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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL – PROF. BRUNO – 8º PERÍODO Livro Marcus Vinícius + Elpídio + professor + grancursos AULA 1 - dia: 09/02/23 DIREITO Processual – Regulamenta o instrumento de que se vale o Estado-juiz para fazer valer os direitos NÃO respeitados dos que a ele recorrerem. Normas processuais são meramente instrumentais. Jurisdição (p. 190): Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos. Poder que tem o judiciário para solucionar conflitos. (p. 267) Atuação do Estado consistente na aplicação do direito a um caso concreto, resolvendo-o de maneira definitiva, cujo objetivo é sanar uma crise jurídica e trazer paz social. Provocada pelo direito de ação e só pode ser prestada por meio de um processo. Ação - Mecanismo pelo qual se provoca o Judiciário a dar uma resposta chamada de provimento ou tutela jurisdicional. (p. 267). Direito subjetivo público que se exerce contra o Estado e por meio do qual se postula a tutela ou provimento jurisdicional. Conceito: Direito de ação como um direito subjetivo público, exercido contra o Estado: direito subjetivo = o lesado tem a faculdade de exercê-lo, ou NÃO; CONTRA o Estado, porque a ação põe em movimento a máquina judiciária, que, sem ela, é inerte. Contrapõe-se ao termo “inércia”. Retira o Estado da sua originária inércia e o movimenta rumo à tutela ou provimento jurisdicional. Exercida contra o Estado, porque dirigida a este, e NÃO à parte contrária. É verdade que o adversário do autor é sempre o réu, mas o direito de ação NÃO é dirigido contra este, mas contra o próprio Estado, porque serve para movimentá-lo. (p.268) Processo - instrumento da jurisdição - meio de que se vale o juiz para aplicar a lei ao caso concreto. NÃO é um fim em si, já que ninguém deseja a instauração do processo por si só, mas meio de conseguir determinado resultado: a prestação jurisdicional, que tutelará determinado direito, solucionando o conflito. (p. 96). DOIS tipos de processos: 1. DE CONHECIMENTO: Cândido Dinamarco "a estrutura do procedimento ordinário brasileiro costuma ser escandida pela doutrina mediante a indicação de quatro fases mais ou menos definidas, a saber:[footnoteRef:1] P O I D [1: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.257.08.PDF] a) a postulatória, onde se situam 3 dos 5 elementos estruturais dos procedimentos cognitivos (demanda, citação e resposta). Petição inicial - peça que veicula o direito de ação; contestação é a que se contrapõe àquela, ao apresentar a resistência, a defesa do réu. (Marcus, p. 845) b) a ordinatória, com o saneamento do processo na audiência preliminar; c) a instrutória, onde se procede à instrução da causa; d) a decisória, em que tem lugar a sentença de mérito. 2. DE EXECUÇÃO: Fase de cobrança da obrigação, dividida em 1. Cumprimento de Sentença e 2. Processo de Execução[footnoteRef:2]. art. 318 CPC [2: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/cumprimento-de-sentenca-e-processo-de-execucao-no-processo-civil/] As duas fases NÃO são interdependentes. O autor pode entrar diretamente na fase de execução, sem precisar passar pela fase cognitiva. Ocorre quando já se sabe quem tem razão na lide. Ex.: se João já sabe que Pedro deve uma quantia a ele, pois porta um título de crédito em seu desfavor. O Judiciário pode ser provocado em duas situações distintas: necessidade de que o juiz (ou árbitro) resolva a lide ou quando há apenas a demanda de uma efetivação do direito que cabe ao autor. Dois tipos de fase executória: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA e PROCESSO DE EXECUÇÃO · CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Há ingresso através da fase de conhecimento, o Poder Judiciário irá decidir o conflito. Após todas as etapas judiciais, o juiz irá proferir uma sentença. A sentença - decisão que dá fim à fase de conhecimento e inaugura a fase de cumprimento de sentença. Significa que o conflito foi resolvido e que agora o autor possui um título JUDICIAL (produzido dentro do processo de conhecimento), um direito de cobrança em desfavor do réu. Título Executivo Judicial - Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa - art. 515, inciso I; (Elpídio, p. 776) Materializa-se em Documento que se apresenta perante um juiz para se requerer a execução de uma dívida ou obrigação a que se comprometeu o devedor. O título comprova a existência daquela dívida. “Nula executio sine título” (art.786, 783) (É nula a execução sem o título - seja judicial ou extrajudicial) REQUISITOS OBRIGATÓRIOS DE TODO TÍTULO EXECUTIVO: LIQUIDEZ, CERTEZA E EXIGIBILIDADE[footnoteRef:3]. [3: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi-h8ODzK79AhWFrZUCHRnpCygQFnoECBIQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.cnmp.mp.br%2Fportal%2Finstitucional%2F476-glossario%2F7766-titulo-executivo&usg=AOvVaw10qhCObTbhyZ76yg8RjhMQ] => Líquida: obrigação na qual se identifica a quantia devida, portanto não há controvérsia sobre o quantum debeatur. Quando a obrigação não é liquida, fruto, portanto, de um pedido genérico, haverá a necessidade de liquidação, que se desenvolverá na fase intercalar de liquidação. A liquidação é um mecanismo processual para aferir a quantia devida. => Certa: obrigação determinada a respeito da sua qualidade, quantidade e extensão. Não há, assim, controvérsia sobre a existência da obrigação e sobre seu conteúdo, extensão e qualidade, não há dúvidas sobre o an debeatur; => Exigível: não há dúvida sobre a impontualidade, sobre o fato de a obrigação estar vencida, sobre não ter sido cumprida. O processo de Cumprimento de Sentença é desenvolvido nos mesmos autos do processo, pois se configura como “continuação” do processo judicial, que teve início na fase de conhecimento. Não há necessidade de promover uma nova citação do executado, pois ele já faz parte do processo. Títulos da categoria de títulos judiciais (que ensejam a continuação pelo Cumprimento de Sentença - CPC, art. 515): TÍTULOS JUDICIAIS (Cumprimento de sentença) Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa: Decisão homologatória de autocomposição judicial; (no processo) Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; (fora do processo) O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial: Sentença penal condenatória transitada em julgado; Sentença arbitral (único título judicial feito fora do judiciário) Sentença estrangeira homologada pelo STJ; Decisão interlocutória estrangeira, após concessão do exequatur à carta rogatória pelo STJ. · PROCESSO DE EXECUÇÃO O conflito já está resolvido, vez que NÃO há necessidade de ter a fase de conhecimento. O credor porta um TÍTULO EXTRAJUDICIAL (produzido FORA do processo). Surge NOVO processo, pois o título extrajudicial NÃO advém de um processo judicial anterior. Como o título é concebido fora do processo, são necessários novos autos (um novo processo) para que ocorra a ação de execução (cobrança) da dívida. Por ser um novo processo, o executado deve ser CITADO (chamado para ingressar na relação processual) TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS - Processo de Execução - (CPC, art. 784) Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debênture e cheque: A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; O documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; - requisito de existência do TEEJ O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dostransatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; O contrato de seguro de vida em caso de morte; O crédito decorrente de foro e laudêmio: O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. Duas espécies de título executivo: o judicial e o extrajudicial. · Título executivo judicial - formado mediante atuação jurisdicional; - Cumprimento de Sentença · Título executivo extrajudicial - formado por ato de vontade das partes envolvidas na relação jurídica de direito material (ou somente de uma delas). Processo de execução DIFERENÇAS PROCESSUAIS ENTRE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO 1. Comunicação ao executado O executado deve ser comunicado para que acompanhe os atos do processo e para que possa exercer o seu direito de defesa, acerca da existência da fase executória do processo. · Cumprimento de Sentença, o executado já integra o processo - intimação do executado. O objetivo é que ele tenha conhecimento de que há uma ação de cobrança em face dele, pois já integra o processo. · Processo de Execução, novo processo - citação do executado para que ele possa integrar a relação processual, posto haver um novo processo, autônomo. Chama = Cita Cumprimento de Sentenca Processo de Execução Intimação do executado Citação do executado 2. Defesa do executado · Cumprimento de Sentença - IMPUGNAÇÃO. · Processo de Execução - EMBARGOS à EXECUÇÃO. O Cumprimento de Sentença é uma consequência da Fase de Conhecimento, o executado já teve oportunidade de se defender, na etapa de Contestação. A defesa agora não é plena, pois vários pontos que poderiam ser alegados já não podem mais o ser. Temos uma cognição limitada. No Processo de Execução, o executado ainda não teve oportunidade de defesa, vez que temos um novo processo, a cognição é plena. O executado pode alegar qualquer uma das matérias que poderiam ser alegadas na Fase de Conhecimento. Cumprimento de Sentenca Processo de Execução Impugnação Embargos à Execução prazo: 15 dias prazo: 15 dias Cognição limitada (só pode alegar matérias que não poderiam ter sido alegadas no processo de conhecimento - Hipóteses taxativas do art. 525 CPC/15 e (475 CPC 1973) Cognição plena (pode alegar qualquer matéria que poderia ser alegada no processo de conhecimento) Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 (15 dias) SEM o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 . § 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 6º A apresentação de impugnação NÃO impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que GARANTIDO O JUÍZO com PENHORA, CAUÇÃO OU DEPÓSITO SUFICIENTES, atribuir-lhe EFEITO SUSPENSIVO, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens. § 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados NÃO suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, CABERÁ AÇÃO RESCISÓRIA, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. FIM DA AULA 1 AULA 2 - DIA: 16/02/23 PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO (Elpídio - p.1221; Marcus - p. 1367) (8) PRINCÍPIOS (somente os elencados pelo professor): R/P - S/Ea - U - E/Mo - Oe - DH - De - Ame 1 - Realidade (= Patrimonialidade): A execução recai sobre o patrimônio do devedor, sobre os seus bens, não sobre sua pessoa. (marcus, p. 1367). Art. 789 do CPC: “O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”. A execução será sempre real, ou seja, incide exclusivamente sobre o patrimônio do executado, e não sobre sua pessoa. (Donizetti, p. 1221). 2 - Satisfatividade/Exato Adimplemento (atingir o exato resultado pretendido - p.1368, Marcus): O credor deve, dentro do possível, obter o mesmo resultado que seria alcançado caso o devedor tivesse cumpridovoluntariamente a obrigação. (...). A execução deve ser específica, atribuindo ao credor exatamente aquilo a que faz jus. Duas situações em que a obrigação específica será substituída pela de reparação de danos: · Quando o credor preferir, ou · Quando o cumprimento específico se tornar impossível. Impõe que a execução se limite àquilo que seja suficiente para o cumprimento da obrigação. Art. 831 do CPC: “A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios”. 3 - Utilidade (p.1369, Marcus) A execução só se justifica se trouxer alguma vantagem para o credor, pois a sua finalidade é trazer a satisfação total ou parcial do crédito. Art. 836, CPC: “Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução”. 4 - Economia (ou Menor Onerosidade - art. 805, CPC - Marcus, p. 1370) Art. 805: “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”. Não autoriza que o executado escolha sobre quais bens a penhora deva recair, nem permite que se exima da obrigação. A escolha do bem penhorável é do credor, e o devedor não pode exigir a substituição senão por dinheiro. Havendo dois modos equivalentes para alcançar o resultado almejado pelo credor, há de prevalecer o menos gravoso ao devedor. 5 - Ônus da Execução O processamento de uma ação de execução importa em custas, despesas e honorários advocatícios. Cabe ao devedor o pagamento destas despesas e outras que se fizerem necessárias. Mesmo se houver desistência da execução, tal ônus é do devedor. Atentar que o réu já perdeu a ação, devendo suportar o ônus de sua execução. 6 - Dignidade (Humana) A execução não pode levar o executado e sua família a um estado de indignidade humana. Assim, o CPC garante a impenhorabilidade de alimentos, seguro de vida, salários, proventos, etc. OBS: ação de alimentos. 7 - Disponibilidade da Execução A execução é feita a benefício do credor para que possa satisfazer o seu crédito. Podendo ele desistir dela a qualquer tempo, sem necessidade de consentimento do devedor. Art. 775 do CPC: “O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva”. OBS: no processo de conhecimento, o credor poderá desistir sem anuência do devedor somente antes de o mesmo ter sido citado. Após esta, somente com anuência do devedor. 8 - Atipicidade dos meios Executivos Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) IV - Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; Desta forma, o entendimento jurisprudencial gira em torno da possibilidade de meios atípicos serem aplicados subsidiariamente aos típicos para cumprimento de sentença quando estes se demonstrarem ineficazes. FIM DA AULA 2 AULA 3 - FALTEI 23/02/22 REQUISITOS PARA EXECUÇÃO - (Marcus, p. 1386. Elpídio, p.1217 - CPC 783 - 785) Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á SEMPRE em título de obrigação CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: (...) § 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. § 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro NÃO dependem de homologação para serem executados. OBSERVAÇÃO! § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial NÃO impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. (CONVERSÃO título executivo extrajudicial para judicial) Seção II - Da Exigibilidade da Obrigação Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. (consignação em pagamento?) Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL Documento que se apresenta perante um juiz para se requerer a execução de uma dívida ou obrigação a que se comprometeu o devedor. O título comprova a existência daquela dívida. “Nula executio sine título” (art.786, 783) (É nula a execução sem o título - judicial ou extrajudicial) Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação Certa, Líquida e Exigível consubstanciada em título executivo. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (Marcus, P. 1406) São aqueles documentos que, pela forma com que são constituídos e pelas garantias de que se revestem, gozam, segundo o legislador, de um grau de certeza tal que permite a instauração da execução, sem prévia fase cognitiva. Requisitos obrigatórios de todo título executivo. Obrigação: => Líquida: Identifica a quantia devida, SEM controvérsia sobre o quantum debeatur. A liquidação é um mecanismo processual para aferir a quantia devida. => Certa: determinada a respeito da sua qualidade, quantidade e extensão. Não há controvérsia sobre a existência da obrigação e sobre seu conteúdo, extensão e qualidade, não há dúvidas sobre o an debeatur; => Exigível: não há dúvida sobre a impontualidade, sobre o fato de a obrigação estar vencida, sobre o não cumprimento. Execução por Processo SINCRÉTICO - contém as tutelas Cautelar, Cognitiva e Executiva, o que permite a declaração e a satisfação do direito material em uma única relação jurídico-processual. Execução Imediata Execução por "Autônoma" - objetiva a expropriação de bens do executado para satisfazer o crédito do exequente. A execução autônoma tem início com uma petição inicial. Execução Mediata (internet +Marcus, p. 1360) Toda execução possui os requisitos: (prof. + MARCUS, p. 1386 - requisitos para que haja interesse do credor na execução): 1. Prático: Inadimplemento do devedor; e o 2. Formal: Título executivo que assegure grau suficiente de certeza da existência da obrigação. A falta de um deles implicará a carência da execução. Para que haja interesse na execução, não é preciso inadimplemento absoluto, BASTA A MORA do devedor. Distinção entre mora e inadimplemento absoluto: (Marcus, P. 1386) · Mora - o devedor não cumpre a obrigação na forma convencionada, mas ainda há possibilidade e utilidade de que ele a cumpra. Se atrasar o pagamento, haverá mora, porque ainda poderá pagar, com os acréscimos devidos, e a prestação terá utilidade para o credor; · Inadimplemento absoluto - o devedor não cumpriu a obrigação na forma convencionada, nem poderá mais cumprir, já que a prestação NÃO tem mais utilidade para o credor, que poderá enjeitá-la e exigir a satisfação de perdas e danos.(ex.: entrega de vestido de noiva que não se realizou até o dia do casamento) OBS: em ambos os casos é possível promover a execução. DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA DEMANDA: 1. Título executivo extrajudicial - via de acesso à execução, materializando o princípio nulla executio sine titulo (art. 798, I, “a”). 2. Prova da ocorrência da condição ou termo. 3. O adimplemento de eventual contraprestação - demonstram a exigibilidade da obrigação constante no título, relevando o interesse de agir do credor na demanda executiva. 4. Demonstrativo do débito atualizado - que funda a execução. Evidência da liquidez da obrigação. Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - Instruir a petição inicial com: a) o título executivo extrajudicial; b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; II - Indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: I - o índice de correção monetária adotado; II - a taxa de juros aplicada; III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; V - a especificação de desconto obrigatório realizado. TEMPO no cumprimento das obrigações (Marcus, p. 1387) Se a obrigação for a termo (data certa de vencimento ou não) o devedor incorre de pleno de direito em mora, assim que deixar passar o prazo de vencimento. Se o título indica a data do pagamento, no dia seguinte o devedor estará em mora, e a execução poderá ser aforada. Trata-se da mora ex re, vigorando o dies interpellat pro homine (O dia interpela pelo homem - interpelação judicial). Se a obrigação não tem data certa de vencimento, será preciso notificar o devedor (mora ex persona). Excepcionalmente, há obrigações que têm termo certo de vencimento, mas que exigem, como condição da mora, prévia notificação ao devedor. Ex.: contratos de compromisso de compra e venda de imóvel. OBS: Se o devedor não tiver sido constituído em mora pelo vencimento do título ou pela notificação, ela só existirá a partir da citação (CPC, art. 240). Mas esta só poderá suprir a notificação, se a lei não exigir que seja prévia OBS: Nas obrigações por atos ilícitos, o devedor estará em mora desde a data do fato. SÚMULA 54 DO STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. O LUGAR no cumprimento das obrigações (Marcus, p. 387) Art. 327 do CC: “Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor (chamadas quesíveis - querable), salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias”. No domicílio do credor (chamada de portável - portable) - ex.: Alimentos. PROVA DO PAGAMENTO Compete sempre ao devedor, já que não se pode exigir do credor prova negativa - Se dá por meio de recibo ou da devolução do título correspondente à obrigação. LEGITIMAÇÃO (MP - Espólio, herdeiros, sucessores - Cessionário - Sub-rogado) Art. 778. Pode promover a execução forçada o CREDOR a quem a lei confere título executivo (legitimidade ordinária - Marcus, p. 1377). § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: I - O Ministério Público, nos casos previstos em lei; (legitimidade Extraordinária) II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; (legitimidade ordinária) III - O cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; (legitimidade ordinária) IV - O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. (legitimidade ordinária) § 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I - O devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - O novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; IV - O fiador do débito constante em título extrajudicial; V - O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; VI - O responsável tributário, assim definido em lei. CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES - REQUISITOS: 1) Mesmo executado 2) Mesmo juízo 3) Mesmo procedimento para as execuções Art. 780. O Exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que, para todas elas, seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. Art. 327. É lícita a cumulação, em um ÚNICO PROCESSO, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão[footnoteRef:4]. [4: art. 55 do CPC: “Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações, quando lhes for comum pedido ou a causa de pedir.”] § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL Vínculo de natureza processual que sujeita os bens de uma pessoa, devedora ou não, à execução (Elpídio, p. 1247) Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. As restrições estabelecidas em lei se referem aos bens reputados impenhoráveis ou inalienáveis (art. 832). Ex.: os bens previstos no art. 833 e na Lei nº 8.009/1990. (Elpídio, p. 1247) Efeito do título executivo? Norma fundamental da execução? DIFERENÇA ENTRE DÍVIDA E RESPONSABILIDADE Surgem em momentos distintos. Obrigação é quando o débito é contraído (ex.: quando o devedor assina o contrato, comprometendo-se a realizar determinada prestação). Se houver o adimplemento, não surgirá a responsabilidade. Em caso de inadimplemento a responsabilidade se manifestará. Em regra, o responsável é o próprio devedor. Destina-se às execuções para entrega de coisa e das obrigações pecuniárias. Débito sem responsabilidade - dívida prescrita; dívidas de jogo - só pode ocorrer pagamento se instantâneo Responsabilidade patrimonial de terceiros - fiador e desconsideração da personalidade jurídica. A fraude à execução caracteriza-se por algumas das hipóteses do art. 792 do CPC, segundo o qual: (Elpídio – p. 1036) Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; II - Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828; III - Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; IV - Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedoração capaz de reduzi-lo à insolvência; V - Nos demais casos expressos em lei. § 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. § 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. - OBSERVAÇÃO IMPORTANTE - § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. BENS DE TERCEIROS SUJEITOS À EXECUÇÃO (Marcus, P. 1421; Elpídio p. 1248 + SLIDES Professor AULA 3) Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I - Do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; Alienação da coisa litigiosa - Se, no curso do processo que versa sobre direito real ou obrigação reipersecutória, o devedor aliena a coisa a um terceiro, a sentença estende os seus efeitos a ele (art. 109, § 3º, CPC). A alienação de coisa litigiosa é ineficaz perante o credor; feita no curso de ação fundada em direito real ou pretensão reipersecutória, desde que a pendência da ação tenha sido averbada no respectivo registro público, configura fraude à execução, nos termos do art. 792, I, do CPC. Obrigação reipersecutória é a que o devedor se obriga a restituir a coisa ao proprietário. II - Do sócio, nos termos da lei; Em determinadas circunstâncias, admite-se que, em execução dirigida contra a pessoa jurídica, seja feita a penhora de bens dos sócios - nos casos em que o débito seja da empresa, sócios têm responsabilidade patrimonial. 4ª TURMA DO STJ = responsabilidade pode recair sobre devedor não constante do título e não participante da relação processual de conhecimento. III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; Não se trata de responsabilidade patrimonial de terceiros, mas de responsabilidade primária do devedor sobre bens em poder de terceiros. SÚMULA 84 DO STJ (promessa de compra e venda não registrada) - É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro. IV - Do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; Regra Geral: qualquer o regime de casamento, somente os bens do cônjuge que firmou a dívida respondem pela respectiva execução. Se dívida contraída em benefício da família, todos os bens dos cônjuges respondem. V - Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; As alienações de bem em fraude à execução são ineficazes perante o credor, que pode postular que ele continue sujeito à execução, ainda que em mãos do adquirente ou cessionário. No caso da fraude à execução, o adquirente ou cessionário não responderá pela dívida, mas o bem a ele transferido ficará sujeito à execução. Direito de Sequela - o credor poderá perseguir o bem dado em garantia, independentemente de não estar mais nas mãos do devedor originário. VI - Cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; (art. 158 e seguintes, CC - ação pauliana) Marcus - p. 1431 Diminuição do patrimônio do devedor para configurar a insolvência e causar dano por meio de fraude. Essa modalidade de fraude, que acarreta prejuízo apenas para o credor, é combatida por meio de ação pauliana, tendo como consequência a anulabilidade do ato. (NÃO ADMITE EMBARGOS DE TERCEIROS – SÚMULA 195, STJ) - A ação Pauliana NÃO desfaz a alienação, mas declara sua ineficácia. OBS: No polo passivo da ação pauliana, devem figurar, em litisconsórcio necessário, o alienante e o adquirente, ou se basta que figure o adquirente. A execução (de título judicial ou cumprimento de sentença condenatória de quantia em dinheiro) somente poderá ser direcionada aos bens do devedor cuja alienação ou gravação com ônus real já tenha sido previamente anulada vem ação de conhecimento. Não basta, portanto, que tenha ocorrido a fraude alegada pelo credor; é preciso que a autoridade judiciária tenha desconstituído o negócio jurídico firmado com o terceiro A fraude contra credores não pode ser reconhecida incidenter tantum, no curso de processo pendente, nem no bojo de embargos de terceiro (Súmula 195 do STJ). - Marcus, p. 1431 SÚMULA 195 DO STJ: Em EMBARGOS DE TERCEIRO[footnoteRef:5] não se anula ato jurídico, por fraude contra credores. [5: STJ - Embora se caracterizem como ação de conhecimento, os embargos de terceiro têm como única finalidade evitar ou afastar a constrição judicial injusta sobre bens de titularidade de pessoa que não faz parte do processo relacionado.] Não pode o embargado intentar a anulação do negócio jurídico que teria transmitido o bem de forma fraudulenta ao embargante, o que só poderá ser reconhecido em ação própria – ação pauliana ou revocatória – para a qual deverão ser citados o alienante e o adquirente da coisa (art. 161 do CC). Elpídio – p. 1036 VII - do responsável, nos casos de Desconsideração da Personalidade Jurídica. Quando bens da empresa não são suficientes para satisfação do credor (art. 50, CC e art. 28 do CDC). Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 1º desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios Obs.: Se dá por meio de incidente próprio. – Art. 133 a 137 CPC Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar RESPONSABILIDADE SECUNDÁRIA (direta ou indireta) Direta => dívida previdenciária e tributária Indireta => art. 50 do CC (fraude, abuso da personalidade ou confusão patrimonial) Obs: Fraude à execução considerada a partir da citação da parte cuja personalidade se quer desconsiderar (792, § 3º) A fraude à EXECUÇÃO atenta contra o bom funcionamento do Poder Judiciário SÚMULA 430 STJ = O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente SÚMULA 435 STJ = Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. SÚMULA 251 STJ = A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal.” Benefício De Ordem Do Sócio Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. § 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. § 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo. § 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. Obs.: As regras acima são semelhantes àquelas que protegem o fiador (art. 794) · Direitos reais limitados??? · Direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia econcessão de direito real de uso??? · Respondem apenas pelo direito real de que são titulares??? · Regras da impenhorabilidade???? DA FRAUDE CONTRA CREDORES - CC Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé. Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada. FIM DA AULA Aula 4 – FRAUDE À EXECUÇÃO E LIQUIDAÇÃO – Dia 02/03/2023 Elpídio, p.1251; Marcus, p. 1424 O reconhecimento da FRAUDE À EXECUÇÃO: - Prescinde de ação declaratória - Constitui ato atentatório à dignidade da justiça. Atenta contra o bom funcionamento do Poder judiciário; - Pode ser feita incidentemente, no bojo da própria execução, verificado que o devedor está insolvente e que alienou bens após a citação (a citação no processo de execução, caso esteja fundada em título extrajudicial; ou na fase de conhecimento, na hipótese do cumprimento de sentença) - Juiz reconhece por decisão interlocutória determinando a constrição do bem alienado em poder do adquirente. - Modalidade de alienação fraudulenta, levada a efeito pelo devedor e cujo reconhecimento conduz à ineficácia do negócio jurídico, o que tem por consequência a sujeição desse bem assim alienado à execução (art. 790, V); - A fraude à execução não se caracterizará pela alienação de um bem determinado, mas de qualquer bem do patrimônio do devedor, desde que disso resulte o estado de insolvência. OBSERVAÇÃO - A FRAUDE CONTRA CREDORES ofende o direito dos credores; a FRAUDE À EXECUÇÃO atenta contra o bom funcionamento do Poder Judiciário. DIFERENÇA: Fraude contra credores, a alienação é feita quando ainda não havia ação em curso; na fraude à execução SÓ existe se a ação já estava em andamento. OBSERVAÇÃO!!! - Presumidos e previstos em lei; - ROL TAXATIVO “A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:” (art. 792 e outros) - Fraude à execução atinge a eficácia praticado pelo devedor; - O 3º de boa-fé atingido pode pleitear perdas e danos; - O 3º de boa-fé tem que provar que realizou as diligências necessárias para a aquisição – Caso não faça, há risco de evicção. Ex.: Consulta de multas no Detran, etc. - Só pode ser considerada após a citação do devedor – mesmo que em apenas uma certidão - Pode ocorrer em qualquer processo/ação judicial, mesmo que não seja ação de execução - Considera-se fraude à execução a alienação de bens APÓS AVERBAÇÃO (art. 828, § 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação.) art. 828. Autoriza o exequente a obter certidão comprobatória da admissão da execução para averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade. FINALIDADE DA AVERBAÇÃO: tornar pública a execução, de modo que os terceiros adquirentes do bem não sejam surpreendidos com o reconhecimento da fraude. (...) A averbação deve ser comunicada ao juízo no prazo de dez dias após a sua concretização. (Marcus, p. 1426). SÚMULA 375, STJ - O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. A FRAUDE À EXECUÇÃO CARACTERIZA-SE POR ALGUMA DAS HIPÓTESES DO ART. 792 CPC, SEGUNDO O QUAL (ELPÍDIO – P. 1251): Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; (presunção absoluta de fraude à execução) II - Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828; Possibilita ao exequente obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com a identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade; A simples averbação dessa certidão é suficiente para comprovar a má-fé do adquirente no caso de se alegar que a alienação, ocorrida depois do ato averbatório, desfalcou o patrimônio do executado, comprometendo a efetividade do processo executivo. Nesse caso, para reconhecimento da fraude, despicienda é que a alienação tenha ocorrido posteriormente à citação do executado (art. 828, § 4º). A fraude só ocorrerá se a alienação foi capaz de reduzir o devedor à insolvência. Se, a despeito da alienação, houver bens suficientes para garantir a execução, NÃO se pode cogitar de fraude, a menos que a alienação refira-se a bem constrito por qualquer gravame judicial, caso em que pouco importa a situação de solvência do devedor. É o que ocorre na hipótese do inciso III III - Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; IV - Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; Bastará o ajuizamento de ação capaz de reduzir o devedor à insolvência para a caracterização da fraude à execução. O bem alienado é o próprio objeto do litígio, a coisa litigiosa, e se for alienado, haverá fraude à execução, ainda que o devedor tenha outros bens e esteja solvente. (Marcus, p. 1427) V - Nos demais casos expressos em lei. Citam-se a penhora sobre crédito (art. 856, § 3º) e a alienação ou oneração de bens do sujeito passivo de dívida ativa em execução fiscal (art. 185 do CTN). CPC ART. 792 [...] § 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. § 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar SÚMULA 195 DO STJ: Em embargos de terceiro NÃO se anula ato jurídico, por fraude contra credores. FRAUDE CONTRA CREDORES - 1424Marcus A fraude contra credores ofende o direito dos credores; fraude à execução atenta contra o bom funcionamento do Poder Judiciário. O credor pode postular o reconhecimento da fraude à execução nos próprios autos do processo em curso; a fraude contra credores só pode ser declarada em ação própria (pauliana). Só a FRAUDE À EXECUÇÃO pode ser reconhecida em embargos de terceiro (Súmula 195 STJ). OBS: na fraude à execução, é preciso que o devedor já tenha sido citado para o processo, seja ele de conhecimento ou de execução. Prescinde de ação declaratória, podendo ser realizada incidentalmente, no bojo da própria execução, quando o juiz verificar que o devedor está insolvente e que alienou os bens após a citação. Fraude contra credores Fraude à execução Título executivo judicial (execução imediata) Antes da citação no processo de conhecimento Após a citação no processo de conhecimento Título executivo extrajudicial (execução autônoma) Antes da citação no processo da execução Após a citação no processo de execução DIFERENÇAS: fraude contra credores e fraude à execução Fraude contra credores Fraude à execução Instituto de Direito Material Instituto de Direito Processual Defeito do negócio jurídico Ato atentatório à dignidade da justiça Dívida já existente, contudo, não há a ação (de conhecimento, no caso de título executivo judicial ou de execução, no caso de título executivo extrajudicial) em andamento O credor já demandou o devedor, e este já foi citado (para ação de conhecimento ou execução, dependendo do caso) Ineficácia contra o credor, a qual deve ser reconhecida em ação própria: ação pauliana A ineficácia contra o credor é reconhecida nos próprios autos. SEMELHANÇAS entre Fraude contra credores e Fraude à execução Fraude contra credores Fraude à execução Gera a ineficácia do negócio jurídico fraudulento, exige ação pauliana. Gera a ineficácia do negócio jurídico fraudulento, pode ser reconhecida na própria execução. Depende de comprovação de má-fé do adquirente. Exige prova de má-fé do adquirente (Súmula 375 do STJ), que só será presumida se a penhora, a admissão da ação (art. 828), a hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originária do processo em que foi arguida a fraude ou ainda a pendência do processo nas ações reais ou reipersecutórias for averbada. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (NÃO existe em título Extrajudicial) – Marcus, p. 1435; Elpídio, p. CAI NA PROVA! Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: (sentença ilíquida - requerimento de qq das partes) I - Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - Pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. § 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. § 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. § 4º Na liquidação é VEDADO discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. OBSERVAÇÃO Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código . Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. A SENTENÇA, AINDA QUE ILÍQUIDA, CONSTITUI TÍTULO EXECUTIVO, figurando a liquidação como pressuposto para o cumprimento. - Liquidação - mecanismo processual para aferir a quantia devida. Quando a obrigação não é liquida, fruto, portanto, de um pedido genérico, haverá a necessidade de liquidação, que se desenvolverá na fase intercalar de liquidação. - A liquidação deve ser realizada antes da fase da fase de cumprimento de sentença e se dá por Decisão Declaratória. - Na fase de liquidação de sentença, a adoção de procedimento diverso do estabelecido na sentença NÃO ofende a coisa julgada (Súmula nº 344 do STJ). – Elpídio, p. 753 - Para a execução, é indispensável título líquido que permita a identificação do quantum debeatur. - Título líquido - aquele que indica a quantidade de bens ou valores que constituem a obrigação. OBS.: O TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL DEVE SER SEMPRE LÍQUIDO (Se o quantum debeatur não resultar diretamente da leitura do que dele consta, ou de cálculos aritméticos, ele perderá a sua eficácia executiva). 3 TIPOS DE LIQUIDAÇÃO: CÁLCULO, ARBITRAMENTO E PROCEDIMENTO COMUM 1. Por cálculo: Previsto em lei, realizada por planilha descriminada. O credor deverá apresentar a memória discriminada e atualizada do cálculo, que pode ser feita no próprio pedido de cumprimento de sentença (art. 509, § 2º). O credor requer o cumprimento da sentença, instruindo o pedido com o demonstrativo discriminado e atualizado do crédito. O devedor, então, é intimado para pagar o valor constante do demonstrativo no prazo de quinze dias. Intimado, o devedor pode efetuar o pagamento, caso em que a fase de cumprimento de sentença será extinta por sentença. Decorrido o prazo sem pagamento, iniciam-se mais quinze dias para a apresentação de impugnação, independentemente de nova intimação (ou penhora), na forma do art. 525 2. Por arbitramento: A que se presta à apuração do valor de um bem ou serviço; A única tarefa é a apuração desse valor, o que demandará a apresentação de pareceres e documentos elucidativos pelas partes e, se isso não for suficiente, a nomeação de um perito A diferença da liquidação de procedimento comum é que, no procedimento comum, há necessidade de prova de fatos novos, que vão além da simples apuração do valor do bem ou do serviço. Será por arbitramento quando: 1. Determinado por sentença ou 2. Convencionado pelas partes ou 3. Quando o exigir a natureza do objeto da liquidação. A convenção das partes é geralmente anterior à sentença. “[...] pela natureza do objeto da liquidação;” – ex.: avaliar a redução da capacidade laborativa de uma pessoa. Adota o mesmo procedimento para a prova pericial (art. 510) Não há honorários advocatícios na liquidação por arbitramento, já que não se discutem fatos novos. Art. 510, primeira parte - as próprias partes podem apresentar pareceres e documentos para a avaliação do quantum debeatur sem a necessidade de um perito E, caso não possa de pronto decidir, o juiz nomeará um perito. Se dá por simples petição. Vistoria é a inspeção realizada em bens imóveis. Avaliação tem por fim a verificação do valor de algum bem ou serviço. 3. Pelo processo comum: Art. 509, II [...] quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. - Ligado ao quantum debeatur; Fato novo – NÃO É o que tenha ocorrido após a sentença, mas o que não tenha sido apreciado/considerado quando do julgamento. Utilizado em pedidos genéricos – universalidade de coisas – Quando não puder avaliar a extensão do dano OBS: Não é necessária a liquidação quando puder ser apurado por simples cálculo Princípio da fidelidade ao título: é proibido às partes interpretarem o título executivo judicial para além dos termos expressos na decisão. A interpretação deve ser literal, estritamente no consta na decisão. FASE DA LIQUIDAÇÃO (Marcus, p1437em diante) Não constitui um novo processo, mas apenas uma fase do processo único, sincrético. O devedor não será citado, mas intimado na pessoa de seu advogado para acompanhá-la (arts. 510 e 511 do CPC); LEGITIMIDADE DA LIQUIDAÇÃO Pode ser requerida tanto pelo credor quanto pelo devedor; OBS: Liquidação da sentença condenatória genérica proferida nas ações civis públicas, somente o credor estará legitimado, porque o devedor não terá condições de saber quem são as vítimas, e quais os danos que cada qual sofreu. A iniciativa é do credor, pois cabe a ele provar que tem tal qualidade, demonstrando ser uma das vítimas do dano objeto da ação NATUREZA DA LIQUIDAÇÃO · Natureza de Decisão Interlocutória de caráter declaratório posto pressupor prévia condenação que confere título executivo judicial mesmo que ilíquido. · Na liquidação da sentença condenatória genérica na ação civil pública tem caráter constitutivo, pois serve para que as vítimas comprovem sua qualidade, demonstrando que se enquadram naquela situação jurídica indicada na sentença genérica. RECURSO CONTRA A LIQUIDAÇÃO - AGRAVO DE NSTRUMENTO Art. 1.015. Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: [...] Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. VEDAÇÃO DE SENTENÇA ILÍQUIDA (Marcus, p. 1441) Somente os Títulos Judiciais podem ser ilíquidos. Mas, há casos em que o legislador os vedas expressamente. Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, SALVO quando: I - NÃO for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II - A apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. § 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação. § 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença. FIM DA AULA 4 AULA 5 – 09/03 livro: Elpídio – p.776 e 1225 e Marcus p.1395 TÍTULO EXECUTIVO (ROL TAXATIVO) Formados em processo judicial ou em procedimento arbitral. (Elpídio p.1125) Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO – art. 516, CPC – processo sincrético (vide p.8): Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - Os tribunais, nas causas de sua competência originária; (Comp. Funcional) II - O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; (quando o juízo já possui natureza civil, ele já é competente – proc. sincrético); (Comp. Funcional) III - O juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. COMPETÊNCIA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Regra: a execução processa-se no mesmo juízo que proferiu a sentença. Competência funcional e absoluta. No entanto, admitem-se duas alternativas: que seja ajuizada no domicílio do executado, ou no local em que se encontram os bens, caso em que o juízo que proferiu a sentença remeterá os autos ao juízo da execução. Na obrigação for de fazer ou não fazer, o exequente ainda pode optar por requerer o cumprimento da sentença no local em que a obrigação deva ser realizada. A sentença penal condenatória processa-se nos juízos cíveis competentes. A sentença arbitral, processa-se no foro em que ocorreu o arbitramento; A sentença estrangeira homologada pelo STJ, processa-se na Justiça Federal cível de 1ª instância. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL São três as regras: a) se houver foro de eleição, a execução será nele proposta; b) se não houver, no do domicílio do executado ou de situação dos bens sujeitos à execução. Tais regras são de competência relativa. CUMPRIMENTO DEFINITIVO – transitada em julgado (Elpídio, 794) - Não há se falar em responsabilidade do exequente, tampouco em efeitos condicionados a eventual superveniência de decisão que modifique ou anule o julgamento parcial do mérito – elementos específicos do cumprimento provisório - Intimado da decisão e não pagando o executado o débito em quinze dias, incidirá a multa de dez por cento, bem como os honorários advocatícios em igual percentual. - Entretanto, enquanto não transitada em julgado – isto é, interposto agravo de instrumento contra a decisão, e sem eventual concessão de efeito suspensivo –, o cumprimento é provisório, regendo-se pelas normas pertinentes, mais protetivas ao executado em razão da provisoriedade da decisão. - O processamento do cumprimento definitivo se dará nos autos principais, mediante requerimento do exequente (art. 523), a quem cabe elaborar demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, com a indicação dos elementos: Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: [...] II - O índice de correção monetária adotado; III - Os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - O termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - A periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - Especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; Bem como requerer a intimação do devedor para efetuar o pagamento no prazo de quinze dias. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO SÓ CABE PARA O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA; a execução de título executivo extrajudicial é sempre definitiva. Será provisório quando a decisão tiver sido impugnada por recurso ao qual não se tenha atribuído efeito suspensivo Corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente Eventuais prejuízos decorrentes de reforma ou invalidação da decisão serão liquidados nos mesmos autos. - Exigência de caução (levantamento de depósito em dinheiro; ato que importe a transferência de posse ou alienação de propriedade ou outro direito real; atos que possam resultar graves danos ao executado) - Dispensa caução (crédito de natureza alimentar; situação de necessidade do credor devidamente comprovada; pendência de agravo nos casos do 1.042 CPC; sentença em consonância com súmula do STF ou STJ ou com tese firmada em recurso repetitivo) No cumprimento provisório, o cumprimento só vai até a penhora (procedimento de segurar um bem de um devedor para pagar dívida). Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. [...] V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória; (nestes casos a apelação terá efeito apenas devolutivo) PROCEDIMENTO: Realizado da mesma forma que o definitivo Há possibilidade de aplicação de multa e condenação em honorários Quando fundado em decisão judicial não transitada em julgado: 1. Decisão interlocutória de mérito, nos casos de julgamento antecipado parcial do mérito, sentença ou acórdão sobre os quais ainda pende recurso não provido de efeito suspensivo, conforme art. 520 do CPC), e; 2. Na efetivação de tutela provisória, nos termos do art. 297, parágrafo único. Salvo as hipóteses acima, o cumprimento será sempre definitivo ainda que haja agravo de instrumento pendente contra a decisão que julgou a impugnação (Marcus, p. 1361). RECURSOS PERANTE O STF E O STJ NÃO POSSUEM EFEITO SUSPENSIVO; Os recursos especial e extraordinário, em regra, são recebidos apenas no efeito devolutivo (art. 1.029, § 5º), o que viabiliza o cumprimento provisório do acórdãorecorrido. (Elpídio, p. 789) - O cumprimento de sentença provisória se inicia com custas e responsabilidade do credor, pois há risco de causar prejuízo ao devedor (Ex.: Reforma de decisão) DIFERENÇAS ENTRE O CUMPRIMENTO PROVISÓRIO E O DEFINITIVO (Elpídio, p. 790; Marcus, p. 1362) Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; terá que ressarcir os danos que causou, o que prescinde de prova de culpa. II - Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; caso haja a reversão, seja pela reforma ou pela anulação da sentença, as partes serão repostas ao status quo ante; responsabilidade objetiva do exequente. III - Se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV - O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução[footnoteRef:6] suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. [6: A caução (garantia), pode ser real ou fidejussória. A real funda-se em direitos reais de garantia, como hipoteca, penhor, anticrese ou depósito em dinheiro. A fidejussória funda-se em obrigação pessoal, como, por exemplo, a decorrente de fiança. ] § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. (perdas e danos). CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA Principal característica: Atos de expropriação (retirada forçada de bens móveis ou imóveis do devedor para que uma determinada dívida seja adimplida); Depende sempre de provocação – quando for de fazer, não fazer Processo sincrético – intimação ocorre na pessoa dos advogados (exceção: deverá ser pessoal quando o cumprimento de sentença se iniciar após 1 ano do trânsito em julgado) Procedimento: Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Se inicia por petição = requerimento simples/petição intermediária; + planilha de cálculo – tem que atender as determinações do CPC; Bastará apresentar petição requerendo a intimação do devedor para pagar o débito no prazo de 15 dias, sob pena de, não o fazendo, ter início a fase de cumprimento de sentença, com a expedição de mandado de penhora e avaliação de bens (Marcus p. 1526) O cumprimento de sentença condenatória em quantia certa se inicia com a expedição de mandado de penhora e avaliação. Não há distinção entre tais atos na execução por título judicial ou extrajudicial (Marcus p. 1535) Constituído o título, manda a lei que, a requerimento do exequente, seja dado ao devedor um prazo de quinze dias para que efetue voluntariamente o pagamento (Marcus, p. 1524). Cumprir a obrigação em 15 dias (úteis, art. 219). Cumprida = extinção do processo. Descumprida = multa de 10% (de uma vez só – multa castigo) SÚMULA 254 DO STF. Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação. Fixação de honorários de sucumbência – honorários de execução 10% do valor da obrigação (novos honorários). SÚMULA 517 DO STJ: “São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada” Prescrição Intercorrente - A execução de título judicial não é mais um processo, mas tão somente uma fase, porém admite-se a chamada prescrição intercorrente que se verifica no curso do processo. A inércia do credor não implica extinção, mas em remessa dos autos ao arquivo. Constituído o título executivo judicial, o credor tem um prazo para promover a execução. A SÚMULA 150 DO STF estabelece que a pretensão executiva prescreve no mesmo prazo que a condenatória. O mesmo prazo que o autor tinha para promover a ação, terá para executar. SÚMULA 150 DO STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. FIM DA AULA AULA 06 – DIA 16/03/2023 Marcus, p. 1.526; Elpídio 811. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA (art. 523, CPC) Principal característica: Atos de expropriação (retirada forçada de bens móveis ou imóveis do devedor para que uma determinada dívida seja adimplida); Não pode de ofício: precisa de requerimento + planilha de cálculo discriminativa do débito Depende sempre de provocação – não pode de ofício Processo sincrético – intimação ocorre na pessoa dos advogados (exceção: deverá ser pessoal quando o cumprimento de sentença se iniciar após 1 ano do trânsito em julgado) [...] apresentar petição requerendo a intimação do devedor para pagar o débito no prazo de 15 dias, sob pena de, não o fazendo, ter início a fase de cumprimento de sentença, com a expedição de mandado de penhora e avaliação de bens (Marcus. P. 1526) [...] apresentar demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo do débito, indicando quais os itens que o compõem, na forma dos incisos do art. 524 do CPC (Marcus. P. 1526) Procedimento: Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Se inicia por petição = requerimento simples/petição intermediária; + planilha de cálculo – tem que atender as determinações do CPC; Bastará petição requerendo a intimação do devedor para pagar o débito no prazo de 15 dias, sob pena de, não o fazendo, ter início a fase de cumprimento de sentença, com a expedição de mandado de penhora e avaliação de bens (Marcus p. 1526) O cumprimento de sentença condenatória em quantia certa se inicia com a expedição de mandado de penhora e avaliação. Não há distinção entre tais atos na execução por título judicial ou extrajudicial (Marcus p. 1535) Constituído o título, manda a lei que, a requerimento do exequente, seja dado ao devedor um prazo de quinze dias para que efetue voluntariamente o pagamento (Marcus, p. 1524). Cumprir a obrigação em 15 dias (úteis, art. 219). Passado o prazo sem pagamento Multa de 10% + honorários do valor da obrigação 10% (art. 523 caput e § 1º) + mandado de penhora SÚMULA254 DO STF. Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação. Inclui o principal, mais juros, correção monetária, custas e honorários advocatícios fixados na fase de conhecimento. (Marcus, p. 1525) PROTESTO DE TÍTULOS (Marcus, p. 1526) Regra: O protesto necessita de trânsito em julgado, exceção quanto as decisões e sentenças de alimentos (art. 528§ 1º) Para efetivação – exequente apresente certidão de teor da decisão comprovando o trânsito em julgado e o transcurso do prazo do art. 523 (15 dias) Satisfeita a obrigação - o executado poderá requerer ao juiz que, no prazo de três dias, expeça ofício ao tabelionato, determinando o cancelamento do protesto Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. Prescrição Intercorrente (pág. 1529) - A execução de título judicial não é mais um processo, mas tão somente uma fase, porém admite-se a chamada prescrição intercorrente, que recebe essa denominação por verificar-se não antes, mas no curso do processo. A inércia do credor não implica extinção, mas em remessa dos autos ao arquivo. Constituído o título executivo judicial, o credor tem um prazo para promover a execução. O mesmo prazo que o autor tinha para promover a ação, terá para executar. SÚMULA 150 DO STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA Honorários de execução 10% do valor da obrigação (novos honorários). SÚMULA 517 DO STJ: “São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada” Inclui o principal, mais juros, correção monetária, custas e honorários advocatícios fixados na fase de conhecimento. (Marcus, p. 1525) Art. 523 § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. - IMPUGNAÇÃO - Defesa do executado (de todo e qualquer cumprimento de sentença – p. 1535, Marcus): - Única hipótese de a Impugnação ser incidental: art. 525, VII – quando tiver por objeto a declaração de inexistência ou extinção do débito (faz coisa julgada material – decidirá questões processuais e relativas ao dir. material) - Terá natureza de mero incidente nas demais hipótese do art. 525, I ao VI e de ação incidente no VII. - Prazo: 15 dias para impugnar após o término do prazo para pagamento voluntário (p.1537): A contar do transcurso in albis do prazo de 15 dias para pagamento voluntário, independentemente de penhora ou nova intimação. SÃO DOIS PRAZOS DE 15 DIAS: - 1º prazo de 15 dias - para o pagamento voluntário do débito – aqui ainda não teve início a fase de cumprimento de sentença, que nem sequer começará se houver o pagamento voluntário; - 2º prazo de 15 dias - para oferecer impugnação, já iniciada a fase de cumprimento de sentença, quando não houve o pagamento voluntário O requerimento do exequente (art. 523, preenchido os requisitos do art. 524) deverá anteceder a intimação do executado para pagamento voluntário em 15 dias. Vencido esse prazo, automaticamente e sem necessidade de novo requerimento ou intimação, será expedido mandado de penhora e avaliação e passará a correr o prazo de 15 dias para impugnação. OBS: Art. 229 - dobra de prazo em caso de litisconsórcio com advogados diferentes Em suma, tem 15 dias para impugnar, pois o prazo inicial de 15 dias é para cumprimento voluntário, mas pode impugnar no prazo inicial. – Pagamento voluntário – independente de penhora ou de nova intimação. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DA IMPUGNAÇÃO: 1º Petição intermediária + “garantir o juízo” – não é requisito da impugnação (dar um bem para garantir); 2º matérias arguíveis (art. 525, § 1º - rol taxativo) p. 1539, Marcus Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: (a cognição é restrita no plano horizontal – limitações às matérias alegáveis) I - Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; (ineficácia de sentença/acórdão) II - Ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; (se ocorrer, falta de interesse de agir) IV - Penhora incorreta ou avaliação errônea; Se prévia à impugnação – equívocos alegados na impugnação; se posteriores – por petição simples em 15 dias da ciência do fato) V - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. EFEITO SUSPENSIVO (p.1538) Regra: NÃO tem efeito suspensivo - enquanto se processa, a execução segue e pode alcançar a expropriação. O juiz poderá conceder excepcionalmente (requisitos cumulativos para o efeito suspensivo): 1 – Requerimento do impugnante; 2 - Que o juízo esteja garantido com penhora, caução ou depósito suficientes; (Garantia do juízo) 3 - Que seja relevante a sua fundamentação, isto é, que sejam verossímeis as alegações; (Fumus boni iuris) 4 - Que o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. (Manifesto prejuízo – periculum in mora) A concessão de efeito suspensivo não impede a efetivação de atos de substituição, reforço ou redução de penhora e avaliação de bens. OBS: hipossuficientes não tem direito por não ter garantia de juízo! CUMPRIMENTO DA SENTENÇA DE ALIMENTOS art. 527, CPC Alimentos – Binômio – necessidade + possibilidade Basta uma parcela em atraso Técnicas de efetivação: - Desconto em folha (de até 50% dos rendimentos) - Atraso de duas parcelas – o juiz pode permitir pagar atrasadas - Penhora / expropriação Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 . Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. § 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. § 2º Somente a comprovaçãode fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. § 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. § 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes. Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios. § 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados. § 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença. Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. § 1º O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. § 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. § 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas. Decisões importantes: Tema 192 do STJ “A pensão alimentícia incide sobre o décimo terceiro salário e o terço constitucional de férias, também conhecidos, respectivamente, por gratificação natalina e gratificação de férias.” Súmula 621 do STJ: “os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade”. Súmula 596 do STJ: "a obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso da impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais." Súmula 358 do STJ: “o cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos." Súmula 309 do STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. CC/2002: “Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.” FIM DA AULA 06 Aula 07 - 23/03 CUMPRIMENTO DA SENTENÇA DE ALIMENTOS art. 527, CPC TÉCNICAS DE EFETIVAÇÃO 1. Desconto em folha (art. 529) Desde que tenha fonte de renda identificável Não tem percentual; juiz fixa pelo binômio necessidade + possibilidade Ofício contendo: nome, CPF de executando e executado, valor mensal do desconto, tempo de duração e a conta para depósito. Pode ser parcelado, desde que somada à parcela devida, não ultrapasse 50% dos ganhos líquidos. 2. Prisão civil. (art. 528, § 3º) - Art. 5 º, LXVII: LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; - Depende de requerimento do exequente (não pode ser decretada de ofício) - Se não efetuar o pagamento, não provar que o efetuou ou não apresentar justificativa da impossibilidade - Só é ilidida em caso de impossibilidade absoluta do cumprimento da obrigação (art. 528, § 2º, CPC) - Não é pena, mas medida coercitiva - Apenas possível em relação às três parcelas anteriores ao ajuizamento da demanda e as demais que se vencerem no curso da ação (art. 528, § 7º, CPC) - OBS: Os alimentos acima, por serem pretéritos, faz com que percam a natureza alimentar, com o passar do tempo, não sendo possível a decretação da prisão civil do devedor em relação a ele - Prazo => 1 a 3 meses (528, § 3º), em regime fechado. Não há progressão de regime. Obs.: cumprimento da pena de prisão não exime o devedor do pagamento do débito (art. 528, § 5º, CPC) - Possibilidade de renovação caso permaneça inescusável. Dív. Dív. Dív. Dív. Dív. Dív. Dív. Dív. Dív. execução dem. dem. prisão prisão prisão J F M A M J J A S O N D J F M A Período que deverá pagar* dív. = dívida dem. = demora judicial *Período que deverá pagar - Súmula 309 do STJ + Art. 528, § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. Dív. Dív. Dív. Dív. execução. Dív. Dív. Dív. Dív. Dív. dem. dem. dem. dem. dem. prisão J F M A M J J A S O N D J F M A Período que deverá pagar* ok. ok ok Dív. execução. prisão J F M A M J J A Período que deverá pagar* 3. Protesto da Decisão (art. 528, § 1º + art. 517) - Neste caso de alimentos, poderá ser de ofício. Os demais (fazer, pagar, abster-se) não. 4. Expropriação Basta que não solicite a prisão na petição · Forma tradicional de execução para obrigações pecuniárias· É forma menos idônea à tutela alimentar · Importância da penhora on line · Ainda que a impugnação tenha efeito suspensivo, se houver penhora em dinheiro, o credor poderá promover o levantamento · Caso o devedor opte diretamente pelo procedimento expropriatório do art. 523, não será admita prisão (§ 8º, 528) Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Art. 528, § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. · Caso o devedor não pague/comprove o pagamento · Juiz mandar protestar pronunciamento judicial (título executivo). Apenas nesse tipo de cumprimento de sentença é possível a adoção de tal medida de ofício, pelo Juiz. · É medida típica de coerção indireta Procedimento · Processamento (art. 531). Mesmos autos (definitivo) ou em autos apartados (provisório) = Título executivo judicial. · 1o requerimento do credor/exequente + acompanhada da planilha descriminativa do débito · Devedor é intimado para pagamento, no prazo de 03 dias (pagar, provar que pagou ou justificar impossibilidade) · Não cumprida a obrigação, o montante será acrescido de multa (10%). · Possibilidade de protesto da decisão (517 e 528, § 1º) Obs.: Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. FIM DA Aula 07 AULA 08 – DIA 30/03/2023 – Marcus 1554; Elpídio p. 818 - CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA (art. 910, CPC) · Art. 496. CPC, União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público [...] · A Fazenda Pública paga suas condenações por precatório (art. 100 da CF/1988). · Nos casos de condenação de pequeno valor - precatório é substituído pela REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR (RPV) - expedida e paga imediatamente, sem a necessidade de observância da ordem cronológica de inscrição prevista para os primeiros (Elpídio, p. 819) · Precatório - Requisição de pagamento de quantia certa feita ao ente público, em virtude de decisão judicial definitiva e condenatória, que possibilita à pessoa vitoriosa receber o crédito da condenação. · Impenhorabilidade dos bens – art. 100, Constituição Federal. · SÚMULA 279 DO STJ: “É cabível a execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública”. Procedimento · Início – requerimento do credor + planilha de débito · A Fazenda é intimada (já há processo) para fazer impugnação no prazo de 30 dias · Como a Fazenda não pode pagar, não há o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523, caput, nem a incidência da multa, prevista no art. 523, § 1º. CPC Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. Caso apresente a impugnação da Fazenda Pública, dois resultados possíveis: 1 – Acolhida/Procedente – dívida não confirmada 2 – Rejeitada – dívida confirmada (Fazenda deve!) Caso a Fazenda Pública NÃO apresente a impugnação = dívida confirmada Expede-se o precatório requisitando-se o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente. Nesse caso, não serão devidos honorários advocatícios pela Fazenda, art. 85, § 7º, do CPC, exceto quando se tratar de cumprimento individual de sentença coletiva proferida contra a Fazenda. SÚMULA 345, STJ: “São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas”. (Marcus, p. 1556) Confirmada a dívida o juiz oficiará ao Presidente do TJ que determinará a inclusão no orçamento (nasce o precatório). Recebido o precatório, o presidente do tribunal requisita o pagamento à Fazenda. É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento dos débitos constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, data em que terão atualizados os valores, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte (art. 100, § 5º, da CF/1988) Elpídio, p. 819. Se obrigação de pequeno valor - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, será requisitado o pagamento para ser realizado em dois meses da entrega da requisição, por depósito no banco oficial mais próximo da residência do exequente com os devidos honorários advocatícios. PRECATÓRIO Deve ser incluído até do dia 02 de abril para execução no ano subsequente. (ex.: até 02/04/23 para entrar no orçamento de 2024; caso perca o prazo, entra no de 2025). Art. 100, § 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de precatórios judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. Os pagamentos devem observar a seguinte ordem (Elpídio, p. 820): 1º créditos alimentares de pessoas idosas e portadoras de doenças graves (fila com “superpreferência”) ; 2º créditos alimentares de pessoas que não sejam idosas ou portadoras de doenças graves (fila preferencial) ; 3º créditos não alimentares. OBS: superpreferência tem limites na CF, art. 100, § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. Direito de preferência: não pode ser estendido aos sucessores ou herdeiros, pois é personalíssimo. (Elpídio, p.821) PAGAMENTO POR MEIO DE RPV - Obrigações definidas em leis como de pequeno valor; - Estados e Municípios têm liberdade para estabelecer o limite para pagamento por meio de Requisição de Pequeno Valor (RPV); - OBS: art. 87 do ADCT: são adotados como pequeno valor os montantes de 40 salários mínimos para os Estados e para o DF e de 30 salários mínimos para os Municípios. Aplica-se somente para os que não editaram lei prevendo limite. EC nº 62/2009: foi acrescido à Constituição um fator objetivo, vedando a fixação do teto de RPVs em valor inferiorao dos benefícios do RGPS. CF, art. 100, § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo (RPV). RPV ou precatório – devem ser somados o valor da obrigação principal e o valor dos honorários, sendo necessária a discriminação das respectivas parcelas e dos beneficiários. STJ e o STF - É possível a execução dos honorários advocatícios devidos pela Fazenda Pública por Requisição de Pequeno Valor (RPV) SE os honorários não excederem o valor limite a que se refere o art. 100, § 3º, da CF/1988, ainda que o crédito “principal” seja executado por meio do regime de precatórios. Para que o advogado possa executar seus honorários por meio de RPV, é necessário que o fracionamento “ocorra antes da expedição do ofício requisitório, sob pena de quebra da ordem cronológica dos precatórios” Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Caso fracione, o restante será pago na ordem normal) CF, Art. 100, § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. CF, Art. 100, § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. CF, Art. 100, § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do ente federativo devedor, com auto aplicabilidade para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são próprios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente federativo ou por decisão judicial transitada em julgado para: I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida ativa do ente federativo devedor, inclusive em transação resolutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração autárquica e fundacional do mesmo ente; II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para venda; III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos e demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo ente; IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, disponibilizada para venda, do respectivo ente federativo; ou V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo ente federativo, inclusive, no caso da União, da antecipação de valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contratos de partilha de petróleo. Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor EMBARGOS em 30 (trinta) dias. § 1º Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal. § 2º NOS EMBARGOS, A FAZENDA PÚBLICA PODERÁ ALEGAR QUALQUER MATÉRIA QUE LHE SERIA LÍCITO DEDUZIR COMO DEFESA NO PROCESSO DE CONHECIMENTO. OBS!!! § 3º Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535. Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. § 1º Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 113. § 2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. § 1º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. § 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada: I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal; II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. § 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. § 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 6º No caso do § 5º, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica. § 7º A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda. § 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. FIM DA AULA 08 - 30/03 AULA 09 – DIA 27/04/2023 - 1a aula pós AVI Elpídio - p. 829; Marcus p. 1.474 CUMPRIMENTO DAS SENTENÇAS QUE RECONHECEM OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER Aquelas em que o devedor se compromete a realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços, de natureza material ou imaterial. (Marcus, p. 1.474) FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS(marcus, p. 1.474): - Fungíveis - assumidas pelo devedor, cumpridas por qualquer pessoa, pois não levam em conta qualidades pessoais. Somente estas podem se valer da sub-rogação, mas admitem a coerção. - Infungíveis - só o devedor pode cumprir. A execução das fungíveis prescinde da participação do devedor; a das obrigações infungíveis exige a sua colaboração. - Execução Direta (sub-rogação) - o Estado assume a conduta para o cumprimento - substitui a vontade. O Estado substitui o devedor. Ex: Penhora de Bens e Alienação; Penhora on-line; etc. Quando o devedor não entrega o bem que pertence ao credor, o Estado o tira do primeiro e entrega ao segundo; ou ainda, se o devedor não cumpre a obrigação de pintar o muro, o Estado autoriza a contratação de outro pintor, que o faça, às expensas do devedor. O Juiz poderá determinar que um terceiro cumpra tal obrigação às custas do devedor (sub-roga ao terceiro). - Execução Indireta (atuação sobre a vontade do devedor): estas somente podem se valer dos meios de coerção. Visa o cumprimento pelo próprio devedor através de técnicas de coerção para que a obrigação seja cumprida. Ex: multas diárias. OBS: é bastante útil em obrigação de natureza personalíssima (pintor famoso que não vai pitar o quadro). PRIMAZIA DA TUTELA ESPECÍFICA (alguns chamam de princípio): OBS: vide princípios da Satisfatividade e Utilidade (pg.6) - 1o lugar - garantia da tutela específica da obrigação - o juiz ordena o réu/devedor a cumprir a mesma obrigação de fazer ou não fazer que descumpriu, na exata forma estabelecida no contrato (Grancursos, p. 33 - obrig. de fazer) - 2o lugar - tutela substitutiva - pela impossibilidade do cumprimento tardio da obirgação, o juiz condena em obrigação restaurativa ou substituta aproximada da realidade fática daquela (Grancursos - p. 33) QC - A TUTELA ESPECÍFICA das obrigações de fazer ou não fazer - poder atribuído ao juiz para que determine as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva com requisição, sempre que necessário, de força policial. art. 536, § 1o Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. OBS: CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS (indenização): Só é cabível quando for impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. (grancursos). Só é dado ao credor requerê-la se houver efetiva recusa do devedor. O credor não pode preferir a conversão se o devedor estiver disposto a cumprir a obrigação específica. Da mesma forma que o credor não é obrigado a aceitar prestação diferente da que foi avençada, o devedor não pode ser compelido, para desonerar-se, a cumpri-la diferentemente do contratado (Marcus, p. 1.456) - Quando impossível (fáctico ou jurídico): INADIMPLEMENTO (só haverá perdas e danos quando houver inadimplemento): - Impossibilidade de cumprimento da obrigação - ou simples requerimento do credor quando da recusa do devedor Enunciado n. 12 do FPPC: A aplicação das medidas atípicas sub-rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou execução de título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de forma subsidiária às medidas tipificadas, com observação do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz do art. 489, § 1o, I e II. MOMENTO PARA CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS: Em qualquer fase do processo: na petição inicial (início do processo de conhecimento); até mesmo na fase de cumprimento de sentença. MEDIDAS PARA EFETIVAR A OBRIGAÇÃO (rol exemplificativo - art. 536, § 1º): aplicável a qualquer processo judicial, não é exclusivo para o cumprimento de sentença Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. § 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a 4º se houver necessidade de arrombamento. § 3º O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência. § 4º No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525 no que couber. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação Multa (art. 537): Astreíntes - método de coerção indireta - características: - A decisão que fixa a multa não integra a coisa julgada (Elpídio, p. 830) - O juiz poderá modificar o valor, a periodicidade ou excluí-la por requerimento ou de ofício (art. 537) - Não pode ser insuficente nem excessiva - Pode ser de ofício - não depende de requerimento da parte - Tem natureza processual e caráter acessório. - Deve-se intimar o devedor antes de se aplicar a multa - Valor - baseado na proporcionalidade; - Após prazo razoável para cumprimento da obrigação; - Periodicidade definida pelo magistrado - diária, semanal, mensal, etc. - Pode ser aplicada na fase de conhecimento, tutela provisória, na sentença ou na fase de execução - Depositada judicialmente - Devida ao exequente. - Devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida. STJ: A FIXAÇÃO DA MULTA DIÁRIA (RECTIUS: MULTA COMINATÓRIA) SÓ TEM ESPAÇO NO PLANO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER, SENDO VEDADA SUA UTILIZAÇÃO NO CAMPO DAS OBRIGAÇÕES DE PAGAR. Nas obrigações de pagar quantia certa, é descabida a fixação de multa diária como forma de compelir a parte devedora ao cumprimento da prestação que lhe foi imposta. Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. § 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o obrigado demonstrou CUMPRIMENTO PARCIAL SUPERVENIENTE da obrigação ou justa causa para o descumprimento. § 2º O valor da multa será devido ao exequente. § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. § 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. § 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de naturezanão obrigacional. OBS: "Duty to mitigate the loss": Dever de mitigar o próprio prejuízo. Os contratantes devem tomar as medidas necessárias e possíveis para que o dano não seja agravado. A parte a que a perda aproveita não pode permanecer deliberadamente inerte diante do dano. - Cumprimento provisório da multa - Depósito Art. 537. § 3º. - permite levantamento após trânsito em julgado. PROCEDIMENTO (FAZER OU NÃO FAZER) Início: DE OFÍCIO ou POR REQUERIMENTO - difere dos demais tipos de obrigação que precisam de requerimento. intimação: do devedor para tomar conhecimento da decisão (ainda não é a fase de cumprimento) Prazo: é judicial - o juiz fixa o prazo razoável (art. 537), conforme o caso para cumprir a obrigação. Intima da decisão e intima para cumprir Obs.: A medida executiva apenas pode incidir depois que o devedor for intimado para cumprir a obrigação Descumprimento injustificado de ordem judicial: litigância de má-fé + ato atentatório à dignidade da justiça + crime de desobediência (536, § 3º): § 3º O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência. Procedimento também é aplicado para deveres de fazer e não fazer de natureza não obrigacional Defesa do executado: IMPUGNAÇÃO. => segue o mesmo procedimento, no que couber, da defesa no cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia certa (536, § 4º e 525). CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA (538) Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. § 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor. § 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento. § 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer. Fixação de prazo para cumprimento da obrigação => magistrado Descumprimento => expedição de mandado: - De entrega de coisa (se o bem for móvel) - De imissão na posse (se o bem for imóvel) Obs.: Alegação de benfeitorias e o correspondente direito de retenção devem ser alegados na fase de conhecimento Obs.: Aplica-se no que couber as técnicas para efetivação das obrigações de fazer ou de não fazer FIM DA AULA 09 AULA 10 - 04/05 - 2a AULA PÓS AVI PENHORA - art. 831 em diante Arresto - medida judicial de apreensão de vários bens de um devedor para garantir um futuro pagamento da dívida. Geralmente, é aplicado no início do processo de execução. Sequestro de bens - arrecadação de um bem específico, que esteja sendo disputado em ação judicial. Como não há certeza quanto quem é o proprietário ou detentor dos direitos, o bem fica indisponível até decisão final no processo. O intuito do sequestro é evitar a deterioração ou perda do bem. Expropriação - retirada forçada de bens móveis ou imóveis do devedor para que uma determinada dívida seja adimplida. Por iniciativa do credor, o Poder Judiciário pode determinar a retirada de bens ou valores do patrimônio do devedor. PENHORA - forma de tomada de bem ou direito de um devedor, por ato de um juiz, com a finalidade de efetivar o pagamento da quantia devida no processo. Quando a penhora é decretada, o bem fica com restrição de venda, o que evita que o devedor o transfira para terceiros e garante que o bem possa ser utilizado para pagamento parcial ou total da dívida. SÓ ocorre no processo de execução judicial. Penhora é ato de constrição que tem por fim individualizar os bens do patrimônio do devedor que ficarão afetados ao pagamento do débito e que serão excutidos oportunamente. -Marcus, p. 1.481. - Não se confunde com penhor (bens móveis) ou com hipoteca (imóveis). - PRIMEIRO ATO DE EXPROPRIAÇÃO EXECUTIVA - Individualiza a responsabilidade patrimonial do devedor, que antes era genérica. TRÍPLICE EFEITO - (credor: direito de preferência; devedor: indisponibilidade; terceiro: ineficácia de alienação) 1. Credor – gera o direito de preferência - Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título de preferência. 2. Devedor – indisponibilidade 3. Terceiros – ineficácia da alienação OBJETO DA PENHORA Deve abranger o pagamento do principal, atualização, custas e honorários. Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. - PJCH PRINCÍPIO DA UTILIDADE - A execução só se justifica se trouxer alguma vantagem para o credor, pois a sua finalidade é trazer a satisfação total ou parcial do crédito. Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. § 1º Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica. § 2º Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz. ORDEM DE PREFERÊNCIA: PODE SER ALTERADA. Art. 805: “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”. Não autoriza que o executado escolha sobre quais bens a penhora deva recair, nem permite que se exima da obrigação. A escolha do bem penhorável é do credor, e o devedor não pode exigir a substituição senão por dinheiro. Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. - PRIORIDADE DA PENHORA EM DINHEIRO: Art. 835, § 1º § 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. Obs.: ordem é preferencial; não é impositiva - EQUIPARAÇÃO AO DINHEIRO: Art. 835, § 2º: A FIANÇA BANCÁRIA E O SEGURO GARANTIA JUDICIAL + 30% § 2º Para fins de SUBSTITUIÇÃO da penhora, equiparam-se a dinheiro a FIANÇA BANCÁRIA e O SEGURO GARANTIA JUDICIAL, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, ACRESCIDO DE TRINTA POR CENTO. § 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. - OBRIGAÇÃO DO OFICIAL: certificar os bens que, segundo seu juízo, são impenhoráveis. - Possibilidade de realização da penhora por meio eletrônico: Art. 837. Obedecidas as normas de segurança instituídas sob critérios uniformes pelo Conselho Nacional de Justiça, a penhora de dinheiro e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis podem ser realizadas por meio eletrônico. LUGAR E TEMPO: Em qualquer lugar onde os bens estejam. Art.845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de terceiros. § 1º A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos. § 2º Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possível a realização da penhora nos termos do § 1º, a execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens NO FORO DA SITUAÇÃO. PREFERÊNCIA É DOS BENS QUE ESTEJAM NO FORO DA EXECUÇÃO (848, III): Art. 848. As partes poderão requerer a SUBSTITUIÇÃO da penhora se: I - ela não obedecer à ordem legal do art. 835; II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento como, por exemplo, nos contratos que instituem hipotecas, nos quais a penhora deve recair sobre o bem hipotecado; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou (ex.: dos computadores) VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei. Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, ACRESCIDO de trinta por cento. Procedimento da substituição é previsto no art. 835. REALIZAÇÃO, FORMALIZAÇÃO E INTIMAÇÃO · Só se considera REALIZADA a penhora mediante a apreensão e depósito dos bens? (839) Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia. Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavrados autos individuais. · LAVRATURA do auto ou termo (838). Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá: I - a indicação do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita; II - os nomes do exequente e do executado; III - a descrição dos bens penhorados, com as suas características; IV - a nomeação do depositário dos bens. O termo de penhora é assinado pelo próprio devedor. Diferença entre o auto e termo de penhora: quando a penhora se dá por termo, o próprio documento que reflete a penhora já constitui a intimação do devedor, enquanto quanto ao auto de penhora, é necessário a intimação do devedor acerca da penhora. Fonte: conteúdo Jurídico A penhora pode ser realizada por auto ou por termo. Por auto, quando realizada por oficial de justiça, o que só ocorrerá se o credor assim preferir, ou se houver alguma razão para a intervenção do oficial, como, por exemplo, a recusa do devedor em entregar a posse do imóvel ao depositário. Se houver nos autos certidão imobiliária, a penhora de imóveis poderá dispensar a participação do oficial de justiça e ser realizada por termo. Não será necessário que o oficial vá ao local, nem que descreva o imóvel, já identificado pela certidão. O mesmo ocorrerá em relação aos veículos automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua existência. A penhora por termo tem a vantagem de poder ser realizada mesmo que o bem esteja em outra comarca. (Marcus, p. 1.482) Após sua realização, produz efeitos: - Materiais (ex.: transferência da posse para o depositário; ineficácia relativa dos atos de disposição) - Processuais (ex.: individualização do bem do devedor; direito de preferência) · DEPÓSITO (art. 840) - É elemento constitutivo da penhora - Preferência na nomeação de depositário Art. 840. Serão preferencialmente depositados: I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz; II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judicial; III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do executado. § 1º No caso do inciso II do caput, se não houver depositário judicial, os bens ficarão em poder do exequente. § 2º Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente. § 3º As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate. - INTIMAÇÃO DA PENHORA (841) Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será imediatamente intimado o executado. - Por seu(s) advogado(s) e, se não possuir - pessoalmente, preferencialmente por via postal, não se aplicando caso ocorra na sua presença. OBS: - § 4º Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2º quando o executado houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 . - INTIMAÇÃO DE TERCEIROS (799) Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:[...] em suma, requerer a intimação de todos aqueles que tenham relação com o objeto envolvido no processo. PENHORA DE BEM INDIVISÍVEL (843): preferência na arrematação Art. 843. Tratando-se de penhora de bem INDIVISÍVEL, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da ALIENAÇÃO do bem. § 1º É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na arrematação do bem em igualdade de condições. § 2º Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação - Equivalente à quota-parte do coproprietário ou cônjuge alheio à execução recai sobre o produto da alienação do bem - Ao coproprietário ou ao cônjuge - Garantia do direito de preferência na arrematação em igualdade de condições - Expropriação não será realizada por preço inferior ao da avaliação em que não seja possível garantir o valor correspondente à quota-parte do cônjuge ou coproprietário alheio à execução (843, § 2º) * Obs.: O artigo não incide em relação à penhora de bem de família MODIFICAÇÕES DA PENHORA - Fundamento geral no artigo 850. Pode ser: 1. Ampliação => insuficiência dos bens para satisfação do débito (874, II) - a requerimento do interessado. Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: II - Ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente. 2. Redução => valor dos bens penhorados é consideravelmente superior ao crédito do exequente (874, I) Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: I - Reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios; 3. Renovação (segunda penhora – 851) => anulação da primeira penhora; insuficiência do produto da alienação; desistência, por parte do credor, da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou estarem constritos: Art. 851. NÃO se procede à segunda penhora, salvo se: I - a primeira for anulada; II - executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente; III - o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial. SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA (847/848) - O executado deve requerer, no PRAZO DE 10 DIAS, de sua intimação (847), desde que comprove:- Que a substituição seja menos onerosa - Que não traga prejuízo ao exequente O art. 848 traz a possibilidade de ambas as partes requererem a substituição do bem penhorado, desde que demonstrem a ocorrência de uma das hipóteses - p.39 => Obs.: No caso do art. 848, não há prazo para que tal requerimento ocorra, entendendo-se que ele pode ser formulado até o momento da expropriação do bem => Obs.: A parte contrária deverá ser sempre ouvida, no prazo de 3 dias (853) PENHORA DE DINHEIRO (854) - Não há ciência prévia do executado. - Não pode ser feita de ofício. - Requerimento do exequente - Não implica a quebra do sigilo bancário - Os excessos devem ser cancelados pelo juiz, no prazo de 24h, após a resposta das instituições financeiras; estas devem cumprir a ordem em igual prazo. - Executado deve ser intimado acerca da indisponibilidade de seus ativos e possui 5 dias para provar a impenhorabilidade ou o excesso. - Rejeitada ou não apresentada manifestação do executado, a indisponibilidade se converte em penhora SEM necessidade de lavratura de termo. - O juiz determina à Instituição em 24h para que transfira para a conta do juízo. - Responsabilidade da instituição financeira. É objetiva FIM da aula 10 AULA 11 - DIA 11/05/23 - 3a AULA PÓS AVI DAS IMPENHORABILIDADES · A penhora é o 1o ato de expropriação patrimonial. · Visa proteger o mínimo existencial do devedor · Regra: o salário é impehorável - subsistência. · Se o devedor receber mais que 50 salários mínimos - o excesso é penhorável - Impenhorabilidade absoluta: Não existem bens absolutamente impenhoráveis (art. 833) · É uma restrição à penhora de certos bens · As regras de impenhorabilidade destinam-se à proteção do executado. Protege a dignidade do executado. · Inalienabilidade X Impenhorabilidade (todo bem inalienável é impenhorável, mas nem todo bem impenhorável é inalienável) · Relação não é exaustiva (Ex.: FGTS) · Impenhorabilidade absoluta X Impenhorabilidade relativa (834): Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis. (Obs.: Não se aplica aos frutos e rendimentos de bens públicos). · Pacto de impenhorabilidade - Art. 833. São impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; (+ art. 190 e art. 200): limitado as partes que convencionaram, não podendo envolver terceiros que não anuíram, salvo exceções legais. OBS: Enunciado CJF no 152: O pacto de impenhorabilidade (arts. 190, 200 e 833, I) produz efeitos entre as partes, não alcançando terceiros. · É oposta a qualquer credor · Não é oponível à execução de dívida referente ao próprio bem. · Beneficium competentiae => impenhorabilidade do estritamente necessário à sobrevivência do executado, sua família e a sua dignidade. · Pensão alimentícia = não se aplica a exceção dos incisos IV e X do 833 · Valores e remunerações em cadernetas de poupança - até 40 salários mínimos, mesmo que diluído em várias poupanças. Ex.: 3 contas com até 30 salários mínimos. Exceção: Alimentos. OBS: desde que a única reserva monetária em nome do recorrente, e ressalvado eventual abuso, má-fé ou fraude, a ser verificado caso a caso, de acordo com as circunstâncias do caso concreto OBS: poupança quando utilizada como conta corrente, é penhorável. · Só protege os valores existentes antes da execução. · Súmula 364 STJ = alargamento do conceito de bem de família: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. · Súmula 486 - É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. Portanto, se o imóvel está locado, serão impenhoráveis os móveis que guarnecem a residência, por dívidas do locatário; e será ainda impenhorável o próprio imóvel, por dívida do locador, se a renda obtida com a locação se prestar à subsistência dele ou à moradia de sua família. (Marcus, p. 1.420) · Súmula 549 do STJ - É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. A impenhorabilidade do bem é matéria de ordem pública e deve ser conhecida pelo juízo de ofício a qualquer tempo. Se ele não o fizer, caberá ao devedor alegá-la, por simples petição nos autos, ou pelos meios de defesa tradicionais: a impugnação, no cumprimento de sentença, ou os embargos na execução de título extrajudicial. (Marcus, p. 1.420) Art. 833. São impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. § 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, § 3º. Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. § 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objetode financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária FIM DA AULA 11 AULA 12 - 18/05/23 - 4a AULA PÓS AVI DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO Requisitos específicos para a instrução da petição (798) Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: a) o título executivo extrajudicial; b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; II - indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: I - o índice de correção monetária adotado; II - a taxa de juros aplicada; III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; V - a especificação de desconto obrigatório realizado. · Cumulativos com os constantes nos arts. 319 e 320. (requisitos da petição inicial + juntada de documentos indispensáveis) · Intimação daqueles que possam ser atingidos pela penhora (799): Incumbência do exequente · Eficácia da alienação sem a intimação do titular da garantia (799 e 804) Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao *credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado. [...]. (*possui um título de penhor instituído em seu favor) Obrigações alternativas (800) Se a escolha couber ao devedor = 10 dias para exercer a opção e realizar a prestação Não exercício da faculdade = opção é devolvida ao credor Emenda da petição (801) => 15 dias Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, SE outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato. § 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado. § 2º A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la. Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. Competência: Execução fundada em título extrajudicial deve ser proposta, alternativamente: · Domicílio do executado · Foro de eleição constante do título · Foro da situação dos bens Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL - Marcus, p. 1466 + slides + aula - Carece de nova ação - é novo processo 1 - OBRIGAÇÃO DE PAGAR - Petição inicial ok (deferida já se fixam os honorários - são fixos em 10% do valor da execução); - Citação do réu para efetuar o pagamento; - Réu tem 3 dias para pagar da data da citação - pagando no prazo tem 50% de desconto no valor dos honorários; - Certidão de Tramitação da Execução (de deferimento da execução) = Certidão premonitoria: -> é averbada onde o devedor tiver bens cadastrados (cartórios). -> impede a negociação dos bens e garante sua localização quando da penhora. EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA Expropriação de bens do executado: Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais. Expropriação consiste em (825): 1. Adjudicação 2. Alienação 3. Apropriação de frutos e rendimentos de empresa, estabelecimento ou outros bens Expropriação - retirada forçada de bens móveis ou imóveis do devedor para que uma determinada dívida seja adimplida. Por iniciativa do credor, o Poder Judiciário pode determinar a retirada de bens ou valores do patrimônio do devedor. REMIÇÃO = ATO VOLUNTÁRIO DE PAGAR A DÍVIDA Deve ser feita ANTES da adjudicação ou alienação. Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios. Procedimento - Citação do devedor para pagar a dívida = 3 dias contados da citação! Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação. § 1º Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado. § 2º A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente - Indicação de bens pelo exequente - Oficial não encontra o executado -> arresto (pré-penhora): Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução. § 1º Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido. § 2º Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa. § 3º Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em penhora, independentemente de termo. · Após 10 dias da realização do arresto, o oficial deve procurar o devedor por 2 vezes, podendo realizar a citação com hora certa. · Feita a citação, o arresto se converte em penhora, independentemente de termo. · Juiz fixa, de plano, os honorários (10%) devidos pelo executado (827) · Pagamento integral no prazo de 3 dias = desconto de 50% dos honorários (827,§ 1º) · Majoração dos honorários até 20% = rejeição dos embargos à execução ou ao final da execução caso não sejam opostos. Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado. § 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade. § 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente. CERTIDÃO DE TRAMITAÇÃO DA EXECUÇÃO = CERTIDÃO PREMONITORIA · Expedida apenas após a admissão da execução · Após a averbação da certidão, o exequente deve comunicar ao juízo em 10 dias · Obs.: descumprimento do prazo? Consequências? (ausênciade previsão para as consequências) · Garantida a execução (penhora), a averbação sobre os bens não penhorados deve ser cancelada pelo exequente, em 10 dias (aqui há consequência de indenizar!) · Presunção de fraude à execução - alienação ou oneração de bens após a averbação. Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. § 1º No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas. § 2º Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados. § 3º O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo. § 4º PRESUME-SE EM FRAUDE À EXECUÇÃO a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação. § 5º O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2º indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados. · O não cancelamento das averbações implicará em indenização, mas a falta de comunicação sobre as averbações realizadas não possui consequências. 2 - OBRIGAÇÃO DE ALIMENTOS - EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (911) - segue o mesmo rito do título executivo judicial - Citação do executado para em 3 dias: a) efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso b) Provar que já pagou c) Justificar a impossibilidade de pagamento Atenção: SÚMULA 309 do STJ: débito que autoriza a prisão é o que compreende as 3 últimas prestações anteriores ao ajuizamento. · Aplicação do 528, §§ 2º ao 7º. Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. § 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. · Possibilidade de execução pelo procedimento da obrigação de pagar quantia certa (913). Aqui, caso os embargos sejam recebidos com efeito suspensivo, o exequente poderá levantar as prestações mensais. Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-se-á o disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. Procedimento: - Petição inicial com pedido de citação para pagar, provar que pagou ou comprovar a impossibilidade absoluta de pagar - Prazo: 3 dias 3 - EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (910) · SÚMULA 279 STJ = é cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública!!! · Fazenda será citada para opor embargos em 30 dias · Não oposição dos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar => expedição de precatório ou RPV Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias. § 1º Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal. § 2º Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. (regra geral para a defesa de execução de título executivo Extrajudicial). § 3º Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535. Procedimento: - Petição inicial em ordem = deferimento - Citação da Fazenda Pública para se defender (por Embargos à Execução) em 30 dias: -> Se aceitos = a Fazenda não deve; -> Se rejeitados, ou; Se não apresenta = a Fazenda deve: Neste caso o Juiz expedirá o precatório ou RPV. 4 - EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER (815) · Fixação de multa por período de atraso (814) · Executado é citado para realizar a obrigação no prazo assinalado pelo juiz (caso outro prazo não seja indicado no título) · Não cumprimento da obrigação => exequente pode requerer a satisfação da obrigação às custas do executado ou perdas e danos (816) Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida. Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo. Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não estiver determinado no título executivo. Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização. Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa. Procedimento - Petição inicial deferida; - Citação para fazer (prazo determinado pelo juiz, salvo se outro previsto no título) - Para compelir, poderá já na citação impor multa (art. 536) OBRIGAÇÃO REALIZADA POR TERCEIRO - Não personalíssimas - Feita às custas do executado - Exequente adianta as quantias devidas - Cumprida a obrigação, juiz ouve as partes em 10 dias (818): Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeita a obrigação. Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá. - Terceiro contratado não realiza a prestação ou o faz de forma defeituosas, incompleta => 15 dias, a requerimento do exequente, para concluir ou reparar às custas do contratante: Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante. Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o condenará a pagá-lo. - Exequente pode executar ou mandar executar, em igualdade de condições de oferta em relação ao terceiro: Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários à realização da prestação, terá preferência, em igualdade de condições de oferta, em relação ao terceiro. Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do terceiro Obrigação de fazer infungível - Personalíssimas: - Exequente requer prazo para que o executado realize a prestação, sob pena de conversão da obrigação em perdas e danos Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requererao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la. Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução por quantia certa. EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER · Exequente deve requerer ao juiz que assinale prazo para o executado desfazer o ato (822) · Possibilidade de desfazimento às custas do executado (823) · Impossibilidade de desfazimento = perdas e danos Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo. Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele que responderá por perdas e danos. Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia certa. 5 - EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA (806) - Devedor será citado para satisfazer a obrigação em 15 dias. - Juiz pode fixar multa por dia de atraso, em caso de descumprimento. - Não cumprida a obrigação => expedição de mandado de imissão na posse (imóvel) ou busca e apreensão (móvel): Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação. § 1º Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. § 2º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado. - Cumprimento da obrigação => lavratura do termo e prosseguimento da execução para pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos, se houver (807): Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver. - Alienação da coisa litigiosa => expedição de mandado contra o terceiro adquirente (808): Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la. Exequente pode optar entre: 1. Expedição de mandado contra o terceiro 2. Requerer o valor equivalente ao da coisa mais perdas e danos Exequente tem o direito de receber, além das perdas e danos, o valor da coisa quando esta (809): 1. Se deteriorar 2. Não lhe for entregue 3. Não for encontrada 4. Não for reclamada do poder de terceiro adquirente Obs.: Primeiro deve ser dada a oportunidade de o executado cumprir a obrigação Se o valor da coisa não constar do título, poderá ser realizada a liquidação. Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. § 1º Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial. § 2º Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. ENTREGA DE COISA INCERTA (811): - Executado deve ser citado para entregar a coisa individualizada - Se a escolha couber ao credor, este deve realizar na Petição Inicial. Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha. Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na petição inicial. Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação. Art. 813. Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incerta, no que couber, as disposições da Seção I deste Capítulo. Procedimento: - Petição inicial deferida; - Citação para entregar em 15 dias. OBS: Podem surgir obrigações extras, como frutos, prejuízos causados pelo inadimplemento; etc. EMBARGOS À EXECUÇÃO - Defesa do Devedor - Prazo - em 15 dias - Natureza de ação autônoma (pois inicial) de cognição incidental (pois no curso de processo em andamento). - Ocorre por meio da Ação de Embargos à Execução (Embargos do devedor) - Embargos a execução => ação de cognição incidental. 1) Embargos de mérito - ataca o mérito 2) Embargos de forma - ataca o processo sem discutir o mérito - mesmo que aceitos, continua a dever! 2.1) Embargos de ordem – anulam a execução 2.2) Embargos elisivos – alteram a execução OBS: Nos termos do art. 784, inciso III, CPC, constitui título executivo extrajudicial o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas, requisito da substância do ato, que visa a aferir a existência e a validade do negócio jurídico ensejador do título. LEGITIMIDADE - Legitimação ativa => devedor ou responsável beneficiado. (embargante) - Legitimação passiva => credor (embargado) REGRA: DESNECESSIDADE de garantia do juízo: Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Matérias arguíveis: Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I - Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - Penhora incorreta ou avaliação errônea; - por petição simples III - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; IV - Retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa; V - Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. - Incorreção da penhora ou avaliação = simples petição - Execução por carta = competência para julgamento dos embargos: Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. Obs.: SÚMULA 46 STJ = execução por carta: Na execução por carta, os embargos do devedor serão decididos no juizo deprecante, salvo se versarem unicamente vicios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação dos bens. PRAZO => 15 dias após a citação (915): Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231. - Contagem na forma do art. 231 - Prazo no caso de mais de um executado (exceção cônjuge ou companheiro): Art. 915. § 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir da juntada do último. - Execução por carta: Atenção para os incisos I e II do § 2º do art. 915: § 2º Nas execuções POR CARTA, o prazo para embargos será contado: I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens; II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo. Art. 915. § 4º Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatóriaou de ordem, a realização da citação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante. - Obs.: NÃO se aplica o 229 (contagem em dobro para litisconsortes com advogados diferentes) REJEIÇÃO LIMINAR (918): antes de citar a parte contrária (embargado) - Intempestividade - 15 dias após a citação do devedor. - Indeferimento da Petição inicial e improcedência liminar do pedido. - Manifestamente protelatório => ato atentatório à dignidade da justiça - Atenção: intempestividade não leva à extinção dos embargos (Resp 729.149/MG). Serão tratados como “defesa heterotópica” EM REGRA - Os Embargos Não possuem efeito suspensivo (919): Juiz pode atribuir efeitos suspensivo quando cumulativamente: - Requerimento do embargante - Presentes os requisitos para concessão da tutela provisória - Haja garantia suficiente para a execução por penhora, depósito ou caução - Efeitos suspensivo pode ser parcial. 1 – Requerimento do embargante; 2 - Que o juízo esteja garantido com penhora, caução ou depósito suficientes; (Garantia do juízo) 3 - Que seja relevante a sua fundamentação, isto é, que sejam verossímeis as alegações; (Fumus boni iuris) 4 - Que o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. (Manifesto prejuízo – periculum in mora) PARCELAMENTO FORÇADO DO CRÉDITO (916): Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. - Deve ser proposto no mesmo prazo dos embargos - Renúncia ao direito de embargar - Confissão da dívida - Depósito de 30% do valor da execução - Parcelamento em no máximo 06 vezes - Exequente é intimado para se manifestar sobre o preenchimento dos requisitos - Enquanto não apreciado seu requerimento, executado deve depositar as parcelas e o exequente poderá levantá-las - Indeferimento da proposta => prosseguimento da execução e conversão do depósito em penhora. Art. 916. § 1º A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato. INADIMPLEMENTO DAS PARCELAS (916, § 5º): Vencimento antecipado das prestações vincendas Prosseguimento da execução Multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas Atenção: o parcelamento forçado NÃO se aplica ao cumprimento de sentença Art. 916. § 5º Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente poderá requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos considerados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração dos respectivos valores, nomear perito, observando-se, então, o art. 464 . FIM DA AULA 12 AULA 13 - ÚLTIMA AULA ANTES DA AVII - 25/05/23 Adjudicação (876) · É o meio preferencial de expropriação! · Exequente oferece preço não inferior ao da avaliação · Assemelha-se a dação em pagamento · Necessidade de intimação do executado · Crédito < bens = depósito da diferença em favor do executado · Crédito > bens = prosseguimento da execução no saldo remanescente · Mais de um pretendente => licitação entre eles · Preferência = cônjuge, companheiro, descente ou ascendente Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. § 1º Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos; III - por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos. § 2º Considera-se realizada a intimação quando o executado houver mudado de endereço SEM prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no art. 274, parágrafo único . § 3º Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos autos, é dispensável a intimação prevista no § 1º. § 4º Se o valor do crédito for: I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado; II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente. § 5º Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII , pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado. § 6º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem. § 7º No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada realizada em favor de exequente alheio à sociedade, esta será intimada, ficando responsável por informar aos sócios a ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a preferência. · Resolvidas eventuais questões => auto de adjudicação · Lavratura do auto => expedição de carta de adjudicação ou mandado de imissão na posse · O título de propriedade só se perfaz com a carta de adjudicação ou mandado de entrega · Momento para adjudicação? Preclusão? Observação para o art. 878 Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade para requerimento de adjudicação, caso em que também se poderá pleitear a realização de nova avaliação. Alienação (879): Far-se-á: I - por iniciativa particular; II - em leilão judicial eletrônico ou presencial. a) Alienação por iniciativa particular · Caso não seja realizada adjudicação (880) · É faculdade do exequente · Por sua própria iniciativa ou por meio de corretor ou leiloeiro público credenciado · Condições são fixadas pelo juiz · Finalização => expedição da carta de alienação e mandado de imissão (imóvel) ou ordem de entrega ao adquirente (móvel) Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário. § 1º O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem. § 2º A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se: I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel; II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel. § 3º Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da alienação prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos. § 4º Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado nos termos do § 3º, a indicação será de livre escolha do exequente. b) Alienação judicial (881) Não realizada a adjudicação ou alienação por iniciativa particular Apenas não se sujeitam os bens que tenha cotação em bolsa de valores Deve ser realizado preferencialmente por meio eletrônico => regulamentação pelo CNJ (882) => Ampla publicidade, autenticidade e segurança Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular. § 1º O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público. § 2º Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em leilão público. Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial. § 1º A alienação judicialpor meio eletrônico será realizada, observando-se as garantias processuais das partes, de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça. § 2º A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital. § 3º O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz. Edital regra do leilão (886) => Possibilidade de realização de segundo leilão (presencial) (886, V) - caso não haja interessados no primeiro => Responsabilidade é do leiloeiro (887) - divulgação da alienação - edital pelo menos 5 dias antes do leilão, etc => Preferência por meios eletrônicos e sites especializados => Preço mínimo e preço vil (885 e 891): O juiz estabelece o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias prestadas pelo arrematante.; e, Não será aceito lance que ofereça preço vil (preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação). AQUISIÇÃO PARCELADA (895): · Bens móveis e imóveis · Requerimento por escrito do interessado · Proposta não suspende o leilão Momento: · Até o primeiro leilão = preço não inferior ao da avaliação · Até o segundo leilão = preço que não seja considerado vil · Ao menos 25% à vista e o restante parcelado em até 30X, com caução (se móveis) ou hipoteca (imóveis) · Atraso no pagamento => multa de 10% sobre o valor das parcelas vencidas e vincendas · Exequente pode pedir a resolução da arrematação ou prosseguir a execução contra o arrematante Finalização · Auto de arrematação (901) - lavrado de imediato, pode abranger bens penhorados em mais de uma execução · OBS: Assinatura pelo juiz, arrematante e leiloeiro, torna perfeita, acaba e irretratável a arrematação (903): Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. Poderá ser, no entanto: · Invalidada, se realizada por preço vil ou contenha outro vício; · Ineficaz, se descumprida a determinação contida no 804; · Nas duas situações acima, a provocação deve ser realizada em até 10 dias após a arrematação; após este prazo, a arrematação só pode se invalidada por ação autônoma SATISFAÇÃO DO CRÉDITO Ocorre por (904): · Entrega de dinheiro ou · Adjudicação de bem penhorado Art. 905: · Levantamento do dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto da alienação (905) · Vedação de levantamento de importância em dinheiro ou liberação de bens apreendidos durante o plantão · Possibilidade de transferência eletrônica · O valor remanescente é restituído ao executado Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados, bem como do faturamento de empresa ou de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas penhoradas, quando: I - a execução for movida só a benefício do exequente singular, a quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados; II - não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídos anteriormente à penhora. Parágrafo único. Durante o plantão judiciário, veda-se a concessão de pedidos de levantamento de importância em dinheiro ou valores ou de liberação de bens apreendidos. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO (924): I - a petição inicial for indeferida; II - a obrigação for satisfeita; III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; IV - o exequente renunciar ao crédito; V - ocorrer a prescrição intercorrente. Obs.: extinção só produz efeito quando declarada por sentença fim da aula 13 e do conteúdo do período 23 1 image1.png