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Maurício Szczypior - FPM IV Transtornos do Humor Depressão Epidemiologia → ao longo da vida: mais ou menos de 5 a 15% → predomínio em mulheres: 2:1 → idade de início: 30 anos Quadro clínico + diagnóstico (DSM-V) O paciente deve apresentar pelo menos 5 dos seguintes critérios: 1) humor deprimido: pessoa triste na maior parte do dia, quase todos os dias, deve ser constante 2) perda do interesse / prazer: pessoa não tem mais interesse em realizar atividades que costumava gostar de realizar 3) alteração do peso ou apetite: pode aumentar ou diminuir o apetite 4) insônia ou hipersônia 5) agitação ou retardo psicomotor 6) fadiga: sente que não tem energia, disposição, perda de prazer 7) sentimento de inutilidade ou culpa: “a culpa é minha” 8) redução da capacidade de pensar ou concentrar-se 9) pensamentos sobre morte recorrentes, plano ou tentativa de suicídio OBS: precisa ter pelo menos um dos dois primeiros aspectos clínicos → paciente deprimido é um pct sujeito a infecções ● menor funcionamento da suprarrenal por conta da diminuição do tônus do hipotálamo ● sujeitos a hipertensão → é uma doença de caráter sistêmico → capacidade diminuída de pensar não é sinônimo de demência → tempo de manifestação: precisa ser de pelo menos duas semanas Classificação 1) leve: não impede atividades diárias ● paciente consegue trabalhar e realizar suas atividades diárias ● tratamento: psicoterapia ou antidepressivo ● ver como o paciente responde 2) moderada: intermediária ● tratamento: psicoterapia e antidepressivo 3) grave: muito prejuízo funcional ● paciente só fica no quarto, não realiza suas atividades Antidepressivos Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) → é a classe de escolha → fluoxetina, citalopram, escitalopram, sertralina, paroxetina ● escitalopram é interessante para um paciente idoso ou para um paciente que usa várias outras medicações ● escitalopram pode aumentar o intervalo QT (tempo de despolarização e repolarização dos ventrículos) ● sertralina é interessante para um paciente cardiopata → bom poder antidepressivo e boa tolerabilidade → efeitos colaterais: é o efeito de início, precede o efeito terapêutico; náusea, queda de apetite e libido, anorgasmia (ausência de orgasmo) Antidepressivos tricíclicos → amitriptilina, nortriptilina, imipramina, clomipramina → essa classe é conhecida por ter bastantes efeitos colaterais; é considerada uma droga suja → efeitos colaterais: boca seca, constipação, hipotensão ortostática, distúrbios da condução cardíaca, ganho de peso, maior risco de virada maníaca ● efeitos anticolinérgicos ● não fazer de modo algum em pacientes com BAVT (bloqueio atrioventricular total)→ impulsos elétricos gerados no nó sinoatrial não conseguem passar para os ventrículos ● evitar em pacientes com risco de suicídio ● é difícil controlar uma intoxicação por tricíclico Maurício Szczypior - FPM IV ● diminui o limiar convulsivo ● arritmia cardíaca ● estados epilépticos OBS: há também os tetracíclicos (ex: maprotilina) Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (duais) → venlafaxina, duloxetina → aumentam a NA→ aumentam tônus vascular→ problema de controle pressórico → efeitos colaterais iguais ao dos ISRS, mas com o aumento da PA → a duloxetina é muito usada para neuropatia periférica, artrose, fibromialgia – dores neuropática Atípicos → bupropiona ● efeitos colaterais: redução do limiar convulsivo ● benefícios: baixo risco de disfunção sexual e tabagismo (interessante) → agomelatina: é um agonista da melatonina ● poucos efeitos colaterais ● boa para insônia →mirtazapina ● efeito colateral benéfico: aumenta o apetite ● sedação (dose baixa); se aumentar a dose diminui o efeito sedativo ● usar em paciente que está perdendo peso ● benefícios: não causa disfunção sexual Moduladores da serotonina → a serotonina tem diversos receptores. Esse fármaco vai estimular alguns e bloquear outros → trazodona ● efeitos colaterais: sedação, priapismo (ereção peniana prolongada sem excitação sexual) (não é tão prevalente na prática) ● pode ser utilizada em casos de insônia Inibidores da MAO → tranilcipromina → causam bastantes efeitos colaterais ● efeitos colaterais: aumento da PA, evitar consumo de tiramina (cerveja, leite, queijo, vinho), que é um aminoácido precursor de monoaminas cerebrais (ex: serotonina) (paciente pode desenvolver uma síndrome serotoninérgica) Mania Quadro clínico 1) logorreia: compulsão para falar, fala muito 2) fuga de ideias: há muitas ideias, o que pode gerar uma confusão na ordem das ideias e na expressão delas; não consegue terminar de expressar 3) hipersexualidade: risco de IST aumenta, pois tem muitos parceiros 4) gastos excessivos: paciente entende que não pode frequentar qualquer lugar, não pode comer qualquer coisa, usar qualquer roupa 5) impulsividade: é um paciente que não tem freio 6) delírio de grandeza: é congruente com a história dele; “eu sou a melhor pessoa do mundo” ● paciente arrogante → tempo de aparecimento: pelo menos uma semana ou internação OBS: não confundir com hipomania! ● hipomania é a mania na ausência de prejuízo social ● paciente não interna ● ausência de sintomas psicóticos → tratamento ● hipomania, mania leve ou moderada: antipsicótico ou lítio (estabilizador do humor) ● podem ser utilizados anticonvulsivantes (ex: lamotrigina, valproato, carbamazepina) ● mania grave: antipsicótico + lítio + benzodiazepínico Transtorno bipolar → não precisa ter depressão! → se o paciente tiver um episódio de mania, já pode ser chamado de bipolar (bipolar do tipo I) Maurício Szczypior - FPM IV → hipomania + depressão (bipolar do tipo II) → distimia: depressão leve e contínua por mais de dois anos → ciclotimia: instabilidade persistente do humor por mais de dois anos Tratamento → semelhante ao tratamento da mania → antipsicótico e/ou lítio → se depressão: cuidado com o antidepressivo! ● paciente catapultar para a mania ● impulso suicida pode vir em estado de mania e tomar decisões impulsivas → quetiapina: importante ● pode ajudar a não ter a virada maníaca