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Sala de aula: Que espaço é esse? Org. Regis de Moraes SALA DE AULA: UMA APRENDIZAGEM DO HUMANO Augusto João Crema Novaski Retomando, esse é o aspecto importante que quis ressaltar ao falar da sala de aula. Ao longo dos conteúdos, quaisquer que sejam, que devem ser cuidadosamente planejados e transmitidos, pode e deve ir sendo vivida essa aprendizagem que, como disse, é uma das mais importantes na vida: o humano. Creio mesmo que se poderia dizer que os títulos acadêmicos que o professor adquiriu só têm sentido na medida em que, entre outras finalidades, lhe propiciam encontros com gente, encontros que, através dos conteúdos arduamente adquiridos na pesquisa, resultem num bem-querer que é o sabor do saber. É isso que me faz pensar que o bom da vida é ela própria, pois está prenhe de sentido. (p. 13) Creio que, se de um lado devemos levar isso a sério, isto é, se o professor deve ver sua aula também como um encontro de gente com gente, de outro lado, entretanto, é preciso proteger essa ideia contra reducionismos prematuros. É perigoso reduzir as situações da vida a uma coisa só, pois isso nos acua a posições insustentáveis. Reduzir a sala de aula a um espaço ou tempo em que a aprendizagem do humano afloraria de modo límpido e sereno é adotar posição com laivos de quixotesca. Insustentável, portanto. Todas as vicissitudes humanas perpassam de ponta a ponta esse espaço ou tempo, vicissitudes que podem ser traduzidas em conflitos, alegrias, expectativas mal ou nunca satisfeitas, recalques, exibicionismo, esperanças, avanços e retrocessos. Enfim, tudo o que é humano. (p. 14) ENTRE A JAULA DE AULA E O PICADEIRO DE AULA Regis de Morais Levando isto em conta, quero propor uma rediscussão do problema da autoridade na sala de aula. Segundo o meu modo de perceber e avaliar as chamadas “relações pedagógicas”, não consigo conceber tema mais contemporâneo e de vanguarda como a questão que acabo de propor. Está na hora de perdermos o medo perante certos problemas, superando inócuos trejeitos falsamente pedagógicos e modismos, saindo à procura de um equilíbrio até hoje raramente alcançado. (p. 18) Quando se cai nessa indistinção das inteligências, fica aniquilada a riqueza dialética do existir humano, pois, neste, é a polaridade antitética que constrói as grandes superações. E basta pôr abaixo a riqueza dialética do existir humano para que o terreno fique preparado para as mais estranhas semeaduras. Hoje se contesta o magistério, vemos contestadas as lideranças pedagógicas, tudo isto menos em nome de algo que a História indicasse dever ser feito, muito mais em nome de ressentimentos equivocados. Os professores como que passam a ter vergonha de exercer uma autoridade para a qual estão designados, uma autoridade que nada tem que ver com traços autoritários desta ou daquela personalidade, mas que emerge do próprio processo educacional e de ensino. (p. 20-21) Hoje está posto um desafio que precisa começar a ser enfrentado no exato espaço da sala de aula. O de se recuperar o sentido da autoridade nas relações pedagógicas, sem qualquer concessão a autoritarismos, que destes já estamos fartos. Gosto muito das pedagogias dialéticas quando estas nos põem perante o fato inegável de que o contexto político condiciona a escola; mas fico insaciado quando as vejo querendo resolver tudo exclusivamente pelo lado político, eximindo-se de tarefas que estão adstritas ao que há de mais interno (e humilde) no processo de ensino. (p. 23-24) A autoridade é constituída e precisa ser aceita; ela não faz os educandos inferiores, imprimindo, ao contrário às suas vidas um sentido mais seguro de caminhada e de conquista. Assim, a autoridade de fato e sempre respeitável, enquanto que a de direito só poderá sê-lo por coincidência. Isto porque autoridade tem a ver com liderança, e nada tem a ver com chefia; entendendo-se que líder é aquele que se propõe e é aceito, como chefe – no mais comum – é aquele que se impõe por um recurso de poder. Cabe ao professor, no uso de uma autoridade que, como disse, é inerente à sua função, auxiliar o educando a ir reconhecendo que a vida é diferenciada: tanto em coisas intransformáveis quanto em coisas que podem e devem ser modificadas. (p. 24) A autoridade tem consciência de que a interioridade é um equilíbrio de forças e tendências, de que sem superego o eu naufraga, de que, como gostava de lembrar Thomas Merton, nenhum homem é uma ilha, mas está situado no interior de uma complicada trama chamada cultura e no interior de um rude sistema de diferenciação chamado sociedade. Não haja engano: é com esforço e disciplina que se constrói um equilíbrio, o esforço mais disciplina não compõem a fórmula de qualquer atroz sofrimento. (p. 25) A autoridade tem consciência de que a interioridade é um equilíbrio de forças e tendências, de que sem superego o eu naufraga, de que, como gostava de lembrar Thomas Merton, nenhum homem é uma ilha, mas está situado no interior de uma complicada trama chamada cultura e no interior de um rude sistema de diferenciação chamado sociedade. Não haja engano: é com esforço e disciplina que se constrói um equilíbrio, o esforço mais disciplina não compõem a fórmula de qualquer atroz sofrimento. (p.25) PODES CRER, É INCRÍVEL! (... OU O ENSINO RELIGIOSO NA SALA DE AULA) José Lima Jr. O ensino religioso que eu me proponho discutir não é a transmissão da fé que algum professor especialmente inspirado ou iluminado faz em relação a um grupo de alunos carentes das revelações divinas. Não quero discutir catequese. Ensino religioso, para mim, significa uma aprendizagem sobre a religiosidade (sacralizada ou não, dogmatizada ou não) presente nos corpos que indagam a respeito do sentido da vida. E nesta teologia da existência todos são professores, ou melhor, todos somos alunos. (p. 35-36) Apesar das contribuições para o curso da cotidianidade, muitos currículos e programas das nossas escolas precisam ser questionados/confrontados em função da dis-crimi-nação de privilégios que seu saber propicia. Percebo que a problemática do poder subjacente às salas e às aulas suscita um exame quanta às sustentações de fé. Professadas ou não, as crenças também movem a história e, a fortiori, o ato pedagógico. A fé que sustenta um modelo socioeconômico-político-ideológico determinado, como o capitalismo que sofremos, é uma espécie de crença necrófila nos (des)valores da negação à dignidade da vida do povo. E frente a esta religiosidade diabólica de que a educação burguesa está possessa, outra religiosidade (antifetichista e ateia dos falsos. (p. 35) Voltando à questão da sala de aula como lugar, a um só tempo político e pedagógico, o discurso contra o poder é articulado tendo em vista a realização de um trabalho pedagógico preocupado com a exploração e a dominação, exercidas por uma classe. Trata-se de lidar com as contradições de classe, vale dizer, com os oprimidos contra os opressores. E a sala de aula é um espaço disponível para isso, que precisa ser aproveitado. A superação das contradições de classe significa libertação. O trabalho pedagógico em sala de aula, se não tiver isso em mira, é opressivo, apolítico e acrítico. (p. 42-43) SALA DE AULA OU O LUGAR DA VEICULAÇÃO DO DISCURSO DOS OPRIMIDOS José Carlos Souza Araújo Porém, é certo que a sala de aula sempre liquidificou questões sociais, políticas, econômicas, filosóficas, psíquicas, ideológicas etc., trazidas intencionalmente ou não pelos alunos e professores. O trabalho do professor é o de socializar, de modo fragmentado, a(s) ciência(s), propiciando aos alunos condições para isso. A sala de aula tudo envolve, tudo reúne, tudo implica. Nela, as sistematizações teórico-pedagógicas se desembocam, permitindo entronizar-se o que academicamente se denomina por teoria e prática educacionais. (p. 43) Assim, a sala de aula, espaço privilegiado do pedagógico, transmuda-se em espaço político, subordinando aquele a este, porém sem negá-lo. E aqui está o risco de se perder no político, pois em busca da afirmação, peloexercício pedagógico, do princípio de totalidade, acaba negando-o, porque o exercício pedagógico torna-se político; e o exercício político, direcionado para a educação, submete o pedagógico a si. O conceito de sala de aula fica assim construído com justificativas fundantes em princípios e expectativas que se situam para além de suas possibilidades. (p. 44) Por tudo isso, a via que está aberta é a da sala de aula como veiculação de um discurso que faça florescer a consciência crítica, não a idealista, mas a resultante das injunções histórico-sociais, aquela fundada nas relações concretas. É por isso que estamos denominando a sala de aula como um dos lugares de veiculação do discurso dos oprimidos. No fundo, ela sustenta, em comum com as posturas tradicional e nova, a ideia de que a reeducação da sociedade passa pela sala de aula. Aliás, esta tem sido a pretensão de todas as teorias educacionais. (p. 45-46) A SALA DE AULA – O LUGAR DA VIDA? Adriano Salmar Nogueira Taveira Começo o meu fio da meada por um lugar: sala de aula. Ela ocupa, em nossa tradição escolar, o lugar onde se desenvolve a escolaridade. Frequentando uma série de salas de aula é que o educando pode ser considerado escolarizado. Sala de aula tem sido um sinônimo de instrução. (p. 51) A sala de aula, lugar de relações entre pessoas, objetos e símbolos. (p. 52) É importante “reconstruir” a sala de aula. Reconstruir tem sentido de retomar, redefinir. Das experiências que conheço – vividas – vai saindo essa minha fala para dizer dessa reconstrução. E o Sentido que dá vida às relações entre pessoas e Cultura se enriqueceu, na sala de aula, com as pulsações de mais vida, de outra escolaridade. (p. 52) A SALA DE AULA COMO ESPAÇO PARA O “JOGO DO SABER” Nelson Carvalho Marcellino Valorizar o lúdico na sala de aula é a posição que tentarei defender. Não se trata de uma posição mística ou “romântica” que ignore o princípio da realidade, pregando o “infantilismo”. Considero que viver o lúdico é viver o momento, o presente, o agora. E esse não representa a volta ao passado ou a preparação para o futuro. (p. 60) Mas, dar condições para a ocorrência da alegria, da festa, dentro dos limites da sala de aula, e nos horários de aula, e assim, propiciar a evasão do real, não seria contribuir para a alienação? Ao contrário, creio que o “jogo do saber”, praticado com características lúdicas, é uma alternativa para a denúncia da realidade tal como se apresenta, e, assim sendo, a sala de aula, longe de ser espaço de alienação, poderia ser encarada como um dos espaços de resistência. (p. 61) Nessa perspectiva é importante valorizar o processo de aprendizagem e não apenas o produto final. E valorizar o processo, como já foi dito, não se trata apenas da discussão sobre novas técnicas, recursos audiovisuais, ou mais modernamente eletrônicos, para tentar “motivar” o processo de aprendizagem. Não se trata de privilegiar a forma em detrimento do conteúdo, e nem de não considerar a necessidade da dedicação e do esforço que a disciplina envolve. Por outro lado, é preciso levar em conta também, como afirma RUBEM ALVES que “(...) só aprendemos aquelas coisas que nos dão prazer”, e que é a partir da sua vivência que surgem a disciplina e a vontade de aprender, pois “(...) é justamente quando o prazer está ausente que a ameaça se torna necessária” (Estórias de quem gosta de ensinar, p. 106) (p. 69) SALAS DE AULA Luiz Gonzaga Godoi Trigo A escola pode construir relacionamentos humanos profundos, integrais e duradouros. Relacionamentos que envolvam a pessoa humana em toda a sua potencialidade, em sua riqueza de experiências, que propiciem o enriquecimento mútuo e o crescimento dentro de suas paredes, entre professores e alunos ou entre os colegas. (p. 80) A educação é um dos pontos cruciais, não o único, mas um dos pilares da vida humana que não pode ser menosprezado, e sim restaurado permanentemente por nós. (p.81) SALA DE AULA: INTERVENÇÃO NO REAL José Luis Sanfelice (...) Sala de Aula, pode ser tomada em um sentido largo e não tradicional. Eu posso dizer, de uma maneira figurada, por exemplo, que o Lar é sempre a primeira Sala de Aula de cada um. Ali, muito se ensina e muito se aprende através de uma infinita multiplicidade de maneiras. O mesmo se pode afirmar de instituições tais como Igrejas, Exército e outras que funcionam como Salas de Aula, com a finalidade de ensinar ideias, valores, comportamentos, práticas religiosas ou profissões. (p. 83) (...) a expressão Sala de Aula usada de forma figurada, engloba a possibilidade de se colocar toda a existência de todos os homens como atividades de uma grande Sala de Aula caracterizada pelo conjunto constante de aprendizagem, desenvolvido por cada homem, circunscrito nas permanentes relações travadas com a natureza, com os outros homens e com a cultura da sua época. A vida, eu diria assim, tomada como a melhor Sala de Aula de cada um. Não são poucos, aliás, os ditados populares que se referem a isso. É desta maneira que se propala, por exemplo, que “a melhor escola, é a escola da vida” ou, simplesmente, que “a vida ensina”. (p. 83-84) (...) consigo vincular a expressão Sala de Aula com algo que não esteja contido naquilo que ela tradicionalmente expressa. Assim, penso que é mais ou menos óbvio para a maioria das pessoas, a Sala de Aula é a Sala de Aula: aquele espaço físico determinado das instituições educativas, com algumas características mais ou menos universais, destinado de modo prioritário à frequência de professores e alunos que ali se reúnem para desenvolverem atividades conhecidas como sendo de ensino e aprendizagem ou, mais globalmente, atividades educacionais. (p.84) A Sala de Aula para mim, portanto, é a Sala de Aula das instituições escolares: um local específico destinado a atividades específicas de ensino-aprendizagem de saberes também específicos, em níveis e complexidade diferenciados, através de metodologias apropriadas, e que só tem sua peculiaridade assegurada na medida em que professores e alunos garantem, nela, a execução real destes objetivos aos quais se destina. A Sala de Aula, então, não é aquele espaço físico inerte da instituição escolar, mas aquele espaço físico dinamizado prioritariamente pela relação pedagógica. (p.85-86) (...) Ocorre que na Sala de Aula de hoje, existe sempre a possibilidade da realização de um pedagógico que parta do senso comum não para justificar o conformismo com a ideologia hegemônica, mas para explicitar razões que caminhem na direção histórica de se construir uma nova concepção de mundo, condizente com os interesses da maioria e não com os de uma classe exploradora. Com isto quero dizer que no concreto pedagógico de uma Sala de Aula, não há como não reconhecer, pode travar-se um combate de ideias. Isto é possível porque, fora da Sala de Aula, este combate está sendo travado. Não tenho a ilusão de que as ideias constituem-se no motor da história, mas não tenho a ingenuidade de pensar que a luta não ocorra também aí. (p.93) (...) a Sala de Aula, aquele espaço prioritário do meu trabalho docente, não é um casulo hermético desvinculado do todo social e das suas contradições. A Sala de Aula para mim, portanto, é o meu desafio cotidiano porque ao mascaramento desejado, viso construir o desmascaramento possível; à reprodução exigida, oponho a fermentação já em desenvolvimento histórico e à ideologia hegemônica contraponho a visão de mundo que me parece interessar à maioria dos homens. Puro voluntarismo? Parece-me evidente que não. Como todo e qualquer docente sou também um agente social e minha maneira imediata de intervir no real é construindo o pedagógico concreto da Sala de Aula onde atuo. O pedagógico concreto que realizo, por sua vez, não sendo individual, mas social, é a forma mediadora da formação e da atuação de outros agentes sociais. (p.93) DOIS OLHARES PARA O ESPAÇO-AÇÃO NA PRÉ-ESCOLA I. ESPAÇO E VIDA Madalena Freire Compreendo a sala de aula como um espaço. Neste espaço e em relação com o Ser-Humano-Criançaacontecem algumas atividades de trabalho pedagógico; são rotinas, como também frutos de procuras e de experiências. São, também, descobertas por através dessas atividades. Educador e educando vão conferindo seus alcances, seus achados. A partir do relacionamento desses dois é que o espaço vai sendo colorido e povoado. Comentar sobre as expressões humanas do espaço é uma forma de contar um pouco da experiência que comigo vive e atua, apaixonadamente. (p.96) II. O ESPAÇO DO PRÉ... Eliana A. Pires da Costa Na sala de aula do pré-escolar podem ser vistas diferenças no que se refere à atitude pedagógica. Comentar essas diferenças pode ser uma maneira de entender a pedagogia delas... (p.99) Esse conjunto de procedimentos pedagógicos passa a ser entendido como “aquela escolinha que serve para tirar as crianças da rua”, colocando tais crianças sob o olhar de um adulto: a TIA. As atividades devem ser cronometradas porque tais crianças são, em geral, muito ativas, muito próximas ainda aos seus padrões familiares de brincadeira solta. Daí a importância de colocar alguma disciplina, alguns horários que sirvam para ir preparando a criança que “na escola primária irá enfrentar regras e horários em tudo”. Todas as atividades propostas guardam essa filosofia de trabalhar preparando a criança para a seriedade futura do primeiro grau. Tem mais, ainda, a função importante de entreter as crianças pequenas enquanto seus pais e mães trabalham, não podendo portanto cuidar devidamente de seus filhos. (p. 101-102) A TURMA DE TRÁS Carlos Rodrigues Brandão Na cabeça de quase todo mundo a sala de aula admite espacialmente uma única oposição: a mesa do professor versus o lugar coletivo dos alunos. Necessária ou perversa, esta divisão ancestral dos lugares de ofício que ocupam esses cúmplices e rivais na sala de aula tem sido ultimamente posta em questão, seja para criticar o verticalismo autoritário que ela enuncia, seja simplesmente para lembrar que chegou afinal o tempo de inovações arquitetônicas e pedagógicas quanto ao assunto. (p.105) Creio que a sala de aula é um espaço múltiplo que sempre comportou outras relações e oposições importantes e, no entanto, esquecidas por não serem possivelmente tão visíveis, do ponto de vista da ortodoxia pedagógica. É a respeito delas que desejo falar aqui. Mas pelo fato de que fui habitante costumeiro de uma de suas partes mais desvalorizadas e também porque desejo falar a partir de algumas memórias absolutamente pessoais. (p.105) SALA DE AULA: DA ANGÚSTIA DE LABIRINTO À FUNDAÇÃO DA LIBERDADE Newton Aquiles von Zuben É nesse “espaço de ação”, que é a sala de aula, que se desenrolam mais intensamente as articulações e contradições entre o eu e o outro, entre o passado e o futuro, entre a tradição e a revolução, entre a criatividade e o conformismo, entre a fala dialógica e a fala impositora, entre a difusão de ideias entre pessoas e a infusão de ideias sobre as pessoas. (p.125) A “sala de aula” é, antes da emergência do conceito o horizonte dos meus possíveis, o instante inovador na vida do indivíduo, lugar existencial que compõe com outras dimensões do existir a trama da história social dos indivíduos. Sala de aula: espaço revolucionário, espaço plural de liberdade e de diálogo com o mundo e com os outros. As ideias de revolução, de pluralidade, de liberdade, de diálogo e de começo compõem o princípio fundador da sala de aula. Ela é um dos momentos inaugurais da ruptura, do começo, momento de encontro entre o cotidiano e a história. Para a criança na “sala de aula” novas mediações surgem, as contradições se apresentam, encantos e evidências são destruídos, momentos de crise, de ruptura com o que é familiar. Sala de aula: evento de revolução constante. (.127)