Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

(
10
)
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO:
Importância da afetividade
CUBATÃO 2024
RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO:
Importância da afetividade
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em A.B.A. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
CUBATÃO 2024
“O ambiente social da criança codetermina a sua existência e fornece o primeiro meio de satisfação das suas necessidades”.
(Henri Wallon)
RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO:
Importância da afetividade
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO
Este trabalho tem como fundamento apresentar importância da afetividade no processo do ensino aprendizagem e reconhecer aspectos que dificultam essa conexão entre o professor e aluno, além de retratar como é valoroso esse relacionamento entre ambos. O trabalho nos faz ter uma reflexão no quesito sobre
afetividade, e como o professor é o principal mediador desta afetividade em sala de aula, facilitando o ensino-aprendizagem, permitindo uma boa convivência, de forma respeitosa e através de um relacionamento de carinho, buscamos nos aprofundar mais sobre essas contribuições que nos ajudam desenvolvendo nosso crescimento
físico, moral, psíquico e espiritual.
Palavras-chave: Afetividade; Professor; Aluno; Relacionamento; Crescimento; Mediador; Ensino Aprendizagem;
ABSTRACT
This work is based on presenting the importance of affectivity in the teaching-learning process and recognizing the aspects that hinder this connection between teacher and student, in addition to portraying how valuable this relationship between them is. The work makes us have a reflection on the question about affectivity, and as the teacher is the main mediator of this affectivity in the classroom, facilitating teaching- learning, allowing a good coexistence, in a respectful way and through a loving relationship, we seek to delve deeper into these contributions than to develop our physical, moral, psychic and spiritual growth.
Keyword:Affectivity; Teacher; Student; Relationship; Growth; Mediator; Teaching Learning;
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	7
CONCEITO DA AFETIVIDADE	8
Afetividades na visão de Wallon	9
Afetividade na perspectiva de Piaget, Vygotsky, Freire e Rousseau	10
A influência e a contribuição da família e da escola na construção da afetividade	11
A	AFETIVIDADE	ENTRE PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM	12
Aspectos limitantes na conexão entre professor-aluno	14
OS BENEFÍCIOS DA AFETIVIDADE NA VIDA ESCOLAR DO ALUNO.	15
CONSIDERAÇÕES FINAIS	18
6 REFERÊNCIAS	20
	
	
1 INTRODUÇÃO
O aprendizado inicia-se no ambiente escolar, através das relações com as pessoas. O começo deste vínculo é afetivo, para as crianças, é essencial esta ligação, que se inicia na família, e no transcorrer do seu desenvolvimento este vínculo é estendido para o professor que atua como uma figura de suma importância nesta fase do desenvolvimento.
A afetividade tem como fundamento, facilitar o processo de ensino aprendizagem fazendo com que aluno e professor tenham uma mesma sintonia, cooperando para desenvolver uma prática pedagógica voltada para o aluno. Pois construindo uma conexão com seus alunos, resulta com que seu trabalho seja retribuído. Nunes (2009, p.123), complementa que:
O papel da afetividade na educação não deve ser o de mero coadjuvante, mas sim o de ocupar o centro do palco junto aos conteúdos e métodos pedagógicos que fazem parte do currículo escolar formal, que por si só já contribuem inestimavelmente para o crescimento de crianças e jovens.
Sendo assim o presente trabalho tem como tema: A importância da afetividade.
Esta investigação segue o seguinte problema de pesquisa: De que forma a relação entre professor e aluno pode influenciar e colaborar no processo de ensino aprendizagem. Segundo Mahoney (1993, p. 68),
[...] é sempre bom lembrar que o desenvolvimento da criança não se nutre apenas de emoções e sentimentos. Porém essa troca com os adultos são de extrema importância, pois com esses relacionamentos as crianças terão oportunidades de se espelhar naquilo que ela pode vir a ser.
O objetivo geral de pesquisa é se aprofundar nos benefícios de como a relação professor-aluno é capaz de influenciar no ensino-aprendizado. Além de conceituar a afetividade e mostrar os aspectos limitantes dessa conexão.
10
Para este trabalho foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica. Realizamos leituras criticas de artigos científicos e livros relacionados com o nosso tema de pesquisa.
A pesquisa se baseia em obras de Nunes (2009), Mahoney (1993), Wallon (2015), Piaget (1986), Vygotsky (2001), Wallon (1999), Wallon (2015), Wallon
(1959), Wallon (1968), Piaget (1975), Vygotsky (2001), Freire (2010), Rousseau (1988), Santos; Portela e Sousa (2003), Mahoney e Almeida (2005), Mahoney& Almeida (2004), Cunha (2008),Lourenço; Almeida De Paiva (2010), Leite (2012), Vygotsky (2004, Ferreira e Acioly-Régnier (2010), Leite eTassioni (S.d), Segundo (2007), Santos, P. S. (2003).
A estrutura do trabalho aborda inicialmente o conceito da afetividade e se aprofunda na afetividade na visão dos autores Wallon, Piaget, Vygotsky, Freire e Rousseau. Questionamentos de acordo com a influência e contribuição da família e da escola na construção da afetividade.
No decorrer apresentaremos a afetividade entre professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem e seus aspectos que dificultam essa conexão entre professor-aluno. Para concluir, discorre-se sobre os benefícios da afetividade na vida escolar do aluno.
E por fim, a conclusão desse estudo e as referências utilizadas como pesquisa.
2. CONCEITO DA AFETIVIDADE
Segundo Wallon (2015), a afetividade é expressa por um sentimento positivo com uma pessoa. Ela cria ligações entre os indivíduos mesmo sem intenções sexuais. Afetividade vem da origem do afeto. De acordo com teoria da psicologia, diz respeito ao sentimento de emoção, carinho, paixão entre outros.
Por Piaget (1986), afetividade e cognição se complementam e dão apoio para o desenvolvimento mental. Para ele, o afeto pode aumentar ou diminuir a amplificação das estruturas cognitivas. Para Vygotsky (2001), a afetividade é
essencial e de extrema importância para o pensamento do indivíduo, uma relação
entre o professor e a matéria ensinada, gerando a vontade de aprender, entender sobre o que esta sendo explicado, raciocinando de maneira construtiva.
Wallon (1999), em sua teoria, os aspectos cognitivos, afetivos e motores fazem parte do ser humano. O afeto é um mecanismo que auxilia na inserção da criança com a sensibilidade, pela motivação e consciência, formando cidadãos críticos e reflexivos. A afetividade não é apenas demonstração de carinho e amor como idealizam no senso comum, é somente o sentimento convicto. Wallon divide em cinco estágios do desenvolvimento humano, que representam essas características do ser humano, que são: impulsivo-emocional, sensó rio-motor e projetivo, personalismo, categorias e puberdade, adolescência.
2.1 Afetividade na visão do Wallon
Wallon (2015) trabalhou muito com a afetividade, originando essa teoria sobre o início da afetividade. Para ele, a afetividade é essencial para a formação da personalidade de um indivíduo, sendo a primeira fase,logo em que a criança nasce e que se estende até seus primeiros anos de vida. Pelo movimento, a criança se relaciona com seu meio demonstrando suas primeiras manifestações afetivase criando vínculo entre os indivíduos que a cercam. Alguns anos depois, lá pelo terceiro ano de idade, há uma revira volta nas relações dessa criança com seu meio, pois é quando iniciam os conflitos interpessoais, onde a criança passa a se opor a tudo que julga diferente dela.
O autor enfatiza que a afetividade se inicia na gravidez e nos primeiros movimentos da criança. Na teoria walloniana, a afetividade é início do desenvolvimento da criança. Na relação com o adulto, criando laços afetivos.
No recém-nascido, os movimentos assemelham-se a uma simples descarga ineficiente de energia muscular, onde se misturam, sem se combinar, reações tônicas, espasmos e a brusca expansão de gestos não combinados, de automatismos ainda sem aplicação, como sejam os movimentos de pedaladas já observáveis nas primeiras semanas (WALLON, 1959, p. 236).
Segundo Wallon, os primeiros vínculos entre os seres humanos são através das emoções.
As interações humanas são imprescindíveis para a formação do cidadão juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, o ser humano se desenvolve nas relações com outras pessoas, no meio em que está inserido desde o
seu nascimento e esse convívio tem uma grande influência sobre o indivíduo. Essas relações são essenciais no desenvolvimento dessa aprendizagem gerando um conhecimento. (Wallon, 1968).
De acordo com o autor, a afetividade é fonte de conhecimento, quando a criança tem o contato com o mundo simbólico por intermédio de demonstrações afetivas, ocorre à mediação com ela e os outros indivíduos.
Sendo assim, a afetividade para Wallon é de caráter social e imprescindível.
2.2 Afetividades na perspectiva de Piaget, Vygotsky, Paulo Freire e Rousseau.
Para Piaget (1975) são quatro estágios sobre o desenvolvimento humano: sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais. Eles têm em comum o afeto e a cognição. O ser humano nasce com reações involuntárias como olhar e sugar quando recém-nascido e começa a descobrir o mundo pela boca. Segundo Piaget, nessa fase contém uma relação de afeto entre a criança e o adulto promovendo interações.
Vygotsky (2001) defende o processo dos fatores biológicos e sociais no amadurecimento do individuo. Ele fala sobre a importância do conhecimento de mundo da criança através de experiências do seu cotidiano. A linguagem é essencial para a interação entre as pessoas e objetos de estudo. No ensino-aprendizagem, esse processo pelo afeto torna os pensamentos passados em novos, atualizados.
No final, o aluno apresentará um resultado significativo, compreendendo o que lhe foi ensinado e conseguirá descrever em textos o que foi aprendido em sua opinião, tendo um pensamento critico do passado e motivando a buscar respostas de
duvidas que surgirem futuramente.
Freire (2010) valorizava a demonstração de afeto do professor à seu aluno. Para ele, é importante para o docente compreender o valor dos sentimentos. Durante o processo de ensino-aprendizagem é necessário a interação só cio afetiva
entre o educador e o educando. Essa interação ocorre na relação familiar na escola e socialmente.
Rousseau (1988) defende que o educador deve utilizar três educações, natureza, homens e coisas para preparar o aluno a ter autonomia em seu cotidiano. O educador pelo modo que fala com a criança, como demonstra seu sentimento, propiciando aprendizagem associando a afetividade.
2.3 A influência e a contribuição da família e da escola na construção da afetividade
Segundo SANTOS; PORTELA E SOUSA (2003), a família é a base, na qual são ensinados valores essenciais para se relacionar com a sociedade. Quando não ocorre esse ensinamento familiar, isso reflete no aprendizado da criança, apresentando dificuldades. Por isso, é necessário que a família, professores e a escola trabalhem em conjunto para propiciar ao aluno um aprendizado de qualidade.
A família é tudo na vida de uma criança e quando a família realmente participa da vida do seu filho, o reflexo é sentido na escola: é uma criança mais acolhedora, amorosa, carinhosa e feliz, facilitando a sua convivência com o próximo. Assim, se tornando um indivíduo mais capacitado e preparado para vida social, tornando-se uma pessoa melhor e um mundo com pessoas unidas. (SANTOS; PORTELA E SOUSA, 2003, p. 6)
Segundo REGO (2003), tanto a família como a escola tem influência na formação do aluno em seu desenvolvimento social, político e educacional.
Ambas são responsáveis pela transmissão e construção do conhecimento culturalmente organizado, modificando as formas de funcionamento psicológico, de acordo com as expectativas de cada ambiente. Portanto, a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social. (DESSEN,
M. A. & POLONIA, A. C, 2007, p. 22).
3 A	AFETIVIDADE	ENTRE	PROFESSOR-ALUNO	NO	PROCESSO	DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O ambiente para ocorrer o ensino/aprendizagem deve propiciar o sucesso desse processo. Para que isso ocorra, o professor deve se aprimorar e adaptar-se a profissão.
É necessário que o educador e educando tenham uma relação de afetividade, mas também é preciso promover o interesse do aluno em ler, escrever e adquirir conhecimento. Formando desta forma alunos críticos, reflexivos, participativos e com personalidade própria. Segundo Wallon (2005), na sua teoria dos estágios, nos fala que no estágio impulsivo- emocional:
O recurso da aprendizagem é a fusão com os outros. O processo ensino-aprendizagem exige respostas corporais, contatos epidérmicos, daí a importância de se ligar ao seu cuidador, que segure, carregue, embale. Através dessa fusão, a criança participa intensamente do ambiente e, apesar de percepções, sensações nebulosas, pouco claras, vão se familiarizando e apreendendo esse mundo, portanto, iniciando um processo de diferenciação. (MAHONEY & ALMEIDA, 2005 p. 22)
O professor deve ser um intermediador da aprendizagem para o aluno, estimulando e motivando sempre a criança, ajudando, possibilitando experiências novas, assim o aluno irá compreender o mundo e as situações vivenciadas em seu cotidiano.
[...] a diferenciação mais nítida entre o eu e o outro dá condições mais estáveis para a exploração mental do mundo externo, físico, mediante atividades cognitivas de agrupamento, classificação, categorização em vários níveis de abstração até chegar ao pensamento categorial. A organização do mundo em categorias bem definidas possibilita também uma compreensão mais nítida de si mesma. (MAHONEY & ALMEIDA, 2005 p. 22)
Muitos professores estão desmotivados em sua profissão, por vários fatores, como indisciplina dos alunos em sala de aula, salário incompatível com o cargo de horas trabalhadas, entre outros motivos. E com isso, acabam se sentindo desvalorizados, mudando seu conceito de educação e passando somente o que é
determinado. É preciso que o professor enfrente os desafios diários no âmbito escolar.
Conforme Wallon (in Mahoney & Almeida, 2004 p.25), o professor assim como o aluno também é afetado por suas emoções, pelas interações e os sentimentos gerados com a convivência, assim tendo mais facilidade de solucionar conflitos.
A afetividade se dá na relação um com os outros e ao decorrer da vida alguns momentos se tornam marcantes no modo afetivo. Ela propicia o processo de ensino- aprendizagem, já que ocorre uma relação que pode virar uma lembrança para a criança. Nesse sentido, Cunha (2008, p.51) afirma que:
O afeto, sendo em qualquer que seja a circunstância, é o primeiro caminho para a conquista da atenção do aprendiz. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares, que muitas vezes estão fechados as possibilidades acadêmicas.
Dessa forma, o professor motivando seus alunos, torna o aprendizado muito mais eficaz, significativoe propicia uma relação entre ambos. Nisso, o educador é o exemplo para a estrutura da personalidade para seus alunos. Segundo Lourenço; Almeida De Paiva (2010), a motivação não é somente uma característica própria do aluno, é também mediada pelo professor, pelo ambiente de sala de aula e pela cultura da escola, pois é fundamental que o professor construa um ambiente onde o aluno se sinta acomodado.
Para Leite (2012), a afetividade é elemento fundamental nas ligações em sala de aula e por meio dela a mediação pedagógica determinando a qualidade do vínculo aluno-objeto-professor.
Vygotsky (2004, p.455), fala da relação aluno-professor associando à afetividade em que:
O mestre deve viver na comunidade escolar como parte inalienável dela e, nesse sentido, as suas relações com o aluno podem atingir tal força, transparência e elevação que não encontrarão nada igual na escola social das relações humanas.
O processo de ensino-aprendizagem é a relação entre o professor e os alunos. Além do conhecimento absorvido pelo aluno e transmitido pelo educador, é
fundamental a construção da cidadania. Para isso, o professor precisa servir como facilitador desse processo, possibilitando ao aluno novas experiências, assim ele irá compreender e entender o mundo que está inserido e o professor terá empatia com a criança aos seus problemas e sentimentos.
A teoria Walloniana nos apresenta grandes entendimentos sobre a ligação do educador e educando, também relata que a escola é um ambiente fundamental para o desenvolvimento de ambos.
A noção de domínios funcionais "entre os quais vai se distribuir o estudo das etapas que a criança percorre serão, portanto, os da afetividade, do ato motor, do conhecimento e da pessoa" (WALLON, 1995, p. 117). São fundamentos teóricos que ajudam a compreender os processos de desenvolvimento, servindo como um facilitador para o processo ensino/aprendizagem.
O conhecimento se faz presente a partir da vida afetiva que as pessoas constroem.
As relações de mediação feitas pelo professor, durante as atividades pedagógicas, devem ser sempre permeadas por sentimentos de acolhida, simpatia, respeito e apreciação, além de compreensão, aceitação e valorização do outro; tais sentimentos não só marcam a relação do aluno com o objeto de conhecimento, como também afetam a sua autoimagem, favorecendo a autonomia e fortalecendo a confiança em suas capacidades e decisões. (LEITE E TASSONI, S.d p.20)
3.1 Aspectos limitantes na conexão entre professor-aluno
Para ocorrer um ensino de qualidade é necessária uma amizade entre aluno e professor. Antigamente, os professores eram vistos como protagonistas, apenas transmitiam o conteúdo e os alunos eram transformados em depósito de conhecimento, não havia uma relação de afetividade entre ambos. Atualmente, o professor está sempre adquirindo conhecimento, tendo uma reflexão sobre sua prática e de que maneira transmiti-la aos seus alunos. Pois ele deve ser um facilitador de forma que possa colaborar gerando uma aprendizagem significativa.
De acordo com Segundo (2007, p. 27), em sua dissertação de mestrado, a afetividade no processo de ensino-aprendizagem: atuação docente que facilita ou dificulta a aprendizagem:
Aponta que o entrelaçamento entre afetividade e razão provoca momentos de instabilidade no professor. São momentos para os quais não estão devidamente preparados, principalmente porque são gerados pelo distanciamento existente entre os cursos de formação inicial e a realidade e também pela falta de condições ideais para o exercício da profissão.
O aluno não deve ser só um expectador durante a aula, ele pode ser o protagonista em alguns momentos na sala de aula, quando for concedida autonomia, participação e ação durante atividades práticas, contribuindo para seu desenvolvimento.
É necessário que o aluno aprenda e entenda o que está sendo ensinado, ter uma boa relação com todos no âmbito escolar, tornando-os boas pessoas e reflexivos, assim ambos evoluem em seus conhecimentos adquiridos e prévios.
4 OS BENEFÍCIOS DA AFETIVIDADE NA VIDA ESCOLAR DO ALUNO
Santos, P. S. (2003) em seu artigo cita, “A profissão de professor é única, através dela, ele é capaz de mudar vidas e transformar o indivíduo, pois quando o ambiente o afeta, alguma reação o aluno terá, se o ambiente for acolhedor os resultados na vida daquele sujeito serão positivos [...]”. Se este meio trouxer frustrações, ele terá medo, se sentirá desmotivação e conseqüentemente terá um baixo rendimento, fazendo com que não tenha uma aprendizagem de sucesso. Da mesma forma, se ele for tratado de forma respeitosa e se sinta confiante, terá um ensino eficaz.
A troca de afeto é fator decisivo para o desenvolvimento social e intelectual do aluno. É possível imaginar, que ainda nos dias atuais, não há preocupação coma relação entre aprendizagem e o emocional do aluno? Grande parte dos problemas enfrentados nas escolas provém de situações sócio-afetivas, entre elas a indisciplina, que no decorrer dos anos, resultam em consequências para criança.
Segundo Wallon, “A educação da emoção deve ser incluída entre os propósitos da ação pedagógica, o que supõe o conhecimento intimo do seu modo de funcionamento”. Com a educação emocional, criamos um vínculo afetivo com o aluno, trazendo uma troca recíproca entre professor e aluno, de forma que sejam respeitadas suas individualidades enquanto pessoa.
De acordo com Parâmetro Curricular Nacional (BRASIL, 1997),é necessário desenvolver o conhecimento e se sentir confiante em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para poder estar sempre em busca de novos conhecimentos e exercer sua cidadania criticamente.
Todas as relações estão envolvidas em uma só razão, afetividade, pois é com ela que se forma um indivíduo equilibrado, com valores, ético e que irá um dia constituir uma família, tudo englobando em uma palavra que significa carinho e cuidado em alguém e quando se tem esses motivos, queremos sempre o melhor para essas pessoas, por isso que o professor, família e escola estão todos envolvidos em uma só missão serem facilitadores para uma aprendizagem de qualidade. (SANTOS, PORTELA E SOUSA, 2003, p. 2)
Através da afetividade, os alunos obtêm sucesso na aprendizagem e na realidade fora da escola, auxiliando em seu conhecimento e contribuindo para a socialização em seu meio, é através dela que o aluno constrói sua identidade.
Na concepção de Henri Wallon, inteligência e afetividade estão integradas: a evolução da afetividade depende do seu desenvolvimento intelectual e vice-versa. O indivíduo necessita se relacionar com seu meio para seu desenvolvimento pessoal e emocional. Dessa forma, podemos concluir que a criança possui uma grande necessidade de brincar, pois, por meio da brincadeira, ela interage com seu meio e assim estabelece relações afetivas. No cotidiano escolar não é diferente, todos nóssomos guiados por nossas emoções, portanto, se o professor possui uma relação afetiva positiva com seus alunos, eles aprenderão de forma mais prazerosa, pois estabelecem uma relação recíproca de respeito e afeto.
Por que a afetividade? Porque é a base da vida. Se o ser humano não está bem afetivamente, sua ação como ser social estará comprometido, sem expressão, sem força, sem vitalidade. Isto vale para qualquer área da atividade humana, independentemente de idade, sexo, cultura. (ROSSINI, 2004, p 16).
A afetividade é um fator importante e essencial para o convívio de todos, se um individuo não está com sua vida afetiva bem resolvida, ele enquanto ser social também não estará, pois um depende do outro simultaneamente. Na escola, o papel do professor é de construir esse vínculo afetivo para que tenham um bom convívio.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A relação professor e aluno são essenciais para que haja um processo de ensino-aprendizagem saudável em sala de aula. É dever do professor um olhar atento que busque uma troca de confiança com seus alunos, para que se sintam motivados e com vontade de aprender.Além das necessidades de aprendizado, possuímos outras necessidades que também tem seu papel fundamental na vida, e quando não conseguem ser atendidos, geram frustração e desapontamento. O professor precisa construir essa relação de troca, respeitando as individualidades de cada um, com intuito de criar um ambiente de cooperação e acolhimento, para que juntos possa colaborar na construção de identidade e autonomia dessas crianças.
A escola é uma das fases mais importantes da criança, é onde ela tem suas diferentes experiências e aprendizados, que contribuem consideravelmente para o desenvolvimento físico, cognitivo, moral, social e afetivo do ser humano, uma vez que a criança estará em contato com um maior número de pessoas, ampliando suas relações. Por isso, a escola deve proporcionar um ambiente acolhedor e propício para o processo de ensino aprendizagem, assim como no ambiente familiar. Devemos criar um olhar atento e observar que é preciso uma visão mais crítica acerca da afetividade, que a importância para a educação está no fato de contribuir para o desenvolvimento intelectual e social, preparando as crianças para a vida. Para isso, é necessário que educadores sejam afetuosos e comprometidos com a educação, mantenham o diálogo entre professor e aluno, o fazer compartilhado, respeito pelo outro, estar aberto a escutar e dizer, que servem de elementos fundamentais para essa relação.
Segundo Ranghetti (2002, p.89), a afetividade “dá o brilho à relação pedagógica, desencadeando o convívio da razão com a emoção num movimento com a vida, do interior para o exterior do ser e vice-versa”.
Concluímos que o professor precisa ter um olhar sensível, afetuoso e voltado para realidade de seu aluno, dar atenção necessária não somente as disciplinas obrigatórias, mas motivá-los e se mostrar disposto a fazer parte deste movimento de ensinar e de aprender. Gerar entusiasmo e entusiasmar-se com este processo... Pois, normalmente, pessoas envolvidas afetivamente, se dedicam com
comprometimento, responsabilidade e querem e fazem a diferença em sala de aula, proporcionando que o verdadeiro apreender e aprender aconteça de forma consistente.
REFERÊNCIAS
AFONSO LOURENCO, Abílio; ALMEIDA DE PAIVA, Maria Olímpia. A motivação escolar e o processo de aprendizagem. Ciênc. cogn., Rio de Janeiro , v. 15, n. 2, p. 132-141, ago. 2010
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais (PCNS). Ensino Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1988
CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak 2008.
DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto , v. 17, n. 36, p. 21-32, Apr. 2007 .
EMILIANO, Joyce Monteiro. Vigotski: a relação entre afetividade, desenvolvimento e aprendizagem e suas implicações na prática docente. 2015. 72 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pedagogia, Centro Universitário Unifafibe, Bebedouro, 2015.
FERREIRA, Aurino Lima; ACIOLY-REGNIER, Nadja Maria. Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação. Educ. rev., Curitiba , n. 36, p. 21-38, 2010 .
LEITE, S. A. S. Afetividade nas práticas pedagógicas. Temas em Psicologia, Campinas, v. 20, n. 2, p. 355-368, 2012.
MAHONEY, Abigail Alvarenga. Emoção e ação pedagógica na infância: contribuições da psicologia humanista. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 1, n. 3, p. 67-72, dez. 1993 .
MAHONEY, Abigail Alvarenga; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Psicologia da educação, São Paulo , n. 20, p. 11-30, jun. 2005 .
MAHONEY, Abigail Alvarenga & ALMEIDA, Laurinda Ramalho de Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Revista da Psicologia da Educação, nº 20 – 2005.
PIAGET, Jean; INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. 9. ed. São Paulo: DIFEL, 1986.
REVISTA DIDÁTICA SISTêMICA. Rio Grande: Issn 1809-3108, v. 4, 20 jul. 2006.
REVISTA ELETRÔNICA SABERES DA EDUCAÇÃO. São Roque: Fac São Roque, v. 4, 2013.
Rego, T. C. (2003). Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de singularidades. Petrópolis, RJ: Vozes. ROUSSEAU, Jean Jacques. Projeto para a educação do Senhor de Sainte-Marie
Santos, Gabriela; Portella, Michele; Souza, Maria; A Afetividade como facilitadora da aprendizagem
SEGUNDO, Thatiana. Afetividade no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação (Mestrado em Educação) – PUC-SP. São Paulo, 2007.
VERAS, Renata da Silva; FERREIRA, Sandra Patrícia Ataíde. A afetividade na relação professor-aluno e suas implicações na aprendizagem, em contexto universitário. Educ. rev., Curitiba , n. 38, p. 219-235, Dec. 2010 .
VIGOTSKI, L. S. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fonte, 2004 Vygotsky, L. S. (2001). Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes.
WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança: a evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1999. 144 p
WALLON, Henri. (1968) A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70.
WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança: a evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1995.
WALLON, Henri. (1959-1975). Psicologia e educação da infância. Lisboa Estampa

Mais conteúdos dessa disciplina