Prévia do material em texto
Modelagem de Processos Marcio Quirino - 1 SUMÁRIO Caminho do Brilho: Saiba Quais Conteúdos Você Irá Aprender Conosco........................................... 6 Onboarding................................................................................................................................................. 6 Fundamentos da Gestão de Processos ................................................................................................ 7 Introdução .................................................................................................................................................. 7 1. Gestão de processos e o BPM ................................................................................................ 7 Conceitos da gestão de processos ............................................................................................................ 7 Primários ou essenciais.......................................................................................................................... 7 Apoio ou suporte .................................................................................................................................... 8 Gerenciais .............................................................................................................................................. 8 Exemplos de processos ......................................................................................................................... 8 Compras .................................................................................................................................. 8 Logística de distribuição .......................................................................................................... 8 Aprovação (Alvarás e licenças)............................................................................................... 8 Atendimento a clientes ............................................................................................................ 9 Atendimento em emergências ................................................................................................ 9 BPM (Business Process Management) .................................................................................................... 10 2. Ciclo de vida do BPM ............................................................................................................. 11 Fases do ciclo de vida do BPM ................................................................................................................ 11 Estratégias e planejamento do processo.............................................................................................. 12 Análise dos processos de negócio ....................................................................................................... 12 Desenho e modelagem dos processos de negócios ............................................................................ 13 Implementação do processo ................................................................................................................ 13 Gerenciamento de mudanças organizacionais .................................................................... 14 Automação de processos ...................................................................................................... 14 Controle e monitoração do processo .................................................................................................... 14 Refinamento do processo..................................................................................................................... 14 Cultura de BPM ........................................................................................................................................ 14 3. Mapeamentos de processos BPMN ...................................................................................... 15 Mapeamento de processos ...................................................................................................................... 15 Símbolos BPMN ....................................................................................................................................... 17 Eventos ................................................................................................................................................ 17 Eventos de início ................................................................................................................... 17 Eventos intermediários ......................................................................................................................... 18 Eventos de fim ...................................................................................................................................... 19 Pontos de decisão (gateways) ............................................................................................................. 20 Tarefas (atividades) .............................................................................................................................. 21 Piscina (pool) ........................................................................................................................................ 23 Raias (lanes) ........................................................................................................................................ 23 Modelagem de Processos Marcio Quirino - 2 Exemplo de modelo BPMN ...................................................................................................................... 24 Considerações finais ................................................................................................................................ 25 Explore + .................................................................................................................................................. 25 Referências .............................................................................................................................................. 25 Metodologia de Gerenciamento de Processos ................................................................................... 27 Introdução ................................................................................................................................................ 27 1. Metodologias SOA e BPM ..................................................................................................... 27 Metodologia SOA ..................................................................................................................................... 27 Metodologia BPM ..................................................................................................................................... 30 2. Ferramentas de gestão .......................................................................................................... 32 Etapas do gerenciamento de processos .................................................................................................. 32 Algumas ferramentas de gestão............................................................................................................... 33 Gráfico de Pareto ................................................................................................................................. 33 Diagrama de Ishikawa .......................................................................................................................... 34 Brainstorming ....................................................................................................................................... 36 Considerações finais ................................................................................................................................ 37 Explore + ..................................................................................................................................................ter vários propósitos. Um veículo de passeio pode ser usado para diversos fins, como transporte da família, uso limitado ao deslocamento entre casa e trabalho e obtenção de rendimentos em sua utilização, como um táxi. Dependendo do tipo de automóvel escolhido, você pode decidir a maneira como ele será construído: A. Carro de corrida ✓ No caso do carro de corrida, será necessário o desenvolvimento de peças personalizadas a custos mais elevados, atendendo, por conta disso, a um número mais restrito de clientes. B. Veículo de passeio ✓ O veículo de passeio poderá ser produzido com peças padronizadas facilmente encontradas no mercado. Essa facilidade obviamente propicia o atendimento de muitos clientes. A arquitetura para os serviços na web obedece à mesma lógica de raciocínio empregada na construção do automóvel. Se a arquitetura de três camadas tiver um acoplamento forte, ela será como a construção do carro de corrida; no entanto, se a SOA for fraca, equivalerá a um automóvel de passeio. Por isso, nesses casos, devemos utilizar dois tipos de arquitetura: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 29 A. Arquitetura de três camadas (3TA) ✓ Carro de corrida (acoplamento forte). B. SOA ✓ Carro de passeio (acoplamento fraco). A arquitetura de três camadas é dividida da seguinte maneira: 1. Camada de apresentação • Execução das operações determinadas no computador do cliente. 2. Camada de negócios • Fase em que o processamento é executado, sendo um nível intermediário. 3. Camada de dados • Quando há o armazenamento e a recuperação das informações, constituindo o nível mais baixo da estrutura. A camada de dados mantém os dados neutros das outras camadas. Para conseguirmos ilustrar essas três camadas, analisaremos a imagem a seguir: Exemplo de arquitetura de 3TA. Na SOA, a camada de apresentação é separada, enquanto as outras duas são divididas em programas com funcionalidades específicas, podendo ainda ser combinadas de várias maneiras. Seus módulos ou componentes de software são autônomos, independentes e organizados de acordo com os processos de negócios. Dessa forma, é possível criar rapidamente diferentes produtos com custos e esforços menores. Conheça agora as principais vantagens no uso da SOA para as organizações: • Reutilização dos serviços ✓ Os programas podem ser usados mais de uma vez e por mais de um consumidor. • Facilidade na manutenção dos serviços ✓ Os programas são completos e independentes, o que não gera pausas no andamento da organização e do próprio negócio. • Acessibilidade a qualquer solicitante do serviço Modelagem de Processos Marcio Quirino - 30 ✓ Os consumidores podem acessá-lo em qualquer momento. • Aplicável em diferentes organizações com níveis distintos de complexidade ✓ A arquitetura SOA utiliza aplicações menores e de complexidade reduzida - nas quais a capacidade dos serviços é executada com êxito – em diferentes servidores. Isso permite uma maior escalabilidade e disponibilidade de serviço a organizações com níveis diferentes de atividade e complexidade. • Aumento da produtividade ✓ Melhorias e ajustes nos processos – e, por conseguinte, nos serviços – são realizados mais facilmente. Os sistemas de uma arquitetura de software tradicional não foram projetados para estar integrados. Por conta disso, é necessário haver plataformas e linguagens específicas para o seu acesso com acoplamento forte e dependentes entre si. Já na SOA, os diversos sistemas e aplicativos são compartilhados e acessados de modo independente, pois existe uma camada de integração entre eles: Arquitetura SOA. Metodologia BPM A Association of Business Management Professional (ABPMP), que, em português, significa a associação de profissionais de gerenciamento de processos de negócios, oferece a seguinte definição para a metodologia BPM: BPM é uma abordagem disciplinar para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio, automatizados ou não, para alcançar resultados consistentes e alinhados com os objetivos estratégicos da organização. (abpmp, 2013) Para entendermos melhor os meandros do BPM, apresentaremos agora o business process management suite or system (BPMS) ou, em português, sistema de gestão de processos de negócios. Ferramenta de apoio de TI, o BPMS oferece um suporte na realização de atividades importantes do ciclo de vida do gerenciamento de processos de negócios em diversas fases, sendo elas: 1. Modelagem inicial. 2. Monitoramento. 3. Modelagem inicial. 4. Simulação. 5. Melhorias. 6. Execução. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 31 Para efeito de comparação, podemos considerar os seguintes postulados: a Disciplina Análise de custos e Planilha eletrônica (ferramenta para a disciplina) estão de um lado; do outro, estão BPM e a metodologia BPMS. As ferramentas de BPMS buscam automatizar os processos de negócios de uma organização para ela poder tomar rápidas decisões alinhadas com a estratégia do negócio. O BPM tem sua estrutura organizada por processo conforme ilustra o esquema abaixo, ou seja, a gestão dele não é hierarquizada por departamentos de forma verticalizada como a de uma estrutura funcional. Pelo contrário: ela é maleável e horizontalizada, permitindo uma combinação de vários departamentos com o propósito de interligar as atividades necessárias para a entrega de resultados consistentes e alinhados aos objetivos estratégicos da organização. As partes estratégicas dessa estrutura são as seguintes: 1. Marketing; 2. Produção; 3. Financeira; 4. Recursos Humanos. Sem uma estrutura por processos, não é possível pensar em BPM. Tampouco se consegue, consequentemente, utilizar o BPMS, o qual, aliás, também serve como uma camada para a realização da integração entre sistemas, permitindo que o usuário gerencie por completo o processo de negócio. Relembrando A SOA é uma abordagem tecnológica que deve atender a um negócio ou ao processo dele. Já o gerenciamento de processos de negócios – ou seja, o BPM – se refere à modelagem, à implementação e ao monitoramento dos processos que utilizam vários serviços para realizá-los. O BPM se transforma em BPMS quando é empregado em ambientes integrados de softwares, tendo o ciclo de vida dos processos de negócio automatizados. Pelo fato de o BPM e a SOA possuírem muitos benefícios em comum, eles são usualmente confundidos; no entanto, como pudemos constatar nas definições apresentadas, eles não são a mesma coisa. A combinação de BPM e SOA traz resultados muito mais significativos que a utilização deles de forma isolada, pois esse tipo de metodologia reduz a lacuna entre a análise de negócio e o desenvolvimento de TI. Isso permite que os processos de negócios e de dados sejam considerados e projetados ao mesmo tempo. Podemos constatar na próxima imagem a relação entre BPM e SOA quando ambos operam em uma mesma plataforma: Relação entre BPM e SOA. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 32 Essa aliança fornece algumas vantagens, tais como: A. Competitividade ✓ As organizações apresentam um bom desempenho do negócio em ambientes dinâmicos e globalizados. B. Diversidade ✓ É possível utilizar vários sistemas diferentes executados em plataformas e base de dados distintas. C. Conhecimento organizacional ✓ A criação, a utilização e a troca do conhecimento são favorecidas pela relação entre BPM e SOA. Com a adoção da arquitetura flexível promovida pela SOA, o BPM tem o potencial de aglutinar pessoas, processos e tecnologia, promovendo, assim, uma melhora no desempenho e, por consequência, no alcance dos objetivos estratégicos de uma organização. 2. Ferramentas de gestão Etapas do gerenciamento de processos A utilização de ferramentas de gestão é um fator indispensável no gerenciamento de processos. Conforme indicado a seguir,esse gerenciamento pode ser dividido em quatro etapas: A. Dirigir ✓ Conduzir e alinhar processos e operações de acordo com os objetivos estratégicos da organização. B. Projetar ✓ Formatar, desenhar e analisar processos, bens e serviços. C. Entregar ✓ Planejar e controlar operações e processos em andamento. D. Desenvolver ✓ Melhorar as capacidades da operação e dos processos envolvidos. Exemplo A empresa Kids Toys vem registrando um crescimento impressionante ao longo dos seus cinco anos de existência. Ela conta, atualmente, com uma equipe de 15 colaboradores em tempo integral e outros 12 atuando de forma independente. Seu faturamento anual já está na casa dos nove milhões de reais. Seus gestores, porém, perceberam que o gerenciamento da organização precisava evoluir. Isso lhes exigia tanto uma nova cultura organizacional quanto uma forma diferente de organizar e administrar os seus processos. Desse modo, eles resolveram contratar uma empresa de consultoria para auxiliá-los nessa nova empreitada. Após realizar um diagnóstico prévio da organização, a empresa apresentou um relatório no qual constavam quatro etapas necessárias para um gerenciamento de processos eficiente e eficaz: Etapa 1 Dirigir Conduz uma compreensão geral dos processos e das operações em relação aos seguintes objetivos estratégicos da organização: 1. No que ela espera se transformar em longo prazo; 2. Em quais mercados pretende atuar; 3. Prevê a evolução da capacidade de produção; 4. Projeta os recursos ao longo desse período. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 33 Etapa 2 Projetar Modela produtos, serviços e processos de acordo com o alinhamento estratégico definido na etapa anterior. Etapa 3 Entregar Coloca em prática os itens modelados na fase anterior, realizando-se, para isso, o monitoramento e o controle deles em diversas etapas da produção (desde o fornecedor até o cliente final). Etapa 4 Desenvolver Verifica o desempenho do processo, realizando ajustes e melhoras sempre que eles forem necessários. Algumas ferramentas de gestão Não importa em que etapa do gerenciamento de processos o gestor se encontre: sempre haverá algum problema ou desafio a ser superado. Essa realidade justifica o surgimento de ferramentas para auxiliá- lo nas tomadas de decisão com o propósito de dirimir tais problemas. Mas como podemos saber por onde começar a atacar esses problemas ou desafios? Talvez não haja muitos percalços a serem enfrentados, mas, se eles não o forem, alguns deles já serão o suficiente para causar impactos diferentes no processo. Por isso, é imprescindível separar uma quantidade de recursos, como tempo, dinheiro e pessoas, para o enfrentamento desses desafios. Tendo isso em vista, apontaremos ferramentas importantes no processo de gestão. Gráfico de Pareto O gráfico de Pareto é uma ferramenta usada para identificar a frequência de utilização de recursos. Permite uma melhor avaliação dos recursos empregados e a priorização de problemas. Pensemos agora em uma empresa com resultados nada satisfatórios. Por conta disso, foi solicitado ao setor de recursos humanos que fizesse um levantamento com os colaboradores a fim de identificar os fatores responsáveis pelo mau desempenho apresentado. Os resultados obtidos estão representados na tabela a seguir: Motivos Frequência Falta de processos 170 Retrabalho 125 Sobrecarga de tarefas 65 Equipe desmotivada 60 Programas obsoletos 38 Falta de equipamentos 30 Falta de comando 20 Outros 15 Total 523 Tabela: Resultados obtidos com a pesquisa. Fernando Celso Garcia da Silveira. A seguir geramos o gráfico de Pareto a partir da tabela apresentada. Verifique que as barras estão organizadas de forma decrescente, indo da esquerda para a direita. Existe ainda uma linha indicando o Modelagem de Processos Marcio Quirino - 34 percentual acumulado do que está representado nas barras. Ela também vai da esquerda para a direita, aumentando gradualmente até chegar a 100%. Gráfico de Pareto. Veja agora as representações dos itens que constam no gráfico anterior. 1. Cada barra: um motivo do mau resultado da empresa. 2. Eixo esquerdo: frequência do motivo. 3. Eixo direito: percentual acumulado do total da soma dos motivos. A partir da análise dos dados do gráfico de Pareto, podemos chegar à seguinte conclusão: Se a empresa concentrar seus recursos e esforços nos dois motivos principais (falta de processos e retrabalho), conseguirá melhorar o seu desempenho em mais de 50%, pois ambos representam 56,41% de todos os problemas indicados. Diagrama de Ishikawa Após o emprego do gráfico de Pareto, é a vez de utilizar o diagrama de Ishikawa na identificação organizada das possíveis causas do problema encontrado. Ele também é conhecido como diagrama de causa e efeito ou diagrama espinha de peixe (devido a seu formato ser parecido com o da espinha do animal). Normalmente, a construção desse diagrama é feita por um grupo de pessoas em um processo criativo denominado brainstorming, de cujas características falaremos mais adiante. Ela tem início na centralização da descrição do problema escolhido, o que corresponderia à cabeça do peixe. Em seguida, suas ramificações são criadas: semelhantes à espinha dorsal do peixe, as ramificações representam as possíveis causas – partindo da mais geral para a mais específica – do problema. Na imagem a seguir, temos um exemplo do diagrama espinha de peixe: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 35 Diagrama espinha de peixe. Qualquer classificação capaz de englobar todas as possíveis causas a serem tratadas pode ser utilizada. No entanto, sugerimos o emprego dos seguintes itens como fatores principais: 1. materiais; 2. método; 3. máquinas; 4. medição; 5. pessoas; 6. ambiente. Suponhamos que uma pizzaria tenha identificado um problema na qualidade da massa de sua pizza. Nesse caso, o diagrama espinha de peixe fica estruturado da seguinte maneira: Exemplo do diagrama espinha de peixe. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 36 Brainstorming Criado por Alex Osborn na década de 1940, o brainstorming é uma técnica usada para a proposta de novas ideias e fomentar a criatividade. O exercício é conduzido em grupos, e cada participante é estimulado a trazer suas próprias ideias. Alex Osborn Com seis livros publicados, o norte-americano Alex Osborn (1888-1966) foi um publicitário de destaque no seu meio profissional, tendo participado de campanhas da General Eletric e da Chrysler, entre outras. Sua utilização possui algumas premissas básicas relativas a participantes e objetivos: A. Participantes ✓ Não podem criticar nem rejeitar qualquer ideia sugerida por outro colega, devendo estar de mente aberta para o processo. B. Objetivo ✓ Deve-se conseguir o maior número possível de ideias dentro do tempo determinado. A aplicação do brainstorming apresenta as seguintes variações: A. Participação de um moderador ✓ Originalmente, usava-se um quadro branco ou uma folha de papel no processo. Todos os participantes iam falando, enquanto um moderador anotava as ideias apresentadas. B. Processo sem moderador ✓ O método anterior causava um certo desconforto para as pessoas mais tímidas. Desse modo, optou-se por uma estratégia mais simples: oferecer uma folha em branco para cada participante anotar as suas ideias sem haver a participação do moderador. Depois, ele poderia recolhê-las e fazer a compilação delas. C. Scamper ✓ Abordagem sugerida por Alex Faickney Osborn em 1953 e desenvolvida por Bob Eberle 18 anos depois, o método SCAMPER é um acrônimo cujas letras indicam sete ações a serem tomadas: ▪ S de Substitute (substituir); ▪ C de Combine (combinar); ▪ A de Adapt (adaptar); ▪ M de Modify (modificar); ▪ P de Put to another use (pôr em outro uso); ▪ E de Eliminate (eliminar); ▪ R de Reverse (reverter).Antes de finalizamos nosso estudo, vamos compreender com mais detalhes o significado de cada termo do acrônimo SCAMPER. A. Substituir ✓ Pensar em substituir um conceito para gerar melhorias. ▪ Exemplo: para deixar a conexão de internet mais rápida, a empresa troca os cabos por fibra ótica. B. Combinar ✓ Refletir sobre a junção de duas tecnologias. ▪ Exemplo: um carro híbrido combina a tecnologia de veículos movidos a combustão com a dos que funcionam por eletricidade. C. Adaptar ✓ Elaborar maneiras de adaptar uma tecnologia ou um processo. ▪ Exemplo: realizar a instalação de uma lanterna no celular. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 37 D. Modificar ✓ Alterar seu produto ou processo. ▪ Exemplo: as organizações de ensino implementam a robótica no processo de aprendizagem dos alunos do ensino fundamental. E. Pôr em outro uso ✓ Colocar uma mesma ideia em outro contexto. ▪ Exemplo: maneiras de usar um mesmo produto para fins diferentes. F. Eliminar ✓ Elaborar o que pode ser eliminado de um produto ou processo. ▪ Exemplo: ao querer saber informações sobre um produto em um site, o cliente não precisa ser obrigado a preencher um cadastro completo. G. Reverter ✓ Reorganizar um produto ou processo. ▪ Exemplo: em supermercados, as compras não precisam ser realizadas da maneira habitual; em vez de colocar todos os itens no carrinho para retirá-los no caixa, devolvendo- os depois ao mesmo carrinho, pode haver uma forma diferente de fazer isso, não sendo mais necessária a retirada deles. Considerações finais Aprendemos neste estudo que gerenciar processos compõe a maneira como bens e serviços são produzidos em uma organização. Além disso, verificamos que, devido à complexidade dos mercados, das organizações e de suas cadeias de suprimento, as empresas necessitam de metodologias capazes de conferir um suporte a essas demandas. Em seguida, apresentamos a metodologia SOA e indicamos sua relação com outra metodologia, a BPM, já que ela constitui uma alternativa vantajosa para as organizações. Para os gestores, é fundamental dominar essas metodologias, pois elas podem ser aplicadas em qualquer tamanho e estrutura organizacional, além de agregarem valor ao negócio. Por fim, conhecemos algumas ferramentas de gestão. Explore + Conheça a página da ABPMP. Além de saber mais sobre BPM, você poderá ter acesso a alguns certificados necessários para quem pretende atuar na área. Pesquise no YouTube para assistir a vídeos sobre os seguintes temas: SOA, BPM, diagrama de Ishikawa, gráfico de Pareto e brainstorming. É possível encontrar uma grande quantidade de exemplos e materiais a respeito. Pesquise as páginas sobre Gartner e IDC para conhecer a indicação e o ranking de soluções em TI. Referências ASSOCIATION OF BUSINESS MANAGEMENT PROFESSIONAL. BPM CBOK version 3.0: guia para o gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento. v. 3. 1. ed. Brasil: ABPMP International, 2013. BEHARA, G. BPM and SOA: a strategic alliance. In: BP trends. 2006. p. 1–7. CUNHA, M. X. C. et al. O uso da arquitetura SOA como estratégia de integração de sistemas de informação em uma instituição pública de ensino. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia (SEGeT). 2008. ERL, T. Service oriented architecture: a field guide to integrating XML and web services. 1. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2004. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 38 LAPOLLI, P. C. et al. BPM and SOA: uma aliança estratégica de integração de sistemas de informação para a promoção da gestão do conhecimento organizacional. In: VII Congresso Internacional de Conhecimento e Inovação. 2017. POURMIRZA, S. et al. BPMS-RA: a novel reference architecture for business process management systems. ACM transactions on internet technology, v. 19, n. 1, 2019. SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e de processos - princípios e práticas de impacto estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. TURBAN, E.; VOLONINO, L. Tecnologia da informação para gestão: em busca do melhor desempenho estratégico e operacional. 8. ed. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 39 Implementação e Acompanhamento da Gestão de Processos Introdução Peter Drucker, o maior guru da Administração, já dizia que o que se mede, melhora. Por isso, acompanhar as rotinas, as operações, os processos, é algo importante para a melhoria dos serviços. Neste conteúdo vamos discutir os fundamentos da filosofia enxuta Lean, bem como sua relação com o modelo Six Sigma, que busca reduzir o número de erros para um valor mínimo. Vamos discutir modelos de como gerenciar processos, além de um assunto muito interessante que é o gerenciamento de riscos. Nossa vida é permeada por riscos, positivos e negativos. Entender a probabilidade e o impacto de certas coisas nos permite tomar uma decisão mais adequada. Bons estudos! 1. Filosofia Lean Definições A gestão de processo é, segundo Slack e demais autores (2013), a maneira como os recursos são administrados para a produção de bens ou serviços a fim de atender às necessidades do cliente. Nesta definição clássica, serão considerados recursos todos os insumos ou entradas que forem utilizados na transformação de bens ou serviços. O pessoal envolvido, a estrutura física necessária, quais máquinas e equipamentos devem ser adquiridos, a estrutura de TI mais adequada ou a quantidade de capital a ser levantado. Configuram um processo as atividades organizadas a partir de um agrupamento lógico na transformação de esforços e recursos em bens ou serviços. O mau gerenciamento dele pode levar uma organização à falência. Exemplo Uma empresa de turismo que tenha um processo lento de captação de clientes ou que crie dificuldades para o cliente conhecer seus pacotes e serviços de turismo provavelmente não conseguirá reter ou conquistar muitos deles. Desse modo, a organização corre perigo, pois o processo de captação de clientes não adiciona valor ao negócio. Gerar valor ao negócio é o princípio mais importante na gestão de um processo, já que, ao fazê-lo, as empresas melhoram seus produtos e serviços frente à concorrência e atendem aos anseios dos clientes. Vejamos um exemplo de algo que não agrega valor. Exemplo Na conta de luz de sua residência, aparece discriminado nela uma cobrança a mais referente ao tempo gasto (digamos que ele seja de 8h) pelo funcionário da empresa para realizar o apontamento no medidor de luz. Isso seria um absurdo, correto? O tempo a mais que lhe foi cobrado não agregou valor ao serviço realizado. Essa forma de pensar advém da filosofia Lean (cuja palavra, em inglês, significa “enxuto”). Sua premissa é minimizar desperdícios e maximizar valor para os clientes. Este termo surgiu em A máquina que mudou o mundo, livro escrito por Womack, Roos e Jones em 1990. Nesta obra, foi demonstrada a grande vantagem de desempenho das indústrias automobilísticas japonesas – em especial, a Toyota – em relação a seus concorrentes no resto do mundo. Essa vantagem se devia ao uso do Sistema Toyota de Produção (STP). O STP foi criado, na década de 1950, no Japão, pelo engenheiro da Toyota Taiichi Ohno. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 40 Saiba mais Nos anos 1920, Henry Ford defendia o seguinte postulado: “o que não agrega valor deve ser eliminado”. Isso pode sugerir que os conceitos do Lean já eram disseminados nos EUA, mas eles, na verdade, não foram empregados lá por uma série de fatores (que não serão tratados aqui). Ainda que o conceito do Lean não seja novo, ele permanece extremamente atual e relevante. Princípios O Lean possui cinco princípios-chave na questão do valor: A. Valor ✓ Deve-se definir, para a percepção dos clientes, que os produtos e os serviços são percebidos como algo de valor para eles. Este é o primeiro passo a ser dado: saber a que custo,qualidade e tempo ambos devem ser ofertados, definindo, dessa maneira, as métricas de desempenho. Exemplo Uma cliente realiza a compra de um par de sapatos pela internet para usar na festa de bodas de casamento dos seus pais, que será daqui a 5 dias. Infelizmente a empresa informa o prazo de 10 dias para a entrega. Para a cliente, a questão do prazo é essencial. Os outros atributos dos sapatos, como qualidade e preço, neste caso, não geram valor; afinal, ela não poderá usá-los na ocasião desejada. B. Identificar fluxo de valor ✓ Trata-se da identificação das etapas que agregam valor, ou seja, que ações devem ser realizadas na produção de bens ou serviços para gerar impacto na percepção do cliente. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 41 ✓ Por meio do mapeamento de processos, é possível verificar essas etapas. Retomemos o exemplo da compra do par de sapatos. Na análise do processo de envio da mercadoria para a cliente, verifica-se os seguintes passos: 1. Recebimento do pedido (1 dia). 2. Processamento dele (1 dia): Não agrega valor para o cliente, já que levar 1 dia para processar um pedido não é entendido como algo razoável. O que interessa para o cliente é ter o sapato com a qualidade desejada no menor prazo possível. 3. Fabricação do sapato (2 dias): Esta etapa é percebida como geradora de valor, pois o cliente enxerga a criação do produto e consequentemente entende que está mais próximo de adquirir o que comprou. 4. Prepará-lo para o seu envio (1 dia). 5. Expedição do item (1 dia). 6. Transporte da mercadoria (5 dias). C. Fluidez do fluxo de valor ✓ No conceito do Lean, o objetivo do desenho de um fluxo de valor sem interrupções é a criação de um que seja contínuo. Nesta fase, são utilizadas algumas ferramentas desenvolvidas para esse propósito. ✓ O 5S, o trabalho padronizado, o nivelamento (Heijunka) e o Mapa de Fluxo de Valor (MFV). ✓ Descreveremos essas quatro ferramentas a seguir: I. 5S ▪ Neste método empregado para otimizar o local de trabalho, cada letra S representa, em japonês, um senso de valor. Para efeito de tradução, cada letra S foi dividida de acordo com o senso de: o Utilização (seiri) o Ordenação (seiso) o Limpeza (seiton) o Saúde (seiketsu) o Autodisciplina (shitsuke) II. Trabalho padronizado ▪ Método que estuda outros métodos e tempos na produção de produtos para haver, seguindo uma sequência padronizada de operações, um balanceamento entre os processos. III. Nivelamento ▪ Trata-se de produzir os produtos em determinado tempo no qual não haveria a quebra do fluxo de montagem. Normalmente, isso ocorre se eles estiverem organizados em lotes menores a fim de assegurar a estabilidade do processo. IV. Mapa de fluxo de valor (MFV) ▪ Constitui uma das principais ferramentas empregadas, pois permite visualizar o fluxo de atividades, materiais e de informação à medida que transcorre o fluxo de valor. Isso acontece pelo fato de o MFV tornar os gargalos e os desperdícios a serem trabalhados visíveis. ▪ Observemos esta imagem exemplificando um MFV: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 42 ▪ Um processo de envio de correspondência possui três etapas (recebimento, separação e postagem de cartas) que devem ser realizadas obrigatoriamente nesta ordem. Há duas maneiras de realizar esse processo. ▪ A primeira considera que só se pode passar para a etapa seguinte a partir de uma quantidade de 30 cartas. Já a segunda aponta que, para cada carta recebida, deve ocorrer a movimentação imediata de uma por vez para a etapa posterior. A segunda maneira é um exemplo de fluxo contínuo, pois não se registra a espera de uma etapa para a outra a fim de que as 30 cartas sejam juntadas. D. Produção puxada ✓ Método de produção no qual se inicia um processo ou ciclo de produção somente quando sua etapa anterior (demandante) o solicitar. O sistema empurrado funciona de forma diferente: à medida que os processos são terminados, seus resultados são repassados imediatamente para o processo seguinte independentemente de isso ser solicitado ou não. ✓ Existe, na produção puxada, um pilar para o conceito do Just in Time (JIT), que pode ser traduzido como a produção apenas do necessário, utilizando, para isso, os recursos exatos e só no momento demandado pelo cliente. E. Perfeição ✓ A tentativa de continuamente melhorar produtos, serviços e processos, permitindo, assim, que o valor flua, tem como base a melhoria contínua. A expressão usada para o processo dessa melhoria no Lean se chama Kaizen. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 43 Exemplo Uma empresa de seguros de automóveis possuía cinco etapas para a liberação do valor do seguro para o cliente, levando em torno de 12 dias para a conclusão do processo. As etapas eram: registro da solicitação do seguro; agendamento da vistoria veicular; vistoria do automóvel; aprovação do seguro e liberação do valor dele. Após as melhorias no processo, foi possível juntar as etapas de agendamento e vistoria veicular em uma só, que passou a ser realizada pelo próprio vistoriador. O processo, desse modo, foi reduzido para a metade (6 dias), tornando-se a situação atualmente utilizada na liberação do valor do seguro para o cliente. Agora, para melhorá-la, deve-se levar em conta que o processo deve ser realizado em um prazo menor que o de 6 dias. Desperdícios Trataremos dos desperdícios na visão da filosofia Lean. Voltando ao exemplo da cobrança a mais na conta de luz, podemos entender que houve um desperdício de tempo no processo de leitura, pois isso não agregava valor ao serviço. Foram identificados nessa cobrança oito desperdícios. Eles podem ser lembrados pelo acrônimo TIM WOODS, cujo significado é o seguinte: 1. T – Transports (transporte) 2. I – Inventory (inventário) 3. M – Motion (movimento) 4. W – Wait (espera) 5. O – Over production (superprodução) 6. O – Over processing (excesso de processamento) 7. D – Defects (defeitos) 8. S – Skills (habilidades) Listaremos a seguir cada um dos desperdícios. Desperdício de transporte Movimento desnecessário de pessoas, materiais, produtos e documentos entre setores, gerando aumento de tempo, custo e esforço. Ao começar a produzir um produto em uma unidade, uma empresa precisa transportá-lo para outra unidade a fim de que ele seja beneficiado. Em seguida, o mesmo produto ainda é devolvido à unidade inicial para ser finalizado. Desperdício de inventário Conhecido também como excesso de estoque, o desperdício de inventário se caracteriza pelo armazenamento excessivo, o que gera custos elevados no seu gerenciamento e, como consequência, exige grande movimentação de máquinas, pessoas e informações. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 44 Exemplo Consumindo, em média, três toneladas de fio por ano, uma empresa de confecção resolve comprar 10 toneladas sem haver nenhum indício de falta de abastecimento do produto ou risco de descontinuidade do insumo. Desperdício de movimento Movimentação de pessoas, máquinas, materiais e informações que não agregam valor. Dentro de uma empresa, um colaborador precisa passar mais de uma vez pelo mesmo setor para verificar a fabricação de um produto devido à falta de organização em suas etapas de produção. Desperdício por espera Tempo perdido entre atividades nas quais haja a espera de pessoas, máquinas, informações ou produtos necessários para o andamento do processo. Uma empresa tem seu processo de fabricação parado por estar esperando que o de liberação de pedido seja realizado. Desperdício por superprodução Isso ocorre por problemas relativos ao tempo (produzir antes) e à quantidade (fazer mais que o necessário) nas etapas produtivas, constituindo uma característica da produção empurrada. Exemplo O setor de liberação de crédito de uma empresa tem a capacidade de processar 8 pedidos por dia. O setor anterior (o deanálise de crédito), apesar de ter uma capacidade dimensionada para analisar a mesma quantidade, realiza diariamente a liberação de 20 pedidos utilizando muitas horas extras nesse processo. Claramente, existe uma superprodução do setor de análise de crédito em relação ao de liberação de crédito. Desperdício por excesso de processamento Execução de processos ou etapas inadequados ou desnecessários. Pode haver uma duplicação do trabalho. Exemplo Uma empresa que fabrica geladeiras possui um processo de verificação da situação cadastral dos clientes. Ao receber um pedido de compra, ela o repete na liberação da ordem de produção e no processo de expedição. Desse modo, verifica-se uma repetição excessiva desse processo de verificação. Desperdício de defeito Resultados alcançados devido à produção de peças com defeitos, gerando trabalhos defeituosos ou retrabalhos. Exemplo Em uma empresa de fabricação de celulares, a meta é produzir 40.000 unidades por mês. A empresa consegue atingir esse resultado ao considerar a produção de 4.000 peças com algum tipo de defeito. Desperdício de habilidades A não utilização do capital intelectual e das habilidades dos colaboradores. Exemplo Uma empresa precisa resolver um problema no seu processo de desenvolvimento de produto. Na busca de uma solução, ela utiliza apenas o gerente da área nesta atividade, não considerando outros colaboradores que poderiam visualizar novas formas de solucionar o problema. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 45 Six Sigma Pudemos verificar até o momento que os princípios e as ferramentas do Lean têm como objetivo tanto a redução de desperdícios quanto a otimização e a melhoria contínua dos processos. Baseado na melhoria de processos, o modelo Six Sigma utiliza uma série de modelos estatísticos para reduzir a variabilidade de produtos ou serviços ofertados, completando, desse modo, o conceito do Lean no processo de melhoria contínua deles. Seu objetivo é permitir que os clientes recebam produtos e serviços confiáveis, seguros e consistentes, o que está em consonância com o princípio mais importante na gestão de processo: gerar valor ao negócio. Ao controlar a variabilidade de um processo na proporção de 3,4 defeitos por milhão de oportunidades, ele oferece poucas chances de haver uma produção de itens defeituosos. Dessa forma, o Six Sigma trabalha com o controle estatístico de processo: ao determinar níveis aceitáveis de tolerância para cada etapa do processo, isso possibilita que ele esteja sob controle. Entenda as principais diferenças entre o Lean e o Six Sigma: A. Lean ✓ Procura reduzir os desperdícios por meio da melhoria dos processos. ✓ Dedica-se aos processos que estão gerando impactos negativos significativos no resultado. ✓ Os resultados esperados são mais abrangentes e não muito claros. ✓ Abordagem intuitiva. ✓ Está voltado para a melhora contínua do processo. B. Six Sigma ✓ Busca diminuir a variação de produtos defeituosos fabricados, detectando-os e monitorando suas taxas de defeitos durante o processo. ✓ Tem uma visão holística no gerenciamento da qualidade e observa a variação das taxas de defeito. ✓ Os resultados esperados são mais específicos e transparentes. ✓ Abordagem quantitativa. ✓ Concentra-se na melhora contínua do produto. Por terem a mesma preocupação e o mesmo objetivo, ou seja, a melhoria contínua, surge naturalmente um acoplamento entre a filosofia Lean e a metodologia Six Sigma: o Lean Six Sigma. Isso fica muito claro ao se perceber que o Lean utiliza tanto a abordagem do Kaizen quanto a do Six Sigma, por meio do método DMAIC, em sua fase de controle. 2. Modelos de gestão de processos A gestão de processos tem como base os fundamentos da melhoria contínua. A partir desse entendimento, foram desenvolvidos modelos para promover uma formulação da melhor maneira de se gerenciar processos. A preocupação deles é, em maior ou menor grau, atender ao objetivo do aprimoramento do negócio. Veja agora os quatro modelos de gestão de processos. Modelo BPM O modelo Business Process Management (BPM), que, em português, significa gestão de processos de negócios, é formado a partir da junção de antecedentes importantes para a formulação de seu modelo atual: 1. Six Sigma; 2. Filosofia Lean; Modelagem de Processos Marcio Quirino - 46 3. Reengenharia de processos de negócio (Business Process Reengineering – BPR); 4. Gestão da qualidade total (Total Quality Management – TQM). A partir de então, surgiu um sistema de gestão integrado e voltado para o desempenho do negócio em que toda a organização é contemplada, ou seja, ocorre uma gestão de processo de ponta a ponta. O BPM permite um contínuo desenvolvimento de conhecimento combinado com a padronização de processos e práticas eficazes na forma de se trabalhar. Ele conta com as seguintes etapas: O seu gerenciamento ocorre pela união de estratégias, objetivos, culturas, tecnologias e políticas das organizações com as expectativas e as necessidades dos clientes. Para isso, utilizam-se as etapas descritas acima para responder o que, onde, quando, porque, como e por quem o trabalho é realizado. Essas etapas devem ser gerenciadas para que haja uma continuidade do ciclo BPM, garantindo, desse modo, que os processos continuem alinhados com a estratégia das organizações e ainda atendam aos clientes. Modelo Pensar, Agir e Aprender Proposto por Paim (2009), o modelo Pensar, Agir e Aprender divide a gestão de processos em três grandes tarefas que possuem relação entre si e são consideradas necessárias no gerenciamento de processos. Conheça agora cada tarefa. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 47 Pensar Nesta tarefa, realiza-se o projeto ou o desenho dos processos, englobando a seleção, a modelagem, o aprimoramento, a implantação e as mudanças deles. Inicia-se com o entendimento do ambiente em que se dá o negócio, bem como de seus objetivos, os quais, por sua vez, precisam estar alinhados com a estratégia organizacional da empresa. A partir daí, deve- se entender, selecionar e priorizar os processos, as ferramentas e as técnicas que serão usados na modelagem dos processos. Tendo isso em vista, é criada uma equipe para a gestão de processos na qual ficam definidas as funções e as atribuições de cada ator. Quem são os gerentes de processos e os seus analistas? Realiza-se então a modelagem deles, fase na qual os processos da situação atual precisam ser entendidos e delineados. Em seguida, são analisadas e criadas propostas de melhorias e soluções para os problemas encontrados, definindo ainda quais podem ser considerados prioritários. Cria-se, por fim, um modelo, chamado de estado futuro, que deverá ser testado e implantado. Agir A gestão dos processos no dia a dia é feita mediante a realização, o acompanhamento e o controle deles. É nesta fase que realmente ocorrem a implantação e o gerenciamento do funcionamento do novo modelo de processo desenhado na tarefa anterior. Para realizar o seu acompanhamento, são utilizados controles, corretivos e preventivos na execução dos processos. Aprender Esta tarefa promove a gestão do conhecimento a partir do que foi aprendido com os processos. São utilizados indicadores de desempenho na mensuração e na comparação dos resultados obtidos. Após a avaliação do desempenho deles, identificam-se os fatores que tiveram o maior impacto em sua execução. A partir do conhecimento adquirido, registra-se o que foi aprendido para ser empregado na tarefa Pensar. Com isso, verifica-se que o modelo Pensar, Agir e Aprender é cíclico e está alinhado com o próprio pensamento da melhoria contínua. Esse processo cíclico está representado nesta imagem: Modelo Rummler-Brache Desenvolvido nos anos 1990, o modelo Rummler-Brache se preocupou em analisar, redesenhar, melhorar, projetar e gerenciar processos a partir do seguinte entendimento:uma organização deve ser gerenciada como um sistema. Se não o for, ela não será uma gestão efetiva. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 48 Na identificação de processos e atividades a serem considerados na análise do desempenho, foram propostos três níveis: A. Nível organizacional ✓ Seu foco é o mercado, no qual se estrutura uma visão maior a respeito de sistemas e variáveis que geram impacto no desempenho da empresa, ocasionando o surgimento de estratégias e objetivos orientados para o negócio. B. Nível de processo ✓ Os processos devem funcionar de forma efetiva e eficiente; portanto, o bom desempenho da organização constitui o resultado dos seus processos interfuncionais e da maneira como eles serão gerenciados. Este nível funciona como uma primeira camada adicionada ao nível organizacional. C. Executor ✓ Concentra-se na seleção dos colaboradores, definindo suas responsabilidades para que os processos possam funcionar com sucesso. Como os processos constituem os instrumentos necessários para a transformação de entradas em saídas, os executores são considerados os meios para eles poderem funcionar. Dessa forma, este nível opera como uma segunda camada que se posiciona acima do nível de processo. Para haver êxito e conseguir alcançar os objetivos estratégicos da organização, os três níveis precisam ter ações gerenciais que permitam o seu funcionamento conforme o esperado, pois, se um deles não trabalhar a contento, isso irá gerar consequências no desempenho. Veja uma representação dos três níveis propostos por Rummler-Brache: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 49 Modelo de gerenciamento de operações e processos Proposto por Nigel Slack, Stuart Chambers, Robert Johnston e Allan Betts, este modelo engloba uma variedade de ações e decisões agrupadas conforme o seu propósito. Elas foram divididas em quatro grandes grupos: A etapa dirigir se refere à definição da estratégia organizacional que deve ser usada para o gerenciamento das operações e dos processos. A seguir, surge projetar com o objetivo de demonstrar que, a partir da análise do modelo atual, são desenhadas as novas operações e processos a serem implantados e monitorados na etapa seguinte: entregar. Por fim, em desenvolver, realiza-se o controle da melhoria e da aprendizagem das operações e dos processos. As etapas para a implementação de uma gestão de processos precisam ser gerenciadas. Para isso, é necessário o emprego do chamado ciclo PDCA (sigla para as expressões em inglês plan, do, check e act) de Deming. Comentário Desenvolvido para ser uma ferramenta da qualidade na busca de uma melhoria contínua, este método pretende buscar a solução de problemas para que as metas pretendidas possam ser alcançadas. A utilização do ciclo PDCA, contudo, já extrapolou os limites da qualidade: com frequência, ele é empregado como uma poderosa ferramenta de gestão. Outros processos de gestão Vimos até aqui alguns modelos empregados na gestão de processos, ainda que tenhamos dado mais ênfase ao BPM. Afinal, seu foco está voltado para o gerenciamento de processos com o propósito de atender a um negócio independentemente do tipo e do tamanho da organização na qual se pretende utilizá-lo. Devemos destacar, no entanto, outros conteúdos relativos aos processos de gestão. O conceito de processo de gestão ágil, por exemplo, vem ganhando força recentemente. Ele é indicado para ambientes de negócios atuais nos quais as mudanças ocorrem com muita velocidade, já que permite a uma organização se adequar rapidamente às que forem necessárias. Na gestão ágil, seus processos precisam ser bem projetados, ou seja, devem permitir que eles sofram mudanças e suportem a execução das estratégias. Para isso, de acordo com Worley e Lawler III (2016), os processos de gestão devem ser flexíveis e rápidos. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 50 No gerenciamento flexível dos processos, por sua vez, é necessário haver um alinhamento muito forte com os propósitos e os seus resultados. Há um foco maior na eficácia – em detrimento da eficiência – e uma flexibilidade na forma de condução desse processo, permitindo uma enorme variedade de entradas ou insumos. Já o gerenciamento rápido dos processos demanda que: 1. Os tempos de ciclos devam ser ajustados ao ritmo do mercado. 2. Os processos sejam de fácil explicação e simples. 3. Haja uma transparência e o compartilhamento das informações mais importantes. 3. Fases de acompanhamento e gerenciamento de riscos Método GEM Realizar o acompanhamento da gestão do processo está diretamente ligado à maneira como são executadas as fases do ciclo de vida em um gerenciamento de processos. Desenvolvido por Capote (2015), o método denominado Gestão Essencial Multiplicável (GEM) oferece um roteiro para a aplicação de técnicas e ferramentas no gerenciamento deles em uma organização. O método GEM é composto por seis fases: Alinhar estratégia O objetivo é entender como os processos atuais estão em relação às definições estratégicas da empresa, obtendo uma noção do cenário atual. Se o objetivo estratégico da empresa é conquistar novos mercados, o processo de desenvolvimento de produto deve permitir que haja velocidade, flexibilidade e utilização de recursos de diversos setores para possibilitar a criação de produtos de acordo com o mercado que se pretende conquistar. Analisar e diagnosticar Representa os processos como eles realmente acontecem, criando o modelo do processo atual. Em uma empresa de consultoria, foram identificados os seguintes processos atualmente cumpridos: captação de clientes, realização de diagnósticos e de consultoria, cobrança e pós-venda. Projetar melhorias Cria o modelo de processo futuro aperfeiçoando o do processo atual. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 51 Os processos de realização de diagnóstico e de consultoria do exemplo acima foram agrupados. Dessa forma, pode-se projetar um novo processo no qual se pretende diminuir o tempo de realização da consultoria. Implantar e realizar Coloca em prática o modelo de processo futuro. No exemplo da empresa de consultoria, após o agrupamento dos processos, deve-se realizar simulações e, caso seja verificada a sua redução, implantar o novo processo de forma prática. Monitorar continuamente Verifica o andamento do que foi planejado. No exemplo da consultoria, ao realizar a sua implantação, é preciso fazer o monitoramento e a avaliação do novo processo para avaliar se o tempo de realização da consultoria de fato diminuiu sem ter sido registrada uma perda na qualidade do serviço realizado. Se esta etapa não for bem realizada, pode haver a coleta de informações que direcionem o gestor a uma tomada errada de decisões. Quatro variáveis clássicas são avaliadas: A. Tempo ✓ Analisa a duração do processo. B. Custo ✓ Verifica a quantidade de recurso financeiro empregado. C. Capacidade ✓ Refere-se à quantidade que pode ser processada. D. Qualidade ✓ Aponta se o processo ocorreu dentro de uma variabilidade aceitável. Outra forma de monitorar os processos funciona de acordo com a origem da demanda: Volume Processos que possuem uma grande repetibilidade – ou seja, contam com uma extensa produção – podem ser sistematizados. Devido a essas características, os que contam com um alto volume tendem a gerar produtos e serviços com custos mais baixos. Exemplo Grandes redes de supermercados conseguem entregar produtos a preços menores que os pequenos mercados de bairros. Variedade Produtos e serviços podem ser realizados por uma quantidade enorme de processos diferentes. Isso exige um esforço maior, pois, como o grau de complexidade aumenta, são necessários processos com maior flexibilidade e com custos consequentemente mais elevados. Exemplo Em uma empresa de táxi aéreo, o cliente pode solicitar o local aonde queira ir, havendo, assim,uma grande variedade de opções a um custo bem maior para ele que o oferecido por uma firma de aviação de carreira com um número limitado de opções. Variação Refere-se à demanda dos produtos e serviços que serão produzidos. Ao contrário dos processos com baixa variação, em que se pode ter uma boa previsibilidade, aqueles nos quais a variação é alta indicam uma imprevisibilidade relativa ao consumo do cliente. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 52 Exemplo Nos processos de baixa variação, temos como exemplo as empresas de confecção que trabalham com uniformes profissionais. Elas conhecem os períodos e os modelos usualmente demandados, conseguindo, assim, se planejar melhor. Já as de confecção de moda representam os de alta variação, pois, a cada coleção lançada, são desenvolvidos novos produtos, não havendo um histórico. Esse traço do negócio dificulta seu planejamento. Processos com alta variação possuem um custo maior, já que provavelmente as organizações deverão criar estratégias de segurança para minimizar a variação e, desse modo, o risco do negócio. Visibilidade Atém-se aos processos que possuem contato direto com clientes de alta visibilidade. Exemplo Vendas realizadas em lojas físicas tendem a ter custos mais elevados devido à necessidade de maior pessoal e gerenciamento. Já os processos com baixa visibilidade, como as lojas virtuais, normalmente possuem custos mais baixos, pois a necessidade de pessoal e gerenciamento é menor. Refinar Fase na qual os ajustes e os incrementos são realizados no processo com base no que foi apontado na fase anterior. Exemplo Retomemos o exemplo da consultoria. Na realização do monitoramento do novo processo, identifica-se tanto o que deu certo quanto o que ainda precisa de ajustes, compartilhando a descoberta e tornando os processos padronizados de acordo com a nova situação. Gerenciamento de risco Todo processo em si tem a possibilidade de ter falhas. Por conta disso, pensar em estratégias de gerenciamento de risco de processo a fim de reduzi-las é uma maneira de melhorar o desempenho e permitir que os recursos empregados possam gerar valor. Vejamos a seguir o conceito de risco, destacando suas categorias e algumas estratégias de gerenciamento de risco. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 53 Conceito O risco é entendido como a possibilidade de um evento não desejável acontecer, ou seja, a chance de ocorrer uma falha. Ela pode ter consequências mais ou menos graves dependendo de seu grau de seriedade. Planejando o aniversário de um ano da sua filha, você pretende fazer uma grande festa. Para isso, aluga um sítio com uma área verde enorme e descoberta. Foram contratados um buffet, uma equipe de animadores para entreter as crianças e um sistema de som a fim de animar a festa. Agora imagine se, no dia da festa, chovesse e a área coberta não fosse grande o suficiente para abrigar a todos. Claramente, a falha de não ter um ambiente protegido para esse grupo teria um alto grau de seriedade. Só que a chuva não veio. Ufa! Mas nem tudo são flores: o sistema de som resolveu não funcionar. Isso pode ser um problema, mas essa falha teria um grau de seriedade pequeno. Afinal, uma festa infantil não seria necessariamente interrompida pela falta de música, o que já não pode ser dito no caso da chuva. No universo dos negócios, o risco é visto como um acontecimento que atrapalha uma empresa na execução de sua missão. As organizações que conseguem encontrar as soluções mais rápidas para suas falhas – ou até mesmo eliminá-las – são as que possuem uma maior resiliência. O processo de gerenciamento de risco busca desenvolver medidas para que as empresas possam ser cada vez mais resilientes frente aos riscos de seus processos. A imagem a seguir evidencia a relação existente entre a probabilidade da falha e o impacto causado por ela: Categorias Um risco pode ser categorizado como: A. Risco estratégico A empresa está sujeita a mudanças no cenário em que atua. Podemos citar, como exemplo, uma organização que pretende competir em um mercado de massa no qual os preços dos produtos são baixos; além disso, eles oferecem uma dificuldade tecnológica para sua Modelagem de Processos Marcio Quirino - 54 fabricação que pode ser considerada pequena. Existe, porém, o risco da entrada de um número elevado de concorrentes, ocasionando a pulverização do mercado e fazendo com que as receitas não cubram os custos do negócio. B. Risco de regulação ✓ A empresa pode ser: ▪ Acionada na justiça por alguma não conformidade de seus produtos ou serviços. C. Risco financeiro ✓ Perda de capital proveniente do gerenciamento fiscal. Como por exemplo: Negociações feitas em dólar que dependam do câmbio ou das precificações incorretas nos produtos e serviços. D. Risco operacional ✓ Registro de problemas nas atividades diárias da empresa. Por exemplo: quebra de máquinas, inadimplência ou queda do sistema de TI. E. Risco ambiental ✓ Intempéries relativas à saúde e à integridade e/ou segurança dos colaboradores. Por exemplo: enchente ou pandemia (ex.: covid-19). F. Risco de reputação ✓ A imagem da empresa é arranhada, o que pode levar às seguintes situações: ▪ Diminuição nas vendas de seus produtos e/ou serviços; ▪ Queda em suas ações na Bolsa de Valores. ✓ Exemplo: Divulgação do rompimento da barreira da cidade de Brumadinho, que pertencia à empresa Vale S.A., ocasionando a morte de várias pessoas e a destruição da cidade. As estratégias empregadas para lidar com o gerenciamento de riscos em processos são divididas de três maneiras a fim de: ▪ Evitar que a falha ocorra. ▪ Mitigar os efeitos dela. ▪ Aceitá-la e promover uma rápida solução para ela. Para escolher a estratégia de gerenciamento de risco a ser adotada, diminuindo as chances de fracasso e identificando os fatores críticos para cada tipo de falha antes que ela aconteça, deve-se optar pela ferramenta failure mode and effect analisys (FMEA). Desenvolvida nos anos 1960 pelo programa espacial da NASA conhecido como Apollo, tal ferramenta é a mais indicada para esse A ferramenta FMEA pode ser aplicada em: A. Projetos ✓ Reduz o risco de falhas, como a construção de um navio. B. Processos ✓ Diminui as falhas no processo. Na FMEA, deve-se primeiramente realizar uma etapa preliminar com o objetivo de encontrar cada causa de falha. Esse processo divide-se em duas partes: ▪ Identificar onde pode ocorrer a falha. ▪ Verificar de que maneira ela pode acontecer. Para cada causa encontrada, é realizado um procedimento de verificação de probabilidade de falha que se divide em três tópicos, abaixo. Para cada tópico, existem perguntas que devem ser respondidas, veja: A. Probabilidade da ocorrência ✓ Quais são as possíveis causas de cada modo de falha? ✓ Qual é a probabilidade de ocorrência dessas possíveis causas? (1 a 10). Modelagem de Processos Marcio Quirino - 55 B. Índice de gravidade ✓ Para cada modo de falha, qual é o efeito? ✓ Qual é a gravidade da possível falha? (1 a 10). C. Probabilidade de detecção ✓ Quais controles de processo são usados para detectar a causa da falha? ✓ Qual é a probabilidade de detectar a falha antes que ela aconteça? (1 a 10). A multiplicação dos três índices de probabilidade de falha (ocorrência x gravidade x detecção) resulta no indicador denominado risk priority number (RPN), que é um coeficiente de prioridade de risco. Com ele, é possível priorizar cada causa potencial de falha encontrada a partir do maior RPN calculado. Considerações finais A partir deste estudo, você agora já conhece as etapas para a implantação de uma gestão de processos. Afinal, pudemos observar as principais características da filosofia Lean e estabelecer sua ligação com o modelo Six Sigma. Pontuamos, em seguida, a utilização do método Lean Six Sigma na melhoria contínua dessesprocessos. Por fim, discorremos sobre as fases de acompanhamento e gerenciamento de riscos da gestão deles. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Navegue no site do Lean Institute Brasil para conhecer mais sobre o Lean. Busque vídeos sobre os temas do FMEA. Há uma grande quantidade de exemplos e materiais a respeito em qualquer site de busca. Procure vídeos para saber mais a respeito destes temas: BPM, Lean Six Sigma e gestão de riscos. Referências BROCKE, J. V.; ROSEMANN, M. Manual de BPM - gestão de processos de negócio. 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. CAPOTE, G. Guia para formação de analista de processos. 2. ed. Rio de Janeiro: Gart Capote, 2015. IOZZI, R. V. A mentalidade enxuta nas empresas: elimine o desperdício e crie riqueza. Revista de administração de empresas. v. 38. n. 3. 1998. p. 79–80. PAIM, R. et al. Gestão de processos - pensar, agir e aprender. 1. ed. São Paulo: Bookman, 2009. PINTO FILHO, J. B. A. P. Gestão de processos de negócio: uma adaptação da Metodologia de Rummler-Brache baseada numa aplicação real. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2007. SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e de processos - princípios e práticas de impacto estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. WORLEY, C. G.; LAWLER III, E. E. Creating management processes built for change. MIT sloan management review. fall, 2016. p. 76–82. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 56 Avaliação de Desempenho Dos Processos Introdução Para saber se uma organização está indo na direção esperada, os gestores têm a tarefa de medir e avaliar o desempenho de seus processos de forma contínua e assertiva. A partir desse propósito, serão descritos os modelos mais usados para essa avaliação de processos e a importância da criação de indicadores-chave que facilitem essa medição (KPI). Para isso, usaremos a metodologia SMART na definição dos objetivos para a criação de indicadores de desempenho de processos. 1. Desempenho de processo Gestão de desempenho: o que é e como avaliá-lo Empresas são instigadas e cobradas a entregarem resultados a todo momento. Conhecer, gerir e melhorar os processos continuamente permite que a organização cumpra suas tarefas de forma mais eficiente e eficaz. Há um esforço para medir o que está sendo realizado e, dessa forma, a mensuração de desempenho se torna uma questão importante e multidisciplinar. Entende-se desempenho de processo como sendo a atividade que visa comparar os resultados previstos com os realizados. Para isso, tarefas como medição, coleta e tratamento de informações são realizadas. No início, a gestão de desempenho, muito influenciada pelos conceitos tayloristas e fordistas, teve seu foco voltado para a organização, sendo concebidos vários modelos, sistemas e frameworks que tinham o desempenho financeiro como seu indicador principal. A partir dos anos 1990, com o surgimento de novas filosofias e técnicas de gestão, como o just-in- time e a gestão da qualidade total (TQM), a administração de desempenho buscou conciliar estratégia, inovação e maleabilidade de produtos e processos, introduzindo controles quantitativos e qualitativos. Desenvolveram-se modelos multidimensionais, como o BSC (balanced scorecard), criado por Kaplan e Norton, que consiste, basicamente, em quatro perspectivas indicadas a seguir: A. Financeira ✓ Cada objetivo financeiro e a respectiva responsabilidade que deve ser atingida por cada setor, indivíduo, organização e processo são definidas. B. Cliente ✓ Cada segmento da organização deve ter um entendimento claro do que realmente gera valor para o cliente e, por conseguinte, satisfazê-lo. C. Processo interno ✓ Como cada processo deve ser organizado e gerenciado para que se utilize o menor tempo possível, maximizando recursos e esforços, aumentando a satisfação e a receita. D. Aprendizagem e crescimento ✓ Cada tipo de conhecimento e competência deve ser adquirido pelos indivíduos, pelos departamentos, pelos processos e toda a organização para que se realize, constantemente, o melhor trabalho possível. Segundo Van Looy e Shafagatova: O BSC traduz a estratégia da organização em métricas de desempenho mensuráveis para cada uma das perspectivas anteriores, sendo considerado até os dias atuais como a abordagem de medição de desempenho mais usada. (VAN LOOY; SHAFAGATOVA, 2016, n.p) Modelagem de Processos Marcio Quirino - 57 Agora imagine que uma empresa de confecção possui 130 colaboradores e, devido à impossibilidade de vender seus produtos nas lojas físicas, por causa da pandemia de covid-19, resolve investir pesado na sua loja virtual. Portanto, definiu como meta que suas vendas on-line devem ter crescimento de 40%. Esse é o caso de usar o BSC para adequar as ações que devem ser realizadas na equipe e nos processos para atingir o desempenho esperado. Veja agora os procedimentos existentes dentro de cada perspectiva: • Na perspectiva financeira, o objetivo é que haja um aumento das receitas. Por isso, um dos caminhos escolhidos foi o de reduzir os custos. Sendo assim, o setor de desenvolvimento de produto alterou a embalagem, que era feita de um material plástico acetinado, para a de um material de papel reciclado, sem perder a qualidade visual e a sua funcionalidade, mas por um custo bem menor. • Na perspectiva do cliente, o produto chega dentro das condições desejadas, sendo informado, por meio de um tag, que a mudança da embalagem reduz os impactos ambientais e sociais, o que é percebido como positivo pela pesquisa realizada junto aos consumidores. • Na perspectiva do processo interno, os processos devem continuar a evoluir, permitindo que sejam descobertos outros fornecedores que continuem a garantir a qualidade e, se possível, a redução dos prazos de entrega dos materiais. • Na perspectiva da aprendizagem e do crescimento, os colaboradores da linha de produção recebem capacitação para trabalhar e manusear a nova embalagem. Mesmo possuindo grande aceitação, há críticas em relação ao BSC. Para alguns gestores e estudiosos, ele é muito generalista, tendo dificuldade para se adequar a culturas organizacionais mais específicas. Além disso, segundo esses críticos, deixa de contemplar algumas perspectivas importantes, como a questão da sustentabilidade e o desempenho interorganizacional. Com a evolução do entendimento de que administrar por processos é uma forma mais assertiva de obter valor para os clientes, foi necessário, por parte das organizações, o direcionamento para uma gestão holística. Isso quer dizer que a empresa não se resume a uma combinação de departamentos que executam atividades e processos de forma isolada, mas sim como um todo, de forma sistêmica. A partir deste entendimento, modelos de desempenho de processos foram desenvolvidos a partir do ano 2000, como o de Neely, que adotou 10 passos para a definição dos indicadores dos processos. Além dele, surgiu o modelo de desempenho de Kueng, que adotou a perspectiva da “árvore de metas”, que consiste em cinco perspectivas de desempenho de processos, veja: Árvore de metas, modelo Kueng Modelagem de Processos Marcio Quirino - 58 Confira as seguintes características de cada perspectiva: A. Visão financeira ✓ É considerada necessária, pois os processos não podem ser realizados sem recursos. Essa é a força motriz de uma organização. ✓ Para cada processo, uma organização tem recursos previstos e está empenhada na sua realização. O processo de desenvolvimento de novos produtos, por exemplo, passa por alguns departamentos (engenharia, produção, compras), que devem ser geridos em alinhamento com a perspectiva financeira definida na estratégia organizacional. É isso que permite ao processo de desenvolvimento de produto — transversal a esses departamentos — garantir que os produtos sejam criados dentro dos limites financeirospredefinidos. B. Visão empregado ✓ É incorporada, uma vez que colaboradores com boa qualidade de vida profissional, com saúde e satisfeitos no trabalho impactam diretamente no andamento dos processos. ✓ Os processos devem permitir que o trabalho realizado seja estimulante e desafiador. Por isso, as atividades mecânicas e repetitivas, como o arquivamento de laudos técnicos, vêm sendo substituídas por sistemas de Tl que as realiza automaticamente. Dessa forma, sobra mais tempo para que o colaborador se dedique a atividades que agreguem mais valor para ele, para o negócio e, por conseguinte, para o cliente. C. Visão cliente ✓ Consideram duas abordagens consideradas: uma em que se pergunta diretamente ao cliente quais as suas expectativas e percepções em relação a um produto ou serviço; e outra em que são definidos critérios de qualidade e o cliente avalia, por meio de notas, o grau de atendimento a cada critério. ✓ Após a compra de um novo celular, você recebe uma mensagem com um link para realizar a avaliação do atendimento e se o produto correspondeu às expectativas. D. Visão sociedade ✓ Considera o impacto que seus processos geram na sociedade, como se há criação de empregos na comunidade local, se a atividade é poluidora ou não, se gera impactos sociais positivos, entre outras. ✓ Devido à obrigatoriedade do uso de máscaras, por causa da covid-19, muitas empresas estão solicitando às associações de comunidades carentes que as produzam, a fim de gerar algum tipo de receita para esses trabalhadores, que se encontram em situação extremamente precária. E. Visão inovação ✓ Considera o constante aperfeiçoamento dos processos, que contará com o compartilhamento do aprendizado organizacional entre todos os colaboradores. ✓ Uma empresa possui duas filiais em estados diferentes e ambas utilizam o mesmo processo de compra de produtos. Caso uma filial consiga aprimorar esse processo, isso será compartilhado e colocado em prática na outra. Dessa forma, toda a organização sairá beneficiada. Com a evolução das tecnologias de informação e a necessidade das organizações em utilizar banco de dados unificados para processos cada vez mais flexíveis, as empresas fabricantes de software tiveram a oportunidade de desenvolver sistemas voltados para o desempenho de processos. A inovação nos tipos de software recebeu o nome de sistemas de medição de performance de processos (process performance measurement system — PPMS). Os PPMS vieram cobrir uma lacuna referente à dificuldade de medição do desempenho dos processos de forma mais ágil, permitindo aos gestores uma ação mais proativa na solução de problemas e na melhoria dos processos. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 59 Atenção! A competição enfrentada pelas empresas não ocorre nos processos, mas na capacidade de melhorá-los (KOHLBACHER; GRUENWALD, 2011). Um PPMS coleta resultados de forma sistêmica do desempenho dos processos e os compara com dados históricos deles, gerando relatórios com resultados a serem analisados pelos atores importantes do processo. De qualquer forma, o PPMS deve apresentar uma visão holística do desempenho dos processos de negócios. Portanto, três características são necessárias: • Deve ser focado nos processos. • Deve avaliar o desempenho de toda a organização. • Deve designar um responsável para cada indicador a ser medido. Em estudo de Abeygunasekera et al. (2019), apresentado no Business Process Management Forum, realizado na cidade de Viena, foram identificadas 30 características que um PPMS deve ter. Você pode acessar a lista com essas características por aqui: 1. Claramente definido; 2. Validade e confiabilidade; 3. Relevância; 4. Simplicidade; 5. Monitoramento contínuo; 6. Brevidade; 7. Atualizações contínuas; 8. Uso da pesquisa; 9. Equilibrado e multidimensional; 10. Cobertura; 11. Alinhado à estratégia e aos objetivos; 12. Vinculado a fatores críticos de sucesso; 13. Considera os stakeholders; 14. Vinculado a recompensas; 15. Organização como um todo; 16. Controle; 17. Aplicação consistente; 18. Uso das fontes de informações existentes; 19. Atualização e recursos; 20. Consistência de relatórios e medições; 21. Visualização; 22. Feedback rápido e oportuno; 23. Feedback preciso; 24. Mapeamento das contribuições; 25. Abrangente e informativo; 26. Focado em melhorias; 27. Processo de decisão; 28. Utilização positiva; 29. Desafio para encorajar; e 30. Orientação. As vantagens de se usar um PPMS são: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 60 A. Clara percepção ✓ Permite aos usuários uma clara percepção do impacto que o indicador usado para mensurar o desempenho dos processos tem para o negócio, com a verificação de quais processos foram mais eficientes e eficazes. B. Velocidade maior ✓ Permite uma velocidade maior no aprimoramento dos processos. C. Processos melhorados ✓ Permite que os processos melhorados possam, rapidamente, fazer parte do dia a dia da empresa. D. Medição continuada ✓ Permite que a medição de desempenho dos processos seja feita continuadamente e não de maneira esporádica, evitando distorções em suas análises. Recentemente, em artigo escrito por Davenport e Spanyi na Harvard Business Review, de abril de 2019, foi identificada a importância da mineração de processos (process mining) na busca de uma visão baseada em dados do desempenho dos processos. A mineração de processos objetiva a coleta de conhecimento a partir de registros de eventos ou logs de eventos, os quais estão acessíveis no sistema, a fim de descobrir, monitorar e melhorar processos. Essa prática é considerada o que há de mais novo na área de gestão de processos, englobando inteligência artificial e mineração de dados. Sua utilização vem sendo cada vez mais defendida pelos gestores, que conseguem enxergar os problemas e as oportunidades em relação aos processos, de forma detalhada e orientada por dados em relação aos processos-chave. Veja, a seguir, a imagem que ilustra essa mineração de processos: Mineração de processos A partir da compreensão do que é um desempenho de processo, precisamos agora mensurá-lo. Esse procedimento trata da coleta do dado, da metodologia e de indicadores a serem usados a fim de medir a capacidade de desempenho do processo. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 61 Dentre os principais modelos de mensuração, temos o BSC e a árvore de metas, ambos já vistos, e o método SMART, que veremos com detalhes mais à frente. 2. Indicadores de desempenho de processos Critérios para um indicador de desempenho Um indicador de desempenho é fundamental para o controle um processo. Sem ele, é impossível conceber melhorias, pois não há como avaliar se o desempenho do processo atendeu aos requisitos esperados. Os indicadores devem ser capazes de fazer medições eficazes, eficientes e adaptáveis, portanto, alguns critérios devem ser seguidos no momento em que são escolhidos, tais como: A. Simplicidade ✓ Os indicadores devem ser fáceis de aplicar, pois quanto mais complexo for, pior será sua comunicação e o seu entendimento. Ou seja, se não for simples, não será entendido, o que dificultará o atingimento da meta determinada. ✓ O indicador de peças com defeito é um exemplo de indicador simples, uma vez que o seu cálculo é bem descomplicado, basta contar as peças que tiveram algum tipo de defeito e dividir pelo total de peças produzidas no mesmo período. B. Clareza ✓ Os indicadores comunicam de forma direta e clara o que se propõe, ou seja, não são redundantes. O indicador de peças com defeito é um exemplo, pois não há dúvida de que o que se pretende verificar é o nível de qualidade com que os produtos estão sendo produzidos. C. Rastreabilidade ✓ Os indicadores devem permitir que sua origem seja facilmente identificada. Voltemos ao caso do indicador depeças com defeito. Se quisermos saber como ele foi obtido, podemos verificar pelos controles de produção diários. D. Acessibilidade ✓ Os indicadores devem ser de fácil acesso. Se no caso do indicador de peças com defeito, as anotações dos dados da produção forem preenchidas em folhas avulsas, que ficam trancadas na mesa da supervisora de produção, isso traz dificuldades na consulta. O correto é que estejam inseridas em sistema ou planilha eletrônica, e disponibilizada na rede, para a consulta dos interessados. E. Periodicidade ✓ Os indicadores devem estar à disposição para que sejam consultados com frequência, por exemplo, em um sistema ou em rede para consulta. F. Abrangência ✓ Os indicadores devem ser representativos do que se está mensurando. Por exemplo, se quero avaliar a motivação da minha equipe, o indicador de absenteísmo não mensurará o que se espera, uma vez que as pessoas podem ter faltado por motivo de doença, e não por estarem desmotivadas. G. Comparabilidade ✓ Os indicadores devem permitir fazer comparações de maneira fácil, de acordo com referenciais próprios. H. Seletividade ✓ Os indicadores devem ser capazes de identificar os elementos-chave do processo na seleção e diferenciação do que é medido. Critérios de indicadores de desempenho de processos Uma grande quantidade de indicadores não é recomendável, pois, além de exigir mais esforço, pode gerar perda de foco no que realmente importa, trazendo impactos significativos para a gestão do negócio. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 62 Atenção! Indicadores quantitativos são mais precisos e fáceis de serem gerenciados do que indicadores qualitativos. Portanto, no caso dos indicadores de desempenho de processos, serão utilizados os quantitativos. Por exemplo, temos os indicadores de lucratividade e de turnover como quantitativos, e o indicador de satisfação do cliente como qualitativo. Outro ponto negativo do excesso de indicadores é que muitos deles podem acabar medindo a mesma coisa ou camuflar informações importantes com outras menos relevantes. Isso pode levar a uma confusão na análise por parte do gestor, e perda de tempo. Sugere-se um número de 4 a 8 indicadores como sendo o desejável. Na concepção dos indicadores, devem ser consultadas determinadas fontes que indiquem as diretrizes a serem seguidas, como as necessidades dos stakeholders envolvidos, o planejamento estratégico da organização e a cadeia de valor dos processos. Diferença entre PPI e KPI Quando tratamos de gerenciamento de processos, usamos o termo indicadores de desempenho de processos (process performance indicators ‒ PPIs), utilizados no controle e na melhoria contínuos do processo. Para alguns estudiosos, um PPI tem o mesmo significado de um KPI (key performance indicator), que significa, em português, “indicador-chave de desempenho”. Para outros estudiosos, os PPIs são casos particulares dos KPIs. Uma terceira interpretação entende que os KPIs possuem características únicas e estão relacionadas à estratégia, enquanto os PPIs estão relacionados à parte operacional. Adotaremos o entendimento de que um KPI oferece uma visão tática e estratégica da organização, veja: Visão tática e estratégica da organização. Cada indicador é caracterizado como: 1. Indicadores estratégicos ▪ Definidos pelos acionistas ou donos das empresas e servindo de referência para todos os outros níveis. Por exemplo, o percentual de crescimento da marca no mercado ou o total de vendas realizadas no ano. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 63 2. Indicadores táticos ▪ Divididos em indicadores executivos e para a gerência. O primeiro fica a cargo dos diretores, e o segundo, dos gerentes. Por exemplo: a produtividade da empresa ou o custo médio dos produtos fabricados. 3. Indicadores operacionais ▪ Utilizados pela supervisão da empresa. Por exemplo, o índice de absenteísmo ou tempo de set-up de uma máquina. Imagine que uma empresa tenha como uma das estratégias a retenção dos clientes. Logo, um indicador-chave de desempenho (KPI) seria a taxa de evasão, churn rate em inglês. Digamos que no início do mês havia 340 clientes ativos e, no final, esse número caiu para 300. Então, a taxa de evasão seria calculada dividindo o número de clientes perdidos pelo de clientes analisados no período, no caso, 11,76%. Quanto maior a taxa, pior para o negócio, pois indicaria que o cliente não está satisfeito com o serviço ou produto oferecido pela empresa. Indicador-chave de desempenho (KPI) Para a elaboração dos KPIs, devem ser percorridas três etapas que estão representadas nas perguntas a seguir: 1. Quais são os objetivos a serem atingidos pelo gestor? 2. Quais são as variáveis que mais impactam na obtenção dos objetivos? 3. Quais são os indicadores de desempenho que mensuram as variáveis definidas? Os KPIs podem ser representados pela combinação de mais de um indicador, que tem como objetivo representar um conjunto de medidas que sejam determinantes para atingir os objetivos organizacionais. Eles são utilizados em larga escala nos mais variados tipos de empresas, e têm como objetivo principal medir o que está sendo executado e a forma como é feito. A utilização dos KPIs permite o acompanhamento e a avaliação do seu desempenho através do tempo. Porém, não há regra obrigatória para sua elaboração, mas sim o preenchimento de etapas, apresentadas acima, que devem ser retiradas do planejamento estratégico da empresa. Existe uma quantidade imensa de KPIs, mas podemos agrupá-los em categorias, tais como: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 64 ▪ Na categoria financeira, temos a receita, que é, basicamente, a entrada de capital na empresa, e o custo, que se divide nos custos dos produtos vendidos (CPV) e despesas operacionais. ▪ Na categoria cliente, temos a satisfação do cliente, índice de recomendação do produto ou serviço ofertado, índice de engajamento do cliente etc. ▪ Na categoria RH, temos o índice de retenção de colaboradores e o índice de mobilidade interna, que representa a possibilidade de o colaborador mudar de função ou de se enquadrar em outro patamar salarial. ▪ Na categoria produção, temos o índice da capacidade instalada utilizada, o índice de tempo de parada da produção para reparos e o custo por unidade produzida. ▪ Na categoria marketing, temos o índice de crescimento das vendas, taxa de eficácia dos canais de venda e índice de visitantes ao site, no caso do marketing digital. 3. Metodologia SMART Método SMART Para que possamos definir indicadores de desempenho claros e completos, utilizaremos o método SMART, desenvolvido por Peter Drucker nos anos 1950, cujo significado é specific (específico), measurable(mensurável), achievable (alcançável), relevant (relevante) e time frame (temporal). Significado de SMART Confira as características de cada significado: A. Specific (específico) O objetivo definido não pode dar margem a outras interpretações, por isso, deve ser detalhado e descrito da forma mais clara possível, esclarecendo o que deve constar ou não para o cálculo do indicador. Algumas perguntas podem auxiliar nesse processo, são elas: ▪ O objetivo deve ser alcançado em que local? ▪ Qual intervalo de tempo deve ser considerado para atingir esse objetivo? ▪ Quais as restrições para esse objetivo? Modelagem de Processos Marcio Quirino - 65 ▪ Ao se atingir o objetivo, qual benefício ou valor é obtido? Por exemplo, se definíssemos que o processo de desenvolvimento de novos produtos deve ser rápido, podemos verificar que essa não é uma meta específica, pois permite muitas interpretações e, da forma como foi descrita, não é possível mensurá-la. Podemos melhorá-la se dissermos que o processo de desenvolvimento de novos produtos dever ser realizado com 20% a menos de tempo em relação ao último ano. Perceba que devemos incluir critérios,37 Referências .............................................................................................................................................. 37 Implementação e Acompanhamento da Gestão de Processos .......................................................... 39 Introdução ................................................................................................................................................ 39 1. Filosofia Lean ......................................................................................................................... 39 Definições................................................................................................................................................. 39 Princípios ................................................................................................................................................. 40 Desperdícios ............................................................................................................................................ 43 Desperdício de transporte .................................................................................................................... 43 Desperdício de inventário ..................................................................................................................... 43 Desperdício de movimento ................................................................................................................... 44 Desperdício por espera ........................................................................................................................ 44 Desperdício por superprodução ........................................................................................................... 44 Desperdício por excesso de processamento........................................................................................ 44 Desperdício de defeito.......................................................................................................................... 44 Desperdício de habilidades .................................................................................................................. 44 Six Sigma ................................................................................................................................................. 45 2. Modelos de gestão de processos .......................................................................................... 45 Modelo BPM ............................................................................................................................................. 45 Modelo Pensar, Agir e Aprender .............................................................................................................. 46 Pensar .................................................................................................................................................. 47 Agir ....................................................................................................................................................... 47 Aprender............................................................................................................................................... 47 Modelo Rummler-Brache ......................................................................................................................... 47 Modelagem de Processos Marcio Quirino - 3 Modelo de gerenciamento de operações e processos ............................................................................. 49 Outros processos de gestão..................................................................................................................... 49 3. Fases de acompanhamento e gerenciamento de riscos ...................................................... 50 Método GEM ............................................................................................................................................ 50 Alinhar estratégia ................................................................................................................................. 50 Analisar e diagnosticar ......................................................................................................................... 50 Projetar melhorias ................................................................................................................................ 50 Implantar e realizar ............................................................................................................................... 51 Monitorar continuamente ...................................................................................................................... 51 Volume ................................................................................................................................... 51 Variedade .............................................................................................................................. 51 Variação ................................................................................................................................. 51 Visibilidade............................................................................................................................. 52 Refinar .................................................................................................................................................. 52 Gerenciamento de risco ........................................................................................................................... 52 Conceito ............................................................................................................................................... 53 Categorias ............................................................................................................................................ 53 Considerações finais ................................................................................................................................ 55 Explore + .................................................................................................................................................. 55 Referências .............................................................................................................................................. 55 Avaliação de Desempenho Dos Processos ........................................................................................ 56 Introdução ................................................................................................................................................ 56 1. Desempenho de processo ..................................................................................................... 56 Gestão de desempenho: o que é e como avaliá-lo .................................................................................. 56 2. Indicadores de desempenho de processos ........................................................................... 61 Critérios para um indicador de desempenho ............................................................................................ 61 Critérios de indicadores de desempenho de processos ....................................................................... 61 Diferença entre PPI e KPI ........................................................................................................................ 62 3. Metodologia SMART .............................................................................................................. 64 Método SMART ........................................................................................................................................ 64 Metas FAST .............................................................................................................................................como taxa de retrabalho, índices de qualidade, percentual de faturamento etc. O importante é que seja o mais específico possível, assim não haverá dúvidas no que deve ser feito para atingir o objetivo. B. Measurable (mensurável) O indicador deve ser medido de forma quantitativa, ou seja, pode ser traduzido em um número, para que possa ser tratado e avaliado. Por isso, deve possuir uma unidade de medida (metros, peças, segunda qualidade etc.) e não devem ser usados termos ambíguos e/ou incompletos. Usualmente, a coleta de dados consome tempo e recursos, além de uma metodologia clara e bem definida, principalmente por organizações que possuem várias unidades ou locais onde serão realizadas as medições. É preciso estar atento a questões, tais como: a definição dos relatórios que devem ser utilizados, se os resultados são originários de dados absolutos ou relativos, e se a coleta será realizada por amostragem ou na população em geral. Por exemplo, se o objetivo é melhorar a qualidade dos produtos da empresa, não devem ser utilizados questionários abertos que permitam várias respostas diferentes do cliente. Em vez disso, deve-se elaborar um questionário usando uma escala Likert para perguntas objetivas sobre características do produto, a fim de a avaliação refletir a métrica da maneira mais clara e objetiva possível. C. Achievable (alcançável) A realização do objetivo deve ser possível, ou seja, devem ser definidas metas, e esse é um dos processos mais desgastantes entre gestores e colaboradores. Existe uma máxima que diz que “uma meta que não pode ser conquistada não deve existir”. A definição de metas exige muitos cuidados, pois se forem muito ousadas e quase impossíveis de serem atingidas, isso acarretará em desmotivação e provável desistência. Da mesma forma, metas muito brandas levam a acomodações e resultados que não agregarão valor para o negócio. Analise se: ▪ A equipe ou responsável tem as habilidades ou recursos disponíveis para o atingimento da meta; ▪ Haverá suporte da liderança para se atingir a meta. D. Relevant (relevante) A meta definida é importante para o resultado da organização ou para o líder, ou seja, o indicador deve possuir variáveis que realmente tenham impacto no que se deseja avaliar. Ao prestar consultoria em uma empresa produtora de tapetes, participei de uma reunião com a equipe de vendas e o gerente da área. O objetivo era passar as metas de vendas que deveriam ser atingidas em cada região por cada vendedor. Se os vendedores atingissem as metas, receberiam bonificações. Uma das metas colocadas era a de que as vendas deveriam aumentar, sendo definido o indicador de novos clientes para atingir esse objetivo. A equipe ponderou, de forma correta, que esse indicador não seria relevante para demonstrar se o objetivo fora alcançado. Afinal, o vendedor, mesmo que perdesse clientes, poderia conseguir com os que permaneceram, se esses comprassem uma quantidade superior à do período passado. Assim, ele aumentaria as vendas, atingindo a meta, contudo, o indicador do número de novos clientes não retrataria tal fato. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 66 E. Time frame (temporal) O período em que será realizada a mensuração do indicador deve estar bem definido, a fim de que o objetivo traçado seja atingido, ou seja, deve haver data de início e fim. Como vimos no módulo anterior, os indicadores podem ser com fins estratégicos, táticos ou operacionais e, em função disso, o período de coleta dos dados também varia. Para os indicadores estratégicos, o prazo varia em anos; para os indicadores táticos, o prazo leva, no máximo, um ano, e para os indicadores operacionais, usualmente, é determinado em meses. O aspecto temporal é dar sentido, permitindo que os gestores façam o acompanhamento de acordo com sua característica. Vamos usar como exemplo um livro a ser escrito. Há um prazo a ser realizado e podemos colocar como meta a entrega de um capítulo por semana. O autor, sabendo a quantidade de palavras e páginas que deve fazer por dia, conseguiria medir o progresso na elaboração do material e fazer ajustes quando necessário. Metas FAST As metas FAST também são interessantes. Segundo Sull & Sull (2018), para executar a estratégia, os líderes devem estabelecer metas ambiciosas, traduzi-las em métricas e marcos específicos, torná-las transparentes em toda a organização e discutir o progresso com frequência. Assim, elas ajudam as organizações a serem melhores e mais dinâmicas, permitindo que os colaboradores estejam alinhados com a estratégia da empresa. Confira a tabela: Metas FAST Frequently discussed (frequentemente discutidas) Discutir metas com frequência, em vez de uma ou duas vezes por ano (tente metas trimestrais, por exemplo). Assim, as equipes podem se adequar a desafios inesperados por meio de ajustes em períodos muito curtos. Ambitious (ambiciosas) Dividir as metas em estendidas (radicais, mais arriscadas, com maior potencial de retorno e incrementais), e de pequenas melhorias (geralmente conservadoras). Segundo Marcel Telles, da AB InBev: “Estabelecer as metas certas, que são quase impossíveis, mas não impossíveis!”. Por exemplo: uma empresa define que suas vendas devem aumentar 30%, sabendo que o mercado tem potencial de crescimento estimado para 50%. Essa meta não será desafiadora. Portanto, a meta deveria ser ajustada para 70%. Specific (específicas) Objetivos traduzidos para métricas concretas, para que todos saibam o que é esperado para entregar. Elas ajudam a corrigir desvios e identificar problemas. Por exemplo: se uma meta é aumentar as vendas, ela pode ser realizada de várias maneiras, e não é específica, mas se definirmos que a meta é vender mais 10% na região Sul, para novos clientes, daí teremos uma meta específica. Transparent (transparentes) Metas públicas e divulgadas para todos. Não há segredo. Google e AB InBEV tornaram internas suas metas públicas, o que aumenta a pressão dos colegas, bem como torna mais fácil o alinhamento estratégico dos departamentos. A divulgação das metas dos gerentes ou líderes permite aos colaboradores a possibilidade de alinhamento de seus objetivos individuais e da equipe com o restante da organização. Adaptado de Sull & Sull, 2018. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 67 Sistema de gerenciamento OKR O sistema de gerenciamento OKR (objectives and key results), ou seja, objetivos e resultados-chave, é baseado nas metas FAST. O sistema OKR foi criado por John Doerr, ex-Intel, e autor do best-seller Avalie o que importa. Atualmente, a OKR é considerada uma filosofia revolucionária na gestão de metas, pois é simples, prática, transparente, favorece a justiça e vem sendo cada vez mais usada por diferentes organizações inovadoras. Seus resultados na melhoria da performance de pessoas e equipes são muito bons, visto que escrever corretamente as metas aumenta as chances de alcançá-las. Um OKR é composto de um único objetivo, ou O; e um conjunto de três a cinco resultados principais, os KRs. O objetivo é qualitativo, possível, destinado a inspirar e direcionar ações. Exemplo Pisar na lua (John Kennedy, em 1961); tornar a web a mais rápida possível (Google). O objetivo mostra para onde se quer ir, ou seja, senso de direção e metas estratégicas. Uma empresa que trabalhe com projetos de decoração deve ter como objetivo (O) aumentar as vendas pelo site, pois, em época de pandemia, o mundo digital se tornou imprescindível. Os resultados-chave (KRs) são o desdobramento do objetivo em três a cinco metas quantitativas com prazo curto (geralmente trimestrais) e simplicidade de mensuração e comunicação, para saber se está perto de atingir o objetivo. Exemplo Dez ótimos engenheiros de propulsão de foguetes contratados até março; tempo de carregamento de um site diminuído em 20% dentro de 90 dias; 12 louças lavadas nos próximos três meses.A empresa define três KRs, que são: 1. Aumentar o número de visitantes oriundos do Facebook em 10%. 2. Aumentar a conversão dos visitantes do Instagram para 10%. 3. Converter em venda os pedidos de orçamento feitos pelo site em 5%. A cada três meses, faz-se a análise dos resultados obtidos e os devidos ajustes para que o objetivo único, que é o de aumentar as vendas pelo site, possa ser concretizado. O prazo de três meses para a análise dos resultados não é rígido. Na verdade, cada organização define o seu período para o acompanhamento dos resultados, devendo levar em conta que períodos muito longos podem levar a desengajamentos. Em contrapartida, nos períodos muito curtos, não há tempo hábil para a coleta dos dados, transformando a ferramenta em uma série de tarefas improdutivas. Na mensuração dos resultados, o ideal é que os key results (KRs) possam atingir um percentual entre 60% e 80%. Caso consiga 100%, desconfie que sua meta está muito frouxa; e se tiver abaixo de 30%, provavelmente, a meta definida foi muito elevada. Considerações finais Tendo em vista as definições apresentadas neste conteúdo, você é capaz de entender o que é um desempenho de processo, os modelos existentes e como avaliá-los. E utilizando a metodologia SMART, você poderá definir metas para os indicadores de desempenho de processos, os PPIs, e para os indicadores- chave de desempenho de processos, os KPIs. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 68 Explore + Confira o que separamos especialmente para você! Navegue no site da PPINOT e veja um conjunto de ferramentas e técnicas para a definição e análise automática de indicadores de desempenho de processos. Busque vídeos sobre os temas KPI e SMART. Há uma grande quantidade de exemplos e materiais a respeito. Visite o site da Celonis, líder de mercado em Process Mining. Procure vídeos na Internet para saber mais a respeito dos temas BSC e OKR. Leia o livro Avalie o que importa, de John Doerr. Pesquise sobre a renomada revista de gestão do MIT e analise os artigos que comparam os modelos SMART e FAST. Referências AABEYGUNASEKERA, A. W. J. C. et al. Process performance measurement system characteristics: an empirically validated framework. In: Business Process Management Forum: BPM Forum 2019, Proceedings (Lecture Notes in Business Information Processing, v. 360, p. 211-227, 2019. ANDREWS, R. et al. Quality-informed semi-automated event log generation for process mining. Decision Support Systems, v. 132, p. 41, February, 2020. DAVENPORT, T. H.; SPANYI, A. What process mining is, and why companies should do it? Harvard Business Review, v. 2019, p. 2-7, Abr. 2019. DEL-RÍO-ORTEGA, A. et al. Using templates and linguistic patterns to define process performance indicators. Enterprise Information Systems, v. 10, n. 2, p. 159-192, 2014. FRANCISCHINI, P. G.; FRANCISCHINI, A. S. N. Indicadores de desempenho. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. KOHLBACHER, M.; GRUENWALD, S. Process ownership, process performance measurement and firm performance. International Journal of Productivity and Performance Management, v. 60, n. 7, p. 709- 720, 2011. KUENG, P. Process performance measurement system: a tool to support process-based organizations. Total Quality Management, v. 11, n. 1, p. 67-85, 2000. MARSHALL JUNIOR, I. et al. Gestão da qualidade e processos. Rio de Janeiro: FGV Management, 2012. SAAB, N.; HELMS, R.; ZOET, M. Predictive quality performance control in BPM: proposing a framework for predicting quality anomalies. Procedia Computer Science, v. 138, p. 714-723, 2018. SULL, D.; SULL, C. With Goals, FAST Beats SMART. MIT Sloan Review, Mai. 2018. VAN LOOY, A.; SHAFAGATOVA, A. Business process performance measurement: a structured literature review of indicators, measures and metrics. SpringerPlus, v. 5, n. 1, p. 1-24, 2016. WIELAND, U. et al. Process performance measurement system – towards a customer-oriented solution. Business Process Management Journal, v. 2, n. 2, p. 312-331, 2015. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 69 Padrões de Conformidade e Processos Introdução As exigências por parte da sociedade estão cada vez maiores e essa tendência vem obrigando as organizações a adotar metodologias direcionadas para o aperfeiçoamento contínuo de produtos e processos. Nesse contexto, o conceito de padrão de conformidade ganha relevância. Afinal, a maneira como as organizações gerenciam aspectos de conformidade pode determinar o sucesso delas. Um exemplo disso é o maior uso das normas ISO. Por isso, apresentaremos aqui as principais normas que devem ser implantadas e colocadas em prática. Estabeleceremos ainda a relação delas com o não atendimento aos seus requisitos (não conformidades). 1. Padrões de conformidade Entendendo a conformidade Desde o surgimento da atividade comercial, a avaliação da conformidade é usada nas trocas das mercadorias. Os compradores verificavam se os produtos adquiridos estavam atendendo ao que foi pedido, fazendo, assim, uma avaliação deles. Dessa forma, surgiram dois conceitos: conformidade e avaliação de conformidade. Hoje em dia, melhorar processos de forma contínua já constitui uma exigência observada em mercados competitivos que demandam desempenho e assertividade de produtos ofertados pelas organizações. Por conta disso, aponta Oliveira (2018), elas precisam de processos cada vez mais homogêneos, controlados e orientados para a legalidade, comunicando com clareza o seu propósito. Para garantir tal objetivo, houve a introdução do conceito de conformidade: Trata-se do estado em que se encontra o objeto da análise em relação aos padrões preestabelecidos. Para entendermos melhor, vamos avaliar uma pequena linha do tempo dos fatos: A. 1898 ✓ Já existiam órgãos voltados para o desenvolvimento e a publicação de normas técnicas em alguns países, como a American Society for Testing and Materials (ASTM), fundada na Pensilvânia, nos EUA, ainda no final do século XIX. B. 1947 ✓ Nesta década, algumas normas internacionais foram criadas por conta do surgimento da International Organization for Standardization (ISO) ou, em português, Organização Internacional de Normalização, em 1947, em Londres. C. 1950 ✓ Com a introdução dos conceitos da gestão da qualidade nos anos 1950, a conformidade começou a ser amplamente utilizada no controle da qualidade de fabricação de produtos manufaturados. Voltada inicialmente para o controle dos produtos, a conformidade teve a sua finalidade ampliada na verificação da qualidade dos serviços prestados e nos processos usados nas organizações. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 70 Mais recentemente, o conceito de conformidade, que tem relação direta com a gestão da qualidade total, passou a fazer parte da estratégia das organizações públicas ou privadas, sendo direcionado para o mercado, o cliente final e a cadeia de suprimentos. Mas você saberia dizer a que se refere a qualidade? Resposta Ela não se atém apenas à redução de defeitos, mas também a outros fatores, como o melhor emprego dos recursos disponíveis, a satisfação dos clientes e o desempenho organizacional. No atual ambiente de negócios, existe a necessidade de se atender a várias partes interessadas: os acionistas, o governo, a comunidade local, os clientes etc. Dessa forma, as organizações precisam adotar as melhores práticas de gestão a fim de garantir a conformidade dos processos em relação a leis, normas, governança corporativa e responsabilidade social. Desafio das organizações na conformidade das boas práticas de gestão As empresas que adotam e mantêm a conformidade nos seus processos de negócio já entenderam que, além de terem de cumprir e respeitar a lei, os regulamentos e os procedimentos, também precisam entregar valor para a sociedade. A responsabilidade social é o caminho pelo qual as organizações dão sua contribuiçãode forma mais transparente para a sociedade. Ações como marketing social, projetos filantrópicos e trabalhos que promovam a diversidade e a inclusão já vêm sendo adotados ao longo dos últimos 50 anos, trazendo resultados positivos para as organizações. Manifestação em Miami em protesto a favor de George Floyd. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 71 A sociedade, no geral, passou a refletir mais os seus conceitos e aumentar o grau de exigência frente às intolerâncias e ao racismo. As organizações também devem acompanhar essas mudanças, adequando seus procedimentos e suas regulamentações internas de boas práticas de gestão. Para entendermos a importância dessas melhores práticas de gestão, veremos o que foi publicado sobre o tema: A. Você S/A ✓ No dia 14 de abril de 2020, no site da revista Você S/A, foi publicada uma reportagem sobre a importância da responsabilidade social não somente para a sociedade, mas para o negócio também. Ela apresentou uma pesquisa feita, cinco anos antes, em 60 países diferentes, pela consultoria Nielsen. Nesse estudo, 66% dos entrevistados – de um total de 30.000 pessoas – estavam dispostos a pagar a mais por produtos de empresas que estivessem comprometidas com causas e projetos de responsabilidades sociais. Construindo os padrões de conformidade A conformidade dos processos engloba: 1. Domínio jurídico ▪ Tem um caráter regulatório e de natureza prescritiva. 2. Domínio de processo ▪ Possui natureza descritiva. Vejamos um esquema que, segundo Hashmi e outros autores (2018), ilustra a diferença entre esses dois domínios: Domínios jurídico e de processo. A verificação da conformidade pode ser avaliada em três momentos diferentes: 1. Durante a implantação dos projetos dos processos. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 72 2. Durante a execução dos processos. 3. Durante a análise dos registros dos processos executados. A partir disso, podemos definir um padrão de conformidade como: a obrigatoriedade na obediência aos requisitos a serem adotados pelas organizações para que elas consigam obter certificados ou licenças que permitam o seu funcionamento. Veja um exemplo: Exemplo Produzindo uma linha de produtos naturais voltada para o tratamento do sistema respiratório, um laboratório farmacêutico tem sua gestão orientada para processos. Ele vem crescendo e ganhando espaço no mercado devido ao constante lançamento de produtos e à sua capacidade produtiva eficaz. No entanto, tal laboratório corre um sério risco, já que alguns desses novos itens não seguem os procedimentos e processos de boas práticas de fabricação. Isso pode causar a perda da certificação que permite ao laboratório produzir e comercializar os seus artigos. Este é um exemplo clássico da falta de um padrão de conformidade dos processos, pois alguns de seus produtos não estão seguindo os requisitos e procedimentos exigidos. A conformidade do exemplo acima se refere a uma exigência requerida, mas ela, no entanto, também pode ser voluntária. Ou seja, quando uma empresa adere a um programa de educação profissional voltado para a comunidade carente local, ela o faz não por se tratar de uma exigência legal para o seu funcionamento, e sim por entender que está contribuindo para o desenvolvimento social da comunidade que a cerca. Observe esta imagem: Modelo de Jenkins (2004). Modelagem de Processos Marcio Quirino - 73 As empresas devem estar atentas ao gerenciamento das conformidades em função do risco e do contexto no qual elas se encontram. O modelo de Jenkins (2004) relaciona o grau de exigência das informações necessárias – em função do tipo de conformidade, que pode ser requerida ou voluntária – com a criação de regras para os processos. Quanto maior for a necessidade de informação e organização dos processos, maior será a conformidade requerida por meio de regras externas à organização, como podemos observar no quadrante na cor vermelha. A conformidade nos processos de negócios Modelado sob uma visão holística do business process management (BPM), o processo de negócio, combinado com a conformidade requerida (ou regulamentar, como também é conhecida), propicia o surgimento da seguinte conformidade de processos de negócios: business process compliance (BPCM). No BPCM, há uma constante depuração e análise dos processos em relação às conformidades requeridas. Elas estão divididas em três classes de regras: A. Regras regulatórias ▪ Também conhecida como SARBOX, a Lei Sarbanes-Oxley (SOX), para Hashmi e outros autores (2018), é um marco na regulamentação dos negócios, protegendo o investidor após escândalos financeiros ocorridos com a Worldcom, no valor de 180 bilhões de dólares; a Enron, em 74 bilhões de dólares; e o banco Lehmann Brothers, 50 bilhões de dólares. No Brasil, temos o caso da Petrobras, cujo prejuízo chega à casa dos 20 bilhões de reais, sendo um caso semelhante a outros ocorridos no exterior. Sua origem está na má governança, na corrupção e na manipulação de informações, caracterizando, assim, a não conformidade das ações e dos processos realizados pelos gestores em relação às leis regulatórias em vigor. ▪ Outra regulamentação importante a ser citada é o acordo da Basileia. Dividido em Basileia I (1988), Basileia II (2004) e Basileia III (2010), ele está voltado para a segurança do sistema bancário mundial. B. Regras de normas de gestão de segurança da informação ▪ Parte da série 2700 da ISO/IEC, tais regras definem políticas, processos e estruturas de hardware e software a fim de mitigar os riscos e promover o controle e o monitoramento por meio de indicadores. C. Regras de padrões de qualidade ▪ As regras de qualidade estão associadas à família ISO (Veja no módulo 3). De acordo com Burattin, Maggi e Sperduti (2016), a verificação da conformidade se trata da capacidade de checar se o fluxo de trabalho realizado está em conformidade com o modelo de processo proposto. Ele depende do grau de complexidade que os padrões de conformidade podem suportar. Devido ao aumento significativo no número e na complexidade dos processos, a utilização de sistemas de informação flexíveis é necessária. Comentário A mineração de processos vem sendo usada como uma resposta à demanda mencionada, o que permite identificar qualquer desvio dos procedimentos frente às conformidades dos processos. Percebemos se os requisitos foram atendidos ou não, no processo de verificação da conformidade – é sobre isso que falaremos no próximo módulo. 2. Não conformidades Atores na identificação das conformidades Na atividade de se avaliar a conformidade, podem ser identificados alguns atores: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 74 A. O fornecedor ✓ Quem entrega o produto. B. O comprador ✓ Quem adquire o produto. Contudo, é importante ressaltarmos que um terceiro ator está presente quando a atividade de verificação dos produtos é realizada: São organizações independentes que concedem ou renovam certificações no final da avaliação. A verificação também pode ser realizada pelo próprio cliente, mas, neste caso, não ocorre o recebimento de certificações que tenham validade junto ao mercado e aos órgãos regulatórios. No processo de identificação de conformidades, existe a possibilidade de elas serem realizadas de algumas maneiras: 1. Solicitação de amostras ao fornecedor para que o próprio cliente faça a análise. 2. Pedido de amostras do fornecedor para um terceiro analisar as verificações de conformidade. 3. Requerimento para que ele ou uma organização independente faça a avaliação de conformidade no próprio fornecedor. Quando a relação de confiança entre o comprador e o fornecedor é forte, basta apenas uma declaração de conformidade referente aos produtos ofertados. A presença de uma organização independente na verificação da conformidade é necessária devido à sua imparcialidade no processo,desde que ela tenha competência técnica, reputação e credibilidade reconhecidas pelos atores. Dessa forma, os compradores estarão seguros na aquisição dos produtos demandados ao fornecedor, o qual, aliás, também sairá ganhando, pois, se produzir conforme as normas e os procedimentos de qualidade, não terá problemas em negociar seus produtos com os compradores. A redução dos custos é outra vantagem ao se utilizar organizações independentes no processo, pois ela diminui o número de inspeções, ensaios e auditorias, acabando com a necessidade de várias avaliações. Apresentaremos um exemplo simples a seguir. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 75 Exemplo Quando uma fabricante de insumos para o setor químico possui um certificado expedido por organizações independentes, isso possibilita aos compradores adquirirem os insumos sem a necessidade de verificá-los, já que eles confiam no órgão certificador. Avaliação da conformidade A conformidade pode ser avaliada de algumas formas, veja: A. Auditoria ✓ Realizado por organismos independentes, este processo de verificação documentado tem como objetivo mensurar se os critérios acordados na elaboração dos produtos foram atendidos. ✓ Na auditoria, não se realiza uma análise técnica do produto, e sim a verificação da conformidade dos processos em relação à política, aos padrões, às normas e aos procedimentos preestabelecidos. B. Ensaio ✓ Verifica se as características de um produto ou processo estão em conformidade com o procedimento. Para isso, realizam-se algumas operações técnicas. Por exemplo, na indústria têxtil existe um ensaio chamado de resistência ao rasgo, ou seja, verificação da resistência dos tecidos produzidos. C. Inspeção ✓ Processo de avaliação da conformidade por meio de medições, análises e observações, utilizando as ferramentas adequadas em cada atividade. Um exemplo disso são as inspeções de gás realizadas em nossas casas por uma concessionária autorizada. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) define a avaliação da conformidade como: Demonstração de que os requisitos específicos relativos a um produto, processo, sistema, pessoa ou organismos são atendidos. (INMETRO, 2020a) Esse processo de avalição tem como finalidade dar confiança na conformidade e não atestar a sua qualidade. Os requisitos para a produção de um produto com defeito na concepção dele podem ser definidos, mas, se esses requisitos forem atendidos, serão um indicativo em sua audição da presença de uma confiabilidade na maneira como é feito o produto. Ainda assim, isso não garante sua qualidade intrínseca. Percebe-se, assim, que a avaliação da conformidade tem como premissa a existência de normas, regulamentos ou documentos similares para verificar se os requisitos descritos neles foram atendidos. Compreendendo a certificação Oriundo da análise da conformidade por organizações independentes, o processo de certificação pode ser classificado em certificação de produtos, de sistemas de gestão, de pessoas e de processos. Veja mais detalhes: A. Certificação de produtos ✓ Garantia de que os insumos fabricados seguem os requisitos técnicos exigidos para a sua produção. Há muitas maneiras de se realizar a avaliação da conformidade dos produtos cujos modelos de certificação foram identificados pela ISO. Veja: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 76 • Modelo 1 ▪ Trata-se do modelo mais simples. Ele faz um ensaio de tipo, oferecendo a aprovação de um item em um dado instante. • Modelo 2 ▪ Ensaio de tipo seguido de verificação em amostras retiradas do comércio. • Modelo 3 ▪ Ensaio de tipo seguido de verificação em amostras retiradas do fabricante. • Modelo 4 ▪ Ensaio de tipo seguido de verificação em amostras retiradas do comércio e do fabricante. • Modelo 5 ▪ Ensaio de tipo e aprovação do sistema de controle da qualidade do fabricante. Em seguida, há uma verificação em amostras retiradas do comércio e do fabricante, assim como auditorias no sistema de controle da qualidade do fabricante. • Modelo 6 ▪ Ensaio de lote, no qual se submete à amostra de um lote do produto a um ensaio, emitindo-se um laudo sobre sua conformidade com a especificação. • Modelo 7 ▪ Ensaio 100%, no qual cada um dos itens do lote é submetido a ensaio para verificar sua conformidade com a especificação dada. Observe agora a certificação de sistemas de gestão e de pessoas: A. Certificação de sistemas de gestão ✓ Seu objetivo é determinar se a organização possui e mantém em conformidade o seu sistema de gestão, que pode ser, por exemplo, de qualidade, ambiental, da saúde e segurança ocupacional ou da informação. Usualmente, a certificação é feita mediante uma auditoria independente. B. Certificação de pessoas ✓ Pretende verificar se uma pessoa tem as competências exigidas para a realização de determinada atividade. As competências, neste caso, se referem à capacidade de desenvolver e aplicar conhecimentos, assim como às habilidades na concretização de tarefas e na resolução de problemas. ✓ Exemplo: as certificações dos engenheiros da qualidade e de confiabilidade são realizadas pela Sociedade Americana para Qualidade (ASQ). Entendendo a não conformidade A certificação de processos, como frisamos, é a verificação da conformidade do processo com os requisitos especificados. Seu objetivo é avaliar a eficácia do processo. Comentário Independentemente do tipo de organização e da certificação que se pretenda conseguir, é certo que, no processo de avaliação da conformidade, o não atendimento a um requisito é definido como uma não conformidade. Um requisito se trata de uma necessidade ou expectativa desejada, sendo, geralmente, obrigatória e implícita. Existem diferentes tipos de requisitos, como os do cliente, do produto e da qualidade. A não conformidade pode ter sua origem tanto em fatores internos, como os processos da organização, quanto em externos, como os produtos fornecidos por um fornecedor. Ou seja, não existe a necessidade de haver contrariedade a um requisito em uma norma específica, como a ISO 9001. Basta não atender a uma regra interna para já ser considerado uma não conformidade. Quando as não conformidades são encontradas, uma ferramenta muito útil é a utilização da Matriz GUT na classificação da gravidade de cada não conformidade. O acrônimo GUT significa: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 77 • G = Gravidade ✓ Avalia se o impacto que a não conformidade pode gerar para a tarefa, os processos, os produtos, os colaboradores etc. • U = Urgência ✓ Analisa se o tempo disponível para a resolução da não conformidade é pequeno ou grande, ou seja, quanto menos tempo para se poder solucionar a não conformidade, mais urgente ela será. • T = Tendência ✓ Verifica se a não conformidade pode crescer com o passar do tempo. De acordo com a matriz GUT: Para cada não conformidade, damos uma nota de 1 a 5 referente a estes critérios: gravidade, urgência e tendência. Depois, multiplicamos os valores achados e encontramos, por fim, o valor da importância da não conformidade. Exemplo de uso Matriz GUT Uma empresa do ramo de ótica passou por um processo de auditoria em que foram identificadas as seguintes não conformidades: 1. Ficha de cadastro dos clientes incompleta. 2. Produtos identificados sem preço. 3. Produtos com entrega atrasada além do prazo. Veja uma Matriz GUT para as não conformidades encontradas, na tabela abaixo: Problema Gravidade Urgência Tendência G x U x T 1. Ficha de cadastro dos clientes incompleta 2 4 1 8 2. Produtos identificados sem preço 3 3 2 18 3. Produtos com entrega atrasada além do prazo 5 3 4 60 Tabela: Matriz GUT para as não conformidades encontradas. Fernando Celso Garcia da Silveira Dessa forma, a sequência priorizada para resolver as não conformidades começará pelo item de maiorvalor. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 78 No caso analisado, é o de número 3 (os produtos com entrega atrasada além do prazo); depois, será a de número 2 (os produtos identificados sem preço); por fim, o de número 1 (a ficha de cadastro dos clientes incompletos). Observe agora uma relação das não conformidades mais encontradas no processo de auditoria: 1. As especificações técnicas não são devidamente anexadas quando é solicitado ao fornecedor um orçamento de compra. 2. Os parâmetros de processo não são seguidos conforme está definido. 3. Não existe documentação que comprove a competência dos colaboradores no que se refere às funções auditadas. 4. Os requisitos especificados pelo sistema da organização não são seguidos. 5. Falha das empresas na correção das não conformidades identificadas em auditorias anteriores. Após identificar as não conformidades e classificá-las por prioridade, devemos elaborar um plano de ação para resolvê-las. Para isso, apresentaremos o método 5W2H. A. Método 5W2H ✓ O método 5W2H é muito eficaz para isso. Ele basicamente consiste na resposta a sete perguntas: ▪ W (What) → O que será feito? ▪ W (Why) → Por que deve ser feito? ▪ W (Where) → Onde deve ser feito? ▪ W (When) → Quando deve ser feito? ▪ W (Who) → Por quem será feito? ▪ H (How) → Como será feito? ▪ H (How much) → Quanto vai custar? Vejamos um exemplo para depois elaborarmos o uso do método 5W2H a partir dele. Exemplo Os colaboradores de uma empresa não estão usando os equipamentos de segurança individual (EPIs). Trata- se de uma não conformidade, pois os EPIs são exigidos pela norma. Agora, elaboramos um plano de ação 5W2H para resolver essa não conformidade: 5W2H Ação O que será feito? Reunião para cobrar a utilização dos EPIs. Por que deve ser feito? A não utilização dos EPIs pode acarretar acidentes de trabalhos e multas em caso de fiscalização. Onde deve ser feito? Na sala de reunião. Quando deve ser feito? Será realizada no dia 2/5/2020. Por quem será feito? Pelos supervisores da área de produção. Como será feito? A reunião será realizada no primeiro horário para cada equipe, tendo uma duração de, no máximo, 20 minutos. Quanto vai custar? Não haverá custo para esta ação. Tabela: Plano de ação 5W2H. Fernando Celso Garcia da Silveira No próximo módulo, vamos analisar a relação dos padrões de conformidade com a família ISO. Mas antes, assista ao vídeo abaixo. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 79 3. Padrão ISSO A série ISO e a não conformidade Com sede em Genebra, na Suíça, a ISO, que congrega 162 países, tem como objetivo a elaboração de normas internacionais para atender aos interesses de fornecedores, compradores, governo, comunidade científica e outros representantes da sociedade civil organizada. No Brasil, a participação na elaboração das normas ISO fica a cargo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A nomenclatura delas é designada por NBR ISO. Utilizar a certificação de conformidade oferece muitas vantagens. Listamos algumas: 1. Grande aceitação dos produtos em vários mercados diferentes. 2. Uso da certificação como meio de controle da produção. 3. O ganho de produtividade e o nível de qualidade são influenciados pela certificação. 4. Possui influência com os fornecedores. 5. Defesa de ações legais relacionadas a seus produtos. 6. Ganho de confiança na relação cliente-fornecedor. 7. Clientes exigem menos controles e inspeções. 8. Combate à concorrência desleal. As normas ISO possuem relevância no contexto internacional, destacando-se as da família ISO 9000, que tratam da gestão da qualidade na gestão, na produção, nos bens e nos serviços. Exemplo Há normas relacionadas a diferentes tipos de gestão, como a ambiental, a da qualidade e a da saúde e segurança ocupacional. Isso costuma variar em função da natureza a que se destina a norma. O objetivo das normas da série ISO 9000 é garantir o mínimo de qualidade, disciplinando os sistemas gerenciais e organizacionais em produtos ou serviços desenvolvidos e fabricados nas empresas. Apontaremos a seguir as que compõem a família ISO 9000: A. NBR ISO 9000 ✓ Sistemas de gestão da qualidade (fundamentos e vocabulário). Esta norma descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e define os termos a ela relacionados. B. NBR ISO 9001 ✓ Sistemas de gestão da qualidade (requisitos). Esta norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade quando se pretende: o Demonstrar que é capaz de fornecer, de forma consistente, produtos que atendam tanto aos requisitos do cliente quanto a outros regulamentares aplicáveis; o Aumentar a satisfação do cliente ao incluir processos para melhoria contínua do sistema e garantia da conformidade dos requisitos demandados por ele. C. NBR ISO 9004 ✓ Diretrizes para melhorias de desempenho. Esta norma fornece condutas, além da NBR ISO 9001, para melhorar o desempenho de uma organização, levando em consideração a eficácia e a eficiência do sistema de gestão da qualidade. ✓ Ela é usada para a autoavaliação da organização, comparando a satisfação do cliente e a qualidade do produto (na percepção dele) ao desempenho organizacional. Segundo as normas NBR ISO 9000, a certificação representa a capacidade de uma organização conseguir fornecer, de forma consistente, produtos conforme os requisitos esperados pelos clientes. Seu uso é percebido mais como um fator de fortalecimento na relação entre empresas do que na relação dessas empresas com o consumidor final. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 80 O fato de os fornecedores conseguirem entregar produtos sem variabilidade na qualidade, respeitando os requisitos esperados pelo comprador, desenvolve uma confiança nessa relação, o que permite uma simplificação dos processos. Esta é a razão de sucesso das normas ISO 9000 em todo o mundo. A rede de compradores e fornecedores credenciados pela ISO 9000, que atinge a casa de centenas de milhares, vem permitindo um desenvolvimento no processo de globalização da economia. Com a certificação de sistemas da qualidade ISO 9000, percebe-se a aquisição de algumas vantagens: 1. Evidencia-se globalmente a competência das empresas certificadas. 2. Reduz-se o número de avaliações requeridas pelos compradores. 3. Estimula-se um clima de motivação com os colaboradores por eles serem certificados. 4. Cria-se uma cultura voltada para a redução de erros e de melhoria contínua dos processos. 5. Elabora-se a cultura da documentação na empresa. 6. Melhora-se a imagem e a reputação da organização. 7. Aumenta-se a participação no mercado. 8. Percebe-se uma maior satisfação dos clientes. 9. Diminuem-se os custos. 10. Melhora-se a produção. 11. Cresce a competitividade das organizações. 12. Percebe-se um aumento nos lucros. A série de normas NBR ISO 14000 está relacionada com a questão ambiental. Estabelecendo um padrão de sistema de gestão ambiental, ela possui o seguinte objetivo: Melhorar o desempenho desse quesito nas organizações. Esta série engloba as seguintes normas: A. NBR ISO 14001 ✓ Sistema de gestão ambiental (requisitos com orientação para uso). B. NBR ISO 14002 ✓ Sistemas de gestão ambiental (diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio). C. NBR ISO 14004 ✓ Sistema de gestão ambiental (diretrizes gerais sobre implementação). D. NBR ISO 14005 ✓ Sistema de gestão ambiental diretrizes para uma abordagem flexível à implementação em fases. Quanto às normas orientadas para o gerenciamento de riscos, existe a ISO 31000. Já naquelas orientadas para a responsabilidade social, destaca-se a ISO 26000. Ambas têm um impacto significativo na gestão de processos de negócios no mundo atual, principalmente pelo fato de a governança organizacional, a sustentabilidade social e, agora, a justiça social serem consideradasessenciais para a conformidade dos processos de negócios. As normas que tratam da gestão da segurança da informação são aquelas relacionadas à família ISO 27000. Dessa lista, destacam-se as seguintes: A. ISO 27001 ✓ Define os requisitos para um sistema de gestão de segurança da informação. B. ISO 27002 ✓ Voltada para as boas práticas que auxiliam a aplicação dessa gestão. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 81 C. ISO 27003 ✓ Fornece as diretrizes para a implantação desse sistema de gestão. O não atendimento a algum requisito que conste nas normas da ISO é considerado uma não conformidade. Tendo um caráter obrigatório, ele busca atender a uma necessidade específica, podendo ser um requisito legal, um requisito do cliente, do produto, da qualidade etc. Tipos de certificação Segundo a ABNT (2020), a certificação é: Um processo no qual uma entidade independente (3ª parte) avalia se determinado produto atende às normas técnicas. Esta avaliação se baseia em auditorias no processo produtivo, na coleta e em ensaios de amostras. O resultado satisfatório destas atividades leva à concessão da certificação e ao direito ao uso da marca de conformidade ABNT em seus produtos. (ABNT, 2020) No Brasil, o Sistema Brasileiro de Certificação (SBC) tem como objetivo estabelecer uma estrutura de certificação de conformidade que atenda às necessidades regionais. Existem três tipos de certificações: as de conformidade, as compulsórias e as voluntárias. Veremos a seguir as definições retiradas do site do Inmetro (2020b) para cada certificação: A. Certificação de conformidade ✓ “Documento emitido pelo organismo de certificação, credenciado pela coordenação geral de acreditação do Inmetro, de acordo com as regras de um sistema de certificação e que atesta a qualidade de um sistema, processo, produto ou serviço. O documento é emitido com base em normas elaboradas por entidades reconhecidas no âmbito Sinmetro ou com base em regulamentos técnicos emitidos por órgãos regulamentadores oficiais. ✓ Mesmo no caso de certificação de conformidade usando regulamentação técnica, as normas elaboradas por entidades reconhecidas no âmbito do Sinmetro devem ser utilizadas como sua base. ✓ A certificação de conformidade é um documento de espectro abrangente que pode certificar qualquer material, componente, equipamento, interface, protocolo, procedimento, função, método e atividade de organismos ou pessoas. ✓ As entidades ou empresas interessadas na certificação de conformidade de seus processos, produtos ou serviços, no âmbito do SBC, devem procurar a orientação de um organismo de certificação credenciado pela coordenação geral de acreditação do Inmetro.” B. Certificação compulsória ✓ “A certificação compulsória, no âmbito do SBC, é um serviço prestado pelo SBC aos órgãos regulamentadores oficiais. Deve ser executada com base no regulamento técnico indicado no documento que a criou e complementada por regra específica de certificação. Neste caso, devem ser tomados como referência os modelos identificados pela ISO/CASCO. ✓ A certificação compulsória dá prioridade às questões de segurança, de interesse do país e do cidadão, abrangendo as questões relativas aos animais, vegetais, proteção da saúde, do meio ambiente e temas correlatos. ✓ Pode ser aceita a participação de organismos estrangeiros na certificação compulsória, desde que haja equivalência comprovada ou acordo de reconhecimento recíproco entre o sistema que o credenciou e o sistema de acreditação administrado pelo Inmetro.” C. Certificação voluntária ✓ “A certificação voluntária é decisão exclusiva do solicitante e tem como objetivo garantir a conformidade de processos, produtos e serviços às normas elaboradas por entidades reconhecidas no âmbito do Sinmetro. Portanto, a certificação voluntária, no âmbito do SBC, deve ser executada com base nas normas brasileiras, regionais ou internacionais, dentro do Modelagem de Processos Marcio Quirino - 82 conceito de níveis de normalização. Em situações específicas, normas estrangeiras e de consórcios podem também ser utilizadas.” A vantagem de as organizações serem certificadas é a garantia do controle sobre o que é produzido e o fato de os produtos fabricados atenderem, de forma continuada, às normas técnicas. Inegavelmente, a utilização da família ISO como um sistema de gestão permite uma agilidade na otimização de processos. Os padrões de conformidade requeridos no contexto dinâmico e exigente do mercado atual combinam perfeitamente com suas normas. Dessa forma, as organizações que conseguem a certificação das normas descritas acima garantem o atendimento aos requisitos exigidos pelos diversos atores envolvidos. Considerações finais Vimos que a atividade de se avaliar conformidade já existe há muito tempo. Além disso, verificamos que, a partir da criação das normas ISO e da adoção da gestão da qualidade total, esse processo de verificação continua a evoluir. Apresentamos ainda as formas empregadas para se identificar as não conformidades. Em seguida, apontamos a maneira de administrá-las tanto pelo método de identificação das não conformidades prioritárias quanto por outro que traça um plano de ação para resolvê-las. No módulo final, fizemos uma relação das normas ISO com os padrões de conformidade. Nesse contexto, também abordamos as diferentes normas e o processo de certificação. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Navegue no site da ISO para descobrir outras normas e verificar as atualizações das que você já conhece. Acesse a página do Inmetro e pesquise materiais sobre conformidade e certificação. Busque material e exercícios sobre a Matriz GUT e 5W2H. Pesquise na internet o termo process compliance (conformidade de processos). Utilize o livro Process compliance – complete self-assessment guide como uma ferramenta prática. Referências AMBIENTE BRASIL. Certificação - conceitos. Consultado na internet em: 7 ago. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. O que é certificação e como obtê-la?. Consultado na internet em: 7 ago. 2020. BURATTIN, A.; MAGGI, F. M.; SPERDUTI, A. Conformance checking based on multi-perspective declarative process models. Expert systems with applications. v. 65. p. 194-211, 2016. CNI. Avaliação da conformidade. 2. ed. Brasília: CNI, 2002. DELFMANN, P.; EGGERT, M.; SCHWITTAY, S. Based business process compliance-checking approaches: a state-of-the-art analysis and research roadmap. German academic association for business research. v. 5. n. 2. p. 221-247, 2012. GRAY, J. V.; ANAND, G.; ROTH, A. V. The influence of ISO 9000 certification on process compliance. Production and operations management. v. 24. n. 3. p. 369-382, 2015. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 83 HASHMI, M. et al. Are we done with business process compliance: state of the art and challenges ahead. Knowledge and information systems. v. 57. n. 1. p. 79-133, 2018. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. Avaliação da conformidade. Consultado na internet em: 7 ago. 2020a. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. Sistema Brasileiro de Certificação (SBC). Avaliação da conformidade. Consultado na internet em: 7 ago. 2020b. OLIVEIRA, R. M. S. Conformidade de processos de negócio baseada em classificação de documentos e mineração de log de eventos. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018. PAREDES, B. Matriz GUT: resolva os problemas da sua empresa. Cysneros. Consultado na internet em: 7 ago. 2020. ZHENG, L. We’re entering the age of corporate social justice. Harvard business review. 15 jun. 2020. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 84 Estudo de Caso 1. Estudo de Caso Melhorando a Eficiência Operacional em uma Indústria de Brinquedos CasoPrático A empresa Kids Toys, que atua no setor de brinquedos, tem registrado um crescimento significativo nos últimos cinco anos, alcançando um faturamento anual de nove milhões de reais. A empresa conta com uma equipe de 15 colaboradores em tempo integral e outros 12 atuando de forma independente. No entanto, seus gestores perceberam que o gerenciamento dos processos internos precisava ser aprimorado para manter a sustentabilidade do crescimento. O principal problema identificado foi a falta de processos claros e a presença de retrabalho, resultando em ineficiências operacionais que afetavam a produtividade e a satisfação dos colaboradores. A consultoria contratada recomendou a implementação de metodologias de gerenciamento de processos de negócios (BPM) e uma arquitetura orientada a serviços (SOA) para enfrentar esses desafios. Os problemas ocorrem nas operações diárias da empresa, particularmente nas fases de produção e entrega, onde os processos não estão bem definidos e o retrabalho é frequente. Isso acontece devido à falta de uma estrutura de gerenciamento de processos que alinhe as operações com os objetivos estratégicos da empresa. A necessidade de inovar e melhorar continuamente, bem como a evolução tecnológica, exigem que a Kids Toys adote uma abordagem mais sistemática e integrada para gerenciar seus processos. Diante dos problemas enfrentados pela Kids Toys, analise a viabilidade de implementar a metodologia BPM e a arquitetura SOA para melhorar a eficiência operacional da empresa. Quais seriam os benefícios e desafios dessa implementação? Justifique sua resposta com base nos conceitos de gerenciamento de processos de negócios e arquitetura orientada a serviços, conforme discutido nos materiais fornecidos. Chave de resposta Para resolver os problemas enfrentados pela Kids Toys, a implementação da metodologia BPM e da arquitetura SOA pode trazer benefícios significativos. A BPM permite uma visão holística dos processos da empresa, promovendo a modelagem, monitoramento e otimização contínua das operações. Isso resulta em uma estrutura organizacional mais flexível e adaptável, capaz de responder rapidamente às mudanças do mercado e às demandas dos clientes. A SOA, por sua vez, facilita a integração de diferentes sistemas e aplicativos, permitindo a reutilização de serviços e a redução do acoplamento entre os módulos de software. Isso promove maior agilidade e eficiência na implementação de novos processos e na atualização dos existentes. Os benefícios dessa implementação incluem a redução do retrabalho, melhoria na alocação de recursos, aumento da produtividade e maior satisfação dos colaboradores. A integração de sistemas proporcionada pela SOA também pode levar a uma melhor gestão da informação e a tomadas de decisão mais informadas. No entanto, existem desafios a serem superados, como a necessidade de investimentos iniciais em tecnologia e treinamento, a resistência à mudança por parte dos colaboradores e a complexidade da integração de sistemas legados com novas soluções tecnológicas. Para mitigar esses desafios, a empresa pode adotar uma abordagem gradual, começando pela implementação de BPM em áreas críticas e expandindo progressivamente para outras operações. A capacitação contínua dos colaboradores e uma comunicação eficaz sobre os benefícios das mudanças também são essenciais para garantir o sucesso da implementação. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse: • Avaliação de desempenho dos processos • Fundamentos da gestão de processos Modelagem de Processos Marcio Quirino - 85 • Implementação e acompanhamento da gestão de processos • Metodologia de Gerenciamento de Processos • Padrões de conformidade e processos 2. Desafios Fundamentos da Gestão de Processos Desafio 1 Como profissional de gestão de processos, é essencial compreender as diversas fases envolvidas no gerenciamento de processos de negócios (BPM). Imagine que você está liderando um projeto de transformação organizacional em uma grande empresa. Em relação ao BPM, é correto afirmar: A. Nem todas as técnicas de fluxogramas atendem aos requisitos da análise de processo e, nesse aspecto, as únicas técnicas aplicáveis são as do fluxograma de blocos e do fluxograma de procedimento. B. Excetuando-se os processos primários, que não exigem a modelagem, os processos de suporte e de gestão devem ser cobertos e contemplados com a modelagem completa (ponta a ponta). C. Na fase de análise de negócio, a modelagem To Be permite obter entendimento suficiente pelos membros da equipe de projeto e de negócios sobre os processos de negócio atuais e habilitar o início da fase de transformação de processo. D. Na fase de análise de negócio, a modelagem As Is permite obter entendimento suficiente pelos membros da equipe de projeto e de negócios sobre os processos de negócio atuais e habilitar o início da fase de transformação de processo. E. A simulação é uma etapa importante da automação, pois é nela que os processos são descobertos e desenhados. A) Nem todas as técnicas de fluxogramas atendem aos requisitos da análise de processo e, nesse aspecto, as únicas técnicas aplicáveis são as do fluxograma de blocos e do fluxograma de procedimento: Incorreta. Embora as técnicas de fluxograma de blocos e de procedimento sejam úteis, existem diversas outras técnicas eficazes na análise de processos. O BPMN, por exemplo, é uma técnica amplamente utilizada para mapear processos de negócios de forma detalhada e compreensível. Portanto, a afirmação limita-se a uma visão restrita das ferramentas disponíveis. B) Excetuando-se os processos primários, que não exigem a modelagem, os processos de suporte e de gestão devem ser cobertos e contemplados com a modelagem completa (ponta a ponta): Incorreta. Todos os tipos de processos, incluindo os primários, de suporte e de gestão, podem se beneficiar da modelagem completa. A modelagem de ponta a ponta ajuda a identificar ineficiências e áreas de melhoria em qualquer tipo de processo, garantindo uma visão holística da organização. C) Na fase de análise de negócio, a modelagem To Be permite obter entendimento suficiente pelos membros da equipe de projeto e de negócios sobre os processos de negócio atuais e habilitar o início da fase de transformação de processo: Incorreta. A modelagem To Be é utilizada para representar o estado futuro desejado dos processos de negócio, não o estado atual. Ela é fundamental para visualizar como os processos devem funcionar após as melhorias, mas não para entender o estado atual. D) Na fase de análise de negócio, a modelagem As Is permite obter entendimento suficiente pelos membros da equipe de projeto e de negócios sobre os processos de negócio atuais e habilitar o início da fase de transformação de processo: Correta. A modelagem As Is é utilizada para capturar o estado atual dos processos de negócio. Este entendimento detalhado é crucial para identificar problemas e oportunidades de melhoria, fornecendo uma base sólida para a fase de transformação de processo. E) A simulação é uma etapa importante da automação, pois é nela que os processos são descobertos e desenhados: Incorreta. A simulação é importante para testar e validar os processos modelados, mas os processos são inicialmente descobertos e desenhados durante as fases de modelagem As Is e To Be. A simulação ajuda a prever o desempenho dos processos e a identificar possíveis ajustes antes da implementação. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 2 Modelagem de Processos Marcio Quirino - 86 Ciclo de vida do BPM “Nesta fase, os problemas associados ao processo são identificados, documentados e, sempre que possível, quantificados usando medidas de desempenho. O resultado desta fase é um conjunto estruturado de problemas e oportunidades de melhoria. Essas questões são priorizadas com base em seu impacto potencial e noesforço necessário para resolvê-las.” Desafio 2 Imagine que você está trabalhando em uma empresa que está implementando a notação BPMN para desenvolver modelos de processos de negócios mais eficientes. O objetivo da notação BPMN é ser um mecanismo simples para o desenvolvimento de modelos de processos de negócios. Qual das seguintes opções descreve corretamente um evento intermediário em BPMN? A. Representa o início de um processo. B. Representa uma atividade que deve ser concluída antes que o processo possa continuar. C. Representa o final de um processo. D. Representa uma etapa que pode afetar a execução de um processo e é utilizada para desviar o fluxo normal ou impor restrições entre outros processos. E. Representa uma decisão que deve ser tomada durante a execução do processo. A) Representa o início de um processo: Incorreta. Esta descrição é mais adequada para um evento de início, que marca o ponto de partida de um processo de negócios. Eventos de início são fundamentais para determinar quando um processo deve começar, geralmente desencadeado por um evento externo como a recepção de uma mensagem ou um temporizador. Portanto, eventos intermediários não correspondem a essa definição, pois eles ocorrem durante o processo, não no início. B) Representa uma atividade que deve ser concluída antes que o processo possa continuar: Incorreta. Esta descrição se aplica a uma tarefa ou atividade específica dentro do processo, que deve ser concluída para que o fluxo continue. Atividades são os blocos de construção dos processos, mas não são categorizadas como eventos intermediários. Eventos intermediários são distintos das atividades, pois influenciam o fluxo sem necessariamente serem atividades em si. C) Representa o final de um processo: Incorreta. Esta descrição se aplica a um evento de término, que indica quando o processo de negócios chega ao seu fim. Eventos finais são utilizados para marcar a conclusão de um processo e não ocorrem no meio do fluxo do processo. Assim, essa alternativa não descreve corretamente um evento intermediário. D) Representa uma etapa que pode afetar a execução de um processo e é utilizada para desviar o fluxo normal ou impor restrições entre outros processos: Correta. Eventos intermediários são usados para capturar situações que ocorrem durante o processo e que podem desviar o fluxo normal ou impor restrições. Eles são essenciais para a flexibilidade e resiliência dos processos de negócios, permitindo ajustes dinâmicos e reações a condições específicas que surgem no decorrer do processo. Eventos intermediários podem incluir temporizadores, sinais, mensagens, entre outros, que influenciam o fluxo do processo após seu início. E) Representa uma decisão que deve ser tomada durante a execução do processo: Incorreta. Decisões no BPMN são representadas por gateways, não por eventos intermediários. Gateways controlam o fluxo com base em condições específicas e não são considerados eventos intermediários. Eventos intermediários têm a função de influenciar o fluxo de outras maneiras, como através de mensagens recebidas ou condições temporais, mas não diretamente por decisões. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Mapeamentos de processos BPMN “Os eventos intermediários podem afetar a execução de um processo e são utilizados para desviar o fluxo normal (fluxos de exceção) ou impor restrições entre outros processos. Confira: O sinal de início será utilizado quando houver uma comunicação, seja ela entre os níveis do processo, entre os pools ou entre os diagramas. A regra de início, também chamada de condicional, é utilizada para iniciar um processo quando uma condição verdadeira for cumprida. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 87 Para dar continuidade ao fluxo em determinado ponto do processo, haverá o recebimento ou o envio de uma mensagem.” Desafio 3 Como profissional atuante na área de gestão de processos, é crucial entender as diversas etapas envolvidas no mapeamento e otimização dos processos organizacionais. Considere que você está liderando um projeto de melhoria de processos em uma empresa e precisa identificar claramente as fases necessárias para conduzir uma análise eficiente. Baseando-se nos princípios do BPMN, analise as seguintes etapas e escolha as alternativas corretas. O modelo BPMN é amplamente utilizado para mapear processos organizacionais. Esse modelo consiste em etapas, são elas: I. Captura de alto nível de abstração II. Identificação e análise de problemas III. Ajustes IV. Degradação do processo Assinale a alternativa que indica as etapas corretas. A. I, II e III, apenas. B. I, II e IV, apenas. C. I, III e IV, apenas. D. II, III e IV, apenas. E. I, II, III e IV. O modelo BPMN é essencial para mapear e analisar processos organizacionais de forma estruturada. As etapas envolvem desde a captura de um alto nível de abstração, onde são definidos os processos principais e suas interações, até a identificação e análise de problemas, que busca entender os pontos fracos e oportunidades de melhoria nos processos existentes. Após essa análise, os ajustes são necessários para implementar as mudanças identificadas, otimizando os processos para melhor desempenho e eficiência. A degradação do processo não é uma etapa apropriada para essa lista, pois não se alinha com o objetivo de aprimoramento contínuo inerente ao BPMN. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Mapeamento de processos BPMN “Existem muitas técnicas para modelar processos de negócios em diagramas. A mais antiga e conhecida é o fluxograma. Na sua forma básica, os fluxogramas consistem em retângulos, que representam atividades, e losangos, que representam pontos no processo em que uma decisão é tomada. [...] Atualmente, existe um padrão amplamente utilizado para a modelagem de processos, conhecido como Business Process Model and Notation ou Modelo de Processo e Notação (BPMN). A versão mais recente é o BPMN 2.0. Foi lançado como padrão pelo Object Management Group (OMG) em 2011. No BPMN, as atividades são representadas como retângulos arredondados. Os nós de controle (chamados gateways) são representados usando formas de losango. As atividades e os nós de controle são conectados por meio de arcos (chamados de fluxos) os quais determinam a ordem em que o processo é executado.” Desafio 4 Suponha que você está atuando como analista de processos em uma organização que está adotando a BPMN para melhorar a eficiência de seus processos. As notações utilizadas na BPMN são de diversos tipos. Qual das seguintes opções descreve corretamente um evento de início em um diagrama BPMN? A. Representa uma etapa do processo que deve ser realizada antes que o processo possa começar. B. Representa o momento em que uma atividade do processo é iniciada. C. Representa uma etapa do processo que é acionada por um evento externo. D. Representa uma etapa do processo que deve ser concluída antes que o processo possa terminar. E. Representa o momento em que uma decisão deve ser tomada em um processo. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 88 A) Representa uma etapa do processo que deve ser realizada antes que o processo possa começar: Incorreta. Essa descrição não corresponde a um evento de início. Um evento de início em BPMN marca o ponto de partida de um processo e é acionado por um evento específico, como a recepção de uma mensagem ou um temporizador. A descrição fornecida é ambígua e pode se referir a preparativos ou pré-condições, mas não ao evento que efetivamente inicia o processo. B) Representa o momento em que uma atividade do processo é iniciada: Incorreta. Essa descrição se aplica a atividades individuais dentro de um processo, mas não ao evento de início do próprio processo. Eventos de início desencadeiam todo o processo de negócios, enquanto a descrição mencionada refere-se ao início de tarefasou atividades específicas que ocorrem durante o processo. C) Representa uma etapa do processo que é acionada por um evento externo: Correta. Eventos de início em BPMN são frequentemente desencadeados por fatores externos, como a recepção de uma mensagem, um temporizador ou outra condição externa que inicia o processo de negócios. Estes eventos são críticos para definir quando e como um processo deve começar, garantindo que os processos sejam acionados no momento apropriado com base em eventos específicos. D) Representa uma etapa do processo que deve ser concluída antes que o processo possa terminar: Incorreta. Esta descrição se aplica a atividades ou tarefas dentro do processo que precisam ser concluídas antes do término do processo, não ao evento que inicia o processo. Eventos de início marcam o começo de um processo e não uma etapa que deve ser concluída antes do fim. E) Representa o momento em que uma decisão deve ser tomada em um processo: Incorreta. Decisões no BPMN são representadas por gateways, que controlam o fluxo do processo com base em condições específicas. Eventos de início não são usados para representar pontos de decisão; em vez disso, eles marcam o início de um processo com base em um evento desencadeador específico. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Mapeamentos de processos BPMN “O evento de início identifica o ponto de partida de um processo. Confira: Os eventos acontecem durante o curso do processo de negócio, afetando seu fluxo, e normalmente têm uma causa que provoca o seu início. A mensagem de início significa que o processo só será iniciado quando houver o recebimento de alguma mensagem via e-mail, documento etc. O temporizador ou timer indica que o processo só será iniciado quando um tempo específico ou ciclo ocorrerem.” Metodologia de Gerenciamento de Processos Desafio 1 Imagine que você é um gerente de operações em uma empresa que decidiu implementar um modelo de gerenciamento de operações baseado nas etapas descritas por Slack. Sua tarefa é identificar corretamente as quatro etapas essenciais para esse modelo. Considere que essa estrutura é crucial para melhorar a eficiência e a eficácia dos processos operacionais da organização. A. Dirigir, projetar, entregar e desenvolver. B. Modelar, projetar, entregar e desenvolver. C. Dirigir, analisar, entregar e desenvolver. D. Dirigir, projetar, entregar e controlar. E. Modelar, analisar, entregar e controlar. A) Dirigir, projetar, entregar e desenvolver: Correta. Essas quatro etapas são fundamentais no modelo de gerenciamento de operações de Slack. Dirigir envolve a liderança e a orientação das atividades para cumprir os objetivos estratégicos da empresa. Projetar refere-se ao planejamento detalhado dos processos e produtos, garantindo que eles atendam às necessidades e expectativas. Entregar é a fase de execução, onde os produtos ou serviços são produzidos e entregues aos clientes. Finalmente, desenvolver é a etapa de aprimoramento contínuo, onde os processos são revisados e melhorados com base no feedback e nos resultados obtidos. Estas etapas são essenciais para criar um ciclo de melhoria contínua e garantir a eficiência e eficácia operacionais. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 89 B) Modelar, projetar, entregar e desenvolver: Incorreta. Embora modelar e desenvolver sejam atividades importantes no gerenciamento de operações, a etapa de modelagem não substitui a etapa de direção, que é crucial para alinhar as operações com a estratégia organizacional. C) Dirigir, analisar, entregar e desenvolver: Incorreta. Analisar é uma atividade contínua no gerenciamento de operações, mas não é uma das quatro etapas principais definidas por Slack. A análise ocorre em diversas fases do processo, mas a direção é uma etapa distinta que envolve liderança e orientação. D) Dirigir, projetar, entregar e controlar: Incorreta. Embora o controle seja uma função importante no gerenciamento de operações, ele é parte do processo contínuo de monitoramento e ajuste, não uma das quatro etapas principais definidas por Slack. E) Modelar, analisar, entregar e controlar: Incorreta. Modelar e analisar são atividades importantes, mas não fazem parte das quatro etapas principais no modelo de Slack. A ênfase aqui está na direção, que envolve a liderança e a orientação estratégica das operações. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Metodologias SOA e BPM “Para isso, os gestores devem conhecer as duas metodologias, entendendo suas particularidades e vantagens no gerenciamento de processos, bem como as características de algumas ferramentas a serem empregadas. No passado, era comum os aplicativos de negócios serem escritos em grandes blocos fortemente acoplados entre si, o que gerava problemas como demora e complexidade nos ajustes deles. Atualmente, há arquiteturas cujos componentes possuem um acoplamento fraco entre si, como é o caso da SOA. Isso é considerado ideal, pois blocos menores, menos complexos e projetados em camadas com pouca dependência uma da outra permitem mais agilidade e flexibilidade na realização de testes, ajustes e melhoramentos.” Desafio 2 Imagine que você é um consultor de qualidade contratado para resolver um problema crônico em uma empresa. Durante a análise, você considera utilizar o diagrama de Ishikawa para identificar possíveis causas do problema. Este diagrama é essencial para organizar e visualizar os fatores que podem estar contribuindo para os desafios enfrentados pela organização. É uma ferramenta usada em processos de criatividade em desenvolvimento de novos processos. É uma ferramenta de gestão usada para mapeamento de riscos. É uma ferramenta usada para modelagem de processos de negócios. É uma ferramenta usada na identificação das possíveis causas de um problema. É uma ferramenta usada para simular processos. A) É uma ferramenta usada em processos de criatividade em desenvolvimento de novos processos: Incorreta. Embora o diagrama de Ishikawa possa ser utilizado durante sessões de brainstorming, seu principal objetivo não é desenvolver novos processos, mas sim identificar e organizar as causas de um problema específico. Ele se concentra em delinear claramente os fatores que contribuem para um problema, permitindo uma análise estruturada e uma solução direcionada. B) É uma ferramenta de gestão usada para mapeamento de riscos: Incorreta. O diagrama de Ishikawa não é usado especificamente para mapeamento de riscos. O mapeamento de riscos envolve a identificação, avaliação e priorização de riscos potenciais que podem afetar um projeto ou processo, enquanto o diagrama de Ishikawa é mais adequado para a análise de causas e efeitos relacionados a problemas já existentes. C) É uma ferramenta usada para modelagem de processos de negócios: Incorreta. O diagrama de Ishikawa não é destinado à modelagem de processos de negócios. A modelagem de processos envolve a representação visual de um processo de negócio completo, incluindo suas etapas, fluxos de trabalho e interações. O diagrama de Ishikawa, por outro lado, é uma ferramenta de análise que se foca na identificação das causas subjacentes de um problema específico. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 90 D) É uma ferramenta usada na identificação das possíveis causas de um problema: Correta. O diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito ou diagrama espinha de peixe, é projetado especificamente para identificar e organizar as possíveis causas de um problema. Ele ajuda as equipes a explorar todas as causas potenciais de um problema de forma estruturada, facilitando a identificação das principais causas e permitindo o desenvolvimento de soluções eficazes. E) É uma ferramenta usada para simular processos: Incorreta. O diagrama de Ishikawa não é usado para a simulação de processos. Ferramentas de simulação de processos geralmenteenvolvem a criação de modelos dinâmicos que imitam o comportamento de um processo real ao longo do tempo, permitindo a análise de diferentes cenários e a previsão de resultados. O diagrama de Ishikawa é uma ferramenta estática de análise de causa e efeito. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 2 Ferramentas de gestão "Diagrama de Ishikawa Após o emprego do gráfico de Pareto, é a vez de utilizar o diagrama de Ishikawa na identificação organizada das possíveis causas do problema encontrado. Ele também é conhecido como diagrama de causa e efeito ou diagrama espinha de peixe (devido a seu formato ser parecido com o da espinha do animal). Normalmente, a construção desse diagrama é feita por um grupo de pessoas em um processo criativo denominado brainstorming, de cujas características falaremos mais adiante. Ela tem início na centralização da descrição do problema escolhido, o que corresponderia à cabeça do peixe. Em seguida, suas ramificações são criadas: semelhantes à espinha dorsal do peixe, as ramificações representam as possíveis causas – partindo da mais geral para a mais específica – do problema." Desafio 3 Você está trabalhando como gerente de operações e precisa otimizar os processos dentro de sua organização. Para isso, deve dividir o gerenciamento de processos em quatro etapas principais. Seu foco inicial é na etapa de direção, que envolve direcionar e alinhar os processos com as estratégias da organização. Defina corretamente essa etapa e sua importância. A. Desenvolver produtos ou serviços de acordo com as metas estratégicas da organização. B. Controlar ações e processos. C. Aprimorar os processos e serviços. D. Direcionar e aderir os processos e ações de acordo com as estratégias da organização. E. Desenvolver processos para serviços e produtos focando no controle das ações. A) Desenvolver produtos ou serviços de acordo com as metas estratégicas da organização: Incorreta. Esta alternativa se refere mais à etapa de desenvolvimento, onde o foco está na criação e ajuste de produtos ou serviços para atender às metas estratégicas. Embora importante, esta não é a definição precisa da etapa de direção, que envolve liderança e orientação estratégica. B) Controlar ações e processos: Incorreta. Controlar ações e processos é uma atividade contínua e crucial no gerenciamento de operações, mas esta etapa está mais relacionada ao monitoramento e ajuste contínuo das operações para garantir que elas permaneçam alinhadas com os objetivos organizacionais. A etapa de direção, por outro lado, foca na orientação inicial e no alinhamento estratégico. C) Aprimorar os processos e serviços: Incorreta. Aprimorar processos e serviços é uma atividade de melhoria contínua, típica da etapa de desenvolvimento. Esta atividade é vital para o sucesso a longo prazo, mas não descreve adequadamente a função da direção, que envolve a orientação inicial dos processos. D) Direcionar e aderir os processos e ações de acordo com as estratégias da organização: Correta. A etapa de direção é crucial para garantir que todos os processos e ações da organização estejam alinhados com suas estratégias e objetivos de longo prazo. Esta fase envolve definir as diretrizes estratégicas, alocar recursos de maneira eficiente e estabelecer a direção que a organização deve seguir. A direção adequada assegura que todas as atividades operacionais contribuam para o alcance dos objetivos estratégicos, promovendo a coesão e a eficácia organizacional. E) Desenvolver processos para serviços e produtos focando no controle das ações: Incorreta. Esta alternativa mistura as ideias de desenvolvimento e controle, o que não se enquadra na definição de direção. A direção se concentra Modelagem de Processos Marcio Quirino - 91 na orientação e alinhamento estratégico, enquanto o desenvolvimento se refere à criação e aprimoramento de processos e produtos. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 2 Ferramentas de gestão "Dirigir Conduzir e alinhar processos e operações de acordo com os objetivos estratégicos da organização. A empresa Kids Toys vem registrando um crescimento impressionante ao longo dos seus cinco anos de existência. Ela conta, atualmente, com uma equipe de 15 colaboradores em tempo integral e outros 12 atuando de forma independente. Seu faturamento anual já está na casa dos nove milhões de reais. Seus gestores, porém, perceberam que o gerenciamento da organização precisava evoluir. Isso lhes exigia tanto uma nova cultura organizacional quanto uma forma diferente de organizar e administrar os seus processos." Desafio 4 Você é um arquiteto de sistemas responsável pela implementação de uma nova arquitetura de software em sua empresa. Durante uma análise, você precisa explicar a diferença entre uma arquitetura orientada a serviços (SOA) e uma arquitetura de três camadas (3TA). Qual a característica principal da camada de negócios na arquitetura de três camadas? Etapa em que as operações são realizadas pelo usuário. Etapa de armazenamento das informações. Etapa em que o processamento é realizado. Etapa em que as operações são realizadas no computador do usuário. Etapa da recuperação das informações. A) Etapa em que as operações são realizadas pelo usuário: Incorreta. Esta descrição se refere à camada de apresentação, que é responsável pela interface de usuário e pelas interações do usuário com o sistema. Na camada de apresentação, as operações são realizadas pelo usuário através de uma interface gráfica, como um navegador ou um aplicativo. No entanto, esta camada não é responsável pelo processamento das operações. B) Etapa de armazenamento das informações: Incorreta. Esta alternativa descreve a camada de dados, que é responsável pelo armazenamento, recuperação e gerenciamento dos dados necessários para as operações do sistema. A camada de dados mantém e organiza as informações que serão utilizadas pelo sistema, mas não realiza o processamento das regras de negócio. C) Etapa em que o processamento é realizado: Correta. Na arquitetura de três camadas, a camada de negócios (ou lógica de negócios) é onde ocorre o processamento das operações e a aplicação das regras de negócios. Esta camada atua como um intermediário entre a camada de apresentação e a camada de dados, coordenando as interações e garantindo que as operações sejam executadas conforme as diretrizes estabelecidas. A camada de negócios processa a lógica central do aplicativo, incluindo cálculos, validações e outros processos de negócios fundamentais. D) Etapa em que as operações são realizadas no computador do usuário: Incorreta. Esta descrição também se refere à camada de apresentação. Na camada de apresentação, as operações são realizadas no dispositivo do usuário, mas o processamento das operações é realizado na camada de negócios, que reside nos servidores da aplicação. E) Etapa da recuperação das informações: Incorreta. Esta alternativa se refere à camada de dados, onde as informações são recuperadas e gerenciadas. A camada de negócios, por outro lado, é responsável pelo processamento das operações e aplicação das regras de negócios. A camada de dados serve como a fonte de informações para a camada de negócios, que então processa essas informações de acordo com a lógica de negócios definida. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Metodologias SOA e BPM Modelagem de Processos Marcio Quirino - 92 “A arquitetura para os serviços na web obedece à mesma lógica de raciocínio empregada na construção do automóvel. Se a arquitetura de três camadas tiver um acoplamento forte, ela será como a construção do carro de corrida; no entanto, se a SOA for fraca, equivalerá a um automóvel de passeio. Por isso, nesses casos, devemos utilizar dois tipos de arquitetura: Arquitetura de três camadas (3TA) Carro de corrida (acoplamento forte). SOA Carro de passeio (acoplamento fraco).66 Sistema de gerenciamento OKR .............................................................................................................. 67 Considerações finais ................................................................................................................................ 67 Explore + .................................................................................................................................................. 68 Referências .............................................................................................................................................. 68 Padrões de Conformidade e Processos .............................................................................................. 69 Introdução ................................................................................................................................................ 69 1. Padrões de conformidade ...................................................................................................... 69 Entendendo a conformidade .................................................................................................................... 69 Desafio das organizações na conformidade das boas práticas de gestão ............................................... 70 Modelagem de Processos Marcio Quirino - 4 Construindo os padrões de conformidade ............................................................................................ 71 A conformidade nos processos de negócios ............................................................................................ 73 2. Não conformidades ................................................................................................................ 73 Atores na identificação das conformidades .............................................................................................. 73 Avaliação da conformidade .................................................................................................................. 75 Compreendendo a certificação................................................................................................................. 75 Entendendo a não conformidade ......................................................................................................... 76 Exemplo de uso Matriz GUT ................................................................................................................ 77 3. Padrão ISSO .......................................................................................................................... 79 A série ISO e a não conformidade ........................................................................................................... 79 Tipos de certificação ................................................................................................................................ 81 Considerações finais ................................................................................................................................ 82 Explore + .................................................................................................................................................. 82 Referências .............................................................................................................................................. 82 Estudo de Caso .................................................................................................................................... 84 1. Estudo de Caso ...................................................................................................................... 84 Melhorando a Eficiência Operacional em uma Indústria de Brinquedos .................................................. 84 Caso Prático ......................................................................................................................................... 84 2. Desafios .................................................................................................................................. 85 Fundamentos da Gestão de Processos ................................................................................................... 85 Desafio 1 .............................................................................................................................................. 85 Desafio 2 .............................................................................................................................................. 86 Desafio 3 .............................................................................................................................................. 87 Desafio 4 .............................................................................................................................................. 87 Metodologia de Gerenciamento de Processos ......................................................................................... 88 Desafio 1 .............................................................................................................................................. 88 Desafio 2 .............................................................................................................................................. 89 Desafio 3 .............................................................................................................................................. 90 Desafio 4 .............................................................................................................................................. 91 Implementação e Acompanhamento da Gestão de Processos ................................................................ 92 Desafio 1 .............................................................................................................................................. 92 Desafio 2 .............................................................................................................................................. 92 Desafio 3 .............................................................................................................................................. 93 Desafio 4 .............................................................................................................................................. 94 Avaliação de Desempenho dos Processos .............................................................................................. 95 Desafio 1 .............................................................................................................................................. 95 Desafio 2 .............................................................................................................................................. 96 Desafio 3 .............................................................................................................................................. 96 Desafio 4 .............................................................................................................................................. 97 Padrões de Conformidade e Processos ................................................................................................... 98 Modelagem de Processos Marcio Quirino - 5 Desafio 1 .............................................................................................................................................. 98 Desafio 2 .............................................................................................................................................. 99 Desafio 3 ............................................................................................................................................ 100 Desafio 4 ............................................................................................................................................ 101A arquitetura de três camadas é dividida da seguinte maneira: Execução das operações determinadas no computador do cliente.” Implementação e Acompanhamento da Gestão de Processos Desafio 1 Como profissional de gestão de processos, você se depara com a frase de Henry Ford: "O que não agrega valor deve ser eliminado". Em seu trabalho, é crucial entender como aplicar esse princípio para otimizar os processos de sua empresa e maximizar o valor entregue aos clientes. A partir dessa perspectiva, analise as afirmações a seguir para determinar qual delas melhor representa a aplicação desse conceito no contexto da gestão de processos. A. Processos devem garantir que o cliente receba o que ele espera a qualquer custo. B. Ao minimizar os desperdícios estamos maximizando valor para o cliente. C. Ao minimizar valor para o cliente estamos minimizando os desperdícios. D. Processos devem ser organizados a fim de se eliminar a qualidade. E. Para se agregar valor e garantir a qualidade os processos devem ser repetitivos. A) Processos devem garantir que o cliente receba o que ele espera a qualquer custo: Incorreta. Embora seja importante atender às expectativas do cliente, fazer isso "a qualquer custo" pode levar a ineficiências e desperdícios que não agregam valor. A gestão eficiente dos processos busca equilibrar a satisfação do cliente com a minimização de custos e desperdícios. B) Ao minimizar os desperdícios estamos maximizando valor para o cliente: Correta. Este é o princípio central da filosofia Lean, que visa eliminar tudo que não agrega valor ao produto ou serviço final. Reduzir desperdícios significa otimizar recursos, tempo e esforços, resultando em maior valor percebido pelo cliente. Este conceito está diretamente alinhado com a frase de Henry Ford e é fundamental para a gestão eficaz de processos. C) Ao minimizar valor para o cliente estamos minimizando os desperdícios: Incorreta. Minimizar o valor para o cliente é o oposto do que se deseja. O objetivo é maximizar o valor para o cliente através da redução de desperdícios. Essa alternativa inverte a lógica correta da gestão de processos Lean. D) Processos devem ser organizados a fim de se eliminar a qualidade: Incorreta. Eliminar a qualidade vai contra os princípios da gestão de processos e da filosofia Lean. A qualidade deve ser mantida ou melhorada enquanto se eliminam desperdícios. Qualidade é um dos principais fatores que agregam valor ao cliente. E) Para se agregar valor e garantir a qualidade os processos devem ser repetitivos: Incorreta. Embora a padronização possa ser útil em alguns casos, a repetição por si só não garante valor ou qualidade. A filosofia Lean foca na eficiência e eliminação de desperdícios, independentemente de os processos serem repetitivos ou não. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Filosofia Lean "Gerar valor ao negócio é o princípio mais importante na gestão de um processo, já que, ao fazê-lo, as empresas melhoram seus produtos e serviços frente à concorrência e atendem aos anseios dos clientes. O Lean possui cinco princípios-chave na questão do valor: 1) Valor; 2) Identificar fluxo de valor; 3) Fluidez do fluxo de valor; 4) Produção puxada; 5) Perfeição. Sua premissa é minimizar desperdícios e maximizar valor para os clientes. Este termo surgiu em 'A máquina que mudou o mundo', livro escrito por Womack, Roos e Jones em 1990, demonstrando a grande vantagem de desempenho das indústrias automobilísticas japonesas – em especial, a Toyota – em relação a seus concorrentes no resto do mundo." Desafio 2 Imagine que você está gerenciando um projeto onde a identificação e categorização de riscos são cruciais para o sucesso do empreendimento. Conhecer os diferentes tipos de riscos e suas implicações pode Modelagem de Processos Marcio Quirino - 93 ajudar na mitigação eficaz e na tomada de decisões mais informadas. Com base nessa perspectiva, assinale a alternativa que corretamente categoriza os riscos em processos. A. Risco estratégico, risco de regulação, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de reputação. B. Risco estratégico, risco de inadimplência, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de reputação. C. Risco moral, risco de inadimplência, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de reputação. D. Risco estratégico, risco de insolvência, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de ruptura. E. Risco estratégico, risco de inadimplência, risco financeiro, risco de queda, risco ambientais e risco político. A) Risco estratégico, risco de regulação, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de reputação: Correta. Esta alternativa cobre amplamente os principais tipos de riscos que uma organização pode enfrentar. Riscos estratégicos envolvem mudanças no mercado e nas condições competitivas. Riscos de regulação dizem respeito a conformidades legais. Riscos financeiros incluem questões fiscais e de mercado. Riscos operacionais envolvem falhas no dia a dia da empresa. Riscos ambientais referem-se a desastres naturais e questões de saúde e segurança. Riscos de reputação envolvem a imagem pública da empresa. B) Risco estratégico, risco de inadimplência, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de reputação: Incorreta. A inadimplência é um risco financeiro específico, não uma categoria própria. A inclusão deste termo reduz a abrangência necessária para uma categorização completa. C) Risco moral, risco de inadimplência, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de reputação: Incorreta. O risco moral não é uma categoria amplamente reconhecida em gestão de processos e não abrange a totalidade dos riscos estratégicos e regulatórios que podem afetar uma organização. D) Risco estratégico, risco de insolvência, risco financeiro, risco operacional, risco ambientais e risco de ruptura: Incorreta. A insolvência é um aspecto do risco financeiro, não uma categoria separada. Além disso, risco de ruptura é vago e não amplamente aceito como uma categoria distinta de risco. E) Risco estratégico, risco de inadimplência, risco financeiro, risco de queda, risco ambientais e risco político: Incorreta. O risco de queda é um termo impreciso e inadequado para uma categorização formal. O risco político pode ser relevante em alguns contextos, mas não substitui outras categorias mais amplamente aplicáveis. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Fases de acompanhamento e gerenciamento de riscos "Gerenciamento de risco: Todo processo em si tem a possibilidade de ter falhas. Por conta disso, pensar em estratégias de gerenciamento de risco de processo a fim de reduzi-las é uma maneira de melhorar o desempenho e permitir que os recursos empregados possam gerar valor. Um risco pode ser categorizado como: Risco estratégico, risco de regulação, risco financeiro, risco operacional, risco ambiental, risco de reputação." Desafio 3 Você está trabalhando como gestor de processos em uma empresa e é responsável por implementar a filosofia Lean. Seu objetivo é garantir a eficiência operacional e maximizar o valor entregue aos clientes. A filosofia Lean, conhecida por sua eficácia em reduzir desperdícios e melhorar processos, é amplamente utilizada no mundo dos negócios. Considere sua aplicação prática e escolha a premissa correta que define essa filosofia. A. Eliminar desperdícios e minimizar valor para os clientes. B. Maximizar desperdícios e maximizar valor para os clientes. C. Minimizar desperdícios e eliminar valor para os clientes. D. Minimizar desperdícios e maximizar valor para os clientes. E. Ignorar desperdícios e maximizar valor para os clientes. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 94 A) Eliminar desperdícios e minimizar valor para os clientes: Incorreta. A filosofia Lean visa eliminar desperdícios,mas minimizar o valor para os clientes é contraproducente. O objetivo do Lean é garantir que os processos sejam otimizados para criar o máximo de valor para os clientes enquanto se eliminam ineficiências. Minimizar o valor para os clientes contradiz diretamente os princípios do Lean, que preconiza a entrega de produtos e serviços de alta qualidade que atendam ou superem as expectativas dos clientes. B) Maximizar desperdícios e maximizar valor para os clientes: Incorreta. Maximizar desperdícios é o oposto do que a filosofia Lean busca. Lean se concentra na eficiência e na eliminação de todos os tipos de desperdícios – seja de tempo, recursos ou esforço. Portanto, maximizar desperdícios é antitético ao Lean. Além disso, a maximização do valor para os clientes não é possível se os desperdícios não forem controlados, pois eles aumentam os custos e reduzem a eficiência. C) Minimizar desperdícios e eliminar valor para os clientes: Incorreta. Embora a redução de desperdícios seja correta, eliminar o valor para os clientes não é o objetivo do Lean. O Lean visa melhorar continuamente os processos para entregar o máximo de valor aos clientes, tornando os processos mais eficientes e eliminando tudo que não agrega valor. Eliminar valor é contraproducente e vai contra os princípios centrais do Lean. D) Minimizar desperdícios e maximizar valor para os clientes: Correta. Esta afirmação captura a essência da filosofia Lean. O objetivo principal do Lean é reduzir ou eliminar todos os desperdícios e ineficiências nos processos para maximizar o valor entregue aos clientes. Isso inclui a melhoria contínua dos processos, produtos e serviços para satisfazer as necessidades dos clientes de maneira eficiente e eficaz. Esta abordagem permite às empresas serem mais competitivas e melhor atenderem seus clientes. E) Ignorar desperdícios e maximizar valor para os clientes: Incorreta. Ignorar desperdícios vai contra os princípios do Lean. A filosofia Lean se baseia na identificação e eliminação de desperdícios em todas as formas para melhorar a eficiência e a eficácia dos processos. Ignorar desperdícios resultaria em ineficiências e custos elevados, dificultando a maximização do valor para os clientes. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Filosofia Lean "O Lean possui cinco princípios-chave na questão do valor: 1) Valor; 2) Identificar fluxo de valor; 3) Fluidez do fluxo de valor; 4) Produção puxada; 5) Perfeição. Sua premissa é minimizar desperdícios e maximizar valor para os clientes. Este termo surgiu em 'A máquina que mudou o mundo', livro escrito por Womack, Roos e Jones em 1990, demonstrando a grande vantagem de desempenho das indústrias automobilísticas japonesas – em especial, a Toyota – em relação a seus concorrentes no resto do mundo." Desafio 4 Como profissional responsável pela gestão de riscos em sua empresa, é fundamental entender as diferentes categorias de riscos que podem afetar a operação. Identificar corretamente o risco estratégico é crucial para a elaboração de planos de mitigação eficazes. Com base nessa necessidade, analise as definições a seguir e escolha a que melhor descreve o risco estratégico. A. Risco de perda de capital proveniente do gerenciamento fiscal. B. Registro de problemas nas atividades diárias da empresa. C. Risco de ser acionado na justiça por alguma não conformidade de seus produtos ou serviços. D. Intempéries relativas à saúde e à integridade e/ou segurança dos colaboradores. E. Risco de mudanças no cenário em que a empresa atua. A) Risco de perda de capital proveniente do gerenciamento fiscal: Incorreta. Este é um exemplo de risco financeiro. Riscos financeiros envolvem questões como variações cambiais, precificação inadequada e outras perdas monetárias diretas. Enquanto são críticos para a saúde financeira da empresa, não representam um risco estratégico que afeta o posicionamento da empresa no mercado ou sua capacidade de responder a mudanças externas. B) Registro de problemas nas atividades diárias da empresa: Incorreta. Este é um risco operacional. Os riscos operacionais envolvem falhas ou problemas que ocorrem no dia a dia da organização, como quebra de máquinas, atrasos na entrega e falhas nos sistemas de TI. Esses problemas, embora importantes, não se enquadram na categoria de riscos estratégicos, que têm implicações de longo prazo e podem afetar a sustentabilidade do negócio. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 95 C) Risco de ser acionado na justiça por alguma não conformidade de seus produtos ou serviços: Incorreta. Este é um risco de regulação. Envolve a conformidade com leis e regulamentos, e a falta de conformidade pode levar a ações judiciais, multas e danos à reputação. Embora importantes, esses riscos são diferentes dos riscos estratégicos, que se relacionam com a capacidade da empresa de se adaptar e sobreviver em um ambiente competitivo em constante mudança. D) Intempéries relativas à saúde e à integridade e/ou segurança dos colaboradores: Incorreta. Este é um risco ambiental, relacionado à segurança e bem-estar dos funcionários e ao impacto ambiental das operações da empresa. Esses riscos podem incluir desastres naturais, acidentes de trabalho e problemas de saúde pública, mas não afetam diretamente a estratégia de longo prazo da empresa. E) Risco de mudanças no cenário em que a empresa atua: Correta. O risco estratégico envolve a possibilidade de mudanças significativas no ambiente de negócios, como novas regulamentações, entrada de novos concorrentes, alterações na demanda do mercado e mudanças tecnológicas. Esses fatores podem impactar a posição competitiva da empresa e sua capacidade de alcançar seus objetivos estratégicos. Gerenciar riscos estratégicos é crucial para a sustentabilidade e o crescimento a longo prazo da empresa. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Fases de acompanhamento e gerenciamento de riscos “Gerenciamento de risco: Todo processo em si tem a possibilidade de ter falhas. Por conta disso, pensar em estratégias de gerenciamento de risco de processo a fim de reduzi-las é uma maneira de melhorar o desempenho e permitir que os recursos empregados possam gerar valor. Um risco pode ser categorizado como: Risco estratégico, risco de regulação, risco financeiro, risco operacional, risco ambiental, risco de reputação.” Avaliação de Desempenho dos Processos Desafio 1 Como profissional envolvido na gestão de processos dentro de uma organização, é essencial compreender como o desempenho dos processos pode ser avaliado e comparado com os resultados esperados. Suponha que você foi contratado para melhorar a eficiência operacional da sua empresa. Uma das suas responsabilidades é garantir que as atividades críticas do processo, como a medição e o tratamento de informações, sejam realizadas corretamente para alcançar os objetivos estabelecidos. Analise as tarefas descritas abaixo e identifique quais são essenciais para a avaliação do desempenho dos processos. I. Medição de informação II. Tratamento de informação III. Coleta de dados IV. Ajustes fiscais A. I, II e III, apenas. B. I, II e IV, apenas. C. I e IV, apenas. D. I, II, III e IV. E. III e IV, apenas. Para avaliar o desempenho dos processos de forma eficaz, é crucial realizar a medição, coleta e tratamento de informações. Estas tarefas fornecem os dados necessários para comparar os resultados previstos com os alcançados, identificando possíveis desvios e áreas de melhoria. A medição de informação envolve quantificar dados pertinentes aos processos, a coleta de dados se refere à obtenção de informações relevantes, e o tratamento de informação é o processamento e análise desses dados para obter insights valiosos. Ajustes fiscais, embora importantes, não são diretamente relacionados à avaliação do desempenho dos processos, mas sim à conformidade financeira e contábil da organização.Modelagem de Processos Marcio Quirino - 96 Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Desempenho de Processo “Entende-se desempenho de processo como sendo a atividade que visa comparar os resultados previstos com os realizados. Para isso, tarefas como medição, coleta e tratamento de informações são realizadas. (...) Foi necessário, por parte das organizações, o direcionamento para uma gestão holística, onde a empresa é vista como um todo sistêmico.” Desafio 2 Como profissional de gestão de processos, você é responsável por analisar e melhorar os indicadores de desempenho da sua empresa. Em uma reunião estratégica, seu gestor destacou a importância dos indicadores táticos, que oferecem uma visão clara e direcionada das operações diárias e como elas contribuem para os objetivos de longo prazo da organização. Esses indicadores são essenciais para ajustar as estratégias operacionais em tempo real, garantindo que a empresa esteja sempre alinhada com seus objetivos estratégicos. A. Percentual de crescimento da marca no mercado. B. Total de vendas realizadas no ano. C. A produtividade da empresa. D. O índice de absenteísmo. E. Tempo de set-up de uma máquina. A) Percentual de crescimento da marca no mercado: Incorreta. Este indicador é considerado estratégico, pois mede o sucesso da marca no mercado ao longo do tempo, fornecendo informações sobre a aceitação da marca e sua competitividade. Esse tipo de indicador é utilizado para decisões de longo prazo e não para ajustes operacionais diários. B) Total de vendas realizadas no ano: Incorreta. Assim como o crescimento da marca, o total de vendas anuais é um indicador estratégico. Ele oferece uma visão geral do desempenho financeiro da empresa ao longo de um período extenso, ajudando a traçar metas futuras e avaliar o sucesso das estratégias de marketing e vendas, mas não fornece informações detalhadas para ajustes operacionais imediatos. C) A produtividade da empresa: Correta. A produtividade é um indicador tático, pois mede a eficiência das operações diárias. Ele fornece dados sobre a quantidade de output gerado por unidade de input (como trabalho ou recursos), permitindo ajustes rápidos para otimizar processos e melhorar o desempenho operacional. Isso é essencial para manter a empresa competitiva e eficiente em suas operações diárias. D) O índice de absenteísmo: Incorreta. Este é um indicador operacional, que mede a frequência de faltas dos empregados no ambiente de trabalho. Embora importante para a gestão de recursos humanos, ele não se alinha diretamente com os objetivos táticos que buscam otimizar processos e produtividade, mas sim com a gestão de pessoal e bem-estar dos funcionários. E) Tempo de set-up de uma máquina: Incorreta. Este também é um indicador operacional, focado em medir a eficiência de configuração e preparação de equipamentos para produção. Ele é utilizado para melhorar a eficiência do chão de fábrica, mas não se enquadra como um indicador tático que alinha as operações diárias com os objetivos estratégicos da empresa. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 2 Indicadores de Desempenho de Processos "Adotaremos o entendimento de que um KPI oferece uma visão tática e estratégica da organização, veja: Indicadores táticos: Divididos em indicadores executivos e para a gerência. O primeiro fica a cargo dos diretores, e o segundo, dos gerentes. Por exemplo: a produtividade da empresa ou o custo médio dos produtos fabricados." Desafio 3 Imagine que você é um analista financeiro em uma grande corporação. Durante uma análise de desempenho financeiro, seu supervisor solicitou que você identificasse o indicador mais apropriado para Modelagem de Processos Marcio Quirino - 97 medir a saúde financeira da empresa. Considerando as várias categorias de indicadores financeiros, você deve determinar qual deles proporciona uma visão clara e precisa da estabilidade financeira da organização a longo prazo. A. Custo da peça por minuto. B. Índice de tempo de espera de máquina. C. Taxa de crescimento das vendas. D. Taxa de endividamento a longo prazo. E. Taxa de atendimento no prazo. A) Custo da peça por minuto: Incorreta. Este indicador é específico para medir a eficiência da produção, refletindo o custo associado à fabricação de uma unidade por minuto. Embora útil para avaliar a produtividade e os custos operacionais, ele não fornece informações abrangentes sobre a saúde financeira da empresa a longo prazo. Esse tipo de indicador é mais adequado para análises operacionais e ajustes de processos produtivos, mas não aborda a sustentabilidade financeira global. B) Índice de tempo de espera de máquina: Incorreta. Este indicador operacional mede o tempo que as máquinas ficam inativas durante o processo de produção. Embora importante para otimizar a eficiência e reduzir o tempo de inatividade, não se relaciona diretamente com a saúde financeira a longo prazo. Focar neste indicador pode melhorar a produtividade, mas não oferece uma visão completa da estabilidade financeira da empresa. C) Taxa de crescimento das vendas: Incorreta. Apesar de ser um indicador crucial para entender o desempenho comercial e a aceitação de produtos no mercado, ele não fornece uma visão completa da saúde financeira da empresa. O crescimento das vendas pode ser impulsionado por vários fatores, mas não necessariamente indica uma gestão financeira saudável, especialmente se o crescimento for sustentado por endividamento excessivo. D) Taxa de endividamento a longo prazo: Correta. Este indicador é fundamental para avaliar a saúde financeira de uma empresa, pois mede a proporção de dívida em relação ao capital próprio a longo prazo. Uma alta taxa de endividamento pode indicar risco financeiro e potencial dificuldade em cumprir obrigações futuras, enquanto uma taxa controlada sugere estabilidade e capacidade de crescimento sustentável. Este indicador permite aos gestores e investidores avaliar a capacidade da empresa de gerir sua dívida e financiar suas operações sem comprometer a saúde financeira a longo prazo. E) Taxa de atendimento no prazo: Incorreta. Este é um indicador operacional que mede a eficiência e a pontualidade na entrega de produtos ou serviços. Embora importante para a satisfação do cliente e a eficiência operacional, não fornece insights diretos sobre a saúde financeira da empresa. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Desempenho de Processo "Desenvolveram-se modelos multidimensionais, como o BSC (balanced scorecard), criado por Kaplan e Norton, que consiste, basicamente, em quatro perspectivas indicadas a seguir: Financeira: Cada objetivo financeiro e a respectiva responsabilidade que deve ser atingida por cada setor, indivíduo, organização e processo são definidas." Desafio 4 Imagine que você é um gestor responsável por implementar um sistema de gestão de desempenho de processos em sua organização. O objetivo é fornecer uma visão completa e integrada do desempenho organizacional. O sistema precisa ser abrangente e permitir uma análise detalhada dos processos para identificar áreas de melhoria. Avalie as características abaixo que devem ser incluídas no sistema para garantir uma gestão eficiente e completa dos processos. I. Deve ser focado nos processos II. Deve avaliar o desempenho de toda a organização III. Deve designar um responsável para cada indicador a ser medido Modelagem de Processos Marcio Quirino - 98 A. I, II e III. B. I e II, apenas. C. I e III, apenas. D. II e III, apenas. E. II, apenas. Um sistema de gestão de desempenho de processos eficaz deve ser focado nos processos, avaliar o desempenho de toda a organização e designar um responsável para cada indicador a ser medido. Focar nos processos garante que cada atividade seja analisada e otimizada individualmente, enquanto a avaliação do desempenho da organizaçãocomo um todo assegura que todas as partes do sistema estão alinhadas e funcionando de maneira coesa. Designar um responsável para cada indicador assegura que há accountability e que cada indicador é monitorado por alguém que pode agir sobre ele, promovendo melhorias contínuas. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Metodologia SMART “O PPMS deve apresentar uma visão holística do desempenho dos processos de negócios. Portanto, três características são necessárias: deve ser focado nos processos, deve avaliar o desempenho de toda a organização, deve designar um responsável para cada indicador a ser medido. (...) A competição enfrentada pelas empresas não ocorre nos processos, mas na capacidade de melhorá-los.” Padrões de Conformidade e Processos Desafio 1 Como gestor de qualidade em uma empresa, sua tarefa é avaliar e melhorar os processos internos para garantir a eficiência e a conformidade com os padrões estabelecidos. A matriz GUT é uma ferramenta crucial para identificar e priorizar as não conformidades. Considere que você está conduzindo uma análise detalhada dos processos de negócio e precisa decidir a melhor abordagem para tratar as não conformidades. Avalie as seguintes afirmações sobre o uso da matriz GUT e determine qual delas está correta. A. Ela é a ferramenta mais adequada a ser empregada quando os dados a serem utilizados apresentam valores numéricos em grande quantidade. B. As prioridades de ação são estabelecidas de acordo com a ordem crescente dos resultados finais obtidos. C. O custo da não adoção de uma ação corretiva a uma não conformidade identificada e o tempo necessário para implantar a ação corretiva são fatores considerados no uso adequado da ferramenta. D. O nome GUT é um acrônimo formado com as iniciais das palavras Grandeza, Urgência e Tempo, que são as palavras-chave dessa ferramenta. E. Um problema considerado como uma das fontes de determinado resultado negativo será excluído dessa ferramenta durante sua elaboração, caso apresente grande probabilidade de redução de seu impacto ao longo do tempo, independentemente da adoção de qualquer ação corretiva. A) Incorreta. A matriz GUT não é especificamente projetada para lidar com grandes quantidades de dados numéricos. Em vez disso, ela é uma ferramenta qualitativa que utiliza critérios como Gravidade, Urgência e Tendência para avaliar e priorizar problemas. A quantidade de dados numéricos não é um fator determinante para o uso da matriz GUT. B) Incorreta. As prioridades de ação na matriz GUT não são estabelecidas simplesmente pela ordem crescente dos resultados finais. Em vez disso, a matriz GUT combina as pontuações de Gravidade, Urgência e Tendência de cada problema, multiplicando esses valores para obter uma pontuação total que determina a prioridade das ações. C) Correta. A matriz GUT é uma ferramenta que considera múltiplos fatores na priorização das ações corretivas. O custo da não adoção de uma ação corretiva e o tempo necessário para implementar uma solução são fatores críticos que influenciam a urgência e a tendência de um problema. Esses elementos são fundamentais para determinar quais Modelagem de Processos Marcio Quirino - 99 problemas devem ser abordados primeiro, garantindo que as ações corretivas sejam eficazes e implementadas de maneira oportuna. D) Incorreta. Embora o acrônimo GUT realmente signifique Gravidade, Urgência e Tendência, essa alternativa não aborda adequadamente o uso completo da matriz GUT. O uso eficaz da ferramenta envolve uma avaliação detalhada de como esses fatores interagem para priorizar ações corretivas. E) Incorreta. A matriz GUT não exclui automaticamente problemas com base na probabilidade de redução de impacto ao longo do tempo. Ao contrário, ela avalia a tendência de um problema para piorar ou melhorar com o tempo, considerando esse fator na determinação da prioridade das ações corretivas. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 1 Padrões de conformidade “Trata-se do estado em que se encontra o objeto da análise em relação aos padrões preestabelecidos. Para entendermos melhor, vamos avaliar uma pequena linha do tempo dos fatos... Voltada inicialmente para o controle dos produtos, a conformidade teve a sua finalidade ampliada na verificação da qualidade dos serviços prestados e nos processos usados nas organizações.” Desafio 2 Imagine-se na posição de um auditor de qualidade em uma empresa têxtil. Sua responsabilidade é garantir que todos os produtos atendam aos padrões estabelecidos antes de serem liberados para o mercado. Durante uma auditoria, você deve confirmar a resistência ao rasgo de um novo tecido. Para isso, você utiliza um método específico de avaliação de conformidade. Identifique qual método é mais apropriado para testar a resistência ao rasgo de um produto têxtil. A. Ensaio. B. Auditoria. C. Inspeção. D. Qualidade. E. International Organization for Standardization (ISO). A) Correta. Um ensaio é um método de avaliação técnica utilizado para testar as propriedades específicas de um produto, como a resistência ao rasgo em tecidos. Esta técnica é essencial para garantir que o produto cumpre os padrões de qualidade e segurança exigidos. No caso de produtos têxteis, ensaios são realizados para avaliar a durabilidade e a performance dos materiais sob condições específicas, assegurando que eles resistam ao uso e desgaste normais. Segundo o PDF, "a avaliação da conformidade pode ser realizada de várias formas, incluindo auditorias, ensaios e inspeções" (Padrões de conformidade e processos, Módulo 2). B) Incorreta. Auditoria refere-se a uma revisão sistemática dos processos e procedimentos de uma organização para assegurar a conformidade com normas e regulamentos. Embora as auditorias sejam essenciais para a verificação geral da conformidade, elas não são específicas para testar propriedades técnicas como a resistência ao rasgo de tecidos. Auditorias abrangem um escopo mais amplo, verificando a eficácia dos sistemas de gestão e processos operacionais. C) Incorreta. Inspeção é uma avaliação visual ou medição direta de um produto ou processo para garantir que está em conformidade com critérios estabelecidos. Apesar de a inspeção ser importante para identificar defeitos visíveis ou inconsistências, ela não inclui testes técnicos detalhados como ensaios de resistência ao rasgo. Inspeções são mais adequadas para verificações de conformidade visual e dimensional. D) Incorreta. Qualidade é um conceito abrangente que se refere à totalidade das características e desempenho de um produto ou serviço. A gestão da qualidade envolve a implementação de processos e sistemas que asseguram a conformidade com os padrões. Contudo, o termo "qualidade" em si não especifica um método de avaliação técnica como um ensaio. E) Incorreta. A International Organization for Standardization (ISO) é uma entidade que desenvolve normas internacionais para assegurar a qualidade e a segurança de produtos e serviços. ISO não é um método de avaliação, mas sim uma organização que define os padrões a serem seguidos para garantir a conformidade. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 100 Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 2 Não conformidades “A avaliação da conformidade pode ser realizada de várias formas, incluindo auditorias, ensaios e inspeções. Cada método tem sua aplicação específica dependendo das características do produto ou serviço em análise. O ensaio, por exemplo, é crucial para testar propriedades técnicas como a resistência ao rasgo de produtos têxteis.” Desafio 3 Imagine que você é um gerente de qualidade em uma empresa que busca melhorar sua competitividade no mercado através da obtenção de certificações ISO. Um dos aspectos mais importantes dessa busca é entender as vantagens que as certificações podem trazer para a organização. Considere os seguintesitens sobre as vantagens de obter as certificações ISO. Avalie cada afirmação e determine qual delas está correta, tendo em mente as implicações práticas para a empresa e seus clientes: I. Clientes e fornecedores ganham confiança em relação ao produto com certificação ISO. II. Produtos com certificação ISO possuem defesa em caso de ações legais. III. Exigência de controles e inspeções, por parte dos clientes, são menores. IV. Produtividade e qualidade não são afetadas pelas certificações ISO. A. I, apenas. B. II e IV, apenas. C. I e III, apenas. D. II, III e IV, apenas. E. I, II e III, apenas. A) As certificações ISO trazem múltiplas vantagens para as organizações, especialmente em termos de qualidade e competitividade no mercado. Vamos explorar cada uma das afirmações: B) Clientes e fornecedores ganham confiança em relação ao produto com certificação ISO: Essa afirmação é verdadeira. A certificação ISO é reconhecida mundialmente como um símbolo de qualidade e conformidade. Quando uma empresa possui essa certificação, demonstra seu compromisso com a qualidade e a conformidade com padrões internacionais, aumentando a confiança dos clientes e fornecedores. C) Produtos com certificação ISO possuem defesa em caso de ações legais: Também verdadeira. A certificação ISO pode servir como uma evidência de que a empresa segue rigorosos padrões de qualidade e segurança. Em casos de disputas legais, a certificação pode ajudar a defender a empresa, mostrando que ela segue normas reconhecidas internacionalmente. D) Exigência de controles e inspeções, por parte dos clientes, são menores: Correto. A certificação ISO implica que a empresa já passou por rigorosos processos de auditoria e controle. Portanto, clientes podem confiar que os produtos estão em conformidade com os padrões exigidos, reduzindo a necessidade de controles e inspeções adicionais por parte deles. E) Produtividade e qualidade não são afetadas pelas certificações ISO: Esta afirmação é falsa. Na verdade, as certificações ISO têm um impacto positivo na produtividade e na qualidade. As normas ISO são projetadas para melhorar continuamente os processos de negócios, o que frequentemente resulta em maior eficiência e produtos de melhor qualidade. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Padrão ISO “A International Organization for Standardization (ISO), ou seja, a Organização Internacional de Padronização elabora normas internacionais para manter padrões dentro dos mais diversos setores. Clientes e fornecedores ganham confiança em relação ao produto com certificação ISO, produtos com certificação ISO possuem defesa em caso de ações legais e exigência de controles e inspeções, por parte dos clientes, são menores. As certificações ISO trazem Modelagem de Processos Marcio Quirino - 101 não apenas uma redução de defeitos, mas também melhoram o emprego dos recursos disponíveis, a satisfação dos clientes e o desempenho organizacional, o que resulta em maior produtividade e qualidade dos produtos e serviços.” Desafio 4 Você é o gestor de qualidade de uma empresa que busca a certificação ISO 9000. Essa certificação é vital para garantir que seus processos atendam aos padrões internacionais de qualidade. Durante uma reunião, você precisa explicar aos seus colegas os objetivos das normas ISO 9000 e como elas impactam a gestão de qualidade. Considere os seguintes objetivos e determine qual deles está correto. A. Garantir uma ferramenta prática para que as organizações implantem um sistema de gestão de energia (SGE). B. Garantir condições mínimas de qualidade, orientando sistemas organizacionais e gerenciais em serviços e produtos. C. Garantir estrutura para a proteção do meio ambiente e rápida resposta às mudanças das condições ambientais. D. Garantir os requisitos de um sistema de gestão com o intuito de garantir a segurança de alimentos. E. Garantir as condições de um sistema para segurança e gestão da informação. A) Incorreta. A implantação de um sistema de gestão de energia (SGE) é abordada pela norma ISO 50001, que é específica para a gestão de energia. As normas ISO 9000 são focadas na gestão da qualidade e não incluem diretrizes específicas para a gestão de energia. Elas visam estabelecer um sistema de gestão que assegure a consistência e a melhoria contínua dos processos de produção e serviços, garantindo que eles atendam aos requisitos de qualidade. B) Correta. As normas ISO 9000 têm como principal objetivo estabelecer um sistema de gestão da qualidade que assegure a consistência e a conformidade dos produtos e serviços oferecidos pelas organizações. Essas normas fornecem um framework para a implementação de práticas de gestão eficazes, ajudando as empresas a atingir um nível mínimo de qualidade que atenda às expectativas dos clientes e aos requisitos regulamentares. De acordo com o PDF, "As normas ISO possuem relevância no contexto internacional, destacando-se as da família ISO 9000, que tratam da gestão da qualidade na gestão, na produção, nos bens e nos serviços" (Padrões de conformidade e processos, Módulo 3). C) Incorreta. A estrutura para a proteção do meio ambiente e a resposta às mudanças ambientais são abordadas pela ISO 14000, que trata da gestão ambiental. Embora a gestão da qualidade possa incluir considerações ambientais, a ISO 9000 é especificamente focada em garantir a qualidade dos processos e produtos. D) Incorreta. A segurança de alimentos é o foco da ISO 22000, que estabelece requisitos para um sistema de gestão de segurança alimentar. As normas ISO 9000, enquanto isso, não abordam especificamente a segurança alimentar, mas sim a qualidade geral dos processos organizacionais. E) Incorreta. A segurança e gestão da informação são cobertas pela família de normas ISO 27000. A ISO 9000 se concentra na qualidade dos processos e produtos, não incluindo diretrizes específicas para a segurança da informação. Para saber mais sobre esse conteúdo, acesse o módulo 3 Padrão ISO “Utilizar a certificação de conformidade oferece muitas vantagens. Listamos algumas: grande aceitação dos produtos em vários mercados diferentes. As normas ISO possuem relevância no contexto internacional, destacando- se as da família ISO 9000, que tratam da gestão da qualidade na gestão, na produção, nos bens e nos serviços. O objetivo das normas da série ISO 9000 é garantir o mínimo de qualidade, disciplinando os sistemas gerenciais e organizacionais em produtos ou serviços desenvolvidos e fabricados nas empresas.” Modelagem de Processos Marcio Quirino - 102 3. Conclusão Considerações finais Continue explorando, praticando e desafiando-se. Cada exercício é uma oportunidade de crescimento e cada erro, uma lição valiosa. Que sua jornada de aprendizado seja repleta de descobertas e realizações. Bons estudos e sucesso na sua carreira! Compartilhe conosco como foi sua experiência com este conteúdo. Por favor, responda a este formulário de avaliação e nos ajude a aprimorar ainda mais a sua experiência de aprendizado!3. Conclusão............................................................................................................................. 102 Considerações finais .............................................................................................................................. 102 Modelagem de Processos Marcio Quirino - 6 Modelagem de Processos Caminho do Brilho: Saiba Quais Conteúdos Você Irá Aprender Conosco Onboarding Caro estudante, A caminhada que você empreende neste ambiente universitário é, sem dúvida, uma etapa fundamental para a configuração do profissional que deseja se tornar. O ambiente acadêmico lhe proporciona a oportunidade não apenas de adquirir conhecimento, mas também de moldar sua identidade profissional e preparar-se para os desafios do mercado. E a disciplina de Modelagem de Processos é um pilar fundamental nessa trajetória. Imagine-se à frente de uma grande corporação, onde a dinâmica dos processos determina o ritmo e a eficácia de todas as operações. Para gerir com excelência, você precisará compreender os fundamentos da gestão de processos e o universo do BPM, adentrando nas seis etapas vitais de seu ciclo de vida. No entanto, sua jornada não para por aí. Os diagramas e técnicas de mapeamento BPMN guiarão sua visão, permitindo-lhe visualizar, com clareza e precisão, cada fluxo e transição. Aqui, você não apenas aprende sobre metodologias, como SOA e BPM, mas também mergulha nas ferramentas que transformarão suas estratégias em realidade. E como não falar da filosofia Lean? Uma abordagem que, ao se entrelaçar com o modelo Six Sigma, redefine a maneira como vemos eficiência e qualidade. Mas a gestão, querido estudante, também é feita de análise e monitoramento. É preciso reconhecer cada fase de acompanhamento, gerenciar riscos e, mais importante, entender o que significa um bom desempenho de processo. E os indicadores? Ah, os indicadores de desempenho, ou KPIs, serão seus aliados, principalmente quando aplicados através da metodologia SMART, garantindo que sejam específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. E para concluir, a conformidade se apresenta como um selo de garantia de que tudo está sendo feito conforme os padrões. A família ISO, por exemplo, traz consigo uma série de padrões que guiam e certificam a excelência em diversos setores. Nesta disciplina, além de acumular conhecimento, você compreenderá a essência da gestão de processos, descobrindo não apenas como as coisas são feitas, mas por que são feitas dessa maneira. É um convite ao pensamento crítico, à reflexão e ao constante aperfeiçoamento. E você, que escolheu se dedicar à graduação, tem agora em suas mãos as ferramentas para moldar um futuro de sucesso. Seja bem-vindo a esta jornada. Que sua passagem pela universidade seja marcada por descobertas, conquistas e, acima de tudo, transformação. E que a Modelagem de Processos seja o alicerce que lhe permitirá edificar uma carreira brilhante. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 7 Fundamentos da Gestão de Processos Introdução Gestão de processos é a arte e a ciência de supervisionar como as atividades são realizadas em uma organização para garantir resultados consistentes, entregar valor ao cliente e obter vantagem competitiva sustentável. O gerenciamento de processos de negócios é importante para conhecer e melhorar as operações da empresa. Esses conhecimentos nos auxiliam a reduzir custos, oferecer um melhor controle dos fluxos de trabalho, identificar deficiências operacionais e fornecer informações para tomar melhores decisões de negócios. Neste conteúdo, vamos aprender os fundamentos da gestão de processos e como o BPM lida de forma eficiente com o desafio da melhoria do desempenho organizacional, além de contribuir para o aumento da competitividade das empresas por meio do mapeamento, gerenciamento e monitoramento dos processos de negócios. 1. Gestão de processos e o BPM Conceitos da gestão de processos Os processos de negócios representam um ativo estratégico das corporações. Eles têm impacto direto na gestão de produtos e serviços; definem tarefas, cargos e responsabilidades e, com isso, estruturam o trabalho de todos os funcionários. Também integram sistemas, dados e recursos dentro e entre organizações, e qualquer falha pode causar graves problemas nas operações das empresas. Os processos determinam o potencial de uma organização para se adaptar a novas situações do mercado e para atender a um número cada vez maior de requisitos de diferentes grupos de interesses (governo, comunidade, fornecedores, clientes). Além disso, influenciam o potencial de receita e a base de custos de uma organização. Apesar dos processos serem estratégicos nas operações de uma organização, só foram utilizados de forma efetiva na tomada de decisões gerenciais nas últimas décadas. Um conjunto abrangente de técnicas, ferramentas e métodos foi desenvolvido para dar suporte a todas as etapas do ciclo de vida dos processos de negócios. Contribuições relevantes foram feitas por diversas disciplinas, como Engenharia de Produção, Gestão de Operações, Gerenciamento de Qualidade, Gerenciamento de Capital Humano, Governança Corporativa, Gerenciamento de Fluxo de Trabalho e Engenharia de Sistemas. Segundo Davenport (2005), os processos de negócios podem ser definidos como um conjunto de atividades estruturadas destinadas à produção de bens e serviços composto por atividades de trabalho ordenadas no tempo e no espaço, com início, fim, entradas e saídas claramente definidos. Enquanto a estrutura hierárquica é geralmente uma visão fragmentada e estanque das responsabilidades e das relações de subordinação, a estrutura de processo é uma visão dinâmica da forma como a organização produz valor. Existem três tipos de processos: Primários ou essenciais Dizem respeito às principais atividades realizadas pela organização e entregam valor diretamente ao cliente. Geralmente extrapolam a fronteira das organizações, tendo contato direto com o cliente e uma visão completa da cadeia de valor. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 8 Na indústria têxtil, responsável por fabricar peças de vestuários, um dos principais processos de negócio é receber pedidos pelos diversos canais de vendas (comércio eletrônico, lojas físicas, centrais de vendas). Outro processo importante é a fabricação das roupas para atender aos pedidos de compra e à distribuição para as lojas físicas. Apoio ou suporte Sustentam os processos essenciais da organização. A empresa conta com esses processos para apoiar e executar atividades importantes do negócio. São processos relacionados à gestão de tecnologia de informação, suprimentos, gestão de pessoas, financeiro, governança corporativa etc. Embora não sejam os processos que a empresa executa para obter lucro, eles apoiam os processos de negócios mais importantes. Geralmente são processos internos formalmente estabelecidos, sem contato com o cliente e que não entregam valor diretamente, sendo fundamentais, porém, para as operações da empresa. Um exemplo é o processo de controle de qualidade para medir e avaliar a qualidade de produtos e serviços prestados de acordo com as especificações técnicas. O controle de qualidade busca monitorar e garantir a qualidade e a consistência dos processos de produção, bem como se os insumos que compõem o produto atendem aos requisitos do mercado. Gerenciais Coordenam as atividades dos processos primários e de suporte; buscam a eficácia e a eficiência da empresa; medem, monitoram e controlam e não entregam valor ao cliente diretamente. Os processos de gerenciamento são focados em planejar e projetar o futuro das operações da empresa. Um exemplo de processo de gerenciamento pode ser o diretor de marketing planejando como melhor organizar o tempo e a energia da equipe para o lançamento de uma campanha devendas. O resultado do processo é a elaboração de um projeto, definindo escopo, recursos, prazos, custos e atividades da campanha de vendas. Exemplos de processos Toda organização, seja governamental, sem fins lucrativos ou uma empresa privada, precisa gerenciar vários processos. Exemplos típicos de processos que podem ser encontrados na maioria das organizações incluem: Compras Inicia quando uma área ou um colaborador dentro da organização determina que um produto ou um serviço precisa ser comprado e termina quando o produto ou serviço for entregue e pago. Um processo de compras inclui atividades como obter cotações, aprovar a compra, selecionar o fornecedor, emitir o pedido de compra, receber a mercadoria (ou consumir o serviço) e verificar o pagamento da fatura. Logística de distribuição É o típico processo executado por um fornecedor, que inicia quando um cliente envia um pedido para comprar um produto ou um serviço e termina quando o produto ou o serviço em questão for entregue ao cliente, o qual executa o pagamento correspondente. Um processo de distribuição inclui atividades relacionadas à verificação do pedido de compra, à remessa (no caso de produtos físicos), à entrega, ao faturamento e à comprovação de pagamento. Aprovação (Alvarás e licenças) Começa quando um empresário ou um cidadão solicita um alvará e termina quando o alvará ou a licença em questão é concedido ou negado. Esse tipo de processo é comum em organizações governamentais, por exemplo, quando um cidadão solicita uma licença ou um alvará para a construção ou quando um empresário solicita uma permissão para abrir uma empresa (bar, loja ou restaurante). Modelagem de Processos Marcio Quirino - 9 Atendimento a clientes Tem início quando um cliente comunica um problema ou uma reclamação relacionada a defeitos de um produto ou a um serviço prestado. O processo continua até o cliente, o fornecedor, ou preferencialmente os dois, concordarem que o problema foi resolvido. Atendimento em emergências Neste processo, os pacientes, chegando ao hospital, são encaminhados para um setor de triagem, onde são avaliados por um profissional capacitado em qualificar o risco e a gravidade de cada caso. Essa etapa tem o objetivo de identificar sinais e sintomas indicadores de urgência no atendimento médico. Para garantir a prioridade de atendimento, é utilizada uma metodologia internacional para classificação de risco por meio do uso de pulseiras coloridas as quais indicam a gravidade e a prioridade de atendimento. A maneira como os processos são projetados e executados afetam tanto a qualidade dos produtos quanto o nível de serviço que os clientes percebem e a eficiência com a qual os serviços são entregues. Uma organização pode ter um desempenho superior a outras que oferecem os mesmos tipos de produtos e serviços se tiver processos melhores e executá-los de forma mais eficiente. Isso vale não apenas para os processos primários, voltados para atender às necessidades dos clientes, como também para os processos de apoio ou suporte, como processos de compras e faturamento, os quais são projetados com o objetivo de atender às necessidades internas da organização. Vejamos mais sobre o processo de aluguel de máquinas: Possiblidades de resultados • A execução de um processo pode levar a um ou a vários resultados. Nesse cenário, o processo de aluguel de novas máquinas para aumentar a produção de uma indústria de vestuários resulta em novas máquinas sendo utilizadas pelo cliente, bem como no pagamento do aluguel ao fornecedor das máquinas. Idealmente, o resultado dessa transação deve agregar valor a todos os atores envolvidos no processo, que neste exemplo são o cliente e o fornecedor. Em alguns casos, esse valor não é atingido ou é apenas parcialmente alcançado. A devolução de máquinas • Quando as máquinas são devolvidas por não serem adequadas, nenhum valor é agregado, nem pelo cliente (que não aumentou a produção da sua indústria), nem pelo fornecedor (o qual não recebeu pelo aluguel). Isso corresponde a um resultado negativo, em oposição ao resultado positivo esperado para agregar valor a todos os atores envolvidos. Atores do processo • Um processo envolve vários atores: indivíduos, governo, comunidade, organizações privadas, sistemas de informações, objetos físicos (máquinas, materiais, produtos, documentos em papel) e dados (documentos e registros eletrônicos). O exemplo do processo de aluguel de máquinas envolve profissionais (engenheiros de produção) e organizações (clientes e fornecedores de máquinas). O processo também envolve objetos físicos (máquinas alugadas), documentos eletrônicos (solicitações de aluguel, faturas) e registros eletrônicos (registros de utilização das máquinas). O papel do cliente • Entre os atores de um processo, aquele que consome o resultado do processo desempenha um papel especial, como é o caso do cliente. No processo de aluguel, o cliente é o engenheiro de produção que utiliza a máquina alugada. O engenheiro pode ficar insatisfeito se o resultado do processo for negativo ou se a execução estiver atrasada. Existem situações em que pode haver vários clientes em um processo. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 10 Desafios das práticas gerenciais • As organizações públicas e privadas estão sob constante pressão para a melhoria de desempenho de forma transparente por meio do monitoramento e do controle de resultados. As práticas gerenciais de mercado servem como referência para os projetos de mudanças estratégicas do setor governamental. Entretanto, algumas das estruturas típicas de governo, como burocracia, hierarquias rígidas e intervenções políticas e ideológicas, são barreiras para uma gestão de processos mais eficiente. BPM (Business Process Management) O BPM é o modo como uma organização aborda seus processos. Ele define não apenas as etapas a serem seguidas ao melhorar ou criar um processo, mas também quem será responsável por alcançar os ganhos esperados. Entender os conceitos é fundamental para um ótimo projeto de BPM. Outra questão importante são as técnicas e as ferramentas que devemos utilizar. Podemos ter o melhor BPM, mas se a tecnologia não suportar as ações estratégicas, elas serão inúteis. Às vezes, o desenvolvimento de uma metodologia sem as ferramentas adequadas deixa a empresa sem condições de evoluir. O que as experiências de diferentes profissionais que utilizam o BPM podem nos acrescentar? Gestores de negócios • Interessaram-se pelo BPM devido ao seu potencial de implementar melhorias no desempenho organizacional e na qualidade de produtos e serviços. Os engenheiros de produção identificam o BPM como uma oportunidade de aplicar técnicas de otimização e melhoria de qualidade tanto na manufatura quanto na gestão de serviços. Analistas de Tecnologia da Informação (Tl) • Apreciam o fato de o BPM fornecer uma padronização aos modelos de processos os quais podem ser compartilhados, facilitando a comunicação com as diferentes áreas de negócios. Além disso, a automação de processos de negócios permite que os analistas de Tl implementem e monitorem os sistemas de informações de maneira alinhada com a visão dos gestores de negócios acerca da organização. Em outras palavras, o BPM serve para integrar diferentes áreas de negócios. A modelagem dos processos de negócios é uma oportunidade notável para alcançar uma compreensão conjunta do funcionamento interno de uma empresa. O BPM fornece uma análise completa dos processos, mostrando sua ordem lógica e suas dependências, cujo objetivo é gerar determinados resultados. Ele é usado principalmente para descobrir discrepâncias em um processo a fim de realizar ações de melhoria. Kohlbacher (2010) ressalta que diversos motivos levam as instituições a buscarem a aplicação do BPM, dependendo da sua estrutura organizacional e do seu grau de maturidadena gestão de processos. Dentre eles, pode-se destacar a necessidade de reduzir os custos, aumentar a produtividade, controlar os processos e obter uma maior compreensão sobre as atividades da organização. Segundo Harmon (2010), o BPM tem origem em três abordagens: 1. Gestão de negócio 2. Gestão da qualidade total 3. Tecnologia da informação O BPM é a convergência de teorias da administração, como: • Gestão da qualidade total • Six Sigma Modelagem de Processos Marcio Quirino - 11 • Reengenharia • Gerenciamento de projetos com técnicas de desenvolvimento de aplicativos de TI • Integração de sistemas de informação • Arquitetura orientada a serviços • Workflows Além disso, o BPM fornece conceitos, métodos, técnicas e ferramentas que cobrem todas as fases da gestão de um processo: planejar, executar, monitorar e controlar. A qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas é, cada vez mais, um diferencial necessário para se obter vantagem competitiva. Para isso, a eficácia dos processos se mostra como fator determinante no desenvolvimento do negócio. O objetivo de utilizar BPM é garantir que os processos de negócios produzam resultados positivos e agreguem valor à organização e a seus clientes. Medir o valor entregue por um processo é uma etapa crucial no BPM, afinal, “se você não pode medir, não pode gerenciar”, conforme ressaltou Peter Drucker (1909- 2005), considerado o pai da administração moderna. Portanto, antes de começar a analisar qualquer processo em detalhes, é importante definir as medidas de desempenho do processo (também chamadas de métricas de desempenho do processo) que serão usadas para determinar se um processo está em "boa forma" ou em “mau estado". Um bom gestor não é aquele que tem apenas uma visão superficial do processo. Inovações requerem um envolvimento profundo com a gestão de processos a fim de identificar os pontos fortes e as oportunidades de melhoria. Depois que uma equipe de BPM identifica quais processos serão analisados e quais medidas de desempenho devem ser utilizadas, a próxima etapa é entender o processo de negócios em detalhes. Essa é a fase de descoberta do processo. Normalmente, um dos resultados dessa etapa são um ou vários modelos de processos como estão (AS IS). Esses modelos de processo na situação atual devem refletir o entendimento das pessoas da organização sobre como o trabalho é feito atualmente. Os modelos de processos visam facilitar a comunicação entre as partes interessadas e envolvidas em uma iniciativa de BPM. Portanto, eles precisam ser fáceis de entender. Em princípio, pode-se modelar um processo de negócios por meio de descrições narrativas. Entretanto, elas são difíceis de serem interpretadas adequadamente devido à ambiguidade inerente ao texto em formato livre. Dica Ao modelar processos de negócios, é recomendável usar diagramas em conjunto com descrições textuais. Isso facilita a compreensão do processo e reduz o risco de mal-entendidos, especialmente se a notação utilizada for compreendida por todas as partes interessadas. 2. Ciclo de vida do BPM Fases do ciclo de vida do BPM O ciclo de vida do BPM ajuda a entender o papel da tecnologia no BPM. A tecnologia, especialmente a tecnologia da informação (TI), é um instrumento fundamental para melhorar os processos de negócios. Os especialistas em TI, como analistas de sistemas e programadores, geralmente desempenham um papel significativo nas iniciativas de BPM. No entanto, para atingir o máximo de eficácia, eles devem estar cientes de que a tecnologia é apenas um instrumento para gerenciar e executar processos. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 12 Comentário Os analistas de sistemas precisam trabalhar em conjunto com os analistas de processos a fim de entender quais são os principais problemas que afetam determinado processo e como lidar com eles, seja por meio de automação ou por outras técnicas de melhoria de processos. Por essa razão, o ciclo de vida do BPM deve ser visto como circular: a saída da fase de monitoração retorna às fases de análise e refinamento do processo. Em resumo, podemos visualizar o BPM como um ciclo contínuo, compreendendo as seguintes fases: Ciclo BPM. A seguir, detalharemos cada uma das fases do BPM. Estratégias e planejamento do processo Nesta fase, os processos relevantes para a empresa são identificados, delimitados e inter- relacionados. O resultado da identificação é um processo novo ou atualizado. A estratégia fornece uma visão geral dos processos em uma organização e seus relacionamentos. Essa abordagem é usada para selecionar qual processo ou conjunto gerenciar durante as demais fases do ciclo de vida. Tipicamente, a identificação do processo é feita em conjunto com a identificação da medida de desempenho. A maioria, se não todas, das atividades organizacionais relevantes são consideradas como processos que ultrapassam os limites tradicionais das organizações. A conquista de uma cultura BPM depende muito do alinhamento total às metas corporativas e dos esforços de todos os funcionários em agregar valor ao cliente final. Análise dos processos de negócio Nesta fase, os problemas associados ao processo são identificados, documentados e, sempre que possível, quantificados usando medidas de desempenho. O resultado desta fase é um conjunto estruturado de problemas e oportunidades de melhoria. Essas questões são priorizadas com base em seu impacto potencial e no esforço necessário para resolvê-las. A análise de processos envolve uma compreensão dos processos de negócio, incluindo a eficiência e a eficácia dos processos. A decomposição dos componentes e atributos do processo, técnicas analíticas Modelagem de Processos Marcio Quirino - 13 e padrões dos processos é realizada. O uso de modelos de processos e de outra documentação para validar e entender os processos atuais e futuros também é explorado. Desenho e modelagem dos processos de negócios Um modelo é uma abstração da realidade e pode ser caracterizado por três propriedades. Confira! 1. Mapeamento • Inicialmente, elaborar um modelo implica o mapeamento de um fenômeno do mundo real, como um edifício residencial que será construído e cuja aparência pode ser modelada por meio de uma maquete. O modelo considera apenas os aspectos relevantes do objeto de interesse, desconsiderando certos detalhes que não são importantes. A maquete do edifício abstrai os materiais com que ele será construído. O modelo serve a um propósito específico, o qual determina os aspectos da realidade a serem omitidos na modelagem. Sem esse objetivo específico, não temos indicação do que omitir. 2. Abstração • A maquete serve para ilustrar como será a aparência do edifício. Portanto, não considera aspectos como o sistema elétrico ou as instalações hidráulicas. Então, podemos dizer que um modelo é uma forma de abstrair a realidade com o objetivo de considerar só os aspectos relevantes do processo a ser analisado. 3. Objetivo • Antes de começar a modelar um processo, é fundamental entender por que o estamos modelando. Os modelos que produzirmos terão abordagens bem diferentes dependendo da sua finalidade. Existem muitas razões para modelar um processo. O primeiro motivo é entender o processo e compartilhar nossa compreensão com as pessoas envolvidas. Os funcionários normalmente realizam atividades bastante especializadas em um processo, mas dificilmente são confrontados com toda a sua complexidade. Logo, modelos de processo nos ajudam a entender melhor o processo e a identificar e prevenir problemas. Ao modelar um processo de negócios, é necessário definir o objetivo específico e o público-alvo para o qual o modelo está sendo criado. Existem dois objetivos principais para a modelagem de processos. Vamos conhecê-los! 1. Design organizacional • São modelos conceituais criados por analistas de processospara facilitar a comunicação e o entendimento durante a análise de processos do ciclo de vida do BPM. Também servem como base para o redesenho. • Esses modelos precisam ser intuitivos para serem compreendidos por diversas partes interessadas no BPM, como gerentes, proprietários de processos e analistas de negócios. Por essa razão, não devem conter detalhes de implementação relacionados à TI, como definições de tipos de dados, bases de dados ou interfaces de sistema. 2. Design do sistema de aplicativos • São modelos orientados à TI e produzidos por áreas técnicas, como analistas de sistemas, arquitetos de soluções ou desenvolvedores de software, para fins de automação de processos. Contêm detalhes de implementação para serem usados como projetos para desenvolvimento de software ou para serem implantados em um Business Process Management System (BPMS). Esses modelos são chamados de modelos de processos executáveis. Implementação do processo Nesta fase, são implementadas as mudanças necessárias para transitar da situação atual do processo (AS IS) para o processo redesenhado (TO BE). Observe os aspectos compreendidos pela implementação. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 14 Gerenciamento de mudanças organizacionais • Refere-se ao conjunto de atividades necessárias para mudar a maneira de trabalhar de todos os atores envolvidos no processo. Automação de processos • Refere-se ao desenvolvimento e à implantação de novos sistemas de informações (ou atualização de versões aprimoradas dos sistemas de informações existentes) que suportam o futuro processo. A transformação de processos aborda mudanças neles. Essas mudanças são discutidas no contexto do ciclo de vida do processo de negócio. Várias técnicas de melhoria, redesenho e reengenharia dos processos são utilizadas juntamente com as tarefas associadas à implementação da mudança dos processos. Controle e monitoração do processo Dados relevantes são coletados e medidas de desempenho são analisadas para determinar o desempenho do processo implementado. Para muitas atividades de gerenciamento relacionadas ao BPM, é necessária uma medição precisa do funcionamento do processo de negócios. Slack (1999) cita quatro indicadores de desempenho, os quais são fundamentais nos processos de negócios. Veja! 1. Tempo 2. Custo 3. Qualidade 4. Flexibilidade Toda organização busca processos ágeis, flexíveis, melhores e com um custo reduzido. Cada uma das dimensões pode ser refinada em diferentes medidas de desempenho do processo (também conhecidas como indicadores-chave de desempenho ou KPIs). Uma medida de desempenho do processo é uma variável a qual pode ser determinada sem ambiguidade para um processo de negócios supondo que os dados para calcular essa medida estejam disponíveis. Refinamento do processo O objetivo desta fase é identificar mudanças no processo capazes de auxiliar a resolução dos problemas identificados na fase anterior e permitir que a organização atinja seus objetivos de desempenho. Para esse fim, as várias opções de alteração são analisadas e comparadas em termos das medidas de desempenho escolhidas. Portanto, o refinamento e a análise de processos andam juntos. À medida que novas opções de alteração são propostas, elas são analisadas usando técnicas de análise de processos. Eventualmente, as opções de mudança mais promissoras são destacadas e combinadas em um processo redesenhado. A saída desta fase é normalmente um futuro modelo de processo (TO BE). Cultura de BPM É uma abordagem moderna que integra técnicas e ferramentas contemporâneas, fomentando o envolvimento e a colaboração das pessoas para encontrar a maneira mais eficaz de atender às necessidades e expectativas dos clientes. Acompanhe! • Os processos de negócios são as atividades críticas e abrangentes de design, fabricação, marketing, inovação, vendas e outros que devem agregar valor aos clientes finais. • O BPM também inclui atividades que se referem ao gerenciamento da qualidade do fornecedor e à solução de problemas. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 15 • O BPM garante a introdução de boas práticas por meio de gestão de informações valiosas do relacionamento com os clientes. • O gerenciamento de processos é realizado por meio da medição do desempenho com metas de melhoria e da medição de indicadores-chaves de eficiência/eficácia em termos de qualidade, agilidade, confiabilidade, custos etc. • O BPM conta com uma metodologia sistemática sustentada por técnicas de solução de problemas para fortalecer os processos, reforçar as ligações entre várias funções e garantir o alcance do desempenho ideal. O ciclo de vida do BPM engloba uma variedade de métodos e ferramentas para analisar, melhorar e gerenciar os processos de negócios de uma organização. Embora essas técnicas sejam importantes, o sucesso do BPM depende de muitos outros fatores. É importante que as iniciativas de BPM estejam alinhadas aos objetivos estratégicos da organização (alinhamento estratégico). Também é fundamental que os papéis e as responsabilidades nas iniciativas de BPM sejam claramente definidos e que os sistemas, as convenções e os indicadores de desempenho garantam a condução das iniciativas de BPM de maneira consistente (governança). Finalmente, é essencial desenvolver uma cultura organizacional que responda às necessidades de gestão de mudanças nos processos de negócios e valorize as pessoas e o conhecimento da instituição. 3. Mapeamentos de processos BPMN Mapeamento de processos Existem muitas técnicas para modelar processos de negócios em diagramas. A mais antiga e conhecida é o fluxograma. Na sua forma básica, os fluxogramas consistem em retângulos, que representam atividades, e losangos, que representam pontos no processo em que uma decisão é tomada. O modelo de processo esquemático geralmente consiste em dois tipos de nó: 1. Atividade ✓ Descrevem unidades de trabalho que podem ser realizadas por indivíduos, aplicativos de computador, ou uma combinação dos dois. 2. Automação de processos ✓ Capturam o fluxo de execução entre atividades. Um terceiro tipo importante de elemento nos modelos de processo são os nós de eventos. Um nó de evento identifica algo que pode acontecer no processo, requerendo uma reação, como a chegada de uma mensagem de um cliente pedindo para aumentar ou cancelar seu pedido de compra. Símbolos básicos do fluxograma. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 16 Atualmente, existe um padrão amplamente utilizado para a modelagem de processos, conhecido como Business Process Model and Notation ou Modelo de Processo e Notação (BPMN). A versão mais recente é o BPMN 2.0. Foi lançado como padrão pelo Object Management Group (OMG) em 2011. No BPMN, as atividades são representadas como retângulos arredondados. Os nós de controle (chamados gateways) são representados usando formas de losango. As atividades e os nós de controle são conectados por meio de arcos (chamados de fluxos) os quais determinam a ordem em que o processo é executado. Elementos da notação BPMN. O BPMN é uma notação gráfica que tem por objetivo prover uma gramática de símbolos para mapear, de maneira padrão, todos os processos de negócio de uma organização. Desde sua disponibilização formal em 2004, o BPMN tem sido amplamente utilizado em organizações do mundo inteiro. Atualmente, há uma grande oferta de ferramentas de mapeamento de processos (gratuitas e licenciadas) com suporte à notação. Devido à sua grande aceitação, o BPMN está ajudando a disseminar conceitos relacionados a processos de negócios. Saiba mais A notação BPMN foi elaborada pela BPMI (Business Process Management Initiative), que mais tarde se associou a outra entidade, a Object Management Group (OMG), a qual reúne vários países em formato colaborativo. Fundada em 1989, a OMG é a mantenedora desse modelo de diagrama(BPMN). Desse modo, com um padrão codificado preestabelecido e válido mundialmente, passou a ser viável e até simples diagramar processos de maneira universal. Profissionais de diversas nacionalidades conseguem entender a dinâmica de um fluxo operacional por meio desses símbolos. Para que toda essa rede funcione de maneira eficiente, existe uma documentação oficial que atribui significado para cada ícone, bem como as condições de uso. O grande potencial do BPMN para a representação de processos está no fato de ele propor um conjunto simplificado de elementos (atividades, eventos, gateways, conectores), podendo ser derivado para atender às situações específicas de negócio, a fim de adquirir profundidade técnica à medida que é preparado para a implementação. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 17 Na prática, trata-se de um conjunto de regras e convenções que determina como os modelos de processos de negócios devem ser desenhados. Seu principal objetivo é oferecer uma notação com interface padronizada e amigável para ser compreendida por todos os usuários envolvidos, desde os analistas de negócios até os analistas de sistemas. Símbolos BPMN O objetivo da notação BPMN é criar mecanismos simples para o desenvolvimento de modelos de processos de negócios. Eventos São representados por círculos vazados para permitir a sinalização que identificará os gatilhos ou os resultados. Os tipos de eventos são classificados como início, intermediário e final. A partir disso, vamos nos aprofundar nos três tipos de eventos descritos. Acompanhe! Eventos de início É identificado como o ponto de partida de um processo. Confira! ✓ Os eventos acontecem durante o curso do processo de negócio, afetando seu fluxo, e normalmente têm uma causa que provoca o seu início. ✓ A mensagem de início significa que o processo só será iniciado quando houver o recebimento de alguma mensagem via e-mail, documento etc. ✓ O temporizador ou timer indica que o processo só será iniciado quando um tempo específico ou ciclo ocorrerem. Exemplo: o processo pode ser ajustado para iniciar-se sempre às sextas feiras, às 10h. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 18 ✓ O sinal de início será utilizado quando houver uma comunicação, seja ela entre os níveis do processo, entre os pools ou entre os diagramas. ✓ A regra de início, também chamada de condicional, é utilizada para iniciar um processo quando uma condição verdadeira for cumprida. Eventos intermediários Afetam a execução de um processo e são utilizados para desviar o fluxo normal (fluxos de exceção) ou impõem restrições entre outros processos. Veja! ✓ Para dar continuidade ao fluxo em determinado ponto do processo, haverá o recebimento ou o envio de uma mensagem. ✓ O temporizador determina que, quando ocorrer esse evento, o processo deverá aguardar a data ou o ciclo previamente definido. ✓ A regra indica que, quando ocorrer esse evento no meio do fluxo, o processo deverá aguardar a condição previamente estabelecida se cumprir. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 19 ✓ O link conecta as atividades de um mesmo processo, buscando deixar o diagrama mais limpo. A seta escura indica o envio do link e a clara indica o recebimento. ✓ A compensação é utilizada quando o processo tiver que passar por um retorno de uma condição anterior. Eventos de fim Determinam como e quando o processo termina. Nos momentos de finalização de um processo, é possível que ocorra o envio de mensagens para outros processos. Observe! ✓ A mensagem de fim indica que uma mensagem será enviada no fim do processo. ✓ A exceção no fim indica que um erro será criado com o processo. ✓ Esse evento informa que é necessária uma ação para finalizar o processo. Exemplo: a atividade de finalização de um pedido no comércio eletrônico requer o cadastro do usuário. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 20 ✓ Esse evento mostra que no final da atividade será enviado um sinal a um ou mais eventos. ✓ Para o múltiplo de fim, existem várias consequências no fim do processo. ✓ O evento terminativo indica que todas as atividades do processo deverão ser imediatamente finalizadas. Pontos de decisão (gateways) Gateways são elementos-chave na modelagem de processos de negócio, pois permitem descrever não apenas o evento normal do processo – em que as atividades acontecem sempre da mesma maneira ou na mesma sequência –, mas também prever possíveis exceções conhecidas do negócio, ou beneficiar a duração do processo por meio da paralelização de atividades. O gateway é conectado ao fluxo mediante setas de fluxo de sequência e é representado visualmente por um losango. O símbolo interno do losango identifica a interpretação lógica representada. Confira: ✓ Uma decisão é usada para definir que rumo o fluxo vai seguir e para controlar as suas ramificações nos fluxos de sequência. A forma gráfica é um losango. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 21 ✓ Para esse gateway, existe uma decisão e só um dos caminhos pode ser escolhido. Um dos caminhos deve ser o padrão, sendo ele o último a ser considerado. Antes do gateway deve haver uma atividade que forneça dados para a tomada de decisão. ✓ Assim como o gateway baseado em dados, neste só há um caminho a ser escolhido. ✓ É utilizado quando não há decisão a ser tomada, e todos os caminhos devem ser seguidos simultaneamente. ✓ Define uma condição de fluxo inclusiva, podendo haver uma combinação dos caminhos criados a partir do gateway, de acordo com a informação a ser verificada. Este gateway funciona como um “e/ou”, já que o caminho a ser seguido pode ser um e/ou outro, de acordo com as informações e com a lógica do negócio. Tarefas (atividades) A tarefa é o nível mais granular de um processo. Ela será executada por uma pessoa ou um sistema e deve ser sinalizada. Confira: Modelagem de Processos Marcio Quirino - 22 ✓ Atividade é o trabalho que a organização realiza. Uma atividade pode conter uma ou mais tarefas em níveis mais detalhados. Tipos de atividades: processos, subprocessos e tarefas. ✓ Tarefa executada manualmente sem o suporte de nenhuma outra aplicação ou software. ✓ É uma tarefa típica executada por uma pessoa com o apoio de uma aplicação de software. ✓ Atividade que ocorre automaticamente, ligada a algum tipo de serviço, sem necessidade de interferência humana. ✓ Envio de mensagem a um participante externo. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 23 ✓ Recebimento de mensagens de um participante externo. ✓ Indica que uma atividade deverá ser repetida até que uma condição estabelecida anteriormente seja cumprida. ✓ Indica que uma atividade contém outras atividades. O subprocesso é dependente do processo, mas possui fluxo próprio. Piscina (pool) Uma piscina representa os participantes fundamentais em um processo. A piscina deve ter o nome do processo. Raias (lanes) As raias dentro de uma piscina mostram as atividades e os fluxos para determinado papel ou participante, definindo quem é responsável pelas diferentes partes do processo. As raias são geralmente representadas por longos retângulos verticais ou horizontais, ou por simples linhas ou barras. Cada raia equivale a uma função específica ou a uma parte interessada na execução do trabalho. O trabalho evolui de atividade para atividade, seguindo o caminho do fluxo do processo. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 24 Exemplo de modelo BPMN O fluxograma a seguir apresenta um modelo que descreve os estágios iniciais do processo de atendimento aos hóspedes em um hotel, destacando o momento em que o hóspede entra em seu quarto ou é informado sobre a falta de disponibilidade de quartos. Além disso, o modelo ilustra os participantes envolvidos nesse processo, ou seja,o cliente e o funcionário do hotel, cada um representado em uma faixa separada, com as atividades correspondentes. Entenda melhor! Exemplo de modelo BPMN (Processo check-in de hóspedes no hotel). Diante disso, veja como esse modelo de processo é delineado por dois pontos de decisão. 1. O processo segue um dos dois caminhos, dependendo se a reserva do hotel está correta ou não. 2. O processo verifica se a disponibilidade de quartos é positiva ou negativa. Veja agora as três etapas de modelo BPMN: 1. Captura de alto nível de abstração ✓ O modelo do processo é capturado em um alto nível de abstração. Geralmente é utilizado para fornecer um resumo do que acontece nesse processo. Em alguns casos, o modelo precisa de mais detalhes para ser útil. A definição de que detalhes adicionais devem ser incluídos em um modelo depende de sua finalidade. Usualmente, os modelos de processo têm o objetivo de documentar como a organização trabalha. Nesse caso, as principais características dos modelos de um processo são simplicidade e facilidade de entendimento. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 25 2. Identificação e análise de problemas ✓ Depois de entender a situação atual do processo em detalhes, o próximo passo é identificar e analisar os problemas nesse processo. Modificar um processo não é tarefa simples. Os funcionários estão acostumados a trabalhar de certa maneira e costumam resistir a mudanças. Além disso, se a mudança implica modificar os sistemas de informação subjacentes ao processo, ela pode ser onerosa ou exigir modificações não apenas na organização que coordena o processo, mas também em outras organizações. 3. Ajustes ✓ Podem ser necessários ajustes no processo de negócios implementado. Para esse fim, o processo precisa ser monitorado. Os analistas devem examinar os dados coletados, monitorando o processo para identificar os ajustes necessários. Essas atividades são referentes à fase de monitoramento do processo. A falta de monitoramento e melhoria contínua de um processo leva à sua degradação. Como Hammer (2015) ressaltou, todo bom processo acaba se tornando um processo ruim, a menos que seja continuamente adaptado e aprimorado para acompanhar o cenário em constante mudança das necessidades dos clientes, da tecnologia e da concorrência. Considerações finais Neste conteúdo, aprendemos que gerenciar processos se refere à maneira como as empresas se esforçam constantemente, buscando excelência, e como elas estimulam a inovação e a criatividade para melhoria e otimização de processos. O BPM é a maneira pela qual as principais atividades são gerenciadas continuamente e aprimoradas para oferecer altos padrões de qualidade de produtos e de serviços. Se o seu objetivo é melhorar o desempenho nos estudos e na sua área de atuação profissional, temos certeza de que os conhecimentos teóricos e práticos abordados aqui agregaram muito valor. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Pesquise BPM e veja diferentes explicações e casos práticos que ajudam a compreender e a aplicar essa valiosa técnica. Navegue no site da ABPMP Brasil para conhecer o BPM CBOK e identificar os temas em destaque no Brasil. Conheça as obras de Thomas H. Davenport, em especial, seus conteúdos sobre gestão de processos e inovação. Pesquise os diversos softwares e aplicativos para mapeamento de processos utilizando a notação BPMN. Referências AMARILLA, R. S. D.; IAROZINSKI N. A. Análise comparativa dos principais processos de negócio de empresas do subsetor de edificações da construção civil. Gestão & Produção, v. 25, n. 2, p.269-283, 2018. DAVENPORT, T. H. The coming commoditization of process. Harvard Business Review, v. 83, n. 6, p. 100-108, 2005. HAMMER. M. What is business process management? In: VOM BROCKE, J.; ROSEMANN, M. Handbook on business process management 1 – introduction, methods, and information systems, 2. ed. Springer, Heidelberg, 2015. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 26 HARMON, P. The scope and evolution of Business Process Management. In: VOM BROCKE, J.; ROSEMANN, M. Handbook on Business Process Management. Heidelberg: Springer, 2010. KOHLBACHER, M. The effects of process orientation: a literature review. Business Process Management Journal, v. 16, n. 1, p. 135-152, 2010. SLACK, N. et al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1999. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 27 Metodologia de Gerenciamento de Processos Introdução Bens e serviços são produzidos nas organizações por meio de processos, e a maneira como se faz esse gerenciamento pode gerar um impacto positivo ou negativo em uma empresa. Por isso, a aplicação de conceitos e técnicas do gerenciamento de procedimentos de manufatura nos processos de negócios propiciou o surgimento, por volta do ano 2000, do business process management (BPM). O BPM – sigla que, em português, significa gerenciamento de processos de negócios – trata justamente desses diferentes tipos de processos. Certos fatores, como globalização, complexidade das organizações e das suas cadeias de suprimento, necessidade de inovação em produtos e serviços, exigência de responsabilidade social e evolução das tecnologias de informação (TI), obrigam as empresas a adotar softwares no gerenciamento deles e a pensar em estruturas flexíveis de componentes de um sistema de informação que esteja baseado em uma arquitetura orientada a serviços (SOA, sigla para service oriented architecture services). Para isso, os gestores devem conhecer as duas metodologias, entendendo suas particularidades e vantagens no gerenciamento de processos, bem como as características de algumas ferramentas a serem empregadas. 1. Metodologias SOA e BPM Metodologia SOA Nascida no início dos anos 2000, a arquitetura orientada a serviços (SOA) é um estilo de arquitetura utilizado na concepção de aplicações de softwares por intermédio de serviços que podem ser usados na web, ou seja, os chamados web services. Observemos uma representação dessa metodologia na imagem a seguir: Web services Componentes de softwares distintos e independentes que trocam dados entre si podem ser entendidos como um web service. Representação lógica de uma arquitetura orientada a serviços. Modelagem de Processos Marcio Quirino - 28 Um serviço opera como a implementação de uma funcionalidade de negócio altamente definida, podendo ser usado em diferentes aplicações ou processos de negócios por vários clientes. Resumidamente, é possível verificar que, na SOA, os serviços constituem pequenos módulos de software. Segundo Lapolli e demais autores (2017), uma arquitetura de software como a SOA trata da estrutura a ser empregada nas diversas aplicações possíveis em uma organização, ou seja, ela define um vocabulário para os componentes e as restrições relativas à maneira como eles devem ser combinados. No passado, era comum os aplicativos de negócios serem escritos em grandes blocos fortemente acoplados entre si, o que gerava problemas como demora e complexidade nos ajustes deles. Exemplo Aplicativos escritos em linguagem de programação orientada para assuntos comerciais correntes como o COBOL (sigla para a expressão em inglês common business oriented language). Atualmente, há arquiteturas cujos componentes possuem um acoplamento fraco entre si, como é o caso da SOA. Isso é considerado ideal, pois blocos menores, menos complexos e projetados em camadas com pouca dependência uma da outra permitem mais agilidade e flexibilidade na realização de testes, ajustes e melhoramentos. Imaginemos a construção de um automóvel: A. Carro de corrida ✓ Pode ser construído como um carro de corrida, cujo único objetivo é vencer provas de automobilismo. B. Veículo de passeio ✓ Pode ser construído como um veículo de passeio, que deve ser mais versátil, podendo, por isso,