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Dietoterapia II
Aula 02 - Prof. Lívia Garcia Ferreira
Dietoterapia nas 
Doenças 
Cardiovasculares
Parte II
Universidade Federal de Lavras
Departamento de Nutrição
Curso de Nutrição
Dislipidemias
 Alterações nos níveis sanguíneos dos lipídeos circulantes
 É um distúrbio no transporte de lipídeos devido à síntese 
elevada ou diminuição no tempo de degradação das 
lipoproteínas. 
 Elevação de LDL é a principal causa de
Doença Arterial Coronariana
Dislipidemias - Lipoproteínas
 Estrutura e função
 Compostas por proteínas e lipídios
 Responsáveis pelo transporte de 
lipídios no plasma 
 5 grupos:
 Quilomícrons
 Lipoproteínas de densidade muito baixa –VLDL
 Lipoproteínas de densidade intermediária – IDL
 Lipoproteínas de densidade baixa – LDL
 Lipoproteínas de densidade alta – HDL
Lipídeos 
apolares 
(núcleo)
Lipídeos 
polares 
(superfície)
Dislipidemias - Lipoproteínas
 Composição
Lp (A): resulta da ligação covalente de uma partícula de LDL à apo (a). A função
fisiológica da Lp(a) não é conhecida, mas, em estudos mecanísticos e
observacionais, ela tem sido associada a formação e progressão da placa
aterosclerótica.
Dislipidemias
 Classificação:
 I – Classificação Laboratorial:
 Hipercolesterolemia isolada - ↑ isolado do LDL-c (≥ 160 
mg/dl);
 Hipertrigliceridemia isolada - ↑ isolado dos TG (≥ 150 
mg/dl), em geral representada por ↑VLDL e/ou QL
 Hiperlipidemia mista - ↑ CT e TG
 HDL-c baixo – isolado (homens < 40 mg/dl e mulheres < 
50 mg/dl)ou em associação com ↑ LDL-c e/ou TG 
(V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013)
Dislipidemias
 Classificação:
 II - Classificação etiológica:
 Dislipidemias primárias: origem genética
 Hipercolesterolemia familiar
 Defeito familiar de APO B-100
 Hipercolesterolemia poligênica
 Hipercolesterolemia autossômica recessiva
 Hiperlipidemia familiar combinada
 Hipertrigliceridemia familiar
 Hiperquilomicronemia
 Disbatalipoproteinemia ou tipo III
Dislipidemias
 II - Classificação etiológica:
 Dislipidemias secundárias: causadas por doenças, 
medicamentos, hábitos de vida e alimentação 
 Secundárias a doenças:
Redução 
B/E
Aumento 
B100
Dislipidemias
 II - Classificação etiológica:
 Secundárias a medicamentos:
 Diuréticos
 Betabloqueadores
 Corticoesteróides
 Hormônios esteróides e anabolizantes
 Hábitos de vida
 Sedentarismo ↓ HDL
 Fumo
 Alcoolismo - ↑ TG
↑TG e CT 
e ↓ HDL*
Dislipidemias
 Valores de Referência (mg/dl) dos lipídeos plasmáticos 
para indivíduos maiores de 20 anos de idade
Lipídeos Valores Categoria
Colesterol total < 200 Ótimo
200 – 239 Limítrofe
≥ 240 Alto
LDL-c < 100 Ótimo
100 – 129 Desejável
130 – 159 Limítrofe
160 – 189 Alto
≥ 190 Muito alto
HDL-c < 40 Baixo
≥ 60 Alto
Triglicérides < 150 Ótimo
150 – 199 Limítrofe
200 – 499 Alto
≥ 500 Muito alto
(V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013)
Dislipidemias
(I Diretriz Brasileira Sobre Prevenção Cardiovascular, 2013)
Dislipidemias
 Valores de Referência (mg/dl) dos lipídeos plasmáticos 
para indivíduos entre 02 a 19 anos
 Recomenda-se a determinação do perfil lipídico quando:
 avós, pais, irmãos e primos de primeiro grau apresentam dislipidemia,
principalmente grave ou manifestação de aterosclerose prematura; (2) há
clínica de dislipidemia; (3) tenham outros fatores de risco; (4) há
acometimento por outras doenças, como hipotireoidismo, síndrome nefrótica,
imunodeficiência etc.; (5) há utilização de contraceptivos, imunossupressores,
corticoides, antirretrovirais e outras drogas que possam induzir a elevação do
colesterol
(V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013)
Dislipidemias
 Apolipoproteínas
 apo B (principal apoproteína das partículas aterogênicas
constituídas pelas lipoproteínasVLDL, IDL e LDL)
 apo A-I (principal apoproteína da HDL) – VR: apo A-I < 120
mg/dl para homens e < 140 mg/dl para mulheres: ↓HDL-C
 São bons métodos imunoquímicos e de fácil análise em aparelho
convencional.
 O desempenho analítico é bom e tem a facilidade de o método não
necessitar de jejum, não sendo sensível a níveis moderadamente
elevados de triglicérides
 Desvantagens: não estão incluídas nos algoritmos de cálculo de risco
cardiovascular e não tem alvo de tratamento predefinido
Dislipidemias
 Tratamento:
 Mudanças no estilo de vida
 Dietoterapia 
 Atividade Física
 Eliminação dos Fatores 
de risco
 Medicamentos (vastatinas, ácido nicotínico, sequestrantes 
de sais biliares, ômega-3, etc)
Dislipidemias
 Recomendações Nutricionais para Dislipidemias
Nutrientes Ingestão Recomendada
GorduraTotal
Ag saturados
Ag poliinsaturados
Ag monoinsaturados
CHO
PTN
Colesterol
Fibras
Calorias
25 a 35% das calorias totais
< 7% das calorias totais
Até10% das calorias totais
Até 20% das calorias totais
50 a 60% das calorias totais
 15% das calorias totais
< 200 mg/dia
20 a 30 g/dia
Para atingir e manter o peso desejável
IV Diretriz Brasileiras Sobre Dislipidemias, Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2007 e
National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001
Dislipidemias
 Aspectos Nutricionais Associados às Dislipidemias
Fatores 
Protetores
Fatores 
Promotores
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos Graxos Saturados:
 Triglicerideos (98% das gorduras da dieta)
 Glicerol + 3 ácidos graxos (saturados ou insaturados)
 ↑ LDL e Colesterol Total 
Ácido palmítico (C16:0)
Ácido láurico (C12:0)
Ácido mirístico (C14:0)
Suprimem a atividade 
do receptor de LDL
Elevam sua taxa de produção
Ácido esteárico (C18:0)
↓
Ácido oleico (C18:1)
cadeia média (entre 8 e 
12 átomos de carbono) 
e cadeia longa (acima 
de 14)
Ácidos 
que mais 
elevam o 
colesterol
Dislipidemias - Dietoterapia
 Composição de gordura total e de ácido esteárico em 
alimentos selecionados, gorduras e óleos (porção de 100 g)
Adaptado do USDA Composition of Foods – Raw, Processed, Prepared. USDA Human Nutrition Information Service. Agriculture Handbook
8 Series (8-4, 1979; 8-5, 1979; 8-10, 1992; 8-13, 1990; 8-19, 1991).
Teor de AGS em queijos
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos Saturados
 Mecanismos relacionados à elevação do colesterol
 Possuem cadeias carbônicas retilíneas que se acomodam de
forma compacta dentro das LDL- espaço disponível para
maior transporte de colesterol dentro da lipoproteína
 O ↑ da proporção de AGS nas membranas celulares ↓ a
expressão de receptores da LDL circulante (B/E) e ↓ o
catabolismo destes
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos Saturados
 Mecanismos relacionados à elevação do colesterol
 Aumento da atividade da ACAT hepática eleva a
esterificação de colesterol em lipoproteínas ricas em APO B
 Aumento da secreção hepática de apo B100 que eleva a
trigliceridemia
Dislipidemias - Dietoterapia
I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, 2013
Adultos
I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, 2013
Adolescentes
Crianças 
Gestantes
Dislipidemias - Dietoterapia
I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, 2013
Dislipidemias - Dietoterapia
 Colesterol
 Endógeno: (20mg/Kg/dia)
 Exógeno: 
 50% do colesterol ingerido é absorvido
 Uma minoria da população é hiper-responsiva
 O colesterol possui um < efeito sobre a colesterolemia, 
quando comparados à gordura saturada (↑ > 3 vezes)
 Consumo de <200mg de colesterol/dia – Associação fracacom eventos coronarianos (grau de evidência IA)
 Colesterol
 Encontra-se nas 
gorduras de origem animal,
quase que totalmente na forma 
livre (não esterificado)
 Fontes:
Estudos epidemiológicos 
clássicos evidenciam forte 
associação entre o alto 
consumo de colesterol com 
maior incidência de 
aterosclerose (fontes de 
AGS?)
Dislipidemias – Dietoterapia
Dislipidemias – Dietoterapia
Dislipidemias – Dietoterapia
Dislipidemias – Dietoterapia
 Colesterol
 Ovo
Dislipidemias – Dietoterapia
 Colesterol
 Ovo
 Ingestão de um ovo ao dia 
pode ser aceitável, se outros 
alimentos ricos em colesterol 
forem limitados na dieta e restrito
para diabéticos (IIa B)
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos trans
 São os TG que contém AG insaturados com uma ou mais
ligações trans, produzidos a partir do processo de
hidrogenação
 Procedimento industrial que confere aos óleos vegetais consistência
sólida a temperatura ambiente
 Produção de gordura hidrogenada: estável, macia e palatável, com
baixo custo

Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos trans
 Efeitos: propriedades físicas, químicas e metabólicas
semelhantes aos ácidos graxos saturados
 ↑ colesterol
 ↑ LDL-c
 ↓ HDL-c
O mais prejudicial tipo de gordura para o 
metabolismo lipídico 
Potencial oxidante e inflamatório, podendo 
aumentar a incidência de doenças cardíacas
independente das concentrações de 
lipoproteínas
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos trans:
Mecanismos de ação
 Cadeias carbônicas retilíneas:
maior transporte de colesterol
nas lipoproteínas – aumentando a
colesterolemia
 Aumenta o catabolismo da apo A1
(principal apoproteína das HDL):
reduz concentração de HDL
 Reduz a expressão dos receptores
B/E
Dislipidemias - Dietoterapia
 Gorduras trans – Gorduras interesterificadas
 São gorduras produzidas industrialmente - modifica as
propriedades físicas de óleos por meio do rearranjo aleatório
da distribuição de ácidos graxos no glicerol sem alterar a
composição química do óleo utilizado inicialmente: aumento
do o ponto de fusão, possibilitando a formação de uma
gordura mais dura
 Introdução de ácidos graxos saturados na posição sn-2 do
glicerol, e essa posição normalmente é ocupada por ácidos
graxos insaturados em óleos vegetais
 gorduras trans gorduras saturadas
EPA
DHA
Dislipidemias – Dietoterapia
Ácidos graxos instaurados
Origem 
marinha
Origem 
vegetal
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos insaturados
 Redução de CT, LDL e HDL
 Mecanismos:
 Reduzem a produção e aumentam o catabolismo de apo B
(apoproteína das LDL eVLDL)
 Ocupam mais espaço nas LDL, diminuindo sua capacidade
em acomodar moléculas lipídicas
 ↓ a CETP (proteína de transferência) – transfere CE da HDL
para LDL eVLDL
 Aumentam a excreção fecal de esteróides e de colesterol
nos ácidos biliares
 Diminuem a síntese de apo A1, principal apoproteína das
HDL, sem alterar seu catabolismo
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos ômega 3 (EPA/DHA)
 Reduz a hipertrigliceridemia 
 1g de EPA/DHA por dia reduz em 5% a10% os TG
 Pessoas com níveis elevados de TG
 Pode levar a aumento discreto de HDL e elevação em LDL
 Diminui processos inflamatórios
 Menores índices de marcadores inflamatórios (PCR)
 Aumenta fluidez das membranas, a estabilidade da placa 
de ateroma e diminui a agregação plaquetária
 Doses de 1,5g a 1,8g/dia: Menor progressão e maior regressão da 
aterosclerose
Dislipidemias - Dietoterapia
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos w-3: origem marinha (eicosapentanóico -
EPA e docosahexanóico – DHA)
 Fontes alimentares: peixes marinhos de regiões geladas e
profundas (bacalhau, salmão, robalo, sardinha, truta,
arenque, cavala)
100g alimentos EPA DHA EPA + 
DHA
Linolênico Total
Salmão grelhado com 
pele
0,59g 1,22g 1,81g 0,4g
Salmão grelhado sem 
pele:
0,36g 0,75g 1,5g 0,33g
Atum conserva em 
óleo
0,03g 0,19g 0,21g 0,3
Sardinha conserva em 
óleo
0,06g 0,46g 0,52g 0,99g
Sardinha frita 0,01g 0,36g 0,37g 0,43g
Dislipidemias - Dietoterapia
 Efeitos colaterais da suplementação de ácido graxo 
Ômega-3 (EPA/DHA)
 Relacionados ao trato gastrointestinal, que podem ocorrer em 
~4% em dosagens < 3 g/dia e em até ~20% em dosagens de 
4g/dia
 Sensação de “cheirar peixe” 
 Melhor aderência: 
 congelar o óleo de peixe
 consumir durante as refeições
 modificar o horário da ingestão 
 mudar para outra formulação.
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos w-3: origem vegetal
(ácido linolênico)
 Fontes alimentares: óleos, linhaça, noz
Óleo de soja (100mL): 5,72g (1 colher de sopa – 8mL: 0,45g)
Óleo de canola (100 mL): 6,78g (1 colher de sopa – 8mL: 0,54g)
Linhaça (100g): 19,81g (2 colheres de sopa – 16g: 3,16g)
Linhaça marrom: 58% w3 / Linhaça dourada: 50% w3
Noz (100g): 8,82g (10 nozes – 50g: 4,41g)
Caso seja necessário o 
consumo de óleo de linhaça, a 
orientação é procurar por 
frascos do tipo âmbar e 
posteriormente armazená-los 
em geladeira, devidamente 
vedados
Ômega-3 
contido nessa 
semente está 
localizado no 
gérmen
A recomendação é para a aquisição 
da semente de linhaça em seu estado 
bruto, e nunca triturada. A trituração 
pode ser feita por meio de 
liquidificador, mixer ou pilões 
tradicionais!
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos w-3: origem vegetal (ácido linolênico)
 Uso de linhaça: melhora sensibilidade à insulina
 Redução de processos inflamatórios
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos poliinsaturados w-6: ácido linoleico e 
ácido araquidônico
 Fontes alimentares: óleos vegetais: soja, algodão, girassol, 
milho
Efeitos: < produção e > remoção LDL-c
alteração da estrutura da LDL 
 conteúdo de colesterol
Óleos (soja, milho, girassol, canola e 
amendoim) apresentam razoável 
estabilidade quando mantidos sob 
temperaturas abaixo de 25°C, mesmo 
depois de abertos , pois são estabilizados 
pelas vitaminas lipossolúveis (A e E)
Dislipidemias - Dietoterapia
 Recomendações (DRI):
 5 a 10% do VCT – ômega 6
 0,6 a 1,2% do VCT – ômega 3
(17g w6 e 1,6g w3)
 Relação: ômega 6:ômega3
 Oriente: 1:1
 Ocidente: 15:1 a 40:1
 Recomendação (WHO/FAO): 5:1 a 10:1
Alguns autores afirmam que 
quantidades acima de 7:1 podem 
exercer grandes danos à saúde, 
como o agravamento de 
processos inflamatórios de 
características subclínicas que 
caracterizam atualmente a 
obesidade
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos monoinsaturados
w-9: ácido oléico (C18:1)
 Efeitos: ↓ CT e LDL-c, porém sem afetar HDL*. Inibe 
agregação plaquetária e possui ação antitrombótica
 ↓ a produção de APO B sem alterar o seu catabolismo
 Resistente a oxidação, mais estável e resistente ao ataque dos 
radicais livres
 Antioxidantes naturais (fenóis): inibe a oxidação da LDL e 
mantém os níveis normais de colesterol
Dislipidemias - Dietoterapia
 Ácidos graxos monoinsaturados
w-9: ácido oléico (C18:1)
 Fontes: óleo de oliva, canola, azeitona, abacate, 
oleaginosas.
Azeite extravirgem: a luz 
pode rapidamente danificar 
os especiais compostos 
fenólicos presentes nesses 
óleos, os quais apresentam 
importantes características 
funcionais especialmente 
relacionadas às atividades 
antioxidantes
Dislipidemias - Dietoterapia
 Composição dos óleos vegetais
W-6 (%) W-3 (%)
Dislipidemias - Dietoterapia
Dislipidemias - Dietoterapia Orientações preparo dos alimentos: óleo
 Utilizado para cozimento em água: arroz, feijão, legumes, etc –
boa resistência às alterações químicas e físicas
 cocção em sistema aberto (100°C) ou fechado (pressão a 120°C) é
insuficiente para isomerização ou oxidação das moléculas de ácidos
graxos
 Utilizado para cozimento em óleo:
 Comumente adota-se em média 150°C como temperatura segura
para frituras (obs: a fritura de verduras ocorre entre 160°C e 165°C)
 Acima de 180°C a temperatura é tida como alta e já traz grandes
consequências para o óleo
 Óleos adequados para frituras: soja e canola
 Azeite: INMETRO (2010): não detectou diferença no perfil lipídico
entre as amostras de azeite de oliva extravirgem
Dislipidemias - Dietoterapia
 Orientações preparo dos alimentos: óleo
 Método caseiro de verificar a temperatura do óleo de fritura:
 Toma-se um pedaço pequeno de pão, juntamente ao óleo na
frigideira.
 Se o pão foi ao fundo e não subiu, a temperatura deve estar entre
150°C.
 Se o pão foi ao fundo e subiu lentamente, a temperatura está entre
160°C e 165°C.
 Se o pão foi ao fundo e rapidamente chegou à superfície, está entre
170°C e 175°C.
 Caso o pão se queime, e não se afunde, a temperatura está alta (>
180°C)
Dislipidemias - Dietoterapia
 Fibras
 Solúveis: β- glucanos, gomas, pectinas e mucilagens 
(physillium)
Fontes: leguminosas, aveia, centeio, cevada, frutas
Estudos: ↓ APO B, ↓ APOB/APO A1, ↓ CT e TG
Dose: 
Dislipidemias - Dietoterapia
 Fibras Solúveis -
Mecanismos: 
 Efeito: ↓trânsito ↓
absorção de colesterol
 Adsorvem sais biliares,
evitando que os
mesmos sejam
reabsorvidos no íleo
terminal, aumentando
desta forma a excreção
do colesterol
Dislipidemias - Dietoterapia
 Fibras Solúveis - Mecanismos:
 Fibras fermentáveis no cólon
pela microflora bacteriana
Produzem ácidos graxos de
cadeia curta (AGCC) – acetato,
propionato e butirato
AGCC são absorvidos e
transportados pela veia porta
No fígado podem inibir a síntese
hepática de colesterol
Dislipidemias - Dietoterapia
 Fibras Insolúveis:
 Celulose (trigo), hemicelulose (grãos), lignina (hortaliças)
Efeitos: agem indiretamente ↑saciedade
 Recomendação: 20 a 30 g/dia
 5 a 10g de fibras solúveis
 10 a 25g de fibras solúveis
(> efeito)
Dislipidemias - Dietoterapia
 Fitoesterois
 Esterol encontrado em vegetais
 Absorção: 10%
 Dieta saudável fornece 400 mg de fitoesterois/dia 
 Ingestão de 2 a 3g/dia para ↓ do LDL
 Fontes: óleos vegetais, margarinas e sementes
Competem pela 
absorção do colesterol na 
luz intestinal 
> afinidade pela micela, 
deslocando o colesterol 
para fora da mesma
Dislipidemias - Dietoterapia
 Soja
 Ingestão de 25g/dia - ↓ 6% LDL
 Fontes: feijão de soja, queijo de soja
(tofu), farinha de soja, leite de soja e o concentrado
protéico da soja
Isoflavonas: efeitos sobre 
concentração de LIP 
plasmáticos, efeitos 
antioxidantes, 
antiproliferativos sobre as 
células musculares lisas, 
sobre a formação de 
trombos e na manutenção 
da reatividade vascular.
Fibra de soja: ação 
sobre metabolismo 
de ácidos biliares
Dislipidemias - Dietoterapia
 Café
 Cafestol e Kahweol: ↑colesterol sérico
 A água quente utilizada para o preparo 
do café, remove algumas dessas substâncias 
gordurosas dos grãos e estas ficam 
presentes no líquido que não é coado
Dislipidemias - Dietoterapia
 Antioxidantes
 Oxidação do LDL: importante papel na patogênese da 
aterosclerose
 Flavonoides: verduras, frutas, grãos, sementes, castanhas, 
condimentos, ervas, vinho e chá.
Inibem oxidação do LDL
Quercetina cereja, amora, uva, morango, jabuticaba
grãos, batata, berinjela, feijão marrom e cebola
Campferol rabanete, couve, escarola e nabo
Miricetina vinhos e suco de uva
Dislipidemias - Dietoterapia
 Antioxidantes
 Vitaminas
 propriedades lipofílicas: incorporação à partícula LDL-c
↓oxidação
 Não há evidência de que suplementos de vitaminas
antioxidantes previnam manifestações clínicas da aterosclerose,
portanto esses não são recomendados
Dislipidemias - Dietoterapia
 Outros componentes:
 Perda de peso
 Obesos tem maiores riscos para dislipidemias
 Pequena perda de peso já diminuem os índices de lipídeos
plasmáticos
(I Diretriz Brasileira Sobre Prevenção Cardiovascular, 2013)
(I Diretriz Brasileira Sobre Prevenção Cardiovascular, 2013)
Dislipidemias - Dietoterapia
 Carboidratos simples
 São hipertrigliceridêmicos (hiperglicemia, hiperinsulinemia e
hipertrigliceridemia)
 Frutose em grande quantidade
 Produtos industrializados, como refrigerantes e outras bebidas
calóricas e xarope de milho, sendo este último, comumente utilizado
em alimentos, como sucos, cereais matinais, alimentos pré-preparados
e até leites destinados a crianças
Como é feita a 
substituição é 
importante!
Dislipidemias – Recomendações gerais 
resumo do nível de evidência 
(V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013)
Dislipidemias – Recomendações gerais 
resumo do nível de evidência 
(V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013)
Dislipidemias – Recomendações gerais 
resumo do nível de evidência 
(V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013)
Dislipidemias 
 Outros componentes:
 Álcool
 Em ↓ concentrações: capacidade de elevar concentração
de HDL-c e ↓ agregação plaquetária
 Em ↑ concentrações: Hipertrigliceridemia (↑ produção de
VLDL pelo fígado)
 Outras ações: ↑PA, peso, glicemia, alterações
gastrointestinais como cirrose hepática e câncer de
pâncreas
Dislipidemias 
 Outros componentes:
 Exercício físico
Atividade aeróbica – 3 a 6 vezes/semana
Redução dos níveis plasmáticos de TG, aumento do HDL
 Tabagismo
A cessação do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritária na prevenção primária e secundária da aterosclerose 
Dislipidemias - Dietoterapia
 Hipertrigliceridemia
 Na hipertrigliceridemia secundária à obesidade ou diabetes: (RI
e intolerância à glicose)
 Dieta hipocalórica, adequação do consumo de carboidratos e
gordura, controle da hiperglicemia, além da restrição total do
consumo de álcool
 Evitar: Açúcar simples e carboidratos refinados
Triglicérides Conduta
150 a 190mg/dL Redução de peso, tratamento dietoterápico e 
atividade física
200 e 499 mg/dL Associar medidas anteriores ao tratamento
medicamentoso
≥ 500 mg/dL Reduzir ingestão de gordura da dieta (<15% VCT) e 
suplementar com EPA/DHA (2 a 4 g/dia)
Dislipidemias – Tratamento Medicamentoso
 Estatinas (Lovastatina, pravastatina, sinvastatina,
fluvastatina, atorvastatina e cerivastatina)
 Reduz síntese de colesterol hepático, reduz LDL-c
(inibição da enzima HMG-CoA redutase)
 Efeitos colaterais: diarréia, constipação, tontura, flatulência,
náusea, dor de estômago e azia
 Ezetimiba
 inibidor de absorção do colesterol que atua na borda em 
escova das células intestinais inibindo a ação da proteína 
transportadora do colesterol
1ª opção 
medicamentosa
Dislipidemias – Tratamento Medicamentoso
 Resinas de troca (colestiramina)
 Reduz absorção de sais biliares, consequentemente do
colesterol.
 Efeitos colaterais: Esteatorreia ou síndrome de má absorção,
constipação, diarreia, flatulência, náusea, dor epigástrica, azia,
cálculos biliares, úlcera péptica
 Fibratos (clofibrato, bezafibrato, fenofibrato, genfibrosil, 
etofibrato, ciprofibrato)
 ↑ atividade LPL ↑ HDL 
 Efeitos colaterais: anorexia, náuseas, pirose, dor e/ou fraqueza 
muscular, distúrbios do sono
HipertrigliceridemiaDislipidemias – Tratamento Medicamentoso
 Ácido nicotínico
 ↑ Degradação intracelular de VLDL, LDL e TG;
 Estimula a síntese e secreção de HDL
 Efeitos colaterais: boca seca, náuseas, vômitos, úlcera péptica, 
dispepsia, cólicas, diarreia, flatulência
 Ômega 3
 Inibem a síntese e↑ o catabolismo das VLDL, diminuem a 
síntese de apoB, e reduzem a lipemia pós-prandial.
Referências Bibliográficas
 Santos R.D., Gagliardi A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R., Lottenberg A.M.P. et al.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde
Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40
 Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol Education Program (NCEP)
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Treatment Panel III). JAMA 2001; 285: 2486-97
 V Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2013;
101(4Supl.1): 1-22
 III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2001.
 Cuppari, L. Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis. 1 ed. Manole: São Paulo. 2009. 515p
 Cuppari, L. Nutrição Clínica no Adulto. In: Schor, N. (ed) Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar
UNIFESP/EPM. São Paulo: Manole Ltda, 2002.

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