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Direito Civil V - Reais Há diferença entre Direitos Reais e Direitos das Coisas? Até um passado recente, por inspiração alemã, a expressão preferida para o ramo do Direito Civil que se pretende aqui compreender era “Direito das Coisas” (Sachenrecht). Na contemporaneidade, todavia, tem-se preferido utilizar a locução “Direitos Reais” para denominar o segmento da civilística que disciplina a relação jurídica real.Entretanto, salientamos que, em nosso sentir, a utilização de uma denominação por outra não traduz qualquer equívoco, podendo ambas ser tranquilamente utilizadas como sinônimas. Conceito direito das coisas. Nesse contexto, temos que o Direito das Coisas ou os Direitos Reais, como ramificação do Direito Civil, consistem em um conjunto de princípios e normas regentes da relação jurídica referente às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, segundo uma finalidade social. Diferença entre coisas e bens? Coisas, em direito, têm significado estrito. Contudo, os bens jurídicos têm dimensão mais ampla e imprecisa, porque abrangem todas as situações que são valiosas e merecedoras de proteção pelo direito, incluindo os que não têm natureza patrimonial e econômica. Os direitos da personalidade, por exemplo, são bens jurídicos, mas não são coisas; são bens não coisificáveis. A prestação, como dever da relação obrigacional voltado ao comportamento da pessoa, não é coisa, mas sim bem jurídico. No campo dos Direitos Reais, o que se estuda é realmente a “coisa”, entendida como o bem suscetível de apropriação, valendo salientar que, segundo a linha filosófica que seguimos, “bem” é um conceito mais amplo do que o de “coisa”. Conceito Direitos Reais ( art 1255 CC) Direito real ou direito das coisas é o conjunto de normas que rege as relações jurídicas concernentes aos bens materiais ou imateriais suscetíveis de apropriação pelo homem. É o direito que recai diretamente sobre a coisa e a vínculo em face de seu titular. Por outro lado, em sentido mais estrito, quando mencionarmos a expressão “direitos reais” (propositalmente com o “d” minúsculo), estaremos tratando especificamente dos direitos subjetivos vinculados à relação real, elencados no art. 1.225 do Código Civil (direito real de propriedade, direito real de usufruto, direito real de servidão etc.). Há diferença entre Direitos Reais e Direitos das coisas? Direito das Coisas: É o conjunto de normas direcionadas às relações jurídicas que envolvem bens passíveis de apropriação pelo homem, ou seja, que são suscetíveis de valor econômico. Podem ser quaisquer bens que assim se descrevem, materiais ou imateriais. Direito Real: é o direito absoluto capaz de subordinar determinada coisa à pessoa a quem se acha diretamente vinculada, o seu dono. Os Direitos Reais são definidos em lei. Perspectiva que o Código Civil de 2002 tem sobre os Direitos Reais Os direitos reais são divididos em: parte geral, posse, e direitos reais propriamente ditos. Existem dois grupos de direitos reais, direito real "coisa própria" e direitos reais sobre coisa alheia. Direito real sobre coisa própria conhecemos pelo nome de propriedade, os direitos reais sobre coisa alheia, por sua vez, são de dois grupos, gozo e fruição, e direitos reais de garantia. Incide somente bens corpóreos A restrição das coisas aos bens corpóreos é forte em nosso direito e tem longa tradição. Para o jurisconsulto GAIO (1997, II, 13, p. 197), as coisas corpóreas eram aquelas que se podiam tocar, como, por exemplo, um terreno, um vestido, o outro, enquanto as incorpóreas eram as que tinham sua existência no direito, como uma herança, as obrigações. Legalidade ou tipicidade O Princípio da Tipicidade impõe que o direito real, para ser invocado, deve estar previsto em lei, os direitos reais somente existem se a respectiva figura estiver prevista em lei (art. 1.225 do CC/2002); Taxatividade taxatividade – a enumeração legal dos direitos reais é taxativa (numerus clausus), ou seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes. Oponíveis Ergas Omnes Os Direitos Reais são oponíveis a todas as pessoas indistintamente. Os direitos reais são oponíveis a todas as pessoas, indistintamente. Consoante vimos acima, essa característica não impede, em uma perspectiva mais imediata, o reconhecimento da relação jurídica real entre um homem e uma coisa. Ressalte-se, outrossim, que essa eficácia erga omnes deve ser entendida com ressalva, apenas no aspecto de sua oponibilidade, uma vez que o exercício do direito real – até mesmo o de propriedade, mais abrangente de todos – deverá ser sempre condicionado (relativizado) pela ordem jurídica positiva e pelo interesse social, uma vez que não vivemos mais a era da ditadura dos direitos. Princípio da Publicidade dos Atos Através da publicidade, o imóvel, suas características, os direitos reais que nele incidirem, bem como o nome do proprietário serão de conhecimento de todos, pois qualquer pessoa pode requerer uma certidão no ofício imobiliário Inerência ou Aderência Inerência ou aderência – o direito real adere à coisa, acompanhando-a em todas as suas mutações. Essa característica é nítida nos direitos reais em garantia (penhor, anticrese, hipoteca), uma vez que o credor (pignoratício, anticrético, hipotecário), gozando de um direito real vinculado (aderido) à coisa, prefere outros credores desprovidos dessa prerrogativa. Direito de Sequela Relativo ao credor, o credor poderá perseguir o bem onde estiver a fim de quitar o débito. O titular de um direito real poderá perseguir a coisa afetada, para buscá-la onde se encontre, e em mãos de quem quer que seja. É aspecto privativo dos direitos reais, não tendo o direito de sequela o titular de direitos pessoais ou obrigacionais. Denúncia A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo-se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. Poder Ilimitado? limitado Diferença de Direitos Reais e Direitos Pessoais? Direito Real Direito Pessoal Pessoa e Coisa Pessoa e Pessoa Perpétuo Limitado no Tempo Princípio da Publicidade Princípio da Autonomia Erga Omnis Inter Partes Taxativo Ilimitado