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Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 1 CONTROLE DA QUALIDADE EM ANÁLISES CLÍNICAS São todas as fases, itens e procedimentos realizados no laboratório clínico, destinados a melhorar a precisão e exatidão dos laudos laboratoriais; Para isso, temos que identificar nos procedimentos pré- analíticos, analíticos e pós-analíticos, as causas que provocam as variabilidades dos resultados; É de responsabilidade do diretor do laboratório, a observação, o encontro e a eliminação das causas que determinam a variabilidade analítica. ATIVIDADES NO LABORATÓRIO CLÍNICO PROCEDIMENTOS PRÉ-ANALÍTICOS: Cadastro do cliente; Instruções de coleta; Coleta de Material; Transporte e separação da amostra; Avaliação da qualidade da amostra; Distribuição da amostra. Número, data, nome, sexo, idade Endereço, telefone, contato Nome do médico solicitante Convênio, SUS, particular Material e relação dos exames Informações e instruções sobre a coleta Jejum quando necessário Coleta de urina Coleta para cultura Coleta de fezes Coletas especiais, com aditivos Simpatia e urbanidade Coletador treinado Mostrar que o material será bem identificado Instruir o paciente no pós coleta Em caso de acidente de punção, demonstrar conhecimento Acondicionamento definido Transporte sob refrigeração ? Centrifugação em tempo especificado Identificação e instruções exatas no processo de separação e aliquotagem de amostras Fase do processo pré-analítico de maior número de troca de material, portanto devem haver instruções específicas que devem ser cumpridas Na sala de coleta Para os Laboratórios de apoio Para o Coagulograma Para o material para cultura Para o Espermograma Para a Urinálise Urinálise Urocultura Coagulograma Enzimas Dosagem de potássio Enzimas Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 2 Coagulograma Límpida? Turva? Hemolisada? Insuficiente? OBS: Deverá haver instruções de como proceder e providencias, em caso de amostras inadequadas. Para as bancadas Para o Laboratório de apoio Para geladeira ou congelador Postura Alteração da concentração de constituintes do soro com a mudança da posição deitada para ortostática Exercício Efeito do exercício severo nos constituintes selecionados do soro Álcool Aumenta: triglicerídeos gama GT ácido úrico AST e ALT; Diminui: testosterona potássio albumina. Via muscular: aumenta o CK, audolase e LDH; Morfina ou meperidina: aumenta o AST; Diuréticos: diminui potássio e sódio, aumenta cálcio Aumenta a glicose; Aumenta a creatinina e o ácido úrico; Aumenta o cortisol. Os valores dos analíticos são de 10 a 20 % maiores, no sexo masculino RECÉM NASCIDO Bilirrubina está aumentada; Leucometria aumentada; A glicose baixa; T4 maior que no adulto. CRIANÇA E ADOLESCENTE Aumenta a fosfatase alcalina; Creatinina aumenta continuamente da infância à puberdade. Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 3 COM O AUMENTO DA IDADE Diminuição de cálcio; Fósforo é diminuído no homem após os 20 anos; Colesterol e triglicerídeos aumentam 2 mg/dl por ano; Na mulher o estrogênio diminui 70% ou mais; Depuração diminuída da creatinina; Aumento da uréia; Aumento da excreção urinária de proteínas. ERROS PRÉ-ANALÍTICOS Segundo a ABNT AMN ISO/TS 22367:2009: Erro de laboratório é a falha de uma ação planejada que não se completou como foi proposta, ou o uso de um plano incorreto para alcançar uma meta, que pode ocorrer em qualquer parte do ciclo de laboratório (desde o pedido da análise até o laudo de resultados e sua interpretação e a reação aos erros). A possibilidade de os erros ocorrerem tem início no momento da solicitação do exame pelo médico, que deve ser instruído com relação à solicitação de exames, já que pedidos desnecessários podem ocasionar conclusões errôneas, condutas desnecessárias e elevação de custos no sistema de saúde. Antígeno prostático específico (PSA) em mulheres; CK-MB para diagnóstico de infarto na ausência da troponina; Screening de marcadores tumorais. A dificuldade de interpretar a lista de exames solicitados, pela caligrafia do médico, pode provocar interpretações errôneas e lançamentos de exames incorretos, retardando o cuidado do paciente. A falha poderá somente ser percebida no momento de retorno do paciente ao médico com os resultados. O médico solicitante deve ser responsável pelas instruções ao paciente quanto às condições requeridas para a realização do exame. Jejum É preconizado um período de 12 a 14h de jejum para a maioria dos exames laboratoriais (existem algumas exceções). A falta de jejum causa lipemia e turbidez no soro que pode ocasionar alterações nos resultados finais dos exames. Lipemia: Ocorre na falta do jejum ou em pacientes portadores de deslipidemias. A turvação do soro pode impossibilitar a leitura de algumas amostras sendo necessária a diluição do soro. Dieta: Manter sua dieta habitual na semana que o paciente realizará seus exames. Álcool e Fármacos: Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 4 Interferem em vários exames laboratoriais. É importante o registro dos nomes dos medicamentos que o paciente faz uso. O álcool interfere nas dosagens de glicose, triglicerídeos e GGT (perfil hepático). Garrote: Não deve permanecer mais que um minuto, pois pode causar hemoconcentração. Hemólise: LISE OU QUEBRA DAS HEMÁCIAS. Ocorre por várias causas: Coleta demorada (garrote); Passagem do sangue para o tubo sem tirar a agulha; Agulha calibrosa em veias de pequeno calibre. OBS: A hemólise representa critério de rejeição para a maioria dos exames laboratoriais.. PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS Conferir a qualidade da amostra e os exames a serem realizados, com a planilha de bancada ou cadastro; Iniciar os procedimentos técnicos para as análises; Seguir as instruções de trabalho - POP; Conferir os resultados dos controles da qualidade interno e liberar; Transcrever os resultados encontrados. PROCEDIMENTOS PÓS-ANALÍTICOS Inserção dos resultados no sistema de informática; Emitir os laudos de cada cliente; Conferir e assinar os laudos; Entregar os laudos aos clientes; Arquivar os dados brutos e as amostras, por cinco anos. FATORES PRÉ-ANALÍTICOS TIPOS DE MATERIAIS COLETADOS DURANTE A ROTINA NORMAL: Soro: plasma sem a presença do fibrinogênio , com a centrifugação retira o fibrinogênio, não usa anticoagulantes nem aditivos Plasma: colhido com anticoagulante Sangue total: colhido com anticoagulante, não separa da parte líquida da sólida, não faz centrifugação – hemograma ALGUMAS RECOMENDAÇÕES QUE DEVEM SER SEGUIDAS POR FLEBOTOMISTAS PARA MINIMIZAR AS OCORRÊNCIAS DE ERROS: Confirmar nome completo, data de nascimento e jejum; Materiais colhidos fora do laboratório devem ser devidamente identificados e só então encaminhados aos setores técnicos. Em pacientes internados, verificar identificação do bracelete ou identificação postada na entrada do quarto, nunca no leito; O transporte destes materiais devem ser feitos em maletas térmicas ou isopor com gelo. TIPOS DE PUNÇÃO Sangue capilar Pouco volume de sangue; Punção de calcanhar em crianças; Lobo da orelha ou polpa digital em adultos; Usado na dosagem de hemoglobina, glicotestes e teste do pezinho; Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 5 Venosa Veia mediana Jugular externa Dorso da mão e do pé Arterial Artéria radial Artéria femoral (Avaliação gasométrica em seringa com heparina)LOCAIS DE ESCOLHA PARA VENOPUNÇÃO No adulto, há uma preferência pelas veias da fossa antecubital, com agulha ou tubo a vácuo. A veia cubital mediana é a preferida, por ser mais grossa e fixada aos tecidos subjacentes Outras veias do antebraço podem ser puncionadas, porém são mais móveis, dificultando sua punção. Preferência por veias medianas; Pode-se optar por veias cefálicas e basílicas, apesar de serem mais propensas a hematomas Na mão, a escolha deve ser feita no arco venoso dorsal. OBS: Agulha grossa pra veia fina = estenose de vaso ÁREAS QUE DEVEM SER EVITADAS Áreas com terapias ou hidratação intravenosa de qualquer espécie; Locais com cicatrizes de queimaduras ou hematomas; Membro superior próximo ao local onde foi realizada mastectomia, cateterismo ou qualquer outro procedimento cirúrgico; Fístulas artério-venosas; Veias que já sofreram trombose. TÉCNICAS PARA EVIDENCIAÇÃO DA VEIA Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo a partir da altura do ombro; Pedir que o paciente faça movimentos suaves de abrir e fechar a mão; Posicionar o torniquete com o laço para cima a fim de evitar a contaminação da área. Aplicar o torniquete cerca de oito centímetros acima do local da punção; Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 6 Não aplicar procedimento de “bater na veia com dois dedos”, no momento da seleção venosa; Ao garrotear, pedir ao paciente para fechar a mão evidenciar a veia. Quando abre e fecha a mão: hemoconcentração que facilita a visualização das veias ANTISSEPSIA DO LOCAL DE PUNÇÃO Álcool 70% Limpar o local com um movimento circular do centro para periferia; Permitir a secagem da área por 30 segundos; Não assoprar, abanar, e não colocar nada no local da punção; Não tocar na região depois da antissepsia. COLETA À VÁCUO Atualmente é a técnica de coleta recomendada pelas normas de boas práticas de laboratório. VANTAGENS: Facilidade de manuseio; Quantidade de vácuo calibrado proporcional ao volume de sangue do paciente; Segurança do flebotomista. Adaptador é reutilizável (funciona só como suporte-sistema fechado) TUBOS USADOS NA COLETA EDTA: hemograma, hemoglobina glicada, reticulócitos, VHS CITRATO DE SÓDIO: TAP, TTPA, Fibrinogênio FLUORETO DE SÓDIO: glicose SORO: maioria dos exames: bioquímicas, hormonais, sorologias como HIV, Toxo, rubéola HEPARINA SEQUÊNCIA DE TUBOS UTILIZADOS NA COLETA À VÁCUO Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 7 Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 8 COLETA COM SERINGA É ainda usada por muitos laboratórios e constitui o método mais antigo usada para coleta de sangue. VANTAGENS: Permite visualizar o momento que atinge a veia; Permite “ajustar” a agulha na veia sem perder a mesma. DESVANTAGENS: Coleta limitada; Maior chance de erros, pois é o coletador que controla a quantidade de sangue tirada do paciente. Maior contato com sangue com o flebotomista. Escalpe – pra veia muito fina, geralmente em crianças Não pode colocar a agulha pra colocar sangue no tubo porque gera hemólise Seringa - ângulo de 30 graus, bizel pra cima, artéria: 80 graus Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 9 Todo exame bioquímico – tubo seco sem anticoagulante Sangue na lâmina – sem anticoagulante – faz contagem de células diferenciais Quando fura o paciente, dispara a cascata de coagulação CONSIDERAÇÕES SOBRE A COLETA HEMOGRAMA EDTA; Proporção do sangue com anticoagulante; Homogeneização; Esfregaços sem anticoagulante; Tubos pediátricos; TAP – TEMPO DE ATIVIDADE DA PROTROMBINA Citrato de Sódio; Coleta precisa; Atenção especial para os paciente em uso de anticoagulante. GLICOSE Quando colher em fluoreto (quando o sangue colhido demorar mais que uma hora para ser centrifugado; Quando colher em tubo sem anticoagulante; EXAMES ESPECIAIS PROLACTINA: repouso de 30 minutos; PSA: Abstinência sexual de 3 a 5 dias; CURVA GLICÊMICA OU TOTG: após a ingestão de um açúcar, colher o sangue com 30, 60, 90 e 120 minutos. CORTISOL BASAL: a coleta sanguínea deve ser feita entre 8 a 9h am. COLETA VENOSA EM CRIANÇAS Colocar a criança preferencialmente no colo do adulto; Após a escolha do braço que será realizada a punção, pedir ao acompanhante para a abraçar o outro. Prender as pernas da criança dentro das pernas do adulto. BOAS PRÁTICAS ANTES E APÓS A COLETA Deixar o álcool usado para anti-sepsia secar, antes de iniciar a punção; Puncionar a veia do paciente com a bisel voltado para cima; Verificar se a agulha está bem adaptada a seringa para evitar a formação de espuma; Não puxar o embalo da seringa com muita força e após o final da punção tirar a agulha para transferir o sangue colhido pelas paredes de tubo; Homogeneizar suavemente as amostras colhidas com anticoagulante; Não expor o material coletado a temperaturas muito elevadas; Não centrifugar a amostra para obtenção do soro antes da retração do coágulo; Orientar o paciente para que não dobre o braço, não carregue peso ou bolsa a tiracolo no mesmo lado da punção por no mínimo 30 minutos. Verificar se o paciente está sentindo-se bem ao final da coleta; Nivya Moraes P2/UC4 UNIT – AL 10 BIOSSEGURANÇA Uso obrigatório de EPI’S; Uso obrigatório do sapato fechado; Não “carregar” tubos no bolso; Não reencapar agulhas; Uso de pinças nos box das coletas; O local de trabalho deve oferecer os EPC’S necessários; QUESTÃO O AUXILIAR DE LABORATÓRIO PERGUNTA A VOCÊ, MÉDICO (RESPONSÁVEL TÉCNICO) , QUANTOS SÃO OS TUBOS NECESSÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DA COLETA DOS SEGUINTES EXAMES: HEMOGRAMA, HEMOGLOBINA GLICADA, GLICEMIA(SORO), UREIA, CREATININA, SÓDIO, POTÁSSIO, COLESTEROL E HIV I E II , ALÉM DE QUERER SABER QUAIS AS CORES DAS TAMPAS E OS ANTICOAGULANTES PRESENTES EM CADA UM? NA SUSPEITA DE QUE NÃO SERIA POSSÍVEL COLETAR MUITO SANGUE, QUAL A ORDEM DE COLETA DOS TUBOS QUE DEVE SER RESPEITADA? E MELHOR TIPO DE PUNÇÃO A SER REALIZADA? Resposta: EDTA TAMPA ROXA – HEMOGRAMA E GLICEMIA GLICADA TAMPA VERMELHA SEM ANTICOAGULANTE – PARA O RESTO ORDEM: VERMELHO SEM ANTICOAGULANTE SECO E DEPOIS O ROXO MELHOR PUNÇÃO: VENOSA