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- -1 O que é Gestão de Desempenho? Introdução Todos nós visamos a constante melhoria de desempenho pessoal e profissional. Nas organizações, o cenário é o mesmo. No entanto, como devemos avaliar a performance? E quais ferramentas poderiam suportar a avaliação de desempenho? Além de entender o processo avaliativo como importante para os objetivos de uma entidade, deve-se estender a relevância deste para o campo pessoal. Rever o que nos leva a ter determinados resultados em qualquer atividade de nossas vidas é sempre necessário, não é mesmo? Portanto, neste tema, vamos estudar o conceito, técnicas e os impactos da gestão de desempenho. Ao final desta aula, você será capaz de: • ao finalizar o tema, você será capaz de conhecer o que é a Gestão de Desempenho, compreendendo os elementos que a formam e a sua função estratégica. Conceito de Desempenho A concepção e relevância do desempenho não é nova e deve ser reconhecida como resultante das relações dos indivíduos nas organizações. Todavia, cabe ressaltar que o desempenho é, na visão de Bendassoli (2012), a união de resultado e eficiência. Para o autor, o resultado é influenciado pelo desempenho, enquanto que a eficiência é referente à avaliação do resultante do desempenho. Figura 1 - Conceituando desempenho Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Bendassoli, 2012. O conceito de gestão de desempenho, no entanto, é relativamente recente e conforme Marras (2012), trata-se de uma série de procedimentos de monitoramento constante e manejo de metas individuais e de grupo. O objetivo é gerar métricas para análise da performance dos colaboradores e de seus reflexos nos resultados de qualquer organização, seja de natureza pública, privada, associativa ou sem fins lucrativos. Importante ressaltar que a sociedade moderna é tida como a “sociedade das organizações”, pois tudo que fazemos e o porquê de fazermos gira em torno de organizações. Outro ponto que merece distinção é, para Crook et al. (2011), o fato de que o desempenho organizacional não deve ser atrelado, exclusivamente, ao aspecto financeiro, já que o ganho pecuniário pode ser apropriado por poucos indivíduos. • - -2 [CP1] [A2] A concepção de gestão do desempenho ainda é uma temática controversa, sujeita à subjetividade presente em qualquer tipo de avaliação, por vezes, tendo um contraponto relativo às métricas de estimativa de performance, o que pode vir a gerar conflitos na organização. Nesse contexto, avaliar é um desafio para a empresa, pois os resultados refletem o desempenho e, portanto, tal mensuração caracteriza um desafio enorme às instituições. A avaliação do desempenho também deve gerar retorno aos colaboradores, sendo assim, cabe aos administradores a elaboração de feedbacks. A satisfação do funcionário está intimamente conectada a resultados positivos, portanto, é indispensável comunicar à equipe sobre sua performance, bem como, elogiar e criticar, construtivamente. Por que medir o desempenho no trabalho? Quando pensamos em desempenho e na gestão do mesmo, é preciso ressaltar que a interação entre indivíduos e organização é fundamental para que se avalie os impactos positivos e negativos das ações individuais e grupais na instituição. O objetivo da medição do desempenho é verificar os pontos a serem mantidos e melhorados para maximização dos resultados das empresas. Dentre as principais razões para a aferição de performance nos postos de trabalho, destacam-se: a melhoria das contribuições individuais; a identificação de potencial; a possibilidade de vincular remuneração à performance. FIQUE ATENTO Não confunda eficiência com eficácia, são termos parecidos na escrita, geralmente andam lado a lado, mas diferentes no significado. Embora não seja uma reflexão nova, esta é uma confusão muito recorrente. Eficiência é fazer de maneira correta as coisas, enquanto que a eficácia é fazer as coisas certas. (DRUCKER, 1990). EXEMPLO A Seleção Brasileira de futebol masculino teve muitos problemas nesta última Copa do Mundo, na qual foi eliminada precocemente. Apontou-se diversas razões para a campanha do selecionado Canarinho no Mundial. No entanto, analistas de desempenho apontavam fraquezas na composição tática defensiva (com menos jogadores que o possível) e na ligação com o ataque (todo à esquerda). Será que a seleção obteria melhores resultados se a comissão técnica tivesse ouvido tais estudiosos? - -3 Figura 2 - Avaliação de desempenho Fonte: Shutterstock, 2018. Agora que entendemos as razões pelas quais devemos avaliar o desempenho, vamos conhecer a gestão de desempenho alinhada à estratégia organizacional. Gestão de desempenho alinhada à estratégia organizacional Estratégia organizacional é um tema interdisciplinar e tem origem no campo militar, em suma, a estratégia é o que se faz para atingir os objetivos, enquanto que o planejamento estratégico é o caminho para alcançá-los. Já o alinhamento estratégico demanda que os administradores conheçam metas e objetivos de todos os níveis hierárquicos e que sejam capazes de alocar os recursos humanos e financeiros conforme as necessidades da organização (PORTER, 2004). Desempenho e estratégia devem estar atrelados e, partirem da identificação dos objetivos de avaliação. Tais metas integram o sistema avaliativo e devem estar em sintonia com as necessidades das partes interessadas, contemplando aspectos de ordem financeira e de interesses internos e externos à organização (FERREIRA; OTLEY, 2009). - -4 A estratégia organizacional, cuja síntese está na figura abaixo, vinculada à gestão de desempenho, é crucial, e Le Boterf (2003, p. 21), complementa ao afirmar que “desempenho organizacional depende do conjunto das microdecisões de ação tomadas pela competência de seus profissionais”. A partir dessa concepção, podemos compreender a relação estreita entre desempenho e estratégia. Para Porter (2004), existem cinco forças competitivas responsáveis por moldarem a estratégia de uma organização, são elas: ameaças (novos entrantes e produtos substitutos), poder de barganha (clientes e fornecedores) e rivalidade entre os concorrentes. Figura 3 - As forças competitivas de Porter Fonte: adaptado de Porter, 2004. Ao relacionarmos a estratégia com o desempenho, refletimos acerca de como ambos são mutuamente influenciáveis. Como principais atribuições da avaliação de desempenho, cabe mencionar: melhora no suporte às decisões, identificação de forças e fraquezas e criação de uma cultura contínua de avaliação de desempenho (FRANCO-SANTOS; LUCIANETTI; BOURNE, 2012). FIQUE ATENTO Os objetivos devem ser identificados e estabelecidos, bem como, monitorados por meio de indicadores. Pois de nada adianta haver objetivos e metas se não houver uma série de métricas avaliativas que acompanhem o andamento das atividades previstas. Sendo assim, necessita-se da integração das ferramentas avaliativas, tanto para satisfazer às demandas internas (objetivos da organização), quanto externas (anseios do mercado). - -5 A seguir, passaremos para o tópico referente a desempenho e potencial humano. Desempenho “ potencial humanoversus” Já estudamos que existem diversas demandas para avaliação de desempenho. Todavia, outro tópico relevante para análise é referente ao potencial humano. Para facilitar nosso entendimento, compreendemos o potencial de cada indivíduo como um importante instrumento para o gestor, que ao avaliar a conjuntura, pode alocar os recursos humanos e financeiros de maneira que maximize resultados, ao extrair o melhor possível de cada colaborador. O investimento de recursos e tempo no potencial dos indivíduos é fundamental para que haja um bom desempenho, pois, a percepção de aproveitamento de seus conhecimentos, se caracteriza como motivadora para o indivíduo. Bem como, uma vez que há fortalecimento das competências individuais, o mesmo acontece com as competências coletivas (RETOUR et. al, 2011).Figura 4 - Fator humano Fonte: Shutterstock, 2018 Por fim, é notório afirmar que o potencial humano deve ser explorado ao máximo para que organização e indivíduos sejam beneficiados. A Google é uma corporação famosa pelos “20% de tempo livre” que um colaborador ganha no expediente para que trabalhe em projetos autônomos, e como grande sucesso dessa SAIBA MAIS Acerca de Estratégia, há uma gama de filmes e livros a indicar. Neste caso, a indicação é Moneyball, que retrata a jornada de Billy Beane, gerente de operações do Oakland Athletics, do beisebol americano. Na história, Beane dirige uma equipe com baixo orçamento e para competir entre os melhores, contrata um estatístico que indicava boas opções por preços abaixo do normal. Mesmo com suas limitações, o Athletics conquistou ótimos resultados e lançou o uso de estatísticas avançadas nos esportes. - -6 colaborador ganha no expediente para que trabalhe em projetos autônomos, e como grande sucesso dessa política, podemos exemplificar o Gmail, ou seja, nota-se que a empresa, ao conceder tempo para o funcionário executar uma ideia pessoal, e o empregado ao ter essa liberdade, obtiveram significativos ganhos financeiros. O investimento nos colaboradores gera ótimos resultados a todos, inclusive, aos consumidores de bens, experiências e serviços, que são a razão de existir de qualquer instituição da sociedade civil. Fechamento A gestão do desempenho de uma organização é de suma importância para que a entidade atinja os objetivos previamente estabelecidos. Para tanto, é preciso conhecer as particularidades e razões pelas quais o desempenho é satisfatório ou não, para alocar os recursos humanos e financeiros de forma a obter melhoras gerenciais, maximização dos lucros e da satisfação dos colaboradores. Os fatores que exercem influência no desempenho e seu papel determinante na estratégia organizacional são essenciais para que o colaborador entenda suas qualidades e defeitos. Tais aspectos são úteis para a vida profissional, mas também para a pessoal. Nesta unidade vimos o conceito de desempenho, a importância de medi-lo, seu alinhamento com a estratégia e suas diferenças em relação ao potencial humano. Referências BENDASSOLI, P. F. Desempenho no trabalho: Revisão da literatura. Psicologia Argumento, v. 30, n. 68, p. 171- 186, 2012. CROOK, T. Russell. et al. Does human capital matter? A meta-analysis of the relationship between human capital and firm performance. , v. 96, n. 3, p. 443-456, 2011.Journal of Applied Psychology DRUCKER, P. . São Paulo: LTC, 1990.O gestor eficaz FERREIRA, A; OTLEY, D.T. The design and use of performance management systems: An extended framework for analysis. , v. 20, n. 4, p. 263- 282, 2009.Management Accounting Research FRANCO-SANTOS, M.; LUCIANETTI, L.; BOURNE, M. Contemporary performance measurement systems: A review of their consequences and a framework for research. Management Accounting Research, v. 23, n. 2, p. 79-119, 2012. LE BOTERF, G. Porto Alegre: Artmed, 2003Desenvolvendo a competência dos profissionais. MARRAS, J. P. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.Avaliação de desempenho humano. PORTER, M. E. . Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.Estratégia competitiva RETOUR, D, et al. . Porto Alegre: Bookman, 2011.Competências coletivas no limiar da estratégia - -1 Por que gerir Desempenho? Régis Michels Nazi Introdução Compreender as variáveis que influenciam os resultados da organização é um assunto em voga na área da Administração e nessa direção, indagamos o seguinte: por que devemos gerir o desempenho? Que princípios devem nortear uma avaliação de desempenho? Por fim, é possível adequar o desempenho às demandas da empresa? Para responder aos questionamentos e refletirmos acerca do foco interdisciplinar, neste capítulo, discorreremos a partir de cinco eixos da Gestão do Desempenho: importância, princípios norteadores, desempenho adequado às necessidades organizacionais, relação com os processos de recursos humanos e avaliação entre desempenho individual e níveis de eficiência. Ao final desta aula, você será capaz de: • ao finalizar o tema, você será capaz de entender a relevância da Gestão de Desempenho para as organizações, analisando o seu impacto no ambiente organizacional. Qual é a importância da Gestão de Desempenho? Segundo Richard et al. (2009), a ideia de desempenho organizacional é multidisciplinar, podendo ser visto sob várias perspectivas e objetiva-se em avaliar o êxito das organizações em atingir as metas traçadas em certo tempo, para cada uma de suas partes interessadas. Embora estivesse por muito tempo relegada aos resultados financeiros, o desempenho passou a ter um foco mais amplo, embora o uso de métricas financeira não deva ser ignorado. A real importância do desempenho vai além dos recursos financeiros, pois está na capacidade de suportar as tomadas de decisões em prol das metas da organização (KAPLAN; NORTON, 2007). Na seção seguinte, conheceremos os princípios norteadores da Gestão de Desempenho • FIQUE ATENTO Desempenho não é somente financeiro! Embora lucratividade e produtividade sejam indicadores de suma importância para os resultados organizacionais, o desempenho abrange aspectos comparados com os resultados do exercício anterior. Também deve ser ponderado o contexto passado e atual (BERGAMINI; BERALDO, 2007). - -2 Na seção seguinte, conheceremos os princípios norteadores da Gestão de Desempenho Princípios que norteiam a Gestão de Desempenho Quando falamos em desempenho, devemos recorrer aos princípios englobados por ele, tanto a nível individual, quanto ao grupal. Podemos mencionar três dimensões base para avaliação do desempenho, que norteiam o processo: eficácia, operacional e financeira. A dimensão eficácia é a mais abrangente e conta com as metas financeiras e sociais, oriundas da interação entre organização e meio. No caso, são as partes interessadas e a sociedade civil. A operacional, por sua vez, contém aspectos tecnológicos, de inovação, produção e qualidade. Trata da associação da tecnologia disponível na empresa com a performance financeira. Já a dimensão financeira, engloba aspectos referentes a indicadores contábeis, como retorno, valor de mercado da companhia e possibilidades de ascensão (COMBS; CROOK; SHOOK, 2005). Figura 1 - Análise financeira Fonte: Dusit, Shutterstock, 2018 Tais dimensões apresentam complementariedade e não podem ser compreendidas individualmente, mas como integrantes de um processo contínuo e integrado, no qual o ocorrido em cada parte influencia as outras duas. A seguir, veremos a relação da Gestão de desempenho com as necessidades da empresa. A Gestão de Desempenho e as necessidades da empresa O alinhamento da gestão do desempenho às demandas organizacionais é um tanto óbvio, porém, deve ser concebido de maneira realista. Na concepção de Carbone (2009), para estabelecimento de parâmetros de desempenho, devem ser levados em consideração aspectos relativos à empresa, tais como: lucro, produção, qualidade e relação com consumidores. O indicador de desempenho mais utilizado nesse sentido se refere ao Balanced Scorecard (BSC). - -3 As demandas organizacionais são variantes da conjuntura na qual a organização está presente. Tal como, não deve ser analisada individualmente, mas sim compreendida como integrante de um sistema mais amplo. Figura 2 - Demandas organizacionais Fonte: Arka38, Shutterstock, 2018 Para Santos e Carneiro (2013), as instituições utilizam seus dados de performance para auxiliá-las na elaboração de estratégias competitivas. Como já vimos, as estratégias são responsáveis por nortear todo o percurso da organização para o alcance de seus objetivos. SAIBA MAIS O Balanced Scorecard (BSC) se trata de uma metodologia complementar à contabilidade da organização, por meio da elaboração e monitoramento de estratégias por meio de indicadores. Estes indicadores costumam ser de ordeminterna, de mercado, inovação e aprendizagem e financeiros. Para visualizar a ferramenta acesse: http://www.hmd.adm.br/ebooks/diversos (KAPLAN; NORTON, 2007)./Balanced%20Scorecard%20na%20Pr%C3%A1tica.pdf - -4 A seguir, passaremos para o tópico referente aos impactos da gestão do desempenho em paralelo com os procedimentos de recursos humanos. Os impactos da Gestão de Desempenho em relação aos processos de RH O impacto dos processos de recursos humanos no desempenho organizacional é inerente. No que se refere ao recrutamento e a seleção, buscam-se colaboradores que possuam conhecimentos e aptidões alinhadas com os objetivos e metas da empresa. A capacitação e o desenvolvimento dos funcionários é voltada à adequação e melhora da performance individual. A avaliação do desempenho dos indivíduos analisa a interação dos mesmos com o meio e seus impactos. Por fim, as recompensas e movimentações de pessoal são o retorno financeiro ou não ao que a pessoa gerou para a empresa, a promoção de cargo em caso de bons resultados e desligamento em casos contrários, também é atrelada ao desempenho (CHIAVENATO, 2015). Figura 3 - Foco nos atores Fonte: iQoncep, Shutterstock, 2018 Outro ponto importante para avaliação é a natureza da instituição quanto ao porte, atividade fim e localização. As variáveis externas também são essenciais para as demandas e exigências da organização. O ambiente competitivo força a organização a atuar com maior afinco na especialização e desempenho de seus colaboradores (CROOK et al., 2011). FIQUE ATENTO Voltando à estratégia, é importante não confundi-la com planejamento estratégico. Embora muitos afirmam como sendo a mesma coisa, ressaltamos que o planejamento é o caminho a ser seguido, enquanto que a estratégia é mais abrangente e engloba todas as medidas a serem tomadas para que se alcance determinado objetivo - -5 O papel da Gestão de Recursos Humanos no desempenho deve ser o de alinhar aos funcionários de forma a que desempenhem suas atribuições em consonância com a conjuntura atual. Como avaliar diferenças individuais e os níveis de eficiência funcional Avaliar performance se trata de analisar o potencial individual na empresa e para avaliação deste, Rumelhart e McClelland (1986) compreendem que competências como conhecimentos, aptidões, metas e valores individuais devem ser considerados na análise de desempenho individual, tanto pessoal, quanto profissional. É imprescindível que se entenda que as pessoas possuem diferenças entre si e que tal aspecto deve ser levado em conta na avaliação. Marras (2012), entende que há um caminho mais propício para aumento da produtividade, e observa que as habilidades humanas e o traquejo social superam talento e conhecimento. As porcentagens superiores relativas à motivação e desempenho humano constantes na Figura 4 evidenciam a importância do colaborador enquanto ser humano. Figura 4 - Caminho ideal para a produtividade Fonte: Elaborada pelo autor, 2018 Os níveis de eficiência funcional a serem considerados se tratam respectivamente de operacional, tático e EXEMPLO Um case de sucesso de adaptação, no caso um reposicionamento, de modelo de negócio é o da Havaianas. A empresa que na década de 1990 era conhecida por fabricar chinelos, se renovou como uma grife de moda de calçados. Hoje, a marca Havaianas expandiu-se e é reconhecida mundialmente por apresentar modelos dos mais variados , preços e locais de venda.designs - -6 Os níveis de eficiência funcional a serem considerados se tratam respectivamente de operacional, tático e estratégico. O primeiro se refere ao chão de fábrica e suas metas de produtividade em curto prazo; o segundo, às decisões departamentais do negócio, ou seja, supervisão do operacional e deliberações acerca de grupos a médio prazo; o estratégico, por sua vez, age em temas institucionais e diretrizes para o futuro da organização, no longo prazo (MAXIMIANO, 2012). No entanto, para avaliações nos níveis funcionais, devemos compreender os métodos de avaliação como tradicionais e modernos. Os primeiros partem de padrões preestabelecidos e rígidos, dentre suas principais técnicas, podemos mencionar a escala gráfica, escolha forçada e lista de verificação. Já os segundos, costumam ter maior flexibilidade e contam com participação significativa dos funcionários no processo. Dentre as abordagens modernas, podemos destacar a avaliação por competências, por objetivos e a mais abrangente, a 360º. Nesta última, há a possibilidade de se avaliar o desempenho por toda a organização, uma vez que todos os colaboradores são ouvidos. Por fim, ao se conhecer o que todos os membros pensam, o potencial deles e da empresa pode ser aproveitado ao máximo e com isso, gerar ganhos de produtividade e lucratividade. Fechamento A gestão do desempenho é relevante para que se compreenda as influências das ações dos indivíduos no resultado das organizações. Nesta unidade de estudo, vimos a importância da gestão do desempenho, com motivos principais para gerirmos performance. Conhecemos também os princípios de gestão do desempenho, bem como a adequação do tema às necessidades das organizações e aos processos de gestão de pessoas. Por fim, explanamos sobre a avaliação de desempenho individual e da eficiência organizacional. Referências CARBONE, P. P. . Gestão por competências e gestão por conhecimento Rio de Janeiro: FGV, 2009. CHIAVENATO, I. o capital humano das organizações 10. ed. São Paulo: Campus Elsevier,Recursos humanos: 2015. COMBS, J. G.; CROOK, R. T.; SHOOK, C. L. The dimension of organizational performance and its implications for strategic management research. In: KETCHEN, D. J.; BERGH, D. D. (Orgs.). Research Methodology in Strategy . San Diego: Elsevier, 2005.and Management CROOK, R. T.; et al. Does human capital matter? A meta-analysis of the relationship between human capital and firm performance. , v. 96, n. 3, p. 443-456, 2011.Journal of Applied Psychology KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. : balanced scorecard. A estratégia em ação 18. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. MARRAS, J. P. Rio de Janeiro: Elsevier, Avaliação de desempenho humano. MAXIMIANO, A. . São Paulo: Atlas, 2012Teoria Geral da Administração RICHARD, P. J.; et al. Measuring organizational performance: towards methodological best practice. Journal of , v. 35, n. 3, p. 718-804, 2009.Management RUMELHART, D; MCCLELLAND, J. : Explorations in the Microstructure ofParallel Distributed Processing Cognition. Boston: MIT Press, 1986 SANTOS, W; CARNEIRO, T. Inovação e desempenho organizacional: um estudo das publicações científicas da base Web of Knowledge. , v. 7, n. 4, p. 58-76, 2013.Revista Pensamento Contemporâneo em Administração - -1 Como se faz Gestão de Desempenho? Régis Michels Nazi Introdução Como já vimos, a gestão de desempenho é crucial para mensuração da performance organizacional, entretanto, precisamos saber como realizá-la adequadamente. Sendo assim, partimos de dois questionamentos: como podemos fazer a gestão do desempenho na organização? E quais ferramentas devemos utilizar para isso? Neste tema, veremos as abordagens e recursos utilizados na gestão do desempenho, como elaborar o planejamento de uma organização, elementos para a elaboração da gestão de desempenho e algumas diferenças entre avaliação e gestão do desempenho. Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer abordagens e recursos utilizados na Gestão de Desempenho e entender a importância do planejamento organizacional, distinguindo a diferença entre a Avaliação de Desempenho e a Gestão de Desempenho. Abordagens e os recursos utilizados na Gestão de Desempenho Há uma série de abordagens utilizadas para a avaliação do desempenho organizacional. Dentre essas metodologias, destacam-se: (KAPLAN; NORTON, 2007), (NEELY;Balanced Scorecard Performance Prism ADAMS, 2000), (BITITCI; TURNER, 2000), Dynamic Performance MeaseurementSystem Performance Pyramid (LYNCH; CROSS, 1991), (DIXON; NANNI; VOLLMANN, 1990) e Performance Measurement Questionnaire Plan / (MARTINS; LAUGENI, 2015).Do / Check / Act O ) é um sistema de mensuração de desempenho trabalhado sob quatro perspectivas: (BSCBalanced Scorecard financeira, dos clientes, de aprendizado, inovação organizacional e dos processos empresariais internos. Já a , como o nome sugere, expõe um prisma para o processo de avaliação de desempenho.Performance Prism Sob essa perspectiva, podemos observar um prisma (uma forma geométrica com várias faces) com cinco faces (ou lados): satisfação, capacidade e contribuição dos stakeholders, estratégias e processos. O Dynamic Performance Measeurement Systempor sua vez, refere-se a uma série de elementos que engloba diversos pontos para a avaliação de desempenho. O conjunto desta metodologia são referentes a controle e monitoramento interno e externo e revisão. A ideia desse sistema é criar condições para a implantação interna de um método sistemático para revisão de objetivos e identificação dos tópicos primordiais para melhorar o desempenho organizacional. A ideia da por sua vez, é de estabelecer uma conexão entre as estratégias,Performance Pyramid organizacionais e sua implantação. A ideia da pirâmide é adaptar os objetivos da empresa ao atendimento das reivindicações dos clientes e em um primeiro nível, definir uma concepção global de organização, que deve ser • - -2 reivindicações dos clientes e em um primeiro nível, definir uma concepção global de organização, que deve ser transformada em objetivos para cada grupo da instituição. No segundo patamar da pirâmide, as metas são referentes a aspectos financeiros e de mercado, já no terceiro, os aspectos considerados são satisfação do cliente, produtividade e flexibilidade. Por fim, no quarto nível, as métricas de desempenho se relacionam à qualidade, entrega, ciclo do tempo e às perdas. A abordagem da prevê três etapas realizadas na seguinte ordem:Performance Measurement Questionnaire coleta de dados sobre a organização, convite ao entrevistado para identificação de aspectos a serem melhorados no longo prazo e convite ao entrevistado para que ele compare o que a instituição tem de relevante e o que o sistema de avaliação de desempenho menciona. Figura 1 - PDCA Fonte: Shutterstock, 2018 Por fim, a abordagem do visa um processo constante de melhoria de desempenho dividido em quatroPDCA ininterruptas fases: planejar (plan), executar (do), verificar (check) e agir (act). Respectivamente essas etapas requerem o estabelecimento de objetivos e de tarefas para atingi-los, execução dessas tarefas, comparação das metas com o resultado e agir sobre os objetivos não atingidos. Dada a devida explanação, partimos para o tópico 2, que trata do planejamento organizacional. FIQUE ATENTO Importante ressaltar que a maior parte das metodologias de avaliação de desempenho surgiram para suprir demandas organizacionais específicas. Sendo assim, argumenta-se que elas devem ser adaptadas conforme o ambiente a ser implementada (WEGNER; MISOCSKY, 2010). - -3 Como realizar o planejamento organizacional? O planejamento organizacional visa subsidiar, por meio de procedimentos sistemáticos, nortear os movimentos da empresa para alcançar as metas e objetivos traçados. Pode ser aplicado ao , mais baixo nanível operacional hierarquia da organização, com prazos reduzidos e objetivos bem específicos. A , intermediário nanível tático entidade, de médio prazo e definições por departamento. Por fim, serve ao , que miraplanejamento estratégico o longo prazo, com propósito de abranger toda a instituição e idealizado pela alta administração. A ausência de planejamento organizacional ou seu uso incorreto, é a principal causa da mortalidade de empresas. Figura 2 - Planejamento Fonte: Shutterstock, 2018 Segundo Veiga et al, o planejamento organizacional precisa conter: previsão de vendas, necessidade de recursos humanos, projeções de fluxo de caixa, projeções de investimento de capital, projeções de análise da concorrência, clientes, fornecedores e capacidade de produção que são variáveis que estão conectadas e interferem umas nas outras (VEIGA et al., 2015, p. 210). Agora que entendemos como realizar um planejamento organizacional, vamos conhecer os elementos-chave para implantação da Gestão de Desempenho. - -4 Elementos-chave para a implantação da Gestão de Desempenho. Uma ideia reverenciada na literatura sobre desempenho e relativa aos objetivos é a abordagem SMART, que contém cinco elementos: especificidade (specific), mensurabilidade (measurable), atingível (achievable), realista (realistic) e com prazos definidos (time-bound) (SHAHIN; MAHBOD, 2007). A utilização e implantação de mecanismos de medição de desempenho para a empresa, na revisão de literatura de Galdámez, Carpinetti e Gerolamo (2009, p. 136) são: a capacidade da empresa para satisfazer as expectativas dos clientes (resultados), a capacitação das pessoas, os recursos financeiros disponíveis, a forma de coletar as informações, os métodos de processamento de infor-mações e meios utilizados para distribuir e armazenar as informações. Podemos ver algo um destes elementos em ação no exemplo a seguir. Fatores críticos para o sucesso das organizações devem ser mais explorados conforme suas necessidades, maximizados através da aplicação de elementos considerados cruciais para o desempenho organizacional. EXEMPLO Peguemos o indicador preço médio de venda (PMV). Ele possui total impacto na lucratividade e subsidia a formulação de estratégias que favoreçam a comercialização e produção do produto com melhor PMV e relegar outros. Essa poderia ser uma explicação plausível para que uma empresa de refrigerantes produza em maior escala o de guaraná ao invés do de limão e do de uva, por exemplo. - -5 Figura 3 - Chave para o sucesso Fonte: Shutterstock, 2018 Nessa seção, ressaltamos elementos importantes para a gestão do desempenho. Há diversas experiências que podem ser analisadas sob a ótica do desempenho, uma vez que métricas sobre performances sempre existiram. A seguir, passaremos para o tópico referente à distinção entre avaliação e gestão de desempenho. Diferença entre Avaliação de Desempenho e Gestão de Desempenho As ideias acerca de gestão e avaliação de desempenho são de grande valia para a melhoria da performance. No entanto, avaliação e gestão possuem uma diferença básica: a abrangência. Enquanto a avaliação de desempenho foca na medição da performance, é a gestão que define métricas e instrumentos para que ocorra essa avaliação. SAIBA MAIS Uma indicação pertinente, mesmo partindo de relatos de uma época onde não existia a noção de gestão de desempenho remete ao filme “Ford: o homem e a máquina”. A película que trata da biografia de Henry Ford mostra como ele agiu em consonância com demandas dos clientes e recursos disponíveis. A ampliação do consumo de carros através da diferenciação dos veículos em preço e design pavimentou a construção de uma das maiores corporações do mundo moderno. - -6 Figura 4 - Cooperação Fonte: Shutterstock, 2018 Galdámez, Carpinetti e Gerolamo (2009), afirmam que a implementação de técnicas de gerenciamento de desempenho entre um conjunto de empresas de determinada área pode desenvolver atributos como a cooperação e o benchmarking entre elas. Assim como, consolidar uma cultura de inovação permanente e de colaboração coletiva. Por fim, a necessidade de se medir o desempenho é que coloca a avaliação como parte integrante da gestão. Fechamento Nesta unidade de estudo, você viu metodologias de Gestão de Desempenho, como realizar o processo de planejamento organizacional, os elementos-chave para a Gestão do Desempenho e a diferença entre gestão e avaliação de desempenho. FIQUE ATENTO Benckmarking é a comparação de produtos, técnicas e serviços entre asempresas e a assimilação de ideias por parte de determinada organização. Por isso, é fundamental o monitoramento do ambiente externo, pois esse processo pode gerar insights que possam ser aplicados na instituição, na direção de melhorar o rendimento organizacional. Não confunda benchmarking com cópia, pois o termo trata de uma referência a outra mercadoria e o ato de copiar, além de ser inadequado para a gestão, é antiético. - -7 Referências BITITCI, U. S.; TURNER, T. Dynamics of performance measurement systems, International Journal of , v. 20, n. 6, p. 692-704, 2000.Operations & Production Management DIXON, J. R.; NANNI, A. J.; VOLLMANN, T. E. The New Performance Challenge Measuring Operations for . Dow Jones-Irwin, Homewood, IL, 1990.World Class Competition GALDÁMEZ, E. V. C.; CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M. C. Proposta de um sistema de avaliação do desempenho para arranjos produtivos locais. , v. 16, n. 1, p. 133-151, 2009.Gestão & Produção KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. : balanced scorecard. A estratégia em ação 18. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. LYNCH, R.; CROSS, K. Yardsticks for Continuous Improvement. Cambridge: Blackweel, 1991Measure Up! MARTINS, P. G; LAUGENI, F. . São Paulo: Saraiva, 2015Administração da Produção NEELY, A.; ADAMS, C. Perspectives on performance: the performance prism, in Bourne, M. (Ed.), Handbook of Performance Measurement, Gee Publishing, London, 2000. SHAHIN, Arash; MAHBOD, M. Ali. Prioritization of key performance indicators: an integration of analytical hierarchy process and goal setting. , v.International Journal of Productivity and Performance Management 56, n. 3, p. 226-240, 2007. VEIGA, L, et al. Planejamento organizacional como ferramenta de gestão: um estudo com os microempreendedores individuais constituídos em 2012 no município de Itajaí. , v. 1, n. 1, p.Caderno Científico 207-217, 2015. - -1 Tema 4 – Quem é responsável pela Gestão de Desempenho? Alisson Didier Nery Alves Introdução A Gestão de Desempenho vem sendo bastante desenvolvida nas organizações, passando a ser o foco principal das estratégias de gerenciamento de pessoas. Ela é a principal ferramenta de acompanhamento dos indicadores globais e individuais utilizada pelo setor de recursos humanos, já que este atua na evolução da performance e da carreira dos colaboradores da organização. Você já parou para pensar de quem é a responsabilidade por gerenciar o desempenho na empresa? Qual o papel da liderança na performance operacional? Será que a cultura organizacional influencia na performance do colaborador? Neste tema, você vai conhecer quem é responsável pela Gestão de Desempenho. Estratégias da organização ao utilizar a Gestão do Desempenho O crescente aumento nos padrões competitivos do mercado passou a exigir das organizações novos modelos de negócios, estratégias focadas na melhoria contínua na qualidade de entrega dos serviços e busca constante por inovações. Diante desse cenário, as organizações são obrigadas a investir na obtenção da vantagem competitiva como forma de assegurar o sucesso de suas operações. Para isso, utilizam mecanismos gerenciais mais eficazes que possibilitam influenciar o comportamento positivo dos colaboradores fazendo uso eficaz dos recursos disponibilizados pela companhia. Composta por um sistema que visa alinhar as estratégias organizacionais, principalmente com o setor de recursos humanos, responsável pelo desenvolvimento humano, a gestão do desempenho tem como objetivo melhorar a performance dos colaboradores. A principal ferramenta do processo é a avaliação de desempenho. É ela que irá medir as entregas e competências dos profissionais; mensurar os indicadores para promover uma série de iniciativas de desenvolvimento que possam aprimorar as oportunidades identificadas; e aperfeiçoar os pontos fortes individuais e coletivos. - -2 Figura 1 - Avaliação de desempenho Fonte: HYS_NP, Shutterstock, 2018. Um dos fatores mais importantes para o gerenciamento da empresa é a definição clara da estratégia da organização. Líderes, gestores e times operacionais precisam ter ciência dos objetivos da empresa, principalmente dos caminhos a serem percorridos para alcançá-los. Planejar a execução alinhada à estratégia possibilita à organização definir os indicadores e planejar as ações de curto, médio e longo prazos, para que a empresa esteja bem posicionada e competitiva no mercado. Para tanto, é importante que o setor de recursos humanos implante métricas de gerenciamento do comportamento, capacitando os colaboradores e os impulsionando para o alcance dos melhores resultados. Gerenciar o desempenho de maneira eficiente e eficaz é implantar e desenvolver as ações estratégicas, gerenciando-as e buscando os recursos necessários para que os objetivos sejam atingidos. Compromissos da liderança Discutir a importância da liderança nas organizações ganha um forte apelo nos dias atuais. O líder é o profissional responsável por “oxigenar” a operação de uma empresa, desenvolver os indicadores e maximizar os resultados do time. - -3 Figura 2 - O líder e suas habilidades Fonte: Grasko, Shutterstock, 2018. Como o líder desempenha esse papel? Qual a importância do líder na gestão do desempenho na organização? Primeiramente, veja alguns conceitos importantes para a compreensão do tema. Segundo Chiavenato, “liderança é a capacidade de influenciar as pessoas a fazerem aquilo que devem fazer” (2000, p. 315). O autor afirma ainda que “liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meios do processo da comunicação humana para a consecução de um determinado objetivo” (2000, p. 107). Ele também ressalta que “liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas ou grupos nos esforços para realização de objetivos em uma determinada situação” (2000, p. 89). Note que as organizações são constituídas por pessoas diferentes, que se encontram diante de diversos fatores influenciadores da motivação, tais como o ambiente organizacional, os sujeitos, os relacionamentos e a liderança. Esses fatores dinâmicos motivam o comportamento do ser humano para a alta ou a baixa performance. - -4 Figura 3 - O líder e seu time Fonte: Svyatoslav Lypynskyy, Dreamstime, 2018. A liderança é uma característica fundamental para o ambiente organizacional, por ser responsável por mensurar, avaliar e desenvolver a operação. Nas empresas, quem tem o papel de guiar e ensinar os colaboradores é o líder. Toda grande organização possui times de alta performance. Por trás de toda essa estrutura organizacional existem líderes engajados com os objetivos organizacionais. SAIBA MAIS Estenda seu conhecimento para além da teoria com o livro “As 21 irrefutáveis leis da liderança”, de John C. Maxwell (2013). Nele, o autor aproxima a prática à teoria apresentando situações que mostram como atingir o sucesso sendo um líder. Vale muito a pena a leitura! - -5 Técnica e sensibilização do avaliador Os indicadores são peças chave em uma operação e revelam muito sobre o cenário de uma empresa. São eles que auxiliam a tomada da decisão no alinhamento da performance com a estratégia organizacional. Coletar informações é papel dos gestores imediatos, pois fazem parte do processo de avaliação como avaliadores de competências e performance. Para que o processo de avaliação seja bem-sucedido, e atinja seus objetivos, a imparcialidade deve ser garantida. Todos os envolvidos devem estar engajados no desenvolvimento e execução do processo avaliativo. Avaliar serve para medir os graus de comprometimento e de participação de cada colaborador na performance da organização. Chiavenato confirma as variações na aplicabilidade das técnicas de avaliação de desempenho de uma companhia para a outra, bem como nas unidades de negócio: O Problema de avaliar o desempenho de contingentes de pessoas dentro das organizações conduziu a soluções quese transformaram em métodos de avaliações bastante populares. São os chamados métodos tradicionais de avaliação do desempenho. Esses métodos variam de uma organização para outra, pois cada organização tende a construir seu próprio sistema para avaliar o desempenho das pessoas (CHIAVENATO, 2009, p. 124). Os sistemas de avaliação de desempenho atendem aos objetivos e políticas do setor de recursos humanos, para que sejam alinhados aos objetivos globais da organização. Entre as diferentes técnicas de avaliação de desempenho está a autoavaliação, que requer do colaborador um alto senso de comprometimento e responsabilidade. Veja a seguir. Responsabilidade e engajamento individual do colaborador O processamento da verificação, da medição e do acompanhamento do desempenho é de responsabilidade do setor de recursos humanos e de outros setores da organização, dependendo da estratégia adotada. Em algumas organizações pode ser extremamente centralizado, ligado diretamente aos recursos humanos. Em outros casos é FIQUE ATENTO A avaliação de desempenho humano poderá ser aplicada por meio de diversas técnicas. Elas podem variar de organização para organização e até mesmo dentro da própria organização. Técnicas diferentes aplicadas na companhia geralmente são adotadas em unidades de negócio diferentes. - -6 organizações pode ser extremamente centralizado, ligado diretamente aos recursos humanos. Em outros casos é descentralizado, contando com a participação de outros setores. Figura 4 - Colaborador em atividade Fonte: Dmitry Kalinovsky, Shutterstock, 2018. Algumas organizações utilizam a autoavaliação como método de avaliação de desempenho. Ela é indicada para colaboradores com alto nível de maturidade intelectual. Na autoavaliação de desempenho, o colaborador preenche o questionário, avaliando-se sobre os pontos abordados. Posteriormente, o documento é direcionado ao seu superior e, juntos, ambos analisam os resultados, elaborando um plano de ação, para que os objetivos não atingidos recebam os devidos tratamentos. FIQUE ATENTO A responsabilidade pela autoavaliação de desempenho não pode ser exclusiva do colaborador, para que ele não a transforme em algo muito pessoal. Por outro lado, a autoavaliação deve ser um momento verdadeiro, para que sejam obtidos os dados mais fidedignos sobre o desempenho do colaborador. - -7 Papel da cultura organizacional Compreender a cultura organizacional é pré-requisito para a obtenção da excelência no desempenho da empresa. A cultura organizacional abrange valores e crenças que influenciam os processos, sejam eles individuais ou coletivos. Segundo Chiavenato, A cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhado por todos os membros da organização. Ela se refere ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais (CHIAVENATO, 2004, p. 165). A cultura organizacional deve garantir a identificação do colaborador com a empresa, facilitando o engajamento e o comprometimento com os resultados globais. Ela influencia diretamente no comportamento do colaborador. Para Maximiano (2000, p. 243-44), “o objetivo implícito do enfoque comportamental é fornecer instrumentos para a administração das organizações, tendo por base o conhecimento sobre o comportamento das pessoas, como indivíduos e membros de grupos”. Cabe à empresa manter as condições necessárias à alta performance do time. A forma como a cultura organizacional é desenvolvida gera impactos positivos e negativos, daí a necessidade de ela prezar o bom relacionamento e o desenvolvimento das habilidades, para manter o colaborador engajado, motivado e produtivo. Fechamento Neste tema, você aprendeu que a avaliação de desempenho é a principal ferramenta utilizada para medir a performance dos colaboradores. Ela permite mensurar dados que dão aos gestores uma visão geral dos indicadores da organização. Fatores como cultura organizacional e liderança influenciam diretamente na performance do colaborador, e na organizacional. Assim, deve-se implantar uma cultura de valorização e desenvolvimento dos colaboradores, garantindo mais engajamento na execução das tarefas. Você também verificou que a gestão do desempenho é muito mais ampla, pois o gerenciamento da performance necessita de ações estratégicas que possibilitem o engajamento de todas as unidades de negócio da empresa. EXEMPLO Parte do sucesso de uma empresa está associado à cultura organizacional. Na Netflix não é diferente. A empresa tem uma das culturas corporativas mais fascinantes do mundo, definida como sendo uma cultura de Liberdade e Responsabilidade. Segundo Patty Mccord, ex-VP da Netflix: “[...] a empresa acredita que é mais produtivo tratar seus colaboradores como adultos responsáveis do que criar uma série de regras a respeito de como eles devem se comportar” (MCCORD apud MELLO, 2018). - -8 Referências CHIAVENATO, I. : como desenhar cargos e avaliar o desempenho paraO desempenho humano nas empresas alcançar resultados. 6. ed. rev. e atual. Barueri: Manole, 2009. ________. . Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.Gestão de pessoas ________. . 2. ed compacta. Rio de Janeiro: Campus, 2000.Introdução à teoria geral da administração MAXIMIANO, A. C. A. . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.Introdução à administração MAXWELL, J. C. : siga-as e as pessoas o seguirão. Tradução AlexandreAs 21 irrefutáveis leis da liderança Martins. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2013. MELLO, F. S. H. de. A cultura da Netflix: liberdade e responsabilidade. 2018. Disponível em: <http://qulture.rocks >. Acesso em: 31/07/2018./blog/cultura-netflix-liberdade-e-responsabilidade - -1 Quanto custa gerir o desempenho (e não geri-lo)? Alisson Didier Nery Alves Introdução Muitas vezes, a gestão de desempenho deixa de proporcionar benefícios reais para a organização devido à maneira como é planejada e executada. Este cenário pode ser relacionado às ferramentas que são utilizadas para a avaliação e a mensuração das informações concretas de sua operação, deixando a desejar no quesito qualidade. Frente a isso, possivelmente você parou para pensar em quanto custa gerenciar o desempenho, não é mesmo? E como podemos medir os resultados positivos para a empresa? E quanto aos benefícios de gerenciar o desempenho humano? É isso que vamos tratar neste tema. Vamos lá? Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer a gestão de desempenho como uma forma de gerar vantagem competitiva para a empresa, avaliando como os resultados de sua aplicação podem influenciar no negócio. Aspectos essenciais no investimento financeiro e temporal Semanas ou até meses podem ser gastos na criação de um bom formulário para avaliar o time. Dependendo do tamanho da organização e da complexidade de suas atividades, esse trabalho pode ainda ser mais difícil. Não podemos esquecer que existe a etapa da aplicação da avaliação e ainda, em seguida, a extração e a análise dos dados. Ocorrido o processo e estando os documentos concluídos, em algumas ocasiões estes são simplesmente impressos e arquivados, não sendo aproveitados para qualquer outra atividade, destinando-se a apenas ocupar espaço nos arquivos da empresa. Como consequência, os colaboradores, e principalmente a gestão, perdem o conhecimento do valor dos dados extraídos, não executando com agilidade um plano de ação relacionado ao feedback sobre os pontos levantados e o que foi acordado. Isso acaba por gerar falhas em todo o processo de gerenciamento da performance, desperdiçando todo o planejamento estratégico da empresa. Os objetivos são perdidos, as atividades de desenvolvimento são esquecidas e os sentimentos de frustração e derrota dominam as salas e os corredores da companhia. • - -2 Figura 1 - Gerenciamento do tempo na gestão de desempenho Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock,2018 Tanto para os gestores como para os colaboradores, a sensação é igualmente insatisfatória: de um lado, os colaboradores não podem verificar metas e performances individuais; por outro, os gestores não conseguem observar se a performance está alinhada conforme planejada. Os problemas causados pela falta de automatização no gerenciamento da performance ainda vão além. Deixar os objetivos desalinhados pode causar grandes impactos na produtividade da empresa, por causa dos desperdícios, sejam de energia ou de recursos. As oportunidades de desenvolvimento de carreira e o tempo de retorno também são perdidos, pois o processo de feedback torna-se subutilizado. Quais as vantagens e os benefícios gerados pela gestão do desempenho? Implantar na empresa um processo de retroalimentação ágil é importante para o auxílio da tomada de decisão. Garantir o feedback sobre questões relacionadas à performance e à otimização dos resultados deve ser ágil, além de bem fundamentado e embasado, para que a empresa possa elaborar políticas de retenção de talentos, capacitação de comportamento e habilidades diante dos números apresentados. Sendo bem desenvolvido, o processo pode gerar para a organização excelentes benefícios. FIQUE ATENTO O setor de Recursos Humanos também sofre com a falta de automatização do processo de gerenciamento do desempenho, tornando difícil a utilização das informações relacionadas com a performance e o comportamento em relação aos processos de tomada de decisão. - -3 As organizações devem adotar diferentes abordagens para se manterem no mercado. Nesse quesito, as ferramentas de Gestão do Desempenho Organizacional (GDO) buscam atender às suas necessidades de informação e desempenho (BIANCHI; COSENZ; MARINKOVIĆ, 2015), sendo meios para adquirir vantagens competitivas (COCCA; ALBERTI, 2010; NEELY, 2005). Se implantadas de forma eficaz, podem aprimorar o desempenho e os resultados financeiros (ST-PIERRE; DELISLE, 2006; MUNIR AHMAD; ALASKARI, 2014; BIANCHI; COSENZ; MARINKOVIĆ, 2015). É uma preocupação das grandes organizações alinhar os colaboradores aos objetivos da empresa, além de desenvolvê-los ao longo da carreira. A principal forma de esclarecê-los quanto a isso é justamente adotando um sistema que avalie e gerencie a performance de maneira eficiente. Veja as principais vantagens disso na tabela a seguir: Figura 2 - Vantagens percebidas pelos gestores de PMEs na GDO Fonte: BELOKUROWS, 2017, p. 301. Podemos afirmar que o uso de ferramentas de gestão do desempenho organizacional proporciona efeitos EXEMPLO A avaliação de desempenho é excelente para engajar os colaboradores nas estratégias e nos objetivos da empresa. Um exemplo de implantação diversificada dessa ferramenta de avaliação é o formato de gamificação. É possível criar um game que simule a rotina da sua função, indicando os processos a serem realizados. - -4 Podemos afirmar que o uso de ferramentas de gestão do desempenho organizacional proporciona efeitos positivos na capacidade de inovação da empresa e de toda a sua operação (MALDONADO; DIAS; VARVAKIS, 2009; SAUNILA; UKKO, 2013) e também possibilita o aumento das vantagens na competitividade (COCCA; ALBERTI, 2010; HANDFIELD; NICHOLS, 2002). Um sistema de gestão de desempenho alinhado com as diretrizes é fundamental para manter a empresa competitiva em um mercado cada vez mais exigente, com novos produtos e serviços sendo criados, melhorados e entregues diariamente, atendendo às nossas necessidades. Cuidados necessários para evitar riscos e sofrer prejuízos Diante da incerteza do mercado, as organizações vêm buscando maneiras de se preparar para enfrentar os fatores que possam interferir nas decisões corporativas. Com isso, elas necessitam manter as operações alinhadas aos objetivos da empresa utilizando estratégias de gestão de riscos que, além de criar um cenário projetando o futuro da empresa, acompanham os processos importantes para minimizar os impactos das ações. Em busca de melhores desempenhos para fazer frente à competitividade da era da informação, do conhecimento e da inovação, as organizações implantam ferramentas que mensurem a performance de suas operações e elevem a performance. Gerenciar desempenho é medir e avaliar a performance do seu time, descobrir lacunas e alinhar estratégias. Essas ações buscam minimizar os riscos da tomada de decisão nas empresas. Baseada em dados e informações. Mas o que é gestão do desempenho baseada em riscos? FIQUE ATENTO A globalização e o mercado competitivo, de uma forma geral, podem impactar as operações da empresa. A gestão de risco aparece como uma alternativa que, bem utilizada pelos gestores, auxilia a tomada de decisão e pode minimizar os possíveis riscos, melhorando de forma significativa o desempenho empresarial das organizações. - -5 Figura 3 - Análise de risco Fonte: Nokz, Shutterstock, 2018 A gestão de desempenho baseada em risco é uma metodologia que busca possibilitar a execução da estratégia planejada integrando-as a gestão de desempenho e gestão de risco. Entre as organizações, existe uma tendência de buscar e encontrar soluções para integrar a gestão dos riscos corporativos e a gestão do desempenho corporativo. Mas implementar essa integração torna-se um grande desafio para as organizações que buscam resultados a todo custo. As organizações precisam entender que gerenciar desempenho é muito mais amplo do que simplesmente apresentar relatórios para a empresa. Ela é uma parte importante de como a organização vem executando sua estratégia para melhorar sua performance. Formas de avaliar os resultados da gestão de desempenho A gestão de desempenho não serve apenas para identificar e apontar o que está dando certo ou errado, o que importa é saber como explorar os resultados obtidos com as ferramentas utilizadas. Portanto, ela deve possibilitar à empresa identificar o erro e configurar um plano de ação para corrigi-lo. SAIBA MAIS Se você deseja se aprofundar sobre o conteúdo tratado neste tema, veja esta dica de livro: "Gestão estratégica do risco: referência para a tomada de riscos empresariais", de Aswth Damodaran (2009). Além de mostrar como identificar os riscos, o autor ensina quais deles devem ser explorados ou ignorados, e ainda de quais se proteger. - -6 Figura 4 - Indicadores de performance (análises) Fonte: Nata-Lia, Shutterstock, 2018 Note que ainda há muito o que fazer após a realização da avaliação do desempenho. O setor de recursos humanos e os gestores de operações vão desdobrar os resultados positivos e negativos, avaliados de maneira coletiva, em cada setor, e individualmente, com cada colaborador. Inicia-se então o processo de retroalimentação, o feedback para os colaboradores. É preciso conversar com a equipe, expor os resultados e traçar os planos de melhorias alinhados às estratégias lançadas pela alta gestão da empresa. Em tempos de alta competição, seja interna ou externa, não se pode ser superficial, independentemente da atividade ou setor de atuação, pois há uma busca pela alta produtividade. Dessa forma, a gestão de desempenho se torna um dos pilares fundamentais no direcionamento das estratégias e ações organizacionais. O desdobramento qualitativo dos dados é importante para o sucesso empresarial. Fechamento A avaliação de desempenho pode ser dispendiosa ao negócio, dependendo do direcionamento estratégico da empresa. Deve-se transformar os processos alocando recursos humanos e materiais voltados ao atendimento das demandas e à entrega dos objetivos. Frente ao mercado exigente, os colaboradores devem se atentar à performance e ao desenvolvimento profissional. Já a organização deve oferecer o necessário ao desenvolvimento do time. Resultados eficazes são obtidos com um time preparado e comprometido e uma gestão que valorize o capital humano. As organizações devem otimizar a extração e a qualificação das informações. Para isso,utilizam uma ferramenta que mensura e mede o desempenho, indica os desvios da performance e sinaliza os pontos fortes e as oportunidades de cada um, auxiliando os gestores na tomada de decisão. Referências BELOKUROWS, F. C. Vantagens e dificuldades na gestão do desempenho organizacional: percepção de gestores de PMEs brasileiras e portuguesas. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 18, p. 291-310, jan./dez. 2017. BIANCHI, C.; COSENZ, F.; MARINKOVIĆ, M. Designing dynamic performance management systems to foster SME - -7 BIANCHI, C.; COSENZ, F.; MARINKOVIĆ, M. Designing dynamic performance management systems to foster SME competitiveness according to a sustainable development perspective: evidences from a case-study. , v. 16, n. 1, p. 84-108, 2015.International Journal of Business Performance Management COCCA, P.; ALBERTI, M. A framework to assess performance measurement systems in SMEs. International , v. 59, n. 2, p. 186-200, 2010Journal of Productivity and Performance Management DAMODARAN, A. : referência para a tomada de riscos empresariais. Tradução: FélixGestão estratégica do risco Nonnenmacher. Porto Alegre: Bookman, 2009. HANDFIELD, R. B.; NICHOLS, E. L. : transforming supply chains into integrated valueSupply chain redesign systems. Upper Saddle River, NJ: FT Press, 2002. MALDONADO, M. U.; DIAS, N.; VARVAKIS, G. Managing innovation in small high-technology firms: a case study in Brazil. , v. 4, n. 2, p. 130-142, jul. 2009.Journal of Technology Management & Innovation MUNIR AHMAD, M.; ALASKARI, O. Development of assessment methodology for improving performance in SME’ s. , v. 63, n. 4, p. 477-498, 2014.International Journal of Productivity and Performance Management NEELY, A.; GREGORY, M.; PLATTS, K. Performance measurement system design: a literature review and research agenda. , v. 25, n. 12, p. 1228-1263, 2005.International Journal of Operations & Production Management SAUNILA, M.; UKKO, J. Facilitating innovation capability through performance measurement: a study of Finnish SMEs. , v. 36, n. 10, p. 991-1010, 2013.Management Research Review ST-PIERRE, J.; DELISLE, S. An expert diagnosis system for the benchmarking of SMEs’ performance. : An International Journal, v. 13, n. 1, p. 106-119, 2006.Benchmarking - -1 Benefícios da gestão de desempenho para a gestão de equipes Alisson Didier Nery Alves Introdução Vivemos em um mundo onde as mudanças ocorrem em ritmo acelerado em todos os setores da sociedade. Não é difícil conhecer casos em que pessoas ou organizações não conseguem acompanhar as demandas ou nem mesmo assimilá-las. Isso porque o cenário planejado hoje, amanhã já se mostra totalmente diferente, trazendo novas demandas, necessidades e oportunidades para serem atendidas. A constante mudança é uma característica da contemporaneidade. Por outro lado, ao abordarmos este tema no contexto empresarial, encontramos na Gestão de Pessoas, situações onde faz-se necessária a adaptação à essas novas demandas, como a necessidade de alinhar e atingir os objetivos estratégicos da organização. Mas, você já parou para pensar por que as organizações devem implementar a gestão de talento? Como mapear oportunidades e identificar benefícios na gestão de desempenho em prol do desenvolvimento dos talentos? Qual a importância do acompanhamento para o desempenho da equipe e consequente sucesso da empresa? Neste tema, vamos estudar sobre os benefícios da gestão do desempenho para o gerenciamento de times nas organizações. Ao final desta aula, você será capaz de: • entender a importância da Gestão de Desempenho para a Gestão de Equipes, compreendendo a necessidade de a liderança acompanhar o desempenho da equipe. Identificação de talentos Segundo BERGER (2004, p.233), “Talento é a combinação do conjunto de habilidades, competências e experiências necessárias para o desempenho no trabalho”. A gestão de talentos torna-se o principal compromisso do Recursos Humanos estratégico, que tem como principal objetivo, atrair e reter os profissionais mais talentosos disponíveis no mercado de trabalho. Esse compromisso surge ao mesmo tempo em que o cenário altamente competitivo exige das empresas e dos profissionais um alto nível de preparação e conhecimentos que sejam adaptáveis e focados na alta performance. Logo, as organizações têm a necessidade de encontrar os melhores talentos e encontrar as melhores soluções para que possam manter-se competitivas no mercado. Podemos identificar que as pessoas são o verdadeiro diferencial das empresas modernas, e que torna-se essencial que as organizações coloque uma fatia dos seus investimento em ações que possibilitem a retenção de seus talentos. • - -2 Figura 1 - Busca pelos melhores talentos pelas as organizações Fonte: Nonnakrit, Shutterstock, 2018 As organizações devem priorizar pela qualidade dos profissionais que fazem parte do seu quadro de colaboradores. Quanto melhor a qualidade de seu quadro de colaboradores, cria-se a tendência de maior a eficiência em suas operações, possibilitando a melhoria da performance e o atingimento dos objetivos globais. Mapeamento de gaps As empresas necessitam ter em sua estrutura organizacional, um time que seja engajado e motivado para entregar as demandas e garantir o alcance dos objetivos planejados. Para que isso aconteça, a empresa deve conhecer cada um de seus colaboradores, entender suas necessidades, seus objetivos, conhecer seus pontos fortes e identificar suas oportunidades de melhoria. É importante que durante este processo de conhecimento do colaborador, além de valorizar as qualidades individuais, torna-se necessário identificar o possível gap de competência dos profissionais. Somente dessa maneira a os líderes da empresa e o setor de Recursos Humanos poderão aturar em cima desses gaps a fim de atuar na evolução da performance individual e coletiva de seus colaboradores. Segundo Borba (1991, p, 25) “O administrador eficaz não confunde o verdadeiro problema com sintomas, cujo o tratamento resulta apenas num alivio temporário e não remove as causas.” Mas afinal, você tem alguma dúvida sobre o que é um gap de competência e sobre como identificá-lo no ambiente organizacional ou em seu time? Podemos afirmar que gap é originado de palavras inglesas, que tem sua definição ligadas a lacunas, descompasso ou até mesmo entrega em atraso, ou seja, um gap é uma lacuna existente entre a performance realizada e o resultado desejado (meta), ou uma lacuna entre as habilidades e competências essenciais para a realização de uma função ou tarefa, com as que o colaborador desenvolve – no sentido literal, uma quebra de continuidade. - -3 Figura 2 - Gap: performance x objetivos Fonte: ndoeljindoel, Shutterstock, 2018 As empresas estabelecem competências essenciais para melhorar a qualidade de do seu time de colaboradores, desde a contratação, passando por posterior, programa de treinamento e desenvolvimento. Após o estabelecimento de competências, a organização precisa identificar essas lacunas, que acarretam consequências a performance do seu time. Analisar essas lacunas irá apontar a forma como recursos disponíveis estão sendo utilizados, ao ponto de analisar se estão facilitando que os objetivos estratégicos da companhia sejam atingidos de maneira rápida e eficiente. Mas como saber identificar corretamente esses gaps? O gap é uma lacuna, é a diferença entre o objetivo (meta) e a performance realizada. Identificar os gaps existentes em seu time é uma maneira do gestor agir estrategicamente para melhorar a performance de seus colaboradores, identificando assim os principais pontos a serem atacados e desenvolvidos. Toda empresa tem lacunas, ou seja, gaps, espaços para oportunidades de melhoria. FIQUE ATENTO A análise para identificação de lacunas ou gaps é importante para o desenvolvimento da performance da empresa. São necessárias etapas para identificar problemas e tratá-loscom seu devido plano de ação. Entre as principais etapas estão: mapeamento das competências de que a empresa precisa, descobrir as competências individuais de seus colaboradores e realizar as avaliações de desempenho. - -4 Identificação de competências individuais, coletivas e organizacionais As organizações buscam identificar competências em seus colaboradores que as possibilitem manterem-se inovadoras e competitivas, segundo Prahalad (1990): Uma das consequências dos efeitos da globalização e dos avanços tecnológicos é o aumento crescente da competitividade e da complexidade das atividades de gestão de negócios. Para sobreviver nesse cenário, as empresas precisam criar e desenvolver recursos que lhes confiram diferenciais competitivos, entre os quais as competências organizacionais despontam como principais recursos de vantagem competitiva. PRAHALAD (1990, p. 03) Em um mercado altamente competitivo, com novos produtos (smartphones, impressoras 3D) novos serviços como streamings, as organizações são forçadas a encontrar soluções para garantir a competitividade. Uma das maneiras é o desenvolvimento de habilidades essenciais em seus colaboradores. Desta forma, profissionais mais capacitados executam suas tarefas com mais eficiência e eficácia. Figura 3 - Desenvolvimento de competências individuais e coletivas Fonte: Jirsak, Shutterstock, 2018 Em um mercado amplamente competitivo, o grande diferencial das empresas é o capital humano. As pessoas são a base para qualquer empresa, independentemente do tamanho e segmento em que ela atua. A empresa deve entender que é essencial perceber que as competências do seu time de colaboradores são fundamentais, elas apresentam o nível de qualidade das entregas da empresa e a qualidade do serviço ofertado, ou seja, um colaborador é também a apresentação da empresa no mercado de negócios. - -5 Benefícios da gestão de desempenho para a gestão de equipes Quando uma empresa se insere e consegue fixar seu espaço em um mercado competitivo, faz-se necessário possuir uma referência de como essa organização direciona a carreira de seus talentos. A gestão de desempenho faz parte da rotina de demandas e atividades do setor de Recursos Humanos. Este gerenciamento garante o maior alinhamento das informações e objetivos da empresa, como também é fator importante no desenvolvimento de cada colaborador. Podemos citá-la como uma das principais ferramentas de retenção de talentos organizacionais, ou seja, manter os bons funcionários na empresa. Mas quais os principais benefícios da gestão de desempenho para a gestão de times? Empresas bem sucedidas fazem uso da gestão do desempenho para mensurar a performance dos seus colaboradores. Vamos agora entender, algumas das principais vantagens da aplicabilidade da gestão do desempenho. FIQUE ATENTO Além de auxiliar os colaboradores e a gestão da empresa no direcionamento dos objetivos organizacionais, a avaliação de desempenho beneficia o departamento de recursos humanos e suas operações das empresas, possibilitando a elaboração de estratégias motivacionais e otimização da comunicação entre líderes, gestores e colaboradores e o alinhamento das estratégias e objetivos organizacionais. - -6 Figura 4 - Avaliação de desempenho: planos de melhoria continua Fonte: alphaspirit, Shutterstock, 2018 Marras (2002, p. 188) relaciona algumas das vantagens apresentadas na realização de processos para avaliar o desempenho organizacional, sendo apresentadas as seguintes: a identificação dos empregados que necessitam de aperfeiçoamento, a definição do grau de contribuição (individual ou grupal) nos resultados da empresa, o descobrimento de novos talentos na organização, a facilitação do autodesenvolvimento dos empregados, o fornecimento de feedback aos empregados, a criação de subsídios para programas de mérito, promoções e transferências. Mensurar a performance do colaborador também traz consequências para o resultado de metas e planejamento da organização. A baixa performance nas organizações é um grande problema para as organizações, pois muitos gestores sentem-se desconfortáveis ao tratar do tema, pois terão que demitir, contratar, começar novo ciclo, terão que pagar verbas rescisórias, ou seja aumento dos custos operacionais. A importância do acompanhamento de desempenho da equipe Toda organização possui diversas unidades de negócios que desempenham atividades diárias, com o objetivo de entregar as demandas planejadas para o alcance de seus resultados. No entanto, é importante frisar que o acompanhamento, controle e desenvolvimento dessas atividades seja continuo. - -7 Implantando ferramentas que proporcionem a operação o acompanhamento em tempo real, de fato, irá mostrar que está ação irá apresentar um retorno positivo para a companhia. Com uma visão geral da performance, a gestão consegue identificar em quanto tempo o objetivo será alcançado, quais os principais pontos precisam ser otimizados ou revistos para atender às expectativas da organização e tornar o negócio cada vez mais produtivo. Segundo Chiavenato (2010, p. 312), “é preciso incentivá-los continuamente a fazerem o melhor possível, a ultrapassarem o desempenho atual e a alcançarem metas e resultados desafiantes formulados para o futuro”. É por meio dos indicadores de performance que o gestor conseguirá avaliar o desempenho individual e coletivo do seu time de trabalho e, posteriormente, apresentar estes resultados à direção da empresa, apresentando respectivamente as ações realizadas para o alcance dos objetivos. Essas ferramentas valorizam e justificam o os esforços de cada colaborador dentro da organização, mostrando através dos números e gráficos, a relevância de cada indicador exposto. Fechamento Podemos definir a gestão organizacional como o conjunto de ações necessárias para o bom andamento e manutenção da competitividade de uma empresa. Este gerenciamento permite com que a empresa alcance de maneira eficaz os objetivos organizacionais. Todas as estratégias traçadas e executas, acontecem com o objetivo de auxiliar a direção da empresa, no alcance dos resultados planejados. Desde pequenas ações de ajustes de processos até a implementação de técnicas inovadoras, todas as ações devem auxiliar o alcance dos objetivos corporativos e fazer parte das funções da gestão organizacional. O gerenciamento de pessoas deve apresentar o acompanhamento da performance humana nas organizações. Esta EXEMPLO Os relatórios de performance são fundamentais em todas as áreas, segmentos e atividades. Podemos colocar como exemplo os quadros de gestão a vista, em que muitas empresas utilizam para apresentar a performance ou produção de um determinado período, com o objetivo de engajar seus colaboradores aos objetivos pré-estabelecidos. Esta é uma maneira de garantir que o gestor acompanhe o desenvolvimento do seu time. SAIBA MAIS Vamos para uma dica de leitura para ampliar o conhecimento sobre o tema. O livro As 4 Disciplinas da Execução - Garanta o Foco Nas Metas Crucialmente Importantes (2010), é uma publicação muito interessante que apresenta um conjunto de práticas e técnicas comprovadas, já testadas por inúmeras organizações na última década. Boa leitura. - -8 gerenciamento de pessoas deve apresentar o acompanhamento da performance humana nas organizações. Esta etapa é de extrema importância para a execução das atividades com qualidade e excelência. O gerenciamento do desempenho é uma importante etapa para construir estratégias mais eficazes e eficientes. É neste momento do processo que os esforços são direcionados em direção ao alcance dos objetivos determinados. Referências BERGER, L. A.; BERGER, D. R. : Creating Organizational Excellence byThe Talent Management Handbook Identifying, Developing, and Promoting Your Best People. NewYork: McGraw-Hill, 2004. COVEY,SEAN; HULING,JIM; MCCHESNEY,CHRIS. As 4 Disciplinas da Execução -Garanta o Foco Nas Metas Crucialmente Importantes. São Paulo: Elsevier, 2013. CHIAVENATO, I. : o novo papel dos recursos humanos nas Gestão de Pessoas organizações. 3.ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MARRAS, J. P. : remuneração tradicional e estratégica: elementos de estatísticaAdministração da remuneração aplicada: normas legais: benefícios. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. . The Core Competence of the Corporation Harvard Business Review. Boston, v. 68, n. 3, p. 79-91, 1990. - -1 Retenção de talentos Alisson Didier Nery Alves Introdução Com o objetivo de se tornarem competitivas, as organizações precisam investir no capital humano para poder promover mais conhecimento e inovação nos seus serviços, já que cada vez mais o sucesso de uma empresa está relacionado com a performance humana. Portanto, faz-se necessário encontrar pessoas capacitadas, que agreguem valor às atividades da empresa, promovendo um ambiente inovador focado na solução de demandas. Uma das maiores dificuldades das empresas não é só atrair talentos, mas retê-los. As empresas necessitam proporcionar aos seus colaboradores um ambiente confortável, com programas de benefícios e incentivos, que possibilitem ao colaborador expor suas capacidades, gerando novas ideias e oportunidades para eles mesmos como profissionais e também, evidentemente, para a empresa. Mas você já parou para pensar, como identificar e reter um talento dentro da organização? Quais as ações que levam a retenção do talento no ambiente de trabalho? O que seriam das organizações sem o talento humano? Neste tema, vamos estudar a importância da retenção de talentos para as organizações. Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender as vantagens de mapear os talentos, avaliando como as ações de prevenção podem evitar a perda de capital intelectual. Como utilizar a Gestão de Desempenho para reter talentos? Os profissionais contribuem para a conquista dos resultados da empresa e, por outro lado, buscam, também, a sua satisfação profissional e pessoal. Podemos classificá-los como criativos, inovadores e capazes de gerar ideias e soluções para as demandas do mercado, sendo fundamentais para a competitividade organizacional. As pessoas são diferentes e nas organizações estão ocupando funções, cargos e executando atividades diferenciadas, e, consequentemente, apresentando resultados diferentes. Surge, então, a necessidade de diferenciar os resultados dos trabalhos, sejam individuais ou coletivos, utilizando métodos que mensurem e desdobrem os resultados do trabalho. É neste momento, que podemos confirmar a necessidade e a importância da gestão de desempenho para a retenção de talentos. • - -2 Figura 1 - Avaliação da performance: planejamento de ações Fonte: Konstantin Chagin, Shutterstock, 2018 A gestão da performance cria várias oportunidades para a empresa, dentre elas podemos citar um maior conhecimento das características de cada colaborador, alinhando sua performance aos objetivos da empresa, a identificação de possíveis talentos para futuras posições e projetos na companhia, etc. Chiavenato (1999) cita que: As características principais do modelo mecanístico e tradicional eram: comando centralizado através da hierarquia e controle externo e absoluto do desempenho das pessoas; cargos definitivos com atribuições estritamente delimitadas e tarefas simples e repetitivas; regras e regulamentos para estabelecer ordem e eficiência; departamentos funcionais com objetivos específicos e orientados para sua especialidade; um modelo estático e conservador no qual não se prevê qualquer mudança ou flexibilidade. Era como se o mundo não sofresse mudanças. (CHIAVENATO, 1999, p. 314). Em síntese, o cenário demonstrado por Chiavenato é bem diferente para as empresas contemporâneas. Elas estão exigindo habilidades diferenciadas de seus colaboradores, como criatividade e inovação na solução de problemas, inteligência digital para aprender e adaptar-se aos novos aplicativos. Os colaboradores necessitam de capacitação e desenvolvimento devido às mudanças em cenários globais, para se adaptarem às novas necessidades do mercado, dos clientes, novas tecnologias e seus aplicativos, concorrência, etc. Os resultados do processo de gestão de desempenho, dão acesso a informações importantes para o direcionamento do rumo da organização, tanto às futuras substituições ou promoções de cargos, bonificações, até para o alinhamento estratégico de indicadores de performance. Esses dados são mensurados por meio de sistemas, ou manualmente, expostos na operação, normalmente, através de quadros de gestão à vista. - -3 Essa é a real importância da gestão de desempenho para identificar, motivar e reter talentos dentro de uma organização. A gestão de desempenho, sendo utilizada da maneira correta, permite estreitar laços entre empresa e colaborador, gerando maior identificação entre ambas as partes. Percepção de risco de perda Um dos fatores que estimularam o aumento na demanda pela procura e seleção de talentos foi a migração da Era Industrial para a Era da Informação, chamada também de era do conhecimento. Segundo Albertin (2000, p. 102) “o ambiente empresarial, tanto em nível mundial quanto em nacional, tem passado por inúmeras mudanças nos últimos anos, as quais têm sido diretamente relacionadas com a tecnologia de informação”. As empresas passaram a depender mais dos colaboradores, que são os detentores do capital intelectual e do talento. Anteriormente, as empresas procuravam funcionários que fossem qualificados tecnicamente. Atualmente, além dessa qualificação técnica, elas buscam profissionais com um diferencial comportamental, ou um complexo conjunto de habilidades, ou seja, buscam pessoas talentosas para a composição do seu time. Por isso, a guerra por talentos nas grandes empresas não para de crescer. Michaels (2002) confirma tal fato no comentário abaixo: A guerra por talentos começou na década de 1980 com o nascimento da Era da Informação. Com ela, a importância de bens como máquinas, fábricas e capital caiu em relação à importância de bens intangíveis como redes protegidas por patentes, marcas, capital intelectual e talento, em especial. (MICHAELS, 2002, p.27). Podemos observar a importância que as pessoas passaram a ter nas organizações. As empresas passaram a entender que mesmo com o investimento em máquinas e tecnologia, as pessoas têm uma importância impar para o sucesso da organização. Ao ponto que, por exemplo, sistemas utilizados pelas organizações são criados e operacionalizados pelas pessoas. EXEMPLO Ao final de uma das etapas da gestão de desempenho, que é a avaliação do desempenho, é recomendável que aconteça um feedback claro e objetivo envolvendo o avaliado e seu gestor imediato, visando facilitar o alinhamento e a definição dos objetivos e metas para as próximas ações. As organizações devem atentar-se que reter talentos requer uma engenharia complexa composta com doses motivacionais, recompensas, bonificações, planos de carreira, autonomia na função etc. - -4 Figura 2 - Era industrial x Era da informação: Mudança de paradigma Fonte: jannoon028, Shutterstock, 2018 O grande foco das organizações é manter profissionais talentosos, capazes de trazer inovação, excelência na entrega dos serviços, aumento da performance e consequentemente maior lucratividade para a empresa. Essa é uma premissa para as empresas da era do conhecimento: inovar processos, serviços, produtos, que busquem a melhoria contínua. A constante troca de funcionários também prejudica o desempenho da empresa. Atualmente, as pessoas abrem mão de ganhar mais para trabalharem em um ambiente mais confortável e com um clima mais positivo de trabalho. Se a organização não se esforçar para criar um bom ambiente de trabalho, a alta rotatividade irá fazer com que ela perca seus investimentos, podendo acarretar no baixo nívelde performance, comprometimento dos colaboradores e a consequente desmotivação. FIQUE ATENTO É essencial que a organização aprenda a investir em benefícios para atrair e reter talentos, mas não deve esquecer que também o ambiente de trabalho deve ser saudável e próspero. O segredo é investir na equipe. Muitas mudanças no quadro de colaboradores (conhecido como , que é a taxa de entra e saída de funcionários) provocam uma descontinuidade noturn over padrão dos processos e uma rotina de retrocesso com os colaboradores que vão sempre precisar de treinamento para iniciar as atividades. - -5 Formas de promover a manutenção do talento A principal tarefa dos gestores é manter o nível de motivação da empresa equilibrado, fazendo com que os colaboradores sintam a necessidade de fazer parte da organização. Chiavenato (1994, p. 179) cita que “a participação das pessoas na empresa depende diretamente da ideia que elas têm a respeito de como a empresa poderá ajudá-las a alcançar os seus objetivos individuais. Se as pessoas acreditam nisso, elas permanecem e contribuem”. O colaborador nunca conseguirá realizar uma performance positiva e alcançar seus objetivos sem a ajuda da organização, e consequentemente, a organização não atingirá seus objetivos sem a performance dos seus colaboradores. As organizações precisam identificar como reter seus talentos, pois de nada adianta encontrar bons profissionais e não apresentar uma empresa atrativa que consiga mantê-los. Há diversas maneiras de ser atrativo e manter um talento. A mais conhecida é a remuneração, porém, não é suficiente. Figura 3 - Remuneração como maneira de retenção de talentos Fonte: Maryna Pleshkun, Shutterstock, 2018 As organizações devem manter a conexão com seus colaboradores. Remuneração, prêmios, cotas nos lucros, bom relacionamento entre gestores e seus colaboradores, permitem e possibilitam maior garantia de vinculo, na relação empresa/colaborador. Podemos exemplificar com a teoria das necessidades de Maslow, que conforme explica Chiavenato (2014, p. 321): “as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, em uma FIQUE ATENTO “A tarefa mais importante da gerência é motivar pessoas - o recurso mais valioso da organização - para que façam o melhor possível. É função da gerência inspirar cada um e todos os funcionários, para que tenham um alto padrão de qualidade pessoal”. MOLLER (1996, p.19). As organizações necessitam de seus colaboradores para alcançar sucesso e cumprir seus objetivos. - -6 explica Chiavenato (2014, p. 321): “as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia de importância e de influência. Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas e, no topo, as necessidades de autorrealização”. Ações de prevenção à perda de capital intelectual “Na Era do conhecimento a base da excelência organizacional passou a ser o elemento humano” (CHIAVENATO, 2009, p. 01). As organizações precisam valorizar e reconhecer seus colaboradores, pois quando os colaboradores são reconhecidos há um estímulo para que se comprometam com os objetivos da empresa, executando suas atividades com mais excelência. Caso contrário, quando são oprimidos ou sofrem algum tipo de punição se sentem desestimulados. Segundo Gramigna (2005): É necessário discutir e refletir sobre os fatores que atraem um profissional em seu ambiente de trabalho. Percebemos que, nos dias atuais, a lealdade de um colaborador está atrelada a um conjunto de condições diferentes daquelas que eram valor anteriormente. Estabilidade, plano de benefícios abrangente ou possibilidade de trabalhar em uma grande corporação já não atraem tanto os talentos. (GRAMIGNA, 2002, p.5). Para que um colaborador talentoso sinta-se valorizado e motivado, é necessário que tenha as responsabilidades ampliadas, participe de treinamento, que seu capital intelectual seja colocado em desafio, receba a oportunidade de participar de projetos desafiadores, quebrar a rotina e que, principalmente, perceba que a organização está investindo em sua carreira e no seu desenvolvimento profissional. Figura 4 - Excelência humana nas organizações Fonte: Stephen Coburn, Shutterstock, 2018 Para Klein e Prusak (apud STEVVART, 1998, p.61) "a definição de capital intelectual é o material intelectual que foi formalizado, capturado e alavancado a fim de produzir um ativo de maior valor". - -7 A gestão do capital intelectual da empresa está diretamente ligada à produtividade e performance do time de colaboradores. Para sua manutenção, é necessário, ainda, investir na busca por novos conhecimentos. A empresa deve garantir o desenvolvimento dos colaboradores, identificar as novas tendências de mercado e as melhores ferramentas que possibilitem gerenciar o conhecimento na organização. Fechamento Os conhecimentos dos colaboradores e as experiências vivenciadas pela organização no mercado são alguns elementos que fazem parte da identidade da organização. O capital intelectual pode ser considerado como sendo a identidade da empresa. Investir para potencializar o capital intelectual é essencial para criar uma vantagem competitiva no mercado de negócios. Observamos que as organizações devem valorizar e potencializar seus talentos. Entendemos que a melhor maneira de se preparar e superar os desafios apresentados pelo mercado é por meio do planejamento e da otimização de políticas e processos, pois, dessa forma, é possível evitar que ocorram conflitos e/ou falhas. Vimos que a gestão e os Recursos Humanos devem estar sempre estar alinhados em prol dos melhores resultados, acompanhando a performance e o desenvolvimento dos colaboradores. Referências ALBERTIN, A. L. . Revista deO comércio eletrônico evolui e consolida-se no mercado brasileiro Administração de Empresas, v. 40, 2000. CHIAVENATO, I. . São Paulo:Gerenciando Pessoas – O Passo Decisivo Para a Administração Participativa Makron Books, 1994. ____________. . Rio de Janeiro:Gestão de Pessoas – O novo papel dos recursos humanos nas organizações Editora Campus, 1999. ____________. : o capital intelectual das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.Recursos humanos DAVIES, J.; KOURDI, J. . Dvs (Editora Digital), 2013.A Verdade Sobre o Talento MICHAELS, E.; HANDFIELD-JONES, H.; AXELROD, B. . Rio de Janeiro: Editora Campus,A Guerra pelo Talento 2002. MOLLER, C. – Maximizando a Qualidade de Produtos e Serviços Através doO Lado Humano da Qualidade Desenvolvimento das Pessoas. São Paulo: Editora Pioneira, 1996. SAIBA MAIS Para você garantir maior conhecimento sobre o gerenciamento de talentos a nossa dica de leitura é o livro A Verdade Sobre o Talento (2013), de Davies Jacqueline e Kourdi Jeremy. O livro apresenta um olhar de como as empresas gerenciam indivíduos talentosos para resistir à competitividade do mercado. Boa leitura. - -1 Planejamento e Melhoria Contínua Alisson Didier Nery Alves Introdução O processo de melhoria contínua é uma prática que está sendo adotada por diversas organizações no mundo. Ela é cada vez mais pertinente devido ao aumento da competitividade no mercado, sendo também, consequência dos reflexos das mudanças da era industrial para era da informação digital. Dessa forma, as organizações buscam atender às demandas e se adaptam a uma nova tendência. O processo de melhoria e capacitação contínua tem como principal objetivo a busca pela excelência, desde o aperfeiçoamento de produtos, serviços e processos até a qualidade na entrega dos mesmos pelos parceiros e clientes. Adotar a prática de melhoria contínua é fundamental para que uma empresa consiga performar de maneira mais eficiente, ampliar o desempenho dos seus colaboradores e, assim, fortalecer sua participação no mercado. Mas você já parou para pensar quais são os métodos, ferramentas e técnicas que podem auxiliar a empresano processo de melhoria contínua? O que as organizações aplicam para desenvolver o seu time? Como é feito o processo de avaliação desse processo? É o que será estudado neste tema. Acompanhe! Ao final desta aula, você será capaz de: • entender a importância dos Programas de Treinamentos, contribuindo com o desempenho das organizações. Definição de objetivos A melhoria contínua é uma ação que deve ser planejada com o objetivo de aumentar a performance de seus colaboradores e a eficiência das demandas solicitadas pelo mercado, buscando a satisfação de todos. Podemos afirmar que o processo de melhoria contínua resulta em ações que buscam melhorar a performance da empresa. • - -2 Uma das ações realizadas pelas organizações para ampliar as habilidades dos seus colaboradores durante o processo de promoção da melhoria contínua é a implementação dos programas de desenvolvimento de pessoal. Figura 1 - Treinamento de colaboradores Fonte: Shutterstock, 2018 O Treinamento e Desenvolvimento (T&D) é o processo que visa à promoção do conhecimento, com a finalidade de desenvolver e maximizar as habilidades e competências profissionais necessárias para a execução das demandas de trabalho. Segundo Chiavenato (2009, p. 389) “treinamento é o processo educacional focado no curto prazo e aplicado de maneira sistemática e organizada através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e competências em função de objetivos definidos”. Já Toledo (1986, p.88) afirma que “treinamento na empresa é ação de formação e capacitação de mão-de-obra, desenvolvida pela própria empresa, com vistas a suprir suas necessidades”. Podemos perceber que o treinamento pode elevar a performance do profissional e, consequentemente, da empresa, pois um time de colaboradores qualificados terá mais motivação e comprometimento para garantir a excelência da execução das atividades e, efetivamente, trazer os resultados esperados para organização. EXEMPLO O uso de um programa ou aplicativo pode melhorar os processos e trazer mais agilidade e efetividade para dentro da organização. Muitos deles auxiliam na aplicação do conhecimento para execução das tarefas, identificam ações, que antes eram executadas duplicadamente, possibilitando, assim, corrigir os gargalos na operação. Como exemplo, podemos citar o aplicativo de produtividade chamado Evernote. - -3 Planejamento do programa de treinamentos Marras (2001 p. 145) afirma que “treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”. O autor afirma ainda que a: “Formação Profissional: que tem como base, elevar o conhecimento do profissional à sua profissão para elevar o seu desempenho nas suas atividades. A Especialização: oferece a oportunidade do empregado de treinamentos voltados a uma área de conhecimento específico. E a Reciclagem: é a oportunidade de se atualizar dos conhecimentos já aprendidos na sua rotina de serviço” (2001, p. 148). Para desenvolver um programa de treinamento e desenvolvimento, é importante que o setor de Recursos Humanos compreenda a estratégia da empresa e saiba claramente quais são os objetivos organizacionais. Figura 2 - Programa de treinamento Fonte: Chiavenato (2010 p. 400) Após a definição dos objetivos e das estratégias, a organização deve definir quando e como executar os planos e avaliar o seu desenvolvimento. - -4 Figura 3 - Planejamento de treinamento e desenvolvimento Fonte: Trueffelpix, Shutterstock, 2018 Fazer o levantamento das necessidades de treinamento e desenvolvimento da empresa é uma ação fundamental para a organização poder performar de maneira evolutiva e, também, para garantir que sejam colocadas em prática as políticas de melhoria contínua da companhia, em suma, é um processo de diagnóstico de necessidade. É preciso que o setor de Recursos Humanos mantenha a atenção ao observar as demandas do mercado e da organização para, dessa forma, poder diferenciar os tipos de necessidade. A questão pode envolver: melhoria de performance da liderança, melhoria no atendimento dos consultores ou, até mesmo, revisão de procedimentos internos, por exemplo. FIQUE ATENTO Por meio desse diagnóstico de necessidade que os gestores da área e os líderes da operação observam melhor a organização e buscam responder alguns questionamentos para alinhar o programa de treinamento. Algumas das perguntas que devem ser feitas são: quais são os objetivos corporativos? Quais são as competências essenciais a serem desenvolvidas? Quais problemas devem ser solucionados por meio de treinamento? E por fim, quais são os resultados esperados? - -5 Cuidados na implantação de Programa de Treinamentos e Plano de Desenvolvimento Individual Segundo Chiavenato (2009, p. 368) “o treinamento é um processo cíclico e contínuo composto de quatro etapas: diagnóstico, desenho, implementação e avaliação”. Essas etapas são, na realidade, as quatro etapas do treinamento. O treinamento e o desenvolvimento são processos com o objetivo de investimento no capital humano da organização, eles devem promover crescimento e desenvolvimento pessoal profissional, ampliar as habilidades individuais e coletivas. O objetivo é que, por meio dos processos, os colaboradores consigam desenvolver novas habilidades e modifiquem seu comportamento, caso necessário, garantindo maior eficiência. Realizar treinamentos não é apenas uma ação de transmitir informações aos colaboradores, mas sim, um processo contínuo de aperfeiçoamento e desenvolvimento. Elaboração de treinamentos e ações de capacitação A tecnologia modifica as rotinas, a condução, a implementação e a execução do programa de treinamento nas organizações. Para garantir a transmissão das informações e desenvolver as habilidades necessárias, existem diferentes técnicas que garantem esse desenvolvimento. Segundo Chiavenato (2010, p. 379 e 380) as técnicas mais utilizadas são: leitura: mais utilizada para transmitir informação, ou seja, o instrutor faz a leitura do conteúdo e os treinandos escutam com atenção; instrução programada: não conta com a presença de um instrutor, são testados os conhecimentos por meio de questões para avaliar o conhecimento do instruído. treinamento em classe: executado fora do ambiente de trabalho, possui um instrutor para repassar as SAIBA MAIS Para você conhecer um pouco mais sobre treinamento e desenvolvimento, a dica de leitura fica por conta do livro Treinamento e Desenvolvimento com Foco Em Educação Corporativa (2018) de Roberto Madruga (editora Saraiva). A publicação apresenta as mais modernas técnicas e didáticas para implementar nos treinamentos, como elaborar um planejamento e a identificação das necessidades. - -6 treinamento em classe: executado fora do ambiente de trabalho, possui um instrutor para repassar as informações aos participantes. Pode ser considerada a técnica mais utilizada nas organizações. computer-based training (CBT): utiliza tecnologia fazendo uso dos games, que realizam simulações das fases, por exemplo, do ciclo de vendas da empresa, mas também podem ser utilizadas as videoaulas, dentre outros métodos. e learning: faz uso da internet para entregar e aumentar o conteúdo; possui grande diferencial por massificar e ampliar os materiais didáticos. O treinamento pode ser aplicado de várias maneiras ao colaborador, tais como: no posto de trabalho (também conhecido como ), pelo telefone ou via internet. Várias plataformas e técnicas são utilizadas paraon the job auxiliar os profissionais na transmissão de conteúdo e das informações necessárias para desenvolver as habilidades solicitadas no programa de treinamento. Figura 4 - Classificação da tecnologia educacional de treinamento Fonte: Chiavenato, 2010, p. 380 Agora que identificamos as ferramentas e técnicasdisponíveis para modificar e impactar nos programas de treinamento, vamos estudar como as organizações mensuram seus resultados. Revisão do progresso pela Avaliação de Desempenho e Feedback Existe a necessidade de avaliar os resultados do treinamento aplicado, identificando a aquisição de novas habilidades e competências, conforme o conteúdo aplicado. É essa aquisição, por parte dos colaboradores, que irá agregar valor competitivo para a organização e, consequentemente, ampliar a carreira do colaborador. A organização precisa avaliar os resultados das ações realizadas, já que o programa de treinamento pode ter sido - -7 A organização precisa avaliar os resultados das ações realizadas, já que o programa de treinamento pode ter sido executado conforme o planejado, mas não necessariamente essa execução irá gerar resultados transformadores para a empresa. O setor de Recursos Humanos também deve estar preparado a avaliação dos treinamentos realizados, pois o setor de RH avalia os resultados por meio do feedback dos seus clientes internos. Chiavenato (2010, p. 382) sugere quatro níveis de resultados, são eles: a reação (medição da satisfação do participante), o aprendizado (identificar se o participante adquiriu novos conhecimentos e habilidades quanto ao nível de aprendizagem), o desempenho (avalia o impacto do trabalho e sua execução) e o resultado (medir o impacto do treinamento). O setor deve questionar se o treinamento conseguiu modificar o comportamento dos colaboradores ou se produziu resultados alinhados em relação aos objetivos da organização. Os treinamentos devem ser contínuos e as avaliações da performance realizadas ao longo do tempo, sendo assim, a organização poderá observar os efeitos positivos da realização do T&D. Para elaborar um bom planejamento de treinamentos e capacitações, é importante ter atenção ao levantamento de necessidades de treinamento e procurar identificar as demandas da corporação. É a partir daí, que a organização poderá desenvolver um planejamento efetivo e que facilitará os processos de execução. Fechamento Com a implementação do processo de melhoria contínua, podemos observar que as empresas podem alcançar excelentes resultados em suas operações. É possível, por exemplo, melhorar a performance dos seus vendedores e a satisfação com o atendimento oferecido aos seus clientes e, ao mesmo tempo, diminuir os custos com o desperdício de recursos. Todos os resultados vão depender dos tipos de ferramentas que a organização irá utilizar, como irá aplicá-las e, principalmente, como será feito o acompanhamento da performance. A prática da capacitação irá elevar a performance da organização e de seus colaboradores. Esse é o caminho para gerar valor competitivo e posicionar sua empresa diante dos desafios com os concorrentes de mercado, pois a empresa estará em constante alinhamento e revisão dos seus processos. Dessa forma, os clientes terão mais confiança na empresa e, consequentemente, vão optar por ela quando pensarem em adquirir um produto ou serviço. Referências CHIAVENATO, I. : O capital das organizações. 9 ed. RevistaRecursos Humanos e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. CHIAVENATO, I. : O capital das organizações. 3 ed. RevistaGestão de Pessoas FIQUE ATENTO O ideal é utilizar mais de uma estratégia, garantindo maior amplitude dos efeitos gerados pelo treinamento na operação da empresa. Outro ponto importante é saber que o desenvolvimento está incluído no processo, mas ele tem mais um caráter de longo prazo, pois é difícil um programa de desenvolvimento trazer resultados imediatos. - -8 CHIAVENATO, I. : O capital das organizações. 3 ed. RevistaGestão de Pessoas e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. DONALD, K. : The Four Leveis, San Francisco, Ber- rett-Koehler, 1998.Evaluating Training Programs MADRUGA, R. Treinamento e Desenvolvimento com Foco Em Educação Corporativa, (2018) ed Saraiva. MARRAS, P.J. : do Operacional ao Estratégico. 4. ed. São Paulo: Futura,Administração de recursos humanos 2001. TOLEDO, F. : crises e mudanças. São Paulo: Atlas, 1986.Recursos Humanos - -1 Remuneração e reconhecimento Alisson Didier Nery Alves Introdução Sabemos da necessidade de associar motivação e engajamento. Ambos estão intimamente relacionados à satisfação e performance individual, mas, quando os aplicamos a programas de recompensa e incentivo, é difícil achar algum que ultrapasse os tradicionais elementos de remuneração, como salários, bônus e benefícios. As organizações devem entender que reconhecimento é mais do que salário, incluindo fatores tangíveis e intangíveis (oportunidades de carreira, clima e cultura organizacional etc.). É preciso observar o que efetivamente irá motivar, e não só mover, as pessoas na busca de objetivos. Como alinhar desempenho e remuneração? Como fazer o reconhecimento não financeiro da performance dos colaboradores? Quais as principais formas de estimular engajamento da equipe? Entenderemos estas questões ao longo deste tema. Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • demonstrar a correlação entre desempenho e remuneração, avaliando as formas de reconhecimento e valorização do profissional. Remuneração por desempenho A remuneração por desempenho aparece como uma alternativa estratégica para atender aos requisitos de um novo mercado, em que as organizações passaram a depender de um envolvimento e comprometimento maior dos seus colaboradores para atingir seus objetivos estratégicos e se manterem competitivas. Para Wood Junior (2011, p. 37) “não faz sentido recompensar a contribuição individual ou coletiva apenas com base em descrições de atividades e definição de responsabilidades”, ou seja, as organizações podem recompensar por meio das habilidades. Segundo Nóbrega (2003, p. 111), a remuneração por desempenho pretende recompensar performances superiores e estabelecer para os empregados a relação de causalidade entre o desempenho individual e o da organização. • - -2 Com a globalização, a concorrência entre as organizações tornou-se mais acirrada, surgindo, assim, a necessidade de fatores que as diferenciem uma das outras. Nesse sentido, alinhar os objetivos e interesses da corporação ao de seus colaboradores pode ser um diferencial competitivo, devido ao seu valor agregado. Uma das maneiras encontradas para manter os colaboradores engajados é a forma de remuneração oferecida a eles. Com o passar do tempo, os modelos aplicados pelas organizações tornaram-se ultrapassados. Assim, houve a busca de novas maneiras de remunerar, fazendo com que, atualmente, as empresas remuneram de diversas formas: por competência, habilidades, projetos etc. Entenda que apenas a remuneração fixa não seduz mais o profissional. Figura 1 - Salário como remuneração Fonte: arka38, Shutterstock, 2018. As pessoas procuram por empresas que compartilhem da mesma cultura que elas, mas também que ofereçam novas perspectivas de ganhos. Assim, a remuneração de desempenho tem um papel importante nas organizações, porque auxilia o monitoramento e desdobramento das metas. EXEMPLO Podemos afirmar que a remuneração por desempenho é uma das ferramentas para explorar a alta dos colaboradores de uma organização. Para exemplificar, considere queperformance uma gerente comercial tem sua remuneração elaborada a partir dos indicadores atingidos. Assim, alcançando 50 % do objetivo, ganha R$ 2.000,00; com 80%, ganha R$ 3.000,00; e ao superar as expectativas em 120%, tem ganhos em torno de R$ 4.500,00. - -3 Por que estabelecer medidas de desempenho? Todas as operações de uma empresa precisam, de alguma forma, ser medidas e avaliadas. A medição do desempenho se dá por meio de indicadores, que podem ser considerados pré-requisito para auxiliar o processo de melhoria contínua nas operações. Segundo Chiavenato (2009 p. 258), “as práticas de avaliação do desempenho não são novas. Desde que uma pessoadeu emprego a outra, seu trabalho passou a ser avaliado em termos de relação de custo e benefício”. Assim, medir o desempenho é o processo de quantificar a ação e execução das atividades operacionais alinhando- o com os objetivos da empresa. Trata-se de uma ferramenta importante para o gerenciamento visando sucesso, porém não é apenas uma boa prática de gestão, mas uma ação fundamental para saber se a empresa está no caminho planejado. Além disso, é indispensável para identificar o quanto ainda falta para alcançar os objetivos e, desta forma, realizar os ajustes necessários. Figura 2 - Medidas de desempenho Fonte: everything possible, Shutterstock, 2018. Perceba que toda organização deve formular uma estratégia de crescimento baseada em dados confiáveis e seguros. Essa estratégia define não somente aonde a empresa quer chegar, mas também quais os meios que serão utilizados para percorrer o caminho necessário para alcançar os objetivos. Assim, é preciso que, continuamente, a empresa identifique o quanto sua operação está mais próxima do objetivo. FIQUE ATENTO É necessário medir o desempenho da empresa, pois é dessa forma que os investidores, gestores e diretores identificam se o trabalho que está sendo executado é, de fato, o que irá conduzir a empresa aos objetivos desejados. O desempenho medido não serve apenas como mera informação, mas, a partir das informações obtidas, deve iniciar um processo contínuo de melhoria. - -4 Como alinhar desempenho diferenciado e remuneração A chave para a remuneração efetiva é, primeiro, avaliar e medir a cultura da organização e, depois, alinhá-la aos seus objetivos estratégicos. Além disso, a empresa precisa entender qual o perfil dos colaboradores que deseja em seu quadro de funcionários, uma vez que, para obter sucesso, é preciso alinhar os objetivos das pessoas ao da organização. Os profissionais levam muito em consideração o salário em suas decisões, o grande desafio das empresas está em definir qual remuneração é mais adequada seguindo a filosofia da organização e a que melhor se enquadra em seu quadro funcional, pois é um elo entre os dois interessados (TRINDADE et al, 2011, p. 3). Após essa análise, a contratação dos colaboradores, a especificação dos objetivos e a definição das suas responsabilidades, a empresa poderá estabelecer programas de remuneração alinhados ao desempenho. Figura 3 - Desempenho versus remuneração Fonte: Romariolen, Shutterstock, 2018. Saiba que há outros fatores que interferem na motivação das pessoas, como os benefícios (ou vantagens adicionais) criados para premiar o desempenho de seus colaboradores, por exemplo: viagens, ingressos para eventos, dentre outros, conforme veremos a seguir. SAIBA MAIS Para conhecer mais sobre as práticas de remuneração nas organizações, sugerimos a leitura do texto Remuneração, incentivos e benefícios, de Francisco Lacombe (2011). Nele, o autor apresenta como a remuneração e o pacote de benefícios atingem as organizações e impactam na dos seus colaboradores.performance - -5 Reconhecimento não financeiro da alta performance Em tempos de crise, em que as oportunidades estão cada vez mais escassas e as empresas estão tentando reduzir seus custos operacionais, ações de promoção ou a possibilidade de aumento de salário tornam-se cada vez mais difíceis. Se não existem recursos suficientes para melhorar salários, como as empresas podem reter e recrutar bons colaboradores? Figura 4 - Reconhecimento do colaborador Fonte: Nando Machado, Shutterstock, 2018. Segundo Armstrong (2007, p. 34), estudos sobre a diferenciação entre recompensas financeiras e não financeiras abordam as formas de recompensas sob a perspectiva individual ou de equipe. Eles classificam as recompensas não financeiras em dois grupos: com foco na aprendizagem/desenvolvimento e no ambiente de trabalho. Muitos colaboradores passaram a deixar de lado os altos salários para focar no desenvolvimento. A satisfação e a motivação do colaborador têm, cada vez mais, se afastado das remunerações financeiras e estão muito mais relacionadas à qualidade de vida. Formas de estimular o engajamento da equipe Existem vários fatores que influenciam no sucesso de uma empresa, mas o engajamento de equipe é um dos principais motivos para o êxito da organização. Um profissional engajado sente-se realizado no exercício de suas funções, logo, vai tentar executá-las de maneira eficiente, buscando a evolução da performance, minimizando os impactos. Neto et al (2013, p.13) afirmam que as organizações devem criar condições [clima organizacional, benefícios, oportunidades de carreira], - -6 as organizações devem criar condições [clima organizacional, benefícios, oportunidades de carreira], visando promover um melhor engajamento conforme pressupostos da gestão do conhecimento, sendo aberta ao diálogo entre colaboradores e gerentes e com a compatibilidade dos objetivos pessoais e corporativos. As formas de engajamento podem variar desde a criação de ambientes de interação social entre os colegas, para incentivar a interação entre as pessoas e criar um ambiente agradável, passando por programas que incentivem a busca de capacitação das pessoas para participar de processos seletivos internos e até por premiações pontuais, utilizando campanhas para engajar os colaboradores a atingir um determinado resultado. Ter profissionais engajados, que vivem experiências positivas nas organizações e executam suas demandas com entusiasmo, traz benefícios à empresa. Assim, aquelas que investem nos recursos de trabalho ganham profissionais com elevados níveis de desempenho, envolvidos com o trabalho e responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento profissional. Fechamento Observamos que os caminhos que levam à eficiência e produtividade passam pelo empoderamento dos , pelo trabalho em equipe e pela liderança. Tratam-se de parâmetros de uma estratégia paracolaboradores engajar os colaboradores com orgulho em pertencer a uma empresa. Este tipo de perfil pode gerar ações assertivas na produtividade de uma organização. O colaborador precisa ter a certeza de que o ambiente organizacional é formatado por políticas que ofereçam bonificações do seu trabalho por meio de sua , proporcionando abertura para oportunidades deperformance carreira. É importante que os colaboradores entendam o quanto são indispensáveis para a organização. Isso inclui deixá-los cientes das características que levaram a sua contratação e como a empresa espera que elas sejam utilizadas para atingir resultados. Referências ARMSTRONG, M. Recognition schemes. In: . A handbook of employee reward management and practice 2. ed. Londres: Kogan Page, 2007. CHIAVENATO, I. 6 ed. Ed. comp. São Paulo: Atlas 2009.Recursos humanos. LACOMBE, F. . Edição Digital. Saraiva, 2011.Remuneração, incentivos e benefícios FIQUE ATENTO A relação de interdependência entre pessoas e organização passou a proporcionar grandes mudanças na estrutura da organização, sejam físicas ou intelectuais. Podemos citar como exemplo a evolução do departamento de pessoal para gestão estratégica de pessoas. O setor de recursos humanos deixou de ser apenas um setor burocrático, tornando-se estratégico de negócios, atuando como uma consultoria interna, alinhando pessoas e performance. - -7 CHIAVENATO, I. 6 ed. Ed. comp. São Paulo: Atlas 2009.Recursos humanos. LACOMBE, F. . Edição Digital. Saraiva, 2011.Remuneração, incentivos e benefícios NETO, A. P.; RODRIGUES, L. S.; MOURA, E. O.; BATISTA, P. P. B. A Gestão de Pessoas com foco no engajamento organizacional dos colaboradores de uma Empresa Bancária – UFPB. Congresso Nacional de Excelência de Gestão. 9. PB, 20 a 22 jun. 2013. Disponível em: <Anais... http://www.inovarse.org/filebrowser/download >. Acesso em: 27 ago. 2018./15739 TRINDADE, C. et al. Até onde os benefícios influenciam a permanência do funcionário na empresa? Revista. n. 4. Ago/Dez, 2010. Disponível em: <Eletrônica dos Cursos de Administração e Ciências Contábeis >.http://www.opet.com.br/faculdade/revista-cc-adm/pdf/n4/ATE-ONDE-OS-BENEFICIOS-INFLUENCIAM.pdf Acesso em: 26 ago. 2018. WOOD JUNIOR, T.; PICARELLI FILHO, V. : a nova vantagem competitiva. 3. ed. SãoRemuneração estratégica Paulo: Atlas, 2011. - -1 Renovação funcional e rotatividade Introdução Um dos maiores problemas que as organizações enfrentam, é a baixa performance de colaboradores. Podemos relacioná-la a diversos fatores como excesso de atividades, gestão ineficiente, exaustão, estresse, entre outros. Um time precisa de acompanhamento e desenvolvimento continuo, para garantir a execução das atividades de maneira equilibrada e com foco nos resultados a serem alcançados. Ter na organização uma equipe alinhada não é tarefa das mais fáceis, mas você já parou para pensar como as empresas identificam a performance de seus colaboradores? Quais são as ações e impactos que acontecem quando identificamos a baixa performance? Como a empresa deve agir para elevar a performance? Veremos agora. Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a necessidade de renovação funcional, analisando as consequências da avaliação de desempenho. Identificação das causas de baixa performance na equipe Para identificar as causas da baixa performance, os gestores devem perceber que existem diversos perfis profissionais dentro dos grupos, times e equipes da empresa. Cada pessoa possui características e expectativas diferentes, reagindo de maneiras diferentes diante das situações. Carvalho e Serafim conceituam “produtividade no trabalho como o processo que procura obter, a partir do potencial do empregado motivado, o máximo de sua capacidade com o mínimo de tempo e esforço” (CARVALHO; SERAFIM, 2011, p. 161). Por outro lado, os gestores identificam que nem sempre será possível a formação de um time de alta performance, por existir fatores que impactam diretamente na produtividade, como: conflitos para administrar, deficiência técnica dos colaboradores, dificuldades de gestão, ruídos na comunicação. A produtividade constitui a mentalidade do progresso, do aperfeiçoamento constante. É vontade de não se contentar com a situação atual, por melhor que possa parecer ou seja na realidade; é o esforço contínuo para aplicar novas técnicas e novos métodos (CARVALHO; SERAFIM, 1995, p. 161). A realização de avaliações periódicas e o alinhamento dos objetivos da organização são ações fundamentais para evitar a baixa performance do time organizacional. Realizar o acompanhamento individual proporciona maior estreitamento das relações e identificação ágil dos que são conceituados como lacunas entre a meta e aGAPS, performance realizada na operação. • - -2 performance realizada na operação. Como o gestor consegue identificar a performance do colaborador? As organizações costumam fazer uso de software que alimentam quadros operacionais de gestão a vista, que mostram a performance de cada colaborador. Segundo Carvalho e Serafim (2011) existem alguns motivos que levam a existir uma baixa produtividade no desempenho de colaboradores. São eles: problemas de saúde, depressão e preocupação com problemas pessoais; carência de satisfação de algumas de suas necessidades básicas; não gostam das atividades que exercem; considerar-se mal remunerados; sentir dificuldades no relacionamento com colega de trabalho e não considerar útil o seu trabalho. Essas situações têm como denominador comum a falta de disposição para realizar alguns esforços do que a real incapacidade de fazê-lo (CARVALHO; SERAFIM, 2011, p. 162). Os gestores devem manter-se atentos à etapa de identificação da baixa performance, para corrigi-la e direcionar a equipe ao atingimento dos resultados. Figura 1 - Insatisfação com as atividades Fonte: benchart, Shutterstock, 2018. Devemos identificar os problemas e oportunidades apresentados diante das métricas da empresa, para poder EXEMPLO Uma empresa do segmento varejista registrava índice de crescimento, em janeiro e fevereiro, de 20%. No mês de março identificou uma queda de 10% e, em abril, de 5%, na venda de seus protos hortifrútis. Esse intervalo de um mês para o outro é considerado um GAP de performance. - -3 Devemos identificar os problemas e oportunidades apresentados diante das métricas da empresa, para poder dar sequência e identificar as causas da baixa produtividade. Desta maneira, os gestores poderão decidir quais medidas necessárias para melhorar a performance do colaborador ou do time operacional. Mapeamento de colaboradores subaproveitados, fora do escopo das funções ou com desvio de função Para uma organização manter o nível de excelência em produtividade, é preciso trabalhar a otimização de seus recursos. O que isso significa? Estar acompanhando o máximo de sua capacidade produtiva sem, necessariamente, atarefar seus colaboradores. Por outro lado, é muito comum, no ambiente corporativo, a existência de algum colaborador ocioso, ou até mesmo mais que um. A causa pode estar diretamente relacionada a uma questão de gerenciamento do time. Figura 2 - Alocação de colaboradores Fonte: Ljupco Smokovski, Shutterstock, 2018. Segundo Chiavenato (2014, p. 343) “a organização limita o trabalho de cada pessoa para certas atividades e funções específicas, que são seus cargos”. Isso significa que a empresa busca, na teoria, que seus colaboradores atinjam a alta performance e não sejam sobrecarregados com acumulo de funções. O autor afirma que “é preciso mover sistematicamente as pessoas de um cargo para outro para aumentar a satisfação e reduzir a monotonia” (Chiavenato, 2014, p. 360). - -4 É muito importante que a empresa consiga enxergar, em seus colaboradores, habilidades que possam agregar nas suas atividades. Utilizar a realocação do colaborador pode ser útil, deixando a organização mais dinâmica As funções permanentes tornam-se fixas e imutáveis: isso leva a uma inflexibilidade, tornando as organizações estáticas. O movimento dentro das organizações depende das demissões, aposentadorias, mortes e alguns novos cargos criados extemporaneamente. As tarefas são executadas por longos períodos dentro da mesma rotina, levando à perda da participação espontânea e à monotonia (CHIAVENATO, 2014, p. 374). A decisão sobre o colaborador ser reposicionado de função ou setor só poderá ser tomada quando baseada em dados e informações fornecidas por meio dos processos de ou até mesmo das avaliações defeedback desempenho. A importância dos registros e as consequências da avaliação de desempenho Muitas empresas conseguem coletar as informações da melhor maneira possível. Por outro lado, não conseguem registrar e utilizar esta informação. Hoje dispomos de ferramentas capazes de auxiliar o acompanhamento e o desempenho de um colaborador de uma maneira mais assertiva e clara possível. FIQUE ATENTO Os colaboradores possuem perfis profissionais e personalidades diferentes. Consequentemente, também possuem talentos únicos, embora possam ser parecidos. Esses talentos podem ser identificados a partir de uma boa observação. Suponhamos que um profissional atue na área comercial e esteja apresentando uma performance ruim, mas seja excelente com números. Podemos realocá-lo no setor financeiro. - -5 Figura 3 - Registrar informações sobre o desempenho operacional Fonte: maxuser, Shutterstock, 2018. Segundo Bergamini (2010, p.105), “um bom instrumento de avaliação de desempenho pode neutralizar determinadas imperfeições na observação do pessoal, o que distorce a imagem que dele se pode fazer”. Ao entender e identificar os na operação, com o objetivo de minimizar a baixa performance dosGAPS colaboradores, o gestor irá analisar o que a seu time precisa para atingir os objetivos planejados. Como é feito esse processo? E como é feita a renovação do quadrode funcionários? Vamos observar agora. Planejamento demissional O processo de demissão é sempre difícil, tanto para quem aplica, tanto para quem receber, Segundo Caldas, “entende-se por demissão a perda do emprego como um evento significativo na vida das pessoas, tirando do indivíduo seu emprego remunerado, contra sua 6 vontade. É um processo que deve ser realizado com muito planejamento e cautela nas organizações” (2000, p. 106). Conforme o que diz o autor, podemos identificar a necessidade do planejamento para realização de desligamento nas empresas. SAIBA MAIS Para você conhecer um pouco mais sobre como registrar informações e, principalmente, o que fazer com essas informações, uma sugestão de leitura é o Avaliação do Desempenho, de João Silva, Manuela Sarmento e António Rosinha. Nele aprendemos como construir um sistema de avaliação com informações assertivas, por meio de seus exemplos e casos. - -6 Figura 4 - Desligamento de colaborador Fonte: tommaso79, Shutterstock, 2018. Sabemos que o processo de desligamento em uma organização, em algum momento poderá acontecer, seja ele por indisciplina, por performance, por solicitação do colaborador. A empresa deve se preparar para executá-lo da melhor maneira possível. É importante entender que a baixa rotatividade pode também significar uma ameaça para a organização. Inserir novos talentos na empresa é permitir a oxigenação de ideias, estimular a inovação, a quebra de paradigmas e as mudanças. Fechamento O capital humano vem se tornando o ativo de maior valor de uma empresa, independentemente do seu tamanho e segmento. As organizações são dependentes de suas habilidades para desenvolver ou aprimorar processos, produtos ou serviços. Não adianta a empresa investir em infraestrutura, se não disponibiliza recursos para investir em colaboradores. São fatores como este que dificultam o engajamento dos profissionais, gerando uma série de reações, entre elas o desligamento dos colaboradores. Por um lado, podemos contar como ponto positivo a renovação do quadro de colaboradores, gerando e atraindo mais conhecimento para o ambiente corporativo. Por outro lado, o excesso de rotatividade gera elevados custos para a organização. Observamos a dificuldade de as organizações lidarem com a baixa produtividade dos seus colaboradores, fator FIQUE ATENTO O processo de desligamento pode gerar prejuízos à empresa pois, além de perder investimento aplicado em capacitação dos funcionários, há informações estratégicas que podem ser vazadas. Além de gerar despesas com recrutamento, seleção, integração e desenvolvimento de novo colaborador. - -7 Observamos a dificuldade de as organizações lidarem com a baixa produtividade dos seus colaboradores, fator que impacta nos resultados. Compreendemos a necessidade de renovação do quadro de colaboradores, analisando as informações da avaliação de desempenho Referências BERGAMINI, C. W. . 3.ed. São Paulo: Atlas, 2010.Avaliação de desempenho humano na empresa CALDAS, M. P. : causas, efeitos e alternativas para empresa e indivíduo, SãoDemissão Paulo: Atlas, 2000. CARVALHO, A. V. de; SERAFIM, O. C. G. V. 2. São Paulo: Pioneira, 2011Administração de Recursos Humanos. CHIAVENATO, I. : O novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri:Gestão de pessoas Monole, 2014. SILVA, J.; SARMENTO, M.; ROSINHA, A. . Lisboa: Escolar Editora/ Zamboni, 2015Avaliação do Desempenho - -1 Instrumentos de Avaliação de Desempenho Jucelaine Souza Nunes Introdução Avaliar nem sempre é uma tarefa fácil, em qualquer segmento da vida. Quando de trata da área de Gestão de Pessoas, avaliar é um trabalho que pode ter reflexo em todo processo produtivo e de gestão da empresa. Ter cuidado, imparcialidade e contar com a sensibilização da equipe para a realização da Avaliação de Desempenho são aspectos muito relevantes para o seu êxito. Entende-se que avaliar não é o fim, mas sim a possibilidade de potencializar o desenvolvimento do colaborador. Mas o que é avaliar? Como fazê-lo? Quais critérios, níveis hierárquicos e qual é a periodicidade que se deve fazer? No desenvolvimento do tema, você terá a resposta para estes questionamentos. Ao final desta aula, você será capaz de: • Reconhecer o objetivo e os instrumentos de avaliação de desempenho, distinguindo os critérios e a sua importância aos níveis hierárquicos da empresa. O que é Avaliação de Desempenho Quando a palavra avaliação vem em nossa mente, logo associamos ao ato de medir ou mensurar algo, que, por vezes, pode não ser agradável. Avaliação de Desempenho, segundo Chiavenato (2004, p.223) “é uma apreciação sistêmica do desempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento”. Ela está diretamente relacionada ao colaborador e à execução da função que lhe foi confiada, pois é por meio da Avaliação de Desempenho que é possível valorizar o potencial do mesmo, bem como melhorar o seu desempenho. • - -2 Figura 1 - Avaliação de Desempenho objetiva bons resultados Fonte: Lightspring, Shutterstock, 2018 Elementos essenciais para montar a Avaliação de Desempenho Elaborar e desenvolver a Avaliação de Desempenho não é uma tarefa fácil e corriqueira. Requer muito cuidado, pois além de mensurar a execução das tarefas do trabalhador, também pode refletir nas metas e planos do profissional. Quando não bem conduzida, pode acabar frustrando o colaborador e refletir negativamente na sua - -3 profissional. Quando não bem conduzida, pode acabar frustrando o colaborador e refletir negativamente na sua relação com a empresa. Não são todas as pessoas que estão abertas, flexíveis e aceitam críticas. Conforme Chiavenato (2004, p.227) “a Avaliação de Desempenho reduz a incerteza do funcionário ao proporcionar retroação a respeito do seu desempenho”. A Avaliação de Desempenho é necessária para potencializar o desenvolvimento do colaborador, para ele saber como está desenvolvendo seu trabalho e a empresa saber se ele está no cargo certo, por exemplo. Alguns elementos são extremamente importantes para o bom resultado da Avaliação de Desempenho, são eles: · O que avaliar? Como avaliar? De que forma será desenvolvido o formulário de avaliação, para que contemple em seu conteúdo as situações realmente vividas na empresa de maneira uniforme, sem sobressaltar este ou aquele evento ou momento, pois, assim, se tornaria ineficaz, uma vez que a avaliação deve buscar avaliar o potencial do colaborador ao máximo e não somente em determinado momento ou período. · Postura do Avaliador: Conforme o tipo de Avaliação de Desempenho a ser definida, sabe-se quem será ou quais serão os avaliadores: se o superior imediato, a autoavaliação, o colega de setor ou ainda vários colegas; daí espera-se uma postura totalmente ética, coerente e imparcial, para que a avaliação atinja o objetivo proposto. Do contrário se gastará dinheiro e tempo sem alcançar o resultado final. · Participação efetiva dos colaboradores: A sensibilização por parte da área de Gestão de Pessoas e Direção a todos os colaboradores é primordial para realização da avaliação; a equipe sensibilizada despertará em cada um o desejo de participar por acreditar no bom resultado: sabendo onde está errando ou acertando, respondendo aos questionamentos com verdade e não meramente por obrigação. · Feedback dos resultados: após o término da avaliação, compilados os dados, o colaborador deve receber o feedback sobre seu desempenho. Apurar os dados e oferecer esse retorno dá credibilidade e seriedade ao processo de avaliação. Nenhum processo de avaliação deve padecer de esquecimento ou ficar inacabado. A Avaliação de Desempenho não deve ser a ferramenta final de decisão quando o assunto são as pessoas, mas sim, o caminho para traçar novos rumos e acompanhar a melhoria do desenvolvimento do capital humano que a empresatem. Critérios de avaliação: metas, comportamento e competências Saber o que a empresa busca avaliar é fundamental para definir os critérios de avaliação, é preciso entender o que se quer avaliar, se é a competência do colaborador ou sua satisfação e autorrealização em desenvolver determinada tarefa e também o resultado final de seu trabalho. Ao buscar um novo profissional no mercado, a área de Gestão de Pessoas deve encontrar o melhor perfil para aquele cargo, de forma que não fique uma lacuna de carência de competência, que é quando o perfil e a competência do colaborador não atendem a todas as FIQUE ATENTO No feedback da Avaliação de Desempenho, que geralmente é dado ao colaborador por meio de uma entrevista ou relatório, o avaliador deve preocupar-se em ser claro nas suas ponderações com base nas respostas da avaliação para que o colaborador receba essas considerações de forma positiva, para ter estímulo de mudança. - -4 de carência de competência, que é quando o perfil e a competência do colaborador não atendem a todas as necessidades do cargo. Por outro lado, quando as competências do novo colaborador superam o que é preconizado pelo posto ou cargo, pode-se ter problemas de motivação ou até mesmo de retenção deste empregado. Entende-se por competência: o conhecimento, a habilidade e a atitude – o CHA: Conhecimento, que é saber a respeito de determinada tarefa; Habilidade, que é saber fazê-la, como executá-la; e Atitude, que é querer fazê-la da melhor forma, com empenho e dedicação. Segundo Chiavenato (2004) como critérios da Avaliação de Desempenho adota-se: · Habilidades, Capacidades, Necessidades: O que o colaborador conhece do cargo, do ramo do negócio da empresa e sua postura no dia a dia. · Comportamentos: busca avaliar como o colaborador comporta-se frente à tarefa a ser executada e à equipe e seu equilíbrio emocional diante de conflitos. Esse critério também busca observar e desenvolver novos líderes. Por isso, aqui pode ser aplicada a avaliação ouvindo os responsáveis de diversos setores, que convivem no cotidiano com este colaborador, como, por exemplo, a Avaliação 360º. · Metas e Resultados: A qualidade do trabalho realizado, se no atendimento ao cliente alcançou satisfação da parte deste e atingiu a meta estabelecida pela empresa. Segundo Oliveira (2015) a forma como o colaborador se esforçou para atingir determinada meta e resultado, muitas vezes, é utilizada como medida de recompensa, por meio de remuneração variável. Aqui, é essencial que metas sejam bem estabelecidas. Conforme o que o autor apresenta, avaliar segundo os critérios de habilidades, capacidades, necessidades, comportamentos, metas e resultados são os critérios mais utilizados e abrangentes. Porém, nada impede que a equipe de gestão, ou seja, a área de Recursos Humanos e a direção, tracem outros itens a serem contemplados no questionário de avaliação. Figura 2 - Critérios de Avaliação Fonte: Chiavenato, 2004, p. 231 Um aspecto bem relevante na definição dos critérios de avaliação é o quanto a cultura organizacional foi assimilada e internalizada pelo colaborador. - -5 O processo de Avaliação de Desempenho não deve ser lento demais, a sequência das etapas deve ter continuidade, conforme um cronograma pré-estabelecido entre direção e Gestão de Pessoas. Com esse exemplo, observa-se que é possível aplicar a Avaliação de Desempenho, contemplando resultado e metas, além do desenvolvimento humano e profissional. Avaliação de Desempenho para diferentes níveis hierárquicos Avaliar é importante independentemente do nível hierárquico ocupado. O tipo de Avaliação de Desempenho a ser implantado deve permitir essa troca de informação, que precisa ser trabalhada em sintonia com os níveis hierárquicos da organização; quando o formulário da avaliação for elaborado deve considerar esse fator: uma visão holística da empresa, para, assim, ter parâmetro do objetivo e meta do setor ou da área em relação ao objetivo da empresa como um todo. FIQUE ATENTO Com o advento da tecnologia, que se faz presente em diversas áreas da empresa, oferendo suporte de processos e com relatórios para a tomada de decisões, estabelecer os critérios da avaliação por meio de ferramentas tecnológicas, como a intranet, por exemplo, trará agilidade ao processo de desenvolvimento da avaliação, e mais rapidez da tabulação de dados. EXEMPLO A empresa Danone (derivados de leite) adota a Avaliação de Desempenho com o nome de: Revisão de Desenvolvimento e Performance (RDP): uma avaliação individual, realizada anualmente quando se compara, por porcentagem, se o objetivo individual proposto no início do ano foi alcançado e quais competências foram desenvolvidas. A avaliação de performance premia com bônus, já a avaliação de competências impacta no desenvolvimento do trabalhador, como, por exemplo, uma promoção. - -6 Figura 3 - Diferentes níveis envolvidos na avaliação de desempenho Fonte: amasterphotographer, Shutterstock, 2018 Chiavenato (2004, p.223) também explana sobre essa interação existente entre subordinado e gerente para a avaliação: A avaliação de desempenho é um processo dinâmico que envolve o avaliado e seu gerente e representa uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa de hoje. É um excelente meio pelo qual se localizam problemas de supervisão e gerência, de integração das pessoas à organização. Daí a importância da postura do avaliador e da seriedade de todo o processo. Quem atua mais próximo das atividades operacionais, convivendo no dia a dia com as situações de cada setor, muitas vezes, pode melhor diagnosticar um problema nos processos de trabalho do que um gerente. - -7 diagnosticar um problema nos processos de trabalho do que um gerente. Periodicidade da Avaliação de Desempenho Saber o momento mais apropriado para aplicar a Avaliação de Desempenho é uma decisão a ser tomada pela equipe de gestão da empresa, que é, normalmente, a direção e a área de Gestão de Pessoas. Não existe um período predeterminado, vai depender de como está o desempenho e o clima organizacional. Figura 4 - O tempo para aplicar a avaliação é determinado pela organização Fonte: liseykina, Shutterstock, 2018 Para empresas com uma estrutura mais flexível, nas quais ocorrem conversas informais com o colaborador, ou onde existem os acompanhamentos funcionais periódicos, a necessidade da avaliação talvez seja menor. Em empresas que não fazem esse acompanhamento, a comunicação é mais formal e a Avaliação de Desempenho acaba sendo o canal de comunicação e de troca de informação que mais aproxima empresa e colaborador. - -8 Geralmente, as avaliações acontecem uma vez por ano ou a cada seis meses. Por quê? Após o feedback da avaliação será traçado um plano com prazo para que o colaborador melhore nos pontos avaliados. Esse prazo não pode ser muito curto, é necessário dar tempo para que o processo de melhoria aconteça. Como constatado, desenvolver o processo de Avaliação de Desempenho requer algumas etapas e cuidados que devem ser respeitados, e não se deve queimar etapas desse processo, pois cada uma tem uma razão que conduz ao resultado final. Fechamento Chegamos ao final deste tema em que foi estudada a importância da Avaliação de Desempenho e os benefícios que a mesma pode trazer à organização, tornando-se, assim, uma importante ferramenta de gestão, desde que conduzida de maneira correta. Cabendo, aos gestores a melhor decisão de qual momento e forma aplicá-la. Referências CHIAVENATO, I. . São Paulo: Campus, 2004.Gestão de Pessoas MARRAS, J.P. Administração de recursos humanos. São Paulo: Elsevier, 2004. OLIVEIRA, A. Avaliação de Desempenho. UnisulVirtual. Palhoça: 2015. RH. Portal. . Disponível em: Avaliação de Desempenho traz vantagens para todos https://www.rhportal.com. br/artigos-rh/avaliao-de-desempenho-traz-vantagens-para-todos/. Acesso em: 20/08/2018. SAIBA MAIS A Avaliaçãode Desempenho traz vantagens ou desvantagens para empresa. Desvantagem: quando não sensibilizados ou desmotivados os colaboradores preenchem apenas por preencher o formulário, desvalorizando todo o processo. Vantagem: com o feedback recebido o colaborador pode sentir-se estimulado a continuar seu desenvolvimento humano e profissional. Por exemplo: Cíntia Bortotto, que iniciou sua carreira como estagiária da Unilever e hoje é gerente de desenvolvimento organizacional. Quer saber mais? Acesse o site da RHportal.com.br - -1 Métodos de Avaliação de Desempenho Jucelaine Souza Nunes Introdução Como estudado anteriormente, para aplicar a Avaliação de Desempenho, além de definir seus critérios, é necessário escolher a melhor metodologia de aplicação, para que ela ocorra de forma justa com todos os colaboradores e seja efetiva para melhoria da empresa. Os métodos podem ser variados: Escala Gráfica; Comparação entre Pares; Escolha Forçada; Incidentes Críticos; Avaliação 360º. Esses modelos são divididos em: tradicionais e contemporâneos. O que cada um deles leva mais em consideração? Quais as vantagens e desvantagens de cada um? De que forma esses métodos tornam-se indicadores de desempenho para empresa? Neste tema, iremos estudar as respostas para essas perguntas. Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os principais métodos de Avaliação de Desempenho, avaliando as diferenças, limitações e indicadores de desempenho. Métodos de Avaliação de Desempenho Para aplicar a Avaliação de Desempenho é necessário fazer a escolha de qual método utilizar. Oliveira (2011, p.3) menciona que: método de avaliação é “o caminho pelo qual a empresa materializa os princípios de avaliação, cuja finalidade central é verificar, sob determinadas condições, a aplicação pelo avaliado de técnicas de trabalho adquiridas no treinamento”. A avaliação de desempenho também é uma ferramenta voltada para aprimorar as competências daquele colaborador que não conseguiu na sua avaliação, expressar bons resultados, bem como para valorizar e promover aqueles que tiveram uma avaliação boa e que apresentam uma competência além do esperado. Existem vários métodos que podem ser aplicados, tais como: Escala Gráfica, Comparação entre pares, Escolha Forçada, Incidentes Críticos e Avaliação 360º, buscando analisar a competência do colaborador frente a função que desempenha. A seguir, vejamos um a um. Método Escala Gráfica Esse método é bastante utilizado pelas empresas por ser simples e de fácil entendimento para avaliados e avaliadores. Nele, é elaborado um formulário que tem dupla entrada: na horizontal estão os fatores de desempenho que serão avaliados; e na vertical, a nota, o grau de variação desses fatores. Critérios como comportamento, atitude e pontualidade são valorizados pela empresa. Esses servirão, por exemplo, de • - -2 comportamento, atitude e pontualidade são valorizados pela empresa. Esses servirão, por exemplo, de parâmetro para avaliação. Geralmente, são escolhidos de cinco a dez fatores para serem avaliados. Após esse processo, chega a etapa de atribuir os graus de desempenho: • na coluna vertical: o grau de variação que ocorre esses fatores, que podem ser fraco ou insatisfatório, ótimo ou excelente. Esses graus também podem ter mais variações intermediárias, segundo Chiavenato (2004, p.231): “geralmente utilizam-se três, quatro ou cinco graus de variação (ótimo, bom, regular, sofrível e fraco)”. • na coluna horizontal: os fatores eleitos para avaliação podem ser produtividade, qualidade, assiduidade, trabalho em equipe, entre outros. A vantagem do método de Escala Gráfica é que como os fatores são muito objetivos, eles não dão espaço para subjetividade ou para opiniões pessoais. A desvantagem é que ele é complexo em sua elaboração, e justamente por ser tão objetivo, o avaliado acaba respondendo apenas as perguntas e não há uma participação mais ativa do colaborador. Figura 1 - Escala Gráfica de Avaliação de Desempenho Fonte: Chiavenato, 2004, p. 232 Conforme a tabela apresentada, é possível visualizar os fatores a serem avaliados e os graus de desempenho a eles atribuídos. Entre os extremos da avaliação, existem os graus intermediários, aproximando ou distanciando o desempenho de excelente. A escala dos graus de desempenho, segundo Chiavenato (2004), pode se dar das seguintes maneiras: • Escala gráfica contínua: em que são apresentados dois pontos de desempenho, insatisfatório ou excelente. • Escala gráfica semi contínua: são atribuídos graus intermediários entre o insatisfatório, como 1,2,3, que são os intermediários, e 4, que é excelente, diferente da gráfica contínua, que são só dois pontos extremos; aqui entre um e outro grau existem os graus medianos. • Método de amplitude graduada: tem-se os graus de variação e entre eles existe o conceito mínimo e • • • • • - -3 • Método de amplitude graduada: tem-se os graus de variação e entre eles existe o conceito mínimo e máximo. • Escala gráfica descontínua: Neste tipo atribui-se o grau ao número. Por exemplo: 1 é insatisfatório, 2 é regular, 3 é bom e 4 é ótimo. Com base nesses fatores e graus cria-se uma tabela de pontos: do mínimo ao máximo, e a partir daí define-se o melhor plano de ação a ser proposto para o colaborador: se a pontuação foi mínima seria treinar mais e se foi máxima seria reconhecer ou promover Ainda assim, esse método é bastante popular e muito utilizado pelas empresas, porém há algumas adaptações nos fatores a serem avaliados, que podem ser contextualizados conforme a realidade de cada organização. Método de comparação entre pares Esse método consiste em formar pares (dois a dois) e fazer as comparações. Ou seja, compara de dois a dois colaboradores de cada vez e é anotado o melhor desempenho no formulário. Nesse método, há várias páginas e cada página contempla um fator. Conforme Pontes (1999, p. 36) “o método consiste, ainda, na apreciação relativa entre as pessoas que compõem uma equipe de trabalho. O processo de avaliação é efetuado através da comparação do desempenho de cada indivíduo com os demais membros do grupo com o auxílio de uma tabela de dupla entrada”. Figura 2 - Modelo tabela avaliação de desempenho comparação entre pares Fonte: Pontes, 1999, p.37 • • FIQUE ATENTO O método de Escala Gráfica é muito criticado por mensurar o desempenho do colaborador com uma tabela e por meio dela associar pontos ao grau de desempenho, os mesmos graus e níveis para colaboradores que podem ter perfis diferentes. Cada pessoa tem sua individualidade e também seu jeito de realizar as atividades, e essa subjetividade pode problematizar tal método. - -4 Método escolha forçada Esse método foi utilizado durante a Segunda Guerra Mundial como forma de promoção dos oficiais no exército. Nele, os aspectos a serem avaliados são distribuídos em blocos específicos e o avaliador escolhe o que melhor define o desempenho do colaborador: Ruim, bom, excelente, formando a curva de desempenho. Por isso o nome: escolha forçada. Pontes (1999, p.105) define o método da seguinte forma: O método parte do pressuposto que deve existir, em uma empresa, uma curva normal de desempenho, isto é, alguns funcionários com desempenhos ruins, certo número de funcionários com desempenhos bons e alguns outros com desempenhos excelentes. Consiste, portanto, na distribuição dos funcionários de uma empresa nesses grupos predefinidos de desempenho. Figura 3 - Parâmetro de avaliação método Escolha Forçada Fonte: Pontes, 1999, p.38 Figura 4 - Gráfico dos parâmetros acima Fonte: Pontes, 1999, p.39 Ou seja: parte-se da ideia de que na empresa sempre vai existir funcionários com desempenho ruim, outros bons ou excelentes. É um método sem muita eficácia, pois os parâmetros são padrão. E a avaliação também é individual. - -5 Método incidentes críticos Esse métodoprocura avaliar não a normalidade, mas sim o que acontece de anormal e de excepcional, ou seja, não são as atividades padrões e cotidianas do dia a dia que são avaliadas, mas algo que o colaborador se destacou ou perdeu o equilíbrio em uma situação problema, por exemplo. Esses acontecimentos são registrados e posteriormente avaliados, sinalizando assim bom ou ruim desempenho conforme o constatado. Chiavenato (2004, p.233-234) afirma que: É um método tradicional de Avaliação de Desempenho simples e que se baseia nas características extremas (incidentes críticos) que representam desempenho altamente positivos (sucesso) ou altamente negativos (fracasso). O método não se preocupa com o desempenho normal, mas com os desempenhos excepcionais, sejam positivos ou negativos. O normal é avaliar o colaborador nas atividades simples do dia a dia, de forma natural, com observação, para depois no momento oportuno, o da avaliação final e feedback, fazer as devidas observações. No método de incidentes não há espaço para tal desenvolvimento, pois o que prevalece é o avaliado no que acontece de extraordinário, de extremo, em uma situação fora do comum. A medida que o mercado evolui, o modelo de gestão e o jeito de administrar precisa se adaptar à nova realidade. E com esses novos jeitos, surgiram novas metodologias de Avaliação de Desempenho mais contemporâneas, como a Avaliação 360º, que iremos estudar a seguir. Método Avaliação 360º Esse método de avaliação consiste na avaliação de todos os envolvidos diretamente no trabalho do colaborador: gerente, colegas, pares, clientes, subordinados, ou seja, todos que interagem com o colaborador no ambiente de trabalho. Formando, portanto, um círculo completo, sem lacunas, com ângulo de 360º. Daí o nome avaliação, 360º, ou como também é conhecido: feedback 360º. Como vantagem esse método permite diferentes visões a respeito do desempenho do colaborador. A desvantagem é que o colaborador pode estar em muita evidência ou sentir-se intimidado com sua rede de relacionamento profissional. O feedback 360º permite ao colaborador avaliado uma autoavaliação e o aperfeiçoamento profissional. Uma outra característica desse método é que nele podem ser inseridas outras metodologias, como a de Escala Gráfica (os graus e fatores de desempenho), para a sua aplicação. FIQUE ATENTO Os métodos de Avaliação de Desempenho até aqui apresentados são os métodos tradicionais, com uma abordagem mais voltada para os objetivos e resultados da empresa. Atualmente, cada empresa opta pelo método que se aproxima mais das suas necessidades, e outras ainda elaboraram as próprias perguntas para a avaliação. - -6 Com os exemplos apresentados, fica evidenciado a possibilidade de mudança na metodologia de Avaliação de Desempenho adotada pelas empresas. Para isso, é necessário que se tenha o propósito, ou seja, o objetivo, que deve ser voltado para médio e longo prazos, não de forma imediatista ou de curto prazo. Limitações dos métodos tradicionais Os métodos tradicionais citados anteriormente – Escala Gráfica, Escolha forçada, Comparação entre os pares, e o incidentes críticos – sofrem críticas porque suas aplicações são desenvolvidas com base em formulários de perguntas prontas, nas quais se avalia por grau e fator, como, por exemplo, no método de Escala. Reifschneider (2008, p.51) afirma que: “a crítica que se faz a esses métodos é que são burocráticos e rotineiros e que consideram as pessoas como sendo homogêneas. [..] escalas gráficas ou de classificação não levam em consideração diferenças individuais, a equipe de trabalho é heterogênea. Utilizam como fatores de avaliação atitudes e comportamentos valorizados pela organização”. Com as limitações dos métodos tradicionais, que por serem “engessados” não permitem uma avaliação com foco no potencial desenvolvimento do colaborador, mas somente o mensurando como bom ou ruim, surgem em contraponto os métodos contemporâneos, com enfoque na autoavaliação e autodirecionamento ou desenvolvimento. Dentre os métodos contemporâneos podemos citar: a avaliação participativa por objetivos, autoavaliação e a Avaliação 360º. São métodos que buscam um olhar voltado para o futuro, não para o passado, ajudando a gestão da empresa de forma mais estratégica. Indicadores de desempenho Os indicadores de desempenho representam a última fase no resultado da Avaliação de Desempenho. São os indicadores que apontam onde o resultado deve ser utilizado. Com base no resultado ou relatório do desempenho dos colaboradores na avaliação é que, estrategicamente, será elaborado um plano de ação, possibilitando ao gestor saber em quais aspectos é necessário melhorar para se tornar mais competitivo no mercado sem deixar de valorizar o capital humano. Por exemplo: na produção, na capacidade, na retenção do talento humano, visando, assim, o ajuste do perfil do colaborador à cultura da empresa e potencializando também o seu desenvolvimento. O resultado da avaliação é partilhado à direção e sigilosamente ao colaborador. EXEMPLO O 360º costuma ser bem recebido pelos gestores pois busca algo que traz um valor agregado maior. No Brasil, temos como exemplo a Shell, que aderiu à metodologia e quando iniciou a avaliação era obrigatória, e após a cultura empresarial ser consolidada, a avaliação passou a ser livre e participa quem desejar. A avaliação está associada a programas de treinamento, pois o resultado ajudou a elencar defeitos e virtudes por parte dos colaboradores; e o objetivo é saber quais competências precisam ser desenvolvidas na própria empresa. Na empresa, a avaliação também não tem um período pré-determinado para ser realizada, cada área decide o melhor momento para realizá-la. - -7 também o seu desenvolvimento. O resultado da avaliação é partilhado à direção e sigilosamente ao colaborador. Alguns indicadores servem como parâmetro para essa decisão, são eles: • Indicadores de produtividade: é baseado na relação que se faz das horas trabalhadas com o que é produzido. Para esse indicador é fundamental conhecer todo o processo e fluxograma de trabalho dentro do setor. • Indicadores de qualidade: está relacionado ao primeiro, pois o número produzido não pode ser só número de quantidade, deve vir acompanhado da qualidade do produto ou do serviço. • Indicadores de capacidade: é a capacidade que o colaborador tem em desenvolver e produzir mais, com qualidade, conforme a capacidade existente. É a resposta do colaborador frente a esse desafio. • Indicadores estratégicos: é a resposta da equipe de como a empresa está atuando e de como deveria ser, se está distante do objetivo, meta ou proposta, ou se está ou não correspondendo a eles. A escolha dos tipos de indicadores de desempenho pode variar, mas não o fato de que todo indicador de desempenho é resultado de uma realidade avaliada e estudada e requer a partir dele um plano de ação de melhoria no que se apresentar necessário. Todos esses indicadores são importantes e possuem em comum o que os torna reais, que é o objetivo de cada um deles. O que será coletado de informação ou respostas na Avaliação de Desempenho tem que ter um objetivo definido para chegar a este ou aquele indicador. Toda empresa faz sua análise com base em indicadores, sejam estes mencionados ou ainda outros financeiros. Mas cada um deles busca sempre um diagnóstico para responder como está a saúde da empresa e da equipe. A descrição de cargos é o desenho de todas as atividades que o colaborador realiza na empresa. O que ele faz e com que frequência aquela atividade é realizada, se é diariamente, semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente. Fechamento Os métodos de Avaliação de Desempenho apresentam-se com diversos modelos para escolha da equipe responsável pelo seu processo. O que deve ser levado em conta na decisão de qual é o melhor método a ser utilizado é a realidade da empresa, o estilo de gestão, a cultura organizacional e a solidezda equipe de colaboradores. • • • • SAIBA MAIS Um aliado para ajudar na definição dos indicadores de desempenho é a descrição de cargos; isso facilita no momento da definição dos indicadores de desempenho. Como apresenta Denise Lustri em seu vídeo na internet. Quer saber mais? Acesse o canal no site YouTube: indicadores de desempenho. - -8 Referências CHIAVENATO, I. . São Paulo: Campus, 2004.Gestão de Pessoas DESSLER, G. . São Paulo: Prentice Hall, 2003.Administração de recursos OLIVEIRA, E. . Londrina: Educacional S.A, 2011.Gestão de Pessoas PONTES, B.R. : nova abordagem – 7ª ed. – São Avaliação de desempenho Paulo: Ltr, 1999. REIFSCHNEIDER, M.B. . Disponível em: <Considerações sobre avaliação de desempenho http://www.scielo.br >. Acesso em 26/08/2018./pdf/ensaio/v16n58/a04v1658.pdf LUSTRI, D. : Como definir Indicadores. Disponível em: Avaliação de desempenho <https://www.youtube.com /results?search_query=denise+lustri&sp=SBTqAwA%253D>. Acesso em 23/08/ 2018. - -1 Os vícios da avaliação Jucelaine Souza Nunes Introdução Quando citamos avaliação, as pessoas logo associam a algo ruim, pejorativo ou negativo. A avaliação de desempenho, entretanto, possibilita crescimento: profissional, para o colaborador, e de mercado, para a empresa. Nem todo processo, porém, transcorre da maneira como deveria. Ocorrem vícios, algo que não é bom, que causa dependência e distorção. Para evitá-los são necessários alguns cuidados. Quais os principais erros? Por que acontecem? Será que o avaliador está correspondendo à função que lhe foi confiada? Como avaliar sem ser tendencioso e sendo comprometido? Que fatores de opinião pessoal, subjetivos, não devem interferir na avaliação de desempenho? Você vai descobrir no decorrer desta aula. Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar os principais vícios de avaliação, analisando os fatores de subjetividade e a sua consequência para a Gestão de Desempenho. Distorções na aplicação da avaliação de desempenho Toda avaliação deve ser conduzida de uma forma ímpar e sem distorções. Para isso, existe a fase de planejamento, definição dos critérios, dos fatores a serem avaliados e dos instrumentos utilizados, mas nem sempre as coisas acontecem conforme o planejado. Surgem interferências que comprometem todo processo: os vícios ou as distorções na aplicação. Poderíamos chamar também de erros. Eles são atitudes e opiniões dos avaliadores que distorcem o verdadeiro desempenho do colaborador. • - -2 Figura 1 - Justiça e ética são chave do sucesso Fonte: Digital Genetics, Shutterstock, 2018. Havendo distorção, o resultado da avaliação não serve nem para o colaborador e nem para a empresa que investiu recursos no processo. A seguir serão elencados alguns vícios que ocorrem nas avaliações de desempenho. Recenticidade A recenticidade é um vício que tem como base o que está na memória do avaliador em um período próximo da avaliação, sejam fatos positivos ou negativos. Essa conduta prejudica os colaboradores que, por um motivo ou outro, tiveram algum tipo de problema de relacionamento com o gerente ou com a equipe que faz parte da avaliação. Por outro lado, traz benefício para aqueles que sempre mantiveram um bom relacionamento dentro da empresa. Figura 2 - Memória recente Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018. É necessário observar se não houve uma mudança positiva de comportamento do colaborador avaliado somente - -3 É necessário observar se não houve uma mudança positiva de comportamento do colaborador avaliado somente na época do processo, pois essa é uma atitude desleal e antiética. Cabe ao avaliador fazer as devidas observações e anotações frequentes, para garantir uma verificação justa. Efeito de Halo De acordo com Rezende e Santos (2017), o Efeito de Halo foi descrito pela primeira vez pelo psicólogo Edward Thorndike, em 1920, em um estudo no qual ele pediu para dois oficiais de alto escalão avaliarem seus soldados física e mentalmente. O resultado mostrou que, quando o soldado recebia uma classificação alta em um determinado quesito, a tendência era receber nos demais. Ou seja: se o colaborador tem boa habilidade em determinada área e em outra não, o avaliador acaba por compensar essa deficiência. Aos olhos dele (avaliador) o está protegendo, mas na verdade não, pois isso acarretando consequências. Enquanto o colaborador não souber onde precisa melhorar seu desempenho, onde precisa investir em treinamento, não vai mudar o jeito de agir. Esse vício é conhecido como Halo (quando a avaliação é positiva) e Horn (quando é negativa), mas as duas denominações estão inseridas no mesmo efeito. Outra denominação para ele é vício consciente, que Pontes (2010) conceitua como aquele em que o avaliador acaba protegendo o avaliado. Independente do nome do vício, o avaliador precisa ser fiel ao desempenho do colaborador, não a sua percepção e opinião pessoal. Ele deve ser imparcial. Quando toda a equipe se sente envolvida e responsável pelo êxito de um projeto institucional, como a avaliação, a chance de dar certo é muito maior. Tendência central Tendência central é o vício conhecido como meio termo ou em cima do muro, onde o avaliador não se posiciona de forma efetiva sobre o desempenho do colaborador. Isto ocorre por medo ou insegurança, pois o resultado da avaliação trará consequências para a empresa. O avaliador acaba não atribuindo notas muito altas ou muito baixas na avaliação do colaborador. Se as notas atribuídas aos fatores de avaliação forem de 1 para mínimo e 10 para o máximo de desempenho, ele vai atribuir 5 ou 6, registrado sempre cinquenta ou sessenta por cento de desempenho. FIQUE ATENTO Os vícios acontecem e são sinais de que a avaliação não percorreu todas as etapas anteriores a sua aplicação, principalmente o treinamento dos avaliadores e sensibilização dos avaliados. Qualquer processo que envolva as pessoas na empresa tem que começar com a fase da sensibilização: envolver todos no processo. - -4 Fatores subjetivos nos instrumentos de avaliação O processo de avaliação de desempenho carrega consigo algumas incertezas quanto aos resultados. Por uma aplicação incorreta, perde-se crédito diante dos colaboradores e, com isso, vem a incerteza. O que era para reciclar e promover quem estava bem, acaba por se distanciar da cultura organizacional. A avaliação, não sendo adequada, frustra os sonhos de um colaborador bem avaliado, que esperava uma promoção. Figura 3 - Como age o avaliador Fonte: Sangorini, Shutterstock, 2018. A subjetividade contribui para as incertezas com relação à avaliação. O avaliador não deve emitir julgamentos ou uma opinião pessoal, variando conforme interesses e opiniões particulares. Ele deve seguir os interesses da empresa. Senge faz uma afirmação sobre as respostas certas X respostas erradas em uma avaliação de desempenho e as consequências disso. É possível citar o elemento “Respostas Certas” X “Respostas Erradas” como sendo um aspecto difícil de analisar na avaliação do colaborador, pois o uso dos erros e a promoção da “caça às bruxas” para enquadrar o funcionário em uma faixa de contribuição para a empresa fortalece um lado negativo e causa a penalização das mentes inovadoras que cometem erros, causando o efeito chamado “Eu sou meu cargo” (SENGE, 2010, p.48). A subjetividade pode estar presente em diversos fatores que são avaliados, sejam qualitativos ou quantitativos. Para diminuir esse risco, é necessário que os critérios e fatores denominados anteriormente tenham sido bem planejados e a metodologia também, para que a margem de subjetividade seja a menor. Faltando ao avaliador clareza e conhecimento para avaliar de maneira correta, a subjetividade dá espaço a desconfiança e gera uma certa tensão. - -5 Como contornar os vícios da avaliação? Contornar os vícios é um questionamento constante dos gestores de recursos humanose demais envolvidos, pois a avaliação de desempenho sofre com alguns percalços no caminho de sua realização. Dois valores são primordiais: a seriedade e a verdade na hora de avaliar. A postura do avaliador pode alavancar o processo ou desandar o mesmo. É necessário que o avaliador exerça a sua função de forma responsável e ética. Sem aliviar problemas porque o avaliado é seu amigo, ou aumentá-los porque não tem bom relacionamento com este. Para fugir dos erros, Marras (2009) elenca alguns pontos que podem neutralizar a subjetividade ou mesmo a falta de vontade do avaliador. · O querer e o saber do avaliador - se realmente este deseja participar do processo de avaliação. Se deseja, deve fazê-lo com imparcialidade, e com conhecimentos da metodologia adotada. · Objetivos e metas da avaliação - o avaliador precisa ter compreendido o porquê da avaliação. Sabendo a metodologia e no que o resultado da sua avaliação irá implicar para o desenvolvimento da empresa e do colaborador. FIQUE ATENTO Quando um colaborador está dentro de uma empresa, deve prezar pelos valores e orientações desta. Culturalmente, em nosso país, verificar desempenho não é algo facilmente aceito pelas pessoas, pois não gostam de avaliar nem de serem avaliadas. Se já existem essas barreiras, todo preparo é indispensável para ir desmistificando as distorções da avaliação de desempenho. - -6 Figura 4 - Avaliação eficaz Fonte: Jumbo2010, Shutterstock, 2018. A metodologia escolhida implica na forma de condução do processo: mais objetiva, menos espaço para a subjetividade. Em relação ao resultado ser bom ou ruim, o que faz mesmo a diferença é: “sobretudo as intenções e a sensibilidade daqueles que a utilizavam dentro das mais variadas organizações” (BERGAMINI; BERALDO, 2008, p.9). As pessoas fazem a diferença. É primordial investir na capacitação, treinamento e desenvolvimento das pessoas, e a metodologia é um instrumento para atingir o objetivo principal. Envolver as pessoas e tê-las como parceiras é sempre o melhor caminho para todos os processos da empresa. Ter funcionários comprometidos e apaixonados pelo que fazem é fundamental. SAIBA MAIS Alinhar a estratégia da empresa e pessoas em uma gestão de alta performance é uma maneira de formar uma equipe coesa e estimulada a crescer, buscando desenvolver seu potencial profissional. A avaliação de desempenho é uma ferramenta que também possibilita esse recurso, cumprindo o seu papel. Sobre isso, leia o artigo Liderança e gestão estratégica de pessoas: duas faces da mesma moeda, de Martinho Isnard Ribeiro de Almeida, Marcos Bidart Carneiro de Novaes e Celso Likio Yamaguti. - -7 Boa qualificação traz bons resultados financeiros, como retorno do investimento. Uma avaliação de desempenho séria, sem distorções, conduz para esse fim Fechamento Os vícios da avaliação são fatores determinantes ao sucesso da avaliação de desempenho. Nesta aula, conhecemos esses vícios (recenticidade, Efeito de Halo, tendência central), bem como a maneira de evitá-los. Para aplicar uma avaliação de desempenho, deve haver o comprometimento e postura ética de todos: avaliados e avaliadores. Este último deve ser capaz de realizar uma avaliação imparcial, sem subjetividade, com olhar estratégico, voltado para o desenvolvimento humano e profissional dos colaboradores e para o crescimento da empresa. Afinal, as pessoas fazem a diferença na gestão de um negócio empresarial. Referências ALMEIDA, M.; NOVAES, M. e YAMAGUTI, C. Liderança e gestão estratégica de pessoas: duas faces da mesma moeda. , v. 1., n. 1. 2008. Disponível em:Revista de Administração da UFSM <https://periodicos.ufsm.br/index. php/reaufsm/article/view/577> Acesso em: 23 set. 2018.. BERGAMINI, C. W.; RAMOS, B. D. G. . 4. ed. São Paulo: Atlas,Avaliação de desempenho humano na empresa 2008. MARRAS, J. P. : do operacional ao estratégico. 13. ed. São Paulo: Saraiva,Administração de recursos humanos 2009. PONTES, B. R. : métodos clássicos e contemporâneos, avaliação por objetivos,Avaliação de desempenho competências e equipes. 11. ed. São Paulo: LTR, 2010. REZENDE, A. M. S.; SANTOS, A. I. Os testes de Edward Lee Thorndike como tema de pesquisa em história da UFSC. Disponível em:educação matemática em Sergipe. < >. Acesso em:https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/177688/artigo%201.pdf?sequence=1 10 set. 2018. SENGE. P. . Rio de Janeiro: Best Seller, 2010.A quinta disciplina EXEMPLO A Tetra Park, empresa de embalagens e processamentos, desenvolve programas com base nas avaliações de desempenho. O período de realização é semestral e a conversa com o gerente, agendada e formal, trata sobre o desempenho do funcionário e seu desenvolvimento. Um dos programas criados com base na avaliação de desempenho é a Universidade Coorporativa, onde a empresa investe na capacitação e desenvolvimento do funcionário. - -1 Avaliadores e avaliados Jucelaine Souza Nunes Introdução O processo de avaliação de desempenho, para ter credibilidade e produzir bons resultados, deve ser conduzido com empenho e seriedade. Principalmente por parte do avaliador, que deverá ter uma postura ética e justa nas suas avaliações. O seu comprometimento é fator determinante para o sucesso da avaliação de desempenho. Qual a responsabilidade do avaliador? Como ele deve se posicionar? Deve receber treinamento? Há competências para exercer esse papel? E o avaliado? Se o resultado não ficou dentro do esperado, como receber as considerações e como reagir ao feedback sobre o seu desempenho? A resposta para estas perguntas você encontrará no decorrer da aula. Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer a responsabilidade das partes envolvidas na avaliação de desempenho, compreendendo a importância da preparação das pessoas para a função. Partes interessadas na avaliação de desempenho Em todo processo de avaliação sempre existirá avaliadores e avaliados. Cabe a um ser justo e ao outro estar aberto, ser flexível e aceitar o de sua avaliação como um meio de melhoria do seu desempenho.feedback Hoje, com o uso da tecnologia, os sistemas ( ) voltados para área de gestão de pessoas apresentamsoftwares ferramentas que facilitam a aplicação e a apuração dos dados e resultados da avaliação de desempenho. Com isso, o processo se torna mais rápido e o avaliador pode se preparar melhor para dar o ao avaliado.feedback A avaliação é realizada para ajustar o desempenho dos colaboradores e elevar o potencial competitivo da empresa. Vieira afirma que a finalidade “deve ser a de alinhar desempenho e aptidão do servidor com setores e metas da organização para que, dessa forma, os méritos sejam revelados e a eficiência administrativa alcançada” (2011, p.189). Com o alinhamento, ambas as partes ganham, já que o mercado globalizado e competitivo exige de todos uma nova postura diante dos desafios apresentados. • - -2 Figura 1 - Comprometimento das partes envolvidas Fonte: Jelica Videnovic, Shutterstock, 2018. Partindo do princípio de que todos envolvidos conhecem a cultura organizacional da empresa (sua missão, visão e valores), o próximo passo é identificar quem é quem o processo de avaliação. • Gestor da empresa - é a parte mais interessada, pois investe recursos para a realização da avaliação, contando com os benefícios da melhora de desempenho dos colaboradores e também dos possíveis problemas de liderança que o resultado pode apontar, podendo sugerir alterações no quadro de gerentes e líderes. • Colaborador - depois de sensibilizado e entender a importância do processo, tem interesse, pois vê uma possibilidade de crescimento e de desenvolvimento profissional. Em um primeiro momento, é importante que a avaliação não esteja atrelada somente a recompensas financeiras, mas sim a busca do desenvolvimento profissional e das metas da empresa. Outro fator importante: com o resultado da avaliação de desempenho pode-se observarse realmente o perfil do colaborador é adequado para aquele cargo. Algumas vezes pode ocorrer remanejamento de função, conforme a necessidade apontada ou competência destacada. Para sobreviver à concorrência, sair na frente e ganhar espaço no mercado competitivo, é necessário inovar e reciclar sempre. Acreditando no potencial e na motivação de cada colaborador. • • FIQUE ATENTO O mercado concorrente fica de olho nos melhores profissionais e talentos. Onde eles estão? Uma maneira de descobrir é por meio da propaganda que o colaborador faz da própria empresa em que trabalha. Quando bem conduzida, a avaliação de desempenho gera satisfação nos colaboradores, que, por sua vez, promovem o nome da empresa. Esta divulgação faz com que os concorrentes saibam onde estão esses talentos profissionais - -3 A responsabilidade de quem conduz as avaliações Geralmente, quem conduz a avaliação não é o gestor geral da empresa nem a área de RH; esta organiza o processo. Quem conduz a avaliação individual do colaborador é seu responsável imediato e/ou colegas de equipe, pois são as pessoas que convivem diretamente com ele. Quais são as responsabilidades do avaliador? • Imparcialidade: não tender a julgamento pessoal, sendo coerente na avaliação. • Saber registrar os dados: ter consciência de que os registros referentes à pontuação de desempenho do colaborador vão interferir nos rumos da empresa. É importante que o avaliador faça registros anteriores à data da avaliação. Isto porque é difícil lembrar-se de tudo que fez em um dia de trabalho. Principalmente se este tiver que avaliar um grande número de colaboradores. Com as anotações, ficará mais fácil de lembrar-se dos acontecimentos. • Oferecer o de maneira adequada, para que o avaliado não se sinta constrangido nem feedback humilhado. Falar sempre de forma positiva. A postura e o comportamento dos avaliadores Uma das grandes críticas da avaliação de desempenho refere-se ao despreparo dos avaliadores. O processo não deve ser encarado como uma atividade corriqueira, mas, sim, como um momento único, que pode mudar a vida de quem trabalha com ele. Alguns erros nas avaliações acabam acontecendo em função da postura e do comportamento do avaliador. Carvalho Neto apresenta falhas que podem comprometer a avaliação de desempenho. 1. O gerente não tem informações a respeito do desempenho real de um colaborador; 2. O gerente não leva o processo de avaliação a sério; 3. O gerente não está preparado para a revisão da avaliação junto ao colaborador; 4. O gerente age tendenciosamente, não avaliando de maneira honesta ou sincera; 5. O gerente não tem habilidade para proceder com a avaliação; 6. O gerente não usa linguagem clara, concisa e objetiva no processo de avaliação, dando margem para ambiguidades e subjetividade; 7. Os padrões pelos quais o desempenho de um colaborador é avaliado não estão claros; 8. O colaborador não recebe feedback contínuo em relação ao seu desempenho; 9. Os recursos disponíveis são insuficientes para recompensar o bom desempenho; 10. O foco é mais no desenvolvimento dos colaboradores com desempenho medíocre do que na identificação e recompensa dos mais bem avaliados (CARVALHO NETO, 2016, p.6). As falhas mostram a necessidade de treinamento dos avaliadores, bem como a importância da clareza dos objetivos propostos pela avaliação de desempenho. • • • - -4 O treinamento dos avaliadores Capacitar e desenvolver os treinadores para exercerem seu papel com competência, exige um planejamento O avaliador deve conhecer o objetivo e também os fatores eleitos para a avaliação, conseguindo apontar o desempenho de cada colaborador. Deve ter clareza sobre esses fatores. Vale ressaltar, que o avaliador precisa estar inserido no processo de avaliação do começo ao fim, sabendo qual o seu papel e o que a empresa espera dele. Também deve: • ter esclarecimentos, se necessário, quanto aos objetivos da avaliação; • ser sensibilizado da importância do processo; • ajudar com sugestões se houver questões subjetivas no formulário que for avaliar; • realizar a avaliação; • dar o retorno do resultado da avaliação ao colaborador. Figura 2 - É preciso conhecer para saber avaliar Fonte: woaiss, Shutterstock, 2018. Como habilidades espera-se do avaliador: • boa comunicação para argumentar sobre o resultado, bem como no momento da reunião de ;feedback • empatia para colocar-se no lugar de seu colaborador na hora de dar o ; que seja capaz de feedback pensar como como gostaria de recebê-lo, se fosse o avaliado; • seriedade, para que o processo tenha credibilidade. Já existem muitos mitos relacionados à avaliação, SAIBA MAIS Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar faz uma sugestão quanto ao treinamento de avaliadores: contratar consultores internos para este fim. Isto quebra a resistência interna e aumenta o comprometimento dos participantes. Você pode descobrir mais sobre este assunto no site da entidade. • • • • • • • • - -5 • seriedade, para que o processo tenha credibilidade. Já existem muitos mitos relacionados à avaliação, então cabe ao avaliador agir com seriedade e cumprir os prazos estabelecidos para realização das etapas. O treinamento dos avaliadores pode ser realizado junto à equipe de gestão de pessoas, indicando os parâmetros do processo e do comportamento de quem o executa. A importância da formalização do relatório de avaliação como garantia de feedback Toda e qualquer observação por parte do avaliador, referente às notas, graus ou conceitos de desempenho, serão registradas nas fichas de avaliação. Com base nos apontamentos das fichas será construído o relatório final, com o resultado da avaliação de desempenho. • FIQUE ATENTO Um fator comportamental que pode inferir no resultado da avaliação de desempenho, é a emoção. Esta deve ser controlada de modo que não leve o avaliador a cometer erros. Uma forma de amenizar esse fator, é que seja mantido o equilíbrio emocional esperado do avaliador. Também é possível alternar os avaliadores, impedindo que o colaborador seja avaliado sempre pela mesma pessoa. - -6 Figura 3 - Ficha de avaliação de desempenho Fonte: CHIAVENATO, 2008, p. 252. O relatório é gerado, geralmente pelo software que a empresa utiliza, alimentado com as informações coletadas na avaliação. Assim, com a ajuda da tecnologia, o resultado é rápido e se torna mais confiável do que se fosse tabular estatisticamente os dados, manualmente. Outro recurso que mescla tecnologia e elaboração manual são as planilhas de Excel, apresentando gráficos de desempenho. O do relatório terá estrutura diferente, conforme o que cada sistema gera. É importante que o sistema de layout gestão esteja adaptado às necessidades da empresa. O relatório torna-se um documento da empresa onde registra-se também a proposta apresentada ao colaborador para melhoria da sua performance. Vale frisar que todos os avaliadores precisam receber o retorno sobre a proposta realizada ao funcionário, o que se espera dele. EXEMPLO A CA Seguros, empresa portuguesa de crédito agrícola, é um exemplo de organização que adotada gráficos e mapas na visualização dos resultados da avaliação de desempenho de seus colaboradores, possibilitando ainda a visualização de forma comparativa com períodos anteriores. - -7 Figura 4 - Traçando o plano de melhoria Fonte: one photo, Shutterstock, 2018. Com base no relatório, na avaliação subsequente serão comparados os resultados atuais com o do período anterior, acompanhando assim a evolução no desempenho do colaborador. Fechamento Chegamos ao final do nosso tema, espero que você tenha entendido a importância da postura dos avaliadores, a responsabilidade que cada um exerce perante os colaboradores, seus avaliados. Que tenha compreendido também que para exercer bem seu papel os avaliadores precisam ser treinados ecapacitados, para não ocorrer distorções no processo de avaliação. Que seu feedback seja o mais justo e dialógico possível. O relatório final se transforma em um documento para empresa. Abrace a avaliação de desempenho com muito empenho e respeito em sua empresa! Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. Guia para modelo . São Paulo, SP, out. 2013. Disponível em:<de avaliação de desempenho http://sistemas.abrapp.org.br/apoio /guiaavaliacao/guia.pdf> Acesso em: 1 set. 2018. CHIAVENATO, I. . 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2008.Gestão de Pessoas VIEIRA, L. C. A. : concurso público, avaliação de desempenho e políticaMerecimento na Administração Pública pública de pessoal. Belo Horizonte: Fórum, 2011. NETO, C. A. R. ENGEMA, 17. Disponível em: Fatores de subjetividade na análise de desempenho. <h ttp://engemausp.submissao.com.br/17/anais/arquivos/242.pdf>. Acesso em: 3 set. 2018. - -1 Métodos & Tendências Contemporâneas Jucelaine Souza Nunes Introdução O advento da tecnologia trouxe muitos avanços para a vida das pessoas: o fácil acesso às informações, a utilização da própria tecnologia. As informações mudam de forma muito volátil. Empresas e colaboradores precisam estar preparados e adaptar-se, para ter competitividade no mercado. Com todas essas mudanças, a forma de avaliar também se modificou. Novas metodologias foram adotadas. Elas consideram aspectos relevantes para o colaborador: a formação, o potencial da equipe e o comportamento do colaborador. Será que essas metodologias são aplicáveis em empresas de qualquer porte e segmento? O que essas metodologias trazem de novo? Quais suas limitações? Buscaremos as respostas no decorrer da nossa aula. Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer os novos métodos de avaliação de desempenho, identificando as vantagens e limitações. Análises comparativas para ranqueamento de equipes Nos últimos tempos a sociedade se transformou em várias áreas: economia (a crise vivida há pouco); sociocultural (abertura do mercado de trabalho, mulheres exercendo funções que eram só dos homens, novos estilos e gêneros); tecnológica (redes sociais, acesso internet). Sem avaliação de desempenho, a empresa pode ter o melhor sistema gerencial de gestão que não funcionará, pois é preciso saber como estão as pessoas que com ela trabalham. Com estudos e pesquisas, os métodos de avaliação avançaram, passando a identificar a competência e o potencial do colaborador, esquecendo o aspecto punitivo dos últimos tempos. Entendendo que a avaliação de desempenho deve ser um processo natural, seu resultado possibilita a análise para fins de decisões e potencialização das equipes. • - -2 Figura 1 - Comparar para melhor planejar Fonte: mindscanner, Shutterstock, 2018 Por exemplo: se na avaliação de desempenho realizada no ano X houve deficiência de alguns fatores em determinado setor, é necessário investir em treinamento e desenvolvimento, para que a performance dessa equipe melhore e equipare-se às demais. Formando assim uma só equipe com desempenho de alto nível, em todas as áreas. Segundo Araújo, “o potencial humano não é um estado ou um conhecimento que temos, é na verdade colocar em prática o que sabemos em determinado contexto (2014, p.35).” A junção dessa entrega, a vontade mais sua competência, formam o potencial, que é subjetivo e individual, de cada colaborador. As novas metodologias têm um direcionamento para o futuro, valorizando e acreditando na capacidade de superação e no talento humano. A matriz 9 Blocks Os métodos tradicionais sofriam críticas pelos objetivos estarem atrelados mais aos objetivos da empresa, do que ao desenvolvimento do colaborador. Este precisa ser valorizado, afinal é quem faz a empresa acontecer. Uma gestão humana e estratégica terá esse olhar: do presente para o futuro. A matriz 9 Blocks - ou Nine Box, como também é conhecida - uma novidade no mercado corporativo, mas o que é? Segundo Silva e Gomes, “é uma matriz de potencial e desempenho utilizada para planejamento e FIQUE ATENTO O gestor deve ter claro que, para cobrar que o colaborador dê o melhor de si na sua tarefa, este precisa saber onde deve melhorar. Desta forma, a análise comparativa vai mostrando a evolução e o resultado dos planos de desenvolvimento de potencial já realizados. Demonstrando, assim, a evolução do desempenho do colaborador. - -3 Segundo Silva e Gomes, “é uma matriz de potencial e desempenho utilizada para planejamento e desenvolvimento (2016, p.19)”. Faz a análise do desempenho e potencial do colaborador sobre duas dimensões: atuação do passado e a perspectiva para o futuro. Sua análise se dá por meio do quadro reproduzido na figura Matriz 9 Blocks, a seguir. Ela possui dois eixos: X e Y. No eixo X avalia-se o desempenho atual de liderança. E no eixo Y, o potencial dessa liderança. Ou seja: onde eu estou e onde posso chegar. Esses eixos são distribuídos em três níveis de desempenho ou potencial: abaixo do esperado, esperado e acima do esperado. Cada um desses níveis é subdividido em mais três categorias: baixo, médio e alto (ou seja: mais nove níveis). Figura 2 - Matriz 9Blocks Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em LEME, 2013. A matriz Nine Box parece-se visualmente com a matriz BCG de marketing. Após o encontro dos eixos, o cruzamento do desempenho, a ferramenta aponta as estratégias a serem desenvolvidas para potencializar seu desempenho e desenvolvimento. - -4 Figura 3 - Cruzamento dos eixos X e Y Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em LEME, 2013. Como todo sistema de avaliação, a matriz tem suas limitações. A crítica é que se busca potencializar o colaborador somente dentro de um quadrante. Para potencializar, é necessária uma abrangência maior. Pois, potencial é algo subjetivo e imensurável, é o talento. Cada colaborador tem sua motivação e potencial. Essa ferramenta está disponível no mercado e algumas empresas a utilizam com sucesso. Outras fazem adaptações nos quadrantes conforme sua realidade. FIQUE ATENTO Com base nos quadrantes da matriz 9 Blocks, tomam-se decisões importantes como: promoção, aumentos salariais, treinamentos, desligamentos e outras ações relacionadas a Gestão de Pessoas. É necessária cautela e buscar uma análise ampla para depois decidir, pois pode afetar todos os processos da empresa. - -5 Assim como toda ferramenta lançada no mercado, a matriz 9 Blocks deve ser avaliada conforme a realidade da empresa, uma vez que somente terá utilidade se atender as necessidades desta e de seus colaboradores. Tecnologia e assepsia A tecnologia tornou-se uma aliada. Cada vez mais os gestores se preocupam com a uma gestão de competência, investem em tecnologia e desenvolvimento de pessoas. Os sistemas gerenciais, hoje, permitem inúmeros relatórios de acompanhamento funcional e desempenho por áreas, períodos, possibilitando um planejamento estratégico adequado a empresa. Figura 4 - Sistemas integrados de informação Fonte: 3DProfi, Shutterstock, 2018. Com o uso da tecnologia em nuvem, podemos ter acesso às informações a qualquer momento, onde estivermos, mas é necessário que a empresa faça as escolhas certas quantos aos sistemas, observando custo, flexibilidade e adaptabilidade. Muitos de nós já ouvimos gestores reclamando que investiram muito, mas o sistema não fornece os dados que ele precisa. EXEMPLO Veloso (2016) apresenta o exemplo do Banco Bradesco, uma empresa de renome que utiliza a ferramenta matriz Nine Box, sem ter a necessidade de fazer adaptações para sua realidade. Neste caso, os nove quadrantes apresentados na matriz atendem as necessidades de avaliação de desempenho e de potencial do banco mencionado. - -6 KPis subjetividadeversus Agora vamos conhecer o KPi, uma ferramenta que possibilita avançar, realizando o planejamento estratégico com base concreta nos dados da empresa. A gestão depessoas há muito deixou de ser operacional, para se tornar estratégica: planejando a necessidade de pessoal para uma nova filial, por exemplo, retendo os talentos na empresa, disseminando a cultura organizacional. O nome KPi tem origem da sigla inglesa: Key Performance Indicator (indicadores chave de desempenho). Segundo Parmenter (2010), a função principal do KPI é sua capacidade de expressar a avaliação de fatores considerados críticos de um projeto ou empresa, para obter bons resultados. Para utilizá-la, primeiro é necessário escolher qual indicador é melhor para acompanhar o desenvolvimento da empresa e da equipe de colaboradores. No KPi, os números por si só não respondem as necessidades, eles devem estar atrelados ao que querem atingir. Um exemplo entre quem trabalha com produtos digitais, é que nem sempre o número de visitas ao site sinaliza que o conteúdo ali publicado é apreciado pelo cliente. É aí que o KPi faz diferença, pois analisará o número de visitas relacionado aos comentários lá postados. No caso de uma empresa no setor de comércio, o número de visitas é comparado com o aumento ou não das vendas. Na área de gestão de pessoas, as demissões nem sempre são causadas pelos salários. Ou seja, o KPi relaciona as informações relacionando-as a algo que a empresa pretende atingir e propõe uma ação de melhoria para atingir aquela meta. O KPi é uma forma de realizar o plano de ação de melhoria, porém mais abrangente. KPi e sua aplicabilidade O KPi precisa ser bem aceito pela equipe, para que consiga captar as informações que necessita. Cada empresa tem suas especificidades, portanto o KPi que é utilizado em uma nem sempre dá certo em outra. A tecnologia oferta um leque de possibilidades de análises e indicadores, mas a empresa deve ter cuidado para não escolher KPis em quantidade maior ou menor do que o necessário. Segundo Padoveze: podemos definir indicador de desempenho como um conjunto de medidas financeiras e não financeiras preestabelecidas pela administração, que servirão como metas a serem alcançadas ou superadas, para controle de desempenho da empresa e dos gestores (2010, p. 337). Na área de gestão de pessoas há vários KPis que podem ser utilizados: • demográficos (dados dos colaboradores, rotatividade, ausências); • recrutamento, admissão e integração (o tempo gastos com esses processos); • retenção de talentos (quantos saem da empresa); • conhecimento funcional (se os colaboradores cumprem as regras de segurança, os processos ou comunicação). Esses dados são importantes indicadores demonstrando um pouco do clima organizacional. • • • • - -7 O KPi deve ser realista, fugir da subjetividade, pois a ambição, em termos de crescimento da empresa, pode ser um desejo pessoal do gestor, sem fundamento. Portanto, o KPi é uma ferramenta que não deve sofrer interferência da subjetividade de quem vai utilizá-la. Fechamento Chegamos ao final de nossa aula, onde foi possível entender a importância da tecnologia na utilização dos sistemas gerenciais de avaliação de desempenho e demais áreas. Recentemente surgiram ferramentas como a matriz 9 Blocks e os KPis, que estão disponíveis para ajudar na tomada de decisões. Não esqueça: fique sempre atento à realidade da sua equipe e da sua empresa para saber como escolher as ferramentas que podem ajudar mais e de forma mais eficiente na gestão de desempenho. Referências ARAÚJO, L.C.; GARCIA, A.A. : estratégias e integração organizacional. 3. ed. São Paulo: Atlas,Gestão de Pessoas 2014. LEME. R. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013.Redescobrindo a matriz Nine Box. PADOVEZE, C.L. : um enfoque em sistema de informação contábil. Contabilidade Gerencial 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PARMENTER, D. . Developing, Implementing, and using Winning KPIs. 2. ed. Key Performance Indicators (KPI) Wiley: Hoboken, 2010. VELOSO, D. Métodos de avaliação de desempenho utilizados pelas quatro maiores instituições financeiras do país. , n.1.2016 Revista Eletrônica Gestão e Negócios . Disponível em:<http://s3.uninove.br/app/uploads/2016 /12/08102034/1481210434-Douglas-Veloso.pdf>. Acesso em: 25 set. 2018. SAIBA MAIS Quando empresas diferentes adotam os mesmos KPis, (indicadores chave de desempenho), ou seja, eles são compatíveis, servem como parâmetro e podem ser utilizados como comparativos entre as mesmas. Desta forma, as que têm melhor desempenho servem como benchmark (melhores práticas) para as demais empresas e ao próprio mercado de trabalho. - -1 Feedback na avaliação de desempenho Alisson Didier Nery Alves Introdução Fazer uma crítica pode parecer uma tarefa muito fácil, mas dependendo da maneira de como ela é conduzida, pode se tornar um fator de ruptura de relacionamento entre os envolvidos. Por outro lado, este momento pode se tornar muito difícil, exige preparo, tanto para aplicar quanto para receber, pois trata-se de um momento de exposição de opiniões. Esse momento de troca de informações, que aponta o resultado de alguma ação, é chamado de feedback. Mas você sabe dizer o que realmente significa feedback? Qual a finalidade de aplicar este Feedback? Neste tema, vamos estudar sobre a importância e a aplicabilidade do feedback para gerenciar o desenvolvimento de pessoas nas organizações. Ao final desta aula, você será capaz de: • avaliar a importância do feedback para a Gestão de Desempenho, compreendendo a necessidade de desenvolver a empatia para um bom feedback. Por que os avaliadores devem dar feedback contínuo à equipe? Feedback é uma ferramenta utilizada por gestores para avaliar ações e comportamentos de seus liderados e planejar a realização de atividades para corrigir os pontos avaliados. Podemos considerar que ele é um parecer, uma opinião sobre determinado assunto. Sendo assim, seu objetivo é elaborar planos corretivos, alinhados aos objetivos organizacionais, traçando um plano de melhorias para os pontos sinalizados. Segundo Rosado (1997) apud Simões (2008, p. 3), o feedback resulta de uma tomada de decisões oportunas com base em informações geradas durante um processo de avaliação e observação no ambiente em que determinada atividade se desenvolve. Praticar o feedback continuamente é uma atividade primordial do gestor, tendo em vista que ela é uma das principais ferramentas para o gerenciamento de equipes. Podemos relatar em síntese, como o processo de transmitir aos colaboradores retornos sobre seu desempenho, apresentando as expectativas de sua função e aplicando planos de trabalho para o alcance dos mesmos. Além disso, outro objetivo importante do feedback, é estreitar o relacionamento entre líder e liderado para estimular o seu desenvolvimento profissional. • - -2 É fundamental que o líder consiga manter um relacionamento regrado a credibilidade, confiança e respeito com todos os membros do seu time. Algumas atividades simples facilitam o processo de integração e engajamento da equipe, mas que fazem toda a diferença nas relações humanas. Por que praticar o feedback de maneira contínua? Feedbacks contínuos possibilitam o retorno mais rápido. Como dica, consideremos ideal um feedback aplicado a cada quinze dias. Quando reduzimos o hiato entre um feedback e outro, possibilitamos ao profissional uma visão mais próxima dos fatos acontecidos e um intervalo menor para atuar na correção das oportunidades apresentadas. SAIBA MAIS Prezado aluno, a dica de hoje fica com o livro "Feedback corporativo: como saber se está indo bem", de Simoni Missel (2016). A obra apresenta ao leitor o feedback como uma ferramenta que favorece a solução de alguns dos principais problemas que acontecem na rotina organizacional, além de afirmar que a utilização dessa ferramenta potencializa a produtividade dos colaboradores. EXEMPLO Praticar almoços semanais com a equipe pode ser uma atividade que irá proporcionar que todos os membros do time tenham a oportunidade de se conhecer melhor, tratar de assuntosque não sejam apenas os assuntos corporativos e estreitar a relação com o líder. Atentar-se aos problemas extraorganizacionais de seus colaboradores é uma oportunidade de mostrar que o líder, além de ser um gestor, é um ser humano e que consegue enxergar seus liderados como pessoas e não apenas como números. - -3 Figura 1 - A importância do feedback Fonte: Marekuliasz, Shutterstock, 2018. A figura apresenta a importância do ciclo do feedback para os colaboradores e a organização em geral. Se a empresa deseja construir e gerar resultados diferentes, sustentáveis, que aproximem a empresa dos objetivos planejados, deve dar feedbacks contínuos aos seus colaboradores. Importância do feedback para a segurança emocional dos avaliados Com o passar dos anos, as organizações foram percebendo a importância da aplicação do feedback, tendo em vista que esta ferramenta torna o líder e seu liderado mais próximos, proporcionando um ambiente mais aberto ao diálogo. Minimizar o hiato entre um feedback e outro é fundamental para a evolução profissional do colaborador, por outro lado, esperar demais pode agravar a correção do ponto sinalizado no feedback. Para participar do processo de feedback deve existir uma preparação de ambas as partes, quem aplica e quem recebe. O feedback deve ser baseado em informações e dados, ligados a métodos que comprovem o déficit do indicador FIQUE ATENTO O feedback não é apenas um momento de crítica à execução de uma atividade realizada pelo colaborador, essa ferramenta deve ser aplicada também para comemorar resultados realizados pelo seu time, apontar comportamentos e atitudes que fizeram do colaborador em questão. Lembre-se: para que aconteça o processo de feedback, deve existir diálogo. Esse processo não deve expressar nenhum tipo de bronca ao colaborador, jamais devemos começar um feedback com uma lição de moral, a importância do diálogo é permitir que a mente de ambas esteja aberta para encontrar soluções para as oportunidades apresentadas. - -4 O feedback deve ser baseado em informações e dados, ligados a métodos que comprovem o déficit do indicador ou a potencialização dele. Um feedback mal conduzido pode causar impactos no relacionamento entre líder e liderado, afetando diretamente os resultados. Dificuldades dos avaliadores em dar e receber feedback Utilizar o feedback para melhorar e fortalecer a relação entre os colaboradores de um time é um método encontrado pelas organizações e seus gestores para potencializar os resultados da empresa. O gestor responsável por conduzir esse processo deve propor prazos para a execução do plano de ação planejado e, por conseguinte, a exposição dos resultados. O feedback é um processo que mexe com as emoções e sentimentos dos participantes e, normalmente, nem tudo que é apresentado é aceito pelas partes envolvidas. O feedback pode ser recebido de forma negativa, gerando um mal-entendido entre as partes, mas podem gerar também reações positivas, elevando a motivação do colaborador, potencializando seu comportamento, suas atitudes, gerando resultados positivos, individuais e coletivos. Segundo Chiavenato (1993, p. 167): A partir da Teoria das Relações Humanas, todo o acervo de teorias psicológicas acerca da motivação humana passou a ser aplicado dentro da empresa. Verificou-se que todo comportamento humano é motivado. A motivação, no sentido psicológico, é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à satisfação de uma ou mais determinadas necessidades. Conforme comenta Chiavenato (1993), o ser humano é movido por um motivo. Este o leva à ação, a ter um tipo de comportamento. Todas as pessoas precisam sentir que suas necessidades estão ou serão realizadas, o que garante o impulso. As organizações devem gerar motivos em seus colaboradores para que se sintam engajados. A figura a seguir simula a condução e a reação de um colaborador após um feedback recebido. Figura 2 - Relações humanas no trabalho: aplicação de feedback Fonte: Branislav Nenin, Shutterstock, 2018. Como principal condutor do processo de feedback, o gestor é fundamental na preparação do colaborador para o recebimento do parecer de sua performance. Por envolver muitas emoções, o feedback deve apresentar dados embasados e ser aplicado com segurança quanto às informações fornecidas e apresentadas. Para Wagner e Hollenbeck (2006), o gestor é responsável em conduzir, da melhor maneira, as emoções dos colaboradores, apresentando alternativas e caminhos para que consigam tomar a decisão mais assertiva, para elevar sua - -5 apresentando alternativas e caminhos para que consigam tomar a decisão mais assertiva, para elevar sua performance alinhada com os objetivos profissionais. O gestor deve buscar conduzir o feedback e receber uma reação positiva, mas também se preparar para que mesmo que exista uma reação inesperada e de difícil condução, evitar encerrar o feedback sem as devidas tratativas. Encontrar soluções para os problemas é a principal função de um gestor. Postergar essa tratativa pode ocasionar reações difíceis de serem sanadas em outros momentos. Como conduzir a entrevista de feedback? Nas organizações, o conceito de feedback está relacionado à análise ou percepção realizada por outra pessoa (normalmente gestor) a respeito da performance do avaliado. Existem técnicas que auxiliam os gestores a conduzir de maneira eficiente o processo de feedback, minimizando os riscos de a mensagem transmitida conter ruídos e causar um impacto nas relações entre líder e liderado. Um fator importante é que o feedback deve ser aplicado de maneira imediata, sempre após a ocorrência do fato, lembrando que o gestor deve minimizar o espaço de tempo entre o fato e o feedback. O gestor deve evitar conduzir os feedbacks publicamente, não expondo o colaborador a situações que gerem desconforto. Wagner e Hollenbeck (2006) afirmam que alguns gestores erram por conduzirem seus feedbacks com preconceito, levando para o lado pessoal, expondo suas opiniões, não sendo neutros nem éticos. Lembre-se que, ao realizar o feedback, existe a probabilidade de ambas as partes estarem tensas, por isso é importante que o gestor quebre o gelo, permitindo um clima mais agradável e confortável. É importante manter o equilíbrio nas críticas e nos elogios, devemos focar nos pontos fortes e sempre encontrar soluções de melhoria. FIQUE ATENTO A pessoa que recebe o feedback pode ter medo de ser constrangida ou até mesmo humilhada. Quem tem o papel de conduzir o feedback deve proporcionar um ambiente confortável, permitindo que os participantes expressem suas análises sobre o ponto abordado. - -6 Figura 3 - Modelo de avaliação de desempenho (feedback) Fonte: HYS_NP, Shutterstock, 2018. Na figura, observamos um modelo de avaliação de desempenho (feedback), o qual, caso o gestor não procure embasamento em dados válidos, tende a deixar a avaliação muito pessoal, perdendo a neutralidade, gerando assim, reações e emoções no avaliado. Empatia: o segredo de um feedback desarmado Vivemos em um cenário de alta competitividade, em que os profissionais são colocados diante de grandes desafios, principalmente no que se diz respeito à performance individual, a metas e objetivos, cujo alcance muitas vezes fogem da realidade de mercado e dos recursos disponíveis. Por outro lado, nós, seres humanos, temos a dificuldade de enxergar nossos pontos fracos e aceitarmos nossas ineficiências, principalmente quando temos de admiti-los publicamente para os outros. Exemplos: um relatório que enviamos fora do prazo ou uma negociação que não conseguimos fechar com um cliente ou fornecedor. Mas como um gestor deve se preparar para aplicar um feedback? Em muitos casos, o gestor não tem a noção do quanto sua postura e seu comportamento influenciam seu liderado. Ele deve se tornar um pilar, para que este consiga reverter os resultados negativos. Deve mostrar interessena evolução do colaborador por meio de ações, direcionando, acompanhando e mostrando a ele o caminho a ser percorrido. Segundo Novaes (2007), ao elaborar um feedback, o gestor deve se preocupar com que o colaborador faça a diferença. Para isso, o feedback deve começar e terminar com pontos positivos, evitando expor apenas pontos negativos, enaltecendo um desempenho específico, evitando ao máximo ser generalista. - -7 Figura 4 - Feedback on the job (técnica de feedback) Fonte: Shutterstock, 2018. A imagem representa o momento do feedback entre o gestor e seu liderado. A técnica utilizada chama-se on the job (no ponto de trabalho), mostrando a preocupação com a individualidade e dispondo-se a mostrar ao colaborador o caminho a ser percorrido. Fechamento A utilização da técnica de feedback gera valor para o acompanhamento e o desenvolvimento do time de colaboradores. Nesta unidade, apresentamos a importância da utilização desse modelo na organização. Você pôde analisar como acontece a rotina de aplicabilidade da técnica nas organizações e como ela pode afetar positivamente e negativamente cada membro do time de colaboradores. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • entender a importância da aplicabilidade do feedback; • conhecer a necessidade do uso contínuo desta ferramenta; • analisar as diferentes etapas do processo de feedback. Referências CHIAVENATO, I. . 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1993.Introdução à teoria geral da administração MISSEL, S. : como saber se está indo bem. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Benvirá, 2016.Feedback corporativo NOVAES, A. G. . Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.Logística e gerenciamento de cadeia e distribuição SIMÕES, V. A. C. Estudo do feedback pedagógico em instrutores de ginástica localizada com diferentes . Vila Real/Portugal: UTAD, 2008.níveis de experiência profissional WAGNER, J. A; HOLLENBECK, J. R. : criando vantagem competitiva. São Paulo:Comportamento organizacional Saraiva, 2006. • • • - -1 Gestão de Desempenho x Gestão de Carreira Alisson Didier Nery Alves Introdução A rotina em uma empresa é repleta de atividades. Deparamos com grande quantidade de demandas: responder e- mails, atender clientes e fornecedores, executar processos administrativos etc. Você já reparou como cada um deles é importante? E como podemos avaliar se estão sendo executados com qualidade? Muitas empresas acreditam que a melhor maneira de potencializar os resultados é monitorando a rotina do colaborador, mas você já se perguntou como as empresas elaboram um sistema de gestão de desempenho? Qual é o papel deste para o desenvolvimento da performance na organização? Neste tema, vamos estudar os sistemas de gestão de desempenho e sua importância para a gestão estratégica da organização. Objetivos da Gestão de Desempenho Desde a candidatura a uma oportunidade de emprego em uma organização, uma pessoa começa a participar de um processo seletivo, passando por testes avaliativos de suas habilidades técnicas e comportamentais. Após a aprovação nesse processo, o candidato torna-se colaborador da organização. Mesmo após essas etapas, continua sendo avaliado. Uma série de fatores são importantes na avaliação, como o comportamento, a adesão à cultura organizacional e o alinhamento aos resultados da empresa. Podemos observar que medir o desempenho humano nas organizações é algo muito complexo que necessita, por parte destas, de processos bem definidos e alinhados para avaliar a performance do time. Assim como as organizações, precisamos entender mais o conceito de gestão do desempenho. A gestão de desempenho é uma ferramenta fundamental nas organizações modernas, cujo objetivo é acompanhar, monitorar e influenciar as ações e o comportamento dos colaboradores. - -2 Figura 1 - Competências avaliadas na gestão de desempenho Fonte: Dusit, Shutterstock, 2018. Herman Aguinis define gestão de desempenho como "o processo contínuo de identificação, mensuração e desenvolvimento do desempenho de indivíduos e times, e o alinhamento desse desempenho com os objetivos estratégicos da organização" (AGUINIS, 2005, p. 3). A gestão de desempenho existe para mensurar a performance de times operacionais e identificar se os resultados estão de acordo com os objetivos estratégicos da organização. O grande objetivo de gerenciar o desempenho é melhorar a performance da empresa por meio dos colaboradores. Locke e Latham (1990) afirmam que os comportamentos são medidos e regulados por valores e metas. O desempenho será, dessa forma, função dos objetivos estabelecidos. Sistemas de gestão de desempenho são ferramentas que garantem a sobrevivência das organizações, pois estão diretamente ligados à gestão de recursos humanos, tornando-se um elemento-chave para o desenvolvimento dos colaboradores na organização, desenvolvendo e explorando o capital intelectual na empresa. SAIBA MAIS Conheça algumas práticas de avaliação de desempenho lendo o artigo "Os planos de carreira premiam os melhores professores?", de Gabriela Pimentel, Janete Palazzo e Zenaide Oliveira. Nele, as autoras discutem os critérios de progressão de carreira docente (PIMENTEL; PALAZZO; OLIVEIRA, 2009). - -3 Dimensões da Gestão de Desempenho Os sistemas de gestão de desempenho promovem a melhoria contínua nos ambientes organizacionais, focando no desempenho dos colaboradores, garantindo que os objetivos organizacionais sejam atingidos, gerando engajamento e dinamismo na organização, para atender e entender o mercado globalizado. A gestão de desempenho não se caracteriza por apenas avaliar os colaboradores. Para atingir um espírito de melhoria contínua em uma organização, mais do que avaliar, deve-se implantar um processo de acompanhamento constante dos objetivos coletivos e individuais, encontrando oportunidades nos processos, corrigindo desvios e orientando os colaboradores a ter uma performance que potencialize os resultados. Para promover um sistema de gestão assertivo e realmente funcional, gerando o engajamento dos colaboradores, deve-se selecionar o método que se encaixe nos objetivos estratégicos da organização. Qual o melhor método a ser escolhido? O método que mais se aproxima da cultura da empresa, pois irá possibilitar uma avaliação imparcial e justa, sem interferência de fatores que não sejam extremamente profissionais. O desempenho organizacional é medido por três dimensões: eficiência, eficácia e efetividade. Por que avaliar? Pela necessidade de identificar como as coisas estão indo. FIQUE ATENTO Vamos conceituar as três dimensões da maneira mais clara possível: é fazer maiseficiência com menos, ou seja, a realização de uma tarefa. é fazer o certo, ou seja, atingir umEficácia objetivo. Já relaciona-se à satisfação, ou seja , é realizar o que foi pedido daefetividade maneira certa. - -4 Figura 2 - Representação da análise de desempenho Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2018. Vamos entender o que significam essas três dimensões. Eficiência, para Sander (1982, p. 11) é o “critério administrativo que revela a capacidade real de produzir o máximo com o mínimo de recursos, energia e tempo”. Eficácia, de acordo com Campbell (apud HALL, 1984), caracteriza-se por fatores variados, além do que a escolha do critério a ser empregado para a mensuração depende do tipo de organização a ser estudada. Por fim, efetividade, para Sander (1982, p. 13), é o “critério de desempenho que mede a capacidade de produzir a solução ou resposta desejada pelos participantes da comunidade”. Da Avaliação de Desempenho para a Gestão de Desempenho A avaliação de desempenho mede a performance das pessoas em uma organização. É uma das práticas mais adotas pelas organizações para avaliar os resultados e o comportamento dos colaboradores e, assim, identificar oportunidades de melhoria, levando a operação para a alta performance e a excelência de entrega dos serviços. Muitas vezes o conceito de avaliaçãoe o de gestão do desempenho são confundidos. Apesar de os dois atuarem na performance humana, a gestão do desempenho é mais estratégica, enquanto a avaliação é um mapeamento, um diagnóstico. - -5 Segundo Chiavenato (2004), a avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do trabalho de cada pessoa, em função das tarefas que ela executa, das metas e resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. Para Marras (2000, p. 173), a “avaliação de desempenho (AD) é um instrumento gerencial que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado ou por um grupo, em período e área específicos (conhecimentos, metas, habilidades etc.)”. Figura 3 - Modelo de avaliação de desempenho Fonte: PinkBlue, Shutterstock, 2018. E quanto às vantagens proporcionadas pelo processo de avaliação de desempenho? Para Araújo (2006), o uso dessa ferramenta colabora de várias maneiras: ajudando a situar as pessoas na estrutura organizacional, possibilitando que se descubram talentos, auxiliando para que se aprimore a qualidade de vida dos avaliados, facilitando o feedback para a organização, incentivando que se utilize o e, ainda, auxiliando para que oscoaching esforços da organização sejam bem direcionados. FIQUE ATENTO O que difere avaliação de desempenho de ? A primeira é umagestão de desempenho ferramenta utilizada no gerenciamento de pessoas, cujo objetivo é medir a produtividade e a performance delas. Ela pode ser realizada de diversas maneiras, a fim de levantar dados para o desenvolvimento do colaborador. A segunda é mais estratégica e preventiva, o foco é gerir o presente, intervindo sempre que possível. Lembre-se: elas são ferramentas essenciais ao gerenciamento da carreira do colaborador. - -6 Alavancagem e Armadilhas na Gestão de Carreira Note que a gestão de desempenho torna-se um fator importante para o gerenciamento de carreira. Vamos entender agora como essa ferramenta consegue potencializar a carreira dos colaoradores em uma organização. Contudo, antes, que tal conceituar o que vem a ser a gestão de carreira? Organizações bem estruturadas oferecem aos colaboradores trajetórias de carreiras que possibilitem ao time oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional. Essas organizações buscam alinhar os objetivos organizacionais com os objetivos profissionais de cada um, oferecendo uma trilha de ascenção de carreira na organização. O principal objetivo da gestão de carreira é potencializar talentos na organização, descobrindo habilidades e competências dos colaboradores, oferecendo um clima organizacional que facilite o engajamento e a competitividade, sendo fator para ampliar resultados e evitar que os colaboradores fiquem desmotivados. Segundo London e Stumph, (1982:04 apud DUTRA, 1996, p. 12), “carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa”. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos, aspirações individuais, expectativas e imposições da organização e da sociedade. Figura 4 - Conjunto de competências que impulsionam a carreira Fonte: marekuliasz, Shutterstock, 2018. Em um cenário dinâmico, as empresas procuram candidatos que gerenciem a própria carreira e apresentem características singulares, entre elas, capacidade de aprendizado contínuo e multifuncionalidade (MALSCHITZKY, 2003). Segundo Dutra (2010), existem quatro dimensões essenciais para a construção de uma carreira: performance de trabalho, atitudes, identidade e adaptabilidade. As organizações estão cada vez mais focadas nessas competências, que são essenciais para o bom desempenho. - -7 Como no exemplo, as organizações precisam de colaboradores atentos que façam uma boa leitura do mercado, adaptando-se às necessidades corporativas. Por outro lado, pequenos erros podem comprometer a reputação da carreira. Devemos procurar nos afastar de ações como a procrastinação e ter uma visão distorcida de nossas competências e habilidades, pois são fatores que podem destruir a carreira. Adotar práticas de gerenciamento de carreira traz efeitos positivos para as organizações, embora todos os cenários atuais mostrem que cada vez mais os colaboradores controlarão o direcionamento da própria carreira. Por sua vez, as empresas devem manter os planos de crescimento alinhados com os planos individuais, para a manutenção e empoderamento dos colaboradores. Fechamento Caro aluno, chegamos ao fim do tema. Nele, conseguimos observar que, de fato, as pessoas conseguiram assumir um papel fundamental nas organizações modernas. Por outro lado, estas tiveram que se adaptar e se moldar às novas tendências de negócios, oferecendo aos colaboradores ferramentas de gerenciamento de performance e desempenho, permitindo o desenvolvimento de habilidades e competências comportamentais. Esse novo cenário solicita do colaborador uma postura adaptada à cultura organizacional e às demandas ofertadas pela empresa. Esperamos que você tenha atingido os objetivos e construído uma base para o desenvolvimento do conhecimento, entendendo o que é gestão e avaliação do desempenho e gestão de carreiras. Nesta unidade de estudo, você teve a oportunidade de entender o que é gestão de desempenho; conhecer os benefícios da gestão de desempenho; e analisar a relação entre a gestão de desempenho e a gestão de carreira nas organizações. Referências AGUINIS, H. . Performance Management Grã-Bretanha: Edinburgh Business School, 2005. ARAÚJO, L. C. G. de. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 7. reimp. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. DUTRA, 1996. J. S. Administração de carreiras. São Paulo: Atlas, ________. Gestão de carreiras na empresa contemporânea. São Paulo: Atlas, 2010. HALL, R. : estruturas e processos. 3. ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1984.Organizações LOCKE, E. A.; LATHAM, G. P. Work Motivation and Sastisfaction: Light at the End of the Tunnel. American EXEMPLO Que tal avaliar o desempenho de um jogador de futebol? A avaliação é possível só após a partida. Se ele conseguiu marcar um gol ou se participou da tática corretamente. Já a gestão de desempenho proporciona ao treinador realizar alterações ao perceber que determinado atleta está mal ou que a tática utilizada não está gerando bons resultados. - -8 LOCKE, E. A.; LATHAM, G. P. Work Motivation and Sastisfaction: Light at the End of the Tunnel. American Psychological Society, v. 1, n. 4, July 1990. MALSCHITZKY, N. Emprego X empregabilidade. . Súmula de Gazeta do Povo Negócios. Curitiba, n. 7, 2003. MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000. PIMENTEL, G. S. R.; PALAZZO, J.; OLIVEIRA, Z. dos R. B. B. de. Os planos de carreira premiam os melhores professores?. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 17, n. 63, p. 355-380, abr. /jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v17n63/v17n63a09>. Acesso em: 17/07/2018. SANDER, B. Administração da educação no Brasil: é hora da relevância. Educação Brasileira, Brasília, v. 4, n. 9, p. 08-27, 2º sem., 1982. - -1 Liderança na gestão de desempenho Alisson Didier Nery Alves Introdução A gestão do desempenho é um sistema, com processos que mensuram e analisam informações sobre performance e comportamento do indivíduo na organização. A ferramenta de avaliação de desempenho visa proporcionar mais clareza e objetividade ao gerenciamento dessa performance. Você já notou que perante um sistema de gestão de desempenho o líder tem papel fundamental para motivar e agregar valor ao time? Como ele deve agir para motivar e desenvolver a equipe para atuar em alta performance? Qual o papel dele no desenvolvimento da performance na organização? Neste tema, vamos estudar a liderança na gestão de desempenho e sua importânciano gerenciamento da performance do indivíduo na organização. Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a importância do papel da liderança na Gestão de Desempenho, entendendo a influência da comunicação entre líder e liderado. Os papéis na Gestão do Desempenho Você consegue imaginar a importância dos líderes para uma organização? Qual o poder de influência de um líder nos resultados da empresa? Segundo Chiavenato (2003, p. 122), “a liderança torna-se uma habilidade necessária para todas as organizações humanas”. Podemos atrelar a importância dessa habilidade com a necessidade que as organizações possuem em conhecer seus colaboradores para, assim, potencializar suas competências e conseguir desvendar novas oportunidades de negócios. Para que uma organização estabeleça um crescimento significativo e uma boa performance em seus indicadores é preciso que ela disponha de um time engajado e responsável por seus objetivos. Maximiano (2002) afirma que a liderança é a realização de metas por meio da direção de colaboradores. Ou seja, o líder é o responsável por direcionar o time ao encontro da performance ideal. Ele é um profissional fundamental no suporte às operações, além de estar diretamente relacionado à performance da equipe. Por manter um contato direto com o time de colaboradores, ele pode interferir na produtividade de todos. Note que um fator importante é a maneira como ele se comporta em relação ao time. O líder deve manter-se próximo da equipe, para acompanhar e desenvolver as potencialidades individuais e coletivas de todos. Um líder que cativa e desenvolve seus colaboradores garante a admiração, o respeito e o engajamento de cada um deles diante dos objetivos lançados. Por outro lado, a performance do líder também precisa ser excelente, ele deve ter conhecimento sobre gerenciamento de pessoas, a fim de propor soluções para as dificuldades e imprevistos que acontecem na rotina organizacional. • - -2 A dificuldade de gerenciar pessoas torna-se o grande desafio das organizações modernas. Elas entendem que precisam encontrar um ponto de equilíbrio entre alcançar os objetivos organizacionais e facilitar o ambiente produtivo do colaborador. O êxito na gestão da performance operacional depende de como o líder consegue interagir e extrair o melhor potencial da equipe. A liderança na Gestão de Desempenho O desempenho organizacional é um dos fatores que ajudam a mensurar a performance dos colaboradores e constroem índices que indicam se a empresa tem crescido no mercado. A liderança é o caminho para levar o time a resultados excelentes. O poder da influência do líder o leva a estimular o time ao encontro dos objetivos estratégicos da empresa. Se o líder é a figura responsável por conduzir a equipe ao sucesso, o que esperar dele? É fundamental que ele forme, identifique oportunidades e estimule o comportamento positivo na organização. SAIBA MAIS Liderança é um dos temas de gestão mais discutidos no mundo. Saber como pensa um líder e quais as principais habilidades para elevar a performance do time é fundamental para o sucesso organizacional. Veja estas dicas de livros que apresentam uma visão mais moderna do desenvolvimento da performance humana: · “A cabeça de Steve Jobs”, de Leander Kahney (2008); · “Além da liderança”, de Leonardo Peracini (2015); · “Líder empreendedor”, de Dave Ramsey (2014). - -3 Figura 1 - Competência de um líder Fonte: Grasko, Shutterstock, 2018. Percebemos a importância dos líderes para os processos complexos organizacionais. Moscovici (1995, p. 169), afirma que “os grupos humanos necessitam de líderes que desenvolvam os recursos e as potencialidades dos seus liderados”. Podemos levar o exemplo para o ambiente corporativo, pois o gestor/líder é uma figura fundamental para acompanhar e manter alinhadas as diretrizes organizacionais. Já as organizações necessitam de líderes que consigam desenvolver as habilidades e competências dos colaboradores. O líder deve gerenciar o comportamento das pessoas, sem contudo perder o foco nos objetivos da organização. Por isso, ele é o responsável direto para acompanhar, medir e desenvolver a performance do time. - -4 Figura 2 - Medição e análise do time Fonte: Dusit, Shutterstock, 2018. Estamos falando sobre desempenho, mas você já parou para pensar e entender o que é performance? Lebas e Euske (2002) conceituam o desempenho como os processos que fornecem informações e dados para os gestores, sendo que a soma de todos eles auxiliará suas tomadas de decisões, colaborando na criação de uma empresa de maior valor no futuro. Podemos traduzir e conceituar performance como o resultado da execução das tarefas planejadas pelo indivíduo. - -5 Agora que você entendeu o conceito de “performance” em vários setores, passando pelo organizacional, vamos dar continuidade e entender como o gestor deve se posicionar e se comunicar com seus liderados e como a comunicação influencia a performance do time. Comunicação entre líder e liderados Grandes líderes pretendem manter um time engajado e comprometido com os objetivos organizacionais. Um líder deseja que o time chegue a um elevado grau de maturidade, que consiga atuar nas demandas com autonomia e proatividade, antecipando-se a possíveis problemas em sua operação. Por outro lado, para que o time consiga responder com maturidade, disciplina, responsabilidade e engajamento, o líder deve atuar no gerenciamento das pessoas, valendo-se de ferramentas que possibilitem o acompanhamento e o conhecimento da rotina de cada um. Uma ferramenta simples, e paradoxalmente bastante complexa, auxilia o líder na tomada de decisão: a comunicação. Ela permite ao gestor tanto maximizar resultados quanto diminuir a performance, dependendo de seu posicionamento. Vamos entender como o processo de comunicação funciona e como ele pode ser extremamente eficaz e eficiente para a performance organizacional? Segundo Pinto (2007a, p. 20), “a comunicação eficaz é importante para os administradores por ser um processo através do qual são realizadas as funções de planejamento, organização, liderança e controle”. EXEMPLO Podemos exemplificar a performance nos casos a seguir: a) Um instrutor de treinamento que treinou 10 candidatos e foram aprovados nos testes avaliativos apenas 3; b) Um assistente de atendimento que atende 20 clientes em 4 horas; c) Um gestor comercial que precisa fechar 5 visitas por dia e entrega apenas 70% do indicador planejado pela organização. FIQUE ATENTO A comunicação torna-se o principal instrumento de trabalho de um líder para o atingimento dos objetivos e a extração do melhor potencial dos liderados. Ao realizar um processo de comunicação eficiente, o líder conseguirá ter maior controle sobre os processos organizacionais, identificando a melhor maneira de conduzir o potencial de seus colaboradores. - -6 Figura 3 - Comunicação entre líder e liderados Fonte: iQoncept, Shutterstock, 2018. Hunter (2006) correlaciona ainda comunicação e confiança. Ele explica que é preciso esforço e comunicação para o estabelecimento da confiança. A comunicação característica dos líderes eficazes é a do tipo afirmativo. De certo modo, ela é vista como agressiva, por ser honesta, franca e direta. Ela diz a verdade, independentemente de ser uma má notícia. A vantagem é que líderes afirmativos não violam os direitos dos colaboradores, pois têm um comportamento respeitoso. A Gestão de Desempenho como critério de avaliação de liderança A avaliação de desempenho tem se tornado cada vez mais fundamental nas organizações. Ela também funciona como uma ferramenta estratégia, pois permite filtrar as informações importantes para o atingimento de altos níveis de produtividade. É claro que todos os colaboradores devem ser avaliados em sua performance e operação, assim como os gestores. Surge então a pergunta: como avaliamos a performance e a produtividade do- -7 operação, assim como os gestores. Surge então a pergunta: como avaliamos a performance e a produtividade do líder? O gestor deve sim ser avaliado devido à importância de sua função para a organização. Podemos afirmar que o líder é uma ponte entre a operação e a alta gestão da empresa, e uma postura inadequada pode prejudicar os objetivos da organização. Lembre-se de que a maneira como a empresa é conduzida determina seus objetivos e seu nível de competitividade. O líder dever ser um agente de mudança de forma a impulsionar a competitividade organizacional, levar os valores e a visão da empresa para o mercado e facilitar os caminhos a serem percorridos. FIQUE ATENTO As competências dos líderes representam fatores decisivos para a estratégia organizacional. Eles detêm informações e dados importantes para a tomada de decisão estratégica, a fim de tornar a empresa mais competitiva. Toda organização necessita de líderes visionários, inovadores e engajados com a excelência da performance. - -8 Figura 4 - Líder: agente de mudança Fonte: Alan Freed, Shutterstock, 2018. Respondendo à pergunta sobre como avaliar o líder, devemos ter em mente que as organizações avaliam a capacidade de ação do líder, ou seja, como ele consegue extrair o potencial do time e apresentar soluções para os problemas do dia a dia organizacional. Um dos principais pontos a avaliar em um líder é sua capacidade de tomada de decisão. A empresa deve identificar o quanto o líder consegue identificar as oportunidades de melhoria e priorizar as soluções. Ainda tratando de prioridades, como ele as classifica? O senso de urgência do líder nas resoluções é fator importante. É imprescindível ainda que ele tenha a percepção do problema por diferentes perspectivas. Como ele transmite os objetivos? Ele consegue ser claro e diretivo? Por último, podemos citar a capacidade do líder de formar novos líderes e levar a empresa a um nível elevado de competitividade e inovação. Fechamento Caro aluno, chegamos ao fim do tema. Nele, conseguimos observar, de fato, a importância do papel do líder na condução da evolução da performance do time. Compreendemos que o líder deve treinar e exercitar a comunicação, tendo em vista que ela é sua principal ferramenta nas rotinas de trabalho, servindo como um indicador para o time no atingimento dos objetivos. Por esse motivo, o líder que pretende utilizar o máximo - -9 indicador para o time no atingimento dos objetivos. Por esse motivo, o líder que pretende utilizar o máximo potencial de sua equipe deve saber utilizar a seu favor todas as formas de comunicação. O líder precisa pensar de maneira diferente, conhecendo sua importância para a organização e principalmente atuando como agente de mudança de comportamento dos colaboradores. É fundamental que o líder tenha como objetivo comunicar-se de maneira clara. Esperamos que você tenha atingido os objetivos deste tema e construído uma base para o desenvolvimento do conhecimento, entendendo a importância dos conceitos básicos e das ferramentas que auxiliam o líder na condução do time e na tomada de decisão. Nesta unidade de estudo, você teve a oportunidade de entender o papel da liderança no desempenho da empresa; conhecer as atividades do líder na gestão do desempenho; e analisar a relação entre a liderança e a performance organizacional. Referências CHIAVENATO, I. : fundamentos básicos. Administração de recursos humanos 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. HUNTER, J. C. . Tradução de A. B. Pinheiro de Lemes. Rio de Janeiro: Sextante,Como se tornar um líder servidor 2006. ________. : uma história sobre a essência da liderança. Tradução de Maria da ConceiçãoO monge e o executivo Fornos de Magalhães. 17. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. KAHNEY, L. . Rio de Janeiro: Agir, 2008.A cabeça de Steve Jobs LEBAS, M.; EUSKE, K. A Conceptual and Operational Delineation of Performance. In: Business Performance : Theory and Practice. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. p. 65-79.Measurement MAXIMIANO, A. C. A. : da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas,Teoria geral da administração 2004. ________. . São Paulo: Atlas, 2002.Teoria geral da administração MOSCOVICI, F. . Rio de Janeiro: José Olympio, 1995.Desenvolvimento interpessoal PERACINI, L. : devaneios de uma gestão. São Paulo: Clube de Autores, 2015.Além da liderança PINTO, N. A. M. : a vez do mestre – Análise comportamental. Módulo VIII. Rio de Janeiro: 2007a.Comunicação ________. : a vez do mestre – Análise comportamental. Módulo IV. Rio de Janeiro: 2007b.Liderança RAMSEY, D. . Tradução de Ivar Panazzolo Junior. Ribeirão Preto: Novas Ideias, 2014.Líder Empreendedor - -1 Cultura organizacional e a gestão de desempenho Alisson Didier Nery Alves Introdução Nos últimos anos, o tema gestão do desempenho vem sendo estudado com muita frequência por especialistas e chamando a atenção dos líderes organizacionais, tudo isso com o objetivo de entender como elevar o desempenho dos colaboradores. Vamos buscar compreender qual a relação entre a cultura organizacional e o desempenho do time. Você sabe dizer o que significa cultura organizacional? Quais fatores são predominantes para a formação da cultura organizacional? Ou, até mesmo, como ela pode influenciar no desempenho organizacional? Neste tema, vamos estudar a influência da cultura organizacional nos indicadores performance e desempenho organizacional. Ao final desta aula, você será capaz de: • entender como a cultura organizacional pode fortalecer a Gestão de Desempenho, compreendendo os fatores de influência nesse processo. A Gestão do Desempenho como fator motivacional A gestão do desempenho não é utilizada apenas como ferramenta de controle e acompanhamento de operações, mas também como meio de desenvolver os colaboradores e potencializar suas habilidades, para, consequentemente, elevar sua performance. A avaliação de desempenho é uma ferramenta fundamental para a medição da performance do colaborador. • SAIBA MAIS Você deseja assimilar ainda mais o conteúdo deste tema? Então veja esta dica. O filme A firma conta a história de Mitch, um jovem advogado que vai trabalhar em uma empresa e descobre que ela está envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro (GRISHAM, J. et al, 1993). Observe e analise como os valores da cultura organizacional são absorvidos pelo novo funcionário. - -2 A avaliação de desempenho é uma ferramenta fundamental para a medição da performance do colaborador. Além de ser utilizada para avaliar as práticas empresariais, identificar o nível de motivação dos colaboradores para a execução das tarefas e estabelecer um ambiente saudável à construção do conhecimento e um alto nível de competitividade. Mais que um período de avaliação, a gestão do desempenho deve ser uma ação rotineira da empresa, ela deve fazer parte da cultura organizacional. Mas você sabe o que é cultura organizacional? Podemos conceituar cultura organizacional como um sistema de normas e valores predefinidos por uma organização, que deve ser adotado e seguido por todos os colaboradores, como norteador de suas ações, para que tenham excelente performance e elevem seus resultados. Para Schein (1992, p.12): A cultura de uma organização é definida como um conjunto de pressuposições básicas compartilhadas em um grupo de pessoas, que compartilham como resolvem seus problemas de adaptação externa e integração interna, esta maneira de agir tendo o funcionamento suficientemente bom para ser considerada válida e, da mesma forma, assimilada pelos novos membros do grupo como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação aos problemas. Essas diretrizes são passadas através dos antigos colaboradores da organização, para os novos colaboradores. A cultura vai se formando ao longo dos anos e sua formação sofre grande influência da visão, da missão e dos valores da empresa, da experiência da rotina doscolaboradores e, principalmente, como estes realizam suas ações. Figura 1 - Cultura organizacional formada pelos valores da empresa Fonte: docstockmedia, Shutterstock, 2018. Essas diretrizes devem ser adotadas e seguidas por todos na organização. A cultura representa a maneira como esta realiza seus negócios, trata seus clientes, fornecedores, colaboradores e a sociedade em que ela está inserida como um todo. Para Lucena (1992), o desempenho deve ter acompanhamento contínuo, reconhecendo seus desvios e apontando ações que permitam ao colaborador evoluir em sua performance. Para que a empresa atinja resultados extraordinários, ela deve implantar uma cultura focada no desempenho. Como o gerenciamento do desempenho pode influenciar na performance dos colaboradores? A motivação é um item fundamental a qualquer profissional. Ela motiva para a ação. Por meio dela, conseguimos força para trilhar novos caminhos, encarar novos desafios, realizar objetivos e alcançar metas. Profissionais com alto nível de motivação são mais propícios a desempenhar e executar as demandas com mais empenho e responsabilidade. - -3 Diante desse cenário, é importante que a organização promova uma cultura focada no desempenho, estabelecendo um ambiente saudável, que valorize as pessoas, procurando manter o engajamento nos objetivos individuais e organizacionais. Gestão do Desempenho como medida da cultura organizacional A cultura organizacional é preponderante para o sucesso de práticas de gestão, desempenho organizacional e crescimento da organização como um todo. Nos últimos anos, houve um aumento no estudo da relação entre cultura organizacional e desempenho, inclusive nas organizações que buscam crescimento nos negócios. Entretanto, os resultados desses estudos mostram um cenário ainda assustador no que se refere à definição da cultura mais adequada ao desempenho dos colaboradores. Nesse contexto, vamos analisar o que fazer para implantar uma cultura voltada para o desempenho. Figura 2 - Medição de satisfação de funcionários Fonte: docstockmedia, Shutterstock, 2018 O modo como a cultura organizacional está implantada pode afetar as operações da organização. As organizações e as pessoas têm personalidades singulares, podendo atuar de maneiras distintas: flexíveis ou rígidas, conservadoras ou criativas e inovadoras. Independentemente do tamanho da organização, esta possui FIQUE ATENTO A relação entre motivação e desempenho precisa ser desenvolvida continuamente, pois é uma via que aproxima a organização dos seus colaboradores. A organização deve buscar motivá-los da melhor maneira possível, para que eles consigam melhorar sua performance e buscar o autodesenvolvimento. - -4 organizações e as pessoas têm personalidades singulares, podendo atuar de maneiras distintas: flexíveis ou rígidas, conservadoras ou criativas e inovadoras. Independentemente do tamanho da organização, esta possui uma identidade, uma cultura, um conjunto de valores que irão nortear as ações. Para Dias (2003) e Robbins (2005), a cultura organizacional influencia diretamente na redução do índice de (rotatividade deturn over funcionários), proporciona identidade aos membros da organização, busca facilitar o comprometimento e o engajamento nos objetivos e interesses individuais e globais da corporação, além de facilitar a integração de novos colaboradores. Concluímos, assim, que uma cultura organizacional bem implantada pode influenciar positivamente no desempenho de todos. Por outro lado, uma empresa que não possui uma identidade de valores bem desenvolvida irá influenciar negativamente no desempenho do time. Esperamos que você tenha entendido bem o exemplo. Agora vamos dar sequência aos nossos estudos, ampliando nosso conhecimento. Que tal aprofundar o conteúdo estudando uma competência esperada dos profissionais atuais: o autodesenvolvimento? Autodesenvolvimento: competência essencial aos profissionais Ao longo do estudo desta unidade pudemos perceber a importância de o profissional moderno buscar desenvolvimento profissional e pessoal, maximizando e desenvolvendo habilidades, adaptando o comportamento ao ambiente. Profissionais que se autodesenvolvem têm sido cada vez mais procurados pelas organizações. Segundo Aquino (1980, p. 78), “o desenvolvimento tem como objetivo, explorar o potencial de aprendizagem, e a capacidade produtiva do indivíduo, aprendendo e adquirindo novas habilidades e conhecimentos, e assim conseguir potencializar sua performance”. EXEMPLO Para você entender melhor o que seriam culturas fraca e forte, fique atento a este exemplo. Podemos entender uma organização com cultura fraca aquela que possui dificuldade de adaptar sua cultura a novos cenários, ou seja, uma empresa que por muito tempo segue uma estratégia conservadora e inflexível, uma linhagem bem tradicional. Já uma empresa com cultura forte consegue ser adaptável e inovadora, buscando oferecer um ambiente positivo aos colaboradores e parceiros de negócios. - -5 Figura 3 - Figura 3 – O indivíduo e o autodesenvolvimento Fonte: Dzianis Kazlouski, Dreamstime, 2018 Segundo Dutra (2009), podemos medir uma organização pela sua capacidade de desenvolver pessoas. As empresas precisam ser um facilitador para os colaboradores, oportunizando a eles o desenvolvimento. Já o colaborador não pode apenas aguardar que a organização ofereça as condições ideais para que ele desenvolva habilidades. O indivíduo deve buscar recursos para a sua evolução. Ele deve se questionar e explorar seus limites e as possibilidades de aprender novos conteúdos que permitam crescimento e autodesenvolvimento. Fatores de influência no desempenho profissional Toda organização se preocupa com o desempenho do colaborador. Independentemente da função que exerça, o colaborador deve sempre buscar elevar sua performance e atingir seus objetivos individuais e globais, pois as organizações buscam atingir um grau de excelência e qualidade na performance dos seus números e na entrega dos seus serviços, respectivamente. De acordo com Maximiano (2000), “motivação” (derivada do latim , motivus ), que significa mover, indica os motivos que incentivam e estimulam a ação. “Com o passar do tempo, amovere motivação adquiriu diferentes interpretações, sem que nenhuma delas possa ser considerada como errada, ou destrua os argumentos da outra” (BERGAMINI, 2008, p. 42). - -6 Figura 4 - Fator de influência na performance do colaborador Fonte: dizain, Shutterstock, 2018. Um dos principais objetivos das organizações é gerenciar o capital humano ao ponto de este atingir a excelência. Os seres humanos são as chaves do sucesso, mas, por outro lado, também podem ser o segredo do fracasso de uma organização. Esta precisa entender as necessidades e motivações dos colaboradores ao exercerem uma atividade ou executarem uma ação. As organizações devem entender que as pessoas têm a necessidade de satisfazer seus objetivos. De acordo com Bergamini (1997, p. 87): Satisfação da necessidade: Ocorre quando o ciclo se fecha (mesmo a cabo de algum tempo) plenamente. Frustração da necessidade: A partir do estado de tensão no organismo, o ciclo é bloqueado impedindo a satisfação e provocando a frustração. Compensação da necessidade: Quando o ciclo é bloqueado, o impedimento da satisfação é compensado por um desvio em contato para aliviar a tensão. Por outro lado, segundo Chiavenato (2003), os objetivos são sempre passageiros e mutáveis, visto que, satisfeita uma necessidade, outra surge provocando um novo estado de tensão e desequilíbrio que se conserva até sua satisfação. FIQUE ATENTO Chiavenato (2003) expõe que, no ambiente de trabalho, as necessidades dizem respeito à remuneração básica e requisitos mínimos de trabalho, à segurança com os benefícios, a grupos, colegas, supervisores e clientes, ao reconhecimento e às promoções, ao crescimento de carreira, a oportunidades de treinamento.- -7 Fechamento A cultura organizacional tem uma relação com o desempenho organizacional. A maneira como a empresa se posiciona com seus colaboradores e com o mercado influencia a performance organizacional. Conhecer os principais fatores que causam a baixa da produtividade humana nas organizações é fundamental para elaborar uma estratégia de melhoria contínua e alinhar processos e objetivos. Neste tema, você teve a oportunidade de entender a relação entre cultura organizacional e desempenho; e conhecer os fatores que impactam o desempenho humano. Referências AQUINO, C. P. de. : uma introdução. São Paulo: Atlas, 1980.Administração de recursos humanos BERGAMINI, C. W. . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.Motivação nas organizações ________. . São Paulo: Atlas, 1997.Motivação nas organizações CHIAVENATO, I. : uma visão abrangente da modernaIntrodução à teoria geral da administração administração das organizações. 7. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. DIAS, R. . Campinas: Alínea, 2003.Cultura organizacional DUTRA, J. S. : modelo, processos, tendências e perspectiva. São Paulo: Atlas, 2009.Gestão de pessoas GRISHAM, J. et al. . Direção: Sydney Pollack. A firma Produção: John Davis, Sydney Pollack, Scott Rudin. Estados Unidos: Paramount, 1993. LUCENA, M. D. S. Avaliação de desempenho. São Paulo: Atlas, 1992. MAXIMIANO, A. C. A. . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.Introdução à administração ROBBINS, S. P. . Comportamento organizacional 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ________. : comportamento organizacional. Mudança organizacional e administração do estresse Rio de Janeiro: LTC, 1999. SCHEIN, E. H. 2. ed. San Francisco: Jossey-Bass, 1992.Organizational Culture and Leadership. - -1 Abordagem contemporânea para a Gestão de Desempenho e a Gestão de Carreira Alisson Didier Nery Alves Introdução Gerenciar o desempenho é fundamental para as organizações, independentemente de sua estrutura. Os colaboradores devem conhecer sua performance e receber contínuos sobre sua atuação. O mercado éfeedbacks competitivo e dinâmico, e as organizações precisam de talentos para se manterem competitivas em meio às inovações. Por outro lado, a dificuldade de encontrar candidatos com as habilidades necessárias as faz investir em qualificação, formação e desenvolvimento. Você já parou para pensar por que as organizações investem em desenvolvimento humano? Quais as ferramentas adotadas para impactar as pessoas nas organizações? Neste tema, vamos estudar a abordagem contemporânea para a gestão de desempenho e a gestão de carreira. Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer diferentes metodologias utilizadas na Gestão de Desempenho e na Gestão de Carreira, ampliando o desenvolvimento dos profissionais. O que é o Assessment Center? As organizações usam diversas ferramentas para desenvolver os colaboradores. A isso chamamos de Educação Corporativa, cujo conceito é entendido como práticas pedagógicas para avaliar e desenvolver técnicas de potencialização da capacidade de aprendizagem dos colaboradores, de forma a explorar todo o potencial humano. A avaliação da performance visa a análise e a mensuração dos indicadores dos colaboradores de um time. Normalmente a análise é realizada em um determinado período e fornece informações importantes ao crescimento da organização como um todo. Avaliar a performance do desempenho é importante também para a carreira do colaborador, que tem identificados pontos fortes e fracos, podendo trabalhá-los para o seu desenvolvimento. Para o alcance do sucesso, as organizações devem entender os seus colaboradores. • - -2 Ainda na etapa da análise e identificação de oportunidades, há uma ferramenta bastante utilizada nas organizações, chamada . Este método de investigação utiliza várias ferramentas, como testes deAssessment personalidade e exercícios grupais (dinâmicas de grupo), com o objetivo de identificar traços de personalidade e habilidades para encaminhar às organizações os profissionais mais habilitados para as estratégias corporativas, conforme Wood Jr. e Picarelli Filho (1999). O vem possibilitando ao setor de recurso humanos o gerenciamento das habilidades individuais dosAssessment colaboradores. Existem vários tipos de , sabia? Para facilitar a compreensão, veja o exemplo.Assessment O grande foco do método são as pessoas, que serão avaliadas, mapeadas e identificadas quanto à sua melhor atuação nas organizações, respeitando suas características e particularidades. Isso possibilita um melhor aproveitamento das habilidades individuais. SAIBA MAIS Para que você compreenda ainda mais o tema da educação corporativa, veja esta dica de livro: “Educação corporativa: da teoria à prática”, de Fabiana Gradela Casarini e Marcos Baumgartner. Essa leitura permitirá a você aprofundar-se nos chamados sistemas de educação corporativa, que superaram o antigo “treinamento e desenvolvimento”, com base no conceito de que cada pessoa é capaz de fazer a diferença no desempenho de uma empresa. EXEMPLO Existem testes que visam avaliar características pessoais; outros que procuram traços motivacionais; e ainda outros que medem o desempenho. Apesar de cada um deles ter uma aplicação específica, todos proporcionam ao setor de recursos humanos auxílio na identificação dos pontos fortes e fracos de uma operação organizacional, pelo mapeamento das competências individuais. - -3 Figura 1 - RH estratégico focado no desenvolvimento de habilidades Fonte: Art3d, Shutterstock, 2018. O fornece informações pertinentes ao setor de recursos humanos, para que este alimente a altaAssessment gestão e planeje ações estratégicas, como: treinamentos e implementação de ações que auxiliem no atingimento dos indicadores. O método permite ao colaborador, pelas técnicas realizadas, identificar possibilidades de desenvolvimento. Banco de talentos As organizações vêm entendendo a necessidade de reter talentos com habilidades que possibilitem a inovação e criação de novos produtos e serviços, mantendo-as, assim, competitivas no mercado. Para reter os talentos, elas utilizam técnicas e ferramentas que ajudam os candidatos e colaboradores a sentirem-se engajados e quererem fazer parte da empresa. Algumas dessas técnicas são apresentadas a você nesta unidade, como a educação corporativa, constituída de programas de desenvolvimento, análise de potencial, aconselhamento e crescimento de carreira. As organizações também desenvolvem bancos de talentos. Mas o que você entende por banco de talento? Já parou para pensar na importância dele para as organizações? - -4 Note que o banco de talentos pode ser composto por candidatos (externos) ou por colaboradores (internos): um, vindo do mercado, com o objetivo de trazer para a empresa novas ideias e vivências; o outro, para a valorização dos talentos já encontrados na organização, e assim criar um plano de desenvolvimento de carreira para estes. Figura 2 - Banco de talentos: informação e escolha do perfil Fonte: Nonnakrit, Shutterstock, 2018. O setor de recursos humanos deve manter os dados cadastrais dos candidatos e dos colaboradores atualizados no banco de talentos, com informações sobre experiências profissionais, acadêmicas e perfil de personalidade. O grande objetivo de manter um banco de talentos é a reposição e contratação destes. Com as informações atualizadas, o recrutador poderá filtrá-los por competências. Plano de Desenvolvimento Individual – PDI O setor de recursos humanos é responsável por impulsionar o desenvolvimento e o crescimento dos colaboradores na organização. Ele deve elaborar estratégias de gerenciamento de talentos e potencializar a carreira do colaborador. Uma ferramenta utilizada para impulsionar carreiras é o PDI – Plano de Desenvolvimento Individual. FIQUE ATENTO O banco de talentos é uma ferramenta estratégica de gestão de pessoas que possibilita às organizações identificaremhabilidades, competências e perfis de candidatos/colaboradores que atendam às suas necessidades de preenchimento de alguma função em aberto, ou até mesmo de promoção de colaboradores. - -5 Figura 3 - Plano de carreira Fonte: alphaspirit, Shutterstock, 2018. Planejar a carreira é fundamental para o sucesso profissional, pois proporciona o desenvolvimento de habilidades para traçar desafios e atingir metas maiores. O plano de desenvolvimento deve ser encarado como um roteiro, um mapa de onde você está e aonde deseja chegar. O PDI cria um sistema de ações necessárias para atingir um objetivo. Observe, a seguir, um modelo de PDI: Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) Elaborado pelo autor, 2018. Essa ferramenta vai firmar um contrato com o colaborador e facilitar o seu processo de desenvolvimento. Inserido no plano, o colaborador passará por avaliações e programas de desenvolvimento para conseguir atingir os objetivos. - -6 e mentoriaCoaching Bastante utilizados nas organizações são os programas de e . O foco dessas duas ferramentascoaching mentoring é o desenvolvimento humano nas organizações, porém cada uma com sua particularidade. E você, sabe o que são e ? Consegue relacionar suas diferenças? A partir de agora você vai entender os objetivoscoaching mentoring dessas técnicas e sua utilização. Preparado? Conforme esclarecem Pádua e Matsui, é o “processo de desenvolvimento de competências.coaching Competência é a capacidade de agir, de realizar ações em direção a um objetivo, metas e desejos. Coaching é um processo de investigação, reflexão e descoberta pessoal de fraquezas e qualidades” (PÁDUA; MATSUI, 2007, p. 3 apud CÔRTES JÚNIOR, 2009, p. 17). Reis afirma que “o coaching é uma importante alternativa na promoção da aprendizagem organizacional, porque enfrenta a questão específica dos problemas, limitadores da aprendizagem individual e das devidas utilizações de tais aprendizagens nos ambientes corporativos” (REIS, 2008, p. 7 apud CÔRTES JÚNIOR, 2009, p. 18). Figura 4 - Coaching corporativo x treinador Fonte: BlueSkyImage, Shutterstock, 2018. O tem uma importância singular para a organização. A utilização dessa prática insere a organização nocoaching processo de aprendizagem e autoconhecimento dos executivos. Programas de têm o objetivo decoaching transformar velhas práticas, conhecimentos e hábitos em novas posturas e quebras de paradigmas. Como informa Gil (2001, p. 118), o “coaching pode oferecer condições para promover um autodiagnóstico e aprimorar a capacidade e habilidades dos seus aprendizes, visando torná-los capazes de estabelecer metas, determinar prioridades e identificar as melhores soluções na administração do tempo, aquisição de confiança, no equilíbrio entre emoção e razão, no aprimoramento de habilidades para execução de uma tarefa, na comunicação interpessoal, na solução de um conflito ou no exercício da liderança”. Já o profissional de contribui na formação dos jovens talentos da organização. Ele é responsável pormentoring estimular o planejamento de carreira na estrutura oferecida pela empresa, apresentando as oportunidades e se tornando uma peça importante para a retenção dos talentos na organização. Ele irá acompanhar o desenvolvimento do jovem talento até a nova posição. O mentor é muito utilizado nos programas de .trainee - -7 O e o estão intimamente relacionados à necessidade das organizações de enfrentar oscoaching mentoring desafios globais em termos de qualidade, produtividade e competitividade. Isso requer doses volumosas de treinamento e desenvolvimento de todas as pessoas em todos os níveis nas organizações. Fechamento As pessoas são o principal ativo da organização, pois são a fonte do conhecimento, da informação, das novas ideias e da criatividade – habilidades importantes para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, mantendo a organização competitiva na dinâmica do mercado. Assim, passou-se a investir em programas de educação corporativa ( e ) e em programas de análise de potencialidades ( ), paracoaching mentoring assessment preparar novos talentos e tornar a organização mais atrativa a eles. Neste tema, você teve a oportunidade de entender a importância dos programas de desenvolvimento; conhecer os métodos e ferramentas mais utilizados para o desenvolvimento de talentos; e analisar seus benefícios para a organização. Referências CASARINI, F. G.; BAUMGARTNER, M. (orgs.). : da teoria à prática. São Paulo: Senac, 2012.Educação corporativa GIL, A. C. . São Paulo: Atlas, 2001.Enfoque nos papéis profissionais CÔRTES JÚNIOR, D. . 2012. 37 f.Papel do coaching como ferramenta para o desenvolvimento da liderança TCC (Graduação) – Curso de Administração, Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2012. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235 /9997/1/20550879.pdf>. Acesso em: 16/07/2018. WOOD JR., T.; PICARELLI FILHO, V. : a nova vantagem competitiva. São Paulo: Atlas,Remuneração estratégica 1999. FIQUE ATENTO Diferentemente do , o profissional de precisa ter bastante conhecimento,coaching mentoring experiência e vivência para transmitir aos seus aprendizes. Esse tipo de ferramenta é muito utilizado em programas de , visando habilitar profissionais para a sucessão de cargos.trainee TB01 Introdução Conceito de Desempenho Conceituando desempenho Por que medir o desempenho no trabalho? Avaliação de desempenho Gestão de desempenho alinhada à estratégia organizacional As forças competitivas de Porter Desempenho “versus” potencial humano Fator humano Fechamento Referências TB02 Introdução Qual é a importância da Gestão de Desempenho? Princípios que norteiam a Gestão de Desempenho Análise financeira A Gestão de Desempenho e as necessidades da empresa Demandas organizacionais Os impactos da Gestão de Desempenho em relação aos processos de RH Foco nos atores Como avaliar diferenças individuais e os níveis de eficiência funcional Caminho ideal para a produtividade Fechamento Referências TB03 Introdução Abordagens e os recursos utilizados na Gestão de Desempenho PDCA Como realizar o planejamento organizacional? Planejamento Elementos-chave para a implantação da Gestão de Desempenho. Chave para o sucesso Diferença entre Avaliação de Desempenho e Gestão de Desempenho Cooperação Fechamento Referências TB04 Introdução Estratégias da organização ao utilizar a Gestão do Desempenho Avaliação de desempenho Compromissos da liderança O líder e suas habilidades O líder e seu time Técnica e sensibilização do avaliador Responsabilidade e engajamento individual do colaborador Colaborador em atividade Papel da cultura organizacional Fechamento Referências TB05 Introdução Aspectos essenciais no investimento financeiro e temporal Gerenciamento do tempo na gestão de desempenho Quais as vantagens e os benefícios gerados pela gestão do desempenho? Vantagens percebidas pelos gestores de PMEs na GDO Cuidados necessários para evitar riscos e sofrer prejuízos Análise de risco Formas de avaliar os resultados da gestão de desempenho Indicadores de performance (análises) Fechamento Referências TB06 Introdução Identificação de talentos Busca pelos melhores talentos pelas as organizações Mapeamento de gaps Gap: performance x objetivos Identificação de competências individuais, coletivas e organizacionais Desenvolvimento de competências individuais e coletivas Benefícios da gestão de desempenho para a gestão de equipes Avaliação de desempenho: planos de melhoria continua A importância do acompanhamento de desempenho da equipe Fechamento Referências TB07 Introdução Como utilizar a Gestão de Desempenho para reter talentos? Avaliação da performance: planejamento de ações Percepçãode risco de perda Era industrial x Era da informação: Mudança de paradigma Formas de promover a manutenção do talento Remuneração como maneira de retenção de talentos Ações de prevenção à perda de capital intelectual Excelência humana nas organizações Fechamento Referências TB08 Introdução Definição de objetivos Treinamento de colaboradores Planejamento do programa de treinamentos Programa de treinamento Planejamento de treinamento e desenvolvimento Cuidados na implantação de Programa de Treinamentos e Plano de Desenvolvimento Individual Elaboração de treinamentos e ações de capacitação Classificação da tecnologia educacional de treinamento Revisão do progresso pela Avaliação de Desempenho e Feedback Fechamento Referências TB09 Introdução Remuneração por desempenho Salário como remuneração Por que estabelecer medidas de desempenho? Medidas de desempenho Como alinhar desempenho diferenciado e remuneração Desempenho versus remuneração Reconhecimento não financeiro da alta performance Reconhecimento do colaborador Formas de estimular o engajamento da equipe Fechamento Referências TB10 Introdução Identificação das causas de baixa performance na equipe Insatisfação com as atividades Mapeamento de colaboradores subaproveitados, fora do escopo das funções ou com desvio de função Alocação de colaboradores A importância dos registros e as consequências da avaliação de desempenho Registrar informações sobre o desempenho operacional Planejamento demissional Desligamento de colaborador Fechamento Referências TB11 Introdução O que é Avaliação de Desempenho Avaliação de Desempenho objetiva bons resultados Elementos essenciais para montar a Avaliação de Desempenho Critérios de avaliação: metas, comportamento e competências Critérios de Avaliação Avaliação de Desempenho para diferentes níveis hierárquicos Diferentes níveis envolvidos na avaliação de desempenho Periodicidade da Avaliação de Desempenho O tempo para aplicar a avaliação é determinado pela organização Fechamento Referências TB12 Introdução Métodos de Avaliação de Desempenho Método Escala Gráfica Escala Gráfica de Avaliação de Desempenho Método de comparação entre pares Modelo tabela avaliação de desempenho comparação entre pares Método escolha forçada Parâmetro de avaliação método Escolha Forçada Gráfico dos parâmetros acima Método incidentes críticos Método Avaliação 360º Limitações dos métodos tradicionais Indicadores de desempenho Fechamento Referências TB13 Introdução Distorções na aplicação da avaliação de desempenho Justiça e ética são chave do sucesso Recenticidade Memória recente Efeito de Halo Tendência central Fatores subjetivos nos instrumentos de avaliação Como age o avaliador Como contornar os vícios da avaliação? Avaliação eficaz Fechamento Referências TB14 Introdução Partes interessadas na avaliação de desempenho Comprometimento das partes envolvidas A responsabilidade de quem conduz as avaliações A postura e o comportamento dos avaliadores O treinamento dos avaliadores É preciso conhecer para saber avaliar A importância da formalização do relatório de avaliação como garantia de feedback Ficha de avaliação de desempenho Traçando o plano de melhoria Fechamento Referências TB15 Introdução Análises comparativas para ranqueamento de equipes Comparar para melhor planejar A matriz 9 Blocks Matriz 9Blocks Cruzamento dos eixos X e Y Tecnologia e assepsia Sistemas integrados de informação KPis versus subjetividade KPi e sua aplicabilidade Fechamento Referências TB16 Introdução Por que os avaliadores devem dar feedback contínuo à equipe? A importância do feedback Importância do feedback para a segurança emocional dos avaliados Dificuldades dos avaliadores em dar e receber feedback Relações humanas no trabalho: aplicação de feedback Como conduzir a entrevista de feedback? Modelo de avaliação de desempenho (feedback) Empatia: o segredo de um feedback desarmado Feedback on the job (técnica de feedback) Fechamento Referências TB17 Introdução Objetivos da Gestão de Desempenho Competências avaliadas na gestão de desempenho Dimensões da Gestão de Desempenho Representação da análise de desempenho Da Avaliação de Desempenho para a Gestão de Desempenho Modelo de avaliação de desempenho Alavancagem e Armadilhas na Gestão de Carreira Conjunto de competências que impulsionam a carreira Fechamento Referências TB18 Introdução Os papéis na Gestão do Desempenho A liderança na Gestão de Desempenho Competência de um líder Medição e análise do time Comunicação entre líder e liderados Comunicação entre líder e liderados A Gestão de Desempenho como critério de avaliação de liderança Líder: agente de mudança Fechamento Referências TB19 Introdução A Gestão do Desempenho como fator motivacional Cultura organizacional formada pelos valores da empresa Gestão do Desempenho como medida da cultura organizacional Medição de satisfação de funcionários Autodesenvolvimento: competência essencial aos profissionais Figura 3 – O indivíduo e o autodesenvolvimento Fatores de influência no desempenho profissional Fator de influência na performance do colaborador Fechamento Referências TB20 Introdução O que é o Assessment Center? RH estratégico focado no desenvolvimento de habilidades Banco de talentos Banco de talentos: informação e escolha do perfil Plano de Desenvolvimento Individual – PDI Plano de carreira Coaching e mentoria Coaching corporativo x treinador Fechamento Referências