Prévia do material em texto
UNIFAVENI MARTA MENEZES DA SILVA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO COMO INTERVENÇÃO NO AUTISMO ITABIRA-MG 2024 UNIFAVENI MARTA MENEZES DA SILVA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO COMO INTERVENÇÃO NO AUTISMO Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de licenciada em educação especial. ITABIRA-MG 2024 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO COMO INTERVENÇÃO NO AUTISMO Marta Menezes da Silva [footnoteRef:1] [1: martinhadrummond123@outlook.com ] Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO – Em geral, é um transtorno que pode atrapalhar muito a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças com TEA, assim também o transtorno acaba influenciando no comportamento da criança. O objetivo da pesquisa é demonstrar a relevância da análise do comportamento. Em relação ao tratamento do TEA, muitos estudos demonstraram a eficácia das intervenções baseadas em ABA. Vários achados sugerem efeitos positivos no funcionamento intelectual, desenvolvimento da linguagem, aquisição de habilidades de autoajuda e funcionamento social. A metodologia utilizada neste artigo foi uma pesquisa bibliográfica, onde forma utilizadas para pesquisa, as bases de dados como exemplo: SCIELO e BIREME, livros e artigos em revista, abordado o tema em questão utilizando as palavras chaves. Conclui-se que efeitos promissores das intervenções ABA e pode até servir como um recurso para a saúde pública e políticas sociais em relação ao TEA e outros transtornos do neurodesenvolvimento. Palavras-chave: Autismo, ABA, TEA. inclusao. Educacao especial. 1 INTRODUÇÃO As estimativas de prevalência do transtorno do espectro autista global (ASD) variam de 0,72% a 0,76%, e o transtorno do espectro autista global está associado a um grande impacto social. Uma pesquisa de prevalência populacional brasileira estima que o Estado de São Paulo possui 40 mil crianças e adolescentes com TEA. Os déficits clínicos abrangem dois domínios principais: comunicação social e comportamentos repetitivos e estereotipados. Isolamento e falta de interesse em compartilhar com outras pessoas, déficits de atenção conjunta e simbolismo, diminuição / falta de contato visual, incapacidade de desenvolver amizades e relacionamentos afetivos e dificuldade em compreender a comunicação não verbal são descritos como possíveis prejuízos na comunicação social. Em relação ao tratamento do TEA, muitos estudos demonstraram a eficácia das intervenções baseadas em ABA. Algumas descobertas sugerem efeitos positivos no funcionamento intelectual, desenvolvimento da linguagem, aquisição de habilidades de autoajuda e funcionamento social. A pesquisa estabeleceu efeitos promissores da intervenção ABA, até mesmo como um recurso para a saúde pública e políticas sociais relativas ao TEA e outros transtornos do neurodesenvolvimento. A pesquisa é importante visto que o envolvimento da família no processo terapêutico é de fundamental importância para a intervenção em indivíduos com TEA. As evidências da pesquisa mostram que os pais cujos filhos foram diagnosticados com TEA estão sobrecarregados e enfrentam mais desafios ao longo da vida quando comparados aos pais de crianças sem distúrbios do neurodesenvolvimento. As famílias precisam de apoio para ter acesso a informações de qualidade sobre as diretrizes de tratamento e diagnóstico, incluindo treinamento de habilidades, coordenação multidisciplinar para suporte jurídico e médico; ao mesmo tempo, a situação pessoal, como isolamento social, impacto financeiro e condição emocional familiar, deve ser coordenada. Dentro desse contexto, qual a importância do análise do comportamento como intervenção no autismo? O objetivo da pesquisa é entender a análise do comportamento como intervenção no autismo. Já os objetivos específicos consistem em: demonstrar o autismo, abordar sobre a interação como uma forma de aprendizagem; mostrar a análise do comportamento como intervenção no autismo. O método selecionado foi o de revisão bibliográfica, o qual permite incluir pesquisas experimentais e não experimentais, obtendo a combinação de dados empíricos e teóricos que podem direcionar à definição de conceitos, identificação de lacunas nas áreas de estudos, revisão de teorias e análise metodológica dos estudos sobre um determinado tópico. 2 AUTISMO O autismo é a dificuldade social, da comunicação e comportamental, os primeiros sintomas como já haviam citado aparecem geralmente, antes dos três anos de idade e quanto mais cedo for diagnosticado, mais chances de corrigir as disfunções ocorridas desta condição. A área da habilidade social, onde a criança não interpreta os comportamentos sociais, tendo dificuldades em interagir com o outro e isto ocorre em vários níveis de gravidade. Os comportamentos mais comuns a serem observados são aqueles em que a criança fica num canto num ambiente social, se balança e produz sons estranhos e não interatua com ninguém. No entanto, existem traços sutis do autismo que enganam facilmente com o decorrer do tempo, são os casos vistos apenas como nerds, esquisitos ou estranhos e muitas vezes passam despercebidas (CUNHA, 2016). Alunos com Transtorno do Espectro Autista aprendem, tem uma característica humana em que esses apresentam dificuldades de comunicação e relacionamento social, estereótipos e formas de pensar estereotipadas e diretas (MONTEIRO, 2015). O autismo é proveniente de causas ainda desconhecidas, mas com grande contribuição de fatores genéticos. Há autistas bem diferentes: não verbais com dificuldades na linguagem, com estereotipias, sem estereotipias, hiperléxicos, com déficit cognitivo, sem déficit cognitivo, mas sempre trazem em comuns dificuldades sociais. Os educandos com autismo podem ter intolerância a alguns alimentos e medicamentos, também normais em outras crianças, mas porem deve ser investigado por profissionais especializados (WHITMAN, 2015). Uma ação educativa comprometida com a cidadania e com a formação de uma sociedade democrática e não excludente deve, necessariamente, promover o convívio com a diversidade, que é marca da vida social brasileira. Entendesse que os direitos sempre estão assegurados pelas leis que o educando tem seus direitos dentro e qualquer lugar incluir essas crianças sempre, mostrando seus valores eles têm direitos à escola, lazer, cultura e a saúde e profissionais qualificados e preparados isso está certo perante a legislação. Com tudo isso o autismo é pertinente entendermos a relação que o autismo possui com o saber e com o mundo ao seu redor, educadores tenha um olhar pedagógico para contribuir com o aprendizado desses educandos (ARAÚJO, 2018). Autismo não tem cura e nem tratamento esse discurso é muito comum na fala médica onde o foco só está na doença. Entretanto, o educando não é o transtorno e sim mostra comportamentos do espectro autista. Felizmente, há uma luz no fim do túnel, existem novas possibilidades que abrem mudanças consideráveis no quadro autistico e para isso, é necessária uma equipe multidisciplinar segundo Rosal (2018) que se integre e que haja um grande engajamento familiar. Para vencermos o autismo é necessário trabalharmos em equipe e que cada um tenha em mente que fazer sua parte bem-feita é potencializar o trabalho do outro. Transpor as dificuldades do autismo é uma busca incessante em direção á superaçãode nossos próprios limites (RIBEIRO, 2013). O educando com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) cria formas próprias de relacionamento com mundo social e em consequência do convívio, todos nós adquirimos uma mente social, que nos possibilita fazer conexões apropriadas com o mundo ao redor. Em relação com o educador, o primeiro a aprender será sempre o educador, para conquistar essas crianças principalmente quando se fala em educação infantil, e o educador deve sempre conhecer a história dessa criança e com ou sem experiência buscar conhecimento para ajudar o desenvolvimento do mesmo. Não se alterar, não valorizar as reações excessivas, redirecionar a atenção e a ação do aluno, falar baixo, manter o mesmo tom de voz e o contato visual é a melhor maneira de dizer não é mostrando sempre um caminho melhor. Educadores afirma Sampaio (2014) devem investigar as atitudes corretas a fim descobrir suas causas e muitos são os fatores que as motivam, dentre os quais, o barulho, a mudança de rotina e as frustações. As relações existentes nas diversas salas de aula segundo Ribeiro (2013) e é perceptivo o quanto os educadores atuantes não estão totalmente preparados, seja no campo de metodologias, seja de pesquisa científica, seja de situação política e que a principal preocupação é transmitir conhecimentos e esperar que o aluno aprenda o que foi dito. Se analisarmos a metodologia de ensino como sendo um fator com base em pilares cognitivos e das relações emocionais, é certo que haverá envolvimento sentimental nesta interação e ainda pode indicar o quanto o processo todo é afetado por estes fatores. A educação é um fator fundamental no sentido de que o educando aprenda com prazer e absorva tudo o que os educadores estão interagindo com eles e que o educando não tenha dificuldade no seu aprendizado. 2.1 Diagnósticos O Diagnóstico é essencialmente clinico e em todos os diagnósticos de autismo, sendo níveis leves ou severos, o contato social é sempre prejudicado, pois são pessoas extremamente sensíveis e o contato social lhes provocam ameaças. O educando com autismo não escolhe ficar sozinha, mas o que lhe falta, são habilidades sociais e isto ocasiona a distância das outras pessoas, levando – a se fechar no seu mundo, sem lhe causar nenhum desconforto e muitas vezes, o educando com autismo, busca contato social, mas não tem recurso de como fazê-lo (CUNHA, 2016). A área da disfunção da linguagem acentua Filipe (2015) onde o educando com autismo mostra dificuldades na capacidade de se comunicar pela linguagem verbal e não verbal, mais um fator, que faz com que esta pessoa fique prejudicada na questão comunicação. A área da disfunção comportamental em que o parâmetro dos educandos com autismo independe de raça, credo e nacionalidade, pois os comportamentos do autismo seguem os seus próprios padrões. Os educandos com autismo veem o mundo de maneira diferente acentua Silveira (2015), elas sofrem de déficit da capacidade de unificar o mundo percebido e tem uma visão do mundo em pedaços. O autismo possui muitas camadas e são próximos do autismo clássico e pode-se subdividir o autismo em categorias destaca Russo (2015) como: a) Traços leves do autismo; b) Síndrome de Asperger; c) Autismo com auto funcionamento; d) Autismo grave, com retardo mental associado. Traços leves do autismo são aqueles que não aparecem todos os comprometimentos, mas sim algumas dificuldades, muitas vezes configuradas como vantagens, do que um problema em si. Indivíduos ligados a jogos eletrônicos, computadores, podem apresentar este traço artístico leve. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) segundo Monteiro (2015) são indivíduos que apresenta habilidades em áreas a serem identificadas para se traçar uma maneira de avaliar suas dificuldades de interações sociais e comportamentais, pode ser treinado a lidar com estas dificuldades. Autismo com auto funcionamento se esbarra muitas vezes com a síndrome de Asperger, pois as duas têm características muito semelhantes. Autismo grave com retardo mental associado é aquele que apresenta o autismo clássico e fácil de identifica-lo. Este tipo de autismo requer uma intervenção precoce, e geralmente por toda a vida. A complexidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o fato de que os sintomas e severidade podem variar, provavelmente são quadros resultantes da combinação de diferentes genes e alguns problemas genéticos acontecem espontaneamente e outros são herdados. 3 INTERAÇÃO COMO UMA FORMA DE APRENDIZAGEM A interação segundo Silveira (2015) é a forma mais efetiva de inserir o conhecimento na vida de todos os educadores, e em especial em indivíduos que possuem autismo, alguns indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam serem muito afetiva. Porém sem diferenciar os indivíduos, e quando o educador propõe uma atividade em que haja interação, essa afetividade passa a ser significativa a esse educando com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Se essa interação não acontecer, a escola será apenas mais um ambiente, e os alunos ficarão mais “fechados” para si mesmos e dificultarão o aprimoramento do processo de ensino. Segundo Santos (2012), as pessoas com deficiência e outras, por conta de suas trajetórias sociais, podem apresentar dificuldade para realizar determinadas atividades, embora possam ser altamente qualificadas em outras atividades. Portanto, ao lidar com pessoas com deficiência, respeite suas diferenças sem enfatizá-las e não lamente suas deficiências e diga que suas vidas são difíceis, porque para muitos deles o déficit não se torna uma barreira intransponível. Assim, segundo Ribeiro (2013), durante a aprendizagem e interação social, uma pessoa naturalmente atribui características positivas a um grupo por pertencer a esse grupo, enquanto, por outro lado, associa características negativas a indivíduos de outros grupos . Como os alunos aprendem e se lembram em seus cérebros, saber como o cérebro funciona não é o mesmo que conhecer as melhores maneiras de ajudar os alunos a aprender. Segundo Rosal (2018), o aprendizado e a educação estão relacionados ao desenvolvimento do cérebro, que se molda em resposta a estímulos ambientais que fazem com que os neurônios formem novas sinapses. A aprendizagem, portanto, é o processo pelo qual o cérebro responde aos estímulos ambientais, ativando as sinapses, tornando-as mais "fortes" e, assim, constituem os circuitos que processam as informações, com capacidade de armazenamento molecular. Segundo Cruzeiro (2016), a aprendizagem combina a educação com a neurociência e a neurociência para estudar os processos de aprendizagem e memória no cérebro desde o nível molecular e celular até as regiões corticais. Acredita-se que a formação de padrões de atividade neural corresponda a certos estados e representações mentais, e o ensino bem-sucedido resulta em mudanças nas taxas de conectividade sináptica que afetam a função cerebral. Claro que, segundo Orrú (2016), também depende da natureza do currículo, da competência do educador, do método de ensino, do ambiente da sala de aula, da família e da comunidade, tudo isso interage com as características do cérebro do indivíduo. Para a construção do conhecimento, os educadores devem estar atentos aos dados fornecidos pelos pais e perceber os sinais dos alunos. Desta forma, o educador fornecerá ao seu ambiente de trabalho todos os recursos necessários para desenvolver sua mente e se integrar ao mundo mais amplo. Demo (2013) enfatiza que os educadores representam a motivação dos alunos em buscar conhecimento para pesquisar e aprender, portanto, apenas os alunos precisam avançar para os métodos de aprendizagem e obter sucesso. Compete ao educando refletir sobre o seu conhecimento ao conferir os assuntos estudados, contudo é o educador na qual designa os exercícios nos quais os educandos podem aperfeiçoar-se, tornando possível uma direção apropriada ao método de estruturação do aprendizado. O educador precisa ressalta juntar a essa cultura geral, a especialização disciplinar e a procura por conhecimentosconexos com sua matéria, porque formar o cidadão hoje é, inclusive, auxiliá-lo a se capacitar para lidar praticamente com noções e obstáculos surgidos nas mais variadas situações, tanto no trabalho, quanto há outros existentes. Trabalhar as competências e as habilidades segundo Elena (2014) requer uma visão de formação do educador e uma nova relação deste com os seus educandos, com o saber, as práticas e as propostas necessárias para que tudo ocorra em perfeita harmonia. A transformação geral da sociedade repercute, sim, na educação, nas escolas e no trabalho dos educadores e a escola tem um papel social muito forte. O aprendizado acentua Tuan (2013) uma ação mais consciente do que representa alfabetizar e oportunizar a educando experiências e uma educação fundamentada em uma ação discursiva e dialógica por meio de um desafio político-pedagógico nas escolas. O educador deve estar consciente desse papel e, assim, construir uma escola que busque o crescimento do educando, e não somente o repasse de conteúdo. É preciso persistir constantemente no aprender a aprender, fazendo-se necessário assim que o educador amplie os horizontes de seus educandos, transformando-os desse modo em educandos capacitados para enfrentar qualquer eventualidade que venha a aparecer em seu caminho. Uma boa prática pedagógica segundo Ferreira (2014) deve ter, primeiramente, como pressuposto a competência pedagógica do educador, na qual a sua sabedoria e aprendizado é a base sobre a disciplina ministrada. Em segundo, um talento didático, representado pelo modo que o educador passa essa disciplina para seus educandos, os instrumentos que utiliza e as ferramentas didáticas necessárias. Assim, segundo Amarins (2017) sabe-se que a aprendizagem é uma mistura dos conhecimentos do educador, da sua prática e da interação com o meio. A relação dos educadores com os saberes que ensinam é parte importante da atividade docente e base da configuração da identidade profissional. Schmidt (2013) apontou que o conhecimento escolar é um tipo de conhecimento que os educadores devem possuir e repassar aos alunos. Considera o conhecimento como fatos e teorias aceitos, proposições estabelecidas após pesquisas, enquanto o conhecimento escolar é dado como certo, implicando uma crença profunda, quase mística, em respostas exatas. Sabendo disso, os educadores não acrescentam mais informações para tornar os alunos mais informados. Segundo Sampaio (2014), o conhecimento será adquirido por meio de: Por meio de ferramentas que tornem os alunos conscientes da informação e do mundo. Escola. Mídia e outras ferramentas são formas de melhorar a mediação do aluno. Quando aconteceu novamente, tornou-se dominante na fala final do aluno devido à certeza do aluno. A prática de ensino comprova que Almeida (2015) é o ideal, deve sim ser outro fator importante na vida de um educador, um plano de aula bem elaborado, e o educador é muito capaz e qualificado para explicar e tirar dúvidas dos alunos. Ensinar não é entregar conteúdo para qualquer um, assim como aprender não é relembrar uma visão geral do conteúdo ministrado no discurso vertical do educador. Ensinar e aprender devem estar relacionados ao esforço crítico metódico do educador para revelar a compreensão de algo, e ao igual esforço crítico do aluno como agente de aprendizagem para entrar na aprendizagem, no processo de revelação que o educador deve desencadear. No entanto, o refinamento teórico segundo Migliori (2013) só será fortalecido quando o educador compreender sua relevância, pois afirma ser capaz de apresentar seu aprendizado com alta qualidade e total satisfação dos alunos. Segundo Cruzeiro (2016), a aprendizagem é efetiva quando o significado é gerado por meio de processos criativos construtivos. Aprenda com sucesso e de forma significativa. O conhecimento implica uma relação entre o sujeito, o conhecimento e seu contexto, ou seja, a interação do sujeito com o mundo.Construir conhecimento é objetivar informações, dados e conceitos. Construir conhecimento é mover esse conhecimento no contexto da ação, reinventando-o, recriando-o e transformando-o de acordo com as circunstâncias da situação. 4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO COMO INTERVENÇÃO NO AUTISMO A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma disciplina científica bem desenvolvida, baseada em pesquisa, entre as profissões de ajuda, que se concentra na análise, projeto, implementação e avaliação de modificações sociais e outras modificações ambientais para produzir mudanças significativas no comportamento humano. ABA inclui o uso de observação direta, medição e análise funcional das relações entre o ambiente e o comportamento (ALVES; LISBOA; LISBOA, 2015). A prática da ABA está alicerçada em dados, que servem como verificação da fidelidade para a eficácia das estratégias e procedimentos recomendados. Isso garante que o programa ABA do cliente seja dinâmico, nunca estagnado, objetivo e, o mais importante, eficaz. Ele utiliza mudanças em eventos ambientais, incluindo estímulos antecedentes (o que acontece antes de um comportamento) e consequências (o que acontece depois de um comportamento); para criar uma programação que produza mudanças práticas e significativas de comportamento. Esses eventos ambientais relevantes são geralmente identificados por meio de uma variedade de métodos de avaliação especializados (BARBARESI et al., 2015). A ABA é baseada no fato de que o comportamento de um cliente é determinado por eventos ambientais passados e atuais, ou contingências, em conjunto com outras variáveis genéticas e / ou ambientais. ABA se concentra no tratamento dos problemas do transtorno, determinando funções e mantendo variáveis a fim de apoiar a aprendizagem ou comportamentos adequados e funcionais em vez de desadaptativos ou inadequados (BRANDE; ZANFELICE, 2014). ABA não é apenas uma prática baseada em evidências para pessoas com diagnóstico de autismo, mas também é comprovadamente eficaz para outros diagnósticos, como TDAH e depressão. Você pode ficar surpreso em saber que o ABA também pode ser benéfico para indivíduos neurotípicos ou com "desenvolvimento típico". O comportamento está ao nosso redor - o que significa que o ABA pode ser aplicado a quase qualquer coisa ou qualquer pessoa que demonstre comportamento observável e mensurável (CELESTINO, 2016). O presente estudo avaliou o impacto do treinamento dos pais focado no gerenciamento do comportamento disruptivo em cuidadores de indivíduos com TEA. Em geral, os principais achados do estudo mostraram melhora nos problemas comportamentais em indivíduos com TEA e nas mudanças emocionais e comportamentais em cuidadores. As evidências sugerem a eficácia do pacote de procedimentos aplicado na amostra estudada, resultando em uma redução de mais de 70% nas últimas duas semanas, em relação às frequências observadas nas etapas iniciais da pesquisa. Na sétima semana, é finalizado o processo de orientação e transferência do pacote de materiais do Treinamento em Comunicação Funcional para os pais, o que poderia explicar o aumento significativo observado nas semanas subsequentes (CASTRO; FUREGATO, 2017). Um diagnóstico de transtorno do espectro autista global tem um grande impacto nas famílias. Os dados sugerem que o nível de estresse gerado por esse diagnóstico é maior do que em outros transtornos mentais, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Desafiador de Oposição (TDO), depressão, entre outros. Além disso, Cavalheri (2015) menciona que os comportamentos disruptivos que causam prejuízos na vida cotidiana e nas tarefas diárias podem aumentar a probabilidade de sintomas ansiosos e depressivos nos cuidadores. O manejo comportamental realizado por membros da família é fundamental, uma vez que, em alguns casos, os comportamentos do TEA se misturam aos sintomas cardinais do autismo. Uma avaliação funcional cuidadosa desses comportamentos pode identificar funções relacionadas à evitação de demandas, busca de atenção social e desregulamentações sensoriais e, por meio do treinamentode comunicação de emergência, muitas vezes é possível prevenir e redirecionar tais comportamentos difíceis no dia-a-dia da indivíduo e sua família (CAMARGOS, 2014). 5 CONCLUSÃO O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido popularmente como “autismo” é um transtorno complexo, tanto a nível de diagnóstico, quanto de tratamento, pois é um transtorno do desenvolvimento que afeta a relação de comunicação social e a capacidade de interação em determinados ambientes e principalmente no que diz respeito a interação com pessoas. O último grau de TEA é o que mais requer atenção e cuidados em dobro, pois as crianças são muito hiperativas. O processo de ensino-aprendizagem de uma criança com Transtorno do Espectro Autista não deixa de ser um desafio e deve ser planejado com o máximo de atenção pelo professor da sala de aula, juntamente com o (a) professor (a) do AEE. As famílias devem estar preparadas porque os pacientes podem recidivar com o tempo, o que pode levar à hospitalização. É importante apoiar os familiares durante a hospitalização por meio de reforço positivo, comunicação, visitas e demonstração de interesse em saber sobre a evolução de sua doença. Para pesquisas futuras, seria importante traçar possíveis perfis dos cuidadores que aderiram ao tratamento, a fim de otimizar recursos em centros públicos de saúde mental / saúde e entender as possíveis causas do abandono familiar (nível socioeconômico, distância dos domicílios familiares até centros de reuniões e apoio psicossocial). As próximas etapas podem incluir ensaios clínicos randomizados controlados, mas acreditamos que, mesmo sem eles, os dados atuais já representam um avanço na literatura nacional disponível. A continuidade deste trabalho é extremamente relevante no cenário brasileiro, uma vez que a escassez de profissionais capacitados em análise do comportamento e os altos custos da intervenção tornam o acesso a esse tipo de tratamento no serviço público bastante restrito. Levando isso em consideração, o uso de grupos de treinamento de pais aumenta a acessibilidade e a possibilidade de multiplicação do conhecimento da análise do comportamento para o tratamento do TEA. Este artigo é relevante em termos de Análise do Comportamento Aplicada, pois propôs um pacote de intervenção multicomponente e grupal combinando procedimentos e estratégias variadas. REFERÊNCIAS ALVES; M. de M; LISBOA, D. de O; LISBOA, D. de O. IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade. Laranjeiras, SP, 2015. ALMEIDA, G. Neurociência e sequência didática para a educação infantil. Rio de janeiro: Wak editora. 2015. AMARINS, M. A relação do saber com o desejo de aprender: Uma visão psicopedagógica. Construção Psicopedagógica. 2 ed. São Paulo: Ed: Saraiva. 2017. ARAÚJO, G. S. Educação e transtornos do espectro autista: protocolo para criação/ adaptação de jogos digitais. Presidente Prudente. 2018. BARBARESI, W. J., KATUSIC, S. K., COLLIGAN, R. C., WEAVER, A. L., & JACOBSEN, S. J. (2015). The incidence of autism in Olmsted County, Minnesota, 1976-1997: Results from a population-based study. Archive of Pediatric and Adolescent Medicine, 159, 37-44. BRANDE, C. A; ZANFELICE, C. C. A inclusão escolar de um aluno com autismo: diferentes tempos de escuta, intervenção e aprendizagens. Rev. Educ. Espec., Santa Maria, v. 26, n. 42, p.43-56, 2014. CELESTINO, A. N. Atividade física e esquizofrenia. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado). Universidade Federal de Ouro Preto. Centro Desportivo da Universidade de Ouro Preto. Departamento de Educação Física. 2016. 37p. CASTRO, S. A.; FUREGATO, A. R. F. Conhecimentos e atividades da enfermagem no cuidado do esquizofrênico. Rev. Eletr. Enf. [Internet].;v. 15, n. 6, p. 957-65. 2017. CAVALHERI, S. C. Transformações do modelo assistencial em saúde mental e seu impacto na família. Rev. Brás Enferma; v. 63, n. 2, p. 51-7. 2015. CAMARGOS, Jr. Autismo Infantil - Sinais Sintomas. In: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento. 3 ed. Brasília: Ed. Corde, 2014. CUNHA, E. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar- ideias e práticas pedagógicas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora. 2016. CRUZEIRO, M. Neurociências: Conhecimento. Campinas: Lenderbook. 2016. DEMO, P. Aprender como Autor. 2 ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2015. ELENA, L. Cérebro e Aprendizagem. Um jeito diferente de viver. Rio de janeiro: Wak editora. 2014. FERREIRA, S. S. Autismo e Declaração de Guerra à Psicanálise. Recife: Ipb-Convergência. 2014. FILIPE, C. Autismo: conceitos, mitos e preconceitos. Lisboa: Verbo, 2015. MIGLIORI, R. Neurociências e educação. São Paulo: Editora: Brasil. 2013. MONTEIRO, K. O autista e seus objetos. 1ª ed. Rio de Janeiro. Editora: Sete Letras 2015. ORRÚ, S. E. Aprendizes com autismo: aprendizagem por eixos de interesse em espaços não excludentes. Rio de Janeiro: Vozes. 2016. RIBEIRO, J. A criança autista em trabalho. Rio de Janeiro. 2 ed. Editora: Sete Letras 2013. ROSAL, A. G. C. Modelo de resposta à intervenção para a identificação precoce dos transtornos de aprendizagem em escolares no ciclo de alfabetização. 3 ed. Editora: Manole. 2018. RUSSO, R. Neuropsicopedagogia Clínica: introdução, conceitos, teoria e prática. Curitiba: Juruá, 2015. SAMPAIO, S. Transtornos e dificuldades de aprendizagem. Rio de janeiro: Wak editora. 2014. SANTOS, E. I. D. Ciências nos anos finais do ensino fundamental: produção de atividades em uma perspectiva sócio histórica. São Paulo: Editora: Anzol. 2012. SILVEIRA, A. R. Autismo infantil: práticas educativas integradoras e movimentos sociais. Curitiba: Appris. 2015. TUAN, Y. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. Londrina: EDUEL. 2013. WHITMAN, T. O desenvolvimento do autismo. São Paulo: M. Books. 2015.