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Prova: INFÂNCIA NA HISTÓRIA E NA CULTURA CONTEMPORÂNEA 1. A respeito da Idade Média, o que podemos afirmar sobre a educação formal? R: Não havia o conceito de escolas que temos hoje, mas, sim, de salas de estudos livres. Sem local determinado, essas aulas poderiam acontecer em praças, mercados, igrejas etc. 2. Observe a afirmativa e a seguir as assertivas feitas sobre ela: "No começo do XX ainda podíamos ver cenas de crianças consumindo cigarros. E tal cena eram vistas com certa naturalidade pela sociedade". () Desde o final do século XVIII surgira o conceito social de infância; contudo, foi a partir do século XX que o tema passou a ser debatido de forma mais espalhada pela sociedade. () Embora no início do século XX houvesse mais liberdade e mais atividades para as crianças, havia também menor compreensão dessa fase da vida. Logo, o trabalho infantil era muito mais comum, bem como a adoção de atividades pouco apropriadas para a idade, como, por exemplo, o consumo do cigarro. () As classes sociais não eram uma variável na experiência da infância durante o início do século XX, da mesma maneira que ainda hoje não se trata de um aspecto relevante. A sequência que completa de forma adequada as afirmações é: R: V, V, F 3. Souza (2003), em sua pesquisa, informa que a televisão implica em uma naturalização da violência. Assim, o autor da pesquisa defende que os discursos da mídia estimulam a construção, por parte do sujeito, de representações sobre o mundo e sobre ele próprio, orientadas a partir de um sentido único, ou seja, a televisão apresenta ao sujeito um mundo que não é o dele, assim como sensações e experiências que o espectador realmente não vivencia, homogeneizando sentimentos e fazendo com que uma grande parcela da população sinta e viva as mesmas coisas de forma estereotipada. A partir destas informações, assinale a alternativa correta: R: A televisão oferece ao telespectador a ilusão de que ele se vincula a inúmeras pessoas através do seu acesso a informações sobre as mais variadas situações, uma vez que o discurso televisivo assume para o sujeito o papel de portador de significados ao veicular imagens e discursos construídos acerca dessas imagens. 4. Defesa da infância e amparo legal Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes. I. A partir da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente, as crianças brasileiras, sem distinção de raça, classe social, ou qualquer forma de discriminação, passaram de objetos a serem «sujeitos de direitos», considerados em sua «peculiar condição de pessoas em desenvolvimento» e a quem se devem assegurar «prioridade absoluta» na formulação de políticas públicas e destinação privilegiada de recursos nas dotações orçamentárias das diversas instâncias político-administrativas do País. PORQUE II. Outros importantes preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que marcam a ruptura com o velho paradigma da situação irregular são: a prioridade do direito à convivência familiar e comunitária e, consequentemente, o fim da política de abrigamento indiscriminado; a priorização das medidas de proteção sobre as socioeducativas, deixando-se de focalizar a política da infância nos abandonados e delinquentes; a integração e a articulação das ações governamentais e não governamentais na política de atendimento; a garantia de devido processo legal e da defesa ao adolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional; e a municipalização do atendimento; só para citar algumas das alterações mais relevantes. Assinale a alternativa correta: R: As asserções I e II são proposições verdadeiras. 5. Leia o trecho de uma matéria sobre direitos da criança: Mais de um terço dos projetos que tramitam no Congresso sobre infância e adolescência vão atacar direitos já adquiridos, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pela Fundação Abrinq. De 25 propostas consideradas prioritárias pelos pesquisadores, nove foram classificadas como retrocesso, como a tentativa de proibição de distribuição de material didático sobre educação sexual. (...) Segundo a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira, uma das propostas consideradas "retrocesso" pela pesquisa é o projeto de lei Escola Sem Partido, que pretende evitar que as aulas debatam temas relacionados à "educação moral, sexual e religiosa". Para os defensores da proposta, essa é uma tarefa da família das crianças. (Disponível em . Acesso em 24/03/2018). Sobre os direitos da criança, podemos afirmar que: R: São grandes conquistas que o Brasil inicia em 1980 e devem ser preservados e ampliados. 6. Considere a seguinte situação: em suas turmas de séries iniciais, uma professora adota brincadeiras como estratégias didáticas com o objetivo de atingir as crianças em seus aspectos físicos, cognitivos, afetivos e motores. Em determinada aula, propôs como atividade a simulação de um consultório veterinário entre as crianças. A professora dividiu a turma de modo que todos participassem da brincadeira: colocou uma placa na porta da sala escrita “Consultório Veterinário”, enfileirou bichinhos de pelúcia “machucados”, distribuiu alguns jalecos para os veterinários, alguns se transformaram em atendentes e, aos outros, coube serem os donos dos bichinhos “machucados”. Com base na situação descrita acima, compreende-se que, entre os objetivos da atividade realizada por esta professora, está o de: I - Ensinar comportamentos sociais por meio de interações lúdicas que só funcionam nas séries iniciais. II - Desenvolver a sociabilidade e o senso de cooperação das crianças. III - Demonstrar às crianças sua capacidade criadora, estimulando-as a agirem como adultos e, ao mesmo tempo, direcionar a escolha profissional dos alunos. IV - Auxiliar no desenvolvimento da imaginação e da capacidade de utilização de símbolos representativos de pessoas e coisas do mundo real. É correto o que se afirma em: R: II e IV, apenas. 7. eia a definição de infância no Dicionário Michaelis Online: in·fân·ci·a (sf) Período da vida, no ser humano, que vai desde o nascimento até o início da adolescência; meninice, puerícia: Passou a infância no interior. 2 As crianças em geral: A educação da infância é o tema central de sua obra. 3 FIG Primeiro período da existência de uma sociedade ou de uma instituição. 4 FIG O começo da existência de alguma coisa: “A sua câmara é uma caixa velhíssima, relíquia da infância da fotografia” (EV). 5 FIG Estado de espírito em que não há malícia; credulidade, ingenuidade, inocência. A partir das definições, podemos dizer que: R: A criança nem sempre foi tratada como um indivíduo integrante da sociedade. 8. No âmbito jurídico, as leis mais importantes que atendem aos direitos da criança estão na Constituição Federal de 1988 e no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) de 1990. Para além destes dois importantes documentos, no texto do artigo 4º da Resolução n. 5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, consta que: “As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura”. (BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial [da] União, Poder Executivo, Brasília, DF, 18 dez. 2009. Seção 1, p. 18) De acordocom o trecho do documento citado, bem como também com o que foi estudado na unidade, pode-se afirmar que: I. Nas Diretrizes, encontramos uma concepção que confirma que a criança é sujeito histórico e de direitos, criativa e produtora de cultura. II. A concepção de criança presente é fruto de uma longa construção histórica, que levou a avanços educacionais e à visibilidade da infância como importante etapa do desenvolvimento humano. III. Uma vez que são sujeitos ativos e produtores de cultura, porém ainda em desenvolvimento psicomotor, as crianças pouco contribuem para a construção do mundo dos adultos e na construção social. Assinale a alternativa correta: R: Apenas I e II estão corretas, sendo que a II complementa I. 9. A Sociologia da Infância é um movimento que surgiu na Europa nos anos de 1980 e vem se desenvolvendo de forma expressiva nas últimas décadas, impulsionada pela realidade contemporânea que contempla a categoria infância como nunca em outros períodos históricos. Na tentativa de compreender a criança e seu lugar na sociedade, percebe-se o constante deslocamento próprio da construção social, complexa e diversa, que revela o quanto ainda se precisa avançar na tarefa de compreender a criança e a infância. Podemos ligar a essa área de estudos a ideia de que: R: As crianças produzem cultura, saberes e conhecimentos acerca do mundo e devem ser ouvidas tanto numa perspectiva micro quanto macro sobre a realidade que a cerca. 10. m tirinhas da Mafalda são ilustradas uma visão atual da infância, segundo a qual, é indiscutível que a criança, desde seus primeiros anos de vida, influencia e é influenciada pelos grupos culturais com que interage. Tem-se, então, a criança como produtora de cultura, com capacidade de criar ativamente sobre aquilo que absorve e não como mera receptora. Ou seja, muitas personagens das tirinhas da Mafalda criticam o ensino para demonstrarem que a criança se relaciona com realidade que a cerca, levando em consideração todos os aspectos da cultura e as relações entre seus pares; a partir disso, ela também se mostra capaz de reelaborar as influências recebidas e assim produzir cultura. Ao analisarmos o texto acima, tendo em mente as concepções das infâncias e o papel da criança na contemporaneidade, podemos inferir que: I - As críticas das personagens das titinhas da Mafalda não podem ser levadas em conta uma vez que são meninas ainda muito novas para compreender as relações de ensino-aprendizagem. II - Independente da idade das personagens das tirinhas da Mafalda, suas críticas devem ser levadas em consideração, pois questionam modelos tradicionais de ensino onde a criança é vista apenas receptora de conteúdos. III - As críticas das personagens das tirinhas da Mafalda são cabíveis uma vez que se alinham ao entendimento atual de que as crianças, a despeito de sua pouca experiência, são produtoras de cultura em todos os meios sociais em que convivem, podendo, inclusive, interferir na construção dos currículos escolares. Está correto o que se afirma: R: Em II e III, sendo que III complementa II.