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Leia o trecho a seguir, extraído da obra “Pedagogia da autonomia”, de Paulo Freire. Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. Por que não aproveitar a experiência que têm os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes? Por que não há lixões no coração dos bairros ricos e mesmo puramente remediados dos centros urbanos? Esta pergunta é considerada em si demagógica e reveladora da má vontade de quem a faz. É pergunta de subversivo, dizem certos defensores da democracia. Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, aealidade agressiva em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é muito maior com a morte do que com a vida? Por que não estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas de um tal descaso dos dominantes pelas áreas pobres da cidade?
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas.
I. Paulo Freire defende a ideia de que, na educação, não deve haver hierarquia de saberes.
II. A visão do educador, expressa no texto, adere à perspectiva tradicional da prática pedagógica, nomeada por ele de “educação bancária”.
III. Para Paulo Freire, a educação crítica e libertadora é um instrumento de transformação social.

É correto o que se afirma em

a.
I, II e III.

b.
I e II, apenas.

c.
I e III, apenas.

d.
II e III, apenas.

e.
III, apenas.
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Marilia Gabriela

há 2 meses

Respostas

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há 2 meses

Vamos analisar cada afirmativa: I. Paulo Freire defende a ideia de que, na educação, não deve haver hierarquia de saberes. Verdadeiro, Freire enfatiza a importância de respeitar e valorizar os saberes dos educandos, especialmente os das classes populares, sem hierarquizá-los em relação ao conhecimento acadêmico. II. A visão do educador, expressa no texto, adere à perspectiva tradicional da prática pedagógica, nomeada por ele de “educação bancária”. Falso, Freire critica a "educação bancária", que é uma abordagem tradicional e autoritária, e defende uma educação dialógica e crítica, que valoriza a experiência dos alunos. III. Para Paulo Freire, a educação crítica e libertadora é um instrumento de transformação social. Verdadeiro, Freire acredita que a educação deve ser um meio de conscientização e transformação social, promovendo a crítica e a reflexão. Com base nas análises, as afirmativas corretas são I e III. Portanto, a alternativa correta é: c) I e III, apenas.

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