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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por 
quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autoriza-
ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se 
deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Direção.
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
PRó-ReitoR administRativo financeiRo: 
Prof. rafael raBelo Bastos
PRó-ReitoR de Relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
PRó-ReitoR acadêmico:
Prof. HerBert Gomes martins
diReção nead:
Prof. riCardo deiBler ZamBrano Junior
cooRdenação nead:
Profa. luCiana rodriGues ramos
ExpEdiEntE
Ficha técnica
autoRia: 
emanuella moraes de sousa 
suPeRvisão de PRodução nead:
franCisCo Cleuson do nasCimento alves
design instRucional:
emanoela de araúJo
PRojeto gRáfico e diagRamação:
franCisCo erBínio alves rodriGues
caPa e tRatamento de imagens:
franCisCo erBínio alves rodriGues
Revisão textual:
emanoela de araúJo
Ficha catalográFica
catalogação na publicação
bibliotEca cEntro univErsitário atEnEu
SOUSA, Emanuella Moraes de. Introdução ao sistema de saúde pública. Emanuella 
Moraes de Sousa - Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2017. 
68 p.
ISBN: 978-85-5468-050-3 
1. Saúde no Brasil. 2. SUS. 3. Vigilância. 4. Ética em Saúde. I. Centro Universitário Ateneu.
Seja bem-vindo!Seja bem-vindo!
Caro estudante, é com grande alegria que apresento o material 
didático da disciplina Introdução ao Sistema de Saúde Pública do Brasil. 
Este livro está dividido em quatro capítulos, nos quais, abordaremos os 
conceitos de saúde e doença, história natural das doenças, vigilância epidemio-
lógica, meio ambiente e cidadania, políticas de saúde pública, sistema único de 
saúde (SUS) e, por fim, ética e trabalho nos serviços de saúde.
Ele tem o intuito de contribuir para a melhoria do ensino-aprendi-
zagem da disciplina, acerca do conhecimento científico do planejamento e 
das ações dos profissionais de saúde no âmbito da saúde pública no país, 
promovendo competências e habilidades que serão implementadas ao lon-
go de sua prática assistencial.
O nosso objetivo não é esgotar o assunto, pois foram expostos 
neste material apenas os principais pontos a serem discutidos ao longo da 
disciplina, buscando despertar a sua curiosidade em relação ao aprofunda-
mento dos seus estudos, de acordo com o referencial teórico colocado no 
decorrer dos capítulos.
Bons estudos!
SumárioSumário
UMA VISÃO HOLÍSTICA DA SAÚDE NO BRASIL
1. Conceitos de saúde e doença no país ........................................... 8
2. Aspectos sociodemográficos:
meio ambiente, saúde e cidadania ............................................... 10
3. Níveis de assistência à saúde ...................................................... 12
4. Necessidades humanas básicas .................................................. 14
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
1. O que é o SUS? ........................................................................... 20
2. Implementação do sistema único de saúde no Brasil .................. 21
3. Legislação e diretrizes do SUS .................................................... 24
4. O processo de reforma sanitária .................................................. 27
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
1. Conceito de vigilância em saúde pública ..................................... 36
2. Uma breve história epidemiológica brasileira ............................... 38
3. História natural da doença ............................................................ 39
4. Aspectos da promoção e prevenção da saúde ............................ 43
5. Sistema de informação e registro em saúde ................................ 44
ÉTICA E TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. O que é ética em saúde? ............................................................. 50
2. Trabalho em equipe: negociação na área da saúde .................... 52
3. Padrões de qualidade em prestação de serviços em saúde ........ 54
4. Direitos do cliente aos serviços de saúde .................................... 57
Referências ..................................................................................... 62
7
Capítulo 01
Uma visão holística da saúde no BrasilUma visão holística da saúde no Brasil
CONHECIMENTO
PR
Á
T
IC
A
PROMOÇÃO
POPULAÇÃO
DIMENSÃO
BEM-ESTAR
D
E
SI
G
U
A
L
D
A
D
E
DINÂMICO
DIVERSIDADE
MELHORIA
PENSAMENTO
INDIVÍDUO
CONSTITUIÇÃO
BIOMÉDICO
PO
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A
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CONDIÇÕES
SAUDÁVEL
GENÉTICA
ECONÔMICO
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REVALORIZAÇÃO
QUALIDADE
SAÚDE
COMPLEXO
A
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T
E
R
A
Ç
Õ
E
S
• Compreender o conceito de saúde e doença;
• Correlacionar os aspectos sociodemográficos com a saúde no Brasil;
• Conhecer e identificar os níveis de atenção à saúde.
8
1. conceitos de saúde e doença no país1. conceitos de saúde e doença no país
Um dos conceitos de saúde mais difundidos é o da Organização Mundial de 
Saúde (OMS), de 1948, que diz: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, 
mental e social e não apenas a ausência de doença”. No entanto, atualmente, o con-
ceito de saúde está cada vez mais vinculado à promoção da saúde e qualidade de 
vida. Tornando-se abrangente e complexo para os profissionais da saúde. 
Muitos estudos científicos tentam construir, de forma mais ampla e abrangen-
te, um conceito dinâmico para a saúde, procurando não o identificar apenas por 
meio da questão da busca da “saúde perfeita”. 
Para Foucalt (2004), o campo de promoção da saúde teve suas primeiras 
aproximações no que se reconhece “como conceito ampliado de saúde” antes do mo-
delo biologicista. No século 18, os discursos sociais realizados pelas medicinas ale-
mã, francesa e japonesa definiram a conformação da medicina social, tendo como 
primeiro objeto de estudo o corpo como força de trabalho. 
Historicamente, desde a Grécia e Roma antigas, tinha-se uma preocupação 
com o bem-estar do indivíduo, sendo este considerado como um investimento para 
a sociedade da época.
Segundo Mendes (1996) apud Barros (2002), o modelo biomédico egocên-
trico pautava-se nos elementos do mecaniscismo, biologicismo, individualismo, espe-
cialização, tecnificação e curativismo. 
Alguns autores como Virchow, Villermée e Chadwick identificaram a revalo-
rização da promoção da saúde, pois ela estava interligada ao pensamento mé-
dico social do século XIX, no qual eram estabelecidas as relações entre saúde e 
condições de vida. As perspectivas progressistas que enfatizavam outra dimensão 
do discurso de promoção da saúde ressaltavam a elaboração de políticas públicas 
intersetoriais voltadas à melhoria da qualidade de vida da população e à incorporação 
de elementos físicos, psicológicos e sociais. (CZERESNIA, 2008).
Uma das formulações teóricas mais reconhecidas no desenvolvimento da 
concepção de promoção da saúde foi apresentada por Leavell e Clark, em 1965, 
quando eles descreveram a história natural da doença. Segundo esses autores, o 
9
processo evolutivo de uma doença comportaria os períodos pré-patogênico e pato-
gênico. Em cada um deles caberiam alguns níveis de prevenção, já que a promoção 
da saúde representava a prevenção primária, composta por medidas ou ações de 
saúde, tais como educação sanitária, alimentação, nutrição, moradia e condições de 
trabalho adequadas, lazer, entre outras (VERDI; CAPONI, 2005).
O modelo de história natural da doença carrega uma visão reducionista 
do ser humano em relação à sua condição natural e biológica, ao mesmo tempo que 
reduz os agentes etiológicos à sua condição biológica e transfere para o meio a con-
dição de produtor do processo (AMADOR; SILVA, 2017).
A saúde comunitária, em alguns países, representou um modelo que subs-
tituía o antigo modelo biomédico (centrado no tratamento curativista), tendo como 
enfoque o tratamento da doença basicamente para a promoção da saúde, atribuída 
à implementação de centroscomunitários, com auxílio do Governo Federal do Brasil, 
que desenvolvia ações de cuidados à saúde da população em um espaço geográfico 
delimitado.
A mobilização dos profissionais de saúde para que a população adquira 
hábitos saudáveis se faz necessária, em que se pode inserir outros profissionais de 
vários setores, por exemplo, habitação, educação, assistência social, organização e 
arquitetura urbana, segurança pública e meio ambiente (AMADOR; SILVA, 2017). 
Em 1986, foi realizada em Otawa-Canadá, a I Conferência Internacional sobre 
Promoção da Saúde, que buscava atingir a concepção de saúde para todos no ano 2000. 
Posteriormente, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), cujos objetivos 
eram parecidos com a carta de Otawa, apresentando nos relatórios um conceito amplo de 
saúde por meio da inserção de um ambiente adequado para o desenvolvimento humano e 
suas necessidades básicas. Contudo, no início do século XX, foi implementada a Política 
Nacional de Promoção da Saúde pelo Ministério da Saúde.
Diante do julgamento da OMS, nenhum ser humano ou população é conside-
rada totalmente saudável ou doente. Contudo, o conceito de doença está relacio-
nado às alterações morfológicas e funcionais do indivíduo. Dentro da identificação 
característica do conceito de saúde e doença, apresentam-se os aspectos sociode-
mográficos, que são determinados por meio do meio ambiente, saúde e cidadania.
10
2. aspectos sociodemográficos:2. aspectos sociodemográficos:
meio amBiente, saúde e cidadaniameio amBiente, saúde e cidadania
Nesse enfoque, o padrão de distribuição de doenças em um país ou região 
geográfica depende de vários fatores ambientais que afetam cada membro de sua 
população, desde seu nascimento até a sua morte. A resposta de indivíduos a um 
aspecto nocivo do ambiente também depende de sua constituição genética. Os 
fatores ambientais podem ser: agentes físicos, substâncias químicas, agentes bioló-
gicos e fatores nutricionais. Eles estão relacionados às características geográficas de 
uma região, à cultura dos grupos, ao status socioeconômico e a fatores ocupacionais 
(HUTT; BURKITT, 1986).
Segundo Ribeiro (2004), a saúde pública abrange algumas subáreas do conheci-
mento e da prática que lhe dão uma rica e importante diversidade. Dentre elas:
• Meio ambiente: está relacionado às características geográficas de uma 
região, aspectos culturais, moradia e fatores ocupacionais (físicos, químicos, 
biológicos e nutricionais);
• Saúde ambiental: identifica impactos ambientais das ações humanas 
(contaminação, poluição, mudanças climáticas etc.) e suas repercussões 
na saúde;
• Vigilância ambiental em saúde: é o conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes 
e condicionantes do meio ambiente, identificando as medidas de prevenção 
e controle dos fatores ambientais;
• Desigualdade ambiental: é a exposição de indivíduos e grupos sociais a 
riscos ambientais diferenciados (ar puro, áreas verdes, locais inadequados 
para moradia etc.). 
O modelo de crescimento econômico brasileiro tem gerado fortes concentra-
ções de renda e de infraestrutura, com a exclusão de expressivos segmentos sociais 
em relação a um nível de qualidade ambiental satisfatório, gerando decorrentes pro-
blemas de saúde à sua população, tais como a ocorrência de doenças infecto-para-
sitárias nos bolsões da pobreza das cidades e do país, onde as condições sanitárias 
11
e ambientais são precárias. Uma parcela da população, que vive em condições pre-
cárias, é mais vulnerável às agressões ambientais, propiciadoras de doenças. Esses 
fatores, agravados pela falta de infraestrutura e de serviços de saneamento nas áreas 
mais pobres, levam a uma sobrecarga do setor saúde com pacientes acometidos de 
doenças evitáveis (RIBEIRO, 2004).
As condições de vida e de trabalho dos indivíduos e de grupos da população 
estão relacionadas à sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os 
Determinantes Sociais de Saúde (CNDSS), os determinantes sociais (DSS) são 
fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamen-
tais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e de fatores de risco na 
população (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). 
Figura 01: Determinantes sociais: Modelo de Dahlgren e Whitehead.
IDADE, SEXO E FATORES HE
RED
ITÁ
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IÇÕ
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 SO
CIO
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NÔMICA
S, CULTURAIS E AMBIENTAIS GERAIS 
RE
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CONDIÇÕES DE VIDA 
E DE TRABALHO
AMBIENTE DE 
TRABALHO
EDUCAÇÃO
PRODUÇÃO
AGRÍCOLA E DE 
ALIMENTOS
DESEMPREGO
ÁGUA E
ESGOTO
SERVIÇOS 
SOCIAIS DE 
SAÚDE
HABITAÇÃO
ES
TIL
O D
E VIDA 
DOS INDIVÍDUOS
Fonte: <https://goo.gl/WgcLS5>
Os determinantes ambientais e sociais da população brasileira apresentam 
uma significativa desigualdade socioeconômica, contribuem para a deficiência na me-
lhoria das condições de saúde, pautada na diversidade e representada na regionali-
zação de assistência à saúde.
12
Para aprofundar seus estudos sobre a Conferência Internacional sobre Cuida-
dos Primários de Saúde, leia sobre a Declaração de Alma-Ata na íntegra, acessando 
o seguinte link: <https://bit.ly/10lK3sx>.
3. níveis de assistência à saúde3. níveis de assistência à saúde
No Brasil, a integralidade da atenção em saúde é um dos pilares de sua 
construção, baseada na primazia das ações de promoção; garantia de atenção nos 
três níveis de complexidade; articulação das ações de prevenção, promoção e re-
cuperação; abordagem integral dos indivíduos e das famílias. (GIOVANELLA, 2002 
apud HARTS, 2004).
Os três níveis de complexidade representados na assistência integralizada 
da saúde são: 
• Atenção Primária: é considerada a “porta de entrada”. Aborda os problemas 
mais comuns e de baixa complexidade da comunidade através dos serviços 
de promoção, prevenção e reabilitação da saúde. 
• Atenção Secundária: é formada por serviços especializados em nível 
ambulatorial e hospitalar, realizando procedimentos de média complexidade, 
de apoio diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência.
• Atenção Terciária: é constituída por serviço ambulatorial e hospitalar 
especializado de alta complexidade e alto custo, por exemplo, serviços 
de atenção à urgência e emergência, cardiologia, oncologia, atenção à 
gestação de alto risco e atenção ao paciente grave. 
Segundo o Ministério da Saúde, os níveis de assistência à saúde são consi-
derados arranjos organizativos de ações e serviços de saúde implementados pelas 
Redes de Atenção à Saúde (RAS), através da Portaria nº 4.279 (2010). 
13
As redes de atenção à saúde apresentam um conjunto de atributos es-
senciais para o seu funcionamento, sendo assim, são considerados seus princípios:
• Orientação para as necessidades de saúde: atribuídas às informações 
dadas pelo usuário para o plano de cuidado assistencial (ambiente, família, 
entre outros); 
• Complexidade da abordagem: atribuída à presença de doenças crônicas 
e comorbidades do indivíduo e/ou população;
• Multidisciplinaridade da intervenção: correlacionada aos conhecimentos 
e habilidades dos profissionais de saúde para a resolução adequada dos 
problemas de saúde;
• Longitudinalidade do cuidado: estabelecida pela integração do cuidado 
no contato entre os profissionais e a população; 
• Interdependência e compartilhamento de análise clínica: organiza e 
integra as redes de atenção à saúde;
• Corresponsabilização clínica: articulada pelas habilidades e pelos conhe-
cimentos relacionados ao diagnóstico e a multidisciplinaridade, mediante a 
coordenação do cuidado, que analisa os resultados identificados de respon-
sabilidade geral e específica da assistência ao indivíduo e/ou população:
• Territorialização: compreende o ambiente social e geográfico onde estão 
inseridos os indivíduos e suas famílias;
• Intersetorialidade: representada pelos cuidados médicos que levam em 
conta os cuidados sociais desenvolvidos por políticas públicas;
• Eficiênciaeconômica: evita a realização de procedimentos e exames 
desnecessários, contribuindo com a redução de custos;
• Melhoria contínua da qualidade dos serviços de atenção à saúde: a 
busca contínua em apresentar um cuidado de qualidade aos pacientes.
A operacionalização das RAS interage com três elementos constitutivos: a 
população e a região de saúde, a estrutura operacional idealizada pelos lugares onde 
se ofertam os serviços de saúde e, por fim, o modelo de atenção à saúde que organi-
za e articula as intervenções do sistema de atenção à saúde identificadas pelos seus 
princípios listados anteriormente.
14
Com isso, editada em 2002, a Norma Operacional de Assistência à Saúde 
(NOAS) foi constituída para enfatizar e consolidar a estruturação de redes regio-
nalizadas para a integração do sistema de saúde pública, introduzindo elementos 
estratégicos de integração intermunicipal como a delimitação territorial para a elabo-
ração de políticas, programas e sistemas organizacionais distribuídos por meio de 
módulos nas microrregiões e regiões, a partir do estabelecimento de instrumentos 
de planejamento integrado dos Planos Diretores de Regionalização e Investimentos 
(BRASIL, 2002). 
4. necessidades hUmanas Básicas4. necessidades hUmanas Básicas
A teoria das necessidades humanas básicas apoia-se e engloba leis gerais como 
a do equilíbrio (homeostase ou hemodinâmica), da adaptação e do holismo. Os seus con-
ceitos centrais são: enfermagem, ser humano, ambiente, saúde/doença, necessidades 
humanas básicas, assistência e cuidado em enfermagem (HORTA, 1979).
As necessidades humanas básicas, por sua vez, são estados de tensão, 
conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos 
fenômenos vitais. Em estados de equilíbrio dinâmico, afirma Horta (1979), as ne-
cessidades não se manifestam, permanecendo em estado latente. Assim, estados 
de equilíbrio correspondem à fase de latência das necessidades humanas básicas. 
Já os estados de desequilíbrio correspondem às manifestações das alterações das 
necessidades humanas básicas. A intensidade da manifestação, por sua vez, de-
pende do desequilíbrio instalado. Entende-se por manifestação da alteração das 
necessidades humanas básicas a condição ou situação apresentada pelo indiví-
duo, família ou comunidade que exige uma resolução para voltar ao estado de equilí-
brio. Tal manifestação pode ser aparente ou inaparente, consciente ou inconsciente e 
verbalizada ou não verbalizada. A manifestação de alterações em uma necessidade 
humana básica, que exige assistência de enfermagem, recebe o nome de problemas 
de enfermagem (CIANCIARULLO, 1987).
Na década de 70, Wanda de Aguiar Horta desenvolveu um modelo concei-
tual, no qual a própria vivência na enfermagem a levou a procurar e desenvolver um 
modelo que pudesse explicar a natureza da enfermagem, definir seu campo de ação 
específico e sua metodologia. Essa mesma autora define o processo de enferma-
gem como sendo a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando 
à assistência ao ser humano. (OLIVEIRA, 2015).
15
A fundamentação da teoria proposta por Wanda de Aguiar Horta retrata a 
indagação sobre o atendimento das necessidades humanas básicas relacionado à 
teoria de motivação humana composta por Maslow, que apresenta as necessidades 
de maneira hierarquizada, classificando-as em: fisiológicas, de segurança, sociais ou 
de amor, de estima e de autorrealização. 
Figura 02: Pirâmide de Maslow.
Realização Pessoal
Estima
Segurança
Fisiologia
Amor/Relacionamento
Moralidade,
criatividade,
espontaneidade,
solução de problemas,
ausência de preconceito,
aceitação dos fatos.
Auto-estima,
confiança, conquista,
respeito dos outros, respeito aos outros.
Amizade, família, intimidade sexual.
Segurança do corpo, do emprego, de recursos,
da moralidade, da família, da saúde, da propriedade.
Respiração, comida, água, sexo, sono, homeostase, excreção.
Fonte: <https://goo.gl/4FFBpr>
• Nível Fisiológico: encontra-se na base da pirâmide e representa os 
aspectos físicos multideterminados, por exemplo, fadiga, fome, sede, más 
condições de moradia, problemas relacionados ao tipo de trabalho, entre 
outros;
• Nível de Segurança: são as queixas relacionadas à segurança e à esta-
bilidade do trabalho;
• Nível Social: retrata a dificuldade de relações afetivas do indivíduo com 
outras pessoas;
• Nível de Autoestima: refere-se as queixas de reconhecimento, prestígio, 
apreciação e necessidade de confiança do indivíduo;
16
• Nível de Autorrealização: apresenta-se como uma meta de motivação, 
pessoal, referindo-se às reclamações relativas à ineficiência ou à imper-
feição mundial para com as pessoas.
Sendo assim, Wanda Horta adotou o sistema de classificação preconiza-
do por Mohana, que retrata as necessidades em nível psicobiológico, psicossocial e 
psicoespiritual. Todas essas necessidades se apresentam interrelacionadas, como 
resultado das manifestações associadas aos desequilíbrios causados por falta ou ex-
cesso do atendimento (CIANCIARULLO, 1987).
Com isso, a teoria foi introduzida para a implementação do processo de en-
fermagem, tendo como base estrutural sua sistematização da assistência ao cui-
dado, diante da resolução do COFEN nº 358, de 2009, que apresenta as etapas do 
processo de enfermagem como: histórico de enfermagem, anamnese, diagnóstico de 
enfermagem, prescrição de enfermagem, evolução de enfermagem e anotação de 
enfermagem.
Para aprofundar os seus estudos sobre o assunto, leia a resolução do 
COFEN nº 358/2009, que dispõe sobre a sistematização da assistência de enferma-
gem. Acesse o link: <https://bit.ly/2IJChCx>.
1. Defina o conceito de saúde de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
17
2. Cite três aspectos sociodemográficos e os descreva.
3. Quais os níveis de complexidade de assistência à saúde.
4. Descreva quatro princípios das redes de atenção à saúde.
Neste capítulo, foi abordado o conceito de saúde e doença, mostrando os 
aspectos demográficos relacionados aos determinantes sociais que influenciam na 
promoção da saúde e qualidade de vida da população brasileira.
De modo geral, foram classificados os níveis de complexidade de atenção à 
saúde, com o intuito de contribuir para a implementação das ações dos serviços de 
saúde, retratados por meio dos princípios de redes de atenção à saúde, garantindo, 
assim, a primazia do bom funcionamento de sua operacionalização.
Por fim, foi descrita a teoria das necessidades humanas básicas por Wanda 
Horta, fundamentada no processo de enfermagem que questionava o cuidado dos 
profissionais da saúde em relação à sistematização da assistência de enfermagem.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por 
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ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se 
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Prof. Cláudio ferreira Bastos
PRó-ReitoR administRativo financeiRo: 
Prof. rafael raBelo Bastos
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Prof. Cláudio raBelo Bastos
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Prof. HerBert Gomes martins
diReção nead:
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Profa. luCiana rodriGues ramos
ExpEdiEntE
Ficha técnica
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emanuella moraes de sousa 
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franCisCo Cleuson do nasCimento alves
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emanoela de araúJo
PRojeto gRáfico e diagRamação:
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bibliotEca cEntro univErsitário atEnEu
SOUSA, Emanuella Moraes de. Introdução ao sistema de saúde pública. Emanuella 
Moraes de Sousa - Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2017. 
68 p.
ISBN:978-85-5468-050-3 
1. Saúde no Brasil. 2. SUS. 3. Vigilância. 4. Ética em Saúde. I. Centro Universitário Ateneu.
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didático da disciplina Introdução ao Sistema de Saúde Pública do Brasil. 
Este livro está dividido em quatro capítulos, nos quais, abordaremos os 
conceitos de saúde e doença, história natural das doenças, vigilância epidemio-
lógica, meio ambiente e cidadania, políticas de saúde pública, sistema único de 
saúde (SUS) e, por fim, ética e trabalho nos serviços de saúde.
Ele tem o intuito de contribuir para a melhoria do ensino-aprendi-
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das ações dos profissionais de saúde no âmbito da saúde pública no país, 
promovendo competências e habilidades que serão implementadas ao lon-
go de sua prática assistencial.
O nosso objetivo não é esgotar o assunto, pois foram expostos 
neste material apenas os principais pontos a serem discutidos ao longo da 
disciplina, buscando despertar a sua curiosidade em relação ao aprofunda-
mento dos seus estudos, de acordo com o referencial teórico colocado no 
decorrer dos capítulos.
Bons estudos!
SumárioSumário
UMA VISÃO HOLÍSTICA DA SAÚDE NO BRASIL
1. Conceitos de saúde e doença no país ........................................... 8
2. Aspectos sociodemográficos:
meio ambiente, saúde e cidadania ............................................... 10
3. Níveis de assistência à saúde ...................................................... 12
4. Necessidades humanas básicas .................................................. 14
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
1. O que é o SUS? ........................................................................... 20
2. Implementação do sistema único de saúde no Brasil .................. 21
3. Legislação e diretrizes do SUS .................................................... 24
4. O processo de reforma sanitária .................................................. 27
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
1. Conceito de vigilância em saúde pública ..................................... 36
2. Uma breve história epidemiológica brasileira ............................... 38
3. História natural da doença ............................................................ 39
4. Aspectos da promoção e prevenção da saúde ............................ 43
5. Sistema de informação e registro em saúde ................................ 44
ÉTICA E TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. O que é ética em saúde? ............................................................. 50
2. Trabalho em equipe: negociação na área da saúde .................... 52
3. Padrões de qualidade em prestação de serviços em saúde ........ 54
4. Direitos do cliente aos serviços de saúde .................................... 57
Referências ..................................................................................... 62
19
políticas púBlicas de saúdepolíticas púBlicas de saúde
HIERARQUIZAÇÃO
E
ST
A
D
O
ASSISTENCIAL
EXECUÇÃO 
SISTEMA
DISCUSSÃO
R
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SA
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IL
ID
A
D
EPÚBLICA
INTEGRALIDADE
VIGILÂNCIA
PRESSUPOSTO
SANITÁRIA
INSTITUIÇÕES
PREOCUPAÇÃO
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AVALIAÇÃO
DIRETRIZES
GOVERNO
MUNICÍPIO
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ADMINISTRAÇÃO
PROTEÇÃO
ESFERA
POLÍTICA
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A
• Compreender o Sistema Único de Saúde (SUS);
• Conhecer a legislação e as diretrizes do SUS;
• Analisar o processo de reforma sanitária.
Capítulo 02
20
1. o qUe é o sUs?1. o qUe é o sUs?
De acordo com as discussões sobre as políticas públicas desenvolvidas para 
a promoção da saúde e o direito à saúde da população, considerados como uma 
preocupação do Estado, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi integrado para unificar 
os serviços de saúde e as instituições, objetivando a resolução dos problemas dicotô-
micos relacionados à assistência privativa e curativa da saúde comandada pela União 
(Governo Federal). 
O Sistema Único de Saúde compreende o conjunto de todas as ações e ser-
viços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e 
municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder 
Público. À iniciativa privada é permitido participar desse sistema de maneira comple-
mentar (BRASIL, 2000).
Os pressupostos dados pelo sistema retratam a descentralização dos recur-
sos, decisões e responsabilidades para os estados e municípios, além da criação de 
mecanismos de controle social através do planejamento, gestão, execução e avalia-
ção dos serviços e programas de saúde (MELO; CUNHA; TONINI, 2005). Além disso, 
as principais características do SUS são:
• “O dever de atender a toda população”;
• “Atuar de maneira integral”;
• “A descentralização de suas ações”;
• “Organização racional”;
• “Ser eficaz e eficiente”;
• “Ser democrático”.
A Constituição Federal de 1988, que concebe o direito à saúde pela esfera 
universal, igualitária e solidária, assemelha-se aos movimentos sociais do Estado, 
devido à sua dimensão pública e coletiva.
 O Sistema Único de Saúde compreende o conjunto 
de todas as ações e serviços de saúde. 
21
O processo histórico de conformação das políticas de saúde no Brasil, es-
pecificamente o SUS, insere-se no contexto da própria história do país como Esta-
do-nação, relacionando-se diretamente às mudanças sociais e econômicas ocorridas 
ao longo do século XX. Nesse período, o sistema de saúde brasileiro transitou do 
modelo Sanitarista Campanhista (centralizador e autoritário), voltado para o enfrenta-
mento das epidemias urbanas e o combate das endemias rurais por meio de interven-
ções de caráter individual e de alcance coletivo e destinado ao controle nos espaços 
de circulação de mercadorias, ao modelo Médico Assistencial Privativista (altamente 
especializado e curativista), sustentado, prioritariamente, pela assistência hospitalo-
cêntrica (MAIA; RODRIGUES; MAIA, 2017).
Quadro 01: Construção coletiva do SUS.
Ano Marco Histórico Objetivo
1996 10º Conferência Nacional de Saúde Construção do modelo de atenção à saúde para a qualidade de vida.
2000 11º Conferência Nacional de Saúde
Efetiva o SUS por meio do acesso, qualidade e humanização da assistência, 
com o controle social.
2003
12º Conferência Nacional 
de Saúde – Conferência 
Sérgio Auroca
Define a saúde como o direito de todos e o dever do Estado.
“A saúde que temos, o SUS que queremos”.
2007 13° Conferência Nacional de Saúde Saúde e qualidade de vida: política de Estado e desenvolvimento.
2011 14º Conferência Nacional de Saúde
Todos usam o SUS!
SUS na seguridade social, política pública, patrimônio do povo brasileiro. 
Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS.
Fonte: Adaptado pela autora.
Diante desse novo sistema, Maia, Rodrigues e Maia (2017) concretiza que os 
serviços de assistência à saúde se fundamentam na concepção de que o homem, 
de modo geral, transforma a natureza em busca do atendimento às suas necessida-
des. Logo, o sistema de proteção social é adotado ao perpassar pela compreensão 
dos fenômenos sociais, tais como saúde, doença e morte.
2. implementação do sistema único de saúde no Brasil2. implementação do sistema único de saúde no Brasil
A implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido alvo de inúmeras 
discussões no âmbito científico e social. De uma forma geral, o SUS traz em si um 
modelo assistencial que tem princípios e concepções diferentes daqueles empregados 
no Brasil até então (OLIVEIRA et al., 2008). 
22
O SUS tem por base o seu funcionamento municipal, considerado um de seus 
subsistemas. Já o outro subsistema é de abrangência estadual. Contudo, as ações 
e serviços são organizados de forma hierarquizada e conjunta no âmbito estadual e 
nacional. Diante disso, em 28 dezembro de 1990, foi institucionalizada a Lei nº 8.142, 
que no caput do artigo, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do sis-
tema unificado e a delegaçãodos recursos financeiros na extensão da saúde.
As iniciativas recentes de descentralização do financiamento e da gestão 
da assistência à saúde no Brasil, diretriz constitucional para a organização do 
Sistema Único de Saúde, têm apresentado muitos avanços e desafios e refletem 
um processo extremamente dinâmico e participativo, porém com pouca visibilida-
de social (LUCCHESE, 1996).
Quadro 02: Marcos históricos da saúde brasileira.
Conselho Consultivo da Administração 
da Saúde Previdenciária – CONASP 
(1982)
Racionaliza as ações de saúde; age sobre a racionalização das contas 
com gastos hospitalares dos serviços contratados com os INAMPS.
Ações Integradas de Saúde – AIS 
(1983)
Universaliza a acessibilidade da população aos serviços de saúde; pos-
sibilita a participação dos estados e municípios na política nacional de 
saúde; cria estratégias para o processo de descentralização da saúde 
brasileira. 
VIII Conferência Nacional de Saúde 
(1986)
Preconiza os princípios da reforma sanitária; impulsiona a criação do 
SUS.
SUDS (1987) Adota diretrizes de universalização, equidade, integralidade, regionaliza-ção, implementação dos distritos sanitários.
SUS (1988) Sistema de saúde universal.
Fonte: Adaptado pela autora.
O movimento de reforma que desembocou no SUS teve início muito antes, 
por intermédio de várias políticas públicas federais na área da saúde que procuraram 
privilegiar a atenção primária, a descentralização administrativa e, ainda, a regulação 
pública das ações de saúde. São representativas dessas políticas as Ações Integra-
das de Saúde (AIS), no início da década de 80, que repassaram recursos do Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) para as secretarias 
estaduais e municipais de saúde, de modo a implementar a integração das ações 
setoriais, além de propiciar a expansão física e o reaparelhamento da rede pública 
de serviços de saúde por meio de novas contratações de recursos humanos. Esse 
programa, no entanto, não promoveu a efetiva unificação das ações sob um comando 
único em cada nível de governo, tampouco a descentralização do gerenciamento das 
unidades de saúde (VIANA; QUEIROZ, 1995).
23
Em 1987, o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) estabe-
leceu uma série de convênios e contratos que transferiram para o nível estadual as 
responsabilidades pela gestão dos serviços de saúde, inclusive o emprego de tercei-
ros. Finalmente, em 1988, a nova Constituição Federal criou o Sistema Unificado de 
Saúde (SUS), ratificado nas constituições estaduais de 1989 e nas leis orgânicas dos 
municípios. A partir da implantação do SUDS/SUS, formou-se um sistema nacional de 
saúde (VIANA; QUEIROZ, 1995).
Até o advento do SUS, o sistema público de saúde era gerenciado tanto pelo 
Ministério da Saúde (que cuidava dos aspectos preventivos) como pelo Ministério da 
Previdência e Assistência Social (MPAS), através do INAMPS, que cuidava, de modo 
centralizado, das ações curativas, envolvendo diagnóstico, tratamento e reabilitação. 
Cabiam ainda às secretarias estaduais de saúde as ações de saúde pública do tipo 
higienista e o atendimento primário, desenvolvido conjuntamente com órgãos munici-
pais (VIANA; QUEIROZ, 1995).
O processo de implantação do SUS, na década de 1980, na esteira do movi-
mento de redemocratização do país, alavancou as esperanças e expectativas da po-
pulação brasileira. A perspectiva de um novo modo de organização dos serviços, com 
potência para alterar a histórica desigualdade de assistência à população, represen-
tou a acolhida e a declaração da responsabilidade do Estado quanto à disponibilidade 
e à prestação desses serviços, independentemente do poder aquisitivo do cidadão 
(MAIA; RODRIGUES; MAIA, 2017). 
O Ministério da Saúde (2000), integrado pela Secretaria-Executiva, descreve 
que o plano de saúde, a programação anual, a Programação Pactuada E Integrada (PPI) e 
o relatório de gestão são instrumentos que se relacionam continuamente com o exer-
cício da gestão das esferas de governo, dando visibilidade, garantindo o desempenho 
do planejamento das responsabilidades dos gestores e sendo claros e precisos sobre 
a compreensão, participação e controle social, diante das ações e serviços prestados 
à saúde da comunidade. Com isso, a elaboração desses instrumentos é estabelecida 
por meio do modelo de gestão, o modelo de atenção à saúde, os recursos específicos 
ou estratégicos e o financiamento.
O modelo assistencial caracteriza-se pela combinação de técnicas e tecnolo-
gias direcionadas à resolução de determinados problemas, de acordo com necessida-
des individuais e coletivas. Tal combinação orienta a ação dos serviços assistenciais 
e a formação dos profissionais que vão atuar nestes, e está intrinsecamente relacio-
nada aos paradigmas predominantes em uma determinada cultura (GONTIJO, 2008).
24
Leia na íntegra a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, acessando o 
seguinte link: <https://bit.ly/2Evzrei>.
3. legislação e diretrizes do sUs3. legislação e diretrizes do sUs
Historicamente, o processo organizativo dos serviços e das ações de saúde 
que compete ao SUS é regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde – Lei nº 8080/90 
e a Lei nº 8142/90 (BRASIL, 1990), associadas às políticas de saúde do Brasil, com 
seus instrumentos legais e institucionais. 
A Lei nº 8080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e re-
cuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes 
e dá outras providências. Sendo assim, esta Lei é regulamentada em todo o território 
nacional, atribuindo suas ações e serviços de saúde, de caráter permanente ou even-
tual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado (BRASIL, 1990). 
Portanto, os principais objetivos do SUS são:
• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes 
da saúde;
• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos eco-
nômicos e social; a observância sobre o significado da garantia de acesso 
à saúde como dever do Estado;
• A assistência às pessoas de ações de promoção, proteção e recuperação 
da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das ativi-
dades preventivas.
O SUS também se apresenta em vários campos de atuação, sendo eles: 
de vigilância sanitária; vigilância epidemiológica; saúde do trabalhador e assis-
tência terapêutica.
25
• Vigilância Sanitária: é um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir 
ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários;
• Vigilância Epidemiológica: é um conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes;
• Saúde do Trabalhador: é um conjunto das atividades que se destina à 
organização de ações da vigilância epidemiológica e sanitária em relação 
ao trabalho.
A base legal do SUS emerge de seus princípios e diretrizes para nominar 
seus elementos estruturantes e organizativos. Portanto, os princípios do SUS são 
de ordem filosófica e ideológica, pois se originam do pensamento sobre os valores 
humanos e da perspectiva de construção de direitos de cidadania. Já as diretrizes 
do SUS consistem nas escolhas das estratégias entendidas como ações táticas para 
alcançar os objetivos pretendidos, no sentido de explorar as condições mais favorá-
veis que contribuam para a concretização do SUS (MAIA; RODRIGUES; MAIA, 2017). 
Assim, dentre os princípios do SUS, temos:
• Universalidade:
De acordo com o art.196 da Constituição Federal de 1988, este princípio reite-
ra a saúde como direito fundamental do indivíduo, de acesso aos serviços de saúde 
em todos os níveis de complexidade da assistência, mantendo a concepção do bem-
-estar social;
• Integralidade:
Este princípio considera o ser humano em sua totalidade, nos vários aspectos do 
processo saúde-doença que afetam a população, integrando as ações e serviços preventi-
vos e/ou curativos; individuais e coletivos em cada nível de assistênciaà saúde;
• Equidade:
Segundo Maia, Rodrigues e Maia (2017), todos devem ter igualdade de opor-
tunidades na utilização do SUS. Trata-se de um princípio da justiça social, segundo o 
qual a alocação de recursos financeiros, humanos e tecnológicos deve ser proporcio-
nal às demandas e necessidades apresentadas por vários grupos sociais diferentes 
e tido, na legislação, como igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou 
privilégios de qualquer espécie.
26
Contudo, as diretrizes que configuram as estratégias articuladas pelos princí-
pios listados anteriormente, que operacionalizam o SUS são:
• Descentralização:
Este princípio conceitua a distribuição das responsabilidades nas esferas de 
governo, no qual, o município tem autonomia para decidir, implantar e desenvolver 
ações e serviços de saúde, discutindo assuntos de interesse da região e incentivando 
a organização dos serviços com qualidade;
• Participação Social:
É direito e dever dos cidadãos participar da gestão do SUS no compartilhamento 
das responsabilidades, através de uma democracia participativa, em que os grupos 
populacionais de fato possam influenciar e decidir sobre a execução da política de 
saúde (MAIA; RODRIGUES; MAIA, 2017);
• Hierarquização:
Os serviços de saúde estão estruturados em diferentes níveis tecnológicos, 
respondendo as demandas e necessidades da população. Sendo classificados em 
atenção primária, média e alta complexidade, estabelecendo entre si linhas de cone-
xão que formam uma rede de assistência articulada que se completa. Diante disso, é 
importante ressaltar que as unidades de aporte tecnológico podem ser classificadas 
em ambulatorial ou internação, pública ou privada (MAIA; RODRIGUES; MAIA, 2017);
• Regionalização:
Este princípio é norteado pela descentralização e hierarquização, que dividem 
de maneira racionalizada e mais equilibrada os recursos assistenciais disponíveis, 
aplicando-se o princípio de terrritorialidade, considerada uma estratégia prioritária do 
Ministério da Saúde para viabilizar o direito à saúde e à redução das desigualdades 
sociais e territoriais e que promove a equidade e a integralidade da atenção ao ra-
cionalizar os gastos e potencializar o processo de descentralização, destinando os 
recursos de saúde para uma determinada região, facilitando o acesso e ofertando a 
qualidade nos serviços (MAIA; RODRIGUES; MAIA, 2017).
 É direito e dever dos cidadãos participar da gestão do 
SUS no compartilhamento das responsabilidades... 
27
A Lei Orgânica da Saúde (LOS), de nº 8.080/90, sofreu vários vetos em seus 
artigos, atingindo aqueles que tratavam do detalhamento do artigo 198, inciso III da 
Constituição Federal, sobre a participação da comunidade no controle social do SUS, 
e que regulamentavam o repasse direto dos recursos do Governo Federal para os 
outros níveis do poder Executivo. Por isso, foi editada outra Lei Orgânica da Saúde 
(Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990). Esta Lei criou os conselhos de saúde e 
as conferências de saúde e disciplinou a transferência dos recursos da união para o 
Distrito Federal, estados e municípios, reestabelecendo a participação da comunida-
de na gestão do SUS (MELO; CUNHA; TONINI, 2005).
Considerando as características do federalismo brasileiro, que estabelecem 
os municípios como entes federados dotados de competência tributária e autonomia 
política e administrativa, o processo de descentralização posto em prática desde a 
implantação do SUS privilegiou o papel dos municípios como atores fundamentais na 
implementação das políticas de saúde (OUVERNEY, 2005). 
As estratégias para a implementação do SUS têm sido negociadas e pactua-
das entre as três esferas de governo, a partir de instrumentos regulatórios traduzidos 
em Normas Operacionais Básicas (NOB), editadas entre 1991 e 2006. Formuladas 
como caminhos possíveis para concretizar e consolidar os preceitos do SUS no âmbi-
to administrativo e político, especificaram as condições para que as instâncias subna-
cionais assumissem suas responsabilidades no processo de descentralização. (LEV-
COVITZ; LIMA; MACHADO, 2001). Contudo, a concepção dessas normas afirma os 
critérios do repasse dos recursos financeiros da união para os estados e municípios 
do Brasil.
4. o processo de reforma sanitária4. o processo de reforma sanitária
Nesse período, foram criados e implementados os serviços e programas de 
saúde pública em nível nacional. À frente da diretoria geral de saúde pública, Oswaldo 
Cruz, ex-aluno e pesquisador do Instituto Pasteur, organizou e implementou, progres-
sivamente, as instituições públicas de higiene e saúde no Brasil. Em paralelo, adotou 
o modelo das “Campanhas Sanitárias”, destinado a combater as epidemias urbanas 
e, mais tarde, as endemias rurais. Em termos de poder, o próprio nome sugere que 
o modelo campanhista é de inspiração bélica, concentrando fortemente as decisões, 
em geral tecnocráticas, e adotando um estilo repressivo de intervenção médica nos 
campos individual e social (LUZ, 1991).
28
A crescente intervenção médica nos espaços urbanos foi recebida com des-
confiança e medo pela população. A retirada à força da população dos ambientes a 
serem saneados foi constantemente acompanhada pela vigilância policial, pois temia-
-se que o povo se revoltasse, agredindo os agentes sanitários. Além disso, muitas 
vezes, a polícia agia com violência sem motivo, reproduzindo formas repressoras 
comumente empregadas pelo regime oligárquico contra os protestos coletivos como 
passeatas e greves (BERTOLLI FILHO, 1996).
A saúde, enquanto setor produtivo, era, antes do SUS, uma mistura de inú-
meros componentes (BASTOS, 1975), tais como: medicina liberal com médicos e 
dentistas em consultórios particulares; medicina previdenciária com hospitais públicos 
e Postos de Assistência Médica (PAM) do Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS) e, após 1977, do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência So-
cial (INAMPS); Delegacias Regionais de Trabalho (DRT) e Fundacentro; Delegacias 
Federais de Saúde; Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM); 
programas especiais do Ministério da Saúde; unidades sanitárias e mistas da Funda-
ção SESP; centros e postos de saúde de secretarias estaduais e municipais; além das 
vigilâncias epidemiológica e sanitária centralizadas e separadas. Paralelamente, exis-
tiam estruturas ligadas à medicina de grupo, cooperativas médicas, seguros-saúde, 
laboratórios, clínicas e hospitais privados, universitários, beneficentes e filantrópicos. 
A produção de vacinas e medicamentos era bastante restrita, concentrada em poucas 
empresas estatais e com dependência externa das multinacionais (PAIM, 2009).
A reforma sanitária representou um movimento de professores, pesquisado-
res e intelectuais da saúde, cujos estudos criticavam o sistema de saúde existente, 
denunciando as precárias condições de saúde de grande parte da população brasi-
leira e apresentando alternativas para a construção de uma nova política de saúde 
efetivamente democrática (LUZ, 1991).
Já a saúde, enquanto estado vital das pessoas e da população, era descrita 
por indicadores limitados a dados de mortalidade, notificação de doenças infeccio-
sas e acidentes de trabalho. Já se constatava certo decréscimo na proporção de 
óbitos por doenças infecciosas e parasitárias, em contraste com o crescimento da 
mortalidade por doenças do aparelho circulatório, neoplasias e por causas externas, 
especialmente acidentes de transporte, de trabalho e intoxicações. Existiam grandes 
disparidades regionais nesses indicadores, com a persistência de endemias como 
malária, doença de Chagas, esquistossomos, febre amarela silvestre e leishmaniose, 
bem como a emergência de novos agravos à saúde (PAIM, 2009). 
29
O surgimento da previdência social no Brasil se inseriu no processo de mo-
dificação da postura liberal do Estado frente à problemática trabalhista e social, por-
tanto, dentro de um contexto político e social mais amplo. Esta mudançase deu em 
decorrência da contradição entre a posição marcantemente liberal do Estado frente às 
questões trabalhistas e sociais e um movimento operário-sindical que assumia uma 
importância crescente e se posicionava contra tal postura. Esta também foi a época 
de nascimento da legislação trabalhista brasileira (CUNHA; CUNHA, 1998).
Em 1923, foi promulgada a Lei Eloy Chaves, que para alguns autores pode ser 
definida como o marco do início da Previdência Social no Brasil. No período compre-
endido entre 1923 e 1930, surgiram as caixas de aposentadoria e pensões (CAPs). 
Elas eram organizadas por empresas tanto de natureza civil como privada, respon-
sáveis pelos benefícios pecuniários e serviços de saúde prestados aos empregados 
de empresas específicas. As CAPs eram financiadas com recursos dos empregados 
e empregadores e administradas por comissões formadas pelos representantes da 
empresa e dos empregados. Cabia ao setor público apenas a resolução de conflitos. 
No modelo previdenciário dos anos 20, a assistência médica era vista como uma 
atribuição fundamental do sistema, o que levava, inclusive, à organização de serviços 
próprios de saúde. Caracterizava ainda este período o elevado padrão de despesa 
(CUNHA; CUNHA, 1998).
Portanto, compreendendo a conjuntura de ascendência e hegemonia do es-
tado populista, pudemos observar a criação dos institutos de seguridade social 
(Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs), organizados por categorias pro-
fissionais. Tais institutos foram criados na “Era Vargas” (no governo de Getúlio Var-
gas), ao longo dos anos 30, favorecendo as camadas de trabalhadores urbanos mais 
aguerridas em seus sindicatos e fundamentadas para a economia agroexportadora, 
até então, dominante. Ferroviários, empregados do comércio, bancários, marítimos, 
estivadores e funcionários públicos foram algumas categorias favorecidas pela cria-
ção de institutos (LUZ, 1991). A administração dos IAPs era bastante dependente 
do governo federal, no qual o conselho administrativo era formado com representan-
tes dos empregados e empregadores, tinha a função de assessoria e fiscalização e 
era dirigido por um presidente, indicado diretamente pelo Presidente da República 
(CUNHA; CUNHA, 1998).
30
Com o Golpe Militar de 1964 e o discurso de racionalidade, eficácia e sanea-
mento financeiro, ocorreu a fusão dos IAPs, com a criação do Instituto Nacional de 
Previdência Social – INPS, que também ocasionou a perda da representatividade 
dos trabalhadores na gestão do sistema. A criação do INPS insere-se na perspectiva 
modernizadora da máquina estatal, que aumenta o poder de regulação do Estado 
sobre a sociedade e representa uma tentativa de desmobilização das forças políticas 
estimuladas em período populistas anteriores. Ainda neste período foi difundida a 
medicina comunitária, com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da 
Organização Pan-americana de Saúde, que propunha técnicas de medicina simplifi-
cada, a utilização dos agentes de saúde e a participação da comunidade, em que os 
projetos assumidos pelo governo, como o Programa de Interiorização das Ações de 
Saúde e Saneamento (PIASS), tinha como objetivo a extensão dos serviços de saúde 
para a população carente (LUZ, 1991).
Em 1975, foi promulgada a lei que instituiu o Sistema Nacional de Saúde, que 
apesar de conter ideias inovadoras, reforçava a dualidade do setor da saúde, dando 
ao Ministério da Saúde caráter apenas normativo, de criação de ações na área de 
interesse coletivo. Já ao Ministério da Previdência dava-se a responsabilidade pelo 
atendimento individualizado. Após algum tempo, o INPS enfrentou grave crise finan-
ceira devido ao aumento de gasto por causa da demanda no atendimento, fraudes no 
contrato e inexistência de fiscalização desses serviços com a rede médica privada.
Assim, em 1977, houve uma nova tentativa de racionalização da previdência 
através da criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, que tinha 
como objetivo disciplinar a concessão e manutenção de benefícios e prestação de 
serviços, o custeio de atividades e programas da gestão administrativa, financeira e 
patrimonial da previdência (CEFOR, 2000).
Foram criados o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social (INAMPS) e o Instituto de Arrecadação da Previdência Social (IAPAS), que se 
integraram aos órgãos já existentes no período. A criação do SINPAS pode ser com-
preendida como um processo de crescente tendência à universalização e adoção 
do modelo de seguridade social.
 A criação do INPS insere-se na perspectiva 
modernizadora da máquina estatal... 
31
Do ponto de vista dos sanitaristas, o argumento de racionalização dos gas-
tos possibilitava a quebra do modelo prevalente hegemônico relacionado à saúde, 
considerando o setor privado como responsável pelo aumento e pela maior parte 
das despesas de saúde. Já por outro lado, possibilitava uma maior democratização 
do atendimento médico, incluindo a população marginalizada que não contribuía 
diretamente com a previdência social.
Entre 1981 e 1984, o país vivenciava uma crise econômica explicita, foi quan-
do se iniciaram as políticas racionalizadoras na saúde e as mudanças de rota com 
o Conselho Consultivo da Administração da Saúde Previdenciária (CONASP) e as 
Ações Integradoras de Saúde (AIS). Contudo, o CONASP elaborou um novo plano 
de reorientação médica, melhorando a qualidade da assistência e realizando alte-
rações nos modelos privados, “compra de serviços médicos”, dentre os quais, havia 
o Programa de Ações Integradas à Saúde, que tinha o intuito de integrar os serviços 
que prestavam assistência à saúde da população de uma região (FRANÇA, 1998).
Durante o processo de elaboração da Constituição Federal de 1988, uma 
outra iniciativa de reformulação do sistema foi implementada, o Sistema Unificado 
e Descentralizado de Saúde (SUD), idealizado enquanto estratégia de transição 
em direção ao Sistema Único de Saúde, propunha a transferência dos serviços do 
INAMPS para estados e municípios. O SUD pode ser percebido como uma estadu-
alização de serviços. Seu principal ganho foi a incorporação dos governadores de 
estados no processo de disputa por recursos previdenciários. Contudo a estaduali-
zação, em alguns casos, levou à retração de recursos estaduais para a saúde e à 
apropriação de recursos federais para outras ações, além de possibilitar a negociação 
clientelista com os municípios (CUNHA; CUNHA, 1998). 
Resultante dos embates e das diferenças propostas em relação ao setor da 
saúde presentes na Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição Federal de 
1988 aprovou a criação do Sistema Único de Saúde, reconhecendo a saúde como 
um direito a ser assegurado pelo Estado, pautado pelos princípios de universalidade, 
equidade e integralidade e organizado de maneira descentralizada, hierarquizada e 
com participação da população (CUNHA; CUNHA, 1998).
32
 Visualize na íntegra o e-book interativo sobre “O que é o SUS” do autor Ja-
nilson Silva Paim, publicado pela editora Fiocruz, acessando o seguinte link: <https://
bit.ly/24vRn0h>.
1. Descreva as principais características do SUS.
2. Quais os objetivos do SUS.
3. Descreva três campos de atuação do SUS.
4. Cite os princípios e diretrizes do SUS.
33
Neste capítulo, retratamos e discutimos o conceito de Sistema Único de Saú-
de (SUS) e como se deu a sua implementação, apresentando a história das políti-
cas públicas do país em relação à saúde e à assistência previdenciária. 
Também apresentamos a legislação, os princípios e as diretrizes atribuídas 
à gestão, organização e regionalização e correlacionadas aos níveis de complexi-
dade em saúde. Historicamente, foi fundamentado a importância da reforma sa-
nitária ao contexto de saúde pública brasileira, identificando os principais marcos 
históricos ocorridos em âmbito nacional, por meio de situações vivenciadas pela 
população envolvida.
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quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autoriza-
ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se 
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Prof. riCardo deiBler ZamBrano Junior
cooRdenação nead:
Profa. luCiana rodriGues ramos
ExpEdiEntE
Ficha técnica
autoRia: 
emanuella moraes de sousa 
suPeRvisão de PRodução nead:
franCisCo Cleuson do nasCimento alves
design instRucional:
emanoela de araúJo
PRojeto gRáfico e diagRamação:
franCisCo erBínio alves rodriGues
caPa e tRatamento de imagens:
franCisCo erBínio alves rodriGues
Revisão textual:
emanoela de araúJo
Ficha catalográFica
catalogação na publicação
bibliotEca cEntro univErsitário atEnEu
SOUSA, Emanuella Moraes de. Introdução ao sistema de saúde pública. Emanuella 
Moraes de Sousa - Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2017. 
68 p.
ISBN: 978-85-5468-050-3 
1. Saúde no Brasil. 2. SUS. 3. Vigilância. 4. Ética em Saúde. I. Centro Universitário Ateneu.
Seja bem-vindo!Seja bem-vindo!
Caro estudante, é com grande alegria que apresento o material 
didático da disciplina Introdução ao Sistema de Saúde Pública do Brasil. 
Este livro está dividido em quatro capítulos, nos quais, abordaremos os 
conceitos de saúde e doença, história natural das doenças, vigilância epidemio-
lógica, meio ambiente e cidadania, políticas de saúde pública, sistema único de 
saúde (SUS) e, por fim, ética e trabalho nos serviços de saúde.
Ele tem o intuito de contribuir para a melhoria do ensino-aprendi-
zagem da disciplina, acerca do conhecimento científico do planejamento e 
das ações dos profissionais de saúde no âmbito da saúde pública no país, 
promovendo competências e habilidades que serão implementadas ao lon-
go de sua prática assistencial.
O nosso objetivo não é esgotar o assunto, pois foram expostos 
neste material apenas os principais pontos a serem discutidos ao longo da 
disciplina, buscando despertar a sua curiosidade em relação ao aprofunda-
mento dos seus estudos, de acordo com o referencial teórico colocado no 
decorrer dos capítulos.
Bons estudos!
SumárioSumário
UMA VISÃO HOLÍSTICA DA SAÚDE NO BRASIL
1. Conceitos de saúde e doença no país ........................................... 8
2. Aspectos sociodemográficos:
meio ambiente, saúde e cidadania ............................................... 10
3. Níveis de assistência à saúde ...................................................... 12
4. Necessidades humanas básicas .................................................. 14
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
1. O que é o SUS? ........................................................................... 20
2. Implementação do sistema único de saúde no Brasil .................. 21
3. Legislação e diretrizes do SUS .................................................... 24
4. O processo de reforma sanitária .................................................. 27
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
1. Conceito de vigilância em saúde pública ..................................... 36
2. Uma breve história epidemiológica brasileira ............................... 38
3. História natural da doença ............................................................ 39
4. Aspectos da promoção e prevenção da saúde ............................ 43
5. Sistema de informação e registro em saúde ................................ 44
ÉTICA E TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. O que é ética em saúde? ............................................................. 50
2. Trabalho em equipe: negociação na área da saúde .................... 52
3. Padrões de qualidade em prestação de serviços em saúde ........ 54
4. Direitos do cliente aos serviços de saúde .................................... 57
Referências ..................................................................................... 62
35
vigilância em saúdevigilância em saúde
MORTALIDADE
A
G
R
A
V
O
PREVENÇÃO
CONTROLE
MICROÁREA
NATURAL
E
PI
D
E
M
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L
Ó
G
IC
A
TENDÊNCIA
FLUXOGRAMA
MORBIDADE
COMPULSÓRIA
AVALIAÇÃO
PATOLÓGICO
VIGILÂNCIA
IS
O
L
A
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O
SISTEMA
SUSCETÍVEL
HOSPEDEIRO
ETIOLÓGICOS
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OBSERVAÇÃO
PASTEURIANA
COLETA
HISTÓRIA 
C
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ID
A
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Ã
O
• Analisar os conceitos de vigilância em saúde;
• Aprender a identificar os principais marcos históricos da vigilância em saúde no Brasil;
• Aprender a diferenciar os períodos relacionados à história natural da doença.
Capítulo 03
36
1. conceito de vigilância em saúde púBlica1. conceito de vigilância em saúde púBlica
O termo vigilância é visto como um instrumento de saúde pública e tem dois 
significados consagrados internacionalmente, um deles, introduzido no final do século 
XIX, com foco no acompanhamento de potenciais fontes de infecção e outro que 
passa a ser usado em meados do século passado, com a finalidade de analisar o 
comportamento de doenças na comunidade e recomendar oportunamente, medidas 
efetivas de controle (THACKER; BERKELMAN, 1988). 
Conforme Langmuir (1963), o conceito de vigilância se dá por meio da ob-
servação contínua da distribuição e tendência de incidência de doenças, mediante a 
coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, 
assim como de outros dados relevantes, além de regular a disseminação dessas in-
formações a todos os que necessitam conhecê-la.
 A definição ampliou-se, sendo que a Vigilância em Saúde é responsável por 
todas as ações de vigilância, prevenção e controle de agravos, prioritariamente com 
ações de promoção à saúde, monitoramento epidemiológico das doenças transmis-
síveis e não transmissíveis, atividades sanitárias programáticas, vigilância em saúde 
ambiental e saúde do trabalhador, elaboração e análise de perfis demográficos epide-
miológicos, proposição de medidas de controle etc. A vigilância encontra-se distribuí-
da em patamares hierárquicos técnico-administrativos, nas esferas federal, estadual, 
municipal e regional, sendo que a base de todas as informações é a região, mais 
precisamente a microárea (BOCCATTO, 2011). 
A Vigilância em Saúde apresenta um fluxograma de informações, no qual, 
se permite a sua interação entre diferentes sistemas, tais como vigilância, assistência 
ao atendimento (primário, secundário e terciário), laboratórios, centros de pesquisa, 
centros universitários e outras secretarias. 
Segundo Boccatto (2011), a ampliação do conceito de vigilância em saúde 
e das inovadoras propostas administrativas para a área da saúde, por exemplo, a 
Saúde da Família, desencadeou uma reforma na logística do processo de trabalho 
da equipe de vigilância em saúde e do fluxograma de informações relativos aos equi-
pamentos de prestação de serviços em saúde sob sua responsabilidade em cada 
região, mantendo como princípios norteadores: a manutenção da qualidade na coleta 
de dados; a consolidação desses dados em informações fidedignas; a ampla dissemi-
37
nação das referidas informações a todos aqueles que as geraram e que delas neces-
sitam tomar conhecimento, servindo de ferramenta para a elaboração de programas; 
a identificação de fatores de risco; a aplicação de medidas de controle; a capacitação 
e o aprimoramento de pessoal; a aquisição de equipamentos e tecnologias e o desen-
volvimento de produções científicas.
O contexto relativo aos aspectos das definições de vigilância em saúde da 
portaria nº 104 do Ministério da Saúde, através do regulamento internacional de 2005, 
estabelece algumas definições como:
• Doença: significa enfermidade ou estado clínico, independentemente da 
origem ou fonte, que represente ou possa representarum dano significativo 
para os seres humanos; 
• Agravo: significa qualquer dano à integridade física, mental e social dos 
indivíduos, provocado por circunstâncias nocivas como acidentes, intoxi-
cações, abuso de drogas e lesões auto ou heteroinfligidas;
• Evento: significa manifestação de doença ou uma ocorrência que apresente 
potencial para causar doença; 
• Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN): é um 
evento que apresenta risco de propagação ou disseminação de doenças 
para mais de uma Unidade Federada, com priorização das doenças de 
notificação imediata e outros eventos de saúde pública, independentemente 
da natureza ou origem, depois de avaliação de risco, e que possa necessitar 
de resposta nacional imediata;
• Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII): é 
um evento extraordinário que constitui risco para a saúde pública de outros 
países por meio de propagação internacional de doenças que potencialmen-
te pode requerer uma resposta internacional coordenada. (BRASIL, 2011). 
Inicialmente, a designação adotada para esse instrumento foi a de inteligência 
epidemiológica. O termo inteligência foi aplicado no sentido militar, ou seja, de “obter 
e dispor de informações secretas ou não disponíveis” (LANGMUIR, 1963). Posterior-
mente, essa denominação foi substituída por vigilância, inicialmente aplicada sem os 
qualificativos que surgiriam mais tarde: vigilância epidemiológica ou vigilância em 
saúde pública (WALDMAN, 2012).
38
2. Uma Breve história epidemiológica Brasileira2. Uma Breve história epidemiológica Brasileira
Nos primórdios da revolução Pasteuriana, compreende-se como vigilância o 
isolamento e a quarentena, separando assim, os indivíduos doentes (isolamento) 
ou potencialmente infectados (quarentena). Sendo assim, considerados instrumentos 
de controle de doenças com medidas compulsórias, de característica restritiva ou 
policial (WALDMAN, 2012).
No início dos anos 50, surge um novo conceito de vigilância, desta vez, pre-
ocupado com o acompanhamento sistemático de doenças na comunidade, com o 
propósito de oferecer bases científicas para o aprimoramento de estratégias aplica-
das ao seu controle (LANGMUIR, 1963). Seu surgimento coincide com a Guerra da 
Coréia, em um momento de forte tensão internacional, durante o qual as potencias 
militares, à semelhança do que ocorre em nossos dias, temiam a possibilidade de uso 
de armas biológicas, tornando necessário o estabelecimento de sistemas de infor-
mações de morbi-mortalidade que permitissem a rápida identificação e investigação 
de epidemias potencialmente associadas ao uso de tais armas. Tal situação propiciou 
a criação de um programa denominado de Serviço de Inteligência para Epidemias 
e que tinha por finalidade a formação de epidemiologistas de campo (LANGMUIR, 
1963). 
As primeiras iniciativas voltadas à aplicação da vigilância epidemiológica no 
Brasil ocorreram durante a Campanha de Erradicação da Varíola, no início da década 
de 1970. Nesta época, alguns estados, entre eles, o do Rio Grande do Sul, aplicaram 
esse instrumento nas atividades de controle das doenças imunopreveníveis com su-
cesso; por sua vez, a Fundação Serviços Especiais de Saúde Pública assumia a res-
ponsabilidade pela análise de dados relativos às doenças de notificação compulsória 
e criava o Boletim Epidemiológico Mensal, com o qual divulgava dados consolidados 
do país, relativos às doenças infecciosas (WALDMAN, 1991 apud WALDMAN, 2012). 
Atualmente, a construção e a consolidação da Vigilância em Saúde são 
produtos vitoriosos herdados pela institucionalização do SUS, em 1988; pela cria-
ção do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), em 1990; pela estruturação do 
financiamento das ações de vigilância e controle de doenças e, mais recentemente, 
pela criação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, em 
2003, que coordena o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde em todo o território 
brasileiro (BOCCATTO, 2011).
39
Figura 01: Fatores determinantes e condicionantes de vigilância em saúde.
Fonte: Adaptado pela autora.
Conforme a Lei nº 8080/90, os fatores determinantes e condicionantes da 
saúde são representados por níveis de saúde organizados em ordem crescente pelo 
campo social e econômico do país. Sendo assim, esses fatores são: moradia, ali-
mentação, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade 
física, transporte, lazer, acesso aos bens e aos serviços essenciais.
Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômi-
ca do país (BOCCATTO, 2011).
3. história natUral da doença3. história natUral da doença
A História Natural da Doença (HND) é o nome dado ao conjunto de processos 
interativos, compreendendo: 
[...] as inter-relações do agente, suscetível e do meio ambiente que 
afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primei-
ras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em 
qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, 
até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou 
morte. (LEAVELL & CLARK, 1976 apud ROUQUAYROL, 2003). 
40
Há alguns conceitos e definições principais para o melhor entendimento sobre 
o capítulo:
• Agentes ou fatores etiológicos: são organismos vivos que causam as 
enfermidades;
• Hospedeiro: ser vivo que oferece, em condições naturais, subsistência ou 
alojamento a um agente infeccioso;
• Meio ambiente: é o conjunto de iminências e processos que possui intera-
ção com o agente etiológico e o suscetível (reservatório, veículos e vetores);
• Endemias: é a ocorrência de determinada doença que acomete de forma 
sistemática a população em espaços característicos e determinados no 
decorrer de um longo período, mantendo incidência constante que permite 
variações cíclicas e sazonais;
• Epidemia: é a ocorrência em uma determinada região de casos semelhan-
tes de um agravo ou doença acima do esperado;
• Epidemiologia: é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos 
problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações 
humanas. Tem interesse específico pelo COLETIVO humano;
• Incidência: a incidência de uma doença, em um determinado local e perío-
do, são os casos novos da doença que surgiram no mesmo local e período;
• Período de incubação: é o intervalo de tempo que decorre desde o con-
tato do agente etiológico no hospedeiro (indivíduo já está infectado), até o 
aparecimento dos sinais e sintomas da doença, variando de acordo com 
a doença considerada;
• Período de transmissibilidade: é aquele em que o indivíduo é capaz de 
transmitir a doença quer esteja ou não com sintomas (ROUQUAYROL, 
2003).
Com isso, a história natural da doença apresenta dois períodos em sequência: 
o período epidemiológico e o período patológico.
41
• Período epidemiológico: trata-se das relações de predisposição do ambiente;
• Período patológico: trata-se das modificações do organismo vivo.
Os períodos da história natural da doença, analisados acima, apresentam 
domínios inter-relacionados que se complementam, e cujo meio ambiente é conside-
rado como um meio de propensão externo para entrar em contato com várias doen-
ças. No entanto, o meio interno é tido como o “locus da doença”, no qual se possa 
atribui progressivamente as modificações fisiológicas, bioquímicas e histológicas do 
organismo humano.
A história natural das doenças é considerada um quadro esquemático que 
dá suporte a descrição das múltiplas e diferentes enfermidades, apontando os seus 
métodos de prevenção e controle para compreender as situações reais e específicas, 
tornando as medidas de prevenção operacionais (ROUQUAYROL, 2003).
O período pré-patogênico consiste na interação do agente causador (agente 
etiológico), o hospedeiro (indivíduo/ paciente), o meio ambiente e a condição socioe-
conômica e cultural.
Figura 02: Tríade do período pré-patogênico.
Hospedeiro
Vetor
AmbienteAgente
 Fonte: Adaptado pela autora.
• Fatoressociais: é o conjunto de todos os fatores que não apresentam 
componentes genéticos, físicos, químicos e biológicos (fatores socioeco-
nômicos, sociopolíticos, culturais e psicossociais);
42
Quadro 01: Quadro dos fatores sociais do período pré-patogênico. 
Fatores socioeconômicos 
São de 2 ou 3 vezes mais propensos a doenças graves; permanecem 
doentes; morrem mais jovens; procriam crianças de baixo peso em 
maior proporção; causam o aumento da taxa de mortalidade infantil.
Fatores sociopolíticos
Instrumentação jurídico-legal; decisão política; rigidez política; partici-
pação consentida e valorização da cidadania; 
participação comunitária efetivamente exercida; transparência das 
ações e acesso à informação. 
Fatores socioculturais Preconceitos; hábitos culturais; crendices; comportamentos e valores. 
Fatores psicossociais
Marginalidade; ausência de relações parentais estáveis; falta de apoio 
no contexto social em que vive; condições de trabalho estressante; 
Transtornos econômicos, sociais ou pessoais; falta de cuidados mater-
nos na infância; carência afetiva de ordem geral; agressividade vigente 
nos grandes centros urbanos e desemprego. 
Fonte: Adaptado pela autora.
• Fatores ambientais: é o conjunto de todos os fatores que mantêm relações 
interativas com o agente etiológico e o suscetível;
Quadro 02: Quadro dos fatores ambientais do período pré-patogênico.
Fatores Genéticos Multifatorialidade
Determina a maior ou menor suscetibilidade das 
pessoas quanto à aquisição de doenças; É a estruturação de fatores condicionantes da doença
Fonte: Adaptado pela autora.
O período de patogênese inicia-se com as primeiras ações que os agentes 
patogênicos exercem sobre o ser afetado. Leavell & Clark (1976) apud Rouquayrol 
(2003) observam que o período de patogênese apresenta os seguintes estágios:
• Período de patogênese precoce: é o período que houve o rompimento 
do equilíbrio da saúde e não apresenta sinais clínicos;
• Período de doença precoce discernível: quando se torna possível, o 
diagnóstico da enfermidade causa alterações na saúde, que podem se 
caracterizar como os primeiros sintomas da enfermidade;
• Período da doença avançada: a enfermidade apresenta sua forma clínica 
máxima ao causar alterações de cronicidade irreversíveis no organismo 
do indivíduo.
43
4. aspectos da promoção e prevenção da saúde4. aspectos da promoção e prevenção da saúde
A promoção da saúde apresenta-se como uma estratégia promissora para 
enfrentar os múltiplos problemas de saúde. Partindo de uma concepção ampla do 
processo saúde/doença e de seus determinantes, propõe a articulação de saberes 
técnicos e populares e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públi-
cos e privados para enfrentamento e solução (FERRIOLLI et al., 2008). 
Hoje em dia, o termo promoção da saúde está associado inicialmente a um 
conjunto de valores: vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, 
desenvolvimento, participação, cooperação, entre outros. Também se refere a uma 
combinação de estratégias: medidas do Estado (políticas públicas para a saúde), ati-
vidades da comunidade (reforço da ação comunitária), de indivíduos (desenvolvimen-
to de habilidades pessoais), do sistema de saúde (reorientação do sistema de saúde) 
e cooperação internacional. Ou seja: gira em torno da ideia de responsabilidade múl-
tipla, seja pelos problemas, seja pelas soluções propostas (FERRIOLLI et al., 2008). 
A saúde pública intervém, buscando evitar doenças, prolongar a vida e desen-
volver a saúde física e mental e a eficiência. Sendo assim, sua prática de intervenção 
social planejada considera que suas ações resultam de decisões pessoais ou cole-
giadas, sendo limitada pela estrutura socioeconômica determinada pela multiplicidade 
de fatores não científicos que tem como ideologia as decisões políticas, as conveni-
ências contingentes, o nível de autoridade de pessoas ou de grupos, a experiência 
de vida de seus agentes e a falta ou presença de bom senso, bem como abrange o 
componente preventivo da medicina individualizada (ROUQUAYROL, 2003).
A prevenção não inclui somente a ação dos profissionais de saúde, mas cabe 
a eles o papel fundamental em relação ao desenvolvimento de ações de prevenção 
que são atribuídas à decisão técnica, à ação direta e a uma parte das ações de edu-
cação em saúde.
Segundo Rouquayrol (2003), “Antes que haja uma prevenção primária, há 
de haver uma prevenção de caráter estrutural”. A prevenção antecede a ação 
dos especialistas em saúde, com isso, o trabalho dos profissionais realiza ações de 
prevenção a partir do nível de conscientização da comunidade envolvida. Desse 
modo, a prevenção em saúde pública é intitulada de ação antecipada, que tem por 
objetivo, interceptar ou anular a evolução de uma doença.
44
De acordo com Rouquayrol (2003), a prevenção primária ocorre com a in-
tercepção dos fatores pré-patogênicos e inclui a promoção e proteção à saúde; a 
prevenção secundária é realizada no indivíduo em que o patógeno já está agindo 
(estado da doença) e inclui o diagnóstico, tratamento precoce e limitação de invalidez; 
a prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade feita por meio de me-
didas destinadas à reabilitação, sendo o processo de reeducação e readaptação de 
pessoas com sequelas após acidentes ou devido a doenças.
5. sistema de informação e registro em saúde5. sistema de informação e registro em saúde
Os Sistemas de informação em Saúde (SIS) podem ser definidos como um 
conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, processam, armazenam 
e distribuem a informação, no intuito de apoiar o processo de tomada de decisão e 
auxiliar no controle das organizações de saúde. Assim, os Sistemas De Informação 
Em Saúde congregam um conjunto de dados, informações e conhecimentos que é 
utilizado na área de saúde para sustentar o planejamento, o aperfeiçoamento e o 
processo decisório dos múltiplos profissionais da área da saúde envolvidos no atendi-
mento aos pacientes e usuários do sistema de saúde (MARIN, 2010). 
Como parte do sistema de saúde, o SIS integra as estruturas organizacio-
nais e contribui para o cumprimento das finalidades institucionais e técnico-operacio-
nais de todas as suas unidades, o SIS é um componente estratégico à organização 
e funcionamento (OPAS/OMS, 1999) do sistema de saúde, com funções essenciais, 
entre as quais existem as seguintes:
• Respaldar a operação diária e a gestão da atenção à saúde;
• Contribuir para conhecer e monitorizar o estado de saúde da população e 
as condições socioambientais;
• Facilitar o planejamento, a supervisão e o controle de ações e serviços;
• Subsidiar os processos decisórios nos diversos níveis de decisão e ação;
• Apoiar a produção e utilização de serviços de saúde;
• Disponibilizar informações para as atividades de diagnóstico e tratamento;
45
• Contribuir para monitorizar e avaliar as intervenções e seus resultados e 
impactos;
• Subsidiar a educação e a promoção da saúde;
• Apoiar as atividades de pesquisa e produção de conhecimentos.
No Brasil, há um conjunto de banco de dados gerenciado pelo governo fede-
ral, no qual os mais conhecidos do campo da Epidemiologia são o Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE) e os do Ministério da Saúde (MS). O quadro abaixo 
destaca os principais sistemas:
Quadro 03: Sistemas nacionais de informação de interesse em saúde.
SISTEMAS EVENTO INSTRUMENTO DE COLETA FLUXO
USOS
(ALGUNS)
SIM Óbito Declaração de Óbito Cartório SMS Regional SES 
Estudos de mortalidade, 
vigilância de óbitos (infantil, 
materno etc.) 
SINASC Nascido Vivo Declaração de Nascido Vivo 
Unidade SMS Regional 
SES 
Monitoramento da saúde da 
criança vigilância à criança 
de risco 
SINAN Agravos Sob Notificação 
FINotificação e 
FIInvestigação 
Unidade SMS Regional 
SES 
Acompanhamento dos agra-
vos sob notificação, surtos, 
epidemias etc. 
SIH Informação Hospitalar AIH 
Unidade SMS Regional 
SES 
Morbidade hospitalar, gestãohospitalar, custeio da atenção 
hospitalar 
SIA 
Produção 
Ambulatorial 
(Agregado) 
BPA Unidade SMS Regional SES 
Acompanhamento da pro-
dução ambulatorial, gestão 
ambulatorial custeio da 
atenção ambulatorial, 
Outros API, SISVAN, SIAB, SIGAB, ETC. 
Fonte: <https://bit.ly/2lFZTwt>
O desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos sistemas de informação devem 
contemplar a disponibilidade de informações e possibilitar o conhecimento sobre a 
situação de saúde, objetivando ajudar na tomada de decisões, além de facilitar e 
promover a participação social.
46
Visite o site do Departamento de Informática do SUS. Acesse o Link: < https://
bit.ly/2qCddDg >.
1. Descreva o conceito de doença e de agravo.
2. Cite os 3 principais conceitos sobre a História Natural da Doença.
3. Defina:
a) Período Epidemiológico.
b) Período Patológico.
47
4. Defina sistema de informação.
Este capítulo abordou a definição analítica sobre vigilância em saúde de acor-
do com vários estudos, apresentando várias definições de pesquisadores da área.
 Ao longo deste capítulo, também foi apresentado os aspectos históricos da 
epidemiologia, relacionando-os à história nacional da doença e identificando os prin-
cipais conceitos atribuídos às concepções de promoção e prevenção da saúde e a 
identificação dos sistemas de informação implementados para os registros em saúde.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por 
quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autoriza-
ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se 
deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Direção.
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
PRó-ReitoR administRativo financeiRo: 
Prof. rafael raBelo Bastos
PRó-ReitoR de Relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
PRó-ReitoR acadêmico:
Prof. HerBert Gomes martins
diReção nead:
Prof. riCardo deiBler ZamBrano Junior
cooRdenação nead:
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Moraes de Sousa - Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2017. 
68 p.
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1. Saúde no Brasil. 2. SUS. 3. Vigilância. 4. Ética em Saúde. I. Centro Universitário Ateneu.
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Caro estudante, é com grande alegria que apresento o material 
didático da disciplina Introdução ao Sistema de Saúde Pública do Brasil. 
Este livro está dividido em quatro capítulos, nos quais, abordaremos os 
conceitos de saúde e doença, história natural das doenças, vigilância epidemio-
lógica, meio ambiente e cidadania, políticas de saúde pública, sistema único de 
saúde (SUS) e, por fim, ética e trabalho nos serviços de saúde.
Ele tem o intuito de contribuir para a melhoria do ensino-aprendi-
zagem da disciplina, acerca do conhecimento científico do planejamento e 
das ações dos profissionais de saúde no âmbito da saúde pública no país, 
promovendo competências e habilidades que serão implementadas ao lon-
go de sua prática assistencial.
O nosso objetivo não é esgotar o assunto, pois foram expostos 
neste material apenas os principais pontos a serem discutidos ao longo da 
disciplina, buscando despertar a sua curiosidade em relação ao aprofunda-
mento dos seus estudos, de acordo com o referencial teórico colocado no 
decorrer dos capítulos.
Bons estudos!
SumárioSumário
UMA VISÃO HOLÍSTICA DA SAÚDE NO BRASIL
1. Conceitos de saúde e doença no país ........................................... 8
2. Aspectos sociodemográficos:
meio ambiente, saúde e cidadania ............................................... 10
3. Níveis de assistência à saúde ...................................................... 12
4. Necessidades humanas básicas .................................................. 14
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
1. O que é o SUS? ........................................................................... 20
2. Implementação do sistema único de saúde no Brasil .................. 21
3. Legislação e diretrizes do SUS .................................................... 24
4. O processo de reforma sanitária .................................................. 27
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
1. Conceito de vigilância em saúde pública ..................................... 36
2. Uma breve história epidemiológica brasileira ............................... 38
3. História natural da doença ............................................................ 39
4. Aspectos da promoção e prevenção da saúde ............................ 43
5. Sistema de informação e registro em saúde ................................ 44
ÉTICA E TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. O que é ética em saúde? ............................................................. 50
2. Trabalho em equipe: negociação na área da saúde .................... 52
3. Padrões de qualidade em prestação de serviços em saúde ........ 54
4. Direitos do cliente aos serviços de saúde .................................... 57
Referências ..................................................................................... 62
49
ética e traBalho dos profissionais de saúdeética e traBalho dos profissionais de saúde
INTEGRALIDADE
SU
JE
IT
O
PREOCUPAÇÃO
HOSPITALARES
RELAÇÃO
SUBSETORES
N
O
R
M
A
T
IZ
A
Ç
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DEONTOLOGIA
PARTICIPAÇÃO
SISTEMAS
COMPROMISSO
CONSELHO
METODOLOGIA
ENFERMAGEM
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OOBJETIVIDADE
EMERGÊNCIA
EQUIPE
GERÊNCIA
SE
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• Aprender o conceito de ética em saúde;
• Conhecer o conceito de trabalho em equipe na assistência à saúde; 
• Estudar sobre as características dos padrões de prestação de serviços em saúde;
• Aprender a relacionar os direitos dos clientes aos serviços de saúde.
Capítulo 04
50
1. o qUe é ética em saúde?1. o qUe é ética em saúde?
Segundo Padilha (1995), ética é o conjunto de princípios morais e valores que 
regulamentam os direitos e deveres de cada cidadão e são estabelecidos e aceitos 
por um povo em determinado tempo.
Cabe, porém, ressaltar que as questões éticas envolvendo a medicina já 
possuem um histórico, desde a época em que os gregos, influenciados pela Filoso-
fia, e de forma mais enfática por Hipócrates, obedeciam a um código de etiqueta e 
comportamento para o médico, o qual descrevia condutas de aparência saudável, vol-
tadas a promover a serenidade, autocontrole, compaixão e dedicação, objetividade, 
responsabilidade e compromisso com o bem-estar do doente (LOCH, 2003).
Segundo Silva et al. (2017), “todas as profissões devidamente regulamenta-
das possuem um código de deontologia que normatiza os deveres e obrigações das 
profissões”. Sob esse enfoque, a ética é compreendida como uma ciência que está 
direcionada à reflexão crítica sobre o comportamento humano, na qual interpreta, 
discute, problematiza, investiga os valores, princípios e o comportamento moral, à 
procura do bem-estar da vida em sociedade (FORTES, 1998).
Destarte, a ética procura ter como princípio fundamental o respeito ao ser 
humano, o qual deve ser considerado como um indivíduo autônomo, participativo, 
devendo ser garantida sua condição de sujeito. Nesse sentido, surge a definição de 
diversos códigos, normas e princípios direcionados ao norteamento de grupos profis-
sionais, em suas atividades e relações com o ser humano.
Segundo Germano (1996), a preocupação com o ensino da ética na enfer-magem brasileira surgiu e evoluiu paralelamente à organização e estruturação da 
profissão, sofrendo influência dos mesmos princípios que fundamentaram seus mar-
cos conceituais, dos objetivos que sustentaram ou que embasaram a criação de suas 
várias entidades, enfim, das próprias lutas ideológicas que se travam a partir das 
diferentes concepções de mundo presentes na sociedade, repercutindo na prática 
profissional dos enfermeiros. Portanto, o ensino da ética na enfermagem surgiu 
com a criação do próprio curso de Enfermagem, em 1923, no Rio de Janeiro, na então 
Escola de Enfermeiros do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), hoje, 
Escola Ana Néri.
51
Com base nesse entendimento, o Código de Ética dos profissionais de Enfer-
magem foi criado para que eles pudessem conhecer o conjunto de deveres, princí-
pios, direitos, responsabilidades e proibições pertinentes à conduta ética. É oportuno 
destacar que o código leva em consideração a necessidade e o direito de assistência 
em Enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua organização. 
Ainda pressupõe que tais profissionais prestem uma assistência sem riscos ou danos 
e acessível a toda e qualquer população (COFEN, 2017).
Hans Jonas foi um dos autores que mais se dedicou neste século às questões 
relacionadas com a ética da responsabilidade. Segundo sua linha de pensamento, no 
que se refere ao campo da ciência, por exemplo, a liberdade de criação e de utilização 
de novos conhecimentos deve guardar relação com a responsabilidade individual e 
pública na aplicação das descobertas e de suas consequência, trazendo essa re-
flexão para o campo das ações sanitárias públicas, e mais especificamente para o 
Sistema Único de Saúde (SUS), pois pouco se tem trabalhado sobre os deveres e 
as obrigações dos diferentes atores direta ou indiretamente envolvidos nas variadas 
atividades e escalões que dizem respeito ao adequado funcionamento do Sistema 
(JONAS, 1990 apud GARRAFA; OSELKA; DINIZ, 2017).
No que se refere à ética da responsabilidade pública, um aspecto que não 
deve ser deixado de lado na reflexão sanitária é aquele que diz respeito à definição 
das prioridades nos investimentos do Estado, incluindo o estudo da destinação, alo-
cação, distribuição e controle dos recursos financeiros dirigidos ao setor. Diferen-
temente dos países industrializados, convivemos no Brasil com situações paradoxais 
que vão desde a insistente presença de doenças comuns às nações mais pobres do 
planeta (dengue, malária, Chagas, esquistossomose, febre amarela etc.) até o regis-
tro significativo em nossas estatísticas de mortalidade dos problemas comuns aos 
países mais avançados (câncer, problemas cardiovasculares, acidentes de trânsito 
etc.). Com o encarecimento dos meios de diagnóstico e a natural sofisticação tecnoló-
gica decorrente do progresso científico, os recursos aplicados em saúde começam a 
se tornar insuficientes até mesmo nos países ricos do Hemisfério Norte. A discussão 
sobre “prioridades” começa a adquirir conotações éticas crescentemente dramáti-
cas. É responsabilidade do Estado e das instituições públicas individualizar soluções 
morais com as quais se possa enfrentar a escassez, soluções estas que não compor-
tam nem a discriminação injusta nem a tirania de minorias (HARRIS, 1988). Dentro 
do contexto brasileiro, “individualizar soluções morais” ou “priorizar recursos públicos” 
deve significar atenção preferencial à maioria populacional necessitada. 
52
Leia na integra a atual resolução do COFEN sobre o Código de Ética de Enfer-
magem. Acesse o Link: <https://bit.ly/2Lnnxbb>.
2. traBalho em eqUipe: negociação na área da saúde2. traBalho em eqUipe: negociação na área da saúde
No campo da saúde, a concepção de trabalho em equipe emerge de um 
contexto em que cabe destacar três aspectos inter-relacionados. O primeiro diz res-
peito à noção de integração, formulada e divulgada pelo movimento da medicina pre-
ventiva nos anos 1950, pela medicina comunitária nos anos 1960 e pelos programas 
de extensão de cobertura e de integração docente-assistencial inspirados nos dois 
primeiros e implantados, no Brasil, nos anos 1970. O segundo aspecto refere-se às 
mudanças na abordagem de saúde e de doença, que transitam entre as concepções 
de unicausalidade, multicausalidade e determinação social. Sendo assim, “Traba-
lho em equipe é quando um grupo ou uma sociedade resolve criar um esforço 
coletivo para resolver um problema”. (LAURELL, 1983; FANCCHINI, 1993 apud 
AROUCA, 2003).
No processo de emergência da medicina preventiva, nos anos 1950, nos 
EUA, foi proposto um projeto que visava mudanças na prática médica, com uma re-
definição radical do papel do médico, incorporando, pela primeira vez, em propostas 
curriculares de ensino de graduação, a ideia de trabalho em equipe multiprofissional, 
que seria liderada por um médico. Esse novo ator social, dotado de novas atitudes, 
ideologias e habilidades, adquiridas no interior da escola médica, deve estabelecer 
igualmente novas relações com o paciente, família e comunidade, bem como com os 
demais profissionais de saúde, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacio-
nais etc. (AROUCA, 2003). 
Contudo, a ideia de equipe de saúde é habilitada pelo desenvolvimento 
da integralidade do cuidado com o paciente no campo preventivo, curativo e da 
reabilitação relacionada ao processo saúde-doença, da história natural da doen-
ça e das estratégias de integração. No entanto, segundo Arouca (2003), mantém-
-se a centralidade do trabalho médico em torno do qual se agregarão os outros 
trabalhos especializados.
53
O conceito de integração propõe um trabalho coletivo no interior de uma pro-
fissão essencialmente individualista. O fundamental da prática liberal é o encontro 
do médico e paciente em suas singularidades, em suas independências de escolha 
e nas suas responsabilidades individuais, de tal forma que o processo de trabalho 
médico se caracteriza por ser um trabalho essencialmente individual, mesmo quando 
é realizado em termos de equipe (AROUCA, 2003).
A medida de integração das diferentes áreas profissionais e de seus respecti-
vos agentes torna-se necessária para o modelo de organização social das práticas 
de saúde vigente, convertendo-se em ferramenta para a maior eficácia das ações de 
saúde e maior eficiência e efetividade dos serviços prestados. Também pode se cons-
tituir, historicamente, em uma prática de trabalho em equipe integrada como modo 
predominante de organização dos serviços (PEDUZZI, 2007).
Figura 01: Trabalho em equipe.
Fonte: <https://bit.ly/2s7FFh3>
A introdução do Programa de Saúde da Família (PSF), em 1994, como estra-
tégia de reorganização da atenção à saúde, destaca o trabalho em equipe como 
uma diretriz operacional para a reorganização do processo de trabalho em saúde. 
Especificamente quanto à atenção primária, Starfield (2002) aponta que embora o 
ímpeto inicial do trabalho em equipe tenha sido aumentar o potencial dos médicos
da atenção primária, cuja oferta era baixa, outros imperativos agora estão à frente, 
pois o envelhecimento da população e o aumento das doenças que duram mais ou 
ocorrem mais frequentemente têm criado a necessidade de uma abordagem de aten-
ção primária mais ampla e qualificada, o que sustenta o movimento em relação ao 
‘trabalho de equipe’ nos vários países. 
54
Por outro lado, a proposta do ‘trabalho em equipe’ também é reforçada pela 
crítica aos modelos clássicos de administração, que se estende pelos diversos seto-
res da produção, inclusive ao setor da saúde, sobretudo em relação à crítica sobre a 
rígida e excessiva divisão do trabalho, fragmentação das tarefas e despersonalização 
do trabalho (MARTINS & DAL POZ, 1998; CAMPOS, 2000 apud PEDUZZI, 2007). 
No ingresso das pessoas em uma organização, elas podem exercer suas ta-
refas operacionais isoladamente ou em grupos nos setores ou departamentos. Cada 
qual, porém, tende a justificar sua contratação e locação pelo seu desempenho, aten-dendo às necessidades da organização. No caso da saúde, os colaboradores são 
especialistas em sua área de atuação, porém a soma dos esforços deles resultará na 
prevenção ou recuperação da saúde do cidadão. Dessa forma, as pessoas acabam 
por trabalhar em grupo para atender à missão do seu serviço, setor e instituição, 
bem como às necessidades dos cidadãos, sejam eles clientes internos ou externos 
(CARDOSO, 1998).
A interação e a comunicação, reconhecidas como essenciais para o desen-
volvimento do trabalho em equipe, podem ser analisadas segundo os conceitos de 
racionalidades habermasianos: a comunicativa para enunciar e alcançar algo em prol 
do entendimento, que busca assegurar o êxito definido a priori e com base em regras 
técnicas (HABERMAS, 2003 apud SOUZA, 2016).
3. padrões de qUalidade em prestação de serviços em saúde3. padrões de qUalidade em prestação de serviços em saúde
Qualidade não é um tema novo. Ela sempre esteve presente na vida do ho-
mem. O ser humano, desde seus primórdios, sempre procurou o que fosse melhor 
às suas necessidades, mesmo que não tivesse um conceito formado sobre o real 
significado da palavra qualidade. No Egito, no tempo dos faraós, já era possível per-
ceber a adoção da qualidade por meio dos dois tipos de labores existentes, onde 
uns realizavam as tarefas e os outros fiscalizavam o que os primeiros tinham feito. 
Na Idade Média, também já se falava em qualidade, pois, os artesãos e os artífices 
eram responsáveis pela fabricação de seus produtos com qualidade, calcada na sua 
reputação e habilidades (RODRIGUES, 2011 apud SILVA K. et al., 2017).
Os conceitos de gerência da qualidade foram desenvolvidos no contexto in-
dustrial, inicialmente a partir de pensadores norte-americanos. Seu apogeu se deu na 
indústria japonesa do pós-guerra. Neste cenário, Deming, que é considerado um teó-
rico nesta área, propôs um método por meio do qual a qualidade é alcançada (MALIK, 
1998 apud D’INNOCENZO; ADAMI; OLM, 2006).
55
Assim, os serviços de saúde iniciaram o engajamento no movimento pela 
qualidade já existente em outras áreas de atuação. Avedis Donabedian, pediatra 
armênio radicado nos Estados Unidos, foi o pioneiro no setor saúde, sendo o primeiro 
autor que se dedicou de maneira sistemática a estudar e publicar sobre qualidade 
em saúde. Este autor, absorveu os indicadores de estrutura, processo e resultado 
da teoria de sistemas, adaptando-os ao atendimento hospitalar, abordagem que se 
tornou um clássico nos estudos de qualidade em saúde (D’INNOCENZO; ADAMI; 
OLM, 2006).
Nesse sentido, a avaliação dos resultados obtidos pela assistência prestada 
ganhou relevância, objetivando intervir nos vários componentes dos sistemas e sub-
sistemas para operar mudanças e melhorar a qualidade dos serviços (D’INNOCEN-
ZO; ADAMI; OLM, 2006). Dentre esses componentes: 
• Componente estrutura: corresponde às características relativamente 
estáveis e necessárias ao processo assistencial, abrangendo a área físi-
ca, recursos humanos (número, tipo, distribuição e qualificação), recursos 
materiais e financeiros, sistemas de informação e instrumentos normativos 
técnico-administrativos, apoio político e condições organizacionais.
• Componente processo: corresponde à prestação da assistência, segundo 
padrões técnico-científicos estabelecidos e aceitos na comunidade científica 
sobre determinado assunto e à utilização dos recursos nos seus aspectos 
quanti-qualitativos. Inclui o reconhecimento de problemas, métodos diag-
nósticos e cuidados prestados.
• Componente resultados: corresponde às consequências das atividades 
realizadas nos serviços de saúde pelo profissional, em termos de mudan-
ças verificadas no estado de saúde dos pacientes, considerando também 
as mudanças relacionadas aos conhecimentos e comportamentos, bem 
como a satisfação do usuário e do trabalhador ligados ao recebimento e 
prestação dos cuidados aos pacientes, respectivamente. Mesmo que os 
resultados constituam um indicador de qualidade da assistência médica, é 
necessário realizar avaliações simultâneas das estruturas e dos processos 
para conhecer as razões das diferenças encontradas, de forma a planejar 
intervenções que levem não apenas à melhoria da assistência à saúde, mas 
também ao alcance da eficiência na administração dos serviços de saúde.
56
Nas instituições de saúde, os usuários do sistema exigem serviços de qua-
lidade, situação que estabelece uma sistematização do serviço para atender a de-
manda da população, conhecida como gestão da qualidade total. No Brasil, o movi-
mento pela qualidade, iniciou-se na década de 70. O caminho seguido foi mais ou 
menos semelhante ao de outros países: início na indústria, extensão na área de servi-
ços e, um pouco mais tarde, especificamente no setor de saúde (NOGUEIRA, 2008).
Assim, considerando que as atividades desenvolvidas nas instituições de 
saúde carregam consigo um potencial dano implícito, os profissionais envolvidos na 
assistência são obrigados a buscar modelos de melhoria e de garantia da qualidade 
na gestão da atenção à saúde oferecida à população. Além disso, os serviços pres-
tados à população precisam ser avaliados para identificar se seguem um padrão ou 
uma metodologia de qualidade. Desse modo, os serviços de saúde passam por 
uma avaliação com especialistas externos, definindo o que é qualidade, fornecendo 
padrões e critérios de reconhecimento capazes de garantir a segurança do usuário 
do sistema de saúde, com olhar crítico e sistema de manutenção e renovação das 
avaliações, chamado de acreditação (RODRIGUES, 2011).
Seguindo os parâmetros dos modelos de sistemas de saúde globais, o sis-
tema de saúde brasileiro foi inicialmente constituído em uma relação na qual apenas 
pessoas que possuíam recursos financeiros e podiam custear seu tratamento tinham 
acesso ao atendimento. De acordo com Neto e Malik (2012), no final do século XIX, 
essas pessoas eram atendidas em casa, enquanto os pobres eram destinados aos 
hospitais, lugar onde morreriam, já os que possuíam alguma doença como hansenía-
se ou doenças psiquiátricas eram segregados. Ao longo do tempo, várias mudanças 
se estabeleceram e, em 1988, com a promulgação da Constituição Federal do Brasil, 
a saúde foi instituída como um direito de toda a população e um dever do Estado, 
quando então foi criado o SUS (Sistema Único de Saúde). Dessa forma, o sistema de 
saúde brasileiro passou a ser composto por uma combinação de recursos públicos e 
privados que mantém a sua estruturação. Paim et al. (2012) apresenta esse sistema, 
subdividindo-o em três subsetores, denominados público, privado e de saúde suple-
mentar, que se diferenciam por meio de suas formas de financiamento.
Os serviços públicos são diretamente financiados por recursos do Estado, 
seja nos níveis Federal, Estadual ou Municipal. O subsetor privado é financiado 
tanto por recursos públicos quanto privados. Já o subsetor de saúde suplementar 
é organizado e financiado por diversos tipos de planos privados e seguros de saúde, 
57
bem como por subsídios fiscais. Apesar de haver esta distinção entre os subsetores, 
o acesso à utilização dos serviços não é restrito aos usuários, desde que haja facili-
dade de acesso ou capacidade de pagamento, dependendo do serviço que se queira 
usufruir (NERI, 2015).
O sistema público universal de saúde do Brasil teve como marco inicial a 
criação do SUS, onde se atribuiu ao Estado a responsabilidade de proporcionar à po-
pulação um sistema público universal de saúde, constituído por serviços e estruturas 
que possibilitam o acesso ao atendimento nos serviços de saúde a toda população, 
independente da posse de recursos para seu financiamento, com base nos princípios 
da equidade, descentralização, integralidade e universalidade (BARBOSA, 2013). As-
sim, desde os mais pobres até as pessoas detentoras de grandes somas de recursos 
são igualmente beneficiadas e podem ser atendidas pelo SUS (NERI, 2015).
Figura 02: Serviços de saúde do sistema público de saúde. 
Fonte:<https://goo.gl/CcF25N>
4. direitos do cliente aos serviços de saúde4. direitos do cliente aos serviços de saúde
A Organização Nacional de Acreditação (ONA) comemora os seus 15 anos, 
que perpassa a história da saúde desde os primórdios de sua criação, pelo menos 
do período pré-ONA ou imediatamente após o seu nascimento. No período anterior, 
nos anos 90, a Organização Pan-americana da Saúde, repartição da América Latina 
e Caribe da Organização Mundial da Saúde, sediada em Washington D.C., mantinha 
e mantém até hoje uma estreita relação, formal e obrigatória com os ministérios da 
saúde de todos países desta região (NOVAES, 2015).
58
Dentre alguns aspectos dos estudos, raramente existia uma relação com 
outros setores, principalmente os das unidades hospitalares do campo privativo. 
Existe, portanto, uma necessidade de conscientização para o desenvolvimento da 
assessoria dos hospitais, mas também dos privados desta região (América Latina e 
Caribe). Assim, a OPAS firmou um acordo, em 1986, de cooperação técnica com a 
Federação Latino-Americana de Hospitais, membro permanente do Conselho Diretor 
da OPAS, para contornar o obstáculo referente à resistência dos Ministérios com o 
setor privado, em especial hospitais privados e, dessa forma, poder-se-ia oferecer 
consultoria a tais hospitais. Pretendia-se com este acordo ganhar maior flexibilidade 
em relação à introdução de uma metodologia de acreditação hospitalar na América 
Latina e no Caribe, para todos os hospitais públicos, mas também com compromisso 
de trabalhar, pela primeira vez, com hospitais privados. A metodologia da acreditação 
era completamente desconhecida e a maioria dos administradores hospitalares des-
conheciam até a palavra “acreditação” (NOVAES, 2015).
De acordo com a Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa do 
SUS (BRASIL, 2007), o artigo 1º dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários 
da saúde, nos quais o indivíduo tem direito ao acesso a bens e serviços ordenados e 
organizados para garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e recupe-
ração da saúde. Sendo assim, integrado às unidades de saúde da família, unidades 
básicas de saúde, serviços de atendimento de urgência/ emergência e o encaminha-
mento das especialidades e ao serviço hospitalar pela referência da unidade básica.
As diretrizes da carta dos direitos e deveres dos usuários são:
1. Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços ordenados e orga-
nizados para garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e 
recuperação da saúde;
2. Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo para 
resolver o seu problema de saúde;
3. Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado, realizado por pro-
fissionais qualificados, em ambiente limpo, acolhedor e acessível a todas 
as pessoas;
4. Toda pessoa deve ter seus valores, sua cultura, crença e seus direitos 
respeitados na relação com os serviços de saúde;
59
5. Toda pessoa é responsável para que seu tratamento e sua recuperação 
sejam adequados e sem interrupção;
6. Toda pessoa tem direito à informação sobre os serviços de saúde e sobre 
as diversas formas de participação da comunidade;
7. Toda pessoa tem direito a participar dos conselhos e das conferências de 
saúde e de exigir que os gestores federal, estaduais e municipais cumpram 
os princípios desta carta (BRASIL, 2012). 
Segundo Novaes (2015), o Manual de Acreditação dos Hospitais da América 
Latina e Caribe tem como objetivo a cobrança dos serviços de unidades hospitala-
res para o tratamento de casos de comorbidades em fase aguda de doença/agravo, 
fundamentada por um guia que ilustra as comissões institucionais ao elabora o seu 
próprio instrumento de avaliação, que foi desenvolvido por meio de padrões de aten-
ção, prática ou método idealizado.
O manual produzido pela OPAS foi apresentado a representantes de institui-
ções públicas e privadas do Brasil em conferências internacionais e, mais explicita-
mente, em Brasília, mais poucos avanços puderam ser observados após as apresen-
tações. E a sua implementação só foi possível depois que o ministro de uma unidade 
hospitalar se mostrou mais sensível ao uso das novas metodologias (NOVAES, 2015).
A estratégia da OPAS é identificar uma entidade ligada à Federação Latino-A-
mericana de Hospitais. A única representante desta entidade era a Federação Brasi-
leira de Hospitais. Dessa maneira, a Federação Brasileira foi contratada sem licitação 
em 1995, já que, como no caso do ITAES argentino, não havia outra entidade em 
condições de executar a tarefa que era necessária na época (NOVAES, 2015).
De acordo com Sá (2009), é possível atribui a especificidade do trabalho em 
saúde à sua característica intersubjetiva e de intervenção única de um indivíduo sobre 
o outro pelas experiências singulares como: de vida, prazer, dor, sofrimento e morte. 
Com isso, o caráter mais ou menos técnico-científico deste trabalho relaciona-se ao 
seu grau de especialização, à sua forma/lógica de organização e de divisão técnica e 
social, às suas finalidades, bem como às representações e valores a ele associados, 
diversificando o contexto histórico-social, alargando ou estreitando as margens da 
solidariedade e do cuidado com a vida.
60
O contexto de práticas histórico-culturais apresenta uma “relação” no âmbito 
da atenção à saúde ao utilizar o diálogo entre o profissional com o paciente, para 
que essas pessoas possam estar inseridas em uma rede complexa de materialida-
des e socialidades. Diante disso, a diversidade de pessoas e artefatos busca novos 
conteúdos relacionados às doenças e tratamentos, em que a capacidade profissional 
de resposta se dá por meio de suas experiências profissionais, regulações e protoco-
los relativos ao apoio profissional e pessoal e às materialidades que fundamentam a 
prática (SPINK, 2015).
No livro The logic of care, publicado em 2008, Annemarie Mol contrasta duas 
maneiras de lidar com a doença: a lógica do cuidado e a lógica da escolha (logic of 
choice). A lógica da escolha adentrou os serviços de saúde trazendo consigo formulários 
de consentimento informado, litígios, presença de anúncios sobre medicamentos e trata-
mentos e as múltiplas informações sobre estilos de vida que, obviamente, dependem da 
adesão – por escolha – dos pacientes (mesmo que nunca se tenha tempo para ler as letras 
pequenas dos consentimentos informados que são assinamos quando se faz certos exa-
mes ou se submetem a alguns procedimentos médicos). Para Mol, a lógica da escolha não 
combina muito com a doença, por isso, ela pergunta em que medida a lógica da escolha 
interfere no bom cuidado (SPINK, 2015).
Leia o Anexo 3 do Manual da Comissão Conjunta de Acreditação de Hospitais 
para a América Latina e Caribe na íntegra, acessando o link: <https://bit.ly/2KV0piW>.
1. Descreva o conceito de ética. 
61
2. Defina trabalho em equipe.
3. Quais os componentes do sistema e do subsistema sobre a avaliação da qualidade 
dos serviços de saúde?
4. Quais os padrões de avaliação para a melhoria contínua da qualidade do atendimento 
aos pacientes e do desempenho organizacional da saúde pública?
Este capítulo analisou a concepção de ética e bioética no sistema público bra-
sileiro. Conceituou o trabalho em equipe na efetividade da assistência ao cuidado e 
relacionada ao processo de negociação da prática em equipe.
Também caracterizou historicamente os padrões de qualidade dos serviços 
públicos e privados. Por fim, analisou o Manual da Comissão Conjunta de Acreditação 
de Hospitais para a América Latina e o Caribe.
62
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