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AVALIAÇÃO DO SOMATÓTIPO 1 INÍCIO SÉC XX: Primeiras definições científicas voltadas à distinção dos diferentes tipos físicos. INDICADORES DE CLASSIFICAÇÃO: - Anatômicos; - Somáticos; - Psíquicos; -Somático-Psíquico. CORRENTES BIOTIPOLÓGICAS: - Escola Francesa - Escola Alemã - Escola Italiana CORRENTES BIOTIPOLÓGICAS 2 Corrente com base em elementos anatômicos e procura descrever 4 tipos básicos, determinados pelo predomínio das regiões cefálica, torácica ou abdominal. ESCOLA FRANCESA Sigaud, 1910 3 TIPO RESPIRATÓRIO: Tórax dominando o abdome, com predominância da porção média da face; TIPO DIGESTIVO: Abdome dominando o tórax e maior projeção da porção inferior da face. TIPO MUSCULAR: Tronco e face proporcionalmente desenvolvidos. TIPO CEREBRAL: - Predomínio dos membros, da caixa craniana e da porção superior da face. ESCOLA FRANCESA 4 Baseando-se em eventuais associações entre as incidências e os agravos de disfunções psíquicas e a forma do corpo, o psiquiatra alemão Ernst Kretschmer, em 1926, sugeriu nova classificação do tipo físico como resultado da observação dos hábitos e do caráter psíquico dos pacientes. ESCOLA ALEMÃ 5 ESCOLA ALEMÃ 1.LEPTOSSÔNICO 2.PÍCNICO 3.ATLÉTICO DISPLÁSICO 6 LEPTOSSÔNICO: Elevada estatura, magro, ombros estreitos, temperamento introvertido, distante da realidade, meta-física, com tendências à esquizofrenia. ESQUIZOFRENIA: É um transtorno psíquico severo caracterizada por: Alterações do pensamento; Alucinações (visuais, sinestésicas, e sobretudo auditivas); Delírios e alterações no contato com a realidade. Paranóia; Transtornos graves do humor (transtorno bipolar). As esquizofrenias compõem o grupo das psicoses. ESCOLA ALEMÃ 7 PÍCNICO: Elevado peso corporal, musculatura flácida, tórax e abdome largos e profundos, temperamento extrovertido, realista, espontâneo, com tendências à psicose maníaco-depressiva. PSICOSE: é um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade“: Alucinações e delírios. desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado. Paranóia. Acentuada inquietude psicomotora. Sensações de angústia intensa e opressão. Insônia severa. Falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o caráter estranho ou bizarro do comportamento. Dificuldades de interação social e em cumprir normalmente as atividades de vida diária. É uma aberração da conduta em relação aos padrões ou valores dominantes numa certa sociedade ESCOLA ALEMÃ 8 ATLÉTICO: Tipo físico harmoniosamente proporcional, esqueleto bem desenvolvido, musculoso, com temperamento que tende a evoluir para a epilepsia. EPILEPSIA É uma alteração na atividade elétrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas. Existem várias causas para a epilepsia, pois muitos fatores podem lesar os neurônios ou o modo como estes comunicam entre si. Os mais freqüentes são: - Traumatismos cranianos, provocando cicatrizes cerebrais; traumatismos de parto; certas drogas ou tóxicos; interrupção do fluxo sanguíneo cerebral causado por acidente vascular cerebral ou problemas cardiovasculares; doenças infecciosas ou tumores. ESCOLA ALEMÃ 9 Inicialmente eram 3 classificações, posteriormente passou-se a aceitar um 4º tipo físico, considerado patológico: DISPLÁSICO: Sujeito atípico, disforme, temperamento com tendência à oligofrenia. OLIGOFRENIA: constitui os casos onde a capacidade cognitiva do indivíduo - medida pelo chamado Q.I. (sigla para Quociente de inteligência) - oscila dos graus zero a noventa. Tem-se como grau de normalidade intelectual os graus de 90 a 110 (com cerca de 68% da população), acima do qual encontram-se os indivíduos considerados gênios. Sua manifestação é precoce: o bebê tem dificuldades para mamar, manifestações intempestivas e injustificáveis de gritos e choro, fisionomia apática, movimentos lentos e difíceis, considerável retardamento no aprendizado de caminhar e da fala - quando o consegue - e, mais tarde, a incapacidade de raciocínio. Há, também, o constante bom-humor e baixa imunidade. ESCOLA ALEMÃ 10 ESCOLA ITALIANA Surgida em 1933 e fundamentada em medidas antropométricas, tem como principal representante o pesquisador italiano VIOLA. Por esse método, que tem como referência a estatura, desenvolvem-se análises comparativas entre as dimensões antropométricas associadas ao tronco e aos membros e definem-se três tipos morfológicos. 11 ESCOLA ITALIANA NORMOLÍNEO: Desenvolvimento harmônico entre as dimensões do tronco e dos membros; BREVILÍNEO: Predomínio das dimensões do tronco sobre as dos membros; LONGILÍNEO: Predomínio das dimensões dos membros sobre as do tronco. 12 Com base em adaptações nos métodos propostos por Viola, Nicola Pende, outro estudioso italiano, criou novo método antropométrico de classificação do tipo físico. Por esse método, admite-se que a forma corporal é resultado de componentes genéticos (herança morfológica, fisiológica e psicológica) associados ao ambiente. ESCOLA ITALIANA 13 LONGILÍNEO ESTÊNICO: Estatura e peso corporal discretamente inferiores à média, magro, esqueleto e musculatura desenvolvidos, predomínio das dimensões do troco sobre as dos membros, crânio mesocéfalo ou braquicéfalo. LONGILÍNEO ASTÊNICO: Estatura superior ou inferior à média, peso corporal deficiente, músculos e esqueleto frágeis, predomínio das dimensões dos membros (sobretudo dos membros inferiores) sobre as do tronco, tórax e abdome achatados. ESCOLA ITALIANA 14 BREVILÍNEO ESTÊNICO: Estatura inferior à média, peso corporal elevado, esqueleto e musculatura desenvolvidos, tronco largo e maciço, membros inferiores curtos. BREVILÍNEO ASTÊNICO: Estatura superior ou inferior à média, peso corporal elevado, menores dimensões dos membros inferiores, tronco curto, abdome grande, tecido adiposo abundante, flácido, atônico. ESCOLA ITALIANA 15 Propôs a classificação do tipo físico com base na origem embrionária dos tecidos. Hipótese: Embora possam existir tipos físicos básicos, um mesmo sujeito pode apresentar simultaneamente quantidades variadas ou características comuns aos diferentes tipos físicos. SOMATÓTIPO É definido a princípio como “quantificação dos 3 componentes primários, voltados à determinação da estrutura morfológica do sujeito expresso em uma série seqüencial de 3 numerais em uma mesma ordem e separados por hífen, em que o primeiro refere-se à ENDOMORFIA, o segundo à MESOFORFIA, e o terceiro à ECTOMORFIA”. GRANDE EVOLUÇÃO Sheldon – década de 40 16 A denominação dos três componentes primários da determinação do somatótipo foi derivada das três camadas embrionárias: endoderme, mesoderme e ectoderme. ENDOMORFIA: Relaciona-se à participação da ADIPOSIDADE no estabelecimento do tipo físico. MESOMORFIA: Reflete a influência do desenvolvimento músculo-esquelético. ECTOMORFIA: Traduz o envolvimento do aspecto de linearidade relativa do tipo físico. GRANDE EVOLUÇÃO Sheldon – década de 40 17 Pontuar cada um dos componentes com uma escala de medida que oscila entre valores de 1 a 7, conforme sua predominância, limitando-se a soma dos três componentes a uma variação entre 9 e 12 pontos. DETERMINAÇÃO DO SOMATÓTIPO 18 3 PROCEDIMENTOS: Fotográfico Antropométrico Combinação de ambos MÉTODO ANTROPOMÉTRICO DE Heath-Carter 19 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 10 Medidas antropométricas: Estatura (cm) Peso corporal (kg) Espessura de dobras cutâneas (mm): Triciptal Subescapular Supra-ilíaca Perna medial Diâmetros ósseos: Biepicondilar do úmero Biepicondilar do fêmur Perímetros : Braço flexionado e tenso Perna medial 20 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Estatura (cm) e Peso corporal (kg) ESTATURA: Avaliado posicionado em pé, de forma ereta, com os membros superiores pendentes ao lado do corpo, os pés unidos e as superfícies posteriores dos calcanhares, das nádegas, da cintura escapular e da região occipital em contato com a escala de medida. No momento dedefinição da medida, o avaliado deve colocar-se em inspiração máxima, acompanhada da melhor postura corporal, o peso corporal distribuído igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientado no plano de Frankfurt paralelo ao solo procurando alcançar sua estatura máxima. 21 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Dobras Cutâneas (mm) Triciptal Subescapular Supra-ilíaca Perna medial Com exceção da medida observada na região da perna medial, devem ser realizadas como avaliado em pé, em posição ereta. 22 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Diâmetros ósseos: Biepicondilar do úmero: Avaliado sentado com o braço estendido horizontalmente à frente e à altura do ombro em flexão de 90º, a palma da mão voltada para o rosto. A medida corresponde à distância projetada entre as bordas mais extremas dos epicôndilos umeral medial e lateral. 23 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Diâmetros ósseos: Biepicondilar do fêmur: Avaliado sentado com os joelhos flexionados de modo que a perna e a coxa formem um ângulo próximo a 90º, os pés sem apoiar no solo. As pontas das hastes do compasso devem ser ajustadas e pressionadas à altura dos pontos aparentes mais mediais e laterais dos côndilos femorais. 24 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Perímetros: Braço flexionado: Avaliado em pé com braço direito elevado à frente e à altura do ombro fletidos em 90º. Com a mão esquerda segura internamente o punho direito. De modo a opor resistência a este, enquanto realiza contração isométrica máxima da musculatura flexora do braço. A medida deverá ser definida no ponto de maior circunferência perpendicular ao eixo longitudinal do braço. 25 PROTOCOLO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Perímetros: Perna medial: Avaliado em pé com posição ereta, com os membros superiores pendentes ao lado do corpo, a cabeça orientada no plano de Frankfurt e o peso corporal igualmente distribuído entre ambos os pés afastados à mesma distância dos quadris. A fita métrica deve ser posicionada à altura da região de maior volume transverso de modo que fique paralela ao solo e perpendicular ao eixo longitudinal da perna. 26 CÁLCULO DOS COMPONENTES SOMATOTIPOLÓGICOS DUAS MANEIRAS DE SE CALCULAR OS 3 COMPONENTES: Tabelas -Endomorfia: 1 a 12 -Mesomorfia: 0,5 a 9 -Ectomorfia: 0,5 a 9 2) Equações de regressão 27 CÁLCULO DOS COMPONENTES SOMATOTIPOLÓGICOS Cálculo do componente ENDOMORFO: Realizar o somatório das dobras cutâneas triciptal, subescapular e supra-ilíaca. Posteriormente faz-se uma correção deste valor mediante estratégia de proporcionalidade entre diferentes estaturas, para isso recorre-se à relação matemática: Xc = ∑dc 170,18 ESTATURA Xc = somatório das dobras cutâneas corrigido pela estatura do avaliado. ∑dc = somatório das 3 dobras cutâneas medidas nas regiões. 28 De acordo com o método tabular, para estabelecer a magnitude do componente de endomorfia o valor correspondente a Xc deverá ser lido na tabela de valores padronizados: 29 No caso de se optar pelo cálculo do componente de endomorfia mediante a utilização da equação de regressão, recorre-se ao modelo matemático: Endo = 0,1451(Xc) – 0,00068(Xc)2 + 0,0000014 (Xc)3 - 0,7182 CÁLCULO DOS COMPONENTES SOMATOTIPOLÓGICOS 30 CÁLCULO DOS COMPONENTES SOMATOTIPOLÓGICOS COMPONENTE MESOMORFO São feitos ajustes para as medidas de perímetros com o fim de minimizar a participação da gordura corporal localizada nos tecidos subcutâneos. PBTajustado = PBT – DCTR PPMajustado = PPM – DCPM PBTajustado: perímetro ajustado do braço flexionado e tenso (cm); PBT: perímetro do braço flexionado e tenso (cm); DCTR: espessura da dobra cutânea medida na região tricipital (cm); PPMajustado: perímetro ajustado de perna medial (cm); PPM: perímetro da perna medial (cm); DCPM: espessura da dobra cutânea medida na região da perna medial (cm). 31 Equação de regressão: MESO = 4,50 + 0,858 (U) + 0,601 (F) + 0,188 (PBTajustado) + 0,161 (PPMajustado) – 0,131 (Estatura) U = diâmetro biepicondilar do úmero (cm); F = diâmetro biepicondilar do fêmur (cm); Estatura = estatura (cm). CÁLCULO DOS COMPONENTES SOMATOTIPOLÓGICOS CÁLCULO DOS COMPONENTES SOMATOTIPOLÓGICOS COMPONENTE ECTOMORFO O componente ectomorfo é estabelecido com base no cálculo do índice ponderal (IP) ou na razão entre a medida de estatura expressa em cm e a raiz cúbica da medida do peso corporal em kg: IP = ESTATURA (cm) √ 3 Peso corporal (kg) 33 Com a utilização de nomograma, o índice ponderal pode ser estabelecido no cruzamento da linha transversal que une os pontos situados nas colunas laterais equivalentes às medidas da estatura e do peso corporal. 34 Ao recorrer ao método tabular, a magnitude do componente ectomorfo deverá ser estabelecida por meio da leitura da tabela de valores padronizados. No entanto, para envolver as equações de regressão, existem três possíveis opções para seu cálculo. O valor encontrado para o índice ponderal (IP) é o que deverá indicar o modelo matemático a ser empregado. Na possibilidade de IP ≥ 40,75: Ecto = (IP x 0,732) – 28,58 Se 38,25 < IP < 40,75: Ecto = (IP x 0,463) – 17,63 Contudo, se IP ≤ 38,25, admite-se o valor mínimo consignado arbitrariamente para a ectomorfia, ou seja, 0,1. CATEGORIAS DE SOMATÓTIPO Com base nos valores calculados para cada um dos componentes e de acordo com a ordem de distribuição quanto às magnitudes encontradas, torna-se possível classificar o somatótipo do avaliado em diferentes categorias. Em teoria, torna-se possível estabelecer combinações entre os três componentes, o que resulta na definição de 13 categorias do somatótipo mutuamente exclusivas. De maneira descritiva, as categorias do somatótipo são caracterizadas pelas seguintes combinações de distribuição dos componentes: ENDOMORFO BALANCEADO: A endomorfia é dominante, e a mesomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade. Exemplo: 4-2-2. MESO-ENDOMORFO: A endomorfia é dominante, e a mesomorfia é maior que a ectomorfia. Exemplo: 4-3-2. ENDOMORFO-MESOMORFO: A endomorfia e a mesomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade, e a ectomorfia é menor. Exemplo: 4-4-2. ENDO-MESOMORFO: A mesomorfia é dominante, e a endomorfia é maior que a ectomorfia. Exemplo: 3-4-2. MESOMORFO-BALANCEADO: A mesomorfia é dominante, e a endomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade. Exemplo: 2-4-2. ECTO-MESOMORFO: A mesomorfia é dominante, e a ectomorfia é maior que a endomorfia. Exemplo: 2-4-3. MESOMORFO-ECTOMORFO: A mesomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade, e a endomorfia é menor. Exemplo: 2-4-4. MESO-ECTOMORFO: A ectomorfia é dominante, e a mesomorfia é maior que a endomorfia. Exemplo: 2-3-4. ECTOMORFO-BALANCEADO: A ectomorfia é dominante, e a endomorfia e a mesomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade. Exemplo: 2-2-4. ENDO-ECTOMORFO: A ectomorfia é dominante, e a endomorfia é maior que a mesomorfia. Exemplo: 3-2-4. ENDOMORFO-ECTOMORFO: A endomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade, e a mesomorfia é menor. Exemplo: 4-2-4. ECTO-ENDOMORFO: A endomorfia é dominante, e a ectomorfia é maior que a mesomorfia. Exemplo: 4-2-3. CENTRAL: Nenhum componente difere em mais de 0,5 unidade dos outros dois componentes: trata-se apenas de valores 3 e 4. Exemplo: 3-3-3; 4-4-4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO SOMATÓTIPO COMPONENTE MESOMORFO Na seqüência, a magnitude do componente mesomorfo mediante o método tabular é estabelecida por meio da seguinte relação matemática: MESO = D 8 + 4 43