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ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Prof.a Cynthia Rúbia Braga Gontijo ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Marília/SP 2023 “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 07 CAPÍTULO 08 CAPÍTULO 09 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 CAPÍTULO 13 09 19 29 40 52 61 70 80 90 100 109 118 128 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS CONFIGURADAS AO LONGO DA HISTÓRIA EDUCACIONAL BRASILEIRA TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS CONFIGURADAS AO LONGO DA HISTÓRIA EDUCACIONAL BRASILEIRA INFLUÊNCIAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO A INTERNET E AS SUAS MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES PARA A HISTÓRIA EDUCACIONAL PRESENTE E FUTURA O PAPEL INENARRÁVEL DO CONSTRUTIVISMO NA EDUCAÇÃO OS SENTIDOS E OS PROCESSOS ENSINO- APRENDIZAGEM METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 1 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 2 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 3 ROBÓTICA “ONTEM E HOJE” ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO PLANEJAMENTOS E SEUS REPERTÓRIOS NA EDUCAÇÃO PROJETOS E SEUS LUGARES NOS PROCESSOS ENSINO-APRENDIZAGEM ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 SUMÁRIO CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 138 147 POSSIBILIDADES PRESENTES E FUTURAS PARA A ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO O FUTURO BATE À PORTA ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 INTRODUÇÃO Olá estudante! Seja bem-vindo(a) a disciplina “Robótica na Educação”. Desejo fortemente que esta disciplina contribua com a ampliação de seus horizontes ao te seduzir para estudos, aprofundamentos e experiências na área. A pedagogia, seja ela qual for, tem uma intencionalidade formativa, a qual depende de um processo articulado entre objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e avaliação, sempre circunscrito à uma visão de mundo, de sociedade e de sujeito. Assim sendo, os conteúdos aqui trabalhados, especialmente os relacionados às Metodologias Ativas, com destaque para a Robótica na educação, são uma proposta de ensino-aprendizagem que se insere em uma pedagogia construtivista, a qual se situa nos seguintes pressupostos: 1) o aluno ser considerado como agente / sujeito participativo e ativo no processo de ensino-aprendizagem. 2) O aluno ser considerado como ser único e especial. 3) A ênfase no desenvolvimento integral do aluno. 4) Uma maior preocupação com a diversificação e dinamização das aulas. 5) O lúdico ser utilizado como técnica de ensino-aprendizagem. 6) O ensino-aprendizagem ocorrer progressivamente, sem preocupação em pular etapas. 7) A ênfase na improvisação e na prática da criação original. 8) A preocupação em se trabalhar com todos os sentidos, envolvendo as emoções e os sentimentos dos estudantes. 9) A ênfase na motivação permanente da curiosidade e criatividade, e do senso crítico do aluno. Nesses termos, na disciplina “Robótica na Educação”, você vai encontrar, e interagir com diversos conteúdos que visam: reconhecer as tendências pedagógicas que embasam a educação no Brasil. Identificar a influência das tecnologias, em especial das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), na educação. Conhecer Metodologias Ativas. Aplicar os preceitos das Metodologias Ativas nos processos ensino-aprendizagem. Identificar os pilares da Robótica na educação. Desenvolver atividades, especialmente projetos, com base nos pilares da Robótica na educação. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 Perceba que temos uma longa jornada pela frente, a qual espero que se configure como um importante contributo para você melhor lidar com os desafios inexoráveis da denominada pós-modernidade ou hipermodernidade. Vamos começar nossa jornada? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 CAPÍTULO 1 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS CONFIGURADAS AO LONGO DA HISTÓRIA EDUCACIONAL BRASILEIRA 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA A Pedagogia ocidental, processos formativos intencionados, tem a sua raiz na Antiguidade grega, e de lá pra cá tem assumido contornos variados. Nesse sentido, o mais apropriado é falarmos de pedagogias, tendo em vista que essa é marcada por diversidades, descontinuidades que, embora se relacionem e se influenciem, configuram- se com autonomia interna. Por isso mesmo, é fundamental que o educador as conheça. Conforme questiona Nóvoa (2009 apud CAMBI, 2009, p. 15), terá o educador a possibilidade de desenvolver toda a complexidade dos processos educativos, construindo uma narrativa que ajude a enfrentar os dilemas educativos atuais? Terá o educador a possibilidade de parar por um instante, olhando o modo como o passado foi trazido até o presente para disciplinar e normalizar a sua ação? Te convido a refletir sobre essa colocação do autor para iniciarmos a nossa primeira aula, a qual abordará as tendências pedagógicas construídas ao longo da história da educação. Assim, nesta aula, trataremos da Pedagogia Liberal, combinado? Vamos lá! 1.2 PEDAGOGIA LIBERAL E SUAS RAMIFICAÇÕES CONCEITUAIS E PRÁTICAS Existem duas tendências pedagógicas no Brasil: a Pedagogia Liberal e a Pedagogia Progressista, as quais se subdividem em ramificações, conforme você pode constatar na figura seguinte. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 Título: Tendências pedagógicas no Brasil, e suas ramificações. Fonte: elaborada pela autora. Você já ouviu falar delas? Vamos conhecê-las? Então, conforme anunciado, nesta aula, vamos tratar da Pedagogia Liberal, considerando-se as suas expressões Tradicional, Renovadora e Tecnicista. A Pedagogia Liberal configura-se no bojo da doutrina/ideologia liberal ou liberalismo, iniciada no Brasil no final do século XIX. O liberalismo tem como principais pilares a liberdade individual, a igualdade perante a lei, a proteção à propriedade privada, o livre comércio e, portanto, o fortalecimento do mercado em detrimento do Estado. Nesse contexto, a educação é vista como um importante recurso para preparar a sociedade para melhor responder às demandas do capitalismo em ascensão. É importante aqui distinguir liberalismo de capitalismo. Apesar de ambas doutrinas estarem muito próximas, sendo praticamente enamoradas, o liberalismo refere-se a uma ideologia política, enquanto o capitalismo diz respeito a uma ideologia econômica. Contudo, em termos gerais, ambas se retroalimentam com vistas ao desenvolvimento econômico, via maximização dos processos de produção e garantia da propriedade privada. A Pedagogia Liberal configura-se, nesse momento, como tradicional. Essa tendência pedagógica encontra as suas nuances nas pedagogias exercidas durante os períodos colonial e imperial no Brasil. Bem... a tendência pedagógica Liberal Tradicional, tal como muitos de nós conhecemos, concebe o aluno como um ser passivo e desprovido de conhecimentos, vivências, histórias no processo ensino-aprendizagem. Nessa pedagogia, o professorDe que forma as tecnologias se farão presentes neste futuro? O que podemos esperar? Como podemos atuar conscientemente, criticamente e com compromisso humano na construção deste futuro? O que a realidade da história presente já nos sinaliza nesse sentido? Na aula de hoje, daremos continuidade às tratativas sobre as TICs, pontuando a Internet nesse contexto da Educação 4.0. Partimos, aqui, do pressuposto de que o caminho está aberto à múltiplas POSSIBILIDADES... A questão que nos parece mais sensata no momento para nós, profissionais da educação, é decidir: qual será o nosso papel nele? Vamos juntos? 1.2 INTERNET E EDUCAÇÃO, E O NOSSO PAPEL NESSE CENÁRIO RELACIONAL O homem como ser mental, construtor de símbolos, significações do mundo e fazedor de história, busca, desde o nascimento, meios e orientações para se situar no seu tempo e no seu espaço, não é mesmo? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 Dessa maneira, criamos tecnologias para nos libertar da passividade frente à natureza, conforme vimos em nossa aula anterior. Nesses termos, o desejo e a necessidade dos homens tornarem público o seu pensamento, socializarem as suas aprendizagens, aprenderem e organizarem a sua cultura, dentre outras motivações, fez com que construíssem, por exemplo, o sistema gráfico de comunicação. Você já parou para pensar como a comunicação é partícipe da evolução educacional desde os tempos mais remotos, tendo em vista os diferentes suportes de mídia hegemônicos em cada momento histórico: gráfico (desenhos, pinturas, placas etc); oral (sermões, discurso, teatro etc); escrito (manuscritos, cartas, cartazes etc); impresso (livros, jornais, revistas etc); auditiva (rádio, telefone, gravações etc); visual (cinema, TV, fotografia etc); digital (Web, multimídia etc)? Atualmente, no século XXI, experimentamos um mundo denominado 4.0, pois, radicalmente, enraizado nas (TICs), especialmente na Internet. Essa rede mundial de computadores interconectados em redes tem promovido transformações, sobretudo, sociais e culturais, as quais engendram o que chamamos de Sociedade da Informação. Você já ouviu essa expressão? Pois bem, como nos indica Valente (2003): a sociedade atual passa por profundas mudanças caracterizadas por uma super valorização do conhecimento. Sendo assim, os processos de aquisição do conhecimento assumem um papel de destaque exigindo um profissional critico, criativo, reflexivo e com capacidade de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indivíduo. Cabe a educação formar esse profissional. No entanto, essa educação não pode mais ser baseada na instrução que o professor transmite ao aluno, mas, na construção do conhecimento pelo aluno e no desenvolvimento dessas novas competências (VALENTE, 2003, p. 26). Observe que esse mundo é, fundamentalmente, logocêntrico, ou seja, tem nas palavras o nucleamento do conhecimento, e tem se tornado, cada vez mais, hipertextual. Na Internet experimentamos a hipertextualidade através de um clique do mouse. Quantas vezes você estava em uma página, lendo um texto, por exemplo, e clicou em um link, um hiperlink, e foi conduzido para outra página? Você sabia que à essa experiência textual chamamos de hipertextual? Contudo, temos que nos alertar para o fato de que essa experiência fantástica pode nos conduzir para lugares na Rede, os quais nem pretendíamos estar, certo? A nossa ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 experiência virtual não pode ser determinada pelos hiperlinks e hipertextos, mas pela intencionalidade consciente das nossas ações na Internet, ok? Eis que aqui situamos o papel essencial da educação na formação de sujeitos, cada vez mais, interconectados. Para tanto, conforme Castels (1999), nesta Sociedade da Informação, precisamos nos atentar para alguns aspectos centrais, que são: • informação como sendo matéria-prima para o conhecimento. • As novas tecnologias condicionam (sem determinar) os processos individuais e coletivos na vida em sociedade, porque a informação é constitutiva da atividade humana, • A lógica de redes (flexibilidade) no uso das novas tecnologias da informação. • A reversibilidade dos processos e a capacidade de reconfiguração da rede. • A convergência de tecnologias específicas para um sistema integrado, assim caracterizado, como base da Sociedade da Informação através da abertura como uma rede de acessos múltiplos, abrangente e complexa, alterando nosso cotidiano e nossas atividades Perceba que, neste cenário, educar significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das TICs, mas trata-se de investir no desenvolvimento/aprimoramento de competências suficientemente amplas, tais como tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, aplicar criativamente as novas mídias, dentre outras. Algumas questões nos parecem centrais no processo de utilização da Internet na educação, dentre elas destacamos: • promover a integração da tecnologia digital com o processo de aprendizagem, • Capacitar os professores na utilização da tecnologia digital para atuarem como facilitadores na interação tecnologia-aprendizagem, • Propiciar atividades cooperativas de aprendizagem e descoberta, • Auxiliar atividades de pesquisa através da Internet, • Criar comunidades multiculturais de práticas e de interesses especiais. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 Título: Internet e as suas múltiplas possibilidades de conexão. Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/11/29/21/51/social-media-3846597_640.png Nesse sentido, a formação torna-se um processo dinâmico, integrador e, sobretudo, dialógico, não é mesmo? Temos, enquanto profissionais da educação, que lembrar que o ponto de partida e de chegada da prática transformadora está na ação, no regime de mutualidade e co-propriedade das informações e conhecimentos entre os diversos sujeitos envolvidos no processo pedagógico. Tais pressupostos embasam o que Pino (2001) denomina de ambientes colaborativos de aprendizagem (ACA), no qual os estudantes se envolvem construindo processos. Te peço que analise, com bastante atenção, o que esse autor diz a respeito. A criação de determinadas formas de organizar as condições tecnológicas de maneira a permitir a participação de múltiplas pessoas no processo comunicativo, ou seja, permitir que a comunicação se faça numa via de “mãos múltiplas” e não na forma linear de “mão única”. Um ambiente colaborativo é a aplicação concreta da interatividade num processo de aprendizagem. É um espaço virtual compartilhado por múltiplos interlocutores que serve de suporte técnico a uma atividade de aprendizagem fundada numa concepção do conhecimento como “uma produção social”. Do ponto de vista pedagógico, a idéia de ambientes técnicos para a aprendizagem colaborativa está ancorada em idéias como: conhecimento compartilhado / autoridade compartilhada / aprendizagem mediada pelos outros / valorização da diversidade e da diferença / construir conjuntamente a significação veiculada pela informação. Isso exige algumas coisas, como: a flexibilização dos papéis / a valorização das diferentes autorias / a democratização da participação nos diferentes espaços do ambiente / socialização das metas e dos processos avaliativos / o debate / o diálogo e o suporte também ao trabalho pessoal (PINO, 2001, p.65). https://cdn.pixabay.com/photo/2018/11/29/21/51/social-media-3846597_640.png https://cdn.pixabay.com/photo/2018/11/29/21/51/social-media-3846597_640.png ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 Considerando-se essas premissas, entendemos que a Internet é um canal privilegiado para propiciar a comunicação, a troca de idéias e experiências, à medida que éum instrumento canalizador de oportunidades para a criação de ambientes ricos em aprendizagem. ANOTE ISTO Um ambiente de aprendizagem pode ser considerado como um espaço (virtual ou presencial) construído em função de um sujeito aprendiz, de suas necessidades e de conteúdos de aprendizagens. Portanto, um ambiente de aprendizagem envolve processos entre o aprendiz e o docente, entre os aprendizes, ou ainda entre o aprendiz e as técnicas utilizadas num determinado tempo-espaço, na qual a relação pedagógica se desenvolve. Sabemos que esse cenário é desafiante, especialmente quando trabalhamos em prol da formação do outro, não é verdade? Contudo, não podemos furtar a ele, haja vista que vivenciamos a Educação 4.0, porque, substancialmente, intermediada pelas TICs, conforme anunciamos. Assim, temos que nos letrar tecnologicamente para termos melhores condições de contribuir com o letramento tecnológico dos estudantes. Saiba que aprender a ler não é, simplesmente, aprender a associar formas gráficas à quaisquer outras unidades no papel ou na tela do computador. A questão técnica é apenas um dos aspectos da leitura. Aprender a ler e escrever é construir um novo objeto conceitual (a língua escrita) e entrar em outro tipo de intercâmbio linguístico e cultural. Tal processo baseia-se na ideia de que o sujeito vai se conectando a palavras e imagens, fazendo associações a-lineares, compondo uma rede que liga as coisas aos seus referenciais (lembranças, diálogos, textos, tecnologias). A leitura envolve todo um mundo de representações, conhecimentos, valores, habilidades e construção de identidade socioculturais. Essas associações estendem-se para além do domínio técnico, pois se situam no âmbito das articulações do pensamento. Em tempos atuais, século XXI, a formação de leitores torna-se, ainda, mais complexa, tendo em vista os múltiplos textos presentes e que são acessados, diariamente, pelas pessoas. Define-se aqui, apoiado em Kleiman (2005, p. 19), “[...] o letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”. O letramento engloba, sobretudo a interpretação de dado discurso, e a sua comunicação em eventos e contextos socioculturais específicos, com fins específicos. De acordo com Matencio (2005, p. 240-241), ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 o discurso é entendido como um objeto de estudo construído pelo investigador, que lhe possibilita verificar tanto as práticas sociais e culturais (as posições ideológicas) como as práticas discursivas, portanto, de construção de sentido, no lugar de onde se enuncia e na imagem que se produz dos interlocutores. O texto é considerado como a unidade de análise, inserida no processo discursivo, e por isso dinâmica [...]. Portanto, em tempos contemporâneos, os processos discursivos, os quais demandam práticas de letramento específicas, envolvem as TICs, com destaque para a Internet. Nesse contexto, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) aponta três eixos formativos fundamentais, nos termos figura seguinte. Título: Ciclo de dimensões tecnológicas a serem apropriadas pelos sujeitos no século XXI Fonte: elaborado pela autora, com base em Araripe (2020). A dimensão “Tecnologia digital” se refere ao desenvolvimento de capacidades pelos sujeitos escolares para: 1) apresentar e representar dados e informações no mundo digital/ ciberespaço; 2) compreender o que é, ainda, que sinteticamente, hardware (parte física dos computadores) e software (parte lógica dos computadores – sistemas e aplicativos); 3) desenvolver práticas de letramento na Internet e nas redes virtuais em geral. A dimensão “Cultura digital” se relaciona à construção de capacidades desses sujeitos para: 1) aprimorar, constantemente, o seu letramento tecnológico/digital; 2) usar de forma responsável e com compromisso social as TICs e as redes virtuais em geral; 3) compreender crítica e criativamente essas tecnologias em contextos específicos. Por fim, a dimensão “Pensamento computacional” diz respeito ao seu desenvolvimento para tratar dados e informações; e para resolver problemas de forma eficiente, ou seja, ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 organizar, processar, analisar e transformar os conteúdos/os textos para utilização em contextos específicos. Para tanto, faz-se necessário que professores e alunos desenvolvam a fluência em TICs como capacidade específica para alcançarem conhecimentos mais aprofundados, que transcendam o nível da alfabetização digital para o do letramento tecnológico, tendo em vista que, cada vez mais, irão atuar em modalidades alternativas de ensino (presenciais, à distância, remotos, híbridos). O letramento tecnológico ou digital implica não somente o uso da tecnologia como consumidor e cliente, mas a atuação do indivíduo como agente de informações em diferentes mídias e hipermídias, como produtor e leitor de diferenciados textos e hipertextos, com capacidades analíticas de significados em âmbitos culturais diversos, em processos educacionais diversos. Contudo, ressalta-se que o letramento tecnológico não é algo estático, mas um processo contínuo (vivo) de aprendizagens e reaprendizagens, tendo em vista que o mundo, e a nossa existência nele, está em permanente evolução histórica. Título: Imagem de uma dimensão da evolução humana. Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/08/02/09/23/man-3579185_640.jpg. Esse “novo” mundo pode se apresentar, por vezes, como assustador, tendo em vista a infinidade de conteúdos nele presentes, e em contínua expansão. Todavia, são justamente as suas infinitas possibilidades que têm muito a contribuir com os processos ensino-aprendizagem. Observe, por exemplo, diversas redes sociais da contemporaneidade, tais como o TikTok e o Kwai, os quais veiculam vídeos baseados nas mais diversas produções artístico-culturais; aplicativos que, cada vez mais, “lançam mão” dessas linguagens para melhor dialogarem com o público, tais como softwares educativos e tutoriais variados; espaços virtuais interativos, tais como museus virtuais. Na atualidade, século XXI, podemos, por exemplo, conhecer vários museus sem sair de onde estamos, isso por conta da base tecnológica envolvida. Veja, por exemplo, uma lista de museus que já disponibilizam o acesso virtual para o público interessado. https://cdn.pixabay.com/photo/2018/08/02/09/23/man-3579185_640.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2018/08/02/09/23/man-3579185_640.jpg ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 Museu Link para acesso Museu Virtual de Arte Moderna (MAM) https://mam.org.br/ Museu da Pessoa https://museudapessoa.org/ Igreja do Santo Sepulcro https://mundovastomundo.com.br/jerusalem/igreja-do-santo-sepulcro/ Capela Sistina https://www.rome-museum.com/br/capela-sistina.php Museu Van Gogh https://www.vangoghmuseum.nl/en Museu do Louvre https://www.louvre.fr/en British Museum https://www.britishmuseum.org/ Museu Virtual Memória da Propaganda https://www.memoriadapropaganda.org.br/ Museu Encantado da Barbie https://blog.passarela.com.br/museu-encantado-da-barbie/ Museu Virtual do Iraque http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm Museu Mazzaropi https://www.museumazzaropi.org.br/ Museu Virtual da Imprensa http://www.museudaimprensa.pt/museuvirtpress/ Museu Virtual do Cartoon http://www.cartoonvirtualmuseum.com/ Virtual Museum of Canada https://www.digitalmuseums.ca/vmc-decommissioned/ The virtual museum of Japanese Arts https://joyofmuseums.com/museums/asia-museums/japan-museums/ Virtual Egyptian Museum https://museoegizio.it/ Museu Bizantino https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/museu-bizantino Fundació Gala-Salvador Dalí https://www.salvador-dali.org/en/ Museu da Infânciahttps://www.unesc.net/portal/museu-da-infancia/acervo Museu de Arte de São Paulo (MASP) https://masp.org.br/ Museu Catavento https://museucatavento.org.br/ Museu Afro Brasil http://www.museuafrobrasil.org.br/o-museu/apresentacao Inhotim https://www.inhotim.org.br/explore/ Museu Casa de Portinari https://www.museucasadeportinari.org.br/ Museu Histórico Nacional https://mhn.museus.gov.br/ Museu Imperial https://museuimperial.museus.gov.br/ Pinacoteca de São Paulo https://pinacoteca.org.br/ Museu do Computador https://museudocomputador.org.br/ Título: Lista de sugestões de museus virtuais. Fonte: elaborado pela autora. https://mam.org.br/ https://museudapessoa.org/ http://www.360tr.com/kudus/kiyamet_eng/index.html https://mundovastomundo.com.br/jerusalem/igreja-do-santo-sepulcro/ http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html https://www.rome-museum.com/br/capela-sistina.php http://www.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?lang=nl http://www.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?lang=nl https://www.vangoghmuseum.nl/en https://www.louvre.fr/en http://www.britishmuseum.org/ https://www.britishmuseum.org/ https://www.memoriadapropaganda.org.br/ http://www.museuencantado.com.br/ https://blog.passarela.com.br/museu-encantado-da-barbie/ http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm http://www.museumazzaropi.com.br/ https://www.museumazzaropi.org.br/ http://www.imultimedia.pt/museuvirtpress/ http://www.museudaimprensa.pt/museuvirtpress/ http://www.cartoonvirtualmuseum.org/ http://www.cartoonvirtualmuseum.com/ http://www.museevirtuel-virtualmuseum.ca/index-eng.jsp https://www.digitalmuseums.ca/vmc-decommissioned/ http://web-japan.org/museum/menu.html https://joyofmuseums.com/museums/asia-museums/japan-museums/ http://www.virtual-egyptian-museum.org/ https://museoegizio.it/ https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/museu-bizantino http://www.salvador-dali.org/museus/figueres/en_visita-virtual.html https://www.salvador-dali.org/en/ http://www.museudainfancia.unesc.net/ https://www.unesc.net/portal/museu-da-infancia/acervo https://masp.org.br/ https://museucatavento.org.br/ http://www.museuafrobrasil.org.br/o-museu/apresentacao https://www.inhotim.org.br/explore/ https://www.museucasadeportinari.org.br/ https://mhn.museus.gov.br/ https://museuimperial.museus.gov.br/ https://pinacoteca.org.br/ https://museudocomputador.org.br/ ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 Você conhece algum desses espaços? Que tal aproveitar a lista para acessá-los e empreender um tour virtual? E se inspirar para o seu planejamento ensino-aprendizagem. ISTO ESTÁ NA REDE Você sabia que a Faber Castell, fábrica de lápis de cor e outros artigos do gênero, inaugurou um espaço virtual em que você pode fazer um tour e conhecer todo o processo de produção dos seus produtos. Vale a pena conferir! Para tanto, acesse o link https://www.educacao.faber-castell.com.br/tourvirtual/. Título: O mundo encantado das cores. Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/07/05/16/59/students-3518726_640.jpg. Destaco para você que este mundo, extremamente interconectado, tem desencadeado novas experiências em relação ao movimento e entre esse e o tempo. Nesse contexto, a aprendizagem em movimento (M-Learning) tem se configurado como uma alternativa importante, e até mesmo promissora, nos contextos educacionais atuais. Assim, ganha destaque os dispositivos móveis, tais como telefones celulares, notebooks, palmtops, dentre outros, como recursos a serem considerados na educação. Afinal, os espaços fixos ou formais de aprendizagem não são mais a única alternativa para se aprender, não é mesmo? Podemos aprender em qualquer espaço e tempo: nas praças, nos parques, nos museus, no ônibus, nas ruas etc. etc. etc. E os dispositivos móveis estão aí se apresentando como importantes recursos para as nossas aprendizagens. https://www.educacao.faber-castell.com.br/tourvirtual/ https://www.educacao.faber-castell.com.br/tourvirtual/ https://cdn.pixabay.com/photo/2018/07/05/16/59/students-3518726_640.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2018/07/05/16/59/students-3518726_640.jpg ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 ISTO ESTÁ NA REDE O que, realmente, diferencia as tecnologias realidade virtual e realidade aumentada? Esta animação, a qual parte desse questionamento, pontua as diferentes telas – computadores pessoais, notebooks, tablets, smartphones, televisores, dentre outras - que temos nos relacionado na contemporaneidade, no século XXI. Considerando- se essas diferentes telas e os seus possíveis usos, diferencia realidade virtual de realidade aumentada. O vídeo, também, destaca que a realidade virtual e a realidade aumentada são tecnologias que estão mudando as formas como usamos essas telas, especialmente no que diz respeito às experiências interativas. Sinaliza, ainda, para possíveis mudanças provocadas pelo uso dessas tecnologias na indústria tecnológica em nível planetário, apresentando alguns exemplos dessas tecnologias e de seus usos nesse setor, e em alguns campos da nossa vida cotidiana. Ficou curioso? Então assista através do link: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI. No cenário da M-Learning, escolas digitais ou virtuais têm se configurado e se fortalecido como uma tendência da educação escolar e da educação corporativa na História presente. Nesse contexto, situa-se a Ciberpedagogia ou Pedagogia Digital, e se destacam novos engendramentos nos processos de armazenamento e gerenciamento de conteúdos na Internet, em geral, e nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), em específico. Percebe-se, pois, que variadas plataformas emergem e múltiplos recursos se apresentam como alternativas virtuosas para a educação, especialmente para a cibereducação. Ainda que tenhamos resistências, precisamos compreender que a Pedagogia Digital tem se apresentado como uma tendência. Não podemos ignorá-la, tendo em vista que é uma realidade. A Pedagogia Digital, além de ser um campo de trabalho que se consolida no contexto contemporâneo, configura-se como uma metodologia inovadora, especialmente por conta da sua flexibilidade. Assim, nos parece que uma formação que englobe todos os profissionais da educação para atuarem nesse contexto torna-se inexorável. Compreender e utilizar, com propriedade, determinados recursos tecnológicos, tais como saber produzir atividades, gravar vídeos e podcasts, dentre outros, e compartilhá- los e gerenciá-los em ambientes digitais são competências essenciais ao professor do século XXI. Contudo, não são suficientes. Os educadores 4.0 devem desenvolver/ aprimorar competências relacionadas à criticidade/reflexividade, a consciência transformadora, a colaboratividade, a mediação de conteúdos. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 ISTO ESTÁ NA REDE Você conhece um portal educacional? Sabe das possibilidades tecnológicas para os processos de ensino-aprendizagem que podemos encontrar em portais educacionais? Sabe que existem portais educacionais gratuitos e de acesso livre? Pois bem, neste portal – Portal do Professor -, você poderá interagir com diversos recursos multimídia, tais como textos, imagens, vídeos, podcasts, dentre outros. Nele, também, você encontrará conteúdos educacionais como sites temáticos, jornais, videoteca, TV, indicação de link de espaços virtuais voltados para a educação, blogs, cadernos temáticos. Conteúdos esses direcionados para todas as etapas e níveis da Educação Básica. Além de um fórum em que poderá compartilhar atividades pedagógicas e conhecer experiências exitosas sobre os mais diversos tipos de temas. Portanto, éum espaço para conhecer, se apropriar e se inspirar. Nele, você saberá na prática o que pode ser um portal educacional. Que tal explorá-lo? Para tanto, acesse: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link. html?categoria=6. Ao ler o conteúdo, considere o seguinte: quais as possíveis contribuições de um portal educacional para a minha prática profissional? 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Realmente, as possibilidades pedagógicas no uso das TICs, especialmente da Internet, em processos educacionais são muitas, o que nos desafia a repensar algumas de nossas práticas, seja pelo fato de as tecnologias terem muito a qualificá-las, seja pelo fato de que essas integram, radicalmente, a hipertextualidade contemporânea. Vimos que este mundo, cada vez mais, intermediado culturalmente pelas TICs requer que os profissionais da educação desenvolvam, cada vez mais, competências e habilidades em sintonia com o mundo presente. Ao lado disso, percebemos que as POSSIBILIDADES que se engendram na história presente sinalizam para uma educação, cada vez mais, entrelaçada às tecnologias no futuro. Nos parece, pois, que nunca tivemos tantas possibilidades para construir um mundo mais colaborativo e inclusivo, tal como temos hoje. E não é mesmo a educação um caminho primoroso para a construção desse mundo que tem nos parecido tão possível? É muito importante que a gente reconheça que os avanços tecnológicos em conexão com a educação, escolar ou corporativa, têm sido tão velozes que os conteúdos aqui apresentados são alguns em um universo imenso de possibilidades na área. Dessa forma, sugiro que você pesquise, explore, teste, avance. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.html?categoria=6 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.html?categoria=6 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.html?categoria=6 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 E para continuarmos nessa jornada, em nosso próximo encontro, abordaremos o Construtivismo na educação. Afinal, não podemos “perder o bonde da história”, atualmente o jato da história. E não vamos, certo? Então, vamos lá! ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 CAPÍTULO 5 O PAPEL INENARRÁVEL DO CONSTRUTIVISMO NA EDUCAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Fala-se muito em Construtivismo atualmente, no século XXI, mas a sua gênese data do início do século XX. Você sabia? Vamos conhecer um pouco dessa história? Para início de conversa, é importante que você saiba que é mais adequado falarmos em construtivismos, pois existem orientações e práticas com enfoques diferenciados sob esse paradigma denominado Construtivista. A dimensão das teorias construtivistas considera o desenvolvimento a partir da psicologia cognitiva, que está apoiada nos estudos sobre a inteligência e a aprendizagem, desenvolvidos por Jean Piaget. Essas teorias tratam, sobretudo, das mudanças e transformações empreendidas no decorrer do desenvolvimento humano, e dos engendramentos responsáveis pela evolução dos indivíduos no mundo. Independentemente do enfoque, conforme veremos na aula de hoje, as teorias construtivistas compreendem que o conhecimento é construído pelo sujeito em um processo dinâmico e contínuo, durante toda a sua vida. Animado com a aula de hoje? Então, bora começar. 1.2 AS MÚLTIPLAS DIMENSÕES CONSTRUTIVISTAS Para iniciarmos, peço que observe, com atenção, a figura seguinte. Título: Construtivismos e suas vertentes. Fonte: elaborada pela autora. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 A figura demonstra que há enfoques diversos sob o paradigma Construtivista, certo? Pois bem, o construtivismo foi inaugurado pelas pesquisas e descobertas do biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças, no início do século XX. Para responder aos problemas epistemológicos que despertaram sua atenção, Piaget resolveu estudar o progresso das categorias de conhecimento no decorrer da vida da pessoa, da infância à idade adulta. Com base nisso, a psicologia da criança torno-se assim o seu campo de estudos, suas pesquisas nessa área consistiram em compreender as categorias cognitivas desde os seus estados iniciais até as suas manifestações mais elaboradas, o que o levou a uma teoria sobre o desenvolvimento da inteligência (CUNHA, 2000, p. 71). A compreensão sobre o sujeito epistêmico seduziu Piaget e despertou nele uma série de questionamentos em relação a esse indivíduo que percebe e apreende o mundo, e acerca das formas com que ele passa por estágios de desenvolvimento. Título: Imagem de Jean Piaget. Fonte: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8AHENheKXfqmTKHB9tY6vPztT2wxyxE3MjErgTdae43g6guhFAaGgwqdu3GJ/gettyimages-51396666. jpg Assim, Piaget organiza o desenvolvimento do pensamento em estágios de desenvolvimento, que são: sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório formal. Vamos conhecê-los? https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8AHENheKXfqmTKHB9tY6vPztT2wxyxE3MjErgTdae43g6guhFAaGgwqdu3GJ/gettyimages-51396666.jpg https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8AHENheKXfqmTKHB9tY6vPztT2wxyxE3MjErgTdae43g6guhFAaGgwqdu3GJ/gettyimages-51396666.jpg https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8AHENheKXfqmTKHB9tY6vPztT2wxyxE3MjErgTdae43g6guhFAaGgwqdu3GJ/gettyimages-51396666.jpg ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 O estágio sensório-motor (0-2 anos) consiste na adaptação do bebê ao mundo através, sobretudo, dos reflexos. Nesse período, o bebê começa a assimilar os objetos, os fenômenos, e a acomodá-los pela repetição de condutas que ocorrem pelos sentidos, sobretudo pela coordenação mão-boca. Destaca-se que nesse estágio prevalece o egocentrismo. Ao lado disso, ressalta-se que, com o transcorrer do tempo, o bebê inicia o processo de construção da linguagem, demonstrando a sua capacidade de combinação de esquemas mentais, invenções e representações da realidade (CUNHA, 2000). O período pré-operatório (2-7/8 anos) é caracterizado pela interiorização dos esquemas formados no período anterior (sensório-motor) e pelo aparecimento da função simbólica. Tal função é resultante da capacidade da criança de formar imagem mental, ou seja, tornar-se capaz de representar mentalmente pessoas e poder agir por simulação. Sua percepção é global, ou seja, a criança não discrimina detalhes no mundo que o cerca. Destaca-se, nesse período, o início do processo de socialização, a criança torna-se menos egocêntrica (CUNHA, 2000). O período operatório concreto (7-11/12 anos) é marcado por grandes aquisições intelectuais. Observa-se um marcante declínio do egocentrismo intelectual e um crescente incremento do pensamento lógico. A criança sente necessidade de organizar o real por intermédio dos seus esquemas conceituais (CUNHA, 2000). E por fim, o estágio operatório formal (12 anos em diante) caracteriza-se pela capacidade do adolescente de elaborar hipóteses, utilizar-se do raciocínio hipotético- dedutivo, sem precisar do concreto, ou seja, prescindindo do objeto (CUNHA, 2000). ISTO ESTÁ NA REDE Considerando-se a importância da teoria piagetiana para a educação, sugiro que você se aprofunde sobre o seu arcabouço. Para tanto, assista “Pensadores na Educação: Jean Piaget”: https://www.youtube.com/ watch?v=MwKEO2pkLP8&list=PLYOTQ6I5S8PIdnBSdkWFNAhIPJDwvHIIK. Outro construtivista clássico é o historiador, filósofo e advogado Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934). Diferentemente de Piaget que tem como foco o pensamento, a cognição, Vygotsky privilegia a linguagem e a cultura em seu arcabouço teórico. Para ele, a linguagem e o pensamento são dimensões humanas que se retroalimentam. https://www.youtube.com/watch?v=MwKEO2pkLP8&list=PLYOTQ6I5S8PIdnBSdkWFNAhIPJDwvHIIKhttps://www.youtube.com/watch?v=MwKEO2pkLP8&list=PLYOTQ6I5S8PIdnBSdkWFNAhIPJDwvHIIK https://www.youtube.com/watch?v=MwKEO2pkLP8&list=PLYOTQ6I5S8PIdnBSdkWFNAhIPJDwvHIIK ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 Assim, a linguagem constrói o pensamento ao mesmo tempo em que o pensamento produz a linguagem. Título: Imagem de Lev Vygotsky. Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/67/Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg/240px-Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934. jpg Nesse contexto, as interações sociais são essenciais para o desenvolvimento dos sujeitos, pois, através delas, serão capazes de desenvolver pensamento e linguagem, em contextos culturais específicos. Assim, a cultura apresenta-se como o cenário privilegiado para a evolução dos sujeitos no mundo. Destaca-se, então, que as interações sociais possibilitam as experiências que potencializam as aprendizagens. Nesse sentido, Vygotsky trata do importante papel da escola, espaço cultural e de interações sociais, para o desenvolvimento individual e coletivo. Afinal, as aprendizagens são compreendidas por ele como experiências sociais. Uma contribuição fantástica de Vygotsky para a educação, especialmente a escolar, foi a sua teoria acerca das zonas de desenvolvimento. Para ele, as pessoas, em determinadas situações, sabem realizar algumas tarefas sozinhas ou não e, em outras situações, conseguem realizá-las com a ajuda, o apoio, a interlocução de outrem. Pois bem, Vygotsky localizou no processo de ensino-aprendizagem a Zona de Desenvolvimento Real, nessa a aprendizagem já está consolidada, portanto, as pessoas já conseguem realizar sozinhas algumas tarefas; e a Zona de Desenvolvimento Proximal, nessa a aprendizagem, ainda, não está consolidada, mas as pessoas podem conseguir realizar algumas tarefas com a ajuda de outras. Esclarece-se que tudo que as pessoas não conseguem realizar, mesmo com a ajuda de outras, está fora da Zona de https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/67/Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg/240px-Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/67/Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg/240px-Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/67/Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg/240px-Lev-Semyonovich-Vygotsky-1896-1934.jpg ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 Desenvolvimento Proximal. E é, justamente, no contexto da Zona de Desenvolvimento Proximal que se situa o trabalho docente (BACARÍN, 2020). ISTO ESTÁ NA REDE Vygotsky não é tão conhecido, no Brasil, como Piaget, mas você já percebeu a sua importância para a educação, não é mesmo? Para dar continuidade aos seus conhecimentos sobre esse autor, assista o vídeo “Pensadores na Educação: Vygotsky”: https://www.youtube.com/watch?v=BS8o_B5M9Zs. Bem, nesse processo, destacamos a importância da colaboração e da cooperação em sala de aula. Contudo, é importante distingui-las. Apesar de muitas pessoas pensarem que colaboração é sinônimo de cooperação, não é. A aprendizagem colaborativa vai além da aprendizagem cooperativa, tendo em vista os níveis de envolvimento e de participação dos sujeitos em cada uma delas. Enquanto em processos cooperativos trabalhamos juntos para atingir objetivos individuais, em processos colaborativos trabalhamos juntos para atingir objetivos comuns, compartilhados. Do ponto de vista prático, iremos tratar dos processos ensino-aprendizagem colaborativos e cooperativos em nossos próximos encontros, nos quais trataremos das Metodologias Ativas, ok? ISTO ESTÁ NA REDE A animação “A Carroça – Trabalho em equipe. Quem faz parte da sua rede?” apresenta importantes reflexões sobre o trabalho em equipe, considerando- se lugares distintos que, por vezes, os sujeitos ocupam nos processos de trabalho. Vale a pena assistir. Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=D5Rqj13lASA. E para concluir a nossa aula, temos que falar de outro construtivista clássico: o psicólogo, filósofo, político e médico Henry Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962). Wallon tem como foco o papel da afetividade, especialmente das emoções, na formação das pessoas. https://www.youtube.com/watch?v=BS8o_B5M9Zs https://www.youtube.com/watch?v=BS8o_B5M9Zs https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=D5Rqj13lASA https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=D5Rqj13lASA https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=D5Rqj13lASA ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 Título: Imagem de Henri Wallon. Fonte: https://guiadofuturo.com.br/henri-wallon/. Para Wallon, afetividade não é, necessariamente, sinônimo de amor, de carinho, de um abraço, mas de tudo que afeta o sujeito. Portanto, para o autor um abraço ou uma palmada, por exemplo, são atitudes que podem afetar o sujeito, ou seja, lhe marcar como indivíduo no mundo. No contexto da afetividade, o NÃO pode ser tão importante como o SIM, percebe? Afinal de contas, no processo de desenvolvimento da subjetividade, tão caro para Wallon, temos que aprender a lidar com as múltiplas respostas que a realidade nos apresenta. Nesse cenário, destacam-se as emoções. Segundo o autor, existem emoções que são básicas ou primárias e as que são sociais ou secundárias. As emoções primárias pertencem, naturalmente, em todos nós, e são: • alegria; • tristeza; • medo; • raiva; • nojo ou repulsa; e • surpresa. Título: Imagem de emoctions do app Whatsapp. Fonte: Whatsapp. Já as emoções secundárias são culturalmente produzidas, tais como inveja, ganância, vaidade, solidariedade, simpatia/antipatia, orgulho, vergonha, culpa, dentre outras. Saiba que é muito importante que trabalhemos as emoções em sala de aula, tendo em vista o desenvolvimento de um sujeito emocionalmente equilibrado, em harmonia interior. https://guiadofuturo.com.br/henri-wallon/ https://guiadofuturo.com.br/henri-wallon/ ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 Nesses termos, atente-se para a atividade seguinte. ATIVIDADE: MINHAS EMOÇÕES JUSTIFICATIVA As emoções básicas ou primárias - alegria, tristeza, raiva, medo, nojo, surpresa – são intrínsecas ao ser humano e, portanto, constituem a sua existência no mundo. Sendo assim, é essencial que as reconheçamos em nós para entender que são legítimas, e têm um papel importante em nosso desenvolvimento emocional no mundo (DANTAS, 2012). Se atravesso uma situação de perda, por exemplo, é natural que me sinta triste, não é mesmo? E, ao contrário, se alcanço um objetivo ou realizo um sonho, é natural que eu me sinta alegre, por exemplo. Reconhecer essas emoções é um importante caminho para melhor lidarmos com elas, assim como respeitarmos as das outras pessoas. Afinal, todos sentimos essas emoções e temos DIREITO a elas. Trabalhá-las com os alunos, desde a mais tenra idade, contribui, sobremaneira, com o seu desenvolvimento emocional. Ao lado disso, colaborar para que eles reconheçam que, assim como eles, todas as pessoas, sentem essas emoções, possibilita que desenvolvam a empatia pelo próximo, por seus sentimentos, por sua existência integral e plena. Empatia essa que potencializará o aprimoramento das suas competências e habilidades socioemocionais. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Reconhecer as emoções humanas básicas – alegria, tristeza, raiva, surpresa, nojo e medo. • Desenvolver a empatia pelas emoções dos outros. OBJETIVOS BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos,com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES Utilizar estratégias para construção de relacionamentos saudáveis com pessoas diversas. RECURSOS • Bonequinhos confeccionados em cartolina, por exemplo, pelos(as) docentes e alunos(as) em número suficiente para toda a turma, pois todos(as) estudantes levarão um bonequinho para casa. • Representações, em algum tipo de papel, das carinhas dos emoctions que sugerem: alegria, tristeza, raiva, surpresa, nojo e medo, considerando-se que cada aluno deve receber carinhas que representem todas essas emoções, ou seja, cada aluno irá receber seis emoctions. • Caderno individual. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 COLOCANDO EM PRÁTICA Atividade Descrição 1 Introduzir a aula dizendo para os(as) estudantes que terão uma missão / um desafio muito importante, a partir de então, sobre o que as pessoas sentem, as emoções. Portanto, eles(as) devem prestar muita atenção na animação a seguir para que consigam cumprir a missão. [2min] 2 Exibir o vídeo “As emoções básicas para crianças”. [5min.] 3 Distribuir, aleatoriamente, um boneco e um emoction para cada um(a) dos(as) estudantes, e pedir para pensarem o porquê do seu boneco está com aquela carinha. Por que ele(a) está triste? Por que está alegre? Etc. [5min.] 4 Pedir para colarem a carinha recebida em caderno individual, o qual terá como título “Álbum de Emoções”, e escreverem o porquê de o seu boneco está sentindo aquela emoção. [8min.] 5 Pedir para cada estudante apresentar para os coleguinhas o motivo do seu boneco está sentindo alegria, tristeza, raiva, surpresa, nojo ou medo. [15min.] 6 Distribuir as demais carinhas, as cinco faltantes, para cada estudante e pedir que colem cada uma em uma página do “Álbum”; e apresentar a missão / o desafio: levar o “bonequinho” para casa, ficar com ele por três dias, e registrar no “Álbum”, ao lado da carinha, o que ele está sentindo. Lembrando que em um mesmo dia ele pode sentir várias emoções diferentes. [5min.] OBS: é muito importante aqui que o(a) docente lembre à turma, diariamente, do desafio. Texto de apoio para esta e outras aulas que se seguirão: NOVA ESCOLA. Competências socioemocionais de A a Z: glossário para usar na sala de aula. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12178/competencias-socioemocionais-de-a-a-z. Acesso em: 28 mai. 2023. REFERÊNCIAS BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum. mec.gov.br/. Acesso em: 28 mai. 2023. DANTAS, H. A Afetividade e a Construção do Sujeito na Psicogenética de Wallon. In: TAILLE, Y. de L. et al. Piaget, Vygotsky, Wallon – Teorias psicogenéticas em discussão. 18 ed. São Paulo: Summus, 2012. YOUTUBE. As emoções básicas para crianças - Alegria, tristeza, medo, raiva, nojo e surpresa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_6J1fO2wUAw. Acesso em: 28 mai. 2023. Bora se inspirar? https://novaescola.org.br/conteudo/12178/competencias-socioemocionais-de-a-a-z https://novaescola.org.br/conteudo/12178/competencias-socioemocionais-de-a-a-z http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ https://www.youtube.com/watch?v=_6J1fO2wUAw https://www.youtube.com/watch?v=_6J1fO2wUAw ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 ISTO ESTÁ NA REDE Quer conhecer um pouco mais sobre Wallon? Então, não deixe de assistir o vídeo “Pensadores na Educação: Henri Wallon: https://www.youtube.com/ watch?v=ZfXIkidkFQI&t=216s. 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Já ouvi muitos colegas dizendo que é um construtivista piagetiano, por exemplo. Contudo, vimos, nesta aula, que todas as vertentes construtivistas são importantes, pois nos ajudam a colaborar com o desenvolvimento INTEGRAL dos alunos, nos termos dos quatro pilares da educação da UNESCO (2010): Aprender a ser, Aprender a conviver, Aprender a fazer e Aprender a conhecer. A pedagogia construtivista, especialmente no Brasil, foi meio silenciada nas décadas de 60 e 70 do século XX, tendo em vista o fortalecimento das pedagogias tradicionais no período. Entretanto, na década de 80 retornam, com muita força, movimentos alternativos à pedagogia tradicional. Surge, então, as Metodologias Ativas. Assim sendo, em nossos próximos encontros dialogaremos sobre essas metodologias. Afinal, agora que você já conhece um pouco dos seus fundamentos históricos, imagino que deva estar animado para se apropriar da sua proposta pedagógica, certo? Então, vamos lá! https://www.youtube.com/watch?v=ZfXIkidkFQI&t=216s https://www.youtube.com/watch?v=ZfXIkidkFQI&t=216s https://www.youtube.com/watch?v=ZfXIkidkFQI&t=216s ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 CAPÍTULO 6 OS SENTIDOS E OS PROCESSOS ENSINO-APRENDIZAGEM 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Não aprendemos somente pela cognição. Conforme vimos na aula anterior, aprendemos, também, pela linguagem/cultura e pela afetividade. Ao lado disso, aprendemos pelos sentidos. Saiba que todas essas dimensões são partícipes do processo de construção do conhecimento humano. Portanto, enquanto profissionais da educação, especialmente educadores, temos que considerá-las na relação ensino-aprendizagem. Em nosso encontro de hoje, trataremos de um método denominado VAC (Visual, Auditivo e Cinestésico). Você conhece esse método? Já imaginou como ele pode contribuir com a formação dos alunos e de nós mesmos? Já pensou como pode se inspirar nele em seu planejamento de aula? Vamos conhecer um pouco das contribuições desse método para a educação? Então, vamos ao método VAC. 1.2 CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO VAC PARA AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Cada pessoa possui e apresenta uma maneira própria de aprender. A forma pessoal prevalecente de construir conhecimentos é definida como “Estilo de Aprendizagem”. Você já percebeu que às vezes nós e os outros aprendemos de forma mais auditiva, mais visual e/ou mais tátil? Afinal, a maioria dos seres humanos possuem sentidos. Título: Os cinco sentidos humanos. Fonte: https://cdn.slidesharecdn.com/ss_thumbnails/corpocinco-sentidos-101022133455-phpapp01-thumbnail-4.jpg?cb=1422630099 https://cdn.slidesharecdn.com/ss_thumbnails/corpocinco-sentidos-101022133455-phpapp01-thumbnail-4.jpg?cb=1422630099 https://cdn.slidesharecdn.com/ss_thumbnails/corpocinco-sentidos-101022133455-phpapp01-thumbnail-4.jpg?cb=1422630099 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 Sabemos que algumas pessoas têm um ou mais sentidos comprometidos ou mesmo inexistentes. Contudo, em geral, a maioria possui um ou mais sentidos intactos, certo? Nesses termos, o método VAC (VISUAL, AUDITIVO e CINESTÉSICO) tem muito a contribuir com a nossa práxis pedagógica, tendo em vista que nos ajuda a reconhecer o estilo que é dominante nos sujeitos da educação. E assim nos auxilia a trabalhar com os sentidos mais desenvolvidos nos alunos, e a desenvolver os que neles são menos desenvolvidos. Afinal, queremos aprimorar todos os nossos sentidos, e dos nossos alunos, para as aprendizagens, não é mesmo? O método VAC foi criado pelos psicólogos Fernald & Keller e Orton-Gilingham em 1921 (FILHO, 2018) e, ainda, continua bastante atual quando se trata, especialmente, de educação. Vamos conhecer, então, as suas principais características? • Estilo Visual - Neste grupo estão os estudantes que possuem habilidades de conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos visualmente. A partir da visualização das imagens é possível estabelecer relações entre ideias e abstrair conceitos. • Estilo Auditivo - Estudantes com estilo auditivo possuemhabilidades de conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos pela palavra falada, sons e ruídos, organizando suas ideias, conceitos e abstrações a partir da linguagem falada. • Estilo Cinestésico - Encontramos neste grupo estudantes que possuem habilidades de conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos pelo movimento corporal e pelo toque. ISTO ESTÁ NA REDE Quer saber um pouquinho mais? Então, não deixe de assistir o vídeo “Como APRENDER mais FÁCIL /perfil CINESTÉSICO, VISUAL ou AUDITIVO?”. Esse conteúdo, além de conceituar os estilos, apresenta algumas dicas para trabalhá-los na sala de aula. Para tanto, acesse https://www.youtube.com/ watch?v=stcKeQMugfo. Dando continuidade às nossas tratativas, se atente para algumas das características observáveis em cada um dos sistemas de representação dominante, considerando-se o método, analisando o quadro seguinte. https://www.youtube.com/watch?v=stcKeQMugfo https://www.youtube.com/watch?v=stcKeQMugfo https://www.youtube.com/watch?v=stcKeQMugfo ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 Variáveis Visual Auditivo Cinestésico Estilo de Aprendizagem Aprende pela visão; observa demonstrações; gosta de ler e imaginar as cenas no livro; tem boa concentração; rápido na compreensão. Aprende por instruções verbais; gosta de diálogos; evita descrições longas; não presta atenção nas ilustrações; move os lábios quando lê.. Aprende fazendo, por envolvimento direto; prefere ir logo para a ação; não é bom leitor. Memória Lembra-se bem dos rostos, mas se esquece dos nomes; escreve e anota através de esquemas resumidos e simbólicos; lembra bem das imagens. Lembra os nomes, mas esquece os rostos; decora as coisas por repetição auditiva. Lembra-se melhor das coisas que fez e não daquelas que ouviu ou viu. Resolução de problemas Delibera e planeja bem antes; organiza os pensamentos e tem boa visão das soluções e alternativas. Fala sobre os problemas; testa as soluções verbalmente. Ataca fisicamente o problema; ação; impulsividade; geralmente escolhe soluções que envolvem muitas atividades. Aparência geral Limpo; meticuloso; gosta de ordem e de coisas esteticamente consideradas bonitas. Combinar roupas não é tão importante; prefere explicar as escolhas. Limpo; mas logo se desarruma por causa das atividades. Sem muito senso estético, conforto é essencial. Comunicação Quieto; não fala muito, e se o faz, fala muito rápido; impacienta-se quando tem que ouvir explanações longas; uso desajeitado das palavras; descreve coisas com detalhes; usa predicados verbais do tipo “veja bem..., é claro..., brilhante” etc. Gosta de ouvir, mas não consegue esperar para falar; descrições são longas e repetitivas; usa predicados verbais do tipo: “ouça, escute, deixe eu explicar...”. Gesticula quando fala; não é bom ouvinte; fica muito perto quando fala ou ouve; perde rapidamente interesse por discursos; usa predicados do tipo: “sinto que, pegue firme, concreto,..”etc. Título: Características observáveis em cada um dos sistemas de representação dominante, nos termos do método VAC. Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Mill (2018). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 Agora que você já conhece as principais características dos diversos estilos de aprendizagem, te pergunto: em qual dos estilos você se reconheceu mais? Vamos fazer um teste? Para tanto, responda as 20 perguntas a seguir e some o número de letras (a, b, c) registradas em suas respostas. Vamos lá? 1. Gostaria mais de estar fazendo este exercício: a. por escrito b. oralmente c. realizando tarefas 2. Gosto mais de ganhar presentes que seja: a. bonito b. sonoro c. útil 3. Tenho mais facilidade de lembrar nas pessoas: a. fisionomia b. a voz c. os gestos 4. Aprendo mais facilmente: a. lendo b. ouvindo c. fazendo 5. As atividades que mais me motivam: a. fotografia, pintura b. música, palestra c. Escultura, dança 6. Na maioria das vezes, prefiro: a. observar b. ouvir c. fazer 7. Ao lembrar um filme me vem a mente: a. as cenas b. os diálogos c. as sensações 8. Nas férias, gosto mais de: a. conhecer novos lugares b. descansar c. participar de atividades 9. O que mais valorizo nas pessoas é: a. a aparência b. o que elas dizem c. o que elas fazem ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 10. Percebo que alguém gosta de mim: a. pelo jeito de me olhar b. pelo Jeito de falar c. palas suas atitudes 11. Meu carro preferido tem principalmente que ser: a. bonito b. silencioso c. confortável 12. Quando vou comprar algo, procuro: a. olhar bem o produto b. ouvir o vendedor c. experimentar 13. Tomo decisões com base principalmente: a. no que vejo b. no que ouço c. no que sinto 14. Em excesso, o que mais me incomoda é: a. claridade b. barulho c. ajuntamento 15. O que mais me agrada num restaurante: a. o ambiente b. a conversa c. a comida 16. Num show, valorizo mais: a. a iluminação b. as músicas c. a interpretação 17. Enquanto espero alguém fico: a. observando o ambiente b. ouvindo as conversas c. andando, mexendo com as mãos 18. Eu mais me entusiasmo quando: a. me mostram b. me falam c. me convidam para participar 19. Ao consolar alguém, procuro: a. mostrar um caminho b. levar uma palavra de conforto c. abraçar a pessoa 20. O que me dá mais prazer: a. ir ao cinema b. assistir uma palestra c. praticar esportes Título: Teste VAC. Fonte: elaborado pela autora, com base no método VAC. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 Atenção (1) Você registrou mais a letra “a” em suas respostas – você é predominantemente Visual. (2) Você registrou mais a letra “b” em suas respostas – você é predominantemente Auditivo. (3) Você registrou mais a letra “c” em suas respostas – você é predominantemente Cinestésico. Esse teste é apenas uma “brincadeira” entre nós e, portanto, não deve ser considerado um diagnóstico do seu estilo, ok? Serve apenas como um indicio dos nossos estilos de aprendizagem. Existem muitos outros testes nesse sentido. Que tal você pesquisar mais e fazer outros testes? ISTO ESTÁ NA REDE Quer conhecer mais testes VAC? Te sugiro o aplicativo “Teste para identificar o estilo de aprendizagem - Teste VAK”, disponível em: https://testvocacional.app/blog/pt/ teste-vak-identificar-estilo-aprendizagem. Talvez você esteja se perguntando, e como faço para estimular os sentidos dos alunos, considerando-se os seus estilos de aprendizagem predominantes? Te sugiro: • Estilo Visual – Leituras, elaboração de roteiros, esquemas, mapas, contação de histórias, games, projetos, filmes. • Estilo Auditivo – Filmes, músicas, podcasts, contação de histórias, games. • Estilo Cinestésico – Laboratórios, games, simulações e demonstrações, aprendizagem ativa, visitas de campo, estágios. O que mais você sugeriria? Registro aqui algumas sugestões de atividades para trabalharmos os sentidos dos estudantes. https://testvocacional.app/blog/pt/teste-vak-identificar-estilo-aprendizagem https://testvocacional.app/blog/pt/teste-vak-identificar-estilo-aprendizagem https://testvocacional.app/blog/pt/teste-vak-identificar-estilo-aprendizagem ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 Experiências visuais Título da atividade Materiais necessários Descrição Fonte Painel de mãos Cartolinas ou outro material similar e tintas coloridas. Monte um painel com as crianças e peça para cada uma delas colocarem as suas mãozinhas em uma tinta da sua escolha, e pressionar sobre o painel. Arte com Papel. Mosaico de arco-íris Papéis coloridos (papel seda, recortes de revistas etc), tesoura e cola. Entregue um modelo de mosaico para os alunos e peça para que colem recortes dos papéisdentro do seu contorno, ou, então, apresente um modelo de mosaico para eles e peça que reproduzam. Arte com Papel. Teatro de Fantoches Fantoches de meias, livros infantis. Leia algumas estórias para os alunos, coloque em votação qual foi a estória mais interessante para eles, e reconte a estória com o uso dos fantoches, com o auxílio deles. Portal Educação. Exemplos de atividades para trabalhar o sentido visual. Fonte: elaborado pela autora, com base em Arte com Papel (2023) e Portal Educação (2023). Título: Imagem de um fantoche de meias. Fonte: https://pt.dreamstime.com/meia-de-boneca-com-olhos-sonolentos-num-fundo-azul-teatro-m%C3%A3o-engra%C3%A7ada-choca-pat%C3%A9ticos-sobre- m%C3%A3os-image154997598 Experiências auditivas Título da atividade Materiais necessários Descrição Fonte Que som é esse? Objetos que reproduzam sons diversos. Coloque os objetos em uma caixa ou um saco e peça para os alunos colocarem as mãos dentro da caixa ou do saco e tentarem descobrir o que é, ou então, vende os olhinhos deles e entregue os objetos para tentarem fazer o mesmo. Escola Educação. Músicas que imitam animais CDs e toca CDs ou computador com acesso à Internet. Coloque músicas que imitem animais e peça para os alunos falarem de qual animal se trata. Escola Educação. Criando instrumentos musicais Materiais recicláveis diversos. Crie com os alunos instrumentos musicais diversos. Aluno On. Título: Exemplos de atividades para trabalhar o sentido auditivo. Fonte: elaborado pela autora, com base em Escola Educação (2023) e Aluno On (2023). https://pt.dreamstime.com/meia-de-boneca-com-olhos-sonolentos-num-fundo-azul-teatro-m%C3%A3o-engra%C3%A7ada-choca-pat%C3%A9ticos-sobre-m%C3%A3os-image154997598 https://pt.dreamstime.com/meia-de-boneca-com-olhos-sonolentos-num-fundo-azul-teatro-m%C3%A3o-engra%C3%A7ada-choca-pat%C3%A9ticos-sobre-m%C3%A3os-image154997598 https://pt.dreamstime.com/meia-de-boneca-com-olhos-sonolentos-num-fundo-azul-teatro-m%C3%A3o-engra%C3%A7ada-choca-pat%C3%A9ticos-sobre-m%C3%A3os-image154997598 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 Título: Imagem de estimulação musical em crianças. Fonte: https://pt.dreamstime.com/educa%C3%A7%C3%A3o-musical-para-crian%C3%A7as-em-idade-pr%C3%A9-escolar-image113144714 Experiências cinestésicas Título da atividade Materiais necessários Descrição Fonte Dança das cadeiras Cadeiras ou bancos, CDs e toca CDs ou computador com acesso à Internet. Organize as cadeiras em um círculo de forma que falte uma cadeira para um dos alunos da turma, coloque uma música e peça para os alunos irem dançando em volta das cadeiras, pare a música pra que se sentem nas cadeiras, aquele que não conseguir sentar-se estará fora do jogo, continue a sequência até sobrar uma cadeira e um aluno. Blog Rhema Educação. Estátua CDs e toca CDs ou computador com acesso à Internet. Coloque músicas de gêneros variados para os alunos dançarem livremente e peça para eles pararem sem se mover quando você gritar “Estátua!”. Blog Rhema Educação. Danças da cultura brasileira Vídeos com danças da cultura brasileira. Exiba vídeos com danças da cultura brasileira, converse com os alunos sobre os mesmos e reproduza com eles as danças conhecidas. Nova Escola. Título: Exemplos de atividades para trabalhar o sentido cinestésico. Fonte: elaborado pela autora, com base em Blog Rhema Educação (2023) e Nova Escola (2021). Título: Imagem de uma dança da cultura brasileira. Fonte: https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-dan%C3%A7a-popular-brasileira-image9857728 https://pt.dreamstime.com/educa%C3%A7%C3%A3o-musical-para-crian%C3%A7as-em-idade-pr%C3%A9-escolar-image113144714 https://pt.dreamstime.com/educa%C3%A7%C3%A3o-musical-para-crian%C3%A7as-em-idade-pr%C3%A9-escolar-image113144714 https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-dan%C3%A7a-popular-brasileira-image9857728 https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-dan%C3%A7a-popular-brasileira-image9857728 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 Perceba que em algumas das atividades podemos trabalhar mais de um sentido. Vale, ainda, destacar que não devemos incentivar apenas o sentido predominante identificado no aluno, é importante que trabalhemos todos os sentidos, certo? Dessa forma, por exemplo, se identificamos que determinado estudante é mais visual, devemos, também, trabalhar com ele atividades mais auditivas, tais como a criação de uma playlist. Se identificamos que é mais cinestésico, é necessário que trabalhemos com ele atividades mais visuais, por exemplo, tais como a criação de esquemas e mapas etc. 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Chegamos ao final de mais uma aula. Nela dialogamos sobre o método VAC (Visual, Auditivo e Cinestésico). Conhecemos um pouco das suas principais características, com destaque para variáveis que o envolvem, tais como memória e comunicação. Ao lado disso, tratamos de possibilidades para identificar os estilos predominantes de aprendizagem em nós e em nossos alunos. Também vimos alguns exemplos de atividades para incentivar esses estilos nos processos ensino-aprendizagem. Contudo, é importante que você tenha em mente que as discussões não se esgotam aqui, até porque seria impossível que assim o fosse, não é mesmo? Dessa forma, estude, pesquise e, sobretudo, use a sua imaginação e criatividade para pensar, organizar e desenvolver o seu trabalho. Afinal, nada mais virtuoso que um professor que invista e use a sua imaginação e criatividade, certo? Considerando-se que até aqui já abordamos as tendências pedagógicas, com destaque para o construtivismo e, nesta aula, tratamos do método VAC, em nosso próximo encontro focaremos nas metodologias ativas, combinado? Seguimos juntos! ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 CAPÍTULO 7 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 1 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA As denominadas Metodologias Ativas têm a sua gênese no início do século XX, conforme anunciamos em aulas anteriores, e na contemporaneidade, no século XXI, têm sido, cada vez mais, reconhecidas e utilizadas pelos professores. Em contraposição às denominadas metodologias tradicionais ou conservadoras, as Metodologias Ativas reúnem um conjunto de métodos e técnicas em uma perspectiva construtivista. Nesses termos, essas metodologias baseiam-se, sobretudo, no reconhecimento do aluno como agente / sujeito participativo e ativo no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, essas têm como foco central o protagonismo do aluno no seu processo de construção do conhecimento. Assim sendo, para começarmos, nesta aula, trataremos da seguintes Metodologias Ativas: aula dialogada, portfólio, Aprendizagem Baseada em Equipes, Instrução entre Pares, Aprendizagem Baseada em Problemas, Aprendizagem Baseada em Projetos, Arco de Maguerez. Então, vamos começar! 1.2 AULA DIALOGADA, PORTFÓLIO, APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES, INSTRUÇÃO ENTRE PARES, APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS, APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS E ARCO DE MAGUEREZ Os processos educativos, especialmente em termos de métodos e recursos, sempre, se assentam em uma determinada pedagogia. Pedagogia essa que traduz uma visão de mundo, de sociedade, de sujeito e, especialmente, em um “olhar” sobre como esse apreende o mundo e constrói conhecimentos. Com base nesses pressupostos, destacamos que na contemporaneidade, no século XXI, é, cada vez mais, requerido uma formação e atuação do docente menos centrada em conteúdos e mais em competências. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 Nesses termos, eis que é necessária uma formação crítica e criativa, a qual engloba o reconhecimento das denominadas Metodologias Ativas, tendo em vista que essas são ferramentasque, contribuem, sobremaneira, com aprendizagens mais significativas. Nesse contexto, é importante que você saiba que a pedagogia é um processo formativo intencionado, o qual envolve métodos e técnicas de ensino. Métodos e técnicas de ensino se entrelaçam, mas se diferenciam. Técnica de ensino tem a ver com o fazer, com a sequência / o conjunto de ações a serem realizadas no processo ensino-aprendizagem, com as ferramentas utilizadas para colocar um método de ensino em ação. Já o método de ensino tem a ver com o pensar, com a meta propriamente dita do fazer pedagógico, com a organização/planejamento/gestão das tendências pedagógicas orientadoras da prática docente. Métodos e técnicas de ensino compõem as metodologias de ensino, pois ancorados em estudos e pesquisas na área, em uma lógica pedagógica. ISTO ESTÁ NA REDE A sociedade mudou, as pessoas mudaram, as maneiras de ensinar-aprender mudaram. Nesse sentido, novas competências são requeridas aos profissionais da educação, especialmente aos professores, na atualidade. Para você refletir sobre esses aspectos da vida contemporânea, sugiro para você o vídeo “Dez novas competências para ensinar”, um clássico do renomado educador francês Philippe Perrenoud. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iVJYHQQVcuI Considerando essas tratativas, conversaremos na aula de hoje, e em nossos próximos encontros, sobre as Metodologias Ativas. Para começar, trataremos da aula dialogada. Vamos lá? Quais são as diferenças entre uma aula expositiva e uma aula dialogada? A aula expositiva, baseada nos denominados métodos tradicionais de ensino, tem na figura do professor o foco central dessa atividade pedagógica. Nesses termos, ele expõe todo o conteúdo da disciplina, por exemplo, e os alunos os escuta de forma passiva, sem participação, reflexões, questionamentos, críticas, discussões. Em contraposição, em uma aula dialogada, os alunos participam ativamente, intermediados pelo diálogo entre os atores dessa atividade pedagógica, reconhecidos aqui como parceiros de aprendizagens (RANGEL, 2005). Nesses termos, os alunos assumem uma posição ativa nos encontros, nas aulas, o lugar de protagonistas do seu processo de construção do conhecimento. Em uma aula dialogada, o professor é um mediador, um incentivador da participação ativa dos discentes na dinâmica pedagógica. https://www.youtube.com/watch?v=iVJYHQQVcuI https://www.youtube.com/watch?v=iVJYHQQVcuI ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 Título: Aula dialogada. Fonte: https://images.pexels.com/photos/5905557/pexels-photo-5905557.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 O eixo central de uma aula dialogada é a comunicação. Mas como acontece e deve acontecer o processo comunicacional em sala de aula? A sala de aula é um espaço complexo e de difícil definição, podendo ser pensado sob diversas perspectivas. Caso pensado sob suas inúmeras dimensões pode revelar os mais controversos aspectos, pontos para reflexão e desvelamento de sentidos. Esse espaço está repleto de contradições, que envolvem opiniões, sentidos, representações, significações. Isso indica que a sala de aula é um espaço onde as relações são mediadas por sujeitos, com intenções e projetos diversos, emergindo como um local privilegiado para a troca de saberes e vivências. Para tanto, eis que as perguntas são necessárias. Dessa forma, sempre motive os seus alunos a refletir sobre os conteúdos abordados para que se sintam confortáveis para perguntar, ok? Nesse sentido, a comunicação assumirá um caráter didático, configurando-se, pois, em uma comunicação didática. ISTO ESTÁ NA REDE Para te inspirar na construção de uma comunicação didática em sala de aula, eis duas sugestões bastante interessantes: o vídeo “Os 5 princípios do Diálogo aplicados na sua sala de aula”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=D5iYAwVWVnk. Esse vídeo trata de cinco princípios essenciais para o estabelecimento do diálogo em sala de aula enquanto máxima pedagógica: vínculo afetivo, empatia, escuta, alegria e contexto. Você já pensou a sala de aula como um espaço de encontro? Encontro esse intermediado, radicalmente, pelo diálogo. A segunda sugestão é a música “Metamorfose Ambulante” do renomado cantor e compositor Raul Seixas, disponível em https://www. youtube.com/watch?v=CmB4sfoZkwo. Que tal escutá-la, tendo por base reflexões sobre a importância da pergunta no processo civilizatório humano e em nossas histórias de vida? Ouça esta música inspirado por essa sensibilidade. Então, aumente o som! https://images.pexels.com/photos/5905557/pexels-photo-5905557.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/5905557/pexels-photo-5905557.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=D5iYAwVWVnk https://www.youtube.com/watch?v=D5iYAwVWVnk https://www.youtube.com/watch?v=CmB4sfoZkwo https://www.youtube.com/watch?v=CmB4sfoZkwo https://www.youtube.com/watch?v=CmB4sfoZkwo ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 Agora, vamos ao portfólio. Você sabe em que consiste um portfólio? Conhece os objetivos da sua utilização em sala de aula? Sabe como utilizá-lo? Já teve alguma experiência com portfólio? Pois bem, o portfólio físico ou portfólio virtual/webfólio permite que o estudante registre as suas atividades em formatos diversos (texto/ hipertexto (fichamentos, letras de músicas, poesias/poemas, reflexões, exercícios, imagens, bloco de notas, mídias/hipermídias etc) como se fosse uma espécie de diário de campo ou de bordo. Assim, o portfólio configura-se como um documento organizativo das aprendizagens dos alunos e um instrumento de avaliação para o professor, nos termos de uma avaliação formativa. Destaca-se, ainda, que esse método de aprendizagem e avaliação, também, contribui, sobremaneira, com os processos de autoavaliação dos alunos (ARAÚJO, 2019). Partindo da problematização da histórica dicotomia entre teoria e prática criada e fortalecida em muitos contextos educativos, e do entendimento que é preciso superá-la, situamos o portfólio como uma prática pedagógica ativa e inovadora. O portfólio constitui-se, pois, como um instrumento avaliativo que visa, sobretudo, o desenvolvimento da autonomia, da conscientização e da emancipação dos alunos. É sempre bom lembrar que, historicamente, muitos professores têm dificuldades em avaliar ou até mesmo não reconhecem a essencialidade dessa etapa no processo ensino-aprendizagem. Contudo, é muito importante que tenhamos em mente que sem avaliação não há pedagogia, considerando-se que essa é um processo formativo intencional. Dessa forma, como sabermos se o aluno está se desenvolvendo? Como sabermos se estamos no rumo certo? Como alterarmos a jornada pedagógica se não sabemos para onde devemos ir? A avaliação nos ajuda nesse sentido. Assim sendo, o portfólio, além de contribuir com as aprendizagens dos alunos, nos ajuda em nosso planejamento de ensino/aula, ok? Título: Imagem da plataforma Canva, a qual, dentre outros recursos, possibilita a criação de um portfólio virtual/webfólio. Fonte: https://www.canva.com/pt_br/ https://www.canva.com/pt_br/ https://www.canva.com/pt_br/ ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 ISTO ESTÁ NA REDE Existem diversos conteúdos na Rede que nos orientam e ajudam na criação de um portfólio, dentre os quais destaco o “Como fazer um portfólio: orientações passo a passo”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=EtrE7icLfxs. Esse vídeo apresenta orientações, um passo a passo, para a elaboração de um portfólio, considerando-se o planejamento para a sua produção, e destacando algumas especificidades a serem consideradas quando da utilização de imagens na sua organização e formatação. E o “Portfólio Virtual: tutorial Canva”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iuFWT30MLOw. Já esse vídeoapresenta orientações, um passo a passo, para a elaboração de um portfólio, na plataforma Canva, considerando-se o uso de variados recursos midiáticos e hipermidiáticos. Então, explore e mãos à obra! Trataremos agora da Metodologia Ativa Aprendizagem Baseada em Equipes. Você sabe em que consiste uma Aprendizagem Baseada em Equipes? Conhece os objetivos da sua utilização em sala de aula? Sabe como utilizá-la? Já teve alguma experiência na área? A Aprendizagem Baseada em Equipes (Team-Based Learning – TBL) é um método de ensino-aprendizagem ativo, através do qual o professor organiza os alunos em equipes para aprendizagens de alto desempenho. Nos termos dos objetivos desse método ativo, a TBL visa, sobretudo, aprendizagens significativas, tendo como “motor” propulsor a elaboração de conhecimentos conjuntos, e a possibilidade constante de construção de novos conhecimentos, considerando-se os novos desafios cognitivos nela gerados (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Assim, a TBL configura-se como um ciclo de geração de desafios e de possibilidades de novos conhecimentos sobre determinado tema ou conjunto de temas. Esse método é baseado, sobretudo, na interação, no diálogo e na parceria entre alunos. Portanto, tem um caráter de ensino-aprendizagem coletivos, marcados pela presença de atividades que possibilitem o intercâmbio de ideias, de discussões e de trocas (MELLO, NETO, PETRILLO,2019) A TBL visa contribuir para que os estudantes e professores desenvolvam competências, tais como: colaboração; liderança distribuída; capacidade de formulação de objetivos comuns; flexibilidade e aceitação de consensos e dissensos; avaliação, na perspectiva do acolhimento e da inclusão. https://www.youtube.com/watch?v=EtrE7icLfxs https://www.youtube.com/watch?v=EtrE7icLfxs https://www.youtube.com/watch?v=iuFWT30MLOw https://www.youtube.com/watch?v=iuFWT30MLOw ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 Título: Grupo de crianças. Fonte: https://images.pexels.com/photos/3401403/pexels-photo-3401403.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ISTO ESTÁ NA REDE Quer saber mais? Assista o vídeo “Aprendizagem Baseada em Equipes”, o qual trata de suas características e os seus objetivos, nos termos dos seus pilares. Assim, apresenta os seus momentos de organização e desenvolvimento, os especificando de forma bastante didática e prática. Para tento, acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=KSeA1M2P7gc. Uma metodologia bastante semelhante à Aprendizagem Baseada em Equipes é a Instrução entre Pares (Peer Instruction), com a diferença que nessa o trabalho é realizado por pares/duplas. Essa metodologia baseia-se no pressuposto que as aprendizagens dos estudantes se desenvolvem de forma mais fluída e assertiva se intermediadas por colegas (BACARÍN, 2020). Para tanto, o professor apresenta uma questão para que as duplas respondam e apresentem as suas respostas para que ele mapeie os resultados em percentagens de respostas consideradas válidas ou não. Após o desenvolvimento dos estudos que as duplas farão para responder à pergunta, deverão apresentar a sua resposta para toda a turma. Nesse contexto, o docente deve levantar, em porcentagens, o número de respostas consideradas válidas ou não. Com o mapeamento, o professor irá, então, decidir, o encaminhamento da proposta: explicar a questão/resposta de forma dialogada, reagrupar os alunos de forma que eles mesmos possam explicar a resposta para os colegas, apresentar novas questões que aprofundem a anterior, dentre outras atividades (BACARÍN, 2020). https://images.pexels.com/photos/3401403/pexels-photo-3401403.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/3401403/pexels-photo-3401403.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=KSeA1M2P7gc https://www.youtube.com/watch?v=KSeA1M2P7gc https://www.youtube.com/watch?v=KSeA1M2P7gc ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 E a Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning – PBL), você conhece? A Aprendizagem Baseada em Problemas se assemelha bastante à Aprendizagem Baseada em Projetos, a qual logo trataremos, mas tem uma diferença central: nela o aluno foca seus estudos em teorias, em análises bibliográficas, webgráficas e/ou documentais, para propor a solução para um dado problema ou para a resposta a uma dada questão (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Após os seus estudos, alunos e professor se encontram para que os estudantes compartilhem as suas aprendizagens e apresentem as suas dificuldades. Certamente, é uma Metodologia Ativa, extremamente, pertinente no mundo contemporâneo, no século XXI, o qual nos desafia, cada vez mais, a lidar com a complexidade teórico- metodológica para se compreender o real. Saiba que é bastante pertinente que você organize o trabalho com a Metodologia Ativa Aprendizagem Baseada em Problemas (APB) em etapas/fases ou roteiros orientadores da prática pedagógica. Esses roteiros devem ser organizados em três grandes momentos: estruturação, desenvolvimento e conclusão dos trabalhos. A estruturação consiste em seu planejamento da atividade, a qual deve ser compartilhada com os alunos. Lembre-se que é essencial que o desafio, as perguntas a serem respondidas, através das pesquisas, sejam construídas com a turma, certo? Logo, temos o desenvolvimento, o qual se configura com a atividade em ação. E, por fim, a apresentação dos resultados e da avaliação, a qual deve ser realizada, também, em conjunto (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Nunca se esqueça da importância do feedback docente nesse contexto, combinado? ISTO ESTÁ NA REDE Para aprofundamentos acerca dessa metodologia, leia o e-book Formação em PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas), o qual discorre de maneira bastante didática sobre duas Metodologias Ativas: Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) e Aprendizagem Baseada em Projetos, tendo em vista que ambas geram alguma confusão conceitual entre os professores. No contexto de aplicação da PBL, o texto, também, trata da proposta do Arco de Maguerez, metodologias que “já já” abordaremos. Para tanto, acesse: https://mediacdns3.ulife.com.br/PAT/ Upload/2058278/ebookFormaoemPBL_20210127121117.pdf. https://mediacdns3.ulife.com.br/PAT/Upload/2058278/ebookFormaoemPBL_20210127121117.pdf https://mediacdns3.ulife.com.br/PAT/Upload/2058278/ebookFormaoemPBL_20210127121117.pdf ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 Chegou a hora de conhecermos a metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos. A Aprendizagem Baseada em Projetos engloba um conjunto de atividades, as quais os alunos devem desenvolver para aprofundar os seus conhecimentos acerca de determinado conteúdo ou assunto. Para tanto, eles e o docente acordarão sobre o assunto a ser tratado no projeto. Definido o tema, levantarão questões a ele pertinentes. Em muitos casos, os alunos terão que empreender um estudo exploratório, bibliográfico, web gráfico ou de campo, sobre a temática para propor as questões. As questões ou perguntas serão norteadoras para a elaboração dos objetivos, das hipóteses e dos procedimentos que utilizarão no projeto (COSTA, 2020). Vale lembrar que os estudantes participam ativamente de todas as etapas de construção do projeto, e que esse pode ser revisto a qualquer momento do percurso. Para o desenvolvimento do projeto, o docente pode sugerir algum material, mas é muito importante que o próprio aluno busque referenciais teóricos e práticos de forma individual e em pares ou grupos. Nesse sentido, cabe que o professor os organize e, também, os orientem sobre alguma tarefa em específico e dê feedbacks durante todo processo. Para a socialização do projeto, o docente pode sugerir que os alunos façam uma apresentação em Power Point, criem um blog, podcast, vídeos para postagem em redes sociais tais como Facebook, Instagram ou TikTok,é o detentor do saber e o aluno uma “página em branco” a ser preenchida com os conteúdos que o docente/o sistema educacional escolher para lhe transmitir. A sua aprendizagem tem por base a repetição e a memorização de conteúdos, nos moldes behavioristas. E a avaliação sempre utilizada para a simples checagem dessas aprendizagens, também, usada como mecanismo de opressão e punição. Certamente esse modelo de avaliação ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 implicou na construção de uma cultura avaliativa na escola que gera pavor em muitos de nós, não é mesmo? Esclarece-se que o behaviorismo ou comportamentalismo basicamente é uma corrente da psicologia, com forte influência na educação, que entende que o indivíduo constrói conhecimentos através do estímulo-resposta. Se você provocou o aluno para a realização de uma atividade, por exemplo, e ele a desenvolveu de forma satisfatória, a sua resposta será positiva, retribuída com um prêmio, tal como com um ok, um conceito A, uma “caneta azul”. Caso não, a resposta será negativa, retribuída com uma sanção, tal como com uma repreensão, um conceito baixo, uma “caneta vermelha”. Lembrando aqui que hoje, século XXI, temos os emoticons, as “carinhas” que retornamos para os alunos quando eles desenvolvem uma tarefa de forma satisfatória ou não. Veja só, não estou aqui fazendo juízo de valor, apenas uma constatação, ok? Contudo, vale a pena refletirmos acerca desses encaminhamentos avaliativos/formativos, não é mesmo? Essa teoria teve, e ainda o tem, forte influência no pensamento educacional brasileiro através das ideias do norte-americano Burrhus Frederic Skinner, dentre outros. ANOTE ISTO O behaviorismo denominado clássico foi criado pelo norte-americano John Watson no início do ´século XIX, o qual entendia que era possível controlar, através da relação estímulo-resposta (S-R), toda a conduta humana. Watson baseou-se nos conhecidos experimentos com cachorros do russo Ivan Pavlov, o qual estimulava o animal a salivar com a apresentação de comida a ele até que, em um determinado momento, o cão salivava até mesmo com um simples gesto de chegada da refeição. Título: Imagem de um monumento de Pavlov com o seu cachorro, em Moscou/Rússia. Fonte: https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-pavlova-r%C3%BAssia-c%C3%A3o-de-pavlov-do-monumento-image42422675 https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-pavlova-r%C3%BAssia-c%C3%A3o-de-pavlov-do-monumento-image42422675 https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-pavlova-r%C3%BAssia-c%C3%A3o-de-pavlov-do-monumento-image42422675 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 A história da tendência pedagógica Liberal Tradicional inicia-se, no Brasil, em 1500, e somente será, amplamente, questionada séculos depois. Durante as décadas de 20 e 30 do século XX, o país almejava planos para a “Reconstrução Nacional”, os quais englobavam setores políticos, econômicos, sociais, dentre outros, com destaque para o educacional. Os interesses vigentes, até então, giravam mais em torno da perpetuação da política, especialmente, da valorização do café, do que, propriamente, com os interesses da República como um todo. Havia uma insatisfação geral no país, em todas as instâncias. Alguns acontecimentos mostraram essa insatisfação, tais como: a criação do Partido Comunista em 1922, o surgimento de um movimento chamado Tenentismo (protagonizado pelo setor da classe média formada pela pequena burguesia das cidades, funcionários públicos, as chamadas classes liberais e intelectuais, e os militares da classe média), dentre outros. Percebe-se, pois, um desejo profundo de mudança, que almejava um ‘Novo Brasil’. Nesse ambiente de contestação de ideias, e promulgação de ideais, desenvolveu-se um intenso combate às características, historicamente construídas, da organização escolar. Nesse cenário, a escola é exaltada, e interpelada a participar da formação de um “novo cidadão”. Nos termos de Guiraldelli (1994), o projeto nacional em ascensão considerava impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção sem o preparo intensivo das forças culturais, e o desenvolvimento das aptidões da invenção e da iniciativa que são os fatores fundamentais do acréscimo da riqueza de uma sociedade (GUIRALDELLI, 1994, p. 32). Nesse contexto, emerge, e fortalece-se, a tendência pedagógica Liberal Renovada, baseada nos preceitos da Escola Nova ou escolanovismo, a qual conquistou, imediatamente, muitos adeptos no país. Essa pedagogia teve a sua origem no pensamento do professor e filósofo norte-americano John Dewey, o qual propunha uma espécie de pedagogia de experimentos estudantis, de “mão na massa”. Nessa, os estudantes deviam assumir uma postura ativa e responsável em seu processo de aprendizagem. Ao refletirmos atualmente, no século XXI, sobre os seus preceitos, percebemos uma “sementinha” da Robótica na educação já germinando, conforme veremos. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 ANOTE ISTO O escolanovismo influenciou diversos pensadores, dentre os quais o psicólogo norte-americano Carl Rogers. Rogers entendia que no processo ensino- aprendizagem cabe ao professor facilitar esse processo através do estabelecimento de relações de confiança com o aluno. Ele, ainda, considerava que a avaliação não deve ser marcada pela recompensa e/ou punição, tal como na perspectiva da Pedagogia Liberal Tradicional. Lembramos aqui alguns pensadores que se influenciaram por essas ideias: Willian Kilpatrick (EUA), Maria Montessori (Itália), Edouard Claparède e Adolph Ferrière (Suíça), Celestin Freinet (França), Anísio Teixeira e Lourenço Filho (Brasil), dentre outros. No Brasil, o escolanovismo teve como marca inicial o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, publicado em 1932. Nesse documento, os denominados pioneiros, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, Cecília Meireles, dentre outros, propõe um movimento de reconstrução do país por meio da educação. Ao tratar da concepção da Escola Nova, esses autores, explicam: Nessa nova concepção da escola, que é uma reação contra as tendências exclusivamente passivas, intelectualistas e verbalistas da escola tradicional, a atividade que está na base de todos seus trabalhos é a atividade espontânea, alegre e fecunda, dirigida à satisfação das necessidades do próprio indivíduo. Na verdadeira educação funcional deve estar, pois, sempre presente, como elemento essencial e inerente à sua própria natureza, o problema não só da correspondência entre os graus do ensino e as etapas da evolução intelectual fixadas sobre a base dos interesses, como também da adaptação da atividade educativa as necessidades psicobiológicas do momento (MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA, 2010, p. 49). E, ainda, acrescentam: O que distingue da escola tradicional a escola nova não é, de fato, a predominância dos trabalhos de base manual e corporal, mas a presença, em todas suas atividades, do fator psicobiológico do interesse, que é a primeira condição de uma atividade espontânea e o estímulo constante ao educando (criança, adolescente ou jovem) a buscar todos os recursos ao seu alcance, “graças à força de atração das necessidades profundamente sentidas”. É certo que, deslocando- se, por esta forma, para a criança e para seus interesses, móveis e transitórios, a fonte de inspiração das atividades escolares, quebra- se a ordem que apresentavam os programas tradicionais do ponto de vista da lógica formal dos adultos, para os pôr de acordo com a “lógica psicológica”, isto é, com a lógica que se baseia na natureza e no funcionamento do espírito infantil (MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA, 2010, p. 49-50). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 Em termos específicos, a pedagogiadentre outras. Já o Arco de Maguerez é uma Metodologia Ativa, ainda, pouco conhecida no Brasil. O Arco de Maguerez é um esquema utilizado para a transformação da realidade social. Para tanto, nesse esquema, professores e alunos partem de uma problemática da realidade social, analisam essa realidade, estudam e constroem hipóteses de trabalho para, então, retornarem à uma determinada situação para mudá-la. O eixo central desse esquema é: ação-reflexão-ação (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Perceba que essa metodologia nada mais é que a Aprendizagem Baseada em Problemas e/ou Aprendizagem Baseada em Projetos, mas com foco na transformação da realidade social. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 Título: Mãos que salvam. Fonte: https://images.pexels.com/photos/6463292/pexels-photo-6463292.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Bom, para concluir a nossa aula de hoje, registro aqui algumas dicas para você, independentemente da metodologia escolhida: planeje a sua aula a partir do conhecimento prévio dos alunos sobre a temática proposta, ou seja, realize uma avaliação diagnóstica, e sempre contextualize a discussão. Busque falar, no máximo, até 10-15 min. por vez. Aposte nos encontros para discussão de ideias e não exposição de conteúdo. Insira questões, durante as aulas, que colaborem com a reflexão e a autorreflexão dos alunos. Incentive todos os alunos à participação. Incentive a colaboração entre eles. Empreenda em constância o processo avaliativo, ou seja, realize uma avaliação formativa, e dê feedbacks permanentes para os alunos. 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Em nosso encontro de hoje, conversamos sobre as denominadas Metodologias Ativas, com destaque para a aula dialogada, portfólio, Aprendizagem Baseada em Equipes, Instrução entre Pares, Aprendizagem Baseada em Problemas, Aprendizagem Baseada em Projetos e Arco de Maguerez. Nesse contexto, percebemos a importância de considerarmos a diversidade, a ludicidade e experiências formativas diferenciadas nesses processos, tendo em vista o reconhecimento dos alunos como protagonistas, e o compromisso com a ampliação https://images.pexels.com/photos/6463292/pexels-photo-6463292.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/6463292/pexels-photo-6463292.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79 dos seus horizontes, ou seja, com o seu desenvolvimento integral como sujeito no mundo. Ao lado disso, constatamos que, além de escolher a metodologia que mais se adequa num dado momento do processo pedagógico, o mais importante é que a gente considere o protagonismo dos estudantes, e estabeleça relações horizontalizadas em sala de aula presencial ou a distância. Observe que, atualmente, no século XXI, é imprescindível um trabalho pedagógico construtivista e conectivista. Nesses termos, apostamos, cada vez mais, em práticas de ensino disruptivas. E veja só, estamos só começando, pois, ainda, temos muito o que conhecer sobre as Metodologias Ativas. Então, até breve! ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80 CAPÍTULO 8 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 2 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Conforme sabemos, na atualidade, no século XXI, existem variadas possibilidades metodológicas, reconhecidas como ativas, tendo em vista que se circunscrevem às pedagogias construtivistas e conectivistas. Certamente é um universo pedagógico a ser apropriado pelos profissionais da educação, especialmente professores. Assim sendo, e dando continuidade em nossas tratativas sobre a matéria, na aula de hoje, abordaremos algumas características, considerando-se objetivos e estratégias de aplicação das seguintes metodologias e práticas ativas de ensino-aprendizagem: Ensino sob Medida, Aprendizagem Invertida ou Sala de Aula Invertida, Rotação por Estações, Júri Simulado, Wiki, Espiral Construtivista e Ensino Híbrido. Vamos lá? 1.2 ENSINO SOB MEDIDA, SALA DE AULA INVERTIDA, ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES, JÚRI SIMULADO, WIKI, ESPIRAL CONSTRUTIVISTA E ENSINO HÍBRIDO Você sabe em que consiste o denominado Ensino sob Medida (Just-in-Time Teaching) ou Aprendizagem sob Medida? Conhece os objetivos da sua utilização em sala de aula? Sabe como utilizá-lo? Já teve alguma experiência com o Ensino sob Medida? O Ensino sob Medida é um método, criado por Gregor Novag, que baseia-se na interação entre conteúdos já pesquisados e atividades interativas em sala de aula. A proposta central aqui é permitir que os alunos se sintam muito confortáveis para apresentar as suas ideias, refletir, questionar, criticar, dialogar, com base na cooperação. O principal papel do professor é estimular os alunos para que eles se sintam motivados à participação (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Quando você pensa em uma sala de aula, quais imagens veem a sua mente? Quais as relações nela estabelecidas foram mais marcantes para você? Quais memórias sobre a sala de aula te suscitam lembranças? Por que será que algumas lembranças da sala de aula são para nós mais marcantes do que outras? Para Mello, Neto e Petrillo (2019), a sala de aula é um espaço marcante para as pessoas e, por isso mesmo, devemos, especialmente como professores, nos atentar para o fato de que essa deva se configurar como um lócus de ensino-aprendizagem intermediado pela criação. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81 Título: Sala de aula. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8923027/pexels-photo-8923027.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 No contexto da Metodologia Ativa Ensino sob Medida, na sala de aula (presencial ou virtual) devem acontecer relações recíprocas entre professores e alunos. Afinal, na sala de aula, também, podemos, e devemos, considerar o aluno como ensinante e o professor como aprendente. Portanto, os docentes devem considerar e reconhecer os conhecimentos e as experiências prévias dos alunos, os quais devem, inclusive, permear, ou mesmo condicionar, os processos de ensino-aprendizagem nela construídos. Dessa forma, saiba que o Ensino sob Medida é uma metodologia que circunscreve- se à ideia de que devemos ensinar em sintonia com a capacidade de aprender dos alunos, considerando-se que todos têm o seu tempo, ok? Título: Relógio sobre um livro. Fonte: https://images.pexels.com/photos/5026973/pexels-photo-5026973.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8923027/pexels-photo-8923027.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8923027/pexels-photo-8923027.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/5026973/pexels-photo-5026973.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/5026973/pexels-photo-5026973.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82 ISTO ESTÁ NA REDE Ficou curioso com o Ensino-aprendizagem sob Medida? Te sugiro, então, que assista o vídeo “O que é Aprendizagem sob Medida e como você pode aplicá- la”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=huHVlMeeKBw. Esse, apresentado durante a “4ª Conferência Nacional Desenho Instrucional (CONADI)”, específica o que é o Ensino-aprendizagem sob Medida, pontuando questões relativas à nossa experiência com o tempo nesse contexto. Ao lado disso, trata da importância da sua aplicação em tempos contemporâneos, no século XXI, e como fazê-la. Outra Metodologia Ativa, a qual, inclusive, tem sido bastante utilizada no Brasil, é a Aprendizagem Invertida (Flipped Classroom) ou Sala de Aula Invertida. Na prática da Aprendizagem Invertida, o docente pede para os alunos estudarem um tema/assunto tratado em sala de aula, presencial ou virtual, em materiais variados. O professorpode, por exemplo, sugerir textos na Web, vídeos, dentre outros materiais para os estudantes consultarem e analisarem. Esses devem registrar o que lhes chamou mais atenção nos estudos e as dúvidas para compartilhar com os colegas e o professor no momento do encontro presencial ou através da Internet (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Cabe destacar que o professor não assumirá o protagonismo da atividade, aqui são os alunos que falam, mas ele deve intervir sempre que necessário para estimular os estudantes à participação, garantir que todos se posicionem e não deixar que a discussão se enverede para outros caminhos. Destaca-se, portanto, que nessa metodologia, basicamente, se configura como um processo em que os eventos tradicionalmente, ou convencionalmente, realizados em sala de aula são realizados fora da sala de aula. Assim, o professor orienta os alunos a realizarem os seus estudos teóricos fora da sala de aula, e essa passa a ser um espaço para discussões e aplicações práticas dos conteúdos apreendidos. Nesse contexto, pois, o aluno é o principal responsável por seus estudos, e o professor tem como papel incentivar os alunos nesse processo. A Sala de Aula Invertida baseia-se em alguns pilares, conforme você pode conhecer observando a figura seguinte. https://www.youtube.com/watch?v=huHVlMeeKBw https://www.youtube.com/watch?v=huHVlMeeKBw ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83 Título: Pilares da Sala de Aula Invertida. Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Rangel (2005). ISTO ESTÁ NA REDE Para aprofundamentos acerca da Metodologia Ativa Sala de Aula Invertida ou Aprendizagem Invertida (Flipped Classroom) te sugiro o vídeo “Sala de Aula Invertida – o que é e como fazer?”. Nele, você encontrará dicas de aulas invertidas com a utilização de jogos bastante interessantes. Nesses termos, o vídeo trata da incorporação da Gamificação à Sala de Aula Invertida, considerando- se aulas presenciais e on-line. Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=0kPSHVuxOaw. Vamos à Metodologia Ativa Rotação por Estações. Você conhece? Bem, como sinaliza a própria expressão, nessa metodologia, o professor organiza os alunos em grupos de, no máximo, cinco integrantes, os quais devem desenvolver as atividades propostas para cada grupo, presencial ou on-line, de forma colaborativa e sob a sua orientação. Ao professor cabe orientar cada grupo e acompanhar o rodízio dos alunos que deverão participar, passar por todos os grupos, todas as estações de trabalho (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Essa metodologia tem como pressuposto central a ideia do “ensinar fora da caixa”. Você já pensou nessa expressão? Sabe como colocar em prática um ensino nesses moldes? https://www.youtube.com/watch?v=0kPSHVuxOaw https://www.youtube.com/watch?v=0kPSHVuxOaw https://www.youtube.com/watch?v=0kPSHVuxOaw ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84 Título: Criança saindo de uma caixa. Fonte: https://images.pexels.com/photos/3905696/pexels-photo-3905696.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Para “ensinar fora da caixa”, eis que é necessário que o professor considere os processos de interações entre todos os parceiros de aprendizagens, o trabalho colaborativo nesse contexto e os diversos estilos de aprendizagem dos alunos. Ao lado disso, é muito importante que o professor “lance mão” de recursos diversos, tais como textos, vídeos e áudios, e atividades variadas, tais como individuais e em grupos. ISTO ESTÁ NA REDE Conheça algumas dicas sobre essa Metodologia Ativa, assistindo o vídeo “Rotação por Estações de Aprendizagem – Ensine fora da caixa”, através do link https://www. youtube.com/watch?v=1XTxK2LeZz0. Agora, vamos ao Júri Simulado. Essa prática ativa de ensino-aprendizagem, possivelmente, você conhece. O método Júri Simulado é bastante envolvente e pode envolver todos os alunos, considerando os diversos papéis nele presentes, e é super indicado para contribuir para que os alunos percebam que pode haver diversas leituras sobre o mesmo fenômeno, e que para “defendê-las” é preciso argumentos. https://images.pexels.com/photos/3905696/pexels-photo-3905696.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/3905696/pexels-photo-3905696.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=1XTxK2LeZz0 https://www.youtube.com/watch?v=1XTxK2LeZz0 https://www.youtube.com/watch?v=1XTxK2LeZz0 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85 De acordo com Mello, Neto e Petrillo (2019), esse método engloba, basicamente, os papéis especificados a seguir: Juiz - estudante que coordena e medeia as intervenções dos demais participantes; Jurados - estudantes que acompanham atentamente todo o júri para ao final dizer se algum dos grupos (acusação e defesa) saíram vencedores na argumentação; Advogados de defesa - grupo de estudantes que argumenta a favor de uma dada resposta à questão considerada; Promotores (advogados de acusação) - grupo de estudantes que argumenta contra a resposta dos advogados de defesa à questão considerada, e apresenta uma outra resposta; Testemunhas - demais estudantes que se posicionam em relação às argumentações apresentadas. Vale ressaltar que as regras dessa dinâmica devem ser acordadas entre os participantes antes do seu início, combinado? Outra prática ativa que tem sido bastante utilizada na educação brasileira, especialmente no Ensino Superior, é a ferramenta Wiki. Você já teve alguma experiência com esse recurso? Pois bem, essa ferramenta permite a construção colaborativa de textos na Internet. Nesse contexto, esse recurso permite trocas de experiências e conhecimentos, produção de planejamentos e projetos em geral, dentre outras possibilidades (BACARÍN, 2020). Saiba que a ferramenta Wiki possibilita a produção e edição conjunta de textos na Internet, apresentando-se, portanto, como uma técnica ativa de aprendizagem, a qual se configura de forma cooperativa e colaborativa. Título: Imagem da Wikipédia, um do Wikis mais conhecidos mundialmente. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Metodologia_ativa https://pt.wikipedia.org/wiki/Metodologia_ativa https://pt.wikipedia.org/wiki/Metodologia_ativa ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Você sabe como criar e/ou editar um Wiki na prática? Já experimentou as possibilidades dessa ferramenta? Pois bem, o vídeo “Como editar um verbete da Wikipédia” apresenta de maneira bastante didática e prática orientações sobre como criar/editar um Wiki, utilizando-se, como exemplo, a Wikipédia. Para tanto, o vídeo detalha um passo-a-passo para a criação/edição de um verbete na Wikipédia, considerando-se o acesso à essa plataforma; criação de uma conta para acesso a ela; indicação de recursos nela presentes; orientações sobre edições de textos, tendo em vista os variados modelos lá disponíveis; gravação e publicação de textos. Nesse contexto, o vídeo destaca que devemos ficar atentos às fontes que iremos considerar quando da criação e edição de textos Wiki. Vale a pena conferir! Vale a pena experimentar, especialmente, com os alunos. Então, vamos conhecer, produzir e editar textos juntos? Acesse, então: https://www.youtube.com/ watch?v=Bx2dvQFBTP4&t=238s Outra sugestão que deixo aqui para você é o vídeo “Wiki no Google Sala de Aula”. Você sabia que pode criar um Wiki, utilizando-se do Google Docs, no Google Sala de Aula (Google Classroom)? Pois bem, este vídeo apresenta de forma bastante didática e prática como fazê-lo, sugerindo atividades Wiki. Para dicas de como se apropriar dessa ferramenta, acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=fzm6MAwTE90 . E mãos-à-obra! Já o método ativo Espiral Construtivista (EC), apesar de, ainda, não ser muito conhecido no país, é bastante interessante, e seassemelha à duas metodologias que já conhecemos: a Aprendizagem Baseada em Problemas e a Aprendizagem Baseada em Projetos. Afinal, a EC engloba seis estratégias: 1) identificação de problemas; 2) formulação de explicações; 3) elaboração de questões de aprendizagem; 4) avaliação do processo de ensino-aprendizagem; 5) construção de novos significados; e 6) busca por novas informações (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). https://www.youtube.com/watch?v=Bx2dvQFBTP4&t=238s https://www.youtube.com/watch?v=Bx2dvQFBTP4&t=238s https://www.youtube.com/watch?v=Bx2dvQFBTP4&t=238s https://www.youtube.com/watch?v=fzm6MAwTE90 https://www.youtube.com/watch?v=fzm6MAwTE90 https://www.youtube.com/watch?v=fzm6MAwTE90 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87 Título: Imagem de um espiral. Fonte: https://images.pexels.com/photos/796605/pexels-photo-796605.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 No contexto de aplicação desse método é muito importante que o docente organize a turma em grupos, de oito a 10 alunos, e estabeleça com eles pactos para o desenvolvimento do trabalho coletivo, ok? ISTO ESTÁ NA REDE O vídeo “Aprendizagem em espiral” discorre sobre a aprendizagem em espiral, considerando-se os grandes teóricos que inspiram práticas de ensino-aprendizagem construtivistas, com destaque para Jerome Bruner, corresponsável pela denominada “revolução cognitiva”. Para conhecer, acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=PEB_r5gKAN0. E para finalizar a nossa aula de hoje, vamos tratar do Ensino Híbrido. Destaca-se aqui que a educação a distância (EaD) tem mudado bastante desde a sua implementação no Brasil no final do século XIX e, no contexto da denominada Educação 4.0, circunscreve-se em modelos que buscam a alternância entre modalidades, e a sua complementaridade, no sentido de potencializar contribuições diversas. Nesse contexto, situa-se o ensino híbrido (blended learning), modalidade educacional e método ativo de ensino-aprendizagem. O pressuposto inicial dessa modalidade/metodologia é superar a dicotomia entre educação presencial e EaD, tendo em vista que ambas podem contribuir com itinerários formativos dos diversos parceiros de aprendizagem (discentes, docentes, comunidades, sociedade). O ensino híbrido considera possibilidades diversas no processo de ensino- aprendizagem, se desenvolvendo tanto em espaços físicos em momentos presenciais, e em espaços virtuais on-line, em que alunos e professores estão logados ao mesmo https://images.pexels.com/photos/796605/pexels-photo-796605.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/796605/pexels-photo-796605.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=PEB_r5gKAN0 https://www.youtube.com/watch?v=PEB_r5gKAN0 https://www.youtube.com/watch?v=PEB_r5gKAN0 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88 tempo, como em uma aula ao vivo, também chamado de momento síncrono, ou em um momento em que o aluno realiza suas atividades no ambiente virtual, sem estar em contato com outros indivíduos, também chamado de assíncrono. Se atente para o fato que essa metodologia se assemelha, sobremaneira, a Sala de Aula Invertida ou Aprendizagem Invertida. ISTO ESTÁ NA REDE Não deixe de assistir o vídeo “Revoluções: da 1.0 para a 4.0”, o qual aborda as gerações Web e a sua evolução enquanto processos, sobretudo sociais e tecnológicos, revolucionários na história civilizatória da humanidade, especialmente desde as revoluções industriais e informáticas. Para tanto, acesse: https://www. youtube.com/watch?app=desktop&v=fFzuHm6V_Gs. Título: Múltiplas telas. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8721342/pexels-photo-8721342.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Na aula de hoje, conversamos sobre algumas características, considerando-se objetivos e estratégias de aplicação, e potencialização, das metodologias e práticas ativas de ensino-aprendizagem Ensino sob Medida, Aprendizagem Invertida ou Sala de Aula Invertida, Rotação por Estações, Júri Simulado, Wiki, Espiral Construtivista e Ensino Híbrido. Nesse contexto, destacamos que todas essas metodologias e práticas ativas visam, sobretudo, contribuir com o letramento dos estudantes. Nesse sentido, compreendemos que essa formação demanda intermediações psicopedagógicas e sociais, com vistas ao desenvolvimento de competências e habilidades para seu letramento. Ao lado https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=fFzuHm6V_Gs https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=fFzuHm6V_Gs https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=fFzuHm6V_Gs https://images.pexels.com/photos/8721342/pexels-photo-8721342.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8721342/pexels-photo-8721342.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89 disso, eis que é necessário compreender os lugares sociais dos sujeitos e dos textos – imagens, gestos, expressões etc – com os quais esses dialogam, considerando- se, inclusive, a hipertextualidade posta no mundo contemporâneo, especialmente no contexto das virtualidades emergentes. Dessa forma, destaco para você que a formação para práticas de letramento na atualidade é um desafio que envolve a todos, especialmente os professores comprometidos com o seu tempo, tal como bem destaca o Ensino sob Medida. Mas não paramos por aqui, em nosso próximo encontro continuaremos a nossa conversa acerca das Metodologias Ativas, combinado? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90 CAPÍTULO 9 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 3 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Hoje será o nosso último encontro para tratar, especificamente, das Metodologias Ativas. Até aqui, conhecemos muitas práticas de ensino-aprendizagem ativas, não é mesmo? Conforme já sabemos, desde a configuração histórica das Metodologias Ativas, na década de 30 do século XX, variadas estratégias didático-pedagógicas se constituíram e se fortaleceram tendo por base os preceitos, e como foco as suas orientações construtivistas e, atualmente, no século XXI, conectivistas. Lembremos que, nesse contexto, essas metodologias podem contribuir com o desenvolvimento/fortalecimento de competências e habilidades cognitivas/intelectuais e, também, socioemocionais pelos estudantes. Afinal, essas reúnem um conjunto de objetivos educacionais que têm muito a contribuir com aprendizagens críticas e significativas dos alunos. Pois bem, na aula de hoje, abordaremos algumas metodologias e práticas ativas de ensino-aprendizagem, as quais, possivelmente, você seja conhecedor de algumas delas, e outras, talvez, se apresentem como uma novidade pedagógica. Eis, então, que trataremos das seguintes metodologias: Seminário, Brainstorming com Post- Card, Brainwriting, Debate por Grupos com Flash-cards, Dramatização, Storytelling, Jigsaw, Gamificação. Preparado? 1.2 SEMINÁRIO, BRAINSTORMING COM POST-CARD, BRAINWRITING, DEBATE POR GRUPOS COM FLASH-CARDS, DRAMATIZAÇÃO, STORYTELLING, JIGSAW E GAMIFICAÇÃO Provavelmente, você conhece e já experimentou como docente e/ou como estudante, em sala de aula, a técnica de ensino-aprendizagem denominada Seminário. Contudo, você sabe em que consiste essa técnica do ponto de vista pedagógico? Conhece os ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91 objetivos da sua utilização em sala de aula? Sabe como utilizá-la, considerando-se os preceitos construtivistas? O Seminário é uma prática didático-pedagógica, a qual, basicamente, consiste em uma apresentação oral sobre determinado conteúdo ou conjunto de temas, realizada por alunos organizados em grupos. Nesse contexto, destaca-se que essa prática contribui, sobremaneira, para que osestudantes desenvolvam o espírito crítico, argumentos, capacidade de escuta e competência discursiva. (RANGEL, 2005). Rangel (2005) esclarece que o Seminário colabora, sobremaneira, com o desenvolvimento da oralidade pelos estudantes, especialmente nas aulas de língua Portuguesa. Segundo ele, historicamente, a escola não focou o seu trabalho no reconhecimento dessa importância. Assim, privilegiou o desenvolvimento da capacidade, em termos de competências e habilidades, escrita nos estudantes. Contudo, torna-se, cada vez mais necessário, de acordo com o autor, que a oralidade seja desenvolvida, tendo em vista que a fala é, extremamente, relevante para a participação dos sujeitos nas práticas e interações sociais. Assim sendo, o desenvolvimento da oralidade na escola objetiva, sobretudo, contribuir para que os alunos construam efetivas capacidades comunicativas. O autor destaca que, nos termos dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa (PCNs), as expectativas de aprendizagens, nesse contexto, são as de que o estudante: • planeje a fala pública; • saiba utilizar, com propriedade, e valorizar o repertório linguístico da nossa língua; • monitore o seu desenvolvimento oral, considerando-se as intencionalidades comunicativas • e as interações com os seus interlocutores; • considere possíveis efeitos de sentidos produzidos pela comunicação não verbal. Título: Roda de conversa entre crianças e professora. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8364026/pexels-photo-8364026.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8364026/pexels-photo-8364026.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8364026/pexels-photo-8364026.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92 ISTO ESTÁ NA REDE Quer conhecer algumas dicas para desenvolver/intermediar seminários envolventes e efetivos em sala de aula? Então, assista o vídeo “ 7 dicas para o uso do Seminário em sala de aula”. Esse vídeo discorre sobre o uso da técnica Seminário em sala de aula, destacando os seus objetivos e apresentando de forma bastante didática e prática algumas estratégias para a sua aplicação. Acesse: https://www.youtube. com/watch?v=Es-L6MnuE9E E a técnica de ensino-aprendizagem denominada Brainstorming com Post-Card, você conhece? O Brainstorming nada mais é que uma “tempestade de ideias”, realizada em grupos, com vistas a discussões para a solução de problemas. Essa técnica engloba um conjunto de objetivos educacionais: • desenvolver a criatividade; • motivar a reflexão, a associação de ideias e a tomada de decisões; • promover e estimular o trabalho em grupo; • promover a resolução de problemas, avaliar as consequências e encontrar soluções alternativas para os mesmos (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Outra metodologia, similar ao Brainstorming com Post-Card, é o Brainwriting. Esse consiste em uma versão “silenciosa” do Brainstorming com Post-Card, pois, em seu contexto de desenvolvimento, os alunos registram por escrito as suas ideias acerca de determinados problemas. Assim, são seus objetivos: • permitir que todos os alunos registrem as suas ideias por escrito; • estimular o desdobramento de ideias; • incentivar o trabalho colaborativo (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Perceba que enquanto a primeira tem como foco o desenvolvimento/aprimoramento da oralidade, essa tem como mira na escrita. Você pode, inclusive, trabalhar as duas técnicas em conjunto, ok? https://www.youtube.com/watch?v=Es-L6MnuE9E https://www.youtube.com/watch?v=Es-L6MnuE9E https://www.youtube.com/watch?v=Es-L6MnuE9E ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93 Título: Tempestade de ideias no papel. Fonte: https://www.ife.pt/formacao/comunicacao-escrita-redigir-documentos-claros-e-estruturados Vamos conhecer, agora, a estratégia didático-pedagógica denominada Debate por Grupos com Flash-cards. O Debate por Grupos com Flash-cards consiste em uma apresentação argumentativa sobre determinado tema, realizada pelos alunos em grupos, na qual organiza-se a sala de aula em quem irá apresentar as ideias, e quem assumirá o lugar de plateia. A plateia tem a função de decidir qual a proposta mais adequada para a resolução do problema ou das questões propostas (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). No contexto de sua aplicação, indico para você algumas estratégias, considerando- se os seus objetivos educacionais, que são: • desenvolver a argumentação; • estimular o trabalho em equipe; • promover a capacidade avaliativa e a tomada de decisão. ISTO ESTÁ NA REDE O vídeo “Como organizar um debate” apresenta de forma bastante prática e didática como organizar um debate em sala de aula, explicando, em um passo a passo, o seu planejamento, a sua logística e os papéis dos seus atores em seu processo de aplicação. Vale a pena conferir! Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=xt_22KM7K50. Lembraremos, agora, da Dramatização. Essa, você conhece, não é mesmo? Quem não recorda dos momentos vividos, especialmente na infância, dramatizando alguma realidade ou sonho? Afinal, a dramatização é uma experiência inerente ao mundo infantil, certo? Contudo, pode, e deve, ser utilizada com qualquer público. Ora, precisamos, cada vez mais, incluir/motivar a criatividade e imaginação em todos nós. https://www.ife.pt/formacao/comunicacao-escrita-redigir-documentos-claros-e-estruturados https://www.ife.pt/formacao/comunicacao-escrita-redigir-documentos-claros-e-estruturados https://www.youtube.com/watch?v=xt_22KM7K50 https://www.youtube.com/watch?v=xt_22KM7K50 https://www.youtube.com/watch?v=xt_22KM7K50 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94 A Dramatização configura-se como uma dinâmica que envolve a arte e a ciência para potencializar aulas menos expositivas, mais dialogadas, interativas e criativas. Nesses termos, são seus objetivos de aprendizagem: • dinamizar a aula; • motivar os alunos; • criar um clima de entrosamento e descontração, e ajudar os alunos a se identificarem com alguns conteúdos ou situações; • propiciar a construção coletiva de ideias; • desenvolver conceitos de hierarquia e importância do trabalho em equipe; • estimular a boa fluência verbal, a expressão oral e corporal, a criatividade; • desenvolver a capacidade de planejamento, organização e síntese; • desenvolver a capacidade de analisar os problemas, propor soluções e refletir sobre situações, por vezes, conflitantes; • possibilitar uma aproximação maior com a realidade (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). Ufa! É ou não é uma estratégia a ser considerada em sala de aula? Título: Teatro de sombras. Fonte: https://images.pexels.com/photos/10045469/pexels-photo-10045469.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ISTO ESTÁ NA REDE Para aprofundamentos sobre a Dramatização, sugiro para você o vídeo “A importância do teatro na educação como ferramenta pedagógica”. O vídeo trata da importância do teatro na escola, destacando que esse contribui, sobremaneira, para que os estudantes aprendam a melhor se expressarem. Assim, eles exaltam o fato de que, atualmente, o teatro, enquanto uma das linguagens artísticas, é componente curricular, nos termos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Acesse, então: https://www.youtube.com/watch?v=Vs2WUAHKoaM. https://images.pexels.com/photos/10045469/pexels-photo-10045469.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/10045469/pexels-photo-10045469.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=Vs2WUAHKoaM https://www.youtube.com/watch?v=Vs2WUAHKoaM ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95 Ao lado da Dramatização, temos a prática ativa denominada Storytelling. O Storytelling é a contação de histórias, aquela mesma que conhecemos tão bem. Essa MetodologiaAtiva tem se tornado, cada vez mais, uma aliada dos professores que visam contribuir com o protagonismo do aluno através de técnicas de criação narrativa. Provavelmente, você conhece e já experimentou, em sala de aula, o Storytelling. Contudo, você sabe em que consiste essa técnica do ponto de vista pedagógico? Conforme sabemos, a contação de histórias é uma arte milenar, e que tem sido, cada vez mais, utilizada em contextos educativos e comunicacionais. De acordo com Bacarín (2020), durante a criação da história, os estudantes podem, e devem, deixar as suas ideias fluírem, mas é bastante significativo orientá-los a responder às seguintes questões: • Para quem contará a história, ou seja, qual é o seu público-alvo? • O que será contado, ou seja, qual é a história? • Qual a finalidade desta história, ou seja, por que contar essa história? • Qual recurso será utilizado para contar a história (softwares específicos para criação de contação de histórias; mídias sociais, tais como o TikTok; blogs; Power Point)? • Como você irá contar a história, ou seja, qual será a sua narrativa? Título: Balão de histórias. Fonte: elaborada pela autora. Na atualidade das denominadas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), situamos a Transmedia Storytelling. Você já ouviu essa expressão? Segundo ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96 Bacarín (2020), a Transmedia Storytelling é uma técnica de contação de histórias que se apoia em tecnologias interativas. Assim sendo, ganha destaca em contextos educativos, cuja presença da denominada geração Z - “Geração da Rede”, “Geração da Mensagem Instantânea”, “Geração Jogadora” ou “Homo Zappiens” - se destaca. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Você sabia que pode criar histórias no programa PowerPoint? Quer aprender mais sobre como desenvolver aulas com a Transmedia Storytelling? Assista o vídeo “Como criar HQ animada com o PowerPoint”. Nesse vídeo você irá aprender de forma bastante didática e prática a criar histórias animadas utilizando-se desse programa. Então, bora se inspirar e colocar a sua história em ação. Para tanto, clique em: https://www.youtube.com/watch?v=-WWtMhZHIfk. Outro método que vale a pena conhecer é o Jigsaw. Esse método baseia-se nos preceitos da aprendizagem cooperativa/colaborativa, cuja natureza apoia-se nas relações sociais. Ele potencializa aprendizagens individuais, especialmente o desenvolvimento/fortalecimento de capacidades cognitivas, através as interações, e compartilhamento de ideias. Assim sendo, são seus objetivos: desenvolver responsabilidade social, interdependência positiva, interação face a face, habilidades interpessoais, e processamento grupal (MELLO, NETO, PETRILLO,2019). ISTO ESTÁ NA REDE O vídeo Jigsaw Classroom (presencial, remoto ou EaD) discorre de forma bastante prática e didática sobre a aplicação do Jigsaw Classroom, também conhecido como “Rompe-Cabeças”, “Aula Quebra-Cabeça” ou “Grupo de Integração Horizontal- Vertical”, em sala de aula. Não deixe de assistir, acessando: https://www.youtube. com/watch?v=dlX-8glescc. E para finalizar as nossas aulas dedicadas às Metodologias Ativas, não podemos deixar de tratar da Gamificação. Nesses termos, falaremos sobre o papel da ludicidade na educação e, nesse contexto, localizaremos o brincar e o jogar. Por fim, abordaremos o gamificar. Vamos lá? https://www.youtube.com/watch?v=-WWtMhZHIfk https://www.youtube.com/watch?v=-WWtMhZHIfk https://www.youtube.com/watch?v=dlX-8glescc https://www.youtube.com/watch?v=dlX-8glescc https://www.youtube.com/watch?v=dlX-8glescc ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97 Então, a ludicidade, que é uma manifestação humana com vistas à experimentação, criação e transformação do mundo por meio da imaginação e da criatividade. No contexto da ludicidade, localizamos o brincar e o jogar. O brincar é uma atividade lúdica sem regras propriamente ditas, na qual as crianças, especialmente, exploram e intervém no mundo, concreta e simbolicamente, por meio de exercícios livres. As brincadeiras são uma forma de comunicação, constituindo- se, portanto, também, como uma importante linguagem dos infantes. Proporcionam, sobretudo, o desenvolvimento da atenção, auto expressão, curiosidade, imaginação, imitação, iniciativa, memória e de aspectos da sua identidade pessoal e coletiva, tais como da afetividade, autoestima, criatividade, inteligência, psicomotricidade, sociabilidade. Título: Meninas brincando. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8363727/pexels-photo-8363727.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 O jogar é uma atividade lúdica com regras e objetivos, conhecidos pelo jogador e, portanto, acordado entre os jogadores. Tal como as brincadeiras, os jogos proporcionam o desenvolvimento das competências e habilidades cognitivas e socioemocionais assinaladas, além de contribuir com o reconhecimento dos limites entre o EU e o Nós, potencializando o altruísmo. Título: Crianças jogando. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8422249/pexels-photo-8422249.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8363727/pexels-photo-8363727.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8363727/pexels-photo-8363727.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8422249/pexels-photo-8422249.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8422249/pexels-photo-8422249.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98 Já a gamificação, muito em voga na atualidade, no século XXI, diz respeito ao uso de dinâmicas de jogos para motivar pessoas a resolver situações-problema e contribuir com as suas aprendizagens sobre os mais diferentes temas. Gamificar não é sinônimo de jogar, mas de um processo que envolve: 1) Desafio; 2) Competição/ colaboração; 3) Feedback instantâneo; 4) Fases; e 5) Premiação (BACARÍN, 2020). Destaca-se que o uso da gamificação nos processos pedagógicos contribui, sobremaneira, com as aprendizagens dos estudantes, tendo em vista que a maioria é íntimo das suas linguagens. Afinal, esses estudantes são, em geral nativos digitais. Contudo, não é necessário que o professor “lance mão” de um aparato tecnológico para trabalhar com gamificação, pois pode fazê-lo sem quaisquer recursos midiáticos, por exemplo, desde que utilize a lógica dos cinco momentos destacados, certo? Título: Jogo do “Super Mário Bros”. Fonte: https://images.pexels.com/photos/371924/pexels-photo-371924.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Por fim, vale lembrar que o professor ao escolher uma brincadeira, um jogo ou uma forma de gamificar um conteúdo, ou aceitar a sugestão dos alunos para a decisão de trabalhar ou não com esses, considere: 1) seu estilo de narrativa; 2) regras neles presentes ou não; 3) dinâmica de controle da jornada possível pelos seus atores; 4) caminhos de descoberta e exploração neles presentes; 5) existência ou não de interação; 6) tempo, mínimo, necessário para a sua exploração; 7) feedbacks no processo. Ressalto para você que as brincadeiras, os jogos e a gamificação são essenciais recursos para o professor considerar em seu planejamento ensino-aprendizagem, tendo em vista o seu potencial cognitivo, nos termos Jean Piaget; sociolinguístico, nos termos de Lev Vygotsky; e afetivo, nos termos de Henri Wallon; três dos maiores expoentes acerca do desenvolvimento humano, os quais conhecemos em aula anterior. https://images.pexels.com/photos/371924/pexels-photo-371924.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/371924/pexels-photo-371924.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99 Então, lembre-se, sempre, de tentar considerar as brincadeiras, os jogos e a gamificaçãoem seus processos e em suas práticas de ensino-aprendizagem, ok? 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Hoje, e em nossos últimos encontros, conhecemos variadas estratégias didático- pedagógicas, circunscritas às denominadas Metodologias Ativas de ensino- aprendizagem. Percebemos que essas estratégias são bastante interessantes, não só por diversificar e dinamizar as aulas, mas, sobretudo, por contribuir com o alcance de diversos objetivos educacionais pelos alunos, tendo em vista o seu desenvolvimento intelectual, social e afetivo, o seu desenvolvimento integral. Dessa forma, sugerimos que você “lance mão” de todas as possibilidades que essas práticas englobam, e expandem. Afinal, nós enquanto profissionais da educação, especialmente professores, devemos buscar novos horizontes para as nossas práticas pedagógicas, não é mesmo? Dessa forma, estaremos contribuindo, sobremaneira, com a ampliação dos horizontes dos estudantes que passarem pelos nossos caminhos. Nesses termos, desejo, fortemente, que esses caminhos sejam repletos de energias envolventes, criativas, emancipadoras e, sobretudo, alegres. Perceba, pois, que toda a discussão aqui empreendida foi, sobretudo, para te chamar a atenção para o fato de que as estratégias didático-pedagógicas ativas podem, e devem, se configurar como importantes “portas” para o desenvolvimento humano dos alunos, em termos intelectuais, sociais, afetivos, espirituais etc. E saiba que somente iniciamos a nossa jornada nesse “universo” das Metodologias Ativas. Para aprofundamentos sobre esse, sugiro para você algumas leituras, indicadas em apêndice. Assim, e dando continuidade à nossa proposta nessa área, em nossos próximos encontros focaremos na Robótica na educação. E para começar, em nossa próxima aula, trataremos da Robótica, considerando-se história, fundamentos e definição. Que tal? Vamos iniciar a nossa jornada? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100 CAPÍTULO 10 ROBÓTICA “ONTEM E HOJE” 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA O que você imagina quando pensa, por exemplo, no termo robôs? Muitos de nós imaginamos filmes de ficção científica, Engenharia Aeroespacial, Inteligência Artificial (IA), cientistas malucos; enfim, uma realidade fantástica e distante, não é mesmo? Contudo, os robôs, e o campo de estudos e aplicações que os concebem e produzem, já fazem parte das nossas vidas, e podem estar presentes em “detalhes” que sequer percebemos. Se inicialmente, conforme veremos nesta aula, os robôs foram projetados para ajudar os seres humanos em determinadas tarefas; atualmente, no século XXI, esses impactam, praticamente, todos os setores da sociedade. E, portanto, a Robótica está, cada vez mais, presente na Ciência, na Tecnologia, nas Artes, na Educação etc. A partir de hoje, daremos início a uma sequência de encontros acerca desse “universo” mágico, mas bastante real na história presente. Para tanto, em nosso encontro de hoje, conversaremos sobre a Robótica, considerando-se a sua história, os seus fundamentos e possíveis definições. Preparado para se encantar? 1.2 HISTÓRIA, FUNDAMENTOS E DEFINIÇÃO O “universo” dos robôs sempre inspirou imaginações mundo afora, e esteve presente, especialmente, nos sonhos infantis. Possivelmente, você já pensou em como seria conviver com robôs, os desejou ou, até mesmo, ou temeu, certo? Você já se perguntou, por exemplo, como surgiu o primeiro robô? Quem o construiu, e por que? O que ele era capaz de fazer? Então, saiba que existem diversas explicações para essas perguntas. Afinal, a criatividade humana vai longe, especialmente quando se trata de assuntos dessa natureza, não é mesmo? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101 Existem grupos que entendem que um robô é um aparato multifuncional controlável e reprogramável. Para outros, seria um humanoide ou um androide, similar aos humanos, mas com inteligência avançada, imortal e sem emoções. Contudo, vale a pena aqui destacar que a definição de robôs transformou-se ao longo do tempo, tendo em vista que houve uma evolução explicativa acerca da sua existência, considerando-se os engendramentos que os envolvem. Título: Imagem de um robô “humanoide”. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8566474/pexels-photo-8566474.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 De acordo com Guedes e Silva (2021), não existe uma definição precisa sobre a origem dos robôs, mas há algumas histórias originárias, por exemplo, na mitologia, no cinema e no desenvolvimento tecnológico empreendido pela sociedade. Com relação a mitologia, existem diversas histórias interessantes. Vamos conhecer algumas? Você já percebeu que em algumas histórias mitológicas existe a presença de seres artificiais? Por exemplo, há histórias sobre o Egito, cerca de três mil anos atrás, as quais relatam que monumentos de pedra eram controlados por seres artificiais (GUEDES & SILVA, 2021). Existem, inclusive, em nosso imaginário, problematizações sobre quem teria tido condições de levantar pirâmides tão altas, não é mesmo? Teria sido robôs? https://images.pexels.com/photos/8566474/pexels-photo-8566474.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8566474/pexels-photo-8566474.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102 Título: Grande Esfinge de Gizé, a mais antiga escultura do mundo. Construída no Egito antigo, possui 73,5 metros de comprimento, 19,3 metros de largura e 20,22 m de altura. Fonte: https://images.pexels.com/photos/262786/pexels-photo-262786.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Já sobre a Grécia antiga, segundo Guedes e Silva (2021), existem histórias que contam que Cadmo, fundador da cidade de Tebas, teria matado um dragão, arrancado os seus dentes, os plantados, o que fez brotar um exército de homens armados, com forças descomunais, seres superiores. No mundo hebraico, sabe-se que há relatos sobre uma estátua de pedra, conhecida como Golem, a qual possuía, em seu interior, poderes mágicos que lhe possibilitava realizar atividades programadas e repetitivas (GUEDES & SILVA, 2021). E na Groelândia, também existem muitas histórias semelhantes a essas. Por exemplo, conta-se que uma criatura denominada de Tupilak era jogada ao mar para lutar e matar inimigos daquelas terras (GUEDES & SILVA, 2021). As histórias são muitas e variadas, e têm inspirado há séculos as Artes, a Ciência, a Tecnologia etc. ISTO ESTÁ NA REDE Ficou curioso? Então, não deixe de assistir ao vídeo “Robôs foram idealizados na Grécia”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hJOsG-SjHiI Também localizamos a presença de criaturas construídas artificialmente na literatura e no cinema, por exemplo. Na literatura, a obra mais emblemática, nesse sentido, https://pt.wikipedia.org/wiki/Metro https://images.pexels.com/photos/262786/pexels-photo-262786.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/262786/pexels-photo-262786.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=hJOsG-SjHiI https://www.youtube.com/watch?v=hJOsG-SjHiI ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103 é “Frankenstein”. A maioria de nós conhece ou já ouviu falar desse ser criado, por um cientista, Victor Frankenstein, a partir de materiais e produtos variados, incluindo cadáveres humanos. Criatura essa que matou o seu criador e a sua família. Título: Capa original do livro Frankenstein. Fonte: https://m.media-amazon.com/images/I/51QDAYvHPmL._SX326_BO1,204,203,200_.jpg A utilização de elementos sobrenaturais está presente, sobremaneira, na cinematografia. Afinal, conforme temos discutido, esse “universo” é envolvente, encantador e estimulante, não é mesmo? Você se lembra de algum filme com apresença de seres artificiais, de robôs? Quais? Guedes e Silva (2021) explicam que a presença de um robô no cinema data de 1926, especificamente no filme “Metropólis”, do diretor Fritz Lang. De lá pra cá, inúmeros filmes se destacaram com a aparição desses seres nas telas, tais como “Uma odisseia no espaço”, criado e dirigido em 1968 por Stanley Kubrick, e a memorável obra de Star Wars. Que tal rever ou conhecer alguns filmes que tratam da temática. Sugiro, aqui, para você uma lista. Então, separa a pipoca e aproveita! https://m.media-amazon.com/images/I/51QDAYvHPmL._SX326_BO1,204,203,200_.jpg https://m.media-amazon.com/images/I/51QDAYvHPmL._SX326_BO1,204,203,200_.jpg https://pt.wikipedia.org/wiki/Stanley_Kubrick https://pt.wikipedia.org/wiki/Stanley_Kubrick ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104 Filme Ano BigBug 2022 I Am Mother 2019 Bumblebee 2018 Alien: Covenant 2017 Passageiros 2016 Chappie 2015 Ex-Machina: Instinto Artificial 2014 Operação Big Hero 2014 Ela 2013 Wall-E 2008 Eu, Robô 2004 Mulheres Perfeitas 2004 A.I. - Inteligência Artificial 2001 Star Wars Saga completa O Homem Bicentenário 1999 O Exterminador do Futuro Saga completa RoboCop: O Policial do Futuro 1987 Blade Runner: O Caçador de Androides 1982 Transformers Saga completa Título: Indicação de filmes que abordam a presença de robôs entre humanos. Fonte: elaborada pela autora. Bem, percebemos que a criatividade e o imaginário humanos em relação aos robôs parecem não ter fim. Contudo, você deve estar se perguntando: mas quando, propriamente, surgiu um robô materialmente falando? Apesar de o termo robô somente ter sido utilizado a partir do século XX, existem alguns relatos que afirmam que, ainda no século XIX, especificamente em 1892, data- se a invenção do primeiro robô. Segundo esses, teria sido Seaward Babbitt o seu autor, que colocou um guindaste motorizado, com uma pinça mecânica, para retirar lingotes de um forno. Outros relatos dizem que foi o industrial George Devol que, em 1948, criou um projeto de um robô, chamado de “Unimate”, o qual realizava tarefas de soldagem em linhas de automação industrial (GERDA, 2023). Inclusive, existem ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105 histórias que esse empreendimento teria inspirado a indústria da General Motors (GM) na montagem de seus carros. Título: Chevrolet Chevette, o primeiro carro esportivo da GM no Brasil. Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/carros-classicos/chevrolet-chevette-primeiro-carrinho-da-gm-parecia-um-pequeno-esportivo Pois bem, o termo robô, e a Robótica – ciência que concebe e produz robôs –, somente foram empregados no século XX. Saiba que a palavra robô foi, especificamente, utilizada, pela primeira vez, em 1920. Segundo Guedes e Silva (2021, p. 19), foi Karel Capek (1890-1938), um dramaturgo tcheco que escreveu a peça Rossum’s Universal Robots, que significa “Robôs universais de Rossum”. Em sua obra, ele retrata um trabalhador artificial futurista, que foi criado para automatizar o trabalho dos seres humanos, para ajudá-los em sua jornada de trabalho. Foi o irmão mais velho de Karel que deu o nome “robô” a esses seres, o que significa “trabalho penoso” ou “servidão”. Na obra, esses robôs foram criados para serem baratos, eficientes e bons de memória, sem pensar em nada inovador. ANOTE ISTO Robô é uma palavra originária da junção dos termos rabota – trabalho forçado – e robotnik ou servo (IFR, 2000). Desde a primeira utilização do termo, a definição de robôs tem se configurado de forma bastante abrangente, conforme a Robotics Industries Association (RIA): Robô é um manipulador reprogramável e multifuncional projetado para mover materiais, partes, ferramentas ou dispositivos especializados através de movimentos variáveis programados para desempenhar uma variedade de tarefas (BEALUKA & DURSKI, 2014, p. 36). https://quatrorodas.abril.com.br/carros-classicos/chevrolet-chevette-primeiro-carrinho-da-gm-parecia-um-pequeno-esportivo https://quatrorodas.abril.com.br/carros-classicos/chevrolet-chevette-primeiro-carrinho-da-gm-parecia-um-pequeno-esportivo ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106 E atualmente, no século XXI, os robôs, em geral, se situam dentro do campo da Robótica que engloba teoria do controle, cibernética e inteligência artificial (IA). Saiba que a expressão Robótica foi criada pelo dramaturgo Isaac Asimov, em sua obra Robot de 1950 (IFR, 2000). ISTO ESTÁ NA REDE Para conhecer um pouco mais sobre esse assunto, assista “O que é Robótica?”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=29zvPVPKFtI. Quem sabe, você não se anima e assina o Canal para ficar por dentro de informações sobre esse “universo”. Certamente, a IA, iniciada em 1956, é a área que mais tem provocado mudanças nos robôs. Nesse campo, a IA tem se preocupado em projetar/inserir inteligência nas máquinas de formas que elas, por exemplo: • busquem soluções; • representem simbolicamente informações; • executem sequencialmente programas; • projetem, organizem e executem sistemas, respeitando hierarquias; • projetem e criem modelos internos do mundo; • planejem e desenvolvam raciocínio para resolver problemas (IFR, 2000). Título: Homem jogando xadrez com um robô. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8438944/pexels-photo-8438944.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 As áreas que influenciam, ou mesmo condicionam, a Robótica, na contemporaneidade, se diversificaram, tais como Engenharia Mecânica e Elétrica, Computação, Indústria Aeroespacial, e até mesmo as artes e a educacional. Além do mais, a Robótica tem https://www.youtube.com/watch?v=29zvPVPKFtI https://www.youtube.com/watch?v=29zvPVPKFtI https://images.pexels.com/photos/8438944/pexels-photo-8438944.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8438944/pexels-photo-8438944.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107 contribuído com diversos campos de conhecimentos/aplicação como, por exemplo, a Medicina, a exploração Aeroespacial, indústrias em geral, educacional etc, e até mesmo com a nossa vida cotidiana. Observe, com atenção, o seu entorno. Você identifica a influência/presença da Robótica em produtos e processos nele presentes? Certamente, são muitos os impactos positivos da Robótica em nossas vidas, certo? Contudo, também, temos que refletir sobre possíveis implicações negativas na área. ISTO ESTÁ NA REDE Para refletir sobre algumas dessas implicações, te sugiro o filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, sucesso desde o seu lançamento em 1936. Então, corre lá em: https://www.youtube.com/watch?v=ZUtZ8q_vkKY Portanto, não estamos tratando aqui apenas de objetos automáticos e mecânicos, com capacidades para responder a comandos. Estamos, pois, diante de um “universo” que se expande para os caminhos do raciocínio, dos pensamentos, da consciência e, até mesmo, das emoções. Título: O homem e o robô. Fonte: https://images.pexels.com/photos/6153354/pexels-photo-6153354.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Caminhos esses que já não dizem respeito ao FUTURO, mas ao PRESENTE, e que devem ser considerados na educação. https://www.youtube.com/watch?v=ZUtZ8q_vkKY https://www.youtube.com/watch?v=ZUtZ8q_vkKY https://images.pexels.com/photos/6153354/pexels-photo-6153354.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/6153354/pexels-photo-6153354.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Na aula de hoje, percebemos que, desde a Antiguidade, os homens empreenderam esforços para projetar/criar máquinas em prol da satisfação dassuas necessidades, especialmente para ajudar-lhes em tarefas repetitivas e/ou pesadas. De lá para cá, essas máquinas evoluíram e, no século XX, tivemos a primeira definição do que seria um robô, e o seu campo de estudos e produção: a Robótica. Ao lado disso, vimos que essa foi contada, mas também, influenciada pela mitologia, cinematografia, literatura etc. Na contemporaneidade, no século XXI, constatamos que a Robótica está presente nos mais diversos campos e, inclusive, em nossas atividades diárias. Esse “universo mágico” não é mais somente parte da ficção científica e do imaginário social, não é mesmo? E talvez, você esteja se perguntando: mas qual a relação da Robótica com a educação? Ah... essa é outra conversa. E não vamos perder, certo? Então, até o nosso próximo encontro. Até lá! ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109 CAPÍTULO 11 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Na contemporaneidade, no século XXI, vivenciamos um mundo, cada vez mais, acelerado e em constante transformação. Os estudantes dessa geração, em geral, já nasceram e cresceram íntimos de experiências intermediadas pelas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), e são, por vezes, resistentes às tradicionais formas de ensino. Assim sendo, enquanto profissionais da educação, especialmente professores, devemos buscar caminhos atrativos para envolver e acolher os alunos deste tempo. Nesse contexto, situamos a Robótica como uma Metodologia Ativa que tem muito a contribuir com o nosso compromisso educacional. Considere que não estamos aqui tratando de “enfeitar” as aulas e/ou concorrer com jogos eletrônicos e digitais, tecnologias bem conhecidas e até adoradas pela maioria dos discentes. Estamos, pois, buscando trilhas para tornar a escola, a sala de aula mais significativa para eles e, portanto, os processos ensino-aprendizagem mais efetivos. Em nosso encontro de hoje, dialogaremos, então, com a Robótica na educação. Animado? 1.2 HISTÓRIA, FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DA ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO Sabemos que, apesar de todos os avanços tecnológicos, boa parte das escolas, ainda, não desenvolvem processos educativos situados com o seu tempo. Os motivos, certamente, são muitos: resistências, falta de investimentos, péssimas condições de trabalho, pouca ou nenhuma política educacional efetiva, dentre outros. A realidade é que a educação brasileira, especialmente pública, ocorre como há cem anos. Contudo, também, sabemos que já existem conhecimentos, mecanismos e ferramentas que podem colaborar com mudanças profundas desse permanente cenário. E a Robótica é um deles, conforme veremos. Partimos do pressuposto, tal como Tapscott (2010, p. 129), que ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110 Como as novas gerações de estudantes NET e NEXT nasceram e estão imersas no meio digital e virtual, adquiriram novas habilidades e capacidades e perderam outras. Por exemplo, a duração de seu tempo de atenção foi reduzida. Ensinar de maneira expositiva tem pouca eficácia para essas gerações, que não estão dispostas a ouvir longas exposições. Título: Geração Net, com seu controle remoto. Fonte: https://images.pexels.com/photos/987586/pexels-photo-987586.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Ao lado disso, entendemos que não se trata mais de lutar contra esse cenário, mas utilizá-lo como um aliado da educação. Para tanto, perceba que as inovações nos processos de ensino podem contribuir para que o aluno aprenda de forma afetiva e lúdica. Assim como reconhece Rizzo (2001, p. 40), “A atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual”. Muito tem se discutido sobre Robótica na educação, mas você sabia que essa já existe há, pelo menos, 50 anos? Pois bem, entre 1967 e 1968, Seymour Papert (1928-2016), matemático, pioneiro nos campos da inteligência artificial (IA) e das tecnologias educacionais, e construtivista piagetiano, juntamente com outros pesquisadores, criaram a linguagem de programação denominada LOGO. Essa linguagem permitia que as crianças controlassem robôs através do computador, em prol dos seus interesses. A LOGO fundamentou a sua teoria construcionista, a qual baseia-se na ideia de que: https://images.pexels.com/photos/987586/pexels-photo-987586.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/987586/pexels-photo-987586.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111 [...] as crianças farão melhor descobrindo (‘pescando’) por si mesmas o conhecimento específico de que precisam; a educação organizada ou informal poderá ajudar mais se certificar-se de que elas estarão sendo apoiadas moral, psicológica, material e intelectualmente em seus esforços. O tipo de conhecimento que as crianças mais precisam e o que as ajudará a obter mais conhecimento (PAPERT, 2008, p. 135). Papert entendia que os computadores poderiam contribuir, sobremaneira, com a criatividade das crianças e que, em um futuro próximo, os robôs colaborariam para que aprendessem a pensar, ou seja, pensar a pensar. Segundo ele, No ambiente Logo, a criança, mesmo em idade pré-escolar, está no controle – a criança programa o computador. E, ao ensinar o computador a “pensar”, a criança embarca em uma exploração sobre a maneira como ela própria pensa. O foco dos estudos de Piaget foi o “sujeito epistêmico”, ou seja, o estudo dos processos de pensamento presentes no indivíduo desde a infância até a idade adulta. Pensar sobre modos de pensar faz a criança tornar-se um epistemólogo, uma experiência que poucos adultos tiveram (PAPERT, 1985, p. 87). Papert (1985) foi criador da teoria Construcionista, a qual se difere do Instrucionismo, conforme você pode constatar analisando o quadro seguinte. Construcionismo Instrucionismo Pensamento concreto Pensamento vai do abstrato para o concreto Envolve ensino formal e informal Ensino formal Ensino através de micromundos A única forma de melhorar o conhecimento de um estudante sobre um tópico X é ensinar sobre X. Criança como aprendiz ativo. A criança ensina (passa instruções) o computador. Criança como aprendiz passivo. O computador ensina a criança. Professor é mediador do ensino e aprendizagem. Exemplo: Programação de computadores. Professor tradicional, passa as instruções para o ensino e aprendizagem. Exemplo: Aprender a disciplina com instruções do professor e fazer exercícios. Título: Diferenças entre o Construcionismo e o Instrucionismo. Fonte: Massa et. al. (2022), com fundamentação em Papert (1985). Papert, reconhecido como um dos pioneiros da Robótica educacional, também, entendia que podemos trabalhar de forma construcionista em sala de aula mesmo sem linguagens tecnológicas sofisticadas. Não por um acaso, em 1985, ele tornou-se colaborador da empresa LEGO, a qual tornou-se uma das principais patrocinadoras do seu laboratório (MIT Media Lab). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112 Título: Robô montado com LEGO. Fonte: https://images.pexels.com/photos/7750732/pexels-photo-7750732.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ANOTE ISTO Robótica na educação nada mais é do que a utilização de robôs na educação. Já a Robótica educacional diz respeito a robôs – eletrônicos, digitais ou mesmo manuais – que foram criados com fins pedagógicos, ou seja, com uma intencionalidade formativa. ISTO ESTÁ NA REDE Assista o tutorial “Google e Programação para Crianças”, inspirado na linguagem LOGO, acessando o link https://www.youtube.com/watch?v=6aDafdXJWp0. E pesquise, se inspire e mãos na massa, ou no mouse, combinado? https://images.pexels.com/photos/7750732/pexels-photo-7750732.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600https://images.pexels.com/photos/7750732/pexels-photo-7750732.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=6aDafdXJWp0 https://www.youtube.com/watch?v=6aDafdXJWp0 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113 Bem, da Robótica educacional de Papert aos dias atuais, tivemos algumas iniciativas na área no Brasil, as quais, apesar de ainda incipientes, têm corroborado com as tratativas na área, conforme você pode verificar no quadro seguinte. Ano Principais acontecimentos 1976 Início das atividades do Primeiro Grupo de Pesquisa com o LOGO – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP). 1979/1980 Início das atividades de pesquisa para investigação dos processos cognitivos dos estudantes em situações de aprendizagem em interação com o computador utilizando a Linguagem LOGO do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 1983 Criação do Projeto EDUCOM e do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED), que tem o LOGO como um dos principais objetos de estudo (UNICAMP/SP). 1985 Início do projeto EDUCOM com atividades com o LOGO em outras instituições, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e UNICAMP/SP. 1985 Início do Projeto Uso da Informática na Educação Especial, com atividades utilizando o ambiente LOGO (UFPE, UFMG, UFRJ, UFRGS e UNICAMP/SP. 1985 Tradução do livro LOGO: Computadores e Educação para o Português (UNICAMP/SP). 1986 Primeiro Congresso Brasileiro LOGO: Informática na Educação, em Novo Hamburgo/RS. 1986 Início das atividades do Projeto EDUCOM nas escolas – Brasil. 1987 Início do Projeto Robótica Pedagógica (UNICAMP/SP). 1988 Segundo Congresso Brasileiro LOGO, em Petrópolis/RJ. 1989 Primeira Oficina LEGO-LOGO, com Stephen Ocko, realizada no NIED/UNICAMP/SP. 1993 O Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS adquiriu o primeiro material de Robótica destinado a crianças, o LEGO TC LOGO. 1995 Lançamento do Kit Educacional Multimídia SuperLogo (UNICAMP/SP). 1996 Registro mais antigo de dissertação com o tema Robótica Educacional (RE) no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES: “Processos cognitivos de professores num ambiente construtivista de robótica educacional”, de Paulo Petry Padilla (UFRGS). 1998 Primeiro registro de dissertação com a proposta de criação do primeiro Laboratório Virtual de Robótica para ensino e aprendizagem de Robótica, de Luciano Rodrigues de Queiróz (UNICAMP/SP). 2000 Início de um aumento considerável das pesquisas no campo da RE registradas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e redução dos registros de pesquisa com o ambiente LOGO3. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114 2001 Criação do Grupo de Inteligência Artificial da Faculdade de Computação da Universidade Federal de Uberlândia –(UFU), com um dos objetivos voltados para aplicar Robótica Educativa no Ensino de Matemática e Ciências. 2004 Primeira vez que o Brasil participou do Torneio de Robótica First Lego League (FLL). 2011 Criação do projeto ROBO+EDU, da UFRGS em parceria com o programa Mais Educação do Ministério da Educação (MEC) para capacitação e formação continuada de professores e profissionais da Educação Básica (UFRGS). 2014 Criação da comunidade Scratch Brasil – Brasil. (MIT MEDIA LAB). 2014 Primeira vez que o Brasil sediou o Torneio Oficial de Robótica First Lego League (FLL). 2014 Criação do Grupo de Pesquisa em RE e Computação do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (PE). 2017 Primeira Conferência Scratch Brasil, realizada na Universidade de São Paulo (USP/SP). 2017 Secretaria da Educação Básica/MEC elabora o Projeto Básico de RE – Brasil. 2018 Governo Federal abre licitação à aquisição de conjuntos de RE. 2023 Distribuição de kits de RE pelo MEC para escolas públicas brasileiras. Título: Linha do tempo sobre RE no Brasil. Fonte: elaborado pela autora, com base em Santos e Silva (2020). ISTO ESTÁ NA REDE Para conhecer algumas ações na área, que tal pesquisar no site do MEC, através do link http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34787? Título: Estudantes em uma aula de Robótica. Fonte: https://images.pexels.com/photos/7750704/pexels-photo-7750704.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34787 http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34787 https://images.pexels.com/photos/7750704/pexels-photo-7750704.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/7750704/pexels-photo-7750704.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115 Gostaria que soubesse que você pode trabalhar com RE mesmo sem kits específicos, pois pode utilizar de qualquer material, mas desde que situe a sua prática em seu contexto, e de acordo com os seus princípios ativos. Para tanto, é importante que você se atente para o tripé apresentado na figura seguinte. Título: Processo de ensino-aprendizagem baseado na RE. Fonte: elaborada pela autora. PLANEJAMENTO => Etapa em que você vai propor, ou construir com os alunos, um desafio, e em que esses escolherão as estratégias para resolvê-lo através da montagem e/ou programação de uma ferramenta. EXECUÇÃO => Etapa da montagem e/ou programação propriamente ditas. Aqui, você pode auxiliar os estudantes e até mesmo apresentar-lhes um manual/tutorial com orientações específicas. E lembre-se: você é um mediador! REFLEXÃO => Etapa em que os alunos irão analisar os resultados do trabalho, identificando erros e acertos. Essa análise pode levá-los de volta para o planejamento, ok? E lembre-se: o mais importante aqui não é, necessariamente, os erros e acertos, mas a reflexão sobre o processo vivido, combinado? Nesse sentido, perceba que são, sobretudo, objetivos da Robótica na educação e da RE: • aprender de forma multidisciplinar; • desenvolver/aprimorar a imaginação e criatividade; • aprender a trabalhar em equipe; • pensar, propor e executar soluções para problemas; ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116 • desenvolver pensamento analítico, crítico e científico; • aprender a pensar e aprender a aprender. Ao lado disso, nos termos de Gardner (1994, p. 87), Sabemos que é possível, por meio da robótica educacional, oportunizar uma abrangência maior de possibilidades do desenvolvimento das inteligências múltiplas, pois nas atividades que envolvem a construção e a programação de um robô, realizadas normalmente em grupo, as ações privilegiem as atividades perceptivas, tanto na visão espacial quanto no toque, pelo manuseio das peças. Nas atividades em grupo, trabalham as relações interpessoais, interagindo com o outro para troca de ideias e conhecimentos. Assim, a Robótica, em geral, e a RE, em específico, pode ser uma aliada do professor, em qualquer conteúdo escolar, contribuindo com o desenvolvimento/aprimoramento de competências e habilidades cognitivas, afetivas e sociais. ISTO ESTÁ NA REDE Para pensar um pouco mais sobre essas e outras questões, leia “Qual a importância da robótica na aprendizagem escolar?”, produzindo pela Educa+Brasil. Para tanto, acesse: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/escolas/qual-a-importancia- da-robotica-na-aprendizagem-escolar. Trabalhar com a Robótica em sala de aula não é um “bicho de sete cabeças”, certo? Afirmo que se você não tiver kits com sensores, engrenagens e motores destinados à tal fim, você pode fazê-lo utilizando materiais variados, tais como sucata. De acordo com o Todos esses elementos Dicionário Interativo da Educação Brasileira (s/d): Robótica Educacional ou Pedagógica é um termo utilizado para caracterizar ambientes de aprendizagem que reúnem materiaisde sucata ou kits de montagem compostos por peças diversas, motores e sensores controláveis por computador e softwares, permitindo programar, de alguma forma, o funcionamento de modelos. https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/escolas/qual-a-importancia-da-robotica-na-aprendizagem-escolar https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/escolas/qual-a-importancia-da-robotica-na-aprendizagem-escolar https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/escolas/qual-a-importancia-da-robotica-na-aprendizagem-escolar ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117 Dessa forma, se imbuia dessa proposta, e já comece a guardar materiais que considerar interessantes para o seu trabalho com Robótica. Vai valer a pena! Título: Robô de pregador de roupa. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=TFkUan5Uujs 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Em nossa aula de hoje, conhecemos um pouco da história da Robótica na educação, em geral, e da RE, em específico. Abordamos alguns dos seus fundamentos e tratamos dos seus principais objetivos, tendo em vista a formação de um aluno crítico, criativo, proativo e, sobretudo, cidadão. Vimos que a Robótica não é, necessariamente, algo distante e de difícil complexidade de uso, mesmo em ambientes sem aparatos tecnológicos específicos. Afinal, tal como anunciamos, e conversaremos em nossos próximos encontros, podemos trabalhar com essa Metodologia Ativa, desde que sigamos os seus princípios e etapas básicas – planejamento, execução (montagem e programação) e reflexão. Eis que em nossos próximos encontros, pensaremos juntos em aulas dinâmicas, criativas e ativas, organizando o seu planejamento e projetando a sua execução. https://www.youtube.com/watch?v=TFkUan5Uujs https://www.youtube.com/watch?v=TFkUan5Uujs ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118 CAPÍTULO 12 PLANEJAMENTOS E SEUS REPERTÓRIOS NA EDUCAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Qual o papel do planejamento na educação, em geral, e no ensino, em particular? Por que planejar é tão importante? Como fazê-lo? Saiba que o planejamento é uma das mais essenciais ferramentas que os profissionais da educação, especialmente os professores, têm em “mãos”. Afinal, o planejamento serve como uma bússola para que não nos percamos nas trilhas pedagógicas, e em tudo que essas podem nos surpreender. Por isso mesmo, em nosso encontro de hoje, conversaremos sobre planejamentos na educação, considerando-se tipos, importância, e elementos básicos dos planejamentos de ensino-aprendizagem. Por fim, veremos um exemplo de planos de aulas com Robótica. Vamos lá? 1.2 TIPOS, IMPORTÂNCIA, E ELEMENTOS BÁSICOS DOS PLANEJAMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM Você já percebeu que projetamos, ainda que inconscientemente, todas as nossas ações? Afinal, desde a hora que acordamos temos que decidir o que iremos fazer durante o nosso dia: ir ou não para a academia de ginástica, verificar ou não mensagens em aplicativos de mensagens, comer pão ou biscoito, etc. Contudo, quando essas ações são pensadas de forma consciente, crítica e analítica, estamos planejando-as. Em termos gerais, planejar significa, então, projetar/organizar a ação antes que ela aconteça, é pensar antes qual o melhor caminho para alcançar algum objetivo. Já o planejamento. é um processo de tomada de decisões: é pensar antes, durante e depois da ação; é um processo criativo de transformar o que se está fazendo e o modo de se fazer; é um processo formalizado (levando em conta os pontos fortes e fracos da organização/instituição, assim como as ameaças e oportunidades do ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119 ambiente) para produzir e articular resultados (estabelecendo objetivos, estratégias e ações), na forma de um sistema integrado de decisões. Saiba que o processo de planejamento pode ser basicamente assim organizado: elaboração=> execução=> avaliação num processo contínuo de retroalimentação: avaliação=> elaboração=>execução=>avaliação. Veja só porque, em geral, planejamos. Pela(o)/para: • necessidade de realizarmos ações eficazes, eficientes, efetivas, transformadoras; • escassez de recursos (materiais, humanos, financeiros, de conhecimentos, entre outros). Quanto menos recursos, mas a ação tem que ser planejada; • clareamento dos motivos para a realização das ações; • complexidade da ação; • para interferir na estrutura/na realidade; • transformar uma realidade; • construir novas possibilidades de ação/intervenção na realidade. Título: A luz do planejamento em nossas ações. Fonte: https://images.pexels.com/photos/3758105/pexels-photo-3758105.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Para elaborarmos um planejamento, devemos responder às seguintes perguntas (etapas do planejamento): O QUE EU QUERO (objeto do planejamento)? ONDE EU QUERO CHEGAR (objetivos do planejamento)? COMO EU FAZER PARA CHEGAR (metodologia do planejamento)? COMO EU VOU SABER QUE CHEGUEI (acompanhamento/ monitoramento/avaliação de processos e avaliação final/de produtos do planejamento)? Em planejamentos na educação não é diferente; devemos, pois, seguir todas essas etapas. Contudo, na educação, temos três tipos de planejamento. Vamos conhecê-los? https://images.pexels.com/photos/3758105/pexels-photo-3758105.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/3758105/pexels-photo-3758105.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120 Título: Tipos de planejamento na educação. Fonte: elaborada pela autora. PLANEJAMENTO EDUCACIONAL => É um processo contínuo que busca articular as necessidades e os desejos da sociedade com as necessidades e os desejos do sujeito. Portanto, o planejamento educacional diz respeito a políticas, à programas, à projetos que intencionam transformações no sistema educacional. Por exemplo: legislação educacional; programas de merenda escolar; Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE); dentre outros. PLANEJAMENTO ESCOLAR => É um processo multidisciplinar que foca no sistema escolar em geral, e no processo ensino-aprendizagem em específico. Portanto, o planejamento escolar diz respeito aos modos que se organiza o processo pedagógico global no âmbito de sistemas/campos educativos específicos. Por exemplo: projeto político-pedagógico (PPP); regimento escolar; normas reguladoras dos conselhos em âmbito escolar; dentre outros. PLANEJAMENTO DE AULA => É a previsão calculada/estratégica de todas as fases dos processos ensino-aprendizagem no âmbito da sala de aula, as quais envolvem as atividades docentes e discentes. Por exemplo: plano de aula; projetos de ensino; dentre outros. Não se esqueça que o planejamento de aula deve estar articulado ao planejamento escolar, e ambos devem estar em sintonia com o planejamento educacional, combinado? Assim sendo, sempre vale a pena lembrar que devemos nos apropriar das políticas educacionais nacional, e estaduais/municipais no âmbito dos respectivos territórios que atuamos, e dos documentos produzidos em nossa escola. Ao lado disso, destaco aqui a essencialidade de participarmos do planejamento escolar, nos termos da proposta do planejamento participativo. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121 ISTO ESTÁ NA REDE Nesses termos, sugiro que você assista o vídeo “Gestão Democrática e Participativa, de acordo com a BNCC”. Esse vídeo discorre sobre a gestão democrática e participativa na escola como princípio constitucional, tendo como foco a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Nesses termos, o vídeo destaca que não é mais possível trabalhar, atualmente, na escola se não for de forma democrática e participativa. Assim, pontua o essencial diálogo entre o políticoorientada pelos preceitos escolanovistas concebia o processo ensino-aprendizagem em termos construtivistas. Na teoria construtivista, construída pelo biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, no início do século XX, o sujeito constrói conhecimentos quando age sobre o objeto a ser conhecido. Cunha (2000) explica que temos, primeiramente, a existência de algo que impulsiona o Sujeito epistêmico em direção ao Objeto. Estando em níveis diferentes, como se houvesse um desequilíbrio entre eles, o Sujeito é naturalmente atraído pelo Objeto, como que para superar o desnível em que se encontram. O Objeto exerce pressão perturbadora sobre o Sujeito, contribuindo para fornecer-lhe motivação interna e criar seu envolvimento pessoal com o Objeto, do que resulta o impulso para a ação. Em segundo lugar, temos a atividade do Sujeito, que se traduz propriamente em atitudes de busca, desvendamento, pesquisa, enfim, ação sobre o Objeto a ser conhecido (CUNHA, 2000, p, 74). Título: Imagens de uma criança manipulando objetos e construindo uma maquete. Fonte: https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori- image170000013; https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula- montessori-image170000904 A concepção piagetiana acerca da construção do conhecimento é um marco histórico que impacta significativamente os processos ensino-aprendizagem por ela orientados, pois aqui o aluno deixa de ser um receptor passivo de informações. Certamente voltaremos a abordar o construtivismo nas próximas aulas, especialmente quando tratarmos das denominadas Metodologias Ativas, certo? https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori-image170000013 https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori-image170000013 https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori-image170000013 https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori-image170000904 https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori-image170000904 https://pt.dreamstime.com/m%C3%A3os-de-uma-crian%C3%A7a-manipulando-materiais-educacionais-para-aprender-contar-em-sala-aula-montessori-image170000904 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 ANOTE ISTO No contexto dessas ideias, surgem diversos brinquedos considerados pedagógicos, dentre os quais, ressalta-se o Lego. Você conhece? Já brincou com aquelas pecinhas? Já as utilizou em sala de aula? Pois bem, o Lego, criado na Dinamarca, em 1930, nada mais é que um conjunto de peças que se encaixam de várias maneiras, permitindo a construção de inúmeras possibilidades. Conforme veremos, o Lego já anuncia o que hoje, no século XXI, denominamos como Robótica na educação. Título: Imagem de bonequinho Lego. Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/05/14/14/49/ninjago-766838_640.jpg ISTO ESTÁ NA REDE Você sabia que podemos utilizar o Lego em variadas atividades em sala de aula? Na Educação Infantil, por exemplo, é possível trabalhar diversos conceitos matemáticos com a turminha, tal como apresentando no vídeo “Aprendendo matemática com Lego e blocos de montar”, disponível no Youtube através do link https://www. youtube.com/watch?v=QanzJ8CFuxA. Já no Ensino Fundamental, podemos contribuir com o desenvolvimento/aprimoramento de inúmeras capacidades nos alunos. Para tanto, que tal se inspirar no vídeo “LEGO® Education”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=cS5dfu5bzXs. Vale a pena; anote aí a dica, ok? E não deixe de pesquisar mais, combinado? https://cdn.pixabay.com/photo/2015/05/14/14/49/ninjago-766838_640.jpg https://cdn.pixabay.com/photo/2015/05/14/14/49/ninjago-766838_640.jpg https://www.youtube.com/watch?v=QanzJ8CFuxA https://www.youtube.com/watch?v=QanzJ8CFuxA https://www.youtube.com/watch?v=QanzJ8CFuxA https://www.youtube.com/watch?v=cS5dfu5bzXs https://www.youtube.com/watch?v=cS5dfu5bzXs ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 Apesar de todas as contribuições, a experiência escolanovista brasileira, daquele momento, acabou por deixar o processo ensino-aprendizagem correr de forma tão espontânea que resultou em uma espécie de lasse faire (expressão francesa que na versão portuguesa significa deixar fazer) pedagógico. De qualquer forma, é importante reconhecermos que houve um significativo avanço no processo educacional/escolar no país, considerando-se o reconhecimento do aluno como um ser ativo, um sujeito e, portanto, a ampliação dos horizontes de atuação docente nessa perspectiva. Apesar do sucesso da Escola Nova, ainda que com críticas à sua implementação no país, após a II Guerra Mundial (1939-1945), uma nova ideologia política começou a ser difundida: o neoliberalismo, o qual impactou profundamente a estrutura da educacional nacional, e a pedagogia nela desenvolvida. Saiba que, nas décadas seguintes, ocorreram diversas reformas nos Estados, as quais, segundo Frigotto (1990), baseavam-se em: medidas relacionadas ao fim da estabilidade no emprego e corte abrupto das despesas previdenciárias e dos gastos, em geral, com as políticas sociais. [...] Tais medidas tornaram-se a possibilidade de sustentação do Sistema Capitalista (FRIGOTTO, 1990, p. 73). Ainda, de acordo com o autor, dentre as várias estratégias que o capital se utilizou para retomar uma nova base de acumulação, destacam-se os processos de reestruturação capitalista que incluem: investimento tecnológico massivo, especialmente nas indústrias; organização empresarial; combinação das forças de trabalho, com vistas à ocupação de postos de trabalho no sistema vigente; estruturas financeiras ortodoxas. Assim, houve, então, um retorno à hegemonia das ideias do liberalismo (agora denominadas de neoliberais, para diferenciá-las do liberalismo clássico) como fontes de inspiração para orientarem as práticas políticas da economia nacional e do comércio internacional. Nesse contexto, a política social seria centrada no emprego, mediante o estímulo à aquisição de habilidades, tendo em vista que esse torna-se, cada vez mais, baseado na requisição de trabalhadores detentores de conhecimentos específicos para atenderem o sistema produtivo em vigor. Então, é nesse cenário que a Pedagogia Liberal assumirá o seu contorno Tecnicista. Basicamente a Pedagogia Liberal Tecnicista, implementada no Brasil entre as décadas de 60 e 70 do século XX, durante o período Militar, concebia o processo ensino-aprendizagem nos moldes da tendência pedagógica Liberal Tradicional, mas com o principal objetivo de formar mão-de-obra para o sistema produtivo capitalista. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 Assim sendo, essa pedagogia centrava-se no desenvolvimento de técnicas e habilidades para o mercado de trabalho O modelo tecnicista, portanto, fortalecia a tendência em fazer com que o aluno se torne um indivíduo receptor de uma espécie de “kit de sobrevivência” para ingressar no mercado de trabalho. O professor, por sua vez, seria transformado em um mero técnico responsável por transmitir saberes acabados que lhe foram enviados por uma instância superior. Dessa maneira, o tecnicismo realiza uma divisão entre o que seria uma educação intelectual para as classes mais abastadas e um saber puramente técnico para as classes mais pobres. Considerando que as famílias mais abastadas deverão procurar um ensino diferenciado nase o pedagógico. De acordo com as tratativas apresentadas no vídeo, político porque necessita da participação de todos; pedagógico porque possui uma intencionalidade formativa. Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=CiDhCar3bgA&t=35s Então, em termos concretos, para iniciar um planejamento escolar e/ou de ensino, responda às seguintes questões básicas: (1) O quê => assunto/tema (2) Por que => justificativa (3) Para quê => objetivos (4) Para quem => público-alvo (5) Como => metodologia/avaliação (6) Quanto => recursos Devemos, ainda, considerar que o planejamento nos processos educativos, especialmente o planejamento de ensino, deve estar articulado a uma didática. Estamos aqui entendendo a didática como uma das áreas da Pedagogia, a qual investiga fundamentos, condições e modos de se realizar a educação mediante o ensino (PIMENTA & ANASTASIOU, 2012). A didática traduz a sintonia que construímos entre as finalidades do ensinar, considerando-se questões de natureza política-ideológica, ética, psicopedagógica, epistemológica, e os modos de se efetivar o ensino. A didática se refere, pois, à: COMO ENSINAR ALGUMA COISA À QUALQUER PESSOA. Lembre-se disso! Em todo processo didático há de se definir estratégias de ensino-aprendizagem. Estratégias podem ser consideradas como expressão da utilização, por uma pessoa e/ou instituição/organização, dos seus pontos fortes (existentes e potenciais), para provocar mudanças em pessoas e ambientes, levando em conta os seus objetivos. Destaca-se que a dinâmica dos cenários demanda uma continua adaptação (lógica da geração de estratégias). Isso significa que em um processo de planejamento, você https://www.youtube.com/watch?v=CiDhCar3bgA&t=35s https://www.youtube.com/watch?v=CiDhCar3bgA&t=35s ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122 pode ter projetado uma estratégia/metodologia e ter que alterá-la durante o percurso. Por isso mesmo, entendemos que todo planejamento deve ser flexível, ok? Assim, observe, com atenção, a figura seguinte. Título: Ciclo de geração de estratégias. Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Mintzberg e Quinn (2001). Por exemplo, você pode ter planejado realizar uma aula utilizando-se da Metodologia Ativa Aprendizagem Baseada em Equipes, e constatar que a turma está muito agitada. Considerando-se esse cenário, você persistiria com essa estratégia pretendida? Talvez, fosse mais interessante organizar a turma em pares e desenvolver a Metodologia Ativa Instrução entre Pares (estratégia emergente). Perceba como é importante que os profissionais da educação estejam preparados para trabalhar em contextos em constante transformação. Afinal, educar-se para educar. ISTO ESTÁ NA REDE Para refletir sobre essa questão, dentre outras, assista o vídeo “Planejamento: Qual o sentido de planejar?”, inspirado no livro “Planejamento: projeto de ensino- aprendizagem e projeto político-pedagógico” de Celso Vasconcellos. Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=-AWWW2MT7HU Os processos ensino-aprendizagem devem, sempre, se fundamentar no planejamento, seja em planos de aula, seja em projetos de ensino, os quais trataremos em nosso próximo encontro. Muitos professores pensam que o planejamento é uma perda de tempo, mas não o é. Além de subsidiar as nossas ações, contribuem, sobremaneira, para que essas se justifiquem e se organizem/articulem em sintonia com os contextos que atuamos. Em relação aos planos de aulas, em geral, cada escola possui um modelo próprio. Contudo, devem apresentar os pontos supracitados, tal como no quadro seguinte. https://www.youtube.com/watch?v=-AWWW2MT7HU https://www.youtube.com/watch?v=-AWWW2MT7HU ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123 PLANO DE AULA Nome da escola Turma Professor(a) Campos de Experiências Tema Tempo de aula Data Objetivos/Habilidades ü Recursos/Materiais Duração Desenvolvimento/Procedimentos Metodológicos Sequência didática Passo 1 · Passo 2 Passo 3 Passo 4 Avaliação Referências Título: Modelo de um plano de aula. Fonte: elaborado pela autora. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124 Inclusive, já temos diversos aplicativos (apps) que ajudam o professor nessa tarefa. Veja alguns deles, observando o quadro seguinte. App Site Canva https://www.canva.com/pt_br/criar/plano-aula/ Google Classroom https://classroom.google.com/ Documentos Google https://www.google.com/intl/pt-BR/docs/about/ Google Keep https://www.google.com.br/keep/ Padlet https://pt-br.padlet.com/ Nearpod https://nearpod.com/how-nearpod-works Título: Sugestões de apps para elaboração de planos de aula. Fonte: elaborado pela autora. Além de poderem ser acessados pelo seu navegador, através dos links indicados, você pode encontrá-los na loja de apps do seu celular. Título: Tela inicial do Canva para criação de planos de aula. Fonte: https://www.canva.com/pt_br/criar/plano-aula/ Ressalto, ainda, que no contexto das Metodologias Ativas é importante envolver, efetivamente, o aluno em seu planejamento. De que forma? Considerando as suas necessidades formativas, as suas sugestões, e construindo com ele os desafios que nortearão a sua prática pedagógica. Ora, afinal, ele deve ser sujeito, protagonista do seu processo de construção do conhecimento, não é mesmo? https://www.canva.com/pt_br/criar/plano-aula/ https://classroom.google.com/ https://www.google.com/intl/pt-BR/docs/about/ https://www.google.com.br/keep/ https://pt-br.padlet.com/ https://nearpod.com/how-nearpod-works https://www.canva.com/pt_br/criar/plano-aula/ https://www.canva.com/pt_br/criar/plano-aula/ ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125 Por fim, nos termos de Garrido (2011, p. 68), sugiro você que reflita sobre as seguintes questões, as quais me parecem basilares para nós, educadores: Como foi construído o processo de ensino-aprendizagem? Que relações têm com este que estamos produzindo? A que necessidades sociais respondem? Em que organizações sociais? Foram bem- sucedidos? Por que? Que métodos, técnicas e recursos foram necessários para viabilizar o ensino? Quais os que precisaram ser criados? Quais os que já existiam e, até por existirem, possibilitaram a elaboração de novas propostas? Quais permaneceram? Ainda são válidos? Por que? Quais permaneceram apesar de inúteis? Que função cumprem? Quais organizações escolares são favorecidas por eles? E aí, quais são as políticas de ensino existentes? Quem as elabora? A que necessidades respondem? Quais existiram antes destas? Como se relacionam? Quais direções de sentido estão nelas contidas? Como tem sido o exercício profissional dos que ensinam? Quem são? O que pensam? Que valores têm? E dos que aprendem? Quem são? O que querem? Por que querem O que queremos deles? Com isso, estaremos mais preparados para desenvolvermos planos de aulas, em nosso caso com Robótica, mais adequados e efetivos, tal como o que se apresenta a seguir. Exemplo de Plano de aula com Robótica Público-alvo: Educação Infantil. Unidade didática: O Robô Humano Duração: 120 min (previsão) Objetivo Geral: Compreender o que é um robô, o que é programação e como esses dois temas podem estar relacionados. Objetivos Específicos: 1. Entender o que é um robô. 2. Entender o que é programar. 3. “Escrever” programas para que o professor (robô humano) realize tarefas pré-determinadas Conteúdos: 1. Noções gerais de robótica. 2. Noções gerais de programação. Recursos: • Sala com espaço livre (amplo). • Carrinho robô (possivelmente, algum aluno deve ter para poder emprestar para a realização da atividade). • Braço robótico (caso a escola possua Kit de Robótica. Caso não, é possível construir com os alunosa partir de sucatas variadas). • Cartões com comandos para o robô humano. • Fita crepe (para montar a pista [Tabuleiro quadriculado] onde o robô humano irá caminhar). • Objetos para o robô humano pegar. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126 Sequência didática: 1. Boas-vindas [20 min] Tempo dedicado às apresentações iniciais. 2. Preparação/inicialização [30 min] O professor promoverá um debate, com o auxílio de fotos e vídeos, buscando o entendimento do que vem a ser um robô. Robôs são máquinas que podem seguir instruções para executar ações no mundo real e, em alguns casos, mudar suas ações ao perceber alguma alteração no ambiente. Pode-se também, durante o debate, fazer os seguintes questionamentos (sempre acompanhados de exemplos): • Robôs são máquinas? (SIM) • Robôs têm que ter partes móveis? (SIM) (Será?) • Robôs pensam sozinhos? (NÃO) (Não?) • Robôs têm que se parecer com seres humanos? (NÃO) • Robôs têm que se movimentar no ambiente? (NÃO) • Alguns Robôs podem dizer como está o ambiente ao seu redor? (SIM) • Pessoas dizem aos robôs como se comportar usando instruções chamadas de programas? (SIM) • Etc. 3. Desenvolvimento dos trabalhos [60 min] Serão apresentados os dispositivos com os quais os alunos irão trabalhar nas próximas aulas (carro Robô e braço Robótico). Durante a apresentação pode-se fazer um paralelo entre os dispositivos apresentados e a discussão realizada sobre o que vem a ser um robô. Pode-se mostrar a diferença entre uma “máquina” que segue instruções e outra que não, mostrando o carrinho robô andando sozinho (sem bater nas coisas, por exemplo) e um carrinho de brinquedo que não anda sozinho. O carrinho robô estará com o programa de desviar de obstáculos carregado. As crianças serão estimuladas a aproximarem as mãos do robô para vê-lo mudar de direção. É importante dizer às crianças que elas aprenderão a programar o carrinho robô para agir dessa forma. Os alunos, também, manipularão o braço robótico (do Kit ou construído com o professor) de forma que esse pegue objetos. Na sequência, os alunos, organizados em grupos, programarão o professor (robô humano), por meio de cartelas com comandos preestabelecidos, a realizar uma tarefa também predeterminada. Para essa atividade, a sugestão é que se crie um tabuleiro quadriculado no chão, onde cada quadrado represente um passo do professor. Dentro do tabuleiro podem ser colocados objetos, e o professor deverá chegar até eles, pegá-los e levá-los até o destino. É interessante que se coloque mais de um objeto e em posições que possibilitem diferentes possibilidades de caminhos para a realização da tarefa. Assim, é possível que os grupos façam programas diferentes e pode-se avaliar, por exemplo, junto com os alunos, que grupo criou o programa onde o robô deu menos passos (os alunos não devem ser avisados de que essa avaliação poderá ser feita). É importante que o professor comece com objetivos simples, como, por exemplo: “dar um passo, pegar objeto, dar um passo, soltar objeto”. Aos poucos a dificuldade vai sendo aumentada Importante verificar, por meio de perguntas, se os alunos entendem que um programa é, basicamente, uma sequência de comandos (ou ordens), para um ser/objeto executar (obedecer). Se os alunos desejarem, pode-se colocá-los, um por vez, para ocuparem o lugar do robô humano, executando os comandos ditados pelos colegas. Avaliação: Analise se o aluno: 1. Percebe que alguma coisa não está funcionando como esperado. 2. Conserva a meta. 3. Tem uma hipótese para a causa do problema. 4. Tem uma solução para o problema. 5. Entende o que é um robô. 6. Entende o que é uma programação. Título: Exemplo de um plano de aula com Robótica. Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em DuinoBlocks4Kids (2017). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127 ISTO ESTÁ NA REDE Para conhecer, interagir e se inspirar em exemplos como esse, acesse http:// ginape.nce.ufrj.br/LIVRE/paginas/db4k/downloads/DuinoBlocks4Kids-Planos_ de_Aula.pdf. 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA O uso eficiente dos recursos nas escolas não é suficiente para que essa alcance o seu fim maior que é a formação de seres humanos. Para tanto, precisamos ir além. Além de utilizarmos os recursos eficientemente, é necessário que o façamos de forma efetiva, o que implica, no âmbito escolar, ampliar os horizontes das pessoas que dela participam direta ou indiretamente. Nesse sentido, situamos aqui a importância do planejamento, o qual é, sobretudo, um instrumento privilegiado no contexto escolar. Considerando-se que as escolas fazem parte de uma totalidade histórica e sociocultural, o planejamento engloba estratégias, mas é mais ampla. O planejamento contempla múltiplas dimensões: política-ideológica, ética, psicopedagógica, epistemológica, dentre outras. Ao lado disso, requer a resposta a algumas questões, nos termos tratados nesta aula. E dando continuidade a essas discussões tão fundamentais para nós, profissionais da educação, especialmente professores, em nosso próximo encontro abordaremos os projetos de ensino, e conheceremos algumas metodologias de projetos em que a Robótica é a Metodologia Ativa norteadora. Então, vamos lá! http://ginape.nce.ufrj.br/LIVRE/paginas/db4k/downloads/DuinoBlocks4Kids-Planos_de_Aula.pdf http://ginape.nce.ufrj.br/LIVRE/paginas/db4k/downloads/DuinoBlocks4Kids-Planos_de_Aula.pdf http://ginape.nce.ufrj.br/LIVRE/paginas/db4k/downloads/DuinoBlocks4Kids-Planos_de_Aula.pdf ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128 CAPÍTULO 13 PROJETOS E SEUS LUGARES NOS PROCESSOS ENSINO- APRENDIZAGEM 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Em nossa aula anterior, dialogamos sobre planejamentos e seus repertórios na educação, considerando-se tipos, importância e elementos básicos dos planejamentos de ensino-aprendizagem. Na aula de hoje, abordaremos os projetos ensino-aprendizagem, projetos pedagógicos ou projetos de trabalho, os quais são tão caros às Metodologias Ativas, em geral, e à Robótica educacional, em especial. Nesses termos, trataremos do papel da interdisciplinaridade na educação, conheceremos alguns exemplos de metodologias de projetos e alguns pilares na área. Esperamos que, assim, você se inspire a trabalhar com a Robótica para além de aulas específicas, mas de forma mais sistêmica e universal em seu planejamento ensino- aprendizagem. Afinal, os projetos são um excelente caminho para isso, conforme veremos em nosso encontro de hoje. Então, vamos juntos! 1.2 PROJETOS ENSINO-APRENDIZAGEM E SEUS PILARES INOV(ATIVOS) Conforme vimos em nossa última aula, o planejamento, seja ele qual for, remete a uma ação intencional, ou seja, organiza-se em prol do alcance de determinados objetivos. Para tanto, deve ser delineado, desenvolvido e implementado, considerando- se alguns pontos, tais como definição de temas; problemas/desafios; público-alvo; mediador; sequência didática; avaliação etc. Assim como os planos de aulas são um tipo de planejamento de ensino-aprendizagem, os projetos também o são. Contudo, os projetos são mais amplos e têm, sobretudo, como eixo central a interdisciplinaridade. Os projetos, tal como veremos, são planejamentos ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129 que envolvem pessoas em uma ação sistêmica em prol de objetivos comuns e da resposta a problemáticas comuns. Bem, muitas pessoas confundem, mas existem diferenças entre multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, você sabia? Nesse sentido, analise, com atenção, as figuras seguintes. Título: Diferenças entre multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Fonte: elaborada pela autora, com fundamentação em Rodrigues (2021). ROBÓTICANA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130 Você percebeu as diferenças? Pois bem, a multidisciplinaridade trata de duas ou mais disciplinas que, em algum momento, estão juntas para fornecer informações uma para a outra, mas sem o compromisso de ações integradas e sem a realização de um trabalho em sintonia para alcançar objetivos comuns. Já na pluridisciplinaridade temos uma sintonia maior, pois, nesta, as disciplinas se organizam para estudar um objeto comum. Contudo, ainda aqui, não há uma conexão que visa responder desafios comuns. Isso acontece no campo da interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade, vai além, pois busca, através de uma organização disciplinar integrada e sistêmica, a troca de informações entre as disciplinas envolvidas no projeto, com vistas ao alcance dos objetivos estabelecidos nesse tipo de planejamento. E, por fim, a transdisciplinaridade, em geral, é um campo que pretende extrapolar os limites disciplinares para construir novos sentidos e significados para os desafios das áreas do conhecimento. ISTO ESTÁ NA REDE Para mais algumas reflexões sobre a temática, assista o vídeo “Interdisciplinar, Multidisciplinar e Transdisciplinar” no Canal “Pensar Educação” através do link: https://www.youtube.com/watch?v=hOdTNZVuIwc Os projetos de ensino-aprendizagem, pedagógicos ou de trabalho, são planejamentos circunscritos às Metodologias Ativas já que pressupõem os alunos como agentes protagonistas da sua construção do conhecimento; a ludicidade, tal como já conversamos; e, sobremaneira, a interdisciplinaridade. Se conseguir engendrar um trabalho transdisciplinar, melhor ainda, não é mesmo? Os projetos não são algo novo no campo educacional, pois esses são propostos, desde a década de 30 do século XX, no contexto da Escola Nova. Contudo, de lá para cá, têm se sofisticado, especialmente do ponto de vista metodológico, e, inclusive, hoje, no século XXI, estão previstos em marcos orientadores e reguladores da educação tais como a lei n. 9.394, a qual trata das diretrizes e bases da educação nacional (LDB 9.394) (BRASIL, 1996), e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018). Saiba que para desenvolvermos um projeto adequado, devemos nos atentar para alguns pontos importantes. O primeiro deles é a etapa de construção do projeto, a qual deve considerar um tema central que atenda não somente às diretrizes curriculares, mas https://www.youtube.com/watch?v=hOdTNZVuIwc https://www.youtube.com/watch?v=hOdTNZVuIwc ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131 também aos interesses dos alunos e da Comunidade Escolar. Para tanto, o trabalho de escuta pelo docente aqui é fundamental. Então, sugiro que você busque, sempre, desenvolver a empatia pelos alunos, às suas famílias, à Sociedade. Com isso, teremos melhores condições de, com eles, viabilizar um projeto em que todos, efetivamente, se envolvam e, assim, aprimorem: • a sua reflexão, • o questionamento, • a análise, • as comparações, • a pesquisa, • a atuação responsável, dentre outras habilidades e competências tão necessárias e requeridas na atualidade. Título: Atenção à escuta. Fonte: https://images.pexels.com/photos/7298656/pexels-photo-7298656.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Cada projeto é único e, em geral, as escolas têm o seu próprio modelo. Contudo existem, alguns elementos que são constitutivos nesse planejamento, que são: 1) definição do problema/desafio; 2) organização e planejamento do trabalho propriamente dito; 3) coleta, trato e registro das informações; e 4) avaliação do trabalho, em geral, e das aprendizagens, em específico; e comunicação dos resultados dos trabalhos. Alguns autores sugerem alguns pontos específicos nesse processo de planejamento, conforme os exemplos organizados por Barbosa e Horn (2012, p..67), os quais apresentamos a seguir. https://images.pexels.com/photos/1476321/pexels-photo-1476321.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/7298656/pexels-photo-7298656.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132 Exemplo 1 – Por Adriana Beatriz Gondin a. Incentivo (sensibilização); b. formulação do propósito (objetivo); c. elaboração cooperativa do plano; d. desenvolvimento (realização das tarefas e atividades planejadas); e. avaliação e autoavaliação. Momentos de um projeto a. Seleção e definição de um tópico ou problema; b. planejamento das atividades; c. desenvolvimento do projeto: levantamento de informações, organização das informações experiências realizadas; d. reflexão e sistematização; e. conclusões e comunicação. Etapas de um projeto a. Fundamentos; b. localização; c. eixo integrador; d. justificativa; e. objetivos; f. temáticos; g. estruturas e recursos; h. avaliação; i. conclusão. Exemplo 2 – Por Josette Jolibert, Etapas de um projeto a. Planejamento do projeto, das tarefas a serem realizadas e das responsabilidades; b. realização das atividades; c. finalização do projeto; d. avaliação coletiva do projeto; e. avaliação das aprendizagens durante o projeto. Exemplo 3 – Por Miriam Celeste Martins a. Título do projeto; b. justificativa; ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133 c. objetivos; d. conteúdos; e. dinâmica; f. avaliação inicial: sondagem para o levantamento de repertório; g. encaminhamento de ações: avaliação contínua e replanejamento; h. sistematizações do conhecimento: finalização e avaliação somatória. i. avaliação do projeto pelos educandos e pelos educadores. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Quer se inspirar com uma professora, vencedora do Prêmio Educador Nota 10, a mais importante premiação da Educação Básica Brasileira? Então, ela desenvolveu um projeto super bacana com crianças da Educação Infantil, o qual teve como tema “A pesquisa como prática educativa: aprendendo a aprender com os quero-queros”. Bora lá assistir? Então, clique em: https://www.youtube.com/watch?v=EGnED3vvt9k Independentemente da metodologia de projetos utilizada, você, sempre, deve considerar elementos tais como os apresentados no quadro seguinte. PROJETO “TÍTULO” RESPONSÁVEIS: DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: TURMA / TURMAS (PÚBLICO-ALVO): DURAÇÃO: COMPETÊNCIAS / HABILIDADES: OBJETIVOS: JUSTIFICATIVA: METODOLOGIAS / ATIVIDADES: RECURSOS: AVALIAÇÃO: CRONOGRAMA: REFERÊNCIAS (utilizadas para a elaboração do projeto): BIBLIOGRAFIA (a serem utilizadas no decorrer do desenvolvimento do projeto, podendo-se incluir outras): Título: Modelo de um projeto de ensino-aprendizagem. Fonte: elaborado pela autora. https://www.youtube.com/watch?v=EGnED3vvt9k ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 134 ISTO ESTÁ NA REDE Para conhecer e se inspirar em projetos, com kits de Robótica ou mesmo com sucatas, consulte o “Manual pedagógico de Robótica Educacional” através do link: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/602525/2/Manual%20 pedagogico%20de%20robotica%20educacional.pdf. Precisamos, ainda, tratar, com o carinho merecido, de um ponto essencial em qualquer planejamento: a avaliação. Em processos ensino-aprendizagem, temos três tipos de avaliação, conforme imagem seguinte. Título: Tipos de avaliação nos processos ensino-aprendizagem. Fonte: elaborada pela autora. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA OU INICIAL => Esse tipo de avaliação, como o próprio nome expressa, é realizado no início do processo ensino-aprendizagem, em geral, ou de uma etapa desse, em específico. Essa avaliação serve para verificar os conhecimentos e as competências/habilidades que os discentes têm sobre determinado tema ou conjunto de temas. Esse tipo de avaliação serve, sobretudo, como uma bússola para o professor ter melhores condições de desenvolver o seu planejamento em prol de um alunoreal. AVALIAÇÃO FORMATIVA OU PROCESSUAL => Esse tipo de avaliação acontece durante todo o processo ensino-aprendizagem. Por ser mais ampla, a avaliação formativa ou processual pode englobar diferentes técnicas de coleta de dados (provas, quizzes, observações, estudos de caso etc) e deve considerar as diversas dimensões das aprendizagens (cognitivas, sociais e afetivas). https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/602525/2/Manual%20pedagogico%20de%20robotica%20educacional.pdf https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/602525/2/Manual%20pedagogico%20de%20robotica%20educacional.pdf https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/602525/2/Manual%20pedagogico%20de%20robotica%20educacional.pdf ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135 AVALIAÇÃO SOMATIVA OU FINAL => Esse tipo de avaliação, comumentemente mais utilizado, acontece ao final do processo ensino-aprendizagem para verificar o que o aluno aprendeu, ou seja, aqui se compara o obtido com os dados coletados quando da realização da avaliação diagnóstica ou inicial. Considere que todos esses tipos são importantes, e têm o seu lugar nos processos ensino-aprendizagem. Contudo, no contexto das Metodologias Ativas, em geral, e da Robótica na educação, em particular, a avaliação formativa ou processual é mais cara. Afinal, aqui estamos mais interessados e focados nos processos de construção do conhecimento pelo aluno, sujeito de aprendizagem, e nas maneiras que podemos orientá-lo em seu percurso formativo. Assim sendo, a avaliação formativa ou processual é um outro eixo central dos planejamentos – planos de aula ou projetos pedagógicos, por exemplo. Nos termos da BNCC (BRASIL, 2018), a avaliação deve se configurar como um acompanhamento contínuo e progressivo, e deve estar atrelada a múltiplos instrumentos. [...] é preciso acompanhar tanto essas práticas quanto as aprendizagens das crianças, realizando a observação da trajetória de cada criança e de todo o grupo suas conquistas, avanços, possibilidades e aprendizagens. Por meio de diversos registros, feitos em diferentes momentos tanto pelos professores quanto pelas crianças (como relatórios, portfólios, fotografias, desenhos e textos), é possível evidenciar a progressão ocorrida durante o período observado, sem intenção de seleção, promoção ou classificação de crianças em “aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não prontas”, “maduras” ou “imaturas”. Trata- se de reunir elementos para reorganizar tempos, espaços e situações que garantam os direitos de aprendizagem de todas as crianças (BRASIL, 2018, p. 39). (grifos nossos) Então, para concluir o nosso encontro de hoje, gostaria que tenha em mente que os projetos de ensino-aprendizagem com Robótica devem se organizar, sobretudo, em torno dos pilares, nos termos apresentados no quadro seguinte. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136 Pilar Orientação Sentir e imaginar o problema e encontrar uma solução. Oferecer condições para que os alunos aprimorem suas habilidades e competências ligadas ao currículo e ao uso das tecnologias. Aplicar a solução através de kits de Robótica e/ou da reciclagem, do entendimento da programação e da construção de protótipos. Introduzir e ampliar o conhecimento das diferentes áreas do conhecimento na Robótica, elaborando construções de maneira a realizar experimento, levantando e testando hipóteses, aguçando a curiosidade, trabalhando com resolução de problemas, alavancando a criatividade e inventividade com trabalho de colaboração entre os estudantes. Compartilhar o aprendizado. Sensibilizar e mobilizar os alunos para mudança de hábitos, especialmente referente ao lixo e a reciclagem. Capacitando-os para serem multiplicadores de boas práticas junto à comunidade. Título: Pilares do trabalho com projetos com Robótica, com sugestões. Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Macêdo e Faria (2021). Título: Arranjos em aberto... Fonte: https://images.pexels.com/photos/1476321/pexels-photo-1476321.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Vamos começar? 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Em nosso encontro de hoje, tratamos da importância dos projetos ensino- aprendizagem, tendo em vista o seu lugar na formação dos alunos. Constatamos que a interdisciplinaridade, além de ser um eixo central da metodologia de projetos, é uma dimensão essencial no contexto da formação integral dos alunos na contemporaneidade, no século XXI. https://images.pexels.com/photos/1476321/pexels-photo-1476321.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/1476321/pexels-photo-1476321.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137 Além disso, vimos que projetos com Robótica devem ser configurados em torno de determinados pilares, os quais se situam no campo das denominadas Metodologias Ativas. Perceba que essa é uma realidade que já se apresenta como possível para a educação, mas que precisamos, ainda, caminhar muito para alcançarmos as possibilidades já presentes e futuras. Assim, em nossas duas últimas aulas, voltaremos o nosso olhar para um futuro que já se engendra no presente, e que tem impactado fortemente a Robótica na educação: movimento Maker, realidade virtual e aumentada, Big Data, dentre outros. Então, preparado? Vamos nessa? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 138 CAPÍTULO 14 POSSIBILIDADES PRESENTES E FUTURAS PARA A ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA A educação tem uma longa história, a qual se confunde com a própria história da humanidade. Afinal, as pessoas, especialmente no contexto do seu percurso civilizatório, se constituem no engendramento das relações de ensino-aprendizagem possíveis em cada momento histórico. Esse longo itinerário educacional que produzimos configurou o que hoje, no século XXI, denominamos de Educação 4.0/5.0. Mas qual será o futuro da educação? De que forma as tecnologias se farão presentes neste futuro? O que podemos esperar? Como podemos atuar conscientemente, criticamente e com compromisso humano na construção deste futuro? O que a realidade da história presente já nos sinaliza nesse sentido? Em nosso encontro de hoje, conversaremos sobre algumas possibilidades, sobre algumas perspectivas que já se anunciam nesse sentido. Nesses termos, abordaremos, o denominado ciberespaço, e situaremos a Robótica em seu contexto; o Movimento Maker/a Cultura Maker; dentre outros assuntos pertinentes para o campo de saberes e fazeres Robótica na educação. Parece, pois, que o caminho está aberto à múltiplas POSSIBILIDADES... A questão que nos parece mais sensata no momento para nós profissionais da educação é decidir: qual será o nosso papel nele? Então, vamos lá! 1.2 QUAL FUTURO DA EDUCAÇÃO, EM GERAL, E DA ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO, EM ESPECÍFICO, SE ANUNCIA NA HISTÓRIA PRESENTE? A Robótica na educação, conforme sabemos, se configura no contexto da geração educacional 3.0 e, atualmente, é fortemente impactada, especialmente, pelos engendramentos tecnológicos das gerações 4.0 e 5.0. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 139 Você conhece as características dessas gerações? Bem, vamos lembrar que a geração educacional 1.0, constituída desde a Antiguidade, mas fortemente presente durante a Idade Média e com forte marcação monástica e escolástica, nesse período, foi constituída pela pedagogia tradicional e influenciada, sobretudo, por valores cristãos. A geração 2.0, configurada no contexto da Revolução Industrial e desenvolvida em prol dos interesses da modernidade em ascensão, foi marcada pela diversidade pedagógica e já orientada por metodologias, e tecnologias variadas, tal como vimosem aulas anteriores. Já a geração 3.0, delineada no início do século XX, início da denominada pós- modernidade, caracterizada por transformações profundas das tendências pedagógicas, historicamente, construídas, teve, e ainda o tem, condicionamentos fortemente tecnológicos, incluindo aí os da Robótica. Afinal, a Robótica na educação surge nessa geração, e busca contribuir para que as pedagogias, intermediadas, sobretudo, pelas tecnologias, ampliem os seus repertórios formativos, bem como já tratamos. A geração 4.0, desenvolvida no final do século XX, é marcada, radicalmente, pela intermediação das tecnologias de informação e comunicação (TICs), especialmente as digitais (TDICs). E a geração 5.0, em desenvolvimento, a qual engloba a Educação 4.0, mas, também, direciona pedagogias para a construção de competências e habilidades socioemocionais. Para um panorama sintético das gerações 1.0 a 4.0, analise, com atenção, o quadro seguinte. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 140 Título: Quadro comparativo entre gerações educacionais. Fonte: Passos (2019). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 141 No contexto das gerações 4.0/5.0, situamos a Robótica na educação da contemporaneidade. A Robótica na educação desta década do século XXI engloba todos os aparatos materiais que a constituíram, mas também as virtualidades em forte ascensão. Isso significa que, atualmente, podemos trabalhar a Robótica em sala de aula no ciberespaço, especialmente através das realidades virtual e aumentada, conforme discutiremos em nosso próximo encontro. Título: O mundo em rede. Fonte: https://images.pexels.com/photos/147413/twitter-facebook-together-exchange-of-information-147413.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ISTO ESTÁ NA REDE É possível pensar as sociedades atuais, no século XXI, sem nos remetermos aos papéis das tecnologias em suas formações? Partindo dessa questão, o vídeo “Pierre Lévy e a Cibercultura” discorre sobre esses papéis, pontuando características do ciberespaço e da cibercultura. Nesse contexto, discute o papel das denominadas tecnologias avançadas, destacando as redes sociais virtuais enquanto importantes recursos que configuram os espaços virtuais e as identidades individuais, e coletivas, na atualidade. Assim, precisa, também, o papel das novas formas de comunicação em rede – comunidades on-line, jogos sociais, mídias sociais, dentre outras -, sinalizando para as novas formações em rede, as quais englobam maneiras específicas de produção e veiculação audiovisual e performática nos contextos contemporâneos, os quais não podem ser desconsiderados pela educação. Para tanto, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ZYg70y6p3v8 Saiba que Pierre Lévy é um dos mais renomados pensadores deste “Admirável mundo novo”, o qual vale a pena você conhecer, e se aprofundar em suas obras. Para tanto, eis aqui algumas sugestões que organizei para você, as quais são apresentadas no quadro seguinte. https://images.pexels.com/photos/147413/twitter-facebook-together-exchange-of-information-147413.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/147413/twitter-facebook-together-exchange-of-information-147413.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?v=ZYg70y6p3v8 https://www.youtube.com/watch?v=ZYg70y6p3v8 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 142 Autor Obras Pierre Lévy As Tecnologias da Inteligência – o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. O Que é o Virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 1996. A Inteligência Coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 1998a. A Máquina Universo – criação, cognição e cultura. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 1998b. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999. A Conexão Planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. Rio de Janeiro, Editora 34, 2001. Título: Obras imperdíveis de Pierre Lévy, um dos maiores pensadores do ciberespaço. Fonte: elaborado pela autora. Enquanto profissionais da educação, especialmente professores, precisamos nos atentar para o fato de que é, cada vez mais, difícil precisar fronteiras entre o virtual e o material. Afinal, o mundo material e o virtual, o ciberespaço, se entrelaçam em nossas vidas cotidianamente, especialmente na realidade das crianças e dos jovens, tal como sabemos. Precisamos, pois, aproveitar a Revolução Digital, marcada pela explosão da geração de dados e informações, o denominado Big Data, em prol dos processos ensino- aprendizagem dos estudantes (TAURION, 2013). Nesse cenário, podemos desenvolver atividades com Robótica com sucata, como sabemos, mas também utilizando jogos eletrônicos e digitais, por exemplo, e da Aprendizagem em Movimento (M-Learning) tão presentes no ciberespaço da atualidade. Tal como tão bem salientam Saccol, Schlemmer e Barbosa (2011), o mundo contemporâneo, no século XXI, tem desencadeado novas experiências em relação ao movimento e entre esse e o tempo. Nesse contexto, a aprendizagem em movimento tem se configurado como uma alternativa importante, e até mesmo promissora, nos contextos educacionais atuais. Assim, ganha destaque os dispositivos móveis, tais como telefones celulares, notebooks, palmtops, dentre outros, como recursos a serem considerados na educação. Dessa maneira, esses autores reconhecem que, na atualidade, os espaços fixos ou formais de aprendizagem não são mais a única alternativa para se aprender. Afinal, diante de tantas possibilidades tecnológicas, estamos, também, inventando, produzindo e fortalecendo diversas maneiras de ensinar e de aprender, não é mesmo? ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 143 ISTO ESTÁ NA REDE Ter ou não ter dispositivos móveis em sala de aula? Eis a questão… Brincadeiras à parte, o vídeo “Dispositivos móveis na educação” discorre sobre alguns motivos para se considerar os dispositivos móveis em sala de aula, tendo por base algumas orientações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Os treze motivos apresentados são um convite a reflexão acerca do assunto, e nos ajudam a compreender como esses dispositivos móveis têm um potencial educativo significativo, desde que utilizados com conhecimento e em sintonia com a pedagogia que almejamos, e buscamos construir. Dessa forma, percebe-se que são muitas as suas possibilidades de uso em prol da efetivação de uma educação mais ativa e significativa, as quais precisamos nos disponibilizar a entender e a colocar em ação no contexto dos preceitos da Robótica na educação. Assista o vídeo, acessando: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=PuuWH1ZsW0Y Assistiu? Ficou entusiasmado? Então, vai aí mais uma dica para você. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Assista a live “3 PLATAFORMAS PARA ENSINAR ROBÓTICA NO CELULAR | COMO ENSINAR ROBÓTICA EM SALA DE AULA PELO CELULAR” através do link: https:// www.youtube.com/watch?v=DW4a4DPdmV0. Pois bem, no contexto das possibilidades educativas do mundo virtual se situa a Robótica Inteligente, pois, fortemente, impactada pela evolução da Inteligência Artificial (IA). Contudo, gostaria que você percebesse que trabalhar com a Robótica na educação não é uma simples questão de manobrar peças materiais ou virtuais para se construir algo através de comandos variados (Educação 4.0), mas é, sobretudo, uma questão de se trabalhar valores com os alunos (Educação 5.0). Título: Possibilidades educativas do mundo virtual. Fonte: https://images.pexels.com/photos/7869452/pexels-photo-7869452.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Nesse cenário, situamos um movimento que vai ao encontro da Robótica na educação e a tem influenciado, sobremaneira, nos tempos atuais: o Movimento Maker (Faça você mesmo). https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=PuuWH1ZsW0Yhttps://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=PuuWH1ZsW0Y https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=PuuWH1ZsW0Y https://www.youtube.com/watch?v=DW4a4DPdmV0 https://www.youtube.com/watch?v=DW4a4DPdmV0 https://www.youtube.com/watch?v=DW4a4DPdmV0 https://images.pexels.com/photos/7869452/pexels-photo-7869452.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/7869452/pexels-photo-7869452.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 144 Você já ouviu falar da Cultura Maker? Considerando-se que os estudantes, cada vez mais, demandam um protagonismo nos seus processos de construção do conhecimento, tendo em vista uma aprendizagem mais ativa e significativa, Mello, Neto e Petrillo (2019) discorrem sobre o denominado Movimento Maker. Nesses termos, esses autores discutem a Cultura Maker, a qual destaca a essencialidade do aprender fazendo, do colocar a “mão na massa” mesmo, especialmente em processos e práticas de ensino-aprendizagem. Para tanto, ressaltam a importância das aprendizagens colaborativas e as tecnologias em redes como significativos contributos para uma educação mais construtivista e conectivista, nos termos da Cultura Maker, abordada no “Manifesto Maker”, o qual exalta alguns princípios básicos dessa cultura, os quais apresentamos na figura seguinte. Título: Princípios básicos da Cultura Maker. Fonte: elaborada pela autora. ISTO ESTÁ NA REDE O vídeo “Cultura Maker na Educação” destrincha a expressão Cultura Maker, destacando que qualquer pessoa é capaz de resolver problemas, criar alternativas, produzir ferramentas, inovar. Para tanto, é preciso que sejam reconhecidas como sujeitos do seu processo de construção de saberes e fazeres. Nesse sentido, eis que é necessário que, por um lado, tenham a oportunidade de fazê-lo e, por outro lado, o façam, ou seja coloquem a “mão na massa”. Partindo do princípio de que a Cultura Maker democratiza o conhecimento, o vídeo trata da sua importância nos contextos escolares. Entende-se, pois, que a escola deva se configurar como um espaço de experimentação, de práticas de conhecimentos. Portanto, a Cultura Maker é uma grande aliada da educação, em geral, e da Robótica na educação, em específico. Nesse contexto, o vídeo apresenta alguns exemplos e os problematiza no sentido de nos ajudar a compreender as possíveis contribuições da Cultura Maker para a escola. Por exemplo: ao invés de somente ensinar uma receita de um bolo para o aluno, que tal ajudá-lo a fazer um bolo? Assista: https://www.youtube. com/watch?app=desktop&v=Asen8J9cW8s E que tal, enquanto assistir o vídeo, refletir sobre o seguinte: por que é tão importante que os alunos coloquem a “mão na massa” em seus processos de construção do conhecimento? https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Asen8J9cW8s https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Asen8J9cW8s https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Asen8J9cW8s ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 145 E para te ajudar nessa reflexão, analise, com atenção, o infográfico seguinte. Título: Como a cultura Maker está modificando a educação. Fonte: Novos alunos (2023). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 146 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O vídeo “Espaço Maker na escola” apresenta um relato de experiência de uma escola que criou um espaço Maker para contribuir com as aprendizagens dos alunos, especialmente no campo da robótica. A experiência apresentada é inspiradora, considerando-se que podemos fazer mais do que pensamos, desde que sejamos movidos pelos desafios. Acesse: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=RHXidHmr7eU Então, se sentiu motivado? Que tal organizar redes e começar a criar um espaço Maker na sua escola? Afinal, “faça você mesmo”! 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Na aula de hoje, vimos que a Educação 4.0/5.0 que agora se fortalece no campo educacional brasileiro não pode se furtar dos contributos das tecnologias contemporâneas. Constatamos que a realidade atual, no século XXI, configura-se em uma quase simbiose entre o virtual e o material, caracterizando o que chamamos de cibercultura. Realidade essa que nos desafia, especialmente como profissionais da educação, a considerar o ciberespaço, a Aprendizagem em Movimento (M-Learning), o Movimento Maker/a cultura Maker em nossas pedagogias. Afinal, nos parece que nunca tivemos tantas possibilidades para construir um mundo mais colaborativo e inclusivo, tal como temos hoje. E não é mesmo a educação um caminho primoroso para a construção desse mundo que tem nos parecido tão possível? Assim sendo, em nosso último encontro, abordaremos as realidades virtual e aumentada, o metaverso e a Internet das Coisas, dentre outros assuntos, que têm, sobremaneira, contribuído com uma verdadeira revolução na Robótica na educação. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=RHXidHmr7eU https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=RHXidHmr7eU https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=RHXidHmr7eU ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 147 CAPÍTULO 15 O FUTURO BATE À PORTA 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Quais os possíveis impactos da Inteligência Artificial (IA) nos contextos educacionais presentes e futuros? Em nosso último encontro, conversamos sobre o ciberespaço, a Aprendizagem em Movimento (M-Learning), o Movimento Maker/a cultura Maker, e as suas possíveis implicações em nossas pedagogias. Nesta nossa última aula, abordaremos algumas tecnologias emergentes, e em expansão, na educação: realidades virtual e aumentada, Metaverso, ChatGPT, dentre outras, as quais têm impactado, fortemente, o cenário da Robótica na educação. Todo esse universo tecnológico, o qual parece distante para muitos, já se anuncia como uma forte tendência para a educação, em um futuro próximo. Percebe-se, pois, que o futuro bate à porta, e não podemos deixar de reconhecê-lo. Afinal, este futuro deve pertencer a todos, não é mesmo? Então, vamos conhecê-lo e assumi-lo como um caminho possível para a ampliação dos nossos horizontes educacionais. E que seja bem-vindo! Então, vamos começar? 1.2 TECNOLOGIAS EMERGENTES, E EM EXPANSÃO, NA EDUCAÇÃO Estudos do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) apontam uma expansão do uso de tecnologias educacionais, especialmente ligadas a Inteligência Artificial (IA), com destaque para a Robótica, em escolas do Ensino Fundamental e Médio, no Brasil, até 2030 (SESI; SENAI, 2019). Sabemos que a IA tem impactado, cada vez mais, na sofisticação da Robótica, em geral, e da Robótica na educação, em específico. Impacto esse que, segundo os estudos supracitados, poderá revolucionar as metodologias de ensino-aprendizagem nos próximos anos. Nesse sentido, peço que você analise, com atenção, os quadros seguintes, os quais apresentam as ferramentas que já se encontram presentes em algumas escolas no país, e outras que estão na “esteira” de produção para uso na educação, em um futuro próximo. http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/ http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/ http://www.portaldaindustria.com.br/senai/ http://www.portaldaindustria.com.br/senai/ ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 148 Tecnologias em uso, e em expansão, na educação contemporânea Plataformas LMS para aprendizagem colaborativa As plataformas LMS tendem a ser personalizadas para melhor atender aos alunos nos processos de integração em ambientes virtuais como, por exemplo, na resolução colaborativa de problemas. Ensino personalizado e Sistemas afetivos/ emocionais Desafios, conteúdo e avaliações serão cada vez mais aplicados de acordo com o grau de conhecimento e o estado afetivo de cadaaluno. Podem gerar também emoções e modular a fala para melhorar a comunicação com os estudantes. Livros didáticos serão customizados de acordo com o perfil do estudante (smartbooks). Sistemas tutores inteligentes Serão cada vez mais capazes de decidir, de forma autônoma, qual a melhor estratégia pedagógica para ser utilizada com o aluno em cada momento. Jogos sérios Inclusão de características típicas dos jogos, como pontuações e premiações, para manter o interesse do aluno no conteúdo. Learning analytics Permite realizar predições a partir de uma grande quantidade de dados, como a tendência ao abandono em cursos. Serão cada vez mais utilizados para melhorar o processo e as ferramentas de aprendizagem. Visão computacional Uso de sistemas que obtêm informação de imagens ou dados multidimensionais. Deve ser usada na robótica e em sistemas tutores inteligentes. Processamento de língua natural Compreensão pelo computador da linguagem humana e tradução simultânea de voz e texto em tempo real. Cursos online semipresenciais Tendem a ser menores e utilizados de forma mista, ou seja, os alunos poderão optar por realizar alguns módulos por meio da plataforma e atividades práticas de forma presencial. Título: Tecnologias em uso, e em expansão, na educação contemporânea. Fonte: Sesi & Senai (2019). Possibilidades tecnológicas na educação, a serem implementadas até 2030 Fones de ouvido “tradutores” Permitirão a comunicação e colaboração entre pessoas que não falam a mesma língua por meio da tradução automática em tempo real. Essa tecnologia ampliará a troca de conhecimentos entre estudantes de vários países, que interagirão cada um deles no seu idioma natural. Óculos inteligentes Incorporarão cada vez mais funcionalidades, integrando informações em um pequeno display e interpretando comandos de voz. Jogos sérios envolvendo inteligência artificial, realidades aumentada e mista As tecnologias serão mais acessíveis do ponto de vista econômico e mais utilizadas na educação. Criatividade computacional Ligada à produção artística por meio de programação com uso de modelos matemáticos e da ótica. Já impacta o ensino de artes e música e deverá ser usada em várias áreas da educação. Ética computacional Assistentes pessoais poderão atuar com personalidades que mais se adequem a cada aluno, buscando incentivar princípios éticos. Ecossistemas educacionais Ampla convergência das tecnologias educacionais, que vão integrar sistemas educacionais (ITS, LMS, MOOCS) e robótica educacional por meio da total conexão entre eles e com diversos dispositivos e aplicativos de acordo com as estratégias pedagógicas para melhorar o aprendizado de cada aluno. Título: Possibilidades tecnológicas na educação, a serem implementadas até 2030. Fonte: Sesi & Senai (2019). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 149 O que você pensa sobre isso? Saiba que essa realidade que parece tão distante para muitos já se configura, e se fortalece, no contexto educacional contemporâneo. Contudo, enquanto profissionais da educação, especialmente professores, precisamos, além de saber que essas tecnologias existem, nos organizar para que todos os alunos tenham direito a elas, não é mesmo? No campo da Robótica na educação, em específico, os sistemas de IA têm provocado revoluções. Nesses termos, atualmente, a Robótica tem englobado sistemas variados, tal como apresentamos na figura seguinte. Título: Sistemas da IA que impactam na Robótica Inteligente. Fonte: Medeiros (2018). ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Nesse sentido, sugiro que você conheça uma experiência bem interessante na área. Assista o vídeo “O uso da Inteligência Artificial na educação”. Esse vídeo apresenta duas experiências de escolas, uma no Ensino Fundamental e outra no Ensino Superior, que já incorporaram contribuições diretas e significativas da IA em suas pedagogias. Para tanto, clique em: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=bc-Qm7wN5fU Bem, no contexto dos impactos da IA na Robótica na educação, destacamos as realidades virtual e aumentada. Essas contribuem, sobremaneira, para que os alunos, através de imersões no ciberespaço, experimentem todas as possibilidades da Robótica, especialmente em laboratórios virtuais. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=bc-Qm7wN5fU https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=bc-Qm7wN5fU https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=bc-Qm7wN5fU ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 150 Você conhece a diferença entre essas realidades? Então, enquanto a realidade virtual é um mundo criado totalmente no ciberespaço, a realidade aumentada utiliza no mundo real, mas amplia a sua experiência com ele e inclui, nesse, objetos virtuais. Na realidade virtual, por exemplo, podemos atribuir comandos a robôs virtuais; enquanto na realidade aumentada, podemos expandir experimentações com robôs físicos, através do uso de óculos inteligentes, por exemplo. Título: Óculos inteligentes. Fonte: https://images.pexels.com/photos/7241294/pexels-photo-7241294.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ISTO ESTÁ NA REDE O que, realmente, diferencia as tecnologias realidade virtual e realidade aumentada? A animação “Qual é a diferença entre realidade virtual e realidade aumentada”, a qual parte desse questionamento, pontua as diferentes telas – computadores pessoais, notebooks, tabletes, smartphones, televisões, dentre outras - que temos nos relacionado na contemporaneidade, no século XXI. Considerando-se essas diferentes telas e os seus possíveis usos, diferencia realidade virtual de realidade aumentada. O vídeo, também, destaca que a realidade virtual e a realidade aumentada são tecnologias que estão mudando as formas como usamos essas telas, especialmente no que diz respeito às experiências interativas. Sinaliza, ainda, para possíveis mudanças provocadas pelo uso dessas tecnologias na indústria tecnológica em nível planetário, apresentando alguns exemplos dessas tecnologias e de seus usos nesse setor, e em alguns campos da nossa vida cotidiana. Assista através do link: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI. E que tal, enquanto assisti-lo, pensar sobre a seguinte questão: quais as possíveis contribuições das realidades virtual e aumentada para a educação no século XXI? E para conhecer uma experiência prática na área, sugiro que você assista o vídeo “Uma nova realidade em educação”. Este vídeo apresenta uma experiência inovadora desenvolvida com alunos do Ensino Fundamental de uma escola de São https://images.pexels.com/photos/7241294/pexels-photo-7241294.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/7241294/pexels-photo-7241294.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=oJvFwen0ExI ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 151 Paulo/Brasil, a qual apostou em tecnologias mais acessíveis, especialmente do ponto de vista do custo monetário, para propiciar aos seus estudantes atividades com realidades virtual e aumentada. Destaca-se que o projeto apresentado, orientado pela pedagogia do Google Education, buscou alinhar os interesses tecnológicos dos alunos com objetivos educacionais específicos, dando ênfase a uma pedagogia mais divertida e, nesse sentido, mais assertiva para as crianças de hoje, as reconhecidas nativas digitais. Observa-se que a experiência apresentada sugere algumas transformações de tecnologias, sinalizando que podemos, enquanto profissionais da educação, “fazer mais com menos”. Portanto, vale a pena se inspirar em experiências, tais como as apresentadas neste vídeo. Assista em: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=JQZbi_PyuL4 Pois bem, no engendramento das realidades virtual e aumentada, e das suas possíveis contribuições para a Robótica naeducação, também, precisamos conhecer o que se denomina como Metaverso. Você já ouviu falar? Sabe o que é? O Metaverso, utiliza dessas realidades, mas vai além delas, pois proporciona aos seus usuários possibilidades de interações sociais. Para informações, um pouco mais detalhadas sobre esse universo, analise, com atenção, o infográfico seguinte. METAVERSO O Metaverso é considerado a próxima evolução da Internet. Ele assumirá muitas formas, incluindo jogos, comunidades on-line e reuniões, onde as pessoas colaboram através de um fac-símile digital ou avatar de si mesmas. O QUE É METAVERSO? O conceito Metaverso não é novo. Ele foi descrito pela primeira vez no romance SnowCrash de 1992. Várias empresas mais tarde desenvolveram comunidades on-line baseadas no conceito, mais notadamente o Second Life, lançado em 2003. No Metaverso, as pessoas usam avatares para se representar, comunicar-se umas com as outras e praticamente construir a comunidade. No Metaverso, a moeda digital é usada para comprar qualquer item que você possa precisar. Os usuários também podem viajar virtualmente através do Metaverso para se divertirem, sem nenhum objetivo em mente, usando um fone de ouvido e controladores de realidade virtual. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE A INTERNET E O METAVERSO? A Internet é uma rede de bilhões de computadores, milhões de servidores e outros dispositivos eletrônicos. Uma vez on-line, os usuários da Internet podem se comunicar entre si, visualizar e interagir com websites, e comprar e vender bens e serviços, por exemplo. O Metaverso não compete com a Internet - ele se baseia nela. Na metáfora, os usuários atravessam um mundo virtual que imita aspectos do mundo físico usando tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada, IA, mídia social e moeda digital. A Internet é algo que as pessoas “navegam”. Mas, até certo ponto, as pessoas podem “viver” no Metaverso. Título: Informações básicas sobre o Metaverso. Fonte: elaborado pela autora. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=JQZbi_PyuL4 https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=JQZbi_PyuL4 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 152 ISTO ESTÁ NA REDE Leia, com atenção, a reportagem “Robótica, metaverso e gamificação são tendências que marcaram a Bett Brasil 2022” através do link: https:// direcionalescolas.com.br/robotica-metaverso-e-gamificacao-sao-tendencias- que-marcaram-a-bett-brasil-2022/ Título: Encontro entre robô e humano no Metaverso. Fonte: https://images.pexels.com/photos/8386434/pexels-photo-8386434.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Ainda considerando o futuro da Internet e seus possíveis impactos na educação, em geral, e na Robótica, em particular, faz-se necessário tratar da denominada “Internet das Coisas”. Certamente, os educadores comprometidos com o seu tempo devem estar atentos aos cenários educativos, cada vez mais intermediados por inovações tecnológicas, que se anunciam. Nesse contexto, situam-se discussões acerca da Internet da Coisas. Kolbi (2020) trata dessa evolução tecnológica denominada Internet das Coisas, explicando que, nesse contexto, “coisas” quer dizer “tudo”. Mas o que contempla essa “Internet de Tudo”? A Internet das Coisas nada mais é que a interconexão digital entre objetos com a Internet, ou seja, objetos físicos que são capazes de reunir e transmitir dados. Observe bem a sua volta. Você percebe a Internet das Coisas em objetos que utiliza no seu dia-a-dia? Veja, por exemplo, a lista, com exemplos, que organizei para você: • Smartwatches (relógios inteligentes). • Carros inteligentes. • Sensores industriais. • Automação no varejo. https://direcionalescolas.com.br/robotica-metaverso-e-gamificacao-sao-tendencias-que-marcaram-a-bett-brasil-2022/ https://direcionalescolas.com.br/robotica-metaverso-e-gamificacao-sao-tendencias-que-marcaram-a-bett-brasil-2022/ https://direcionalescolas.com.br/robotica-metaverso-e-gamificacao-sao-tendencias-que-marcaram-a-bett-brasil-2022/ https://direcionalescolas.com.br/robotica-metaverso-e-gamificacao-sao-tendencias-que-marcaram-a-bett-brasil-2022/ https://images.pexels.com/photos/8386434/pexels-photo-8386434.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/8386434/pexels-photo-8386434.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 153 • Smart cities (cidades inteligentes). • Drones. • Robôs inteligentes. Você pensou em mais algum exemplo? Qual? Segundo Kolbi (2020), a Internet das Coisas já é uma realidade, a qual apresenta-se como propulsora de novas inovações tecnológicas e com forte apelo sociocultural, e influência na educação. Nos termos do autor, a Internet das Coisas tem muito a contribuir com a aprendizagem adaptativa e significativa, pois, além de englobar interações tecnológicas, amplia o potencial da inteligência humana, a qual, agora e cada vez mais, conta com a IA mole e dura para desenvolvimento das suas tarefas e aprendizagens. ISTO ESTÁ NA REDE Em que medida a Internet das Coisas tem a ver com educação? O vídeo “O que é a Internet das Coisas?” especifica o que é a Internet das Coisas, e apresenta alguns exemplos, em diversas áreas, que já são uma realidade da História presente. Ao lado disso, o vídeo discorre sobre a Internet das Coisas, em termos de benefícios e de desafios, como uma tendência para as nossas vidas nos próximos anos. Para assisti-lo, acesse: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=7-hHJQD4fRY E para concluir as nossas tratativas sobre este “futuro que bate à porta”, vamos falar um pouco sobre o ChatGPT na educação? Em 30 de novembro de 2022, o ChatGPT (Chat Generative Pre-trained Transformer) foi disponibilizado ao público e logo foi possível perceber que ele representava um avanço tecnológico que poderia revolucionar o modo como as pessoas interagem com a inteligência artificial. [...] Na prática, o ChatGPT funciona em um site gratuito (embora seja possível realizar uma assinatura para ter acesso a funcionalidades mais avançadas) organizado em formato de chat. Há um campo para o usuário escrever sua pergunta e um botão para enviá-la. O chat responde em poucos segundos. Outras empresas têm ferramentas parecidas – é o caso das já famosas e queridas Siri, da Apple, e Alexa, da Amazon –, mas o que mais chama a atenção no ChatGPT é a capacidade de responder a questões mais complexas e específicas e sua linguagem mais fluida. Há quem diga que um dia os robôs irão dominar o mundo, já outros duvidam completamente dessa https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=7-hHJQD4fRY https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=7-hHJQD4fRY ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 154 afirmativa. O conceito de dominação nessa frase pode ser amplamente discutido, mas o fato é que os professores não precisam ter medo de serem substituídos por máquinas. Pelo contrário, podem enxergá-las como aliadas do processo educativo. [...] E Já existem experiências de uso de inteligência artificial nas escolas? Quem responde a esta última questão é o ChatGPT: “Sim, existem diversas experiências e uso de inteligência artificial (IA) nas escolas em todo o mundo. Aqui estão alguns exemplos: 1. Sistemas de tutoria inteligentes: esses sistemas usam algoritmos de IA para avaliar o desempenho dos alunos e fornecer feedback personalizado e adaptado em tempo real; 2. Assistência por voz: assistentes por voz, como Alexa ou Siri, podem ser usados em sala de aula para ajudar a responder às perguntas dos alunos, definir lembretes e muito mais; 3. Sistemas de aprendizado adaptativo: esses sistemas usam algoritmos de IA para personalizar o aprendizado com base nas necessidades e habilidades individuais dos alunos; 4. Ferramentas de autoria de conteúdo: algumas ferramentas usam IA para ajudar os professores a criar materiais de ensino personalizados e adequadospara cada aluno; 5. Chatbots de atendimento ao aluno: esses chatbots usam IA para fornecer suporte aos alunos, ajudá-los a encontrar informações e responder a perguntas comuns (NOVA ESCOLA, 2023). Ficou curioso? Que tal pesquisar sobre o assunto e verificar as inúmeras possibilidades pedagógicas do ChatGPT para a educação? Título: ChatGPT na palma da mão. Fonte: https://images.pexels.com/photos/15940012/pexels-photo-15940012/free-photo-of-ia-utensilio-eletrodomestico-dispositivo. jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://novaescola.org.br/conteudo/18312/como-a-inteligencia-artificial-pode-colaborar-com-sua-aula https://novaescola.org.br/conteudo/18312/como-a-inteligencia-artificial-pode-colaborar-com-sua-aula https://novaescola.org.br/conteudo/21211/como-potencializar-a-aprendizagem-por-meio-da-personalizacao-do-ensino https://images.pexels.com/photos/15940012/pexels-photo-15940012/free-photo-of-ia-utensilio-eletrodomestico-dispositivo.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/15940012/pexels-photo-15940012/free-photo-of-ia-utensilio-eletrodomestico-dispositivo.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/15940012/pexels-photo-15940012/free-photo-of-ia-utensilio-eletrodomestico-dispositivo.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 155 1.3 SÍNTESE DA AULA Nesta nossa última aula, reafirmamos que as possibilidades pedagógicas no uso das tecnologias, especialmente as emergentes, em processos educacionais são muitas, o que nos desafia a repensar algumas de nossas práticas, seja pelo fato de as tecnologias terem muito a qualificá-las, seja pelo fato de que essas integram, radicalmente, a hipertextualidade contemporânea. Ao lado disso, percebemos que as POSSIBILIDADES que se engendram na história presente sinalizam para um educação, em geral, e para a Robótica na educação, em específico, cada vez mais, entrelaçada às tecnologias no futuro. Eis que as pressões por uma educação de melhores resultados são crescentes em decorrência de uma confiança generalizada no valor da educação de qualidade como instrumento de desenvolvimento social. Entretanto, exige-se uma mudança do paradigma educativo, ou seja, passar da transmissão da informação que envelhece rapidamente à formação de capacidades e atitudes básicas, orientadas para a formação de valores virtuosos - objetivos éticos -; para a imaginação e criatividade - valores estéticos -; para o reconhecimento e a valorização da dignidade do outro, articulados a uma ação solidária e emancipadora, via práxis, do homem - valores afetivos -; e compromissada historicamente com um mundo mais sustentável. Assim sendo, apostamos que a inter-relação entre educação e tecnologias tem muito a contribuir com o fortalecimento de um mundo mais virtuoso, o que engloba aprendizagens mais colaborativas e cooperativas. Aprendizagens essas que são potencializadas, sobretudo, por comunidades ou redes de práticas compartilhadas. Ora, não chegou, enfim, a hora de entendermos e assumirmos que o conhecimento é um DIREITO DE TODOS? Então, vamos lutar por este mundo possível para TODOS! Até breve... ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 156 CONCLUSÃO Olá estudante! Chegamos ao fim da disciplina “Robótica na Educação”. Nela, discutimos e atravessamos por temáticas relacionadas às tendências pedagógicas configuradas ao longo da história educacional brasileira; às influências tecnológicas na educação, em especial as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs); ao papel do construtivismo na educação, com destaque para as Metodologias Ativas; à Robótica na educação; aos diversos tipos de planejamento na educação; às possibilidades presentes e futuras para a Robótica na educação. Afinal, “o futuro bate à porta”, certo? Ufa! Foram muitas as descobertas, não é mesmo? Pois saiba que todas as tratativas aqui apresentadas só fazem sentido se, por um lado, você constatar que o uso de TDICs, de metodologias construtivistas, dos preceitos da Robótica na educação é algo inexorável e, por outro lado, você reconhecer que para tanto é preciso consciência e compromisso social. Essas tecnologias e metodologias não resolverão os problemas históricos da educação, mas são importantes contributos, desde que as utilizemos de forma planejada, e em prol da verdadeira emancipação dos nossos alunos. Para tanto, as possibilidades são múltiplas. Nesse sentido, esta disciplina configura- se, também, com um convite para que você prossiga descortinando esse universo da Robótica na Educação e tudo que o envolve e expande. Eis, então, que não podemos considerar como um fim. Como já disse Manuel de Barros: “A riqueza do homem é a sua incompletude”. Ora, não é mesmo a incompletude que nos coloca em movimento? Desejo, pois, que você continue nesse movimento pela educação que sonhamos. Continuemos juntos, então! ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 157 ELEMENTOS COMPLEMENTARES Prezado(a) estudante, seguem alguns conteúdos complementares, carinhosamente, organizados para você. Aproveite, e boa imersão! CAPÍTULO 1 “O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, disponível em: https://download.inep. gov.br/download/70Anos/Manifesto_dos_Pioneiros_Educacao_Nova.pdf O documento, escrito pelos denominados pioneiros da Educação Nova Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, Cecília Meireles, dentre outros, propõe um plano de reconstrução da educação nacional, destacando a importância do papel do Estado frente a educação, da gratuidade e laicidade, da autonomia das escolas, e outros princípios e valores a serem considerados no âmbito da educação brasileira. CAPÍTULO 2 Título: Paulo Freire, 100 anos Ano: 2021 Sinopse: O documentário “Paulo Freire, 100 anos”, disponível em https://www.youtube. com/watch?v=tG_pVkhzr1c&t=4s foi produzido pela TV Cultura, em comemoração aos 100 anos de nascimento do patrono da educação brasileira. O documentário https://download.inep.gov.br/download/70Anos/Manifesto_dos_Pioneiros_Educacao_Nova.pdf https://download.inep.gov.br/download/70Anos/Manifesto_dos_Pioneiros_Educacao_Nova.pdf https://www.youtube.com/watch?v=tG_pVkhzr1c&t=4s https://www.youtube.com/watch?v=tG_pVkhzr1c&t=4s ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 158 apresenta uma síntese da história desse que é considerado um dos mais renomados educadores mundiais de todos os tempos. Para tanto, discorre sobre alguns de seus livros, e entrevista diversos estudiosos da sua obra. CAPÍTULO 3 “Lei n. 14.180” de 01 de julho de 2021, a qual trata da “Política de Inovação Educação Conectada”, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/ Lei/L14180.htm Essa lei destaca seis grandes campos de ações na área: 1. Apoio técnico às escolas e às redes de educação básica para a elaboração de diagnósticos e planos locais de inovação. 2. Apoio técnico ou financeiro para a melhoria da infraestrutura das escolas. 3. Oferta de cursos para docentes. 4. Publicação de parâmetros técnicos para a execução de ações relacionadas ao uso pedagógico das tecnologias. 5. Disponibilização de materiais pedagógicos gratuitos. 6. Fomento ao desenvolvimento e à disseminação de recursos educacionais digitais (BRASIL, 2021). CAPÍTULO 4 Portal do “Centro de Inovação para a Educação Brasileira” (CIEB), disponível em: https:// cieb.net.br/ O CIEB desenvolve conceitos, protótipos, conhecimentos e práticas relacionados aos uso das tecnologias na Educação Básica, com destaque para a Internet. O seu principal objetivo é promover a inovação na educação, via tecnologias educacionais, articulando atores em um ecossistema integrado e comprometido com o percurso formativo dos estudantes. CAPÍTULO 5 “Giramundo: uma história de títerese marionetes”, disponível em: https://artenaescola. org.br/hotsites/dvdteca/index.php?p=dvd&d=93 Uma das melhores possibilidades para se trabalhar o construtivismo em sala de aula, e inclusive os princípios da Robótica na Educação, é promover/potencializar a ludicidade nos processos ensino-aprendizagem. Para tanto, o trabalho com artes é essencial. Neste espaço “Arte na Escola” estão disponibilizados acervos de vídeos, DVDs, cartilhas, dentre outros recursos, que contribuem, sobremaneira, com os educadores construtivistas. Destacamos aqui, o trabalho com marionetes, inspirado na obra do renomado grupo Giramundo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Lei/L14180.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Lei/L14180.htm https://cieb.net.br/ https://cieb.net.br/ https://artenaescola.org.br/hotsites/dvdteca/index.php?p=dvd&d=93 https://artenaescola.org.br/hotsites/dvdteca/index.php?p=dvd&d=93 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 159 CAPÍTULO 6 Título: A neurociência da aprendizagem Ano: 2021 Sinopse: O vídeo “A neurociência da aprendizagem” discorre sobre como o cérebro humano aprende e mantém as aprendizagens realizadas. Considerando-se que os processos de aprendizagem envolvem diversos elementos, tais como biológicos, ambientais, emocionais, cognitivos, mentais, a neurociência tem contribuído muito para que conheçamos o sujeito aprendente. E, portanto, consigamos melhor intermediar os seus processos de construção do conhecimento. Segundo a neurociência, a aprendizagem só é possível porque ocorre em um organismo, ou seja, em um mecanismo de recepção preparado para que ela aconteça. Esse mecanismo, o cérebro, possui transmissores, as células nervosas, que são capazes de registrar certas associações e reproduzi-las quando necessário, ou seja, quando dado contexto ou dada situação exige. Considerando-se que essas associações provocam novas associações ou conexões no cérebro, esse organismo é capaz de desenvolver no sujeito novas capacidades, novas aprendizagens, com vistas à sua adaptação e/ou readaptação ao mesmo. Essa característica cerebral faz com que esse órgão seja extremamente dinâmico e plástico. E é justamente essa dinamicidade e plasticidade que faz com que estejamos sempre aptos a aprender e reaprender. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 160 CAPÍTULO 7 “Como fazer trabalho em grupo em salas de aula heterogêneas?”, disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=GVlZ7W2piQw Este vídeo apresenta uma entrevista com Rachel Lotan, pesquisadora da Universidade de Stanford e referência na discussão acerca de trabalhos em grupo em salas de aula heterogêneas. Nessa entrevista, a pesquisadora discorre sobre como desenvolver esses trabalhos de forma assertiva, e apresenta as suas vantagens no contexto atual, no século XXI. Ao lado disso, Lotan destaca que o “trabalho em grupo não significa colocar alunos para fazerem juntos as mesmas tarefas que poderiam ser feitas individualmente”. CAPÍTULO 8 “Sala de Aula Invertida”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1XTxK2LeZz0 Existem muitas Metodologias Ativas que são incorporadas ao desenvolvimento da modalidade educacional híbrida; dentre elas, destaca-se a Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom). Você sabia que a Sala de Aula Invertida é uma metodologia que tem se apresentado como uma tendência no contexto de implementação do ensino híbrido (B-learning)? Este vídeo problematiza os modelos tradicionais, historicamente utilizados na educação, tendo em vista que esses, em geral, não reconhecem as diferenças de perfis dos estudantes e dos seus estilos de aprendizagem. Nesse sentido, apresenta a Metodologia Ativa Sala de Aula Invertida como uma alternativa virtuosa para se trabalhar pedagogicamente com públicos variados. Metodologia essa que potencializa as contribuições do hibridismo e fortalece a sua proposta disruptiva, tendo o apoio das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) nos processos educativos contemporâneos, no século XXI. https://www.youtube.com/watch?v=GVlZ7W2piQw https://www.youtube.com/watch?v=GVlZ7W2piQw https://www.youtube.com/watch?v=1XTxK2LeZz0 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 161 CAPÍTULO 9 Título: Pedagogia do teatro: práticas contemporâneas na sala de aula Autor: TELLES, N. (Org.) Editora: Papirus Sinopse: Neste livro, os autores discorrem sobre o ensino do teatro, considerando- se variadas tendências pedagógicas, historicamente construídas. Ao lado disso, eles abordam experiências de montagem teatral na escola, tendo em vista as suas contribuições em processos de ensino-aprendizagem. Destaca-se que o teatro, ou arte cênica, é uma linguagem artística influenciada por diversas matizes culturais e contextos variados. O teatro pode envolver gestos, falas, manipulações, cantos, danças, monólogos, diálogos, dentre outras formas de expressão. Veja só como o teatro pode ser uma arte híbrida por natureza. Existem três elementos básicos da arte cênica, que são: o texto (conteúdo da comunicação/expressão), a atuação (representação de um personagem) e a direção (comandos do responsável pela encenação), mas esses podem estar reunidos em torno de uma única pessoa. O teatro é um recurso pedagógico essencial, pois oportuniza a experimentação de papéis sociais diversos, possibilitando que os alunos, especialmente as crianças, vivenciem perspectivas de si no mundo. Imagine quantas possibilidades de si o exercício teatral permite aos sujeitos? Nessa perspectiva, o teatro é um recurso libertador, emancipador e amplificador de horizontes. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 162 CAPÍTULO 10 “Tecnociência”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=sphw3MxVqVY A expressão tecnociência, cunhada, em 1953, pelo filósofo francês Gaston Bachelard, e popularizada, a partir de 1984, por Gilbert Hottois, Bruno Latour e Donna Haraway, foi criada para demonstrar a inseparabilidade da ciência e da tecnologia em tempos pós-modernos. Adentramos em um novo mundo na pós-modernidade, no qual constata- se a explosão da produção e do uso de tecnologias, especialmente de informação e comunicação (TICs). Tecnologias intrinsecamente articuladas, especialmente, as áreas da microeletrônica e das telecomunicações. Portanto, nesse novo mundo, ressalta-se a quase simbiose entre ciência e tecnologia. Mundo esse denominado como radicalmente informacional, pois constituído por “Sociedades da Informação” ou “Sociedades Informacionais”, em que a tecnociência constitui-se como condição concreta para o seu desenvolvimento. Este vídeo explica de maneira bastante assertiva esta expressão, tecnociência, e sinaliza que as sociedades contemporâneas estão sob a égide de um paradigma tecnocêntrico, constituindo-se, portanto, em sociedades tecnocêntricas. CAPÍTULO 11 “Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED/UNICAMP)”, disponível em: https:// www.nied.unicamp.br/projeto/robotica-pedagogica/ O NIED/UNICAMP desenvolve o projeto “Robótica Pedagógica”. No espaço destinado a esse projeto é possível encontrar dados e relatórios das pesquisas; diversos números da sua revista “Tecnologias, Sociedade e Conhecimento (TSC)” com publicações na área; dentre outros. CAPÍTULO 12 “Portal do Professor” do Ministério da Educação (MEC), disponível em: http:// portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html Existem diversos sites na Internet em que você pode encontrar sugestões de planos de aulas bastante interessantes, incluindo aí ideias para se trabalhar com a Robótica na Educação, dentre os quais eu destaco o do “Portal do Professor” do Ministério da Educação (MEC). Vale a pena pesquisar e se inspirar. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=sphw3MxVqVY https://www.nied.unicamp.br/projeto/robotica-pedagogica/escolas privadas, essa separação, termina por gerar uma dualidade na formação dos alunos, fomentando a alienação do jovem quando chega ao mundo do trabalho. Este será um dos pontos chave de críticas realizadas pelos teóricos das Tendências Pedagógicas Progressistas que constroem suas teorias sobre a ideia de mobilidade social e desenvolvimento individual (BRASIL ESCOLA, 2021, s/p). Perceba que a tendência pedagógica Tecnicista teve, e o tem, um foco, sobremaneira, na formação de um trabalhador passivo, pois cerceia a sua criticidade e criatividade. Afinal, essa Pedagogia, tal como nos moldes educacionais tradicionais, desenvolve o processo ensino-aprendizagem com base na memorização e na formação de habilidades específicas. Contudo, quero destacar para você que essa tendência, também, pode contribuir, por exemplo, com o desenvolvimento de capacidades para resolução de problemas; para inserção/ascensão no mercado de trabalho, algo requerido por boa parte dos trabalhadores brasileiros; e com a apropriação de níveis tecnológicos elevados. Bem, para organizar o que vimos até aqui, analise, com atenção, o quadro seguinte. Tendência pedagógica Papel da escola Conteúdos Métodos Relação professor x aluno Aprendizagem Tradicional Preparar intelectual e moralmente o aluno para assumir seu papel social. Conhecimentos e valores acumulados e passados como verdade absoluta. Verbalização e exposição da matéria a ser absorvida. Autoridade da parte do professor, o qual exige atenção absoluta do aluno. Mecânica e receptiva, sem considerar as características individuais. Escolanovista Adequar necessidades individuais ao meio social; formar atitudes do aluno. Estabelecidos por experiências vividas pelos alunos com situações problema. Experiências, pesquisa e resoluções de problemas; facilitação do aprendizado. Professor como auxiliar no desenvolvimento livre do aluno; educação centrada no aluno. Estimulação e motivação em encontrar soluções para os problemas. Tecnicista Modelar o comportamento humano por métodos e técnicas específicos. Informações em ordem lógica e psicológica. Formas diferentes para transmissão de informações. Relação objetiva: professor transmite x aluno fixa. Baseada no desempenho. Quadro-síntese das tendências pedagógicas liberais. Fonte: UPE, 2016. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 O que você pensa das tendências pedagógicas abordadas nesta aula? 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Constatamos, ao longo desta aula, que a Pedagogia é construída ao longo da história, passada e presente, circunscrita por tendências e, por isso, preferimos falar em Pedagogias, conforme assinalado no início da nossa conversa. No Brasil identificamos duas grandes tendências pedagógicas: a Pedagogia Liberal, subdividida em Tradicional, Renovada e Tecnicista; e a Pedagogia Progressista, dividida em Libertadora, Libertária e Histórico-crítica ou Crítico-social dos Conteúdos. Na aula de hoje, tratamos das tendências liberais, e percebemos que essas pedagogias apresentam visões de mundo e de homem diferenciadas, o que resulta em propostas educacionais diversas, as quais buscam conformar os indivíduos aos seus tempos e espaços de vivência e/ou transcendê-los. Em nosso próximo encontro, focaremos, nossos estudos, nas tendências progressistas, combinado? Para concluir esta nossa primeira aula, lembro Salman Rushdie (apud ECO, 1992, p. 27) quando diz: “Todas as histórias são perseguidas pelos fantasmas das histórias que poderiam ter sido”. Assim sendo, as possibilidades para o que a história pode ser estão abertas, e suas escolhas nela também. Então, vamos lá... E até o nosso próximo encontro. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 CAPÍTULO 2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS CONFIGURADAS AO LONGO DA HISTÓRIA EDUCACIONAL BRASILEIRA 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Em nossa primeira aula, conhecemos as tendências pedagógicas liberais: Tradicional, Renovada e Tecnicista. Vimos que essas se diferenciam em relação ao processo ensino- aprendizagem e, portanto, propõem modelos pedagógicos diferenciados, mas que se situam na mesma perspectiva de mundo e de formação dos indivíduos. Formação essa circunscrita a prepará-los para a sua integração ao sistema vigente. No contexto da Ditadura Militar (1964-1985), em que se emoldura a tendência pedagógica Tecnicista, fortalece-se um movimento de educadores, políticos, artistas, dentre outros, em prol de uma Pedagogia Progressista. Nesta aula, trataremos dessa Pedagogia, e das tendências – Libertadora, Libertária, Histórico-crítica – que nela se organizam no contexto educacional brasileiro. Vamos nessa? 1.2 PEDAGOGIA PROGRESSISTA E SUAS RAMIFICAÇÕES CONCEITUAIS E PRÁTICAS Independentemente das suas ramificações – Libertadora, Libertária, Histórico-crítica – a Pedagogia Progressista busca assumir um projeto educativo mais amplo, o qual não se encerra na teoria educacional centrada nos processos de escolarização. Neste sentido, a tendência pedagógica Progressista propõe um processo formativo gestado no processo de produção, concomitante ao processo de existência. Assim, a educação não se dá de forma dicotomizada, onde o mundo da produção, das vivências, do sensível e do corpóreo se distingue de tempos específicos de desenvolvimento do saber e da razão. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 No cenário educacional progressista, torna-se imprescindível, a fim de possibilitar a formação integral dos estudantes, o acesso a um tempo/espaço institucional destinado ao contato com os conhecimentos historicamente construídos pela humanidade, a fim de que exijam a autoria de suas próprias vidas. Contudo, preconiza que a educação deva possibilitar-lhes a construção de significados da cultura no processo de intervenção na realidade, de modo a permitir que os sujeitos ali inseridos procedam à elaboração de uma crítica do mundo em que vivem. Nesses termos, a educação é entendida como um fenômeno complexo que vai além da construção de habilidades técnicas, e se configura como um fator fundamental para a busca da emancipação política e autônoma dos sujeitos que dela participam. Nesse cenário, destaca-se Paulo Freire e, especialmente, a sua proposta alfabetizadora. A perspectiva de alfabetização de Paulo Freire, como nos demonstra Giroux, não começa e termina com o processo de aprender a ler e escrever criticamente; mas se funda no fato da existência de cada um como parte de uma prática construída historicamente no interior de relações específicas de poder. Conforme esclarece Giroux (1999), no contexto desse arcabouço Os seres humanos dentro de determinadas formas sociais e culturais, são o ponto de partida para analisar, não apenas de que modo constroem ativamente suas experiências pessoais dentro das relações de poder vigentes, mas também de que modo a construção social dessas experiências lhes proporcionam a oportunidade de dar sentido e expressão a suas necessidades e vozes, como parte de um projeto de emancipação individual e social (GIROUX, 1999, P. 78). Orientada por essa concepção de mundo e de formação dos sujeitos, localiza-se Pedagogia Progressista Libertadora, criada pelo educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, sob inspiração de teorias marxistas (referente à Karl Marx), especialmente as do italiano Antonio Gramsci e do russo Lev Vygotsky. A pedagogia freiriana, a qual influenciou educadores de todo o país e do mundo, propunha um ensino comprometido com a realidade social dos alunos, e uma aprendizagem ativa, em uma perspectiva construtivista. Para Freire (2015), a educação é um processo empreendido em comunhão, em que o sujeito ao se transformar, transforma o mundo. A construção do conhecimento é,https://www.nied.unicamp.br/projeto/robotica-pedagogica/ http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 163 CAPÍTULO 13 “5 projetos de arte transformadores nascidos em escolas públicas”, disponível em: https://porvir.org/5-projetos-de-arte-transformadores-nascidos-em-escolas-publicas/ Conheça cinco projetos pedagógicos de Artes premiados no “20º Prêmio Arte na Escola Cidadã”, realizado em 2020, assistindo aos documentários sobre os trabalhos realizados. Para tanto, acesse o site do Porvir Inovações em Educação na Web e inspire-se. CAPÍTULO 14 “Tecnologia é ferramenta de transformação da Educação 5.0”, disponível em: https:// www.youtube.com/watch?app=desktop&v=arPKoL1dLEA Neste vídeo é abordada a evolução tecnológica, tendo por foco a utilização das tecnologias no contexto da Educação 5.0. Para tanto, discorre sobre esse uso, considerando-se que esse deve se circunscrever em uma educação que se desenvolva em prol do desenvolvimento/aprimoramento dos estudantes para resolver problemas e melhor lidar com o presente e o futuro. CAPÍTULO 15 “A história da realidade virtual”, disponível em: https://www.youtube.com/ watch?app=desktop&v=DjkIhyrSzvw Você acredita que a realidade virtual se originou lá em 1838? Pois bem... Este vídeo nos surpreende ao contar a história da tecnologia virtual e imersiva. De lá pra cá muita coisa mudou, não é mesmo? E este vídeo nos relata as principais mudanças, considerando-se a evolução dessas tecnologias ao longo dos últimos séculos. https://porvir.org/5-projetos-de-arte-transformadores-nascidos-em-escolas-publicas/ https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=arPKoL1dLEA https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=arPKoL1dLEA https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=DjkIhyrSzvw https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=DjkIhyrSzvw ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 164 REFERÊNCIAS ALUNO ON. 2023. Disponível em: https://alunoon.com.br/infantil/atividades. php?c=598. Acesso em: 03 jun. 2023. APLICATIVOS EDUCATIVOS. Disponível em: https://aplicativoseducativos.com.br/ category/sem-categoria/artes/. Acesso em: 29 abr. 2023. ARARIPE, J. P. G. de A. (org.). Competências digitais na formação inicial de professores. São Paulo: CIEB, 2020. On line. Disponível em: https://cieb.net.br/tdic- professores/. Acesso em: 30 abr. 2023. ARAÚJO, I. 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_heading=h.8iothst6os4 _heading=h.te7nqw5hq1qx _heading=h.x8usandkjkwj _heading=h.wer5it3zg85e _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.n1wt93i7a4ua _heading=h.8amxg857vg42 _heading=h.te7nqw5hq1qx _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.hakex97bzu5p _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.gnps96ym1sy _heading=h.4414nav93nox _heading=h.xuswpukow7cf _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.1wxcjii2j6ur _heading=h.kq3h16f9ixz _heading=h.ob3x3kiyjuzu _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.at1unclpet9a _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.o88amv9gdo3b _heading=h.i20xbad4z68n _heading=h.i20xbad4z68n _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.epiyo323g101 _heading=h.r1to2wyyfhzm _heading=h.sdw63dsq4z9a _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.yrnie2b5hcrc _heading=h.hvk7xq2yag7f _heading=h.hvk7xq2yag7f _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.tgg6wxzi61b1 _heading=h.wdqh9rg0f17z _heading=h.wdqh9rg0f17z _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.4wsjhht8os2r _heading=h.g86dr5p0j9np _heading=h.iz7zcapptmgx _heading=h.8iothst6os4 _heading=h.oadawqg0ppkz _heading=h.a92aclyln4ih _heading=h.5wv4qtbx8nc2 _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.7yiaa39t1gyi _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.6lsuf3uigzgo _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs_heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs _heading=h.gjdgxs TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS CONFIGURADAS AO LONGO DA HISTÓRIA EDUCACIONAL BRASILEIRA TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS CONFIGURADAS AO LONGO DA HISTÓRIA EDUCACIONAL BRASILEIRA INFLUÊNCIAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO A INTERNET E AS SUAS MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES PARA A HISTÓRIA EDUCACIONAL PRESENTE E FUTURA O PAPEL INENARRÁVEL DO CONSTRUTIVISMO NA EDUCAÇÃO OS SENTIDOS E OS PROCESSOS ENSINO-APRENDIZAGEM METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 1 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 2 METODOLOGIAS ATIVAS – PARTE 3 ROBÓTICA “ONTEM E HOJE” ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO PLANEJAMENTOS E SEUS REPERTÓRIOS NA EDUCAÇÃO PROJETOS E SEUS LUGARES NOS PROCESSOS ENSINO-APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES PRESENTES E FUTURAS PARA A ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO O FUTURO BATE À PORTApois, um processo que engloba tese-antítese-síntese, ou seja, uma dialética, sempre contínua. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 Título: Imagem do educador brasileiro Paulo Freire. Fonte: Instituto Paulo Freire, Acervo Paulo Freire. Licenciado sob domínio público. O centro da Pedagogia Progressista Libertadora é a democratização dos saberes, da cultura, sendo a escola, formal ou informal, reconhecida como um lócus essencial para a formação da classe popular. Assim, a escola é, também, percebida como um espaço para a luta dos sujeitos, especialmente dos trabalhadores, com vistas ao acesso aos saberes historicamente construídos e a transformações de sua realidade social e econômica. A pedagogia é, pois, sinônimo de igualdade e liberdade, não nos moldes da Pedagogia Liberal, mas na perspectiva de libertação e emancipação dos homens via tomada de consciência dessa realidade. E, ainda, um meio para que, através dessa tomada de consciência, possamos nos conscientizar, ou seja, agir em prol da igualdade de poder entre classes. ANOTE ISTO Para Marx, filósofo e sociólogo alemão do século XIX, considerado um dos principais intelectuais da história, a escola, pública (para ele, estatal) ou privada, é uma superestrutura a favor da classe dominante. A escola estatal, pertencente a um Estado-burguês, estaria, pois, a serviço da reprodução desigual entre classes. O rompimento com essa lógica só se daria por meio de uma revolução. Já para Gramsci e Vygotsky, marxistas menos radicais, a transformação dessa lógica estrutural poderia se dar através da superestrutura (ideias, cultura, Artes etc). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 Paulo Freire, ainda, cria uma metodologia de ensino, cujo principal eixo é a valorização da cultura por meio de temas geradores, pertencentes ao universo do educando. Essa metodologia, especialmente utilizada na Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas orientadora de múltiplas práticas pedagógicas. ISTO ESTÁ NA REDE Independentemente de posicionamentos ideológicos, é interessante que os educadores conheçam a proposta pedagógica de Paulo Freire. Afinal, sendo ele reconhecido por suas contribuições com a educação brasileira, e até mesmo mundial, vale a pena ouvi-lo para melhor se posicionar a respeito, não é mesmo? Para tanto, te sugiro o vídeo “Paulo Freire, 100 anos”, disponível em https://www. youtube.com/watch?v=tG_pVkhzr1c. Essa tendência pedagógica, conhecida por muitos como pedagogia freiriana, busca, sobretudo, a construção de novos modos de pensar e compreender a realidade educacional, e nela agir, tendo por base: • a compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática educativos que ocorrem em diferentes âmbitos e especialidades. • A compreensão do processo de construção do conhecimento no indivíduo inserido em seu contexto social e cultural. • A capacidade de identificar problemas socioculturais e educacionais, propondo respostas criativas às questões da qualidade do ensino e medidas que visem superar a exclusão social. • A compreensão e valorização dos diferentes padrões e produções culturais existentes na sociedade contemporânea. • A capacidade de apreender a dinâmica cultural e de atuar adequadamente em relação ao conjunto de significados que a constituem. • A capacidade para atuar com jovens e adultos defasados em seu processo de escolarização. • A capacidade de estabelecer diálogo entre a área educacional e as demais áreas de conhecimento. Perceba que a Pedagogia, orientada por esses fundamentos, e por meio do trabalho dos profissionais da educação, tem o papel, de possibilitar aos estudantes, https://www.youtube.com/watch?v=tG_pVkhzr1c https://www.youtube.com/watch?v=tG_pVkhzr1c https://www.youtube.com/watch?v=tG_pVkhzr1c ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 especialmente aqueles em condições de exclusão sócio-cultural-econômica e histórica, horizontes para uma nova construção de sua cotidianeidade no tempo e no espaço de suas vivências. Essa atuação se organiza, pois, em prol do compromisso com a transformação democrática da sociedade. Bem, na mesma linha da Pedagogia Progressista Libertadora encontra-se a Pedagogia Progressista Libertária, fortalecida no Brasil no final do século XX, início do XXI, cujos principais expoentes são o pedagogo francês Célestine Freinet, o educador escocês Alexander Neill e o sociólogo brasileiro Miguel Arroyo. A Pedagogia Progressista Libertária defende a autogestão do sujeito, a sua autonomia e não-diretividade. A pedagogia é concebida para ser realizada de forma coletiva, ou seja, os processos ensino-aprendizagem devem ocorrer em grupos, devendo o professor assumir um lugar de conselheiro, catalizador das reflexões dos alunos. Destaca-se que nessa pedagogia, fundamentalmente dialógica e prática, o docente tem o papel de ajudar o aluno a superar a alienação via conscientização, tal como na Pedagogia Progressista Libertadora, mas sempre preservando a sua individualidade. Nesse sentido, por exemplo, não cabe a ele fazer correções no próprio desenho do estudante, tendo em vista que a avaliação de conteúdos não é uma preocupação dessa Pedagogia, mas sim a avaliação de experiências vividas pelos alunos. Dessa forma, o ensino é pensado em termos eminentemente práticos, sem qualquer cunho contemplativo. Ao lado disso, ressalta-se que, na Pedagogia Progressista Libertária, a experiência coletiva é tão importante que os conselhos, assembleias, associações, sindicatos etc assumem um lugar de destaque na formação dos sujeitos. Segundo Kassick (2008, p. 139), nessa pedagogia (...) andavam e andam juntos: escola, jornais, centros de estudo sociais, militância, panfletagem, greves, enfim, todo um conjunto de atividades e ações diretas que visavam e visam fundamentalmente à transformação da sociedade opressora e exploradora na qual viviam e vivem os operários. (grifos nossos) ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Título: Imagem de manifestação de alunos e professores. Fonte: https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-protesto-do-estudante-em-santa-barbara-ca-image14845892 ANOTE ISTO A Pedagogia Progressista Libertária influenciou diversas políticas educacionais no Brasil, no final do século XX, início do XXI, tais como a Escola Plural e a Escola Integrada. Ambas políticas têm como eixo articulador o território, especialmente a cidade, como espaço formativo, como uma grande sala de aula. Vale a pena conhecer as suas propostas político-pedagógicas. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Vamos conhecer um pouco da prática da Escola Integrada: Para tanto, acesse o documentário “Documentário Escola Integrada BH” através do link https://www. youtube.com/watch?v=6DxeXJQUIlE. Enfim, a tendência pedagógica Libertária se organiza, sobretudo, em torno dos seguintes eixos: • Processos organizacionais/educacionais baseados na autogestão. • Supremacia das experiências coletivas. • Estudantes vivenciando a sua liberdade, enquanto professores catalisam as suas necessidades formativas, e os orientam. • Os conteúdos escolares devem servir aos interesses da vida prática dos seus estudantes. • Ausência de avaliação de desempenho; as avaliações centram-se na busca pela compreensão do desenvolvimento integral do aluno. https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-protesto-do-estudante-em-santa-barbara-ca-image14845892 https://pt.dreamstime.com/fotografia-de-stock-protesto-do-estudante-em-santa-barbara-ca-image14845892 https://www.youtube.com/watch?v=6DxeXJQUIlE https://www.youtube.com/watch?v=6DxeXJQUIlE https://www.youtube.com/watch?v=6DxeXJQUIlE ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 • Estratégias ensino-aprendizagemnão diretivas, e informais. Por fim, ainda, temos a Pedagogia Progressista Histórico-crítica, porque desenvolvida pelo filósofo Dermeval Saviani, ou Crítico-social dos Conteúdos, porque desenvolvida pelo educador José Carlos Libâneo. Essas tendências, em destaque desde a década de 80 do século XX, têm as mesmas inspirações das Pedagogias Progressistas Libertadora e Libertária, mas com uma preocupação maior com os conteúdos, especialmente científicos, propriamente ditos. A sua proposta pedagógica é que os alunos sejam sempre sensibilizados, desafiados, mobilizados a relacionar os conteúdos com a sua vida cotidiana. Essa pedagogia defende e prioriza, especialmente, o domínio dos conteúdos científicos e de práticas de métodos de estudos por parte dos alunos e, sobretudo, a construção de competências e habilidades para o desenvolvimento do raciocínio lógico por parte desses. Segundo essa tendência pedagógica, somente com esses domínios poderemos construir uma consciência, realmente, crítica para transformar a realidade social opressora. Isso significa que essa Pedagogia tem como pressuposto que a realidade social do aluno deve ser o ponto de partida e de chegada de uma prática pedagógica humanizadora. Título: Imagem da capa do livro “Da Pedagogia Histórico-Crítica” de Dermeval Saviani. Fonte: https://pt.scribd.com/book/405802433/La-pedagogia-historico-critica-Primeras-aproximaciones A tendência pedagógica Histórico-crítica ou Crítico-social dos Conteúdos propõem três pontos de mediação, a serem assumidos pelo professor: 1) Problematização – “Identificação de questões levantadas pela prática social”. 2) Instrumentalização - Disposição de instrumentos teóricos e práticos para a sua compreensão e solução. 3) https://pt.scribd.com/book/405802433/La-pedagogia-historico-critica-Primeras-aproximaciones https://pt.scribd.com/book/405802433/La-pedagogia-historico-critica-Primeras-aproximaciones ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 Catarse – “Viabilização de sua incorporação como elementos integrantes da própria vida dos alunos” (FILPO, 2021, s/p). Considerando-se que toda ação educativa deva partir da prática social, dialogar com ela, e a ela retornar sob uma perspectiva mais consciente e emancipatória, destrinchamos esses pontos, os quais apresento para você no quadro seguinte. Pontos a serem considerados Especificação Prática Social É o ponto de partida comum ao professor e aluno, mas ambos se encontram em níveis diferentes de compreensão. O professor tem uma compreensão sintética precária da prática social do aluno, e o aluno, em geral, tem uma compreensão sincrética da realidade. Problematização É o momento em que há identificação dos principais problemas postos pela prática social que precisariam ser resolvidos. Após isso, procura-se saber quais conhecimentos é necessário dominar para resolver essas questões. Instrumentalização É o momento em que as camadas populares se apropriam dos instrumentos teóricos e práticos (ferramentas culturais) necessários para resolver as problemáticas levantadas da prática social, ferramentas necessárias na luta social travada por eles para se libertarem das condições de exploração em que vivem. Como esses instrumentos são produzidos socialmente e preservados historicamente (são os conhecimentos), a sua apropriação depende direta ou indiretamente da atuação do professor. Catarse Efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social na vida dos alunos. É considerado o ponto culminante do processo educativo. Prática Social A prática social agora é o ponto de chegada. Aqui, o aluno e o professor não estão mais na mesma condição que estavam no ponto de partida. Aluno sai da condição de pensamento sincrético para sintético. Nesse momento, o nível de compreensão dos alunos é elevado ao nível do professor e o professor já compreende melhor a realidade do aluno, reduz-se sua precariedade. Título: Especificação de momentos da pedagogia Histórico-crítica ou Crítico-social dos Conteúdos. Fonte: (FILPO, 2021, s/p). ISTO ESTÁ NA REDE Para conhecer, e refletir um pouco mais, sobre esses pontos na prática, não deixe de assistir à animação “Método de ensino Critico Social dos Conteúdos”, disponível no Youtube em https://www.youtube.com/watch?v=gsldOzGVEw0. https://www.youtube.com/watch?v=gsldOzGVEw0 https://www.youtube.com/watch?v=gsldOzGVEw0 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 Então, perceba, pois, que essas tendências organizam as suas pedagogias, considerando-se que: • a ação escolar deve sempre visar a transformação da sociedade. • A ação escolar deve sempre partir da prática social do aluno para a ela retornar sob outros patamares. • Todos têm direito a um ensino de qualidade. • Os conteúdos culturais, historicamente construídos pela humanidade, devam ser incorporados ao processo ensino-aprendizagem, mas devem ser, constantemente, reavaliados criticamente, tendo em vista a realidade social dos alunos. • A estreita, e necessária, retroalimentação entre teoria e prática deva fazer parte da formação dos alunos. • A essencialidade do professor não pode ser descartada, mas sem desconsiderar o papel ativo dos estudantes no seu processo de construção do conhecimento. Bem, para organizar o que vimos até aqui, analise, com atenção, o quadro seguinte. Tendência pedagógica Papel da escola Conteúdos Métodos Relação professor x aluno Aprendizagem Libertadora Levar os educadores e educandos a construírem consciência crítica em relação à sociedade em que vivem para contribuírem com a sua transformação. Temas que gerem a consciência para uma mudança social. Grupos de discussão. Relação igualitária. Capacidade de resolver problemas da prática social. Libertária Transformar a personalidade em libertária e em um sistema de auto-gestão. Matérias disponibilizadas para estudos, mas não exigidas como parte essencial da formação. Auto-gestão com vivências grupais. Não diretiva, alunos livres, professores apenas orientam. Informal. Histórico-crítica ou Crítico-social dos Conteúdos Diversificação de conteúdos. Culturais, universais e incorporados pela humanidade, mas com relação à realidade social dos alunos. Relação da experiência do aluno com o saber sistematizado. Professor como mediador entre o saber e o aluno. Baseia-se na estrutura cognitiva já existente nos alunos, mas vai além. o-síntese das tendências pedagógicas liberais. Fonte: UPE, 2016. Agora que você já conhece as tendências pedagógicas – Liberal e Progressista –, e as suas ramificações, engendradas no contexto educacional brasileiro, fica mais fácil situar a sua prática pedagógica, certo? Contudo, te sugiro ir além, pois essas tendências assumem novos contornos em função dos cenários cambiantes deste século XXI, e dos horizontes que neles se anunciam. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Na aula de hoje, abordamos as tendências progressistas Libertadora, Libertária e Histórico-crítica ou Crítico-social dos Conteúdos, conhecendo, um pouco, sobre os embates que essas travam com as denominadas pedagogias liberais. Perceba que essas tendências propõem uma nova visão de mundo, uma nova visão de escola, e uma nova visão dos processos ensino-aprendizagem nela encaminhados. Talvez você esteja se perguntando: por qual pedagogia optar? E sem pretensão de definir a sua escolha, eu te sugiro que, ainda que você se envolva mais por uma do que por outra, porque faz mais sentido para você, lembre-se que nuances, contribuições das demais podem agregar valor à sua prática pedagógica. Tomemos cuidado para não simplesmente descartar opções, pois essas podem colaborar conosco em algum momentoda nossa prática docente. Afinal de contas, vivenciamos tempos por demais complexos para que consideremos uma única resposta como possível e necessária às suas demandas, não é mesmo? De qualquer forma, é essencial que você saiba em prol de quem e do quê você devolve o seu trabalho, ok? Bem, a nossa próxima aula terá como objeto de estudos a influências das tecnologias na educação. Animado? Te espero lá. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 CAPÍTULO 3 INFLUÊNCIAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA Você já parou para pensar que o ser humano sempre teve que recorrer à determinados recursos para desenvolver as suas atividades físicas e cognitivas? Pois é, desde a sua origem na Terra, os homens produziram, e ainda produzem, instrumentos e conhecimentos para transformar a natureza em prol das suas necessidades e dos seus desejos. Tendo em vista que as nossas necessidades e os nossos desejos são muitos e variados, os recursos foram sendo aprimorados de forma a possibilitar aos homens a execução de novas tarefas; a satisfação de novas necessidades e novos desejos; e, sobretudo, o desenvolvimento histórico e cultural. Nesse sentido, configuraram-se as ciências, as tecnologias, as inovações, a educação, não é mesmo? De lá pra cá, muita coisa mudou, certo? Atualmente, no século XXI, experimentamos um mundo, radicalmente, intermediado pelas tecnologias, com destaque para as digitais e, denominado como informacional e em redes. Nesse sentido, é essencial que reconheçamos que, independentemente da tendência pedagógica assumida, precisamos desenvolver competências e habilidades para utilizar as tecnologias em prol da formação integral dos alunos. Na aula de hoje, conversaremos sobre tecnologias; conheceremos as diferenças entre tecnologias educacionais e tecnologias na educação; abordaremos a presença dessas nas escolas; e discutiremos o nosso papel, enquanto profissionais da educação, nesse contexto. Vamos começar? 1.2 DIÁLOGOS NECESSÁRIOS E URGENTES ENTRE TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO Você sabia que as tecnologias são ferramentas produzidas pelo homem e que sempre estiveram presentes na educação? Pois é, o desenvolvimento dessas está, intimamente, relacionado com o modo pelo qual os homens vivem e se organizam em ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 sociedade. Afinal de contas, sempre precisamos de instrumentos para mediar a nossa ação no mundo, transformá-lo em prol da nossa sobrevivência, e construir culturas. Produto da cultura que as desenvolve, as tecnologias, ao serem incorporadas pela escola, também produzem mudanças sobre essa mesma cultura. Essas mudanças percorrem a história da própria educação, uma vez que, desde há muito tempo, a escola utiliza instrumentos para mediar o ensino. Estão entre eles: o texto impresso; o giz; o quadro; o plano de aula; a calculadora; o rádio; a televisão; mais recentemente, os computadores; dentre outros. Título: Imagem de um alfabeto. Fonte:https://images.pexels.com/photos/3662803/pexels-photo-3662803.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Título: Imagem de uma calculadora. Fonte: https://images.pexels.com/photos/6193086/pexels-photo-6193086.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 Observe que interessante, nos termos de Brito & Purificação (2015), as tecnologias podem ser organizadas em três grandes grupos, denominados de classificação didática das tecnologias • tecnologias físicas, tais como uma caneta ou um computador na sua dimensão material; • tecnologias organizadoras, tais como os sistemas produtivos e de gestão; • tecnologias simbólicas, tais como a escrita e a Internet. Saiba que a tecnologia, techné e logos (técnica e razão), não se limita apenas ao instrumento criado para mediar a ação humana, mas corresponde, também, ao conhecimento decorrente de um conjunto de técnicas específicas que auxiliam o homem a estender sua ação no mundo. Por isso mesmo, as tecnologias, ao mesmo tempo que são criadas para atender às suas necessidades, geram também novas formas de produzir conhecimento. https://images.pexels.com/photos/3662803/pexels-photo-3662803.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/6193086/pexels-photo-6193086.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 https://images.pexels.com/photos/6193086/pexels-photo-6193086.jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&w=600 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 Você já analisou, por exemplo, como a Internet, objeto de estudos da nossa próxima aula, tem contribuído para a produção de novos conhecimentos? Na educação, em geral, e na escola, em específico, identificamos a tecnologia educacional e a tecnologia na educação. Você sabe a diferença entre elas? Vamos conhecê-la? Segundo Litwin (2007), o termo tecnologia na educação remete aos aparelhos concebidos para tarefas alheias ao campo educacional propriamente ditas. As tecnologias na educação referem-se à toda e qualquer forma de tecnologia presente na escola, mas que não foram criadas para fins pedagógicos, ou seja, com alguma finalidade educativa/formativa. Essas tecnologias podem ser utilizadas em sala de aula ou qualquer outro espaço escolar, tal como a secretaria. São seus exemplos: computadores, fax, telefone, xerox, dentre outras. Diferentemente, o termo tecnologia educacional é entendido como sendo: o corpo de conhecimentos que, baseando-se em disciplinas encaminhadas para as práticas do ensino, incorpora todos os meios a seu alcance e responde à realização de fins nos contextos sócio- históricos que lhe conferem significação (LITWIN, 2007, p.13). A tecnologia educacional, presente na escola, diz respeito a todo e qualquer recurso tecnológico que professores e alunos dispõem e que podem ser utilizados para mediar o processo ensino-aprendizagem presencial e/ou a distância. Lembre-se que a tecnologia educacional é criada com fins pedagógicos. São seus exemplos: softwares educativos, aplicativos (apps) educativos, dentre outros. Veja, por exemplo, a lista de sugestões de apps que podem ser utilizados na educação. Aplicativo Descrição Minecraft para Educação Jogo de construção de blocos, espécie de Lego virtual, para os alunos construírem casas, castelos ou até mesmo uma cidade inteira. ArtPuzzle Quebra-cabeças para os alunos montarem quadros de pintores famosos. SongSmith Programa para trabalhar estilos musicais, repertórios e improvisações musicais com os alunos. Art Race Jogo para conhecer obras de artistas renomados (pintores e escultores). Impressionism Programa de exposição de pintores impressionistas e pós-impressionistas, com biografia e imagens deles, e curiosidades sobre dos mesmos Galí eX Jogo para se trabalhar, com os alunos, a obra do pintor espanhol surrealista Salvador Dalí. Título: Lista de sugestões de aplicativos educativos. Fonte: elaborado pela autora, com base em Aplicativos Educativos (2023) e Instituto Claro (2021). ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 A introdução de tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação brasileira ocorreu gradativamente, e teve como marco inicial a realização do I Seminário Nacional de Informática na Educação, em Brasília, em 1981. Nesse seminário, recomendou-se a criação de projetos pilotos, de caráter experimental, cujo objetivo fosse analisar o uso da informática no processo educacional. Posteriormente, atendendo a essa recomendação, é criado o Projeto Educom como sendo a primeira ação oficial do governo brasileiro de levar computadores às escolas públicas. Conforme assinala Oliveira (1997), o Projeto Educom - Educação com Computadores – tem como objetivo principal “estimular o desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar voltada para a aplicação das tecnologias de informática no processo de ensino-aprendizagem”(OLIVEIRA, 1997.p 34). Na sequência, o projeto de maior envergadura na área foi o ProInfo – Programa Nacional de Informática na Educação –, implementado a partir de 1997, tendo como finalidade como finalidade disseminar o uso pedagógico das tecnologias de informática e telecomunicações nas escolas públicas de ensino fundamental e médio pertencentes às redes estadual e municipal do país. De acordo com os documentos que fundamentam o ProInfo: uma boa forma para se conseguir que os indivíduos saibam operar com as novas tecnologias da informação e valer-se delas para resolver problemas, tomar iniciativas e se comunicarem, é usar o computador como prótese da inteligência e ferramenta de investigação, comunicação, construção, representação, verificação, análise, divulgação e produção do conhecimento. (BRASIL, 1997, s/p) ANOTE ISTO De um modo geral, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são utilizadas para tratamento, organização e disseminação de informações. De lá pra cá, outras ações na área foram criadas, conforme você pode conhecer, analisando o infográfico seguinte. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 Título: Linha do tempo de ações de implementação das TICs nas escolas brasileiras. Fonte: https://educacaoconectada.mec.gov.br/o-programa/principios-e-historico https://educacaoconectada.mec.gov.br/o-programa/principios-e-historico https://educacaoconectada.mec.gov.br/o-programa/principios-e-historico ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 Ações essas que encontraram, e ainda o encontram, dificuldades variadas em seu processo de implementação, e até mesmo resistências. E você: vivencia ou imagina que irá vivenciar dificuldades nesse processo? Apresenta alguma resistência? Caso sim, qual(is)? A incorporação das TICs na educação encontra resistências, sobretudo, por conta de que muitos profissionais da educação relacionam o seu uso ao tecnicismo. O tecnicismo situa o ensino no condicionamento do estudante, na medida em que memoriza conteúdos. Nesse contexto, o computador seria um mero instrumento que permitiria memorizar e medir o conhecimento através da aplicação de provas e testes. Atualmente, no século XXI, sabemos que podemos utilizar as TICs, também, em uma perspectiva construtivista, em que o aluno torna-se ativo, protagonista em seu processo de construção do conhecimento, conforme discutiremos em nossos próximos encontros, especialmente na aula sobre Metodologias Ativas. Título: Imagem de uma tela de tecnologia de pintura oriental Ebru, pintura na água. Fonte: https://pt.dreamstime.com/ebru-marbling-pintura-tecnologia-na-%C3%A1gua-de-em-doce-m%C3%A3o-com-palito-decorativo-marmoreando- image167203818 Dessa forma, perceba que a utilização das TICs na educação tem se baseado em posturas pedagógicas antagônicas. Uma delas parte de uma concepção de educação segundo um modelo empirista, no qual o conhecimento se dá a partir da transmissão e apreensão gradativa do que já foi estudado. Essa concepção prioriza a informação e memorização de conteúdos por parte de alunos considerados passivos no processo ensino-aprendizagem. A outra concepção reconhece o aluno como construtor ativo do seu processo de construção do conhecimento. Nesses termos, as tecnologias são https://pt.dreamstime.com/ebru-marbling-pintura-tecnologia-na-%C3%A1gua-de-em-doce-m%C3%A3o-com-palito-decorativo-marmoreando-image167203818 https://pt.dreamstime.com/ebru-marbling-pintura-tecnologia-na-%C3%A1gua-de-em-doce-m%C3%A3o-com-palito-decorativo-marmoreando-image167203818 https://pt.dreamstime.com/ebru-marbling-pintura-tecnologia-na-%C3%A1gua-de-em-doce-m%C3%A3o-com-palito-decorativo-marmoreando-image167203818 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 consideradas auxiliares das pedagogias escolares. Tal como salienta Valente (1999), nesse cenário construtivista, os processos de aquisição do conhecimento assumem um papel de destaque exigindo um profissional crítico, criativo, reflexivo e com capacidade de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indivíduo, cabendo à educação formar esse profissional. No entanto, essa educação não pode mais ser baseada na instrução que o professor transmite ao aluno mas, na construção do conhecimento pelo aluno e no desenvolvimento dessas novas competências (VALENTE, 1999, p. 54). ISTO ESTÁ NA REDE Quem sabe cozinhar, cozinha até mesmo em um fogão a lenha; quem não sabe, não consegue cozinhar nem em um fogão atômico. Com essa fala, Mário Sérgio Cortella, filósofo brasileiro, inicia a sua palestra “Paradigmas da tecnologia na educação”, apresentada neste vídeo, na qual ele destaca que não devemos, especialmente enquanto profissionais da educação, recusar tecnologias, desde que elas sejam necessárias. Para ele, os sujeitos, com a mente pedagógica moderna, devem utilizar tecnologias para fazer melhor o já realizado. Portanto, para Cortella, a questão central é ensinar a cozinhar, independentemente de tecnologias específicas. Contudo, se essas contribuírem de forma efetiva para que os sujeitos aprendam a melhor cozinharem, aí sim se configurarão como inovações na educação, inovações pedagógicas. Nesse sentido, ele ressalta a essencialidade do tripé formação-pesquisa-atualização para que os profissionais da educação consigam melhor compreender quando uma tecnologia se constituirá como uma inovação pedagógica e, assim, decidir ou não utilizá-la. Ficou curioso? Então, assista ao vídeo, disponível no Youtube através do link: https://www.youtube.com/ watch?v=VJbouCuoJKk. Enquanto assiste ao vídeo, reflita sobre o seguinte: se os alunos “não são mais os mesmos” é possível continuar desenvolvendo aulas da mesma forma do que há 50, 30, 10 anos atrás, por exemplo? Outro ponto que merece ser problematizado é a suposição de que a utilização de instrumentos advindos do avanço tecnológico qualificará automaticamente a eficiência e a eficácia dos sistemas educacionais. Ora, já sabemos que isso não ocorre na prática. Na sala de aula, usar a tecnologia para melhorar a “aparência” de uma aula expositiva é apenas uma ampliação dessa capacidade expositiva do professor. Novamente pode- https://www.youtube.com/watch?v=VJbouCuoJKk https://www.youtube.com/watch?v=VJbouCuoJKk https://www.youtube.com/watch?v=VJbouCuoJKk ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 se perceber a concepção de educação em que ensinar é expor, e isso tem nome: modernização conservadora. Verifica-se, pois, a tendência em querer incorporar ao ensino o “mais novo e avançado no campo científico” com o consequente desprezo das tecnologias anteriores. Contudo, a presença de aparato tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos através de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. (BRASIL, 1998, s/p). Conforme observa Coelho et al. (2007), estudos de pesquisadores da área demonstram que o uso do computador na educação trazem mudanças ao modelo educacional vigente quando introduzem ou reforçam um paradigma que promove aprendizagem ao invés de ensino, que coloca o controle do processo nas mãos do aprendiz e que auxilia o professor a compreender que a educação é um processo de construção de conhecimento ( COELHO et al, 2007). Na contemporaneidade, século XXI, os computadores estão entre as TICs que podem, sobremaneira, ser utilizados satisfatoriamente para mediar o ensino, pois permitem novas formas de trabalho; possibilitam a criação de ambientes interativos de aprendizagem, contribuindo para que os estudantes pesquisem, experimentem, criem soluções, construam novas formas de representaçãomental, dentre outras habilidades e competências. Contudo, também, sabemos que para isso precisar de mudanças de mentalidades; valorização dos profissionais da educação; condições adequadas de trabalho; enfim, políticas públicas efetivas na área. A lei n. 9394 de 1996, a qual institui a lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB 9394/96) e, mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) ressaltam a incorporação das TICs nos processos educativos, sinalizando que a formação na escola pode, e deve, acontecer por diversos caminhos e linguagens. ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 Título: Imagem de uma menina e múltiplas telas – notebook, smartfone, livro, quadro. Fonte: https://pt.dreamstime.com/aluno-de-crian%C3%A7a-sentado-%C3%A0-mesa-e-usa-computador-garota-%C3%A9-estudante-universit%C3%A1ria-volta- escola-menina-adolescente-trabalha-na-image202205315 Nos termos desses documentos, as TICs são meios que podem contribuir para a formação dos estudantes desde que mediadas de forma crítica por professores e pares. Dessa maneira, veja só, não podem ser consideradas como uma panaceia para a problemática da educação no Brasil, mas devem ser compreendidas em seus limites e possibilidades nos processos escolares. Perceba, então, que a formação dos estudantes para a utilização crítica das TICs deve realizar-se a partir do redimensionamento das condições concretas de produção de suas apropriações. A apropriação indica os usos e interpretações que os sujeitos realizam e produzem nas suas relações nos contextos que experienciam. De acordo com Chartier (1992, p. 78), apropriar significa incorporar o vivido, dar vida às experiências compartilhadas em grupo. Algo possível por intermédio das relações entre professores-alunos, alunos-alunos e a comunidade social mais ampla (instituição escolar, comunidade escolar, governo, etc.) A apropriação de TICs em processos educativos, especialmente em contextos de formação profissional, envolve multiletramentos, o qual englobam: • definição das necessidades de informação, • inicio de estratégias de busca de informações, • acesso e entendimento das informações, • interpretação das informações, e • comunicação das informações. https://pt.dreamstime.com/aluno-de-crian%C3%A7a-sentado-%C3%A0-mesa-e-usa-computador-garota-%C3%A9-estudante-universit%C3%A1ria-volta-escola-menina-adolescente-trabalha-na-image202205315 https://pt.dreamstime.com/aluno-de-crian%C3%A7a-sentado-%C3%A0-mesa-e-usa-computador-garota-%C3%A9-estudante-universit%C3%A1ria-volta-escola-menina-adolescente-trabalha-na-image202205315 https://pt.dreamstime.com/aluno-de-crian%C3%A7a-sentado-%C3%A0-mesa-e-usa-computador-garota-%C3%A9-estudante-universit%C3%A1ria-volta-escola-menina-adolescente-trabalha-na-image202205315 ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 Desse modo, as “compreensões e as formas como as pessoas, em interações sociais, se apropriam de tecnologias e as usam no dia-a-dia é que são fundamentais” já que “a tecnologia em si não é estruturante de relações sociais” (COELHO, et. al, 2022, p. 35). Sugiro, então, que você reconheça que existem níveis de desenvolvimento da apropriação dessas tecnologias na educação. Portanto, enquanto profissionais da educação, especialmente professores, devemos transitar do nível emergente, no qual reconhecemos a importância das tecnologias educacionais, para o nível básico, no qual já as diferenciamos em prol de contextos pedagógicos específicos. Com isso, já teremos melhores condições de transitar para o nível intermediário, no qual já conseguiremos envolver os estudantes em atividades intermediadas por essas tecnologias. Por fim, perpassado esses três primeiros níveis de apropriação das TICs, seguiremos rumo ao nível avançado, no qual já criaremos condições de adequá-las ao currículo para a personalização dos processos ensino-aprendizagem. Para tanto, é importante que a gente desenvolva/aprimore funções gerenciais, pedagógicas e socioafetivas, tal como apresento para você no quaro seguinte. Funções Especificação Saberes imprescindíveis Gerencial Capacidade de definir os procedimentos necessários ao desenvolvimento das atividades pedagógicas previstas. Organização. Planejamento. Administração do tempo. Conhecimentos tecnológicos. Pedagógica Capacidade de intermediar as atividades pedagógicas previstas, em termos de orientação, acompanhamento e avaliação dos processos de ensino-aprendizagem. Conhecimentos pedagógicos. Conhecimentos dos conteúdos específicos. Conhecimento dos alunos e de suas características. Conhecimentos sobre recursos pedagógicos. Socioafetiva Capacidade de acolher, estimular e promover/fortalecer vínculos afetivos com os alunos. Comunicação. Empatia. Interação. Administração de conflitos. Aprendizagem colaborativa e cooperativa. Título: Especificação e saberes necessários às funções docentes. Fonte: elaborado pela autora, com fundamentação em Mattar et. al. (2020). Apesar de todos os desafios possíveis aí implicados, temos que reconhecer que as TICs têm muito a contribuir com a educação, especialmente, tendo em vista o universo lúdico que elas incorporam, e podem expandir. Nesses termos, lembro de Miranda (2015, p. 244) quando pontua: ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 A educação da criança pequena usa da imaginação e da fantasia, em que o lúdico se faz presente, constrói conhecimentos e refaz a história, por meio dos artefatos culturais a seu alcance. O computador, o tablet, o celular e outras diferentes mídias aparecem no cotidiano infantil e são introduzidas nas brincadeiras com jogos e desenhos, entre outros. No Brasil atual, a Educação Infantil e o uso de tecnologias nos convidam a uma reflexão sobre as novas maneiras de organizar o processo de aprendizagem da criança, da construção do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades, utilizando das múltiplas linguagens. Então, preparad@? 1.3 SÍNTESE DA AULA E ANÚNCIO DOS NOSSOS PRÓXIMOS PASSOS NA DISCIPLINA Experimentamos um mundo, cada vez mais, tecnológico, multimidiático e em redes. Mundo esse em que as TICs perpassam, radicalmente, praticamente todos os âmbitos de nossas vidas. Assim sendo, não cabe mais discutir a presença dessas tecnologias na escola. Afinal, de uma forma ou de outra, elas se fazem presentes, seja no celular dos estudantes, seja em seus imaginários sociais etc. Nesse cenário, precisamos, pois, reconhecê-las e aprimorar condições para utilizá- las em prol da EDUCAÇÃO desses estudantes. Para tanto, conforme tratamos nesta aula, eis que é necessário mudanças de mentalidades pedagógicas e desenvolvimento de habilidades e competências na área. Vimos, pois, as intrínsecas relações históricas entre educação e tecnologias. Percebemos que elas, inclusive, se retroalimentam, e que o diálogo virtuoso entre elas tem muito a contribuir com o desenvolvimento civilizatório. Dando continuidade às nossas tratativas, em nosso próximo encontro falaremos sobre a Internet. Até lá! ROBÓTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.a CYNTHIA RÚBIA BRAGA GONTIJO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 CAPÍTULO 4 A INTERNET E AS SUAS MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES PARA A HISTÓRIA EDUCACIONAL PRESENTE E FUTURA 1.1 INTRODUÇÃO – PARA INICIAR A CONVERSA A educação tem uma longa história, a qual se confunde com a própria história da humanidade. Afinal, as pessoas, especialmente no contexto do seu percurso civilizatório, se constituem no engendramento das relações ensino-aprendizagem possíveis em cada momento histórico. Esse longo itinerário educacional que produzimos configurou o que hoje, no século XXI, denominamos de Educação 4.0, porque, fundamentalmente, intermediada pelas tecnologias de informação e comunicação (TICs), com destaque para a Internet. Mas qual será o futuro da educação?