até 
o trabalho na rua, a APS tem a possibilidade de dar visibilidade às 
condições de saúde e trabalho desses trabalhadores, possibilitando a 
intervenção e proteção em saúde.
2.5.2 Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador e o papel dos Centros de 
Referência em Saúde do Trabalhador 
Ao observar todo o documento que compõe a PNSTT, você conhecerá uma série 
de estratégias dessa política. Entre elas está a estruturação da Rede Nacional de 
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), a qual foi criada em 2002 pela 
Portaria nº 1.679/GM (BRASIL, 2002b), com o objetivo de difundir ações de saúde 
do trabalhador, articuladas às demais redes do SUS. Mas veja bem! Apesar de 
sua existência prévia à PNSTT, a RENAST ganhou espaço e ênfase nessa política, 
pressupondo as seguintes ações:
a) Saúde do trabalhador na APS;
b) Saúde do trabalhador na urgência e emergência;
c) Saúde do trabalhador na atenção especializada (ambulatorial e hospitalar). 
A RENAST veio para organizar e colocar 
em prática ações assistenciais, de 
vigilância e de promoção da saúde na 
perspectiva da saúde do trabalhador. 
Sua atual formatação é orientada pela 
Portaria nº 2.728, de 11 de novembro 
de 2009 (BRASIL, 2009a), a qual indica 
que ela deve integrar a rede de serviços 
do SUS por meio dos Centros de 
Referência em Saúde do Trabalhador 
(CERESTs) e das redes sentinelas (serviços de média e alta complexidade 
que são capazes de diagnosticar agravos relacionados ao trabalho e 
registrá-los no Sistema de Notificação de Agravos de Notificação – SINAN). 
Além disso, é de sua alçada elaborar protocolos, linhas de cuidado e 
instrumentos que permitam a integralidade das ações, envolvendo todos 
os níveis de atenção, serviços e municípios sentinelas. 
73Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
A RENAST mostra-se complexa, uma vez que sua implementação deve ser de forma 
articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos estados, o 
Distrito Federal e os municípios, além de ser necessário o envolvimento de outros 
setores também participantes na execução das ações. Observe que mais uma vez o 
foco nas ações transversais mostra-se presente para garantir produção e gestão do 
conhecimento. 
Mas o que é o CEREST? De forma geral, é a retaguarda técnica especializada voltada 
para a promoção de ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade 
de vida do trabalhador, tendo a prevenção e vigilância como norteadores. Tem 
como modelo a APS, oferecendo suporte matricial às equipes de referência, 
suporte técnico, educação permanente, assessoria ou coordenação de projetos de 
assistência e promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores no âmbito da sua 
área de abrangência. São atuantes os dois tipos: estadual e regional. O que não cabe 
ao CEREST? Atendimentos de emergência, exames admissionais e demissionais, 
exames periódicos e exames para mudança de função.
SAIBA MAIS
Caso tenha interesse, você pode consultar a lista atual de CERESTs estaduais e 
regionais habilitados por localização, bem como as notícias relacionadas a eles 
no seguinte endereço: 
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/cerests
Quer saber mais sobre os aspectos regulatórios do RENAST e do CEREST? Veja 
as sugestões de leitura complementar na Plataforma RENAST online: 
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/rede-nacional-atencao-
integral-saude-trabalhador-renast
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/centro-referencia-saude-
trabalhador-cerest
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/cerests
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/rede-nacional-atencao-integral-saude-trabalhador-renast
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/rede-nacional-atencao-integral-saude-trabalhador-renast
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/centro-referencia-saude-trabalhador-cerest
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/centro-referencia-saude-trabalhador-cerest
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2.5.3 Saúde do Trabalhador no SUS: aspectos conceituais, 
organizacionais e marcos regulatórios
Tudo bem até aqui? Agora vamos nos ater à regulamentação das políticas de 
Saúde do Trabalhador no SUS. Após a Constituição de 1988 e a implantação 
do SUS, houve avanços e desafios. Na década de 1990, ocorreram 
movimentos no sentido de viabilizar políticas de Saúde do Trabalhador em 
estados e municípios, o que nem sempre teve sucesso. 
Em 1992, foi realizada a 9ª CNS, um momento em que houve o entendimento 
de que a municipalização das ações eranecessária, o que levou ao emblema 
“Municipalização é o caminho” (BRASIL, 1992b). No ano seguinte ocorreu a 
II Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (CNST) que trouxe o tema 
central "Construindo uma política de saúde do trabalhador” (BRASIL, 1994).
Ainda na década de 1990, vinculada à CNS, instituiu-se a Comissão Intersetorial 
de Saúde do Trabalhador (CIST). A CIST nacional se consolidou nesse período 
participando de forma proativa nas políticas de Saúde do Trabalhador. 
Atualmente ajustada à PNSTT, acrescenta-se à CIST o termo trabalhadora, sendo 
denominada Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora 
“CISTT” (BRASIL, 2017a). Alguns exemplos de normativas na área são citados a 
seguir: criação da Instrução Normativa da Vigilância em Saúde do Trabalhador 
(VISAT) no SUS e da Norma Operacional de Saúde do Trabalhador (NOST/SUS).
A VISAT é um componente do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, 
definida pela Portaria GM/MS nº 3.252, de dezembro de 2009 (atualizada 
pela Portaria nº 1.378/2013), que visa “à promoção da saúde e à redução 
da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração 
de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes 
dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos” (BRASIL, 2009b, 
2013a). Lembre-se de que sua estrutura se baseia no modelo de Atenção 
Integral em Saúde do Trabalhador e ela constitui-se de saberes e práticas 
sanitárias, articulados intra e intersetorialmente.
SAIBA MAIS
Veja a sugestão de leitura complementar: 
Diretrizes de implantação da Vigilância em 
Saúde do Trabalhador no SUS. Disponível em: 
ht t p s : / / re n a s to n l i n e. e n s p. f i o c ru z .
br/recursos/diretrizes-implantacao-
vigilancia-saude-trabalhador-sus
Destacam-se ainda a publicação da primeira Lista de Doenças 
Relacionadas ao Trabalho (LDRT), em 1999, e a criação da Política 
de Saúde Ocupacional para o Trabalhador do SUS, inserida na 
NOB/RH-SUS, trazendo os “Princípios e Diretrizes para a Gestão do 
Trabalho no SUS”, em 2005 (BRASIL, 2005a). A LDRT só veio sofrer 
atualização em 2020 (Portaria GM/MS nº 2.309, de 28 de agosto 
de 2020), e as modificações se centraram tanto na Lista A (agentes 
e/ou fatores de risco com respectivas doenças relacionadas ao 
trabalho), quanto na Lista B (doenças relacionadas ao trabalho 
com respectivos agentes e/ou fatores de risco). O número de 
códigos diagnósticos passou de 182 para 347. 
PARA REFLETIR
Com base no material apresentado, reflita sobre os 
desafios das políticas de Saúde do Trabalhador ao longo 
de sua construção até os dias atuais.
No dia 2 de setembro de 2020, foi publicada a Portaria nº 2.345 
(BRASIL, 2020a), que tornou sem efeito a atualização 2020 
devido à inclusão da Covid-19 na lista, e, em 8 de setembro de 
2020, foi publicada a Portaria nº 2.384, que retoma a vigência 
da versão 1999. Consulte as respectivas portarias para maiores 
informações e esteja atento às atualizações que porventura 
venham a ser feitas. 
As conquistas da década de 2000 em diante referem-se à 
formulação da RENAST pela área técnica de saúde do trabalhador 
do Ministério da Saúde. Apesar da relevância dessa conquista, o 
sistema RENAST/CEREST apresenta dificuldades para funcionar 
devido a dificuldades políticas e administrativas. Mais uma vez 
ressalta-se a importância de inserir a APS, os ACS e a equipe 
de saúde na atenção à Saúde do Trabalhador no SUS, de forma 
articulada com os CERESTs. A maioria dos profissionais da APS 
não conhece os CERESTs e muito menos o perfil produtivo dos 
trabalhadores de seu território. Para fechar nosso assunto, pense 
e reflita: é preciso inserir efetivamente a Saúde do Trabalhador 
na APS, oportunizando a vigilância dos trabalhadores que estão 
em situação de risco.
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/diretrizes-implantacao-vigilancia-saude-trabalhador-sus
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/diretrizes-implantacao-vigilancia-saude-trabalhador-sus
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/diretrizes-implantacao-vigilancia-saude-trabalhador-sus
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2.6 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: MARCO REGULATÓRIO, 
ASPECTOS CONCEITUAIS E DESAFIOS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO E ATUALIZAÇÃO
Nesta seção, caro trabalhador estudante, abordaremos 
a Política Nacional de Educação Permanente em 
Saúde (PNEPS), trazendo um pouco da sua formação, 
regulação e seus desafios. Bons estudos!
A PNEPS representa um importante marco da 
construção de transformações nos serviços, trazendo 
uma proposta de trabalho em que o aprender e o 
ensinar fazem parte dos processos realizados no 
cotidiano, promovendo melhorias no serviço dos 
trabalhadores do SUS, tornando-os mais aptos a 
cuidar da população. Assim, essa política busca a 
incorporação de ações de autogestão e cogestão 
e a participação nas mudanças institucionais para 
transformar as práticas dos serviços de saúde. 
Quando partimos da Lei nº 8.080/1990 (Capítulo 
III, Art. 14), é possível observar a menção ao termo 
educação continuada. Durante muito tempo, esses 
termos foram entendidos como sinônimos. No 
entanto, antes de falar sobre a diferença entre eles, 
observe os principais marcos regulatórios da PNEPS 
apresentados na Figura 6:
FIGURA 6 – PRINCIPAIS MARCOS REGULATÓRIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE 
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
2004
2008
2017
2003
2018
2007
2010
Criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do 
Ministério da Saúde, a qual possibilitou a implementação da PNEPS (BRASIL, 2003).
Publicação do documento Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o 
que se tem produzido para o seu fortalecimento? (BRASIL, 2018b).
Portaria GM/MS nº 198 – instituição da PNEPS (BRASIL, 2004a).
Portaria GM/MS nº 1.996 – reformulação das diretrizes da PNEPS (BRASIL, 2007).
Portaria GM/MS nº 4.033 – definição de recursos financeiros do Ministério da 
Saúde para a PNEPS (BRASIL, 2010b). 
Portarias GM/MS nº 2.813 e SGTES/MS nº 27 – definição de novos recursos financeiros 
do Ministério da Saúde para a implementação da PNEPS (BRASIL, 2008).
Portaria GM/MS nº 3.194 – lançamento do PRO EPS-SUS, com o objetivo de estimular, 
acompanhar e fortalecer a qualificação profissional dos trabalhadores da área da 
saúde (BRASIL, 2017b).
A educação na saúde “consiste na produção e sistematização de 
conhecimentos relativos à formação e ao desenvolvimento para 
a atuação em saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes 
didáticas e orientação curricular” (BRASIL, 2018b, p. 9). Também 
conhecida como educação no trabalho em saúde, a educação 
na saúde apresenta duas modalidades: a educação continuada 
e a educação permanente em saúde. Para entender melhor 
esses conceitos, veja o material indicado a seguir. 
SAIBA MAIS
Canal Série SUS: Qual a diferença entre Educação Permanente em 
Saúde, Educação Continuada e Educação em Saúde? Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=fZBAOu9buEw&t=18s
Fonte: elaborada pela autora.
https://www.youtube.com/watch?v=fZBAOu9buEw&t=18s
76Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Nesse contexto, vive a lógica da educação permanente, a qual 
deve estar inserida nos processos rotineiros. Ao mesmo tempo 
deve ser planejada com temas pautados pela equipe sem 
esperar que as demandas apareçam. E qual método utilizar? 
Rodas de conversas, discussões de caso, oficinas e simulações, 
entre outros, a depender do contexto.
Em 2018, foi produzido o documento Política Nacional de 
Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para 
o seu fortalecimento?, que trouxe um debate entre os diversos 
profissionais de todo o país envolvidos na PNEPS:
[...] lançou o debate sobre a necessidade 
de sua atualização, numaclara intenção de 
retomar a discussão sobre a política, resgatar 
conceitos, promover ânimos, demonstrar sua 
potencialidade e desafios, reconhecer a sua 
contribuição para o SUS, mas, acima de tudo, 
apontar caminhos, a partir de consensos, para 
que a PNEPS se mantivesse na agenda do País e 
que, de fato, seja implementada em cada espaço 
onde haja o SUS (BRASIL, 2018b, p. 7).
E quais são os desafios para a implementação da PNEPS? 
Antes, é oportuno apontar que a educação permanente 
dos profissionais de saúde deve prepará-los para encarar os 
desafios do nosso Sistema de Saúde. Os desafios esbarram 
em várias áreas: gestão e política, financiamento, modelo de 
formação, monitoramento e avaliação das ações de educação 
permanente e articulação interfederativa. 
MAS COMO FAZER A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE?
A PNEPS aponta que a metodologia apropriada é a crítica reflexiva 
pautada pela problematização, a qual precisa ser participativa, 
propiciando espaços de discussão e reflexão em torno de: “O que 
se faz?”, “Por que faz?”, “Como faz?”, “Para quem faz?” e “Contra 
quem faz?” (FREIRE, 2013).
A atualização da PNEPS também foi debatida em 2018 e estimulou 
a intensificação da utilização das novas tecnologias para o ensino 
na saúde e estabeleceu o compromisso com as novas demandas 
de saúde pública. Uma estratégia debatida nesta oportunidade foi 
o fortalecimento da Educação Interprofissional (EIP) no campo da 
educação permanente, sendo considerada uma estratégia potencial 
para o fortalecimento do SUS.
PARA REFLETIR
Qual é o espaço, no seu cotidiano, caro trabalhador estudante, que 
você vê como adequado para realizar a educação permanente? 
Você se vê como um educador? No contexto da pandemia de 
Covid-19, você teve algum problema que poderia ter sido mais 
bem assistido com alguma ação de educação permanente?
SAIBA MAIS
Sugestão de leitura complementar de uma experiência 
de educação permanente em saúde intitulada 
Processos avaliativos de Educação Permanente em 
Saúde em Santa Catarina – uma roda que nunca parou 
de girar (BRASIL, 2018c, p. 82-85). Disponível em:
h t t p s : / / a p s r e d e s . o r g / w p - c o n t e n t /
uploads/2018/07/NavegadorSUS-WEB-INTER.pdf
https://apsredes.org/wp-content/uploads/2018/07/NavegadorSUS-WEB-INTER.pdf
https://apsredes.org/wp-content/uploads/2018/07/NavegadorSUS-WEB-INTER.pdf
77Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.7 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES: MARCO REGULATÓRIO, ASPECTOS 
CONCEITUAIS, TRAJETÓRIA ATÉ O RECONHECIMENTO INTERNACIONAL E PONTOS 
IMPORTANTES PARA SEU FORTALECIMENTO NO SUS
Caro trabalhador estudante, no início desta unidade, abordamos momentos 
importantes para a consolidação da prática da imunização no Brasil, a qual 
começou por aqui com a chegada da vacina contra a varíola no início do século 
XIX (volte nesse ponto caso necessário). Nesta seção, vamos ver os marcos 
regulatórios do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e os pontos importantes 
para o seu fortalecimento. Bons estudos! 
O século XX teve seu começo marcado por conflitos devido à política da vacinação 
obrigatória, mas também houve muitos avanços que culminaram com a pressão 
social e política ao Ministério da Saúde para criar o PNI em 1973, tão necessário 
para padronizar técnicas de administração de vacinas e soros. Observe alguns 
fatos marcantes na história da imunização no Brasil (Figura 7).
FIGURA 7 – [LINHA DO TEMPO] PRINCIPAIS MARCOS DA HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE IMUNIZAÇÃO NO BRASIL
1804
1991 1989
1900/1901
2000
1977
1904
2004
1976
1942
2006
1975
1966
2008
1973
2010 2011
1ª vacina no Brasil – 
antivaríolica.
Expansão do PNI. Último caso de 
poliomielite no Brasil.
Criação de Institutos que deram origem 
posteriormente ao Butantan e Fiocruz.
Instituição da Comissão Nacional de Erradicação do 
Sarampo e Controle da Rubéola, no âmbito da Funasa. 
Confirmação do último caso autóctone de sarampo no país.
2012
Introdução da vacina pentavalente (DTP, Hib e hepatite B) e 
da VIP (pólio com vírus inativo) no calendário da criança. A 
VIP substituiu as duas primeiras doses da vacina oral (VOP) – 
mantida em duas doses de reforço.
2013
Inclusão da vacina contra 
a varicela (catapora) e da 
vacina tetra viral (tríplice 
viral + varicela).
2018
Vacina contra HPV 
ampliada para 
meninos de 11 a 
15 anos.
2020
Plano Nacional de 
Operacionalização 
da Vacinação 
contra Covid-19.
2014
Introdução das vacinas contra hepatite A para crianças 
(15 meses de idade), contra o HPV (Papilomavírus 
Humano) para meninas de 9 a 13 anos e dTpa (tétano, 
difteria e coqueluche acelular) para gestantes.
Primeiro calendário básico de vacinação 
obrigatória para menores de 1 ano 
(tuberculose, poliomielite, sarampo, difteria, 
tétano e coqueluche).
Revolta da Vacina.
Calendário de vacinação 
da criança, do adolescente, 
do adulto e do idoso. 
Criação do Instituto de Tecnologia 
em Imunobiológicos – Bio-
Manguinhos.
Eliminação da febre amarela 
urbana no Brasil.
Introdução da vacina contra rotavírus 
e eliminação do tétano neonatal como 
problema de saúde pública no Brasil.
Proposição da criação de um sistema de vigilância epidemiológica para o país, por ocasião da 5ª 
CNS – Instituição do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e Imunizações, formalizando 
o PNI e o estabelecimento das normas técnicas relativas ao seu funcionamento: Lei nº 6.259/1975, 
posteriormente regulamentado pelo Decreto nº 78.231/1976 (BRASIL, 1975;1976). 
Campanha de erradicação da 
varíola com certificação em 1973.
Campanha Nacional 
de Vacinação para 
Eliminação da Rubéola.
Criação do PNI.
Calendário de 
vacinação para os 
Povos Indígenas.
Campanha Nacional de vacinação contra 
influenza incluindo vários grupos (gestantes, 
idosos, trabalhadores da saúde, indígenas e 
crianças de 2 meses a 6 anos). 
 Fonte: adaptado de Stevanim (2019).
78Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Zé gotinha: a mascote, 
criada na década de 1980 
para encorajar as crianças 
a se vacinar contra a 
poliomielite, traz uma 
figura representativa das 
campanhas de vacinação 
até hoje. 
Fonte: Brasil (2014).
O PNI tem como função a organização de toda a política nacional de vacinação da 
população brasileira, sendo sua missão: reduzir a morbimortalidade de doenças 
imunopreveníveis, bem como a erradicação dessas doenças em alguns contextos, 
com fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde para promoção, 
proteção e prevenção em saúde (BRASIL, 2013b). 
Dentro da estrutura do Ministério da Saúde, o PNI faz parte do Departamento de 
Imunização e Doenças Transmissíveis, que, por sua vez, faz parte da Secretaria de 
Vigilância em Saúde. As diretrizes e responsabilidades para a execução das ações 
de vigilância em saúde são compartilhadas pela União, estados, Distrito Federal e 
municípios. As ações devem ser pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) 
e na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), tendo como base a regionalização, a rede 
de serviços e as tecnologias disponíveis. 
Destacam-se os pontos principais para entender melhor normas e políticas que 
funcionam em torno do PNI:
• Calendário básico de vacinação: sempre disponível no site do Ministério da 
Saúde – é revisado sempre que necessário. Observe o Calendário de Vacinação 
2022. Disponível https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/c/calendario-nacional-de-vacinacao. Acesso em: 27 mar 2023;
• Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE): dá suporte a 
pacientes que precisam de vacinas que não estão no calendário de vacinação. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_
centros_imunobiologicos_especiais_5ed.pdf. Acesso em: 16 ago. 2021;
• Vigilância epidemiológica dos eventospós-vacinação: preconiza as 
orientações para ações e fluxogramas de notificação voltadas a qualquer 
problema no processo de vacinação como um todo. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_
eventos_vacinacao_4ed.pdf . Acesso em: 27 mar 2023; 
• Rede de Frio: normatiza todo o processo para garantir a conservação das 
vacinas desde a produção e transporte até a sala de vacinação. Disponível 
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-
nacional-de-vacinacao/rede-de-frio/publicacoes-e-portarias/manual-de-
rede-de-frio-do-programa-nacional-de-imunizacoes-5-ed/view. Acesso em: 
27 mar 2023;
• Sistemas de informação do PNI (SI-PNI): possibilita aos gestores uma avaliação 
dinâmica quanto à ocorrência de surtos ou epidemias e o controle do estoque. 
Disponível em: http://pni.datasus.gov.br/. Acesso em: 16 ago. 2021;
• Sala de vacinação: regulamentada pela RDC Anvisa nº 197/2017. Disponível 
em: https://sbim.org.br/legislacao/867-rdc-anvisa-n-197-26-de-dezembro-
de-2017. Acesso em: 16 ago. 2021;
• Atualizações sobre modificações em doses e tipos de vacina: Sociedade 
Brasileira de Imunizações. Disponível em: https://sbim.org.br/informes-e-
notas-tecnicas. Acesso em: 16 ago. 2021;
• Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (edição 
equivalente a 14a versão do documento elaborado pelo Programa Nacional 
de Imunizações. disponível em: https://sbim.org.br/images/files/notas-
tecnicas/pno-2a-edicao-isbn-equivalente-14.pdf. Acesso em: 27 mar 2023;
• Livro Vacinas e vacinação no Brasil: horizontes para os próximos 20 anos. 
Documento organizado em 2020 pela Iniciativa Saúde Amanhã, no contexto 
da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030. Disponível em: https://www.arca.
fiocruz.br/bitstream/icict/45003/2/Livro%20Vacinas%20no%20Brasil-1.pdf. 
Acesso em: 2 out. 2021.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centros_imunobiologicos_especiais_5ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_centros_imunobiologicos_especiais_5ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_vacinacao_4ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_vacinacao_4ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_vacinacao_4ed.pdf
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/rede-de-frio/publicacoes-e-portarias/manual-de-rede-de-frio-do-programa-nacional-de-imunizacoes-5-ed/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/rede-de-frio/publicacoes-e-portarias/manual-de-rede-de-frio-do-programa-nacional-de-imunizacoes-5-ed/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/rede-de-frio/publicacoes-e-portarias/manual-de-rede-de-frio-do-programa-nacional-de-imunizacoes-5-ed/view
http://pni.datasus.gov.br/
https://sbim.org.br/legislacao/867-rdc-anvisa-n-197-26-de-dezembro-de-2017
https://sbim.org.br/legislacao/867-rdc-anvisa-n-197-26-de-dezembro-de-2017
https://sbim.org.br/informes-e-notas-tecnicas
https://sbim.org.br/informes-e-notas-tecnicas
https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/pno-2a-edicao-isbn-equivalente-14.pdf
https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/pno-2a-edicao-isbn-equivalente-14.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/45003/2/Livro%20Vacinas%20no%20Brasil-1.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/45003/2/Livro%20Vacinas%20no%20Brasil-1.pdf
79Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Não poderíamos deixar de mencionar que o Brasil é um dos grandes exemplos de 
sucesso na implantação de um programa nacional de imunizações, reconhecido 
internacionalmente. O país já erradicou, por meio da vacinação, doenças de alcance 
mundial, como a varíola e a poliomielite (paralisia infantil), e há de se considerar 
que a implantação do SUS foi um importante fortalecedor deste programa, 
fornecendo acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela OMS a toda a 
população, sem distinção de qualquer natureza, buscando a inclusão social. 
O PNI está próximo de completar 50 anos, e quais são as preocupações com seu 
futuro? Observe alguns pontos levantados na comemoração dos 40 anos do PNI 
(BRASIL, 2013b): 
• Vacina como atenção primária, ou seja, que ela ganhe relevância no nível 
primário dentro da prevenção, classificando-se como uma ação de proteção 
específica;
• Incorporação de novas vacinas e novos grupos populacionais; 
• Vacinação segura; 
• Vigilância dos eventos adversos associados à vacinação; 
• Rede de Frio de imunobiológicos mais eficiente, capaz de identificar situações 
de risco e de garantir um produto com qualidade, do começo ao fim da cadeia; 
• Coberturas amplas e homogêneas: compromisso do Ministério da Saúde.
Acrescenta-se a esses tópicos a questão da disseminação de notícias falsas 
(popularmente conhecidas como fake news) a respeito da vacinação, o que tem 
causado uma grande repercussão negativa, pois promove o aumento da taxa de 
abandono e, por consequência, a diminuição da taxa de cobertura vacinal. Um 
exemplo claro disso foi o retorno de casos de sarampo entre 2018 e 2019.
Fonte: Flickr.
PARA REFLETIR
Com base no conteúdo desta unidade, quais 
aspectos você acredita que necessitem de 
fortalecimento na sua realidade?
80Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
2.8 POLÍTICAS PÚBLICAS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO ENFRENTAMENTO DE EPIDEMIAS/
PANDEMIAS: HISTÓRICO, DIRETRIZES E ATUAÇÃO NO CONTEXTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS
Caro trabalhador estudante, 
chegamos à última seção desta 
unidade. Agora abordaremos as 
Políticas Públicas da Assistência 
Social no enfrentamento de 
epidemias/pandemias, trazendo os 
pontos principais de sua formação e 
como ela pode atuar no contexto de 
doenças infecciosas. Bons estudos!
Desde a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a Política de 
Assistência Social é um campo que vem atuando para garantir o direito 
aos cidadãos que dela necessitam, independentemente de fazer 
contribuições à seguridade social. É importante um breve lembrete: 
a questão social esteve ausente das formulações de políticas no país 
até então. A partir de 1993, com a promulgação da Lei Orgânica de 
Assistência Social (LOAS), surgiu um novo olhar para o campo dos 
direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal. 
Com o objetivo de dar proteção, a LOAS visa a garantia da vida, a redução 
de danos e a prevenção à incidência de riscos sociais (BRASIL, 2009c). 
A proteção social deve garantir as seguintes seguranças: 
segurança de sobrevivência (de rendimento e de 
autonomia); de acolhida; de convívio ou vivência familiar 
(BRASIL, 2005b, p. 31). 
Em 2004, o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) instituiu a 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS), a qual veio para organizar 
a assistência social no Brasil (BRASIL, 2004b). É uma política de Estado, 
mas atualmente conta com a parceria de uma rede complementar de 
assistência composta de órgãos não governamentais e organizações da 
sociedade civil. As diretrizes da PNAS são as seguintes:
I - Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas 
gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respectivos programas às 
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência 
social, garantindo o comando único das ações em cada esfera de governo, 
respeitando-se as diferenças e as características socioterritoriais locais;II – Participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;
III – Primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência 
Social em cada esfera de governo;
IV – Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, 
serviços, programas e projetos (BRASIL, 2005b, p. 32-33).
81Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
A PNAS trouxe para a realidade brasileira 
os seguintes olhares:
• Uma visão social inovadora, dando 
continuidade ao inaugurado pela 
Constituição Federal de 1988 e pela 
Lei Orgânica da Assistência Social de 
1993, pautada na dimensão ética de 
incluir “os invisíveis”, os transformados 
em casos individuais, enquanto de 
fato são parte de uma situação social 
coletiva; as diferenças e os diferentes, 
as disparidades e as desigualdades.
• Uma visão social de proteção, o 
que supõe conhecer os riscos, as 
vulnerabilidades sociais a que estão 
sujeitos, bem como os recursos com 
que conta para enfrentar tais situações 
com menor dano pessoal e social 
possível. Isto supõe conhecer os riscos 
e as possibilidades de enfrentá-los.
• Uma visão social capaz de captar as 
diferenças sociais, entendendo que as 
circunstâncias e os requisitos sociais 
circundantes do indivíduo e dele em 
sua família são determinantes para 
sua proteção e autonomia. Isto exige 
confrontar a leitura macro social com 
a leitura micro social.
• Uma visão social capaz de entender 
que a população tem necessidades, 
mas também possibilidades ou 
capacidades que devem e podem ser 
desenvolvidas. Assim, uma análise 
de situação não pode ser só das 
ausências, mas também das presenças 
até mesmo como desejos em superar 
a situação atual.
• Uma visão social capaz de identificar 
forças e não fragilidades que as 
diversas situações de vida possua 
(BRASIL, 2005b, p. 15).
Em 2005, houve a implementação do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS), conforme determinações da 
LOAS e da PNAS. O SUAS proporcionou uma forma de 
interromper a fragmentação vigente nos programas da 
área assistencial e instituir, efetivamente, as políticas 
públicas ligadas à Assistência Social, além de consagrar 
os direitos de cidadania e inclusão social. Vamos 
resumir os principais marcos regulatórios no Quadro 4:
QUADRO 4 – PRINCIPAIS MARCOS REGULATÓRIOS VOLTADOS PARA A ÁREA SOCIAL
1993
2006
2011
1988
2012
2004
2009
2020
A Constituição Federal prevê, em seus Arts. 203 e 204, a assistência social a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuir ou não à seguridade social.
Resolução nº 33, de 12 de dezembro: CNAS aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência 
Social (NOB/SUAS) e define como responsabilidade comum à União, estados, Distrito Federal e municípios 
atender aos requisitos previstos no art. 30, e seu parágrafo único, da Lei nº 8.742, de 1993 (BRASIL, 2012c).
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro: dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências 
(BRASIL, 1993).
Resolução nº 145, de 15 de outubro: CNAS institui a PNAS (BRASIL, 2004b).
Resolução nº 109, de 11 de novembro: CNAS aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 
conforme anexos, organizados por níveis de complexidade do SUAS: Proteção Social Básica e Proteção 
Social Especial de Média e Alta Complexidade (BRASIL, 2009d). 
Lei nº 13.979: indica como serviço 
essencial o atendimento a mulheres 
em situação de violência doméstica e 
familiar, crianças, adolescentes, pessoas 
idosas e pessoas com deficiência 
vítimas de crimes (Regulamentada 
posteriormente pelo Decreto nº 
10.282/2020) (BRASIL, 2020b).
Portaria conjunta nº 1: dispõe 
acerca da utilização de recursos 
do Cofinanciamento Federal 
no atendimento às demandas 
emergenciais de enfrentamento 
ao Coronavírus (Covid-19) no 
âmbito do Sistema Único de 
Assistência Social (BRASIL, 2020e).
Portaria MC nº 337: dispõe sobre 
medidas para o enfrentamento 
da emergência de saúde pública 
de importância internacional 
decorrente do coronavírus, 
Covid-19, no âmbito do Sistema 
Único de Assistência Social 
(BRASIL, 2020c).
Portaria MC nº 369: dispõe sobre o repasse financeiro 
emergencial de recursos federais para a execução de 
ações socioassistenciais e estruturação da rede do Sistema 
Único de Assistência Social - SUAS, no âmbito dos estados, 
Distrito Federal e municípios devido à situação de 
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional 
- ESPIN, em decorrência de infecção humana pelo novo 
coronavírus, Covid-19 (BRASIL, 2020f).
Portaria SNAS/SEDS/MC nº 54: aprova recomendações 
gerais aos gestores e trabalhadores do Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS) dos Estados, Municípios 
e do Distrito Federal com o objetivo de garantir 
a continuidade da oferta de serviços e atividades 
essenciais da Assistência Social, com medidas e 
condições que garantam a segurança e a saúde dos 
usuários e profissionais do SUAS (BRASIL, 2020d).
Portaria MC nº 330: estabelece o adiamento dos 
procedimentos em razão do não cumprimento 
do cronograma de inscrição no Cadastro Único 
para Programas Sociais do Governo Federal 
para fortalecer o enfrentamento da Emergência 
de Saúde Pública de Importância Internacional 
decorrente do Coronavírus (Covid-19) (BRASIL, 
2020g).
Resolução nº 269, de 13 de dezembro: CNAS aprova a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do 
Sistema Único de Assistência Social (NOB-RH/SUAS) (BRASIL, 2006).
Lei nº 12.435, de 6 de julho: altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da 
Assistência Social (BRASIL, 2011b).
Algumas normativas no âmbito da Política de Assistência Social incluídas no contexto da Covid-19:
82Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
SAIBA MAIS
Caso tenha interesse em conhecer mais detalhes 
das normativas adotadas na pandemia, acesse o 
Guia completo: o SUAS na Pandemia (LUCHESI, 2020). 
Disponível em: 
https://www.gesuas.com.br/blog/guia-suas-na-
pandemia/
Ainda dentro do modo de organização, é importante destacar que o 
SUAS trata as ações da política de Assistência Social de acordo com a 
complexidade dos serviços. De um lado temos a atenção social básica 
e, de outro, a atenção social especial, de alta e média complexidade, 
e os serviços socioassistenciais seguem as seguintes referências: 
vigilância social, proteção social e defesa social e institucional. Sua 
atuação conta com o braço das unidades estatais locais, que são os 
Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de 
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), os quais 
possibilitam, em grande parte dos casos, o primeiro acesso das 
famílias e indivíduos aos direitos socioassistenciais e, portanto, à 
proteção social básica. Toda a organização da rede local de serviços 
socioassistenciais fica a cargo do CRAS. 
QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA A ASSISTÊNCIA SOCIAL NESSE MOMENTO? 
“[...] a continuidade do atendimento aos cidadãos com arranjos mais aderentes ao 
contexto, visando à segurança e saúde de usuários e trabalhadores, à mitigação de 
riscos a populações mais expostas à contaminação e agravamentos da Covid-19 e 
à proteção social face aos impactos econômicos e sociais da pandemia” (BRASIL, 
2021, p. 12-13).
Fonte: Freepik.
https://www.gesuas.com.br/blog/guia-suas-na-pandemia/
https://www.gesuas.com.br/blog/guia-suas-na-pandemia/
83Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Vamos falar um pouco do contexto social na pandemia de 
Covid-19. Essa emergência de saúde pública afetou e tem afetado 
toda a população, mas não podemos deixar de enfatizar que asde Informação Geográfica (SIG) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.4 Fontes nacionais de dados sobre saúde e ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.5 Espaço geográfico e seu significado político . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.6 Geocodificação e linguagem cartográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo do autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
3.3 INFORMAÇÃO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.1 Introdução: vamos falar de informação em saúde? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.2 Informação em saúde: conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.3 Indicadores de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.4 Análise de Situação de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3.5 Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo das autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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3.4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.2 Educação em Saúde no Brasil: aspectos históricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.3 Covid-19 e suas implicações psicossociais no cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.4 Educação em Saúde: modelo tradicional x modelo dialógico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.4.5 Afinal, por onde começar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículo dos autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SUMÁRIO
MÓDULO FUNDAMENTOS E TECNOLOGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E DE OUTRAS DOENÇAS VIRAIS
Unidade 4: Conceitos Básicos de Virologia e Imunologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Apresentação da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objetivos de aprendizagem da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.2 Conceitos básicos em imunologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.3 Conceitos básicos em virologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minicurrículopopulações já expostas a vulnerabilidades e em risco social antes 
da pandemia foram afetadas de forma mais grave. 
Vamos remeter aqui também ao que foi falado anteriormente 
sobre a precarização das relações de trabalho, que fez emergir 
um contingente de trabalhadores e trabalhadoras que se viram 
sem renda nenhuma de forma abrupta. Diante desse cenário, a 
atuação do SUAS torna-se de suma importância para proteger 
as famílias e indivíduos em situação de maior vulnerabilidade 
social. O Decreto nº 10.282, de 20 de março de 2020, colocou a 
assistência social e o atendimento à população em estado de 
vulnerabilidade social na listagem de atividades essenciais que 
não deviam ser interrompidas na pandemia para não colocar em 
perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população 
(BRASIL, 2020h).
Por meio da Portaria nº 100, de 14 de julho de 2020, houve 
uma série de recomendações que orientam o funcionamento 
e o trabalho social nas redes de apoio CRAS, CREAS, Centro de 
Referência para a População em Situação de Rua (Centro POP), 
Centro-Dia e outras (BRASIL, 2020i). Além disso houve o apoio da 
Estratégia Saúde da Família para mapeamento de situações de 
maior vulnerabilidade.
SAIBA MAIS
Ficou curioso para conhecer mais sobre o processo 
de organização da assistência social no contexto da 
pandemia? Sugiro a leitura complementar de Atuação da 
Política de Assistência Social no contexto da pandemia do 
novo coronavírus (BRASIL, 2021). Disponível em:
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/pesquisas/
documentos/relatorio/relatorio_215.pdf
PARA REFLETIR
Vamos pensar na visão do profissional 
da assistência social quanto ao 
enfrentamento da Covid-19 e de 
futuras epidemias/pandemias: 
os profissionais estão preparados 
estrutural e emocionalmente para 
atuar nesses contextos?
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/pesquisas/documentos/relatorio/relatorio_215.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/pesquisas/documentos/relatorio/relatorio_215.pdf
84Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
Finalizando a Unidade 2, esperamos que você tenha adquirido conhecimentos básicos capazes de provocar novas 
buscas e complementações, que, neste tema, devem ser permanentes. Além disso, esperamos que seu olhar sobre a 
temática seja mais crítico. 
O assunto é denso. Falar de políticas públicas envolve um emaranhado de normativas que estão em constante 
mudança, mas que são fundamentais para pautar as conquistas do SUS até aqui. Tendo isso em vista, sabemos que 
não foi possível esgotar todo o tema nesta unidade, pois temos uma riqueza de literatura que não cabe em uma 
unidade. Por isso, recomendamos fortemente o retorno às leituras e materiais complementares sugeridos, sempre 
que necessário. 
Como muito bem colocado pelo nosso mestre Jairnilson Paim: 
Conhecer o SUS, sua utilidade, suas possibilidades e seus desafios é um dos passos necessários para o exercício do 
direito à saúde. Essa é uma responsabilidade dos profissionais de saúde, que têm como missão assegurar a melhor 
atenção e os mais elevados níveis de saúde (PAIM, 2019, p. XIII).
Portanto, exerça seu direito como usuário e trabalhador do SUS, como cidadão brasileiro: sucesso nessa caminhada!
ENCERRAMENTO DA UNIDADE
85Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Z. N. SUS: Sistema Único de Saúde: antecedentes, percurso, perspectivas e desafios. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2015.
BERTIOLLI FILHO, C. História da saúde pública no Brasil. 4. ed. São Paulo: Ática, 2006.
BRASIL. Secretaria Nacional de Assistência Social. Departamento de Gestão do Sistema Único de Assistência Social. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Departamento 
de Monitoramento. Atuação da Política de Assistência Social no contexto da pandemia do novo coronavírus. Brasília, 2021. 77 p. Disponível em: https://www.gov.br/cidadania/
pt-br/servicos/sagi/relatorios/DE_OLHO_NA_CIDADANIA_v6_12.05.pdf. Acesso em: 18 ago. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.345/2020, de 02 de setembro de 2020. Torna sem efeito a Portaria nº 2.309/GM/MS, de 28 de agosto de 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 
2020a. Disponível em: https://brasilsus.com.br/index.php/pdf/portaria-no-2-345/. Acesso em: 17 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020. Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do 
coronavírus responsável pelo surto de 2019. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l13979.htm. 
Acesso em: 17 out. 2021. 
BRASIL. Ministério da Cidadania. Portaria nº 337/2020, de 24 de março de 2020. Dispõe acerca de medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância 
internacional decorrente do coronavírus, Covid-19, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social. Brasília: Ministério da Cidadania, 2020c. Disponível em: http://blog.mds.gov.br/
redesuas/portaria-no-337-de-24-de-marco-de-2020/. Acesso em:17 out. 2021.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Portaria nº 54/2020, de 01 de abril de 2020. Aprova recomendações gerais aos gestores e trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. Brasília: Ministério da Cidadania, 2020d. Disponível em: http://blog.mds.gov.br/redesuas/portaria-no-54-de-1o-de-abril-de-2020/. 
Acesso em: 17 out. 2021.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Portaria conjunta nº 01/2020, de 02 de abril de 2020. Dispõe acerca da utilização de recursos do Cofinanciamento Federal no atendimento às 
demandas emergenciais de enfrentamento ao Coronavírus (Covid-19) no âmbito do Sistema Único de Assistência Social. Brasília: Ministério da Cidadania, 2020e. Disponível em: 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-1-de-2-de-abril-de-2020-251067584. Acesso em: 17 out. 2021.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Portaria nº 369/2020, de 29 de abril de 2020. Dispõe acerca do atendimento do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - 
Cadastro Único, disposto pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007, no Distrito Federal e nos municípios que estejam em estado de calamidade pública ou em situação de 
emergência reconhecidos pelos governos estadual, municipal, do Distrito Federal ou Federal, inclusive a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional declarada pela 
Organização Mundial da Saúde, em 30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo coronavírus (Covid-19). Brasília: Ministério da Cidadania, 2020f. Disponível 
em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-369-de-29-de-abril-de-2020-254678622. Acesso em: 17 out. 2021.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Portaria nº 330/2020, de 18 de março de 2020. Estabelece o adiamento dos procedimentos em razão do não cumprimento do cronograma de 
inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal para fortalecer o enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente 
do Coronavírus (Covid-19). Brasília: Ministério da Cidadania, 2020g. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-330-de-18-de-marco-de-2020-248809190. Acesso 
em: 17 out. 2021.
BRASIL. Decreto nº 10.282, de 20 de março de 2020. Regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir os serviços públicos e as atividades essenciais. Brasília, DF: 
Presidência da República, [2020]h. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10282.htm. Acesso em: 17 out. 202.
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/servicos/sagi/relatorios/DE_OLHO_NA_CIDADANIA_v6_12.05.pdf
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/servicos/sagi/relatorios/DE_OLHO_NA_CIDADANIA_v6_12.05.pdf
https://brasilsus.com.br/index.php/pdf/portaria-no-2-345/http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l13979.htm
http://blog.mds.gov.br/redesuas/portaria-no-337-de-24-de-marco-de-2020/
http://blog.mds.gov.br/redesuas/portaria-no-337-de-24-de-marco-de-2020/
http://blog.mds.gov.br/redesuas/portaria-no-54-de-1o-de-abril-de-2020/
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-1-de-2-de-abril-de-2020-251067584
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-369-de-29-de-abril-de-2020-254678622
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-330-de-18-de-marco-de-2020-248809190
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10282.htm
86Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
BRASIL. Ministério da Cidadania. Portaria nº 100/2020, de 14 de julho de 2020. Aprova as recomendações para o funcionamento da rede socioassistencial de Proteção 
Social Básica - PSB e de Proteção Social Especial - PSE de Média Complexidade do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, de modo a assegurar a manutenção da oferta do 
atendimento à população nos diferentes cenários epidemiológicos da pandemia causada pelo novo Coronavírus - Covid-19. Brasília: Ministério da Cidadania, 2020i. Disponível 
em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-100-de-14-de-julho-de-2020-267031342. Acesso em: 17 out. 2021.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 588, de 12 de julho de 2018. Fica instituída a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), aprovada por meio desta 
resolução. Brasília: Conselho Nacional de Saúde, 2018a. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2018/Reso588.pdf. Acesso em: 9 ago. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília, 2018b. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_
educacao_permanente_saude_fortalecimento.pdf . Acesso em: 20 ago. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Processos avaliativos de Educação Permanente em Saúde em Santa Catarina – uma roda que nunca 
parou de girar. Brasília, 2018c. Disponível em: https://apsredes.org/wp-content/uploads/2018/07/NavegadorSUS-WEB-INTER.pdf. Acesso em: 8 out. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Conheça a CISTT: Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Brasília, 2017a. Disponível 
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90Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
TEIXEIRA, C. F.; PAIM, J. S.; VILASBOAS, A. L. SUS, modelos assistenciais e vigilância da saúde. Informe Epidemiológico do Sus, Brasília, v. 7, n. 2, p. 7-28, jun. 1998. DOI: 
10.5123/S0104-16731998000200002. Disponível em http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16731998000200002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 
20 ago. 2021. 
WANDERLEY, M. B.; MARTINELLI, M. L.; DA PAZ, R. D. O. Intersetorialidade nas Políticas Públicas. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 137, p. 7-13, 2020. DOI: 10.1590/0101-6628.198. 
Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/DPfFVvJzjDFYSzB9NWWHv7z/?lang=pt#. Acesso em: 20 ago. 2021.
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16731998000200002&lng=pt&nrm=iso
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/DPfFVvJzjDFYSzB9NWWHv7z/?lang=pt#
91Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 2 - Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais
MINICURRÍCULO DA AUTORA
ALINE PRISCILA BATISTA 
Farmacêutica Bioquímica, Doutora e Mestre em Ciências Biológicas com ênfase em estudos epidemiológicos de 
doenças crônicas não transmissíveis pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Professora nas disciplinas 
Epidemiologia e Epidemiologia nos serviços de saúde, no Departamento de Medicina de Família, Saúde Mental e 
Coletiva da Escola de Medicina da UFOP (2017-2018). Atualmente é pesquisadora do Laboratório de Epidemiologia, 
Escola de Medicina, UFOP pelo Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD/CAPES) e professora visitante no 
Programa de Pós-graduação em Saúde da Família (ProfSaúde/ABRASCO/polo UFOP). Membro dos grupos de pesquisa 
CNPq: Núcleo de Pesquisa em Epidemiologia – NUPE (UFOP), Grupo de Pesquisas em Educação em Saúde (UFOP) e do 
Grupo de Pesquisa em Pacientes Egressos de Internação Hospitalar – GruPEIH (UFMG). 
E-mail: alinepriop@ufop.edu.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8305-1011
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4718575032342485
mailto:alinepriop@ufop.edu.br
https://orcid.org/0000-0001-8305-1011
http://lattes.cnpq.br/4718575032342485
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Unidade 3
Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde
3.1 Territorialização em Saúde
Cesar Augusto Orazem Favoreto
Olá, trabalhador estudante. Seja bem-vindo à Unidade 3 do Módulo – Fundamentos e Tecnologias para o Enfrentamento 
da Covid-19 e de outras Doenças Virais. 
A noção de território em saúde envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais existentes e compartilhados 
pelos residentes de um determinado espaço geográfico. Por isso, trata-se de um conceito dinâmico e relacional, que 
amplia o diagnóstico e a vigilância sobre os riscos e vulnerabilidades relacionados ao desenvolvimento dos agravos à 
saúde individuais e coletivos. Além disso, tal noção permite a identificação das condições de promoção da resiliência das 
pessoas, famílias e comunidades no enfrentamento desses processos.
Portanto, é inegável que a compreensão dos aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais da população de um 
território localiza e potencializa a vigilância, a prevenção de agravos e a promoção em saúde. Tal abordagem territorializada 
da vigilância em saúde, associada às intervenções de educação em saúde, pode promover a maior participação e o 
engajamento da população nas atividades realizadas pelas unidades e equipes da atenção primária. Então, vamos 
aprender mais sobre territorialização em saúde? Vem com a gente!
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE
1. Identificar como as condições e relações socioculturais e político-econômicas da população residente em um determinado 
espaço físico conformam um território em saúde;
2. Reconhecer a importância das relações socioeconômicas, culturais e ambientais de um território no desenvolvimento de 
agravos e na organização das intervenções em saúde;
3. Analisar a relação entre riscos e vulnerabilidades de uma população adscrita com as intervenções sanitárias em um 
território;
4. Compreender como a realização de um diagnóstico populacional e sanitário de um território pode potencializar a 
vigilância e a promoção em saúde na atenção primária;
5. Demonstrar a potencialidade que a implementação da vigilância em saúde com foco em um território promove para a 
prevenção e controle de agravos à saúde da população;
6. Explorar a importância das intervenções comunitárias na prevenção de agravos e promoção à saúde em territórios 
adscritos às Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Carga horária de estudos: 15 horas
3.1 TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE 
3.1.1 Introdução ao conceito de territorialização em saúde 
Prezado trabalhador estudante, nesta unidade abordaremos a importância do território na organização 
das ações de vigilância e promoção à saúde realizadas pelos serviços de atenção primária à saúde (APS) 
nos municípios.
Propomos a você o exercício de um olhar que se forma a partir de uma macrovisão, oriunda dos indicadores 
socioeconômicos, ambientais e epidemiológicos e se dirige à especificidade dos territórios de uso - o lugar 
onde as pessoas, famílias e comunidades vivem e interagem cotidianamente.
Este movimento de olhar do macro para o micro é dirigido por um conceito de saúde que vai além da 
noção de saúde como ausência de doença. Uma noção que integra as condições e determinantes coletivos 
ao agenciamento individual, familiar e comunitário na busca de uma melhor qualidade de vida.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) e a Vigilância em Saúde no Brasil adotam a adscrição de um território 
como referência para o conhecimento das condições sanitárias de uma determinada população 
ou grupo social. Esta vinculação possibilita maior facilidade e fidedignidade no reconhecimento dos 
problemas, assim como das potencialidades dos moradores de um território. Consequentemente, qualifica 
o planejamento das ações assistenciais, preventivas e de promoção à saúde, além de facilitar e incentivar a 
participação social na busca da qualificação das suas condições de vida e saúde.
3.1.1.1 Os indicadores epidemiológicos e as desigualdades sociais
É fundamental que você esteja atento para o fato de que as 
mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que ocorreram 
no mundo desde o século XIX, intensificadas no final do século 
passado e início do atual, produziram mudanças significativas na 
vida em sociedade e, em particular, na atenção em saúde.
A humanidade vivenciou o aumento exponencialde recursos 
tecnológicos que ampliaram a oferta de alimentos, a mobilidade, a 
infraestrutura de água e saneamento das cidades, os novos meios 
de comunicação, como a internet, entre outras inovações. Em 
decorrência dos desenvolvimentos tecnológico e social ocorridos 
na modernidade, mudanças demográficas drásticas se efetivaram, 
como o crescimento e o envelhecimento populacional, devido 
à redução da mortalidade infantil, e o aumento da expectativa 
de vida no mundo como um todo e, mais acentuadamente, na 
maioria dos países desenvolvidos. 
Fonte: Unsplash.
96Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
As transformações sociais, econômicas e tecnológicas, assim como as 
mudanças nos meios de produção e nas relações de trabalho, também 
levaram à concentração populacional nas áreas urbanas e metropolitanas, 
à globalização da produção industrial e dos mercados, à precarização das 
relações de trabalho e a uma explosiva concentração da renda e riqueza.
Essas mudanças, ocorridas desde o final da Segunda Guerra Mundial, foram 
responsáveis pela acentuação das desigualdades econômicas e sociais entre 
países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como entre regiões 
e classes existentes em cada país. Além da desigualdade de aquisição 
de bens duráveis e de consumo entre grupos sociais, observou-se uma 
crescente diferença no acesso aos recursos e serviços voltados à promoção e 
manutenção da saúde. 
Um aspecto emblemático desse contraste é o desequilíbrio no acesso à 
alimentação necessária à preservação da vida e da saúde. Você pode observar 
que, mesmo tendo havido grande aumento da produção de alimentos, as 
carências e os distúrbios alimentares se intensificaram nos países pobres e 
em grupos sociais mais vulneráveis. 
Do ponto de vista sanitário, o mundo ocidental evoluiu e teve um grande 
desenvolvimento no campo do conhecimento biomédico, o que levou à 
oferta de vacinas e medicamentos para prevenção e controle de doenças 
infectoparasitárias, à melhoria da atenção à gestação e ao parto e à capacidade 
de enfrentamento de algumas doenças crônico-degenerativas.
Assim, o maior acesso a alimentos e as melhores condições de vida e 
moradia, associados aos avanços no campo biotecnológico, produziram 
a denominada transição demográfica e epidemiológica, consequência da 
redução da fertilidade e da mortalidade infantil, associada ao aumento da 
expectativa de vida. Na perspectiva epidemiológica, observou-se a redução 
da carga de doença produzida pelas enfermidades infectoparasitárias 
e aumento dos agravos crônico-degenerativos decorrentes do 
envelhecimento. 
Esse quadro demográfico e epidemiológico, entretanto, é um retrato distante 
de muitas parcelas da população. Os dados agregados dos indicadores 
epidemiológicos reduzem as diferenças decorrentes das desigualdades 
existentes de populações vulnerabilizadas pelas precárias condições 
socioeconômicas. Nesses grupos sociais, fragilizados pelo desequilíbrio na 
distribuição de renda e riqueza, as pirâmides etárias e a carga de doenças 
podem ainda manter padrões próximos àqueles anteriores ao grande 
desenvolvimento tecnológico, econômico e social ocorrido a partir da 
metade do século passado.
97Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Você pode observar que o Brasil 
tem vivenciado um processo de 
mudança do perfil de adoecimento 
e morte da população, como pode 
ser visto na Figura 1. Ocorreu uma 
queda acentuada da mortalidade 
por doenças transmissíveis, da 
mortalidade de menores de cinco 
anos e a redução significativa das 
causas evitáveis de morte. Esses 
resultados sanitários contribuem 
para que as pessoas vivam mais. 
Nesse cenário de transição 
epidemiológica e demográfica, 
emergiu o aumento das Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), 
como diabetes, hipertensão 
arterial sistêmica e outras doenças 
cardiovasculares, câncer, depressão, 
entre outras, e das mortes por 
violência (BRITO, 2007). 
FIGURA 1 – PIRÂMIDES ETÁRIAS DOS GRUPOS EXTREMOS, POR FAIXA DE RENDA FAMILIAR PER CAPITA EM 
SALÁRIOS-MÍNIMOS, BRASIL, 2000 (%)
Fonte: IBGE (2000 apud BRITO, 2007, p. 12).
Gr
up
os
 et
ár
ios
Pirâmide etária, renda familiar per capita de 
0 a 0,5 salário-mínimo, Brasil, 2000
Pirâmide etária, renda familiar per capita de 
mais de 10 salários-mínimos, Brasil, 2000
Gr
up
os
 et
ár
ios
75 a 79 75 a 79
60 a 64 60 a 64
30 a 34 30 a 34
15 a 19 15 a 19
0 a 4
-0,09 -0,09-0,06 -0,06-0,03 -0,030,00 0,000,03 0,030,06 0,060,09
Homens HomensMulheres Mulheres
0,09
0 a 4
45 a 49 45 a 49
Deve-se alertar que esse é um cenário epidemiológico 
geral, em que se observa que as mudanças e melhorias 
nos indicadores de saúde não ocorreram de modo 
homogêneo. O quadro sanitário brasileiro de antes da 
pandemia de Covid-19 mostrava que o perfil demográfico e 
epidemiológico das parcelas mais vulneráveis da população 
ainda se caracterizava por pirâmides etárias mais jovens 
devido à menor expectativa de vida e à redução não tão 
expressiva – como em outros grupos da sociedade – da 
mortalidade infantil (BRITO, 2007). 
Observa-se que há grandes diferenças epidemiológicas 
entre as regiões brasileiras e entre os grupos sociais. Esses 
coletivos populacionais convivem com uma tripla carga 
de doenças. Tomando como base o indicador “anos de 
vida saudável perdidos (DALY)”, verifica-se a coexistência 
do aumento das doenças crônico-degenerativas com 
elevados índices de morbimortalidade por doenças 
infectoparasitárias e por causas externas (LEITE, 2015).
As diferenças das condições sanitárias no Brasil ocorrem entre suas regiões e 
entre grupos sociais de diferentes áreas de uma mesma região ou município. 
Com relação às diferenças regionais, Leite (2015) observa que:
A comparação entre as regiões indica uma carga global 
mais elevada no Norte e Nordeste, refletindo mortes mais 
precoces e maior carga de incapacidade por problemas 
de saúde. A maior carga deve-se não apenas aos 
agravos [infectoparasitários e perinatais], mas também 
às doenças crônicas. A carga elevada deste grupo de 
doenças pode ser reflexo de piores condições de vida e 
de acesso aos serviços de saúde para controle dos fatores 
de risco (como a hipertensão) e para tratamento das 
doenças, determinando mortes mais precoces e maior 
incidência de sequelas. Ressaltam-se, ainda, as maiores 
taxas de homicídios no Norte e Nordeste, refletindo o 
aumento da violência verificado na última década nessas 
regiões (LEITE, 2015, p. 1560-1561).
98Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Um reflexo da diferença na carga de doenças entre grupos sociais no Brasil 
pode ser observado no forte impacto das doenças psiquiátricas no DALY, 
principalmente a depressão e a dependência do álcool. Os transtornos 
mentais são fortemente influenciados pela precarização das condições de 
vida e de trabalho e representam um grande desafio para os serviços de 
saúde, na medida em que apenas uma pequena parcela das pessoas tem 
acesso e/ou procuram atendimento. 
Outro fenômeno que reflete a desigualdade e a vulnerabilidade de diversos 
grupos sociais são os agravos por causas externas. A presença dos homicídios/
violência na segunda posição do DALY de homens brasileiros chama a 
atenção para esse grave problema de saúde pública. Esse é um padrão 
que expressa a perpetuação de diferentes formas de violência (estrutural, 
policial, doméstica, de gênero, entre outras) a que estão expostas, mais 
intensamente, famílias que vivem em territórios em conflito permanente. 
Esse é um quadro que diferencia o Brasil deoutros países de baixa e média 
renda, nos quais esse agravo não figura entre as dez primeiras doenças do 
DALY (LEITE, 2015).
Até esse ponto, é fundamental que você reflita sobre a importância das 
condições políticas, sociais, econômicas e culturais para o desenvolvimento 
das condições de saudabilidade das populações. 
Nesse cenário, observa-se que a disponibilidade desses recursos é crucial 
para compreender o processo de saúde e adoecimento, assim como para 
entender como a carência destes impacta negativamente no modo e na 
qualidade de vida individual e coletiva. Contudo, analisamos que, mais do que 
constatar a existência de recursos naturais, tecnológicos e socioeconômicos, 
é necessário compreender como esses bens e serviços são distribuídos para 
as pessoas e apropriados por elas e seus grupos sociais de modo a atender 
às necessidades da vida digna e da saúde da população. 
A desigualdade de acesso a bens e serviços e seus reflexos nas condições 
de saúde, mesmo quando retratados de modo agregado pelos indicadores 
epidemiológicos, nos conduzem à abordagem de importantes conceitos 
operativos que influenciam a forma de pensar a organização da atenção e a 
vigilância em saúde. São eles:
• Conceito Ampliado de Saúde;
• Determinação Social da Saúde e adoecimento;
• Compreensão e ação territorializada em saúde.
3.1.1.2 Conceito Ampliado de Saúde
Nas últimas décadas, tornou-se mais e mais importante cuidar da vida de 
modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao adoecer e as chances de que 
esse adoecimento provoque incapacidade, sofrimento crônico e morte 
prematura de indivíduos.
A análise do processo saúde-doença evidenciou que a saúde é resultado 
dos modos de organização da produção, do trabalho e da sociedade em 
determinado contexto histórico, e o aparato biomédico não consegue 
modificar os condicionantes nem determinantes mais amplos desse 
processo, operando um modelo de atenção e cuidado ainda marcado, na 
maior parte das vezes, pela centralidade dos sintomas (TANCREDI; BARRIOS; 
FERREIRA, 1998).
99Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Na base do processo de criação do SUS, encontram-
se o conceito ampliado de saúde, a necessidade de 
criar políticas públicas para promovê-la, o imperativo 
da participação social na construção do sistema e 
das políticas de saúde e a impossibilidade de o setor 
sanitário responder sozinho à transformação dos 
determinantes e condicionantes para garantir opções 
saudáveis para a população. 
Na Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), essa 
perspectiva ampliada da saúde emerge com a 
afirmação contida no Art. 196 da saúde como direito 
de todos e dever do Estado, que aponta para a saúde 
enquanto resultante das condições de alimentação, 
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, 
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse 
da terra e acesso aos serviços de saúde. Esse conceito 
amplia a importância das dimensões econômica, 
social e política na produção da saúde e da doença 
nas coletividades, e contrapõe-se a uma perspectiva 
de saúde limitada à ausência de doença. Essa última 
representa uma concepção restrita à racionalidade 
biomédica, em que há a primazia do conhecimento 
anatomopatológico e da abordagem mecanicista 
do corpo, dos quais deriva um modelo assistencial 
centrado na atenção individual, na doença, no hospital 
e nas intervenções médicas.
Nesse sentido, o SUS, como política do Estado brasileiro 
para a melhoria da qualidade de vida e afirmação do 
direito à vida e à saúde, dialoga com as reflexões e os 
movimentos no âmbito da promoção da saúde.
O consenso sobre um conceito ampliado de saúde foi se 
consolidando ao longo das conferências internacionais 
de saúde promovidas pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS), como a Conferência Internacional sobre 
Cuidados Primários de Saúde, reunida em Alma-Ata 
(1978), e a Primeira Conferência Mundial de Promoção 
à Saúde de Ottawa (1986). A perspectiva de ampliar a 
compreensão do processo saúde-doença representa, 
ainda hoje, uma imagem-objetivo para a organização 
dos sistemas e das intervenções em saúde.
A concepção ampliada da saúde suscita a necessidade de um novo paradigma que 
dê conta da abrangência do processo saúde-doença e dialogue com a concepção da 
determinação social da saúde e doença que procura articular as diferentes dimensões da 
vida que configuram uma determinada realidade sanitária.
O conceito ampliado de saúde, além de incorporar os determinantes sociais e ambientais, 
expande as noções de uni ou multicausalidade ao apontar para uma relação de 
determinação entre os aspectos coletivos e individuais na explicação da saúde e da 
doença.
Propõe-se, então, que as intervenções em saúde ampliem seu escopo. Elas precisam 
tomar como objeto os problemas e necessidades de saúde e seus determinantes e 
condicionantes. Desse modo, busca-se que a organização da atenção e do cuidado 
envolva, ao mesmo tempo, ações e serviços que operem sobre os efeitos do adoecer e 
aqueles que visem ao espaço para além dos muros das unidades de saúde e do Sistema 
de Saúde, incidindo sobre as condições de vida e favorecendo a ampliação de escolhas 
saudáveis por parte dos sujeitos e coletividades no território em que vivem e trabalham 
(BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
Nessa direção, a promoção da saúde estreita sua relação com a vigilância em saúde, 
numa articulação que reforça a exigência de um movimento integrador na construção de 
consensos e sinergias e na execução das agendas governamentais, a fim de que as políticas 
públicas sejam cada vez mais favoráveis à saúde e à vida e estimulem e fortaleçam o 
protagonismo dos cidadãos em sua elaboração e implementação, ratificando os preceitos 
constitucionais de participação social.
CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE
O processo saúde-doença é um processo social caracterizado pelas relações dos 
homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território, entre outros) e com 
outros homens (por meio do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) 
num determinado espaço geográfico e num determinado tempo histórico.
100Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.1.3 Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) e sua importância na 
vigilância em saúde
Na estrutura e nos processos tecnoassistenciais hegemônicos nas práticas 
em saúde, predomina uma atenção centrada na doença, no hospital e em 
especialidades médicas. Nessa perspectiva, o foco da atenção é o indivíduo e 
seus modos de vida ou as escolhas pessoais realizadas. Por outro lado, na lógica 
proposta pelo conceito ampliado de saúde, os modos e as condições de vida 
compreendem não apenas as escolhas individuais, mas as relações e influências 
sobre elas das condições sociais, econômicas e culturais que ocorrem no plano 
das coletividades (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
Como você já sabe, ao superarem a concepção biologicista linear de simples causa-
efeito, os DSS incluem as condições socioeconômicas, culturais e ambientais de uma 
sociedade e se relacionam com as condições de vida e trabalho de seus membros, 
como habitação, saneamento, ambiente de trabalho, serviços de saúde e educação, 
incluindo também a trama de redes sociais e comunitárias. Esses determinantes 
influenciam os estilos de vida, já que as decisões relativas, por exemplo, ao hábito de 
fumar e de praticar exercícios e a hábitos dietéticos estão, também, condicionadas 
por esses determinantes (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
Por outro lado, a percepção de 
pertencer a grupos sociais excluídos da 
maioria dos benefícios da sociedade 
gera sofrimento e sentimentos de 
inferioridade e discriminação. Essas 
percepções influenciam a formação 
de padrões de comportamentoe a 
vulnerabilidade desses grupos sociais 
na promoção da saúde e na busca por 
cuidado às situações de adoecimento.
Vale a pena, nesse momento, resgatar, 
na Figura 2, o esquema proposto 
pelos pesquisadores Dahlgren e 
Whitehead que permite visualizar as 
relações entre os diversos DSS.
FIGURA 2 – MODELO DE DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE PROPOSTO POR 
DAHLGREN E WHITEHEAD EM 1991
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS, CULTURAIS E AMBIENTAIS GERAIS
REDES SOCIAIS E COMUNITÁRIAS
ES
TI
LO
 D
E VIDA DOS INDIVÍDUO
S
Esse modelo situa os estilos de vida individuais entre os condicionantes 
sociais e comunitários e os fatores biogenéticos individuais. Desse 
modo, relativiza os comportamentos adotados, relacionando-os com 
os aspectos coletivos existentes nos grupos sociais a que as pessoas 
pertencem, como: acesso a informações, propaganda, pressão de 
pares, possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e a espaços de 
lazer, entre outros.
Na camada mais externa da Figura 2, o modelo destaca os fatores 
relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de 
alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e 
educação. Nessa perspectiva, indica-se como a carência desses aspectos 
relativos às condições de vida (condições habitacionais inadequadas, 
exposição a condições mais perigosas ou estressantes de trabalho e 
acesso menor aos serviços) podem representar diferenciais de exposição 
e de vulnerabilidade aos riscos à saúde. No último nível, estão situados 
os macrodeterminantes que possuem grande influência sobre as 
demais camadas e estão relacionados às condições econômicas, 
culturais e ambientais da sociedade, incluindo também determinantes 
supranacionais, como o processo de globalização (BRASIL, 2008).
PRODUÇÃO 
AGRÍCOLA E DE 
ALIMENTOS
EDUCAÇÃO
AMBIENTE
DE TRABALHO DESEMPREGO
ÁGUA E
ESGOTO
HABITAÇÃO
IDADE, SEXO 
E FATORES 
HEREDITÁRIOS
SERVIÇOS 
SOCIAIS
DE SAÚDE
CONDIÇÕES DE VIDA
E DE TRABALHO
Fonte: Fiocruz (2011).
101Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Em alguns contextos, os DSS continuam a ser compreendidos como características apenas 
do indivíduo, como a rede de apoio social da pessoa, o seu salário ou sua função. No 
entanto, a população não é meramente uma coleção de indivíduos. As causas da má saúde 
se agrupam em padrões sistemáticos e, além disso, os efeitos sobre um indivíduo podem 
depender das relações com outras pessoas na família e na comunidade onde vivem. 
Quando se trata de DSS, portanto, é essencial que você compreenda como as causas dos 
casos individuais estão relacionadas às causas da incidência nas populações. 
Nesse modelo explicativo, ainda, é necessário observar a diferença entre o que se concebe 
por determinantes sociais da saúde e por determinação social da saúde. Limitar a ideia 
de determinantes seria permitir uma concepção restrita a identificar os fatores causais 
sem considerar as relações estabelecidas no tempo e espaço. Essa seria, portanto, uma 
percepção de modo isolado e atemporal, e não representa o processo histórico. 
À concepção de determinação agrega-se a perspectiva de que os elementos e suas 
inter-relações se constituem em um processo histórico gerador de problemas ou de 
melhorias nas condições de saúde coletiva e individuais. Reconhece-se a importância das 
condicionalidades, mas essas são percebidas nas relações pessoais, políticas e institucionais 
que sujeitos e coletivos podem desenvolver. 
Essa perspectiva histórica e relacional indica a importância das políticas públicas e das 
ações voltadas ao empoderamento individual e coletivo promovidas por setores como 
saúde, educação, habitação, entre muitos outros, a depender das carências e da emergência 
das desigualdades existentes. Essa visão ressalta a importância do referencial da equidade 
na vida social e na saúde na promoção das políticas públicas, em particular na promoção 
e atenção à saúde. No campo da saúde, há uma estreita relação entre a equidade e os 
DSS, tanto conceitualmente, como em termos políticos. Logo, a promoção da equidade na 
saúde não poderá ser alcançada sem ações sobre os DSS.
A reversão dos determinantes implica, portanto, a identificação dos grupos sociais mais 
vulneráveis e a promoção da equidade no acesso a bens e serviços que possibilitem maior 
qualidade de vida a essas pessoas, famílias e comunidades. Esses grupos ocupam territórios 
em que são condicionados e condicionam os aspectos ambientais, socioeconômicos e 
culturais desse lugar.
Sob esse aspecto, a dimensão socioespacial dos DSS ganha importância, na medida em 
que a categoria território é apreendida para além de sua dimensão geográfica e, portanto, 
compreendida enquanto “território usado”, um conceito aplicado pelo geógrafo Milton 
Santos que integra às características físicas de um território o processo relacional entre 
as famílias, seus modos de vida e suas condições sociais como sendo, ao mesmo tempo, 
condicionada e condicionante do processo saúde-doença (GONDIM; MONKEN, 2008).
102Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.1.4 Compreensão e ação territorializada em saúde
Compreender o território é fundamental para agir de 
maneira organizada nele. Assim, nas subseções a seguir 
vamos aprender mais sobre a noção de território, não 
apenas físico, mas também enquanto espaço histórico 
em construção, portanto, vivo, em movimento e onde a 
territorialização pode proporcionar a universalidade do 
acesso, a integralidade do cuidado e a equidade da atenção. 
3.1.1.4.1 Como compreender a noção de território
O que vem à sua cabeça quando falamos em território? 
Geralmente, surge a ideia de um espaço geográfico como 
territórios nacionais, estaduais, municipais, os bairros e 
ruas. Outra dimensão que surge é a de uma paisagem 
formada tanto pela natureza como pelas marcas que são 
produtos da ação humana, como moradias, ruas, estradas, 
etc. Essas intervenções são modificações na natureza, feitas 
para criar um ambiente que seja mais adaptado à vida e às 
necessidades humanas.
Tais transformações afetam todos do lugar, mas elas não 
são, necessariamente, feitas por todos e para todos. Existem 
mudanças que beneficiam um grupo de pessoas, mas 
podem prejudicar ou marginalizar outros grupos. Já parou 
para pensar nisso?
Podemos refletir, por exemplo, sobre como foi a urbanização no Brasil a partir da metade 
do século XX. Essa ação histórica, geográfica e social decorreu, entre outros motivos, da 
industrialização ocorrida predominantemente na região Sudeste do país naquele período. Foi 
também influenciada pelas desigualdades socioeconômicas, pelas diferenças na distribuição 
dos investimentos públicos entre as regiões do país, pelas disputas por posse de terra e por 
fenômenos climáticos que acentuaram a pobreza nas comunidades nordestinas. Como 
consequência, ocorreram intensos movimentos migratórios da população residente em áreas 
rurais para as cidades e a mobilização de pessoas e comunidades inteiras das regiões nordeste 
e norte para os centros urbanos da região Sudeste do país. 
Devido a esse movimento migratório, houve o adensamento populacional nos centros urbanos 
e em suas periferias (área metropolitana) e a acentuação das desigualdades na ocupação do 
solo urbano, assim como no acesso a recursos materiais e sociais para a promoção da qualidade 
de vida dessas famílias (habitações, ruas, saneamento, saúde, escolas, etc.). Esse processo 
provocou uma diferenciação de áreas nas grandes cidades (Figura 3). Ele diferenciou as partes 
mais centrais e desenvolvidas de outras, periféricas, nas quais grandes parcelas da população 
são marginalizadas da posse do solo, de moradias adequadas, de acesso à água e saneamento,além de serem obrigadas a se deslocar por grandes distâncias entre a residência e o trabalho 
em meios de transportes precários. 
103Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
85%
15%
Áreas urbanas
Áreas rurais
Região Sudeste Região Nordeste
HABITANTES EM ÁREAS URBANAS HABITANTES EM ÁREAS RURAIS
93%
27%
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, 
a maior parte da população brasileira (85%) vive em áreas urbanas. 
Já 15% dos brasileiros vivem em áreas rurais (IBGE, 2016). A grande 
região com maior percentual de população urbana é o Sudeste, com 
93% das pessoas vivendo em áreas urbanas. A região Nordeste é a que 
conta com o maior percentual de habitantes vivendo em áreas rurais: 
27% (Figura 4). Esse processo de urbanização no território nacional se 
caracterizou pelo crescimento desordenado e grandes disputas pelo 
solo nas cidades. Como consequência, observa-se a desigualdade 
entre as realidades dos diferentes territórios que formam as cidades 
quanto ao perfil socioeconômico dos seus habitantes, acesso aos 
serviços e exposição às condições de violência estrutural. 
Fonte: Vieira (2004).
Fonte: IBGE (2016).
FIGURA 4- POPULAÇÃO URBANA E RURAL NO BRASIL - DIFERENÇAS ENTRE REGIÕES
FIGURA 3 – FOTO DA FAVELA DE PARAISÓPOLIS, EM SÃO PAULO-SP
104Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Além do processo de urbanização, também podemos exemplificar outros processos de 
constituição de territórios que resultaram das intervenções desiguais nos ambientes 
naturais e sociais, como a construção das barragens para construção de hidrelétricas ou os 
latifúndios do agronegócio. Ambas impingiram o deslocamento das populações residentes 
em pequenas vilas, antes localizadas nas áreas alagadas, e de pequenos agricultores, que 
foram removidos nos processos de grilagem das terras para outros locais, geralmente 
distantes geográfica e culturalmente dos seus lugares originários.
Essas mudanças e reconfigurações do espaço físico, quer sejam elas frutos de um 
desenvolvimento intrínseco dos seus habitantes, quer sejam elas resultados de intervenções 
impingidas a coletividades com menor poder político e econômico, interferem no modo 
de viver individual, familiar e comunitário e vão constituindo novos territórios e realidades 
de vida para os grupos sociais.
Bem, como você pode ver, tudo isso reforça a importância de compreender a estrutura e as 
relações de uma determinada sociedade considerando os aspectos dos territórios em que 
as pessoas vivem, trabalham, se divertem, exercem seus direitos políticos e comungam 
valores e culturas. Isso implica reconhecer a constituição e o desenvolvimento do território 
usado e os significados partilhados pelos atores que deles comungam. É fundamental 
que você o perceba como um “lugar” palpável, isto é, como espaço da existência e da 
coexistência, do acontecer solidário, sede da resistência da sociedade civil, espaço real e 
efetivo da comunicação, da troca de informação e da construção política. 
Por fim, no campo da vigilância e da atenção à saúde, as realidades desses 
lugares se tornam condicionantes para a exposição dos indivíduos, famílias 
e coletividades do local a situações de risco e vulnerabilidade. 
105Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.1.4.2 Território como espaço histórico em construção
Ao utilizar o conceito de território na saúde, não faz sentido pensá-lo como 
mera delimitação de uma área. É preciso reconhecer as territorialidades 
que podem muitas vezes transgredir os limites e normatizações impostas 
por atores externos aos viventes daquela localidade. Essa territorialidade 
é formada pelas relações sociais (existenciais e de produção) que se 
estabelecem no interior dos territórios, mas também é constituída 
pelas relações concretas com áreas abstratas, como línguas, religiões e 
tecnologias.
Gondim e Monken (2008), baseados no referencial teórico de Milton 
Santos, consideram que as noções de território usado ou de território 
processo se tornam sinônimas de espaço geográfico. Eles expressam uma 
perspectiva dinâmica, histórica e relacional do conceito de território, que 
deve se constituir como campo das ações de atenção e vigilância em saúde. 
Esses conceitos operativos vão muito além de um simples recorte político-
operacional do Sistema de Saúde, uma distribuição de unidades de saúde 
de acordo com dados censitários e epidemiológicos, pois consideram 
o território como o locus onde se verifica a interação entre população e 
serviços de saúde no nível local (Figura 5).
FIGURA 5 – O TERRITÓRIO USADO E SEUS COMPONENTES
Território
Aspectos 
econômicos
Aspectos 
demográficos e 
tecnológicos
História
Aspectos 
político-
administrativos
Aspectos 
socioculturais
Relações de 
poder
Fonte: elaboração do autor.
Compreende-se, portanto, que o acesso e a qualidade da atenção integral, 
proporcionados pela rede de serviços de saúde e organizados em unidades 
e equipes de atenção primária, devem compreender a responsabilidade 
sanitária de uma população específica. Essa vinculação das equipes e 
unidades a um grupo de pessoas de um território pode reconhecer de 
maneira singular esses espaços, seus habitantes e os seus modos de vida 
(FARIA, 2020).
Nesse arranjo, profissionais e gestores das distintas unidades prestadoras 
de serviços podem ser capazes de identificar as dificuldades estruturais 
e conjunturais para a melhoria da qualidade de vida, as necessidades 
em saúde e as potencialidades desse grupo social para promover a 
resiliência individual e coletiva e, dessa maneira, enfrentar e superar as 
vulnerabilidades e condicionantes de adoecimento a que está exposto.
106Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.1.4.3 Território e a territorialização em saúde
O ponto de partida para a reorganização do sistema 
local de saúde brasileiro e de seu modelo assistencial 
foi o redesenho das bases territoriais para assegurar 
a universalidade do acesso, a integralidade do 
cuidado e a equidade da atenção. Nesse contexto, 
a territorialização em saúde se colocou como uma 
metodologia capaz de operar mudanças no modelo 
assistencial e nas práticas sanitárias vigentes e 
direcionar o planejamento e o investimento da 
atenção à saúde a partir do reconhecimento e 
esquadrinhamento do território, segundo a lógica das 
relações entre ambiente, condições de vida, situação 
de saúde e acesso às ações e serviços de saúde 
(GONDIM; MONKEN, 2008).
A importância de reconhecer o território como 
um espaço vivo, processual e relacional na área da 
saúde deve-se à necessidade de reconhecer riscos, 
vulnerabilidades, potencialidades e resiliência das 
populações residentes nas diferentes áreas abrangidas 
pelas unidades de saúde, particularmente na ESF. 
Esse reconhecimento é realizado pelo mapeamento 
físico, social e das relações de poder e convivência 
dos moradores das áreas e microáreas dos territórios 
adscritos a um serviço e equipes da ESF (GONDIM; 
CHRISTÓFARO; MIYASHIRO, 2017; FARIA, 2020).
A partir de tal diagnóstico de saúde das comunidades 
adscritas é possível planejar ações específicas 
de promoção, prevenção, atenção e reabilitação, 
tendo como objetivo intervir nas necessidades 
sociais e de saúde, reduzir as iniquidades e buscar o 
empoderamento individual e coletivo.
Esse reconhecimento por parte das equipes de saúde, particularmente das equipes 
daAPS/ESF, precisa transcender a paisagem de uma localidade e de sua população 
adscrita. É preciso ultrapassar a superfície dos fenômenos, como os das demandas por 
atenção, por meio de uma instrumentalização do olhar dos profissionais e das equipes, 
que precisam produzir um processo de estranhamento, isto é, de estranhar o que lhe é 
familiar e familiarizar-se com o que lhe é estranho. 
Na Figura 6, podemos observar um diagrama 
do processo de territorialização envolvendo a 
adscrição de uma população à ESF pela gestão 
municipal. No caso de grandes centros urbanos, 
a cidade é dividida em regiões, que, por sua 
vez, são divididas em áreas geográficas que 
irão corresponder ao território de abrangência 
para uma determinada unidade de saúde. 
Muitas vezes, a circunscrição de uma área não 
atende às características de acessibilidade e 
vulnerabilidade de sua população ou nem 
respeita a relação preconizada em torno de 
2500 a 3000 pessoas adscritas para cada equipe 
de Saúde da Família (eSF). Na maioria das 
grandes cidades, em virtude da baixa cobertura 
da população pela ESF, essa circunscrição do 
espaço físico é grosseira e procura suprir as 
carências na relação entre oferta e demanda por 
atenção primária existente na região em que 
será implantada uma nova unidade de saúde, 
ou haverá a incorporação de novas equipes.
Fonte: Tony Winston/Agência Brasília/GDF / Ministério da Saúde
FIGURA 6 – TERRITORIALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS E 
DAS AÇÕES DE SAÚDE NO MUNICÍPIO
Família
Microárea de risco
Distrito Sanitário
Município
Área adscrita à
Unidade Básica de Saúde
Fonte: elaboração do autor.
107Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Um segundo passo seria o reconhecimento pelas equipes de suas áreas 
adscritas e o estabelecimento das microáreas sob responsabilidade dos 
Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Contudo, observamos, nos últimos 
anos, principalmente a partir da PNAB 2017 (BRASIL, 2017), a redução 
do número de ACS por eSF em diversos municípios e a mudança das 
suas atribuições, devido ao deslocamento do trabalho no território para 
atividades assistenciais dentro das unidades de saúde. 
Essa desproporção na cobertura pelos agentes impacta, constantemente, 
o reconhecimento e o acompanhamento do território, pois são esses 
profissionais que realizam o cadastramento das famílias, a identificação 
inicial de suas condições de vida e sanitárias, o acompanhamento 
longitudinal e, por conseguinte, a avaliação contínua de riscos/
vulnerabilidades e das dificuldades de acesso da população residente nas 
microáreas aos serviços de saúde.
Assim, o diagnóstico da comunidade possibilita que as equipes 
compreendam os papéis das configurações territoriais na produção de 
condicionantes sociais e individuais que prejudicam ou potencializam 
a saúde e a qualidade de vida. Desse modo, o cadastramento e 
acompanhamento das famílias de um território possibilita que as equipes:
Esse diagnóstico possibilita às equipes planejar suas intervenções de promoção, prevenção 
e atenção à população adscrita, tendo como objetivo reduzir os efeitos da desigualdade 
e falta de equidade expostos na lei dos cuidados inversos (HART, 1971), isto é, possibilitar 
que aqueles que mais precisam de atenção sejam priorizados pelas equipes e unidades. 
Outra forma de minimizar os efeitos da lei dos cuidados inversos nas atividades e ações 
cotidianas é estar atento para o fato de que as pessoas que mais necessitam de cuidados 
em saúde são as que menos os demandam. Ou seja, a saúde precisa estar atenta ao 
território, alcançando essa população mais vulnerável e mais fragilizada, por meio de 
busca ativa para poder garantir, de fato, a equidade.
Nesse sentido, a identificação das necessidades e barreiras de acesso dos moradores em 
um determinado território pode influir na priorização do acesso a consultas individuais, 
de atendimentos domiciliares às famílias mais vulneráveis, além da circunscrição das áreas 
e microáreas de risco à saúde para o direcionamento das práticas de vigilância à saúde. 
Identifiquem o perfil demográfico, epidemiológico, 
socioeconômico e ambiental;
Levantem problemas e necessidades, barreiras e a acessibilidade 
dentro da sua área de abrangência;
Conheçam as condições de infraestrutura e recursos sociais;
Analisem os elementos e relações existentes em uma comunidade;
Identifiquem e assessorem-se de lideranças formais e informais;
Potencializem os resultados e os recursos presentes nesse território.
108Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
O diagnóstico, associado à 
mobilização e participação social 
da população em conselhos 
gestores das unidades de saúde, 
pode possibilitar, por outro lado, 
um direcionamento das políticas 
públicas (educação, saúde, moradia, 
saneamento básico, transporte, 
etc.) locais de acordo com as 
necessidades e as percepções dos 
moradores locais. Essa direção 
leva a uma visão estratégica para 
a otimização dos recursos e dos 
esforços públicos, possibilitando o 
atendimento de um número maior 
de pessoas para evitar os riscos 
e as iniquidades em saúde como 
exposto na Figura 7.
FIGURA 7 – OBJETIVOS DA TERRITORIALIZAÇÃO PARA A ATENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Definição de prioridades em termos 
de problemas e grupos
Mobilização e participação social 
nas ações de vigilância
Escolha das ações mais adequadas de 
acordo com os problemas identificados
Priorização das intervenções 
nos grupos mais vulneráveis
Equidade e
efetividade
Fonte: elaboração do autor.
3.1.1.5 Diagnóstico do território
O ponto de partida para a organização dos serviços e das práticas de vigilância 
em saúde é a territorialização do sistema local de saúde segundo a lógica das 
relações entre condições de vida, ambiente e acesso às ações e serviços de 
saúde. Reconhecer o território sob responsabilidade dos trabalhadores de 
cada setor como estratégia para o planejamento de ações já é uma evidência 
consolidada. O que tem se apresentado como desafio são os métodos 
utilizados para o processo de desvelamento do território (MONKEN, 2017).
Esse movimento busca fazer com que o território, na práxis da APS, seja 
desvelado pelos profissionais e pelas comunidades, mas não apenas por 
meio de um registro físico das áreas adscritas e dos agravos que alteram a 
vida das pessoas, como casos de pessoas com doenças como hipertensão, 
diabetes ou famílias com gestantes ou crianças menores de um ano. 
É comum, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidades de Saúde 
da Família (USF), a presença de mapas que delineiam as áreas adscritas, e 
neles são plotados os casos que exigem maior vigilância. Contudo, quando 
se elabora um mapa, ou quando simplesmente se observa o campo de 
trabalho, são destacados os elementos fixos, representados pelas casas, 
ruas, fábricas, igrejas, entre outros, e, por outro lado, identificar as situações 
como doença, os ciclos de vida de uma família, a exposição à violência, etc. 
No entanto, é preciso identificar que, além desses aspectos, que a princípio 
parecem fixos, existem também fluxos e relações. Esses objetos fixos só têm 
razão de ser se tiverem fluxos, pois são esses fluxos que lhes dão vida. 
Ressalta-se que os mapas, como recurso para o diagnóstico comunitário, 
devem ser pensados e produzidos por meio de um processo educativo por 
parte dos profissionais e população, na busca de um melhor conhecimento 
sobre o território, os determinantes e os condicionantes ambientais e sociais 
e sua influência no desenvolvimento dos agravos de saúde da população.
Mapear os principais problemas de saúde em um determinado território 
é um importante passo realizado pelas equipes, mas também é 
necessário que os profissionais e osdo autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Encerramento do módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Para promover a qualificação dos trabalhadores da saúde em vigilância e cuidado em saúde para o enfrentamento da Covid-19 e 
de outras epidemias de doenças transmissíveis por vírus no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), neste Módulo do Programa 
Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde no Enfrentamento da Covid-19 e de outras Doenças Virais, intitulado Fundamentos e 
Tecnologias para o Enfrentamento da Covid-19 e de outras doenças virais, estudaremos as seguintes unidades: “1 Sociedade e Trabalho 
Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia”, “2 Políticas Públicas no Enfrentamento das Doenças Virais”, “3 Tecnologias de 
Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde: 3.1 Territorialização em Saúde; 3.2 Geoprocessamento em Saúde; 3.3 Informação em 
Saúde; e 3.4 Educação em Saúde” e “4 Conceitos Básicos de Virologia e Imunologia”.
Nesse processo educativo, com os conteúdos programáticos propostos, esperamos que você, trabalhador estudante, possa 
compreender a sociedade contemporânea de forma articulada com os pressupostos da saúde coletiva, considerando as políticas 
públicas que incidem sobre o SUS e as tecnologias e ferramentas do campo da Vigilância em Saúde, visando a uma melhor efetividade 
das ações de enfrentamento da Covid-19 e de outras doenças virais.
Nosso foco aqui é abordar as principais estratégias e políticas públicas que envolvem a organização do SUS em toda a sua complexidade 
e potencialidade, para que possamos entender qual é a nossa real capacidade de enfrentamento de epidemias ou pandemias, do 
ponto de vista da integralidade, da equidade, da seguridade e da justiça social.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Unidade 1
Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra
Luciane Bresciani Salaroli
Olá, trabalhador estudante. Seja bem-vindo à Unidade 1! Nesta unidade, você conhecerá diferentes conceitos de saúde, assim como o 
processo saúde-doença e sua determinação social e biológica, além do contexto social e econômico global e do país antes e durante 
a pandemia. Também fará parte do processo de ensino-aprendizagem um histórico da pandemia de Covid-19 no contexto global e 
no Brasil, baseado em dados epidemiológicos referentes à situação de casos, óbitos e na etapa subsequente a introdução das vacinas 
no Brasil com subsequente redução de casos.
Queremos proporcionar a você a possibilidade de identificar as novas configurações do trabalho durante a pandemia e seus 
desdobramentos atuais e futuros no emprego, na saúde e na segurança da classe trabalhadora, além de refletir sobre o impacto da 
pandemia de Covid-19 nos indicadores de saúde da população brasileira durante e no pós-pandemia, com destaque aos acometidos 
por doenças, e sobre os impactos nos serviços de saúde, em especial na Atenção Primária à Saúde (APS).
Por isso, convidamos você para uma profunda reflexão sobre o reconhecimento da importância do SUS pela população brasileira, 
além dos desafios e perspectivas das políticas públicas e do SUS.
Desejamos a você um excelente aproveitamento desta unidade!
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE
1. Compreender diferentes conceitos de Saúde, processo saúde-doença e sua determinação social e biológica;
2. Compreender o contexto social e econômico global e do país antes e durante a pandemia;
3. Descrever o histórico da pandemia de Covid-19 no contexto global e no Brasil;
4. Identificar as novas configurações do trabalho durante a pandemia e seus desdobramentos atuais e futuros no emprego, 
na saúde e na segurança da classe trabalhadora;
5. Refletir sobre o impacto da pandemia de Covid-19 e de outras epidemias nos indicadores de saúde da população 
brasileira durante e no pós-pandemia, com destaque aos acometidos por doenças, e sobre os impactos nos serviços de 
saúde, em especial na Atenção Primária à Saúde.
Carga horária de estudos: 15 horas
1.1 INTRODUÇÃO
O presente conteúdo-base foi cuidadosamente planejado e elaborado pelas autoras visando a oferecer 
a você, trabalhador estudante, um conjunto de informações atuais, fidedignas e baseadas em evidências 
científicas, na tentativa de contribuir para a compreensão das principais transformações ocorridas na 
sociedade e, especialmente, no mundo do trabalho durante a pandemia de Covid-19 em curso. 
Não se pretendeu, contudo, esgotar o assunto proposto para essa unidade, e isso nem seria possível, pois 
a história da pandemia ainda está sendo construída por todos nós, atores sociais envolvidos, verdadeiras 
testemunhas oculares deste momento sem precedentes na história recente da saúde pública mundial e 
brasileira. Este momento histórico que estamos vivendo, e sobre o qual muito ainda temos a aprender, 
certamente representará um divisor de águas na história da humanidade. 
Portanto, aqui apresentamos tão somente o “caminho das pedras” para que você, trabalhador estudante, 
possa explorar outros caminhos e se orientar em suas reflexões e ações, guiado pelas políticas públicas que 
serão implementadas em seu trabalho cotidiano. Cabe ao coletivo de trabalhadores da saúde se empenhar 
para ampliar cada vez mais o seu conhecimento sobre essa temática tão desafiadora. Vamos em frente!
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 17
SAIBA MAIS
Convidamos você para conhecer um pouco as ideias do médico 
Georges Canguilhem. Em seu clássico livro O Normal e o Patológico, 
publicado em 1943, ele considera a saúde e a doença de uma 
perspectiva mais ampla e crítica, contribuindo para a compreensão 
dos dois estados não como opostos um ao outro – a doença como 
uma derivação quantitativa de um estado de normalidade – mas 
como condições que podem adquirir diferentes significados de 
acordo com a realidade e a capacidade de adaptação de cada 
indivíduo. O saber médico, portanto, precisa estar associado ao 
conhecimento da realidade dos sujeitos, para além do conhecimento 
da doença propriamente dita, e o seu olhar deve se voltar também 
para o doente, e não apenas para a doença. Canguilhem considera 
que, antes da existência da doença, existe um doente (indivíduo) 
no qual é preciso que o médico foque a sua atenção. Na visão do 
autor, o “estar doente” (o patológico) não pressupõe uma situação 
de anormalidade, assim como o “estar com saúde” também não 
pressupõe uma condição de normalidade, pois tudo depende do 
indivíduo e da sua capacidade de se adaptar ao seu contexto de 
vida: o que é tido como “normal” para um pode não ser considerado 
“normal” para outro, e vice-versa. Conforme o autor, “o normal 
é viver num meio onde flutuações e novos acontecimentos são 
possíveis” (CANGUILHEM, 2009, p. 59).
Se você quiser se aprofundar nas ideias de Canguilhem, sugerimos 
a leitura do livro O Normal e o Patológico (CANGUILHEM, 2009).
1.2 CONCEITOS DE SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE A DETERMINAÇÃO SOCIAL E BIOLÓGICA DA SAÚDE-DOENÇA
Você sabe ou já ouviu falar sobre o que é o processo saúde-doença? Se 
sim, já deve ter percebido que conceituar saúde e doença não é uma tarefa 
simples como pode parecer à primeira vista, pois envolve diversos aspectos 
relacionados ao contexto social local/regional, ao momento histórico e 
à subjetividade de quem o faz. Diversos autores vêm contribuindo com 
a construção desse debategestores da ESF compreendam as 
relações, perspectivas e percepções dos moradores sobre a vida nesse 
lugar. Identificar os processos de disputas políticas internas e externas, 
as características e identidades culturais, os valores morais e religiosos, 
entre outros aspectos que estão em movimento e constituem o território 
vivo, é fundamental (PESSOA et al., 2013).
109Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
As experiências locais de unidades e equipes também têm fundamentado 
o desenvolvimento de estratégias de reconhecimento do território, 
como os mapas falantes e os mapas vivos, que, em síntese, são formas de 
escutar e registrar de modo gráfico e narrativo o que a população de uma 
área percebe sobre seus problemas. Podem ser construídos em reuniões 
de grupo e/ou de mobilização dos moradores nos espaços comunitários 
preexistentes (como escolas, igrejas, associação de moradores, entre 
outros). Esses encontros visam à escuta, registro e reflexão dessas pessoas 
sobre suas percepções relacionadas aos problemas daquela coletividade, à 
construção de propostas e à busca pelos meios de implementá-las.
Outro método utilizado para obter essas informações e articulá-las 
em um Diagnóstico Situacional do território é o da Estimativa Rápida 
Participativa (ERP). Essa metodologia de diagnóstico comunitário abarca 
não só os elementos físicos, os aspectos demográficos e epidemiológicos 
da população residente, mas também suas relações, suas percepções 
e movimentos. Em uma UBS, a ERP pode ser um importante passo no 
planejamento, envolvendo trabalhadores e usuários na definição das 
intervenções necessárias para o enfrentamento dos problemas de saúde.
A ERP valoriza as dimensões dialógica, pedagógica 
e participativa do diagnóstico comunitário, pois 
compreende o pressuposto de que a doença é uma 
manifestação do indivíduo, e a situação de saúde 
envolve o lugar onde se mora, trabalha ou busca o 
lazer. Compreende que os lugares e seus diversos 
contextos sociais, dentro de uma cidade ou região, 
são resultado de situações e relações históricas, 
ambientais, sociais e políticas que promovem 
condições particulares para a produção de saúde e 
doença (TANCREDI; BARRIOS; FERREIRA, 1998).
A ERP vem sendo aplicada como um método que 
apoia o planejamento participativo das UBSs e das 
eSF no sentido de contribuir para a identificação 
das necessidades de saúde de grupos distintos, 
inclusive daqueles menos favorecidos, pela própria 
população, em conjunto com os profissionais de 
saúde. Esse método de análise reúne algumas 
vantagens: simplicidade; baixo custo; rapidez e 
informações específicas de populações definidas 
(TANCREDI; BARRIOS; FERREIRA, 1998).
A ERP apoia-se em três princípios conforme a Figura 8: 
Coletar dados 
pertinentes e 
necessários; 
Coletar 
informações 
que reflitam 
as condições 
locais e as 
situações 
específicas; 
Envolver a 
comunidade 
na definição 
de seus 
próprios 
problemas e 
na busca de 
soluções. 
Permite, dessa forma, conciliar o conhecimento teórico com o saber prático, 
de modo a facilitar a tomada de decisão e desenvolver o planejamento 
local em conjunto com a própria comunidade que recebe e avalia o serviço 
(SANTOS, 1998).
A ERP trabalha, fundamentalmente, com as seguintes etapas: 
• Busca de dados sobre o território em fontes primárias e secundárias;
• Reconhecimento do espaço por meio da observação de campo;
• Realização de entrevistas com informantes-chave;
• Análise dos temas e das percepções das entrevistas;
• Devolutiva dos resultados encontrados.
FIGURA 8 – PRINCÍPIOS DA ERP
110Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.1.5.1 Busca de dados sobre o território em fontes 
primárias e secundárias
No processo de diagnóstico, caro trabalhador 
estudante, você deve, inicialmente, buscar as 
informações sobre a região e a área a ser conhecida 
pela unidade de saúde. Em geral, você deve buscar 
os dados censitários e os registros epidemiológicos 
dos sistemas de informação, como o Sistema de 
Informações sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação e o Sistema 
de Vigilância Epidemiológica (SINAN e SIVEP), o 
Sistema de Informação do Programa Nacional de 
Imunizações (SI-PNI), o Sistema de Informação 
em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), o e-SUS 
Atenção Primária e o e-SUS notifica, que organizam 
o prontuário eletrônico e as notificações de 
vigilância epidemiológica. Outras fontes de dados 
que podem ser úteis são os registros das empresas 
fornecedoras de serviços públicos (saneamento, 
luz, entre outros) ou órgãos de planejamento 
municipais.
Contudo, os dados provenientes desses sistemas são 
agregados e, na maioria das vezes, não conseguem 
expressar as características das populações de 
microrregiões. 
3.1.1.5.2 Reconhecimento do espaço por meio da 
observação de campo
Na observação do território, é aconselhável 
primeiro percorrer a área munido de um mapa. Esse 
reconhecimento inicial dará uma ideia, mesmo que 
superficial, importante para uma divisão empírica 
do território em microáreas, que na próxima etapa 
será aprimorada. Sem isso, o trabalho de observação 
de campo, propriamente dito, torna-se mais difícil, 
assim como a divisão do território (TANCREDI; 
BARRIOS; FERREIRA, 1998).
A observação de campo tem uma técnica 
peculiar nesse método de pesquisa. Cada dia 
deve ser previamente planejado, de acordo com 
as observações do dia anterior e as pistas das 
entrevistas que vão sendo realizadas. O objetivo 
do trabalho de campo é reconhecer os elementos 
físicos e sociais que constituem determinado 
território e, com base nessas observações, identificar 
microáreas de risco e definir esses riscos. 
Esse processo compreende ações como examinar 
o ambiente físico da área: características locais 
de infraestrutura urbana, como rede de esgoto, 
arruamento, limpeza urbana e condições de 
habitação. Também cabe à equipe examinar os 
tipos de serviço público oferecidos quanto à 
acessibilidade, qualidade e adequação à demanda.
3.1.1.5.3 Realização de entrevistas com informantes-
chave
Na escolha dos informantes-chave, a equipe 
buscará identificar indivíduos que, por sua inserção 
na comunidade, sejam capazes de representar 
os pontos de vista da coletividade. Exemplos de 
informantes são: funcionários da saúde formais e 
informais – benzedeiras, curandeiros, entre outros –, 
professores, crecheiras, líderes comunitários, dono 
da farmácia local, moradores antigos, moradores 
que participam ativamente da vida da comunidade, 
entre outros. É necessário estar atento à situação e à 
organização de cada território para definir, em cada 
caso particular, o elenco de informantes adequado 
(PESSOA et al., 2013).
Tenha sempre em mente, trabalhador estudante, 
que o objetivo da entrevista não é conhecer a 
opinião pessoal do entrevistado, mas apreender 
seu conhecimento sobre o território. Assim, é 
recomendado que cada questão foque em uma 
única ideia, simples e objetiva, evitando influenciar 
a resposta com estrutura como: “Você não acha 
que...”, “Não é verdade que...” e semelhantes. As 
perguntas precisam ser feitas em uma linguagem 
acessível ao entrevistado, portanto é importante 
evitar termos técnicos.
Não há uma receita pronta do roteiro. Ele deve ser 
moldado a cada território. Independentemente 
disso, recomenda-se que se incluam algumas 
questões gerais, como referências históricas, 
características do solo, do meio ambiente, 
socioeconômicas e políticas, necessidades de 
saúde, doenças identificadas e riscos percebidos.
111Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectivada Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.1.5.4 Análise dos temas e das percepções das 
entrevistas
As respostas dos questionários devem ser contex-
tualizadas com as observações de campo e com os 
dados agregados dos sistemas de informação. Nas 
falas dos entrevistados, você precisa identificar os 
temas e fatos que são expressos, a forma como os 
entrevistados hierarquizam os problemas e as cau-
sas que atribuem aos problemas identificados.
3.1.1.5.5 Devolutiva dos resultados encontrados 
A perspectiva participativa da ERP ocorre no 
planejamento do diagnóstico, mas se torna mais 
palpável no momento da devolutiva. Ao apresentar o 
resultado das análises realizadas para a comunidade, 
a equipe valida o que foi encontrado e mobiliza a 
população para refletir sobre sua realidade. 
Neste processo, a população pode reconhecer e 
hierarquizar seus problemas de saúde, os riscos 
e vulnerabilidades que confrontam no cotidiano. 
Por outro lado, ao vislumbrar os recursos e 
potencialidades comunitárias e as instituições 
públicas e privadas existentes e sua capacidade de 
mobilização, os moradores podem compartilhar a 
construção do plano de ação a ser desenvolvido.
O resultado da ERP e de métodos como o mapa 
falante pode ser o reconhecimento dos serviços, 
equipamentos e agentes públicos e privados que 
podem ser integrados em uma rede de ações 
setoriais e intersetoriais de modo a enfrentar os 
problemas identificados no território e promover a 
saúde e a qualidade de vida dos seus moradores. O 
ecomapa comunitário, como apresentado na Figura 
9, possibilita a visualização e promove a reflexão 
sobre as relações existentes entre a comunidade 
e os elementos que compõem essa rede (FERRAZ; 
ANDERSON, 2021).
Fonte: Ferraz e Anderson (2021, p. 46).
FIGURA 9 – EXEMPLO DE ECOMAPA COMUNITÁRIO
Direitos Humanos
Conselho Tutelar
UPP
Caliel
Calça Larga
TearRádio
EMBGD
PROINAPE
CRAS
CREAS CAPS
Cacique
Quadra
Associação de
moradores
Fundação
Leão XIII
Palanque
da Pedra
Creche
Raízes
Tocando
em VocêBiblioteca
Jurema
SALGUEIRO
 

112Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Considerando o conceito ampliado de saúde, a importância dos DSS e as 
concepções de território e de território em saúde, vamos refletir sobre a vigilância 
em saúde com base nos territórios.
O desenvolvimento do SUS imprimiu a necessidade de construção de um 
modelo de atenção que integrasse os conhecimentos e técnicas provindos da 
epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais em saúde na identificação 
e abordagem dos agravos que acometem indivíduos e suas coletividades. Esse 
modelo integrado é denominado de vigilância em saúde, que trabalha com um 
deslocamento da sua base conceitual, do exclusivo controle e/ou erradicação 
dos agentes causadores de doenças para a compreensão das relações sociais 
que definem a desigualdade. Incorpora a noção de risco e vulnerabilidade 
(MALAGÓN-OVIEDO; CZERESNIA, 2015), por meio da identificação dos fatores de 
risco envolvidos na determinação das enfermidades, não só as infectocontagiosas, 
mas principalmente as crônico-degenerativas.
Segundo Eisenstein e Souza (1993), deve-se ter clareza da diferenciação entre os 
conceitos de risco e fatores de risco com o de vulnerabilidade.
Assim, risco corresponde a uma ideia geral sobre a possibilidade de exposição 
e ocorrência de algum evento indesejável. O conceito de fator de risco, por sua 
vez, se dirige, mais especificamente, aos elementos com grande probabilidade 
de desencadear um determinado evento indesejado, ou maior chance de 
adoecer ou morrer. Contudo, usualmente, não há uma relação direta e fechada 
entre um fator de risco e um determinado evento. Existe, sim, uma associação de 
causas e efeitos múltiplos que interagem no aumento da probabilidade ou dos 
desencadeamentos do evento.
Durante a epidemia de HIV/AIDS foi percebido que a noção de risco e de fator 
de risco, assim como de comportamento de risco, não abrangia a complexidade 
das situações vividas pelas pessoas relacionadas à efetividade das medidas de 
proteção e prevenção da infecção por HIV. A crítica ao determinismo e à ideia de 
uma causalidade direta oriundas da noção de fator de risco, aliada à preocupação 
com o preconceito e estigmatização de pessoas e grupos sociais devido a seus 
comportamentos, deu origem ao conceito de vulnerabilidade.
A vulnerabilidade na saúde, por sua vez, configura-se em uma dinâmica 
de interdependência recíprocas que exprimem valores multidimensionais 
– biológicos, existenciais e sociais. Compreende situações que envolvem os 
comportamentos sociais e aumentam a exposição aos agravos à saúde, leva em 
consideração as condições e capacidades de agência dos próprios indivíduos e 
os grupos sociais. O domínio desses conceitos é importante para pensarmos a 
vigilância em saúde e as medidas de prevenção e de promoção.
O que desencadeia o processo de planejamento da vigilância em saúde é a 
territorialização do sistema municipal de saúde, isto é, o reconhecimento e o 
esquadrinhamento do território municipal e das regiões ou bairros do município 
segundo a lógica das relações entre condições de vida, saúde e acesso às ações e 
serviços de saúde. Dessa forma, a vigilância em saúde pode incorporar e superar 
formas de organização da atenção que fragmentam prevenção e promoção à 
saúde das ações de cura e reabilitação, pois relaciona as realidades e necessidades 
em saúde, os agravos e os determinantes sociais e culturais com as intervenções 
(MONKEN; BARCELLOS, 2005).
Busca-se, nesse empreendimento, superar a dicotomia entre as chamadas 
práticas coletivas (vigilância epidemiológica e sanitária) e as práticas individuais 
(assistência ambulatorial e hospitalar) por meio da incorporação das contribuições 
da nova geografia, do planejamento urbano, da epidemiologia, da administração 
estratégica e das ciências sociais em saúde, tendo como suporte político-
institucional o processo de descentralização e de reorganização dos serviços e 
das práticas de saúde no âmbito local (MONKEN; BARCELLOS, 2005).
Portanto, o papel de reorientar as práticas em saúde para sua estruturação em 
âmbito local cabe à APS. A ESF representa, no Brasil, a reorientação do modelo 
de atenção. Neste novo modelo, a APS, em virtude de seus atributos essenciais 
e derivados, torna-se a porta de entrada do sistema de saúde, a promotora da 
integralidade e responsável pela coordenação da Rede de Atenção à Saúde (RAS) 
(MONKEN; BARCELLOS, 2005).
A proximidade com o território, a acessibilidade dela decorrente, a integralidade 
das intervenções e a responsabilidade sanitária das equipes e serviços fazem da 
APS elemento central da organização das ações de vigilância em saúde.
3.1.2 A VIGILÂNCIA EM SAÚDE COM BASE NOS TERRITÓRIOS
113Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
3.1.2.1 A vigilância em saúde na pandemia de Covid-19 e a potencialidade das intervenções 
comunitárias com base nos territórios adscritos às Unidades Básicas de Saúde
Nas últimas duas décadas, as eSF vêm sendo um elemento central no enfrentamento e na 
vigilância em saúde de emergências sanitárias como a endemia de dengue, as epidemias de 
zika e chikungunya, e, a partir de 2020, confrontaram a pandemia de Covid-19.
O surgimento dessas crises sanitárias impactou, diretamente, as condições de saúde individuais e 
comunitárias e a desigualdade da população brasileira. Agravou as situações de vulnerabilidade 
e a elas se somaram a carga de doença produzida pelas doenças crônico-degenerativas e as 
consequências das diversas formas de violência nos territórios mais marginalizados social e 
economicamente.
A proximidade e a responsabilidadesanitária com a população obrigaram que as equipes 
fossem responsáveis por compatibilizar as ações preventivas e curativas a esses agravos, ao 
mesmo tempo em que precisavam manter as atividades voltadas às linhas de cuidado e aos 
riscos da população adscrita.
O conhecimento das eSF sobre o território em que atuam possibilita a 
identificação de microáreas e famílias de maior risco e suas fragilidades sociais e 
culturais para promover ações preventivas individuais e coletivas. Por outro lado, 
as equipes podem conhecer os recursos materiais e institucionais presentes no 
território que possam ser parceiros nas ações de vigilância em saúde.
A recente pandemia de Covid-19 ensinou muito sobre a importância de valorizar 
a APS nas ações de vigilância em saúde com base territorial. Muitas cidades e 
regiões, inicialmente, não valorizaram as possibilidades que poderiam ser criadas 
pelos recursos da ESF, mesmo reconhecendo sua ampla cobertura assistencial 
em todos os municípios brasileiros e sua organização com base territorial 
(FAVORETO, 2020).
A evolução da pandemia nos mostrou, inicialmente, uma primeira fase, 
caracterizada pelo contágio em progressão geométrica que levou a uma 
enormidade de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e, 
consequentemente, de óbitos. Posteriormente e acumuladamente, em 
decorrência das medidas de isolamento e das barreiras de acesso para conter a 
transmissão da infecção viral, ocorreu o que foi denominado de segunda onda. 
Essa foi representada pelas demandas de saúde e sociais que se acumulavam 
devido à desassistência a portadores de doenças crônicas, aos efeitos sociais e 
psicológicos do isolamento e à perda de renda, assim como à necessidade de 
ampliar o acesso e a vigilância de novos casos (FAVORETO, 2020).
Você também deve ter percebido que a 
pandemia é um processo heterogêneo, já 
que ocorre de formas diversas nos diferentes 
estados, municípios, bairros e territórios do 
país, e que há forte relação entre a transmissão 
da infecção e suas consequências mais graves 
com grupos populacionais submetidos a 
situações de maior vulnerabilidade.
114Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Foram emblemáticas as dificuldades vivenciadas por grupos mais vulneráveis em favelas no Rio de 
Janeiro e em São Paulo, assim como as vividas pelas populações ribeirinhas e comunidades indígenas 
no Norte do país. Para esses grupos, as medidas preventivas ou curativas se mostraram insuficientes e 
inadequadas às suas realidades. A importância da implementação e do ajuste contínuo das medidas 
de saúde pública e sociais é ressaltada pelo relatório publicado em 4 de novembro de 2020 pela OMS 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). 
A proximidade da APS com esses grupos mais vulneráveis, muitas vezes moradores de comunidades 
faveladas e violentas, promoveu impacto no acesso aos serviços de saúde dos pacientes sintomáticos 
respiratórios, na coleta e contextualização das informações sobre os casos, na busca dos comunicantes, 
na estruturação de ações de vigilância e educação em saúde capilarizadas e contextualizadas às 
realidades sociais, ambientais e culturais, e, principalmente, no desenvolvimento de redes de proteção 
social e atenção à saúde mental factíveis nesses contextos de maior vulnerabilidade e de dificuldades 
de acesso à assistência à saúde e ao suporte social.
Nesse período da pandemia, evidenciou-se que a ampliação do acesso e a capacidade de desenvolver 
ações preventivas e de educação em saúde, culturalmente e socialmente apropriadas, dependem, 
diretamente, de uma APS forte. Exemplos dessas ações foram a incorporação de novas tecnologias 
de comunicação ao monitoramento de pessoas e famílias em isolamento em seus domicílios e/ou 
investimentos em ações intersetoriais que garantiram a subsistência de famílias empobrecidas com a 
pandemia e em situação de insegurança alimentar. 
Percebeu-se, nesse sentido, a relevância do trabalho dos ACS e da equipe técnica no contato direto 
com as famílias e os territórios. É fundamental realizar ações, que, por um lado, dirijam-se à mobilização 
de redes de apoio, de lideranças e de organizações, como igrejas, associações, comércio, transporte e 
mídias locais, e, por outro, foquem no planejamento de fluxos e processos de trabalho nas unidades 
básicas, de modo a garantir maior acesso, segurança dos profissionais e dos usuários, continuidade e 
integralidade do cuidado.
115Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
Nesta unidade, verificamos a importância da APS, notadamente dos ACS em contexto de pandemias. Da mesma 
maneira, é fundamental o entendimento da importância do Território e dos DSS na capacidade dos indivíduos e 
famílias seguirem orientações preventivas quanto à mitigação dos riscos de contaminação. 
Por outro lado, entender o território como espaço vivo de ação em saúde implica também mapear redes de apoio, 
entender as relações entre indivíduos, famílias e instituições, incluindo o terceiro setor, e perceber possibilidades de 
construção de caminhos com foco na integralidade da atenção, de forma muitas vezes intersetorial. 
Além disso, conhecer os fatores de risco e vulnerabilidade presentes no território ajuda no entendimento da 
capacidade de resiliência de famílias e da própria comunidade, contribuindo para uma ação educativa em saúde mais 
contextual e, portanto, mais efetiva.
ENCERRAMENTO DA UNIDADE
116Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
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117Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
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118Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.1 Territorialização em Saúde
MINICURRÍCULO DO AUTOR
CESAR AUGUSTO ORAZEM FAVORETO
Médico graduado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1983). Fez residência médica 
em Doenças Infectoparasitárias (1985, Hospital Universitário Pedro Ernesto-UERJ). Mestrado em 
Saúde Coletiva (2002) e doutorado em Saúde Coletiva (2007) no Instituto de Medicina Social 
da UERJ. Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Medicina Integral, Familiar e 
Comunitária da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
Coordenador da Comissão Acadêmica Local do Mestrado PROFSAUDE da Faculdade de Ciência 
Médicas. Membro do corpo permanente do Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua na interface entre a Clínica Médica e a Saúde 
Coletiva, com ênfase em Atenção Primária à Saúde,Medicina da Família, Educação Médica, 
Medicina Narrativa e Clínica Ampliada. 
E-mail: cesarfavoreto@globo.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7733-491X
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0995629202662602
mailto:cesarfavoreto@globo.com
https://orcid.org/0000-0002-7733-491X
http://lattes.cnpq.br/0995629202662602
Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde
no Enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais
Unidade 3
Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde
3.2 Geoprocessamento em Saúde
Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento
Caro trabalhador estudante, você sabia que as redes urbanas e as dinâmicas de mobilidade influenciam a 
propagação e a evolução do número de casos das doenças transmissíveis? Essas características foram evidenciadas 
na pandemia de Covid-19. 
Os desafios para garantir o acesso aos serviços de saúde, as adequadas condições para prevenção e tratamento 
e os distintos caminhos da disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no território brasileiro exigem, pela 
complexidade do problema, uma abordagem interdisciplinar do tema, que possibilita compreender melhor a 
pandemia no país. 
Nesta unidade, assim, apresentamos conceitos importantes sobre o geoprocessamento e o uso do Sistema de 
Informação Geográfica (SIG) como metodologia estratégica que interliga a epidemiologia e a geografia, para a 
realização de análises espaciais. Será abordada também a importância do espaço geográfico e seu significado 
político no contexto de saúde. Ao apresentar os elementos da linguagem cartográfica, o objetivo central desta 
unidade é instrumentalizar você, trabalhador estudante, para que possa compreender os mapas temáticos e 
utilizá-los como ferramenta para a vigilância em saúde, independentemente do local onde você atua. O uso de 
tecnologias de geoprocessamento possibilita a caracterização e análise dos dados espaciais para a resolução de 
problemas complexos de planejamento e gestão, apoiando a tomada de decisão, especialmente no enfrentamento 
de desastres e epidemias. 
Vamos aprender mais sobre geoprocessamento em saúde? Vem com a gente!
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE
1. Conhecer o conceito de geoprocessamento em saúde, suas principais características e aplicações na avaliação de riscos 
e no planejamento de ações de saúde coletiva;
2. Conhecer o conceito de Sistema de Informação Geográfica (SIG) e a sua aplicabilidade à vigilância em saúde;
3. Reconhecer a importância do espaço geográfico e de seu significado político no contexto da saúde;
4. Compreender a linguagem cartográfica e sua aplicação na vigilância em saúde;
5. Interpretar mapas de risco à saúde como ferramenta para o enfrentamento da Covid-19 e de outras doenças virais.
Carga horária de estudos: 15 horas
3.2 GEOPROCESSAMENTO EM SAÚDE
Você conhece o geoprocessamento 
e sua aplicação na área da saúde? 
Para facilitar a compreensão, o geoprocessamento é “um conjunto de técnicas 
de coleta, tratamento, manipulação e apresentação de dados espaciais” (BRASIL, 
2006, p. 47). Muita gente não se dá conta, mas é uma área de conhecimento que 
envolve diversas disciplinas, como a Cartografia, a Computação, a Geografia 
e a Estatística, permitindo a análise conjunta de uma gama de variáveis 
socioambientais (BARCELLOS et al., 2008; BRASIL, 2006). Na área da Saúde 
Coletiva, é crescente a aplicação do geoprocessamento para o mapeamento de 
doenças, a avaliação de riscos, o planejamento de ações e a avaliação das redes 
de atenção à saúde (BRASIL, 2007).
Apesar de o uso do geoprocessamento na área de saúde ser relativamente recente, 
principalmente no Brasil, a formulação de hipóteses etiológicas com base na 
distribuição geográfica dos eventos sempre foi adotada pela epidemiologia. Você 
se lembra do trabalho pioneiro de John Snow? Datado de 1854, ilustra o poder do 
mapeamento e dos sistemas geográficos para responder questões relacionadas à 
saúde coletiva. Durante uma epidemia de cólera, ocorrida em Londres, na década 
de 1850, o médico inglês incorporou intuitivamente a categoria espaço às 
análises de óbitos pela doença. Ao sobrepor mapas de abastecimento público de 
água a mapas contendo os locais de morte por cólera, ele foi capaz de identificar 
pontos vulneráveis e uma associação entre o fornecimento de água e as mortes 
pela doença (BRASIL, 2006). 
PARA REFLETIR
No processo de investigação de doenças, algumas perguntas precisam ser respondidas. Se to-
marmos o exemplo anteriormente descrito, podemos perguntar: Como se transmite o cólera? 
Em quais locais as pessoas têm maior risco de contrair a doença? Onde estão as maiores taxas? 
A primeira questão, sobre a forma de transmissão, não pode ser resolvida pelo geoprocessa-
mento. Entretanto, para as demais, o geoprocessamento é um poderoso instrumento de análise.
123Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.1 Introdução à unidade: a relação entre espaço geográfico e saúde
Você já parou para pensar na relação entre espaço geográfico e saúde? Pois 
é, a categoria espaço tem sido utilizada, de forma crescente, no campo 
da saúde, e os espaços são territórios e lugares onde fatos acontecem 
simultaneamente, mas suas repercussões são sentidas de maneiras 
diferentes (GONDIM et al., 2008). Para o geógrafo Milton Santos, o espaço 
geográfico é o conjunto de relações realizadas por meio de funções 
(produção, circulação e consumo) e formas (objetos geográficos). Os objetos 
geográficos são tudo que existe na superfície da Terra, toda herança da 
história natural e todo resultado da produção humana que se concretizou, 
ou seja, aquilo que se cria fora do homem e se torna instrumento material 
de sua vida. Os objetos geográficos possibilitam e potencializam as ações 
humanas e podem produzir ou ampliar, em decorrência de sua utilização e 
qualidade, problemas para a saúde humana (BRASIL, 2006; SANTOS, 2006).
A utilização de informações veiculadas em mapas para melhor 
entendimento da ocorrência de doenças é uma prática que ocorre há 
mais de um século. Os mapas podem ser considerados instrumentos 
extremamente úteis para se conhecer melhor o espaço onde vivem e 
atuam as pessoas, pois permitem a representação de aspectos concretos 
do espaço geográfico (BRASIL, 2006). No Brasil, a disciplina Geografia 
Médica influenciou positivamente a análise do espaço geográfico no setor 
Saúde, institucionalizada pelos croquis de localidade, produzidos pelo 
setor de cartografia da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde 
(SUCAM) (BARCELLOS; RAMALHO, 2002). 
Fatores culturais, econômicos, demográficos e ambientais estão presentes 
em todas as escalas em que o espaço é representado, mas é provavelmente 
na escala global que as variáveis culturais apresentam as maiores diferenças. 
Esses contrastes, porém, são observados na escala nacional, regional e 
local, mesmo que com menor intensidade (BARCELLOS; BASTOS, 1996).
Você sabia que aproximadamente 80% das necessidades de informações 
necessárias à tomada de decisão e formulação de políticas locais de saúde 
estão relacionadas à localização geográfica (PAN AMERICAN HEALTH 
ORGANIZATION, 1996; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007)? Nesse 
contexto, as análises espaciais tornaram-se um instrumento essencial para 
a saúde pública, fazendo do uso de tecnologias de geoprocessamento 
ferramenta valiosa para resolver problemas complexos e apoiar a 
tomada de decisão, especialmente no enfrentamento de desastres e 
epidemias (DALEY et al., 2015; REX; BORGES; KÄFER, 2020; WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2007). 
3.2.2 Análises espaciais em saúde
Quando falamos de espaço geográfico, Harvey (1980, p. 20) o define como 
“complexo, não homogêneo, talvez descontínuo e quase certamente 
diferente do espaço físico”. A delimitação do objeto, dos objetivos e das 
hipóteses de um estudo é que impõe uma homogeneizaçãoda unidade 
de análise, no interior da qual não é possível observar diferenças espaciais. 
Apesar de o geoprocessamento permitir a construção e operação de bases 
cartográficas em diversas escalas, a estrutura inter-relacional dos bancos 
de dados fixa um modelo de agregação de dados por unidade espacial 
(BARCELLOS; BASTOS, 1996).
124Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
É importante que você saiba que a menor unidade 
territorial é o setor censitário, formado por “área 
contínua, integralmente contida em área urbana ou 
rural, com dimensão adequada à operação de pesquisas 
e cujo conjunto esgota a totalidade do território 
nacional” (IBGE, 2010, p. 3), o que permite assegurar a 
plena cobertura do país. Por ser delimitada apenas para 
critérios operacionais, essas áreas sofrem alterações a 
cada censo, dificultando análises espaçotemporais (IBGE, 
2010; CARDOSO et al., 2020). A definição da unidade de 
análise depende de critérios geográficos, cartográficos 
e da disponibilidade dos dados a serem utilizados, 
sendo, portanto, fundamental para o entendimento dos 
fenômenos em saúde.
Entre as técnicas de geoprocessamento mais utilizadas 
estão o sensoriamento remoto, a cartografia digital, 
a estatística espacial e os Sistemas de Informações 
Geográficas (SIGs) (BRASIL, 2006).
O sensoriamento remoto é a “técnica de obtenção de 
informações acerca de um objeto, área ou fenômeno 
localizado na Terra, sem que haja contato físico com o 
mesmo” (IBGE, 2021a). As informações podem ser obtidas 
pela “radiação eletromagnética, gerada por fontes 
naturais (sensor passivo), como o Sol, ou por fontes 
artificiais (sensor ativo), como o radar. São apresentadas 
na forma de imagens, sendo mais utilizadas, atualmente, 
aquelas captadas por sensores óticos orbitais localizados 
em satélites” (IBGE, 2021a). Com base nessas imagens, 
algumas disponíveis gratuitamente na internet, podem 
ser obtidos dados sobre o uso e ocupação do solo, 
cobertura vegetal, temperaturas e umidade. Dados sobre 
uso e ocupação do solo, por exemplo, poderiam ser 
úteis na identificação de áreas de risco para a presença 
de vetores, como o Aedes aegypti, transmissor de vários arbovírus (dengue, febre amarela, zika, 
chikungunya e mayaro) (CHIARAVALLOTI NETO, 2006).
Um sistema de cartografia 
digital ou cartografia assistida 
por computador pode ser 
compreendido como um 
conjunto de ferramentas, 
incluindo programas e 
equipamentos, orientado para 
a conversão para o meio digital, 
armazenamento e visualização 
dos dados espaciais (IBGE, 2019; 
1999).
As técnicas de análise espacial são aquelas 
aplicadas aos dados com distribuição 
espacial, que consideram a dependência 
espacial desses dados. A análise espacial 
está relacionada com a chamada primeira 
lei da Geografia, que diz que os fenômenos 
se parecem, mas são tanto mais parecidos 
quanto mais próximos entre si. Se há 
ocorrência de casos de leishmaniose visceral 
humana em um bairro de uma cidade, é 
razoável imaginar que esse agravo também 
possa estar ocorrendo nos bairros vizinhos 
(CHIARAVALLOTI NETO, 2006).
O SIG é um conjunto de sistemas de softwares e hardwares capazes de armazenar, processar 
e analisar inúmeras informações sobre o espaço geográfico, tendo como produto final mapas 
temáticos, cartas topográficas, gráficos e tabelas (IBGE, 2019). Os SIGs desempenham um papel 
importante nos cuidados de saúde, na vigilância de doenças infecciosas e no mapeamento e 
monitoramento da distribuição espacial e temporal dos vetores de infecção (SHAW; MCGUIRE, 
2017), por isso vamos aprender um pouco mais sobre eles.
125Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.3 Sistema de Informação Geográfica (SIG)
Você já tinha ouvido falar do SIG? No geoprocessamento, 
o SIG pode ser definido como um “conjunto integrado 
de ferramentas, em um sistema automatizado, capaz 
de coletar, armazenar, manipular, analisar e exibir 
informações geograficamente referenciadas” (PAN 
AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 1996, p. 1, 
tradução nossa), relacionando dois tipos de dado: os 
espaciais e os de atributos. Os dados espaciais (também 
chamados de geográficos ou de localização) consistem 
em objetos gráficos do mapa (limites políticos, 
territórios, entre outros). Já os dados de atributos são as 
variáveis descritivas que caracterizam ou se relacionam 
com a base geográfica (perfil socioeconômico, o tipo 
de clima, o tipo de vegetação, a taxa de mortalidade, 
entre outros). Dessa forma, o SIG é uma metodologia 
que interliga a epidemiologia e a geografia, fornecendo 
instrumentos para a caracterização e análise dos dados 
espaciais (BONFIM; MEDEIROS, 2008).
Cada SIG é estruturado com base em cinco componentes 
fundamentais (FLETCHER-LARTEY; CAPRARELLI, 2016):
a) Dados referenciados espacialmente, coletados e 
armazenados em uma base de dados relacional, ou seja, 
um sistema de informação do qual os dados podem ser 
recuperados pela formulação de consultas lógicas; 
b) Hardware, que armazena fisicamente os dados e as 
ferramentas de processamento; 
c) Software, que monta os algoritmos de interface do usuário, 
pelos quais os usuários acessam o banco de dados, consultam 
e analisam os dados; 
d) Algoritmos e procedimentos de gerenciamento de dados; 
e) Pessoas, tanto produtoras quanto consumidoras de dados 
espaciais. 
Cada um desses componentes incorpora vários níveis de complexidade, 
dependendo do escopo e da escala para os quais o SIG é usado. Dentre 
as funcionalidades de um SIG, destacam-se (PAN AMERICAN HEALTH 
ORGANIZATION, 1996; BRASIL, 2006):
• Captura de dados espaciais para elaboração de mapas;
• Gerenciamento de banco de dados, ou seja, armazenamento, 
tratamento e integração de dados referenciados geograficamente, de 
diferentes origens;
• Recuperação ou localização de dados geográficos;
• Análise de dados, incluindo a capacidade de definir condições como 
adjacência, inclusão e proximidade;
• Produção de saídas de dados em vários formatos, como mapas, gráficos 
e tabelas; 
• Elaboração de mapas temáticos de alta qualidade, com a possibilidade 
de se empregarem diferentes formatos de saída e ferramentas de 
edição, simultaneamente.
O SIG E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
As principais características de um SIG, que interessam 
particularmente à vigilância em saúde, são:
• Capacidade de relacionar dados tabulares (não gráficos) com 
cartográficos;
• Sobreposição e integração entre diferentes camadas;
• Capacidade analítica (buscas, estatísticas, gerência de banco de 
dados, entre outros).
126Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
A alimentação de um SIG pressupõe a captura, importação, 
validação e edição de dados. Mas, afinal, o que são dados? 
Dados e informações são sinônimos? Você alguma vez 
pensou sobre isso?
3.2.3.1 Aquisição de dados
Bem, os dados podem ser definidos 
como símbolos quantificáveis, 
que representam numericamente 
um fato ou uma circunstância. É o 
número bruto, que ainda não sofreu 
qualquer espécie de tratamento 
estatístico, podendo ser considerado 
a matéria-prima para a produção 
da informação (exemplo: o número 
de casos de Covid-19 no último 
mês, no seu município). O dado, 
por si só, não traduz a realidade, 
mas pode expressar algo quando 
é adequadamente interpretado e 
analisado. Já a informação, por sua vez, 
é entendida como o conhecimento 
construído com base em dados já 
manipulados, ou o resultado da 
análise e combinação de vários dados, 
o que implica a interpretação por 
parte do usuário (COLUSSI; PEREIRA, 
2016). A ilustração a seguir (Figura1) 
é para facilitar sua compreensão da 
diferença entre dados e informação.
FIGURA 1 – DIFERENÇA ENTRE DADOS E INFORMAÇÃO
Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina (2016).
Os dados podem ser classificados em primários 
ou secundários. Os dados primários são aqueles 
que ainda não foram coletados e sistematizados, 
podendo ser obtidos por meio de entrevista, 
registro em prontuário ou observação in loco. 
Os dados secundários já foram coletados por 
outras pessoas ou instituições e organizados em 
bancos de dados de órgãos oficiais, tais como o 
Departamento de Informática do Sistema Único 
de Saúde (DataSUS) e o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), ou por sistemas de 
informação implantados em instituições públicas 
ou privadas.
A fase de coleta dos dados e construção das 
bases de dados é a mais onerosa e que demanda 
maior tempo no processo de implementação 
do sistema. Apesar da existência de uma 
grande quantidade de dados em meio digital, 
disponíveis e atualizados, ainda há muitos 
problemas de compatibilização entre bases de 
dados distintas e de georreferenciamento de 
dados, principalmente a baixa qualidade das 
informações de endereços (BRASIL, 2006; SKABA 
et al., 2004). 
127Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
Para a construção da base de dados 
geográficos ser eficiente, é necessário que 
haja um planejamento cuidadoso, com 
a definição prévia dos objetivos a serem 
alcançados, evitando-se a coleta excessiva 
ou insuficiente de dados. Assim, ao se iniciar 
um projeto de SIG, é importante ter em 
mente para quais perguntas se procuram 
respostas. Em face dessas perguntas, é 
preciso selecionar os dados que serão 
necessários na busca das soluções para o 
problema. Nessa fase de modelagem de 
dados (Figura 2), determinam-se quais 
dados entrarão no sistema (camadas de 
informação), qual a estrutura em que 
ficarão armazenados (vetorial ou matricial), 
qual a maneira de os representar (pontos, 
linhas ou áreas), quais os relacionamentos 
que terão entre si e quais os atributos. Essa 
fase de modelagem é fundamental para 
o sucesso de implementação de um SIG 
(BRASIL, 2006).
FIGURA 2 – MODELAGEM DE DADOS POR UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
SIG
Mundo real – 
perguntas a serem 
respondidas
Aquisição e 
manipulação de 
dados
Planejamento e 
tomada de decisão
Saída de produtos 
de informação
Análise dos 
dados para gerar 
informações
Fonte: elaboração da autora.
Diversas bases e/ou sistemas de 
informação disponíveis podem ser 
utilizados como fonte de dados. 
Dentre as formas de aquisição, 
destacam-se a importação de 
dados já existentes em outros 
formatos, ou a confecção de dados 
especificamente para introdução 
no sistema, por meio de técnicas 
como sensoriamento remoto, 
digitalização de levantamentos 
topográficos, digitação de dados 
em tabela, inquéritos, entre 
outros. No entanto, é importante 
que você entenda que existe uma 
série de condições às quais esses 
dados devem obedecer, no que 
diz respeito à sua estrutura, para 
que possam ser utilizados. Por 
isso, eles precisam ser analisados, 
e eventuais incoerências e 
imperfeições devem ser corrigidas.
3.2.3.2 Gerenciamento de banco de dados
O gerenciamento de banco de dados envolve o armazenamento 
dos dados de forma estruturada, de modo a possibilitar e 
facilitar a realização das análises. A forma como os dados são 
estruturados é crucial para o sistema, pois dela dependem 
os tipos de análise que poderão ser realizados. A um mapa 
armazenado no SIG podem ser associadas novas informações, 
provenientes de diversas fontes, permitindo que se incorpore 
o trabalho de diferentes órgãos e instituições. O SIG permite 
combinar vários tipos de informação, como dados obtidos em 
campo por GPS ou por topografia convencional, tabelas, mapas, 
imagens, entre outros (BRASIL, 2006).
3.2.3.3 Visualização e apresentação cartográfica
Você já viu muitos mapas na sua vida e sabe que são a representação gráfica de aspectos geográficos, 
naturais e artificiais da Terra, em um plano. De forma mais abrangente, pode-se dizer que um mapa 
é um meio de comunicação e organização de conjuntos de dados e informações que utiliza a 
linguagem cartográfica. Um SIG necessita de agilidade para utilizar as diversas camadas de dados 
e exibir esse resultado por meio de mapas de síntese, com boa qualidade gráfica (BRASIL, 2006). 
Um mapa é, necessariamente, uma abstração da realidade. As variações geográficas do mundo real 
são infinitamente complexas e, para conter com precisão todos os dados descritivos do mundo real, 
um SIG teria de ter um banco de dados virtualmente infinito. Dessa forma, os dados armazenados 
sobre uma determinada região precisam, de alguma maneira, ser reduzidos a um número finito 
para poderem ser manipulados, ou seja, é preciso abstrair da realidade e selecionar apenas os 
dados relevantes para cada estudo (SILVA, 2006).
128Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
Muitas pessoas confundem, portanto 
vale esclarecer: mapa não é uma 
representação fotográfica da realidade, 
mas uma representação gráfica. Ao 
contrário da fotografia, em que todos 
os elementos visíveis estão presentes, 
num mapa é preciso encontrar uma 
solução equilibrada entre a quantidade, 
a complexidade e o tipo de informação 
que será representada (BRASIL, 2006). É 
um erro tentar fazer com que um único 
mapa responda a diversas questões. Se 
existir muita informação importante, 
o ideal é que vários mapas sejam 
elaborados. Para entender melhor o que 
estamos falando, temos um exemplo da 
utilização de vários grupos de dados na 
elaboração de mapas (Figura 3). 
FIGURA 3 – REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE-RS
Fonte: GEOSAÚDE (2021).
(A) – Rede de atenção à saúde do município de Porto Alegre-RS (B) – Territórios e Unidades da Atenção Primária em Saúde do 
município de Porto Alegre-RS
Podemos observar, na Figura 3A, a apresentação de cinco diferentes grupos de dados sobre 
o município de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul: Gerências de Saúde, Distritos de Saúde, 
Bairros, territórios da Atenção Primária à Saúde e Serviços especializados (hospitais, centros 
de apoio psicossocial, unidades de pronto atendimento, farmácias, entre outros). Na Figura 
3B, estão apresentadas apenas as unidades de Atenção Primária à Saúde do município. Em 
virtude do elevado número de dados inseridos na Figura 3A, o mapa ficou extremamente 
poluído, com sobreposição de dados, dificultando sua adequada análise e interpretação. Se 
o objetivo fosse avaliar toda a rede de saúde, esse mapa poderia auxiliar, mas a pessoa a 
analisá-lo precisaria ter consciência das limitações impostas pelo excesso de dados plotados. 
Se o objetivo fosse avaliar a distribuição de equipes de atenção primária pelo município, a 
Figura 3B seria a mais adequada. Você percebe a diferença?
Não se esqueça que a simplificação de uma imagem facilita a 
comunicação com o leitor (SILVA, 2006). Assim, sempre que você for usar 
mapas, estabeleça as perguntas a serem respondidas, pois isso facilitará a 
escolha dos dados realmente necessários para sua elaboração e indicará 
a necessidade (ou não) de elaborar mapas diferentes.
129Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
É, você já percebeu que construir mapas interessantes, atrativos e cientificamente 
corretos não é tão fácil como parece! Não basta ter os dados e saber usar os programas 
de SIG. É preciso ter conhecimento técnico sobre os princípios da representação gráfica, 
saber os fenômenos que se querretratar e dispor de dados, além de ter criatividade, bom 
senso e, obviamente, experiência. Ao construir um mapa, é necessário, ainda, ter em 
mente os objetivos da representação e o público-alvo. Anota aí: se o mapa é um meio de 
comunicação, ao construí-lo é preciso saber como “contar a história” (SILVA, 2006). 
As cores têm significado no mapa e, portanto, não devem ser usadas indiscriminadamente 
(CASTIGLIONE; PINA, 2004). Algumas cores exercem uma atração mais forte sobre o olhar do que outras, 
normalmente aquelas que podem ser vistas a uma distância maior. Os tons quentes são os que mais 
atraem o olhar e, por essa razão, são comumente utilizados para destacar algumas informações. Em um 
mapa hipsométrico (que representa o relevo), os vermelhos e castanhos estão normalmente associados 
às maiores altitudes. Como o olho humano percebe inicialmente essas cores, fica a sensação de terceira 
dimensão relacionada ao relevo. Considerando as variações de uma mesma cor, os tons mais fortes são 
aqueles que primeiro são percebidos pelo observador e, portanto, devem ser atribuídos às informações 
de maior destaque (BRASIL, 2006). 
Outro problema que causa confusão é a utilização de um número de classes muito grande, já que, 
de modo geral, o olho humano tem dificuldade em distinguir mais do que seis tons da mesma cor 
ou mais de 12 cores diferentes simultaneamente, se elas não estiverem alinhadas hierarquicamente. 
Isso significa que, ao olharmos uma sequência de cores (ou tonalidades da mesma cor) na legenda, 
conseguimos perceber pequenas diferenças, mas, quando olhamos para o mapa, em que as cores (ou 
tonalidades) estão misturadas, temos dificuldade em fazer a correspondência entre o mapa e a legenda 
(BRASIL, 2006). Dessa forma, é importante: usar cores para realçar, e não para decorar a apresentação 
dos dados; testar as cores escolhidas em diversos tipos de mídia: impressão, projeção, monitor de 
computador, entre outros (SILVA, 2006).
130Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.3.4 Consulta e análise
A análise de dados pode ser considerada o principal componente de um SIG, pois possibilita operações de extração e 
geração de novas informações sobre o espaço geográfico, de acordo com critérios especificados pelo próprio usuário. As 
operações mais comuns são a pesquisa de dados, a busca de informações segundo algum critério de seleção (exemplos: 
localização ou proximidade) e a análise espacial, que envolve modelagem e análise de padrões espaciais (BRASIL, 2006).
Um importante fator a ser considerado na utilização dos dados espaciais é a adoção de procedimentos que assegurem a 
confidencialidade dos indivíduos. Por exemplo, quando a incidência e/ou prevalência da condição de saúde avaliada for 
baixa, cuidados adicionais precisam ser adotados, uma vez que a localização geográfica pode identificar pessoas ou grupos 
populacionais específicos, o que fere princípios éticos. Assim, um mapa elaborado para a análise de padrões espaciais 
sempre deve ser avaliado antes de sua divulgação, evitando-se uma identificação com potencial de causar prejuízo para as 
pessoas e/ou respectivas comunidades.
A partir da análise da distribuição espacial de agravos e seus determinantes, pode-se gerar e analisar hipóteses de 
investigação. Os SIGs permitem responder a algumas perguntas frequentes na vigilância em saúde, como:
• A distribuição dos casos de uma doença tem um padrão no espaço?
• Existe alguma associação da doença com possíveis fontes de contaminação ou meios de disseminação?
• Há evidência de uma determinada doença ser transmitida de indivíduo a indivíduo ou por meio de uma fonte comum?
SAIBA MAIS
Você conhece algum SIG? Sabe onde baixar ou conhecer mais 
sobre esse sistema?
O QGIS é um SIG construído a partir de um software livre e de 
código aberto licenciado. Por meio dele é possível criar, editar, 
visualizar, analisar e publicar informações geoespaciais. O software 
QGIS e os manuais de instalação e uso podem ser baixados no 
endereço eletrônico: 
https://www.qgis.org/en/site/
O ArcGIS é um SIG utilizado para criar, gerenciar, compartilhar e 
analisar dados espaciais. É possível utilizar a versão on-line (ArcGIS 
Online) de forma gratuita, mediante criação de uma conta pública, 
que permite o uso do sistema, mas sem todas as funcionalidades. 
Outra possibilidade é a criação de uma conta de teste, para 
experimentar todos os recursos do sistema por 21 dias. Para mais 
informações, você pode acessar o endereço eletrônico: 
https://www.esri.com/en-us/arcgis/products/create-account
CURIOSIDADE
O programa Tab para Windows (TabWin) 
foi concebido pelo DATASUS com os 
propósitos de tabular os bancos de 
dados produzidos pelo SUS, importar 
dados de outros sistemas, integrar 
dados, criar indicadores e gerar gráficos 
e cartogramas. Apesar de não ser um SIG, 
o TabWin possibilita a criação simples e 
rápida de cartogramas temáticos, além de 
ser um dos programas mais utilizados para 
a recuperação e criação de indicadores 
no SUS (BRASIL, 2016). O programa e a 
documentação completa, com o manual 
de instalação e uso, podem ser obtidos no 
endereço eletrônico:
h t t p s : / / d a t a s u s . s a u d e . g o v . b r /
transferencia-de-arquivos/
https://www.qgis.org/en/site/
https://www.esri.com/en-us/arcgis/products/create-account
https://datasus.saude.gov.br/transferencia-de-arquivos/
https://datasus.saude.gov.br/transferencia-de-arquivos/
131Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.4 Fontes nacionais de dados sobre saúde e ambiente
A forma de obter dados da área da saúde é diferente da forma que se obtêm dados 
de outros campos em que o SIG pode ser aplicado. Dados sobre as condições 
de saúde das pessoas devem ser buscados ativamente, por meio de inquéritos e 
censos, ou passivamente, pelos sistemas de informação e vigilância em saúde. A 
própria representação das doenças, que será captada por esses instrumentos, é uma 
construção histórica e social. Assim, as bases cartográficas digitais, que muitas vezes 
são o produto de projetos de geoprocessamento, constituem apenas o ponto de 
partida para as análises espaciais de saúde (BRASIL, 2006).
Dentre os diversos Sistemas de Informação em Saúde implantados no Brasil, alguns 
destacam-se por sua utilização em análises de dados espaciais para a vigilância em 
saúde, como o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), o Sistema de 
Informação sobre Agravos de Notificação (SINAN) e o Sistema de Informações sobre 
Mortalidade (SIM) (BRASIL, 2006). Com o avanço da pandemia de Covid-19 no país e, 
consequentemente, com o aumento expressivo no volume de dados de notificação, 
houve o fortalecimento e a expansão do sistema de Vigilância Epidemiológica, com 
a disponibilização de uma nova plataforma para a notificação de Síndrome Gripal 
(SG) suspeita e confirmada de Covid-19, o e-SUS Vigilância Epidemiológica (e-SUS 
VE), atualmente denominado e-SUS Notifica. Por ser on-line, possibilita que todos os 
níveis de gestão, profissionais e unidades de saúde tenham acesso em tempo real às 
notificações realizadas (BRASIL, 2021).
SAIBA MAIS
Para mais informações sobre o e-SUS Notifica, você pode 
acessar a página disponível em:
https://datasus.saude.gov.br/notifica/
Nessa página, além de informações gerais do sistema, estão 
disponíveis os dicionários de dados e o guia de utilização 
de API (Application Programming Interface, que significa, 
em português, Interface de Programação de Aplicativos). 
https://datasus.saude.gov.br/notifica/
132Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde| 3.2 Geoprocessamento em Saúde
As principais características dos sistemas de informação 
utilizados em análises de dados espaciais para a vigilância 
em saúde estão apresentadas no Quadro 1.
QUADRO 1 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE UTILIZADOS EM ANÁLISES DE DADOS ESPACIAIS PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO BRASIL
Sistema de Informação em Saúde
Características
Sistema de Informação 
sobre Nascido Vivo 
(SINASC)
Sistema de Informação 
sobre Mortalidade 
(SIM)
Sistema de Informação 
sobre Agravos de 
Notificação (SINAN)
e-SUS Notifica
Sistema de Vigilância 
Epidemiológica da 
Gripe (SIVEP Gripe)
Sistema de Informação 
do Programa Nacional 
de Imunização (SI-PNI)
Sistema de Informação 
Ambulatorial (SIA)
Sistema de Informação 
Hospitalar (SIH)
Unidade de registro Nascidos vivos Óbitos Agravos notificáveis
Síndrome Gripal (SG) 
suspeita e confirmada 
de Covid-19
Síndrome Respiratória 
Aguda Grave (SRAG)
Vacinados
Atendimentos 
ambulatoriais pagos 
pelo SUS
Atendimentos 
hospitalares pagos 
pelo SUS
Unidade territorial 
mínima de referência
Município e bairro ou distrito Município
Fonte de dados
Declaração de nascido 
vivo
Declaração de óbito Fichas individuais de notificação Registro do vacinado
Boletim de serviços 
produzidos e 
autorização de 
procedimentos de alta 
complexidade (APAC)
Autorização de 
internação hospitalar 
(AIH)
Aplicação na gestão em 
saúde
Vigilância
Planejamento
Avaliação
Planejamento
Avaliação
Controle 
Auditoria
Vigilância
Planejamento
Avaliação
Controle 
Auditoria
Principais indicadores 
para análise da 
situação de saúde
- Proporção de nascidos 
vivos (NV) de baixo 
peso
- Proporção de NV 
prematuros
- Proporção de NV de 
mães adolescentes
-Mortalidade geral
-Mortalidade 
proporcional
-Mortalidade infantil
-Mortalidade materna
- Taxa de incidência por agravo
- Taxa de prevalência 
- Taxa de letalidade
-Cobertura vacinal, por 
dose
- Incidência de evento 
adverso pós-vacinal
- Frequência de 
atendimentos 
ambulatoriais
- Frequência de 
procedimentos
-Frequência de 
internações
-Frequência de causas 
de internação
Fonte: elaborado pelas autoras a partir de Santos, Barcellos e Soares (2004) e Brasil (2021; 2006).
Para a adequada utilização desses sistemas de informação 
para a vigilância em saúde, alguns desafios precisam ser 
superados, como:
• Aumentar a cobertura dos sistemas de informação;
• Garantir a qualidade dos dados, principalmente o 
diagnóstico correto de doenças;
• Aumentar a capacidade de análise de dados no nível local;
• Integrar as diferentes bases de dados;
• Introduzir variáveis sociais e ambientais nos sistemas de 
informação em saúde;
• Localizar os dados de saúde com exatidão e precisão para 
permitir seu georreferenciamento.
133Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
No Brasil, há algumas 
instituições que se 
destacam na produção 
de dados cartográficos, 
como pode ser observado 
no Quadro 2.
QUADRO 2 – INSTITUIÇÕES QUE SE DESTACAM NA PRODUÇÃO DE DADOS CARTOGRÁFICOS NO BRASIL
Instituição Sigla Responsabilidade
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Mapeamento sistemático do Brasil em escalas pequenas (1:25000 e menores)
Diretoria de Serviços Geográficos do Exército DSG Divide com o IBGE a responsabilidade pelo mapeamento sistemático
Diretoria de Hidrografia e Navegação DHN Geração de cartas náuticas
Instituto de Cartografia da Aeronáutica ICA Geração de cartas aeronáuticas
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE Aquisição e disponibilização de imagens de satélite LANDSAT
Prefeituras - Levantamento cadastral dos municípios
Fonte: Brasil (2006).
O georreferenciamento é o processo pelo qual as informações textuais descritivas de 
uma localidade, com o endereço relacionado a um evento de saúde, são convertidas 
em representações geográficas válidas. 
Para a análise da distribuição de casos de SG por Covid-19, podem-se utilizar os 
dados do e-SUS Notifica georreferenciados segundo endereço residencial, como 
exemplificado na Figura 4. É importante destacar que dados inconsistentes de 
endereçamento impossibilitam a localização geoespacial de todos os casos. 
No exemplo, foi possível 
georreferenciar 97,11% 
dos casos de SG (102.405 
dos 105.498 notificados) 
no município de Belo 
Horizonte, Minas Gerais, 
com base nas notificações 
de casos no e-SUS Notifica.
FIGURA 4 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE SÍNDROME GRIPAL POSITIVOS PARA COVID-19, BELO HORIZONTE, 2021
Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (2021). * Casos de SG = 105.498, sendo 102.405 georreferenciados.
134Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.5 Espaço geográfico e seu significado político 
O espaço, nos primórdios da história humana, era compreendido como um mero 
conjunto de complexos naturais. Com o passar do tempo, o espaço tornou-se cada 
vez menos naturalizado e cada vez mais o resultado da produção histórica, ou 
seja, da soma e da síntese, sempre refeita, da sociedade com a paisagem, por meio 
da espacialidade (SANTOS, 2006). O espaço é “a sociedade inserida na paisagem” 
(SANTOS, 2006, p. 68). 
Conceitos considerados fundamentais para as ciências geográficas, como 
paisagem, território e espaço, modificam-se para poder acompanhar as 
mudanças da realidade social. A paisagem, antes vista meramente como natural, 
recebe também o significado do espaço social, ou seja, do espaço produzido pelo 
homem. Entende-se que essa paisagem é mutável e acompanha as modificações 
ocorridas na sociedade. O mesmo pode ser dito sobre o espaço, isto é, à medida 
que a sociedade passa por mudanças econômicas, sociais e políticas, o espaço se 
transforma, visando atender às novas demandas sociais (SANTOS, 2006).
Outra noção relevante que queremos reforçar com você é a de que o território 
contém inúmeros lugares; e lugar é um conceito-chave da Geografia. Nessa 
porção do espaço, é “onde se desenvolve a trama das relações sociais de cada 
indivíduo e que se produz a identificação com o lugar” (MENDES; DONATO, 2003, 
p. 41). Assim, “o significado de cada lugar é dado pelo seu uso: lugar de produzir 
ou lugar de consumir; lugar de adoecer ou lugar de curar; lugar de amar ou lugar 
de lutar” (MENDES; DONATO, 2003, p. 41).
De acordo com Zambrano (2008, p. 18), o território é uma construção social e “possui 
uma relação recíproca com as pessoas que o formam, enquanto ele sofre e age sobre 
as relações nele contidas”. Assim, pensamos o território como conceito oportuno à 
análise dessa totalidade que é o espaço geográfico, e a ideia de política e de poder 
aparecem como fundamentos desse território. O território é a “categoria da geografia 
que expressa questões políticas do espaço” (PEREIRA, 2011, p. 2).
Em meados do século XVI, as características geográficas, principalmente o clima, 
eram consideradas responsáveis pela ocorrência das doenças infecciosas e 
parasitárias. Com o surgimento da epidemiologia, o foco passou a ser a ocorrência 
de doenças nas coletividades. No início do século XX, foram valorizados os estudos 
sobre o impacto do ambiente nas condições de saúde do homem, pressupondo-
se que o desequilíbrio da interação homem-ambiente pudesse produzir, alterar ou 
transformar os focos de transmissão de doenças. Nos anos de 1960, a diferenciação 
social e cultural, mais uma vez, voltou a ser considerada determinante da 
variabilidade espacial do processo saúde-doença, apoiada, principalmente, nos 
recursos da epidemiologia. Desde então, os fatores econômicos e sociais, tidos 
como determinantes dos fenômenos coletivos, passaram a ser entendidos 
não apenas como atributos individuais ou elementos do ambiente físico, mas 
também como fenômenospopulacionais que consideram a historicidade de sua 
determinação (NARDI et al., 2013).
Enquanto o geógrafo tende a enfatizar a materialidade do território, em suas múltiplas dimensões (que deveria incluir a 
interação sociedade-natureza), a ciência política enfatiza sua construção baseada nas relações de poder, ligada, na maioria 
das vezes, à concepção de Estado (SANTOS; RIGOTTO, 2010). Conforme Monken e Barcellos (2005), o território deve ser 
considerado um espaço não só geográfico, mas também social e político, que se encontra em permanente transformação, 
onde vivem grupos sociais definidos, em que se integram e interagem as condições de trabalho, de renda, de habitação, de 
educação, o meio ambiente, a cultura e as concepções acerca da saúde e da doença.
 A categoria território agrega dimensões específicas – ambiental, política, econômica, cultural e sanitária. Cada dimensão 
contribui em maior ou menor intensidade para configurar as condições de vida e a situação de saúde da população que 
vive em seus limites (GONDIM; MONKEN, 2017). As delimitações de territórios ocorrem em diversas escalas: desde a escala 
do cotidiano, família, grupo e práticas sociais ampliadas (exemplos: trabalho, escola e lazer) até as escalas oficiais de Estado, 
que têm como critérios objetivos as relações político-administrativas e de jurisdição (GONDIM; MONKEN, 2017). Dessa 
forma, para que uma análise geográfica seja válida, o conceito de território deve ser sempre renovado, considerando-se a 
indissociabilidade das dimensões material e imaterial (PEREIRA, 2011). 
135Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
O território nunca está pronto, pois está em constante transformação 
– o que chamamos de território vivo. Ao mesmo tempo que território 
é um resultado, é também condição para que as relações sociais se 
concretizem, e, sendo construído no processo histórico, pertence a 
uma dada sociedade, de um dado local, que articula as forças sociais 
de uma determinada maneira.
3.2.6 Geocodificação e linguagem 
cartográfica
Você já ouviu falar em geocodificação? 
Trata-se de uma etapa fundamental para a 
análise espacial de dados epidemiológicos 
e consiste na conversão de endereços em 
pares de coordenadas espaciais (latitude/
longitude ou Universal Transversa de 
Mercator – UTM). O procedimento de 
geocodificação permite que posições de 
casos de um determinado agravo em saúde 
sejam transformadas em mapas de pontos, 
para a aplicação de técnicas de análise 
espacial (MENDES; FERREIRA, 2019).
A função do mapa como meio de 
comunicação é bem reconhecida. Os 
mapas apresentam dados espaciais, que 
são informações sobre a localização, a 
forma e o relacionamento entre os recursos 
geográficos, geralmente armazenados 
como coordenadas e topologia. Os mapas 
podem fornecer mensagens concisas, claras, 
lógicas, flexíveis e expansíveis, usando uma 
linguagem de representação natural mínima, 
baseada no poder da apresentação gráfica, 
ou seja, a linguagem cartográfica (WORLD 
HEALTH ORGANIZATION, 2007). Então, 
vamos aprender um pouco mais sobre a 
geocodificação e a linguagem cartográfica?
3.2.6.1 Geocodificação 
A geocodificação é o processo pelo qual se estabelece o relacionamento entre a base gráfica 
e a não gráfica em um SIG, feita por meio de um código comum em ambas as bases de dados, 
chamado de geocódigo. Os geocódigos devem ser unívocos, ou seja, não pode haver códigos 
iguais para representar elementos diferentes e não pode haver códigos diferentes para 
representar um mesmo elemento. Ela pode ser feita pela indicação da localização geográfica, 
incluindo os campos referentes às coordenadas geográficas na base de dados não gráfica 
(BRASIL, 2006).
Você também sabe que comunicar, transmitir e compartilhar um conhecimento são ações 
cotidianas de todos aqueles que trabalham na área da Saúde. Essa não é, no entanto, uma 
tarefa simples e, muitas vezes, o discurso textual não é suficiente para a disseminação 
desse conhecimento. Gráficos, tabelas, análises estatísticas, diagramas e outros recursos de 
expressão são cada vez mais comuns à comunicação, independentemente do público-alvo 
ser uma comunidade especializada ou não (CASTIGLIONE; PINA, 2004). Quando se trata do 
comportamento de um fenômeno no espaço geográfico, um dos meios mais adequados à 
comunicação desse conhecimento é o mapa, um meio de comunicação do conhecimento que 
utiliza uma linguagem muito específica, a linguagem cartográfica, composta de um conjunto 
de símbolos e convenções. 
136Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
A cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, 
técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas 
ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, 
cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, 
fenômenos, ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização 
(IBGE, 2021b, 1999). 
Os mapas agregam valor por três fatores (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007):
• Como forma de registrar e armazenar informações. Governos, empresas 
e sociedade em geral armazenam grandes quantidades de informações 
sobre o meio ambiente e a localização dos recursos naturais, bens de 
capital e pessoas;
• Como meio de analisar padrões espaciais;
• Como método de apresentação de informações e comunicação de 
descobertas, inclusive em situações difíceis de expressar verbalmente. 
O mapeamento da saúde engloba as atividades, técnicas e ferramentas 
adotadas para reunir dados de saúde e da comunidade, usando a localização 
como fator de identificação. O mapa de saúde geralmente visa criar uma 
representação cartográfica do cenário ambiental, da distribuição de doenças 
e dos serviços de saúde. O valor real do mapeamento de saúde emerge 
quando os mapas estão ligados aos esforços de controle e prevenção de 
doenças (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007). 
Os mapas são necessariamente simplificações da realidade, e essa 
simplificação depende da escala em que está representado o terreno e do 
objetivo do mapa (BRASIL, 2006). Um mapa é, antes de tudo, uma forma de 
organização e de transmissão de informações, um meio de comunicação. 
Para que essa comunicação aconteça de maneira eficiente, alguns critérios 
cartográficos devem ser adotados, a fim de padronizar tanto a sua produção 
quanto a sua leitura. 
A produção de mapas parte de algumas operações essenciais (BRASIL, 2006):
• Projeção, isto é, o estabelecimento de uma relação matemática entre os 
lugares na Terra e uma superfície plana; 
• Escolha de escala para a redução dos processos a miniaturas;
• Generalização das informações espaciais;
• Codificação por meio de símbolos convencionados para a transmissão de 
informações.
Mas do que estamos falando 
quando nos referimos à linguagem 
cartográfica?
3.2.6.2 Linguagem cartográfica
137Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.6.2.1 Projeções cartográficas
As projeções cartográficas nasceram da necessidade 
de representar a superfície terrestre, aproximada-
mente esférica, em um plano (mapas e cartas), cada 
uma priorizando determinado aspecto da represen-
tação (dimensão, forma, entre outros). É importante 
ressaltar que não existe uma projeção cartográfica 
livre de deformações, devido à impossibilidade de 
se representar uma superfície esférica em uma su-
perfície plana, sem que ocorram extensões e/ou 
contrações. Não existe solução perfeita para esse 
problema, mas, dependendo do objetivo do mapa, 
as distorções podem ser minimizadasao longo da história, na tentativa de, cada 
vez mais, se aproximar de um conceito que seja capaz de expressar 
adequadamente toda a complexidade que o tema envolve. Portanto, é 
fundamental que você compreenda que é um conceito permanentemente 
em construção, sobre o qual precisamos refletir e para o qual devemos 
contribuir com as nossas experiências, tendo em vista a realidade em que 
estamos inseridos. Nesse sentido, faremos um recorte no tempo, trazendo 
a nossa reflexão para mais perto do momento histórico e para a realidade 
brasileira (ALMEIDA FILHO, 2000).
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 18
Falar em saúde no Brasil passa inevitavelmente pela VIII Conferência Nacional da 
Saúde, realizada em 1986, considerada um marco na história da saúde no Brasil. 
Das amplas discussões e reflexões coletivas realizadas naquela conferência, que 
contou com mais de 4000 participantes, emergiu um novo conceito de saúde, mais 
abrangente e de acordo com a nossa realidade, baseado na determinação social do 
processo saúde-doença. Na nova concepção, a saúde seria não apenas um “estado 
de completo bem-estar físico, mental e social” (e não a ausência de enfermidades), 
como havia preconizado a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1946, mas, 
sim, “a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e 
acesso a serviços de saúde”. Esse conceito foi ratificado na Constituição Federal de 
1988 e, junto com outras importantes diretrizes elaboradas durante a VIII Conferência, 
constituiu a base para a criação do Sistema Único de Saúde, o SUS (BRASIL, 2019).
Um conceito que ganhou e vem ganhando maior destaque a 
partir do início da pandemia de Covid-19 é o de Saúde Única 
(One Health). Trata-se de um conceito elaborado em 2008 
que foi definido conjuntamente no âmbito da proposta 
One World, One Health (Um Mundo, uma Saúde) pela OMS, 
pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e 
Alimentação (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde 
Animal (OIE) (WORLD ORGANISATION FOR ANIMAL HEALTH, 
2013; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018; ARAÚJO; 
SILVA; LEAL, 2020).
Esse conceito, bastante utilizado na medicina veterinária, busca 
contribuir para o desvelamento da complexa causalidade de algumas 
doenças, em especial as zoonóticas, e, assim, promover a saúde coletiva 
(ONE HEALTH COMMISSION, 2019; ARAÚJO; SILVA; LEAL, 2020). Na 
concepção da Saúde Única, está implícita a indissociável relação entre 
saúde humana, saúde animal e ecossistemas e seus desdobramentos no 
campo da saúde coletiva. Parte-se da premissa de que seres humanos 
e animais afetam e são afetados pelos ecossistemas, ocasionando 
desequilíbrios que podem desencadear doenças de alcance epidêmico 
ou pandêmico (LIMONGI; OLIVEIRA, 2020).
A interação entre as três dimensões – humana, animal e ecossistêmica – 
constitui, nesse conceito, a base para a compreensão da história natural 
de algumas condições ou doenças, como a insegurança alimentar, 
as doenças alimentares e nutricionais, as zoonoses, as parasitoses 
(CIRNE; CABRERA, 2020), algumas doenças crônicas não transmissíveis, 
entre outras, e também a base da elaboração e promoção de políticas 
públicas de mitigação e controle delas (UNIVERSIDADE FEDERAL DE 
SANTA MARIA, 2021).
O conceito ampliado de saúde traz em si o potencial 
de orientar as políticas públicas em diferentes 
níveis e setores de governo (como educação, 
saúde, habitação, saneamento básico, segurança, 
alimentação, meio ambiente, entre outros), de 
modo que sua implementação promova melhores 
condições de saúde e melhor qualidade de vida 
para toda a população.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 19
A pandemia de Covid-19, cujo agente etiológico, o vírus SARS-CoV-2, foi 
identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na 
China, adequa-se ao escopo da Saúde Única, na medida em que, ao que parece, 
a doença teria origem no consumo humano de animais silvestres, gerando 
episódios de transbordamento zoonótico (agente etiológico de origem animal 
que passa a infectar humanos) (LIMONGI; OLIVEIRA, 2020).
No entanto, é importante que você considere que o conceito de Saúde Única, 
embora contribua positivamente com a tentativa de explicar o surgimento 
da pandemia, o faz do ponto de vista estritamente biológico/ecológico, não 
explicitando as necessárias reflexões críticas acerca da determinação social da 
saúde-doença. Por isso, queremos propor a você algumas reflexões para além 
das causas biológicas e ecológicas da doença, como: 
Por ultrapassar as fronteiras de distintos campos do conhecimento e 
atuar nas interfaces entre elas, é fundamental que você entenda que 
a abordagem da Saúde Única requer, necessariamente, uma visão 
multiprofissional e inter-transdisciplinar, que envolve saberes e 
profissionais de diferentes áreas do conhecimento, como a medicina 
veterinária, a zootecnia, a medicina, a enfermagem, a nutrição, 
a biologia, a engenharia ambiental, a engenharia agrícola, entre 
outras (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, 2021).
Por que a insegurança alimentar 
tem afetado de forma tão drástica 
esses mesmos grupos durante 
a pandemia, a ponto de eles 
dependerem de doações de 
alimentos feitas por redes locais 
de apoio e solidariedade?
Nesse sentido, somos desafiados a refletir: 
O que leva pessoas a consumir 
carnes de animais silvestres, como 
a do morcego, comercializada 
nos mercados de Wuhan, e 
do pangolim, considerado 
um possível hospedeiro 
intermediário do vírus SARS-
CoV-2 (o novo coronavírus)?
Por que no Brasil a doença 
proliferou mais rápido e causou 
mais vítimas graves e fatais 
entre as populações mais 
vulneráveis do ponto de vista 
socioeconômico, especialmente 
entre os trabalhadores informais, 
os trabalhadores assalariados mal 
remunerados, os desempregados, 
as pessoas em situação de rua, a 
população negra, povos indígenas 
e quilombolas, a população 
privada de liberdade, os idosos 
albergados em instituições de 
longa permanência? 
Seria apenas a expressão da 
cultura alimentar local ou a 
consequência da falta de acesso 
a alternativas alimentares mais 
seguras e confiáveis?
O que está por trás do consumo 
de animais não convencionais 
vendidos ilegalmente para 
diferentes países do mundo? 
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 20
FIGURA 1 – USO DE MÁSCARA INADEQUADA DURANTE A PANDEMIA
Fonte: AP (2020).
Esses e outros questionamentos nos levam a compreender que, para além 
da causa biológica concreta da doença (a exposição ao vírus), também é 
preciso considerar que os grupos sociais mais vulneráveis não conseguem 
se proteger adequadamente por meio das medidas não farmacológicas 
consideradas eficazes – como o isolamento, o distanciamento social, a hi-
gienização frequente das mãos e dos ambientes e o uso de máscaras de 
boa qualidade (Figura 1) – da mesma forma que os grupos mais privile-
giados conseguem, e os grupos em maior vulnerabilidade social também 
encontram maior dificuldade de acesso ao sistema de saúde para o trata-
mento adequado da Covid-19, pois não têm a possibilidade de recorrer ao 
sistema privado de saúde, sendo a única opção os leitos para tratamento 
no SUS, em colapso por longos meses no país.
Assim, percebe-se que o vírus SARS-CoV-2 (determinante biológico) en-
contra melhores condições para se disseminar e causar vítimas graves e 
fatais entre pessoas mais pobres e vulneráveis, com a saúde já comprome-
tida antes de se infectar, que vivem nas ruas ou em habitações precárias, 
sem condições adequadas de higiene equanto à for-
ma, direção, área ou distância (BRASIL, 2006; IBGE, 
2021c). As projeções cartográficas são classificadas, 
principalmente, quanto à superfície de projeção e 
às propriedades. Quanto à superfície de projeção, 
podem ser “planas, cônicas ou cilíndricas, quando 
forem utilizadas as superfícies de um plano, cone ou 
cilindro como base para planificar a esfera terrestre, 
respectivamente” (IBGE, 2021c) (Figura 5).
FIGURA 5 – PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO À SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO
A. Projeção Plana ou Azimutal e Projeção Plana Polar B. Projeção Cônica e Projeção Cônica de Albers
C. Projeção Cilíndrica e Projeção Cilíndrica de Peters
Fonte: IBGE (2021c).
FIGURA 6 – MAPA DO BRASIL UTILIZANDO A PROJEÇÃO POLICÔNICAPara representar o Brasil, utilizamos 
as projeções policônica e cilíndrica 
equatorial de Mercator. Em escala 
geográfica, o mapeamento 
oficial do Brasil é elaborado na 
projeção policônica, “que tem 
como característica a diminuição 
da deformação da convergência 
dos meridianos, mantendo uma 
melhor representação da Região 
Sul do País” (IBGE, 2021b) (Figura 
6). O mapeamento na escala 
de 1:1.000.000 (lê-se um para 
um milhão) segue o padrão do 
mapeamento mundial, definido 
pela Organização das Nações 
Unidas (ONU). 
Fonte: IBGE (2021c).
138Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
3.2.6.2.2 Escala
O conceito cartográfico de escala é a relação 
entre a medida de um objeto ou porção 
territorial representada e sua medida real na 
superfície terrestre. Isso significa que as medidas 
efetuadas no mapa terão representatividade 
direta sobre seus valores reais no terreno. As 
escalas “são definidas de acordo com os assuntos 
representados nos mapas, podendo ser maiores 
ou menores”, conforme o nível de detalhamento 
que se deseja (IBGE, 2021a). Quando se elabora 
um mapa usando técnicas de geoprocessamento, 
uma das primeiras decisões é a escolha da escala 
de trabalho. O conhecimento da escala de um 
mapa é um dos elementos fundamentais para seu 
adequado uso e interpretação (FITZ, 2000; BRASIL, 
2006; IBGE, 2021a).
A escala de um mapa informa quantas vezes as 
dimensões do terreno foram reduzidas para que 
pudesse ser representado em uma folha de papel 
ou uma tela. Por exemplo, se a distância entre os 
municípios de Campo Grande, no estado do Mato 
Grosso do Sul, e Brasília, Distrito Federal, é de 1050 
quilômetros, essa distância será representada no 
mapa por apenas 10,5 centímetros. Dependendo 
da escala adotada, o mapa terá uma maior ou 
menor quantidade de detalhes, o que também 
determinará se um tipo de objeto geográfico vai 
ser visível ou não. 
Há duas formas de apresentação da escala em um 
mapa: a gráfica e a numérica.
A escala numérica indica “a relação entre as 
dimensões do espaço real e do espaço representado, 
por meio de uma proporção numérica” (IBGE, 
2021a). Por exemplo, ao adotarmos uma escala 
1:500.000, 1 centímetro medido no mapa equivale 
a uma distância de 500.000 centímetros ou 1 
quilômetro na superfície terrestre. Ou seja, quanto 
maior o denominador, menores serão os detalhes 
desenhados no mapa (IBGE, 2021a).
A escala gráfica é “a representação gráfica de distâncias do terreno sobre uma linha reta graduada” 
(IBGE, 2021a), ou seja, uma barra com subdivisões semelhantes a uma régua, como apresentado no canto 
esquerdo da Figura 7. O tamanho de cada subdivisão representa a relação de seu comprimento com o 
valor correspondente no terreno. É bastante utilizada em mapas temáticos, principalmente elaborados em 
SIG, pela forma direta que pode ser utilizada para medir distâncias sobre os mapas. “Na escala gráfica, não 
há necessidade de transformação matemática de centímetros para quilômetros ou metros” (IBGE, 2021a).
FIGURA 7 – MAPA FÍSICO DO BRASIL, PARA OBSERVAÇÃO DA 
ESCALA GRÁFICA E OUTROS SÍMBOLOS
Fonte: IBGE (2021c).
O sistema de coordenadas geográficas é o mais utilizado para a elaboração de mapas. Nesse sistema, a Terra 
é considerada esférica, e todo e qualquer ponto na superfície terrestre dista igualmente do centro da Terra. As 
coordenadas são latitude (Y) e longitude (X), expressas por meio de unidades angulares: graus (º), minutos (‘) 
e segundos (“). O sistema de coordenada geográfica é bastante usado, principalmente por localizar de forma 
direta qualquer ponto sobre a superfície da Terra, sem a necessidade de qualquer outra indicação (BRASIL, 2006).
139Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 3 - Tecnologias de Trabalho na Perspectiva da Vigilância em Saúde | 3.2 Geoprocessamento em Saúde
ATENÇÃO!
Cada programa adota uma maneira de indicar as coordenadas geográficas. Alguns 
acrescentam à coordenada a letra N (norte) ou S (sul), E (leste) ou O (oeste) e outros 
usam o sinal de positivo (norte e leste) ou negativo (sul e oeste). 
O olho humano é capaz de distinguir uma linha de 0,1 mm de largura, porém um ponto só 
é percebido quando tem 0,2 mm de diâmetro. Por isso, o valor de 0,2 mm é adotado como a 
precisão gráfica e caracteriza o erro gráfico vinculado à escala de representação (BRASIL, 2006).
3.2.6.2.3 Convenções cartográficas
Para facilitar a representação cartográfica, foi criado um 
sistema de símbolos conhecidos como convenções 
cartográficas. Os símbolos buscam ser intuitivos, 
possibilitando um certo grau de compreensão de seu 
significado e a leitura da informação contida no mapa 
por qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo 
(IBGE, 2021a). 
Na Figura 7, pode-se verificar a presença de uma escala 
de cores, no canto superior esquerdo, para representar 
a altitude. Nessa escala, a altitude é representada pela 
hipsometria. As cores não são aleatórias, mas obedecem 
a uma convenção: o marrom (ou alaranjado) mais escuro 
representa as maiores altitudes (montanhas, serras, 
cordilheiras, chapadas, entre outras), e a tonalidade vai 
clareando conforme as altitudes diminuem; o amarelo 
representa médias altitudes (geralmente planaltos); e o 
verde, as baixas altitudes (planícies). As águas continentais 
(rios, lagos, entre outros) e marítimas são representadas 
em azul. A linha reta representa o curso de água 
permanente, e a linha pontilhada, o curso intermitente. A 
tonalidade do azul nos mares e oceanos está diretamente 
relacionada à sua profundidade (IBGE, 2021a).
3.2.6.3 Mapeamento de fluxos
O planejamento e a avaliação do setor Saúde pressupõem o conhecimento sobre a distribuição, 
no espaço geográfico, dos serviços e de sua clientela. O mapa de fluxos permite visualizar as 
ligações estabelecidas pela presença de um serviço em determinados pontos do território, 
destacando regiões de atração. Esse tipo de informação é útil na identificação dos polos, na 
regionalização do atendimento e na verificação das distâncias percorridas pela população 
para acesso aos serviços de saúde. A identificação dos padrões de deslocamento sinaliza 
áreas com poucas opções de serviços, que podem configurar pontos de estrangulamento ou 
oportunidades de desconcentração e regionalizações alternativas (BRASIL, 2006).
Nas redes de atenção à saúde, estabelecidas pelos padrões de deslocamento dos usuários, 
o tamanho da área de abrangência do serviço e as distâncias percorridas por seus usuários 
variam com o nível de complexidade dos tratamentos demandados. Os tratamentos de uso 
mais frequente devem estar disponíveis o mais próximo possível do local de residência dos 
usuários. Questões de eficiência e de qualidade impõem a concentração dos serviços de maior 
complexidade, resultando em deslocamentos mais extensos (BRASIL, 2006). 
O mapeamento de fluxos pode ser aplicado também para analisar a rede assistencial e auxiliar 
no adequado diagnóstico dos desafios para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. 
Por exemplo, em um estudo realizado no estado de Santa Catarina sobre a incidência da 
Covid-19saneamento básico, aglomeradas 
em pequenos espaços domiciliares, em situação de insegurança alimentar 
e nutricional, sem acesso a informações seguras, dependentes do trans-
porte público para se deslocar, entre outros (determinantes sociais).
Você já ouviu falar em Determinação 
Social do Processo Saúde-Doença?
A respeito da determinação social da Covid-19, é imprescindível 
destacar o papel do trabalho sobre os indicadores de saúde da classe 
trabalhadora: a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras com contrato 
formal de trabalho (carteira assinada ou outros) teve, em alguma 
medida, a possibilidade de trabalhar por certo tempo, em isolamento 
domiciliar e em sistema de home office, ou permaneceu trabalhando 
em locais em que as medidas não farmacológicas de proteção e 
controle foram, por força da lei, adotadas pelos empregadores, o que 
representou uma condição de maior proteção e segurança. Porém, 
um imenso contingente de trabalhadores e trabalhadoras de serviços 
considerados essenciais ou do setor informal não teve acesso adequado 
às mesmas condições de proteção, tornando-se ainda mais vulnerável 
à doença.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 21
Vale lembrar que a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras 
brasileiros depende do transporte público, geralmente 
superlotado e em condições precárias de higienização e 
ventilação, para acessar diariamente o seu local de trabalho, 
especialmente nos grandes centros urbanos. Essa necessidade 
torna ainda mais grave o risco de contrair a Covid-19, pois nessas 
condições é praticamente impossível evitar aglomerações. Além 
disso, você não pode esquecer que muitos desses trabalhadores 
exercem seus ofícios nas ruas, em condições precárias de 
segurança, expostos a intempéries e em contato direto com 
grande quantidade de transeuntes. Eles estão impedidos de 
permanecer em isolamento domiciliar, pois necessitam manter 
o seu trabalho ativo para sobreviver, ainda que em condições de 
risco elevado para a doença.
Nesse contexto, visando a minimizar os impactos 
socioeconômicos da pandemia e viabilizar o isolamento e o 
distanciamento social, o governo federal instituiu, em abril de 
2020, o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da 
Renda (Medida Provisória – MP nº 936/2020) e o da Renda Básica 
Emergencial (RBE) (Lei nº 13.982/2020). O auxílio financeiro 
emergencial, inicialmente no valor de R$ 600,00 mensais, foi 
direcionado à população de baixa renda que teve o cadastro 
aprovado para se tornar beneficiária do programa (BARBOSA; 
PRATES, 2020).
Inicialmente, o auxílio emergencial abrangeu um contingente 
de 68,2 milhões de brasileiros. No entanto, boa parte da 
massa trabalhadora não teve acesso a esse auxílio. Além 
disso, o montante autorizado pelo Congresso Nacional para 
o auxílio emergencial, que em 2020 foi de R$ 295 bilhões, em 
2021 foi reduzido para R$ 44 bilhões (Figura 2). O valor pago 
inicialmente, que consistia em três parcelas de R$ 600,00, foi 
alterado em 2021 para quatro parcelas com valor médio de 
R$ 250,00 (R$ 150,00 para pessoas que moravam sozinhas, R$ 
250,00 para domicílios com mais de uma pessoa e R$ 375,00 
para mães solo), instituído pela Medida Provisória nº 1.039, de 
18 de março de 2021 (BRASIL, 2021a). O auxílio emergencial 
teve sua vigência encerrada no dia 15 de julho de 2021.
Tudo isso, associado à exclusão, em 2021, de 22,6 milhões de beneficiários iniciais do 
programa, dificultou ainda mais a obtenção das condições mínimas de sobrevivência 
para que os trabalhadores pudessem permanecer em isolamento domiciliar, e vimos, 
assim, a doença atingir níveis alarmantes no país (BRASIL, 2021a).
A pandemia de Covid-19 explicitou e agravou ainda mais as já profundas e persistentes 
desigualdades sociais presentes no Brasil: em agosto de 2021, cerca de 61 milhões de 
habitantes se encontravam em situação de pobreza e 19,3 milhões em situação de 
extrema pobreza (SANTOS, 2021), em um país que volta, nesse momento, a fazer parte 
do Mapa da Fome.
2020
295
bilhões
44
bilhões
2021
Montante autorizado (em R$)
Montante autorizado (em R$)
Valor inicial em 2020: 3 parcelas de 600 reais.
Valor médio em 2021: 4 parcelas de 250 reais.
FIGURA 2 – COMPARAÇÃO DOS VALORES ANUAIS DO AUXÍLIO EMERGENCIAL 
ENTRE 2020 E 2021
Fonte: elaboração das autoras.
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 22
1.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA NO PERÍODO PRÉ-PANDEMIA
Nas últimas décadas, o mundo vem vivenciando profundas transformações 
geopolíticas, sociais, econômicas, tecnológicas, ambientais e culturais que têm 
impactado diretamente a existência do homem no planeta, tanto no sentido 
de propiciar melhores condições de vida, alternativas mais eficazes e velozes de 
comunicação e informação, maior liberdade nos costumes, quanto, e principalmente, 
no sentido de impactar negativamente os ambientes ecológico, de vida e de trabalho, 
aprofundando as desigualdades econômicas e sociais.
Esse movimento adquire maior visibilidade a partir da década de 1980, com o 
fortalecimento da chamada globalização, um processo de integração econômica 
entre países, geralmente (mas não necessariamente) próximos em termos 
geográficos. Esses países passaram a se organizar em blocos econômicos e a integrar 
os seus mercados para que pudessem se tornar mais competitivos em âmbito global 
e fortalecer seus mercados consumidores internos e externos, e, em decorrência, as 
suas economias. Alguns tratados de livre comércio foram estabelecidos entre países 
de um mesmo bloco econômico, permitindo que os produtos circulassem entre eles 
em maior intensidade e com preços mais baixos em virtude da abertura de mercados 
e da redução de tarifas alfandegárias. São exemplos de blocos econômicos a União 
Europeia, o NAFTA (North American Free Trade Agreement) e o Mercosul (Mercado 
Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte.
Ao mesmo tempo que os bens econômicos passaram a circular em 
maior intensidade mundialmente e a economia se tornou cada vez mais 
globalizada, uma série de outros aspectos da vida humana também foram 
se tornando “globais”: o mercado financeiro, os padrões de consumo e de 
qualidade, a cultura, os costumes, a ciência, o trabalho, as comunicações e 
a saúde, por exemplo. Mas também se globalizaram a violência, o tráfico de 
pessoas e de drogas ilícitas, as injustiças, o preconceito, as desigualdades 
sociais, a destruição do meio ambiente, entre outros.
Nesse contexto, você já notou que, no que concerne à saúde-doença 
coletiva, é inquestionável, especialmente nos dias atuais, que se trata de um 
problema global: as doenças se manifestam de forma semelhante em âmbito 
global, e, nesse aspecto, temos como bons exemplos a obesidade (que é uma 
doença pandêmica), as doenças cardiovasculares, o câncer e, no campo das 
causas externas, a violência. No entanto, foi a pandemia de Covid-19 que, 
pela sua elevada transmissibilidade, gravidade, capacidade de sobrecarregar 
os serviços de saúde e gerar tantos óbitos em tão pouco tempo, escancarou 
para o mundo a forma e a velocidade com que uma doença infecciosa grave 
é capaz de se propagar em decorrência do deslocamento de pessoas pelo 
mundo. Nesse contexto, o SUS, apesar dos inegáveis avanços e das diversas 
experiências exitosas alcançadas no âmbito das políticas públicas nas últimas 
décadas, se tornou ainda mais sobrecarregado, e muitos serviços de saúde 
chegaram a colapsar em alguns momentos.
SAIBA MAIS
Se você quiser conhecer mais sobre a história 
do SUS, seus fundamentos e organização, 
bem como seus avanços e impactos, 
sugerimos a leitura do livro Desafios do 
SUS, de autoria do Professor Eugênio Vilaça 
Mendes (2019), disponível em: 
https://www.conass.org.br/biblioteca/
desafios-do-sus/Blocos econômicos mundiais. Fonte: Wikimedia Commons
https://www.conass.org.br/biblioteca/desafios-do-sus/
https://www.conass.org.br/biblioteca/desafios-do-sus/
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 23
A pandemia nos obrigou a refletir sobre os impactos das nossas ações 
(especialmente as corporativas) no planeta e sobre a necessidade de fortalecer “a 
consciência de que a saúde é um bem indivisível, e de que o gênero humano está 
vinculado por um destino comum” (BERLINGUER, 1999, p. 23). 
Ou seja, você pode perceber que estamos "sentindo na carne" como um vírus novo 
que surge em algum lugar no mundo é capaz de, em poucos meses, se espalhar 
e causar grande destruição e sofrimento em praticamente todos os cantos do 
planeta, a ponto de alterar totalmente os rumos da história da humanidade e 
fazer o planeta literalmente parar, como cantou Raul Seixas.
Convidamos você a ouvir a música O dia em que a Terra 
Parou, de Raul Seixas. Nela, o compositor imagina 
uma situação futura de caos planetário, em que as 
pessoas não podem sair de suas casas e interrompem 
as suas atividades cotidianas. Para ouvir a música, 
clique no link: 
https://youtu.be/H8zbYY41Vus
Você já parou para pensar que um 
dos principais problemas atuais que 
exercem impactos muito negativos 
sobre as condições de vida e de saúde 
das populações e está diretamente 
relacionado à atual crise sanitária 
causada pela pandemia de Covid-19 
é a acelerada destruição do meio 
ambiente? As gerações atuais estão 
vivenciando um intenso processo 
de exploração e esgotamento dos 
recursos naturais do planeta, como 
as águas, as florestas e o solo, que 
levam a uma série de impactos 
que caracterizam uma situação de 
colapso ambiental (Figura 3).
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A PRODUÇÃO DO 
COLAPSO SOCIOAMBIENTAL
Fonte: elaboração das autoras.
Degelo de calota polar
Eventos climáticos 
extremos
Enchentes/secas
Desertificação
Mineração
Garimpo
Aquecimento global
Ondas migratórias
Esgotamento de 
mananciais
Escassez de água
Agronegócio
Padrões de consumo/
Consumismo
Colapso
socioambiental
Aumento da miséria, 
pobreza e fome
Aumento do preconceito 
e da violência
Furacões, tornados, 
tremores de terra
Contaminação 
ambiental (agrotóxicos/metais 
pesados)
Desmatamento/
queimadas
Epidemias/pandemias
https://youtu.be/H8zbYY41Vus
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 24
Recentemente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) 
divulgou dados alarmantes sobre o aquecimento global. No relatório do Grupo de 
Trabalho 1 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – ONU) 
(INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 2021), especialistas constataram 
que, se o aquecimento global causado pela emissão de gases responsáveis pelo efeito 
estufa não for limitado a 1,5 grau centígrado até 2030, o planeta sofrerá impactos sem 
precedentes, como calor e frio extremos, degelo do Ártico, aumento do nível do mar, 
redução de corais e cardumes, extinção de vertebrados, insetos e espécies vegetais, 
escassez de alimentos, aprofundamento da miséria, da pobreza e da fome, entre outros. 
É importante que você perceba que já estamos vivenciando algumas dessas 
transformações na atualidade. No Brasil, atividades como o agronegócio, a mineração, o 
garimpo e a extração ilegal de madeira vêm gerando fortes impactos ambientais e têm sido 
responsáveis pela destruição de importantes biomas, como o cerrado, as florestas tropicais 
e a mata atlântica. A destruição desses biomas pela ação humana causa desequilíbrios no 
meio ambiente que podem se tornar irreversíveis, a ponto de comprometer a vida no 
planeta para as gerações futuras. Além disso, muitos recursos naturais não renováveis, 
como os bens minerais, vêm sendo explorados de forma intensiva, provocando não só os 
impactos ambientais citados, mas também o esgotamento desses recursos, o que deverá 
causar, em médio e longo prazos, impactos econômicos, com redução da geração de 
empregos e de renda para a população trabalhadora. 
Conforme nos vem alertando o líder indígena e ativista 
socioambiental Ailton Krenak, precisamos perceber a Terra como 
um único organismo vivo, do qual nós, humanos, somos parte e 
não o centro. No livro Ideias para adiar o fim do mundo (KRENAK, 
2020a), o autor nos lembra: 
Fomos, durante muito tempo, embalados com a 
história de que somos a humanidade. Enquanto isso 
- enquanto seu lobo não vem -, fomos nos alienando 
desse organismo de que somos parte, a Terra, e 
passamos a pensar que ele é uma coisa e nós outra: 
a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem 
alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. 
O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo 
pensar é natureza [...] Enquanto isso, a humanidade 
vai sendo descolada de uma maneira tão absurda 
desse organismo que é a terra. Os únicos núcleos 
que ainda consideram que precisam ficar agarrados 
nessa terra são aqueles que ficaram meio esquecidos 
pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas 
beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América 
Latina. São caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes 
- a sub-humanidade. Porque tem uma humanidade, 
vamos dizer, bacana. E tem uma camada mais bruta, 
rústica, orgânica, uma sub-humanidade, uma gente 
que fica agarrada na terra. [...] A organicidade dessa 
gente é uma coisa que incomoda, tanto que as 
corporações têm criado cada vez mais mecanismos 
para separar esses filhotes da terra de sua mãe 
(KRENAK, 2020a, p. 72). 
Fonte: https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-encuv / https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-ikrvz / https://
www.flickr.com/photos/amazoniareal/50446231782 / https://www.pxfuel.com/pt/free-photo-oskou
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 25
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela 
Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, estabelece a saúde 
como um dos direitos universais inalienáveis de todo ser humano, sem 
distinção de qualquer espécie, junto com o direito à vida, à liberdade, 
à dignidade, à justiça, à segurança, à proteção da lei, à liberdade de 
pensamento, ao trabalho justamente remunerado, à alimentação 
adequada, à instrução, à cultura, entre outros (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 1948). A realização desse conjunto de direitos é 
uma meta a ser alcançada, pois concorre para o fortalecimento do 
desenvolvimento humano, da democracia e da cidadania. Por isso 
tudo, sugerimos a leitura da Declaração (https://www.unicef.org/
brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos).
No Brasil, como você sabe, a Constituição Federal (BRASIL, 1988), que 
é baseada nos princípios fundamentais da soberania, da cidadania, da 
dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa e do pluralismo político, estabelece, em seu Art. 6º, os direitos 
sociais de todos os brasileiros, sem qualquer distinção. 
Por sua vez, a Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, 
que altera o Inciso VI do Art. 170 da Carta Magna, estabelece a defesa do 
meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seu processo de elaboração 
e prestação (BRASIL, 2003). Cumprir os direitos humanos e de cidadania é 
tarefa urgente que se coloca como um grande desafio no atual momento.
SAIBA MAIS
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre os impactos ambientais e suas consequências nas condições 
de vida e de saúde das populações, sugerimos a leitura da entrevista realizada com o líder indígena Ailton 
Krenak, publicada no jornal da Universidade Federal do Rio Grandedo Sul (UFRGS) (KRENAK, 2020c). Nela, 
o autor expressa suas ideias a respeito da crise ambiental global e a ocorrência de epidemias e pandemias 
como a que estamos vivenciando no momento: 
https://www.ufrgs.br/jornal/ailton-krenak-a-terra-pode-nos-deixar-para-tras-e-seguir-o-seu-caminho/
Abdicar da visão antropocêntrica e cuidar bem da Mãe Terra e de tudo que nela habita ou existe, como nos ensinaram nossos ancestrais, 
é também evitar novas epidemias e pandemias, é cuidar de nossa saúde e a das gerações futuras (KRENAK, 2020b). O grupo de trabalho 
2 do Painel Intergovernamental para Mudanças Clímáticas (IPCC - ONU) liberou documentos disponíveis em https://www.unep.org/pt-
br/resources/relatorios/sexto-relatorio-de-avaliacao-do-ipcc-mudanca-climatica-2022 no qual alerta fortemente para a relação entre 
os impactos das mudanças climáticas, da exploraçãp da vida selvagem e da perda de habitats naturais e a emergência de epidemias e 
pandemias. Alerta também para o risco de ruptura social caso o cenário de destruição dos ecossistemas não seja radicalmente modificado 
(INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 2022). 
São eles: “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência 
aos desamparados” (nova redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 90, de 2015) (BRASIL, 2015a).
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
https://www.ufrgs.br/jornal/ailton-krenak-a-terra-pode-nos-deixar-para-tras-e-seguir-o-seu-caminho/
https://www.unep.org/pt-br/resources/relatorios/sexto-relatorio-de-avaliacao-do-ipcc-mudanca-climatica-2022
https://www.unep.org/pt-br/resources/relatorios/sexto-relatorio-de-avaliacao-do-ipcc-mudanca-climatica-2022
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1.4 A PANDEMIA DE COVID-19: HISTÓRICO, CONTEXTO GLOBAL E BRASILEIRO
Nesse momento, você já deve ter compreendido 
que a pandemia de Covid-19, causada pelo 
novo coronavírus (SARS-CoV-2), se apresenta 
como um grave problema sanitário mundial 
e, nesse cenário, o mundo atravessa uma crise 
de saúde, social e econômica sem precedentes 
(UNITED NATIONS, 2020). 
Em dezembro de 2019, a OMS foi comunicada 
sobre a ocorrência de casos de pneumonia na 
cidade de Wuhan, na China, referente à infecção 
de uma nova cepa de coronavírus, até então 
desconhecida, confirmada pelos chineses em 7 
de janeiro de 2020 (LIU; KUO; SHIH, 2020).
Ao todo, sete tipos de coronavírus humano 
(HCoVs) já foram identificados, a saber: HCoV-
229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, 
SARS-CoV (que causa síndrome respiratória 
aguda grave), MERS-CoV (que causa síndrome 
respiratória do Oriente Médio) e o mais recente, 
o novo coronavírus, que, em fevereiro de 2020, 
foi denominado de SARS-CoV-2, responsável 
por causar a doença (LIU; KUO; SHIH, 2020).
Em janeiro de 2020, a OMS declarou que o 
surto do novo coronavírus se tratava de uma 
Emergência de Saúde Pública de Importância 
Internacional, o mais alto nível de alerta da 
Organização. Já em 11 de março de 2020, a 
Covid-19 foi classificada pela OMS como uma 
pandemia, ou seja, naquele momento existiam 
epidemias de Covid-19 em vários países e 
regiões do mundo. No mesmo momento, 
a OMS recomendou aos países a adoção 
das medidas previstas no Regulamento 
Sanitário Internacional (RSI) (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2021a). 
A Covid-19 tem como principais sintomas cansaço, tosse seca e febre. Contudo, alguns 
indivíduos podem apresentar congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, 
diarreia, perda de paladar e/ou olfato, erupção cutânea ou descoloração dos dedos das 
mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. Grande 
parte dos indivíduos se recupera sem precisar de internação ou cuidados intensivos. 
Entretanto, aproximadamente um em cada seis indivíduos infectados pela Covid-19 ficou 
gravemente doente e desenvolveu dificuldades respiratórias, sobretudo os idosos e aqueles 
com comorbidades como hipertensão, doenças cardiovasculares e pulmonares, diabetes ou 
câncer, que podem em alguns casos se agravar (FLEITAS et al., 2021; ELLIOTT et al., 2021).
No início do enfrentamento da pandemia, em diferentes partes do mundo o maior obstáculo 
era o desconhecimento científico sobre essa nova cepa de coronavírus, que é altamente 
transmissível e potencialmente fatal, especialmente em populações vulneráveis. No mundo, 
as medidas de Saúde Pública necessárias ao enfrentamento da pandemia tiveram maior 
impacto em determinados grupos sociais e territórios, o que revelou ainda mais desigualdades 
sociais, econômicas e de saúde preexistentes (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020).
Em se tratando de pandemias, quando não há vacinas disponíveis para imunização em 
massa para conter a disseminação e há ausência de medicamentos para prevenir e tratar a 
doença, como aconteceu no início da pandemia da Covid-19, não há medida que supere em 
eficácia a separação dos indivíduos sadios dos enfermos. 
Módulo: Fundamentos e tecnologias para o enfrentamento da COVID-19 e de outras doenças virais | Unidade 1 - Sociedade e Trabalho Contemporâneo em Tempos de Epidemia/Pandemia 27
Você, caro trabalhador estudante, saberia dizer quais medidas de saúde pública 
devem ser adotadas quando ocorre uma pandemia como a da Covid-19?
A seguir apresentamos algumas medidas de saúde pública que foram adotadas na 
pandemia da Covid-19.
• Isolamento: separação de pessoas doentes ou contaminadas, ou de bagagens, 
meios de transporte, mercadorias ou encomendas postais afetadas, de outros, de 
maneira a evitar a contaminação ou a propagação do coronavírus (BRASIL, 2022);
• Quarentena: restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de 
contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, 
animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de contaminação, de 
maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do coronavírus 
(BRASIL, 2022);
• Distanciamento físico: limitar o contato próximo entre pessoas infectadas e outras 
pessoas para reduzir as chances de transmissão do SARS-CoV-2 (BRASIL, 2022).
SAIBA MAIS
Caro trabalhador estudante, para saber mais sobre as medidas 
de proteção da Covid-19, consulte o Guia de Vigilância 
Epidemiológica Covid-19 (BRASIL, 2022) do Ministério da 
Saúde do Brasil, que está disponível no link a seguir.
https://w w w.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/
publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-
epidemiologica-covid-19/view
SAIBA MAIS
Se você tem interesse, pode acessar o link disponibilizado pelo 
Ministério da Saúde do Brasil para acompanhar a síntese de 
casos, óbitos, incidência e mortalidade pelo novo coronavírus 
no país (BRASIL, 2021c). Disponível em: 
https://COVID.saude.gov.br/
O número elevado de infectados pela Covid-19 e de óbitos decorrentes 
da doença provocou colapsos pontuais nos sistemas de saúde. Problemas 
de saúde mental se tornaram mais frequentes devido às medidas de 
confinamento, ao medo de se contaminar e adoecer gravemente ou mesmo 
de falecer ou perder entes queridos em decorrência da doença. Assim, como 
trabalhador estudante, você deve ter percebido o impacto ocupacional e 
psicológico dos envolvidos diretamente no enfrentamento da Covid-19, 
quanto às mudanças introduzidas na rotina de trabalho, como aumento 
da jornada de trabalho, criação de espaços de isolamento e reforço das 
recomendações para uso dos Equipamentos Proteção Individual (EPI). 
No Brasil, um país com dimensões continentais, uma desigualdade social 
acentuada, com populações vivendo em condições precárias de habitação e 
saneamento, sem acesso sistemático à água e em situação de aglomeração, e 
altos índices de desemprego, os desafios foram e ainda sãomaiores (OLIVEIRA 
et al., 2020; WERNECK; CARVALHO, 2020). Assim, o conceito físico de onda 
se tornou uma ferramenta importante para análise do desenvolvimento da 
pandemia, caracterizado pelo número de casos e óbitos.
No link a seguir, que está dentro do site da OMS, você pode observar o 
comportamento da pandemia no Brasil, com destaque para as ondas 
epidemiológicas ocorridas ao longo do seu desenvolvimento e o surgimento 
de novas variantes do novo coronavírus (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 
2021b): https://COVID19.who.int/region/amro/country/br.
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view
https://COVID.saude.gov.br/
https://COVID19.who.int/region/amro/country/br
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A necessidade de contenção da pandemia com 
medidas não farmacológicas, como isolamento 
social, uso de álcool em gel, higiene e uso de máscara, 
tendo em vista a cobertura vacinal diante das ondas 
de contaminação e novas variantes do vírus, revelou 
ainda mais a exposição de grupos vulneráveis, como 
motoristas de ônibus, caixas de supermercados, 
profissionais da limpeza urbana, profissionais de 
saúde envolvidos diretamente no enfrentamento da 
doença, além dos povos indígenas e quilombolas. 
Além disso, verifica-se o incremento de adoecimento 
mental das pessoas em confinamento, indivíduos 
em home office e temor pelo risco de adoecimento 
e morte.
SAIBA MAIS
Você pode acompanhar a situação epidemiológica atual de número de casos, óbitos e cobertura 
vacinal no Brasil e no mundo. Basta clicar no mapa disponibilizado pela OMS (WORLD HEALTH 
ORGANIZATION, 2021c). Disponível em:
https://COVID19.who.int/
No início da pandemia, permanecemos em isolamento social, esperando que 
a rotina normal fosse restabelecida em poucos meses. No entanto, ao longo de 
dois anos, percebemos a necessidade de nos adaptar às medidas de segurança 
e de enfrentar os desafios e as possibilidades dessa nova forma de viver, que se 
prolonga por mais tempo.
Apesar de existirem medidas farmacológicas como a vacinação, é importante 
replicar para o público a relevância de manter as medidas não farmacológicas de 
proteção. 
A evolução do Plano Nacional de Vacinação tem alcançado êxito no enfrentamento 
da Covid-19. Porém, já são conhecidas variantes do coronavírus que podem 
provocar novas ondas da doença, e o reforço das medidas de isolamento, 
distanciamento social, uso de máscara e higiene pessoal impactam fortemente a 
redução da disseminação do novo coronavírus.
Estabelecer esses cuidados na rotina de trabalho e na orientação dos usuários dos 
serviços de saúde é fundamental para o enfrentamento da pandemia.
Destaca-se também a importância das redes de apoio e solidariedade no 
enfrentamento de emergências e catástrofes. Essas redes, geralmente formadas 
por Organizações Não Governamentais (ONGs), movimentos sociais, organizações 
da sociedade civil, empresas, universidades e grupos de indivíduos, são capazes 
de responder em momentos de crise, ainda que parcialmente, às demandas 
emergenciais dos atingidos relacionadas, por exemplo, à alimentação, vestuário, 
medicamentos, água, higiene pessoal e ambiental, até que o poder público possa 
se organizar minimamente para assumir o provimento e coordenação das ações 
(HE; HARRIS, 2020). A estruturação de redes de apoio e solidariedade como as 
citadas pode ser considerada um dos indicadores de desenvolvimento de uma 
sociedade, pois revela uma cultura participativa e organizativa local e o grau de 
empoderamento e autonomia de seus membros, o que contribui sobremaneira 
para a melhoria dos indicadores de saúde e de qualidade de vida (ANDRADE; 
VAITSMAN, 2002). 
Assim, podemos afirmar que, quanto maior a quantidade e o alcance das redes de 
solidariedade, mais organizada e mobilizada uma sociedade se encontra, o que é 
indicativo da participação voluntária (individual ou coletiva) enquanto exercício 
da democracia, da autonomia e da cidadania. Você deve ter verificado que, tanto 
no Brasil quanto em outros países, no momento de enfrentamento do novo 
coronavírus, a solidariedade se tornou um instrumento importante para ajudar 
indivíduos em estado de vulnerabilidade, o que certamente garantiu a eles maior 
conforto, segurança e tranquilidade do que teriam na ausência dessas redes.
SAIBA MAIS
Se você quiser saber mais sobre as redes de solidariedade, 
sugerimos a leitura do boletim disponível no link: https://
w w w.unicamp.br/unicamp/sites/default/fi les/
Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20
(2).pdf
Nele, você poderá se informar sobre o funcionamento, durante 
a pandemia, de algumas dessas redes em comunidades 
indígenas, quilombolas e de outros povos tradicionais (SILVA; 
GITAHY; BALDASSA, 2020).
https://COVID19.who.int/
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/Boletim%20Covid-19%20do%20DPCT-IG%20n19%20(2).pdf
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1.5 O MUNDO DO TRABALHO NA PANDEMIA DE COVID-19: NOVAS CONFIGURAÇÕES DO TRABALHO
Vimos, nas seções anteriores, a forma como a Covid-19 impactou os aspectos sociais e 
econômicos. E o trabalho? Será que o mundo do trabalho foi impactado pela pandemia?
Saiba Mais sobre o assunto no e-book "Prevenção e controle da Covid-19: estudo 
multicêntrico sobre a percepção e práticas no cotidiano das orientações médico-
científicas pela população dos territórios de abrangência da Atenção Primária à 
Saúde"no link: https://editora.redeunida.org.br/wp-content/uploads/2023/04/Livro-
Prevencao-e-controle-da-covid-19.pdf
Com o advento da pandemia de Covid-19, o mundo, que já se encontrava 
em grave crise econômica e social, deparou-se com situações até então 
inimagináveis: na tentativa de conter o avanço do vírus, fronteiras 
internacionais foram fechadas, o trabalho presencial foi interrompido e 
populações inteiras foram colocadas em confinamento e quarentena. A 
circulação doméstica de pessoas foi restringida, eventos internacionais 
foram suspensos ou adiados, os comércios fecharam as portas, férias 
individuais e feriados foram antecipados e férias coletivas foram 
concedidas a grupos de trabalhadores, postos de trabalho foram 
sumariamente eliminados, os serviços de saúde ficaram sobrecarregados 
e até mesmo itens básicos de consumo, como alimentos, produtos de 
higiene e medicamentos, se tornaram muito caros ou começaram a 
escassear nas prateleiras de supermercados e farmácias (RAICHELIS; 
ARREGUI, 2021). 
 A nova realidade assustava – ainda assusta – e impôs 
uma nova forma de organização global da vida em 
sociedade, que causou impactos individuais e coleti-
vos muito preocupantes do ponto de vista da saúde 
física e mental: a população foi gravemente afetada 
pela necessidade de isolamento e distanciamento de 
familiares e amigos, especialmente crianças e idosos, 
e pela perda de entes queridos para a doença, ao mes-
mo tempo que passou a conviver com a sobrecarga e 
até mesmo com o colapso dos sistemas de saúde pú-
blica e privada. As escolas e universidades fecharam 
as portas e o ensino presencial foi substituído por ati-
vidades remotas que causaram grande desgaste físico 
e mental a educadores,

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