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DPC IV - Execução - Cumprimento de sentença - Obrigação pagar quantia

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
EXECUÇÃO
Prof. Rossana Teresa Curioni Mergulhão
2º Semestre 
EXECUÇÃO EM GERAL[footnoteRef:1] [1: Direito Processual Civil esquematizado, Marcus Vinicius Rios Gonçalves, 9ª edição. Saraiva, 2018, p. 763/886. Curso de Direito Processual Civil, Humberto Theodoro Junior. 53ª. edição. Rio de Janeiro: Forense, 2020, vol. III. MISAEL MONTENEGRO FILHO. Direito Processual Civil. 13ª. ed. Editora Atlas. 2008.
] 
 	III – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 		III.1 Cumprimento de sentença que reconhece exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa contra devedor solvente 
 	1 LEGISLAÇÃO – CPC Lei 13.105 de 16.03.2015 
TÍTULO II
DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
 Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento.
§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo.
§ 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.
 Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.
 Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
X - (VETADO).
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
 Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
 Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.
 Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.
CAPÍTULO II
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
 Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
§ 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 .
§ 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa.
§ 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.
§ 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
 Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pendero agravo do art. 1.042;             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
 Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.
CAPÍTULO III
DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
 Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
 Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§ 3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§ 4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§ 5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
 Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 .
§ 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
 Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízodo levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§ 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo.
 Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
			2 DOUTRINA
 	2.1 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR E QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE — PROCEDIMENTO 
 	O procedimento vem regulado nos arts. 523 e ss., mas naquilo que não for incompatível, aplicam-se as regras do Livro II da Parte Especial do CPC, como, por exemplo, as relativas à penhora e avaliação (art. 513, caput, CPC).
 	Observa Misael Montenegro que 
 	A fase de cumprimento da sentença pode ser instaurada para compelir o devedor (assim reconhecido no título executivo judicial) a adimplir obrigação de dar, de fazer ou de não fazer ou de pagar soma em dinheiro, não exigindo a formação de novo processo, o que significa dizer que temos um único processo, com duas fases, intercaladas pela sentença. A técnica executiva a ser desencadeada após a apresentação de requerimento pelo credor depende da natureza da obrigação a ser adimplida. Se o credor persegue o adimplemento da obrigação de dar, de fazer ou de não fazer, a sentença será efetivada mediante a adoção das intituladas medidas de apoio, exemplificativamente listadas no § 1 o do art. 536, com destaque para a expedição do mandado de imissão na posse (se o bem for imóvel), de busca e apreensão (se o bem for móvel), a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras, o impedimento de atividade nociva e a imposição de multa diária, representando técnicas de desestímulo à recalcitrância do devedor. No caso do inadimplemento da obrigação de pagar soma em dinheiro, a técnica a ser adotada é a do cumprimento da sentença, com fundamento nos arts. 513 ss, representando mera fase processual, inaugurada através da apresentação de requerimento formulado pelo interessado, denunciando o inadimplemento da obrigação, solicitando a intimação do devedor para pagar em 15 (quinze) dias, sob pena do acréscimo da multa de 10% (dez por cento) e dos honorários advocatícios no mesmo percentual, além da prática dos demais atos executivos. Necessidade de apresentação de requerimento pelo credor. A lei processual condiciona a instauração da fase de cumprimento da sentença à apresentação de requerimento pelo credor, o que significa dizer que não pode ser instaurada de ofício pelo magistrado. 
 		■ O INÍCIO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 	São dois os requisitos fundamentais do cumprimento de sentença: o título executivo judicial e o inadimplemento do devedor. 
 	Constituído o título, manda a lei que, a requerimento do exequente, seja dado ao devedor um prazo de quinze dias para que efetue voluntariamente o pagamento. Se o fizer, nem sequer terá início a fase executiva, pois a obrigação foi cumprida. 
 	Se não, passar-se-á à fase de cumprimento de sentença, com expedição de mandado de penhora e avaliação. O montante da obrigação será acrescido de multa de dez por cento do débito. 
 			■ O prazo para pagamento voluntário 
 	O legislador concede ao devedor o prazo de 15 dias para adimplir voluntariamente a obrigação. Nesse ínterim, não se admite a prática de atos satisfativos, pois a execução não teve início. O prazo é um tempo que se dá ao devedor para, ponderando as desvantagens de uma execução subsequente, cumprir a obrigação. Conquanto persista controvérsia a respeito desse prazo, parece-nos que ele há de ser considerado de natureza processual, já que fixado por lei processual, em caráter mandamental, para a prática de determinado ato com repercussões no processo, sob pena de multa. Assim, a contagem deverá ser feita considerando apenas os dias úteis (nesse sentido, o Enunciado 89 da I Jornada de Direito Processual Civil da Justiça Federal).[footnoteRef:2] [2: Humberto Theodoro, na obra citada, noticia o dissenso, na doutrina de Sérgio Shimura, para quem seria ininterrupto e o entendimento da doutrina majoritária no sentido de ser contado o prazo em dias úteis: José Miguel Medina, Araken de Assis e dele próprio, bem como na doutrina o posicionamento do STJ. Ainda traz discussão a respeito da contagem do prazo no caso de litisconsórcio, sendo que o STJ já entendeu ser prazo em dobro no caso do art. 229, porém nos processos eletrônicos segue-se com entendimento de prazos individuais.] 
 	As controvérsias que havia, na vigência do CPC de 1973, a respeito da necessidade de prévia intimação do executado para que passasse a fluir o prazo de 15 dias são resolvidas no CPC atual, que determina expressamente a intimação, a requerimento do exequente (art. 513, § 1º. E art. 523, CPC).[footnoteRef:3] [3: Misael Montenegro, in op. cit., assim traz: Alguns autores defendiam a ideia de que o devedor deveria ser pessoalmente intimado para pagar a quantia exigida pelo credor, já que o ato a ser praticado (pagamento) depende dele, não do seu advogado. A lei processual pôs uma pá de cal na discussão. A regra é a de que o devedor seja intimado através do seu advogado, o que valoriza os princípios da celeridade e da razoável duração do processo, só se justificando a sua intimação pessoal quando for pobre na forma da lei, desde que representado por defensor público; quando não tiver advogado constituído nos autos, e por edital, quando houver sido citado desta forma na fase de conhecimento, não participando do processo, caracterizando a sua revelia.] 
 	Estabelece o art. 523, caput, que, no caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, intimando-se o executado a efetuar o pagamento do débito, no prazo de 15 dias, acrescido das custas, se houver. A intimação é, portanto, necessária, e deverá ser feita na forma do art. 513, § 2º, do CPC. 
 	A intimação do devedor para pagar será feita pelo Diário da Justiça na pessoa do seu advogado constituído nos autos. Entretanto, deverá ser feita por carta com aviso de recebimento, quando o devedor for representado pela Defensoria Pública ou não tiver procurador constituído nos autos, ou por edital, quando, citado por edital, tiver sido revel na fase de conhecimento. A intimação será pela via eletrônica, na hipótese do art. 246, § 1º, se o devedor não tiver procurador constituído nos autos. Por fim, mesmo que o devedor tenha procurador constituído, haverá necessidade de intimá-lo por carta se o requerimento do credor para início do cumprimento de sentença for feito após um ano do trânsito em julgado da sentença. 
 	 	■ Impossibilidade de instauração da fase de cumprimento da sentença contra o fiador, o coobrigado ou o corresponsável que não participou da fase de conhecimento 
 	A Súmula 268 do STJ orienta que o fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado. Tanto o § 5º do art. 513 da lei processual como a orientação sumulada se aplicam diretamente à fase de cumprimento da sentença proferida na ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e dos acessórios da locação, na qual é frequente a pretensão do credor de incluir o fiador no polo passivo, embora este não tenha participado da fase de conhecimento, não tendo sido incluído como parte na petição inicial da citada ação. Se a fase de cumprimento da sentença for instaurada contra o terceiro, este pode oferecer impugnação, arguindo a sua ilegitimidade (inciso II do § 1 o do art. 525), ou pode opor exceção de pré-executividade. 
 		■ Relação jurídica sujeita a condição ou a termo 
 	O art. 514 do CPC dispõe: “Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreuo termo”. 
 	O art. 121 do CC estabelece que considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Se o credor requerer a instauração da fase de cumprimento da sentença fundada em título sujeito a condição suspensiva, para que possa produzir todos os seus efeitos, deve comprovar a ocorrência da condição. 
 	A sujeição da relação jurídica a termo também evidencia a necessidade de ocorrência de um evento futuro, para que o título possa produzir todos os seus efeitos. Contudo, diferentemente da condição, no termo, o evento é certo. Provada a sua ocorrência, a execução pode prosseguir regularmente. Não provada, a fase de cumprimento da sentença não pode ser instaurada.
 			■ A multa 
 	A multa de 10% prevista no art. 523, § 1º para a hipótese de não pagamento no prazo de quinze dias incidirá sobre o valor da condenação, o que inclui o principal, mais juros, correção monetária, custas e honorários advocatícios fixados na fase de conhecimento. Além da multa, ao iniciar a execução, o débito será acrescido de novos honorários advocatícios para a fase executiva, de 10% do débito. 
 	Controvertia-se sobre a incidência da multa em execução provisória na vigência do CPC de 1973. No entanto, o CPC atual não deixa dúvida: “A multa e os honorários advocatícios a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa” (art. 520, § 2º). O § 3º do mesmo dispositivo acrescenta: “Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto”. O levantamento do valor depositado ficará condicionado à prestação de caução idônea.
 		 	 ■ A iniciativa do credor 
 	Caberá ao credor a iniciativa de dar início à fase de cumprimento de sentença. Bastará apresentar petição requerendo a intimação do devedor para pagar o débito no prazo de 15 dias, sob pena de, não o fazendo, ter início a fase de cumprimento de sentença, com a expedição de mandado de penhora e avaliação de bens. Não se trata de uma petição inicial[footnoteRef:4], que tenha de preencher os requisitos do art. 319 do CPC, pois não haverá um novo processo. No entanto, é preciso que nela o credor tome algumas providências. Deve: [4: Salvo nos casos de sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença arbitral e sentença ou decisão estrangeira, conforme art. 515, § 1º., CPC.] 
■ apresentar demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo do débito, indicando quais os itens que o compõem, na forma dos incisos do art. 524 do CPC. Caso não haja o pagamento no prazo, o débito será acrescido de multa e de honorários advocatícios de fase executiva, ambos de 10% do débito; 
■ recolher as custas iniciais da execução, quando a lei estadual de custas o exigir; 
■ indicar, se possível, quais os bens que deseja ver penhorados. A prioridade de indicação de bens é do credor, e se ele já tiver ciência de algum bem sobre o qual a penhora possa recair, deve indicá-lo desde logo. Se não o fizer, o oficial de justiça diligenciará, na tentativa de localizar algum bem penhorável. 
 	Esse requerimento, a que alude o art. 523, antecede a intimação do executado para pagamento do débito no prazo de 15 dias. Caso haja o pagamento, a fase de cumprimento de sentença não terá início. Caso não haja pagamento, a fase de cumprimento terá início, sem a necessidade de novo requerimento, com a expedição desde logo de mandado de penhora e avaliação, iniciando-se automaticamente o prazo de 15 dias para impugnação. O débito, vencido o prazo de 15 dias, será acrescido da multa de 10% e dos honorários da fase executiva, também de 10%. 
 	■ PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO (art. 517) 
 	Desde a entrada em vigor da Lei n. 9.492/97 controvertia-se sobre a possibilidade de protesto de títulos executivos judiciais. A dúvida decorria do disposto no art. 1º da lei, que autorizava o protesto de obrigação originada em títulos e outros documentos da dívida. Como a lei não fazia ressalvas sobre a natureza do título, já havia decisões judiciais admitindo o protesto de sentença transitada em julgado na vigência do CPC de 1973. Nesse sentido, o acórdão proferido no REsp 750.805/RS, da E. 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, em que ficou decidido que a sentença transitada em julgado, da qual conste obrigação líquida, certa e exigível, poderia ser protestada. Contudo, havia também os que sustentavam que, à míngua de especificação legal, o protesto não poderia ser feito. 
 	O CPC atual põe fim à controvérsia, ao estabelecer expressamente, no art. 517 que: “A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523”. O art. 515, I, não exige, para caracterização do título judicial, que a decisão proferida no processo civil tenha transitado em julgado. Mesmo sem o trânsito, já haverá título executivo judicial, que permitirá a execução provisória, se não houver mais recurso dotado de efeito suspensivo. Todavia, para o protesto é indispensável o trânsito em julgado (a exceção é o protesto das decisões ou sentenças que fixam alimentos, e que podem ser protestadas independentemente do trânsito em julgado – art. 528, § 1º, do CPC). Além disso, como há expressa alusão ao prazo do art. 523, o protesto ficará restrito às decisões que reconheçam a obrigação do pagamento de quantia líquida, certa e exigível. 
 	Para que o protesto se efetive, bastará ao exequente apresentar certidão de teor da decisão, comprovando o trânsito em julgado e o transcurso do prazo do art. 523. Tal certidão deverá ser fornecida pelo Ofício no prazo de três dias e deverá indicar o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. Satisfeita integralmente a obrigação, o executado poderá requerer ao juiz que, no prazo de três dias, expeça ofício ao tabelionato, determinando o cancelamento do protesto. Caso, ainda, o executado tenha ingressado com ação rescisória da decisão, ele pode pedir a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
 	■ PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
 	A inércia do credor em promover a execução ou em dar-lhe andamento implicará a oportuna remessa dos autos ao arquivo. O credor, porém, pode, a qualquer momento, dar início ou continuidade à fase executiva. Mas há um limite: ele perderá a pretensão executiva se deixá-la prescrever. A execução de título judicial não é mais um processo, mas tão somente uma fase, porém admite-se a chamada prescrição intercorrente, que recebe essa denominação por verificar-se não antes, mas no curso do processo. 
 	Não é possível, em princípio, prescrição intercorrente durante a fase de conhecimento, porque, se o autor ficar inerte por mais de trinta dias, o juiz o intimará pessoalmente a dar andamento ao feito. Na inércia, o processo será extinto. 
 	Mas, na fase executiva é diferente. A inércia do credor não implica extinção, mas em remessa dos autos ao arquivo. Constituído o título executivo judicial, o credor tem um prazo para promover a execução. Qual? A Súmula 150 do STF estabelece que a pretensão executiva prescreve no mesmo prazo que a condenatória. O mesmo prazo que o autor tinha para promover a ação, terá para executar. Por exemplo: a vítima de acidente de trânsito tem o prazo de três anos para pedir indenização em face do causador do acidente. Se não o fizer, a pretensão condenatória estará prescrita. Se o fizer, e obtiver uma sentença condenatória, constituído o título e sendo possível iniciar a execução, fluirá novo prazo de três anos, desta feita para a execução. Esse prazo começa a correr a partir da data em que se tornar possível o requerimento de início do cumprimento de sentença, a que alude o art. 523, caput, do CPC. Se o credor, por inércia, não promover a execuçãonesse prazo, terá havido prescrição intercorrente. E se ele a promover, mas abandoná-la, voltará a correr o prazo de prescrição intercorrente. 
 	Iniciada a execução, ela será suspensa por um ano caso o executado não possua bens penhoráveis. Nesse interregno, como a suspensão não decorre da inércia do exequente, o prazo de prescrição ficará suspenso. Após esse prazo, deve o exequente tomar as medidas necessárias para tentar localizar o executado ou bens penhoráveis. Se, passado um ano de suspensão, o exequente não o fizer, os autos serão arquivados e começará a correr o prazo de prescrição intercorrente (art. 921, §§ 1º, 2º e 4º). No entanto, só começará a correr após um ano de suspensão, e desde que não haja manifestação do exequente. Se ele se manifestar, requerendo as providências necessárias para tentar localizar o executado ou bens que possam ter sido adquiridos no período, não correrá a prescrição intercorrente.[footnoteRef:5] [5: Segundo Rios Gonçalves. Humberto Theodoro, na obra citada entende que o prazo da prescrição da execução inicia-se a partir do transito em julgado, para a sentença líquida e da preclusão da decisão que liquida a sentença, no caso de sentença ilíquida. ] 
 	Caso ela ocorra, o juiz deverá decretá-la de ofício. Contudo, por força do princípio do contraditório, deverá antes ouvir as partes a respeito, concedendo-lhes prazo de 15 dias para manifestação (art. 921, § 5º, do CPC).
 	■ HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA FASE EXECUTIVA 
 	No cumprimento de sentença, serão devidos novos honorários advocatícios, relacionados a essa fase, que não se confundem com os fixados na sentença condenatória. A matéria já era objeto da Súmula 517 do STJ: “São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada”. 
 	O art. 523, § 1º, estabelece que, iniciado o cumprimento de sentença, o débito será acrescido de honorários advocatícios de 10%. Diante da determinação legal, os honorários da fase executiva nem sequer precisam ser fixados pelo juiz, devendo o exequente já acrescentá-los ao cálculo do débito. Esses honorários serão devidos, no mesmo montante, ainda que se trate de cumprimento provisório da sentença (art. 520, § 2º). 
 	Na impugnação, porém, só serão cabíveis honorários advocatícios em caso de acolhimento desta, com extinção da execução, conforme Súmula 519 do Superior Tribunal de Justiça.
	Humberto Theodoro entende que a base de cálculo para os honorários é o valor da condenação principal, não se inclui o valor da multa, cita os posicionamentos de Sérgio Shimura, na doutrina e do STJ, na jurisprudência.
 	Além disso o mesmo autor sustenta que se não for incluído o valor da multa na memória de cálculo, pelo exequente, o juiz não poderá incluir de ofício, pois se trata de direito disponível. 
 	■ MANDADO DE PENHORA DE AVALIAÇÃO 
 	O cumprimento de sentença condenatória em quantia certa se inicia com a expedição de mandado de penhora e avaliação. Não há distinção entre tais atos na execução por título judicial ou extrajudicial. Aplicam-se, pois, as regras do Livro II da Parte Especial do CPC (arts. 831/909, CPC). 	Também se aplicam as mesmas regras do processo de execução por título extrajudicial à intimação da penhora. 
 	■ DA DEFESA DO EXECUTADO EM JUÍZO 
 		■ Introdução 
 	A forma de defesa do executado, por excelência, é a impugnação. Admitem-se, ainda que excepcionalmente, as exceções e objeções de pré-executividade, embora tenham perdido quase toda a sua utilidade, já que tanto na execução por título extrajudicial quanto no cumprimento de sentença o oferecimento de embargos ou de impugnação dispensa a prévia penhora, depósito ou caução. 
 		■ Impugnação 
 			■ Natureza 
 	A defesa do devedor no cumprimento de sentença não é feita pela ação autônoma de embargos, mas por meio da impugnação. Os embargos são ação autônoma e constituem um processo independente, autuado em apartado. A impugnação, ao contrário, não será ação autônoma, mas incidente da fase de cumprimento de sentença. Não será ação incidental, como os embargos, mas incidente processual, julgado por decisão interlocutória. 
 	Há uma única hipótese em que ela será ação incidental, segundo Rios Gonçalves: quando tiver por objeto a declaração de inexistência ou extinção do débito (art. 525, VII). Porque, se o juiz emitir essa declaração, sua decisão revestir-se-á da autoridade da coisa julgada material. Ele não decidirá apenas questões processuais, mas a existência do direito material, do crédito que embasa a execução, caso em que a impugnação adquirirá a natureza de ação incidente. Não de processo autônomo, já que será sempre incidental à execução: tanto que o juiz proferirá ao final decisão interlocutória, e não sentença. 
 	A impugnação terá natureza de mero incidente nas hipóteses do art. 525, I a VI, e de ação incidente na do inciso VII, segundo Rios Gonçalves.
 	 Seja uma coisa ou outra, o seu processamento far-se-á nos autos da execução, e não em apenso ou em apartado. 
 		 	■ Prazo 
 	O prazo para que o devedor apresente impugnação é de 15 dias, a contar do transcurso in albis do prazo de 15 dias para pagamento voluntário, independentemente de penhora ou nova intimação. Serão dois prazos de 15 dias distintos: primeiro, o de 15 dias para o pagamento voluntário do débito — nesse momento, não teve início ainda a fase de cumprimento de sentença, que nem sequer começará se houver o pagamento voluntário — e o segundo prazo, também de 15 dias, para oferecer impugnação, já iniciada a fase de cumprimento de sentença, quando não houve o pagamento voluntário. O requerimento do exequente, a que alude o art. 523 e que deve preencher os requisitos do art. 524, deverá anteceder a intimação do executado para pagamento voluntário em 15 dias. Vencido esse prazo, automaticamente e sem necessidade de novo requerimento ou intimação, será expedido mandado de penhora e avaliação e passará a correr o prazo de 15 dias para impugnação. 
 	O art. 229 do CPC, que determina a dobra de prazo em caso de litisconsórcio com advogados diferentes aplica-se ao prazo de impugnação. Não o de embargos, que é sempre simples, porque eles têm natureza de ação autônoma e criam novo processo. O prazo não é interno à execução, mas externo. A situação é diferente na impugnação que não constitui ação, nem processo autônomo, mas incidente (ou ação incidente, na hipótese do art. 525, VII). 
 	O prazo para apresentá-la é sempre interno ao processo, o que justifica que o dispositivo supramencionado se aplique. Não há necessidade, para a impugnação, de prévia garantia do juízo, pela penhora ou pelo depósito do bem, como estabelece expressamente o art. 525, caput, do CPC. 
 			■ Efeito suspensivo 
 	Em regra, a impugnação, tal como os embargos, não é dotada de efeito suspensivo. Enquanto ela se processa, a execução prossegue e pode alcançar a fase de expropriação. 
 	No entanto, excepcionalmente, o juiz pode concedê-lo. Os requisitos são os mesmos para que ele o conceda nos embargos: 
■ que haja requerimento do impugnante; 
■ que o juízo esteja garantido com penhora, caução ou depósito suficientes; 
■ que seja relevante a sua fundamentação, isto é, que sejam verossímeis as alegações; ■ que o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
 	 A concessão de efeito suspensivo não impede a efetivação de atos de substituição, reforço ou redução de penhora e avaliação de bens. 
 			■ Restrição às matérias alegáveis 
 	Na execução por título extrajudicial, não há restrições às defesas alegáveis nos embargos, o que se justifica porque ela não foi precedida de processo anterior. 
 	O mesmo não ocorre com a impugnação, na qual a cognição é restrita, no plano horizontal: existem limitações quanto às matérias alegáveis. 
 	O legislador enumera os temas que podem ser objeto da impugnação, e o devedor não pode fundá-la em outros, não previstos, sob pena deser rejeitada de plano. A fase executiva foi precedida de fase de conhecimento, e não seria razoável admitir que o devedor pudesse alegar defesas que ou já foram apreciadas na fase cognitiva, ou deveriam ter sido alegadas e não o foram. 
 	O rol de defesas alegáveis está no art. 525, § 1º, do CPC. São elas: 
■ Falta ou nulidade de citação, se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia 
 	O processo é um só, e há uma única citação: aquela que se realiza na fase de conhecimento. A falta ou nulidade dela, quando o réu permanecer revel, acarretará a ineficácia da sentença ou do acórdão contra ele proferidos. Ou seja, do título executivo judicial.
 	 O executado, tendo tomado conhecimento da execução, poderá opor-se por meio de impugnação que, nessa hipótese, adquirirá as características de verdadeira querela nullitatis insanabilis. Se acolhida, será reconhecida a ineficácia de título, e o juiz determinará o retorno do processo à fase de conhecimento, restituindo-se ao réu a oportunidade para oferecer contestação. 
■ Ilegitimidade de parte 
 	Essa será uma alegação mais comum quando a execução tiver por fundamento sentença penal condenatória. Por exemplo, se a vítima quiser executar o patrão, por danos decorrentes de crime praticado pelo empregado. 
 	Todavia, também poderá ocorrer quando o título for a sentença civil, quando se quiser executar sentença condenatória contra o fiador, que não participou nem foi condenado na fase cognitiva, por exemplo. 
■ Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação 
 	São várias as razões pelas quais o título pode ser inexequível ou a obrigação inexigível. Por exemplo, sentença homologatória de acordo, no qual ficaram convencionadas certas datas para o pagamento, o exequente deu início à fase executiva antes do vencimento previsto. Se o título é inexequível ou a obrigação inexigível, falta interesse de agir. 
 	■ Inexigibilidade decorrente de declaração de inconstitucionalidade 
 	Uma das hipóteses de inexigibilidade do título vem expressamente mencionada no art. 525, § 12: “Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”. 
 	Esse dispositivo autoriza o reconhecimento da inexigibilidade da sentença ainda que transitada em julgado, fundada em lei (ou ato normativo) declarada inconstitucional, ou que deu a essa lei (ou ato normativo) interpretação que foi tida como incompatível com a Constituição Federal. No entanto, para que a sentença possa ser reconhecida como inexigível, é preciso que a declaração de inconstitucionalidade preceda o trânsito em julgado. Se ela for posterior, só caberá ação rescisória. Mas, nesse caso, o prazo da rescisória não será de dois anos a contar do trânsito em julgado da sentença, mas de dois anos a contar do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em controle concentrado ou difuso de constitucionalidade. 
■ Penhora incorreta ou avaliação errônea 
 	A penhora e a avaliação do bem poderão ser prévias ou posteriores à impugnação. Se prévias, os eventuais equívocos deverão ser alegados na impugnação. Se posteriores, serão alegados por simples petição, no prazo de 15 dias a contar da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato, nos termos do art. 525, § 11. Como a impugnação não exige prévia penhora e o prazo para apresentá-la corre automaticamente do término do prazo para pagamento voluntário, é possível que a penhora e a avaliação sejam posteriores, caso em que eventuais vícios ou equívocos deverão ser arguidos no prazo de 15 dias após a ciência do fato ou ato. 
■ Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções 
 	O excesso ocorre quando o credor postula montantes ou prestações superiores aos que são efetivamente devidos. O art. 917, § 2º, do CPC enumera quais são as hipóteses: 
■ quando o exequente pleiteia quantia superior à do título; 
■ quando recaisobre coisa diversa daquela declarada no título; 
■ quando se processa de modo diferente do que foi determinado no título; 
■ quando o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; 
■ se o exequente não provar que a condição se realizou. 
 	O rol merece críticas, na visão de Rios Gonçalves, porque as duas últimas hipóteses não são de excesso de execução, mas de inexigibilidade do título. 
 	A cumulação indevida de execuções ocorre quando há pretensões executivas cumuladas, sem a observância das exigências do art. 327 do CPC. 
 	■ Excesso de execução e excesso de penhora. Distinções 
 	O que pode ser objeto de impugnação é o excesso de execução, a cobrança de valores ou prestações maiores ou diferentes das que constam do título. Com ela não se confunde o excesso de penhora, que ocorre quando o credor cobra o que é devido, mas a penhora acaba recaindo sobre bens de valor superior ao do débito. Não há excesso na cobrança, mas na garantia. Havendo apenas excesso de penhora, não é necessária a impugnação, bastando às partes, a qualquer tempo, postular a redução àquilo que seja suficiente para garantia do crédito. 
 	■ Necessidade de o executado declarar o valor que entende correto 
 	O art. 525, § 4º, do CPC contém salutar determinação. Trata-se de exigência para que o juiz receba a impugnação, fundada em excesso de execução: “Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo”. Essa é uma exigência também nos embargos (art. 917, § 3º, do CPC). Se o executado não cumprir a determinação e o excesso de execução for o único fundamento da impugnação, ela será rejeitada liminarmente. Se houver outros fundamentos, a impugnação será recebida, mas a alegação de excesso de execução não será examinada. 
 	O Superior Tribunal de Justiça tem se mostrado rígido no cumprimento à exigência legal, como se vê de acórdão proferido pela Corte Especial: 
Corte Especial DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA POR EXCESSO DE EXECUÇÃO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). Na hipótese do art. 475-L, § 2º (atual art. 525, § 4º), do CPC, é indispensável apontar, na petição de impugnação ao cumprimento de sentença, a parcela incontroversa do débito, bem como as incorreções encontradas nos cálculos do credor, sob pena de rejeição liminar da petição, não se admitindo emenda à inicial. O art. 475-L, § 2º, do CPC, acrescentado pela Lei n. 11.232/2005, prevê que ‘Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação’. Segundo entendimento doutrinário, o objetivo dessa alteração legislativa é, por um lado, impedir que o cumprimento de sentença seja protelado por meio de impugnações infundadas e, por outro lado, permitir que o credor faça o levantamento da parcela incontroversa da dívida (...). REsp 1.387.248/SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 07/05/2014. 
■ Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução 
 	É na impugnação que o executado deve arguir a incompetência do juízo, seja ela absoluta ou relativa. Dificilmente será possível arguir a incompetência, se o título for sentença civil condenatória, já que ela teria de ter sido alegada na fase cognitiva. Contudo, se o título executivo judicial for de outra espécie, como a sentença penal condenatória, a sentença arbitral, estrangeira etc., a incompetência deverá ser alegada em impugnação. Já o impedimento e a suspeição do juiz devemser alegados por simples petição, observado o disposto nos arts. 146 e 148 do CPC. 
■ Qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, desde que superveniente 
 	A lei dá alguns exemplos, como o pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença. 
 	Essa é a hipótese em que a impugnação terá por fim discutir a existência do débito. 
 	A única em que ela, por versar sobre matéria de fundo, terá natureza de ação incidente, e não de mero incidente processual, uma vez que aquilo que o juiz declarar a respeito do débito terá de se tornar definitivo, por força da coisa julgada material. Não seria aceitável que o juiz, na impugnação, reconhecesse o pagamento e declarasse extinto o débito, sem caráter definitivo. 
 	Quando ele acolhe a impugnação, reconhecendo a inexistência do débito, terá de extinguir a execução. Ao fazê-lo, não proferirá uma decisão interlocutória, mas verdadeira sentença, com força definitiva. 
 	Mas o juiz pode acolher apenas em parte a impugnação, declarando o débito parcialmente inexistente. Se o fizer, não haverá sentença, porque a execução prosseguirá quanto ao saldo remanescente. A impugnação será julgada por decisão interlocutória. Ainda assim, o que for decidido a respeito do crédito não mais poderá ser rediscutido. Nessa situação, a impugnação tem natureza de ação incidente, ainda que não constitua processo autônomo. A decisão interlocutória proferida pelo juiz terá força de sentença e se revestirá da autoridade da coisa julgada material. O mesmo ocorrerá em caso de improcedência da impugnação. As causas extintivas, impeditivas ou modificativas alegadas pelo devedor, ainda que afastadas por decisão interlocutória, não poderão ser novamente alegadas em ação autônoma. 
 	Mas a impugnação não se presta a que o devedor alegue causas modificativas ou extintivas que poderiam ter sido alegadas na fase de conhecimento. O juiz só as conhecerá se forem supervenientes. Se podiam ter sido alegadas e não o foram, será aplicável o art. 508 do CPC: “Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido”. 
 	Por exemplo, a prescrição que pode ser alegada na fase executiva é a da execução (Súmula 150 do STF), não da pretensão cognitiva, porque esta deveria ter sido alegada na fase de conhecimento. 
 		■ Rol taxativo ou exemplificativo? 
 	Discute-se se o rol do art. 525, § 1º, que enumera as matérias alegáveis em impugnação, é taxativo ou exemplificativo. 
 	É temerário considerá-lo taxativo, porque não é possível privar o devedor da possibilidade de alegar outras defesas, que não tenham sido imaginadas pelo legislador. A limitação imposta por lei às matérias alegáveis tem por finalidade evitar que, em cumprimento de sentença, o devedor tenha oportunidade de rediscutir coisas que, ou já foram discutidas na fase de conhecimento, ou deveriam ter sido deduzidas e não o foram. Mas não impede que o devedor apresente defesa superveniente, ainda que não prevista expressamente no rol. 
 	 	■ Inexistência de restrição quanto à profundidade da cognição 
 	A impugnação, conquanto limitada no que concerne à extensão das matérias alegáveis, não sofre restrições quanto à profundidade da cognição judicial. O juiz não a decidirá em um juízo de mera verossimilhança ou plausibilidade, em cognição superficial, mas autorizará as provas necessárias para formar a sua convicção em caráter definitivo. 
 	Todos os meios lícitos de prova são admitidos na impugnação. O juiz poderá, se necessário, determinar perícia e designar audiência para a colheita de prova oral. As regras sobre a produção de provas são as mesmas que se aplicam ao processo de conhecimento em geral. 
 	 	■ Procedimento 
 	A impugnação é formulada por petição dirigida ao juízo da execução. Não há necessidade de todos os requisitos do art. 319 do CPC, já que não haverá um novo processo, mas tão somente um incidente no bojo da execução. Mas é indispensável que o impugnante formule com clareza a sua pretensão e os fundamentos que a embasam e que devem enquadrar-se nas hipóteses do art. 525, § 1º, do CPC. 
 	Cumpre ao impugnante requerer, se o desejar, a concessão de efeito suspensivo, que não poderá ser concedido de ofício pelo juízo. Como se trata de mero incidente, não haverá recolhimento de custas. 
 	Recebida a impugnação, o juiz intimará o impugnado (exequente) para, querendo, apresentar resposta, no prazo de quinze dias. Conquanto a lei não mencione o prazo, por aplicação do princípio da isonomia, há de presumir-se que seja o mesmo que para o oferecimento da impugnação. 
 	Em seguida, o juiz verificará se está ou não em condições de julgar o incidente. Em caso afirmativo, ele o fará; em caso negativo, determinará as provas necessárias. 
 	O incidente é sempre julgado por decisão interlocutória, salvo se, do acolhimento das alegações do devedor, resultar a extinção da execução. Se ele alegar alguma causa extintiva, como pagamento ou prescrição, e o juiz a acolher, a consequência inexorável será a extinção da execução, e então o ato decisório haverá de ser qualificado como sentença. Do contrário, se a execução ainda prosseguir, será decisão interlocutória, e o recurso adequado será o agravo de instrumento. 
 	O juiz só fixará honorários advocatícios na impugnação se ela for acolhida, com a consequente extinção da execução, pois, se desacolhida, não haverá novos honorários, além daqueles fixados em favor do credor no início da fase de cumprimento de sentença. Nesse sentido, decidiu a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, ao examinar recursos repetitivos no REsp 1.134.186, de 3 de agosto de 2011, Rel. Min. Luiz Felipe Salomão, o que culminou com a edição da Súmula 519, que assim dispõe: “Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios”. 
 	O Enunciado 50 da ENFAM dispõe que “o oferecimento de impugnação manifestamente protelatória ao cumprimento de sentença será considerado conduta atentatória à dignidade da Justiça (art. 918, III, parágrafo único, do CPC/2015), ensejando a aplicação da multa prevista no art. 774, parágrafo único”. 
 	■ Matéria superveniente 
 	A lei não exige, como condição para o oferecimento da impugnação, que tenha havido prévia penhora ou avaliação. Também não prevê a possibilidade de nova impugnação, caso a penhora ou a avaliação venham a ocorrer posteriormente à apresentação da impugnação oferecida nos 15 dias contados a partir do vencimento do prazo para pagamento voluntário. 
 	A solução, caso isso ocorra, é dada pelo art. 525, § 11: “As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato”. 
 	As matérias alegáveis são aquelas relativas ao cumprimento de sentença, que não puderam ser alegadas em impugnação porque supervenientes a ela. 
■ Exceções e objeções de pré-executividade 
O CPC de 1973, na sua redação originária, estabelecia que a defesa do devedor era sempre veiculada pelos embargos, fosse a execução fundada em título judicial ou extrajudicial. E o seu recebimento estava condicionado a que o juízo estivesse garantido pela prévia penhora de bens. 
Havia casos em que não era razoável exigir do executado que primeiro tivesse os bens constritos, para só então defender-se. Por exemplo, há certas defesas de ordem pública que nem sequer precisariam ser alegadas pelo executado, mas deveriam ser conhecidas de ofício pelo juiz. Este nem sempre tomava conhecimento delas, e era preciso que o executado as suscitasse. Ora, não era razoável exigir prévia penhora para alegá-las, se deviam ser conhecidas de ofício. 
Por exemplo: o exequente fundavaa sua execução em documento que não era título executivo, e o juiz, por um lapso, determinava o processamento. Não era razoável que o devedor só pudesse alegar a inexistência do título após prévia penhora, quando o credor nem poderia ter promovido a execução. Ou, ainda, o exequente apresentava um cálculo do débito muito superior, incluindo valores que não constam do título. Também não seria razoável condicionar o conhecimento do excesso a uma prévia penhora. 
Para solucionar essas situações, passou-se a admitir que o executado alegasse, na própria execução, sem embargos, aquelas defesas que, por serem de ordem pública, deveriam ter sido conhecidas pelo juiz de ofício. 
A tal incidente, que não tinha previsão legal expressa, a doutrina denominou “exceção de pré-executividade”; de início, servia apenas para que o devedor alegasse matérias de ordem pública. O nome era infeliz, já que as defesas que podem ser conhecidas de ofício são objeções e não exceções. Daí porque o incidente seria mais bem denominado “objeção de pré-executividade”. 
Com o tempo, doutrina e jurisprudência passaram a dar a esse tipo de incidente uma extensão maior do que de início. Se antes, apenas objeções poderiam ser alegadas, posteriormente passou-se a admitir o uso desse mesmo mecanismo para apresentar defesas que pudessem ser conhecidas prima facie, por não dependerem de provas que já não estivessem previamente constituídas. 
É o caso, por exemplo, do pagamento: não seria razoável que o executado que pagou e está munido de recibo tenha de ter os seus bens penhorados, para só então alegar a extinção da obrigação. 
Tais incidentes passaram a admitir a alegação de defesas que, conquanto não cognoscíveis de ofício, poderiam ser comprovadas prima facie, por documentos. Com isso, a par das objeções de pré-executividade, admitiram-se verdadeiras exceções de pré-executividade. 
A condição para que sejam recebidas e processadas é que a defesa possa ser comprovada prima facie. Se a questão fática depender de prova, o juiz não a receberá, determinando que a questão seja remetida à impugnação. 
No CPC atual, tanto no cumprimento de sentença quanto na execução por título extrajudicial, a apresentação de defesa — por impugnação no primeiro, por embargos na segunda — independe de prévia garantia do juízo pela penhora. Em razão disso, desapareceu quase todo o interesse para a oposição de exceções ou objeções de pré- executividade. Rios Gonçalves entende que esses mecanismos devam desaparecer por completo, pois podem continuar tendo alguma utilidade. Por exemplo, quando transcorrido o prazo da impugnação ou dos embargos in albis houver matéria superveniente ou não sujeita à preclusão, que não tenha sido examinada pelo juiz, o interessado poderá valer-se de tais incidentes para alegá-las. Os arts. 518 e 525, § 11, do CPC, indicam a possibilidade de apresentação de defesa no próprio bojo da execução, sem impugnação ou embargos. 
No entanto, a utilidade desses incidentes ficou muito reduzida. Uma vez que, para se defender, seja por meio da impugnação no cumprimento de sentença, seja por meio de embargos, no processo de execução, o executado não sofre mais nenhuma constrição, não se justifica mais a utilização das objeções e exceções de pré-executividade, a menos que não seja mais possível ao executado valer-se dos meios tradicionais de defesa (por exemplo, porque já transcorreu o prazo) para alegar alguma matéria que ainda possa ser arguida. 
 	■ O procedimento das exceções e objeções de pré-executividade 
A lei não as previu. Não há, portanto, um procedimento por ela estabelecido. Serão suscitadas por simples petição, podendo o juiz determinar a autuação em apenso — se a juntada puder tumultuar o andamento do processo. 
Não há prazo para suscitá-las, mas elas só terão utilidade quando o devedor perder o prazo de impugnação ou de embargos e quiser alegar matérias supervenientes ou não sujeitas à preclusão, no caso do cumprimento de sentença hoje previsão no art. 518, CPC. 
Os incidentes, segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial amplamente majoritário, não têm efeito suspensivo, que nem mesmo a impugnação e os embargos têm. Apresentada a petição, cumprirá ao juiz verificar se a matéria alegada é daquelas que podem ser discutidas em objeção ou exceção de pré-executividade, isto é, se são apenas questões de direito ou de fato que prescindam de outras provas. Se não for, indeferirá de plano o incidente. Se sim, determinará que o credor seja intimado para manifestar-se, fixando prazo razoável. Ouvido o credor, o juiz decidirá, não sendo possível, pelas razões já mencionadas, a abertura de instrução. Se o convencimento do juiz depender de provas, ele extinguirá o incidente.
Em regra, as exceções e objeções de pré-executividade serão julgadas por decisões interlocutórias, contra as quais o recurso adequado será o de agravo de instrumento. Há, porém, a possibilidade de, em razão do acolhimento, a execução ser extinta. Por exemplo: o devedor pode alegar que o título está prescrito ou que é inexequível. Acolhidas as alegações, o juiz extinguirá a execução, por sentença. 
■ Objeções: 
— matérias de ordem pública, cognoscíveis de ofício pelo juiz a qualquer tempo e que não se sujeitam à preclusão; 
— independe de penhora; 
— apresentada por simples petição; 
— prova pré-constituída, não sendo admissível a instauração de instrução. 
■ Exceções: 
— matérias que não podem ser apreciadas pelo juiz de ofício. Exemplo: pagamento superveniente; 
— independe de penhora; 
— suscitável por simples petição; 
— prova pré-constituída, não sendo admissível a instauração de instrução. 
 	■ Fase expropriatória 
 	Não há diferenças entre a fase expropriatória na execução do cumprimento de sentença e na execução por título extrajudicial. Os dispositivos do Livro II da Parte Especial do CPC, aplicam-se supletivamente. 
■ PECULIARIDADES DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE OBRIGAÇÃO POR ATO ILÍCITO 
CAPÍTULO IV
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
	(...)
 Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
§ 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.
§ 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.
§ 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
 	A obrigação imposta na sentença que condena aquele que pratica ato ilícito é de pagamento de quantia certa. Sua execução far-se-á na forma dos arts. 523 e ss. do CPC. Há, no entanto, algumas peculiaridades que justificam tratamento em capítulo à parte. 
 	É comum que, do ato ilícito, resulte o reconhecimento de obrigação ao pagamento de uma pensão, à própria vítima, quando do fato resultar incapacidade de trabalho; ou aos herdeiros dela, quando, por força da morte da vítima, ficarem privados de subsistência. 
 	Como o pagamento das prestações é periódico, preocupou-se o legislador em garantir o recebimento: o juiz poderá ordenar, a requerimento do exequente, que o devedor constitua um capital, cuja renda assegure o pagamento mensal da pensão (CPC, art. 533,caput). Caberá ao juiz verificar, no caso concreto,se a medida é adequada e oportuna, e se consiste na melhor forma de assegurar o pagamento. 
 	O capital, que poderá ser representado por imóveis ou direitos reais sobre imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, permanecerá inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação. 
 	O § 2º do art. 533 do CPC autoriza o juiz a substituir “a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz”. Essa solução é mais eficaz como forma de assegurar o pagamento, quando a condenação recai sobre pessoa jurídica, de notória solvibilidade. 
 	O § 3º do art. 533 autoriza a parte a requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. A doutrina civilista controvertia sobre a possibilidade de, em caso de indenização por ato ilícito, havendo modificação das necessidades do credor, ou das possibilidades do devedor, alterar-se o valor da pensão fixada. 
 	Tal possibilidade só era admitida, em princípio, nos alimentos decorrentes do direito de família, isto é, das relações de parentesco, ou provenientes de casamento ou de união estável. Ainda na vigência do CPC anterior, como lembrava Carlos Roberto Gonçalves[footnoteRef:6]: “Corrente contrária sustentava, no entanto, que os alimentos devidos em consequência da prática de um ato ilícito, embora não se confundam com os devidos em razão do direito de família, tendo caráter indenizatório, de ressarcimento, sujeitam-se à revisão, havendo modificações nas condições econômicas, consoante dispunha o art. 602, § 3º, do CPC. Nesse sentido decidiu a Terceira Câmara do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 22.549-1-SP, em 23-3-93, tendo como relator o Min. Eduardo Ribeiro. O aludido o art. 602, § 3º, do estat uto processual civil foi, porém, transformado em art. 475-Q pela Lei n. 11.23 .232, de 22 de dezembro de 2005, que também modificou a redação do mencionado § 3º, que não se refere mais a redução ou aumento do ‘encargo’, mas sim da ‘prestação’. Optou o legislador, desse modo, por admitir expressamente que a ‘prestação’ alimentícia decorrente da prática de um ato ilícito pode, independentemente da situação da garantia ou do encargo, sofrer redução ou aumento, se sobrevier modificação nas condições econômicas das partes”. [6: In Direito civil brasileiro, v. 4: Responsabilidade civil. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, p. 354.] 
 	Diante do que dispõe expressamente o art. 533, § 3º, não pode mais haver dúvida quanto à possibilidade de alterar-se a prestação mensal da pensão alimentícia de cunho indenizatório, fixada em razão de condenação por ato ilícito, caso sobrevenha alteração nas condições do ofensor ou do ofendido. 
 	Em razão disso, a coisa julgada será rebus sic stantibus. 
■ SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA, SENTENÇA ARBITRAL E SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 	A peculiaridade no cumprimento desses tipos de sentença é que não terá havido fase de conhecimento antecedente na esfera cível. Nem anterior citação do devedor. 
 	Será indispensável que ele seja citado, embora se trate de execução fundada em título judicial. 
 	Pode ser que o título já seja líquido, caso em que será promovida diretamente a execução, que constituirá um processo autônomo, no qual o devedor deverá ser citado, para pagar em quinze dias, sob pena de multa de 10% e expedição de mandado de penhora e avaliação. 
 	O procedimento será o dos arts. 523 e ss., com a única peculiaridade de que, em vez de intimação do executado na pessoa do advogado para efetuar o pagamento, haverá a citação. 
 	Pode ainda ocorrer que, antes da execução, seja necessária a liquidação por arbitramento ou de procedimento comum. Se assim for, o devedor será citado para acompanhá-la; apurado o quantum debeatur, será intimado para fazer o pagamento do débito, no prazo de quinze dias, sob pena de multa de 10% e expedição de mandado de penhora e avaliação. 
 	Ainda que essa execução possa constituir um novo processo, já que não há nenhum outro precedente, a execução far-se-á na forma dos arts. 523 e ss. do CPC.
■ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA PROVISORIO[footnoteRef:7] [7: Misael Montenegro Filho.] 
 	A execução provisória de pronunciamento judicial tem fundamento em título provisório, dependendo da apresentação de requerimento pelo credor, não podendo ser instaurada de ofício pelo magistrado, já que o interessado se obriga a indenizar eventuais prejuízos que venham a ser causados à parte contrária, quando e se o recurso interposto contra o pronunciamento invalidá-lo ou reformá-lo, no todo ou em parte. 
 	A execução fundada em título provisório pode ser instaurada quando a decisão impugnada for atacada por recurso recebido apenas no efeito devolutivo, como o recurso especial e o recurso extraordinário, bem como as apelações que atacam as sentenças listadas no § 1º do art. 1.012 da lei processual.
 	A instauração desse tipo de execução não depende da extração da denominada carta de sentença. Diferentemente, o credor deve instruir o pedido com as cópias dos documentos indicados no parágrafo único do art. 522, exceto quando o processo tem curso em autos eletrônicos, dispensada a autenticação, desde que o advogado que subscreve a petição declare a autenticidade, assumindo responsabilidade pessoal por essa declaração. 
 	A execução provisória tem curso em autos apartados, diante da cisão das fases recursal e executiva, resultando o encaminhamento dos autos principais ao tribunal competente, objetivando o julgamento do recurso pendente. A expressão autos apartados não significa a instauração de um novo processo, mas de um mero apêndice da ação em curso. 
 	Mesmo quando a lei prevê a prestação da caução (para levantamento de dinheiro, para a arrematação; para a adjudicação), a contracautela é exigida não como condição para a instauração da execução, mas para a prática dos atos indicados no inciso IV da norma anteriormente reproduzida. 
 	A caução é gênero, apresentando as espécies da caução real (hipoteca, penhor, por exemplo) e da caução fidejussória (fiança, por exemplo). A garantia é prestada de modo incidental, por determinação do magistrado, exigindo o estabelecimento do contraditório, em respeito ao inciso LV do art. 5 o da CF, devendo o juiz permitir que o devedor se manifeste sobre a garantia oferecida, em seguida enfrentando a questão através de decisão de natureza interlocutória, passível de ataque por meio da interposição do recurso de agravo de instrumento, no prazo geral de 15 (quinze) dias (parágrafo único do art. 1.015). 
 	O pronunciamento que delibera sobre a aceitação ou não da caução oferecida pelo credor deve ser fundamentado (inciso IX do art. 93 da CF e art. 11,caput, do CPC), sob pena de nulidade. 
 	Enfrentando o tema, o magistrado deve observar os princípios da proporcionalidade e da menor onerosidade para o devedor, sem descuidar dos interesses do credor. 
 	A contracautela deve ser suficientemente idônea para assegurar o pagamento de indenização em favor do devedor, se o título que fundamentou a execução provisória for invalidado ou reformado pelo tribunal competente. Nesse passo, adverte-se que a simples aceitação da fiança não é suficiente para os fins propostos, devendo o magistrado exigir a demonstração da higidez patrimonial do terceiro que presta a garantia, em atenção ao devedor. 
 	A comprovação da necessidade do credor de alimentos ou da vítima da prática de ato ilícito justifica a dispensa da prestação da caução. Essa comprovação é realizada incidentalmente, nos autos do procedimento de cumprimento provisório da sentença, devendo ser analisada através da prolação de decisão de natureza interlocutória, que pode ser atacada pelo recurso de agravo de instrumento, no prazo geral de 15 (quinze) dias (parágrafo único do art. 1.015). 
 	Se o tribunal local negar seguimento ao recurso especial ou ao recurso extraordinário interposto contra o acórdão proferido pela Corte, háuma quase certeza da existência do crédito, apurada através da constatação de vários pronunciamentos convergentes sobre o tema, justificando a dispensa da prestação da caução como regra. 	
 	Se o título que apoiou a execução provisória não subsistir, em decorrência do provimento do recurso que o atacou, tendo causado prejuízo ao devedor (pelo fato de o bem penhorado ter sido arrematado, por exemplo), a lei não exige o ajuizamento da ação de indenização por perdas e danos contra o credor. O prejuízo é apurado através da instauração da liquidação por arbitramento (ou de qualquer outra modalidade de liquidação, segundo pensamos), dando ensejo à prolação de decisão interlocutória que ratifica a liquidação da obrigação, permitindo o avanço à fase executiva, com a consequente intimação do credor originário (agora devedor), sendo instado para adimplir a obrigação no prazo de 15 (quinze) dias. 
 	Não obstante essa possibilidade, se o levantamento do dinheiro penhorado foi antecedido da prestação da caução, o devedor primitivo deve se satisfazer com a garantia.
 	No cumprimento de sentença provisório de obrigação de pagar quantia aplicam-se as regras dos arts. 513/519, 523/527, observadas as regras específicas previstas nos arts. 520/522.
 	
■ PROXIMO TÓPICO: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS (ARTS. 528/533).

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