Prévia do material em texto
Dietoterapia II Aula 02 - Prof. Lívia Garcia Ferreira Dietoterapia nas Doenças Cardiovasculares Parte II Universidade Federal de Lavras Departamento de Nutrição Curso de Nutrição Dislipidemias Alterações nos níveis sanguíneos dos lipídeos circulantes É um distúrbio no transporte de lipídeos devido à síntese elevada ou diminuição no tempo de degradação das lipoproteínas. Elevação de LDL é a principal causa de Doença Arterial Coronariana Dislipidemias - Lipoproteínas Estrutura e função Compostas por proteínas e lipídios Responsáveis pelo transporte de lipídios no plasma 5 grupos: Quilomícrons Lipoproteínas de densidade muito baixa –VLDL Lipoproteínas de densidade intermediária – IDL Lipoproteínas de densidade baixa – LDL Lipoproteínas de densidade alta – HDL Lipídeos apolares (núcleo) Lipídeos polares (superfície) Dislipidemias - Lipoproteínas Composição Lp (A): resulta da ligação covalente de uma partícula de LDL à apo (a). A função fisiológica da Lp(a) não é conhecida, mas, em estudos mecanísticos e observacionais, ela tem sido associada a formação e progressão da placa aterosclerótica. Dislipidemias Classificação: I – Classificação Laboratorial: Hipercolesterolemia isolada - ↑ isolado do LDL-c (≥ 160 mg/dl); Hipertrigliceridemia isolada - ↑ isolado dos TG (≥ 150 mg/dl), em geral representada por ↑VLDL e/ou QL Hiperlipidemia mista - ↑ CT e TG HDL-c baixo – isolado (homens < 40 mg/dl e mulheres < 50 mg/dl)ou em associação com ↑ LDL-c e/ou TG (V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013) Dislipidemias Classificação: II - Classificação etiológica: Dislipidemias primárias: origem genética Hipercolesterolemia familiar Defeito familiar de APO B-100 Hipercolesterolemia poligênica Hipercolesterolemia autossômica recessiva Hiperlipidemia familiar combinada Hipertrigliceridemia familiar Hiperquilomicronemia Disbatalipoproteinemia ou tipo III Dislipidemias II - Classificação etiológica: Dislipidemias secundárias: causadas por doenças, medicamentos, hábitos de vida e alimentação Secundárias a doenças: Redução B/E Aumento B100 Dislipidemias II - Classificação etiológica: Secundárias a medicamentos: Diuréticos Betabloqueadores Corticoesteróides Hormônios esteróides e anabolizantes Hábitos de vida Sedentarismo ↓ HDL Fumo Alcoolismo - ↑ TG ↑TG e CT e ↓ HDL* Dislipidemias Valores de Referência (mg/dl) dos lipídeos plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos de idade Lipídeos Valores Categoria Colesterol total < 200 Ótimo 200 – 239 Limítrofe ≥ 240 Alto LDL-c < 100 Ótimo 100 – 129 Desejável 130 – 159 Limítrofe 160 – 189 Alto ≥ 190 Muito alto HDL-c < 40 Baixo ≥ 60 Alto Triglicérides < 150 Ótimo 150 – 199 Limítrofe 200 – 499 Alto ≥ 500 Muito alto (V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013) Dislipidemias (I Diretriz Brasileira Sobre Prevenção Cardiovascular, 2013) Dislipidemias Valores de Referência (mg/dl) dos lipídeos plasmáticos para indivíduos entre 02 a 19 anos Recomenda-se a determinação do perfil lipídico quando: avós, pais, irmãos e primos de primeiro grau apresentam dislipidemia, principalmente grave ou manifestação de aterosclerose prematura; (2) há clínica de dislipidemia; (3) tenham outros fatores de risco; (4) há acometimento por outras doenças, como hipotireoidismo, síndrome nefrótica, imunodeficiência etc.; (5) há utilização de contraceptivos, imunossupressores, corticoides, antirretrovirais e outras drogas que possam induzir a elevação do colesterol (V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013) Dislipidemias Apolipoproteínas apo B (principal apoproteína das partículas aterogênicas constituídas pelas lipoproteínasVLDL, IDL e LDL) apo A-I (principal apoproteína da HDL) – VR: apo A-I < 120 mg/dl para homens e < 140 mg/dl para mulheres: ↓HDL-C São bons métodos imunoquímicos e de fácil análise em aparelho convencional. O desempenho analítico é bom e tem a facilidade de o método não necessitar de jejum, não sendo sensível a níveis moderadamente elevados de triglicérides Desvantagens: não estão incluídas nos algoritmos de cálculo de risco cardiovascular e não tem alvo de tratamento predefinido Dislipidemias Tratamento: Mudanças no estilo de vida Dietoterapia Atividade Física Eliminação dos Fatores de risco Medicamentos (vastatinas, ácido nicotínico, sequestrantes de sais biliares, ômega-3, etc) Dislipidemias Recomendações Nutricionais para Dislipidemias Nutrientes Ingestão Recomendada GorduraTotal Ag saturados Ag poliinsaturados Ag monoinsaturados CHO PTN Colesterol Fibras Calorias 25 a 35% das calorias totais < 7% das calorias totais Até10% das calorias totais Até 20% das calorias totais 50 a 60% das calorias totais 15% das calorias totais < 200 mg/dia 20 a 30 g/dia Para atingir e manter o peso desejável IV Diretriz Brasileiras Sobre Dislipidemias, Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2007 e National Cholesterol Education Program (NCEP), 2001 Dislipidemias Aspectos Nutricionais Associados às Dislipidemias Fatores Protetores Fatores Promotores Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos Graxos Saturados: Triglicerideos (98% das gorduras da dieta) Glicerol + 3 ácidos graxos (saturados ou insaturados) ↑ LDL e Colesterol Total Ácido palmítico (C16:0) Ácido láurico (C12:0) Ácido mirístico (C14:0) Suprimem a atividade do receptor de LDL Elevam sua taxa de produção Ácido esteárico (C18:0) ↓ Ácido oleico (C18:1) cadeia média (entre 8 e 12 átomos de carbono) e cadeia longa (acima de 14) Ácidos que mais elevam o colesterol Dislipidemias - Dietoterapia Composição de gordura total e de ácido esteárico em alimentos selecionados, gorduras e óleos (porção de 100 g) Adaptado do USDA Composition of Foods – Raw, Processed, Prepared. USDA Human Nutrition Information Service. Agriculture Handbook 8 Series (8-4, 1979; 8-5, 1979; 8-10, 1992; 8-13, 1990; 8-19, 1991). Teor de AGS em queijos Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos Saturados Mecanismos relacionados à elevação do colesterol Possuem cadeias carbônicas retilíneas que se acomodam de forma compacta dentro das LDL- espaço disponível para maior transporte de colesterol dentro da lipoproteína O ↑ da proporção de AGS nas membranas celulares ↓ a expressão de receptores da LDL circulante (B/E) e ↓ o catabolismo destes Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos Saturados Mecanismos relacionados à elevação do colesterol Aumento da atividade da ACAT hepática eleva a esterificação de colesterol em lipoproteínas ricas em APO B Aumento da secreção hepática de apo B100 que eleva a trigliceridemia Dislipidemias - Dietoterapia I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, 2013 Adultos I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, 2013 Adolescentes Crianças Gestantes Dislipidemias - Dietoterapia I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, 2013 Dislipidemias - Dietoterapia Colesterol Endógeno: (20mg/Kg/dia) Exógeno: 50% do colesterol ingerido é absorvido Uma minoria da população é hiper-responsiva O colesterol possui um < efeito sobre a colesterolemia, quando comparados à gordura saturada (↑ > 3 vezes) Consumo de <200mg de colesterol/dia – Associação fracacom eventos coronarianos (grau de evidência IA) Colesterol Encontra-se nas gorduras de origem animal, quase que totalmente na forma livre (não esterificado) Fontes: Estudos epidemiológicos clássicos evidenciam forte associação entre o alto consumo de colesterol com maior incidência de aterosclerose (fontes de AGS?) Dislipidemias – Dietoterapia Dislipidemias – Dietoterapia Dislipidemias – Dietoterapia Dislipidemias – Dietoterapia Colesterol Ovo Dislipidemias – Dietoterapia Colesterol Ovo Ingestão de um ovo ao dia pode ser aceitável, se outros alimentos ricos em colesterol forem limitados na dieta e restrito para diabéticos (IIa B) Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos trans São os TG que contém AG insaturados com uma ou mais ligações trans, produzidos a partir do processo de hidrogenação Procedimento industrial que confere aos óleos vegetais consistência sólida a temperatura ambiente Produção de gordura hidrogenada: estável, macia e palatável, com baixo custo Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos trans Efeitos: propriedades físicas, químicas e metabólicas semelhantes aos ácidos graxos saturados ↑ colesterol ↑ LDL-c ↓ HDL-c O mais prejudicial tipo de gordura para o metabolismo lipídico Potencial oxidante e inflamatório, podendo aumentar a incidência de doenças cardíacas independente das concentrações de lipoproteínas Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos trans: Mecanismos de ação Cadeias carbônicas retilíneas: maior transporte de colesterol nas lipoproteínas – aumentando a colesterolemia Aumenta o catabolismo da apo A1 (principal apoproteína das HDL): reduz concentração de HDL Reduz a expressão dos receptores B/E Dislipidemias - Dietoterapia Gorduras trans – Gorduras interesterificadas São gorduras produzidas industrialmente - modifica as propriedades físicas de óleos por meio do rearranjo aleatório da distribuição de ácidos graxos no glicerol sem alterar a composição química do óleo utilizado inicialmente: aumento do o ponto de fusão, possibilitando a formação de uma gordura mais dura Introdução de ácidos graxos saturados na posição sn-2 do glicerol, e essa posição normalmente é ocupada por ácidos graxos insaturados em óleos vegetais gorduras trans gorduras saturadas EPA DHA Dislipidemias – Dietoterapia Ácidos graxos instaurados Origem marinha Origem vegetal Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos insaturados Redução de CT, LDL e HDL Mecanismos: Reduzem a produção e aumentam o catabolismo de apo B (apoproteína das LDL eVLDL) Ocupam mais espaço nas LDL, diminuindo sua capacidade em acomodar moléculas lipídicas ↓ a CETP (proteína de transferência) – transfere CE da HDL para LDL eVLDL Aumentam a excreção fecal de esteróides e de colesterol nos ácidos biliares Diminuem a síntese de apo A1, principal apoproteína das HDL, sem alterar seu catabolismo Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos ômega 3 (EPA/DHA) Reduz a hipertrigliceridemia 1g de EPA/DHA por dia reduz em 5% a10% os TG Pessoas com níveis elevados de TG Pode levar a aumento discreto de HDL e elevação em LDL Diminui processos inflamatórios Menores índices de marcadores inflamatórios (PCR) Aumenta fluidez das membranas, a estabilidade da placa de ateroma e diminui a agregação plaquetária Doses de 1,5g a 1,8g/dia: Menor progressão e maior regressão da aterosclerose Dislipidemias - Dietoterapia Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos w-3: origem marinha (eicosapentanóico - EPA e docosahexanóico – DHA) Fontes alimentares: peixes marinhos de regiões geladas e profundas (bacalhau, salmão, robalo, sardinha, truta, arenque, cavala) 100g alimentos EPA DHA EPA + DHA Linolênico Total Salmão grelhado com pele 0,59g 1,22g 1,81g 0,4g Salmão grelhado sem pele: 0,36g 0,75g 1,5g 0,33g Atum conserva em óleo 0,03g 0,19g 0,21g 0,3 Sardinha conserva em óleo 0,06g 0,46g 0,52g 0,99g Sardinha frita 0,01g 0,36g 0,37g 0,43g Dislipidemias - Dietoterapia Efeitos colaterais da suplementação de ácido graxo Ômega-3 (EPA/DHA) Relacionados ao trato gastrointestinal, que podem ocorrer em ~4% em dosagens < 3 g/dia e em até ~20% em dosagens de 4g/dia Sensação de “cheirar peixe” Melhor aderência: congelar o óleo de peixe consumir durante as refeições modificar o horário da ingestão mudar para outra formulação. Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos w-3: origem vegetal (ácido linolênico) Fontes alimentares: óleos, linhaça, noz Óleo de soja (100mL): 5,72g (1 colher de sopa – 8mL: 0,45g) Óleo de canola (100 mL): 6,78g (1 colher de sopa – 8mL: 0,54g) Linhaça (100g): 19,81g (2 colheres de sopa – 16g: 3,16g) Linhaça marrom: 58% w3 / Linhaça dourada: 50% w3 Noz (100g): 8,82g (10 nozes – 50g: 4,41g) Caso seja necessário o consumo de óleo de linhaça, a orientação é procurar por frascos do tipo âmbar e posteriormente armazená-los em geladeira, devidamente vedados Ômega-3 contido nessa semente está localizado no gérmen A recomendação é para a aquisição da semente de linhaça em seu estado bruto, e nunca triturada. A trituração pode ser feita por meio de liquidificador, mixer ou pilões tradicionais! Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos w-3: origem vegetal (ácido linolênico) Uso de linhaça: melhora sensibilidade à insulina Redução de processos inflamatórios Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos poliinsaturados w-6: ácido linoleico e ácido araquidônico Fontes alimentares: óleos vegetais: soja, algodão, girassol, milho Efeitos: < produção e > remoção LDL-c alteração da estrutura da LDL conteúdo de colesterol Óleos (soja, milho, girassol, canola e amendoim) apresentam razoável estabilidade quando mantidos sob temperaturas abaixo de 25°C, mesmo depois de abertos , pois são estabilizados pelas vitaminas lipossolúveis (A e E) Dislipidemias - Dietoterapia Recomendações (DRI): 5 a 10% do VCT – ômega 6 0,6 a 1,2% do VCT – ômega 3 (17g w6 e 1,6g w3) Relação: ômega 6:ômega3 Oriente: 1:1 Ocidente: 15:1 a 40:1 Recomendação (WHO/FAO): 5:1 a 10:1 Alguns autores afirmam que quantidades acima de 7:1 podem exercer grandes danos à saúde, como o agravamento de processos inflamatórios de características subclínicas que caracterizam atualmente a obesidade Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos monoinsaturados w-9: ácido oléico (C18:1) Efeitos: ↓ CT e LDL-c, porém sem afetar HDL*. Inibe agregação plaquetária e possui ação antitrombótica ↓ a produção de APO B sem alterar o seu catabolismo Resistente a oxidação, mais estável e resistente ao ataque dos radicais livres Antioxidantes naturais (fenóis): inibe a oxidação da LDL e mantém os níveis normais de colesterol Dislipidemias - Dietoterapia Ácidos graxos monoinsaturados w-9: ácido oléico (C18:1) Fontes: óleo de oliva, canola, azeitona, abacate, oleaginosas. Azeite extravirgem: a luz pode rapidamente danificar os especiais compostos fenólicos presentes nesses óleos, os quais apresentam importantes características funcionais especialmente relacionadas às atividades antioxidantes Dislipidemias - Dietoterapia Composição dos óleos vegetais W-6 (%) W-3 (%) Dislipidemias - Dietoterapia Dislipidemias - Dietoterapia Orientações preparo dos alimentos: óleo Utilizado para cozimento em água: arroz, feijão, legumes, etc – boa resistência às alterações químicas e físicas cocção em sistema aberto (100°C) ou fechado (pressão a 120°C) é insuficiente para isomerização ou oxidação das moléculas de ácidos graxos Utilizado para cozimento em óleo: Comumente adota-se em média 150°C como temperatura segura para frituras (obs: a fritura de verduras ocorre entre 160°C e 165°C) Acima de 180°C a temperatura é tida como alta e já traz grandes consequências para o óleo Óleos adequados para frituras: soja e canola Azeite: INMETRO (2010): não detectou diferença no perfil lipídico entre as amostras de azeite de oliva extravirgem Dislipidemias - Dietoterapia Orientações preparo dos alimentos: óleo Método caseiro de verificar a temperatura do óleo de fritura: Toma-se um pedaço pequeno de pão, juntamente ao óleo na frigideira. Se o pão foi ao fundo e não subiu, a temperatura deve estar entre 150°C. Se o pão foi ao fundo e subiu lentamente, a temperatura está entre 160°C e 165°C. Se o pão foi ao fundo e rapidamente chegou à superfície, está entre 170°C e 175°C. Caso o pão se queime, e não se afunde, a temperatura está alta (> 180°C) Dislipidemias - Dietoterapia Fibras Solúveis: β- glucanos, gomas, pectinas e mucilagens (physillium) Fontes: leguminosas, aveia, centeio, cevada, frutas Estudos: ↓ APO B, ↓ APOB/APO A1, ↓ CT e TG Dose: Dislipidemias - Dietoterapia Fibras Solúveis - Mecanismos: Efeito: ↓trânsito ↓ absorção de colesterol Adsorvem sais biliares, evitando que os mesmos sejam reabsorvidos no íleo terminal, aumentando desta forma a excreção do colesterol Dislipidemias - Dietoterapia Fibras Solúveis - Mecanismos: Fibras fermentáveis no cólon pela microflora bacteriana Produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) – acetato, propionato e butirato AGCC são absorvidos e transportados pela veia porta No fígado podem inibir a síntese hepática de colesterol Dislipidemias - Dietoterapia Fibras Insolúveis: Celulose (trigo), hemicelulose (grãos), lignina (hortaliças) Efeitos: agem indiretamente ↑saciedade Recomendação: 20 a 30 g/dia 5 a 10g de fibras solúveis 10 a 25g de fibras solúveis (> efeito) Dislipidemias - Dietoterapia Fitoesterois Esterol encontrado em vegetais Absorção: 10% Dieta saudável fornece 400 mg de fitoesterois/dia Ingestão de 2 a 3g/dia para ↓ do LDL Fontes: óleos vegetais, margarinas e sementes Competem pela absorção do colesterol na luz intestinal > afinidade pela micela, deslocando o colesterol para fora da mesma Dislipidemias - Dietoterapia Soja Ingestão de 25g/dia - ↓ 6% LDL Fontes: feijão de soja, queijo de soja (tofu), farinha de soja, leite de soja e o concentrado protéico da soja Isoflavonas: efeitos sobre concentração de LIP plasmáticos, efeitos antioxidantes, antiproliferativos sobre as células musculares lisas, sobre a formação de trombos e na manutenção da reatividade vascular. Fibra de soja: ação sobre metabolismo de ácidos biliares Dislipidemias - Dietoterapia Café Cafestol e Kahweol: ↑colesterol sérico A água quente utilizada para o preparo do café, remove algumas dessas substâncias gordurosas dos grãos e estas ficam presentes no líquido que não é coado Dislipidemias - Dietoterapia Antioxidantes Oxidação do LDL: importante papel na patogênese da aterosclerose Flavonoides: verduras, frutas, grãos, sementes, castanhas, condimentos, ervas, vinho e chá. Inibem oxidação do LDL Quercetina cereja, amora, uva, morango, jabuticaba grãos, batata, berinjela, feijão marrom e cebola Campferol rabanete, couve, escarola e nabo Miricetina vinhos e suco de uva Dislipidemias - Dietoterapia Antioxidantes Vitaminas propriedades lipofílicas: incorporação à partícula LDL-c ↓oxidação Não há evidência de que suplementos de vitaminas antioxidantes previnam manifestações clínicas da aterosclerose, portanto esses não são recomendados Dislipidemias - Dietoterapia Outros componentes: Perda de peso Obesos tem maiores riscos para dislipidemias Pequena perda de peso já diminuem os índices de lipídeos plasmáticos (I Diretriz Brasileira Sobre Prevenção Cardiovascular, 2013) (I Diretriz Brasileira Sobre Prevenção Cardiovascular, 2013) Dislipidemias - Dietoterapia Carboidratos simples São hipertrigliceridêmicos (hiperglicemia, hiperinsulinemia e hipertrigliceridemia) Frutose em grande quantidade Produtos industrializados, como refrigerantes e outras bebidas calóricas e xarope de milho, sendo este último, comumente utilizado em alimentos, como sucos, cereais matinais, alimentos pré-preparados e até leites destinados a crianças Como é feita a substituição é importante! Dislipidemias – Recomendações gerais resumo do nível de evidência (V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013) Dislipidemias – Recomendações gerais resumo do nível de evidência (V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013) Dislipidemias – Recomendações gerais resumo do nível de evidência (V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemia, 2013) Dislipidemias Outros componentes: Álcool Em ↓ concentrações: capacidade de elevar concentração de HDL-c e ↓ agregação plaquetária Em ↑ concentrações: Hipertrigliceridemia (↑ produção de VLDL pelo fígado) Outras ações: ↑PA, peso, glicemia, alterações gastrointestinais como cirrose hepática e câncer de pâncreas Dislipidemias Outros componentes: Exercício físico Atividade aeróbica – 3 a 6 vezes/semana Redução dos níveis plasmáticos de TG, aumento do HDL Tabagismo A cessação do tabagismo constitui medida fundamental e prioritária na prevenção primária e secundária da aterosclerose Dislipidemias - Dietoterapia Hipertrigliceridemia Na hipertrigliceridemia secundária à obesidade ou diabetes: (RI e intolerância à glicose) Dieta hipocalórica, adequação do consumo de carboidratos e gordura, controle da hiperglicemia, além da restrição total do consumo de álcool Evitar: Açúcar simples e carboidratos refinados Triglicérides Conduta 150 a 190mg/dL Redução de peso, tratamento dietoterápico e atividade física 200 e 499 mg/dL Associar medidas anteriores ao tratamento medicamentoso ≥ 500 mg/dL Reduzir ingestão de gordura da dieta (<15% VCT) e suplementar com EPA/DHA (2 a 4 g/dia) Dislipidemias – Tratamento Medicamentoso Estatinas (Lovastatina, pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, atorvastatina e cerivastatina) Reduz síntese de colesterol hepático, reduz LDL-c (inibição da enzima HMG-CoA redutase) Efeitos colaterais: diarréia, constipação, tontura, flatulência, náusea, dor de estômago e azia Ezetimiba inibidor de absorção do colesterol que atua na borda em escova das células intestinais inibindo a ação da proteína transportadora do colesterol 1ª opção medicamentosa Dislipidemias – Tratamento Medicamentoso Resinas de troca (colestiramina) Reduz absorção de sais biliares, consequentemente do colesterol. Efeitos colaterais: Esteatorreia ou síndrome de má absorção, constipação, diarreia, flatulência, náusea, dor epigástrica, azia, cálculos biliares, úlcera péptica Fibratos (clofibrato, bezafibrato, fenofibrato, genfibrosil, etofibrato, ciprofibrato) ↑ atividade LPL ↑ HDL Efeitos colaterais: anorexia, náuseas, pirose, dor e/ou fraqueza muscular, distúrbios do sono HipertrigliceridemiaDislipidemias – Tratamento Medicamentoso Ácido nicotínico ↑ Degradação intracelular de VLDL, LDL e TG; Estimula a síntese e secreção de HDL Efeitos colaterais: boca seca, náuseas, vômitos, úlcera péptica, dispepsia, cólicas, diarreia, flatulência Ômega 3 Inibem a síntese e↑ o catabolismo das VLDL, diminuem a síntese de apoB, e reduzem a lipemia pós-prandial. Referências Bibliográficas Santos R.D., Gagliardi A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R., Lottenberg A.M.P. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Executive Summary of The Third Report of The National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation, And Treatment of High Blood Cholesterol In Adults (Adult Treatment Panel III). JAMA 2001; 285: 2486-97 V Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2001. Cuppari, L. Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis. 1 ed. Manole: São Paulo. 2009. 515p Cuppari, L. Nutrição Clínica no Adulto. In: Schor, N. (ed) Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar UNIFESP/EPM. São Paulo: Manole Ltda, 2002.