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Conceitos de Marketing Prof. Carlos Alberto da Silva Lima Descrição Apresentação das fases evolutivas do Marketing e seus principais conceitos e estratégias. Noções sobre o composto de Marketing, suas definições e análise. Propósito Compreender os fundamentos e as premissas básicas do Marketing, conhecimentos essenciais para definir as ações e o posicionamento de uma empresa. Objetivos Módulo 1 As fases evolutivas do marketing Módulo 2 Conceitos centrais em Marketing Módulo 3 O composto de Marketing Reconhecer o Composto de Marketing. Identificar as fases evolutivas do Marketing. Identificar os conceitos centrais em Marketing. Introdução É muito comum ouvir o termo Marketing na TV, na internet e nas organizações. Mas, afinal, o que realmente é Marketing? O que vem a ser “Mix de Marketing”? Vamos discutir esses assuntos, bem como aprender como as organizações desenvolvem metas e planos em relação à função Marketing, ou seja, as suas estratégias. Conhecer os fundamentos do Marketing é importante tanto para o pequeno empresário como para o gestor de uma grande organização. Mas antes, vamos conferir a professora Cecília Mattoso neste vídeo, que nos contará um pouco mais sobre o conceito de Marketing. 1 - As fases evolutivas do marketing Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as fases evolutivas do Marketing. Ligando os pontos No cenário 4.0 do Marketing, constatamos que as empresas estão focadas no fortalecimento da relação da organização com o cliente, por meio da comunicação. Para compreender melhor esse cenário, vamos estudar o case do Nubank. Nubank O Nubank é uma organização fintech que desenvolve serviços financeiros, a partir de recursos avançados de tecnologia de informação, para diminuir o ritual burocrático, reduzir as taxas cobradas e apresentar serviços de qualidade aos usuários dos serviços dos bancos tradicionais. Fundado em 2013, o Nubank é uma das referências em bom atendimento ao cliente por se manter em estado permanente de comunicação com suas demandas. Sua abordagem garantiu uma posição de destaque entre instituições financeiras que atuam de forma digital em todo o mundo. Essa posição vem sendo mantida com base na oferta de diversos produtos, destacando-se, entre eles, a utilização de cartão de crédito e conta digital, sem custos de manutenção e de transferência de recursos financeiros, a disponibilização de programa de milhagem sem expiração de pontos e investimentos sem valores mínimos. A comunicação entre a organização e seus clientes é permanente, durante 24 horas por dia, por meio de atendimento via telefone, chat, e-mail e redes sociais. Em sua forma inclusiva de atuação, promoveu, em 2021, a terceira edição do programa Yes, She Codes para incentivar a contratação de mulheres na área de engenharia de software da organização. Ainda nessa linha, a organização quebrou paradigmas ao convidar a cantora Anitta para participar do conselho de administração. Essa medida de aproximação com artistas alinha-se com a diversidade, que contribui para uma maior proximidade com seus clientes. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Para você, quais são os diferenciais da fintech Nubank em sua forma de atuação no mercado de serviços financeiros? Digite sua resposta aqui Chave de resposta A Nubank atua desenvolvendo soluções que visam apenas atender às necessidades e à expectativa dos clientes, de modo permanente, por meio de diversos canais de comunicação. De maneira singular, atende às suas solicitações 24 horas por dia. Essa forma de atuação, integrada aos meios digitais, posicionam o Nubank como empresa de destaque no segmento financeiro. Questão 2 De acordo com o case apresentado, constatamos diversas abordagens do Nubank para atender melhor a seus clientes. Pensando em termos de Marketing, qual delas você não atribuiria a essa empresa? Parabéns! A alternativa A está correta. Foco no produto é uma abordagem adotada no cenário 2.0, em que a organização desenvolve produtos de acordo com sua expertise, sem a preocupação de atender às necessidades e expectativas dos clientes. Henry Ford é o representante mais emblemático desse cenário, por ter afirmado que os A Produtos desenvolvidos a partir do conhecimento de especialistas financeiros. B Comunicações 24 horas por dia com os clientes por diversos canais de comunicações. C Ofertas de produtos financeiros sem custos de forma digital. D Atuação inclusiva na sociedade, com quebra de paradigmas. E Processos organizacionais simplificados para maior aproximação com o cliente. compradores poderiam comprar qualquer carro de qualquer cor de sua fábrica, desde que fossem pretos. Questão 3 O Nubank desenvolve diversas estratégias que contemplam o atendimento ao cliente. Com base em sua análise sobre a empresa, assinale a alternativa que apresenta uma característica do cenário 4.0 de Marketing adotado pelo Nubank: Parabéns! A alternativa C está correta. Uma das características típicas do cenário 4.0 é a ampla utilização de redes sociais, além de outras ferramentas digitais. O que é Marketing? Existem diversas definições sobre o que é Marketing e qual a sua função. De acordo com Kotler (2013), as primeiras definições apontavam para a vertente financeira da ferramenta de Marketing, definindo-a como uma forma da empresa suprir necessidades gerando lucro. Porém, à medida que os mercados foram se sofisticando, os conceitos de Marketing foram aprimorados e A Foco no consumo de produtos. B Preocupação social com os consumidores. C Comunicação por redes sociais. D Marketing centrado nos valores. E Marketing voltado para o consumidor. atualizados. Dessa maneira, muitas empresas verificaram que o Marketing não se aplicava apenas ao simples objetivo de venda direta, e sim à criação e manutenção de uma imagem da empresa e de um relacionamento duradouro junto aos seus consumidores, mantendo-a no mercado por muito mais tempo. Venda direta Lucro Imagem da empresa Relacionamento consumidores Permanência no mercado A popularização do uso de conceitos de Marketing por profissionais liberais na relação com o seu mercado de trabalho, por políticos no relacionamento com seus eleitores, por governos no relacionamento com seus cidadãos, entre diversos outros casos, mostrou que os conceitos de Marketing podem não estar vinculados somente ao ambiente empresarial. Entretanto, muitas definições sobre o que é Marketing ainda permanecem restritas à relação empresa- consumidor. É comum atualmente ouvirmos a expressão “marqueteiro de campanha” de determinado candidato a cargo público (político). A adoção desse profissional em campanhas políticas deve-se ao fato de os candidatos terem entendido ser necessária a criação e manutenção de uma imagem positiva junto a seu público- alvo (eleitores). Panfletos eletorais. Isso só seria conseguido por meio de análises, recursos e estratégias bem mais sofisticadas do que a distribuição de panfletos, santinhos e camisetas. Assim, uma verdadeira “operação militar” de análise de dados e de pesquisas de percepção de imagem dos candidatos junto a seu eleitorado é realizada a fim de traçar a melhor estratégia de construção de imagem para competir no mercado das urnas. Instituições filantrópicas também utilizam conceitos de Marketing para a construção e manutenção de seu relacionamento com seu público-alvo – seus doadores. Mesmo não vendendo nenhum produto, essas instituições competem entre si pelas doações em um mercado muito escasso (em tempos de recessão financeira e de desemprego, as primeiras despesas cortadas são as doações voluntárias) e muito disputado. Não somente o propósito da instituição conta na hora de o doador escolher para que organização destinará seu dinheiro (sociedades de proteção aos animais, entidades de cuidados a menores em situação de fragilidade, casas de repouso para idososconcorrentes (ainda mais se estivermos analisando mercados de cidades com grande concentração de shopping centers, onde a distância física entre lojas é ínfima). Analisar a possibilidade de dar amostras grátis Dependendo do produto/serviço, analisa-se oferecer uma amostra grátis para convencimento do valor do que está sendo ofertado, ou até implementar uma política de devolução ou troca após certo período, no caso de desistência. Essa última opção está sendo cada vez mais comum em empresas de venda de colchões. Uma vez que a adaptabilidade ao produto só é efetivamente constatada após alguns dias dormindo nele, muitas empresas estão dando a opção de troca gratuita por outro modelo, caso o cliente não se adapte ao escolhido anteriormente. Como muitos consumidores sabem o problema gerado por não ter comprado um colchão adequado às suas necessidades, eles acabam optando por um produto com um preço mais elevado, mas que lhes dê a possibilidade de troca no caso de não adaptação. Analisar a viabilidade de concessão de descontos Conceder descontos para determinados clientes também é algo massivamente utilizado e que deve ser cogitado. Grupos específicos de clientes (empregados de determinada empresa, profissionais de uma área, alunos de certa instituição etc.) são passíveis de vendas em lotes, justificando financeiramente o desconto concedido e aumentando a potencial propaganda da marca junto a esses grupos. Veja a seguir dois exemplos: Microsoft Concedia descontos aos empregados de grandes empresas, tais como Petrobras, Vale, Coca-Cola, na compra da sua suíte Office para instalação em computadores pessoais. Nespresso Firmou parcerias com grandes empresas para a instalação de máquinas de café em seus prédios. Também concedeu descontos aos funcionários dessas empresas para aquisição de cápsulas e máquinas de café residenciais. Etapas da precificação Seleção do objetivo do preço Para determinar o valor do produto, a empresa deve definir seu objetivo com o produto, levando em consideração os seguintes itens: Sobrevivência A empresa tem o objetivo de manter sua permanência e posição no mercado. Maximização do lucro imediato A empresa renuncia a ganhos de médio e longo prazo para tentar obter retornos imediatos, mesmo que isso cause impactos no ciclo de vida do produto. Maximização da participação de mercado A empresa busca aumentar sua parcela no mercado, determinando o menor preço possível para alcançar o máximo possível de vendas. Desnatamento do mercado A empresa insere um novo produto, tecnologia, tendência ou característica que a concorrência levará algum tempo para equiparar. Dessa forma, os preços iniciais são altos e vão descendo gradualmente à medida que os produtos concorrentes ofereçam as mesmas características. Kim e Mauborgne (2005) batizaram isso de estratégia do oceano azul, fazendo remissão a um mar de oportunidades sem nada para atrapalhar. Determinação da demanda É necessário determinar a demanda: ao colocar um produto no mercado, saber com a maior precisão possível qual é o nível de necessidade e propensão à compra que existe entre os consumidores. Nesse aspecto, é necessário observar pelo menos três pontos: É a medida que mostra o quanto muda (cresce ou diminui) a propensão do cliente para a compra em função do aumento ou da diminuição do preço cobrado. Consumidores de itens de alto luxo possuem, em geral, baixa sensibilidade ao preço (compram o bem a qualquer valor e, em alguns casos, deixam de comprar o bem se o preço abaixar muito, pois o produto acaba perdendo exclusividade). Por outro lado, compradores de produtos supérfluos de supermercado têm uma alta sensibilidade aos preços desses itens e abandonam a intenção de compra à menor elevação do valor cobrado. Em geral, a sensibilidade dos consumidores ao preço é afetada pelos seguintes fatores: exclusividade do produto, inexistência de produtos substitutos (ou substitutos de preço mais alto), uma parte ou a totalidade do valor não será paga pelo cliente, relação afetiva do consumidor com a marca, impossibilidade de poder ficar sem o produto naquele momento, dentre outros. Liderança na qualidade do produto A empresa foca em colocar no mercado algo com um nível de qualidade que dificilmente a concorrência tentará se equiparar e cujo preço cobrado será justificado por essa qualidade. Sensibilidade do consumidor ao preço É a forma como o mercado consumidor se comportará ao longo do tempo. Produtos inovadores tendem a ter uma curva de demanda ascendente, isto é, à medida que poucos consumidores compram e experimentam o produto, eles mostram para outros consumidores que, por sua vez, propagandeiam a inovação, aumentando o volume de vendas. Por outro lado, produtos de limpeza, por exemplo, possuem curva de demanda plana, pois a sua necessidade não tende a ser modificada ao longo do tempo. É a medida que mostra como a demanda aumenta ou diminui em função de uma alteração de preço do produto. Existem diversos modelos matemáticos e softwares que se propõem a medir a elasticidade da demanda de mercados específicos e também estão disponíveis diversos estudos de universidades, centros de pesquisa e empresas de consultoria (vários sob demanda) sobre o tema. Estimativa de custos Para determinar o preço que será cobrado por um bem, a empresa precisa saber de forma precisa o quanto custou para fabricá-lo. Para tal, é necessário determinar: Custos fixos Não mudam com a quantidade de produtos fabricados, como o aluguel de galpões e de máquinas e os custos de mão de obra. Custos variáveis Mudam à proporção que o volume produtivo muda. São exemplos a matéria-prima, a eletricidade, os combustíveis, Curva de demanda do mercado Elasticidade da demanda a armazenagem, a distribuição etc. Custos diretos Podem ser alocados diretamente a um produto, tal como o custo de uma tela sensível ao toque de um smartphone. Custos indiretos Não podem ser alocados diretamente a um produto, nem a um lote de produtos, como os custos de contabilidade, as finanças, os Recursos Humanos e o Marketing, por exemplo. Os custos de fabricação de um bem variam ao longo de seu ciclo de vida. À medida que a empresa o fabrica, ela vai aprendendo formas otimizadas de conduzir sua produção, reduzindo seu custo; a isso chamamos de curva de aprendizagem. Como o custo de um produto é um importante fator para a determinação do preço, é interessante que a empresa tenha em mente um custo alvo a ser alcançado para não frustrar as expectativas de margens de lucro das vendas. Análise de custos, preços e ofertas dos concorrentes Com base nas informações de custos, preços e ofertas dos concorrentes, inicia- se um processo de análise conjunta de todas as variáveis anteriormente citadas, com o intuito de melhor compreender as possibilidades de determinação de preço do produto a ser lançado no mercado. Seleção de método de determinação de preços Estudaremos a seguir os principais métodos de determinação de preços utilizados pelo mercado, porém, cabe ressaltar que eles não se esgotam nos exemplos dados, podendo a empresa utilizar-se de outros métodos a depender da sua necessidade e realidade. Preço de markup Método mais elementar é adicionar uma margem sobre os valores do custo calculado do produto. Preço que a empresa acredita cobrir seus investimentos de pesquisa, produção e lançamento do produto acrescentado da margem de lucro que almeja obter. Baseia-se na quantificação estimativa da percepção do cliente sobre o valor que ele daria ao produto. Baseia-se em estipular um valor um pouco mais baixo do que o consumidor esteja disposto a pagar e, a partir disso, estruturar sua cadeia de custos para adequá-la ao preço estipulado, partindo do princípio que essa ação fidelizará o cliente, criando ganhos de médio/longo prazo que compensarão as reduções imediatas. Vendedores de commodities e os que atuam em mercados altamentecompetitivos não possuem chance de estipular o preço de seus produtos. Em casos como o do petróleo, do açúcar, da soja e da carne, o mercado é que dá a cotação do produto e a empresa adequa-se ao valor. Preço de retorno-alvo Preço de valor percebido Base no valor ideal Preço de mercado Preços por leilão Embora esse tópico merecesse um capítulo à parte no Marketing, vamos abordá-lo aqui rapidamente. Dois são os tipos de leilão: ascendente e decrescente. Ascendente, quando os valores ofertados para os lotes de produtos vão aumentando conforme determinado tempo e, decrescente, quando os preços iniciam em um valor alto e vão baixando até que um comprador arremate o lance. Exemplo disso é a Holanda, que abriga o maior leilão de flores do mundo, e possui grande importância para o moderno mercado de flores na Europa e na África. Outras questões relacionadas à determinação de preços A empresa, ao determinar o preço de um produto, deve também preocupar-se com a coerência do método adotado para um produto em comparação com o método adotado para outros de sua linha, sob pena de o resultado das vendas de todo o mix de produtos não cobrir a cadeia de custos fabris ou, ainda, de que o consumidor interprete um ou outro preço como abusivo, deteriorando a imagem da marca. A utilização de preços de lançamento do produto também deve ser analisada (tanto um preço de lançamento mais alto que o alvo quanto um preço mais baixo), assim como as políticas de financiamento e de parcelamento. Promoção Você com certeza já escutou a seguinte frase: “Promoção e propaganda são a mesma coisa”. Mas você concorda? É preciso diferenciar promoção de propaganda, sendo a propaganda uma disseminadora de motivos para a aquisição da marca e seus produtos, enquanto a promoção é um incentivo direto à execução dessa tarefa. Ingrediente-chave nas campanhas de Marketing, a promoção consiste em incentivar a compra do produto ou serviço com base na utilização de uma série de ferramentas que analisaremos a seguir. São ferramentas de promoção: oferta de amostras grátis do produto (tanto em seu ponto de venda quanto em outros locais) para que o consumidor possa experimentar o bem antes de adquiri-lo; pacotes promocionais com quantidades diferenciadas (maiores ou menores) para proporcionar economia; distribuição de brindes com o nome ou marca do produto ou do fabricante com intuito de reforçar a imagem da marca na mente do consumidor; criação de um programa de fidelidade atrelado ao produto. Programas de fidelidade são excelentes ferramentas para conhecer melhor seu cliente; lançamento de concursos atrelados ao produto; promoções cruzadas entre produtos da marca; cessão de equipamentos personalizados com a marca do fabricante ou do produto; patrocínios de eventos, profissionais, causas ou atletas para exposição do nome do produto ou marca da empresa; descontos para varejistas por volume comprado; uso de imagens de especialistas públicos na área do produto. O sucesso da promoção depende também do correto treinamento da equipe de vendas da empresa. Essa equipe deve ter total conhecimento dos objetivos da empresa com o lançamento de um produto, saber qual o percentual de fatia de mercado que se almeja alcançar, quais são as estratégias a serem adotadas, quem são seus concorrentes e quais os seus pontos fortes e fracos e todas as demais informações do planejamento de Marketing e seus desdobramentos operacionais. Conhecer melhor seu cliente Trocando informações pessoais, preferências e outros dados por descontos, é possível traçar um perfil bastante preciso do consumidor e projetar seu ciclo de compras. Promoções cruzadas Essa prática é recorrente no mercado de bebidas no qual, ao adquirir certa quantidade de refrigerante, o dono do estabelecimento de venda recebe descontos para comprar também uma quantidade de cerveja da marca do mesmo fornecedor. Cessão de equipamentos Também é comum no mercado de bebidas e de sorvetes ou picolés, no qual o fabricante cede um refrigerador com a sua marca ao estabelecimento comercial, reduzindo seu custo de aquisição. Especialistas públicos Uso de imagens de especialistas públicos na área do produto. Comentário Isso pode soar óbvio, entretanto, não são poucos os casos em que empresas definem uma estratégia de Marketing na alta administração, mas não a desdobra até a sua equipe de vendas em campo. O resultado é que, em caso de dificuldade ou resistência da concorrência, a equipe não sabe como solucionar ou contornar o problema, pois não sabe qual é o direcionamento que a sua empresa quer dar dentro do cenário experimentado. Marketing direto, um caso à parte (mais um!) – com a utilização massiva de redes sociais, as empresas atualmente estão tendo a possibilidade única de conhecer seus clientes a um baixíssimo custo. O que antigamente era feito com um vendedor que ia de porta em porta apresentando o produto e visitando seus clientes cativos (e que ainda é feito por algumas marcas de cosméticos), agora é potencializado pela facilidade de comunicação. Um cliente, que porventura tenha dado like em um produto apresentado em uma rede social, pode ser foco de um programa de venda direta ou de um programa de fidelidade. Em alguns setores, o Marketing direto tem ultrapassado as vendas de varejo e algumas empresas se estruturaram para atuar exclusivamente vendendo dessa forma. A organização que optar por adotar esse tipo de estratégia deve criar critérios rígidos e rastreáveis para o cadastramento, treinamento e acompanhamento dos profissionais que vão representá-la, pois não são raros os casos de má-fé, insistência, assédio, fraude e invasão de privacidade por parte de colaboradores mal treinados ou mal intencionados. Praça “Focar em apenas uma estratégia é o ideal para que a empresa alcance vários mercados”. Você concorda com essa frase? Uma vez que é virtualmente impossível para uma empresa atingir todos os clientes em todos os mercados e que os clientes podem se comportar de forma diferente em mercados distintos, faz-se necessário que os mercados sejam segmentados e analisados individualmente. Por isso, adotamos alguns critérios para facilitar esse processo, confira! Segmentação geográfica Pode ser a fração do mercado que o estrategista julgar pertinente para o produto em questão – um continente, um país, uma região ou um estado. Exemplo O site de muitas empresas, como o da Jeep, pergunta para o consumidor de qual país o consumidor está acessando. Com base nessa informação, o site mostra o mix de produtos disponibilizados para aquela região. No caso da Jeep, isso decorre do fato de o mercado norte-americano ser muito maior do que o brasileiro e do que o europeu, portanto, para o mercado nativo existem seis modelos de veículos disponíveis e para o mercado brasileiro, existem apenas quatro. Segmentação demográfica Pressupõe a segregação de grupos de consumidores com base em variáveis que os caracterizam, tais como idade, nível educacional, sexo, renda individual, renda familiar, raça, religião, classe social, nível de conhecimento sobre o produto ou o mercado, estágio da carreira profissional, entre outros. Com base nessas informações, o profissional de Marketing é capaz de separar grupos de interesse distintos para abordagens específicas junto a eles como, por exemplo: 1. Idade e a geração à qual o consumidor pertence; 2. Nível educacional formal do consumidor. A primeira é uma análise que merece destaque. Embora algumas das classificações utilizadas para o mercado norte-americano não se apliquem ao mercado brasileiro (ou a qualquer outro mercado mundial), a classificação que os norte-americanos fazem sobre a geração aos quais seus consumidores pertencem lança luz para as características de cada geração nas nossas sociedades. Veja a seguir: 1925 e 1945 1946 e 1964 Geração Silenciosa. Geração Baby Boomers. 1964 a 1968 Geração X. 1979 e 1994 Geração Y. Não somente a idadedeve ser um fator de análise, mas também as características comportamentais e atitudes com relação à idade. Podemos encontrar idosos na faixa dos 70 anos sem atividade laboral, sedentários, desinteressados pela tecnologia e com saúde precária e, ao mesmo tempo, encontrarmos idosos na faixa dos 70 anos com intensa atividade profissional, assíduos frequentadores de academias, heavy users de tecnologia e redes sociais. Outro exemplo que suscita atenção do profissional de Marketing é o nível educacional formal do consumidor – mesmo acreditando ser mais provável que um indivíduo com baixa escolaridade formal tenha menos interesse por temas ligados à cultura de elite (ópera, concertos de música clássica, balé, teatro) do que um indivíduo com alto nível de escolaridade formal. É fundamental ressaltar que existem grupos de pessoas que, mesmo não tendo altos níveis de escolaridade formal, possuem interesses culturais semelhantes àqueles que têm. Esses fatos nos informam que a idade ou a escolaridade formal em si não nos provê dados incontestáveis sobre o perfil de um consumidor – o analista de Marketing precisa agrupar vários dados a fim de traçar o real perfil de um indivíduo. Comunidades carentes, grupos minoritários, vulneráveis ou alvos de críticas sociais costumam possuir forte união e, consequentemente, trocam informações de todas as naturezas com mais intensidade que outros grupos. Dessa forma, grupos de orientação sexual LGBT, de imigrantes, de minorias religiosas, entre outros, devem ser analisados cuidadosamente. Segmentação psicográfica Baseada em traços de personalidade e estilos de vida, tais como inovadores, conservadores, experimentadores, crédulos (ou seja, com crenças concretas; não se trata de referência religiosa), batalhadores, fazedores, entre outros. Segmentação comportamental Baseada em conhecimento, atitude, uso ou reação a um produto por parte do consumidor. Podem ser entusiastas pela marca, tradicionalistas, usuários contumazes, fiéis à marca ou volúveis a ela, indiferentes à tecnologia etc. Nem toda segmentação é útil. É necessário que os critérios empregados para a segmentação tenham relação com o objetivo da estratégia adotada e que possam ser justificados de forma clara. Os grupos (ou segmentos) selecionados devem atender a cinco critérios: ser mensuráveis em suas caraterísticas, ser substanciais em seus objetivos, ser acessíveis quanto à sua efetividade, ser diferenciáveis entre si e ser acionáveis, isto é, devem responder às ações de Marketing da campanha. Os Ps do Marketing Neste vídeo, a professora Isabella Gonçalves nos apresentará um pouco mais sobre os Ps do Marketing. Vamos assistir! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Determinada empresa vai lançar smartphones voltados para idosos que querem se manter conectados. O produto que ela pretende lançar possui todas as funcionalidades dos smartphones modernos e um menu em áudio para facilitar o acesso aos aplicativos e às configurações, bem como fontes maiores que o convencional para facilitar a leitura. O aparelho possui a mesma estética dos dispositivos convencionais de topo de linha. Ele é voltado para pessoas acima dos 60 anos, profissionalmente ativas e que não querem ser vistas como frágeis, dependentes e obsoletas. Que segmentação é essa? Parabéns! A alternativa B está correta. Essa não é uma questão fácil, pois é normal se confundir, principalmente se nos ativermos ao fato de o público-alvo não querer ser visto pelo estereótipo do idoso tradicional e optar pela segmentação psicográfica (baseada em traços da personalidade) ou até comportamental (baseada em atitudes). Ocorre que a base da oferta é a de um produto para o público idoso, o que faz com que essa seja uma segmentação baseada na idade, logo, é demográfica. Questão 2 A empresa XYZ Ltda pretende levar sua linha de alimentos congelados para determinado nicho de mercado que não possui o hábito de consumir esse tipo de alimento. Para tal, ela optou por cadastrar consultores de venda residentes em áreas identificadas como sendo desse público-alvo. Esses consultores serão treinados pela empresa e levarão os produtos às casas dos consumidores potenciais, recebendo suas encomendas, repassando para a fábrica e finalizando a venda. Que tipo de estratégia de promoção é essa? A Segmentação geográfica. B Segmentação demográfica. C Segmentação comportamental. D Segmentação psicográfica. E Segmentação tributária. A Parabéns! A alternativa A está correta. Quando a empresa opta por colocar sua força de vendas diretamente alocada junto ao consumidor final, isso caracteriza-se como Marketing Direto. Considerações finais Neste conteúdo, você foi apresentado aos fundamentos do Marketing, conhecimentos relevantes para um gestor profissional. O que seria das organizações sem seus clientes? Compreender e atender às suas necessidades e aos seus desejos é algo que passa pelos conceitos centrais do Marketing. Discutimos também a importância de se posicionar no mercado visando à competitividade. Por fim, esperamos também que você tenha entendido o composto de Marketing, para reconhecer quais caminhos uma organização trilhou e elaborar as melhores táticas de Marketing para a sua empresa. Marketing direto. B Patrocínio. C Promoção cruzada. D Distribuição de brindes. E Marketing digital. Podcast Agora, com a palavra, a professora Isabela Gonçalves, respondendo ao professor Carlos Alberto da Silva Lima sobre Marketing e a sua aplicação prática. Vamos ouvir! Explore + Para se aprofundar seus conhecimentos sobre este tema, sugerimos as seguintes leituras: Em seu navegador, acesse o site Mundo do Marketing. Operadoras de ativos financeiros oferecem atualmente carteiras de investimentos focadas em empresas que se comprometem a atuar de forma consciente junto ao meio ambiente e à sociedade. Exemplo disso é o Instituto Ethos. Para saber mais, acesse o site da organização. Acesse o site do movimento MeToo para conhecer mais sobre essa campanha. Recomendamos também os seguintes livros: A Estratégia do Oceano Azul: Como Criar Novos Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante, de W. Chan Kim e R. Mauborgne, publicado pela Sextante em 2019. As 22 Consagradas Leis do Marketing, de A. Ries e J. Trout, publicado pela Pearson, em 1993. Referências AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Definitions of Marketing. 2017. KOTLER, P. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2013. KOTLER, P. KARTAJAYA, H. SETIAWAN, I. Marketing 3.0. 1. ed. São Paulo: Campus, 2012. KOTLER, P. KARTAJAYA, H. SETIAWAN, I. Marketing 4.0. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. LEVITT, T. A Imaginação de Marketing . 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990. LEVITT, T. Miopia de Marketing. Boston: Harvard Business Review, 1960. PORTER, M. Vantagem Competitiva : Criando e Sustentando um Desempenho Superior. 1. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. TROUT, J.; RIES, A. As 22 Consagradas Leis do Marketing. 1. ed. São Paulo: Makron Books, 1993. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material javascript:CriaPDF() O que você achou do conteúdo? Relatar problema Posicionamento e valores de marca Prof.ª Dr.ª Aline dos Santos Barbosa Descrição Segmentação de mercado, público-alvo, posicionamento, grau de diferenciação, fidelidade do consumidor, proposição de valor, valor percebido pelo consumidor e gestão de marca. Propósito Compreender o processo de desenvolvimento do posicionamento de marcas fortes no mercado, a proposição de valor para os consumidores, bem como as estratégias para gestão e manutenção destas marcas (branding), de forma que esteja apto a aplicar estes conhecimentos nos mais diversos setores. Objetivos Módulo 1 Posicionamento de marca Módulo 2 Proposição de valor de Módulo 3 Branding Identificar estratégias para gestão de marcas - Descrever o processode evolução e organização do posicionamento de marca. uma marca Analisar a formulação da proposição de valor de uma marca. branding. Introdução As marcas estão presentes no dia a dia de todas as pessoas. Desde a hora em que se levantam, tomam café da manhã, escovam os dentes, vestem-se para trabalhar ou estudar, deslocam-se para o trabalho, entre outras atividades. Existe contato com diversas marcas de alimentos, vestuário e produtos de higiene etc., nessas atividades cotidianas. É importante pensar que tais marcas só estão presentes na vida dos consumidores porque eles fizeram escolhas dentre as opções disponíveis. Seja na loja física ou digital, entre tantas alternativas de marcas que existem no mercado, o consumidor compra o que julga ser a melhor, dentro de suas condições e afinidades. Consumidores têm desejos, necessidades e são atraídos por atributos diferentes. Sendo assim, quanto mais atrativa for uma marca, maior será a possibilidade de que o consumidor a escolha. Para que essa atratividade ocorra, a empresa precisa pensar no conjunto de benefícios que pretende entregar ao consumidor, ou seja, quais experiências o consumidor terá ao longo do processo de obtenção e uso de produtos ou serviços. Esse processo é chamado de proposição de valor para o consumidor e pode ser exemplificado com elementos, tais como: entregar qualidade superior nos produtos ou serviços, um atendimento diferenciado, entre outros benefícios. Além da importância de atrair consumidores, a empresa precisa estar atenta à gestão da sua marca, pois a construção de uma marca forte não acontece do dia para a noite. É necessário muito esforço e dedicação. Por isso, os profissionais de Marketing devem atuar na gestão estratégica da marca com o intuito de torná-la o mais forte possível, aumentando, assim, o vínculo com o consumidor. A seguir, você vai aprender como desenvolver e estabelecer o posicionamento correto de marca, bem como entender a formulação da proposição de valor de uma marca e aprender a estratégia para sua gestão, conhecida como branding. 1 - Posicionamento de marca Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o processo de evolução e organização do posicionamento de marca. Ligando os pontos A Southwest Airlines, cia. aérea norte-americana, se posicionou na mente dos americanos como uma empresa confiável, conveniente, de baixo custo e divertida de usar. Esse posicionamento dura mais de 40 anos e gera lucros anualmente, sendo uma das maiores aéreas do país. As razões são inúmeras, por exemplo, a estrutura de baixo custo da empresa. Ela só tem um tipo de aeronave, reduzindo custos com a padronização de manutenção. Também não possui refeições ou reservas de assentos. A baixa rotatividade é outro fator importante, pois a empresa mantém seus funcionários sempre satisfeitos e, consequentemente, seus clientes. A empresa recebe altas notas para seus serviços, como manuseio de bagagem, reclamações e pontualidade. A Southwest Airlines usa seus funcionários para comunicar seu posicionamento eficientemente. Eles recebem treinamentos e a cultura de se divertir no trabalho, podendo fazer qualquer coisa para tornar o voo mais agradável. Os clientes, muitas vezes, entram no ritmo e brincam com a tripulação e outros passageiros. Num clima bem acolhedor, os funcionários usam uniformes informais, como shorts no verão. Após a leitura do texto, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 A partir do caso exposto, ficou mais fácil de entender sobre posicionamento. Tendo em vista o seu conhecimento e o que aprendeu na leitura do texto, o que você acha que é o tal posicionamento? Digite sua resposta aqui Chave de resposta O posicionamento orienta as decisões estratégicas e de marketing, definindo a resposta esperada dos clientes à oferta feita pela empresa. Permite orientar a empresa, seus empregados e fornecedores quanto à direção que ela adotou ou pretende adotar. No caso apresentado, a Southwest se posicionou na mente dos norte-americanos como uma empresa confiável, conveniente, de baixo custo e divertida de usar. Questão 2 Vimos o posicionamento da Southwest e todas as práticas que o corroboram. Declarar um posicionamento não é fácil, pois este precisa ser respaldado por uma operação e diretrizes internas para que funcione. Nesse sentido, o que você acha que é importante numa declaração de posicionamento? Parabéns! A alternativa E está correta. O mais importante em um posicionamento é que seja viável, além, é claro, de ter significado para o cliente. Contudo, ser viável é uma questão operacional de capacidade. Não adianta se posicionar de um modo que a empresa não consiga incorporar, pois cada empresa tem seus limites. Não adianta, por exemplo, uma empresa com baixo capital se posicionar como de altíssima qualidade, se não tiver capital para fazer os investimentos necessários. Para o cliente, pode soar até como uma mentira, pois alguns podem ser enganados pela declaração de posicionamento e não ter o retorno esperado. Questão 3 Um passo anterior ao posicionamento, normalmente, é a segmentação. Esta é uma análise das condições demográficas, geográficas, sociais, econômicas, psicográficas e comportamentais dos consumidores em um mercado, A Produzir em grande quantidade massivamente. B Ser ambicioso e irreal. C Ser tecnológico e inovador. D Garantir 100% de qualidade. E Ter significado para o cliente e ser viável. separando-os em segmentos. Esses segmentos facilitarão para a definição de um público-alvo e o posicionamento adequado. Dado o caso da Southwest, como você enxerga o perfil do público-alvo da cia. aérea? Parabéns! A alternativa D está correta. Fica claro pelo texto que a diversão e a descontração dos funcionários é algo constante, além do foco no preço baixo. Logo, o público-alvo, de certo modo, precisa ter esse perfil, caso contrário, haveria insatisfação. Imagine se uma pessoa bem mal-humorada, daquelas que não gosta de brincadeiras, entra em um voo desses? Ela, provavelmente, se sentiria constrangida e importunada durante todo o voo. O mesmo vale para alguém que exige alta qualidade, com várias refeições e poltronas que parecem camas, e, então, se depara com assentos idênticos, sem marcação, e sem refeição. Segmentação Para conhecerem melhor o mercado, os profissionais de Marketing analisam condições demográficas, geográficas, sociais, econômicas, psicográficas e comportamentais dos consumidores, separando-os em segmentos. As condições citadas para Segmentação indicam: onde o consumidor vive, qual o A Turistas que buscam altíssima qualidade. B Pessoas descontraídas e que buscam altíssima qualidade. C Pessoas sérias e que priorizam preço baixo. D Pessoas descontraídas e que priorizam preço baixo. E Profissionais que viajam com frequência. seu estilo de vida, qual o seu poder de compra, expectativa de vida, seus hábitos, valores, costumes e personalidades. A Segmentação de Mercado organiza informações valiosas para que os profissionais de Marketing consigam visualizar o seu, ou seja, aqueles consumidores que apresentam maior oportunidade de desenvolvimento para a marca. Conhecendo melhor valores, necessidades e desejos do público-alvo, uma marca pode (e deve) projetar sua imagem e oferta, posicionando-se de forma singular na mente (e no coração) desses consumidores. Exemplo O consumidor João é um jovem de 20 anos que mora na cidade de Minas Gerais com a mãe e um irmão mais novo. Trabalha, durante o dia, no pronto-socorro perto de sua casa e faz curso técnico de Enfermagem à noite. Gosta muito de música e reúne os amigos nos finais de semana, em casa, para tocar violão. É solteiro, vaidoso, gosta de estar sempre bem-vestido. Todos os sábados de manhã, joga futebol com os amigos do bairro. Valoriza muito a família e os amigos, sai com eles para jantar ou ir ao cinema sempre que possível. A partir desta breve apresentação sobre algumas características doJoão, uma marca de artigos esportivos como a Nike poderia se perguntar: o que poderia oferecer como diferencial para o João? O Posicionamento tem como objetivo criar uma marca forte e ganhar destaque perante a concorrência, maximizando a vantagem potencial da empresa, no presente e em longo prazo. Ele deve ser compartilhado por todos os colaboradores da empresa, para que as tomadas de decisão sejam direcionadas. As estratégias de marketing também são mais bem orientadas quando o posicionamento é eficaz, quando a imagem e a essência da marca estão claras na mente dos consumidores. Segmentando o mercado Confira mais detalhes sobre segmentação e posicionamento. Buscando o posicionamento de mercado O Posicionamento não nasce do dia para a noite, são necessárias especialmente três ações para que a empresa construa esse diferencial. Primeira Determina a estrutura de referência, considerando o público-alvo e concorrentes. Segunda Identifica os pontos de diferença e de paridade, com base nessa estrutura de referência. Terceira Cria um mantra relacionado ao posicionamento e à essência. Estes três fatores serão abordados de forma mais aprofundada a seguir. A primeira ação se relaciona à Estrutura de Referência Competitiva e se refere à escolha do público-alvo a que a empresa deseja focar suas ações, produtos e serviços. Com o público-alvo escolhido, é possível conhecer melhor os concorrentes que estão atuando no segmento e analisá-los de forma aprofundada. Os concorrentes podem não ser tão óbvios quando pensarmos nas marcas de bebidas Fanta Laranja e Sukita, por exemplo. Com relações de mercado dinâmicas, uma empresa deve ter consciência de que sua marca pode competir com novas tecnologias e concorrentes emergentes. Além disso, uma marca de bebidas como Fanta Laranja pode competir com outras categorias ou setores, como suco de frutas frescas, cafeterias etc. Fanta Laranja Café Isto quer dizer que as empresas estarão atentas às inovações que concorrentes têm trazido, ao preço que cobram por seus produtos e serviços, às celebridades ou influencers que promovem os bens oferecidos, à relação com consumidores, ao histórico da empresa, à forma como trabalham o ponto de venda (seja ele digital ou físico), ao tamanho da empresa, à situação financeira, entre outros fatores essenciais. Para desenvolver planos estratégicos, de forma geral, é necessário que as empresas tenham um: Olhar interno Conhecendo e desenvolvendo seus pontos fortes e fracos. Olhar externo Conhecendo pontos fortes e fracos de cada concorrente. A tabela a seguir mostra, de forma simplificada, um exemplo de pesquisa realizada por uma empresa que vende refrigerantes, comparando com as suas três principais concorrentes. Ela considerou como atributos principais os fatores: Qualidade do Produto, Disponibilidade do Produto, Assistência Técnica (Assist. Téc.) e Equipe de Vendas (Equ. Vend). Estes atributos foram classificados de 1 a 4, sendo 1 = deficiente, 2 = razoável, 3 = bom e 4 = excelente. Concorrentes Qualidade Disponibilidade A 1 2 B 4 2 C 3 4 Tabela: Análise de Concorrentes. Adaptado de Kotler; Keller; Yamamoto (2012, p. 296). É possível perceber, neste exemplo de análise de concorrentes, que a marca C representa maior ameaça para a empresa que realizou a pesquisa, pois tem como soma de seus atributos o maior número (13), indicando percepções positivas. As concorrentes A e B tiveram suas somas iguais a 10, então são consideradas concorrentes com menos ameaça. Por fim, estes são alguns fatores importantes para que uma empresa defina sua estrutura de referência competitiva e oriente o posicionamento do seu negócio. A segunda ação será identificar os pontos de diferença e os pontos de paridade ideais. Identificando pontos de diferença e de paridade da marca Veja as informações abaixo: São atributos de uma marca, vistos como positivos pelos consumidores, que a diferem das concorrentes. Marcas consideradas mais fortes podem ter diversos pontos de diferença. Facilmente, é possível pensar em marcas que se destacam no mercado, por exemplo, a Apple. Tornou- se líder por inovar no ramo em que atua, e sob protagonismo de Steve Jobs, revolucionou a relação dos consumidores com seus aparelhos. Apesar de concorrentes tentarem se aproximar em termos de tecnologia, os consumidores estão dispostos a pagar um preço mais alto para obter aparelhos oferecidos pela marca. Segundo Kotler, Keller e Yamamoto (2012), estudiosos que são referências na área de Marketing, existem basicamente três critérios que determinam se uma associação de marca pode atuar como um ponto de diferença. São eles: nível de desejo, capacidade de entrega e grau de diferenciação. Está associado à importância, à relevância, ao envolvimento que o consumidor tem com a marca. Nenhum consumidor vai optar por uma marca que não tenha um interesse pessoal. As pessoas, de forma geral, interessam-se por marcas que as tocam emocionalmente e apresentam benefícios funcionais. Vamos supor que uma marca de vestuário feminino percebe que existe um grupo considerável de mulheres cadeirantes que, por dificuldade de movimentação, não se adaptam às roupas oferecidas pelas marcas convencionais. Podem sentir dificuldade de subir um zíper, de fechar botões, entre outras condições. Dessa forma, esta marca poderia desenvolver peças com modificações que facilitem o vestir, sendo mais ergonômicas e melhorando a autoestima dessas mulheres. Oferecer esses produtos pode beneficiar tanto as consumidoras quanto a própria marca de vestuário. Pontos de diferença Nível de desejo Capacidade de entrega Está associada ao compromisso de criar e manter uma imagem de marca na mente dos consumidores, que esteja alinhada ao design de produto e à oferta de marketing. Ou seja, é necessário que a expectativa dos consumidores e a imagem da marca estejam associadas ao que ela de fato entrega. Não adianta uma marca se posicionar como moderna e tecnológica, por exemplo, se não traz inovações frequentes para seus consumidores. Assim como acontece com pessoas, as marcas possuem características próprias que as definem. Por exemplo, quando consumidores pensam na marca de artigos esportivos e vestuários Adidas, podem imaginar uma pessoa jovem, descolada, ousada, esportista, divertida, que gosta de viver a vida com adrenalina. Já a marca Itaú pode passar a ideia de responsabilidade, comprometimento e seriedade. É esperado que as marcas entreguem produtos e serviços que façam jus à imagem que elas veiculam. Está associado a quanto os consumidores consideram determinada marca superior e diferenciada perante a concorrência. Uma forma de saber se os consumidores realmente consideram determinada marca superior, é se estão convencidos de que vale a pena pagar um pouco mais caro por produtos e serviços oferecidos por esta marca, em comparação às concorrentes. O grau de diferenciação pode estar associado a um atributo como diferencial competitivo, sendo facilmente reconhecido pelo consumidor, por exemplo: preço (mais baixo), qualidade (alta), design inovador, durabilidade, segurança, entre outros. A fabricante de veículos Volvo, por exemplo, tem seu posicionamento com foco no atributo segurança. Os profissionais da empresa criam artifícios e estratégias para fazer com que os consumidores percebam o quanto seus veículos são seguros. Para que os consumidores comprem com a confiança de que este é um diferencial da marca com relação às concorrentes, são feitas ações, principalmente evidenciando a segurança do veículo, além de Grau de diferenciação propagandas, serviços com foco no consumidor e incentivo a manutenções periódicas. As marcas deveriam estar constantemente preocupadas com a sua reputação. Se a Volvo se posiciona como uma marca que entrega “segurança” para o seu consumidor, casos frequentes de problemas com os veículos podem abalar essa reputação positiva da marca. Então,esta deve ficar atenta para que todo o trabalho de posicionamento da Volvo seja preservado. São percebidos como atributos e benefícios apresentados por determinada marca que se assemelham àqueles praticados pelas concorrentes. Os Pontos de Paridade podem se apresentar de duas formas básicas: Paridade de Categoria e de concorrência. São aqueles considerados mínimos essenciais para que um produto seja considerado de confiança. Estes podem se alterar de acordo com mudanças tecnológicas, jurídicas ou tendências de consumo. Por exemplo, quando as pessoas viajavam antigamente, reservavam um hotel ou uma pousada que era especializada em acomodações, com quartos próprios para receberem hóspedes. Hoje, com a mudança no consumo, valorização do conceito de ambientes compartilhados, pessoas colocam suas próprias casas em compartilhamento no Airbnb e recebem viajantes do mundo todo. Eles anulam elementos de uma marca percebidos como pontos fracos. Eles podem ser anulados quando existir a negação dos pontos de diferença percebidos dos concorrentes, ou seja, quando os pontos positivos que os concorrentes mostram aos consumidores como diferencial forem negados. Pontos de paridade Pontos de paridade de categoria Pontos de paridade de concorrência E, pela negação de uma vulnerabilidade percebida da marca, como resultado dos próprios pontos de diferença. Ou seja, os consumidores podem sentir que quando uma marca é muito boa em um quesito (alto grau de durabilidade), pode não ser muito boa em outro (funcionalidades avançadas, por exemplo). As marcas, de forma geral, não possuem somente pontos positivos ou somente pontos negativos. Não é possível que uma marca se posicione como boa em todos os atributos, com relação às concorrentes. O ideal justamente é que se encontre um ponto de equilíbrio em áreas que estejam em desvantagem, e que sejam evidenciados pontos positivos em outras áreas. Os profissionais devem escolher o que será evidenciado para fortalecer ainda mais a imagem da marca relacionada a este ou a estes atributos principais. Por exemplo, é comum o consumidor pensar que um achocolatado light não deve ser tão saboroso quanto um achocolatado comum. Mas, ainda assim, os profissionais podem melhorar o seu sabor, elevar outros pontos positivos do produto para “compensar” essa desvantagem, ou, ainda, demonstrar que ele está ao menos no mesmo nível dos achocolatados light oferecidos pela concorrência. Existe, ainda, a possibilidade de uma marca desenvolver um Posicionamento Duplo, como a rede Subway, por exemplo. Ela se posiciona como um restaurante que oferece sanduíches saudáveis e saborosos: Levando em consideração o atributo “saudável”, ela compete com outras lanchonetes e cafeterias que têm essa mesma Já no quesito “sabor”, suas concorrentes podem ser lanchonetes como McDonald’s e Burger King, que apresentam alimentos proposta de alimentação natural. com menor controle de calorias. Neste caso, os Pontos de Paridade de uma categoria se tornam os pontos de diferença de outra, e o contrário também é verdadeiro. No caso da Subway, o atributo “saudável”, foi ponto de diferença com relação ao McDonald’s, e ponto de paridade com relação a uma cafeteria que serve sanduíches saudáveis. No quesito “sabor”, foi ponto de paridade com relação ao McDonald’s e ponto de diferença em relação à cafeteria saudável. De qualquer forma, este duplo posicionamento precisa ser muito bem trabalhado. Os consumidores realmente precisam enxergar esses pontos de diferença entre as categorias “comida saudável” e “comida saborosa”. Caso contrário, a marca pode ser considerada ilegítima nas duas categorias, e não atuar de forma efetiva em nenhuma delas. Uma forma muito interessante das marcas trabalharem seus pontos de diferença e paridade é por meio de gráficos, ou Mapas Perceptuais. Estes mapas fornecem informações visuais de preferências e percepções dos consumidores sobre bens e serviços oferecidos por determinada marca versus percepções que a própria marca tem sobre seus produtos e serviços. Observe o exemplo hipotético apresentado na imagem a seguir sobre uma marca de bebidas. Mapa Perceptual: Caso hipotético sobre marca de bebidas. Podemos observar, pelo mapa apresentado, que existe um possível plano de reposicionamento com relação à marca A. Sendo que a percepção que o consumidor tem dela se mostra muito distante no quesito “sabor light”, em comparação ao ponto ideal dos segmentos que a marca deveria ocupar. A proposta feita é que o ponto A poderia se aproximar do ponto 1, como vemos em A’ (tornando a sua imagem mais contemporânea) ou do ponto 2, como vemos em A’’ (tornando o seu sabor mais light). Sendo assim, os profissionais da empresa deveriam fazer uma análise mais aprofundada para decidir se seria melhor reposicionar para A’ ou A’’. Esta análise levaria em consideração outros fatores, como competências, recursos e melhor conhecimento sobre suas concorrentes, visando a um maior lucro para a empresa. Mantras e essência da marca A terceira e última ação para construção de um diferencial é relacionada aos Mantras da Marca. Um mantra da marca é uma frase curta, de no máximo umas cinco palavras, que captura a essência da marca e deve ser compartilhado com todos os colaboradores. É o que a marca deseja transmitir para o consumidor sobre sua alma, coração e, consequentemente, sobre seu posicionamento. Geralmente, mantras costumam expressar os pontos de diferença da marca, ou seja, o que a torna especial. Mantra de marca da Disney. O mantra está diretamente relacionado aos valores da marca, influenciando o desenvolvimento de campanhas, propagandas, e até mesmo da sua identidade visual ou escolhas decorativas. A identidade visual é como uma marca se apresenta por meio de cores, formas, texturas, embalagens, fontes escritas e em personagens. Se bem trabalhado, os desdobramentos do mantra podem tornar a marca ainda mais forte no mercado. Critérios para um mantra de marca Os três critérios principais para um mantra de marca são: É importante não confundir o mantra da marca com o slogan. Veja a diferença: Mantra da marca Slogan Comunicar A categoria do negócio abordado pela marca, com seus limites e o que a torna exclusiva. Simplificar No sentido de ser objetivo, curto, de fácil compreensão e memorização. Inspirar Significa realmente demonstrar algo que seja significativo emocionalmente para os funcionários da empresa, relacionando com a cultura da marca. É relacionado com propósitos internos da marca. Uma forma de envolver os consumidores de modo externo. Podemos ver essa diferença claramente com a marca Nike. O seu mantra é “Autêntico desempenho atlético”, que se relaciona com autenticidade, diferenciação e resultados positivos relacionados ao esporte. Já seu slogan, conhecido pelos consumidores, é: “Just Do It” (simplesmente faça). Slogan da Nike. Até agora, foram apresentados artifícios para que os profissionais desenvolvam estratégias relacionadas ao posicionamento de marca. Em seguida, os profissionais de Marketing devem comunicar esse posicionamento para toda a organização, com o objetivo de direcionar ações. O próximo passo é fazer com que o consumidor realmente compreenda em que categoria o produto ou serviço compete, seus pontos de diferença e de paridade com relação aos concorrentes. Existe uma certa dificuldade, por parte dos profissionais de Marketing, de comunicar a que categoria uma marca pertence quando o produto é muito inovador ou pioneiro. É possível imaginar como seria o trabalho dos profissionais que lançaram o primeiro celular? Interessante pensar na comunicação de categoria quando não existia nada igual no mercado. Atenção! Existem também algumas marcas que se posicionam em categorias em que elas realmente não estariam e, ainda assim, obtêm um retorno positivo. O mais importante mesmo é como o consumidor enxerga a marca e a sua categoria. Nãoadianta a marca comunicar que é isso ou aquilo, se o consumidor não a vê desta forma. Há três formas distintas as quais os profissionais de Marketing podem utilizar para comunicar a qual categoria um produto pertence. São apresentadas a seguir. Primeira Anunciar os benefícios da categoria (garantindo aos consumidores que as expectativas que eles têm com relação à categoria serão supridas). Segunda Comparar a produtos exemplares (associação com produtos conhecidos e de boa reputação no mercado, para indicar a mesma qualidade na entrega). Terceira Contar com um nome que descreva o produto (utilizar a descrição em conjunto com o nome da marca para expressar a origem da categoria). A estratégia mais comum de posicionamento, utilizada pelos profissionais de Marketing, é informar o consumidor sobre a categoria à qual a marca pertence, para em seguida comunicar o seu ponto de diferença. Por fim, a forma de comunicação dos pontos de paridade e diferença de uma marca deve ser feita com muito cuidado, conhecendo de forma aprofundada os consumidores. Nenhuma marca gostaria de posicionar de modo ineficiente e ineficaz os seus produtos e serviços. Como consequências negativas de posicionamento mal trabalhado, podemos pensar em retrabalho, gasto de tempo e de verba não planejados para reposicionamento, desgaste físico e emocional de todos aqueles que participaram do processo e, é claro, prejuízo em vendas. O caso Havaianas Havaianas foi uma marca que teve muito sucesso em seu reposicionamento. Em meados de 1964, lançou modelos de sandálias básicos, como: solado branco, com tiras azuis e ao contrário, solado azul, com tiras brancas. Era uma marca de sandálias simples, popular, utilizada por trabalhadores. Naquela época, suas propagandas eram focadas em evidenciar atributos do produto, reforçadas pelo slogan: “Proteja-se das fajutas. Legítimas, só Havaianas. Não deformam, não soltam as tiras e não têm cheiro”. Apesar do sucesso de vendas, atingindo a marca de milhões de pares vendidos por ano, no Brasil, havia certa resistência por parte do público elitizado em usar as Havaianas. Sendo assim, a empresa passou a explorar um novo conceito, com o objetivo de tornar a marca Havaianas mais atrativa para outros públicos. Alterou estrategicamente a forma com que se comunicava com o consumidor, agora com a mensagem: “Todo Mundo Usa”. As propagandas passaram a mostrar várias celebridades brasileiras vestindo suas Havaianas. Por volta de 1995, a marca resolve inovar e lançar modelos estampados florais, trazendo mais informação de moda para as peças. Os profissionais da Havaianas fizeram parcerias, como a que aconteceu com o estilista Jean Paul Gaultier, mostrando as sandálias em seu desfile. Além disso, marcas como Disney, Swarovski, H.Stern se interessaram em participar da criação de modelos exclusivos. Com o reposicionamento, as sandálias foram se tornando menos populares e mais “artigos de moda”. Menos sandálias para trabalhar e mais sandálias para passear. Agora, as propagandas passaram a evidenciar atributos emocionais, como leveza, descontração, jovialidade, criatividade e bom humor. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Pontos de diferença são atributos de uma marca, vistos como positivos pelos consumidores, que a diferem das concorrentes. Existem três critérios que determinam se uma associação de marca pode atuar como um ponto de diferença. Assinale a alternativa incorreta: A Nível de desejo. B Capacidade de entrega Parabéns! A alternativa D está correta. Os critérios que determinam se uma associação de marca pode atuar como um ponto de diferença são: Nível de Desejo, Capacidade de Entrega e Grau de Diferenciação. A segmentação de mercado está relacionada ao ato de conhecer os valores, necessidades e desejos do público-alvo. Questão 2 Uma das ações para construção de um diferencial é a utilização do mantra de uma marca, que está relacionado ao que a marca deseja transmitir para o consumidor. O mantra da marca revela a alma de uma marca e, consequentemente, seu posicionamento. Geralmente, o mantra de uma marca expressa seus pontos de diferença, ou seja, aquilo que a torna especial em relação às marcas concorrentes. Assinale a alternativa que não esteja relacionada aos três critérios principais para um mantra de marca. C Grau de diferenciação D Segmentação de mercado E Grau de segmentação A Comunicar B Simplificar C Organizar D Inspirar Parabéns! A alternativa C está correta. Os critérios utilizados para o desenvolvimento do Mantra de uma Marca são: comunicar, simplificar e inspirar. Organizar não faz parte destes critérios. 2 - Proposição de valor de uma marca Ao final deste módulo, você será capaz de analisar a formulação da proposição de valor de uma marca. Ligando os pontos A Xerox foi uma das primeiras empresas, se não a primeira, a defender a relação entre satisfação e fidelidade, encontrada após pesquisas com seus clientes. Nessa pesquisa, ela descobriu que aqueles que davam nota alta tinham uma disposição seis vezes maior para comprar novamente um equipamento do que E Atualizar os clientes que se disseram satisfeitos. A Rent-A-Car fez uma pesquisa similar e descobriu que, no caso deles, essa disposição era três vezes maior. A TARP Worldwide Inc., em pesquisa com 8.000 clientes de diferentes indústrias em todo o mundo, chegou a conclusões semelhantes. 96% dos clientes que se declararam muito satisfeitos disseram que, com certeza, comprarão da mesma empresa novamente. Entre os clientes que se disseram pouco satisfeitos, esse número caiu para 52%, e no caso dos insatisfeito ou indiferentes, para apenas 7%. Essa relação de insatisfação e não retorno dos clientes está, atualmente, muito clara para o mercado. Entretanto, o que ainda não ficou claro para algumas empresas é que, às vezes, vale mais a pena investir em um cliente já conquuistado do que na captação de um novo. A fidelidade na prática pode ser um pouco difícil de conceituar, mas é sabido que, para desenvolver predileção de um cliente pela marca, a fidelidade inabalável é, muitas vezes, necessária, não apenas para satisfazer, mas para exceder a satisfação a níveis excepcionais, a ponto de torná-lo imune à concorrência. Mas, calma, não precisa ser sempre assim. Às vezes, entregar o desejado, com constância e sem transtornos, pode ser suficiente para provocar a fidelização também. Após a leitura do texto, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 A partir do caso exposto, ficou mais fácil de entender sobre posicionamento. Tendo em vista o seu conhecimento e o que aprendeu na leitura do texto, o que você entende por fidelidade? Digite sua resposta aqui Chave de resposta A fidelidade do cliente é o modo como ele se sente e age em relação a uma determinada marca, falando positivamente e se mantendo fiel, ou seja, utilizando-a sempre. Uma forma de mensurar isso é a partir de pesquisas perguntando diretamente ao consumidor. Outra forma é por indicadores como a recompra, o tempo que o cliente tem na empresa, o quanto ela consome da carteira dele. Atualmente, com o boom das redes sociais, é como ele se comporta com relação à marca nas mídias sociais, seguindo, compartilhando e defendendo a empresa. Há clientes que, inclusive, tatuam as logos de suas marcas preferidas. Questão 2 Vimos que várias empresas fizeram pesquisas junto a seus clientes para entender o nível de satisfação e fidelidade, e que, em todos elas, foi percebida uma relação direta entre os dois conceitos. Agora, entre os tópicos a seguir, qual você acha que possui forte relação com a fidelidade, tal como como a satisfação? Parabéns! A alternativa E está correta. Todos os tópicos são interessantes, sendo alguns deles, atualmente, básicos, como atendimento on-line e site; contudo, o único que tem relação direta e forte com a fidelidade, à semelhança da satisfação,é a Qualidade. Desse modo, a percepção dos clientes sobre a boa qualidade dos seus produtos e serviços é um grande passo para a satisfação e a A Site B Logomarca bonita C Atendimento on-line D Inovação E Qualidade fidelidade. Dificilmente, você terá qualidade ruim e fidelidade, exceto em casos em que não há possibilidade de a pessoa mudar de marca, como monopólios e altos custos de troca. Questão 3 Outro conceito relacionado a posicionamento é a Proposição de Valor, que consiste no conjunto de benefícios que uma empresa promete entregar ao consumidor, que vai além do posicionamento. Tendo isso em vista, qual seria a proposição de valor da Coca Cola? Parabéns! A alternativa D está correta. Ainda que haja uma dica sobre o produto que facilite a resposta, o importante dessa questão é observar que a proposta de valor não é, necessariamente, o slogan, nem se trata apenas de público-alvo. Aproveite e tente descobrir de quem são as outras propostas de valor listadas nas demais alternativas. A Um carro está sempre pronto quando você precisar. B Assista onde quiser, cancele quando quiser. C Todos os meses um livro surpresa que, normalmente, você não leria. D Abrir uma latinha é sentir a felicidade. E Serviço ágil na entrega das refeições. A fidelidade do consumidor A fidelidade do consumidor é o bem mais precioso de uma empresa. Se não fossem os clientes, não faria sentido a construção de fábricas, o desenvolvimento de produtos ou serviços, a criação de campanhas e propagandas, a organização de funcionários para reuniões. Os clientes são a alma do negócio! Captar, manter e conquistar novos clientes deve ser o objetivo principal de uma empresa (independentemente do setor em que atua). Quando ouvimos falar que as empresas devem ter “foco no cliente”, não devemos entender isso apenas como uma bela frase motivacional. De fato, as ações das empresas deveriam ser todas direcionadas para suprir desejos e necessidades do consumidor. Inclusive, todos os funcionários deveriam estar motivados para cumprir esta missão. Atenção! A fidelidade do consumidor por uma marca acontece quando ele está comprometido, de forma profundamente arraigada, a comprar produtos ou serviços desta marca repetidamente. E ainda recomenda para outras pessoas, por acreditar que sua experiência positiva deve ser compartilhada. Um cliente fiel indicará a marca para pessoas com o “boca a boca”. Compartilhará suas experiências positivas nas redes sociais, colocará adesivos com logo da marca em seu carro, poderá se tornar “advogado da marca”, ou seja, defender as ações desta marca sem receber nenhum benefício direto. Existem consumidores tão fiéis que tatuam a logo da marca preferida em seu corpo. Todas estas atitudes contribuem para que a marca seja mais conhecida e já tenha um primeiro contato positivo na mente de novos possíveis consumidores. Cliente avaliando um estabelecimento. Com o avanço da tecnologia e a disponibilidade de conteúdo, os clientes estão cada vez mais informados e, consequentemente, exigentes. Hoje, é muito comum utilizarem redes sociais para comunicar suas experiências com relação a marcas, sejam elas positivas ou negativas. E essas exposições podem tomar proporções gigantescas com compartilhamentos, curtidas e comentários, tornando-se “virais” na rede. Por causa disso, é essencial que as marcas cuidem bem dos seus consumidores, uma vez que nunca sairão perdendo ao fazer isso. Quando consumidores ficam satisfeitos (ou até mesmo, encantados), a repercussão é positiva (atraindo novos consumidores) e a empresa receberá em troca resultados lucrativos. Mas como os consumidores fazem suas escolhas de compras? Eles possuem várias ferramentas tecnológicas para pesquisar sobre as marcas disponíveis, benefícios que elas oferecem, como e onde podem comprar e até vídeos de pessoas com mais ou menos legitimidade, testando o produto e comunicando suas percepções. Os consumidores buscam sempre maximizar o valor de uma compra, dentro de limitações, como renda, custos de mobilidade, tempo e esforços gastos pela procura. Homem comprando online. Conhecendo o valor percebido pelo consumidor Confira agora mais detalhes sobre o valor percebido pelo cliente. A proposição de valor para os consumidores A proposição de valor está relacionada ao conjunto de benefícios que uma empresa promete entregar ao consumidor, que vai além do posicionamento. Exemplo A marca brasileira de vestuário feminino, Farm, tem como posicionamento entregar aos consumidores peças de roupa com estampas exclusivas. Com estilo praiano, original do Rio de Janeiro, a Farm atrai consumidoras dispostas a pagar um valor um pouco mais alto por suas estampas alegres e descontraídas, consideradas por muitos a “cara da mulher carioca”. Mas, ainda assim, a marca se propõe a entregar qualidade, atendimento diferenciado, entre outros benefícios. A proposição de valor é uma promessa e cabe à empresa realmente cumprir com a palavra para que os consumidores tenham uma experiência positiva. Sendo assim, a empresa deve gerir, de forma adequada, seu sistema de entrega de valor. A satisfação do consumidor com relação a uma compra está relacionada a dois fatores: Sistema de Entrega de Valor O Sistema de Entrega de Valor está relacionado a todas as experiências que o consumidor terá ao longo do processo de obtenção e uso de produtos ou serviços. Fator 1 Expectativa criada por ele sobre o produto ou serviço. Fator 2 Desempenho atingido pela marca. Vamos conferir! Cliente insatisfeito Quando a expectativa é maior do que o desempenho. Cliente satisfeito Quando a expectativa é igual ao desempenho, ou seja, o consumidor recebeu o que foi esperado. Cliente muito satisfeito Quando o desempenho do produto ou serviço supera a expectativa do consumidor, este tende a ficar muito satisfeito, ou encantado. Esta última opção, teoricamente, seria o “melhor dos mundos” para a empresa e para o consumidor. Contudo, é importante lembrar que muitos fatores contribuem para a satisfação do consumidor, e se uma empresa, para manter os consumidores encantados, precisa operar com lucro menor, isto de fato não é positivo. Comentário Vamos supor que para conseguir maior satisfação do consumidor, uma empresa acabe baixando o preço de seu produto. Neste caso, os consumidores provavelmente ficarão mais satisfeitos, mas seus lucros podem ser menores. Em resumo, é importante que haja um equilíbrio entre satisfação do consumidor e retorno financeiro para a empresa, considerando que esta possui limitações em seus recursos. As avaliações de desempenho que os consumidores fazem sobre produtos ou serviços dependem de muitos fatores, mas principalmente de fatores emocionais relacionados ao grau de fidelidade que desenvolveram com a marca. De forma geral, se o cliente já é fiel à marca, tende a olhar com bons olhos os lançamentos de novos produtos ou serviços, ou, então, pode se tornar menos sensível ao preço. As expectativas criadas pelos consumidores basicamente são formadas pela bagagem que ele já tem sobre experiências com compras anteriores e marcas com que se relacionou. Além disso, são formadas por informações que recebeu por meio de indicações, ações de marketing e contato com concorrentes. Para as empresas, é muito interessante que monitorem o grau de satisfação de seus clientes, descobrindo os fatores principais que afetam essa satisfação e modificando ações para obterem melhores resultados. Esse monitoramento pode ser feito por meio de pesquisas de satisfação. Imagine que uma marca de produtos de beleza X deseja saber o grau de satisfação de seus consumidores. Ela pode utilizar uma escala de satisfação (de 1 a 5). Esta escala seria apresentada da seguinte forma: Insatisfeito Muito insatisfeito Nem satisfeito, nem insatisfeito Satisfeito Muito satisfeito Analisando os resultados, após a pesquisa, a marca é capaz de classificar os consumidoresde acordo com os seus graus de satisfação: 1 Um consumidor classificado como muito insatisfeito (1), se não for “recuperado” pela marca, provavelmente não comprará novamente e optará pela concorrência, além de existir a possibilidade de que fale mal da marca para conhecidos, parentes e amigos. 2 Clientes que foram considerados Insatisfeitos (2) ou nem satisfeitos, nem insatisfeitos (3), poderão até comprar novamente, mas estarão atentos a qualquer oferta melhor da concorrência, para d lh É Duas perguntas frequentemente feitas em pesquisas de satisfação são: mudarem a sua escolha. É importante para a empresa compreender que fatores fizeram com que o consumidor ficasse insatisfeito e o que foi atrativo na concorrência, para evitar essa migração. 3 Clientes considerados satisfeitos (4) já possuem uma certa simpatia com relação à marca, mas ainda não podem ser considerados totalmente fiéis. 4 Por fim, para os clientes considerados super satisfeitos (5), existem grandes chances de serem fiéis à marca. Lembrando que um alto nível de satisfação e encantamento tende a criar um vínculo emocional mais forte entre consumidor e marca. 1. Qual a probabilidade de haver uma recompra? 2. Você recomendaria esta marca (produto ou serviço) para alguém? Elas são usadas justamente para reforçar os dois pontos principais da satisfação, que são recompra (relacionada à fidelização) e recomendação (relacionada à captação de novos possíveis consumidores). Dica Uma opção interessante para monitorar ações das empresas é contratar um cliente oculto ou comprador misterioso (mystery shopping) para visitar a loja, entrar em contato por telefone, e-mail ou redes sociais, para verificar atendimento e habilidades em resolução de problemas. Assim, esses clientes ocultos podem levantar pontos fortes e fracos de suas experiências, para que sejam trabalhados pelas empresas. Pode parecer um tanto estranho fazer esta afirmação, mas as empresas, de forma geral, devem facilitar o processo de reclamações de clientes insatisfeitos. Respostas rápidas e educadas, colaboradores prestativos e proativos são sempre bem-vindos. Nenhum consumidor irritado gosta de ficar esperando para ser atendido, em processos burocráticos. De forma geral, quanto mais rápido for resolvido o problema do consumidor, menos insatisfeito ele ficará. Formulários de sugestões, serviço de discagem, sites como Reclame Aqui, e- mails e até mesmo o chatbot, são utilizados para um contato direto mais rápido entre consumidor e empresa. Reclame Aqui O Reclame Aqui é um site criado com o objetivo de que consumidores tenham um espaço em comum para comunicarem suas insatisfações sobre as marcas. No site, existe um espaço para o cliente postar seu comentário e a página permite que um responsável pela marca responda, de preferência, trazendo uma solução satisfatória O ideal é que alguns serviços, como o de discagem, funcionem 24h por dia, sete dias por semana. Insights importantes para melhoria em produtos e serviços surgem por esses canais de reclamações. É realmente importante que profissionais de Marketing estejam abertos, ouçam o que os consumidores têm a dizer. Atenção! A empresa nunca deve culpar o consumidor pela sua reclamação, mas, sim, buscar soluções rápidas e satisfatórias. O contato entre consumidor e marca nas redes sociais também é bastante significativo para aumentar o grau de satisfação e a aproximação emocional. A marca que se apresentar de forma a criar um laço emocional com o consumidor possui maiores chances de obter sua fidelização. Estes laços emocionais podem aparecer por meio, por exemplo, de uma forma especial de se comunicar com o consumidor. Uma marca que se posiciona para o público jovem, com o objetivo de se manter ainda mais atraente para ele, pode utilizar uma linguagem mais informal, emojis, figurinhas e memes que estão em alta. Neste caso, o consumidor pode se interessar ainda mais pelo que a marca tem a dizer, pois se sentirá mais íntimo. Essa linguagem atua como se fosse um amigo próximo indicando um produto ou serviço. Estudiosos da área de Marketing afirmam que a qualidade também é um fator importante quando se trata de satisfação do consumidor. Mas como definir o que é qualidade? Qualidade é definida pelo conjunto de características ou atributos de um produto que influenciam a capacidade que ele possui de satisfazer necessidades conscientes ou inconscientes do consumidor. Uma empresa é considerada de qualidade quando consegue satisfazer as necessidades dos clientes durante a maior parte do tempo. Existe uma relação interessante entre qualidade de produtos e serviços e a lucratividade de uma empresa. De forma geral, quanto maior o nível de qualidade dos produtos ou serviços que uma empresa fornece, maior será a satisfação do consumidor, assim, essa empresa poderá cobrar preços mais altos (frequentemente propiciando custos menores). Muitas empresas, com o objetivo de cortar custos, acabam privando o consumidor de alguns fatores que contribuiriam para o aumento da percepção de qualidade. Exemplo Vamos pensar em marcas que são conhecidas por seus brindes e mimos, embalagens diferenciadas ou atendimento personalizado? Quando elas cortam essas ações para diminuir os custos, podem ter que lidar com consequências negativas por parte dos consumidores. Neste caso, o consumidor pode se sentir lesado e a satisfação diminui. Consequentemente, a lucratividade também. Qualidade é a chave para criação de valor e para a satisfação do consumidor. Por isso, os profissionais de uma empresa, independentemente da área em que atuem, devem focar na maximização da qualidade total para a empresa. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O benefício total para o cliente está relacionado ao valor financeiro dos benefícios econômicos, funcionais e psicológicos que são esperados pelos consumidores de um produto. Nesse sentido, o custo total para o cliente será o custo envolvido na avaliação, obtenção, utilização e no descarte de um produto. Assinale o que não representa um custo total para o cliente. Parabéns! A alternativa D está correta. O Custo Total para o Cliente está relacionado aos custos que o consumidor teve para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto. Esses custos podem ser financeiros, psicológicos, físicos, relacionados ao tempo e deslocamento do consumidor, entre outros. Isto significa que o Custo Total para o Cliente representa as dificuldades que ele teve durante o período de pré-compra, compra e pós-compra. Questão 2 (Adaptada: 2006 - DECEA - Técnico de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) Clientes buscam melhores serviços e melhores produtos. Empresas têm de facilitar as escolhas dos clientes agregando a seus serviços e produtos o maior valor possível. Valor, para o cliente, consiste em uma soma de benefícios que ele pode receber do produto ou do serviço. Os benefícios que o cliente espera do produto podem ter valor econômico, funcional e psicológico. Este último tipo de valor tem relação com: A Monetário B Psicológico e físico C Tempo e deslocamento D Manutenção E Suporte Parabéns! A alternativa A está correta. O consumidor pode aumentar o valor percebido em relação a uma marca quando as suas percepções de benefícios obtidos aumentam. Esses benefícios podem ser funcionais ou emocionais. 3 - Branding A Marca B Preço C Atributos D Design E Qualidade Ao final deste módulo, você será capaz de identificar estratégias para gestão de marcas - branding. Ligando os pontos O significado da marca é uma via dupla, formada pelo que o cliente experimenta dela e o que ela emana em suas comunicações, produtos e serviços. Um exemplo de construção de marca bem-sucedida é a do time de beisebol Boston Red Sox. Em 2004, a equipe, finalmente, ganhou o campeonato, o que não ocorria desde 1918. Existe até um filme sobre o clube e esse títulohistórico. Mesmo tendo passado mais de 80 anos sem ganhar um campeonato, a equipe não esmoreceu. Pelo contrário, construiu uma base fiel de fãs por meio de uma estratégia de gestão e marketing muito bem-sucedida, que incluía o fornecimento de experiências pessoais e sociais significativas aos fãs. Os donos do time edificaram uma comunidade de torcedores, construindo o estádio em local central e de fácil acesso, incentivando os torcedores a assistirem a vários jogos. Os donos também não se concentram em jogadores famosos, mas em formar uma equipe competitiva, sem promessa de vitórias, mas de bons jogos, deixando a expectativa dos fãs alinhadas com os possíveis resultados. Como estratégia, criaram um parque amigável, que proporcionou entretenimento, confraternização e pertencimento durante os jogos, enaltecendo a tradição e o respeito pelos uniformes, marca, hino e cultura. Com isso, o time bateu o recorde de jogos consecutivos com ingressos esgotados. Após a leitura do texto, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 A partir do caso exposto, ficou mais fácil de entender sobre branding. Tendo em vista o seu conhecimento e o que aprendeu na leitura do texto, quais ações você acha que foram relevantes e são consideradas uma boa gestão de marca? Digite sua resposta aqui Chave de resposta Poderíamos citar todas do texto, mas existem outras, que você verá se pesquisar um pouco sobre a história do clube na Internet. Contudo, o principal é ter em mente que as ações relevantes são aquelas que forneceram experiências significativas, representando união, coesão, cultura e ritos entre os torcedores e o clube. Assim, eles tiveram bastante sucesso na exploração da comunidade nos arredores, no que diz respeito ao sentido quase patriótico das ações realizadas. Questão 2 Fazer promessas realistas é uma ótima forma de um ter um bom branding. Não é fácil, mas prometer com precisão e cumprir a promessa trará bons resultados, de modo que esta pode ser considerada uma das melhores estratégias de marketing. No texto, percebemos várias ações que fortaleceram a marca, mas qual delas se refere à gestão de expectativas do cliente? A Criar um parque amigável. B Contratar jogadores famosos. C Construção de estádio em bom local. Parabéns! A alternativa E está correta. Não prometer vitórias, mas bons jogos, foi uma ótima estratégia de gestão da expectativa do cliente, com a contratação de jogadores razoáveis e comprometidos com a causa do clube, e não de estrelas, os torcedores se alinharam à realidade que o clube seria capaz de prover. Questão 3 Quando falamos sobre marca, temos também o conceito de Comunidade de Marca, que é uma comunidade formada por consumidores e funcionários cujas atividades estejam relacionadas à marca com a qual se identificam. Quando falamos de esporte, isso é algo que acaba sendo natural, à diferença de, por exemplo, um sabonete, no qual o senso de conexão, responsabilidade e compartilhamento quase não é visto. No texto, temos um exemplo claro de comunidade de marca, que é: D Prometer vitórias. E Prometer bons jogos. A a contratação de jogadores famosos. B a conquista do título. C a sequência de muitas vitórias após quase 100 anos de espera. D o recorde de jogos consecutivos com ingressos esgotados. Parabéns! A alternativa D está correta. O ápice de uma comunidade de marca é a reunião de seus fãs e seguidores. Apesar de o setor esportivo conquistar isso naturalmente, um recorde de venda de ingressos não acontece sempre, sendo, inclusive, bem raro e mostrando o auge do resultado das ações de branding realizadas pelo clube. Entendendo o que é uma marca A marca é um dos ativos mais importantes de uma empresa. Desenvolver suas marcas para torná-las fortes, ou seja, maximizar o seu valor, gera intensa fidelidade do consumidor. É possível lembrar rapidamente de diversas marcas que foram construídas com uma base forte, e são reconhecidas mundialmente: Apple, Nike, Adidas, Coca- Cola, Chanel, Armani, Harley-Davidson, Volvo, Ferrari, entre tantas outras. Mas a construção de uma marca forte não acontece rapidamente, é necessário que haja muito esforço e dedicação. Os profissionais de Marketing atuam na gestão estratégica de uma marca com o objetivo de torná-la a mais forte possível, aumentando o vínculo com o consumidor. Neste módulo, serão apresentadas estratégias de Branding, mas, antes, é necessário que alguns conceitos sejam apresentados. Por exemplo, qual a definição de marca? E a construção de estádio central. Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de todos estes elementos citados, criado com o objetivo de identificar produtos ou serviços de um fornecedor (ou grupo de fornecedores) para diferenciá-los da concorrência. Antigamente, os pequenos mercados de bairro vendiam alimentos a granel. Os clientes compravam quilos de arroz, feijão, açúcar, e levavam para casa em potes ou sacos comuns. Não existia embalagem especial para que as compras se diferenciassem de um mercado para outro, e o produto era similar. Com o passar do tempo, os bens passaram a ser identificados e, assim, diferenciavam-se dos outros bens disponíveis no mercado. Inclusive, essa identificação serviu como uma forma de se associar à reputação do produtor. Não existia embalagem especial para que as compras se diferenciassem de um mercado para outro, e o produto era similar. Com o passar do tempo, os bens passaram a ser identificados e, assim, diferenciavam-se dos outros bens disponíveis no mercado. Inclusive, essa identificação serviu como uma forma de se associar à reputação do produtor. Embalagens de arroz numa prateleira de mercado. As diferenças relacionadas ao desempenho do produto podem ser de três tipos: Racionais Funcionais Tangíveis Quando relacionadas ao que a marca significa em termos abstratos, podem ser: Simbólicas Emocionais Intangíveis Ou seja, o consumidor pode enxergar o desempenho do produto ou serviço de duas formas: Racional Emocional O processo de branding Outro conceito importante relacionado ao objetivo de criar marcas fortes é o Branding. Este conceito tem origem no inglês Brand, que significa marca. Ou seja: Branding é um meio de distinguir bens de um fabricante de outros presentes no mercado. O Branding tende a ajudar os consumidores a tomarem a decisão de compra de forma mais clara, gerando valor para a empresa. Está totalmente voltado para as percepções dos consumidores e os julgamentos (avaliações positivas e negativas) que fazem sobre as marcas. De forma geral, não adianta uma marca investir em um atributo específico se os seus clientes não consideram que aquele atributo tenha um diferencial importante. Existem alguns elementos que diferenciam as marcas de outras, como o nome e a embalagem. Ambos podem ser protegidos perante a lei como marcas registradas e direitos autorais, assim, tornam-se totalmente únicos e exclusivos aos olhos dos consumidores. Uma marca como a Coca-Cola, por exemplo, já possui um tom de vermelho característico, que é divulgado nas embalagens, propagandas e até mesmo em linhas de roupas e cosméticos. O mesmo acontece com a fonte escrita e com o formato da garrafa de vidro, contribuindo para que os consumidores localizem facilmente a marca em um ponto de venda. De forma geral, os elementos de marca (nome de marca, URLs, logomarcas, símbolos, personagens, representantes, slogans, jingles, embalagens e sinais) devem ser escolhidos baseados em seis critérios principais. Ser fácil de memorizar ou identificar. Ser significativo. Ser cativante (tanto na comunicação visual, quanto na verbal). Ser transferível (pode ser usado em outra categoria ou segmento). Ser adaptável (é possível fazer atualizações para conceitos atuais). Ser protegido juridicamente. Os elementos de marca devem ser persuasivos, além de aumentar a proximidade emocional do consumidor com a marca. Um personagem,sem família, grupos de defesa da natureza, entre outras), mas também a imagem da entidade. Greenpeace. Médicos sem fronteiras. Instituições pouco conhecidas ou atreladas a notícias de mau uso dos recursos captados são menos propensas a receber doações do que instituições com imagem forte e publicamente conhecidas pelas suas ações. Por isso, até mesmo essas instituições têm parte dos seus recursos recebidos destinados ao Marketing. Principais definições De acordo com a American Marketing Association, o Marketing pode ser descrito como: O Marketing é a atividade, o conjunto de conhecimentos e os processos de criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo. (AMERICAN MARKETING ASSOCIATION, 2017) Já para Kotler, ele é: A arte e a ciência de selecionar mercados- alvo e captar, manter e fidelizar clientes por meio da criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente. (KOTLER, 2013, p.13) Como exemplo, podemos citar a empresa de tecnologia Apple Computers Inc., que tem investido grande parte de seus esforços (tempo e dinheiro) na manutenção de uma imagem de empresa que cria produtos de alta qualidade, com soluções tecnológicas facilitando a utilização dos seus produtos, como, por exemplo, o desbloqueio por reconhecimento facial (essa solução veio dos resultados de ações de Marketing que identificaram que os seus consumidores precisavam utilizar algumas das funções dos seus smartphones e tablets mesmo quando estavam com suas mãos ocupadas). Resumindo São objetos das ações de Marketing os bens, os serviços, os eventos, as experiências, as pessoas, os lugares, as propriedades, as organizações, as informações e as ideias (sim, as ideias! Quando você tenta convencer alguém sobre uma nova concepção de algo, ou sobre uma opinião, você está fazendo Marketing.) A história do marketing Definições à parte, a compreensão do que é e do que trata o Marketing torna-se mais clara se analisarmos como as empresas se comportavam perante seus mercados após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1960. Até então, a única grande revolução na forma como se apresentava um produto para o cliente havia sido feita não pela indústria, mas por um lojista norte-americano, emigrado para a Londres no início do século XX, que queria modificar a relação entre consumidor e empresa, adicionando prazer à atividade de consumo. Esse homem, Harry Gordon Selfridge (1858-1947), não aceitava a forma como as lojas de departamentos tradicionais tratavam seus clientes – nessa época, tais lojas empregavam funcionários especificamente para colocar para fora do estabelecimento os clientes que lá entravam apenas para ver os produtos ou para procurar novidades! Não eram aceitos clientes que não sabiam exatamente o que queriam comprar e não lhes era permitida a escolha dos produtos – o vendedor mostrava apenas o que ele acreditava ser o mais adequado ao cliente, sem permitir que este último sequer soubesse quais eram todas as opções de cores e modelos do produto que ele desejava! Desde a sua inauguração, em 1909, e ainda funcionando no mesmo local, a loja Selfridge & Co. mudou a forma como a atividade de consumo passou a ser vista pelas empresas, transformando-a também em uma atividade de lazer. Na década de 1960, mesmo com a expansão econômica mundial, não foi observada uma mudança significativa na forma como as empresas aumentavam seus mercados. Isso devia-se basicamente ao fato de as empresas estarem se relacionando com seus mercados e clientes da mesma maneira como faziam antes da guerra – por expansão simples da produção, uma vez que a economia e demanda cresciam de forma significativa. Então, bastava aumentar a produção para que os lucros aumentassem. Nesse momento, o professor Theodore Levitt (1925-2006), em 1960, lançou um artigo acadêmico chamado Miopia de Marketing, em que criticava a indústria e dava pistas sobre como novas oportunidades poderiam ser exploradas. No artigo, ele diz que as ferrovias perderam espaço para outros tipos de transporte não por um problema de falta de demanda de carga e passageiros. Na verdade, esse fenômeno aconteceu pela incapacidade de as empresas ferroviárias atenderem as necessidades de seus clientes (LEVITT, 1960). Levitt mostrava que os mercados consumidores das empresas eram, na verdade, bem mais amplos do que elas entendiam e que eram necessárias novas ferramentas analíticas e novas abordagens conceituais para permitir que as empresas pudessem explorar melhor seus mercados em potencial, ampliando o escopo da sua área de atuação. Segundo Levitt (1990), para atingir tais mercados seria necessário um conhecimento diferenciado; uma nova abordagem da forma como se projetava, construía, apresentava e se vendia um produto. Essa nova forma decorria do entendimento de que a relação de consumo não era mais focada no vendedor, e sim no comprador – com um aumento na oferta de bens, o poder da relação de consumo havia migrado da empresa vendedora para a pessoa compradora e o consumidor havia percebido que ele não somente poderia escolher o produto que melhor lhe atendia, mas também podia requisitar à empresa fabricante que produzisse algo que melhor se adequasse às suas necessidades. Se, após isso, ainda resta alguma dúvida com relação à necessidade de reinvenção constante por parte das empresas no que tange a seus mercados e clientes, vamos olhar para o petróleo. Sim, o petróleo! Esse óleo viscoso do qual dependemos atualmente começou a ser extraído em larga escala para substituir o óleo de baleia – esse era o combustível usado nas lamparinas para iluminar as casas antes da invenção da lâmpada elétrica. Esse invento, criado por Thomas Edison (1847-1931), tornou rapidamente o petróleo em algo obsoleto e sem utilidade. Essa indústria estava fadada ao desaparecimento e, inclusive, muitos empresários da época apostaram que tal fato efetivamente aconteceria. Talvez até acontecesse, se não fosse pela descoberta de uma aplicação para um subproduto do petróleo, que era perigoso, volátil, altamente inflamável e, até então, descartado como subproduto inútil do processo de extração do querosene: a gasolina. O que era lixo passou a ser oferecido a preços baixos para alimentar um novo tipo de transporte, batizado de automóvel, que estava sendo criado por Henry Ford (1863-1947). Logo, a indústria do petróleo conseguiu deixar de ser uma simples fornecedora de querosene de lamparinas para se redefinir como uma fornecedora de energia e, posteriormente, de matéria- prima para inúmeras outras indústrias. A abordagem que modificou o entendimento da indústria do petróleo de que ela não era somente uma fornecedora de querosene de lamparina e sim uma abastecedora de energia e de insumos foi a análise de Marketing. É sobre isso que o Marketing trata: a forma como as empresas entendem o seu mercado e lidam com os seus consumidores. Comentário Ainda assim, você pode se perguntar se essa análise já não é feita por outras ciências, tais como a Economia, por exemplo. Para essa pergunta, mostraremos que as ferramentas utilizadas pelo Marketing são distintas das técnicas utilizadas por outras ciências que já tentaram abordar a relação de consumo, tais como a Economia e a Psicologia. Na verdade, o Marketing utiliza diversos instrumentos de ciências distintas, de forma simplificada, para atender à compreensão a que se destina. As fases evolutivas do Marketing Apresentaremos a evolução do Marketing ao longo do tempo. Segundo o professor Philip Kotler (2017), talvez a maior referência no assunto da atualidade, define o tema em quatro fases evolutivas do Marketing. Confira a seguir quais são elas, o que as diferenciam e os cenários socioeconômicos em que apareceram. MARKETING 1.0 MARKETING 2.0 Marketing 1.0 - Marketing centrado no produto Quando Henry Ford disse que seu primeiro automóvel comercial,por exemplo, pode ser trabalhado para fazer com que crianças o desejem como amigo próximo, trazendo uma abordagem lúdica e infantil, como os personagens Tigor T. Tigre e Lilica Ripilica, representantes de marcas de vestuário infantil. Outro exemplo é o famoso jacaré da Lacoste, no segmento de moda e acessórios para adultos. O Branding pode ser aplicado em praticamente todo campo ao qual o consumidor tenha acesso e opções, por exemplo: Um bem físico Sabonetes Dove, Lux e Nívea, por exemplo. Um serviço Airbnb e Uber, por exemplo. Uma loja Centauro, Renner e Marisa, por exemplo. Uma pessoa Anitta, Xuxa e Luciano Huck, por exemplo. Um local Espanha ou a Cidade de Madri, por exemplo. Uma organização Endeavor e U2, por exemplo. Uma ideia Legalização do aborto ou livre mercado. Conhecendo o brand equity de uma marca O conceito de Brand Equity é muito importante de ser compreendido quando o tema Branding é abordado. Brand Equity é o valor agregado que o consumidor atribui a bens ou serviços fornecidos pela empresa. Ou seja, está totalmente relacionado à resposta do consumidor com relação a pensamentos, imagens, sensações, experiências e crenças associados à marca. Como está relacionado a emoções, o Brand Equity é mais difícil de ser mensurado de forma direta, mas, no geral, é possível afirmar que um Brand Equity positivo torna as marcas mais fortes e, assim, levando a uma maior receita. Entendemos que uma marca forte, além de vender mais pela sua boa reputação com os consumidores, ainda tem legitimidade de cobrar um preço mais alto por produtos ou serviços que oferece. O Brand Equity é construído baseado em quatro pilares principais. Vamos conferi-los! Diferenciação O quanto a marca é percebida com diferenciais relevantes para o consumidor sobre suas concorrentes. Relevância Mede a adequação do apelo de marca e a sua amplitude. É claro que marcas novas vão possuir um baixo nível de conhecimento pelo mercado, por exemplo. Os profissionais de Marketing criam os contatos de marca (experiência entre marca e consumidor, geradora de informações positivas ou negativas) e constroem o Brand Equity por meios diversos, como eventos, feiras comerciais, Estima Indica a percepção do consumidor, a estima. O quanto uma marca é conceituada, respeitada, possui boa ou má reputação. Conhecimento O quanto os consumidores se sentem familiarizados com a marca. Marca líder Uma marca líder tende a apresentar altos níveis nos quatro pilares. Marca em decadência Enquanto uma marca em decadência pode até ser conhecida pelos consumidores (alto nível de conhecimento), mas possuir níveis baixos de relevância e diferenciação. visitas abertas à fábrica, marketing de causas sociais, redes sociais, relações públicas, entre outros. A importância do Marketing Integrado O Brand Equity está totalmente relacionado ao marketing de uma empresa. Sendo assim, é importante conceituar Marketing Integrado. Marketing Integrado é um termo que está definido como a combinação de ações de marketing com o objetivo de maximizar seus efeitos individuais e coletivos. Para realizar o Marketing Integrado, os profissionais de Marketing devem ter em mente de forma muito clara a cultura e o posicionamento da marca. O Branding não acontece apenas pensando no externo (consumidores e concorrentes), ele precisa ser desenvolvido internamente também. Existem esforços principalmente para que funcionários estejam cientes dos valores e da cultura da marca, transparecendo essa essência em atividades e processos. Este é o chamado Branding Interno. A Disney é uma marca que trabalha muito bem este Branding Interno. Todas as ações dos funcionários estão voltadas para o encantamento do consumidor. O objetivo da marca é que todas as pessoas (independentemente da idade) que visitam os parques, assistem aos filmes ou participam de qualquer experiência proporcionada pela empresa sintam-se encantadas. Parque da Disney. Existem vários treinamentos motivacionais, feitos com os funcionários, para que os parques se mantenham com o “Estilo Disney”, como se realmente fossem mundos mágicos, veiculados pelos filmes que produzem. É interessante pensar que estes treinamentos devem ser feitos de modo que os colaboradores se sintam realmente tocados, internalizem a cultura e os valores da marca, pois ações impostas sem um propósito, do tipo “Temos que proceder desta forma e ponto”, tendem a ser menos duradouras e a gerar resultados mais superficiais. Quando os funcionários se sentem “parte do negócio”, cientes do que deve ser feito, das dores e expectativas dos consumidores, tendem a se preocupar mais com a marca, a serem mais fiéis e a se sentirem mais motivados a trabalhar. Comunidade de marca Uma comunidade de marca é uma comunidade formada por consumidores e funcionários cujas atividades estejam relacionadas à marca com que se identificam. Essa comunidade gira em torno de três características principais. Primeira característa Senso de conexão, seja ele com a marca, a empresa, o produto ou outros membros da comunidade. Segunda característica Compartilhamento de rituais, histórias e tradições que exprimam a essência da comunidade. Terceira característica Responsabilidade e dever moral compartilhado com todos os membros individuais da comunidade. As comunidades de marca podem ser formadas organicamente, ou seja, motivadas pelos próprios consumidores da marca. E, também, podem ser patrocinadas e intermediadas por empresas. Apresentam-se por meio de clubes, comunidades em redes sociais e fóruns. A Harley-Davidson é uma empresa que produz motocicletas e possui uma grande legião de fãs que compartilham da essência da marca, da cultura e até do estilo de vida divulgado por ela. Mais do que simplesmente comprar uma motocicleta, os consumidores desejam expandir suas experiências para viagens aos finais de semana, participação em eventos e atividades. O grupo que reúne os proprietários das motocicletas possui apoio e patrocínio da própria empresa, que organiza eventos, atividades e benefícios para incentivar seus membros a se manterem unidos. Aprendendo arquitetura de branding A estratégia de branding de uma empresa (ou arquitetura de branding) reflete o número e a natureza dos elementos de marca comuns aos diferentes produtos comercializados pela empresa e, também, aos elementos de marca que são característicos de produtos específicos. Basicamente, uma empresa tem três opções quando vai atribuir uma marca a novos produtos que serão oferecidos. São elas: Desenvolver novos elementos de marca para este novo produto. Utilizar elementos de marcas preexistentes. Combinar elementos novos e elementos preexistentes. Basicamente, existem dois componentes principais que devem ser abordados pela estratégia de branding. São eles: portfólios de marca e extensões de marca. É o conjunto das marcas e linhas de marcas que uma empresa oferece em uma determinada categoria ou segmento de mercado. É quando a empresa se utiliza de uma marca já estabelecida para a introdução de novos produtos que podem ser tanto na mesma categoria da marca principal quanto em novas categorias. Contudo, é necessário manter-se atento à utilização do portfólio de marca. Atenção! O portfólio de marca precisa ser pensado de forma estratégica, pois as marcas possuem certo limite para sua ampliação em categorias ou segmentos distintos. Existem segmentos de mercado que, eventualmente, não poderiam ser abordados por determinada marca, mantendo o olhar favorável do consumidor. Sendo assim, será necessário que os profissionais da empresa façam escolhas. Podem ser criadas marcas múltiplas, com o objetivo de a empresa atingir múltiplos segmentos. Isso aumenta a presença da empresa nas prateleiras dos pontos de vendas, podendo atrair consumidores que procuram variedade, elevando a concorrência interna na empresa, e trazendo a obtenção de economias deescala em propaganda, vendas, merchandising e distribuição. Prateleiras de supermercado. Portfólios de marca Extensões de marca O portfólio de marca ideal é aquele que maximiza o Brand Equity em combinação com todas as marcas que o compõe. O princípio básico do portfólio é abranger o mercado para que nenhum consumidor em potencial seja ignorado e, ao mesmo tempo, não fazer uma sobreposição de marcas para que cada uma esteja claramente destinada a um determinado público. Os profissionais de Marketing devem monitorar este portfólio para que as marcas mais fracas sejam mais bem desenvolvidas ou, em último caso, dispensadas. Compreendendo os papéis de uma marca no portfólio da empresa Confira um pouco mais sobre os papéis de uma marca. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Adaptação: 2012 – SABESP - FCC - Analista de Gestão I - Comunicação Social) Quando uma empresa opta por dar vida própria e independente a cada um de seus produtos, atribuindo-lhe uma marca autônoma, uma identidade específica e singular, trata-se da estratégia conhecida como criação de marcas: Parabéns! A alternativa B está correta. As empresas podem criar múltiplas marcas para atingir segmentos diferentes. Essa estratégia aumenta a presença da empresa nos pontos de vendas. Isso faz com que a empresa atraia consumidores que estão em busca de variedades. Questão 2 Existem três estratégias principais que são geralmente utilizadas por profissionais de Marketing para escolher os nomes de uma marca. Assinale a alternativa que não corresponde a essas estratégias. A Fonte B Múltiplas C Guarda-chuva D Descentralizadas E Centralizadas A Nomes de família de marcas individuais ou distintas. B Guarda-chuva corporativo ou nome de marca de empresa. C Nomes similares que gerem reconhecimento de marca. Parabéns! A alternativa C está correta. As três estratégias para escolha do nome da marca são: escolha por nomes de família de marcas individuais ou distintas, escolha por nomes guarda- chuva corporativo ou nome de marca de empresa e, por fim, escolha por nome de submarca. Considerações finais Ao longo dos módulos, foi possível definir os conceitos sobre posicionamento de mercado, proposição de valor para o cliente e gestão de marcas, conhecido como Branding. Além disso, vimos também as estratégias que as marcas devem utilizar para que possam aumentar o valor percebido pelo cliente em relação aos atributos da marca que, consequentemente, vão gerar maiores índices de satisfação e fidelidade por parte dos clientes. Dessa forma, esperamos que, ao chegar até aqui, você tenha entendido os principais pontos referentes ao posicionamento e gestão de marcas e que seja capaz de tomar melhores decisões gerenciais, a fim de alcançar sucesso no processo de posicionamento e geração de valor de marcas fortes no mercado. Podcast Ouça agora um resumo de todo o conteúdo que você viu até aqui. D Nome de submarca. E Nome de uma submarca de uma submarca. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Leia: AAKER, D. A.; JOACHIMSTHALER, E. Como construir marcas líderes. Porto Alegre: Bookman, 2009. CARVALHAL, A. A moda imita a vida. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2014. GOBÉ, M. BrandJam: O design emocional na humanização das marcas. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. RIES, A.; TROUT, J. Posicionamento: a batalha pela sua mente. São Paulo: M. Books, 2009. TROUT, J.; RIVKIN, S. Reposicionamento: marketing para a era de competição, mudança e crise. São Paulo: M. Books do Brasil, 2011. TYBOUT, A. M.; CALKINS, T. Branding: gestão de marcas. Tradução de Arlete Simille Marques. São Paulo: Saraiva, 2018. Pesquise: A construção de uma marca forte e valiosa leva muitos anos. Você sabe quais são as marcas mais influentes e valiosas do mundo? É possível consultar quais são as 100 marcas. Para conhecer, visite o site Howmuch. Referências AAKER, D. A. Construindo marcas fortes. Porto Alegre: Bookman, 2007 CHURCHILL JUNIOR, G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2012. KELLER, K. L.; MACHADO, M.; MARQUES, A S. Gestão estratégica de marcas. Londres: Pearson Education, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K. L.; YAMAMOTO, S. M. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. ZEITHAML, V.; BITNER, M. J. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. Porto Alegre: Bookman, 2003. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF() Gestão integrada de canais de marketing Prof. Jorge Luiz Araujo Fernandes Junior, Prof. Lucas Baesso Descrição Apresentação dos canais de marketing e sua função, bem como das decisões de projetos e de gerenciamento de canal. Análise da integração de canais e sistemas. Propósito Compreender a estrutura, o gerenciamento e a integração de canais de marketing. Objetivos Módulo 1 Tipos de canais de marketing e intermediários Identificar os tipos de canais de marketing e seus intermediários. Módulo 2 Estratégias de distribuição por canais Identificar estratégias de distribuição por canais de marketing. Módulo 3 Integração de canais e sistemas Reconhecer os benefícios da integração de canais e sistemas. Introdução A complexidade das modernas economias de mercado exige, constantemente, que o produtor utilize algum tipo de intermediário no processo de transferência de seus produtos ao mercado. O intermediário é um tipo de facilitador da relação do produtor com seus inúmeros consumidores. Esse papel de facilitador se expressa em termos de economia de tempo, transferência do produto de lugar e posse do produto para revenda. É por meio da cooperação dos intermediários que o produtor consegue estruturar seu canal de marketing. As decisões de canal de marketing estão entre as decisões estratégicas mais complexas de uma organização, pois envolvem outras empresas atuantes no mercado que não costumam ser totalmente colaborativas. Para os produtores, em particular, a presença de grandes redes de varejo que superam em muito seu porte pode constituir tanto uma ameaça quanto uma oportunidade. Por sua vez, os varejistas, mesmo os de grande porte, defrontam-se com as radicais mudanças tecnológicas que estão transformando o cenário do varejo, como o e-commerce. O crescimento dessa modalidade de varejo acelera a cada ano, sendo difícil prever quem sobressairá nas próximas décadas: os formatos físicos ou os virtuais. 1 - Tipos de canais de marketing e intermediários Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os tipos de canais de marketing e seus intermediários. Ligando os pontos Você sabe qual é o papel dos canais de marketing? Conseguiria determinar em quais casos é melhor recorrer a eles, ao invés de vender diretamente ao consumidor final? Para entendermos esses conceitos na prática, vamos analisar o case de uma panificadora, a Palatos. A Palatos é uma rede de panificação tradicional do interior do Rio de Janeiro, e conta com uma estrutura moderna e organizada, localização estratégica e se posiciona como líder de mercado e referência em pioneirismo, inovação, atendimento e diversidade de produtos. A rede possui três lojas que compartilham a mesma marca e central de produção, e se situam relativamente próximas entre si. Fundada em 1964, a Palatos é referência em tradição aliada à inovação. Atenta às tendências de mercado, a Palatos implementou e ampliou nos últimos anos seu serviço de entregas a domicílio (delivery), com o objetivo de oferecer maior conveniência à clientela. A empresa foi capaz de alcançar rapidamente uma forte presença no mercado local de delivery, o que a proporcionou alcançar novos clientes que normalmente não circulam por suas redondezas, e possibilitou maior presença nos mercados já existentes. Seus produtosde fabricação própria e artesanal são um sucesso tanto nas lojas físicas quanto no delivery. Hoje, as receitas advindas do serviço de delivery representam importante parcela do faturamento da Palatos. Para ofertar seus produtos ao cliente final, a empresa conta – além das três lojas físicas – com a presença no marketplace iFood, site próprio e atendimento via WhatsApp. É inegável que os aplicativos para geração de pedidos de entrega representam uma significativa inovação, que está alterando os hábitos de consumo e abrindo novas oportunidades de receitas aos estabelecimentos alimentícios. Sua interface amigável ao usuário, e a rapidez e praticidade que conferem ao cliente na geração de seus pedidos fazem dos marketplaces de delivery uma tendência consolidada. Embora entenda que o serviço de delivery veio para ficar, a gestão da Palatos preocupa-se com os impactos da dependência de marketplaces sobre o futuro de sua operação. Quando pensa no atendimento on-line, a Palatos se divide entre as vantagens oferecidas pelos aplicativos como o IFood e a possível perda de autonomia e controle sobre a distribuição de seus produtos. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Como visto no case, a Palatos implementou e ampliou seu serviço de entregas a domicílio. Aponte uma das principais vantagens estratégicas dos marketplaces de delivery, como o iFood, para a rede de panificação Palatos. A Aumento da fidelidade do cliente. B Expansão do alcance de mercado. C Otimização do controle de estoque. D Facilidade na gestão de recursos humanos. Parabéns! A alternativa B está correta. Os marketplaces de delivery permitem que a Palatos alcance uma audiência mais ampla, incluindo clientes que normalmente não visitariam suas lojas físicas. Isso amplia significativamente o alcance de mercado da empresa, aumentando suas oportunidades de vendas e exposição da marca. Questão 2 Ao final do case, é exposta a preocupação da direção da Palatos quanto aos impactos da opção por incorporar o marketplace iFood à sua operação de delivery. Tendo em mente que o iFood pode ser visto como um intermediário para o delivery da Palatos, na sua visão, tal preocupação seria reflexo da Parabéns! A alternativa C está correta. E Melhoria na gestão financeira. A necessidade de retirar recursos da produção para investir na distribuição do produto. B falta de capacidade técnica de sua equipe. C incorporação de mais um nível em seus canais de marketing. D possível modificação, pelo intermediário, das características de seu produto. E revenda dos produtos pelo intermediário. A opção por aderir ao iFood representa, para a rede de padarias Palatos, a incorporação de mais um nível em seus canais de marketing. Enquanto marketplace, o iFood funciona como um intermediário entre o produtor (Palatos) e o cliente final. Lembre-se de que, quanto mais níveis são incorporados, mais difícil fica para o produtor controlar seu canal e obter informações do consumidor final – o que pode trazer perda de autonomia e controle sobre as estratégias de distribuição de seus produtos. Questão 3 É possível perceber no case que, embora a incorporação do iFood como intermediário à operação de delivery da rede Palatos seja um fator importante de seu sucesso, a direção da empresa preocupa-se com a dependência com relação a tal marketplace. Para você, como gestor, qual seria a estratégia a ser implementada para diminuir a dependência do delivery Palatos em relação ao iFood? Digite sua resposta aqui Chave de resposta O case traz, além das informações sobre o iFood, o fato de que a empresa possui como canais de marketing para sua operação de delivery um site próprio e o atendimento via WhatsApp. Um possível caminho seria investir no site próprio. Como canal direto, o site próprio dispensa a necessidade de intermediários, eximindo o produtor da necessidade de dividir sua margem de lucro com terceiros, e possibilita o contato direto com o consumidor final, o que traz ao produtor maior autonomia e a possibilidade de obter em primeira mão informações sobre seus clientes. Canais de marketing O papel dos canais de marketing é permitir que a oferta vá do produtor ao seu destino: o cliente final. Em outras palavras, podemos entender esses canais como conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilização de um produto ou serviço para o consumo. Mas por que utilizar canais de marketing? Por que não vender diretamente para o consumidor final?Vejamos um exemplo para compreender melhor: Francisco possuía uma granja no alto da serra e acreditava que lucraria muito mais se vendesse seus ovos diretamente para o consumidor final. Por isso, comprou uma Kombi usada e todo dia a enchia com seus ovos e descia a serra para vendê-los nas feiras livres da cidade. Como estava lucrando bastante, decidiu expandir sua produção. Comprou mais galinhas e aumentou sua granja. Mas como precisava ir à cidade todo dia para escoar sua produção, não tinha tempo para cuidar da granja. Decidiu ir à cidade apenas uma vez na semana e vender seus ovos para um di h d id d mercadinho da cidade. Assim, teria tempo de cuidar da sua granja. Porém, cada vez mais o mercadinho crescia, já tinha se tornado um supermercado, e exigia lotes maiores de ovos. Francisco resolveu aumentar mais uma vez sua produção. Agora ele estava lucrando bastante. Trocou sua Kombi velha por um caminhão novo e foi entregar sua maior produção de ovos. Mas recebeu uma notícia muito ruim do dono do supermercado: a loja decretou falência e não precisaria de ovos na próxima semana. Francisco não se desesperou. Decidiu pôr em prática um plano de distribuição pensado há algum tempo. Foi até o centro de abastecimento da cidade e fechou um contrato com um distribuidor. O centro de abastecimento ficava localizado na entrada da cidade, logo após a d id d F i Esse exemplo nos permite conhecer os níveis dos canais de marketing. A seguir fica ainda mais fácil compreender que cada intermediário responsável por executar uma tarefa para tornar os produtos acessíveis ao consumidor final constitui um nível de canal. descida da serra. Francisco economizaria tempo e combustível, além de não precisar mais se preocupar com a distribuição de seus ovos. Agora, precisava ir à cidade duas vezes na semana devido ao crescimento da produção. Mesmo assim, estava muito satisfeito com seu negócio. Foi quando recebeu uma visita em sua granja. Era um representante de vendas especializado em produtos granjeiros, que disse a Francisco que seus ovos eram de extrema qualidade, muito apreciados pelo consumidor final e, por isso, conseguiria vendê-los a um preço maior. Garantiu que o produtor não precisaria mais levar seus ovos até a cidade, pois ele, o representante da granja, faria isso. Nível 0 Também chamado de canal direto, pois o fabricante vende direto para o consumidor final. Nível 1 Existe um intermediário entre o fabricante e o consumidor final. Normalmente, um varejista. Nível 2 Existem dois intermediários. Em geral, um varejista e um atacadista. Nível 3 Existem três intermediários. O terceiro nível pode ser ocupado por um distribuidor (representante independente ou transportadora). Em relação ao exemplo apresentado, precisamos nos atentar para alguns pontos: Entre eles podemos citar: Existem canais com mais níveis. A quantidade de canais dependerá da necessidade e da estratégia de marketing do produtor. Quanto mais níveis, mais difícil para o produtor controlar o seu canal e obter informações do consumidor final. O fabricante pode optar por mais de um modelo de canal. Veja o caso da Natura, empresa brasileira de cosméticos, que começou vendendo seus produtos em uma loja própria, depois passou a usar representantes no modelo de venda direta. Atualmente, além dos representantes, vende seu produtono varejo, em pontos de venda próprios e no seu e-commerce. Entre eles podemos citar: Necessidade de retirar recursos da produção para construir e gerenciar um trabalho de distribuição do produto até o consumidor final. Contar com a capacidade técnica, a competência e os conhecimentos próprios dos especialistas de cada área (distribuição, atacado e varejo). Pontos de atenção Pontos que justificam a utilização de intermediários Tipos de canais A decisão de como será a estrutura do canal de marketing é do fabricante. É ele que, por contrato, permite que outras organizações intermediadoras façam parte de seu canal de marketing para distribuir o seu produto. No exemplo anterior, do Francisco, conhecemos dois tipos de canais de marketing: o canal direto, também denominado de vertical curto; e o canal indireto, quando possui intermediadores, conhecido como vertical longo. Mas existem dois outros tipos de canais, resultantes da junção desses dois: o canal múltiplo e o canal híbrido. Agora, conheceremos as principais características de cada um deles. Denominamos de canal direto quando o fabricante distribui diretamente seu produto ao consumidor final. Normalmente por meio de pontos de venda próprios, televendas e e-commerce. As principais características desse canal são a ausência de intermediários (o produtor não precisa dividir sua margem de lucro com terceiros) e o contato direto com o consumidor final (o produtor obtém em primeira mão informações sobre seus clientes). Nomeamos de canal indireto quando o produtor decide contratar terceiros para distribuir seus produtos até o consumidor final. Entre os principais intermediários, podemos citar os distribuidores, os atacadistas e os varejistas (falaremos mais sobre cada um deles ainda neste módulo). A principal característica deste canal é a proeminente necessidade de cooperação e integração entre os elos da cadeia para evitar, principalmente, estoques parados e o consequente aumento (desnecessário) de custos. Canal direto ou vertical curto Canal indireto ou vertical longo Chamamos de canal múltiplo quando o produtor opta por utilizar os dois tipos de canais anteriores: o canal direto e o indireto. Os canais mais utilizados neste tipo são o e-commerce (canal direto) e o varejo (canal indireto), como pode ser observado na figura 2. A principal característica deste canal é a tentativa de alcançar consumidores com diferentes hábitos de compra. O exemplo mais conhecido de empresa que utiliza este tipo de canal é a fabricante de computadores e produtos eletrônicos, Dell, que utiliza e-commerce, televendas e consultores de venda como canais diretos, e varejistas, tanto físicos quanto virtuais, como canais indiretos. Denominamos de canal híbrido quando o produtor utiliza no mesmo canal características dos canais direto e indireto. Normalmente, são utilizados o e-commerce ou a televenda para vender o produto, tendo com isso um contato direto com o consumidor, e um distribuidor independente para a entrega. A principal característica deste canal é a desvinculação (separação) entre o processo de venda e o de distribuição do produto. Também é comum os distribuidores não serem exclusivos, ou seja, distribuírem outros produtos de outros fabricantes. Nesse caso, é importante o produtor monitorar o processo de distribuição para que não haja atrasos e má qualidade na entrega dos produtos. Tipos de intermediários Os intermediários são partes importantes do canal de marketing. Como vimos anteriormente, são eles que ajudam o produtor a fazer com que sua oferta chegue ao consumidor final. As características mais predominantes de um intermediário do canal de marketing são: Canal múltiplo Canal híbrido Eles não modificam as características físicas do produto. Eles compram o produto para revender. Existem vários tipos de intermediários com semelhanças e diferenças entre si, mas, de forma geral, encontramos com maior frequência no canal de marketing quatro grandes grupos: os atacadistas, os distribuidores, os revendedores e os varejistas. Os atacadistas, geralmente, compram direto do fabricante/produtor grandes quantidades do mesmo produto e conseguem descontos significativos. Costumam revender esses produtos também em grande quantidade para outras empresas do canal de marketing. Outra característica dos atacadistas é comprar e vender produtos de diversos fabricantes, inclusive concorrentes, não possuindo grande fidelidade e relacionamento com o fornecedor. Os atacadistas desempenham um importante elo entre os produtores e os varejistas que, em sua maioria, não possuem condições de adquirir grandes quantidades do mesmo produto do fabricante. Além disso, contribuem com o abastecimento do produto no mercado sem custo operacional para o produtor. Os distribuidores compram, estocam e vendem o produto. Também costumam oferecer assistência técnica para atacadistas e varejistas que comercializam os produtos do fabricante. Possuem um relacionamento e comprometimento muito intenso com o produtor, sendo comum a existência de regras delimitando a região de atuação ou os tipos de produtos comercializados, definidos em contrato. A principal diferença entre os atacadistas e os distribuidores é o fato de os atacadistas não Os atacadistas Os distribuidores possuírem grande fidelidade e relacionamento com o fornecedor, enquanto os distribuidores possuem um relacionamento e compromisso muito intenso. Também possuem um nível bastante elevado de especialização, integração consistente e uma troca de informações acentuada com o fabricante sobre o produto. Comumente assumem atividades não apenas na parte de vendas, mas de pós-vendas, em toda a parte promocional, verificando e bonificando o mix de produtos definido pelo produtor nos pontos de vendas (PDVs), executando atividades de merchandising e realizando treinamentos, entre outras atividades também definidas em contrato com o fabricante. Um exemplo de distribuidor é a Coca-Cola Femsa Brasil, uma das engarrafadoras e distribuidoras de refrigerante, empresa independente do grupo de fabricantes Coca-Cola Brasil, que é uma subsidiária da The Coca-Cola Company. Apesar de serem empresas distintas, podemos perceber o intenso relacionamento e compromisso ao adotarem o nome do produto como nome da empresa. Diferentemente dos distribuidores, que normalmente possuem um relacionamento mais próximo com os fabricantes, os revendedores costumam ter uma sinergia maior com os comerciantes que atendem. Esses comerciantes, em geral, estão localizados em áreas de baixo poder aquisitivo, de varejos abandonados em função do seu baixo volume de vendas, de difícil acesso geográfico ou de alto risco (segurança física) da equipe de distribuição. Atuam sem um itinerário estruturado e trabalham com uma margem de lucro menor, pois a dividem com o comerciante, tendem a não se preocupar com a qualidade do produto e possuem baixa preocupação com o pós-venda. Entretanto, complementam a distribuição, atuando onde os distribuidores não se dispõem a fazer negócio, e não veem problema em atender varejistas informais (sem CNPJ). Para ajudar a entender melhor a diferença entre distribuidores e revendedores, voltemos à história de Francisco: Os revendedores Desde que Francisco firmou contrato com seu distribuidor, um representante de vendas especializado em produtos granjeiros, Antônio, um comerciante dono de uma mercearia em um bairro na periferia da cidade, anda muito triste, pois não recebe mais os ovos do produtor. O distribuidor alegou que a mercearia fica muito distante e a quantidade de ovos comprada por semana não compensa a entrega. Para não ficar sem os ovos, item muito requisitado pelos clientes, o comerciante decidiu reajustar seu contrato informal com um revendedor local, que vai até o centro de distribuição da cidade (atacadista) e traz alguns produtos de lá. Agora, além do revendedor trazer frutas, verduras e legumes,ele também traz os ovos de Francisco para a mercearia de Antônio. São os intermediários que costumam lidar com pessoas físicas, pois vendem os produtos diretamente ao consumidor final. São os supermercados, as lojas, as farmácias, os restaurantes, que possuem o direito sobre a venda do produto. O custo do produto no varejo costuma ser mais caro, já que os varejistas normalmente compram dos atacadistas. Mas o consumidor final pode comprar em quantidades reduzidas e optar por diferentes meios de pagamento. Também existem varejistas que adquirem o produto diretamente dos fabricantes. É uma possibilidade para aqueles que possuem grandes espaços para estoque. Nos dias atuais, quando falamos em varejo, estamos discutindo dois aspectos: o varejo físico e o varejo virtual. O varejo físico ainda possui um importante papel no mercado, mas o varejo virtual cresce a cada dia, em proporções bem maiores que o varejo físico. O varejo virtual apresenta uma logística extremamente complexa, desde o controle de estoques, separação, embalagem, encaminhamento, serviços de pós-venda e todos os processos e custos da logística reversa. O Atacarejo: quando os tipos de Os varejistas intermediários se confundem. Para finalizar este módulo, assista ao vídeo O Atacarejo: quando os tipos de intermediários se confundem. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Qual canal de marketing possui como principal característica a desvinculação (separação) entre o processo de venda e o de distribuição do produto? Parabéns! A alternativa D está correta. A Canal vertical curto B Canal vertical longo C Canal múltiplo D Canal híbrido E Canal horizontal Denominamos de canal híbrido quando o produtor utiliza no mesmo canal características dos canais direto e indireto. A principal característica deste canal é a desvinculação (separação) entre o processo de venda e o de distribuição do produto. Questão 2 Atua sem um itinerário estruturado e trabalha com uma margem de lucro menor, pois a divide com o comerciante, tende a não se preocupar com a qualidade do produto, possui baixa preocupação com o pós-venda e não vê problema em atender comerciantes informais (sem CNPJ). Estamos falando de qual tipo de intermediário? Parabéns! A alternativa C está correta. Os revendedores costumam ter uma sinergia maior com os comerciantes que atendem, normalmente localizados em áreas de baixo poder aquisitivo, áreas de varejos abandonados em função do seu baixo volume de vendas, áreas de difícil acesso geográfico ou de alto risco/segurança física da equipe de distribuição. A Atacadista B Distribuidor C Revendedor D Varejista E Fornecedor 2 - Estratégias de distribuição por canais Ao final deste módulo, você será capaz de identificar estratégias de distribuição por canais de marketing. Ligando os pontos Você sabe quais são as principais decisões que os gestores devem tomar ao gerenciar um canal de marketing? Seria capaz de sugerir ações para o desenvolvimento de um novo canal? Para entendermos esses conceitos na prática, vamos analisar o case do Grupo Boticário. O Grupo Boticário nasceu na capital do Paraná, em 1977, com uma pequena farmácia de manipulação. Seu fundador, o imigrante e bioquímico recém- formado Miguel Krigsner, sonhava em construir uma marca de beleza 100% brasileira, que possuísse produtos de alta qualidade e que fosse inspirada no amor e no cuidado com as pessoas. O Grupo Boticário está entre as 15 maiores companhias de beleza do mundo e as 7 mais sustentáveis (Dow Jones Sustainability Index, 2021) e é hoje composto por 14 empresas nos ramos de cosméticos e serviços. O grupo encerrou o ano de 2022 com crescimento expressivo: suas vendas totais ultrapassaram R$ 23,6 bilhões, crescimento de 31% em relação a 2021 e de 50% nos últimos dois anos. Conta, hoje, com mais de 12 mil colaboradores diretos e gera mais de 298 mil empregos indiretos. Tal crescimento reflete a estratégia da companhia no sentido da formação de um ecossistema de beleza, e seu sucesso na expansão de sua presença para novos mercados e plataformas. Em 2022, mais de 700 lojas foram reformadas e a oferta de serviços multicanal foi ampliada, incluindo serviços como Clique&Retire, venda por WhatsApp, Prateleira Infinita e outros que, em conjunto, potencializam a estratégia de experiência de compra. Para garantir a qualidade no atendimento e entrega dos produtos, o grupo investe em inciativas de treinamento de franqueados e parceiros, como a Universidade da Beleza. São notáveis, também, a diversificação dos canais de venda e o crescimento das operações B2B (business-to-business, ou seja, venda para outras empresas) do grupo. Além das lojas próprias, franquias e venda direta (através de revendedores), os produtos do Grupo Boticário estão presentes em farmácias, perfumarias, e-commerce, lojas de departamento e redes alimentares, o que amplia possibilidades de contato com os consumidores, clientes e parceiros de negócio. O Grupo Boticário conta com uma cadeia completa que vai dos ingredientes à entrega do produto ao consumidor final. Recentemente, o grupo alcançou a notável marca de 2.000 pontos de entrega espalhados pelo Brasil, que formam a maior rede multicanal do país e uma das maiores do mundo. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Como você viu, o Grupo Boticário possui como trunfo a presença nos mais variados canais. Contudo, você também sabe que desenvolver um novo canal deve ser algo estudado e avaliado cuidadosamente. Considerando a diversidade e o tamanho do Brasil no desenvolvimento de um novo canal, como gestor, assinale a opção mais adequada no que se refere à atuação do Grupo Boticário. A Padronizar os canais, tornando exatamente igual o atendimento em todo o país. B Concentrar os esforços de desenvolvimento de novos canais no Sul e Sudeste, mais próximos da sede em Curitiba. Parabéns! A alternativa D está correta. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a arquitetura de canais deve considerar a cobertura geográfica desejada e os perfis dos consumidores. Isso possibilita considerar as especificidades de cada área do país, e atingir o consumidor de maneira mais conveniente à sua realidade. Por exemplo, em uma parte do país o grupo pode promover novas franquias, em outra parte, intensificar os esforços de venda direta. Questão 2 No case, você pôde perceber que o Grupo Boticário é líder nacional em franquias para o setor de beleza. Como gestor, qual das decisões a seguir você priorizaria para garantir que os franqueados sejam capazes de trabalhar de forma eficiente com as marcas do grupo? C Estabelecer políticas de preço distintas para cada região. D Usar diferentes canais e tipos de intermediários distintos de acordo com os perfis dos clientes de cada área do país. E Colocar seu produto no maior número de pontos físicos de venda que fosse possível, a qualquer custo. A Promover o treinamento dos franqueados. B Revisar toda a estrutura de franqueamento. C Investir na captação de novos franqueados. D Permitir que os franqueados vendam produtos de outros setores, como alimentação. Parabéns! A alternativa A está correta. É interessante ao Grupo Boticário a promoção de programas de treinamento para seus franqueados, para que eles estejam capacitados a lidar com seus produtos. Como exemplo desse tipo de treinamento, é mencionada no case a Universidade da Beleza. Questão 3 Como visto no case, o Grupo Boticário é reconhecidamente uma referência na distribuição multicanais. Para você, quais peculiaridades do setor de beleza tornam a utilização de uma estratégia de distribuição multicanais uma boa escolha para o grupo? Digite sua resposta aqui Chave de resposta Para o Grupo Boticário, a estratégia de distribuição multicanais mostrou-se uma decisão acertada por motivos diversos. Dentre eles, podem ser citados: a convivência,nos dias atuais, de diferentes canais de vendas, como pontos físicos, as vendas de catálogo e o e- commerce; a concorrência com outros gigantes do setor, como a Natura, que trabalham com canais diversos de distribuição; a ampliação das possibilidades de contato com os consumidores, clientes e parceiros de negócio; e a expansão para regiões diversas do Brasil, abraçando suas peculiaridades. E Introduzir políticas restritas de preços. Estratégias de distribuição Para Kotler (2012; 2017), projetar e gerenciar um canal de marketing requer analisar as necessidades do cliente, estabelecer os objetivos do canal e identificar e avaliar as principais alternativas de canal. Regularmente, um novo produtor inicia um canal de marketing por meio de uma operação reduzida em um mercado local. Esse produtor normalmente usa os intermediários que já atuam naquele mercado. A quantidade de intermediários necessários para atuar em um mercado local provavelmente será pequena: alguns representantes de venda do produtor, alguns atacadistas, varejistas locais, alguns distribuidores e revendedores. Kotler Philip Kotler é doutor pelo MIT e professor de marketing da Kellogg School of Management da Northwestern University. Considerado pelo The Wall Street Journal um dos 10 pensadores mais influentes da área de negócios, é autor de mais de 50 obras, incluindo o mundialmente renomado Administração de marketing. Decidir sobre quais canais utilizar não é uma tarefa difícil. A questão é convencer os intermediários do mercado local a comprar e vender o seu produto. Caso o produtor vença essa primeira dificuldade, pode montar e expandir seu canal de marketing para novos mercados. E talvez haja necessidade de usar canais diferentes em mercados distintos. Em mercados menores, o produtor pode vender direto para os varejistas; em mercados maiores, pode vender por meio dos atacadistas. Em áreas rurais, pode utilizar revendedores; em áreas urbanas, revendedores especializados. Em uma parte do país, pode promover franquias exclusivas; em outra parte, vender em pontos de venda de multimarcas. Em um país, pode utilizar importadoras; em outro, firmar parceria com um representante local. Resumindo, as decisões de projetos e de gerenciamento de canal variam de acordo com as oportunidades e condições locais. Veja a seguir os tipos de distribuição. Esta estratégia limita bastante a quantidade de intermediários. É usada quando o produtor deseja manter o controle sobre o nível e a produção de serviço oferecidos pelos distribuidores. Geralmente, é estabelecido um contrato de direito de exclusividade entre o produtor e o distribuidor, assim, o distribuidor concorda em não vender produtos de marcas concorrentes ao do produtor. Ao conceder a distribuição exclusiva, o produtor espera obter mais dedicação e especialização na venda do seu produto. Para isso, é necessária uma parceria maior entre o produtor e o distribuidor. Encontramos esse tipo de estratégia em canais de bens de consumo mais duráveis, de alto valor e compra infrequente, como automóveis novos, joias e eletrodomésticos. Distribuição exclusiva Distribuição seletiva Esta estratégia envolve a utilização de intermediários específicos que queiram comercializar um produto específico. Esse tipo de canal costuma ser utilizado por produtores estabelecidos ou por novos produtores que buscam espaço no mercado. A distribuição seletiva permite ao produtor atingir uma quantidade razoável de estabelecimentos, sem popularizar o seu produto. O produtor não precisa investir em novos pontos de venda e consegue uma cobertura de mercado adequada com mais controle e menos custos do que no caso da distribuição intensiva. Encontramos esse tipo de estratégia em canais que vendem produtos de uma categoria específica, como produtos esportivos, alimentícios e vestuários. Esta estratégia ocorre quando o produtor utiliza poucos estabelecimentos, mas várias categorias deles. Isso acontece principalmente quando o produtor tem um mercado restrito. Encontramos esse tipo de estratégia em canais dentro de uma área geográfica limitada, como produtos de hortifrutigranjeiros. Esta estratégia consiste em o produtor colocar seu produto no maior número de pontos de vendas possível. É geralmente utilizada para produtos para os quais o consumidor final exige grande conveniência para a compra. Encontramos esse tipo de estratégia em canais que vendem produtos como cigarros, refrigerantes e doces. Os produtores ficam constantemente tentados a escolher uma estratégia de distribuição intensiva para aumentar a cobertura e as vendas do seu produto. Essa estratégia pode funcionar em curto prazo, mas geralmente prejudica o desempenho em longo prazo. Distribuição limitada Distribuição intensiva Se o produtor possui um bem de consumo de maior valor agregado, mas decide fazer uma distribuição intensiva, perderia muito do controle da maneira de expor seu produto e no nível de atendimento ao consumidor final. Em pontos de venda de menor custo, o produto seria oferecido a preços mais baixos do que nos outros varejistas, resultando em uma guerra de preços do seu produto. Os consumidores valorizariam menos o produto, e a capacidade do produtor de obter preços mais altos seria reduzida. Veja um pouco mais a seguir. Distribuição intensiva dentro de uma categoria de estabelecimento Nesta estratégia, o produtor procura atingir o maior número possível de pontos de venda usando um único tipo de estabelecimento. Encontramos esse tipo de estratégia em canais dirigidos unicamente a um tipo de ponto de venda, como remédios que só têm sua venda permitida em farmácias. Distribuição por canal único ou multicanais O produtor pode optar por utilizar diferentes tipos de canais ou um único canal para distribuir seu produto. Essa decisão depende da estratégia do produtor e das peculiaridades do setor. A utilização de uma estratégia de distribuição por multicanais pode ser uma opção acertada nos dias atuais, em que diferentes canais convivem entre si, como os pontos de vendas físicos, as vendas por catálogo e o e-commerce. Uma estratégia de distribuição multicanal não é facilmente gerenciável, podendo causar aumentos de custos inesperados ou até mesmo queda de receitas. Além disso, é uma das principais causas de conflito nos canais, podendo trazer muitos problemas para o produtor. Uma estratégia multicanal que vem tendo sucesso foi desenvolvida pela fabricante de cosméticos O Boticário. Por muito tempo líder no setor de franquias de cosméticos e perfumaria no Brasil, decidiu atuar também no e- commerce e, partindo para um confronto direto com outra gigante do setor, a Natura, decidiu estruturar um canal de venda porta a porta. Na imagem a seguir, podemos verificar uma matriz de estratégias de distribuição por canais. Matriz de estratégias de distribuição por canais Processo de desenvolvimento de canal O desenvolvimento de um canal ou de vários canais não é uma tarefa fácil, envolve algumas etapas, como veremos a seguir. O desenvolvimento de canais pode ocorrer em vários momentos da vida do produtor, já que é frequentemente necessário reconsiderar a estratégia de canais em função de mudanças ocorridas no mercado, tais como o surgimento de novos canais ou a criação de novos canais pelos concorrentes. Etapas do processo de desenvolvimento de canal (adaptado de Rocha (2012): 1. Definir a estratégia de distribuição 2. Definir o papel da distribuição no composto de marketing 3. Desenhar a arquitetura do(s) canal(is) 4. Selecionar os membros do(s) canal(is) 5. Gerenciar o(s) canal(is) O processo de desenvolvimento do canal está profundamente conectado à estratégia do produtor, já que, na maioria das circunstâncias, a distribuição é uma estratégia primordial para a criação de uma vantagem competitiva duradoura para o produtor. A estratégia de distribuição também deve ser coesa com os demais elementos do compostodo marketing. Já a arquitetura de canais é uma das etapas principais do processo de desenvolvimento de canal. O desenho de uma arquitetura de canal ou de canais múltiplos resulta em uma sequência de desafios. A decisão entre a distribuição direta ou o uso de intermediários, entre o uso de um canal ou de multicanais, deve ser estudada e avaliada cuidadosamente, principalmente em relação aos custos envolvidos. Entre as decisões a serem tomadas ao arquitetar os canais do produtor, devem ser considerados: Tamanho do lote do produto Cada canal permite uma quantidade diferente do produto para compra. O produtor precisa decidir qual intermediário atende à sua necessidade de distribuição. Tempo de espera Tempo médio que cada intermediário precisa para entregar ou receber o produto. Conveniência espacial O grau necessário de conveniência para o consumidor final estar disposto a comprar o produto. Variedade do produto O nível de variedade fornecido pelo canal de marketing. Quanto maior a variedade do canal anterior, mais opções de compra terá o próximo intermediário. Apoio de serviços Os serviços adicionais fornecidos pelos intermediários do canal. Quanto maior o apoio dos intermediários, maior a integração entre o canal. Quantidade de níveis do canal Decidir se optará por canal direto ou com intermediários e quantos intermediários serão necessários. Cobertura geográfica desejada Em países como o Brasil, é frequente a necessidade de usar diferentes canais e tipos de intermediários para atingir áreas geográficas distintas. Intensidade de distribuição desejada É possível que haja diferenças entre as linhas de produto, requerendo uma arquitetura mais complexa de canal. Direitos e deveres dos intermediários do canal O produtor deve determinar os direitos e deveres dos intermediários do canal de marketing. Cada intermediário do canal deve ser tratado com respeito e ter a oportunidade de ser lucrativo. Os principais elementos que devem ser considerados em um contrato entre os intermediários são a política de preços, as condições de venda, os direitos territoriais e os serviços específicos a serem desempenhados por cada intermediário. Política de preços Determina que o produtor estabeleça uma lista de preços e um programa de descontos que os intermediários considerem justo. Condições de venda Referem-se aos termos de pagamento e às garantias do produtor. A maioria dos produtores oferece descontos aos distribuidores que efetuam pagamento antecipado. Direitos territoriais dos distribuidores Definem os territórios e os termos sob os quais o produtor poderá trabalhar com outros distribuidores. Serviços específicos a serem desempenhados para cada intermediário Devem ser cuidadosamente expressos, principalmente em canais franqueados e exclusivos. A importância do gerenciamento dos canais de marketing A seguir, assista ao vídeo A importância do gerenciamento dos canais de marketing. Decisão de gerenciamento de canal O gerenciamento do canal de marketing é a administração da relação entre os intermediários do canal. Envolve a seleção dos intermediários, a liderança do canal, a cooperação entre os intermediários do canal, o treinamento e a avaliação dos intermediários e as alterações na estrutura do canal. A primeira etapa e de suma importância para possuir um canal de marketing de qualidade. O produtor não precisará de muitos intermediários no seu canal de marketing se souber selecionar os melhores intermediários da região. Algumas questões devem ser consideradas ao definir que tipos de intermediários são mais adequados: Os valores do potencial intermediário são alinhados aos do produtor? O potencial intermediário dispõe de competências valorizadas no mercado? Os custos para contratação do intermediário são adequados? Seleção dos intermediários A estrutura do potencial intermediário atende às demandas do canal? Serão necessários grandes investimentos no treinamento do intermediário? Esses investimentos terão retorno? Que tipos de incentivo serão necessários para manter a motivação e o bom desempenho do intermediário? A liderança pode ser exercida tanto pelo produtor quanto por um dos intermediários do canal. Vai depender da natureza do mercado, do tamanho relativo de cada elemento do canal e das forças competitivas. O caso mais típico é quando o produtor exerce a liderança do canal de marketing. A liderança do produtor implica controlar: o atendimento e o serviço ao consumidor final; a área do varejista dedicada ao produto; a venda e o estoque do varejista; o esforço promocional agregado; os preços pelos quais o produto será vendido. Outra possibilidade é quando o canal de marketing é liderado por um dos intermediários. No Brasil, por exemplo, grande parte da produção de laticínios não é produzida por grandes empresas como a Nestlé, Parmalat ou Elegê. É produzida por pequenos produtores que se juntam em cooperativas e vendem sua produção para essas grandes empresas. Quando o intermediário é líder, ele pode assumir as seguintes funções no canal: Controlar a produção, os estoques e o prazo de entrega dos produtores; Controlar a qualidade e as especificações do produto; Controlar o esforço promocional do canal de marketing; Liderança do canal Gerar e transmitir informações de mercado para os produtores. A cooperação surge dos objetivos comuns e das conexões entre os intermediários do canal. No entanto, existem dois prerrequisitos para que possa se desenvolver: Comunicação adequada entre os intermediários do canal; Confiança entre os intermediários do canal. O produtor precisa gerenciar programas de treinamento para seus intermediários a fim de que estejam capacitados para lidar com o produto. Alguns exemplos de treinamento: O produtor pode exigir que o intermediário possua alguma certificação, por exemplo, certificação da Anvisa para comercializar produtos alimentícios; O produtor pode custear exames de proficiência para o intermediário, por exemplo, pagar os exames de renovação das habilitações dos motoristas do intermediário; O produtor pode desenvolver capacitações para treinar os intermediários, por exemplo, a Universidade Corporativa da Coca- Cola, que qualifica seus colaboradores. Os produtores devem avaliar constantemente o desempenho dos seus intermediários em relação a critérios como cotas de vendas, níveis médios de estoque, tempo de entrega, tratamento dado aos outros intermediários do canal e ao consumidor final, quantidade de produtos Cooperação entre os intermediários do canal Treinamento dos intermediários Avaliação dos intermediários perdidos ou danificados, eficiência nos programas promocionais e desempenho em treinamentos. O produtor deve revisar e alterar periodicamente a estrutura do seu canal de marketing. A alteração se torna necessária quando o canal de marketing não funciona conforme o planejado, os padrões de compra do consumidor final mudam, o mercado se expande, surgem novos concorrentes e canais de marketing ou o produto chega aos últimos estágios de seu ciclo de vida. Alterações na estrutura do canal Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Esta estratégia consiste em o produtor colocar seu produto no maior número de pontos de vendas possível. É geralmente utilizada para produtos para os quais o consumidor final exige grande conveniência para a compra. Encontramos este tipo de estratégia em canais que vendem produtos como sabonetes, chicletes e leite. Estamos falando de qual tipo de estratégia de canal de marketing? A Distribuição exclusiva B Distribuição seletiva C Distribuição limitada D Distribuição intensiva Parabéns! A alternativa D está correta. Quando o produtor adota essa estratégia, seu propósito é obter a colocação do produto no maior número possível de pontos de venda. É particularmente adequada a produtos de consumo, de compra frequente, alta rotatividade, preçosmédios ou baixos. Questão 2 Qual função abaixo não é assumida pelo intermediário quando ele é o líder do canal de marketing? Parabéns! A alternativa C está correta. E Distribuição personalizada A Gerar e transmitir informações de mercado para os produtores. B Controlar a produção, os estoques e o prazo de entrega dos produtores. C Controlar para quais varejistas o produtor pode vender seus produtos. D Controlar a qualidade e as especificações do produto. E Definir uma política de preços É comum grandes varejistas definirem os modelos dos produtos que desejam, em que quantidade e cores, a que preços e com que prazos de entrega estão dispostos a comprar do produtor. 3 - Integração de Canais e Sistemas Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os benefícios da integração de canais e sistemas. Ligando os pontos Você sabe qual é o papel dos sistemas de gestão? Conseguiria determinar quais tipos de sistemas de gestão são mais úteis para tornar mais eficiente determinado processo? Para entendermos esse conceito na prática, vamos analisar o case da empresa Magazine Luiza, a famosa Magalu. A inovação sempre foi um dos pilares fundamentais na estratégia da varejista Magazine Luiza, que se destacou como pioneira na implementação de uma variedade de canais de vendas. Em 1992, a empresa deu um passo inovador ao introduzir lojas virtuais por meio de terminais multimídia localizados em suas lojas físicas, permitindo aos clientes a compra de produtos indisponíveis no estoque da loja física, que seriam entregues em alguns dias. Posteriormente, a empresa expandiu suas operações para incluir o e-commerce, aplicativos móveis, o Magazine Você, a Lu do Magalu, entre outras iniciativas. Com a digitalização dos canais de marketing e a ascensão do comércio eletrônico, a Magazine Luiza se viu diante de uma decisão arriscada sobre seu futuro. A empresa precisou determinar se migraria totalmente para o ambiente digital ou se manteria seu foco nas lojas físicas. Demonstrando seu espírito inovador, a decisão tomada foi uma abordagem nem totalmente digital, nem exclusivamente física: a grande sacada estratégica foi adotar a multicanalidade. A Magazine Luiza se destaca como um exemplo de aplicação bem-sucedida do conceito de multicanalidade. Essa estratégia envolve a disponibilização de diversos canais de comunicação, tanto para atendimento quanto para vendas, com o objetivo de oferecer opções aos consumidores. A preocupação vai além de apenas estar presente onde os clientes estão; trata-se também de oferecer um serviço integrado e com qualidade uniforme, independentemente do canal escolhido pelo consumidor. Nesse sentido, a empresa investe continuamente no desenvolvimento e na aquisição de sistemas robustos em tecnologia. A Magazine Luiza utiliza RFID (Identificação por Radiofrequência) para rastrear e gerenciar o estoque de forma mais precisa. Com o uso dessa tecnologia, cada produto recebe uma etiqueta RFID que contém informações detalhadas sobre o item, permitindo que seja rastreado em todas as etapas da cadeia de suprimentos. Isso possibilita uma gestão mais eficiente do estoque, reduzindo perdas e garantindo que os produtos certos estejam disponíveis quando necessário. Além disso, a empresa faz uso de TMS (Sistema de Gerenciamento de Transporte) para otimizar a logística de entrega. O TMS permite o planejamento e o controle de todos os aspectos relacionados ao transporte de mercadorias, desde a roteirização até o acompanhamento em tempo real das entregas. Isso permite que a Magazine Luiza reduza custos operacionais, melhore a eficiência das entregas e ofereça um serviço de alta qualidade aos clientes. A integração e comunicação entre os diferentes sistemas e departamentos da empresa são garantidas através das tecnologias da informação e comunicação (TICs). Essas tecnologias incluem sistemas de software, redes de comunicação e equipamentos de hardware que permitem a troca de informações e a colaboração entre os diversos setores da empresa. Essas tecnologias contribuem significativamente para a eficiência operacional e o aprimoramento do SCM (Gestão da Cadeia de Suprimentos), garantindo que a Magazine Luiza possa oferecer um serviço de alta qualidade, independentemente do canal de venda escolhido pelo cliente. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Como visto no case, a Magazine Luiza utiliza a tecnologia RFID. Para você, como essa tecnologia pode influenciar não apenas a gestão de estoques, mas também a estratégia de precificação e o comportamento do consumidor na era digital da Magazine Luiza? Parabéns! A alternativa A está correta. A tecnologia RFID não apenas permite o monitoramento em tempo real do estoque, mas também fornece dados valiosos para análises preditivas de demanda, possibilitando à Magazine Luiza ajustar dinamicamente os preços e as promoções para atender às necessidades do mercado e maximizar as vendas. A Através da análise preditiva de demanda, permitindo ajustes dinâmicos de preços e promoções. B Implementando sistemas de recomendação personalizada com base no histórico de compras do cliente. C Facilitando a automação de processos logísticos, reduzindo os custos operacionais da empresa. D Integrando informações de estoque em tempo real com sistemas de gestão de relacionamento com o cliente (CRM). E Possibilitando a realização de campanhas de marketing geolocalizadas, direcionando ofertas específicas para consumidores próximos às lojas físicas. Questão 2 Como visto no case, a Magazine Luiza faz uso de TMS. Na sua visão, como a implementação de tecnologias avançadas, como o TMS, pode afetar a cadeia de suprimentos da Magazine Luiza, além da otimização da logística de entrega? Parabéns! A alternativa C está correta. Além de otimizar a logística de entrega, a implementação de tecnologias avançadas, como o TMS, pode melhorar a segurança e rastreabilidade dos produtos ao longo da cadeia de suprimentos da Magazine Luiza. O TMS permite um monitoramento mais preciso das operações de transporte, fornecendo informações em tempo real sobre a localização e condição dos produtos durante todo o processo logístico. Por meio de recursos como rastreamento por GPS e sensores de temperatura, o TMS possibilita à empresa identificar e corrigir rapidamente quaisquer problemas que possam comprometer a A Reduzindo a complexidade das operações de embalagem e expedição. B Aumentando a variedade de produtos disponíveis para os clientes. C Impactando positivamente na segurança e rastreabilidade dos produtos. D Melhorando a eficiência dos processos de atendimento ao cliente. E Minimizando os custos de armazenagem e estocagem de mercadorias. segurança dos produtos, como desvios de rota, atrasos ou condições inadequadas de armazenamento. Questão 3 Você já sabe que o crescimento expressivo da Magazine Luiza nos últimos anos pautou-se por uma cultura de inovação traduzida em investimentos robustos em tecnologia. Com base nos seus conhecimentos, por que investir em tecnologias da informação e comunicação (TICs) foi tão importante para o crescimento da empresa? Digite sua resposta aqui Chave de resposta De forma geral, a TIC otimiza e agiliza as atividades de gestão nas diversas áreas que compõem uma empresa, gerando vantagem competitiva perante o mercado. Por isso, investir em tecnologia significa promover a redução de custos e elevar a produtividade operacional. No caso da Magazine Luiza, é possível identificar que a adoção pela empresa de sistemas de gestão empresarial, logística e de estoques foi fundamental para amparar e potencializar seu crescimento frente à concorrência. Tais sistemas permitiram à empresa obter a eficiência operacional necessária para o sucesso de sua estratégia de multicanalidade. Sistemas de gestão de estoques A integração dos canais de marketing Antes de iniciar este módulo, assista ao vídeo Aintegração dos canais de marketing. As inovações disruptivas da tecnologia da informação estão impactando de forma direta os canais de marketing. O que antes parecia uma possibilidade distante, utopia, atualmente se mostra uma realidade possível que precisa ser estudada, analisada, desenvolvida e testada em qualquer estrutura de canal de marketing que queira se manter competitiva. Temos disponíveis uma infinidade de sistemas e possibilidades de integração que fazem com que os padrões predeterminados, que serviam de modelo de operações, deixem de ser a única opção na estruturação do canal de marketing. Opções antes inimagináveis começam a ser desenvolvidas e testadas como, por exemplo, os drones (pequenos veículos aéreos) de entrega usados pela Amazon e, no Brasil, pelo iFood. Não existe uma regra específica sobre o que aplicar. De forma geral, a tecnologia visa reduzir o custo de fazer negócio e elevar a produtividade operacional. A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) otimiza e agiliza as atividades de gestão e movimentação do produto entre os canais de marketing, gerando vantagem competitiva perante o mercado. O excesso de produtos parados (em estoque), tanto no produtor quanto nos intermediários do canal, ainda constitui uma das maiores perdas de receita no mercado. Por isso, a maioria dos sistemas de canais de marketing foca na gestão do estoque e sua movimentação entre os intermediários do canal para minimizar os efeitos indesejáveis e maximizar o nível de receita do produtor e dos intermediários do canal. Atenção! Para isso, é importante prever a demanda (consumo) do produto no mercado, a necessidade de matéria-prima, a produção, a estocagem e a movimentação do produto acabado (pronto para consumo/utilização) pelo canal de marketing. Atualmente, qualquer organização que ainda consegue competir no mercado utiliza o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM, do inglês Supply Chain Management) em seu canal de marketing. Um SCM é um conjunto de sistemas e dispositivos tecnológicos que gerencia e supervisiona o fluxo de mercadorias, dados e finanças à medida que um produto passa do ponto de origem até seu destino final. Um completo sistema de SCM engloba desde a extração da matéria- prima até o descarte adequado do produto, incluindo fornecedores, fabricantes, atacadistas, distribuidores, revendedores e varejistas. Um SCM também inclui processos de logística que abrangem desde a entrada de pedidos de clientes até a entrega do produto no seu destino, envolvendo o gerenciamento de documentos, matérias-primas, equipamentos, informações, insumos, pessoas, meios de transporte, organizações, tempo etc. É preciso compreender que um SCM inclui processos de negócios que vão muito além das atividades relacionadas à logística. A aplicação desse conceito vai exigir um esforço rumo à integração não só de processos dentro de cada empresa que faz parte do canal, mas também dos processos-chave que interligam o produtor e os intermediários da cadeia de marketing. Veremos agora os principais dispositivos e sistemas que contribuem para a integração do canal de marketing. Código de barras Se existisse um prêmio para a tecnologia que mudou consideravelmente a logística na nossa era, esse prêmio seria dado ao código de barras. Depois dele, o controle de estoque nunca mais foi o mesmo. O código de barras ainda possui grande vantagem perante as outras tecnologias disponíveis por ser confiável, versátil e principalmente por reduzir os custos de operação. Outros benefícios são: Redução da mão de obra Redução de processos manuais Redução de erros humanos Aumento da produtividade Seu funcionamento é bem simples. Ele funciona como o RG do produto, podendo ser rastreado por um leitor de código de barras, transmitindo, automaticamente, informações para diversos departamentos da organização, como finanças, comercial e logística. Explicando o código de barras (STIGERT, 2018): A sequência possui 13 dígitos; Os três primeiros dígitos mostram o país em que o código foi gerado. O número do Brasil é 789. Após a identificação do país que gerou o código, é preciso mostrar o número da empresa que produziu o item. A descrição das características de cada item é representada por três números. Ao ser lida, a combinação acessa informações como altura, peso, largura, datas de fabricação e de validade, por exemplo. Dígito verificador. Sua função é comprovar que a sequência numérica é verdadeira. QR code Código QR, do inglês Quick Response (resposta rápida), é parecido com o código de barras, mas funciona de forma bidimensional (duas dimensões), podendo armazenar mais de 4.000 códigos alfanuméricos, um endereço eletrônico, um número de celular, uma localização geográfica, informações técnicas, entre outras inúmeras possibilidades. RFID (Radio Frequency Identification) A identificação por radiofrequência está mudando o ritmo dos negócios. Com essa tecnologia, é possível transmitir dados entre o produto e um aparelho receptor. Normalmente, utiliza-se uma etiqueta adesiva com a tecnologia RFID, que pode ser passiva, ou seja, localizada apenas por um receptor de radiofrequência, ou ativa, munida de bateria, recebendo e enviando informações. Entre os benefícios da tecnologia RFID estão: Agilidade (processamento em tempo real); Simplicidade e portabilidade; Redução de tempo de separação de pedidos; Aumento da produtividade; Localização e otimização de espaço; Automação. Sistemas de gestão empresarial ERP (Enterprise Resource Planning) O ERP é um sistema de gestão empresarial que centraliza outros sistemas de informações setoriais em formato de módulos, que podem ser acrescentados ou retirados, dependendo da necessidade da organização. Busca integrar e automatizar os inúmeros dados de diversos departamentos e, com isso, aumentar a produtividade e o controle geral sobre as operações da empresa. CRM (Customer Relationship Management) O CRM é um sistema de relacionamento com o cliente e não é, a princípio, utilizado no canal de marketing, mas sua integração com o sistema de ERP da organização contribui para um melhor atendimento do cliente. Com a integração, é possível desenvolver ofertas customizadas, identificar se o produto desejado pelo cliente se encontra em estoque, lembrar sua data de aniversário, identificar qual o melhor serviço de pós-venda para cada cliente, entre outras possibilidades. Sistemas de gestão logística WMS (Warehouse Management System) O WMS é um sistema de gerenciamento de armazéns que controla toda atividade ligada à distribuição logística, como movimentação, guarda, endereçamento, separação do produto dentro do armazém. O objetivo é estocar e encontrar um produto no menor tempo possível, além de possuir informações exatas do produto, como quantidade em estoque, localização, data de entrada etc. TMS (Transportation Management System) O TMS é um sistema de gerenciamento de transportes que possibilita uma melhoria na qualidade e agilidade de todo o processo de distribuição. Como os outros sistemas, pode trabalhar de forma isolada ou integrada. Comumente utiliza tecnologia de geolocalização e possibilita o gerenciamento de itinerários, pontos de parada, escalas, turnos, tempo de viagem, horário de parada, transportes utilizados, tipo de frota, capacidade do veículo, entre outros. EDI (Electronic Data Interchange) O EDI é a troca eletrônica de documentos. Seu principal objetivo é diminuir a troca de papéis entre as organizações, além de agilizar o recebimento e processamento das informações. VMI (Vendor Managed Inventory) O VMI é um sistema que permite que o fornecedor gerencie o inventário (estoque) do cliente. Seu objetivo é a reposição contínua dos produtos de forma automatizada. O sistema gera um pedido para o fornecedor sem a necessidade de intervenção humana por parte do cliente. Falta pouco para atingir seus objetivos.Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Qual opção a seguir não é considerada um benefício do código de barras? A Redução da mão de obra Parabéns! A alternativa D está correta. O código de barras possui grande vantagem perante as outras tecnologias disponíveis por ser confiável, versátil e principalmente por reduzir os custos de operação. Questão 2 É um sistema de gerenciamento de transportes que possibilita uma melhoria na qualidade e agilidade de todo o processo de distribuição. Como os outros sistemas, pode trabalhar de forma isolada ou integrada. Normalmente utiliza tecnologia de geolocalização. Estamos falando sobre qual sistema? B Redução de processos manuais C Redução de erros humanos D Redução da produtividade E Redução de custos operacionais A EDI (Electronic Data Interchange) B WMS (Warehouse Management System) C TMS (Transportation Management System) D VMI (Vendor Managed Inventory) Parabéns! A alternativa C está correta. O TMS é um sistema de gerenciamento de transportes que possibilita o gerenciamento de itinerários, pontos de parada, escalas, turnos, tempo de viagem, horário de parada, transportes utilizados, tipo de frota, capacidade do veículo, entre outros. Considerações finais Neste conteúdo, conhecemos o papel dos canais de marketing, discutimos as decisões de projetos de gerenciamento de canal e compreendemos a integração de sistemas do canal de marketing. As decisões de canal de marketing estão entre as decisões estratégicas mais complexas de uma organização, pois envolvem outras empresas atuantes no mercado. Por isso, devemos ter em mente que a integração dos sistemas que conhecemos traz para o fornecedor, o produtor, os intermediários do canal, o consumidor, enfim, para todo o mercado o melhor resultado em termos de preço justo, custo, logística e receita. Podcast Agora, o professor Jorge Fernandes encerra o tema falando sobre a gestão integrada de canais de marketing. E GPS (Global Positioning System) Explore + No Brasil, existe a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD). O site dessa associação possui extensa informação sobre o setor. Pesquise sobre o assunto! Recomendamos também os seguintes livros: ROCCATO, P. L. O Grande Livro de Canais de Vendas. São Paulo: Portal do Canal, 2017. STERN, L. Canais de Marketing. São Paulo: Pearson, 2011. Referências KOTLER, P. Administração de Marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2012. KOTLER, P. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. ROCHA, A. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 2012. STERN, L. Canais de Marketing. São Paulo: Pearson, 2011. STIGERT, A. Estratégias de distribuição e gestão de canais. Rio de Janeiro: FGV, 2018. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF() Comunicação Integrada de Marketing Prof.ª Dr.ª Aline dos Santos Barbosa, Prof. Lucas Baesso Descrição Desenvolvimento de uma comunicação eficaz, seleção e integração dos canais de comunicação, mix de comunicação e processo de comunicação integrada de marketing. Propósito Compreender múltiplas faces da comunicação integrada de marketing para saber quais mídias e peças escolher para determinado público- alvo, além de construir meios de potencializar a comunicação de marcas aos clientes. Objetivos Módulo 1 Princípios da comunicação integrada de marketing Reconhecer os princípios de uma comunicação integrada de marketing eficaz. Módulo 2 Ferramentas da comunicação integrada de marketing Identificar as melhores ferramentas de comunicação integrada de marketing. Módulo 3 Estruturas da comunicação integrada de marketing Identificar o gerenciamento das principais estruturas de comunicação integrada de marketing. Introdução Tente se lembrar da última vez que você viu uma propaganda que chamou sua atenção. Ela pode ter sido divulgada na TV, no rádio ou, ainda, nos meios digitais (celular, internet). Talvez a mensagem pretendesse vender apenas um produto, utilizasse o humor, uma música empolgante ou pedisse sua contribuição para uma causa importante. Se você conseguiu se lembrar, ou melhor, se você sentiu alguma emoção (felicidade, paz, raiva, indignação, entre outras), essa comunicação falou com você de forma pessoal, como se fosse um conselho de um amigo. Se essa mensagem gerou um comportamento em você (como a intenção de compra, por exemplo), muito provavelmente ela foi pensada para você, ou seja, você era o público-alvo da mensagem. Atualmente, mediante os mais diversos meios, sejam eles tradicionais ou digitais, cada vez mais empresas, produtos, profissionais liberais, artistas (e todos aqueles que querem ser vistos e lembrados pela mídia) precisaram pensar na mensagem, no conteúdo, nos canais e, principalmente, no público-alvo que pretendia atingir. Isso faz parte das estratégias de comunicação de marketing e, portanto, vamos aprender esse processo. 1 - Princípios da comunicação integrada de marketing Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os princípios de uma comunicação integrada de marketing eficaz. Ligando os pontos Você é capaz de reconhecer os princípios de uma comunicação integrada de marketing eficaz? Saberia recomendar estratégias para posicionar uma marca na mente do consumidor? Para entendermos esse conceito na prática, vamos analisar o case da empresa Cacau Show. A história de sucesso da Cacau Show não se resume apenas à qualidade de seus produtos, mas também à sua habilidade em aplicar estratégias de marketing inovadoras, especialmente no âmbito do marketing sensorial e do marketing de influência. Fundada por Alexandre Costa, a empresa é um exemplo de como transformar desafios em oportunidades. Em um episódio emblemático, quando confrontado com a falta de fornecedores para cumprir as entregas de Páscoa, Alexandre assumiu pessoalmente a produção dos ovos. Essa ação não apenas garantiu as entregas, mas também marcou o início de uma jornada de empreendedorismo e inovação para a Cacau Show. Essa capacidade de identificar lacunas no mercado foi fundamental para o crescimento da empresa. Alexandre percebeu um espaço pouco explorado entre os grandes produtores de chocolate industrializado e os artesanais de alta qualidade. Foi nesse nicho que a Cacau Show encontrou sua oportunidade, oferecendo chocolates quase artesanais a preços acessíveis, atraindo assim uma ampla base de consumidores. Além da qualidade dos produtos, as estratégias de marketing sensorial desempenharam um papel fundamental no sucesso da empresa. Ao criar experiências únicas e memoráveis para os clientes, a Cacau Show busca estimular os sentidos e criar uma conexão emocional com a marca. Por exemplo, a empresa investe na aromatização dos ambientes das lojas, utilizando fragrâncias de chocolate que despertam o paladar dos clientes e os transportam para o universo dos chocolates finos. Outra iniciativa marcante da Cacau Show é o programa Embaixadores Cacau Lovers. Por meio desse programa, a empresa recruta clientes apaixonados pela marca para se tornarem influenciadores nas mídias sociais. Esses embaixadores compartilham suas experiências positivas com os produtos da Cacau Show, recomendando-os a amigos e seguidores e ampliando assim o alcance da marca de forma autêntica e orgânica. Além disso, a Cacau Show investe em estratégias de marketing auditivo, como a criação da Rádio Cacau Show. Essa iniciativa visa estabelecer uma conexão emocional com os clientes por meio da música, selecionada estrategicamente para complementar a experiência sensorial nas lojas e reforçar a identidade da marca. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Como você sabe, a Cacau Show faz um trabalho exemplar em seu marketing. Além de conteúdos nas mídias sociais,o Ford T, poderia ser comprado “em qualquer cor desde que fosse preto”, ele estava afirmando que o seu produto seria adquirido nas condições estabelecidas pela fábrica e não nas condições estabelecidas pelos seus compradores. O produto era definido como o concentrador da força na relação entre a empresa e o consumidor – ele se vendia por si só e, no caso de não atender plenamente às necessidades dos consumidores, ainda assim não haveria concorrência em nível suficiente para fazer com que houvesse oferta não consumida (produtos encalhados no estoque). Portanto, era o fornecedor quem determinava o que seria vendido. Exemplo Apesar de o exemplo dado ser do início do século XX, isso não significa que essa situação não possa ser uma realidade atualmente. Se um produto não tem concorrentes no mercado (e isso geralmente ocorre quando ele é muito inovador), a empresa fabricante pode colocá-lo à venda na condição que lhe for mais conveniente. MARKETING 3.0 MARKETING 4.0 Quando a Samsung lançou o aparelho Samsung Voicer, que ligava para seus contatos apenas com o comando de voz do seu dono, ou quando a Apple lançou o iPhone X, que efetuava o desbloqueio do aparelho identificando a face do seu dono, ambas as empresas colocaram nesses produtos preços muito acima aos dos outros das suas linhas (e dos concorrentes), pois elas é que estavam ditando as regras e condições de venda para o mercado desses produtos. Preço de lançamento do Iphone X em comparação com o de seu antecessor, o iPhone 8. Em geral, eles são vendidos sem facilidades de ofertas, financiamentos ou linhas de créditos, e o cliente tem que se adaptar a essas condições. Exemplo Remédios inovadores também são um bom exemplo. Em meados de 2020, os laboratórios farmacêuticos travavam uma corrida sem precedentes contra o tempo para lançar um medicamento para o combate ao coronavírus (Sars-cov- 2). Independentemente da responsabilidade humanitária que envolvia a cessão das patentes do medicamento a ser desenvolvido, podemos ter absoluta certeza de que as condições financeiras as quais rodeavam a negociação seriam muito mais favoráveis ao laboratório criador do que ao mercado (que precisava urgentemente de um remédio para cessar a pandemia mundial que assolava o planeta). Marketing 2.0 - Marketing centrado no consumidor Quando a tecnologia de base microeletrônica se desenvolveu a ponto de transformar o microcomputador em um instrumento casual e popular na casa (e, posteriormente, nas mãos) de quase todas as pessoas no planeta, auxiliada pelo trânsito de informações que a internet propiciou, o mercado mundial tomou nova forma. Internet A internet foi uma ferramenta criada para manter a comunicação nos Estados Unidos, no caso de uma guerra nuclear. A tecnologia proporcionou um salto de produtividade imenso – produzia-se mais com muito menos. Fabricantes tinham acesso a uma diversidade de novos fornecedores de matéria- prima e maquinário. A população mundial com capacidade de consumo não cresceu na mesma proporção que a oferta de produtos, e a indústria passou a se acostumar com a ideia de não conseguir vender todos os seus produtos fabricados. Estoques de produtos acabados, prontos para a venda, passaram a figurar nos armazéns, e carros prontos para a entrega aguardavam nos pátios de seus fabricantes por meses até que fossem efetivamente vendidos (quando eram). A exigência do consumidor por produtos mais adequados aos seus desejos e às suas necessidades foi tomando protagonismo. As mais diversas gamas de produtos para atender às variadas necessidades foram incorporadas aos leques de bens fabricados. Um consumidor, com conhecimento preciso sobre o que o mercado poderia ofertar e ávido por ter suas necessidades plenamente atendidas, figurava como o “rei” que precisava ser satisfeito. Essa abordagem, alimentada pela competição acirrada entre empresas que não poderiam perder sua fatia do mercado, proporcionou uma avalanche de produtos no mercado, direcionados a atender à mais ampla gama possível de necessidades, ocasionando curtíssimos ciclos de vida do produto (produtos quase descartáveis, os quais não eram mais fabricados apenas meses após seus lançamentos). O consumismo decorrente desse cenário levou a uma série de problemas globais. O consumo desnecessário causou um excedente de lixo global que o planeta simplesmente não pode tolerar – os produtos foram sempre projetados com foco na viabilidade de produção e não na utilidade futura dos resíduos remanescentes de sua produção ou do seu descarte ao final de sua vida útil (cada vez mais curta). A produção era viabilizada por um consumo descontrolado de energia, independentemente da origem. A guerra por competitividade e, consequentemente, os baixos preços de produção levaram as empresas a buscarem a instalação de fábricas em países onde havia mão de obra barata (favorecida por uma relação cambial vantajosa), com garantias trabalhistas mínimas e com fiscalização precária. Isso gerou desemprego nos países de origem das empresas e um crescente questionamento social sobre a participação das empresas na sociedade. Em um mundo no qual a informação dá a volta ao globo muito mais rápido do que ele gira em torno de si mesmo, os alertas começaram a chegar: Populações inteiras no Oriente e na Ásia estavam sendo exploradas, para que um seleto grupo no extremo oposto do mundo pudesse ter acesso a produtos baratos. Diversos ecossistemas no planeta estavam desaparecendo em decorrência do despejo de uma quantidade imensa de lixo e dejetos de produção neles lançados não demoraram para aparecer. Oceanos cheios de plásticos, a ponto de criar “ilhas oceânicas” de dejetos e fauna marinha morta por ingestão desse material chamaram a atenção (e a ira) de diversos setores da sociedade. Percebeu-se que a mesma ferramenta a qual facilitava o acesso a informações de consumo, também propiciava a organização de grupos ativistas em prol de uma causa. Assim, foi-se difundindo no mercado a importância das causas e dos valores a serem observados na relação de consumo – empresas que não forneciam seus produtos em embalagens recicláveis passaram a ser preteridas em função de outras que o faziam. Produtos que não poderiam ser reciclados ao final de sua vida útil já não eram mais tão procurados. Empresas que optavam por utilizar recursos sustentáveis e se relacionavam de forma ética com as populações locais, as quais proviam tais matérias-primas para sua produção, passaram a ser preferidas pelos consumidores. Os valores e princípios éticos e sociais passaram a importar para os consumidores – não bastava apenas atender às suas necessidades com produtos baratos e bonitos, era preciso que a empresa demonstrasse que se importava com as preocupações sociais dos seus consumidores. Marketing 3.0 – Marketing centrado nos valores Diversas empresas entenderam que os consumidores precisavam ver na imagem da organização um reflexo dos valores que eles cultivavam. O consumo não já não satisfazia por si só – ele precisava trazer junto a consciência de que o cliente estava ajudando, com a sua compra, o planeta e a sociedade. Exemplo Várias empresas passaram a atrelar à sua imagem ações com as quais estavam engajadas para aproximar e manter seus clientes. No Brasil, uma das primeiras a divulgar amplamente suas ações de sustentabilidade foi a Natura, que associa seus produtos a uma produção consciente. Atualmente, empresas fornecedoras de alimentos promovem o uso de produtos cultivados de forma orgânica, sem a utilização de implementos agroquímicos (popularmente conhecidos como agrotóxicos) ou produtos transgênicos (geneticamente modificados), provindos de propriedades familiares e comprados delas por um preço justo. Do mesmo modo, empresas de cosméticos asseguram que não efetuam testes de seus produtos em animais, utilizando-se de certificações, tais como as da Cruelty Free e da Thea empresa aposta em aromas, músicas e disposição dos produtos nas lojas para sensibilizar os cinco sentidos do cliente. Na sua opinião, essa é uma estratégia para atingir qual objetivo de comunicação? A Promover maior conscientização da marca. B Mudar a atitude do cliente em relação à marca. Parabéns! A alternativa D está correta. As iniciativas listadas podem ser entendidas como elementos de marketing sensorial. O marketing sensorial está intimamente ligado ao aumento da capacidade de induzir o consumidor à decisão de compra. Por exemplo, a disposição dos produtos em uma gôndola, ou até mesmo um cheiro ou música específicos, podem fazer o cliente decidir por levar um ou mais chocolates. Questão 2 A Cacau Show aposta em diversas iniciativas e estratégias de marketing, e uma delas se utiliza dos seus próprios clientes. Para você, de que forma a autenticidade das recomendações dos Embaixadores Cacau Lovers contribui para a confiança dos consumidores na marca? Parabéns! A alternativa D está correta. O programa Embaixadores Cacau Lovers traz pessoas comuns para serem influenciadoras da marca por meio das mídias sociais. Essa iniciativa busca promover maior atratividade à marca com base em um canal social: os influenciadores realizam o boca a boca on-line com seus amigos, vizinhos e familiares. A autenticidade das recomendações dos Embaixadores Cacau Lovers contribui para a confiança dos consumidores na marca ao criar uma narrativa genuína e envolvente em torno dela. Essas recomendações são C Melhorar a identificação de seu público-alvo. D Promover maior intenção de compra. E Identificar a necessidade de novas categorias de produtos. A Criando uma conexão emocional superficial com os consumidores. B Reforçando apenas a qualidade dos produtos oferecidos pela marca. C Oferecendo descontos exclusivos apenas para membros do programa. D Gerando uma narrativa genuína e envolvente em torno da marca. E Utilizando técnicas de marketing agressivas para promover os produtos. percebidas como mais autênticas e confiáveis, o que fortalece a relação entre os consumidores e a marca. Questão 3 Como consultor de marketing da Cacau Show, você foi designado para desenvolver uma estratégia de comunicação para promover uma nova linha de produtos da empresa. Descreva quais seriam seus principais objetivos de comunicação e como você escolheria os canais adequados para alcançar seu público-alvo. Digite sua resposta aqui Chave de resposta Os principais objetivos de comunicação podem incluir aumentar o conhecimento da nova linha de produtos, destacar seus diferenciais de qualidade e atrair a atenção do público-alvo para gerar vendas. Para escolher os canais adequados, o consultor pode considerar o perfil demográfico e comportamental do público-alvo, optando por canais como mídias sociais, anúncios on-line, e-mail marketing e parcerias com influenciadores digitais que alcancem esse público de maneira eficaz. Público-alvo e objetivos A comunicação de marketing é a maneira que as empresas buscam para informar, persuadir e lembrar seus consumidores, seja direta ou indiretamente, acerca dos seus produtos, serviços e suas marcas. Ela pode ser entendida como a voz da empresa e de suas marcas, que estabelecem um diálogo e a construção de relacionamentos com seus consumidores. A comunicação de marketing contribui também com os consumidores ao revelar como, por que, por quem, quando e onde um produto é usado. Dessa forma, os consumidores são informados sobre quem o fabrica e o que a empresa representa. Além disso, eles podem ser incentivados a experimentar ou usar determinado produto ou serviço. A comunicação de marketing permite que as empresas conectem suas marcas com pessoas, lugares, experiências, sensações e objetos. Atenção! Ao conseguir posicionar a marca na mente do consumidor, a comunicação de marketing pode contribuir para impulsionar as vendas e aumentar seu valor aos acionistas. Identificação do público-alvo (target) Para comunicarmos de forma eficaz a determinado público, é preciso conhecer e extrair o máximo possível de informações a respeito desses possíveis consumidores, ou seja, ter um público-alvo bem definido para que a mensagem anunciada obtenha melhores resultados e promova intenção de compra, reconhecimento de marca, atitudes do consumidor, entre outros – de acordo com os objetivos de comunicação. Em meio a uma infinidade de mídias e veículos de comunicação, é necessário saber o que dizer e como dizer, quando, onde e para quem comunicar. Uma das formas de traçar o perfil do consumidor é por meio de análise de sua fidelidade com a marca ou o produto. Podemos fazer as perguntas: Cada uma dessas respostas exigirá uma estratégia de comunicação diferente. Além disso, pode-se conduzir uma análise da imagem de marca, traçando um perfil do público-alvo de acordo com conhecimento e envolvimento com determinada marca. Este consumidor é novo ou já é um usuário frequente do produto? Ele é fiel à marca ou é alguém que sempre muda de opinião? É um consumidor assíduo ou esporádico - que compra somente às vezes? Está ligado aos apelos da marca ou compra apenas em promoções? Determinação dos objetivos de comunicação Podemos destacar quatro objetivos possíveis: É a capacidade de tornar necessária determinada categoria de produtos ou serviços a um consumidor, com objetivo de satisfazer seu estado emocional. Exemplo: uma nova categoria de carros elétricos, que fosse novidade no mercado, começaria com o objetivo de comunicação que promovesse a necessidade de categoria. É a capacidade de proporcionar que o consumidor reconheça ou se lembre de determinada marca em uma categoria de produtos, com informações suficientes para que efetue a compra. É mais fácil reconhecer do que lembrar de uma marca. Exemplo: em um supermercado, por meio de uma cor ou embalagem, é fácil reconhecer uma marca vermelha de determinado refrigerante, por exemplo, do que se lembrar de uma marca de carne congelada. É a capacidade do consumidor de avaliar se uma marca é importante e apta a solucionar determinada necessidade ou um desejo. Uma marca pode ser orientada negativamente (eliminação ou fuga de problemas, satisfação incompleta) ou orientada de maneira positiva (gratificação sensorial, estímulo intelectual ou até mesmo aprovação social). Exemplo: os produtos de limpeza quase sempre utilizam a fórmula de resolução de problemas, produtos da área de alimentação utilizam apelo sensorial, tendo como sugestão o apelo ao apetite. É a capacidade de induzir o consumidor à decisão de compra ou, ainda, ter atitude relacionada à compra. Exemplo: ofertas distribuídas no ponto de venda, como gôndolas de supermercado, que oferecem compra casada “Leve três, pague dois”, trazem um benefício perceptível ao consumidor, que se sente motivado a comprar. Mas isso pode depender da exposição desse cliente ao anúncio, neste caso, ele deveria estar visitando o supermercado. Em outras situações, Necessidade da categoria Conscientização de marca Atitude em relação à marca Intenção de compra quando os consumidores não estão expostos a esses anúncios, as chances de possuir intenção de compra diminuem. Agora, vamos aprender um pouco mais sobre comunicação entre a empresa e seu público. Estudo de caso - GE Smart Grid Neste vídeo, você verá um estudo de caso que mostra como a empresa pode conversar com seu público-alvo. Elaboração e estratégia Elaboração da comunicação No processo de elaboração da comunicação de marketing para determinado público-alvo, são consideradas 3 fases, que pretendem solucionar problemas de comunicação. São elas: Estratégia da mensagem Neste ponto, os profissionais de marketing, ou a gerência, devem se preocupar com apelos, temas, motes e ideias que se conectem ao consumidor por meio de um posicionamento da marca. Com isso, é possível descobrir pontos de similaridade e de diferença. Alguns desses pontospodem estar ligados diretamente ao desempenho do produto ou serviço (qualidade, economia, valor Estratégia da mensagem O que dizer. Estratégia criativa Como dizer. Fonte da mensagem A quem dizer. de marca). Já outros pontos podem estar relacionados a parâmetros externos ao produto, como popularidade, contemporaneidade ou tradição da marca. Os consumidores se dividem segundo quatro tipos de recompensa esperados na compra de produtos ou serviços. São eles: Satisfação racional Satisfação sensorial Satisfação social Satisfação do ego Além disso, os consumidores podem entender essas experiências como: Experiência do “resultado de uso” Experiência do “produto de uso” Experiência do “incidental ao uso” Ao cruzarmos os quatro tipos de recompensa com os três tipos de experiência, temos 12 tipos de mensagem. Exemplo O apelo “Deixa sua cozinha mais limpa” é uma promessa de recompensa racional e de uma experiência de “resultado do uso”. O texto “Marcante no começo, suave no final” de uma marca de cerveja, é uma promessa de recompensa sensorial ligada à experiência de “produto em uso”. Estratégia criativa A eficácia da comunicação depende de como a mensagem é expressa e também do conteúdo da mensagem em si. Imagine que você tenha optado por divulgar uma mensagem, porém ela não tenha sido transmitida aos meios de comunicação que seu público consome. Ou ainda, a mensagem que você pensou ser criativa acabou sendo uma ofensa ao seu público-alvo. Nas duas situações, você não conseguiu seus objetivos de comunicação. Atenção! As estratégias criativas podem fazer a diferença se utilizadas da maneira correta, visto que elas definem como os profissionais de Marketing traduzem suas mensagens em uma comunicação específica. As mensagens criativas podem ser classificadas de forma abrangente, como estratégias que envolvem apelos informativos ou transformacionais.. Apelos informativos São apelos que têm como ponto de partida os benefícios e características de um bem ou serviço. Veja a seguir alguns exemplos de anúncios e seus respectivos focos: Resolução de problemas (“Dor de cabeça? Tomou Doril, a dor sumiu.”); Demonstração de produto (“Dove é diferente, ele contém ¼ de creme hidratante, porque uma hidratação diária é o segredo para uma pele radiante”); Comparação de produtos (“Habib’s inova enquanto os concorrentes ficam na mesmice”), e testemunhais de pessoas comuns ou artistas famosos (“Sky, a gente se diverte junto – Gisele Bündchen”). Os processos informativos exigem um desenvolvimento extremamente racional por parte dos consumidores. De acordo com os pesquisadores Carl Hovland e Lumsdaine (2017), os argumentos utilizados em uma propaganda podem surtir efeitos diferentes na percepção do público-alvo que receberá a mensagem. Segundo eles, em uma propaganda, existem: Apelos unilaterais Aquelas mensagens que evidenciam apenas características positivas de um produto. Ao apresentar o argumento mais forte inicialmente, despertam a atenção e o interesse dos consumidores, sendo ideal para o público que não presta atenção na mensagem inteira. Apelos bilaterais As mensagens que trazem tanto argumentos positivos quanto negativos em uma mensagem de propaganda. São mais eficazes com públicos mais instruídos e com aqueles que apresentam maior resistência inicial. Seria razoável pensarmos que a propaganda que apenas elogie o produto seja aquela mais querida ou valorizada pelo consumidor. Porém, segundo Hovland, as mensagens bilaterais podem ser mais adequadas, principalmente quando existem associações negativas, que precisam ser superadas, presentes no produto ou na marca. Exemplo A Domino’s, tomou uma medida arriscada, porém necessária, ao admitir que tinha problemas referente aos sabores de suas pizzas em sua comunicação. Apelos transformacionais Diferentes dos apelos informativos, os apelos transformacionais baseiam-se em um benefício ou revelam uma imagem que não tem relação direta com o produto, estimulando as emoções dos consumidores. Ou seja, os apelos transformacionais não pretendem fazer uma análise do produto ou informar exatamente suas vantagens, mas emocionar, divertir, despertar amor ou até mesmo o medo ou culpa, promovendo determinado comportamento no consumidor. Os apelos transformacionais podem descrever o tipo de pessoa que utiliza a marca ou o tipo de experiência que resulta da marca. Exemplo Assista ao comercial “Coisa de Jovem” da marca Asepxia, que apresenta jovens se divertindo para vender um sabonete contra cravos e espinhas. Esses e muitos outros exemplos de apelos transformacionais tentam estimular as emoções, para resultar em intenção de compra. Alguns profissionais de Marketing e comunicadores trabalham com emoções negativas, como medo, culpa e vergonha para induzir o público-alvo a tomar uma atitude, como escovar os dentes, fazer exames periódicos, doar sangue, usar camisinha, entre outras, ou deixar de fazer algo, como parar de beber, fumar ou comer demais. De outra maneira, utilizar atributos e emoções positivas podem ser bem-vindo, como apelos emocionais que evocam humor, amor, orgulho e alegria. Para isso, muitos comunicadores utilizam recursos emprestados, recrutando para os comerciais animais de estimação, bebês fofinhos, apelos sexuais ou, ainda, músicas e personagens famosos. Exemplo O comercial das Havaianas, que utiliza alguns desses atributos, com o ator Cauã Reymond e o cachorro Bolota. Devido à grande competição entre as mídias e, principalmente, à competição pela atenção dos consumidores, tais recursos são mais que bem-vindos e necessários. Por outro lado, tais recursos podem ter “sucesso demais” em sua utilização, fazendo com que o público-alvo se lembre do artista que participou do comercial, mas esqueça de que marca foi anunciada, por exemplo. Com isso, torna-se um desafio descobrir como comunicar e abordar os consumidores nesse ambiente supercompetitivo. Até mesmo comerciais de apelo criativo como, por exemplo, os “pôneis malditos” da Nissan (marca de veículos), fizeram sucesso ao mostrar que o motor de uma pick-up, que atolava em um lamaçal, estava cheio de pôneis que giravam as engrenagens do motor. No entanto, mesmo abordagens criativas devem manter a adequada perspectiva do consumidor. Nesse caso, o comercial foi investigado pelo CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), por fazer associação de figuras infantis – no caso os pôneis em um desenho animado – com a palavra “malditos”. A criatividade e magia existentes nas propagandas sempre marcaram presença nas mídias e na lembrança dos consumidores. Os exemplos que mencionamos servem para mostrar a diversidade de opções que os comunicadores podem trabalhar em suas campanhas. Para cada mídia existem abordagens diferentes que precisam ser ressaltadas. Por exemplo, no jornal, é importante prestar atenção em elementos gráficos, títulos, fotos, textos e diagramação, já que os receptores deste veículo de comunicação estão, teoricamente, com mais tempo e disposição para ler e receber o conteúdo. Para uma mensagem de propaganda na rádio, é necessário rapidez, eloquência na voz e estilos de locução, de acordo com a abordagem. Outros meios, como os digitais, necessitam apresentar audiovisual convincente, fontes adequadas, personagens e imagens com apelos verbais e não verbais capazes de interagir com o receptor, geralmente com chamadas para ação (call to action), que podem ser: deixar um e-mail, entrar nas redes sociais, assistir a um vídeo até o final, ou baixar um jogo para celular. Fonte da mensagem Utilizar artistas famosos, modelos atraentes ou fontes que estão em evidência é um recurso muito usado, que promove mais atenção e interesse do consumidor, gerando maior lembrança e aderência da mensagem anunciada. Tais atores ou celebridades devem ter credibilidade, além de personificar os atributos presentes na marca ou produto. Por exemplo, Camila Coelho (digitalinfluencer da área de maquiagem para mulheres) é chamada para fazer anúncios e “publiposts” nas redes sociais relacionados ao seu nicho. Da mesma forma, Rodrigo Hilbert (modelo e cozinheiro), assina produtos e marcas relacionados aos seus assuntos. Essas e outras fontes (ou interlocutores), que se propõem a propagar uma mensagem, são valorizadas realmente por meio de sua credibilidade (credibilidade da fonte). Podemos elencar três fontes de credibilidade identificadas com maior frequência: Domínio do assunto O domínio do assunto é a liberdade e o conhecimento que o comunicador tem, além de possuir argumentos convincentes para gerar autoridade em seu assunto específico. Confiabilidade A confiabilidade diz respeito ao fato do comunicador ser honesto e objetivo em sua postura. Se tivermos proximidade e considerarmos a pessoa como se fosse um de nossos amigos, daremos mais crédito a ela, já que temos resistência ou ceticismo em relação a vendedores declarados. Atratividade A atratividade diz respeito à simpatia da fonte. Temos esses comunicadores como pessoas sinceras e dignas. Geralmente possuem bom humor e naturalidade para falar sobre determinado assunto, despertando nossa atratividade por elas. A fonte que mais se destacar entre estes três itens será a que iremos considerar como fonte de maior credibilidade. Curiosidade Os anunciantes das indústrias farmacêuticas e outras relacionadas à Saúde utilizam o recurso de contratar médicos, dentistas, entre outros profissionais de Saúde que confirmem e atestem a qualidade de determinado remédio, produto ou até mesmo para anunciar um creme dental “feito para dentes sensíveis”. Outros produtos e marcas também se beneficiam da utilização de fontes de alta credibilidade, mesmo que não tenham uma relação direta com o produto, como por exemplo o Grill redutor de gorduras, assinado por George Foreman. Nesse processo de vincular uma fonte a uma marca ou um produto, podem acontecer situações curiosas. Se uma pessoa tem uma atitude positiva em relação a um artista (fonte) e a uma mensagem, ou uma atitude negativa para as duas coisas, dizemos que existe um estado de congruência. Mas o que acontece se uma celebridade, por quem o público tenha simpatia, elogiar uma marca que a pessoa não gosta? Os cientistas Charles Osgood e Percy Tannenbaum (1955) ressaltam que uma mudança de atitude ocorrerá, aumentando o grau de congruência entre as duas avaliações. O consumidor passará a gostar e simpatizar mais com a marca ou gostar um pouco menos da celebridade. Por esse princípio da congruência, os comunicadores podem usar sua boa aceitação e imagem para diminuir impressões negativas que determinada marca possua. No entanto, pode ocorrer perda da estima do público nesse processo. Canais de comunicação Seleção dos canais de comunicação Atualmente, escolher os canais mais eficientes para determinado objetivo de comunicação tem sido cada vez mais difícil, já que o número de opções e diferenças entre eles são grandes, mostrando-se, muitas vezes, mais fragmentados e congestionados. Podemos dividir os canais de comunicação em pessoais e não pessoais, além de existirem a divisão deles em diversos subcanais. Canais de comunicação pessoais Este tipo de canal tem abordagem mais direta e, por meio da pessoalidade, traz benefícios, já que envolve duas ou mais pessoas que se comunicam diretamente (ou com plateia) por telefone, correio ou e-mail, por exemplo. Uma das vantagens do canal de comunicação pessoal está em individualizar a apresentação e ter um feedback exclusivo para cada situação. Isso inclui o marketing direto e interativo, vendas pessoais e comunicação boca a boca. Dentro desse assunto, outra distinção que pode ser feita é entre os seguintes canais: Defensores São aqueles em que fazem parte os vendedores ou equipe de vendas, que entram em contato com os clientes em determinado mercado-alvo. Especializados São constituídos de especialistas independentes que apresentam seus apelos de vendas aos compradores- alvo. Sociais São aqueles em que estão presentes os amigos, vizinhos, familiares, colegas de trabalho e todos que podem falar e abordar possíveis compradores-alvo. Você já ouviu falar em comunicação boca a boca? O poder da comunicação boca a boca é tema de diversas pesquisas. Uma, entre elas, promovida pelas consultorias Burson-Marsteller e Roper Starch Worldwide (2001), descobriu que: A comunicação boca a boca pode influenciar na intenção de compra de pelo menos duas outras pessoas. No entanto, quando falamos do boca a boca no ambiente on-line, onde existem muitas avaliações de produtos e serviços, esse número salta para oito pessoas influenciadas, em média. Um agravante disso tudo é que as boas notícias são rápidas em comunicar, porém as notícias ruins sobre determinado produto ou serviço correm ainda mais depressa. Além disso, cada vez mais as empresas buscam mídia espontânea, ou seja, aquelas que surgem sem investimento direto, como menções em blogs, avaliações de locais em ambientes virtualmente visíveis a todos, como o Google Local Guide, Google Maps entre outros. Essas mídias espontâneas podem surgir como resultado de determinadas ações pagas, como comerciais de TV, ou até mesmo patrocínio e merchandising em outras mídias. Essa influência pessoal apresenta papel importante em dois momentos: 1. No caso de anúncios de produtos caros ou que demandem experiência ou riscos ao usuário, visto que são comprados com menor frequência; 2. Quando o produto sugere algo sobre o status ou gosto do usuário, ou seja, as pessoas valorizam recomendações de profissionais e entendidos no assunto, como médicos, advogados, arquitetos, decoradores, contadores, consultores financeiros, entre outros. Assim, se nos sentirmos seguros em suas avaliações, não pensaremos duas vezes em considerar a compra. Até mesmo o marketing B2B (business to business), ou marketing empresarial, pode se beneficiar com isso, criando forte interesse em construir fontes de referência. Canais de comunicação não pessoais Os canais não pessoais incluem uma extensa gama de opções em mídia, já que as mensagens são direcionadas para mais de uma pessoa e, em alguns casos, milhares e até milhões de pessoas. Entre as opções, estão presentes as diversas mídias on-line e off-line, eventos, relações públicas, entre outras. Atualmente, o maior crescimento dos canais não pessoais está no âmbito das experiências e eventos. Os profissionais especialistas em marketing de eventos têm cada vez mais inovado e trazido outras opções, como museus de arte, zoológicos, espetáculos de patinação, circo, entre outras, trazendo novas opções aos recorrentes eventos esportivos, bem comuns nesse segmento. Com isso, várias ações de patrocínio têm se reinventado, como foi o caso das lives pelo movimento #fiqueemcasa, em 2020, transmitidas pelos canais de diversos artistas no YouTube. Além das marcas parceiras dos artistas que são divulgadas, em forma de patrocínio, existem também mecânicas de arrecadação de dinheiro para instituições de caridade por meio de apps que reconhecem QR code nas telas. Sendo físico ou on-line, os eventos conseguem atrair a atenção de grandes públicos, embora sua conscientização em longo prazo ou preferência de marca possam sofrer variações consideráveis, dependendo do sucesso e repercussão do evento em si, da qualidade do produto anunciada e de como o evento seja realizado. Os meios de comunicação de massa podem ser estímulo importante para a comunicação pessoal, mesmo que, geralmente, a comunicação pessoal seja mais eficaz. Pode-se dizer que a comunicação de massa afeta atitudes e comportamentos individuais por meio de um processo de comunicação em duas etapas. Nesse processo, primeiramente, as mensagens fluem dos meios de massa para os formadores de opinião e destes para os grupos menos envolvidos da população. Ou seja, os formadores de opinião atuam como mediadores entreos meios de comunicação de massa e a população. O fluxo de duas etapas contesta a ideia de que os estilos de consumo sejam influenciados por um efeito gradual (gotejamento descendente ou ascendente) dos meios de comunicação de massa. A comunicação de duas etapas propõe que os comunicadores de massa direcionem mensagens diretamente aos formadores de opinião e depois deixem que estes as levem para outros consumidores. Estabelecimento do orçamento total de comunicação de marketing Uma das grandes dúvidas entre as decisões de marketing é definir quanto será investido em comunicação. Esse investimento pode variar muito entre ambientes, empresas e setores. Comentário Segundo especialistas, os gastos podem variar de 40 a 50 por cento das vendas no setor de cosméticos, por exemplo, mais de 5 a 10 por cento no setor de equipamentos industriais. Porém, às vezes, podem ocorrer diferentes propostas dentro do mesmo setor – uns gastam mais, outros menos. Para suprir essa dúvida de quanto investir em comunicação, podem ser descritos quatro métodos comuns: Neste método, algumas empresas concordam que o orçamento para comunicação ocorre de acordo com o que consideram viável a gastos. Com isso, o método de recursos disponíveis ignora completamente o papel da comunicação como investimento e seu impacto automático no volume de venda. Isso leva a um orçamento anual incerto, dificultando ações e planejamentos em longo prazo. Neste item, as empresas mensuram gastos com comunicação por meio de determinada porcentagem de vendas atuais ou previstas, ou do preço de venda. Neste método, são apresentadas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens, os gastos em comunicação podem variar de acordo com o que a empresa pode despender, pois, segundo alguns diretores financeiros, as despesas devem estar intimamente ligadas ao movimento de vendas ao longo do ciclo de negócios. Outra vantagem é que este método incentiva a pensar na relação entre custo de comunicação, preço e lucro por unidade, promovendo certa estabilidade, já que são comparadas ao investimento de empresas concorrentes. Entre as desvantagens, o método de porcentagem das vendas não é totalmente justificável, pois leva a um orçamento estabelecido pela disponibilidade de fundos e não por oportunidades de mercado, o que desencoraja ações mais ousadas, como investimentos agressivos ou fora de épocas sazonais, por exemplo. Outro ponto é que a divergência entre o montante de vendas pode afetar o investimento em comunicação em longo prazo. Por fim, esse método não incentiva o desenvolvimento de um orçamento para comunicação que determine o que cada produto merece. Método dos recursos disponíveis Método das porcentagens das vendas Método da paridade com a concorrência Neste método, são consideradas as ações da concorrência como parâmetro de orçamentos. Existem dois argumentos positivos que reforçam essa escolha: o de que essas despesas do concorrente representam o consenso coletivo do setor e que a manutenção da paridade com a concorrência evita guerras de comunicação. Neste item, são selecionadas estratégias previamente estabelecidas, que fazem parte do plano estratégico de comunicação. A soma de todas as ações e objetivos fazem parte do orçamento. Entre os objetivos, podem ser destacados os seguintes: Método de objetivos e tarefas Estabelecer a meta de participação do mercado Como exemplo desse objetivo, suponha que uma empresa estime que seu potencial se encontre em 50 milhões de usuários e pretenda atingir 8 por cento de mercado. Nesse sentido, a meta é de 4 milhões de usuários. Determinar a porcentagem do mercado a ser atingida pela propaganda Vamos utilizar os valores do exemplo anterior, imagine que o anunciante pretenda atingir um total de 80 por cento do mercado (40 milhões de clientes potenciais) com sua mensagem de propaganda. Determinar a porcentagem de potenciais clientes da marca que deveriam ser persuadidos a experimentá-la Ainda com o exemplo de valor mencionado anteriormente, a empresa ficaria satisfeita se atingisse 25 por cento dos clientes potenciais conscientizados (10 milhões) para experimentar o produto anunciado. Isso devido à estimativa de que 40 por cento de todos os clientes que experimentassem o produto se tornariam fiéis a ele. Essa é uma maneira útil de determinar esse tipo de objetivo. Determinar o número de exposições de propaganda por 1% do índice de experimentação N t bj ti i t ti 40 i õ d Compensações no orçamento de comunicação Uma das dúvidas ou questões a serem trabalhadas quando citamos orçamento é o nível de importância que a comunicação de marketing deve receber em comparação com outros itens importantes do ponto de vista do produto, além das estratégias de preços praticadas, ou investimento em serviços e experiências melhores. Tal resposta pode ser encontrada analisando-se o ciclo de vida do produto, se ele é genérico ou altamente diferenciado, se possui necessidade regular ou se precisa ter um esforço maior de venda, entre outros. Os orçamentos também podem sofrer alterações ou demandarem mais investimentos caso haja pouco apoio dos canais de venda, muitas mudanças no planejamento de marketing, ou, ainda, se os clientes pretendidos forem de difícil acesso. Neste objetivo, o anunciante estima que 40 exposições de propaganda para cada um por cento da população deveriam originar uma taxa de experimentação de 25 por cento. Determinar o GRP que teria de ser comprado O GRP (Gross Rating Points, em inglês) é uma unidade que equivale a uma exposição para um por cento da população- alvo. Se a empresa pretende alcançar 40 exposições para 80 por cento da população, terá de comprar 3.200 GRPs. Determinar o orçamento de propaganda necessário com base no custo médio de compra de um GRP Este método baseado em objetivos e tarefas possui o intuito e a vantagem de solicitar que a administração explicite seus interesses sobre a relação entre a quantia gasta, o nível de exposição, o índice de experimentação e o uso regular. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Atualmente, os profissionais de Marketing e Comunicação se perguntam como escolher os canais mais eficientes para determinado objetivo de comunicação, já que o número de opções e diferenças entre eles são grandes. Como vimos, de acordo com o texto, podemos dividir os canais de comunicação em pessoais e não pessoais, além de existirem subdivisões (subcanais). Baseado nisso, qual alternativa representa apenas canais não pessoais? Parabéns! A alternativa C está correta. Experiência e eventos são canais não pessoais, pois suas mensagens são direcionadas para várias pessoas, podendo chegar a milhões indivíduos. Esses canais incluem museus, zoológicos, circos e espetáculos diversos. Entre os canais não pessoais, a experiência e os eventos são aqueles que apresentam o maior crescimento recente. Questão 2 Uma das formas de traçar o perfil do consumidor de uma empresa é por meio da análise de sua fidelidade com a marca ou o produto. Algumas perguntas podem ser feitas para auxiliar nesse processo. I. Este consumidor é novo ou já é um usuário frequente do produto? II. Ele é fiel à marca ou é alguém que sempre muda de opinião? III. É um consumidor que realiza compras com valor elevado? IV. Está ligado aos apelos da marca ou compra apenas em promoções? É correto o que se interroga em: A Correios e e-mail. B Vendedores e equipes de vendas. C Experiências e eventos. D Comunicação boca a boca. E Lives e mensagens de WhatsApp. A I, II e III, apenas. B II, III e IV, apenas. C I, II e IV, apenas. D III e IV, apenas. Parabéns! A alternativa C está correta. A afirmação número III não se refere a um exemplo de pergunta que pode ser feita para traçar um perfil do consumidor de determinada marca ou produto, pois a quantidade de itens comprados ou o valor dessas compras não refletem a fidelidade deum consumidor a uma marca. Um consumidor pode realizar compras de muitos itens ou com valores altos apenas por conveniência ou pelo preço, como, por exemplo, um consumidor que frequenta o mesmo supermercado semanalmente porque é perto da sua casa ou porque tem o menor preço, mas se ele tivesse um carro ou os preços de outro supermercado fossem mais vantajosos, ele faria suas compras nesse outro local. 2 - Ferramentas de comunicação integrada de marketing Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as melhores ferramentas de comunicação integrada de marketing. Ligando os pontos Você sabe identificar as melhores ferramentas de comunicação integrada de marketing, para determinada marca? Conhece as opções disponíveis para distribuir um orçamento de comunicação? Para entendermos tais conceitos na prática, vamos analisar o case da cervejaria Heineken. A cervejaria Heineken é famosa por suas campanhas que frequentemente se tornam virais. Por exemplo, no ano de 2018 a marca obteve milhões de visualizações de um curta-metragem veiculado na mídia social Facebook. A campanha buscava reunir pessoas com diferentes pontos de vista – como um homem de direita e uma mulher de esquerda, um conservador e uma transexual, dentre outros opostos – que realizavam algumas tarefas juntos, respondiam a algumas perguntas e eram confrontados com suas próprias ideias. E, com suas ideias individuais expostas, eram convidadas a tomar uma cerveja com o outro e discutir suas diferenças ou então sair do recinto. Juntamente com o vídeo, a marca também divulgou sua hashtag #OpenYourWorld, que rapidamente atingiu impressionantes números de compartilhamento. E I e IV, apenas. A estratégia de marketing da Heineken vai muito além das mídias sociais. Um outro importante elemento para a marca é o product placement, isto é, uma estratégia baseada na introdução natural de sua marca e seus produtos em conteúdos de entretenimento. É possível perceber a presença da cerveja Heineken em filmes, séries e até mesmo em transmissões esportivas como a Fórmula 1. No caso do cinema, a Heineken foi capaz de um fato relativamente histórico ao fazer com que o personagem James Bond trocasse seu icônico dry martini por uma Heineken no filme Skyfall, de 2012. Além disso, a Heineken aposta no patrocínio a eventos mundialmente assistidos tanto presencialmente como por meio de transmissões. No caso do futebol, principalmente na Europa, é impossível não associar o esporte à marca: a Heineken é uma das principais patrocinadoras da UEFA Champions League, a maior competição internacional entre clubes de futebol. Nesses eventos, é comum que sejam oferecidas ao público participante experiências envolvendo a cerveja Heineken. Tais estratégias permitem à Heineken amplificar de forma inteligente a conscientização e o reconhecimento público de sua marca. A marca possui, hoje, cerca de 13% do market share global do mercado de cervejas – o que a torna a segunda maior empresa do setor no mundo. No entanto, no quesito alcance, a empresa é campeã absoluta, com seus produtos disponíveis em 190 países. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 A Heineken é conhecida por suas grandes campanhas e parcerias. Você, como gestor de marketing, como entende o objetivo da estratégia de marketing viral adotada pela Heineken visando ampliar o reconhecimento da marca? Parabéns! A alternativa E está correta. A estratégia de marketing viral da Heineken busca engajar o público-alvo por meio de conteúdo compartilhável nas mídias sociais, como exemplificado pela campanha #OpenYourWorld, que alcançou milhões de visualizações e A Organizar eventos de degustação exclusivos para influenciadores da indústria de bebidas B Criar campanhas publicitárias de grande alcance em meios tradicionais de comunicação C Desenvolver parcerias estratégicas com restaurantes e bares renomados D Realizar promoções de vendas em larga escala em supermercados e lojas de conveniência E Engajar o público-alvo por meio de conteúdo compartilhável nas mídias sociais compartilhamentos. Isso permite que a marca amplie o reconhecimento e a visibilidade de sua marca de forma orgânica e eficaz. Questão 2 Como você viu, a Heineken aposta em um variado mix de comunicação de marketing. Dentre as inúmeras opções disponíveis para a distribuição de um orçamento de comunicação, quais são as estratégias que você identificou no case? Parabéns! A alternativa D está correta. No case, são mencionadas três estratégias adotadas pela cervejaria Heineken: a criação de conteúdos virais para as mídias sociais, como o curta publicado no Facebook em 2018; a propaganda por meio de product placement em filmes, séries e transmissões esportivas; e o patrocínio de eventos, como a UEFA Champions League. Questão 3 Como você sabe, o envolvimento da Heineken na promoção de eventos é parte importante de sua comunicação integrada de marketing. Como gestor, você recomendaria à Heineken quais ações para que seus eventos sejam relevantes, envolventes e implícitos? Digite sua resposta aqui Chave de resposta Para torná-los mais relevantes, envolventes e implícitos, é necessária a personalização da experiência e a integração de elementos interativos, os quais garantem que os participantes se sintam conectados e engajados durante o evento. A exclusividade e a acessibilidade limitada agregam valor ao evento, criando uma A Promoção de vendas, mobile marketing e vendas pessoais. B Marketing on-line, eventos e experiências e comunicação boca a boca. C Mobile marketing, marketing direto e propaganda. D Eventos e experiências, propaganda e mídias sociais. E Vendas pessoais, promoção de vendas e propaganda. sensação de exclusividade e pertencimento entre os participantes. A integração de tecnologia e as parcerias estratégicas acrescentam um elemento de inovação e diferenciação aos eventos, proporcionando uma experiência única e memorável. Ao adotar essas ações, a Heineken pode maximizar o impacto de seus eventos e fortalecer ainda mais sua marca no mercado. Mix de comunicação de marketing São inúmeras as opções disponíveis para distribuição do orçamento de comunicação. Entre elas, podemos destacar nove: 1. Propaganda 2. Promoção de vendas 3. Relação públicas e publicidade 4. Eventos e experiências 5. Marketing direto e marketing interativo 6. Comunicação boca a boca 7. Marketing on-line e de mídias sociais 8. Mobile marketing 9. Vendas pessoais Dentro do mesmo segmento, várias marcas podem ter estratégias diferentes quanto ao uso dessas opções. Exemplo Marcas de cosméticos como a Avon concentram seus recursos em comunicação para vendas pessoais, enquanto a Revlon atua principalmente em propaganda maciça. A Electrolux atua fortemente em forças de vendas, enquanto a Hoover também investe mais em propaganda. Mudanças nas atuações de comunicação podem ocorrer, já que muitas empresas buscam aumentar sua eficiência substituindo ferramentas ou experimentando novas possibilidades. Muitas marcas, acostumadas a ter grande presença nas mídias televisivas, por exemplo, investem cada vez mais no ambiente virtual, em redes sociais, blogs, entre outros. Características do mix de comunicação de marketing Neste momento, vamos elencar as principais ferramentas de comunicação. Elas possuem custos, características e abordagens singulares. Veja quais são: Propaganda Especialmente difundida entre as marcas mais famosas dos mais variados segmentos, além de ser também muito utilizada pelo mercado e marcas regionais, a propaganda tem o poder de alcançar os consumidores dispersos geograficamente. As propagandas podem gerar imagem duradoura para um produto, com recursos audiovisuais, slogans e músicas. Marcas que simplesmente utilizam essa ferramenta podem sentir efeitos diretos em suas vendas, já que consumidores podem acreditar que marcas muito anunciadas ofereçam um “valor percebido” diferenciado.Comentário As propagandas de televisão, geralmente, são mais caras que outros veículos de comunicação, como jornais, rádio e revista. No entanto, seu alcance pode ser muito maior e vale a pena ser considerada quando a proposta é atingir um grande público. Outras propagandas mais direcionadas podem funcionar melhor em revistas especializadas, outdoors, entre outros, por exemplo. Quando falamos de propaganda, podemos elencar as seguintes qualidades: Penetração A propaganda pode ser repetida várias vezes, fazendo com que o consumidor receba e compare a mensagem com outras concorrentes. Além disso, ela pode atestar alto sucesso da marca anunciante, transmitindo valores positivos a respeito disso. Aumento da expressividade Quando bem utilizada, a propaganda pode oferecer oportunidades de evidenciar a marca e o produto por meio de recursos artísticos, audiovisuais e criativos, além de sonoros e de cor. Controle O i t tê d d lh t Promoção de vendas Outra ferramenta muito utilizada, que visa à conversão em vendas por meio de cupons, concursos culturais, prêmios e outras ações para atrair resposta rápida e intensa dos consumidores em curto prazo. Lançamento de produtos, por exemplo, utiliza-se desta ferramenta. Um bom exemplo é o caso da Michelin, marca de pneus que premia grandes restaurantes pelo mundo com a famosa estrela Michelin. Entre suas características, vale ressaltar três benefícios característicos: Capacidade de chamar atenção Chama muito a atenção do consumidor, levando-o a experimentar o produto ou a testar novas características do produto. Incentivo Trabalha com concessões de prêmios, estímulos e outros apelos de valor percebido para o consumidor. Convite Constitui um convite ou uma chamada para ação especial a fim de gerar uma ação imediata, de acordo com a mecânica da promoção. Relações públicas e publicidade Muitas vezes subestimada pelos profissionais de marketing, as atividades de relações públicas e publicidade podem ser muito eficazes se bem coordenadas e elaboradas. Por exemplo, ações que necessitam de contestação, resolução de percepções distorcidas de determinada marca ou resgate de credibilidade por parte dos consumidores, são uma das vantagens em se investir nesta ferramenta. Sobretudo, esta ferramenta pode ser baseada em três características distintas: Alta credibilidade Os anunciantes têm poder de escolher aspectos relacionados à marca e ao produto, além de testar suas combinações. Diferentes dos anúncios e propagandas, as matérias e artigos em jornais e revistas são mais autênticos e geram mais confiança por parte dos leitores e consumidores. Possibilidade de atingir consumidores mais céticos Esta ferramenta de comunicação pode atingir potenciais clientes que estão mais distantes das mídias de massa ou que não aceitam comunicações dirigidas. Dramatização Por meio da atividade de relações públicas, é possível contar uma história a respeito de uma empresa, uma marca ou um produto. Eventos e experiências Para que surtam o efeito desejado, os eventos precisam ser: Relevantes Uma experiência que seja valorizada pelo consumidor pode ser extremamente relevante à medida que ele se envolva pessoalmente. Envolventes Tais eventos possuem a vantagem de serem ativamente envolventes aos consumidores, gerando atitudes positivas, já que ocorrem ao vivo. Implícitos Os eventos têm a vantagem de ser um tipo de venda indireta, sem desgastar sua abordagem perante o consumidor. Marketing direto e interativo Esta ferramenta pode assumir diferentes formas, sejam elas por internet, telemarketing ou pessoalmente. Elas possuem três características em comum: Personalização Mensagem individual e interativa, ideal para uma abordagem bem próxima. Atualização A mensagem pode ser criada e direcionada em pouco tempo. Interação A mensagem pode ser modificada, já que permite um feedback do receptor da mensagem. Comunicação boca a boca Recurso muito utilizado de diversas formas, tanto on-line quanto off-line. São destacadas três características: Marketing on-line e de mídias sociais Tanto o marketing quanto as mensagens enviadas on-line podem assumir diversas formas para interagir com os consumidores quando estes estão envolvidos em uma busca ativa pela internet ou simplesmente navegando como forma de entretenimento. Três características são compartilhadas: Influente Pode ser altamente influente em pessoas que confiam e respeitam a opinião do interlocutor. Pessoal Pode ser um diálogo que reflita opiniões pessoais e íntimas acerca dos fatos e experiências. Oportuna Possui a capacidade de ser bem aceita por pessoas que estão dispostas a ouvir. Pode ocorrer após experiências marcantes e significativas. Mobile marketing O marketing feito por meio digital depende de formas móveis de comunicação, celulares ou tablets. São destacadas três características: Oportunismo Comunicações móveis podem refletir o senso de urgência e também quando e onde um consumidor está. Influência Informações recebidas ou obtidas por meio do celular podem atingir e influenciar os consumidores no momento de decisão da compra. Abundância Muitas informações ou formas de entretenimento podem ser oferecidas o quanto um consumidor quiser. Interatividade Informações podem ser alteradas ou atualizadas dependendo da resposta de determinado consumidor. Atualização Uma mensagem pode ser preparada muito rapidamente e difundida pelos canais de mídia social. Onipresença Consumidores costumam levar seus celulares para todos os lugares, assim, as comunicações móveis estão na ponta dos dedos das pessoas. Vendas pessoais Considerada a ferramenta mais eficaz em estágios avançados no processo de compra, proporcionando desenvolvimento de preferência e convicção do consumidor, que o leva à ação. As vendas pessoais se dividem em três características: Interação pessoal Permite uma interatividade e relacionamento imediato do vendedor com o cliente ou até mais pessoas. Além disso, é possível prestar atenção nas reações da outra pessoa no diálogo. Relacionamento Por ser uma atividade que aproxima as pessoas, podem ser criados todos tipos de relacionamentos, desde o vínculo profissional até amizades pessoais. Resposta No momento da venda, é possível o comprador variar e fazer várias escolhas e testes. O vendedor tem um retorno exato das respostas do consumidor. A tabela a seguir apresenta as ferramentas que uma empresa pode utilizar para compor seu mix de comunicação. Propaganda Promoção de vendas Eventos e experiências Relaç públi Publi Anúncios impressos e eletrônicos Concursos, loterias, sorteios, loterias Esportes Kits d impre Propaganda Promoção de vendas Eventos e experiências Relaç públi Publi Embalagem/encartes Prêmios e presentes Festivais Discu Cinema Amostras Artes Semi Folhetos e manuais Feiras comerciais Causas Relat anua Cartazes e panfletos Exposições Visitas à fábrica Doaç carid Diretórios Demonstrações Museus de empresas Publi Reimpressão de anúncios Cupons Atividades ao ar livre Relaç com comu Painéis Descontos Lobb Placas de sinalização Financiamentos e juros baixos Mídia ident Sinalização no ponto de venda Bonificações de troca Revis coop DVDs Programas de fidelidade Merchandising editorial (tie-ins) Ferramentas de comunicação. Adaptado de Kotler e Keller (2012, p.515) e Kotler e Keller (2018, p.617). Ferramentas de comunicação No vídeo a seguir, você pode aprender mais sobre as ferramentas da comunicação: As opções de comunicação de uma empresa podem acontecer em mídias pagas, tais como: televisão, mídia impressa e mala direta; em mídias próprias controladas pela empresa, como: sites, blogs, aplicativos móveis, mídia social; e também em mídias espontâneas: comunicação boca a boca, virtual ou presencial e cobertura da imprensa. Fatores para estabelecimento do mix decomunicação de marketing Vários fatores devem ser considerados no desenvolvimento do mix de comunicação de marketing, entre eles: o tipo de mercado de produto, a disposição do consumidor em fazer uma compra e o estágio do ciclo de vida do produto. Tipo de mercado do produto São diversas as abordagens de comunicação no mercado consumidor e organizacional. Veja a seguir. Venda ao consumidor final Marcas e empresas que se dedicam primeiramente a vender ao consumidor final investem mais em promoção de vendas e propaganda. Venda para outras empresas As empresas que possuem como clientes outras empresas, tendem a investir mais em vendas pessoais. Como já vimos, as vendas pessoais possuem muitas vantagens, pois permitem negociação de mercadorias complexas, caras e que dão margem a riscos. Mesmo ao utilizar as vendas pessoais no cenário organizacional, a propaganda também pode ter papel importante: A propaganda pode apresentar a empresa e os produtos; A propaganda pode esclarecer possíveis dúvidas sobre os produtos ou apresentar novas características do produto; Em alguns casos, é mais econômica e com maior poder de alcance do que vendedores; Os anúncios também podem informar telefones e contatos, que direcionam a ação para os vendedores; Por outro lado, os vendedores podem legitimar seus produtos e serviços por meio da divulgação das propagandas; A propaganda pode ser informativa: lembrar o consumidor de como manusear um produto, por exemplo, além de proporcionar mais tranquilidade para a compra. Em resumo, a propaganda aliada às vendas pessoais possui papel importante na elevação das vendas, mais do que apenas as vendas pessoais utilizadas separadamente. A propaganda corporativa também melhora a imagem e reputação da empresa, promovendo uma impressão favorável e rápida adoção do produto. Por outro lado, as vendas pessoais também são importantes no marketing de bens de consumo. Em resumo, a propaganda aliada às vendas pessoais possui papel importante na elevação das vendas, mais do que apenas as vendas pessoais utilizadas separadamente. A propaganda corporativa também melhora a imagem e reputação da empresa, promovendo uma impressão favorável e rápida adoção do produto. Por outro lado, as vendas pessoais também são importantes no marketing de bens de consumo. Quatro contribuições importantes podem ser oferecidas por uma equipe de vendas bem treinada: Aumento do estoque no varejo Os representantes de vendas podem sugerir aos revendedores aumento de estoque e também colaborar na melhor exposição da marca nas prateleiras. Desenvolvimento do entusiasmo Os representantes de vendas podem agir com entusiasmo, antecipando a propaganda planejada. Venda missionária Representantes de vendas podem criar política de cadastro de novos revendedores. Gerenciamento de contas-chave Os representantes de vendas podem gerar mais negócios com as contas mais importantes. Estágio de disposição do comprador A relação presente no custo-benefício das ferramentas de comunicação pode variar de diferentes estágios da disposição do consumidor para comprar. A propaganda e a publicidade são mais assertivas no estágio de desenvolvimento e conscientização. Já a persuasão é influenciada, principalmente, pelas vendas pessoais. Geralmente, o fechamento de uma venda é influenciado pelas vendas pessoais e promoção de vendas. Já a renovação de pedidos é normalmente influenciada pelas vendas pessoais e promoções de vendas e, em certos pontos, também pela propaganda de recordação. Relação custo-benefício de três ferramentas de comunicação em diferentes estágios de disposição do comprador. Agora acompanhe detalhes sobre cada um desses estágios. Mensuração dos resultados de comunicação Geralmente o profissional da área de marketing é cobrado a respeito de resultados e receitas obtidas com os investimentos em comunicação. No entanto, os diretores da área de comunicação fornecem apenas dados e Introdução Quando um produto é introduzido no mercado, a propaganda, os eventos, as experiências e a publicidade têm a relação custo-benefício mais positiva, seguido pelas vendas pessoais para aumentar a cobertura de distribuição, e pela promoção de vendas e marketing direto – tudo para promover a experimentação do produto. Crescimento Já no estágio de crescimento, a demanda é impulsionada pelo boca a boca e o marketing interativo. Maturidade No estágio de declínio, a promoção de vendas continua forte, enquanto outras ferramentas de comunicação são reduzidas e os vendedores dão o mínimo possível de atenção ao produto. Declínio Os representantes de vendas podem gerar mais negócios com as contas mais importantes. despesas: contagens de clippings (recortes) de jornais e revistas, número de anúncios veiculados, custos de mídia, entre outros. Ou seja, eles tentam traduzir os dados de resultados intermediários, como alcance e frequência (porcentagem do mercado-alvo exposta a uma comunicação e número de exposições), índices de recall, reconhecimento, custo por mil etc. Porém, são os indicadores de mudanças comportamentais que dirão se o esforço foi vitorioso. Depois da implementação do plano de comunicação, é necessário avaliar o impacto no público-alvo. Atenção! É importante perguntar se os integrantes do público-alvo reconhecem ou se lembram da mensagem, quantas vezes a viram, quais pontos foram marcantes ou memoráveis, o que sentiram em relação à mensagem e quais as atitudes atuais em relação ao produto, à empresa ou à marca. Então, é necessário reunir dados comportamentais da resposta do público, quantos clientes compraram o produto, quantos gostaram e quantos falaram dele para outras pessoas. Veja, a seguir, uma avaliação eficaz de feedback: Posição atual dos consumidores em relação a duas marcas distintas. Foi investigado que 80 por cento dos consumidores do mercado total estão cientes da marca A, 60 por cento a experimentaram e apenas 20 por cento dos que a experimentaram ficaram satisfeitos com ela. Isso significa que o programa de comunicação de marketing é eficaz para criar conscientização, porém o produto não atende às expectativas do consumidor. No gráfico ao lado, da marca B, apenas 40 por cento dos consumidores do mercado total estão cientes desta marca e apenas 30 por cento a experimentaram, mas 80 por cento daqueles que a experimentaram ficaram satisfeitos. A conclusão que essa informação fornece é que o programa de comunicação de marketing precisa ser fortalecido para gerar mais resultados na marca. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 São várias as abordagens de comunicação no mercado consumidor e organizacional. Por exemplo, marcas e empresas que se dedicam primeiramente a vender ao consumidor final investem mais em promoção de vendas e propaganda. Já empresas que possuem como clientes outras empresas tendem a investir mais em vendas pessoais. Considerando o conteúdo visto até agora, avalie as informações a seguir: I - A propaganda pode apresentar a empresa e os produtos. II - A propaganda pode gerar possíveis dúvidas sobre os produtos ou apresentar novas características do produto. III - A propaganda pode ser informativa: lembrar o consumidor de como manusear um produto, por exemplo, além de proporcionar mais tranquilidade para a compra. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa D está correta. A afirmativa II está incorreta, pois a propaganda pode sanar possíveis dúvidas sobre os produtos e não gerar mais dúvidas aos consumidores. Quando a propaganda está aliada às vendas pessoais, ela possui papel importante na elevação das vendas, mais do que apenas as vendas pessoais utilizadas separadamente. Questão 2 Existem diversas ferramentas que uma empresa pode utilizar para compor seu mix de comunicação. Dentre elas, estão a propaganda, a promoção de vendas e o mobile marketing. Com relação à promoção de vendas, assinalea alternativa que corresponde a um exemplo dessa ferramenta. A I, apenas. B II, apenas. C II e III, apenas. D I e III, apenas. E I, II e III. A Relatórios anuais. B Compras eletrônicas. C Programas de fidelidade. D Cartazes e panfletos. E Relatórios mensais. Parabéns! A alternativa C está correta. Programa de fidelidade é um exemplo de promoção de venda que ajuda na recorrência de vendas para o mesmo consumidor e, claro, fidelização do cliente. Essse tipo de ferrementa geralmente proporciona respostas intensas dos consumidores no curto prazo. 3 - Estruturas da comunicação integrada de marketing Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o gerenciamento das principais estruturas de comunicação integrada de marketing. Ligando os pontos Você sabe identificar o gerenciamento das principais estruturas de comunicação integrada de marketing? Para entendermos esse conceito na prática, vamos analisar o case da Coca-Cola. Uma das marcas mais reconhecíveis do mundo, a Coca-Cola, certamente domina os fatores fundamentais para atingir o sucesso em suas iniciativas de marketing. Com mais de um século de história, a marca continua sendo líder absoluta no setor de refrigerantes e na mente dos consumidores. Apesar de sua presença global e da escala de suas operações, a Coca-Cola nunca se afastou de sua essência. Ao longo de décadas e inúmeras campanhas de marketing, a empresa permaneceu consistente ao comunicar uma mensagem forte e eficaz: o prazer em saborear uma bebida. Um dos fatores para o sucesso da Coca-Cola é sua identidade marcante. Quando pensamos em uma bebida de lata vermelha, logo vem à mente uma Coca-Cola. A empresa frequentemente lança edições especiais de suas latas e garrafas, que são parte integrante de suas campanhas de marketing. Inicialmente introduzida na Austrália, a campanha “Share a Coke” – que trazia nomes de pessoas nas embalagens, incentivando-as a procurar seus próprios nomes ou nomes de amigos – tornou-se um enorme sucesso em mais de 50 países. Outro notável aspecto do marketing da Coca-Cola são suas campanhas temáticas. A marca é conhecida por promover campanhas publicitárias que evocam emoções positivas, como a alegria e o compartilhamento de momentos felizes. A campanha de Natal da Coca-Cola, que apresenta o icônico Papai Noel vestido em trajes nas cores vermelha e branca, tornou-se um símbolo natalino. A Coca-Cola também se vale de parcerias estratégicas para impulsionar seu marketing. A empresa colabora com outras marcas influentes, celebridades, filmes e equipes esportivas na criação de campanhas conjuntas. Nessas parcerias, podem ser criados brindes, promoções cruzadas ou até mesmo produtos exclusivos. Ao associar-se a outras marcas famosas, a Coca-Cola consegue ampliar seu alcance e atingir distintos públicos-alvo de maneira eficaz. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 Sabe-se que a Coca-Cola se utiliza da comunicação integrada. Como consultor de marketing, como você identifica o objetivo principal da abordagem de comunicação adotada pela Coca-Cola em seus diversos canais de marketing? Parabéns! A alternativa C está correta. A Coca-Cola adota uma abordagem de comunicação integrada de marketing, visando transmitir uma mensagem unificada e consistente em todos os seus canais de marketing. Isso significa que, independentemente do canal de comunicação utilizado – seja televisão, mídia impressa, digital, redes sociais, eventos patrocinados ou ações de merchandising – a Coca-Cola busca comunicar uma identidade de marca coesa e reconhecível. Ao manter uma mensagem unificada, a empresa fortalece sua identidade de marca, aumenta a conscientização do consumidor e constrói relacionamentos duradouros com seu público-alvo. Questão 2 Durante uma reunião estratégica, a equipe de marketing da Coca-Cola está considerando lançar uma nova campanha temática para promover a marca durante o verão. Como gestor de marketing, qual seria a abordagem mais alinhada com a estratégia histórica da empresa, conforme descrito no texto? A Criar mensagens diferentes para cada público-alvo. B Estabelecer parcerias exclusivas com celebridades. C Transmitir uma mensagem unificada e consistente. D Utilizar estratégias de marketing agressivas para aumentar as vendas. E Segmentar o mercado de acordo com diferentes nichos de consumidores. Parabéns! A alternativa B está correta. A Coca-Cola é reconhecida por suas campanhas publicitárias que apelam às emoções dos consumidores, criando uma associação entre a marca e os momentos felizes da vida cotidiana. Ao alinhar suas campanhas com sentimentos positivos, a empresa reforça sua identidade de marca e estabelece uma conexão emocional com o público-alvo. Isso não apenas fortalece o relacionamento com os consumidores existentes, mas também atrai novos clientes que se identificam com os valores e a mensagem da marca. Questão 3 Como relatado no case, o sucesso do marketing da Coca-Cola envolve, dentre outros fatores, sua capacidade de manter-se fiel à sua mensagem ao longo do tempo e, ao mesmo tempo, despertar emoções nos consumidores. Pensando em uma comunicação integrada de marketing, que seja capaz de promover a convergência on-line e off-line voltada para o futuro, quais recomendações em termos de ferramentas de comunicação de marketing você daria à Coca-Cola? Digite sua resposta aqui Chave de resposta Diante da necessidade de manter-se relevante no cenário de comunicação atual, é fundamental para a Coca-Cola integrar suas estratégias de marketing on-line e off-line. Para isso, recomendaria investir em ferramentas que promovam essa convergência, como campanhas que utilizam códigos QR em suas embalagens para direcionar os consumidores para conteúdos exclusivos on-line, ou experiências de realidade aumentada em pontos de venda físicos. Além disso, a empresa poderia explorar a sinergia entre seus canais digitais e tradicionais, como promover hashtags de campanha em comerciais de televisão ou vincular eventos presenciais a transmissões ao vivo nas redes sociais. Essa abordagem integrada A Explorar temas polêmicos para gerar discussões e chamar a atenção do público. B Promover momentos felizes e de celebração, evocando emoções positivas nos consumidores. C Implementar anúncios pagos em televisão e rádio para aumentar a visibilidade da marca. D Criar uma campanha que evoca emoções negativas para criar um impacto duradouro. E Utilizar humor ácido para diferenciar a campanha das demais. não apenas aumentaria o alcance da mensagem da Coca-Cola, mas também criaria experiências mais envolventes e coesas para os consumidores em ambos os ambientes, on-line e off-line. Coordenação de mídias Mesmo com a fragmentação dos mercados de massa em uma infinidade de minimercados, e cada um deles exigindo uma abordagem específica, algumas empresas ainda escolhem apenas uma ou duas ferramentas de comunicação. Com um número cada vez maior de ferramentas de comunicação, tipos de mensagens, mídias, entre outros, é imperativo que as empresas caminhem para uma comunicação integrada de marketing. É necessário incorporar uma visão “360 graus” do consumidor, para compreender plenamente as diferentes formas que a comunicação pode influenciar seu comportamento no dia a dia. De acordo com a American Marketing Association, a comunicação integrada de marketing (CIM) é um: [...] processo de planejamento destinado a assegurar que todos os contatos da marca com um cliente ou consumidor em potencial relativo a um produto, serviço ou organização sejam relevantes para essa pessoa e consistentes ao longo do tempo. (KOTLER; KELLER; YAMAMOTO, 2012, p.531) Esse planejamento exige avaliação de diversos papéis estratégicos dentro das áreas da comunicação, por exemplo, propaganda geral, resposta direta, promoção de vendas, e relações públicas. Tudo isso organizado de forma coerente, clara e com impacto, por meiode mensagens integradas. As empresas de comunicação têm se especializado para atender à crescente demanda, expandindo sua capacidade ao oferecer soluções multiplataforma para as empresas, por exemplo: linhas de negócios especializados em propaganda; gerenciamento de investimento em mídia; negócios focados na visão do consumidor; relações públicas e assuntos governamentais; branding e identidade corporativa; marketing direto, promocional e de relacionamento; comunicação especializada em saúde, entre outros. Para alcançar o máximo impacto e alcance da mensagem, os profissionais de Marketing devem combinar os canais de comunicação pessoais e não pessoais por meio de campanhas de múltiplos veículos e múltiplos estágios. Um exemplo é o sucesso que as promoções alcançam ao serem combinadas com a propaganda. A conscientização e as atitudes provocadas pelas campanhas de propaganda, geralmente, aumentam o sucesso dos apelos de vendas mais diretos. Além disso, a propaganda pode comunicar o posicionamento de uma marca e também se beneficiar da exposição on-line. Veja um exemplo de propaganda combinada com a promoção: Com a proposta de coordenar ações on-line e off-line, as empresas (e seus produtos) permitem que os consumidores explorem as informações de produtos e serviços em sua totalidade, saibam a localização da loja física e digital, entre outras informações mais completas. Implementação da comunicação integrada de marketing Grandes agências têm aprimorado significativamente suas opções de comunicação integrada aos seus clientes. Para conseguirem atender de forma satisfatória, essas agências têm adquirido outras empresas especializadas, para se dedicarem a promoção, relações públicas, consultorias de design de embalagens, desenvolvedores de sites, especialistas em mala direta entre outros. Com isso, elas prestam consultoria estratégica para redefinirem suas opções, melhorando a eficácia de suas comunicações. Exemplo Vários clientes internacionais como IBM, Colgate e GE escolheram concentrar a maioria de seus trabalhos de comunicação em uma única agência que oferece serviços completos. A vantagem é uma comunicação de marketing mais integrada e eficaz, com custos menores, respectivamente. A Comunicação Integrada de Marketing (CIM) visa aprimorar a capacidade da empresa de atingir os clientes certos, por meio de mensagens certas, nos momentos e locais certos. Ao conseguir este objetivo, a CIM é capaz de produzir uma mensagem mais coerente, contribuindo para valorização e construção do brand equity, o que contribui para o sucesso das vendas. Além disso, ela impulsiona a gerência a refletir sobre todas as formas pelas quais o cliente estabelece contato com a empresa, como é comunicado o posicionamento da marca e a importância de cada veículo utilizado. Também necessita eleger um profissional para ter a responsabilidade de unificar as imagens e as mensagens da marca, de acordo com as demandas. Brand equity Brand equity significa o valor adicional que se atribui a algum produto ou serviço em relação a determinada marca. Ou seja, esse valor vai influenciar diretamente a forma como o consumidor pensa, sente e age em relação à marca. Até que ponto o programa de comunicação integrada está realmente integrado? Como vimos, um dos principais objetivos da CIM é criar o programa de comunicação de maneira mais eficaz e eficiente possível. A seguir, serão apresentados seis critérios, que podem ser usados para determinar se a comunicação está realmente integrada. Neste item, é necessário questionar até que ponto as diferentes opções de comunicação atingem o mercado-alvo designado, além dos consumidores que o integram. A cobertura é a proporção do público atingida em cada opção de comunicação empregada. É a capacidade que cada tipo de comunicação de marketing tem de gerar resposta do consumidor e os efeitos de comunicação desejado na ausência de exposição a qualquer outra opção de comunicação. É preciso perguntar se a comunicação influencia e conscientiza o consumidor, aprimora a imagem, provoca resposta e induz vendas. É o grau em que associações comuns são reforçadas pelas opções de comunicação, ou seja, até que ponto as informações transmitidas em diferentes ações compartilham o mesmo significado. Aqui, a coerência e coesão da imagem da marca são importantes, pois se bem articuladas, promovem lembrança da marca. Está relacionada com o grau em que associações e vínculos diferentes são enfatizados pelas opções de comunicação. Um exemplo disso é o Cobertura Contribuição Compartilhamento Complementaridade Super Bowl, maior evento de mídia dos Estados Unidos, em que são anunciados diversos comerciais de grandes empresas, que geram curiosidade e interesse do consumidor, o qual, consequentemente, acessa os sites e redes sociais para visualizar informações mais detalhadas sobre os produtos anunciados. A versatilidade gera um questionamento sobre até que ponto uma opção de comunicação de marketing é forte e funciona para diferentes grupos de consumidores. Algo comum que pode ocorrer: um grupo de consumidores que tenha tido contato com outras comunicações da marca e outro grupo que nunca tenha tido contato com a mensagem. Para ambos os casos, é importante que a mensagem seja forte e funcione nos dois grupos. Em todos estes critérios, a CIM deve comparar custos para que chegue em um programa mais eficaz e eficiente. Leia o texto a seguir e reflita: A propaganda divulgada pela TV foi considerada, há muito tempo, como o meio de comunicação de marketing mais bem-sucedido. Atualmente, a TV é criticada por ser muito cara e não ser tão eficaz como era no passado. Os críticos afirmam que os consumidores acabam ignorando os anúncios e mudam de canal, além de que é difícil causar uma forte impressão. Para alguns profissionais, o futuro se concentrará mais na propaganda on-line. No entanto, os defensores da propaganda em TV afirmam que o impacto multissensorial da TV é insuperável, visto que outras opções de mídia não apresentam o mesmo impacto. O que você pensa a respeito? Estudo de caso - Real Santander No vídeo a seguir, aprenda com exemplos reais, o caso Real Santander. Versatilidade Custo Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A Comunicação Integrada de Marketing (CIM) visa aprimorar a capacidade da empresa de atingir os clientes certos, por meio de mensagens certas, nos momentos e locais certos. Considerando a situação descrita, avalie as informações a seguir: I – A CIM é capaz de produzir uma mensagem mais coerente, contribuindo para valorização e construção do brand equity. II – É importante unificar as imagens e as mensagens da marca, sendo que isso é papel exclusivo da agência de propaganda contratada. II – Para conquistar os objetivos propostos em comunicação de marketing, é necessário eleger um profissional específico para gerenciar essa área. É errado o que se afirma em: Parabéns! A alternativa B está correta. É importante unificar as mensagens e a imagem da marca, sendo papel conjunto dos profissionais de Marketing da empresa e também das agências de propaganda, entre outros stakeholders que fazem parte desse processo de comunicação de marketing. Questão 2 Existem seis critérios que podem ser usados para determinar se a comunicação está realmente integrada. Assinale a alternativa que define corretamente um desses critérios. A I, apenas. B II, apenas. C III, apenas. D II e III, apenas. E I e II, apenas. A Cobertura – É o grau em que associações comuns são reforçadas pelas opções de comunicação, ou seja, até que ponto as informações transmitidas em diferentes ações compartilham o mesmo significado. B Contribuição – É a proporção do público atingida em cada opção de comunicação empregada. C Compartilhamento – É a capacidade que cada tipo de comunicação de marketing tem de gerar resposta do consumidor e os efeitos decomunicação desejado na Parabéns! A alternativa D está correta. A complementaridade está relacionada com o grau em que associações e vínculos diferentes são enfatizados pelas opções de comunicação. Um exemplo é quando, ao assistir um comercial na TV, o consumidor acessa o site para obter mais informações sobre produto. O ideal para uma boa comunicação é que todas as mídias se complementem e façam ligações umas com as outras. Considerações finais Todo esse processo de comunicação integrada de marketing pode ser resumido por meio das etapas no desenvolvimento de uma comunicação eficaz , iniciando na identificação do público-alvo, a determinação dos objetivos da comunicação, a elaboração ou desenvolvimento dessa comunicação, a seleção dos canais de comunicação que serão utilizados para atingir o público-alvo, o estabelecimento do orçamento para essa comunicação, a decisão sobre o mix de comunicação, a mensuração dos resultados e, por fim, o gerenciamento da comunicação integrada de marketing. Dessa forma, podemos compreender que o gerenciamento e a coordenação de um processo de comunicação necessitam de uma Comunicação Integrada de Marketing (CIM), de um planejamento de comunicação de marketing que reconheça o valor agregado de um plano amplo, e que seja capaz de avaliar os papéis estratégicos de diversas ferramentas de comunicação. Além de combiná- las de forma que ofereça clareza, coerência e o máximo de impacto causado pela integração das mensagens. ausência de exposição a qualquer outra opção de comunicação. D Complementaridade – Está relacionada com o grau em que associações e vínculos diferentes são enfatizados pelas opções de comunicação. E Complementaridade - É a proporção do público atingida em cada opção de comunicação empregada. Podcast Ouça agora um resumo do que foi estudado até aqui. Explore + Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, assista ao filme: A Rede Social, direção David Fincher. Leia: CORREA, R. B. R. Comunicação integrada de Marketing. Rio de Janeiro: Saraiva, 2006. KUAZAQUI, E.; HADDAD, H.; MARANGONI, M. Gestão de Marketing 4.0: Casos, Modelos e Ferramentas. Rio de Janeiro: Atlas, 2019. OGDEN, J. R.; CRESCITELLI, E. Comunicação integrada de marketing: conceitos, técnicas e práticas. Londres, Reino Unido: Pearson, SÁ, P. R. G. et al. Comunicação integrada de marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2010. Referências BENNETT, P. D. AMA dictionary of marketing terms. Lincolnwood, IL: NTC Publishing Group, 1995. BURSON-MARSTELLER. Influential Internet Users Rely on Company Web Sites as They Spread Word of Brands, Products and Services, 2001. In: Efluentials. Consultado em meio eletrônico em: 14 jul. 2020. CRESCITELLI, E.; SHIMP, T. A. Comunicação de marketing: integrando propaganda, promoção e outras formas de divulgação. Boston: Cengage Learning. 2012. HOVLAND, C. I.; LUMSDAINE, A. A. Experiments on mass communication. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2017. KOTLER, P.; KELLER, K. 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Relatar problema javascript:CriaPDF()Union For Ethical Biotrade (UEBT).Não se vende simplesmente um produto, mas, atrelado a ele, uma imagem da empresa voltada para os valores pessoais dos seus consumidores. A tabela abaixo, extraída do livro do professor Philip Kotler, resume os três cenários dos quais falamos aqui. Esse quadro nos ajuda a perceber as diferenças de panorama ocorridas nas três fases que foram estudadas, de forma comparativa. Marketing 1.0 Marketing centrado no produto. Objetivo: Vender produtos. Forças propulsoras: Revolução industrial. Como as empresas veem o mercado: Compradores de massa com necessidades fisícas. Conceitos de marketing: Desenvolvimento de produto. Diretrizes de marketing da empresa: Especificação do produto. Proposição de valor: Funcional. Interação com consumidores: Transação do tipo um para um. Marketing 2.0 Marketing voltado para o consumidor. Objetivo: Satisfazer e reter os consumidores. Forças propulsoras: Tecnologia da informação. Como as empresas veem o mercado: Consumidor inteligente, dotado de coração e mente. Conceitos de marketing: Diferenciação. Diretrizes de marketing da empresa: Posicionamento do produto e da empresa. Proposição de valor: Funcional e emocional. Interação com consumidores: Relacionamento um para um. Marketing 3.0 Marketing voltado para para os valores. Objetivo: Fazer do mundo um lugar melhor. Forças propulsoras: Nova onda de tecnologia. Como as empresas veem o mercado: Ser humano pleno, com coração, mente e espírito. Conceitos de marketing: Valores. Diretrizes de marketing da empresa: Missão, visão e valores da empresa. Proposição de valor: Funciona, emocional e espiritual. Interação com consumidores: Colaboração um para um. Marketing 4.0 - Marketing centrada nas comunicações O último cenário evolutivo do Marketing analisado por Kotler descreve as alterações na abordagem das empresas frente às últimas mudanças ocorridas no mercado mundial. A massiva utilização de redes sociais trouxe a necessidade de um constante (e profissional) monitoramento dessas redes por parte das empresas, com o intuito de acompanhar as informações que circulam sobre seus produtos e sua concorrência. A guerra de notícias (verdadeiras e falsas) tornou as redes sociais um vasto campo de batalha de propagandas e de desmentidos, fazendo com que empresas tivessem que profissionalizar sua atuação junto a tais redes. Saiba mais Atualmente, são contratados especialistas em análise dessas redes que, com complexos modelos matemáticos, conseguem rastrear e mensurar o teor das informações sobre a empresa e seus produtos, bem como medir a atitude dos consumidores perante a marca. Esses algoritmos são capazes de medir o alcance de uma notícia (falsa ou não) relacionada à empresa, a velocidade de propagação e os nós (pessoas identificadas por IPs) por onde a informação passou. Com isso, pode-se medir o impacto de uma campanha lançada ou a efetividade de uma nota desmentindo um fato não verdadeiro lançado na rede sobre a empresa. Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Pinterest, LinkedIn, Spotify e Tik Tok passaram a ser canais de trabalho das empresas em uma atividade massiva (e frenética) de monitoramento do fluxo de informações sobre a sua atuação, sobre a receptividade de seus produtos e de seus concorrentes e sobre o mercado no qual está inserida. Esses canais são atualmente as mídias principais para o lançamento de produtos e campanhas. Exemplo A empresa Gillette lançou nas mídias sociais uma campanha para combater o que ela classificou como “machismo tóxico”, aliando-se ao movimento “Me Too” de respeito às mulheres. Nessa campanha, a empresa questiona hábitos machistas profundamente arraigados no estereótipo educacional masculino. Apesar das críticas recebidas pelo público masculino tradicional, a empresa entendeu a ação pelas redes sociais como satisfatória, uma vez que trouxe a discussão sobre comportamentos masculinos indesejados em nossa sociedade, questionando se eles são realmente necessários. Com isso, a empresa queria aproximar-se não somente das mulheres, mas também construir uma imagem de marca para homens maduros. Eras do marketing Neste vídeo, a professora Isabella Gonçalves nos apresentará um pouco mais sobre as eras do Marketing. Vamos assistir! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma empresa A está ampliando fortemente sua gama de produtos ofertados aos seus consumidores. Ela está fazendo isso com base em pesquisas que tentam identificar rapidamente novas necessidades e supri-las com novos produtos. Esses possuem um ciclo de vida cada vez mais curto para tentar estar à frente da concorrência. O seu objetivo é o de colocar uma grande variedade de bens no mercado ao preço mais baixo possível, para tal, a empresa subcontratou uma fábrica na China para produzir seus bens. Identifique a fase do Marketing no caso retratado. Parabéns! A alternativa B está correta. Perceba que na narrativa não há qualquer preocupação com temas como ecologia, valores pessoais dos consumidores ou canais de comunicação. O objetivo é o de colocar a maior quantidade de produtos no mercado ao preço mais baixo possível. Questão 2 Uma empresa B contratou um grande grupo de especialistas em análises de redes sociais para monitorar a atitude de seus consumidores em relação à sua marca. Esses profissionais, mesmo mantendo todas as informações pertinentes à atividade da empresa em seu site, orientaram-na a priorizar a comunicação da empresa com seus consumidores pelas redes sociais, criando, inclusive, campanhas que eram lançadas prioritariamente nessas redes e privilegiavam os consumidores que seguiam a marca, concedendo A Marketing 1.0 B Marketing 2.0 C Marketing 3.0 D Marketing 4.0 E Marketing 5.0 descontos a eles mediante a resposta de questionários sobre a percepção da marca. De qual fase do Marketing estamos falando? Parabéns! A alternativa D está correta. Note que o principal canal de comunicação da empresa, nesse caso, são as redes sociais, e a aproximação junto ao seu consumidor é máxima. A Marketing 1.0 B Marketing 2.0 C Marketing 3.0 D Marketing 4.0 E Marketing 5.0 2 - Conceitos centrais em Marketing Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os conceitos centrais em Marketing. Ligando os pontos A diferenciação é uma das estratégias de Marketing, que permite o reconhecimento do potencial público consumidor. Para que possamos assimilar essa estratégia, vamos conhecer o case Space X, que trata da empresa concebida por Elon Musk para construção de foguetes. Tripulantes da Inspiration 4. A Space X foi criada em 2002 para construir foguetes, que pudessem ser utilizados pelo público em geral. A primeira passagem foi vendida para o bilionário japonês Yusaku Maezawa, que pretende viajar para a Lua em 2023. Elon Musk, o proprietário da Space X, será o primeiro trilionário do planeta, não por conta da Tesla, e sim pela forma inovadora de explorar o espaço sideral, com lançamento de foguetes reutilizáveis, que poderão transportar pessoas e cargas para a Lua e viabilizar uma futura colonização em Marte. Essa nova perspectiva de exploração espacial propiciou condições para que a Space X fosse valorizada e passasse a fazer parte do grupo de hectocórnios: empresas que ultrapassaram US$100 bilhões em valor de mercado. Apesar de a Space X não ser a pioneira em voos no espaço com tripulantes civis, foi a primeira empresa com esse tipo de tripulação a permanecer mais tempo no espaço. A Inspiration 4 foi lançada no dia 16 de setembro de 2021 e permaneceu por três dias dando voltas na Terra, com velocidade máxima de quase 27.400km/h. A Space X encontra-se em posição de destaque por tornar possível a realização de um voo espacial para qualquer pessoa que tenha interesse e recursos financeiros também, inegavelmente. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão1 A Space X provou que é possível explorar o espaço com foguetes com tripulantes civis. Por depender de alta tecnologia, você afirmaria que é uma estratégia de especialização? Digite sua resposta aqui Chave de resposta A estratégia de especialização ocorre quando vários fornecedores atuam ofertando os mesmos produtos, e um deles especializa-se em um segmento específico. A exploração comercial do espaço não é realizada por vários fornecedores, mas por poucas empresas em todo o mundo. Questão 2 Elon Musk, mais uma vez, demonstrou saber atuar com foco na diferenciação de seus produtos. Pensando em termos de estratégia de Marketing, para você, quais seriam esses fatores de diferenciação? A Baixo custo de transporte, viagens espaciais. Parabéns! A alternativa D está correta. A possibilidade de civis participarem dessas viagens e a maior permanência fora da órbita terrestre contribuem para a projeção de cenários otimistas de exploração espacial. Questão 3 O turismo espacial, impulsionado pela Space X, abre um leque de oportunidades que poderão ser exploradas em breve. Se você fosse Elon Musk, com qual das cinco forças de Porter não precisaria se preocupar no curto prazo? B Investimento privado, foguetes especiais. C Divulgação das ações, cooperação com a Nasa. D Maior permanência no espaço, tripulantes civis. E Baixo consumo de combustível, navegação automática. A Rivalidade entre concorrentes do mercado. B Poder de barganha dos fornecedores. C Poder de barganha dos clientes. D Ameaça de novos entrantes. E Ameaça de produtos substitutos. Parabéns! A alternativa C está correta. Em decorrência de sua estratégia de diferenciação, no curto prazo, a Space X sabe que os clientes vão optar por seus produtos, ainda que paguem mais por eles. Orientações de marketing de uma empresa A teoria de Marketing preconiza que uma empresa pode ter seus esforços voltados para algumas orientações básicas, que mostram qual o objetivo principal no mercado em que atua. São elas as seguintes: Preconiza que os consumidores comprarão seus produtos se eles forem de fácil acesso (grande rede de distribuição) e de preço adequado às expectativas. Essa orientação foi determinante para a migração em massa de fábricas para países de baixo custo de mão de obra, como China, Índia, Paquistão, Tailândia, Vietnã, Filipinas, entre outros. Dedica-se ao desenvolvimento do produto em si, determinando sua máxima qualidade (dentro de parâmetros estabelecidos), entendendo que essa qualidade será o fator que fará os seus consumidores optarem pela compra da marca. Fabricantes de produtos de luxo geralmente possuem essa vertente, como é o caso da fabricante alemã de veículos Mercedes-Benz. Orientação para a produção Orientação para produto Orientação para vendas Volta seus esforços para a venda de produtos/serviços, pois entende que eles não serão vendidos sem um esforço direcionado para tal. É comum em setores propositalmente esquecidos como os de serviços funerários e de seguros de vida, para os quais os consumidores, consciente ou inconscientemente, deixam de dedicar tempo para a análise de compra. Destina-se a atender à necessidade do consumidor, e não à da venda (por isso, diferencia-se da orientação para vendas) a fim de entregar um produto que satisfaça (ou até mesmo supere) a expectativa do consumidor. É uma orientação comum em produtos custom made (customizados ou sob medida), que visam atender à demanda específica de um cliente. Volta os esforços da empresa para cuidar de todos os fatores internos e externos, que podem influenciar no negócio e na imagem da marca em si, tais como os resultados de vendas, o relacionamento governamental, a manutenção da comunicação em redes sociais, o fortalecimento da comunicação interna, o relacionamento com entidades de classe, entre diversos outros. Nesse caso, não há uma única preocupação em si, e sim várias frentes de cuidados distintos. Vamos conhecer um pouco mais sobre o Marketing Holístico! Ele é formado por quatro pilares, confira: Orientação para Marketing Orientação para Marketing holístico Marketing Interno Visa reforçar a manutenção dos valores da organização junto aos colaboradores, objetivando que a imagem da empresa esteja refletida na atitude dos empregados. Marketing Integrado Visa coordenar todas as ações em diversos canais de comunicação para o mesmo objetivo. Marketing de Desempenho Visa controlar o resultado financeiro e não financeiro das ações de Marketing adotadas. Marketing de Relacionamento Visa identificar peças-chaves do negócio (consumidores, empregados, fornecedores, distribuidores, varejistas e agências de comunicação) e desenvolver junto a eles uma rotina de troca de informações para aprimorar a compreensão do mercado. A cadeia de valor e o marketing O professor Michael Porter, autor dos livros A Estratégia Competitiva, A Vantagem Competitiva, entre diversos outros, segmentou atividades primárias ligadas ao negócio de uma empresa que geram valor para a sua atividade. Segundo ele, essas atividades devem ser cuidadosamente monitoradas com intuito de maximizar seus ganhos. Porter esquematizou a conjunção desses fatores no que chamou de cadeia de valores. Confira a imagem: Cadeia de valores. Confira agora mais detalhes sobre as atividaderes primárias: Atividade de transporte interno, seja de matéria-prima em uma fábrica, ou de insumos em uma área administrativa, é repleta de pontos de melhoria que podem gerar ganhos financeiros e de tempo para a empresa. Atividade fabril atualmente é algo complexo, que envolve diversos pontos de monitoramento e de transformação dos insumos. Invariavelmente, um olhar mais cuidadoso sobre esse processo identifica potenciais melhorias que podem ser adotadas. Quanto mais complexa é a operação de uma empresa, maiores são as chances de se obter ganhos com uma análise mais aprimorada dos processos que integram suas operações. Logística de entrada (interna) Operações Logística de saída (externa) Essa talvez seja uma das atividades mais difíceis e delicadas para uma empresa. Controlar as entregas vindas de outras empresas, administrar problemas rodoviários, ferroviários, aéreos, de aduanas, com barreiras fiscais, eventuais acidentes de percurso, relação com seguradoras de cargas e, ainda assim, garantir que os materiais para a produção e outras atividades estejam disponíveis no momento em que são necessários é um desafio em qualquer local e sociedade do planeta. Por mais estreitos que sejam os laços com as empresas parceiras, sempre é um desafio controlar recebimentos e entregas. Atividades de apoio. Contabilidade e finanças devem ter seu foco na otimização financeira da empresa e nos corretos registros dessas operações. Os recursos humanos devem garantir que todos os colaboradores reflitam em sua postura profissional os valores da empresa. As compras devem ser capazes de adquirir os insumos para a produção dentro de padrões de tempo, custo e qualidade para gerar valor para a empresa. Uma gestão enxuta e otimizada de toda a área administrativa gera economias substanciais. Atividade responsável pela construção da imagem da marca junto ao mercado, criação da estratégia de vendas, relacionamento com seu mercado consumidor, criação de campanhas publicitárias, entre outras atividades. É o Marketing que constrói e mantém a imagem externa da empresa. A correta e integrada articulação dos conceitos e das ferramentas Serviços Marketing e Vendas elencadas em prol de um objetivo único, estipulado pela empresa, constitui sua estratégia de Marketing. Inovação de marketing e vanguarda de mercado Antes de tudo, você sabe responder quem foi o primeiro homem a voar de avião? Voo oficial de Alberto Santos Dumont. Voo oficial dos Irmãos Wright. Você provavelmente tem a sua opinião sobre quem foi o primeiro homem a voar no aparato que atualmente conhecemos por avião. Seja sua resposta Santos Dumont(1873-1932) ou os irmãos Wright, temos certeza de que não saberia informar quem foi o terceiro (a propósito, nós também não). Altair 8800. Se você nasceu nos anos 1980, ou se é um aficionado por informática, possivelmente diria que o primeiro computador pessoal lançado foi um Apple IIe, mas dificilmente diria que foi um Altair 8800! Esse foi o primeiro computador, classificado como pessoal, inventado. No entanto, Steve Wozniak e Steve Jobs (1955-2011) RESPOSTA foram mais rápidos e lançaram seu produto antes. Depois de um mercado saturado de locadoras de vídeo (DVDs e Blue-Rays) e de provedoras de TV a cabo, uma empresa decidiu utilizar uma tecnologia disponível para reuniões on-line, chamada de streaming, para vender filmes pela internet. Esses filmes não ficavam armazenados na memória permanente dos dispositivos, eliminando assim o problema da pirataria. Depois de um estrondoso sucesso, a Amazon e outras grandes empresas entraram nesse mercado. Se você for explicar para sua avó o que é streaming, certamente dirá que é o que a Netflix faz, porque ela é que se tornou a referência pelo pioneirismo. Vamos fazer um desafio! Em 2004, um fabricante americano de câmeras lançou um equipamento sofisticado, pequeno, com uma altíssima qualidade de imagem, extremamente robusto e à prova d’água. Essa pequena caixinha quadrada se destinava a fazer fotos e vídeos em qualquer condição de tempo. Ela pode cair em superfícies duras, submergir na água salgada e ser exposta a altas temperaturas sem que isso a impeça de continuar gravando. A empresa disponibilizou ainda uma imensa linha de acessórios para a sua fixação nas mais diversas superfícies (bastões, capacetes, lataria de veículos, bicicletas, motos, corpo e onde mais se pudesse imaginar). Ela se tornou uma febre entre os praticantes de esportes radicais que queriam filmar suas aventuras. Rapidamente, outros fabricantes de câmeras lançaram suas concorrentes com características semelhantes (e em alguns casos até superiores), mas temos certeza de que se nós falarmos Sony RX, Sony Exmor, Garmin Virb, Nikon KeyMission ou Olympus Tough TG você não iria saber de que produto estamos falando, correto? Isso ocorre devido ao fato de, na mente dos consumidores (e até de quem não é consumidor, mas toma conhecimento sobre o produto), ficar gravado o nome (nome, marca, aparência ou logo) do produto que “abriu” o mercado. Note que até agora não falamos do nome do produto, mas temos certeza de que, se você é fã de esportes de aventura, já sabe. Você sabe de qual produto estamos falando, não é mesmo? Não diremos o seu nome aqui, apenas verifique se a imagem a seguir (sem a marca do produto) confirma a sua expectativa! E aí, acertou? Optamos por lhe dar esses quatro casos para pensar. Nosso intuito é o de ilustrar um fato que é recorrente no Marketing: O primeiro a criar o mercado é o que será lembrado! Achamos importante mencionar isso porque grandes histórias de sucesso empresarial deveram-se à coragem de lançar produtos e campanhas totalmente diferentes do que já se conhecia no mercado (e o ser humano é movido pela descoberta do novo). É claro que isso é um risco alto – novos lançamentos têm grandes chances de ser um fracasso. Por outro lado, a zona de conforto de uma empresa é a área em que os retornos são menores. Empresas brigam para se diferenciar entre si – é uma competição na qual quem sai na frente tem maiores chances e cabe ao estrategista de Marketing gerir essa relação entre risco e ganhos. Marketing e Estratégia Cinco forças de Porter RESPOSTA Antes de entrarmos especificamente na estratégia de Marketing, recorreremos mais uma vez a Michael Porter para compreendermos quais são as ameaças que estão presentes no mercado de uma empresa – essa análise é conhecida como as 5 forças de Porter. Elas estão presentes em quase todos os mercados e tanto um aluno quanto um profissional devem ser capazes de identificá-las. Confira: Quanto maior a rivalidade, menor a margem que uma empresa tem para se reposicionar, lançar produtos inovadores ou efetuar movimentos de expansão ou mudança. Uma alta concorrência limita em muito a margem de atuação dos concorrentes. Quanto poder os fornecedores de uma empresa possuem junto a ela? Qual a capacidade da empresa de pressioná-los a reduzir preços e melhorar as condições de entrega a seu favor? Mesmo grandes empresas são fortemente dependentes de seus fornecedores e adotam diversas estratégias para minimizar essa dependência. Em alguns setores industriais, os custos com fornecedores ultrapassam a metade do preço final do produto. Há a necessidade de se mensurar qual o poder que os clientes de uma empresa possuem junto a ela. Qual a resistência deles aos aumentos de preço e quantas mudanças no produto eles podem tolerar sem deixar de consumi-lo? Nesse ponto, também está inserida a capacidade de “sedução” da empresa. A Apple tem apresentado novos produtos a cada ano com substanciais aumentos de preço que são aceitos pelos clientes da marca. Essa é uma estratégia para diminuir o poder de barganha dos clientes, mudando periodicamente sua linha de produtos, incluindo novos Rivalidade entre concorrentes do mercado Poder de barganha dos fornecedores Poder de barganha dos clientes modelos com funcionalidades que, segundo a empresa, justificam preços mais altos. O aumento da concorrência sempre é algo a ser cogitado. Quando Theodore Levitt descreveu a miopia de Marketing das empresas, ele chamou a atenção delas para as possibilidades que existiam no mercado e que não estavam sendo vistas e aproveitadas. Dentro da estratégia de mercado de uma empresa deve estar contemplada a possibilidade (bem como sua medição) da entrada de novas empresas em sua área de atuação. Para avaliação desse risco, a empresa deve monitorar o desempenho de empresas de outros setores com potencialidades técnicas para concorrer com ela. Se o mercado dessas empresas não está indo bem, as chances de elas tentarem abordar novos mercado é alto. Nem todo produto/serviço pode ser trocado somente por seu concorrente direto. O advento dos processadores de texto nos computadores pessoais colocou as máquinas de escrever na obsolescência. O advento do VOIP (Voice Over IP) nos aplicativos de smartphones e PCs colocou a telefonia interurbana (e internacional) no final de sua linha. O aparecimento de outros produtos/serviços, não necessariamente ligados diretamente ao mercado de uma empresa, mas que podem suprir as necessidades atendidas pelo produto/serviço dela, podem ser uma forte ameaça dentro do seu mercado. 5 forças de Porter Neste vídeo, a professora Cecília Mattoso nos contará um pouco mais sobre as cinco forças de Porter. Vamos assistir! Ameaça de novos entrantes Ameaça de produtos substitutos Os produtos substitutos podem nascer não somente nos concorrentes: em 1970, a empresa Kodak era líder mundial no mercado fotográfico e uma das maiores empresas do mundo. Seu principal negócio era o fornecimento de filmes fotográficos e de serviços de revelação (algo que as pessoas nascidas depois dos anos 2000 nem devem saber do que se trata). Naquele ano, o engenheiro da Kodak Steven J. Sasson, apresentou para a diretoria de sua empresa a sua invenção – a primeira máquina fotográfica digital. A falta de entusiasmo da alta direção foi tamanha que a empresa chegou até a relutar em registrar a patente e não desenvolveu a tecnologia por diversos anos. Alguns dirigentes afirmaram que, uma vez que a invenção não usava filme fotográfico, não era de interesse da empresa! Quando a patente caiu em 2007, a Kodak viu-se: Sem uma grande fonte de renda das patentes; Com as vendas de filmes e serviços de revelação caindo exponencialmente; Sem tecnologia suficiente para concorrer com as diversas empresas que desenvolveram seus produtos com base nessa nova tecnologia. Atualmente, com muitas dificuldades financeiras, a Kodak, que já foi amaior empresa do setor fotográfico do mundo, tenta se reinventar após não ter compreendido a tempo a mudança que foi criada dentro de sua própria casa e que poderia tê-la alavancado ainda mais. O sucesso de uma empresa não depende apenas de ter um produto/serviço de excelência, mas também de posicioná-lo e divulgá-lo no seu mercado de destino, de conseguir analisar corretamente tal mercado e de saber realisticamente quais são suas forças e fraquezas empresariais as quais está sujeita, desenhando estratégias que maximizem as forças e neutralizem as fraquezas. Diversos foram os casos de ótimas ideias suplantadas por concorrentes com melhor estratégia de Marketing e um produto não necessariamente melhor. A PalmSource (que possuía aparelhos como o Palm OS, sistema operacional mais estável, confiável e completo do mercado na época) desapareceu por não ter compreendido corretamente que o mercado de handhelds (aparelhos portáteis que gerenciavam dados e acesso à internet, sem efetuarem chamadas telefônicas) seria engolido pelos atuais smartphones. O comércio eletrônico, ao contrário do que a maioria acredita, não foi inventado nos Estados Unidos, nem após o surgimento da internet – ele foi criado em 1978, na França, com a construção de um aparelho chamado de teletexto (minitel em francês), disponível ainda em várias residências e comércios, permitindo a troca de informações entre os terminais ligados à rede telefônica analógica. Com ele, os franceses se acostumaram a comprar on-line e a receber os produtos em suas casas (e muitos ainda o fazem! Estima-se que haja cerca de 600 mil ainda em uso) desde antes de a internet ser criada. O teletexto poderia ter sido o padrão mundial de comunicação do comércio eletrônico, mas a ausência de uma estratégia de expansão do teletexto na França e para além dela não permitiu que o mundo conhecesse essa ferramenta, que foi suplantada pelo comércio eletrônico que conhecemos atualmente. Reflexão É fundamental que o planejamento de Marketing de uma empresa reflita o planejamento estratégico da empresa, sua missão e valores, até mesmo se confundindo em alguns momentos. Estratégias de Marketing A imensa maioria das empresas almeja em sua estratégia aumentar sua parcela de mercado, expandindo, assim, seu faturamento e, consequentemente, seu tamanho. São raros os casos em que empresas que pretendem ampliar seus lucros diminuem suas atividades no mercado, mas isso pode acontecer em alguns casos muito específicos. Algumas das estratégias de crescimento de uma empresa podem ser: Verifica se existem possibilidades em seu mercado para novas incursões (novas ofertas, nichos inexplorados de mercado, espaço para novos produtos ou produtos derivados), elevando sua participação. A empresa tenta incorporar ao seu negócio a sua cadeia de fornecimento ou de distribuição, e aumenta o controle sobre ela, reduzindo custos por ganhos de sinergia. Entende-se por ganhos de sinergia os ganhos decorrentes da junção de áreas da mesma atividade – uma organização que adquire outra não precisará manter dois setores de contabilidade e finanças (da adquirente e de adquirida), essas atividades provavelmente ficarão concentradas na empresa adquirente. É útil (e indicada) quando a análise de forças do mercado aponta a existência de oportunidades que podem ser preenchidas com certa facilidade em mercados periféricos ou com ações de rápido desenvolvimento. Veja um exemplo! Exemplo: A Walt Disney Company, cujo negócio principal são os parques temáticos e os filmes, decidiu vender os direitos de seus personagens Crescimento intensivo Crescimento integrado Crescimento por diversificação para que empresas de brinquedos os fabricassem, obtendo assim, receitas extras. As empresas também podem adotar estratégias de downsizing e alienação de negócios antigos como forma de liberar recursos para investimentos em setores mais lucrativos. Três estratégias básicas de Porter Porter propôs três estratégias básicas que podem servir de alicerces para o aumento da fatia de mercado das empresas. Essas são, obviamente, estratégias básicas, e não um completo planejamento de Marketing, mas servem como ponto de início para uma análise de como a empresa se comportará perante seu mercado. Confira: Liderança total em custos Quando a empresa foca no controle de seus custos (incluindo-se a integração vertical para captura de lucros da cadeia de fornecimento e distribuição ou a terceirização de sua fabricação para locais com custos mais baixos), reduzindo, portanto, o preço final de seus produtos e gerando uma expansão da sua participação de mercado. A Casa & Vídeo posicionou-se como uma empresa de fornecimento de itens domésticos de baixo custo, com pontos de venda localizados em áreas estratégicas. Para tal, integrou parte de sua cadeia logística e firmou parcerias com fabricantes de eletrodomésticos de custo mais baixo. Diferenciação Quando a empresa concentra esforços para se diferenciar em áreas valorizadas pelo seu público consumidor, conquistando seu Downsizing e alienação de negocios antigos reconhecimento. A Apple Computers mantém a estratégia de lançar produtos de alta qualidade, com inovações constantes, conquistando a preferência de um público disposto a pagar mais caro por essas características. Foco ou Especialização Quando a empresa escolhe pequenos nichos de mercado em que se diferencia para especializar-se neles e obter ganhos decorrentes disso. Essa estratégia tende a expulsar (ou reprimir) concorrentes menos especializados nesse nicho. A Brembo, empresa italiana, optou por especializar-se na fabricação de freios para veículos de altíssima performance (Ferrari, BMW, Porsche, entre outros) e, em decorrência disso, encontra pouquíssima concorrência nesse nicho. Diante do que foi estudado até agora, podemos verificar que uma estratégia de Marketing de sucesso deve: Compreender o mercado e suas tendências, conseguindo analisar quais são os seus principais players e quais são os anseios dos consumidores; Ser capaz de oferecer novos produtos/serviços dentro da expectativa de necessidade (e preço) de seus clientes, de forma sustentável e a longo prazo; Conquistar (atrair) novos clientes, principalmente com base na compreensão de suas necessidades e na predisposição de clientes atuais em advogar (divulgação) a favor do produto/serviço da empresa; Ser capaz de gerir um relacionamento com seus atuais e futuros clientes por meio de todos os meios de comunicação que esses clientes prefiram usar e que estejam disponíveis; Fazer, na medida do possível, uma gestão completa da cadeia de suprimento para garantir que o produto/serviço correto esteja disponível no prazo e preço correto para o consumidor. Resumindo Quando falamos de gestão completa da cadeia de suprimentos, não estamos falando necessariamente em integração da cadeia, e sim no controle de suas informações, que pode ser feito estreitando laços de parcerias com fornecedores e distribuidores. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Após os atos terroristas de 11 de setembro de 2001, houve uma profunda mudança nos critérios de embarque de lâminas em voos, tanto domésticos quanto internacionais. Isso levou a Victorinox, uma tradicional fabricante suíça de canivetes, lâminas e facas a experimentar uma queda de 90% em suas vendas! Como estratégia de sobrevivência, a empresa optou por lançar relógios, malas e até roupas com sua marca e, obviamente, sua referência de qualidade. Identifique o conceito adotado pela Victorinox. Parabéns! A alternativa B está correta. A Estratégia de crescimento intensivo. B Estratégia de diversificação. C Estratégia de diferenciação. D Estratégia de especialização. E Estratégia de inovação. Note que a empresa optou por lançar um vasta linha de produtos com sua marca, o que caracteriza claramente a Diversificação de produtos. Questão 2Determinada empresa de brinquedos, identificando uma fraqueza no fornecimento de plástico para seus produtos, decide iniciar esforços para adquirir a empresa fornecedora desse insumo para, assim, poder ter maior controle sobre os fornecimentos. Identifique a o conceito discutido nesse caso. Parabéns! A alternativa C está correta. Note que a empresa identificou que, controlando parte de sua cadeia, conseguiria melhorar suas oportunidades no mercado onde atua, caracterizando a estratégia de integração. A Estratégia de liderança total em custos. B Estratégia de diversificação. C Estratégia de crescimento integrado. D Estratégia de especialização. E Estratégia disrupção. 3 - O composto de Marketing Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o composto de Marketing. Ligando os pontos As variáveis controláveis do Marketing impactam no sucesso de uma organização. Para compreender melhor a influência dessas variáveis, vamos analisar o case do Mercado Livre. O Mercado Livre é uma organização focada na disponibilização de plataforma digital para compra e venda de produtos de usuários e empresas de 18 países. No Brasil, sua atuação tem contribuído para a manutenção de 100 mil postos de trabalho. Por sua postura de acolhimento dos colaboradores, de acordo com a revista Você S.A., o Mercado Livre consta no ranking das melhores empresas para se trabalhar no Brasil, desde 2013. O marketplace construído pelo Mercado Livre oferece mais de 60 milhões de produtos e serviços, que movimentam quase 10 vendas por segundo. Para compreender a envergadura de suas operações, em 2020, o faturamento de suas vendas equivaleu a 0,12% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em complemento a esse portal de vendas, a organização oferece soluções para promoção de vendas, envio e pagamento de mercadorias. Sua complexa rede de logística permite a entrega de diversas mercadorias de diferentes fornecedores de forma integrada. Para os parceiros de seu marketplace, oferece serviços de armazenamento e expedição de mercadorias a partir de suas instalações, facilitando as operações de vendas em seu portal na internet. Seguindo a tendência atual de maior inclusão social, o Mercado Livre não poupa esforços para implementação de boas práticas para inserção das mulheres em seu quadro de colaboradores. Essa postura foi premiada com sua eleição de melhor empresa para a atuação profissional das mulheres, em junho de 2021, de acordo com a versão nacional do ranking GPTW Mulher (Great Place to Work – Melhor Lugar para se Trabalhar). Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? Questão 1 O composto de Marketing influencia o sucesso de uma organização. Sob essa ótica, descreva de que forma o Mercado Livre coopera com outras organizações. Digite sua resposta aqui Chave de resposta O Mercado Livre colabora para a variável promoção, ao disponibilizar seu marketplace como canal de vendas. Quanto à variável praça, torna virtualmente possível todo o território nacional como seu mercado de atuação. No que se refere à variável preço, contribui para o estabelecimento de política de preços. Questão 2 Para você, qual questão afeta o composto de marketing e não pode ser tratada pelo Mercado Livre em sua forma de atuação? Parabéns! A alternativa A está correta. A definição do produto, que deve atender às necessidades e expectativas do cliente, é de responsabilidade da empresa contratante dos serviços do Mercado Livre. Questão 3 Na sua visão, de que forma o Mercado Livre pode efetuar estimativa de custos de produtos, que fazem parte da variável preço, do composto de Marketing? A Definição do produto. B Política de preços. C Promoção de vendas. D Propaganda. E Parcelamento de pagamento. A Com base nos insumos de fabricação. Parabéns! A alternativa E está correta. A estimativa de custos é uma atividade de mensuração dos custos de fabricação. Por essa razão, somente a empresa contratante dos serviços do Mercado Livre tem condições para efetuar esse tipo de estimativa. Os (tradicionais) 4 Ps do Marketing – só que atualizados! O composto de Marketing é tão importante na análise de mercados, que daremos uma atenção especial a ele neste módulo. Essa metodologia de análise tem se mostrado bem-sucedida junto aos analistas de mercado por décadas, não somente pelo fato de facilitar o detalhamento e o aprofundamento de tópicos, mas também por permitir uma análise de diversos fatores de forma detalhada e, ao mesmo tempo, objetiva. Em 1949, Jerome McCarthy (1928-2015), em seu livro Basic Marketing, definiu um conjunto de 4 variáveis que as empresas deveriam conseguir controlar para ter sucesso em seus negócios. Nasciam, então, os 4 Ps do Marketing (Product, Price, Place, Promotion), os quais foram traduzidos para o português como Produto, Preço, Praça e Promoção. A esse conjunto de fatores foi dado o nome de Mix de Marketing ou Composto de Marketing. Dedicaremos este módulo especificamente a esse ponto. Confira uma breve conceitualização. B A partir de estimativas anteriores. C Com o saldo médio de vendas. D Com pesquisas de análises de consumo. E Não pode efetuar estimativa de custos. Produto Refere-se a características específicas do que está sendo vendido/ofertado (que pode ser um serviço, não necessariamente um bem), sua aparência ou forma de apresentação (prestação), complexidade tecnológica, qualidade, embalagem, design, garantias, entre outros fatores. Preço Refere-se à política de preço a ser adotada pela empresa para um bem/serviço ou para todo o conjunto de bens/serviços vendidos. Nesse aspecto, podemos citar as condições de pagamento, a concessão de descontos para grupos específicos, os financiamentos e, obviamente, o balizamento junto ao preço dos concorrentes. Promoção R f f d Com o aumento da complexidade nas relações da sociedade, a definição dessas variáveis ficou um pouco obsoleta para a correta análise do Mix de Marketing. Os 4 Ps tradicionais foram redefinidos como Pessoas, Processos, Programas e Performance. Para fins de análise acadêmica, abordaremos os 4 Ps originais. Produto Para Kotler (2012), o produto tem papel central para uma marca de sucesso. A liderança de mercado é atingida quando as empresas oferecem bens e serviços de qualidade superior e de valor insuperável para os seus clientes. Quando falamos de produto, não estamos nos referindo necessariamente a um bem físico que pode ser comprado, tocado e guardado. O produto sobre o qual trataremos é o que a empresa está ofertando ao mercado, podendo ser um bem Refere-se ao esforço de venda e divulgação do produto/serviço nos canais de comunicação e de vendas, incluindo a propaganda e a definição da força de vendas. Praça Refere-se à definição de quais mercados serão objeto do esforço de Marketing e a correta análise das características desses mercados (comportamento do consumidor, tributação, dispersão geográfica, entre outros). físico, um serviço, uma experiência, uma ideia ou qualquer outra coisa que possa satisfazer uma necessidade ou desejo do mercado. “Bons produtos vendem-se por si!” Você já deve ter ouvido essa frase em algum lugar e ela é tão verdadeira e correta quanto a frase atribuída ao senhor Charles H. Duell (1850-1920), diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos em 1899, que disse: “Tudo que poderia ter sido inventado já foi inventado”. Infelizmente, um produto se não vende por si só e daremos exemplos de produtos altamente competitivos que foram descartados do mercado em decorrência de visões de Marketing equivocadas por parte de seus fabricantes. Para um produto obter sucesso, além de sua qualidade, ele precisa de uma boa e correta estratégia para aparecer no mercado e se diferenciar de seus concorrentes. Produtos podem se distinguir de diversas maneiras, como: suas características físicas ou de conceito; sua possibilidade (ou não) decustomização; sua qualidade construtiva; seu desempenho; sua durabilidade; seu estilo ou custo/facilidade de reparo. Qualquer que seja a característica de um produto, ela não o isenta de disputar mercado com concorrentes pelos quais a maioria dos consumidores está disposta a cogitar a aquisição em seu lugar. É fundamental para o estrategista de Marketing saber em quais classificações seu produto se enquadra e o que o torna diferente dos seus concorrentes. Tais produtos (tangíveis ou serviços) podem ser classificados em: Bens de conveniência Comprados com frequência, imediatismo e quase nenhum esforço dedicado à lh ( bi it escolha (arroz, biscoitos etc.). Bens de impulso Comprados sem um planejamento prévio. Geralmente, itens de grande satisfação momentânea, como doces ou outros que geram uma compensação afetiva. Bens de emergência Remédios, reparos para canos, guarda-chuvas. Bens de compra comparada Homogêneos são bens comparados a seus concorrentes similares, como biscoitos, por exemplo, enquanto os heterogêneos são bens comparados pelo consumidor com outros tipos de produtos que também se destinam a suprir a mesma id d Com isso em mente, podemos nos perguntar: necessidade, como cervejas, vinhos e bebidas destiladas. Bens de especialidade Produtos específicos para os quais o consumidor já empregou grande esforço e tempo a fim de conhecer seus detalhes e a sua opção de compra, praticamente tomada antes da execução. Automóveis são um bom exemplo. Bens não procurados São produtos sobre os quais o consumidor não possui conhecimento sobre a existência, ou até evita ter contato, como seguro de vida, serviços funerários, advogados de causas litigiosas (especialistas em divórcio) e todo tipo de produto ou serviço ligado a motivos indesejados. O que faz com que gostemos (ou não) de um produto, antes, durante e após o processo de compra? Kotler (2012) define cinco níveis para um produto que respondem a essa pergunta, confira a seguir: Nível 1 O benefício central é a função objetiva do produto. Um smartphone deve efetivamente fazer ligações e ser capaz de rodar aplicativos (caso isso não acontecesse, ele não seria um smartphone!). Nível 2 O produto básico, aquilo que compõe o nosso bem, como a memória, o processador, a tela, os recursos etc. Nível 3 O que chamamos de produto esperado, aquilo pelo qual os consumidores anseiam por receber quando optam pela compra desse bem, ou seja, o desempenho, a facilidade de uso, a beleza e a qualidade da imagem do smartphone. Nível 4 O produto ampliado, reconhecido como aquilo que excede as expectativas e surpreende o cliente. Os acessórios inclusos, a tela de boas-vindas e a própria embalagem (a Apple tornou o procedimento da abertura de seus produtos uma experiência em si!). Nível 5 O produto potencial, ou seja, as melhorias que o produto pode sofrer no futuro e que podem diferenciá-lo ainda mais de seus concorrentes. Preço Você já ouviu a frase: “O preço não é apenas um número em uma etiqueta.”? Concorda com ela? Essa frase pode parecer, ao mesmo tempo, óbvia para um analista de marcas e mercado e ridiculamente errada para um observador desatento (ou desinteressado). Acontece que ela está inteiramente correta em seu teor. O preço não representa apenas o que será pago pelo produto/serviço, mas o valor em trabalho/esforço (salário) que o consumidor terá que dispender para obtê-lo, o valor que a empresa (fabricante e vendedora) entende como sendo a correta medida de importância do que está vendendo, o prestígio imposto ao bem e, não menos importante, o resultado de uma complexa equação de custos, lucros e estimativas de propensão à compra (e à barganha) por parte do cliente. Para uma correta determinação de preços é necessário seguir alguns passos que veremos a seguir: Identificar com precisão qual o tipo de cliente-alvo e seu comportamento Identificar qual o tipo de cliente-alvo e qual sua atitude em um processo de compra (se pesquisa pela internet ou em outras lojas físicas, solicita desconto, ingressa em processo de negociação, simplesmente abandona o processo de compra, dentre várias outras ações). A percepção de preço por parte do cliente é algo complexo, determinado pela conjunção de diversas variáveis como: Preço de referência Preço de acordo com a loja Muitos clientes adotam, antes de ir às compras, um preço de referência que estão dispostos a (ou que podem) pagar; outros clientes julgam o preço de acordo com a loja onde o produto/serviço está sendo ofertado (clientes de roupas tendem a avaliar a qualidade de um produto em referência à loja em que ele está sendo ofertado), outros aceitam uma ampla gama de qualidades para escolher o produto de menor (ou melhor) preço; há consumidores “especialistas” ou “aficionados”, que entendem muito bem do produto que está sendo pesquisado e aceitam pagar preços muito altos para terem um produto que atenda exatamente às suas necessidades ou aos seus anseios. É o caso de produtos de culinária gourmet, na moda ultimamente, e que criaram um nicho de mercado à parte nas prateleiras das lojas de utensílios de cozinha. No caso de produtos específicos ou de alto luxo, a escassez (muitas vezes intencional) do produto pode servir para justificar o preço da exclusividade. Isso é muito comum no mercado de joalheria, em que apenas poucas unidades são fabricadas e o valor que será deixado de lucrar produzindo um grande lote é alocado nos preços das poucas unidades feitas. Ampla gama de qualidades Preço da exclusividade O mercado automotivo também utiliza esse procedimento para carros novos. Quando um novo modelo é lançado, a fábrica (sabendo que seu produto é símbolo de prestígio junto a seus clientes) disponibiliza apenas algumas unidades para venda, reduzindo o poder de barganha de seus clientes, que pagarão mais pela exclusividade de ter o veículo recém-lançado. Curiosidade Muitas pessoas já devem ter se perguntado a razão de um preço ser, por exemplo, R$24,99 e não R$25,00. Estudos de Psicologia mostraram no passado que as pessoas tendem a memorizar os preços da esquerda para a direita, isto é, da casa maior para a menor, ao invés de arredondá-los. Dessa forma, consumidores mais desatentos tendiam a memorizar preços de R$299,00 ou R$299,99 mais para a faixa de R$200,00 do que para R$300,00. Devido a esse fato, o comércio ainda opta por fixar valores terminados em 90 ou 99 em suas etiquetas de preço. O conhecimento do consumidor sobre o preço médio do produto também tem forte influência sobre a precificação. Atualmente, diversas ferramentas de comparação de preços dão aos consumidores uma noção bastante precisa do valor de um produto no mercado (e criam uma imensa dor de cabeça para fabricantes e lojistas). Essas ferramentas estão se modernizando para incluir nas suas análises o tempo de entrega do produto, a confiabilidade da loja, as questões acerca da garantia do produto, a política de devolução, as opiniões de clientes que já compraram o produto, as opiniões de especialistas sobre a marca, a evolução histórica de preços, entre diversas outras informações. Identificar qual o nível de concorrência que o produto/serviço enfrentará Atualmente, a facilidade com que se obtém referências de preços pela internet tem restringido bastante a margem de precificação. Fatores como urgência da compra, insegurança da compra via web e necessidade de visualização do produto físico antes da compra ainda favorecem a compra em lojas, porém, isso está mudando rapidamente porque o consumidor está cada vez mais confiante (e arrojado) para fazer compras de novos itens on-line. Atenção! Apesar de as consultas e compras pela internet serem um forte limitador de precificação, não se pode ignorar a concorrência física nas prateleiras das lojas. É fundamental saber quais concorrentes estarão expostos ao lado do produto nas lojas vendedoras e nas