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● PROCESSO DE CONHECIMENTO/COGNIÇÃO: É o processo pelo qual, tiramos a ideia de que a controvérsia foi colocada para o judiciário, e é nesse momento que o judiciário dará a resposta de quem realmente é titular daquele direito (se será o autor ou réu). No processo de conhecimento se parte de uma dúvida. Autor e réu só possuem expectativa de direito, logo, não existe direito certificado. O Estado-juiz vai analisar a controvérsia, a partir do encaminhamento das fases processuais (postulatória, saneadora, instrutória e decisória). ➔ FASE POSTULATÓRIA: 1ªFASE. A fase postulatória pode ser compreendida como a fase em que se faz o pedido ao juiz, por meio da petição inicial, que deve seguir os parâmetros que estão previstos nos artigos 319 e 320 do CPC. Teremos a oportunidade de ter uma audiência, onde em tese as partes possam conversar e chegar a um consenso. Caso as partes não cheguem, começará a contar o prazo de defesa. ➔ FASE SANEATÓRIA: 2ªFASE. Depois das partes não chegarem a um acordo e o réu apresentar a contestação, o juiz vai analisar se houve ou não algum defeito que por ventura em primeira análise não conseguiu detectar. Pode o juiz assim que o autor entrega a petição inicial, ver alguns defeitos/impedimentos que não tem como o processo continuar. Mas caso o juiz não perceba, o réu poderá alegar esses defeitos em sede de preliminar. Nesse momento, onde o juiz vai perceber que existe necessidade de aperfeiçoar esses erros, é o que chamamos de fase saneadora. ➔ FASE INSTRUTÓRIA: 3ªFASE. O juiz percebeu que existem fatos incontroversos e fatos controversos. Com relação aos fatos incontroversos, já se pode fazer um juiz de mérito. Mas pode perceber que há necessidade de provas para que as partes possam melhor convencer o juiz. A única parte que faz pedido de natureza condenatória é o autor da petição inicial. O réu tão somente resiste a investida do autor, caso o réu queira contra atacar, ele fará isso por meio da reconvenção. Mas a contestação é um palco unicamente de defesa. Na fase instrutória o juiz vai ouvir as diversas provas apresentadas para formar o seu convencimento. MEIOS DE PROVAS PERMITIDOS PELO DIREITO: - Prova documental - Prova testemunhal - Prova pericial - Prova Oral - Inspeção Judicial: pede ao juiz que ele ou um serventuário vá ao local, para verificar a dinâmica do fato. REGRA GERAL: Pode-se fazer produção de prova de tudo que não seja vedada por lei. Ou seja, prova ilícita é vedada. EXCEÇÃO: Pode-se fazer produção de prova ilícita, desde que seja, uma prova ilícita em benefício da defesa (essa situação é uma excepcionalidade) ➔ FASE DECISÓRIA: 4ªFASE. Essa é a fase em que vai anunciar a interpretação do direito. Até então, o autor quando ajuiza a ação e o réu quando manifesta sua resistência, só têm expectativa de direito. Somente o juiz, quando for sentenciar, é que dirá quem é o titular do direito. Somente na autotutela é que a parte diz ter razão e faz prevalecer o seu direito. Nesse caso, o juiz tão somente irá averiguar se a parte excedeu a autotutela e, esse excesso caracteriza ato ilícito. EXEMPLO: O professor que estava em sala de aula e se depara com um aluno que estava com um material que não era permitido, durante a prova. O professor pega o material do aluno. TEOR IA GER AL DA EXEC UÇà O O professor, nesse exemplo, está na autotutela no poder de fiscalização. Se o professor ao recolher esse material exposto ou não o aluno a uma situação vexatória ou se exorbitou o seu direito, aí pode-se dizer que o professor extrapolou a autotutela. ➔ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: O CPC passou a dizer que temos uma 5ª fase, que é o cumprimento da sentença. O cumprimento de sentença passou a ser uma fase do processo de conhecimento. Antes do atual CPC tinha-se a ideia de que os atos de execução somente se desenvolviam no processo de execução. Então, antes do CPC/2015, o processo sincrético era dividido em duas fases sucessivas: - Processo de conhecimento: Onde exclusivamente só se produzia atos de cognição. - Processo de execução Onde todos os atos executivos eram realizados. Com o advento do CPC/2015, fica claro que se tem 4 fases típicas, ou seja, que manifestam a capacidade de conhecimento, que são as fases: postulatória, saneatória, instrutória e decisória. E passou-se a ter uma 5ª fase, de atos de execução dentro do processo de conhecimento. *CASO SE PERGUNTE EM UMA PROVA, SE PODERÁ VER ATOS DE EXECUÇÃO, DENTRO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO A RESPOSTA É: sim! desde que seja, em regra, na fase de cumprimento de sentença, pois o cumprimento de sentença passou a ser uma outra fase, dentro do processo de conhecimento.* ATENÇÃO: O processo de conhecimento é marcado por uma dúvida para uma certeza (que é a sentença). O ponto de partida do processo de conhecimento é uma dúvida/a expectativa de direito. O processo de execução se desenvolve a partir de uma sentença. Aqui não há mais discussão com relação a quem tem razão, aqui se tem um direito certificado. Essa certeza do direito se tem por meio de dois títulos: Títulos executivos judiciais e títulos executivos extrajudiciais. ● FORMAS DE EXECUÇÃO: Só há duas formas de execução, que são dois títulos. O processo de execução é desenvolvido por meio de uma certeza e essa certeza se dá por meio de um título executivo, e esse título executivo pode-se chamar: - TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL: Advindo de uma decisão judicial. Os atos de execução desse título judicial, que se desenvolve por meio de uma fase do processo de conhecimento, que é a fase de “CUMPRIMENTO DE SENTENÇA”. Observação: - 3 principais correntes obrigacionais: Obrigação de pagar Obrigação de fazer ou não fazer Obrigação de dar ou entregar coisa certa Essas obrigações também decorrem do título executivo judicial. É possível que de um mesmo fato se tenha mais de uma dessas obrigações, podendo inclusive ter as 3 obrigações. PREVISÃO LEGAL DOS TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS: Art.515 do CPC Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. - TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: Quem irá dar a certeza desse direito é a lei. A lei quem irá dizer que em razão de determinados documentos, em razão de algumas características, são títulos extrajudiciais. Lembrando, que qualquer que seja o título executivo, não há mais dúvida, ou seja, já se sabe quem tem direito, direito este que estará sedimentadono título judicial ou no título extrajudicial. Pois os títulos executivos são a demonstração da certeza de um direito. A nomenclatura “PROCESSO DE EXECUÇÃO”é reservada aos títulos executivos extrajudiciais. A execução de títulos extrajudiciais constitui um processo autônomo, não precedido de nenhum anterior PREVISÃO LEGAL DOS TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS: Art.784 do CPC. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. § 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. § 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. § 4º Nos títulos executivos constituídos ou atestados por meio eletrônico, é admitida qualquer modalidade de assinatura eletrônica prevista em lei, dispensada a assinatura de testemunhas quando sua integridade for conferida por provedor de assinatura. (Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023) O art.784 do CPC NÃO É TAXATIVO, ele nos dá uma relação exemplificativa. Por exemplo, o artigo 784 do CPC nos diz quais são os títulos extrajudiciais, mas a Constituição Federal também tem títulos executivos extrajudiciais, como é o caso das condenações dos TCU 's em desfavor de agentes políticos ou alguém que mexa com o dinheiro público. ATENÇÃO: Somente a lei e tão somente a lei (princípio da legalidade), pode criar títulos executivos (judiciais ou extrajudiciais). Desse modo, nem doutrina, nem mesmo súmula vinculante pode dizer que aquele título é título executivo judicial/extrajudicial, uma vez que SOMENTE A LEI, pode criar tais títulos. E ao falar de LEI, é a lei em sentido lato sensu (leis constitucionais, leis infraconstitucionais, leis delegadas, lei complementar, lei ordinária) ● EXECUÇÃO DIRETA OU INDIRETA: As execuções vão estar sempre nas sentenças de natureza condenatória. E as 3 obrigações da sentença condenatória são: obrigação de pagar, obrigação de dar ou entregar coisa certa, obrigação de fazer ou não fazer. Sentenças declaratórias, sentenças constitutivas não vão ter atos de execução. EXEMPLO: Se é feito tão somente o divórcio.Trata-se de uma sentença constitutiva, em que se tirou a natureza de casado para divorciado. Realização do reconhecimento de paternidade (só é pedido exclusivamente, que haja esse reconhecimento, sem qualquer condenação), em uma sentença meramente declaratória. A) SUB-ROGAÇÃO: Execução direta. Esta é a execução mais aplicada. O que prevalece no império da resolução dos conflitos, é que a única força que tem o seu império é a força do Estado. E quem diz isso, é o contrato social que foi estabelecido pela sociedade, e foi identificado como uma carta constitucional, na qual diz que o império da jurisdição é do Estado. Na sub-rogação o Estado-juiz substitui a vontade do executado e faz cumprir a obrigação (obrigação de pagar, entregar a coisa, fazer ou não fazer. B) COERÇÃO: Execução indireta. O Estado não mais faz a sub-rogação (substitui a vontade do devedor, cumprindo a obrigação em seu lugar), mas sim, estimula/pressiona o devedor a cumprir ele próprio a execução. Para isso, a lei mune o juiz de poderes para coagi-lo a cumprir aquilo que até então não queria cumprir espontaneamente. Esse meio pode ser utlizado para cumprimento de todas as obrigações, MAS é muito útil naquelas de caráter personalíssimo (as obrigações personalíssimas não podem ser objeto de sub-rogação) . E para isso, existem duas formas: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14620.htm#art34 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Lei/L14620.htm#art34 1. O Estado faz um alerta ao executado, alerta de que sua situação corre o risco de ser piorada, devido a aplicação de uma multa (astreintes) ou por prisão (alimentar). Então nesse momento o Estado dá a chance de o devedor cumprir voluntariamente a execução, sob pena de um prejuízo maior. Essa forma de execução quando não é o Estado que cumpre diretamente, mas sim, o Estado que dá a oportunidade do devedor fazer esse cumprimento de forma coercitiva, é outra forma de execução, e leva o nome de execução indireta. Essa primeira possibilidade, pode ser levada a PROTESTO, previsto no artigo 517 do CPC: Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. EXPLICANDO O QUE É O “PROTESTO”: A primeira forma que o credor pede, é que o pagamento seja em dinheiro. Caso o devedor não tenha dinheiro, a justiça vai possibilitar que haja o bloqueio de bens (penhora). Atualmente pode-se pedir inclusive a penhora do cash back. PORÉM, quando o devedor não tiver NADA, ou por vezes, tenta ocultar seu patrimônio e o credor não consegue comprovar isso. E mesmo tendo um cumprimento de sentença contra ele ou uma ação de execução contra ele, o devedor levará uma vida normal. Diante disso, o CPC passou a viabilizar o protesto. PROTESTO = é o anúncio público, perante o tabelionato, de uma dívida de uma pessoa física ou jurídica. Esse anúncio público acarreta a negativação do nome do devedor. O protesto é um outro instrumento não de expropriar/forçar à venda, mas sim, de estimular a negociação. Na fase de cumprimento de sentença, o devedor tem 15 dias para pagar espontaneamente o débito (com juros e correção monetária). Se pagar depois dos 15 dias, irá pagar uma multa de 10% e o credor poderá pegar o título judicial (que é a sentença transitada em julgado) e levar até o cartório para protestar. Com isso, o devedor vai estar respondendo a ação de cumprimento de sentença, e o nome dele será negativado. Se o devedor pagar espontaneamente em 15 dias, não vai haver protesto e nem a incidência da multa de 10%. § 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazode 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 2. Existe a possibilidade que o Estado dá ao devedor um estímulo. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 O Estado diz ao devedor que se ele cumprir a obrigação dentro de determinado prazo, é dado a ele um desconto. Ou seja, nesse caso o Estado traz a oferta de que sua situação seja melhorada. Tal situação pode ser vislumbrar no artigo 827 do CPC: Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado. § 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade. Nesse caso, o juiz não poderia dizer, que o valor a ser pago pelo executado tem que ser os 10% que foram fixados inicialmente , mesmo que o executado pague em 3 dias, pois o §1º do artigo 827 do CPC dá esse estímulo. ● ESPÉCIES DE EXECUÇÃO: - EXECUÇÃO MEDIATA: É aquela que se aperfeiçoa com a instauração de um novo processo (o executado deve ser citado), sendo a execução de título extrajudicial (CPC, art. 784). Súmula do STJ – Enunciado 317. - EXECUÇÃO IMEDIATA: É aquela que se materializa sem um novo processo, como uma sequência de uma fase do processo de conhecimento, sendo imediatas as execuções por título judicial, exceto : as fundamentadas em sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira. (CPC, art. 515) - EXECUÇÃO ESPECÍFICA: É aquela que busca a satisfação da pretensão (quer seja uma obrigação de fazer, de pagar, de entregar coisa certa ) do autor tal como prevista no título judicial. Se o devedor assumiu a obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa certa, a execução deve assegurar-lhes meios para exigir o cumprimento específico da obrigação. Porém, é reservada a hipótese de perdas e danos para quando o cumprimento específico se tornar impossível ou para quando o credor preferi-la. O art. 497 do CPC regula o cumprimento de sentença nas obrigações de fazer ou não fazer. Este artigo determina que o juiz conceda a tutela específica da obrigação ou então que determine providências que assegurem a obtenção da tutela pelo resultado prático equivalente. Já o art. 498 do CPC regula a obrigação de entrega de coisa, também determina a concessão de tutela específica, aplicando, de forma subsidiária, o regramento daquelas de fazer ou não fazer. PREVISÃO LEGAL: Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Comentário do professor: Exemplo prático de obrigação de fazer, acontece nas grandes relações de consumo. Ex: Compra um produto e este produto vem estragado. O CDC dá a opção ou de você pedir a substituição do produto ou de o dinheiro de volta. Então se pode entrar com uma ação de fazer, para que o fabricante entregue outro produto, se não tiver do mesmo terá que entregar um produto de qualidade superior. Ex: Energisa corta a energia de uma residência, mesmo quando se estava com a conta de energia em dias. Nesse caso, se entra com uma obrigação de fazer, pedindo o restabelecimento da energia. MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS ATÍPICAS Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. O art. 536, §1º CPC elenca os poderes do juiz para cumprir a tutela específica e o art. 499 do CPC impõe limites à conversão de perdas e danos. TUTELA ESPECÍFICA: Para a obtenção desta, o juiz pode valer-se dos instrumentos de sub-rogação e de coação. (Exceto nas obrigações personalíssimas, visto que nestas não é possível a sub-rogação). PREVISÃO LEGAL: Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. Comentário do professor: Na obrigação de fazer, existem uma série de medidas que o juiz pode determinar. Geralmente o juiz começa aplicando multa diária, mais além da multa, o juiz tem uma série de providências que pode adotar, para fazer que o devedor possa cumprir a obrigação de fazer. E SE FOR OBRIGAÇÃO DE FAZER PERSONALÍSSIMA? Nesse caso, converte-se em perdas e danos. Ex: Contratou alguém para pintar um quadro “X”, Contratou Alok para o São João de Patos. ● CUMPRIMENTO DEFINITIVO OU PROVISÓRIO (CPC, art. 520): Tal nomenclatura diz respeito ao cumprimento de sentença, visto que a execução de títulos extrajudiciais SEMPRE é definitiva. Súmula 317 DIREITO PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença (de sentença de extinção sem resolução de mérito) que julgue improcedentes os embargos. Em regra o cumprimento será definitivo, já o provisório ocorre quando fundada em decisão que não transitou em julgado, tais como : a) decisão interlocutória de mérito, b) julgamento antecipado parcial de mérito c) sentença ou acórdão sobre os quais ainda pende recurso sem efeito suspensivo (CPC, art. 520) d) efetivação de tutela provisória na forma do art. 297, parágrafo único. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: Definitivo: (regra)só terá o cumprimento de sentença quando tiver o trânsito em julgado. Provisório: (excepcionalmente) Quando a decisão não estiver com os efeitos do recurso de natureza suspensiva. Então, de uma decisão que é recorrida por apelação, pode-se pedir cumprimento provisório? Via de regra, não, pois a apelação possui efeito suspensivo. Caso se enquadre em uma das exceções do artigo 1012, em que mesmo que o indivíduo apele, a sentença se cumpre de imediato, poderá nesses casos pedir o cumprimento provisório (ou seja, vai adiantar os atos de execução). Via de regra, o juiz bloqueia o dinheiro e deposita em uma conta judicial. Quando transitar em julgado, liberar o dinheiro para o exequente. Mas, caso o recurso seja julgado, e decida favoravelmente em prol do executado? Não haveria nenhum prejuízo, pois o dinheiro estaria depositado em uma conta judicial e após o trânsito em julgado, seria liberado para o executado em questão. O recurso tem o efeito devolutivo ou efeito suspensivo: - Efeito suspensivo: A eficácia daqueladecisão fica suspensa. Não se pode aplicar aquela decisão na prática. - Efeito devolutivo: Devolve toda discussão para o órgão que vai julgar. O agravo de instrumento, via de regra, só tem efeito devolutivo. O RESP e o RE só têm efeito devolutivo. Embargos de declaração, SEMPRE tem efeito suspensivo. A apelação, via de regra, terá efeito suspensivo. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. Tanto na execução definitiva, quanto na provisória, havendo reversão da decisão, e com isso, houver prejuízo para o devedor, o credor vai responder OBJETIVAMENTE pelos danos, que devem ser ressarcidos por ele. ● DIFERENÇAS ENTRE CUMPRIMENTO DEFINITIVO E PROVISÓRIO DE SENTENÇA: ARTIGO 520 DO CPC: Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: Se tiver uma sentença que está sendo atacada por um recurso que tenha efeito suspensivo, não cabe cumprimento provisório. I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; Imagine que o credor pediu a liberação do valor, e não deixou a caução e então o devedor, após o julgamento do recurso, ganhou a demanda. O credor terá que devolver o dinheiro e eventuais prejuízos. III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 . “Distinções, ainda que pequenas, entre o cumprimento definitivo ou provisório : 1 – Corre por conta e risco do credor, que assume a responsabilidade pela reversão do julgado, porquanto ainda existe recurso pendente; 2 – caso haja reversão, pela reforma ou anulação, as partes serão repostas ao status quo ante e os danos liquidados nos mesmos autos; 3 – O cumprimento provisório pode ocorrer no juízo a quo quando os autos estiverem no ad quem formando novos autos, com as peças enumeradas do art. 522, parágrafo único do CPC; 4 – no cumprimento provisório o credor deve prestar caução, mas apenas para o levantamento em dinheiro e a prática de atos que importem em transferência de posse ou alienação propriedade ou outro direito real ou dos quais possa resultar grave dano ao executado; ● CAUÇÃO: Existem algumas situações excepcionais que o juiz pode liberar o dinheiro, mas ao liberar o dinheiro, deve-se deixar uma caução, como uma garantia. Essa caução serve, justamente para que o devedor não tenha prejuízo caso o recurso que estava sendo julgado, ainda que com efeito meramente devolutivo, ele consiga ganhar. Não há necessidade de caução, no início à execução, nem para proceder à penhora ou avaliação do bem. Quando a caução é prestada, o credor poderá levantar dinheiro e promover a expropriação de bens. Mas na hipótese da sentença ser modificada, a caução protege o devedor de eventuais prejuízos. O CPC vai dizer, mesmo no cumprimento provisório, em situações extremas o juiz pode liberar, mesmo que sem a caução: - Dispensa da caução - O Crédito for de natureza alimentar, independente da origem, tais como PENSÃO por PARENTAL, por CASAMENTO ou UNIÃO ESTÁVEL ou por ATO ILÍCITO, como as pensões que são devidas aos herdeiros, em caso de morte, ou à vítima, em caso de incapacidade. - Nas hipóteses onde o credor demonstre a necessidade por razões humanitárias ou por motivos de saúde. Ou seja, o credor em algumas situações terá dificuldade de prestar a caução, apesar de que é evidente sua necessidade de receber o valor que lhe é devido. - Estiver na pendência de Agravo em REsp ou RE (agravo do artigo 1.042), que é cabível quando o Presidente ou Vice-Presidente do tribunal indeferir o recurso especial ou extraordinário no juízo prévio de admissibilidade; - Sentença a ser cumprida estiver em plena sintonia com Enunciados de Súmula do STJ ou STF ou Acórdão de Recursos Repetitivos ou de Repercussão Geral;” Lembre-se, mesmo diante desses casos, se dessa dispensa da caução puder resultar risco de grava dano de difícil reparação ou incerta reparação, a caução é mantida. ● PRINCÍPIOS Princípio da Autonomia = Com a reforma ocorrida em 2015 deixou a execução de ter autonomia plena, mas a autonomia existe com https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art525 uma fase a mais do processo em razão do desencadeamento da nova fase; Com a reforma do CPC 2015, que disse que os autos de execução são autônomos. Anteriormente a execução era completamente independente, havia o processo de cognição e o processo de execução. Hoje o processo de execução é voltado para os títulos extrajudiciais e quando temos os atos executivos de um título judicial se dá por meio do cumprimento de sentença, que acontece dentro do processo de cognição/conhecimento. O cumprimento de sentença não implica mais processo autônomo, mas sim, uma fase subsequente, mas nem por isso perdeu a autonomia. A autonomia persiste, se não como novo processo, mas pelo menos desencadeando uma nova fase processual A autonomia plena está nos títulos extrajudiciais, tanto que é até um processo específico. Princípio da patrimonialidade = A execução é fundada nos bens e não da pessoa do devedor (CPC, art. 789), sendo que meios de coercibilidade como multa, busca e apreensão e a tomada de bens não são variáveis violadoras deste princípio, porquanto afetam o patrimônio e não a pessoa; PREVISÃO LEGAL: Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. REGRA: A execução toda é desenvolvida para que a responsabilidade do devedor recaia sobre o patrimônio e não sobre outros bens jurídicos. Outros meios de coerção, como a multa, a busca e apreensão e a tomada de bens não violam o princípio da patrimonialidade, já que dizem respeito aos bens do devedor, não à sua pessoa. EXCEÇÃO: O bem jurídico liberdade pode ser atingido excepcionalmente na execução, quando temos a execução de alimentos. NÃO HÁ OUTRA POSSIBILIDADE ALGUÉM SER PRESO POR DÍVIDA. O STJ (3ª turma) decidiu recentemente que o prazo de execução por dívida (lembrem-se, só existe prisão por dívida no caso de pensão alimentícia), permaneceu o prazo do CPC. A lei de alimentos previa que o prazo de prisão por inadimplemento de pensão é de 60 dias. Já o CPC diz que o prazo é de 90 dias. Princípio do exato adimplemento = “A execução deve ser específica, atribuindo ao credor exatamente aquilo que faz jus (CPC, arts. 497 e 498). O credor deve, dentro do possível, obter o mesmo resultadoque seria alcançado caso o devedor tivesse cumprido voluntariamente a obrigação” A execução tem que tentar se desenvolver, como a obrigação deveria ser cumprida voluntariamente. Então na mesma proporção/dimensão que a obrigação deveria ser cumprida. Só em duas situações a obrigação específica será substituída pela de reparação de danos: quando o credor preferir, ou quando o cumprimento específico se tornar impossível. Princípio da disponibilidade do processo pelo credor = A execução é feita em benefício do credor para satisfazer seu crédito, podendo desistir a qualquer tempo sem consentimento do devedor (CPC, art. 775), exceto se houver impugnação aos embargos, que versarem sobre matéria de fato e não apenas a questões processuais. O credor pode dispor (desistir da execução da execução. NO PROCESSO DE CONHECIMENTO/COGNIÇÃO: Quando se ajuíza uma ação, o autor poderá desistir da ação sem a anuência do réu, até a citação. Após a citação do réu, caso o autor queira desistir da ação, será necessária a anuência do réu. Depois que o réu é citado terá interesse se o processo continua ou não. Então, no processo de conhecimento, o princípio da disponibilidade não prevalece, pois não se pode dispor da ação a qualquer momento. NA FASE RECURSAL: O recorrente pode desistir a qualquer momento do recurso, exceto no caso de julgamento de recurso repetitivo (Resp repetitivo), pois existe o interesse público. O princípio da disponibilidade prevalece no recurso. NA EXECUÇÃO: Na execução a lógica é como se fosse a nível de recurso. Ajuizando uma execução, em regra, pode-se desistir da ação a qualquer momento. PREVISÃO LEGAL: Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. A exceção é que, caso o devedor tenha feito a defesa (embargos à execução), e na defesa dele tiver buscado discutir questões de fato (que precisam de testemunhas, que dependam de prova oral), somente nesse caso, o credor não pode desistir da execução. No processo de execução prevalece o princípio da disponibilidade Princípio da utilidade = A execução só se justifica se tiver alguma utilidade para o credor, razão pela qual existe impedimento da penhora na situação em que se torna inservível ao processo (CPC, art. 836) Se os bens encontrados forem suficientes para fazer frente a alguma parte, ainda que pequena, do débito, a execução prosseguirá. PREVISÃO LEGAL: Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. Princípio da menor onerosidade = Está explícito no art. 805 do CPC, sendo se houver alternativa da forma menos gravosa, esta deverá ser a opção a ser observada. lembre-se: Esse princípio não autoriza que o executado escolha sobre quais bens a penhora deva recair, nem permite que se exima da obrigação. A escolha do bem penhorável é do credor, e o devedor não pode exigir a substituição senão por dinheiro. O que esse princípio nos traz é que para alcançar os resultados almejados,há de prevalecer o menos gravoso ao devedor. EXEMPLO:pode ser que ele tenha dois bens imóveis próximos, de igual valor e liquidez, cada qual suficiente para garantia do débito. Não há razão para que o credor exija que a penhora recaia sobre um deles, só porque o devedor o utiliza para alguma finalidade. PREVISÃO LEGAL: Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Princípio do contraditório = Apesar de não ser específico da execução, apesar de mitigado, e materializa-se na citação (título extrajudicial) ou na manifestação dos cálculos de liquidação, penhora e avaliação de bens, ou outro incidente. Todo processo precisa oportunizar que a outra parte seja ouvida, mas lembre-se, tal princípio é pleno no processo de conhecimento, no processo de execução não tem a mesma plenitude, mas todos em todos os atos precisam ouvir a outra parte. Ou seja, o executado deve ser citado - quando a execução for de título extrajudicial - e deve ser intimado de todos os atos do processo, para que possa se manifestar sobre eles. ● ATOS EXECUTIVOS No processo de execução busca-se solucionar a crise decorrente do inadimplemento do devedor em cumprir voluntariamente a obrigação que lhe foi imposta. Os atos executivos são sempre determinados pelo juiz e, em regra, cumpridos pelos Oficiais de Justiça (CPC, art. 782), podendo requisitar a força policial (CPC, art. 782, §§2º e 846, §2º); Os atos de execução sempre são determinados pelo juiz e quem faz o seu cumprimento é o oficial de justiça. OFICIAL DE JUSTIÇA = é o serventuário que faz executar a justiça. O oficial de justiça pode requisitar o uso da força policial para cumprir com a decisão. PREVISÃO LEGAL: Artigo 782.§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará. Artigo 846, § 2º Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens. ● COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO CIVIL: Competência para execução civil (CPC, arts. 516 – cumprimento sentença e art. 781 – execução título extrajudicial). a) Para os títulos JUDICIAIS 1. COMPETÊNCIA FUNCIONAL (absoluta): A competência funcional está delineada nos incisos I e II do art. 516 do CPC. A competência funcional diz respeito ao fato de que em face de que a execução civil está sempre atrelada a um processo de conhecimento que a antecedeu, portanto, é uma competência absoluta, Primeira regra de competência (inciso I): O cumprimento de sentença vai correr perante o Tribunal se a competência for originária (existem causas que são julgadas originariamente no Tribunal). Se a ação foi ajuizada no Tribunal, o cumprimento de sentença também será no Tribunal. Ex: Mandado de Segurança contra o governador da Paraíba, o processo precisa ser ajuizado no TJ-PB. O cumprimento de sentença se dará no TJ pois é sua competência originária. PREVISÃO LEGAL: Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; Segunda regra de Competência: (inciso II) O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição. Ex: Se ajuizou a ação perante o 1º grau aqui em Patos. Recorreu para o Tribunal, depois recorreu para o STJ. O cumprimento de sentença será em Patos, pois foi onde ajuizou a ação no 1º grau de jurisdição. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar- se-á perante: Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Na hipótese do inciso II, em face ao disposto no parágrafo único do art. 516 do CPC, o credor terá a opção de escolha de até 3 juízos para operar o cumprimento de sentença, a configurar flexibilidade de escolha, mas sem destituir o caráter funcional, já que inexiste a possibilidade de fixar a competência por contrato ou eleição. Além da hipótese de executar no local em que se ajuizou o processo de conhecimento, poderá ajuizar o cumprimento de sentença no domicílio do credor ou no lugar em que se encontram os bens, caso em que o juízo que proferiu a sentença remeterá os autos ao juízo da execução. Se a obrigação for de fazer ou não fazer, o exequente ainda pode optar por requerero cumprimento da sentença no local em que a obrigação deva ser realizada. ➔ Para cumprimento de alimentos parentais, além dos 3 foros mencionados, poderá o credor optar pelo foro de seu próprio domicílio (CPC, art. 528, §9º) ainda que a sentença tenha sido proferida em outra foro Artigo 528, § 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. Nessa hipótese tem a competência funcional, mas escolha de juízo a ser aplicada. 2. COMPETÊNCIA RELATIVA OU ABSOLUTA: Será competência absoluta ou relativa no caso do inciso III do art. 516 do CPC já que inexiste processo de conhecimento prévio. Poderá seguir a regra geral do art. 46 e segs. ou no foro do domicílio do credor ou do local do acidente (CPC, art. 53, V). PARA OS INCISOS I E II A COMPETÊNCIA SERÁ SEMPRE FUNCIONAL (absoluta), JÁ PARA O INCISO III DE ACORDO COM A HIPÓTESE A COMPETÊNCIA SERÁ ABSOLUTA OU RELATIVA. PREVISÃO LEGAL: Artigo 516, III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Sentença arbitral = foro em que se realizou a arbitragem. No caso da sentença arbitral, é uma competência relativa. Sentença penal condenatória = competência funcional. Sentença estrangeira = após a homologação pelo STJ, no juízo FEDERAL de 1º grau (Constituição, art. 109, inciso X); Será de competência funcional. b) Para os títulos EXTRAJUDICIAIS (competência sempre será relativa. A competência sempre será no lugar onde é o domicílio dos bens ou o endereço das partes) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art516 Competência relativa = devendo observar as regras gerais do art. 781 do CPC. Ou seja, é preciso verificar: 1. SE HÁ FORO DE ELEIÇÃO: Pois, como se trata de competência relativa, as partes podem fixar o foro, o que deve constar no título. Havendo foro de eleição, a execução será nele proposta. 2. NÃO HAVENDO FORO DE ELEIÇÃO: Nesse caso, deverá prevalecer a regra geral de competência do foro do domicílio do executado ou o de situação dos bens sujeitos à execução. Execuções hipotecárias são de natureza pessoal, devendo observar tal lógica. PREVISÃO LEGAL: Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. ● DAS PARTES NA EXECUÇÃO: 1. LEGITIMIDADE ATIVA (art. 778 do CPC): PREVISÃO LEGAL: Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; IV - o sub-rogado, nos casos de sub- rogação legal ou convencional. § 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. Credor: Legitimado por excelência. A legitimidade é ordinária, pois ele estará em juízo em nome próprio, postulando direito próprio. É aquele o qual é conferido o título executivo Ademais, tem-se ainda: Sucessor Causa Mortis – legitimidade ordinária, pois com o falecimento do credor o direito passou aos sucessores. Enquanto não tiver havido o trânsito em julgado da partilha = o espólio (representado por inventariante) será parte legítima. Após o trânsito em julgado da partilha = a parte legítima serão os herdeiros. Se a morte ocorrer no curso da execução, a sucessão processual será na forma do art. 110 do CPC, ou pela habilitação dos arts. 687 a 692 do CPC; PREVISÃO LEGAL: Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º . Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo. Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos Cessionário de crédito (por endosso): é o sucessor entre vivos, e que não depende da anuência do devedor. É quando o direito resultante do título executivo lhes foi transferido por ato entre vivos. A legitimidade é ordinária, pois, com a cessão, ele tornou-se titular do direito. O cessionário, se faz a negociação do crédito. Ex: Pedro é devedor do Banco do Brasil, o Banco do Brasil negocia o crédito com o Banco Bradesco. Pedro não pode impedir essa negociação, pois como devedor, tanto faz dever ao Banco do Brasil ou ao Bradesco. Se a cessão de crédito ocorrer antes da execução deve o interessado instruir a inicial com a comprovação da cessão, se posterior bastará comprovar a situação e pugnar pela substituição do exequente originário, ficando desnecessário o consentimento do devedor na forma do art. 286 CC. Importante é ressaltar que não se aplica a possibilidade do art. 109 do CPC. O cedente poderá ser sucedido pelo cessionário, independentemente de consentimento do devedor. “Para Flávio Tartuce : “Não é possível ceder o crédito em alguns casos, em decorrência de vedação legal como, por exemplo, na obrigação de alimentos (art. 1.707 do CC) e nos casos envolvendo os direitos da personalidade (art. 11 do CC7)”. Já para Carlos Roberto Gonçalves traz outro exemplo em que o crédito não pode ser objeto de cessão: “Não podem ser cedidos créditos atinentes aos vencimentos de funcionários ou os créditos por salários; os créditos decorrentes de direitos sem valor patrimonial; os créditos vinculados a fins assistenciais; os créditos que não possam ser individualizados, pois a cessão é negócio dispositivo, devendo ser seu objeto determinado, de forma que não valerá a cessão de todos os créditos futuros, procedentes de negócios etc. Ainda não pode ser objeto de cessão de crédito : direito de preempção ou preferência (art. 520 do CC); do benefício da justiça gratuita (Lei 1.060/50, art. 10); da indenização derivada de acidente no trabalho (Decreto-lei 7.036/44, art. 97), do direito à herança de pessoa viva (Art. 426 do CC); de créditos já penhorados (art. 298 do CC); do direito de revogar doação por ingratidão do donatário (art. 560 do CC)” Ministério Público: A legitimidade será sempre extraordinária, pois ele não postula em nome próprio, mas sim, interesse alheio. O MP pode propor ações: Decorrente da possibilidade do art. 177 do CPC, quando os herdeiros da vítima de acidente não disponham de condições econômicas (CPC, art. 68) Em situações de vulnerabilidade econômica e os titulares da ação não tem condição de contratar um advogado (é mais uma previsãolegal, já que na prática temos um acervo muito grande de possibilidades para quando alguém não tiver condições de pagar um advogado particular). Ações de reparação de danos advindos do meio ambiente (Lei 6.938/81, art. 14§1º) Ações que versem sobre direitos difusos (CDC, art. 82) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art313%C2%A71 Nas hipóteses de execuções com incapazes ou interesse público, o MP atua como custus legis (CPC, art. 178) As ações populares, em que caberá ao Ministério Público promover a execução “caso decorridos sessenta dias da publicação da sentença condenatória, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução” A execução de condenações impostas pela Lei de Improbidade Administrativa, conforme art. 17 da Lei n. 8.429/92; A execução de título extrajudicial consistente no termo de ajustamento de conduta, firmado por ele com o causador do dano. Sub rogado: Tanto a sub-rogação legal, que independe da vontade da partes (CC, art. 346 ) e a convencional, aquela que é definida em contrato (CC, art. 347 ). A sub-rogação é a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu (pagou) a obrigação ou emprestou o necessário para quita-la. EXEMPLO: Arthur deve a Drielly. Segundo paga a dívida de Drielly. Arthur não é mais devedor de Drielly, mas sim, de Segundo. LEMBRANDO: Não há extinção do débito e nem liberação do devedor, que, agora, irá manter o vínculo obrigacional com o terceiro. Fiador sub-rogado: Um caso específico de sub-rogação é o do fiador, previsto no art. 831, caput, primeira parte, do CC: “O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor”. Por isso, o art. 794, § 2º, autoriza o fiador que paga a executar o afiançado nos autos do mesmo processo. Ofendido, ainda que não figure no título executivo: Entre os títulos executivos judiciais está a sentença penal condenatória transitada em julgado, proferida em ação penal ajuizada pelo Ministério Público (salvo nos casos de ação penal privada) em face do ofensor. A vítima não participa do processo crime, e não figura na sentença penal condenatória. Mas, o CPC permite que ela promova a execução civil da indenização pelos danos que sofreu, após prévia liquidação, em regra de procedimento comum. OUTRAS POSSIBILIDADES DE SER CREDOR DE UM TÍTULO JUDICIAL SEM TER AJUIZADO A AÇÃO: 1. Ações coletivas: EXEMPLO: O sindicato dos professores da rede privada de ensino superior ajuíza uma ação para receberem uma gratificação. Todos os professores da rede privada de ensino superior terão um título judicial, mesmo sem ter ajuizado a ação. 2. Honorários de sucumbência: O advogado não ajuizou a ação, mas ele terá direito ao honorário de sucumbência. Nesse caso, lembre-se: ★ OS HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS E A QUANTIA PRINCIPAL SÃO EXECUTADOS NO NOME DA PARTE: Exequente possui legitimidade: Ordinária - com relação a execução da quantia principal Extraordinária - com relação aos honorários do seu advogado. ★ OS HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS SÃO EXECUTADOS NO NOME DO ADVOGADO E A QUANTIA PRINCIPAL NO NOME DA PARTE: Tanto a parte, quanto o advogado possuem legitimidade ordinária, para execução daquilo que cabe a cada um deles. 2. LEGITIMIDADE PASSIVA (Art. 779 do CPC) PREVISÃO LEGAL: Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; VI - o responsável tributário, assim definido em lei. Devedor : Aquele a quem foi imposta a condenação (execução fundada em título judicial) ou quem figura no título como devedor (título extrajudicial). O Espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor: trata-se de sucessão causa mortis e segue o mesmo regramento da legitimação ativa, recordando que não se pode ultrapassar os limites do que foi herdado. Se houver a extinção de pessoa jurídica, é preciso verificar se o patrimônio da empresa foi transferido para outra, caso em que esta assume o passivo; do contrário, os legitimados serão os sócios da empresa extinta Assunção de débito: O novo devedor que assumiu com o consentimento do credor a obrigação do título executivo, porquanto na assunção de débito exige prévia anuência do credor. Fiador do débito constante no título extrajudicial: CONTRATO DE FIANÇA é de natureza acessória ao principal, recordando que o fiador pode exercer o benefício da ordem na forma do art. 827 do CC, o que dá direito de primeiro vir excutidos os bens do devedor, antes dos seus. Se o fiador não renunciou a ele, só poderá ser executado se o devedor principal tiver sido incluído no polo passivo; do contrário, o fiador não teria como nomear bens dele à penhora, o que o impediria de exercer o benefício de ordem. Se este existir, o fiador só pode ser executado em litisconsórcio com o devedor principal. Mas se ele tiver renunciado ao benefício, a execução poderá ser dirigida só contra o fiador, que não sofrerá nenhum prejuízo já que, pagando o débito, sub-rogar-se- á nos direitos do credor, e poderá executar o devedor nos mesmos autos (art. 794, § 2º, do CPC). Para as situações onde a fiança é dada como garantia em contrato de título executivo extrajudicial, como o de locação, terá a mesma natureza jurídica, de forma que na execução podem ser executados o devedor principal e o fiador conjuntamente. Pode ocorrer que a fiança garanta um débito não consubstanciado em título executivo extrajudicial. A ação de cobrança poderá ser ajuizada apenas em face do fiador, ainda que ele tenha o benefício de ordem. Não haverá prejuízo, porque bastará que chame ao processo o devedor principal, na forma do art. 130, I, do CPC. Caso haja condenação, na fase executiva, o fiador poderá exigir que, primeiro, sejam excutidos os bens do devedor principal para só depois serem atingidos os seus. E, se o fiador, na fase executiva, satisfazer o débito, poderá exigi-lo, por inteiro, do devedor principal, nos mesmos autos (art. 132 do CPC). Inexistindo FIANÇA em contrato de título executivo extrajudicial a cobrança poderá ser feita apenas em relação ao devedor principal, podendo ser invocada a intervenção de terceiros na forma do art. 130, I do CPC; Responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito: Aquele que deu o bem em garantia real de uma dívida torna-se responsável, até o limite do valor do bem, pelo pagamento da dívida, ainda que não seja ele o devedor. A garantia real pode ser oferecida em razão de dívida própria ou de terceiro. Se for dada em garantia de dívida de terceiro, o titular do bem torna-se responsável pelo pagamento, respeitado o valor do bem. Responsável tributário: Na forma do art. 779, IV do CPC a legislação tributária irá indicar os responsáveis tributários; Avalista : é o que presta garantia pessoal de pagamento do débito, devendo estar identificado no título e com a assinatura do responsável; Dada a autonomia do aval, a execução poderá ser dirigida tão somente contra o avalista, não sendo necessária a inclusão do avalizado. Nada impede, porém, que se o inclua, caso em que haverá um litisconsórcio passivo na execução. Se o avalista pagar a dívida, sub-rogar-se-á no crédito, e poderá reaver o que pagou, nos mesmos autos, voltando-se contra o avalizado. O empregador pode ser executado com fundamento em sentença condenatória do empregado? O patrão responde objetivamente pelos danos causadospelo empregado, no exercício de suas atividades. A vítima de danos pode ajuizar ação de ressarcimento contra o empregado, o empregador ou contra ambos, em litisconsórcio facultativo. Mas se ajuizá-la só contra o empregado, a sentença só condenará a este. Só será possível executá-lo, não o empregador. Para que este seja executado, é necessário que tenha sido demandado também, e que a sentença o tenha incluído na condenação. A mesma regra aplica-se às sentenças penais condenatórias. O empregado, no exercício de suas funções, pode cometer crime, do qual resultem danos. Havendo sentença penal condenatória transitada em julgado, será possível promover a execução, após prévia liquidação, contra o empregado condenado, mas não contra o empregador, que não integra o título executivo, nem recebeu condenação. Será preciso promover ação de conhecimento contra o patrão, na qual este poderá, até mesmo, discutir a culpa do empregado, já que do processo criminal ele não participou. Litisconsórcio na execução: Tanto no cumprimento de sentença quanto na execução por título extrajudicial será possível o litisconsórcio, ativo, passivo ou misto, dependendo do que conste do título. Se no processo de conhecimento havia litisconsórcio, poderá também haver na execução. Se mais de um réu foi condenado, ela poderá dirigir-se contra todos; e se foi dada em benefício de mais de um autor, todos poderão promovê-la. O mesmo ocorrerá se no título extrajudicial mais de uma pessoa figurar como credora ou devedora. O litisconsórcio, na execução, será facultativo ou necessário, conforme a obrigação que conste do título. Sempre que for de pagamento, será facultativo, já que as quantias são sempre divisíveis. Ainda que a sentença condene dois ou mais réus, ou no título figurem dois ou mais devedores, o credor poderá promover a execução em face de apenas um. Mas, se a obrigação imposta no título for de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, e tiver objeto indivisível, o litisconsórcio será necessário. Intervenção de terceiros Apenas a denunciação da lide e o chamamento ao processo não são admissíveis na execução. As demais formas de intervenção (incidente de desconsideração da personalidade jurídica, assistência e o amicus curiae) são possíveis. Além disso, existem situações próprias da execução, em que se admitirá o ingresso de terceiro no processo, e que não se enquadram entre aquelas hipóteses previstas na Parte Geral. Podem ser citados: 1. a adjudicação, requerida pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes, ou pelo cônjuge, descendentes ou ascendentes, na forma do art. 876, § 5º; 2. a arrematação, feita em leilão judicial, por terceiro; 3. O concurso de preferências, quando credores preferenciais intervêm na execução para assegurar a prioridade de pagamento, em caso de alienação judicial do bem. São dois : a) o inadimplemento do devedor: b) título executivo com grau suficiente de certeza da existência da obrigação. A falta de um desses requisitos implicará a carência da execução. ● DO INADIMPLEMENTO (CPC, art. 788) Artigo 788 CPC- O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la. No direito obrigacional, o credor não pode exigir do devedor o cumprimento da obrigação, quando não é possível fazer a caracterização do inadimplemento. O inadimplemento, é um atraso. E esse atraso caracteriza-se quando o devedor incorre nas hipóteses de não ter cumprido a obrigação nos seguintes requisitos de : a) tempo, b) local e c) forma convencionados. Quando se executa tem que comprovar que o inadimplemento compreende as 3 situações - tempo, local e forma convencionado (o que está no contrato/obrigação)-. Para que haja interesse na execução não é preciso o inadimplemento absoluto, basta a mora do devedor. TEMOS DUAS FORMAS DE INADIMPLEMENTO: (em ambos é possível promover execução) - Inadimplemento absoluto: O inadimplemento absoluto é quando o devedor não cumpriu a obrigação nos moldes pactuados e nem mais poderá fazê-lo (ex: obrigação de não fazer) porque não terá mais utilidade para o credor, podendo assim rejeitá- la e exigir perdas e danos. Ex. Entrega de vestido de noiva nas vésperas do casamento e não entregou. - Inadimplemento parcial: Já a mora é quando o devedor não cumpriu a obrigação na forma contratada, mas ainda existe possibilidade de fazer e com utilidade para o credor. A mora é uma consequência direta do inadimplemento. Ex. O devedor atrasa uma prestação financeira, deverá pagar com os acréscimos legais e o pagamento é útil ao credor. Se o devedor não tiver sido constituído em mora pelo vencimento do título ou pela notificação, ela só existirá a partir da citação. PREVISÃO LEGAL: Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) . Um dos efeitos da citação, é caracterizar a mora. Os juros de mora serão estabelecidos da citação. ATOS ILÍCITOS EXTRACONTRATUAIS: Nos termos do Enunciado nº 54 da Súmula do STJ nas obrigações por atos ilícitos EXTRACONTRATUAIS o devedor estará em mora desde a data do fato. REQ UISIT OS DA EXEC UÇà O Uma das consequências do inadimplemento é o juro de mora e a correção monetária. Esses índices de juros de mora e correção monetária vão variar de acordo com a obrigação: Se estivermos falando em Direito Tributário, esse juro de mora será de 1%. A lei informa que qualquer cobrança de tributos incidem juros de mora de 1%. Se estivermos falando de direito de alimentos (salário, pensão, etc) o juro de mora será de 0,5%. Na atualização do judiciário, NÃO É PERMITIDO JUROS COMPOSTO. MAS, em débitos bancários de cartão de crédito, as financeiras utilizam juro composto, ou seja, é juro em cima de juro. CORREÇÃO MONETÁRIA: É uma recomposição do valor, para que não perca o valor nominal em razão do tempo. Existem vários índices de correção. INCC - índice próprio da construção civil. (toda e qualquer causa que se discuta envolvendo construção civil - reforma, compra de imóvel -. IGPM IPCA-E - Índice que o CNJ utiliza para débito judicial (precatório). “Súmula 362 – A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento.” Os índices de correção monetária, no caso de danos morais, serão calculados da data de sua fixação. Exemplo: O juiz condenou o réu a pagar indenização por dano moral. Os efeitos do inadimplemento começam da data que o juiz fixar. Se for dano material incide essa súmula? NÃO. Exemplo 2: Ação por danos morais, juiz julga improcedente. Recorre ao Tribunal e ele reforma a decisão, fixando o valor da indenização. O índice de correção monetária será da data do acórdão, POIS FOI O LOCAL ONDE HOUVE A CONDENAÇÃO/FIXAÇÃO. HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS: Art. 85 - CPC- A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. Quando alguém comete um ato ilícito ou mesmo um ilícito obrigacional (ilícito contratual ou ilícito extracontratual), o juiz tem que deixar claro na condenação qual o índice que irá incidir. Se o juiz for omisso com relação a qual o juro de mora ou correção monetária que será aplicado, deverá ser apresentadoos embargos de declaração. 1. Do tempo: Há que se verificar se a obrigação é a termo (prazo), logo se existe data de vencimento ou não. O inadimplemento do tempo pode ser: - MORA EX RE: Existe a mora ex re. (CC, art. 397 caput) quando se opera imediatamente o inadimplemento da obrigação líquida, certa e exigível, prescindindo qualquer notificação/interpelação do devedor em razão do simples exaurimento do prazo – dies interpellat pro homine. Ou seja, a obrigação tem uma data de vencimento, chegou essa data e não cumpriu, vai ter os efeitos da mora. - MORA EX PERSONA: Já a mora ex persona (CC, art. 397, parágrafo único) ocorre quando não existe prazo, termo fixado para o seu cumprimento, existindo a necessidade da iniciativa da parte para constituir em mora a outra parte por meio de notificação/interpelação judicial ou extrajudicial. Somente após a notificação do réu é que a mora começa a incidir Exemplo: Nos contratos de financiamento de automóveis, que dependem da mora ex persona. Se comprou o carro por alienação fiduciária, a mora é ex persona. Não basta estar em atraso, para que gere os efeitos de busca e apreensão o credor tem que provar que notificou o devedor. Exemplo: Contrato com a Energisa ou contrato para água, para efeito de mora no que diz respeito a suspensão de fornecimento a mora é ex persona. Ou seja, para suspender o serviço, é preciso que o devedor tenha sido notificado (O STJ diz que a notificação pode vir na própria fatura). Já para efeitos de incidência de juros e negativação, a mora é ex re. Via de regra os contratos são ex re, atrasou já começa estar com os efeitos da mora, EXCEPCIONALMENTE nos contratos de compromisso de compra e venda de imóvel. Para que gere a mora nos contratos de compra e venda é preciso notificar o devedor se tem que ter a prévia notificação, a mora tem que ser ex persona. 2. DO LUGAR: Em regra as obrigações devem ser cumpridas no lugar convencionado, na ausência prevalece a regra do art. 327 do CC sendo em regra no domicílio do devedor, devendo o credor procurá-lo para o recebimento da obrigação. OBRIGAÇÃO QUESÍVEL: Obrigação QUESÍVEL (querable) - a obrigação deve ser cumprida no domicílio do devedor, competindo o credor ir procurar para receber. Exemplo: Duplicatas. A regra do direito obrigacional é que as obrigações são quesíveis, pois a obrigação tem que ser cumprida no domicílio do devedor. Quem tem que provar que o devedor foi procurado para pagar, é o credor (o ônus é do credor) Caso o credor negative o nome do devedor, pois não recebeu, ele irá arcar com perdas e danos, pois é ele (o credor)quem tem que procurar o devedor. OBRIGAÇÃO PORTÁVEL: Obrigações PORTÁVEL (portable) - aquela instituída por convenção das partes ou decorrente da lei, ou resultar da natureza ou circunstâncias onde a obrigação deva ser cumprida no domicílio do credor. Do ponto de vista prático o que mais ocorre são as obrigações portável. 3. DA NATUREZA DAS OBRIGAÇÕES: As líquidas são as contidas nos títulos extrajudiciais, sendo que as ilíquidas podem estar em determinados títulos judiciais e que necessitam de liquidação. OBRIGAÇÃO LIQUIDA = Capacidade de saber de imediato o valor do débito. TODAS AS OBRIGAÇÕES DE TITULO EXTRAJUDICIAL, OBRIGATORIAMENTE SÃO LIQUIDAS. OBRIGAÇÃO JUDICIAL = pode ter obrigação só liquida, só ilíquida ou ainda parte líquida e ilíquida(não se sabe de imediato o valor do débito) na mesma sentença. Nas obrigações ilíquidas, é preciso liquidar, ou seja, apurar o valor do débito. Ex: O juiz condenou o réu a pagar 1 mil por danos materiais, 2 mil por danos materiais e as despesas com o tratamento para a saúde. Essa despesa com tratamento de saúde não se sabe qual o valor, logo, essa obrigação é ilíquida. OBRIGAÇÃO CONDICIONAL OU A TERMO: As de cunho condicional (evento futuro e incerto), do qual depende a eficácia da obrigação e a termo (evento futuro e certo) e que podem ter regulação nos termos do art. 514 do CPC. Artigo 514, CPC -“Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo”. OBRIGAÇÕES BILATERAIS: Contratos bilaterais são aqueles que impõem obrigações recíprocas para ambos os contratantes. A de um encontra a sua justificativa na do outro, como, por exemplo, nos contratos de compra e venda e locação. O art. 476 do CC estabelece que, havendo contratos bilaterais de prestações simultâneas, nenhum dos contratantes pode ingressar em juízo para exigir do outro a prestação prometida, sem que primeiro tenha cumprida a sua. Se o fizer, o réu irá defender-se por meio da exceptio non adimpleti contractus. A lei processual, dando operatividade a essa regra, dispõe, no art. 787, que “Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação, senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo”. E o parágrafo único acrescenta: “O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba, sem cumprir a contraprestação que lhe tocar”. São regras que traduzem, para a execução, a exceção de contrato não cumprido. O credor, para dar início à execução de obrigação bilateral, precisa provar que cumpriu a sua prestação, nos termos do art. 798, I, d, do CPC. Há decisões judiciais que exigem que a comprovação de adimplemento da obrigação, pelo exequente, conste do próprio título. Se houver necessidade de produção de provas, já que o adimplemento do credor não consta do título, este perderia a sua eficácia executiva, sendo necessário ajuizar um processo de conhecimento. Nesse sentido, RSTJ 47/287 e RT 707/166. 4. DA PROVA DO PAGAMENTO: Constitui em dever do devedor demonstrar a adimplência, já que não se pode admitir a prova da inexistência de um fato ou prova negativa, devendo se caracterizar pelo recibo ou devolução do título.