Logo Passei Direto
Buscar
LiveAo vivo
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

5.3. Impactos da Evolução da Computação no Trabalho Contemporâneo
A evolução da computação não apenas transformou a maneira como processamos dados e nos conectamos, mas também alterou profundamente a estrutura do trabalho humano. Se nas primeiras gerações de computadores o impacto era restrito a setores militares e científicos, hoje a computação, especialmente por meio da inteligência artificial (IA) e da automação, redefine as formas de produção, consumo e organização social em escala global.
5.3.1. Ameaça da Automação: Perspectivas de Pesquisa
	Pesquisas recentes apontam que a automação e a IA estão remodelando profissões inteiras.Frey e Osborne (2017)
Estimam que até 47% dos empregos nos Estados Unidos possam ser automatizados nas próximas décadas, sobretudo em atividades rotineiras e repetitivas.
	OCDE (Arntz, Gregory & Zierahn, 2016)
Destaca que a exposição ao risco de automação varia entre países, mas em todos os casos exige um esforço considerável de requalificação profissional.
5.3.2. O Paradoxo da Automação: Perdas e Ganhos de Empregos
	Desaparecimento de Postos
O relatório do World Economic Forum (2023) mostra que milhões de postos de trabalho tendem a desaparecer.
	Criação de Novas Funções
Milhões de novas funções serão criadas em áreas como ciência de dados, segurança cibernética e desenvolvimento de sistemas baseados em IA.
Entretanto, o impacto da evolução da computação não deve ser lido apenas pela ótica da substituição de empregos.
Esse paradoxo revela que a questão central não é apenas “quantos empregos serão perdidos”, mas sim quais habilidades serão necessárias para os trabalhadores da sociedade digital.
5.3.3. A Segunda Era das Máquinas e a Desigualdade
Nesse contexto, Brynjolfsson e McAfee (2014) cunham o termo “Segunda Era das Máquinas” para descrever um período em que a tecnologia amplia a produtividade, mas também intensifica desigualdades.
Para eles, a evolução da computação cria oportunidades sem precedentes, mas apenas para aqueles com acesso ao conhecimento e às competências digitais. Assim, a transformação não é neutra: ela redefine não apenas tarefas, mas também relações de poder no mercado de trabalho.
5.3.4. Visões Complementares sobre o Futuro do Trabalho
Outros autores trazem visões complementares.
	Ford (2015)
Alerta para o risco de um futuro marcado pelo desemprego tecnológico estrutural, no qual a automação substitui mais funções do que a economia é capaz de criar.
	
	
		Davenport e Kirby (2015)
Argumentam que a IA não deve ser vista apenas como substituta, mas também como parceira do trabalho humano, ampliando capacidades cognitivas e produtivas.
Essa perspectiva sugere que o impacto da evolução da computação dependerá das escolhas sociais e políticas feitas hoje — desde investimentos em educação digital até políticas públicas de proteção ao trabalhador.
5.3.5. O Novo Paradigma Laboral na Era da IA
De forma geral, pode-se afirmar que a evolução da computação, ao chegar à era da IA, inaugura um novo paradigma laboral:
	Criatividade
Mais valiosa do que a execução de tarefas rotineiras.
	Adaptabilidade
Essencial para navegar em um cenário em constante mudança.
	Aprendizado Contínuo
Capacidade de adquirir novas habilidades e conhecimentos.
Esse cenário aponta para uma reconfiguração profunda do contrato social do trabalho, exigindo tanto inovação tecnológica responsável quanto políticas públicas inclusivas que evitem a ampliação da desigualdade.
Esse cenário aponta para uma reconfiguração profunda do contrato social do trabalho, exigindo tanto inovação tecnológica responsável quanto políticas públicas inclusivas que evitem a ampliação da desigualdade.
5.3.6. Inovação Técnica e Social: O Futuro do Trabalho
Assim, ao analisar a trajetória da computação desde o ábaco até os algoritmos de aprendizado profundo, percebe-se que a história da inovação não é apenas técnica, mas também social.
O futuro do trabalho será, inevitavelmente, uma extensão da forma como a sociedade decidir lidar com os impactos da IA e da automação, equilibrando eficiência produtiva com justiça social.
Referências Complementares (ABNT)
50. ARNTZ, M.; GREGORY, T.; ZIERAHN, U. The Risk of Automation for Jobs in OECD Countries. OECD Social, Employment and Migration Working Papers, n. 189, 2016. DOI: 10.1787/5jlz9h56dvq7-en.
51. BRYNJOLFSSON, E.; MCAFEE, A. The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies. New York: W.W. Norton, 2014.
52. DAVENPORT, T. H.; KIRBY, J. Beyond Automation. Harvard Business Review, p. 58–65, June 2015. Disponível em: https://hbr.org/2015/06/beyond-automation. Acesso em: 28 ago. 2025.
53. FORD, M. Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future. New York: Basic Books, 2015.
54. FREY, C. B.; OSBORNE, M. A. The Future of Employment: How Susceptible Are Jobs to Computerisation? Technological Forecasting and Social Change, v. 114, p. 254–280, 2017. DOI: 10.1016/j.techfore.2016.08.019.
55. SCHWAB, K. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2016.
56. SUSSKIND, R.; SUSSKIND, D. The Future of the Professions: How Technology Will Transform the Work of Human Experts. Oxford: Oxford University Press, 2015.
57. WORLD ECONOMIC FORUM. The Future of Jobs Report 2023. Geneva: World Economic Forum, 2023. Disponível em: https://www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2023. Acesso em: 28 ago. 2025.
58. MCKINSEY GLOBAL INSTITUTE. Jobs Lost, Jobs Gained: Workforce Transitions in a Time of Automation. McKinsey & Company, 2017. Disponível em: https://www.mckinsey.com/mgi/our-research/jobs-lost-jobs-gained. Acesso em: 28 ago. 2025.
59. OECD. Automation, skills use and training. Paris: OECD Publishing, 2018. Disponível em: https://www.oecd.org/employment/automation-skills-use-and-training-2e2f4eea-en.htm. Acesso em: 28 ago. 2025.
image1.jpeg
image2.png
image3.png

Mais conteúdos dessa disciplina