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Fisiologia 1 Formação e Desenvolvimento de Coleções Carla Lima Sheila Almeida da Silva Wellington Lira dos Santos 1ª e di çã o Formação e Desenvolvimento de Coleções 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Carla Lima, SheilaAlmeida da Silva, Wellington Lira dos Santos Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói L732f Lima, Carla. Formação e desenvolvimento de coleções /Carla Lima, Sheila Almeida da Silva e Wellington Lira dos Santos ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO: Departamento de Ensino a Distância, 2015. 140 p. : il. ISBN: 978-85-87879-44-8 1. Bibliotecas - Desenvolvimento da coleção. 2. Materiais bibliográficos - Conservação e restauração. 3. Bibliotecas - Serviço de aquisição. 4. Bibliotecas universitárias. 5. Biblioteconomia. 6. Ensino à distância. I. Silva, Sheila Almeida da. II. Santos, Wellington Lira dos. III. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. III. Título. CDD 025.2 Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Formação e Desenvolvimento de Coleções 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Formação e Desenvolvimento de Coleções 4 Formação e Desenvolvimento de Coleções 5 Sumário Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Seleção e Avaliação ................................................................................... 11 Unidade 2 – Aquisição ..................................................................................................... 32 Unidade 3 – Desbastamento e Descarte...................................................................... 53 Unidade 4 – Preservação e Conservação do Acervo................................................. 65 Unidade 5 – Política de Desenvolvimento de Coleções .......................................... 83 Unidade 6 – A Avaliação de Acervos e Bibliotecas MEC/INEP e o Desenvolvimento de Coleções nas IES ........................................................................................................... 103 Considerações finais ......................................................................................................... 127 Conhecendo os autores ................................................................................................... 129 Referências .......................................................................................................................... 130 Anexos.................................................................................................................................. 133 Formação e Desenvolvimento de Coleções 6 Formação e Desenvolvimento de Coleções 7 Apresentação da disciplina Nesta Disciplina, discorreremos sobre a formação e o desenvolvimento de coleções, uma importante função biblioteconômica de planejamento e gestão. Perceberemos que a gestão de acervo é uma atividade administrativa que envolve diversos aspectos ligados à seleção, avaliação, aquisição, organização, preservação e política. Apresentaremos uma breve contextualização acerca do processo de formação e desenvolvimento de coleção, bem como suas origens, para que o aluno possa se contextualizar. Em seguida, detalharemos as etapas que integram o processo de desenvolvimento de coleções, bem como, ofereceremos algumas diretrizes para a elaboração de Política de Desenvolvimento de Coleções. Os exemplos que aparecem no corpo das unidades expressam os recursos criados na prática profissional e que geraram resultados positivos. Foi realizado um esforço no sentido de colocar o usuário como foco do desenvolvimento de coleções, mas sem deixar de demonstrar a quem cabe à decisão da formação do acervo e sua gestão. Ao bibliotecário, cabe a sensibilidade de perceber a necessidade informacional dos seus usuários e humildade de entender que a função de gestão do acervo deve ser feito em cooperação com a comunidade.Esperamos que a leitura deste material contribua expressivamente na formação profissional e acadêmica dos nossos alunos. Formação e Desenvolvimento de Coleções 8 Formação e Desenvolvimento de Coleções 9 Plano da Disciplina O conteúdo desta Disciplina está distribuído em 6 (seis) unidades, cada qual vislumbrando as etapas deste processo, assim temos: Unidade 1 – Seleção e Avaliação Nesta primeira Unidade, iremos traçar um breve histórico sobre a formação dos acervos e partiremos na discussão das importantes etapas de seleção e avaliação do acervo. O aluno compreenderá a grande relevância nessas etapas para o desenvolvimento de coleções. Selecionar e avaliar requer instrumentos, gerência e organização. Unidade 2 – Aquisição Dentre as etapas do desenvolvimento de coleções, temos a aquisição. Uma etapa, como muitos teóricos afirmam, puramente administrativa, pois se trata apenas do processo de aquisição, envio de propostas etc. Nesta unidade, vamos abordar também os tipos de aquisição para o acervo. Unidade 3 – Desbastamento e Descarte Nesta unidade, o aluno compreenderá o que é desbastamento e descarte. Como essa etapa é importante no desenvolvimento de coleções da biblioteca. Entenderá quais critérios usar para desbastar e/ou descartar. Quais as formas de descartar materiais do acervo. Unidade 4 – Preservação e Conservação do acervo Iremos abordar um conteúdo bastante discutido no âmbito, também, do desenvolvimento de coleções, pois se trata de preservação e conservação e, porque não discutir a restauração. Esta é uma temática bastante vasta e avaliamos que precisa ser discutida em uma única disciplina; desta forma, o aluno conhecerá, aqui, conceitos e alguns critérios para preservar e conservar. Formação e Desenvolvimento de Coleções 10 Unidade 5 – A Política de Desenvolvimento de Coleções Trata-se de etapa importantíssima no desenvolvimento de coleção, pois todas as etapas e processos precisam estar norteados por uma política. Ao estudar esta unidade, o aluno compreenderá a extensão desta temática, pois é preciso criar política que norteie as várias etapas aqui estudadas. Unidade 6 – A avaliação de acervos e bibliotecas MEC/INEP e o desenvolvimento de coleções nas IES Para finalizar a disciplina, consideramos que o aluno deve conhecer alguns aspectos legais e normativos que norteiam a avaliação dos acervos, pelo MEC nas instituições de ensino superior. Não há muitas discussões neste âmbito nos cursos e aqui é preciso dar horizontes para que o bibliotecário conheça alguns critérios. Formação e Desenvolvimento de Coleções 11 1 Seleção e Avaliação Formação e Desenvolvimento de Coleções 12 Na Unidade 1 discorreremos sobre as etapas de Seleção e Avaliação de acervos. Relacionaremos os requisitos substanciais para o cumprimento do processo de seleção, as prováveis decisões inerentes a ambos os processos, bem como, metodologias para avaliação de acervos. Antes de adentrar nestes conteúdos propriamente ditos, faremos um breve prolegônemo sobre o processo de formação e desenvolvimento de coleção e suas origens para fins de contextualização do aluno. Objetivos da Unidade: Compreender o processo de formação e desenvolvimento de coleções; Descrever sobre seleção de acervos e Descrever sobre avaliação de acervos. Plano da unidade: Seleção e Avaliação Origem da formação e desenvolvimento de coleções; Processo de formação e desenvolvimento de coleções; Seleção Avaliação Bons estudos! Formação e Desenvolvimento de Coleções 13 Seleção e Avaliação Origem da formação e desenvolvimento de coleções Antes de realizar as colocações acerca do processo de formação e desenvolvimento de coleção, vale a pena apresentar um breve relato da origem deste processo para que o aluno possa se contextualizar e se apropriar dos demais conteúdos dessa unidade, bem como, das demais unidades da Disciplina Desenvolvimento de Coleções que serão apresentadas adiante. Há questões inerentes ao processo de formar e desenvolver acervos, que são atemporais, desde a antiguidade até os dias de hoje, dos: [...] tabletes de argila ao documento eletrônico não há como formar e desenvolver coleções sem se deparar com questões próprias da natureza do processo, tais como o que se vai colecionar, por quê, para quê e para quem colecionar. (WEITZEL 2002, p. 61, grifo nosso) De acordo com Weitzel (2002, p. 6, grifo nosso) “[...] dois grandes momentos históricos que influenciaram e consagraram a área de desenvolvimento de coleções enquanto atividade profissional, quais sejam a explosão bibliográfica e o advento da Internet”. Depois disto, novos desafios foram propostos com vistas a “[...] possibilidade de aumentar o controle bibliográfico e de contribuir para a organização do conhecimento registrado” (Weitzel, 2002, p.61). Até a Idade Moderna, a máxima era acumular praticamente tudo que era produzido, pois a produção editorial estava sendo iniciada. Antes da era pré- Gutenberg, as bibliotecas dispunha de coleções infinitamente menores em termos de volume, se comparadas com as bibliotecas atuais. Esta prática de acumulação se tornou inatingível com explosão bibliográfica e o exponencial crescimento das publicações. Nesse cenário, onde bibliotecas precisam “racionalizar” o crescimento Formação e Desenvolvimento de Coleções 14 de suas coleções, as atividades de desenvolvimento de coleções se colocaram como uma resposta (WEITZEL, 2002, p. 62). Toma impulso a partir da década de sessenta nos Estados Unidos, ao passo que se investia na ampliação da estrutural das bibliotecas, apurou-se não ser racional acumular tudo o que era produzido. O termo “desenvolvimento de coleções” é recente na literatura da área e só se consolida na segunda metade do século XX com ápice da explosão bibliográfica. (VERGUEIRO, 1993, p.14 apud WEITZEL, 2002, p. 62). Após o “ápice” do desenvolvimento de coleções, a temática perde espaço, pois, os bibliotecários estavam empenhados na automação das bibliotecas e sistemas de informação e dedicados ao processamento técnico da informação sendo a retomada da temática impulsionada pelos avanços tecnológicos advindos da área de tecnologia da informação e, sua adoção pelas bibliotecas de todo mundo. Seja em ambiente analógico ou digital, as questões são as mesmas: o que selecionar, por quê, para quem (WEITZEL, 2002, p.62). Vale frisar que o advento da Internet recoloca a disciplina desenvolvimento de coleções no centro das atenções, denominado por Weitzel como “[...] o segundo grande momento para a área [...], onde o“[...] cenário configurado pelos recursos informacionais em meio eletrônico online vem consolidando novas metodologias e soluções [...]”(WEITZEL, 2002, p. 64). Realizada à retrospectiva com as origens, seguiremos no próximo item, com o processo de formação e desenvolvimento de coleção propriamente dito. Processo de formação e desenvolvimento de coleções Segundo Vergueiro (1989, p.15-16), o desenvolvimento de coleções é trabalho de planejamento que exige compromissos metodológicos, onde: Formação e Desenvolvimento de Coleções 15 [...] ao mesmo tempo, afeta e é afetado por muitos fatores externos a ele. E como processo, é, também ininterrupto, sem que possa indicar um começo ou um fim. Não é algo que começa hoje e tem prazo estipulado para o seu término. Nem é, tampouco, um processo homogêneo, idênticoem toda e qualquer biblioteca. O tipo de biblioteca, os objetivos específicos que cada uma delas busca atingir, a comunidade específica a ser atendida, influem grandemente nas atividades do desenvolvimento de coleções [...] (VERGUEIRO, 1989, p.15-16, grifo nosso). Para ilustrar o processo de desenvolvimento de coleções, Vergueiro (1989, p. 17) traz a figura desenvolvida pelo bibliotecário norte-americano G. Edward Evans. Explica que é possível observar o caráter cíclico do processo de desenvolvimento de coleções onde as atividades têm o mesmo peso e os bibliotecários atuam como coordenadores destas atividades (ao centro). Influenciando todas as etapas deste processo, exceto a etapa de aquisição, encontra-se a comunidade a ser atendida. Figura 1: Desenvolvimento de coleções por Evans Fonte: EVANS, 1979 apud VERGUEIRO, 1989, p.17. Formação e Desenvolvimento de Coleções 16 Além de Evans, outro modelo teórico é apresentado por Maciel e Mendonça (2006, p. 17) que identificaram na literatura especializada funções inerentes ao processo de formação e desenvolvimento de coleções. As autoras se basearam em uma compilação de autores, como Cogswell; Edelman; Ryland apontados por Vergueiro (1993, p. 15-17), onde destacam as seguintes funções: Planejamento e elaboração de políticas; Seleção; Aquisição; Avaliação de coleções; Desbastamento e descarte de coleções. Para Weitzel (2002, p. 64), desenvolver coleções é: “[...] uma atividade técnica comprometida com a sistematização de determinada área sob o enfoque institucional em relação aos interesses de quem mantém a biblioteca. Trata-se da construção de um pequeno núcleo temático em bases definidas e determinadas, o qual dá sentido ao que está disperso no mundo caótico das informações. [...] desenvolvimento de coleções é uma disciplina que procura organizar o conhecimento registrado sob enfoques e filtros específicos – uma solução técnica desencadeada pela explosão bibliográfica”. Na figura a seguir, Weitzel (2002, p. 64) apresenta uma definição para o desenvolvimento de coleções. Além da política de seleção representada também na Figura 1 dessa unidade, a autora acrescenta as políticas de aquisição, de avaliação e de desbastamento. Em ambas as figuras, também há menção para o estudo da comunidade. Formação e Desenvolvimento de Coleções 17 Figura 2: Definição de Desenvolvimento de Coleções Fonte: WEITZEL (2013) Segundo Figueiredo (1991, p.31), “[...] o objetivo de qualquer administrador bibliotecário pode ser definido de maneira simples: a satisfação das necessidades informacionais dos usuários”. Para tal, precisa conhecer seus usuários e suas necessidades informacionais. O estudo da comunidade de usuários consiste em um diagnóstico onde são apresentados os perfis dos usuários, suas principais características, desejos, necessidades informacionais, hábitos de leitura, frequência à biblioteca e outras dados pertinentes para conhecê-lo. Fornece subsídios para atuação de quase todas as etapas do desenvolvimento de coleções (MACIEL; MENDONÇA, 2006, p. 17). As autoras colocam este diagnóstico como parte do planejamento no processo formação e de desenvolvimento de coleções. Vale pontuar que não detalharemos metodologias para realização deste procedimento, haja vista, a complexidade deste conteúdo que demanda um capítulo a parte. Formação e Desenvolvimento de Coleções 18 Dentro deste planejamento, destacam ainda que a elaboração de políticas se faz necessária para nortear todo o processo de gestão de acervos. Realizadas as devidas contextualizações, seguiremos essa unidade, descrevendo as etapas de seleção e avaliação de acervos, respectivamente. Seleção A seleção de acervos é uma atividade técnica e intelectual, mas nem sempre foi vista assim, sob uma ótica científica, pragmática embasada por conhecimentos e experiências, testada e apoiada em princípios gerais, como enumera Vergueiro (1989, p. 38). Maciel e Mendonça (2006, p 19) consideram a função de seleção como sendo a de maior importância, “[...], pois implementa o que está formalizado na carta ou política de seleção. É, em resumo, uma das funções responsáveis pela formação e desenvolvimento das coleções que irão compor o acervo, [...] quanto à forma – periódicos, livros, audiovisuais, patentes, cd-rooms, microformas etc –, [...] quanto ao conteúdo – assuntos de interesse, nível de cobertura desejado etc. –, tanto reais quanto virtuais” Antes da expansão da produção editorial, esta atividade era encarada de forma mistificada, como arte, onde o bibliotecário responsável devia possuir qualidades inatas de um “selecionador”, ou seja, capacidade e aptidão especiais para desempenhar a “arte de selecionar” (VERGUEIRO, 1989, p. 38). Formação e Desenvolvimento de Coleções 19 Depois deste marco na produção editorial e da escassez de recursos para aquisição de materiais, esta atividade alçou status de atividade técnica especializada sendo “[...] preciso deixar claros os critérios que nortearão a opção por determinados materiais em prejuízo de outros” (VERGUEIRO, 1989, p. 38, grifo nosso). Esta atividade de selecionar materiais e preterir outros, cujos critérios apoiarão a etapa de aquisição onde os materiais a serem adquiridos devem atender necessidades informacionais da comunidade de usuários. A respeito do estabelecimento de critérios de seleção, Vergueiro (1989, p. 39- 40) esclarece que não apresenta critérios universais parar nortear os bibliotecários na prática da seleção, pois não acredita na aplicabilidade de critérios universais e entende que para cada critério existente há pelo menos um que lhe é oposto. Pontua ainda, que o estabelecimento de critérios é atividade individual, subjetiva que deve ser realizada por profissionais onde há de se considerar: “[...] a comunidade a que estão servindo, os recursos disponíveis para aquisição e as próprias características do assunto ou do material objeto da atividade de seleção, o que não quer dizer que será o bibliotecário a realizá-la pessoalmente” (VERGUEIRO, 1989, p. 40). Maciel e Mendonça (2006, p. 20) enumeram alguns requisitos indispensáveis ao cumprimento do processo de seleção de forma eficaz, a saber: manutenção de catálogos comerciais de livrarias e editoras, em papel e on-line e bibliografias, devidamente atualizados; manutenção e atualização do “fichário de sugestões “ dos usuários; acompanhamento do movimento editorial da área de atuação da biblioteca; atenção aos fatos que ocorrem na ambiência externa da unidade. Nas bibliotecas públicas, fatos: políticos, culturais, econômicos e sociais da vida marcantes da comunidade. Em bibliotecas universitárias: novos cursos criados, novas linhas de pesquisa, convênios, projetos etc.; Formação e Desenvolvimento de Coleções 20 reflexão sobre o processo de produção de conhecimento na área de atuação da biblioteca: se por acumulação ou substituição; hábito de leitura por parte do profissional bibliotecário; estabelecimento de uma rotina, fluxo de trabalho para esta função; layout agradável para setor (inclui mobiliário e equipamentos); controle estatístico das atividades para planejamento e avaliação do serviço. Vale esclarecer que a maior desenvoltura no cumprimento da função de seleção se dá quando a biblioteca já possui critérios estabelecidos e escritos para seleção, ou seja, quando há uma política de seleção. Deste modo, caberá ao bibliotecário especificar as exigências de cada processo, uma vez que os critérios gerais jáforam estipulados (MACIEL; MENDONÇA, 2006, p. 19). Além do cumprimento dos requisitos, há ainda prováveis tomadas de decisões que esta função exige, as quais Maciel e Mendonça (2006, p. 19-20) expõem: escolha de instrumentos adequados para a seleção das diferentes coleções e bases, em papel e on-line (catálogos comerciais, bibliografias, sugestões dos usuários etc.); estabelecimento de prioridades para aquisição das diferentes coleções (livros, periódicos, mapas, audiovisuais, cd-roms, bases on-line e etc.); escolha de critérios para cobertura de assuntos de maior demanda; prioridades em relação ao idioma e atualização dos materiais adquiridos; indicação do número de exemplares necessários; incorporação de documentos doados. Formação e Desenvolvimento de Coleções 21 A seleção é também uma decisão política como explica Vergueiro (1989, p.40), onde nem sempre a decisão final caberá ao bibliotecário. Decisão esta que pode ser tomada por outras esferas ou escalões administrativos do qual a biblioteca esteja vinculada e o bibliotecário acaba por contribuir menos do que gostaria ou somente executar tais decisões embora tenha muito a contribuir com esta função do desenvolvimento de coleções. Maciel e Mendonça (2006, p. 19) apontam que uma seleção bem feita irá refletir “[...] positivamente em todos os serviços subsequentes, agilizando o processo de tratamento técnico e permitindo um bom índice de relevância quando da recuperação e utilização dos documentos”. Porém se seleção for mal orientada, “[...] seus reflexos negativos se revelarão nos congestionamentos de serviços, coleções não utilizadas e usuários insatisfeitos”. Vale reforçar que é o selecionador quem determina as entradas dos documentos no sistema, onde: “O responsável pela seleção dos itens a serem adquiridos deveria, em última instância, ser o responsável pelo resto das atividades da biblioteca. Retém a chave nas mãos - o acervo – sobre o qual se baseiam todas as demais atividades da biblioteca” (VICKERY, apud MACIEL; MENDONÇA, 2006, p. 19. É necessário encará-la como uma atividade rotineira da biblioteca, assim como acontece com as atividades de processamento técnico (catalogação e indexação) e de referência (empréstimo). Avaliação A avaliação “[...] reúne dados necessários para determinar quais dentre várias estratégias alternativas parecem ter mais probabilidade de obter um resultado almejado” (LANCASTER, 2004). Formação e Desenvolvimento de Coleções 22 Quanto aos componentes do acervo de uma biblioteca (livros e outros materiais), vale destacar que estes “[...] podem ser considerados o principal insumo da biblioteca” (LANCASTER, 1996, p. 3 apud MACIEL; MENDONÇA, 2006, p. 23). Devendo ser avaliados com vistas ao atendimento das demandas informacionais de seus usuários. Em relação ao estabelecimento de critérios para avaliação qualitativa, Maciel e Mendonça (2006, p. 23) esclarecem que tais critérios se relacionam ao planejamento e a elaboração de políticas e que devem expressar “[...] aquilo que realmente se pretende avaliar”. Para Lancaster (2004), o objetivo da avaliação de coleções é: “[...] melhorar as políticas de desenvolvimento de coleções, melhorar as políticas relacionadas com períodos de empréstimo e taxas de duplicação, ou embasar decisões relacionadas com o uso do espaço.” Ainda, em relação aos objetivos da avaliação, Maciel e Mendonça (2006, p. 24) cotejando as ideias de Lancaster, Guerreiro (1980) e outros autores, apresentam outros objetivos, a saber: obter uma compreensão mais exata sobre o campo, profundidade e utilização da coleção; obter subsídios para o planejamento da coleção; retificar inadequações no desenvolvimento do acervo [...]; obter justificativa para o aumento dos recursos financeiros; identificar materiais obsoletos ou pouco usados para retirá-los da coleção (descarte). Formação e Desenvolvimento de Coleções 23 Dentre as diferentes metodologias para avaliação de coleções, Maciel e Mendonça (2006, p. 24) destacam: Quantitativas – baseadas em dados estatísticos, principalmente sobre: tamanho da coleção, assuntos, idade, clientela etc.; um exemplo deste método seriam os dados estatísticos colhidos sobre os assuntos solicitados pelos usuários e não atendidos pela biblioteca. Qualitativas – preocupadas com o conteúdo do acervo. Podem ser realizadas através do julgamento de especialistas, através da comparação com bibliografias publicadas ou mesmo especialmente elaboradas para este fim, ou através do uso real da coleção. Porém, ressaltam que o método quantitativo não deve ser utilizado isoladamente, haja vista que não consideram o fator de qualidade. Deve-se realizar o estudo dos métodos existentes, bem como, encarar cada biblioteca como caso particular, e ainda, realizar adaptações ou modificações nos métodos para que se possam atingir resultados satisfatórios. Assim, como a função de seleção, a avaliação também exige várias tomadas de decisão, dentre as quais Maciel e Mendonça (2006, p. 24-25) destacam: definir qual(is) o(s) objetivo(s) da avaliação; escolher qual a melhor metodologia a ser adotada, de acordo com os objetivos a serem atingidos; definir critérios que deverão ser observados considerando-se as características específicas de cada coleção; definir com que periodicidade deve ser atualizada definir sobre a alocação de recursos; identificar as obras que devem ser retiradas do acervo com a finalidade de serem colocadas em depósito (obras de pouco uso) ou descartadas (obras obsoletas, danificadas e não pertinentes ao acervo). Formação e Desenvolvimento de Coleções 24 A avaliação precisa ser integrada às atividades rotineiras da biblioteca, uma vez o processo de formação e desenvolvimento de coleções é “[...] holístico integrado em que as funções se interligam e se tornam dependentes umas das outras.” (MACIEL; MENDONÇA, 2006, p. 23) Nessa unidade discorremos sobre as etapas de Seleção e Avaliação de acervos. Antes de adentrar nestes conteúdos propriamente ditos, foi necessária uma breve contextualização acerca do processo de formação e desenvolvimento de coleções para contextualizar e facilitar a compreensão dos demais conteúdos. Apresentamos os marcos históricos que o influenciaram e impulsionaram este processo, como a explosão bibliográfica e advento da internet. Com a explosão bibliográfica percebeu-se que era preciso “racionalizar” o crescimento das coleções. O segundo grande momento para a área foi marcado pelo uso de recursos informacionais em meio eletrônico on-line, o que vem demandando novas metodologias e soluções. Reunimos visões de diferentes autores sobre o processo de desenvolvimento de coleções, onde se destacou que este processo é um trabalho de planejamento que exige compromissos metodológicos. Outro tópico abordado foi o estudo da comunidade de usuários, importante diagnóstico, que fornece subsídios para atuação em quase todas as etapas do desenvolvimento de coleções. Feita a contextualização, seguiu-se com a apresentação dos tópicos sobre seleção a avaliação, onde a seleção é situada como uma atividade técnica e intelectual sendo considerada como função de maior importância dentro do processo de formação e desenvolvimento de coleções. À avaliação cumpre reunir os dados necessários para determinar quais estratégias podem apresentar os resultados almejados sendo considerada como uma atividade de planejamento Além disto, foram a descritos os requisitos substanciais para o cumprimento doprocesso de seleção, as prováveis decisões inerentes a ambos os processos, bem como, apresentados tipos de metodologias utilizadas para avaliação de acervos (quantitativa e qualitativa). Formação e Desenvolvimento de Coleções 25 Percebeu-se que as atividades de seleção e avaliação devem ser integradas às atividades rotineiras da biblioteca, assim como, o processo de formação e desenvolvimento de coleções é um processo holístico, integrado, no qual as funções se interligam e se tornam dependentes entre si. Leitura complementar: ALMEIDA, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de informação. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2000. 112 p MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho de. Desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 4, n. 2, p. 01-19, jan./jun. 2007. Disponível em: < http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/index.php/rbci/article/view/367/246> Acesso em 25 jul. 2016. KLAES, Rejane Raffo. Sistema de informação gerencial para o desenvolvimento de coleções. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 20, n. 2, p.220-228, jul./dez. 1991. Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e consulte sempre a biblioteca do seu polo. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades dessa unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Formação e Desenvolvimento de Coleções 26 Exercícios – Unidade 1 1.Weitzel apresenta uma definição para o desenvolvimento de coleções Quais itens a autora ilustrou? Marque a opção correta. a) Estudo de comunidade, política de seleção, seleção, aquisição, desbastamento, avaliação, política de avaliação, política de desbastamento. b) Estudo de comunidade, política de seleção, seleção, aquisição, política de aquisição, desbastamento, avaliação, política de avaliação e política de desbastamento. c) Estudo de comunidade, política de seleção, seleção, aquisição, política de aquisição, avaliação, política de avaliação e política de desbastamento. d) Estudo de comunidade, política de seleção, seleção, aquisição, política de aquisição, avaliação, política de avaliação, política de desbastamento, bibliotecários. e) Planejamento e elaboração de políticas, Estudo de comunidade, política de seleção, aquisição, política de aquisição, avaliação, política de avaliação e política de desbastamento. 2.De acordo com Figueiredo, o objetivo do bibliotecário é: a) a satisfação das necessidades informacionais dos usuários. b) o objetivo de qualquer administrador bibliotecário pode ser definido de maneira simples: agir em conformidade com a instituição onde a biblioteca está inserida. c) o objetivo de qualquer administrador bibliotecário pode ser definido de maneira simples: gerenciar as coleções. d) o alcance das metas institucionais. e) o objetivo de qualquer administrador bibliotecário pode ser definido de maneira simples: gerenciar e cuidar da preservação das coleções. Formação e Desenvolvimento de Coleções 27 3.A avaliação é importante para a administração, por meio de dela é possível corrigir ou manter estratégias com vistas a atingir os objetivos. Lancaster complementa esta afirmativa colocando de forma isto se dá. Marque a opção correta. a) a avaliação “[...] promove os dados necessários para determinar quais dentre várias estratégias alternativas parecem ter mais probabilidade de obter um resultado almejado”. b) a avaliação “[...] reúne dados necessários para determinar quais dentre várias estratégias alternativas parecem ter mais probabilidade de obter um resultado almejado”. c) a avaliação “[...] reúne dados necessários onde várias estratégias alternativas parecem ter mais probabilidade de obter um resultado previsto”. d) a avaliação “[...] determina qual estratégia alternativa parece ter mais probabilidade de obter um resultado almejado”. e) a avaliação “[...] reúne dados necessários para determinar qual alternativa parece ter mais probabilidade de obter um resultado previsto”. 4.Complete a sentença corretamente: “Segundo Vergueiro, o de desenvolvimento de coleções é trabalho de __________ que exige ___________[...] onde o __________, os objetivos específicos que cada uma delas busca atingir, a ___________ a ser atendida, influem grandemente nas atividades do desenvolvimento de coleções [...]”. a) planejamento, critérios, tipo de usuário e característica da biblioteca. b) estruturação, requisitos, planejamento e instituição de ensino. c) planejamento, compromissos metodológicos, tipo de biblioteca e comunidade específica. d) planejamento, requisitos, tipo de usuário e característica da biblioteca. e) estruturação, compromissos metodológicos, planejamento e instituição de ensino. Formação e Desenvolvimento de Coleções 28 5.O objetivo da avaliação de coleções, segundo Lancaster é: a) “[...] implementar as políticas de desenvolvimento de coleções, melhorar as políticas relacionadas com períodos de empréstimo e taxas de duplicação.” b) “[...] minimizar os erros das políticas de desenvolvimento de coleções, das políticas relacionadas com períodos de empréstimo e taxas de duplicação.” c) “[...] melhorar as políticas de desenvolvimento de coleções, melhorar as políticas relacionadas com períodos de empréstimo e taxas de duplicação, ou embasar decisões relacionadas com o uso do espaço.” d) “[...]melhorar as políticas relacionadas com períodos de empréstimo e taxas de empréstimos, ou embasar decisões relacionadas com o uso do espaço.” e) “[...] melhorar as políticas aquisição, seleção e desbastamento e planejamento de coleções, taxas de duplicação e embasar decisões relacionadas com o uso do espaço.” 6.Maciel e Mendonça apontam que há reflexos do processo de seleção, quando bem feito ou mal orientado. Em relação a esses reflexos da seleção, positivos e negativos, é correto afirmar que: a) Se bem realizada, a seleção agiliza o “[...] processo de tratamento técnico quando da recuperação e utilização dos acervos”. Se for mal orientada “[...] seus reflexos negativos se revelarão nos congestionamentos de serviços e usuários insatisfeitos”. b) Se bem realizada, a seleção agiliza o “[...] processo de aquisição e utilização dos documentos”. Se for mal orientada “[...] seus reflexos negativos se revelarão em coleções não utilizadas e usuários insatisfeitos”. c) Se bem realizada, a seleção agiliza o “[...] processo de descarte e utilização dos documentos”. Se for mal orientada “[...] seus reflexos negativos se revelarão em coleções não utilizadas e usuários insatisfeitos”. Formação e Desenvolvimento de Coleções 29 d) Se bem realizada, a seleção agiliza o “[...] processo de tratamento técnico e utilização dos documentos”. Se for mal orientada “[...] seus reflexos negativos se revelarão nos congestionamentos de serviços, coleções não utilizadas e usuários insatisfeitos”. e) Se bem realizada, a seleção agiliza o “[...] processo de tratamento técnico e permitindo um bom índice de relevância quando da recuperação e utilização dos documentos”. Se for mal orientada “[...] seus reflexos negativos se revelarão nos congestionamentos de serviços, coleções não utilizadas e usuários insatisfeitos”. 7.De acordo com Weitzel os momentos históricos que influenciaram e consagraram profissionalmente a área de desenvolvimento decoleções foram: a) o advento da Internet e a automação de bibliotecas. b) a explosão bibliográfica e a invenção da impressa. c) a explosão bibliográfica e a automação de bibliotecas. d) a explosão bibliográfica e o advento da Internet. e) o advento da Internet e a era pré-Gutenberg. 8.Existem diferentes metodologias para realizar a avaliação de coleções. Dentre as diferentes metodologias, destacam-se: a) Estudo de uso e citação - baseado em dados estatísticos e levantamento de opinião - preocupadas com a opinião dos usuários. b) quantitativas - baseadas em dados reais e qualitativas - preocupadas com os materiais do acervo e outros insumos. c) Cotejo de bibliografias - baseadas em dados estatísticos d) Relação coleção X usuários - baseadas em dados estatísticos e levantamento de opinião - preocupado com a opinião dos usuários. e) quantitativas - baseadas em dados estatísticos e qualitativas - preocupadas com o conteúdo do acervo Formação e Desenvolvimento de Coleções 30 9.Ao longo dessa unidade, vimos existem requisitos indispensáveis ao cumprimento, de forma eficaz, do processo de seleção. Enumere pelo menos 06 destes requisitos elecandos por Maciel e Mendonça: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10.Vergueiro coloca que a seleção também é uma decisão política, onde nem sempre a decisão final caberá ao bibliotecário. Decisão esta que pode ser tomada por outras esferas ou escalões administrativos do qual a biblioteca esteja vinculada. Neste caso, o bibliotecário acaba por contribuir menos do que gostaria ou somente executar tais decisões embora tenha muito a contribuir com esta função do desenvolvimento de coleções. Reflita acerca da postura do profissional bibliotecário frente às questões colocadas acima. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 31 2 Aquisição Formação e Desenvolvimento de Coleções 32 O conhecimento dos conceitos de seleção e avaliação é imprescindível para entendermos esta unidade. Entenderemos que o desenvolvimento de coleções é constituído de etapas interdependentes. Perceberemos que, nesta etapa do nosso estudo, aquisição é um produto da seleção e avaliação. Objetivos da unidade: Conhecer o conceito de aquisição e suas modalidades; Visualizar em uma biblioteca real o processo de aquisição; Entender os critérios para adquirir obras impressas e eletrônicas. Plano da unidade Aquisição Aquisição: conceito Aquisição por compra Aquisição por meio de doação Aquisição por meio de permuta Aquisição planificada e aquisição cooperativa Critérios para aquisição de livros: descrição de um caso real A aquisição e o avanço tecnológico: o caso dos e-books Bons Estudos! Formação e Desenvolvimento de Coleções 33 Aquisição Neste estudo sobre desenvolvimento de coleções, também conhecida como gestão do acervo, apresentaremos uma etapa importante chamada de aquisição. Compreenderemos os conceitos e métodos para este processo apoiados da literatura clássica de autores importante na biblioteconomia nacional. Consideramos deixar claro que um acervo grande não quer dizer um bom acervo. BONN (1974 apud Figueiredo, 1979) afirma: É geralmente aceito que quantidade e qualidade de uma coleção de biblioteca depende quase que inteiramente do programa de aquisição, incluindo a política de aquisição, os procedimentos de aquisição e, mais importante, dos métodos de seleção (BONN, 1974 apud FIGUEIREDO, 1979). A seguir, apresentaremos o conceito de aquisição: Aquisição: conceito “Aquisição, dentro do desenvolvimento de coleções, é uma etapa puramente administrativa” (VERGUEIRO, 1989, p. 63). O professor Waldomiro Vergueiro que publicou dezenas de artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais. Autor e/ou organizador de mais de uma dezena de livros, entre os quais podem ser destacados: Seleção de Materiais de Informação, Aquisição de Materiais de Informação e desenvolvimento de coleções e biblioteca-qualidade, escreveu um importante trabalho sobre desenvolvimento de coleções que será muito utilizado neste capitulo, que é: Desenvolvimento de coleções. Formação e Desenvolvimento de Coleções 34 Vergueiro (1989, p. 63) entende que “o papel da aquisição, no processo, constitui-se em localizar e, posteriormente, assegurar a posse, para a biblioteca, daqueles materiais que foram definidos, pela seleção como de interesse”. Ou seja, a aquisição é um reflexo das decisões das etapas apresentadas no capitulo anterior: Seleção e Avaliação. Isso demonstra a progressão das etapas do desenvolvimento de coleções. Pontuaremos, a seguir, as modalidades de aquisição que serão: compra, permuta e doação. Aquisição por compra Vergueiro (1989, p. 64-65) considera que as atribuições básicas para compra de material informacional são as seguintes: obter informações sobre os materiais desejados pela biblioteca: utilizando instrumentos pertinentes, verificar todos os dados bibliográficos imprescindíveis para uma aquisição bem-sucedida; além disso, verificar se o item não se constitui em material já constate do acervo ou se já não se encontra em processo de aquisição, evitando, desta forma, duplicações indesejadas. Pontuamos que os dados bibliográficos, mencionado pelo autor, são: autor, título, edição mais atual, local, editora, ano atual. Indicamos listar as obras em tabela que garanta uma organização e clareza. Essa tabela deve ter títulos das obras com os dados bibliográficos, quantidade das obras que existem na unidade de informação e estado físico das obras. Abaixo, como exemplo, indicamos um modelo de lista de obras para aquisição: Formação e Desenvolvimento de Coleções 35 Quadro 1 - lista de obras para aquisição Ordem Título Quant. Estado Físico 1 COELHO, Teixeira. O que é Ação Cultural. 4ª. reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 2008. (Coleção Primeiros Passos). 21 BOM 2 ABREU, António Suarez. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2004. 15 BOM 3 CUNHA, Celso Ferreira da. Nova gramática do português contemporâneo. Belo Horizonte: Bernardo Álvares, 2001. 19 BOM Efetuar o processo de compra de materiais: selecionar o fornecedor mais adequado às necessidades e/ou possibilidades da biblioteca, buscando tanto aspectos financeiros – qual fornecedor oferece mais vantagens pecuniárias, considerando todos os custos envolvidos –, como a rapidez de recebimento dos itens desejados. O processo de compra irá englobar, ainda, o recebimentoe abertura dos pacotes, com sua consequente verificação em relação a ordens de compra enviadas e as condições físicas em que material chega à biblioteca. Sugerimos, aos futuros profissionais da informação, uma lista onde constem todos os prováveis fornecedores (editoras, livrarias, sebos etc.) com os respectivos contatos, assim, quando decididos os itens que deverão fazer parte do acervo da biblioteca será mais fácil e rápido a respostas dos mesmos para cotação dos preços. Já existem sistemas que possuem essa funcionalidade que permite o contato automático, ou seja, indica-se a obra que se deseja adquirir e o próprio sistema envia o pedido aos fornecedores. Formação e Desenvolvimento de Coleções 36 Abaixo, como exemplo, indicamos um modelo de lista com os fornecedores e seus contatos: Quadro 2 - lista com os fornecedores e seus contatos Fornecedores (editoras, livrarias, sebos, etc.) Contatos Representante GEN Tel.: (21) 2222-2222 Site: http://www.descol.com.br Sra. Cora Coralina 1) Manter e controlar os arquivos: incluir a manutenção, seja de forma manual ou automatizada de arquivos dos itens selecionados (desiderata1), arquivos dos itens em processo de aquisição e dos já adquiridos, em processo de catalogação rápida. Costuma-se ordenar estes arquivos pelos títulos das obras, por ser o elemento que menos variações apresentam nas sugestões dos usuários. 2) Administrar os recursos disponíveis para aquisição: o que irá abranger toda a distribuição, controle e utilização dos recursos da forma mais racional possível. Não podemos deixar de ressaltar que essa regra se aplica, especificamente, a instituições privadas, pois as repartições públicas de âmbito municipal, estadual e federal, possuem uma legislação que as obriga submeter a lista de aquisição a um processo licitatório, que nem sempre é a forma mais rápida e apropriada (VERGUEIRO, 1989, p. 66). 1 Consiste em uma lista de títulos que a biblioteca deseja adquirir. Formação e Desenvolvimento de Coleções 37 Aquisição por meio de doação Outra possibilidade para adquirir materiais é a doação realizada pelos usuários e outras instituições conveniadas. Vergueiro (1989, p. 68-70) indica: [...] os critérios para recebimento de doações sob condição – aquelas que, para entrega dos materiais, impõem uma série de pré-requisitos a serem atendidos pela biblioteca, tais como salas especiais para os materiais doados, ex-libris, restrições para o empréstimo e uso, etc. (VERGUEIRO, 1989, p. 68-70). Vieira (2014, p. 42) afirma que para que os materiais doados sejam incorporados ao acervo é necessário que tenham alguns critérios básicos como: atualidade, materiais não vandalizados, valor histórico-documental, obras raras e outros critérios particulares, que dependem das especificações da instituição. As doações podem causar problemas de disponibilidade de espaço físico devido ao excesso de materiais que nem sempre podem ser selecionados no ato de seu recebimento, e que não podem ser recusados devido ao risco de se perder itens importantes (VIEIRA, 2014, p. 42). Todo processo de doação deve ser finalizado com um documento elaborado pela biblioteca onde o doador declara passar a custódia do acervo à biblioteca e se submeterá a política desenvolvimento da instituição. Formalizar o ato de doação é medida prudente no caso de reclamações dos usuários e os casos em que a biblioteca aceita doações e como se propõe a tratá-las devem ficar claramente entendidos pelos doadores. Aquisição por meio de permuta Baseada na troca de exemplares entre instituições, também chamada de intercâmbio de materiais, a permuta é outra modalidade para o desenvolvimento de coleções. Permite a agregação de novos materiais, principalmente, esgotados ao acervo da unidade de informação. Evita acumular duplicatas e/ou doações que foram absorvida pela biblioteca e, neste caso, garante um espaço extra. Formação e Desenvolvimento de Coleções 38 Vergueiro (1989, p. 71) afirma que “um programa de permutas é estabelecido, normalmente, por instituições que editam publicações e, desta forma, firma entre si, um convênio para intercâmbio das mesmas”. Este programa tem como característica a minucia e requer muita atenção do bibliotecário que trabalha na aquisição. Já permuta de duplicata [...] acontece de maneira mais informal (VERGUEIRO, 1989, p. 72). Nos programas de permutas é comum a confecção de listas de duplicatas, destinadas a oferecer para outras instituições o material que possui vários exemplares ou que foi retirado definitivamente do acervo (ANDRADE; VERGUEIR, 1996 apud MOREIRA; CARDIM; DIB, 2007). Com essa lista os bibliotecários das organizações parceiras podem escolher os exemplares mais interessantes para seus acervos. Aquisição planificada e aquisição cooperativa Com a finalidade de driblar a falta de recursos financeiros e atualizar o seus acervos, as instituições recorrem a outras duas modalidades de aquisição: aquisição planificada e cooperativa. Aquisição planificada é quando a instituição faz um programa onde planeja forma ou amplia sua coleção conforme princípios definidos dentro da filosofia e das diretrizes institucionais [...]. Aquisição cooperativa é quando as instituições, mediante acordos e convênios, estabelecem programas envolvendo bibliotecas de uma mesma região, com os mesmos interesses e com especializações de assuntos, com a finalidade de assegurar acesso à informações relevantes ao maior número possível de usuários” (FIGUEIREDO, 1993 apud MOREIRA; CARDIM; DIB, 2007). Critérios para aquisição de livros: descrição de um caso real. Conforme visto no capitulo anterior, os critérios para aquisição de acervo estão, estritamente, vinculados à política de seleção. Andrade (1992, p. 40-55) propõe o estudo de critérios para aquisição de livros nas áreas de Ciências Sociais e Humanidades no âmbito da FFLCH/USP. Neste estudo foram considerados aspectos qualitativos e quantitativos. Os critérios são os seguintes, respectivamente: Formação e Desenvolvimento de Coleções 39 a) Critérios relativos ao perfil da coleção - coleção de lastro (aspecto qualitativo): Obras clássicas e consagradas (clássicas: consideradas as que oferecem um modelo de investigação; consagradas: as que oferecem uma contribuição relevante dentro de uma tradição já existente); Autoridade do autor e editor (reconhecido valor como autoridade na cultura e crítica de um assunto); Textos no idioma original ou traduções confiáveis e de interesse (fundamental e decisório na área de humanidades); Coleções únicas na universidade ou região e obras raras e especiais; Produção intelectual gerada na unidade. b) Critérios relativos ao ensino e pesquisa (aspecto qualitativo): Bibliografia básica e complementar (indicadas nos cursos em andamento); Obras de referência (atualização constante de dicionários, enciclopédias, anuários, guias, estatísticas etc.); Obras de caráter interdisciplinar ou de áreas inter-relacionadas; Obras de interesse para novas linhas de investigação ou complementação de áreas carentes; Duplicação de títulos de uso muito frequente para graduação e pós- graduação; Reposição de perdas necessárias e de obras desgastadas; Traduções de interesse em idioma acessível à maioria da população usuária; Lançamentos recentes (novidades editoriais, livros em demonstração, visitas às livrarias, exposições etc.) Disponibilidade de acesso em outros acervos da Universidade. Formação e Desenvolvimentode Coleções 40 Com relação aos aspectos quantitativos, foram estabelecidos os seguintes critérios: Livros clássicos da área: quatro exemplares; Livros para mais de uma área: quatro exemplares; Livros para cursos em andamento: quatro exemplares; Livros para graduação: quatro exemplares; Livros de autores consagrados: três exemplares; Livros de professores da casa: dois exemplares; Livros para pesquisa: um exemplar; Bibliografia complementar: um exemplar; Originais "versus" traduções de obras importantes: duas obras no texto original mais quatro traduções para cada língua, inclusive em português de portugal. O objetivo de apresentar os critérios utilizados na FFLCH/USP consiste na tentativa de tornar palpável o estudo de aquisição de acervo. Assim, possibilitamos uma visão mais empírica e menos teórica da disciplina. A aquisição e o avanço tecnológico: o caso dos e-books Os livros não ficaram de fora das inovações tecnológicas e o bibliotecário precisa estar preparado para auxiliar no estabelecimento de “subsídio que poderão auxiliar no planejamento da aquisição de e-books em bibliotecas” (CHIARA, I. G. D.; TANZAWA, E. C. L., 2014, p. 43). Fica evidente que o livro eletrônico, também chamado de e-book, trouxe consigo uma revolução na relação do leitor com o livro. Pensar em acervo eletrônico, em uma biblioteca, hoje, é pensar numa multiplicidade de possibilidades de acesso à informação inimaginável no passado. A biblioteca passou por vários períodos históricos que podem ser contados por meio da transmutação de seus materiais por diversos formatos e sua materialização, a qual se deu, inicialmente, por meio das tabelas de argilas, passando pelo papiro, pelo pergaminho e pelo papel, até transformar o formato Formação e Desenvolvimento de Coleções 41 impresso no formato digital ou virtual (AQUINO, 2004 apud CHIARA; TANZAWA, 2014). Lynch (2013 apud CHIARA; TANZAWA, 2014) destaca alguns diferenciais ou vantagens de se disponibilizar e-books aos usuários de bibliotecas, tais como: A capacidade de ajustar tamanho e fonte do texto; Tecnologia que permite escutar o livro; Capacidade de transportar um grande número de livros em um só aparelho. Elimina a necessidade de imprimir, armazenar, espaço físico, taxa de envio, transporte físico de cópias de livro. O mesmo autor destaca as expectativas que o e-book traz: Os e-books têm a possibilidade de disponibilizar os conteúdos de forma mais fácil e rápida; Os e-books seriam “mais verde”, ou seja, sustentáveis pelo fato de poderem dispensar a impressão; e, Os e-books deveriam ser mais baratos que livros impressos. Procópio (2005 apud CHIARA; TANZAWA, 2014) elenca as mais importantes características dos e-books, abaixo: a) Marcadores de página e busca rápida dessas marcações; b) Bloco de anotações [excelente para não se esquecer daquele trecho importante que o professor citou em sala de aula e que certamente vai cair na prova]; c) Controle de brilho e contraste; d) Controle ajustável de luminosidade [backlight que deixa o leitor ajustar a intensidade da luz, assim pode-se ler em qualquer lugar. Importante para os olhos mais sensíveis. O leitor pode, por exemplo, ler aquele romance de terror ou de suspense do Stephen King, no escuro]; Formação e Desenvolvimento de Coleções 42 e) Dicionário em várias línguas no sistema que, basta apontar uma palavra na tela [naturalmente, sensível ao toque], e o reader traz o seu significado [o link vem de outro livro também instalado no aparelho]; f) Busca por palavras ou frases no texto [ideal para documentos técnicos, como os de Legislação e Direito]; g) O e-Book permite ainda sublinhar ou marcar um trecho importante no texto, podendo, quando quiser, apagar a marcação; h) Ajuste de tamanho e tipo das fontes utilizadas, para melhorar a legibilidade; i) Base giratória de leitura [orientação: retrato e paisagem], usada para textos especiais, como os dos jornais ou revistas tabloides, que podem ser lidos na horizontal; j) Acesso às livrarias [eBookStores] ou Bibliotecas Digitais, com a possibilidade de aquisição de obras gratuitas, impensado no modo real: mais de 350 mil títulos grátis, somente na língua portuguesa, e centenas de best-sellers e clássicos antes esgotados; k) Possibilidade de criação de biblioteca pessoal com as ferramentas de sistema; l) O leitor pode também publicar seu próprio e-book importando documentos pessoais e da Internet, usando também as ferramentas de sistema; m) Grande capacidade de armazenamento de arquivos de textos [cerca de 250 mil páginas em média, incluindo gráficos]; n) Memória expansível; o) Tamanho de um livro de papel: 14x21 em média; p) Compatível com níveis de segurança [criptografia] exigido pelos detentores de conteúdo; q) Baterias duradouras: de 20 a 40 horas em média; r) Compatibilidade com PCs, Linux e MACs; s) Peso médio: 300 gramas. Formação e Desenvolvimento de Coleções 43 Não nos aprofundaremos em política de aquisição nesta unidade, pois será tratado mais a frente. Todavia, destacamos os critérios apontados por Lastres (2011 apud CHIARA; TANZAWA, 2014) para seleção (pois afeta diretamente a aquisição), manutenção e acesso: a) Com relação à seleção: para os critérios de seleção deve-se considerar o seguinte: qualidade do título, incluindo atualidade, a cobertura tópica, reputação do autor e editor, organização, facilidade de utilização; uso antecipado; disponibilidade de material no acervo da biblioteca idêntico ou similar; disponibilidade de material idêntico ou similar nas bibliotecas para empréstimo local; custo; os requisitos de espaço ou para mídia eletrônica, requisitos técnicos; tempo necessário da equipe de manutenção, seja para depósito ou para o gerenciamento de acesso eletrônico. b) Com relação à manutenção: no que se refere aos critérios de manutenção deve-se considerar o seguinte: revisão de faturas para renovação e continuidade regular para garantir que os custos sejam monitorados e quais assinaturas são usadas ativamente; monitoramento métricos de circulação para verificar o uso dos meios eletrônicos e desta forma, identificar os títulos que são utilizados marginalmente; descarte dos mais materiais velhos ou ultrapassados; fornecer um relatório de orçamento detalhado para ajudar na realização de uma revisão abrangente dos recursos de biblioteca; recomendar alternativas de baixo custo de materiais impressos ou eletrônicos para que os usuários possam determinar quais materiais devem ser mantidos. Formação e Desenvolvimento de Coleções 44 c) Com relação ao acesso: ainda de acordo com Lastres, em relação ao acesso deve-se considerar o seguinte: licenças de usuário único ou simultâneo; licença limitada de usuário: obter acesso para funcionários da biblioteca para recuperar artigos eletrônicos do site do fornecedor dentro dos termos de acordo da licença; licenças empresariais: observar se tem request IP autenticação, isso elimina a necessidade dos usuários lembrar IDs de usuário e senhas; preços; verificar se o acesso a conteúdos digitais requer qualquer software proprietário. Os e-books, as revistas eletrônicas e inúmeras outras fontes em formato digital trouxeram novos modelos de negócio para sua aquisição, tais como: aquisição perpétua, assinaturas, aquisição orientada ao usuário ou PDA, Short Term Loan (aluguel por período curto) e pay per view. Nesta unidade, tivemos a oportunidade de entender o processo de aquisição de material impresso e livro eletrônico, bemcomo sua posição dentro do desenvolvimento de coleções. Vimos às modalidades de aquisição (compra, doação e permuta) e a aplicação em uma biblioteca real. Leitura complementar: VIEIRA, R. Formação e desenvolvimento de coleções. In: ______. Introdução à teoria geral da biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 2014. MIRANDA, A. Seleção, aquisição e descarte de livros: um texto para principiantes. Caderno de Biblioteconomia, Recife, v. 4, p. 57-69, dez. 1981. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino- aprendizagem. Formação e Desenvolvimento de Coleções 45 Exercícios - Unidade 2 1.(BNDES/2006) A escassez de recursos para a atualização do acervo de uma unidade de informação impõe sua otimização, que se dá por duas formas de aquisição: pela formalização de um programa de ampliação e atualização de coleções, segundo princípios e diretrizes institucionais, ou mediante acordos e convênios para o compartilhamento de recursos informacionais e de usuários. Essas formas de aquisição denominam-se, respectivamente: a) Planificada e cooperativa. b) Cooperativa e compartilhada. c) Compartilhada e sistêmica. d) Sistêmica e extensiva. e) Extensiva e planificada. 2.(BNDES/2006) Quando uma biblioteca visa à reciprocidade de benefícios em termos de obtenção de materiais por cooperação com outras entidades envolvidas, ou quando há razões justificadas como, por exemplo, a falta de interesse em um acervo e a necessidade de complementação de falhas em outro, deve fazer um acordo de: a) Remanejamento. b) Doação. c) Desbastamento. d) Descarte. e) Intercâmbio. Formação e Desenvolvimento de Coleções 46 3.(TJ-PA/2014) Os e-books, as revistas eletrônicas e inúmeras outras fontes em formato digital trouxeram novos modelos de negócios para sua aquisição, tais como: a. Modelo de acessos aberto, perpétuo e geral para todos os conteúdos nacionais e estrangeiros. b. Assinatura apenas no modelo consórcio, o que, no brasil, é responsabilidade do portal capes de periódicos. c. Aquisição somente em pacotes de conteúdos pré-selecionados e montados pelos próprios editores, sem possibilidade de trocas. d. A rota dourada proposta exclusivamente por steven harnad, garantindo, assim, o acesso gratuito a todo material internacional. e. Aquisição perpétua, assinaturas, aquisição orientada ao usuário ou pda, short term loan (aluguel por período curto) e pay per view. 4.(Pref. Pres. Prudente/2012) Considere as afirmações a seguir, relacionadas à doação de materiais para bibliotecas e sua seleção: I. Os objetivos da biblioteca sempre vão ao encontro dos interesses ou desejos dos doadores; II. Formalizar o ato de doação é medida prudente no caso de reclamações dos usuários; III. Os materiais doados são selecionados no momento de seu recebimento; IV. Os casos em que a biblioteca aceita doações e como se propõe a tratá-las devem ficar claramente entendidos pelos doadores. Dessas, estão corretas apenas as afirmações: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV Formação e Desenvolvimento de Coleções 47 5.(PROCON SP/2013) Aquisição é: a) a atividade especializada que, junto com a doação, constitui o processo de desenvolvimento de coleções. b) a administração dos recursos da biblioteca por meio dos procedimentos de levantamento, seleção e compra de materiais. c) o procedimento de compra de materiais, direta ou por licitação pública, de acordo com as normas da instituição. d) a etapa administrativa do desenvolvimento de coleções realizada por meio da compra, doação e/ou permuta de materiais. e) a política de desenvolvimento de coleções que avalia a necessidade de compra de materiais para o acervo. 6.(BNDS/2006) Com o objetivo de oferecer a outras instituições os exemplares de materiais possuído, que não foram considerados pertinentes para inclusão no acervo, utiliza-se o(a): a) serviço de alerta. b) programa de intercâmbio. c) pedido de cotação. d) contrato de leasing. e) lista de duplicatas. Formação e Desenvolvimento de Coleções 48 7.(IRB/2006) Nas unidades de informação, a aquisição de material informacional, por meio do programa que consiste em um acordo pré-estabelecido entre duas instituições, com o compromisso mútuo de fornecimento de publicações das próprias entidades, de obras duplicadas ou retiradas do acervo ou de obras recebidas em doação, mas sem interesse para incorporação ao acervo, chama-se a) Aquisição planificada. b) Aquisição cooperativa. c) Permuta. d) Doação institucional. e) Doação solicitada. 8.Complete: a) “Aquisição, dentro do desenvolvimento de coleções, é uma etapa puramente ______________________” (VERGUEIRO, 1989, p. 63). b) ____________________ é uma lista de títulos que se deseja adquirir. Formação e Desenvolvimento de Coleções 49 9.Lynch destaca alguns diferenciais ou vantagens de se disponibilizar e-books aos usuários de bibliotecas. Cite-os: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10.Como Vergueiro entende que o papel da aquisição? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 50 Formação e Desenvolvimento de Coleções 51 3 Desbastamento e Descarte Formação e Desenvolvimento de Coleções 52 As primeiras unidades desta Disciplina tratam de assuntos bem importantes para o desenvolvimento de coleções: seleção, avaliação e aquisição. Neste ponto, conseguimos compreender a importância do desenvolvimento de um acervo. As etapas estudadas são de grande relevância para compreendermos como selecionar, avaliar para uma aquisição coerente. Para tal, há em pauta os objetivos da instituição e da comunidade de usuário, a qual precisa ser ouvida através de estudo específico. Desenvolver uma coleção exige planejamento e a formação de uma comissão especifica, bem como, suas políticas norteadoras das etapas e processos. Uma etapa importante no desenvolvimento de coleções é o desbastamento, que envolvetambém o descarte. Nesta Unidade, pretendemos apresentar ao aluno o que são desbastamento e descarte, quais funções e conhecer os conceitos discutidos por alguns autores. Esta etapa precisa estar bem consolidada para os bibliotecários a fim de proporcionar a melhor forma de utilizar em beneficio do crescimento do acervo de forma coerente e ordenada. Objetivos da unidade: Conhecer a etapa do desbastamento de coleções; Analisar quais processos envolve o desbastamento; Compreender qual a função do desbastamento. Plano da unidade: Desbastamento e Descarte Formação e Desenvolvimento de Coleções 53 Desbastamento e Descarte Trata-se de etapa importante no desenvolvimento de coleções e possui papel fundamental, que é o ajuste do acervo de acordo com as necessidades da instituição e de seus usuários. É importante que as instituições estejam conscientes de todas as etapas que compete ao desenvolvimento de coleções, que compreendem desde o estudo de usuário até o desbastamento. Dando continuidade a discussão, se faz necessário que o aluno conheça esta etapa (desbastamento), aprenda a diferenciar desbastamento e descarte, qual a função do desbastamento no desenvolvimento de coleções. Buscamos na literatura algumas discussões sobre desbastamento e descarte; o que os teóricos afirmam por desbastamento de coleção. Enfatizamos a importância para o aluno de Biblioteconomia ter bem consolidados os conceitos aqui estudados e diferenciar adequadamente o desbastamento do descarte. Segundo Maciel e Mendonça (2006), para que o acervo seja considerado de boa qualidade é preciso que ele desenvolva racionalmente. Assim, após a função de avaliação de coleções pode ser necessário desbastar mobilizando determinados materiais segundo critérios definidos na função planejamento e elaboração de políticas. Formação e Desenvolvimento de Coleções 54 Logo, após a avaliação do acervo o bibliotecário conseguirá visualizar o que desbastar. A parte do acervo considerada de baixa circulação poderá ser avaliada para o desbastamento ou mesmo para o descarte. Para explicar o desbastamento, Vergueiro (1989), faz uma analogia da coleção com uma árvore, onde ambas para atingirem a plenitude do desenvolvimento precisam ser desbastadas constantemente. “As coleções, particularmente, necessitam deste desbastamento para que possam desenvolver-se harmoniosamente, sem ter algumas de suas partes desenvolvidas de forma aleatória, tornando-se estranhas ao conjunto” (VERGUEIRO, 1989). O autor enfatiza que o desbastamento pode ocorrer pela retirada definitiva do acervo, ou seja, descarte; pela realocação dos materiais em outro espaço pelo remanejamento ou a retirada pode acontecer tendo em vista a condição do material que, neste caso, segue para outra etapa que é a conservação. O desbastamento, segundo Figueiredo (1998 apud Weitzel, 2013), “[...] é um processo de extrair títulos ou partes da coleção, quer para remanejamento, quer para descarte”. Logo, observamos em Weitzel e Vergueiro, dois subprocessos: o remanejamento e o descarte. Para Maciel e Mendonça (2006), “o desbastamento consiste na retirada de documentos pouco utilizados pelos usuários, de uma coleção de uso frequente para outros locais [...] já o descarte, consiste na retirada definitiva do material do acervo da biblioteca, com a correspondente baixa nos arquivos de registros da mesma”. Ainda afirmam que o descarte consiste em selecionar materiais, que através da avaliação, foram considerados defasados e/ou desnecessários às funções institucionais e esta ação é também conhecida de seleção negativa. Para o desbastamento e/ou remanejamento é preciso considerar as obras com: danos físicos ou biológicos precisando de restauro; questões de relevância para uso para os usuários e instituição etc. Para a seleção negativa e/ou descarte, deve considerar as seguintes obras: em línguas inacessíveis; obras desatualizadas e que foram substituídas por edições recentes; obras em condições físicas irrecuperáveis; obras com excesso de duplicatas. Não podemos esquecer a condição de inadequação do conteúdo à instituição. Formação e Desenvolvimento de Coleções 55 Pelas definições dos autores, compreendem-se as diferenças entre desbaste e descarte de coleções. Após seleção e avaliação, materiais pouco utilizados podem ser desbastados, isto é, remanejados do acervo corrente para guarda, por algum período de tempo, em outro local da instituição, o que não ocorre quando da decisão para o descarte. Isto ocorre quando as obras não possuem mais o perfil da instituição e/ou dos usuários. Lancaster (2004) lembra que o desbastamento [...] pode melhorar a qualidade de um acervo. Quando dele se retiram livros velhos e sem uso, as estantes mostram-se mais atraentes para os usuários que terão mais facilidade em encontrar os itens mais novos ou mais populares que provavelmente estejam procurando. É sabido que um programa eficaz de desbaste aumenta a circulação (Slote, 1989 apud Lancaster, 2004), Esse autor afirma ainda que a principal razão para o desbaste de um acervo é otimizar espaço na biblioteca. Explica que uma biblioteca pode possuir espaços bem diferenciados e que precisem de acessibilidade para seu usuário e nestes casos, o “[...] custo-eficácia, a ocupação desses espaços deve relacionar-se ao uso previsível do material. Em particular, o material em estantes de livre acesso deve ser aquele com mais probabilidade de obter o máximo de uso em relação ao espaço ocupado”. (LANCASTER, 2004). Maciel e Mendonça (2013) lembram que o desbastamento e/ou descarte indica algumas tomadas de decisão e entre elas: Formação e Desenvolvimento de Coleções 56 Indicação de uma comissão que se responsabilize pela aprovação dos documentos indicados para serem colocados em depósitos ou descartados. Tal comissão deve ser a mesma encarregada da seleção de documentos; Definição de tempo máximo que uma publicação não utilizada deve permanecer na coleção corrente, naturalmente observando-se as características de cada área; Indicação de um prazo médio para desatualização e desativação de determinados tipos de materiais, tais como: livros-didáticos, livros-texto, catálogos, folhetos, publicações periódicas, obras de referências etc.; A necessidade de e manter nas estantes de uso frequente um (ou nenhum) exemplar de alguma publicação transferida; Definição sobre não pertinência de determinado documento ou coleção ao acervo da biblioteca; Determinação de um prazo médio para permanência dos documentos localizados nos depósitos; Definição de normas e procedimentos para utilização dos documentos armazenados nos depósitos (regulamento do setor). Formação e Desenvolvimento de Coleções 57 Esses entre outros pontos norteadores devem constar na política de desbastamento da instituição. Esta temática, políticas, será mais bem detalhada na unidade especifica. E Weitzel (2013) afirma que o desbastamento e/ou remanejamento ocorre pelas seguintes razões: a) As obras que apresentam maior valor por sua raridade ou importância para a instituição podem ser remanejados para locais de armazenamento especial destacada das coleções correntes. O ambiente deverá ser controlado em termos de climatização e segurança patrimonial; b) As obras danificadas e/ou que necessitam de atenção especializada em relação à sua conservação ou preservação são remanejadas temporariamente para outro local, enquanto recebem tratamento apropriado, retornando depois ao localoriginal de armazenamento; c) As obras que ainda apresentam relevância, mas estão abaixo da taxa média de uso em relação às coleções correntes e/ou são coleções retrospectivas. A autora ainda nos apresenta uma preocupação por parte dos bibliotecários em descartar itens que ainda podem ser úteis e que para consolidar a decisão, todas devem ser tomadas com base em uma política de desbastamento que orienta esse processo de descarte. O mesmo tipo de preocupação nos é apresentada por Vergueiro (1989), onde afirma que, tratando-se de desbastamento, o descarte é o processo que mais traz dúvidas e perguntas aos bibliotecários. Por haver em sua formação a ênfase na preservação, de manter os materiais informacionais disponíveis e em bom estado para as futuras gerações, como descartar itens de uma coleção? E assim, cria-se, segundo o autor, “[...] um verdadeiro drama psicológico que muitas vezes impede o profissional de tomar a decisão correta, ou seja, retirar da coleção, definitivamente, aqueles materiais que não possuem justificativa alguma para nela permanecerem”. Compreende-se a forma racional de preservação do profissional bibliotecário, porém é importante avaliar e entender que até os materiais informacionais possuem vida útil. Formação e Desenvolvimento de Coleções 58 Ainda em Vergueiro (1993), no artigo “Desenvolvimento de coleções: uma nova visão para o planejamento de recursos informacionais” enfatiza-se que para o desenvolvimento de coleções precisa ser tratado de forma diferente de acordo com a instituição e/ou tipo de biblioteca, tendo em vistas que as rotinas e processos variam. Para esclarecer isto, o autor cita o modelo desenvolvido por Evans (1979 apud Vergueiro, 1993), onde cita algumas especificações para bibliotecas públicas; escolares, especializadas e universitárias. Bibliotecas públicas: o público varia muito, bem diversificada e o olhar para o acervo deve ser constante, com atenção na seleção dos materiais informacionais da mesma e bem fundamentada em política. “Boa ênfase nas atividades de avaliação e desbastamento do acervo parece ser, também, outra característica do desenvolvimento de coleções em bibliotecas públicas, principalmente quando se procura atender à demanda imediata dos usuários.” Bibliotecas escolares: como suporte pedagógico para as unidades escolares, devem ser integradas ao processo educacional, currículo e bibliografias da instituição. Para o desenvolvimento de coleções deve-se considerar a maior relevância na seleção dos materiais para fins didáticos e sempre pautada na política de seleção. O desbastamento ocorre na medida em que se mudam e/ou buscam-se adequar novos currículos e bibliografias. Bibliotecas universitárias: segundo o autor, trata-se de comunidade de usuários homogênea; deve atender os objetivos das universidades, pesquisas, cursos de pós-graduação. O acervo possui grande tendência ao crescimento para atender as pesquisas da instituição. A seleção deverá considerar o “[...] custo- efetividade do material a ser adquirido. A ênfase maior, no caso, parece estar muito mais no desbastamento e avaliação constantes das coleções – medidas necessárias para otimização do acervo”. Bibliotecas especializadas: também nomeada pelo autor como biblioteca de empresa, atende as necessidades das organizações as quais estão vinculadas e por isso tem seus objetivos muito bem específicos. A grande diferença neste tipo de biblioteca para o desenvolvimento de coleções está na “[...] especificação de normas para seleção dos materiais com a finalidade de compatibilizá-los com os objetivos da instituição maior. Da mesma forma, é neste tipo de biblioteca que são necessários, com maior frequência, materiais não convencionais – relatórios, Formação e Desenvolvimento de Coleções 59 patentes, pré-prints etc. – que exigem dos bibliotecários um enorme esforço para localização e obtenção dos itens desejados. Da mesma forma, o desbaste deve ocorrer de acordo com as mudanças em normas e protocolos da instituição. Nestas colocações de Vergueiro (1993), percebemos as diferentes formas de trabalhar o desbastamento de acordo com o tipo de biblioteca e a necessidade de seu público. A diminuição do uso do acervo pode ocorrer de forma diferenciada de uma área para outra. Para finalizar nossa unidade, não podemos deixar de citar algumas alternativas para o descarte do acervo. Uma campanha “pegue e leve” na biblioteca é uma boa alternativa e outra é fazer uma lista dos materiais que serão descartados e compartilhar com outras bibliotecas e/ou instituições de áreas afins para doação. Dependendo do material informacional, pode ser útil para uma biblioteca pública, comunitária etc. É importante lembrar que o papel do bibliotecário está além de preservar o acervo. Há momentos de retirar materiais do acervo, e como já estudamos, pode ser de forma temporária e/ou definitiva. Esta etapa (desbastamento) é tão importante quanto às demais já estudadas para o desenvolvimento de coleções. Leitura complementar: WEITZEL, Simone da Rocha. Elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções em bibliotecas universitárias. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Interciência; Niterói: Intertexto, 2013. Formação e Desenvolvimento de Coleções 60 Exercícios – Unidade 3 1.O que é considerado uma seleção negativa? Indique a afirmação correta: a) Seleção. b) Desbastamento. c) Descarte. d) Remanejamento. e) Avaliação. 2.Weitzel (2013) afirma algumas razões pelas quais ocorre o desbastamento. Dentre as citadas, indique a alternativa incorreta: a) As obras danificadas e/ou que necessitam de atenção especializada em relação à sua conservação ou preservação são remanejadas temporariamente para outro local. b) As obras que ainda apresentam relevância, mas estão abaixo da taxa média de uso em relação às coleções correntes e/ou são coleções retrospectivas. c) As obras que não apresentam relevância, mas estão abaixo da taxa média de uso em relação às coleções correntes e/ou são coleções retrospectivas. d) As obras que apresentam maior valor por sua raridade ou importância para a instituição podem ser remanejados para locais de armazenamento especial destacada das coleções correntes. e) O novo ambiente deverá ser controlado em termos de climatização e segurança patrimonial. Formação e Desenvolvimento de Coleções 61 3.Na afirmação de Maciel e Mendonça (2006), indique a incorreta: a) para que o acervo seja considerado de boa qualidade é preciso que ele desenvolva racionalmente. b) após a função de avaliação de coleções pode ser necessário desbastar. c) desbastar mobilizando determinados materiais segundo critérios definidos na função planejamento e elaboração de políticas. d) para que o acervo seja considerado de boa qualidade, é preciso que ele desenvolva racionalmente. Assim, após a função de avaliação de coleções pode ser necessário descartar. e) para que o acervo seja considerado de boa qualidade é preciso que ele desenvolva racionalmente. Assim, após a função de avaliação de coleções pode ser necessário desbastar mobilizando determinados materiais segundo critérios definidos na função planejamento e elaboração de políticas. 4.Na seleção negativa, precisa-se ter atenção aos itens e/ou obras que estão dentro do contexto para descarte: Indique a alternativa incorreta: a) Obras em línguas inacessíveis. b) Obras desatualizadas e que foram substituídas por edições recentes. c) Obras em condições físicas irrecuperáveis. d) Obras com excesso de duplicatas. e) Adequação do conteúdo à instituição.5.Nesta unidade, um dos autores afirma que a principal razão para desbastar é economizar espaço físico. Quem afirmou isto? Indique a alternativa correta. a) Maciel. b) Figueiredo. c) Lancaster e Weitzel. d) Lancaster. e) Slote. Formação e Desenvolvimento de Coleções 62 6.Dos tipos de bibliotecas citados e seus objetivos, indique a afirmação incorreta: a) Biblioteca escolar – atende a comunidade acadêmica. b) Biblioteca especializada – atende aos funcionários da empresa. c) Biblioteca universitária – atende a comunidade acadêmica. d) Biblioteca pública – atende ao público em geral. e) Biblioteca escolar – atende as unidades escolares. 7.Indique a seguir a principal razão pela qual se realiza o desbaste, segundo Vergueiro (1993). a) Obras sem uso. b) Obras com necessidade de reparo. c) Economizar espaço. d) Materiais sem adequação à instituição. e) Manter o acervo atualizado. 8.Para Lancaster (1989), indique a afirmação correta: a) [...] pode melhorar a qualidade de um acervo. Quando dele se retiram livros novos e em uso, as estantes mostram-se mais atraentes para os usuários que terão mais facilidade em encontrar os itens mais novos ou mais populares que provavelmente estejam procurando. b) [...] pode melhorar a qualidade de um acervo. Quando dele se retiram livros velhos e sem uso, as estantes mostram-se mais atraentes para os usuários que não terão facilidade em encontrar os itens mais novos ou mais populares que provavelmente estejam procurando. c) [...] pode deteriorar a qualidade de um acervo. Quando dele se retiram livros velhos e sem uso, as estantes mostram-se mais atraentes para os usuários que terão mais facilidade em encontrar os itens mais novos ou mais populares que provavelmente estejam procurando. Formação e Desenvolvimento de Coleções 63 d) [...] pode melhorar a qualidade de um acervo. Quando dele se retiram livros velhos e sem uso, as estantes mostram-se menos atraentes para os usuários que não terão facilidade em encontrar os itens mais novos ou mais populares que provavelmente estejam procurando. e) [...] pode melhorar a qualidade de um acervo. Quando dele se retiram livros velhos e sem uso, as estantes mostram-se mais atraentes para os usuários que terão mais facilidade em encontrar os itens mais novos ou mais populares que provavelmente estejam procurando. 9.Explique o que é desbastamento: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 64 10. O que é seleção negativa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 65 4Preservação e Conservação do Acervo Formação e Desenvolvimento de Coleções 66 Nesta unidade, iremos conhecer uma etapa a qual nos deparamos no decorrer das nossas leituras nas unidades anteriores, trata-se da preservação do acervo. Importante enfatizar que não aprofundaremos a temática que abrange um conteúdo vasto o que pressupõe uma disciplina unicamente sobre esta temática. Assim, abordaremos alguns aspectos da preservação e conservação do acervo compreendendo uma etapa apresentada em unidades anteriores como parte do desenvolvimento de coleções. Esses aspectos serão os conceitos e recomendações das políticas de preservação e conservação. Objetivos da Unidade Conhecer os conceitos de preservação e conservação; Compreender pontos impactantes na preservação e conservação do acervo. Plano da Unidade Preservação e Conservação do acervo Desbastar para preservar Bons estudos! Formação e Desenvolvimento de Coleções 67 Preservação e Conservação do Acervo Ao retroceder no tempo e pensarmos na formação dos acervos desde a Antiguidade, concordaremos que os acervos foram crescendo e eram, também, acumulativos em seus itens. Para melhor exemplificar o que estamos discutimos, pensemos nos acervos quando da revolução bibliográfica com a invenção de Gutenberg no século XV. A partir daquele marco, as publicações cresceram e assim, os acervos se multiplicaram com grande velocidade e como afirma Weitzel (2002 apud CORADI; EGGERT-STEINDEL, 2008): A importância histórica da invenção da imprensa reside em dois fatos: primeiro a promoção da laicização do conhecimento com a quebra do monopólio da informação, restrita, antes, aos mosteiros e aos castelos da nobreza; e em seguida, como conseqüência, a possibilidade de aumentar o alcance das descobertas cientificas e dos tratados filosóficos através das publicações de cunho cientifico. Essa mudança trouxe as vantagens da disseminação do conhecimento e da indústria editorial e com o crescimento das publicações, surge a preocupação em se preservar e conservar o acervo bibliográfico para as futuras gerações a fim de disponibilizar materiais de qualidade e em bom estado de preservação. Assim voltamos ao fazer do bibliotecário, o qual sempre teve no rol de suas atividades a função de preservar e, talvez seja um dos problemas que Waldomiro Vergueiro cita quando do desbastamento do acervo, onde a atividade pode ser de desbastar ou descartar. Há nesse processo, como já estudamos, problemas, principalmente, no descarte, onde há necessidade de retirar materiaisdefinitivamente do acervo da instituição. Logo aquela função de preservar pode ser mais determinante para o bibliotecário. Formação e Desenvolvimento de Coleções 68 Desbastar para preservar Compreendendo que em determinado momento, os livros e/ou demais materiais bibliográficos se degradam pelo uso e manuseio dos usuários ou por degradação do tempo e que se precisa retirar esse item do acervo para envio ao setor de preservação e conservação, a fim de realizar um restauro, iremos partir deste entendimento e avançar nesta unidade. Com isto, é importante conhecermos os conceitos de preservação e conservação antes de prosseguimos. Para Coradi; Eggbert-Steindel (2008), “a conservação consiste em métodos técnico-científicos capazes de desacelerar o processo de deterioração instalado em suportes de informação”. A preservação é uma política, ou de acordo com Milevski (1997, apud CORADI; EGGBERT-STEINDEL, 2008): [...] inúmeras políticas e opções de ação, incluindo tratamentos de conservação. Preservação é a aquisição, organização e distribuição de recursos a fim de que venham a impedir posterior deterioração ou renovar a possibilidade de utilização de um seleto grupo de materiais [...]. Com base no trabalho de Antunes (2010) intitulado “Pequenos reparos em material bibliográfico” avançamos no processo de entendimento dos conceitos. Para esta autora: Formação e Desenvolvimento de Coleções 69 Preservação é a “garantia de integridade e perenidade de algo que se reconhece como tendo valor, defendendo-o de riscos e danos. Implica a definição de política para esse fim”; Conservação, “abrange todas as ações que se destinam a salvaguardar e recuperar as condições físicas dos suportes que contêm informações, com vistas à permanência desses materiais para as futuras gerações” e; Restauração é um “conjunto de intervenções, em obras que sofreram danos, para recuperar seu estado original, o mais possível”. Esta autora ainda detalha a conservação em duas partes: preventiva e reparadora. “Conservação Preventiva - Conjunto de medidas que tem o intuito de manter as condições ideais para a guarda e o manuseio das obras e retardar o processo de degradação dos materiais, por meio da melhoria e do controle das condições ambientais do local de guarda, cuidados com o acondicionamento e o uso adequado do acervo. Envolve a eliminação de pragas; a higienização das obras e do ambiente; o controle das condições ambientais; e o espaçamento entre as obras. Conservação Reparadora - Conjunto de medidas destinadas à correção de danos causados às obras. Na Biblioteca Nacional, a conservação é entendida como um conjunto de procedimentos que tem por objetivo melhorar o estado físico do suporte, aumentar sua permanência e prolongar-lhe a vida útil, possibilitando, desta forma, o seu acesso por parte das futuras gerações”. Formação e Desenvolvimento de Coleções 70 Na Política de Desenvolvimento de Coleções da Biblioteca Paulo Ernesto Tolle da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, encontramos a seguinte definição de preservação e conservação: Compreende o processo de conservação e manutenção do acervo, que envolve desde a adequação do edifício ou espaço com controle ambiental (ventilação, iluminação, refrigeração etc.), e rotinas de higienização, de desinfecção, política de segurança contra roubo, preservação de acidentes. Não podemos deixar de apresentar ao aluno a definição de preservação e conservação pensada pela ótica do patrimônio documental. E no documento “Diretrizes Para Salvaguardar o Patrimônio Documental”, integrante do Programa Memória do Mundo, sob responsabilidade da Organização das Nações Unidas Para Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, Edmondson (2002) expõe as definições: [...] a preservação é a soma das medidas necessárias para garantir a acessibilidade permanente - para sempre - do patrimônio documental. Compreende a conservação, que é definida como aquelas ações, que envolvendo o mínimo de intervenção técnica, são requeridas para prevenir uma deterioração ulterior do documento original. Formação e Desenvolvimento de Coleções 71 Compreendemos a função de preservar e conservar e temos alguns conceitos e, entendendo a preservação por muitas vezes como uma política determinante de ações que compreende a conservação. Um dos itens conceituados é a restauração, citada por Antunes (2010), que trata da intervenção no material para recuperar e assim disponibilizar novamente para o usuário. A seguir apresentaremos imagens dessa ação, ou seja, do restauro. Figura 1 – Livro para a restauração Fonte: UNIONTES – Universidade Estadual de Montes Claros Figura 2 – Livro restaurado Fonte: UNIONTES – Universidade Estadual de Montes Claros Formação e Desenvolvimento de Coleções 72 Não aprofundaremos este conceito e demais ações que permeiam a restauração, porém é importante tratarmos, mesmo que de forma breve, algumas recomendações encontradas nas políticas de preservação, tais como da Faculdade de Engenharia de Minas Gerais – FEAMIG. A FEAMIG possui algumas recomendações em sua Política de preservação e conservação. A Política afirma que os materiais bibliográficos se deterioram por vários motivos, que são vandalismo, uso do material e fatores como: exposição à luz solar, luminosidade inadequada, calor e umidade. Faz algumas recomendações tais como manter os materiais afastados de janelas, fontes de calos, local seco, poeira. Quanto à temperatura e umidade, afirma que“[...] são fatores que contribuem para a deterioração do acervo. Deve-se manter a temperatura entre 19º a 23º centígrados e a umidade relativa do ar entre 50% e 60%”. Apesar de não ser nosso foco dar ênfase nas fases que envolvem a preservação e conservação, é importante o aluno atentar para o que uma política como esta enfatiza. Assim. a Política de Preservação e Conservação da FEAMIG ainda trata de aspectos como: a higienização do acervo – que é a limpeza do espaço físico e do material bibliográfico e ainda cita que é fundamental para aumentar a vida útil do material, evitando fungos, insetos etc.; guarda do material bibliográfico – uma guarda adequada que, também, prolonga a vida útil do material, recomenda que sejam guardados nas estantes com espaços entre os livros (exemplo) para facilitar circulação do ar, a limpeza e evitar que o usuário retire o livro da estante pela parte de cima da lombada e sim pelo meio, evitando rasgos e deterioração do mesmo; acondicionamento do material – guarda de periódicos em caixas apropriadas, guarda do material multimídia em armário seguro e fechado, protegido de furtos, poeiras, calor. Formação e Desenvolvimento de Coleções 73 A Política ainda cita os pequenos reparos realizados nos materiais bibliográficos que auxiliam na preservação da integridade do material e assim mantê-lo no acervo para uso. Edmondson (2002) cita vários princípios para que se tenha uma “boa prática” voltada à preservação dos acervos. Vamos citar a seguir: O controle cuidadoso da documentação e das coleções – a “boa administração” – é uma condição prévia indispensável para a preservação. Dependendo do material em questão, o mecanismo apropriado pode ser um catálogo, um inventário ou alguma outra maneira de registrar a forma e o conteúdo de uma coleção, até o plano dos suportes individuais. Pode ser feito em formato manual ou, preferencialmente, informatizado. Classificar e documentar a natureza e o estado de conservaçãodos diferentes suportes a fim de que possam ser manipulados e recuperados de maneira segura é um aspecto importante da “boa administração”. Quando se aplica uma medida de conservação, é importante documentar o quê foi feito, quando se tem feito e sobre quais suportes. O controle correto da documentação e das coleções requer tempo e disciplina, mas evita perdas desnecessárias e manipulações duplas. As condições de armazenamento – incluindo a temperatura, a umidade, a luz, os poluentes atmosféricos, os animais e insetos, e a segurança material - deveriam, na medida do possível, maximizar a vida útil dos suportes armazenados. Os requisitos “ideais” variam consideravelmente em função do tipo de material envolvido: por exemplo, papel, filmes e fitas de vídeo têm requerimentos muito variados de temperatura e umidade ideais. Lamentavelmente, a maioria das instituições custódias não opera em condições ideais, pelo que se trata de fazer o possível com os meios disponíveis e trabalhar para melhorar as instalações no futuro. Fatores como telhados com goteiras, janelas quebradas, fundações instáveis, sistemas de detecção / extinção de incêndios, preparação para os desastres e monitoramento ambiental são todos importantes. Mas práticas de boa gestão e vigilância ainda podem ser aplicadas, mesmo em condições pouco favoráveis. Formação e Desenvolvimento de Coleções 74 O antigo ditado que diz: “mais vale prevenir que remediar” é uma verdade amplamente aceita no que se refere ao patrimônio documental. As práticas e técnicas que freiam a deterioração e os danos que podem ser ocasionados pela manipulação são muito melhores e mais baratas que qualquer procedimento de recuperação. Entre estas práticas importantes estão a observação de métodos adequados de armazenamento, a manipulação e colocação em estantes, e as medidas de segurança e de transporte apropriadas. Conservar um documento original e proteger sua integridade significa que nenhuma informação é perdida, e que não se fecha nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos originais possuem, frequentemente, um valor intrínseco que uma cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que tenham sido feitas, jamais deveria se eliminar levianamente os originais. A migração do conteúdo ou reformatação – copiar um documento em um formato diferente – é útil e com frequência necessária para efeito de acesso. De fato, o Programa Memória do Mundo encoraja a digitalização e a microfilmagem como meios de proporcionar o acesso universal, já que qualquer tipo de cópia de acesso reduz a pressão sobre os documentos originais e contribui assim para sua preservação. Porém, deveria utilizar-se com cautela a migração de conteúdo como estratégia de preservação. Algumas vezes é inevitável, por exemplo, quando o suporte original se tornou instável. Mas frequentemente ela envolve a perda de informação e o bloqueio de futuras opções, e pode possibilitar riscos imprevisíveis a posteriori quando a tecnologia utilizada torne-se antiquada. Esta advertência é válida tanto para os métodos mais recentes – como a digitalização -- como para outros mais antigos, como a reprodução fotográfica. Pôr em perigo a preservação em longo prazo a fim de satisfazer a demanda de acesso em curto prazo é sempre uma tentação, e às vezes uma necessidade política, mas é um risco que deveria ser evitado na medida do possível. Nos casos em que não existe uma cópia duplicada de acesso, é melhor dizer “não” que expor um documento original delicado a possíveis danos irreversíveis. Formação e Desenvolvimento de Coleções 75 Não existe um procedimento padronizado: os diferentes tipos de suporte não só necessitam diferentes condições de armazenamento, como também diferentes métodos de manipulação, gestão e tratamento de conservação. Aos materiais tradicionais “legíveis pelo homem”, tais como o papel impresso, somam-se cada vez mais os documentos “legíveis a máquina”, como os disquetes e as fitas de vídeo, cuja sobrevivência e recuperação dependem de tecnologias com um elevado e crescente índice de obsolescência. Cada qual requer seu próprio tipo de controle. Embora o desenvolvimento de normas aceitas internacionalmente – por exemplo, para a transferência de dados digitais - geralmente fique atrás da velocidade das mudanças tecnológicas, sempre que existam normas ISO ou de outro tipo, elas devem ser respeitadas. A cooperação é fundamental: neste campo cada vez mais complexo, mesmo as grandes instituições consideram necessário estabelecer redes para compartilhar meios e conhecimentos técnicos. Algumas instituições se especializam para poder oferecer seus serviços a outras instituições de maneira econômica. No âmbito da preservação, ninguém pode dar-se ao luxo de trabalhar isoladamente. Neste sentido, os comitês nacionais do Programa Memória do Mundo e o Subcomitê Técnico do CCI podem constituir uma base para o assessoramento e a criação de redes. Conhecimento tradicional: muitas culturas possuem meios tradicionais e eficazes para preservar suas próprias formas de patrimônio documental, que refletem seu caráter e seus costumes. Por outro lado, os métodos modernos costumam basear-se em uma compreensão científica da natureza dos materiais e dos mecanismos de deterioração, e pertencem à tradição “ocidental”. Encontrar uma fórmula de compromisso entre estes dois enfoques pode ser importante para elaborar planos de gestão nos diferentes países. Ambas as áreas de conhecimento são fundamentais para que as coleções sejam conservadas adequadamente. Formação e Desenvolvimento de Coleções 76 O grau de profissionalismo é um indicador da importância outorgada por governos às bibliotecas e aos arquivos. A educação profissional deve abranger todo o espectro, desde as técnicas básicas até os conhecimentos de preservação especializados. Se não existe este marco de referência, não existe forma de identificar os problemas básicos. O acesso à informação profissional está se democratizando, já que cursos de ensino a distância por Internet complementam os enfoques das universalidades tradicionais, e as ONGs e outros organismos criam programas concebidos para necessidades específicas. Porém, como a maioria dos debates e publicações ainda são em línguas europeias, os outros grupos linguísticos permanecem em situação de desvantagem enquanto não aumentem o número e o ritmo das traduções. Estas foram apenas algumas recomendações para a preservação e conservação dos acervos, porém podem nortear o aluno no seu fazer enquanto agente da preservação. Como não é nosso foco detalhar os processos de preservação, conservação e restauro, finalizamos nossa unidade lembrando ao aluno que esta é uma das atividades de primordial importância na sua biblioteca. Importante destacar ainda que há muitos métodos ferramentas, equipamentos para estas atividades, e que para conhecê-las o aluno deverá estudar a Preservação enquanto disciplina, pois assim irá ter conhecimento mais aprofundado sobre higienização, conhecerá os agentes físicos e biológicos etc. Iremos, ainda, enfatizar a importância da atualização profissional nas técnicas e métodos, pois são muitos e podem até ser substituídos, logo, a qualificação e atualização profissional na área é extremamente importante. Para finalizar, citamos Coradi; Eggert-Steindel (2008), “Preservar e conservar um documento envolve não apenas cuidar de sua estrutura física, mas principalmente de seuconteúdo, de seu valor como obra”. Formação e Desenvolvimento de Coleções 77 Leitura complementar: EDMONDSON, Ray. Memória do mundo: diretrizes para a salvaguarda do patrimônio documental. Edição revisada. [s.l.]: Unesco, 2002. 67p. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Formação e Desenvolvimento de Coleções 78 Exercícios – Unidade 4 1.É entendido ao longo da leitura desta unidade que o Bibliotecário sempre teve em seu rol de atividades, primordialmente, a função de: a) Preservar. b) Descartar. c) Catalogar. d) Indexar. e) Selecionar. 2.Analise a afirmativa - “a conservação consiste em métodos técnico-científicos capazes de desacelerar o processo de deterioração instalado em suportes de informação”. Que autor afirma isto? a) Milevski. b) Antunes. c) Coradi. d) Coradi; Eggbert-Steindel. e) Alvares. 3.Complemente a citação: [...] Preservação é a __________, __________e _____________________a fim de que venham a impedir posterior deterioração ou renovar a possibilidade de utilização de um seleto grupo de materiais [...].Milevski (1997, apud CORADI; EGGBERT-STEINDEL, 2008): Formação e Desenvolvimento de Coleções 79 4.Preservação é a “garantia de integridade e perenidade de algo que se reconhece como tendo valor, defendendo-o de riscos e danos. Implica a definição de política para esse fim”. Sobre a afirmativa acima, indique a autoria correta: a) Antunes. b) Milevski. c) Edmondson. d) Maciel. e) Figueiredo. 5.A Política de Preservação e Conservação da FEAMIG cita algumas recomendações para o acervo. Assinale nas alternativas quais os incorretos. a) Higienização e guarda adequada. b) Acondicionamento do material e limpeza do ambiente. c) Limpeza com material líquido e manter temperatura adequada de 30º. d) Limpeza do ambiente físico e dos materiais. e) Espaços entre livros e circulação de ar. 6.Das boas práticas voltadas para preservação segundo Edmondson (2002). Identifique a alternativa correta: a) Conservar um documento original e proteger sua integridade significa que nenhuma informação é perdida, e que não se fecha nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos originais possuem, frequentemente, um valor intrínseco que uma cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que tenham sido feitas, jamais deveria se eliminar levianamente os originais. Formação e Desenvolvimento de Coleções 80 b) Conservar um documento original e proteger sua integridade significa que alguma informação é perdida, e que não se fecha nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos originais possuem, frequentemente, um valor intrínseco que uma cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que tenham sido feitas, jamais deveria se eliminar levianamente os originais. c) Conservar um documento original e proteger sua integridade significa que nenhuma informação é perdida, e que não se fecha nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos originais não possuem um valor intrínseco que uma cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que tenham sido feitas, jamais deveria se eliminar levianamente os originais. d) Conservar um documento original e proteger sua integridade significa que nenhuma informação é perdida, e que não se fecha nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos originais possuem, frequentemente, um valor intrínseco que uma cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que tenham sido feitas, devem eliminar levianamente os originais. e) Conservar um documento original e proteger sua integridade significa que alguma informação é perdida, e que não se fecha nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos originais não possuem um valor intrínseco que uma cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que tenham sido feitas, jamais deveria se eliminar levianamente os originais. Formação e Desenvolvimento de Coleções 81 7.Na unidade é citado movimento de crescimento das publicações e indústria editorial. Esse movimento ocorreu em que época? a) Anos 1990. b) Século XX. c) Anos 1654. d) Século XV. e) Século XXI. 8.Complete a citação de Weitzel (2002 apud CORADI; EGGERT-STEINDEL, 2008): A importância histórica da invenção da imprensa reside em dois fatos: primeiro a ____________da ______________________________com a quebra do monopólio da informação, restrita, antes, aos mosteiros e aos castelos da nobreza; e em seguida, como consequência, a possibilidade de aumentar o alcance das ______________________e dos tratados filosóficos através das publicações de cunho cientifico. 9.Para Antunes (2010) o que é conservação? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10.A política de preservação e conservação da Faculdade de Engenharia de Minas Gerais, cita quais motivos pelos quais os materiais bibliográficos se deterioram? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 82 Formação e Desenvolvimento de Coleções 83 5 Política de Desenvolvimento de Coleções Formação e Desenvolvimento de Coleções 84 Nesta unidade, abordaremos a Política de Desenvolvimento de Coleções, uma das etapas muito discutida na formação e desenvolvimento de coleções. Focaremos nas características da política, elementos que devem fazer parte desse documento e sua influência na formação do acervo. Objetivos da Unidade Contextualizar a política de coleções no âmbito da gestão de unidades de informação; Apresentar os critérios da política de desenvolvimento de coleções; Apontar as competências que o profissional precisa desenvolver para atuar na gestão de acervo. Plano da Unidade A Política de Desenvolvimento de Coleções O que é uma Política de Desenvolvimento de Coleções? Política de Seleção Critérios de seleção Política de Aquisição Compra Doação Permuta Critérios para descarte de obras Outras considerações Formação e Desenvolvimento de Coleções 85 A Política de Desenvolvimento de Coleções A biblioteca se constitui em um organismo em crescimento. Para que essecrescimento seja orgânico se faz necessário um documento que registre e norteie as decisões da unidade de informação levando em consideração as características da comunidade atendida os objetivos da instituição e o compromisso das regras descritas ali. De acordo com Vergueiro (1989 apud WEITZEL, 2013), as atividades relacionadas com o desenvolvimento de coleções deveriam ser tarefas tão cotidianas em bibliotecas tanto quanto a catalogação, a classificação e a indexação de itens. No entanto, não é bem essa a realidade das bibliotecas brasileiras, de um modo geral. Apesar desse processo estar presente principalmente nas atividades de seleção e desbastamento, é preciso adotar uma política formal, com todos os seus recursos técnicos, para garantir o desenvolvimento balanceado das coleções, tendo em vista os objetivos institucionais e coletivos. Nosso trabalho, nesta unidade, vem demonstrar que a política de desenvolvimento do acervo é tão importante quanto ele próprio. É praticamente impossível que uma biblioteca possa ter a posse de toda literatura da sua área de atuação, não importando a quantidade de recursos financeiros que ela tenha para isso. Faz-se necessário, também, atender às exigências dos usuários, bem como a busca por equipamentos de última geração, qualificação dos recursos humanos e racionalização do espaço físico para se efetivar uma política eficiente de atualização de acervo. Bibliografias adquiridas sem um planejamento prévio não satisfarão as necessidades dos usuários da biblioteca (NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 5). Formação e Desenvolvimento de Coleções 86 O que é uma Política de Desenvolvimento de Coleções? Iniciando nossa discussão, iremos definir uma política. A Política de Desenvolvimento de Coleções é um documento que busca: definir as diretrizes de seleção, aquisição de documentos e avaliação levando em consideração a comunidade a ser atendida e visando acompanhar as mudanças necessárias ao longo do tempo impostas por usuários, o surgimento de novas tecnologias e novas estratégias impostas pela instituição (NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 5). Weitzel (2013, p. 20) explica que “a política de desenvolvimento de coleções [...] é um instrumento importante para desencadear o processo de formação e desenvolvimento de coleções, garantindo consistência dos procedimentos e seu aprimoramento ao logo do tempo”. A política deve ser um documento formal elaborado pela equipe responsável por essas atividades, e deve expressar o interesse comum da instituição que a mantém e da comunidade a que serve. Deve permitir a articulação das seis etapas do processo de desenvolvimento de coleções, e das demais auxiliares mencionadas na literatura, com o detalhamento e descrição de cada etapa, a fim de apoiar as decisões de forma coletiva, preferencialmente envolvendo toda a comunidade de interesse ou seus representantes (WEITZEL, 2013, p. 20). Na política de desenvolvimento de coleções temos representado os interesses da comunidade servida pela unidade de informação. Nascimento; Batista (2010, p. 9) defendem que: Formação e Desenvolvimento de Coleções 87 a comunidade a ser servida está ao redor do processo, prestando-se como subsidio a todos eles [avaliação, seleção, desbastamento e descarte], excetuando a aquisição. O processo de desenvolvimento de coleções é ininterrupto, conforme foi dito anteriormente, tendo a necessidade de transformar-se em rotina nas bibliotecas (NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 9). Cogswell (1987 apud VERGUEIRO, 1993, p. 18) compreende que o planejamento e elaboração de políticas é um processo e tem como objetivo institucional: identificação e implementação de planos de ação em relação à coleção, incluindo, como parte integral e central, o estabelecimento de uma declaração formal de política para o desenvolvimento da mesma, que não pode, absolutamente, ser vista como um documento interno, unicamente para uso da biblioteca, mas, isto sim, ser utilizada como um instrumento potencial de comunicação com a comunidade servida (COGSWELL, 1987 apud VERGUEIRO, 1993, p. 18). Vergueiro (1989, p. 25-26) entende que a elaboração de um documento que contenha a política para o desenvolvimento da coleção não é uma tarefa das mais fáceis e exige grande dose de planejamento e estudo. O ideal é que tal documento surja como resultado de negociação entre o bibliotecário, responsável pelo desenvolvimento da coleção, e aqueles a quem a mesma se destina. Para elaborar o documento, no entanto, é necessário que se tenha em mãos uma grande variedade de dados, destacando-se: a) O estado atual da coleção, seus pontos fortes e fracos; b) A comunidade a ser servida; c) Outros recursos disponíveis, tanto localmente como através de empréstimo entre bibliotecas. Formação e Desenvolvimento de Coleções 88 O mesmo autor aponta que uma “boa política deve informar aos bibliotecários sobre”(VERGUEIRO, 1989, p. 27): a) Que material fará parte da coleção (tanto em termos de conteúdo quanto de formato, incluindo a política da biblioteca para o acesso aos materiais cuja posso não lhe é de interesse); b) Quando e sob quais condições este material poderá ingressar no acervo (políticas de seleção, aquisição, doação etc.); c) Que necessidades específicas e de que parcelas da comunidade ele deve atender (incluindo-se os métodos para obtenção destas informações); d) Como será avaliada a importância do material para a biblioteca, uma vez incorporado à coleção (métodos para avaliação da coleção); e) Quando e sob quais condições ele será retirado do acervo (políticas de remanejamento e descarte). Miranda (2007, p. 8), aponta que a política de desenvolvimento de coleções precisa estabelecer “os objetivos para dar maior direcionamento” da coleção. Esses objetivos visam: Possibilitar um crescimento racional e equilibrado do acervo de forma qualitativa e quantitativa; Garantir a continuidade e a adequação necessárias à formação da coleção; Determinar os critérios para duplicação de títulos; Estabelecer as prioridades de aquisição de material; Conhecer as necessidades dos usuários, através da análise de uso das coleções e sua atualidade; Formação e Desenvolvimento de Coleções 89 Estabelecer critérios para intercâmbio de materiais informacionais; Acompanhar o surgimento dos novos suportes de informação, não se limitando apenas, ao suporte em papel; Buscar atender a todos as sugestões, deixando o solicitado informado da aquisição ou não do item sugerido; Identificar critérios para recebimento de doações, descarte e reposição de material. O documento final é formado por várias micropolíticas. Elas são: política de seleção, aquisição, doação, permuta, descarte etc. Desenvolveremos a seguir os aspectos mais importante. Política de Seleção Antes de conhecermos a política de seleção e seus critérios, traremos à memória dos alunos um resumo da definição de seleção. “A seleção visa à tomada de decisão a respeito de que materiais serão incorporados ao acervo” (NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 10). A política de seleção proporciona aos responsáveis pela aquisição de materiais bibliográficos um grau de segurança em relação à formação ou criação de um acervo (NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 9). A função da seleção é da maior importância, pois formaliza as orientações da política de atualização de bibliografias. É uma das funções responsáveis pelo desenvolvimento do acervo tanto quanto a forma como quanto ao conteúdo (MACIEL; MENDONÇA, 2000apud NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 10). Formação e Desenvolvimento de Coleções 90 Cogswell (1987 apud VERGUEIRO, 1993, p. 18) vê a seleção de materiais como: uma função importantíssima devido à natureza expansiva da maioria das coleções de pesquisa, que tende a modificar-se com a aplicação cada vez maior de programas de aquisição onapproval, em que as bibliotecas transmitem a grandes fornecedores de materiais de informação, mediante um perfil de interesse da biblioteca, a decisão sobre a seleção dos materiais, abreviando o processo de aquisição dos mesmos (COGSWELL, 1987 apud VERGUEIRO, 1993, p. 18). A postura de seleção procura concentrar nos bibliotecários a responsabilidade pelo desenvolvimento da coleção, apesar de seleções realizadas externamente à biblioteca poderem ser aceitas, ou, mesmo, eventualmente solicitadas. Existe um tipo de ligação entre usuários e bibliotecários responsáveis pela seleção. Isto, geralmente, facilita o estabelecimento de uma política para o desenvolvimento da coleção, embora se possa afirmar que as atividades rotineiras de seleção tendem a deixar aos bibliotecários pouco tempo disponível para participação do desbastamento sistemático ou outros projetos (VERGUEIRO, 1993). O planejamento das políticas de elaboração e atualização das bibliografias, segundo Maciel e Mendonça (2000 apud NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p.10), exige diversas tomadas de decisão onde se destacam: Indicação do responsável pelo processo de seleção; Indicação do material que irá compor o acervo; Estabelecimento de diretrizes para avaliação das coleções; Indicação do número de exemplares por título; Indicação de prazos para revisão das políticas adotadas; Estabelecimento dos critérios de prioridades para seleção, aquisição, compra, permuta e doação; Estabelecimento de diretrizes de preservação e conservação. Formação e Desenvolvimento de Coleções 91 Apresentaremos a seguir os critérios básicos para a seleção. Critérios de seleção Os critérios básicos para seleção, de documentos que integraram o acervo, podem ser agrupados em três categorias gerais (WEITZEL, 2013, p. 30-31): Quanto ao documento: autoridade, atualidade, precisão, imparcialidade, cobertura/tratamento do assunto; Quanto ao usuário: estilo, conveniência, idioma e relevância/interesse; Quanto aos outros aspectos: características físicas, aspectos especiais, contribuição potencial e custos. Para exemplificarmos como ficariam os critérios de seleção no documento, usaremos como referência a política de desenvolvimento de coleções do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 4), que adota: Adequação do material aos objetivos da biblioteca; Conhecimento do perfil dos usuários; Demanda: número de usuários potenciais que poderão utilizar o material; Qualidade do conteúdo; Idiomas; Acessibilidade de suporte (braile e audiolivro); Atualidade da obra; Falhas nas coleções; Escassez de material sobre o assunto; Condições físicas do material; Quantidade de exemplares; Custo. Formação e Desenvolvimento de Coleções 92 Vimos alguns critérios e como exemplo para o aluno, apresentamos também os critérios usados na política de desenvolvimento de coleções do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo. Política de Aquisição Como fizemos na política de seleção, cabe nesta etapa relembrar o conceito de aquisição e depois partirmos para os critérios de aquisição. A aquisição “é ‘a concretização das decisões da seleção’” (NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 13). Nascimento; Batista (2010, p. 13) descrevem as etapas do processo de aquisição: I. Pesquisa: em que o responsável pelo serviço deve fazer a pesquisa na base de dados da biblioteca para verificar se o documento já faz parte do fundo documental, como também a pesquisa na base de dados das encomendas já efetuadas, evitando assim a duplicação de bibliografias e desperdício de orçamento. II. Verificação bibliográfica: o responsável pelo serviço deve verificar se o documento está disponível. Essa verificação ajuda a ter um custo provável do livro, assim como uma data, mais ou menos definida, de entrega do mesmo; III. Encomenda: o pedido de aquisição do livro deverá ser feito à livraria ou distribuidor, num modelo pré-definido pelo serviço que compreenda obrigatoriamente os seguintes dados bibliográficos: autor, título, editor, local de edição, data. O pedido poderá ser feito em papel, por fax, carta ou por correio eletrônico. Em nosso caso específico as aquisições serão processadas através de licitação pública; IV. Entrada do documento: quando o documento dá entrada na biblioteca, todos os elementos bibliográficos têm que ser verificados. Formação e Desenvolvimento de Coleções 93 Algumas exigências na tomada de decisão para o procedimento de aquisição são estacados por (MACIEL; MENDONÇA, 2000 apud NASCIMENTO; BATISTA, 2010, p. 14): aplicação equitativa dos recursos; alteração de critérios de distribuição dos investimentos em face de imprevistos; decisão sobre as modalidades de aquisição; adoção de programas para controle automatizado dos processos de aquisição; participação em planos ou programas de aquisição cooperativa. Marciel e Mendonça (2006, p. 22-23 apud WEITZEL, 2013, p. 44) destacam as competências que o bibliotecário que desenvolve atividades de aquisição deve possuir: conhecimento dos trâmites burocráticos institucionais; acompanhamento direto e constante dos processos; conhecimento das dotações orçamentárias e outras fontes de investimentos; cumprimento de prazos; supervisão e controle de gastos para futura prestação de contas; gerenciamento do serviço de permuta e doações. Os principais elementos que devem estar presente em uma política de aquisição são (WEITZEL, 2013, p. 51): responsabilidade pela atividade; definição das prioridades da aquisição; determinação de fontes de financiamento e captação de recursos; estabelecimento de diretrizes para alocação de recursos; Formação e Desenvolvimento de Coleções 94 detalhamento dos procedimentos e rotinas para compra, doação e permuta, incluindo orientações sobre o processo de aquisição – se direto ou indireto – bem como em relação às modalidades – desde o momento da solicitação do pedido até a sua chegada, e ainda o controle de todo o processo de aquisição; definição dos instrumentos auxiliares aplicáveis para aquisição; orientação para a escolha dos fornecedores; definir critérios para o registro das diferentes coleções para fins de identificação de patrimônio; descrição da participação da biblioteca em planos ou programas de aquisição cooperativa; adoção de programas para o controle e acompanhamento automatizado dos processos de aquisição. Conforme já estudamos a aquisição se dá em três modalidades: compra, doação e permuta. A seguir, exemplos de critérios para aquisição dentro da política de aquisição. Compra O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 4) estabeleceu como critérios para compra: Em administração pública, materiais bibliográficos são considerados materiais de consumo. Eles devem ser adquiridos por meio de licitação, ata de registro de preço, ou aquisição direta ou por meio de requisição de compra (a modalidade depende do valor a ser investido); Há bibliotecas que dispõe de orçamento com rubrica orçamentária e há bibliotecas que precisamnegociar o orçamento junto à(s) secretaria(s) que estão subordinada(s) hierarquicamente. Formação e Desenvolvimento de Coleções 95 Doação O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 4) estabeleceu como critérios para doação: Bom estado de conservação e paginação completa; Conteúdo atualizado e de interesse informativo; Valor histórico, social e cultural; Obras raras e/ou históricas; Obras autografadas e/ou dedicatórias de personalidades; Obras esgotadas e difícil aquisição; Obra publicada ou relativa à cidade ou de autoria local. Permuta O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 5) estabeleceu como critérios para permuta: a permuta é uma ação realizada entre instituições, onde ambas trocam materiais informacionais, das próprias entidades, de obras duplicadas, ou retiradas do acervo, ou de obras recebidas em doação, ou sem interesse para incorporação ao acervo. Desbaste e descarte Conforme fizemos até aqui, trazemos a conceituação de desbaste e descarte. Desbastamento é o processo pelo qual se retira do acervo ativo títulos e/ou exemplares, partes da coleção, quer para remanejamento ou descarte. Deve ser um processo contínuo e sistemático, para manter a qualidade da coleção (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 5). Na política de desbastamento deve, portanto, conter pelo menos quatro elementos: responsabilidade pelo processo, critérios, métodos e aspectos legais e administrativo (WEITZEL, 2013, p. 68). Vamos verificar quais critérios são esses. Formação e Desenvolvimento de Coleções 96 Critérios para descarte de obras O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 5) estabeleceu como critérios: Inadequação: pelo assunto tratado ou pelo idioma não acessível; Duplicatas: quantidade excessiva de exemplares de um mesmo número ou título em relação à demanda; Estatística de uso: obras não emprestada ou consultada; Reordenação de espaço físico da biblioteca. Os benefícios do descarte também precisa fazer parte da política de descarte. O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (FERRARI; SILVA; MOTTA, 2013, p. 5) entendeu como benefícios: O aprimoramento dos serviços da biblioteca; A boa imagem da instituição; Gestão de espaço e de custos de manutenção; O aprimoramento das coleções e da política de aquisições. Outras considerações Miranda (2007, p. 6) faz algumas considerações sobre a política de desenvolvimento. São elas: Revisão a cada 2 (dois) anos; A criação de uma comissão de biblioteca, composta por: 1 bibliotecário, responsável pela unidade de informação; 1 representante das principais áreas de atuação (ou departamentos acadêmicos) da instituição à qual está diretamente subordinada; 1 representante da área administrativa (setor de compras). Com esta unidade, tivemos a oportunidade de conhecer na teoria e na prática como é elaborada a política de desenvolvimento de acervo. Conhecemos os critérios da seleção, aquisição, descarte e desbaste. Pontuamos as competências que o profissional da informação precisa desenvolver para atuar nesta atividade. Formação e Desenvolvimento de Coleções 97 Dentre as atividades gerenciais de uma unidade de informação há a necessidade do bibliotecário se aprimorar para ser um administrador efetivamente, com conhecimentos além da técnica e com foco na administração, perfazendo atividades de participação em comissões, construção de relatórios e de políticas, tal como vimos nesta unidade. Esperamos que o aluno tenha assimilado e tenha consciência da importância de sua qualificação também em nível gerencial, pois disto partirá o seu sucesso na gerência de bibliotecas e unidades de informação diversas. Leitura complementar: CARVALHO, M. C. O. Uma política de desenvolvimento de coleções para a biblioteca do instituto de educação de minas gerais. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, v.9, n.2, p. 195-2166, 1980. Disponível em:< http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/2891>. COUTO, L.M.R.M. A produção da informação e o MEC. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v.16, n.1, p. 65-74, 1988. Disponível em:< http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/2556>. DIAS, G.D.; SILVA, T. E.; CERVANTES, B.G.M.N. Política de desenvolvimento de coleções para documentos eletrônicos: tendências nacionais e internacionais. Encontros Bibli: Revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação. V.17, n. 34, p. 42-5. Disponível em< http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/12677>. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Formação e Desenvolvimento de Coleções 98 Exercicios – Unidade 5 1.A afirmação “as atividade relacionadas com o desenvolvimento de coleções são tarefas cotidiana nas bibliotecas brasileiras” está correta? a) ( ) Sim b) ( ) Não 2.Na política de desenvolvimento de coleções as necessidades informacionais a serem atendidas são: a) Dos bibliotecários. b) Da comissão avaliadora. c) Somente dos professores. d) Das tendências literárias. e) Dos usuários. 3.Relacione os critérios básicos da seleção com suas respectivas categorias: ( ) Estilo ( ) Características físicas ( ) Atualidade ( ) Conveniência ( ) Autoridade (1) Quanto ao documento ( ) Relevância/interesse (2) Quanto ao usuário ( ) Imparcialidade (3) Quantos aos outros aspectos ( ) Aspectos especiais ( ) Idioma ( ) Contribuição potencial e custos ( ) Precisão ( ) Cobertura/tratamento do assunto Formação e Desenvolvimento de Coleções 99 4.Marque com X a opção que deve esta presente na política de aquisição: ( ) conhecimento do perfil dos usuários. ( ) aplicação equitativa dos recursos. ( )adoção de programas para o controle e acompanhamento automatizado dos processos de aquisição. 5.As competências abaixo fazem parte das atividade que o gerente de acervo precisa possuir, exceto: a) Aplicação equitativa dos recursos. b) Gerenciamento do serviço de permuta e doações. c) Conhecer as campos marc 21. d) Conhecimento dos trâmites burocráticos institucionais. e) Cumprimento de prazos. 6.Complete: “Na política de desbastamento deve, portanto, conter pelo menos quatro elementos: _____________________________, ___________, __________ e ___________________________”. (Weitzel) 7.Qual função é responsável pelo desenvolvimento da coleção com relação a sua forma e seu conteúdo? a) Aquisição. b) Doação. c) Seleção. d) Compra. e) Descarte. Formação e Desenvolvimento de Coleções 100 8.A seguinte citação, abaixo, se refere a que processo de aquisição? “O pedido de aquisição do livro deverá ser feito à livraria ou distribuidor, num modelo pré-definido pelo serviço que compreenda obrigatoriamente os seguintes dados bibliográficos: autor, título, editor, local de edição, data. O pedido poderá ser feito em papel, por fax, carta ou por correio eletrônico. Em nosso caso específico as aquisições serão processadas através de licitação pública”. a) Entrada do documento. b) Verificação bibliográfica. c) Pesquisa. d) Encomenda. e) Permuta. 9.Aponte até três decisões que deve ser consideradas no planejamento das políticas de elaboração e atualização dasbibliografias: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 101 10.Quais são os benefícios que ocorrem com a política de descartes: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 102 Formação e Desenvolvimento de Coleções 103 6 A Avaliação de Acervos e Bibliotecas MEC/INEP e o Desenvolvimento de Coleções nas IES Formação e Desenvolvimento de Coleções 104 Nesta unidade, apresentaremos critérios de avaliações realizadas pelo Ministério da Educação - MEC através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP nas Instituições de Ensino Superior – IES. Focaremos nos critérios relativos à biblioteca e o acervo que impactam diretamente no desenvolvimento de coleções. Enumeraremos os aspectos legais nacionais que norteiam a avaliação e a qualidade na Educação Superior para fins de contextualização. Vale mencionar que não é nossa intenção o aprofundamento dos aspectos legais haja vista a complexidade deste conteúdo. Verificaremos quais influências no processo de desenvolvimento de coleções, sobretudo, na atividade de aquisição de materiais. Objetivos da Unidade: Compreender como se dá avaliação nas IES, sobretudo nas bibliotecas; Apresentar critérios para avaliação de acervos em Bibliotecas na Educação Superior; Verificar os impactos da avaliação de acervos MEC/INEP no desenvolvimento de coleções de IES Plano da unidade: A avaliação da Educação Superior no Brasil Avaliação de Bibliotecas e acervos na Educação Superior Formação e Desenvolvimento de Coleções 105 Avaliação da Educação Superior no Brasil Como vimos na unidade 1, a avaliação é um componente indispensável para o planejamento e gestão de qualquer organização, inclusive das bibliotecas cuja finalidade é bem definida por Lancaster (1996, p. 1) “[...] reunir dados úteis para a solução de problemas e tomada de decisões.” (LANCASTER, 1996, p.1). No Brasil, o planejamento e avaliação para Educação Superior ficam a cargo do: [...] Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), através do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e por meio de dispositivos legais (MATTOS FILHA; CIANCONI, p. 411, 2015). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP é uma “[...] autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para a área educacional a partir de parâmetros de qualidade e eqüidade, bem como produzir informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e público em geral (INEP, 2015, grifo nosso).” Formação e Desenvolvimento de Coleções 106 Suas finalidades se baseiam no Decreto nº 6.317, de 20 de dezembro de 2007, dentre suas 11 atribuições, destacamos algumas: I - planejar, coordenar e subsidiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas educacionais, em articulação com o Ministério da Educação; II - planejar, organizar, manter, orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas de estatísticas educacionais e de projetos de avaliação educacional, visando ao estabelecimento de indicadores educacionais e de desempenho das atividades educacionais no País; IV - planejar e operacionalizar as ações e procedimentos referentes à avaliação da Educação Superior; V - desenvolver e implementar, na área educacional, sistemas de informação e documentação que abranjam estatísticas, avaliações educacionais e gestão das políticas educacionais; VI - subsidiar a formulação de políticas na área de educação, mediante a elaboração de diagnósticos, pesquisas e recomendações decorrentes dos indicadores e das avaliações da educação básica e superior; VII - definir e propor parâmetros, critérios e mecanismos para a realização de exames de acesso à educação superior; VIII - promover a disseminação das estatísticas, dos indicadores e dos resultados das avaliações, dos estudos, da documentação e dos demais produtos de seus sistemas de informação; XI - apoiar o desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos necessários ao fortalecimento de competências em avaliação e em informação educacional no País. (INEP, 2015, grifo nosso) Formação e Desenvolvimento de Coleções 107 Criado em 14 de abril de 2004, através da Lei n° 10.861, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior- SINAES [...] é formado por três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes . [...] avalia todos os aspectos que giram em torno desses três eixos: o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, o desempenho dos alunos, a gestão da instituição, o corpo docente, as instalações e vários outros aspectos. [...] possui uma série de instrumentos complementares: auto-avaliação, avaliação externa, Enade, Avaliação dos cursos de graduação e instrumentos de informação (censo e cadastro) (INEP, 2015, grifo nosso). O SINAES foi criado para avaliar as IES para quanto “[...] às condições de oferta de cursos de graduação e o desempenho dos estudantes em tais cursos [...]” (BRASIL, 2004 apud MATTOS FILHA; CIANCONI, p. 415, 2015, grifo nosso). Ele é composto por três principaismodelos: Avaliação das Instituições de Educação Superior/AVALIES; Avaliação dos Cursos de Graduação/ACG e Avaliação do Desempenho dos Estudantes/ENADE (BRASIL, 2004 apud MATTOS FILHA; CIANCONI, p. 415, 2015). Para fins de contextualização, enumeramos os dispositivos legais brasileiros que norteiam a qualidade e a avaliação do ensino superior (OLIVEIRA, 2002): Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei n. 9.394, de 23.12.1996 - estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Dentre seus princípios arrolados no Art. 3º, destacamos o IX - garantia de padrão de qualidade; Constituição Federal de 1998 – quanto ao ensino estabelecem o mesmo será ministrado com base no princípio de garantia do padrão de qualidade dentre outros princípios; Formação e Desenvolvimento de Coleções 108 Decreto 2.026, de 10.10.1996 - estabelece procedimentos para avaliação dos cursos e instituições, centrados em: desempenho global do sistema nacional de ensino superior, avaliação de desempenho individual das Instituições de Ensino Superior – IES -, avaliação do ensino dos cursos de graduação por meio das condições de oferta e dos resultados do Exame Nacional de Cursos e avaliação dos programas de mestrado e doutorado. Complementamos os aspectos legais com a Lei (BRASIL, 2004): Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004 - institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências. Os dispositivos legais apontam que o MEC está preocupado com a formação de um sistema de avaliação da qualidade do ensino. Tais aparatos legais apontam diversas formas de avaliação, critérios e procedimentos que trazem impactos, discordâncias e mudanças com as quais IES terão que conviver. Esses desafios podem ocasionar a superposição de funções e atribuições para, diante disto, as IES necessitam “[...] apropriar-se desta nova realidade, pois avaliar e ser avaliado é condição de sobrevivência em um mercado educacional cada vez mais competitivo” Oliveira (2002, p. 207-208, grifo nosso). As IES, além da pressão impostas pelas normas legais, sofrem ainda pressão da concorrência e questionamentos por parte da sociedade, como evidenciado por Oliveira (2002). “[...] estão pressionadas, mediante exigências impostas pelas normas legais, a realizar avaliações e garantir qualidade com a incorporação de processos modernos de gestão e de uma infra-estrutura adequada. [...] estão pressionadas, pelos concorrentes, a buscar profissionalização da gestão e a incorporar processos de tomada de decisão ágeis e prospectivos. [...] questionadas pela sociedade em geral que, cada vez mais organizada e consciente de seus direitos, exige o reexame de muitos valores, especialmente daqueles que sustentam a elaboração de um ensino compatível com essa realidade. (OLIVEIRA, 2002, p. 207-208, grifo nosso). Formação e Desenvolvimento de Coleções 109 No cenário acima, inicia-se a implantação da chamada “cultura de avaliação” resultando em uma nova postura das IES relacionadas às avaliações feitas pelo MEC, onde se destacam a “[...] intensificação da capacitação docente, investimentos em infraestrutura, laboratórios, biblioteca etc. “(OLIVEIRA, p. 207- 208, grifo nosso). Avaliação de Bibliotecas e acervos na Educação Superior Antes de compreender como se dá a avaliação de bibliotecas das IES, é necessário saber qual a missão deste tipo de biblioteca. Segundo Oliveira (2002, p. 208, grifo nosso): “[...] bibliotecas de IES tem por missão o suporte de suas atividades; sejam elas de ensino, pesquisa ou extensão. Desta forma, deve-se priorizar recursos informacionais, infra-estrutura e serviços adequados para a(s) atividade(s) definida(s) por cada IES. Contudo, é necessário que se tenha em mente que a biblioteca encontra-se num momento de mudanças, tendo como novo modelo a biblioteca digital e as mudanças advindas deste novo paradigma”. Há de se observar outros aspectos além do novo paradigma, de biblioteca tradicional para digital, como: “[...] a necessidade do entendimento da definição de cada tipologia de IES, pois só assim se pode avaliar e dimensionar a biblioteca e sua infra-estrutura.” (OLIVEIRA, 2002, p. 208) Formação e Desenvolvimento de Coleções 110 Tal classificação das IES se dá quanto à sua organização acadêmica e, é apresentada por Oliveira (2002, p.208-209): Universidade - caracterizam-se pela oferta regular de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, devendo manter programas de mestrado e/ou de doutorado; Universidades especializadas - organizadas por campo do saber, nas quais deverá ser assegurada a existência de atividades de ensino e pesquisa em áreas básicas e aplicadas; Centros universitários - são instituições pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas de conhecimento, que devem oferecer ensino de excelência, comprovadas pelo desempenho dos cursos, qualificação do corpo docente e condições de trabalho acadêmico; Centros universitários especializados - deverão atuar numa área de conhecimento específico ou de formação profissional, resguardadas as mesmas condições do item acima; Centros de educação tecnológica - instituições especializadas de educação profissional, públicas ou privadas, com a finalidade de qualificar profissionais nos vários pesquisa e desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estrita articulação com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educação continuada; Faculdades integradas, Faculdades - são instituições com propostas curriculares em mais de uma área do conhecimento, organizada para atuar com regimento comum e comando unificado; Institutos superiores ou Escolas superiores - instituições de caráter profissional que visam à formação inicial, continuada e complementar para o magistério da educação básica. Formação e Desenvolvimento de Coleções 111 Em relação à classificação de bibliotecas, Oliveira (2002, p. 209) esclarece que as [...] classificações marcam a identidade e singularizam cada tipo de biblioteca de IES. Tradicionalmente, entende-se a biblioteca universitária como a única referência para todas as bibliotecas de IES. Isto posto, em termos de ensino de biblioteconomia, tanto quanto para os referenciais para avaliação adotados pelo MEC. Outro aspecto pelo qual as bibliotecas podem ser avaliadas se refere ao vinculo com as IES, através de instrumentos de avaliação institucional, Mattos Filha e Cianconi (p. 2015, 416) enumeram os seguintes documentos: Orientações Gerais para o Roteiro da Autoavaliação das Instituições (BRASIL, 2004); Instrumento de Avaliação Institucional Externa (BRASIL, 2010a); Instrumento de Avaliação para Credenciamento de Instituição de Ensino Superior (BRASIL, 2010b). Complementam que o documento Orientações Gerais para o Roteiro da Autoavaliação das Instituições (BRASIL, 2004 apud Mattos Filha; Cianconi, p. 416, 2015) possui uma dimensão que versa sobre infraestrutura física pertinente à avaliação de bibliotecas sendo relacionada em dois núcleos, a saber: núcleo básico - os objetos de avaliação são mais abrangentes, incluindo a questão da infraestrutura e a sua utilização no espaço acadêmico (salas de aula, bibliotecas, laboratórios etc.) para o desenvolvimento de práticas pedagógicas núcleo avançado de temas optativos - os tópicos considerados pertinentes às bibliotecas aparecem como questões optativas, que podem ou não ser selecionados pelas IES para avaliação, tais como: Formação e Desenvolvimento de Coleções 112Qual o nível de funcionalidade dos laboratórios, bibliotecas, oficinas, espaços experimentais? Qual o estado de conservação dos laboratórios e bibliotecas e as carências mais relevantes? Quais são as características dos laboratórios e bibliotecas quanto à iluminação, refrigeração, acústica, ventilação, mobiliário e limpeza? A quantidade de postos na biblioteca e salas de leitura é adequada às necessidades dos usuários? Justifique. Os horários e calendário da biblioteca respondem às necessidades dos estudantes nos turnos oferecidos pela IES (diurnos e noturnos)? Justifique. Os equipamentos da biblioteca têm a quantidade e qualidade necessárias? Justifique. A organização dos materiais e o volume de consultas e empréstimos são adequados (Justifique)? São informatizados? Qual é a disponibilidade dos materiais em relação à demanda? Qual é a disponibilidade da bibliografia obrigatória ou recomendada em relação à demanda? Qual o grau de satisfação dos usuários com relação ao sistema de acesso aos materiais e a sua consulta? Justifique. Qual é a satisfação dos usuários com a quantidade, qualidade e acessibilidade da bibliografia? Justifique. Qual é a satisfação dos estudantes com os laboratórios e as bibliotecas da IES? Justifique [...] Há coerência entre as bibliotecas, laboratórios, equipamentos de informática e as práticas pedagógicas dos docentes? Justifique (BRASIL, 2004, p. 29-31 apud MATTOS FILHA; CIANCONI, 2015, p. 416-417). Formação e Desenvolvimento de Coleções 113 Outros dois documentos que incluem avaliação de aspectos das bibliotecas relacionados ao contexto institucional: Instrumento de Avaliação Institucional Externa - quanto à infraestrutura física, de ensino e pesquisa, biblioteca e recursos de informação e comunicação, os itens considerados relevantes para o conceito referencial mínimo de qualidade, levam em conta os seguintes aspectos: a) A coerência da biblioteca e dos recursos de informação e comunicação conforme o estabelecido no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); b) A atualização, ampliação do acervo bibliográfico e dos serviços da biblioteca; c) As ações adequadas de atualização, ampliação do acervo bibliográfico e dos serviços das bibliotecas nos polos presenciais de ensino (BRASIL, 2010a, p.s 14 apud MATTOS FILHA; CIANCONI, 2015, p. 417). Instrumento de Avaliação para Credenciamento de Instituição de Ensino Superior - na dimensão 3 trata de instalações físicas, a biblioteca é objeto de avaliação segundo três indicadores: a) instalações para o acervo e funcionamento – os critérios de análise envolvem; instalações para o acervo, dimensão, limpeza, iluminação, acústica, ventilação, segurança, conservação, conforto, horários de atendimento e espaços para estudos individuais e em grupo; b) informatização – os critérios de análise envolvem: informatização das bibliotecas e atualização tecnológica de computadores, programas e aplicativos e em quantidades suficientes para atender às demandas previstas para a utilização do acervo, realização de pesquisa, reservas de livros online e acesso via internet; Formação e Desenvolvimento de Coleções 114 c) política de aquisição, expansão e atualização do acervo - os critérios de análise envolvem a política de aquisição que atende ao PDI. (BRASIL, 2010b, p. 9-10 apud MATTOS FILHA; CIANCONI, 2015, p. 417-418) Como mencionamos no item 1.1 desta unidade, há três modelos de avaliação proposto pelo SINAES: (1) Avaliação das Instituições de Educação Superior (AVALIES) – é o centro de referência e articulação do sistema de avaliação que se desenvolve em duas etapas principais: (a) auto-avaliação – coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada IES, a partir de 1° de setembro de 2004; (b) avaliação externa – realizada por comissões designadas pelo INEP, segundo diretrizes estabelecidas pela [Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior] CONAES. (2) Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) – avalia os cursos de graduação por meio de instrumentos e procedimentos que incluem visitas in loco de comissões externas [...] (3) Avaliação do Desempenho dos Estudantes (ENADE) – aplica-se aos estudantes do final do primeiro e do último ano do curso, estando prevista a utilização de procedimentos amostrais. Anualmente, o Ministro da Educação, com base em indicação da CONAES, definirá as áreas que participarão do ENADE (BRASIL, 2004, p. 4, grifo nosso apud (MATTOS E CIANCONI, p. 415-416). Formação e Desenvolvimento de Coleções 115 No escopo da avaliação externa, há um “Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação (Bacharelado e Licenciatura)” do SINAES, onde são apontadas dimensões para avaliação dos cursos de graduação. Esse trata sobre o acervo mais especificamente relacionado à bibliografia dos cursos de graduação. Na Dimensão 3: INSTALAÇÕES FÍSICAS constam três indicadores que versão sobre os quantitativos de livros das bibliografias básica e complementar e ainda sobre a assinatura de periódicos quanto a sua forma, se impresso ou informatizado e ainda sobra a atualização dos mesmos. Nos indicadores 3.6 Livros de bibliografia básica e 3.7 Livros de bibliografia complementar existem conceitos de 1 a 5, em ordem crescente de excelência, para avaliar a quantidade de exemplares e bibliografia mínima, cada qual com seu critério de análise, saber: Figura 1: Indicador - Livros da bibliografia básica Fonte: Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação Fonte: Fonte: Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação (Bacharelado e Licenciatura), 2010. Formação e Desenvolvimento de Coleções 116 Observa-se acima que na bibliografia básica a quantidade de exemplares por aluno varia de 15, 10, 8 e 6 exemplares, conforme especificações de cada critério de análise. Figura 2: Indicador - Livros da bibliografia complementar Fonte: Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação (Bacharelado e Licenciatura), 2010. Em relação à bibliografia complementar, nota-se que foi estabelecido um critério que reflete a suficiência ou insuficiência dos livros mediante ao parâmetro de mínimo de 5 bibliografias referidas nos programas das disciplinas. Formação e Desenvolvimento de Coleções 117 Figura 3: Indicador - Periódicos especializados, indexados e correntes Fonte: Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação (Bacharelado e Licenciatura), 2010. Para a avaliação de periódicos, foi apontada a periodicidade ideal para assinaturas nos três últimos anos. Há de se considerar ainda a abrangência de áreas temáticas e o fator de distribuição dentre as áreas do curso. Quanto à proporção livros x alunos, Oliveira (2002, p. 217) esclarece que cabe às IES decidir qual a proporção de material a ser adquirida e, que a mesma deverá constar na política de desenvolvimento de coleção da biblioteca a fim de manter coerência com o planejamento e recursos da instituição. Formação e Desenvolvimento de Coleções 118 Figura 4: Proporção alunos X livros Fonte: Oliveira (2002, p. 217) Vale esclarece que os padrões de qualidade de para os cursos estabelecem a proporção de livros para adquirir por aluno. Na figura acima há a proporção aluno/livro a ser adotada pelas bibliotecas das IES. Outro aspecto que interfere na quantificação são as áreas de conhecimento de cada biblioteca. Isto também influencia a aquisição de materiais, como coloca Carvalho (1981 apud Oliveira, 2002, p. 215) onde as bibliotecas de cadaárea do conhecimento utilizam de maneiras diferentes seus orçamentos para a aquisição de materiais. Quanto às bibliotecas das áreas sociais e humanas os recursos orçamentários são alocados com maior expressão na aquisição de livros do que de periódicos. Enquanto que nas bibliotecas das áreas de ciências puras e aplicadas, concentram seus recursos orçamentários em periódicos. Além da quantidade, tipo de materiais e áreas do conhecimento, há outro critério para a avaliação de coleções: a qualidade. Sob este aspecto, Cagnoli (2002 apud OLIVEIRA, 2002, p. 216.) afirma que “a medida de excelência da biblioteca está no quanto os recursos e serviços apóiam as atividades de ensino- aprendizagem e pesquisa na IES”. Ou seja, a quantidade de materiais é apenas um indicador de valor enquanto que o mais importante é avaliar a qualidade destes materiais. Formação e Desenvolvimento de Coleções 119 Para avaliar a qualidade, o referido autor aponta alguns critérios: Amplitude - a coleção deve cobrir todos os programas da IES Profundidade - não somente deve ter uma extensão horizontal, mas também profundidade, em todas as áreas pertinentes aos programas das IES, com diferentes orientações e pontos de vista. Variedade - tanto nos temas como nos suportes: impressos, audiovisuais e eletrônicos. Atualidade - com certeza, a atualidade é relativa, está relaciona com as diferentes disciplinas e objeto de estudo. Assim, se avaliarmos a área de humanidades, não usaremos os mesmo critérios que para informática, administração ou medicina. Relevância - a biblioteca deve contar, com uma coleção que cubra amplo panorama de conhecimento. A mesma deve ser especialmente relevante aos programas de ensino e pesquisa da IES. Equilíbrio - a coleção deve estar balanceada. Muitos professores são muito ativos em pedir livros, outros nem tanto. Então a coleção cresce desproporcionalmente. Isto se relaciona com a relevância, sendo que algumas áreas podem não estar suficientemente cobertas. Crescimento - tem a ver, obviamente, com o pressuposto e, indubitavelmente, com o lugar que a biblioteca ocupa nas prioridades da universidade. Quanto é o crescimento anual? Se a coleção não cresce, se não é relevante e nem atualizada, portanto, não está dando apoio aos programas da IES. Formação e Desenvolvimento de Coleções 120 Vimos como se dá avaliação na Educação Superior, realizadas pelo MEC – Ministério da Educação em parceria com o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira nas Instituições de Ensino Superior – IES que tem por missão a promoção de estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro. Verificou-se ainda que a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes compete ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior- SINAES. Para fins de contextualização foram percorridos alguns aspectos legais nacionais que são utilizados para planejar e avaliar a Educação Superior/IES, como, as leis 9.394/96 e 10.861/04, decreto 2.026/96 além da Constituição Federal. Tais aparatos legais apontam diversas formas de avaliação, critérios e procedimentos que trazem impactos, discordâncias e mudanças com as quais IES terão que conviver. Quanto aos critérios de avaliação das bibliotecas destacou-se que elas podem ser avaliadas no que se refere ao vinculo com as IES. Há de se considerar ainda a mudança de paradigma de biblioteca tradicional para digital. O Roteiro da Autoavaliação das Instituições versa sobre infraestrutura física pertinente à avaliação de bibliotecas sendo dimensionadas em dois núcleos: núcleo básico e núcleo avançado de temas optativos. Foram citados ainda, documentos com indicadores relativos à biblioteca e seu acervo, a saber: Instrumento de Avaliação Institucional Externa e Instrumento de Avaliação para Credenciamento de Instituição de Ensino Superior. Em relação à avaliação dos acervos, viu-se que o documento, Avaliação de Cursos de Graduação (Bacharelado e Licenciatura), faz menção ao acervo mais especificamente relacionado à bibliografia dos cursos de graduação, evidenciando indicadores relativos à: livros de bibliografia básica, livros de bibliografia complementar e periódicos. Além da quantidade, tipo de materiais e áreas do conhecimento, outro critério também foi apontado para a avaliação de coleções: a qualidade. Foram apontados alguns critérios para avaliação da qualidade das coleções. Formação e Desenvolvimento de Coleções 121 Foi possível verificar que no processo de desenvolvimento de coleções, sobretudo, na atividade de aquisição de materiais, as bibliotecas de cada área do conhecimento utilizam de maneiras diferentes seus orçamentos para a aquisição de materiais. Os dispositivos legais e instrumentos de avaliação vão impactar o planejamento das coleções. Percebeu-se que análise da política de aquisição se dá em função da verificação de critérios que atendam ao PDI - Programa de Desenvolvimento Institucional da IES. Com a implantação da chamada “cultura de avaliação”, conclui-se que ser avaliado e avaliar é questão de sobrevivência em um mercado educacional altamente competitivo. Leitura complementar: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Brasil). Instrumento de avaliação institucional externa. Brasília: Ministério da Educação, 2010. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/superior/institucional/2010/instrumento _avaliacao_institucional_externa_recredenciamento.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2016. CARVALHO, J. F. Estabelecimento de padrões para bibliotecas universitárias. Fortaleza: UFC, 1981. 72p. CAVALCANTE, J. F. Educação superior: conceitos, definições e classificações. Brasília: INEP, 2000. Formação e Desenvolvimento de Coleções 122 Exercícios – Unidade 6 1.Qual organização é responsável pelo planejamento e avaliação das Instituições de Ensino Superior? ( ) Ministério da Cultura. ( ) As secretarias estaduais de educação. ( ) IBGE. ( ) Sindicatos dos Profissionais de Educação. ( ) Ministério da Educação, INEP e SINAES. 2.Aponte o resultado que se pretende alcançar com a implantação da chamada “cultura de avaliação”: ( ) intensificação da capacitação docente. ( ) investimentos em infraestrutura. ( ) investimentos em laboratórios. ( ) investimento em bibliotecas. ( ) todas as anteriores. 3.Complete: “[...] ___________de IES tem por missão o ____________de suas atividades; sejam elas de ensino, pesquisa ou extensão. Desta forma, deve-se priorizar____________________, infra-estrutura e serviços adequados para a(s) atividade(s) definida(s) por cada IES. Contudo, é necessário que se tenha em mente que a biblioteca encontra-se num momento de mudanças, tendo como novo modelo a ______________e as mudanças advindas deste novo paradigma”. Formação e Desenvolvimento de Coleções 123 4. (1) Universidade (2) Universidades especializadas (3) Centros universitários (4) Centros universitários especializados (5) Centros de educação tecnológica (6) Faculdades integradas, Faculdades (7) Institutos superiores ou Escolas superiores ( ) são instituições pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas de conhecimento, que devem oferecer ensino de excelência, comprovadas pelo desempenho dos cursos, qualificação do corpo docente e condições de trabalho acadêmico. ( ) são instituições com propostas curriculares em mais de uma área do conhecimento, organizada para atuarcom regimento comum e comando unificado. ( ) caracterizam-se pela oferta regular de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, devendo manter programas de mestrado e/ou de doutorado. ( ) deverão atuar numa área de conhecimento específico ou de formação profissional, resguardadas as mesmas condições do item acima. ( ) instituições de caráter profissional que visam à formação inicial, continuada e complementar para o magistério da educação básica. ( ) organizadas por campo do saber, nas quais deverá ser assegurada a existência de atividades de ensino e pesquisa em áreas básicas e aplicadas. ( ) instituições especializadas de educação profissional, públicas ou privadas, com a finalidade de qualificar profissionais nos vários pesquisa e desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estrita articulação com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educação continuada. Formação e Desenvolvimento de Coleções 124 5.Os documentos “Instrumento de Avaliação Institucional Externa” e “Instrumento de Avaliação para Credenciamento de Instituição de Ensino Superior” avaliam as bibliotecas relacionadas ao contexto institucional? Sim ( ) Não( ) 6.“Quando o acervo referente aos títulos indicados na bibliografia básica (mínimo de 3 bibliografias) atende aos programas das disciplinas do curso, em quantidade suficiente, na proporção de um exemplar para até dez (10) alunos para cada turma, e está informatizado, atualizado e tombado junto ao patrimônio da IES”. O trecho se refere à bibliografia básica de nota: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 7.“Quando o acervo atende, excelentemente, às indicações bibliográficas complementares, referidas os programas das disciplinas (mínimo de 5 bibliográficas), referidas nos programas das disciplinas”. O trecho se refere à bibliografia complementar de nota: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 Formação e Desenvolvimento de Coleções 125 8.Qual a proporção de livros X alunos para o curso de Ciência da Informação? ( ) 1 livro para cada 10 alunos. ( ) 1 livro para cada 15 alunos. ( ) 1 livro para cada 15 alunos para autorização. ( ) 1 livro para cada 20 alunos para autorização. ( ) atender 30% dos alunos por disciplinas. 9.Cagnoli aponta que para avaliar a qualidade em bibliotecas existem outros critérios. Cite-os: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 126 10.Descreva a missão das bibliotecas das Instituições de Ensino Superior: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Formação e Desenvolvimento de Coleções 127 Considerações finais Ao percorrer as seis unidades desta Disciplina, adentramos em várias etapas as quais envolvem a formação e o desenvolvimento de coleções. Tais etapas foram evidenciadas com suas conceituações, critérios e ações que deverão ocorrer nas bibliotecas. Desenvolver coleções abrange várias etapas, incluindo a política que determina os critérios para adquirir, manter ou descartar materiais. A política de desenvolvimento de coleção é, como já vimos, construída com diversas outras políticas que são determinantes para cada etapa estudada. A IFLA (Federação Internacional de Associação de Bibliotecas) recomenda a todas as bibliotecas públicas estabelecer por escrito os critérios de gestão de coleções e inclui aspectos que devem ser observados: Incorporação de uma quantidade de documentos de acordo com o tamanho da comunidade atendida; Acesso a recursos externos tais como as bibliotecas de outras instituições, a internet, bases de dados eletrônicas, organizações locais, entre outros; Elaboração de normas e critérios para o descarte de materiais – em diferentes formatos – que tenham perdido atualidade ou estejam em mal estado de conservação; Elaboração para critérios para aceitação de doações e para seleção das doações recebidas; Definição de normas de conservação e preservação das coleções. Formação e Desenvolvimento de Coleções 128 Nesta temática sempre se volta ao estudo de comunidade, pois o que é mais relevante e, que precisa ser absorvido pelo aluno, é a pertinência do acervo para a comunidade que atende. Importante promover estudos de comunidade para conhecer as necessidades informacionais dos seus usuários, Importante reconhecer a limitação de espaço físico na biblioteca e de recursos financeiros para realizar uma aquisição adequada. Finalizando nossa Disciplina, enfatizamos alguns pontos importantes: estudo de comunidade; selecionar de forma adequada; adquirir conforme espaço físico e recursos, compreender o processo cíclico do desenvolvimento de coleções; entender que é preciso desbastar seja para guarda temporária e/ou para preservação; seja para descartar. Não nos esqueçamos do documento mais importante nesta discussão e que norteia todas as etapas que é a política de formação e desenvolvimentode coleções. eferências Formação e Desenvolvimento de Coleções 129 Conhecendo o autor Carla Lima Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal Fluminense, Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento, membro do Grupo de Pesquisa Ontologia e Taxonomia: aspectos teóricos e metodológicos (UFF/CNPq). Atua como gerente de projetos, em empresa de Tecnologia da Informação, com atividades voltadas para implantação de Sistemas de Informação em Saúde. Dedica-se às atividades de representação da informação, taxonomias, tesauros, gestão do conhecimento e de conteúdo em sites. Wellington Lira dos Santos Biblioteconomia-Documentalista e Arquivista formado pela Universidade Federal Fluminense. Trabalha como Chefe do Serviço de Biblioteca e Acervo Técnico no Instituto Estadual do Ambiente (Rio de Janeiro). Desempenha atividade de Gestão de Acervo, Circulação, Catalogação e Pessoas. Sheila Almeida da Silva Bibliotecária-Documentalista formada pela Universidade Federal Fluminense. Atuou como implantadora de Sistemas de Informação em Saúde em empresa de Tecnologia da Informação. Membro do Grupo de Pesquisa Ontologia e Taxonomia: aspectos teóricos e metodológicos (UFF/CNPq). Formação e Desenvolvimento de Coleções 130 Referências ANDRADE, D. C. Critérios para aquisição de livros: o caso da ciências sociais e humanidade. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, v. 21, n. 1, p. 40- 55, 1992. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/2329>>.Acesso em: 29 jul. 2016. ANTUNES, M. A. Pequenos reparos em material bibliográfico. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 2010. (Notas de biblioteca,2) BIBLIOTECA PAULO ERNESTO TOLLE. Política de Desenvolvimento de Coleções. [São Paulo]: Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, [200-?]. BRASIL. 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Em bibliotecas universitárias: novos cursos criados, novas linhas de pesquisa, convênios,projetos etc.; Reflexão sobre o processo de produção de conhecimento na área de atuação da biblioteca: se por acumulação ou substituição; Hábito de leitura por parte do profissional bibliotecário; Estabelecimento de uma rotina, fluxo de trabalho para esta função; Layout agradável para setor (inclui mobiliário e equipamentos); Controle estatístico das atividades para planejamento e avaliação do serviço. Formação e Desenvolvimento de Coleções 135 10. Nesta questão, o aluno pode expressar sua opinião de como o bibliotecário pode atuar quando não for possível “dar a decisão final” na seleção. Caso já tenham vivenciado ou acompanhado tal situação, o aluno pode colocar sua vivência, desde que evite citar nomes de profissionais ou instituições por questões éticas. O aluno pode dizer como agiria diante desta situação. A intenção com esta reflexão é preparar o aluno caso esta situação se coloque após sua formação. Exercícios – Unidade 2 1. a 2. e 3. e 4. d 5. d 6. e 7. c 8. a) Adminstrativa b) Lista de obra para aquisição 9. O aluno deverá estar apto a responder que as vantagens de se disponibilizar e- books nas bibliotecas são: a capacidade de ajustar tamanho e fonte do texto; tecnologia que permite escutar o livro; capacidade de transportar um grande número de livros em um só aparelho; elimina a necessidade de imprimir, armazenar, espaço físico, taxa de envio, transporte físico de cópias de livro. Formação e Desenvolvimento de Coleções 136 10. O aluno deverá estar apto para descrever o papel da aquisição, com no processo, constitui-se em localizar e, posteriormente, assegurar a posse, para a biblioteca, daqueles materiais que foram definidos, pela seleção como de interesse. Ou seja, a aquisição é um reflexo das decisões das etapas apresentadas no capitulo anterior: Seleção e Avaliação. Isso demonstra a progressão das etapas do desenvolvimento de coleções. Exercícios – Unidade 3 1. c 2. c 3. d 4. e 5. d 6. a 7. c 8. e 9. O aluno deverá ser capaz de responder que o desbastamento é etapa do desenvolvimento de coleções e consiste na retirada de itens do acervo, os quais foram avaliados e estão com baixo nível de utilização, esses materiais serão retirados do acervo corrente e guardados em outro ambiente para posterior avaliação a fim de retornar ao acervo corrente ou descartados. 10. O aluno deverá ser capaz de compreender que a seleção negativa, citada na unidade, é o descarte e que esse processo consiste na retirada de itens do acervo corrente de forma definitiva. Itens avaliados como não sendo mais importante para os usuários e/ou instituição. Formação e Desenvolvimento de Coleções 137 Exercícios – Unidade 4 1. a 2. d 3. Aquisição, organização e distribuição de recursos. 4. a 5. c 6. a 7. d 8. Promoção (da) laicização do conhecimento descobertas cientificas 9. O aluno deverá responder que para a autora a conservação abrande ações que se destinam a salvaguardar e recuperar as partes físicas dos materiais para fins de retornar ao acervo para uso. 10. O aluno deve citar os motivos, entre eles: vandalismo, uso, exposição à luz solar, luminosidade inadequada, calor e umidade. Exercícios – Unidade 5 1. Não 2. e Formação e Desenvolvimento de Coleções 138 3. (2) estilo (3) características físicas (1) atualidade (2) conveniência (1) autoridade (2) relevância/interesse (1) imparcialidade (3) aspectos especiais (2) idioma (3) contribuição potencial e custos (1) precisão (1) cobertura/tratamento do assunto 4. adoção de programas para o controle e acompanhamento automatizado dos processos de aquisição. 5. c 6. responsabilidade pelo processo, critérios, métodos e aspectos legais e administrativos”. 7. c 8. d Formação e Desenvolvimento de Coleções 139 9. O aluno deve informar que são: indicação do responsável pelo processo de seleção; indicação do material que irá compor o acervo; estabelecimento de diretrizes para avaliação das coleções; indicação do número de exemplares por título; indicação de prazos para revisão das políticas adotadas; estabelecimento dos critérios de prioridades para seleção, aquisição, compra, permuta e doação; estabelecimento de diretrizes de preservação e conservação. 10. O aluno deve informar: O aprimoramento dos serviços da biblioteca; A boa imagem da instituição; Gestão de espaço e de custos de manutenção; O aprimoramento das coleções e da política de aquisições. Exercícios – Unidade 6 1. Ministério da Educação, INEP e SINAES. 2. todas as anteriores. 3. Bibliotecas Suporte recursos informacionais biblioteca digital 4. (3) são instituições pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas de conhecimento, que devem oferecer ensino de excelência, comprovadas pelo desempenho dos cursos, qualificação do corpo docente e condições de trabalho acadêmico. (6) são instituições com propostas curriculares em mais de uma área do conhecimento, organizada para atuar com regimento comum e comando unificado. (1) caracterizam-se pela oferta regular de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, devendo manter programas de mestrado e/ou de doutorado. (4) deverão atuar numa área de conhecimento específico ou de formação Formação e Desenvolvimento de Coleções 140 profissional, resguardadas as mesmas condições do item acima. (7) instituições de caráter profissional que visam à formação inicial, continuada e complementar para o magistério da educação básica. (2) organizadas por campo do saber, nas quais deverá ser assegurada a existência de atividades de ensino e pesquisa em áreas básicas e aplicadas. (5) instituições especializadas de educação profissional, públicas ou privadas, com a finalidade de qualificar profissionais nos vários pesquisa e desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estrita articulação com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educação continuada. 5. Sim 6. 3 7. 5 8. 1 livro para cada 15 alunos 9. Os critérios apontados por Cagnoli para avaliar a qualidade em bibliotecas são: amplitude, profundidade, variedade, atualidade, relevância, equilíbrio e crescimento. 10. bibliotecas de IES tem por missão o suporte de suas atividades; sejam elas de ensino, pesquisa ou extensão. Desta forma, devem-se priorizar recursos informacionais, infraestrutura e serviços adequados para a(s) atividade(s) definida(s) por cada IES. Contudo, é necessário que se tenha em mente que a biblioteca encontra-se num momento de mudanças, tendo como novo modelo a biblioteca digital e as mudanças advindas deste novo paradigma.