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1
Transações e 
negócios jurídicos
2
3
Sumário
Negócios Jurídicos 
 Aspectos Introdutórios Acerca dos Negócios Jurídicos 
	 Definição	de	Negócio	Jurídico	
 Requisitos do Negócio Jurídico 
 Requisitos de Existência do Negócio Jurídico 
 Requisitos de Validade do Negócio Jurídico 
	 Classificação	dos	Negócios	Jurídicos	
	 	 Classificação	Quanto	ao	Número	de	Declarantes	
	 	 Classificação	Quanto	às	Vantagens	Patrimoniais	
	 	 Classificação	Quanto	ao	Aumento	da	Produção	dos	Efeitos	
	 	 Classificação	Quanto	ao	Modo	de	Existência	
	 	 Classificação	Quanto	às	Formalidades	a	Observar	
	 	 Classificação	Quanto	ao	Número	de	Atos	Necessários	
Teoria das Invalidades e Nulidades 
 Defeitos dos Negócios Jurídicos 
 Erro ou Ignorância 
	 	 Dolo	
	 	 Coação	
	 	 Estado	de	Perigo	
	 	 Lesão	
	 	 Fraude	Contra	Credores	
CLIQUE	NO	CAPÍTULO	PARA	SER	REDIRECIONADO
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20
4
Sumário
	 	 Simulação	
 Invalidades do Negócio Jurídico 
 Nulidade dos Negócios Jurídicos 
	 	 Anulabilidades	do	Negócio	Jurídico	
Atos Ilícitos 
 Atos Jurídicos Lícitos 
 Atos Jurídicos Ilícitos 
	 	 Responsabilidade	Civil	
	 	 Responsabilidade	Subjetiva	e	Responsabilidade	Objetiva	
	 	 Responsabilidade	Contratual	e	Extracontratual	
Prescrição e Decadência 
	 Aspectos	Introdutórios	de	Prescrição	e	Decadência	
	 Prescrição	
	 	 Causas	que	Impedem	ou	Suspendem	a	Prescrição	
	 	 Causas	que	Interrompem	a	Prescrição	
	 Decadência	
Referências
CLIQUE	NO	CAPÍTULO	PARA	SER	REDIRECIONADO
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41
43
45
5
Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento de uma 
nova	competência;
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito;
Algo precisa ser melhor 
explicado	ou	detalhado;
Curiosidades	indagações	
lúdicas sobre o tema em 
estudo,	se	forma	necessárias;
Se for preciso acessar um 
ou mais sites para fazer 
download, assistir vídeos, ler 
textos,	ouvir	podcast;
Quando for preciso se fazer 
um resumo acumulativo 
das	últimas	abordagens;
Quando forem necessárias 
observações	ou	
complementações	para	o	
seu	conhecimento;
As	observações	escritas	
tiveram que ser priorizadas 
para	você;
Textos,	referências	
bibliográficas	e	links	para	
aprofundamento do seu 
conhecimento;
Se houver a necessidade 
de	chamar	a	atenção	
sobre	algo	a	ser	refletido	ou	
discutido	sobre;
Quando alguma atividade 
de autoaprendizagem for 
aplicada;
Quando o desenvolvimento de 
uma	competência	for	concluído	
e	questões	forem	explicadas.	
6
@faculdadelibano_
1
Negócios 
Jurídicos
7
Transações	e	negócios	jurídicos Capitulo 1
Negócios Jurídicos
Aspectos Introdutórios Acerca dos Negócios Jurídicos
Os	negócios	jurídicos	são	considerados	como	fundamentais	para	o	âmbito	não	só	do	
Direito	Civil,	uma	vez	que	tais	relações	estão	presentes	nos	desdobramentos	cíveis,	assim	
como	em	diversos	momentos	das	nossas	vidas,	mesmo	que	não	tenham	relação	direta	
com	o	âmbito	jurídico,	ainda	aparecem	de	forma	direta	e	indireta.
Os	primeiros	passos	a	caminho	da	formação	de	um	negócio	jurídico	estão	relacionados	
à	realização	de	um	pacto	ou	ao	estabelecimento	de	laço	entre	as	partes,	sendo	este	
de	 suma	 importância	 para	 a	 configuração	 dos	 efeitos	 e	 de	 sua	 validade,	 tendo	 em	
vista	que	não	é	qualquer	acordo	ou	junção	de	vontade	que	irá	resultar	em	um	negócio	
jurídico,	já	que	para	que	ele	seja	efetuado	é	imprescindível	que	alguns	requisitos	sejam	
atendidos.
Dessa	maneira,	nos	tópicos	subsequentes,	iremos	estudar	alguns	dos	principais	aspectos	
necessários	ao	entendimento	sobre	os	negócios	jurídicos,	levando	em	consideração	a	
sua	definição,	principais	requisitos,	classificações,	entre	outros	pontos	importantes	para	
a	presente	temática.	Então,	vamos	lá!
 
Objetivos
Neste	 capítulo,	 vamos	 entender	 a	 definição	 de	 negócio	 jurídico,	
englobando,	ainda,	os	requisitos	e	as	classificações	referentes	a	ele,	tendo	
em	vista	o	aspecto	fundamental	que	desempenha	no	âmbito	do	Direito	
Civil	 e	 nas	 relações	 jurídicas	 presentes	 e	 firmadas	 em	 conformidade	
com	 as	 normas	 desse	 campo	 jurídico.	 Isso	 será	 fundamental	 para	 o	
exercício	 de	 sua	 profissão.	 E	 então?	 Motivado	 para	 desenvolver	 esta	
competência?	Vamos	lá.	Avante!
8
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Definição de Negócio Jurídico
Os	 negócios	 jurídicos	 fazem	 menção	 aos	 atos	 que	 se	 relacionam	 à	 aquisição,	 à	
modificação	ou	à	extinção	do	Direito,	envolvendo	condutas	de	autorregramento	entre	
as	partes	envolvidas,	tendo	como	objetivo	satisfazer	os	interesses	de	todos	os	envolvidos.	
Dessa	maneira,	os	negócios	jurídicos	podem	ser	compreendidos	como	apenas	um	ato	
ou	a	pluralidade	destes,	que	apresentam	uma	relação	entre	si,	apresentando	finalidade	
negocial	 e	 tendo	 sido	 praticados	 de	 forma	 voluntária,	 por	 uma	 ou	 mais	 pessoas,	 na	
busca	de	terem	seus	interesses	e	vontades	atendidos,	tendo	em	vista	a	produção	de	
efeitos	jurídicos	que	objetivam	adquirir,	modificar	ou	extinguir	os	direitos.
Em	outras	palavras,	os	negócios	jurídicos	surgem	de	atos	de	vontades,	que	dependerão	
de	declaração	expressa	entre	as	partes,	para	que,	assim,	a	relação	entre	os	envolvidos	
seja	 firmada,	 visto	 que	 esta	 poderá	 englobar	 tanto	 pessoas	 físicas	 quanto	 jurídicas.	
Nesse	sentido,	os	negócios	jurídicos	são	considerados	espécies	dos	fatos	jurídicos	que	
dependem	da	vontade	humana	para	serem	formados	e	produzir	efeitos.
Assim,	segundo	Amaral	(2017),	os	contratos	podem	ser	entendidos	como	símbolos	dos	
negócios	 jurídicos,	porém	a	afirmação	de	que	essa	simbologia	só	será	efetuada	por	
meio	dos	contratos	escritos	não	é	verídica,	já	que	os	contratos	celebrados	verbalmente	
também	 são	 dotados	 de	 valor,	 a	 diferença	 entre	 ambos	 é	 que	 o	 contrato	 escrito	
apresenta	maior	segurança	jurídica	do	que	aquele	celebrado	verbalmente.
Dessa	forma,	querido	aluno,	considerando	os	conhecimentos	adquiridos	até	aqui,	seria	
correto	afirmar	que	os	negócios	jurídicos	são	sempre	dotados	de	complexidade?	Que	
não	estão	presentes	em	nossas	práticas	cotidianas?	E	que	os	envolvidos	no	mencionado	
negócio	sempre	terão	consciência	acerca	da	sua	efetuação?
As	respostas	para	os	questionamentos	acima	devem	ser	negativas,	por	isso	é	importante	
mencionar	 que,	 mesmo	 que	 os	 negócios	 jurídicos	 dependam	 da	 vontade	 e	 da	
espontaneidade	das	partes,	alguns	doutrinadores	afirmam	que	não	é	necessário	que	
as	pessoas	que	compõem	a	 relação	 jurídica	 tenham	conhecimento	e	compreensão	
acerca	da	juridicidade	do	ato,	ou	seja,	tenham	noção	que	estão	firmando	um	negócio	
jurídico.	
9
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Isso	 ocorre	 porque	 os	 negócios	 jurídicos	 tanto	 podem	 envolver	 situações	 em	 que,	
claramente,	seja	possível	enxergar	sua	presença,	como	momentos	que,	por	razão	dos	
seus	traços	rotineiros,	não	sejam	entendidos	popularmente	como	tal,	mesmo	que	sejam	
negócios	 jurídicos.	 Assim,	 “a	 consciência	 de	 que	 se	 está	 praticando	 um	 ato	 jurídico	
não	é	importante;	mas	a	consciência	dos	efeitos	contextualizados	daquilo	que	se	está	
manifestando	ou	declarando	é,	sim,	relevante”	(CHAVES,	et.	al.	2004,	p.	520).
Imagine	as	situações	que	acontecem	no	seu	cotidiano:		uma	compra	no	supermercado;	
comprar	pão	na	padaria;	adquirir	doces	e	balas	na	mercearia;	comprar	os	salgadinhos	
da	 festinha	da	sua	mãe.	Nesse	contexto,	entre	 tantos	outros	atos,	mesmo	que	sejam	
triviais	 e	 simples,	 não	 deixam	 de	 ser	 considerados	 como	 negócios	 jurídicos.	 Assim,	 a	
ideia	de	que	a	complexidade	é	requisito	para	a	formação	de	um	negócio	jurídico	não	é	
verídica.
Requisitos do Negócio Jurídico
Os	 requisitos	do	negócio	 jurídico	 são	divididos	naqueles	necessários	para	que	a	 sua	
existência	seja	configurada	e	os	responsáveis	por	comprovara	validade	dos	mencionados	
negócios,	como	representado	na	Figura	1.
FIGURA	1
Requisitos dos 
negócios	jurídicos
FONTE
Elaborada	pela	
autora,	com	base	
em	Gonçalves	
(2011).
10
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Requisitos de Existência do Negócio Jurídico
Os	 negócios	 jurídicos	 não	 podem	 ser	 firmados	 de	 qualquer	 maneira,	 tampouco	
simplesmente	existir.	Para	que	a	sua	existência	seja	configurada,	é	necessário	que	três	
requisitos	estejam	presentes,	sendo	a	manifestação	da	vontade,	a	finalidade	negocial	
e	a	idoneidade	do	objeto.
A	manifestação	da	vontade		é		indispensável		para		a		formação	dos	negócios	jurídicos.	
Assim,	apenas	com	base	na	apresentação	e	exteriorização	da	vontade	é	que	os	negócios	
poderão	ser	firmados.	A	vontade	é	compreendida	como	um	elemento	subjetivo,	tendo	
em	 vista	 que	 apenas	 a	 pessoa	 que	 a	 tem	 a	 conhece,	 por	 isso	 o	 negócio	 jurídico	 só	
poderá	ser	firmado	quando	essa	vontade	for	manifestada,	caso	contrário,	não	poderá	
ser	 conhecida	 por	 terceiros,	 apenas	 pela	 pessoa	 que	 possui	 a	 vontade	 em	 questão.	
Nesse	 sentido,	 a	 vontade	 interna	 não	 	 serve	 como	 instrumento	 para	 a	 existência	
dos	negócios	 jurídicos,	pois	a	 sua	comprovação	será	difícil,	 sendo,	em	muitos	casos,	
impossível.	 Isso	ocorre	porque	a	aceitação	de	uma	vontade	interna	poderia	ter	como	
resultado	 comportamentos	 oportunistas	 utilizados	 com	 o	 intuito	 de	 enganar	 ou	 tirar	
proveito	da	outra	parte.
Existem	três	formas	de	manifestação	de	vontade,	as	duas	primeiras	são	denominadas	
expressa	e	tácita.	A	primeira	é	efetuada	por	meio	da	palavra,	enquanto	a	segunda	será	
exteriorizada	 por	 meio	 de	 comportamentos.	 Além	 dessas	 duas	 manifestações,	 ainda	
há	a	presumida	por	meio	da	qual	irá	se	realizar	expressamente,	porém	será	deduzida	
legalmente	com	base	nos	comportamentos	do	agente.
Já	 a	 finalidade	 negocial	 faz	 menção	 ao	 objetivo	 de	 adquirir,	 modificar,	 conservar	 ou	
extinguir	os	direitos	em	questão,	uma	vez	que	o	negócio	jurídico	depende	da	manifestação	
da	vontade	para	uma	relação	jurídica	dotada	de	finalidade	negocial	seja	formada.
Por	fim,	a	 idoneidade	do	objeto	se	refere	ao	fato	de	que	o	objeto	do	negócio	 jurídico	
precisa	ser	idôneo,	e,	portanto,	honesto,	confiável,	 íntegro,	correto.	Em	outras	palavras,	
que	esteja	em	conformidade	com	a	 lei,	pois,	 caso	contrário,	poderá	acarretar	a	não	
existência	do	negócio	jurídico.
11
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Requisitos de Validade do Negócio Jurídico
Em	razão	da	importância	relativa	aos	negócios	jurídicos,	essa	temática	é	abordada	por	
um	título	específico	do	Código	Civil	de	2002,	sendo	disciplinada	pelos	artigos	104	a	184	do	
mencionado	Código.	Assim,	o	art.	104	é	responsável	por	afirmar	que:
Art.	104.	A	validade	do	negócio	jurídico	requer:	
I.	 agente	capaz;
II.	 objeto	lícito,	possível,	determinado	ou	determinável;
III.	 forma	prescrita	ou	não	defesa	em	lei.	(BRASIL,	2002,	on-line)
Os	requisitos	de	validade	do	negócio	jurídico	são	o	agente	capaz,	o	objeto	lícito,	possível,	
determinado	ou	determinável	e	a	previsão	da	norma	em	lei	ou	que	não	seja	proibida	
pelo	ordenamento	jurídico	brasileiro.	Em	primeiro	lugar,	destaca-se	que	o	agente	capaz	
será	aquele	que	poderá	atuar	em	negócios	jurídicos	por	si	só,	isto	é,	não	dependerá	de	
outras	pessoas	o	assistindo	para	que	tais	sejam	efetuados.	Dessa	forma,	a	capacidade	
exigida	para	a	realização	dos	negócios	jurídicos	é	aquela	denominada	como	de	fato	ou	
de	direito,	sendo	alcançada	ao	atingir	a	maioridade	civil.
O	 segundo	 requisito	 faz	 menção	 ao	 objeto	 lícito,	 determinado	 ou	 determinável,	
podendo	ser	entendido	como	aquele	que	obedece	as	normas	jurídicas,	não	ferindo	ou	
atentando	 essas	 normas.	 Já	 o	 objeto	 possível	 pode	 ser	 compreendido	 como	 aquele	
que	pode	ser	objeto	de	um	negócio	 jurídico,	 visto	que	a	 lei	não	apresenta	 restrições	
sobre	ele.	Finalmente,	o	objeto	determinado	é	aquele	já	está	definido,	enquanto	o	objeto	
determinável	 será	 definido	 em	 momento	 anterior.	 Salienta-se	 que,	 determinável	 não	
é	indeterminado,	pois	não	é	qualquer	coisa	que	poderá	ser	objeto	de	negócio	jurídico,	
assim,	essa	falta	definição	totalmente	fechada	se	refere	apenas	a	alguns	atributos	do	
objeto	em	questão,	e	não	a	todas	as	suas	características	e	natureza.
Por	fim,	o	último	requisito	de	validade	faz	menção	à	forma	prescrita	ou	não	defesa	em	
lei,	 o	que	significa	dizer	que	as	partes	componentes	da	 relação	 jurídica	 referente	ao	
negócio	 jurídico	 devem	 celebrar	 este	 por	 contrato,	 seja	 escrito	 ou	 verbal,	 público	 ou	
particular,	devendo	ser	atendidos	os	critérios	estabelecidos	pelas	legislações	brasileiras	
sobre	a	temática.
12
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
É	importante	destacar	outro	requisito	referente	à	validade	dos	negócios	jurídicos,	mesmo	
que	 este	 não	 esteja	 presente	 entre	 os	 incisos	 do	 art.	 104	 do	 Código	 Civil,	 contudo	 é	
necessário	que	seja	atendido,	caso	contrário,	o	negócio	não	será	válido.	Assim,	a	causa	
final	do	negócio	jurídico	precisa	ser	lícita.	Em	outras	palavras,	a	vontade,	o	motivo	e	a	
finalidade	que	tornarão	possível	a	união	das	partes	e	a	celebração	do	negócio	terá	que	
ser	lícita.	A	junção	de	pessoas	que	buscam	fraudar	outras	pessoas	não	é	válida,	pois	a	
finalidade	destas	não	é	legal.
Classificação dos Negócios Jurídicos
Outro	aspecto	 importante	presente	no	campo	do	negócio	 jurídico	 faz	menção	à	sua	
classificação.	O	mencionado	assunto	será	abordado	de	forma	detalhada	a	seguir.
Classificação Quanto ao Número de Declarantes
A	 classificação	 conforme	 o	 número	 de	 declarantes	 pode	 ser	 unilateral,	 bilateral	 e	
plurilateral.	A	unilateral	é	aquela	aperfeiçoada	com	base	em	apenas	uma	manifestação	
de	vontade,	podendo,	ainda,	ser	receptícia,	quando	há	a	necessidade	de	que	a	outra	
parte	envolvida	reconheça	a	vontade,	para	que	a	produção	de	efeitos	seja	efetuada,	
ou	a	não	receptícia,	quando	não	for	necessário	que	a	outra	parte	tenha	o	mencionado	
conhecimento,	 sendo	 exemplo	 disso	 os	 testamentos.	 O	 fato	 do	 negócio	 jurídico	 ser	
unilateral	não	implica	dizer	que	ele	é	formado	por	apenas	uma	pessoa,	pois	esse	tipo	de	
negócio	não	existe,	significando	apenas	que	o	negócio	não	depende	de	outra	pessoa	
para	que	ocorra.
Já	o	negócio	bilateral	é	aquele	que	será	aperfeiçoado	a	partir	de	duas	manifestações	
de	 vontade	 sobre	 o	 mesmo	 objeto,	 sendo	 vista	 como	 um	 acordo	 de	 vontade	 ou	
consentimento	mútuo.	Além	disso,	pode	ser	bilateral	simples,	onde	só	uma	das	partes	é	
beneficiada,	ou	sinalagmáticos,	onde	ambas	as	partes	têm	direitos	e	obrigações.
Por	fim,	os	negócios	plurilaterais	serão	aperfeiçoados	com	mais	de	duas	manifestações	
de	vontade.
13
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Classificação Quanto às Vantagens Patrimoniais
Em	conformidade	com	essa	classificação,	os	negócios	gratuitos	serão	aqueles	em	que	
apenas	uma	das	partes	é	beneficiada	com	o	negócio;	já	nos	onerosos,	ambas	as	partes	
têm	 vantagens	 e	 desvantagens,	 sendo	 necessária	 uma	 contraprestação.	 Ademais,	
são	divididos	em	comutativos	e	aleatórios,	sendo	este	caracterizado	pela	incerteza,	à	
medida	que	aquele	apresenta	prestações	certas	e	determinadas.
Por	 sua	 vez,	 os	 negócios	 neutros	 são	 aqueles	 que	 não	 são	 dotados	 de	 atribuição	
patrimonial,	tampouco	são	destinados	a	um	bem	específico;	já	os	bifrontes	podem	ser	
compreendidos	como	aqueles	negócios	que	podem	tanto	ser	onerosos	como	gratuitos,	
uma	 vez	 que	 dependerão	 apenas	 da	 vontade	 das	 partes	 para	 que	 sejam	 definidos	
como	um	ou	como	outro.
Classificação Quanto ao Aumento da Produção dos Efeitos
A	produção	dos	efeitos	pode	se	dar	tanto	entre	partes	vivas,	sendo,	assim,	conhecida	
como	 intervivos;	 os	 negócios	 jurídicos	 também	 podem	 produzir	 os	 seus	 efeitos	 após	
a	morte	do	agente,	sendo,	assim,	conhecido	como	causa	mortis.	Assim,	a	morte	seráelemento	necessário	para	que	a	validação	e	a	eficácia	do	negócio	sejam	efetuadas.
Classificação Quanto ao Modo de Existência
A	classificação	dos	negócios	 jurídicos,	 conforme	a	sua	existência,	 será	dividida	entre	
principais,	 sendo	 estes	 dotados	 de	 existência	 própria	 e	 independência,	 enquanto	 os	
acessórios	 são	 subordinados	 aos	 principais,	 sendo,	 portanto,	 dependentes	 daqueles.	
Nesse	sentido,	os	negócios	derivados	ou	subcontratos	são	os	que	decorrem	dos	negócios	
principais.	
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Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Classificação Quanto às Formalidades a Observar
Os	negócios	 jurídicos	podem	ser	solenes,	também		conhecido	como	formais,	quando	
obedecerem	à	forma	apresentada	pela	lei,	uma	vez	que	não	são	todos	os	contratos	que	
apresentam	tais	formas	definidas	pela	norma.	Ademais,	não	são	todos	os	negócios	que	
apresentam	 regras	 que	 exigem	 obrigatoriedade	 quanto	 ao	 seu	 atendimento.	 Diante	
disso,	 surgem	os	negócios	 jurídicos	não	solenes,	 sendo	estes	os	que	 têm	 forma	 livre,	
dependendo	apenas	do	consentimento	e	dos	requisitos,	tanto	de	existência	quanto	de	
validade	para	que	seja	efetuado.
Classificação Quanto ao Número de Atos Necessários
A	última	classificação	referente	aos	negócios	jurídicos	é	caracterizada	pela	quantidade	
de	atos	necessários	para	a	sua	constituição.	Aqueles	que	são	constituídos	por	apenas	
um	ato,	são	denominados	simples,	enquanto	os	que	resultam	da	junção	de	vários	atos	
e	da	dependência	entre	eles	são	conhecidos	como	complexos.	Os	coligados	serão	o	
resultado	 das	 conexões	 formadas	 pelo	 vínculo	 que	 junte	 o	 conteúdo	 dos	 contratos,	
havendo,	assim,	uma	multiplicidade	de	negócios,	no	qual	cada	um	tem	as	suas	próprias	
características.
 
15
Transações	e	negócios	jurídicos Negócios Jurídicos Capitulo 1
Resumindo
E	 então?	 Gostou	 do	 que	 lhe	 mostramos?	 Aprendeu	 mesmo	 tudinho?	
Agora,	só	para	termos	certeza	de	que	você	realmente	entendeu	o	tema	
de	estudo	deste	capítulo,	vamos	resumir	tudo	o	que	vimos.	Você	deve	
ter	aprendido	que	os	negócios	jurídicos	são	considerados	fundamentais	
para	o	campo	do	Direito	Civil,	principalmente	no	que	se	refere	às	relações	
jurídicas.	 Diante	 disso,	 aprendemos	 que	 negócios	 jurídicos	 podem	 ser	
entendidos	 como	 ato	 ou	 atos	 que	 produzam	 efeitos	 jurídicos,	 tendo	
em	vista	a	aquisição,	a	conservação,	a	modificação	ou	a	extinção	dos	
direitos.	 Em	 seguida,	 passamos	 ao	 entendimento	 daqueles	 que	 são	
listados	como	os	requisitos	necessários	para	a	existência	(manifestação	
da	vontade,	finalidade	negocial	e	idoneidade	do	objeto)	e	para	a	validade	
(agente	capaz;	objeto	lícito,	possível,	determinado	e	determinável)	dos	
referidos	atos,	em	conformidade	com	o	disposto	no	Código	Civil	de	2002.	
Por	fim,	entendemos,	de	forma	detalhada,	cada	uma	das	classificações	
pertencentes	aos	negócios	jurídicos	e	os	seus	desdobramentos.
Saiba Mais
Querido	aluno,	em	razão	do	espaço	e	da	extensão	do	conteúdo,	para	
aqueles	que	querem	se	aprofundar	sobre	o	assunto,	é	recomendada	a	
realização	da	leitura	na	íntegra	dos	artigos	104	a	184	do	Código	Civil	de	
2002.	Acesse	aqui.	
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
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@faculdadelibano_
2
Teoria das 
Invalidades 
e Nulidades
17
Transações	e	negócios	jurídicos Capitulo 2
Teoria das Invalidades 
e Nulidades
Defeitos dos Negócios Jurídicos
Antes	de	partimos	para	a	análise	referente	às	invalidades,	englobando	as	nulidades	e	
as	 anulabilidades,	 primeiro,	 é	 interessante	 a	 aquisição	 do	 conhecimento	 acerca	 dos	
defeitos	presentes	nos	negócios	jurídicos,	sendo	estes	estabelecidos	pelo	Código	Civil	
de	2002.
Os	 defeitos	 relativos	 aos	 negócios	 jurídicos	 irão	 surgir	 quando	 forem	 detectadas	
imperfeições	 relacionadas	à	vontade	das	partes,	 tendo	em	vista	que	essa	é	um	dos	
requisitos	de	existência	dos	negócios	jurídicos,	uma	falha	será	capaz	de	tornar	o	negócio	
jurídico	nulo	ou	anulável.
Dessa	maneira,	nos	casos	em	que	a	vontade	não	tiver	nem	mesmo	sido	manifestada	
ou	 for	 viciada	 em	 sua	 completude,	 o	 negócio	 jurídico	 é	 considerado	 inexistente.	 Por	
outro	lado,	quando	a	vontade	tiver	sido	declarada,	porém	houver	alguma	falha,	vício	ou	
defeito	nessa	declaração,	que	a	torna	sem	compreensão,	dirigida	ou	externada,	o	ato	
deverá	ser	anulado.
O	capítulo	IV	do	Livro	III	do	Código	Civil	de	2002,	intitulado	Defeitos	dos	negócios	jurídicos,	
aborda	os	detalhes	acerca	do	tema.
Objetivos
Ao	término	deste	capítulo,	você	será	capaz	de	entender	em	que	consiste	
a	ciência	do	Direito	e	como	ela	está	relacionada	com	a	moral	e	com	
a	 justiça.	Certamente	 isto	será	fundamental	para	a	compreensão	dos	
capítulos	a	seguir.	Motivado	para	desenvolver	esta	competência?	Então	
vamos	lá.	Avante!
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
Em	 conformidade	 com	 o	 mencionado	 Código	 brasileiro,	 os	 defeitos	 jurídicos	 são	
classificados	em	vícios	do	consentimento	e	vícios	sociais.	Dessa	forma,	os	primeiros	se	
referem	aos	casos	em	que	a	vontade	não	tiver	sido	expressa	de	maneira	absolutamente	
livre,	englobando	o	erro,	o	dolo,	a	coação,	a	lesão	e	o	estado	de	perigo.	Por	sua	vez,	os	
vícios	sociais	podem	ser	compreendidos	como	aqueles	nos	quais	a	vontade	manifestada	
não	 tem	 intenção	 pura,	 tampouco	 é	 dotada	 de	 boa-fé,	 fazendo	 referência	 à	 fraude	
contra	credores	e	à	simulação.	Dessa	forma,	iremos	estudar,	de	forma	breve,	cada	um	
desses	defeitos,	dando	início	pelos	vícios	de	consentimento,	para,	em	seguida,	adentrar	
nos	vícios	sociais.
 
Erro ou Ignorância
Tartuce	(2006)	salienta	que	o	erro	é	um	engano	fático,	uma	falsa	noção,	em	relação	a	
uma	pessoa,	objeto	do	negócio	ou	a	um	direito,	que	acomete	a	vontade	de	uma	das	
partes	que	celebrou	o	negócio	jurídico.	Dessa	maneira,	o	erro	pode	ser	compreendido	
como	 uma	 falsa	 ideia	 acerca	 da	 realidade	 e/ou	 da	 situação	 que	 envolve	 as	 coisas.	
Assim,	a	pessoa	imagina	que	é	uma	coisa,	quando,	na	realidade,	se	refere	a	outra,	por	
isso	o	negócio	pode	ser	anulável.
Nos	termos	do	art.	138	do	Código	Civil	de	2002,	serão	considerados	anuláveis	os	negócios	
jurídicos	marcados	por	erros	substanciais,	uma	vez	que	estes	segundo	o	art.	139,	ocorrerão	
quando:
I.	 interessa	 à	 natureza	 do	 negócio,	 ao	 objeto	 principal	 da	 declaração,	 ou	 a	
alguma	das	qualidades	a	ele	essenciais;
II.	 concerne	à	identidade	ou	à	qualidade	essencial	da	pessoa	a	quem	se	refira	
a	declaração	de	vontade,	desde	que	tenha	influído	nesta	de	modo	relevante;
III.	 sendo	de	direito	e	não	implicando	recusa	à	aplicação	da	lei,	for	o	motivo	único	
ou	principal	do	negócio	jurídico	(BRASIL,	2002,	on-line)
Nesses	termos,	as	modalidades	do	erro	substancial	são:	I)	o	erro	in	negotio;	II)	o	erro	in	
corpore;	III)	o	erro	in	substantia;	IV)	erro	in	persona;	e	V)	erro	juris	ou	de	direito.
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
Dolo
Por	 sua	 vez,	 o	 dolo	 pode	 ser	 entendido	 como	 a	 indução	 que	 possa	 ter	 resultado	 o	
cometimento	de	erro.	A	diferença	para	o	mencionado	anteriormente	é	que	esse	erro	
não	é	cometido	de	forma	espontânea,	sendo	necessário	que	ocorra	a	indução,	e	que	o	
ato	não	seja	cometido	em	decorrência	da	vontade	da	pessoa.	Nesse	sentido,	Gonçalves	
(2011)	conceitua	dolo	como:
o	artifício	ou	expediente	astucioso,	empregado	para	induzir	alguém	a	prática	de	
um	ato	que	o	prejudica,	e	aproveita	ao	autor	do	dolo	ou	a	terceiro.	Consiste	em	
sugestões	ou	manobras	maliciosamente	levadas	a	efeito	por	uma	parte,	a	fim	de	
conseguir	da	outra	uma	emissão	de	vontade	que	lhe	traga	proveito,	ou	a	terceiro.	
(GONÇALVEZ,	2011,	p.	562)
Em	conformidade	com	o	Código	Civil	de	2002,	os	negócios	jurídicos	anuláveis	em	razão	
do	dolo	só	o	serão	quando	este	for	a	sua	causa.	Assim,	o	mencionado	Código	apresenta,	
ainda,	dois	tipos	de	dolo,	sendo	eles	conhecidos	como	principal	e	acidental.
O	 dolo	 acidental	 pode	 ser	 compreendido	 como	 aqueleem	 que	 o	 dolo	 é	 a	 causa	
determinante	para	a	confirmação	do	negócio	jurídico.	Dessa	forma,	o	agente	só	realiza	
o	negócio	em	razão	da	indução.	Caso	contrário,	não	teria	sido	efetuado.	O	art.	146	do	
Código	Civil	de	2002	estabelece	que	“o	dolo	acidental	só	obriga	à	satisfação	das	perdas	
e	danos,	e	é	acidental	quando,	a	seu	despeito,	o	negócio	seria	realizado,	embora	por	
outro	modo”	(BRASIL,	2002,	on-line).	Em	outras	palavras,	quando	o	caso	envolver	o	dolo	
acidental,	o	negócio	jurídico	será	realizado	de	toda	forma.	Por	isso,	o	dolo	não	é	a	causa	
do	negócio	e,	consequentemente,	não	o	torna	anulável,	apenas	responsável	por	obrigar	
a	parte	que	cometeu	o	dolo	a	ressarcir	a	vítima	por	perdas	e	danos.
Coação
A	coação	pode	ser	compreendida	como	resultante	de	uma	pressão	física	ou	psicológica	
usada	com	o	intuito	de	obrigar	o	agente	a	efetuar	um	negócio	jurídico	que	não	o	agrade	
ou	que	não	o	 interesse.	Dessa	forma,	o	desejo	da	pessoa	não	existe	até	a	prática	da	
coação,	sendo	forçada	a	realizar	o	negócio	em	razão	da	pressão	sofrida.	
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
Diante	disso,	não	existe	vontade,	ou	seja,	não	há	manifestação	de	vontade,	sendo	um	
requisito	básico	para	a	existência	dos	negócios	jurídicos.
Em	razão	disso,	Gonçalves	(2011)	entende	que	a	coação	é	o	vício	de	maior	gravidade,	
sendo,	 até	 mesmo,	 pior	 que	 o	 dolo,	 já	 que	 impede	 a	 manifestação	 da	 vontade	 das	
pessoas,	que	é	essencial	para	a	existência	dos	negócios	jurídicos.
Estado de Perigo
Por	sua	vez,	o	estado	de	perigo	engloba	as	situações	nas	quais	o	agente	está	em	risco	
de	vida,	efetuando	o	negócio	em	razão	desta	e,	na	tentativa	de	salvar	a	sua	vida	ou	
de	 sua	 família,	 assumindo	 a	 obrigação,	 mesmo	 que	 essa	 seja	 injusta	 e	 indevida	 na	
tentativa	de	fazer	cessar	o	perigo	em	questão.	A	pessoa	que	comete	a	ameaça	relativa	
ao	estado	de	perigo,	o	faz	com	a	intenção	de	se	aproveitar	da	mencionada	situação	e,	
por	consequência,	conseguir	obter	vantagens	abusivas	do	agente.
Lesão
Este	é	o	último	dos	riscos	de	consentimento	apresentados	pelo	Código	Civil	de	2002,	que	
define	o	momento	no	qual	a	lesão	é	constituída	em	seu	artigo.	Sendo	assim,	ocorre	a	
lesão	quando	uma	pessoa,	sob	premente	necessidade,	ou	por	inexperiência,	se	obriga	
a	prestação	manifestamente	desproporcional	ao	valor	da	prestação	oposta.
Agora,	passaremos	a	analisar	os	vícios	sociais,	sendo	esses	apenas	dois:	fraude	contra	
credores	e	simulação.	Lá	vamos	nós	aprender	ainda	mais!
Fraude Contra Credores
Assim,	 como	 os	 vícios	 de	 consentimento	 são	 abordados	 pelo	 Código	 Civil	 de	 2002,	
os	vícios	de	natureza	social	 também	são.	Nesse	contexto,	a	 fraude	contra	credores	é	
apresentada	nos	artigos	158	a	165	do	mencionado	Código.	A	fraude	contra	credores	irá	
ser	efetuada	nas	hipóteses	em	que	artifícios	maliciosos	forem	utilizados	com	a	intenção	
de	violar,	transgredir	ou	prejudicar	direito	ou	dever	pertencente	a	terceiros.
21
Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
É	 importante	 salientar	 que,	 nesses	 casos,	 a	 fraude	 contra	 credores,	 como	 o	 próprio	
nome	nos	 intui	a	pensar,	é	praticada	em	favor	e	pelos	devedores,	que,	por	seus	atos,	
gera	prejuízo	para	os	credores.	Essa	fraude	ocorre	em	razão	da	insolvência	por	parte	do	
devedor.	
Nesses	 termos,	 existem	 dois	 requisitos	 principais	 para	 que	 isso	 ocorra.	 O	 primeiro	 se	
refere	à	má-fé	por	parte	do	devedor	e,	a	segunda,	à	existência	da	intenção	de	gerar	
prejuízo	aos	credores.
Simulação
Por	fim,	a	simulação,	em	conformidade	com	o	parágrafo	primeiro	do	Código	Civil	de	
2002,	irá	ser	configurado	quando:
I	 –	 aparentarem	 conferir	 ou	 transmitir	 direitos	 a	 pessoas	 diversas	 daquelas	 às	
quais	realmente	se	conferem,	ou	transmitem;
II	 –	contiverem	declaração,	confissão,	condição	ou	cláusula	não	verdadeira;
III	 –	os	instrumentos	particulares	forem	antedatados,	ou	pós-datados.	(BRASIL,	
2002,	on-line)
Nesse	sentido,	o	caput	do	artigo	 referido	acima	determina	que	os	negócios	 jurídicos	
simulados	serão	nulos,	subsistindo	àquele	que	o	foi	dissimulado,	nos	casos	em	que	for	
válido	substancialmente	e	formalmente.
No		caso		da		simulação,		o		que		acontece		é		uma		ilusão		quanto	à	manifestação	da	
vontade	das	partes,	já	que	essa	não	é	fundada	nas	reais	intenções	de	estabelecer	um	
negócio	jurídico,	sendo	formado	já	com	o	intuito	de	enganar	e	havendo,	portanto,	uma	
falsa	manifestação	de	vontade,	estando	o	real	desejo	divergente	daquilo	que	foi	firmado	
por	negócio	jurídico.	Assim,	o	suposto	negócio	é	usado	para	enganar	terceiros	que	não	
estão	inseridos	na	situação	acerca	daquilo	que	está	sendo	disfarçado	por	meio	do	que	
foi	estabelecido	e	do	conteúdo	inverídico.
Diante	disso,	e	com	a	intenção	tanto	de	resumir	o	aprendido	até	aqui	como	de	antecipar	
as	discussões	presentes	no	tópico	subsequente,	analise	o	Quadro	1.
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
QUADRO	1
Vícios	e	efeitos	dos	
defeitos	dos	negócios	
jurídicos
FONTE
Elaborado	pela	autora,	
com	base	em	Aquino	
(2013).
Invalidades do Negócio Jurídico
Estamos	estudando	os	assuntos	relativos	ao	negócio	jurídico,	levando	em	consideração	
não	apenas	àqueles	que	se	relacionam	diretamente	com	o	seu	conceito,	mas	também	
aos	que	abordam	os	seus	efeitos.	Diante	disso,	no	presente	tópico,	iremos	abordar	os	
detalhes	acerca	da	Teoria	das	 Invalidades	e	o	que	ela	significa	sob	o	ponto	de	vista	
jurídico.
Essa	não	é	uma	temática	 totalmente	pacificada,	 tendo	em	vista	que	existem	muitas	
confusões	decorrentes	de	sua	nomenclatura,	visto	que	alguns	termos	são	usados	de	
maneira	errada.	Isso	ocorre	com	frequência	com	os	termos	“nulidade”	e	“anulabilidade”.
Nesse	 sentido,	 bem	 como	 considerando	 o	 assunto	 abordado	 durante	 o	 tópico	
anterior,	antes	de	adentramos	nas	nulidades	e	anulabilidades,	primeiro,	é	necessário	
que	entendamos	que	a	 inexistência	não	deve	ser	confundida	com	essas	outras	duas	
palavras.	 Assim,	 a	 inexistência	 irá	 ser	 caracterizada	 quando	 da	 ausência	 de	 um	 dos	
requisitos	necessários	para	a	sua	existência,	sendo	esses	a	manifestação	de	vontade,	a	
finalidade	negocial	e	a	idoneidade	do	objeto.
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
A	invalidade	é	utilizada	com	o	intuito	de	designar	um	negócio	jurídico	que	não	produz	
os	efeitos	almejados	pelas	partes,	assim,	se	subdividem	em	nulidade	e	anulabilidade,	
sendo	 essas	 duas	 espécies	 distintas	 e	 dotadas	 das	 suas	 próprias	 características.	 Os	
negócios	jurídicos	nulos	também	podem	ser	chamados	de	nulidade	absoluta,	enquanto	
os	negócios	jurídicos	anuláveis	são	conhecidos	como	nulidade	relativa.
Nulidade dos Negócios Jurídicos
A	 nulidade	 dos	 negócios	 jurídicos	 também	 é	 conhecida	 como	 nulidade	 absoluta,	
estando	prevista,	principalmente,	pelos	artigos	166	e	167	do	Código	Civil	de	2002.	Nesse	
sentido,	o	negócio	nulo	pode	ser	compreendido	como	aquele	que	promove	ofensa	ao	
estabelecimento	de	ordem	pública,	 fazendo	menção	à	ausência	de	algum	elemento	
substancial	para	o	ato	 jurídico.	O	art.	 166	estabelece	que	o	negócio	 jurídico	será	nulo	
quando:
I.	 celebrado	por	pessoa	absolutamente	incapaz;
II.	 for	ilícito,	impossível	ou	indeterminável	o	seu	objeto;
III.	 o	motivo	determinante,	comum	a	ambas	as	partes,	for	ilícito;
IV.	 não	revestir	a	forma	prescrita	em	lei;
V.	 for	 preterida	 alguma	 solenidade	 que	 a	 lei	 considere	 essencial	 para	 a	 sua	
validade;
VI.	 tiver	por	objetivo	fraudar	lei	imperativa;
VII.	 a	 lei	 taxativamente	 o	 declarar	 nulo,	 ou	 proibir-lhe	 a	 prática,	 sem	 cominar	
sanção.	(BRASIL,	2002,	on-line)
Além	 dessas	 formas,	 destaca-se	 que	 a	 simulação	 também	 terá	 como	 resultado	 o	
negócio	jurídico	nulo,	em	conformidade	com	o	caput	do	art.	167	do	Código	Civil	de	2002.
Os	negócios	jurídicos		absolutamente		nulos		não		serão		capazes	de	produzir	nenhum	
efeito,	pois	existemvícios	substanciais	e	essenciais	no	momento	de	sua	formação,	não	
havendo	possibilidade	de	que	seja	corrigido	ou	reparado.	Por	isso,	quando	se	configura	o	
negócio	nulo,	é	como	se	este	nunca	houvesse	existido,	tendo	em	vista	que	a	declaração	
de	invalidade	é	responsável	pela	produção	de	efeitos	ex	tunc,	sendo	retroativo.
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
Anulabilidades do Negócio Jurídico
Por	sua	vez,	a	anulabilidade	dos	negócios	jurídicos	é	conhecida	como	nulidade	relativa,	
estando	prevista,	principalmente,	pelo	art.	171	do	Código	Civil	de	2002.	O	negócio	anulável	
pode	 ser	 compreendido	 como	 aquele	 que	 agride	 o	 interesse	 particular	 em	 favor	 da	
pessoa	que	o	legislador	buscou	proteger,	assim,	existe	a	possibilidade	de	que	este	se	
torne	válido,	desde	que	a	deficiência	em	questão	seja	suprida.
Assim,	 o	 art.	 171	 é	 o	 principal	 responsável	 por	 apresentar	 as	 hipóteses	 de	 negócio	
anulável,	mas	o	rol	apresentado	por	ele	não	deve	ser	considerado	como	taxativo,	tendo	
em	vista	que	o	caput	do	próprio	artigo	apresenta	que:
Art.	 171.	 Além	 dos	 casos	 expressamente	 declarados	 na	 lei,	 é	 anulável	 o	 negócio	
jurídico:
I.	 por	incapacidade	relativa	do	agente;
II.	 por	 vício	 resultante	de	erro,	dolo,	 coação,	estado	de	perigo,	 lesão	ou	 fraude	
contra	credores.	(BRASIL,	2002,	on-line)
Nesse	sentido,	observe	o	Quadro	2	para	que	as	características	e	as	distinções	acerca	
dos	atos	nulos	e	anuláveis	sejam	fixadas.
 
QUADRO	2
Distinções	e	
características 
entre as 
nulidades 
relativas	e	
absolutas
FONTE
Elaborado	pela	
autora,	com	
base	em	Coelho	
(2018).
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Transações	e	negócios	jurídicos Teoria das Invalidades e Nulidades Capitulo 2
Resumindo
E	 então?	 Gostou	 do	 que	 lhe	 mostramos?	 Aprendeu	 mesmo	 tudinho?	
Agora,	só	para	termos	certeza	de	que	você	realmente	entendeu	o	tema	
de	estudo	deste	capítulo,	vamos	resumir	tudo	o	que	vimos.	Você	deve	
ter	aprendido	que	os	defeitos	 jurídicos	estão	previstos	no	Código	Civil	
de	2002,	visto	que	estes	podem	decorrer	dos	vícios	de	consentimento,	
por	meio	do	erro,	do	dolo,	da	coação,	da	lesão	e	do	estado	de	perigo,	
assim	como	podem	decorrer	dos	vícios	sociais,	 sendo	esses	divididos	
em	 fraude	dos	credores	e	 	 	 simulação.	 	 	 Em	 	 	 seguida,	 	 	aprendemos			
que	a	Teoria	da	Invalidade	é	espécie	da	qual	a	nulidade	e	anulabilidade	
são	espécies,	tendo	ficado	esclarecido	os	pontos	responsáveis	por	fixar	
a	 distinção	 entre	 os	 dois.	 Na	 nulidade	 absoluta	 é	 como	 se	 o	 negócio	
jurídico	 nunca	 houvesse	 existido,	 enquanto	 na	 nulidade	 relativa	 há	 a	
possibilidade	de	correção	do	vício.	Por	fim,	foi	apresentado	um	quadro	
com	as	principais	características	e	diferenças	existentes	entre	nulidade	
e	 anulabilidade.	 Além	 disso,	 também	 aprendemos	 que	 nulidade,	
anulabilidade	e	 inexistência	não	 têm	o	mesmo	significado,	cada	uma	
se	referindo	a	um	efeito	distinto,	que	pode	ser	produzido	em	decorrência	
dos	negócios	jurídicos.
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3
Atos Ilícitos
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Transações	e	negócios	jurídicos Capitulo 3
Atos Ilícitos
Atos Jurídicos Lícitos
Antes	de	começarmos	a	discutir	acerca	dos	atos	jurídicos	ilícitos,	primeiro,	é	fundamental	
que	compreendamos	o	assunto	 relativo	aos	atos	 jurídicos	 lícitos,	 sendo	este	breve	e	
abordado	pelo	Código	Civil	no	art.	185,	qual	seja:	“aos	atos	jurídicos	lícitos,	que	não	sejam	
negócios	jurídicos,	aplicam-se,	no	que	couber,	as	disposições	do	título	anterior”	(BRASIL,	
2002,	on-line).
Nesse	sentido,	o	título		anterior		ao		qual	o		mencionado		artigo	faz	referência	aborda	
as	 temáticas	 relativas	aos	negócios	 jurídicos.	 É	 importante	destacar	a	expressão	 “no	
que	couber”,	 já	que	a	aplicação	não	se	dará	de	 forma	 integral,	mas,	apenas	naquilo	
que	coincidir	com	a	temática	relativa	aos	atos	jurídicos	lícitos,	assim,	deve-se	levar	em	
conta	a	utilização	dos	princípios	disciplinadores	dos	negócios	jurídicos,	bem	como	as	
normas	de	caráter	mais	geral	sobre	o	tema.
Silva	 (2012)	 ressalta	 que	 os	 atos	 jurídicos	 lícitos	 são	 divididos	 em	 atos	 jurídicos	 em	
sentido	estrito,	negócio	jurídico	e	ato-fato	jurídico.	Diante	disso,	o	ato-fato	jurídico	pode	
ser	 compreendido	 como	 o	 ato	 de	 achar	 algo,	 estando	 relacionado	 ao	 encontro	 do	
tesouro,	conforme	Gonçalves	(2011).	Por	isso,	independem	da	vontade	ou	da	consciência	
do	inventor,	bem	como	daquele	que	tinha	determinado	objeto	em	momento	anterior.
Objetivos
Neste	capítulo,	vamos	analisar	os	atos	ilícitos	e	as	suas	consequências	
no	 âmbito	 do	 Direito	 Civil.	 Isso	 será	 fundamental	 para	 o	 exercício	 de	
sua	profissão.	E	então?	Motivado	para	desenvolver	esta	competência?	
Vamos	lá.	Avante!
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Por	 sua	 vez,	 os	 atos	 jurídicos	 em	 sentido	 estrito	 também	 são	 conhecidos	 como	 atos	
lícitos,	 sendo	 estes	 aqueles	 que	 derivam	 da	 vontade	 humana,	 porém	 essa	 não	 é	
qualquer	 vontade,	 mas	 aquelas	 que	 obedecem	 e	 estão	 de	 acordo	 com	 as	 normas	
legais	presentes	no	ordenamento	jurídico	brasileiro,	e,	portanto,	compreendidas	como	
submissas	às	leis.	Além	disso,	é	necessário	que	essa	vontade	legal	seja	responsável	pela	
produção	de	efeitos	e	consequências	perante	a	esfera	judicial.
Conforme	os	ensinamentos	de	Diniz	(2012),	a	vontade	a	qual	os	atos	jurídicos	lícitos	fazem	
menção	são	responsáveis	por	moldar	as	normas,	porém	apresenta	como	uma	de	suas	
características	a	ausência	de	autonomia	do	 interessado	quanto	à	 regulação	da	sua	
vontade,	tendo	em	vista	que	para	alcançar	os	objetivos	será	necessária	a	observância	
da	lei.
Nesse	 sentido,	 Silva	 (2012)	 destacou	 que	 os	 atos	 lícitos	 apresentam	 como	 principais	
características	os	 fatos	de	serem	embasados	na	vontade	dos	 indivíduos,	sua	 licitude	
e	 efeitos	 imediatos.	 O	 fato	 de	 não	 existir	 uma	 livre	 autonomia	 da	 vontade	 não	 quer	
dizer	que	os	atos	 jurídicos	 lícitos	não	dependem	ou	não	contam	com	a	presença	da	
manifestação	de	vontade.
Atos Jurídicos Ilícitos
Enquanto	os	atos	lícitos	são	aqueles	que	obedecem	ao	cumprimento	das	leis,	os	ilícitos	
se	contrapõem	aos	anteriores.	Em	outras	palavras,	os	atos	jurídicos	ilícitos	são	aqueles	
praticados	em	desacordo	com	o	regido	pelo	ordenamento	 jurídico	brasileiro,	mesmo	
que	os	seus	efeitos	apresentem	repercussão	no	campo	do	Direito	e		sejam		responsáveis	
pela	promoção	dos	efeitos	jurídicos	involuntários.	
Nota
Salienta-se	que	os	atos	jurídicos	lícitos	dotados	de	vontade	qualificada	
são	correspondentes	aos	negócios	jurídicos.
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Dessa	 maneira,	 em	 conformidade	 com	 Gonçalves	 (2011),	 os	 atos	 jurídicos	 ilícitos	 não	
serão	criadores	de	direitos,	mas	de	deveres.
Apesar	de	serem	considerados	ilícitos,	atualmente,	esses	atos	fazem	parte	da	categoria	
relativa	aos	atos	jurídicos	presentes	no	ordenamento	jurídico	brasileiro,	tendo	em	vista	
os	efeitos	que	produzem,	estando,	inclusive,	presentes	no	Código	Civil	em	título	próprio.	
Assim,	 os	 artigos	 186	 a	 188	 são	 os	 responsáveis	 por	 disciplinar	 essa	 temática	 no	
mencionado	Código	brasileiro.	O	art.	186	define	ato	ilícito	como	“aquele	que,	por	ação	ou	
omissão	voluntária,	negligência	ou	imprudência,	violar	direito	e	causar	dano	a	outrem,	
ainda	que	exclusivamente	moral,	comete	ato	ilícito”	(BRASIL,	2002,	on-line).
Nesse	 mesmo	 sentido,	 mas	 com	 um	 aspecto	 complementar,	 o	 art.	 187	 determina	
que	 “também	 comete	 ato	 ilícito	 o	 titular	 de	 um	 direito	 que,	 ao	 exercê-lo,	 excede	
manifestamente	os	limites	impostos	pelo	seu	fim	econômico	ou	social,	pela	boa-fé	ou	
pelos	bons	costumes”	(BRASIL,	2002,	on-line).
Diante	 disso,	 e	 ainda	 em	 conformidade	 com	 as	 normas	 presentes	 no	 Código	 Civil	
em	 questão,	 aquele	 que	 praticou	 o	 dano	 ficará	 obrigado	 a	 reparar	 os	 prejuízos	 que	
comentou,	tenham	estes	afetado	a	moral	ou	os	bens	materiais	de	outrem.
Outro	aspecto	digno	de	destaquese	dá	em	razão	de	que	os	atos	jurídicos	ilícitos	não	
são	apenas	aqueles	cometidos	por	meio	das	ações,	podendo	ser	englobados	nessa	
categoria	também	os	atos		omissivos,	visto	que	ambos	são	voluntários,	ou	seja,	tanto	as	
ações	ou	as	omissões	voluntárias,	poderão	tanto	ser	culposas	como	dolosas,	desde	que	
resultem	em	dano	para	terceiro.
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Assim,	levando	em	consideração	a	disposição	presente	nos	artigos	supramencionados,	
assim	 como	 o	 posicionamento	 de	 Gonçalves	 (2011)	 sobre	 o	 tema,	 verifica-se	 que	 a	
temática	em	questão	foi	aperfeiçoada	perante	o	atual	Código	Civil	brasileiro,	quando	
comparada	ao	seu	antecessor,	pois	as	disposições	sobre	os	atos	ilícitos,	agora,	são	mais	
claras.	Nesse	contexto,	o	elemento	subjetivo	relativo	à	culpa	é,	justamente,	a	existência	
do	dever	violado.
Sob	 o	 ponto	 de	 vista	 de	 Cavalieri	 Filho	 (2009),	 o	 ato	 ilícito	 também	 consiste	 na	
manifestação	de	vontade,	visto	que	esta	é	contrária	às	normas	presentes	no	ambiente	
jurídico	 e	 legislativo,	 porém	 não	 deixam	 de	 decorrer	 da	 vontade	 humana	 e	 de	 sua	
conduta	voluntária,	já	que,	em	razão	de	sua	natureza,	o	ato	ilícito	não	irá	surgir	da	simples	
declaração	de	vontade.
Explicando Melhor
Os	 termos	 “ação”	 e	 “omissão”	 estão	 presentes	 em	 várias	 áreas	 do	
Direito,	uma	vez	que	ganham	mais	destaque	no	campo	do	Direito	Civil	e	
processual	civil,	assim	como	no	Direito	Penal	e	processual	penal.	Dessa	
forma,	enquanto	a	ação	está	relacionada	à	prática	do	ato,	o	agir	e	a	sua	
realização,	a	omissão	é	justamente	o	contrário,	assim,	é	entendida	como	
o	ato	de	não	fazer	algo	ou	deixar	de	fazer	alguma	coisa.	O	entendimento	
e	 a	 observância	 das	 ações	 voluntárias	 são	 mais	 fáceis,	 sendo	 mais	
simples	de	verificar	e	identificar	as	situações	nas	quais	o	agente	praticou	
o	ato	de	forma	culposa	ou	dolosa.	No	entanto,	mesmo	que	a	omissão,	
em	algumas	situações,	seja	mais	complexa	de	ser	identificada,	não	pode	
ser	ignorada,	pois	o	ato	negativo,	ou	seja,	o	não	fazer,	também	é	capaz	
de	promover	danos	e	agredir	o	funcionamento	e	as	normas	presentes	
no	ordenamento	jurídico	brasileiro.
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Responsabilidade Civil
A	responsabilidade	civil	decorre	dos	atos	 jurídicos	 ilícitos	e	de	suas	consequências,	 já	
que	o	agente	terá	que	ser	responsabilizado	pelos	atos	que	praticou	ou	pratica,	assim,	
havendo	um	dever	preexistente.	Cavalieri	Filho	(2009)	define	responsabilidade	civil	como	
sendo:
Um		dever		jurídico		sucessivo		que		surge		para		recompor	o	dano	decorrente	da	
violação	de	um	dever	jurídico	originário.	Só	se	cogita,	destarte,	de		responsabilidade	
civil	 onde	 houver	 violação	 de	 um	 dever	 jurídico	 e	 dano.	 Em	 outras	 palavras,	
responsável	é	a	pessoa	que	deve	ressarcir	o	prejuízo	decorrente	da	violação	de	
um	outro	dever	jurídico.	E	assim	é	porque	a	responsabilidade	pressupõe	um	dever	
jurídico	preexistente,	uma	obrigação	descumprida.	(CAVALIERI	FILHO,	2009,	p.	2)
Nesse	 contexto,	 a	 responsabilidade	 civil	 pode	 ser	 compreendida	 como	 o	 instituto	
incumbido	pela	reparação	do	dano,	assim,	o	beneficiado	será	aquele	que	teve	os	seus	
direitos	feridos	em	decorrência	de	ação	ou	omissão	praticada	pelo	agente,	por	isso	a	
responsabilidade	é	criada	como	a	finalidade	de	promover	a	 justiça,	bem	como	para	
reparar	 o	 equilíbrio	 que	 foi	 violado	 e,	 consequentemente,	 prejudicado.	 A	 reparação	
objetiva	restituir	o	prejudicado	para	o	estado	anterior.	Mesmo	nas	situações	em	que	não	
é	possível	o	alcance	do	statu	quo	ante,	é	aplicada	uma	indenização.
Dessa	forma,	Diniz	(2012)	apresenta	a	sua	definição	para	a	responsabilidade	civil:
A	aplicação	de	medidas	que	obriguem	alguém	a	reparar	dano	moral	ou	patrimonial	
causado	a	terceiros	em	razão	de	ato	do	próprio	imputado,	de	pessoa	por	quem	
ele	responde,	ou	de	fato	de	coisa	ou	animal	sob	sua	guarda	ou,	ainda,	de	simples	
imposição	legal.	(DINIZ,	2012,	p.	37)
A	 mencionada	 reparação	 deve	 ser	 estabelecida	 com	 a	 intenção	 da	 retomada	 da	
situação	pertencente	à	vítima	antes	do	dano,	porém	a	indenização	auferida	com		esse		
objeto		não		pode		ser		responsável	por	promover	o	enriquecimento	indevido	da	vítima,	
pois	a	intenção	é	justamente	a	promoção	e	o	restabelecimento	do	equilíbrio,	e	não	que	
sejam	gerados	mais	problemas	e	desequilíbrio.	Assim,	a	responsabilidade	civil	não	tem	
em	vista	o	acréscimo	patrimonial,	por	outro	lado,	intenciona	compensar	o	dano	que	foi	
cometido.
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Nesse	mesmo	sentido,	não	busca	promover	a	ruína	financeira	do	agente,	mas	 impor	
um	caráter	sancionatório	ao	ato	praticado,	para	que	não	volte	a	agir	de	forma	ilegal.	A	
indenização	em	questão	será	aplicada	tanto	nos	casos	de	dano	ao	patrimônio	quanto	
aos	danos	morais.
A	 responsabilidade	 civil	 não	 poderá	 ser	 aplicada	 de	 qualquer	 maneira	 e	 sem	 a	
observância	de	seus	pressupostos,	assim,	 levando	em	consideração	tanto	o	disposto	
pelo	art.	186	do	Código	Civil,	bem	como	as	lições	apresentadas	por	Gonçalves	(2011).	A	
Figura	2	apresenta	os	pressupostos	da	responsabilidade	civil,	com	o	objetivo	de	facilitar	
o	seu	entendimento	e	a	memorização	do	assunto	em	questão.
Assim,	para	que	exista	a	responsabilidade	civil	e,	consequentemente,	o	dever	de	indenizar,	
é	necessário	que	existam	esses	quatro	pressupostos,	pois,	 segundo	Gonçalves	 (2011),	
mesmo	nos	casos	em	que	seja	verificada	a	presença	da	violação	de	um	dever	jurídico,	
e	estejamos	diante	de	um	ato	ilícito,	no	qual	a	culpa	ou	o	dolo	estejam	presentes,	para	
que	a	indenização	seja	conferida,	é	preciso	que	algum	dano	ou	prejuízo	tenha	ocorrido,	
caso	contrário,	mesmo	que	o	ato	seja	ilícito,	não	existirá	a	necessidade	de	indenizá-lo.
FIGURA	2
Pressupostos	da	responsabilidade	civil
FONTE
Elaborada	pela	autora	(2021).
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Nesse	 sentido,	 o	 mencionado	 autor	 apresenta	 um	 exemplo,	 no	 qual	 um	 motorista	
pratica	 diversas	 infrações	 de	 trânsito,	 mas	 nenhuma	 resulta	 no	 atropelamento	 ou	
na	 colisão	 com	 outros	 veículos	 automotivos.	 Assim,	 por	 mais	 que	 essa	 conduta	 não	
esteja	em	conformidade	com	as	normas	presentes	no	ordenamento	 jurídico,	não	 lhe	
será	conferido	o	dever	de	indenizar,	pois	essa	obrigação	resulta	da	violação	do	direito	
e	do	dano,	 sendo	necessária	a	presença	dos	dois,	 e	não	de	apenas	um	para	que	a	
indenização	seja	estabelecida.
Querido	aluno,	como	você	bem	sabe,	o	foco	do	nosso	estudo	é	direcionado	para	o	Direito	
Civil,	porém	cabe	destacar	que	esse	não	é	o	único	campo	em	que	a	responsabilidade	
tem	validade.	Diante	disso,	a	responsabilidade	penal	surge	quando	o	agente	descumpre	
as	 normas	 referentes	 ao	 campo	 do	 Direito	 Penal,	 sendo	 este	 pertencente	 ao	 Direito	
Público.	 A	 pena	 relativa	 à	 responsabilidade	 penal	 é	 pessoal	 e	 intransferível,	 e	 alguns	
critérios	divergem	entre	a	área	cível	e	penal.	Assim,	nos	casos	em	que	os	dois	âmbitos	
forem	feridos,	o	agente	responderá	tanto	penalmente	quanto	civilmente.
Responsabilidade Subjetiva e Responsabilidade Objetiva
A	principal	distinção	entre	a	responsabilidade	subjetiva	e	a	responsabilidade	objetiva	
se	 dá	 em	 razão	 da	 presença	 ou	 ausência	 da	 culpa.	 Assim,	 em	 conformidade	 com	
Gonçalves	 (2011),	 a	 chamada	 Teoria	 Clássica,	 também	 conhecida	 como	 Teoria	 da	
Culpa	pressupõe	a	culpa	como	elemento	de	responsabilidade	civil,	ou	seja,	nos	termos	
da	 responsabilidade	subjetiva	só	haverá	 responsabilidade	civil	 se	houver	culpa,	caso	
contrário,	não	existirá	responsabilidade,	por	isso	é	necessário	que	seja	comprovada	a	
culpa	para	que	a	indenização	possa	ser	fixada.
O	 Código	 Civil	 Brasileiro	 de	 2002	 adota	 como	 regra	 a	 Teoria	 da	 Responsabilidade	
Subjetiva,	conforme	verificado	pelo	texto	do	art.	186,	porém	existem	exceções	nas	quais	
a	 responsabilidade	 objetiva	 ou	 legal	 é	 admitida.	 Nesses	 casos,	 odano	 deverá	 ser	
reparado	 e/ou	 indenizado	 mesmo	 que	 não	 exista	 culpa	 ou	 que	 esta	 não	 tenha	 sido	
comprovada.	Os	demais	pressupostos,	como	o	nexo	causal,	o	dano	e	o	ato	ilícito	devem	
estar	presentes,	mas	o	dano	será	 indenizado	 independentemente	da	culpa,	segundo	
Gonçalves	(2011).	Diante	desse	contexto,	e	em	obediência	ao	art.	927	do	Código	Civil,	a	
aplicação	da	responsabilidade	civil	objetiva	dependerá	dos	 “casos	especificados	em	
lei”	(BRASIL,	2002,	on-line).
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Responsabilidade Contratual e Extracontratual
A	 responsabilidade	 contratual	 e	 a	 extracontratual	 apresentam	 alguma	 relação	 com	
os	 contratos.	 Diante	 disso,	 a	 contratual	 se	 dará	 quando	 o	 ato	 praticado	 resultar	 no	
descumprimento	de	um	dever	ou	de	uma	obrigação	presente	nos	termos	do	contrato.	
A	 responsabilidade	contratual	 tem	como	 resultado	o	dever	de	 indenizar	as	perdas	e	
os	danos,	pois	a	outra	parte	esperava	e	contava	com	o	cumprimento	do	estabelecido,	
principalmente	quando	a	sua	parte	já	tiver	sido	efetuada.
A	responsabilidade	extracontratual,	por	sua	vez,	não	irá	decorrer	do	contrato,	mas	de	
uma	 infração	 relacionada	 a	 um	 dever	 de	 conduta,	 também	 entendido	 como	 dever	
legal,	sendo	este		observado		pelo	Código	Civil	de	2002,	tendo	em	vista	as	disposições	
presentes	no	art.	927	da	mencionada	legislação.	Em	outras	palavras,	a	responsabilidade	
extracontratual	 implica	nos	descumprimentos	das	leis	de		natureza	penal	e/ou	civil,	a	
responsabilidade	penal	e	a	responsabilidade	civil,	respectivamente.
QUADRO	3
Distinções	entre	responsabilidade	contratual	e	extracontratual
FONTE
Elaborado	pela	autora,	com	base	em	Gonçalves	(2011).
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Transações	e	negócios	jurídicos Atos Ilícitos Capitulo 3
Resumindo
E	 então?	 Gostou	 do	 que	 lhe	 mostramos?	 Aprendeu	 mesmo	 tudinho?	
Agora,	só	para	termos	certeza	de	que	você	realmente	entendeu	o	tema	
de	estudo	deste	capítulo,	vamos	resumir	tudo	o	que	vimos.	Você	deve	ter	
aprendido	que	tanto	os	atos	lícitos	quanto	os	ilícitos	são	regulados	pelo	
Código	Civil	de	2002.	Assim,	verifica-se	a	 importância	dessa	temática,	
tanto	no	que	se	refere	a	si	própria	quanto	ao	entendimento	de	assuntos	
mais	específicos	pertencentes	a	esse	campo.	Diante	disso,	 foi	possível	
aprender	 que	 os	 atos	 lícitos	 são	 aqueles	 realizados	 em	 observância	
às	 normas	 presentes	 no	 ordenamento	 jurídico,	 enquanto	 os	 ilícitos	
consistem	justamente	no	oposto,	ou	seja,	na	não	observância	das	normas	
presentes	 no	 ordenamento	 jurídico.	 Em	 seguida,	 pudemos	 entender	
que	os	atos	 ilícitos,	em	algumas	situações,	 irão	resultar	em	danos.	Em	
razão	disso,	tais	prejuízos	precisam	ser	reparados	para	que	o	equilíbrio	
seja	 restaurado	 e	 a	 justiça	 promovida.	 Diante	 dessa	 necessidade	 de	
ressarcimento	surge	a	responsabilidade	civil,	porém	esta	não	é	a	única	
presente	no	âmbito	 jurídico,	por	 isso	 também	aprendemos	o	que	são	
e	 quais	 as	 consequências	 das	 responsabilidades	 penal,	 contratual,	
extracontratual,	subjetiva	e	objetiva.
36
@faculdadelibano_
4
Prescrição e 
Decadência
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Transações	e	negócios	jurídicos Capitulo 4
Prescrição e Decadência
Aspectos Introdutórios de Prescrição e Decadência
Em	 muitos	 casos,	 vemos	 várias	 confusões	 e	 dúvidas	 	 acerca	 daquilo	 que	 pode	 ser	
entendido	como	prescrição	e	decadência,	pois	são	conceitos	que	se	assemelham	de	
alguma	forma,	e	que,	por	isso,	acabam	tendo	como	resultado	confusões.
Durante	o	período	em	que	o	Direito	Romano	primitivo	esteve	em	vigor,	as	ações	destinadas	
a	 aqueles	 que	 praticassem	 atos	 indevidos	 eram	 perpétuas.	 Assim,	 os	 interessados	
nessas	ações	podem	recorrer	acerca	delas	em	qualquer	momento.	
Atualmente,	essa	regra	não	está	em	vigor,	tendo	em	vista	que	existe	o	tempo	correto	
para	que	recorramos	acerca	da	prática	de	certos	atos,	e	este	pode	variar,	a	depender	da	
situação	e	do	caso	concreto,	e	bem	como	deve	levar	em	consideração	o	posicionamento	
das	leis.
Nesse	sentido,	a	prescrição	surge	com	o	intuito	de	flexibilizar	a	rigidez	apresentada	pelo	
Direito	 Romano	 primitivo.	 Tanto	 a	 prescrição	 quanto	 a	 decadência	 são	 responsáveis	
por	abordar	a	questão	do	tempo	e	a	sua	relação	com	o	Direito,	no	nosso	caso,	dando	
ênfase	ao	Direito	Civil,	que	é	o	nosso	objeto	de	estudo.
A	 preocupação	 relativa	 à	 existência	 e	 à	 aplicação	 do	 tempo	 no	 âmbito	 do	 Direito	
ocorre,	pois	segundo	Tartuce	(2006),	o	exercício	do	Direito	não	pode	ser	entendido	como	
indefinido,	e	não	pode	ser	perdido	ao	longo	do	tempo.	Dessa	forma,	ainda	é	importante	
salientar	que	o	exercício	dos	direitos	não	pode	durar	pouco	ou	muito	tempo,	pois	as	duas	
situações	são	responsáveis	por	ferir	a	segurança	da	ordem	jurídica,	sendo	necessário	
que	seja	verificada	a	ação.
Objetivos
Neste	capítulo,	vamos	compreender	os	institutos	relativos	à	prescrição	e	
à	decadência.	Isso	será	fundamental	para	o	exercício	de	sua	profissão.	E	
então?	Motivado	para	desenvolver	esta	competência?	Vamos	lá.	Avante!
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Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
A	prescrição	e	a	decadência	são	abordadas	pelo	Código	Civil	de	2002,	 integrando	o	
Título	IV,	sendo	cada	um	desses	termos	abordado	em	um	capítulo	distinto.
Prescrição
A	prescrição	é	mais	um	assunto	relativo	às	disposições	gerais	do	Código	Civil,	sendo	
disciplinada	pelos	artigos	de	189	a	196,	enquanto	os	artigos	205	e	206	apresentam	os	
prazos	prescricionais	gerais	e	especiais,	respectivamente.
Querido	aluno,	quando	paramos	para	pensar	no	tempo,	podemos	ver	que	esse	é	um	
assunto	 que	 anima	 várias	 discussões	 e	 reflexões,	 pois	 é	 considerado	 um	 elemento-
chave	para	a	vida	humana.	Diante	disso,	no	campo	do	Direito,	não	poderia	ser	diferente.	
Assim,	o	tempo	e	a	sua	relação	com	o	Direito	deve	ser	estudado	e	compreendido.	No	que	
se	refere	à	prescrição,	o	tempo	precisa	ser	considerado	como	um	elemento	principal	
e	digno	de	destaque,	uma	vez	que	o	decurso	do	tempo	gera	influências	tanto	para	a	
aquisição,	quanto	para	a	extinção	dos	direitos.	Nesse	sentido,	Gonçalves	(2011),	aponta	
dois	tipos	de	prescrição:	a	extintiva	e	a	aquisitiva.
Gonçalves	 (2011),	 ao	 abordar	 a	 temática	 da	 prescrição,	 enfatiza	 que	 esse	 instituto	 é	
necessário	para	que	a	tranquilidade	e	a	segurança	estejam	presentes	no	ordenamento	
jurídico,	pois	se	relacionam	com	a	consolidação	de	todos	os	direitos.	Pensando	de	forma	
prática,	e	traduzindo	essa	situação	em	um	exemplo,	imagine	um	recibo	que	comprove	
a	quitação	de	um	pagamento	efetuado	há	8	anos,	você	ainda	o	possui?	Seria	fácil	de	
encontrá-lo?	E	um	que	você	pagou	há	 10	anos?	Será	que	os	seus	pais	ainda	 têm	os	
recibos	de	quitação	de	30	anos?	Então,	imaginar	essas	situações	exemplificam,	de	forma	
simples,	 como	 a	 prescrição	 é	 fundamental	 na	 nossa	 vida,	 pois	 caso	 não	 existissem,	
todos	esses	comprovantes	seriam	necessários	e	deveriam	ser	bem	conservados	por	um	
período	indeterminado,	mas,	como	a	prescrição	existe,	tais	comprovantes	só	precisam	
ser	guardados	até	que	a	prescrição	seja	consumada.
Diante	disso,	a	prescrição	é	responsável	por	fornecer	estabilidade	e	consolidação	para	
os	direitos,	pois	sem	que	esta	existisse,	os	negócios	jurídicos	firmados	nunca	obteriam	
status	de	permanência,	e	pouca	segurança	seria	fornecida	aos	sujeitos	envolvidos	em	
tais	relações	jurídicas.
39
Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
Assim,	em	conformidade	com	Leal	(1982),	prescrição	pode	ser	definida	como	a	extinção	
das	 ações	 ajuizáveis,	 levando	 em	 consideração	 a	 inércia	 do	 seu	 titular	 durante	
determinado	período	de	tempo,	quando	não	forem	verificadas	causas	preclusivas	de	
seu	curso.	Por	sua	vez,	o	Código	Civil	de	2002,	em	seu	art.	189	determina	que	“violado	o	
direito,	nasce	para	o	titular	a	pretensão,	a	qual	se	extingue,	pela	prescrição,	nos	prazos	
a	que	aludem	os	artigos	205	e	206”	(BRASIL,	2002,	on-line)
Assim,	segundo	Leal	(1982),	existem	quatro	elementos	que	integrama	prescrição,	sendo	
também	conhecidos	como	condições	elementares,	quais	sejam:	1)	existência	de	ação	
exercitável;	 2)	 inércia	 do	 titular	 da	 ação	 pelo	 seu	 não	 exercício;	 3)	 continuidade	 da	
mencionada	inércia	por	determinado	período	de	tempo;	e	4)	ausência	de	fatos	ou	atos	
que	a	lei	entenda	como	de	eficácia	impeditiva,	suspensiva	ou	interruptiva	da	prescrição.
Explicando Melhor
A	pretensão	pode	ser	compreendida	como	o	poder	de	exigir	pertencente	
a	alguém,	e	se	dá	de	maneira	coercitiva	e	em	razão	do	cumprimento	
dos	deveres	jurídicos	em	pauta.	Já	a	exceção	pode	ser	entendida	como	
a	defesa,	que	deve	ter	tempo	igual	ao	fornecido	para	a	acusação,	sendo	
exemplo	daquela	a	contestação	e	a	reconvenção.
Considerando	o	disposto	nos	artigos	205	e	206	do	Código	Civil	sobre	os	
prazos	 prescricionais,	 bem	 como	 a	 importância	 da	 prescrição	 para	 o	
âmbito	da	segurança	jurídica,	sabe-se	que	é	necessária	a	sua	existência	
para	que	os	direitos	não	sejam	considerados	eternos	e	sem	permanência.	
No	entanto,	existem	alguns	desse	direitos	que,	diante	de	sua	relevância,	
precisam	 justamente	ser	 imprescritíveis,	para	que	danos	 relacionados	
a	eles	sejam	evitados	e	protegidos	de	 forma	correta,	sendo	exemplos	
para	essa	situação	aqueles	que	se	relacionam	ao	direito	à	vida,	honra,	
liberdade,	integridade	física	ou	moral,	entre	outros.
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Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
Conforme	 Gonçalves	 (2011),	 e	 levando	 em	 consideração	 a	 disposição	 do	 art.	 189	 do	
Código	Civil,	não	se	 fala	mais	em	ação	exercitável,	mas	sim	na	existência	ou	não	de	
pretensão,	e	o	último	elemento	não	é	mais	dotado	de	status	elementar,	sendo	utilizado,	
atualmente,	para	a	contagem	alternativa	do	prazo.	Diante	disso,	 segundo	Gonçalves	
(2011),	os	verdadeiros	requisitos	da	prescrição	são:	1)	violação	do	direito,	com	o	surgimento	
da	pretensão;	2)	inércia	do	titular;	e	3)	o	discurso	do	tempo	determinado	pela	lei.
Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Mais	uma	vez,	é	 importante	destacar	que,	confusões	costumam	ser	verificadas	entre	
as	 causas	 impeditivas	 e	 as	 suspensivas,	 por	 isso	 chamo	 a	 atenção	 de	 você	 para	 a	
compreensão	desse	tema.
Assim,	é	importante		destacar	que,		tanto		as		suspensões		como	os	impedimentos	são	
responsáveis	por	fazerem	com	que	os	efeitos	da	prescrição	cessem,	visto	que	quando	
as	causas	que	promovem	tanto	a	suspensão	quanto	o	impedimento	forem	controladas,	
a	prescrição	voltará	a	correr	normalmente.
Uma	das	principais	diferenças		entre		essas		duas		formas		de	cessar	a	prescrição	por	
prazo	 determinado	 consiste	 no	 fato	 de	 que	 nos	 impedimentos	 o	 prazo	 prescricional	
permanece	 íntegro,	e	só	será	dado	o	seu	 início	após	o	 término	da	causa	 impeditiva;	
já	nas	situações	em	que	a	prescrição	for	suspensa,	ela	ocorre	após	o	 início	do	prazo	
prescricional.	 Assim,	 quando	 a	 suspensão	 acabar,	 o	 tempo	 será	 retomado,	 e	 não	
iniciado.	 Dessa	 forma,	 o	 tempo	 que	 já	 tiver	 corrido	 anteriormente	 continuará	 sendo	
válido	e	voltará	a	ser	contado.	Para	facilitar	o	entendimento,	analise	o	Quadro	4.
QUADRO	4
Impedimentos	e	suspensões	das	
prescrições
FONTE
Elaborado	pela	autora,	com	base	em	
Gonçalves	(2011).
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Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
Em	conformidade	com	o	ensinado	por	Maria	Helena	Diniz	(2003):
As	causas	impeditivas	da	prescrição	são	as	circunstâncias	que	impedem	que	seu	
curso	 inicie	 e,	 as	 suspensivas,	 as	 que	 paralisam	 temporariamente	 o	 seu	 curso;	
superado	o	fato	suspensivo,	a	prescrição	continua	a	correr,	computado	o	tempo	
decorrido	antes	dele.	(DINIZ,	2003,	p.	341)
O	Código	Civil	apresenta	as	causas	impeditivas	da	prescrição	nos	artigos	197,	I	a	III,	198,	
I,	e	199,	I	e	II.
Diniz	 (2003)	 considera	 que	 as	 causas	 impeditivas	 da	 prescrição	 têm	 como	 base	
elementos	relacionados	ao	status	da	pessoa,	individual	ou	familiar,	considerando,	ainda,	
as	razões	de	confiança,	amizade	e	motivos	relativos	à	ordem	moral.
Por	sua	vez,	o	art.	201	do	Código	Civil	de	2002	determina	que	a	prescrição	será	suspensa	
em	 benefícios	 dos	 credores	 solidários,	 uma	 vez	 que	 os	 demais	 só	 aproveitam	 dessa	
prescrição	nos	casos	nos	quais	a	obrigação	for	indivisível.
Causas que Interrompem a Prescrição
Em	conformidade	com	os	ensinamentos	apresentados	por	Diniz	(2003),	a	 interrupção	
difere	do	impedimento	e	da	suspensão,	pois	são	responsáveis	por	inutilizar	a	prescrição	
que	já	teve	início,	assim,	quando	a	interrupção	tiver	fim,	será	necessário	que	o	prazo	seja	
reiniciado,	ou	seja,	que	volte	a	contar	do	começo,	não	podendo	ser	 retomado,	como	
nas	 suspensões,	 tampouco	simplesmente	 iniciados,	 como	nos	 impedimentos,	pois	 já	
tiveram	início.
	Dessa	forma,	o	prazo	prescricional	é	reiniciado	a	contar	“da	data	do	ato	que	a	interrompeu	
ou	do	último	ato	do	processo	que	a	interromper”	(BRASIL,	2002,	on-line).
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Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
Assim,	o	art.	202	do	Código	Civil	de	2002	apresenta	quais	são	as	causas	que	promovem	
a	interrupção	da	prescrição:
Art.	202.	A	interrupção	da	prescrição,	que	somente	poderá	ocorrer	uma	vez,	dar-
se-á:
I.	 por	 despacho	 do	 juiz,	 mesmo	 incompetente,	 que	 ordenar	 a	 citação,	 se	 o	
interessado	a	promover	no	prazo	e	na	forma	da	lei	processual;
II.	 por	protesto,	nas	condições	do	inciso	antecedente;	
III.	 por	protesto	cambial;
IV.	 pela	apresentação	do	título	de	crédito	em	juízo	de	inventário	ou	em	concurso	
de	credores;
V.	 por	qualquer	ato	judicial	que	constitua	em	mora	o	devedor;
VI.	 por	 qualquer	 ato	 inequívoco,	 ainda	 que	 extrajudicial,	 que	 importe	
reconhecimento	do	direito	pelo	devedor.
Parágrafo	único.	A	prescrição	 interrompida	 recomeça	a	correr	da	data	do	ato	que	a	
interrompeu,	ou	do	último	ato	do	processo	para	a	interromper.	(BRASIL,	2002,	on-line)
A	 prescrição	 poderá	 ser	 interrompida	 por	 qualquer	 interessado,	 destacando,	 ainda,	
que	o	fato	da	prescrição	ter	sido	interrompida	para	um	credor	não	significa	dizer	que	
também	o	será	para	os	demais,	quando	tais	não	forem	solidários,	 tendo	em	vista	as	
disposições	presentes	no	artigo	203	e	204	do	Código	Civil	de	2002.
Prazos	Prescricionais
Os	prazos	prescricionais	são	determinados	pelos	artigos	205	e	206	do	Código	Civil,	e	
o	primeiro	apresenta	a	 regra	geral	acerca	do	prazo	prescricional	ao	determinar	que	
“a	 prescrição	 ocorre	 em	 dez	 anos,	 quando	 a	 lei	 não	 lhe	 haja	 fixado	 prazo	 menor”	
(BRASIL,	2002,	on-line),	enquanto	o	art.	206	apresenta	regras	específicas	sobre	os	prazos	
prescricionais.
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Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
Decadência
Após	termos	aprendido	o	que	pode	ser	considerado	como	prescrição,	partimos	para	a	
decadência,	sendo	esse	instituto	abordado	pelo	Código	Civil	de	2002	nos	artigos	de	207	
a	211.
Assim,	para	Amaral	(2017),	a	decadência	pode	ser	entendida	como	a	perda	do	direito	
potestativo	mediante	a	inércia	do	seu	titular	durante	um	certo	período	de	tempo,	tendo	
este	 sido	 determinado	 pela	 lei.	 Dessa	 maneira,	 o	 direito	 potestativo	 apresenta	 como	
objetivos	os	direitos	de	qualquer	espécie,	sejam	disponíveis	ou	indisponíveis.
Em	outras	palavras,	a	decadência	pode	ser	compreendida	como	a	extinção	do	direito	
em	razão	da	inércia	do	titular,	ou	seja,	para	que	determinado	direito	fosse	dotado	de	
eficácia,	era	necessário	que	o	titular	o	exercesse,	porém,	por	conta	da	sua	inércia,	este	se	
esgotou	sem	que	fosse	exercido.	Para	tanto,	o	tempo	é	considerado	como	um	requisito	
do	ato.
Diferentemente	do	que	aprendemos	em	relação	às	prescrições,	as	normas	relativas	à	
suspensão,	ao	impedimento	e	à	interrupção	não	se	aplicam	perante	a	decadência,	pois	
esse	 instituto,	em	regra,	envolve	prazos	 fatais	e	peremptórios,	conforme	o	art.	207	do	
Código	Civil.
Uma	 diferença	 interessante	 a	 ser	 citada	 quando	 comparamos	 a	 decadência	 e	 a	
prescrição	 é	 que	 esta	 pode	 ser	 arguida	 pelos	 interessados,	 enquantoa	 decadência	
deve	ser	ajuizada	ex	officio,	ou	seja,	pelo	juízo,	tendo	em	vista	a	disposição	presente	no	
art.	210	do	Código	Civil.
Segundo	Chaves	(2004),	a	decadência	tem	duas	espécies:	legal	e	convencional.	Nesse	
sentido,	a	legal	será	aquela	prevista	nas	legislações,	sendo	reconhecidas	de	ofício	pelo	
juiz,	mesmo	quando	envolve	direitos	patrimoniais;	já	a	convencional	será	determinada	
pelas	partes.	Diante	disso,	apenas	a	parte	que	for	ser	beneficiada	é	que	poderá	alegá-
la,	em	conformidade	com	o	art.	211	do	Código	Civil	de	2002.
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Transações	e	negócios	jurídicos Prescrição e Decadência Capitulo 4
Resumindo
E	 então?	 Gostou	 do	 que	 lhe	 mostramos?	 Aprendeu	 mesmo	 tudinho?	
Agora,	só	para	termos	certeza	de	que	você	realmente	entendeu	o	tema	
de	estudo	deste	capítulo,	vamos	resumir	tudo	o	que	vimos.	Você	deve	
ter	aprendido	que	a	prescrição	e	a	decadência	são	dois	institutos	que	
estão	presentes	no	Direito	Civil,	 sendo	muitas	confusões	destinadas	a	
ambos,	porém	os	dois	são	termos	distintos,	não	podendo	ser	entendidos	
como	dotados	da	mesma	função.	Diante	disso,	verificamos	que	ambos	
apresentam	uma	relação	com	o	tempo,	sendo	responsáveis	por	limitar	o	
exercício	de	determinados	direitos	com	o	intuito	de	fornecer	segurança	
jurídica	aos	mencionados	direitos.	A	prescrição	é	responsável	por	fornecer	
estabilidade	e	consolidação	para	os	direitos,	pois	sem	a	sua	existência,	
os	negócios	jurídicos	firmados	nunca	obteriam	status	de	permanência,	
e	pouca	segurança	seria	fornecida	para	os	sujeitos	envolvidos	em	tais	
relações	 jurídicas;	 já	 a	 decadência	 pode	 ser	 compreendida	 como	 a	
extinção	do	direito	em	razão	da	inércia	do	titular.
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Transações	e	negócios	jurídicos
Referências
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GONÇALVES,	C.	R.	Direito	Civil	brasileiro:	responsabilidade	civil.	São	Paulo:	Saraiva,	2012.
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LEAL,		A.		L.		C.		Da		prescrição		e		da		decadência.		Rio		de		Janeiro:	Forense,	1982.	
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ilicitos.	Acesso	em:	23	mar.	2020.
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