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MEGA DICAS PARA DOMINAR A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO Um guia rápido e fácil do livro PODER DA ORATÓRIA MIZAEL DE SOUZA XAVIER TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, sem a devida autorização assinada pelo autor, Mizael de Souza Xavier. A violação dos direitos é punível como crime (art. 184 e parágrafos do Código Penal), com pena de prisão e multa, busca e apreensão e indenizações diversas (art. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19/02/1998, Lei dos Direitos Autorais). Este livro também está publicado na Amazon em formato de e-book (ASIN: B0BBH4P2GF ). DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA 5S EDITORA PARNAMIRIM/RN 2023 SUMÁRIO Introdução MEGA DICA 1. Aprender a escutar: o primeiro desafio MEGA DICA 2. A comunicação MEGA DICA 3. Oratória: arte e desafio MEGA DICA 4. Os atributos de um bom orador MEGA DICA 5. Vencendo o medo MEGA DICA 6. Planejando e treinamento MEGA DICA 7. A criação do discurso MEGA DICA 8. Argumento e persuasão MEGA DICA 9. Pensamento crítico e criatividade MEGA DICA 10. Estruturação da apresentação MEGA DICA 11. Apresentando-se em público MEGA DICA 12. Desenvolvendo a voz e a fala MEGA DICA 13. A linguagem não verbal MEGA DICA 14. Local da apresentação MEGA DICA 15. Chek-list do orador Caderno de exercícios Referências bibliográficas ATENÇÃO! Esta livro é um resumo do livro “O poder da oratória: a arte de se expressar, convencer e liderar”, de autoria de Mizael de Souza Xavier, também à venda na Amazon em e-book. O livro original contém 367 páginas. INTRODUÇÃO Se você adquiriu este livro, é provável que tenha algum grau de dificuldade de falar com público. Talvez você seja um aluno que se sente desconfortável na hora e apresentar trabalhos escolares, que sua frio, treme muito quando precisa falar diante da classe, e isso tem lhe prejudicado. Pode ser que você seja um estudante universitário que vê seu rendimento acadêmico sendo prejudicado por causa da sua inabilidade com as palavras e com o público. Também penso que você esteja querendo se desenvolver para ser um vendedor melhor ou um líder eficaz. O que todos têm em comum é o desejo de aprender a se comportar melhor diante das pessoas para convencê-las, influenciá-las e liderá-las. A grande maioria das pessoas passou ou ainda passa por isso. Muitos relutam em se expressar ou se limitam a frases curtas e inexpressivas. Existem ainda aqueles que, num grupo reduzido e informal, conseguem se expressar, colocar as suas ideias, debater e até mesmo convencer as pessoas do seu ponto de vista, mas que diante de uma plateia se travam e não conseguem organizar as suas ideias ou às vezes nem abrir a boca. Às vezes o problema não é a plateia, mas quem está nela: o chefe no trabalho, o professor na sala de aula, uma autoridade pública ou qualquer outra pessoa que traga insegurança. Não podemos nos esconder, ficar calados quando alguém espera que digamos alguma coisa, porque isso pode significar a perda de um emprego ou de uma promoção, a perda da chance de nos defendermos ou de convencermos alguém de algo muito importante, uma nota baixa no trabalho da escola. A arte de falar em público não é para um grupo seleto de pessoas que possuem o dom da oratória. Todos podemos desenvolver esta habilidade, alguns em maior ou menor grau, assim como todas as habilidades humanas. É preciso treinar a habilidade de falar para as pessoas. Esperar chegar o momento de enfrentar uma plateia para desenvolver essa habilidade não é uma boa opção; seria o mesmo que aprender a desmontar uma bomba sem jamais ter se preparado. A repetição aprimora o desenvolvimento das nossas habilidades, mas elas se tornam ainda melhores quando são sistematicamente treinadas. É este o objetivo deste livro: fornecer meios para que você esteja preparado para enfrentar o público sem contar com a sorte. O orador, para ser eficaz em seu discurso, precisa de constante preparação, treinamento, estudo, leitura. Não se pode chegar diante de uma plateia à espera de um insight, isto é desrespeitar aqueles que se dispuseram a nos ouvir e ao próprio professor ou contratante da palestra. Um bom orador precisa ser profissional, precisa estar disposto a investir tempo e esforços na sua capacitação, para que desenvolva previamente as habilidades que irá precisar em suas apresentações. O estudo da arte de falar em público não somente lhe acrescenta algo, como também lhe tira: o medo, a baixa autoestima, a insegurança, a timidez. Por mais tímido e inseguro que um orador possa ser no início da sua caminhada, os passos dados com treinamento e prática constantes lapidarão sua personalidade e lhe darão o talento de quê ele necessita para se sair sempre bem. MEGA DICA 1 APRENDER A ESCUTAR: O PRIMEIRO DESAFIO Por que escutar é tão importante? Se você não souber escutar as pessoas, não terá muitas coisas importantes para compartilhar com elas. O aluno precisa escutar o que o professor tem a dizer antes de fazer perguntas ou dar respostas. O vendedor precisa escutar com atenção o cliente para entender bem suas reais necessidades. O pastor precisa aprender a escutar a Deus e as suas ovelhas para saber do que elas precisam também escutar. Se não ouvirmos atentamente, dificilmente teremos algo de bom para oferecer. Vamos apresentar algumas verdades que poderão revolucionar a sua atuação como orador, caso você se abra a elas e se deixe transformar pelo poder da escuta. Se você deseja se comunicar com habilidade e eficácia, saiba que “Aprender a ouvir é mais da metade da batalha por uma comunicação clara” (BETHEL, 1995, p. 189). Rompa de vez com o medo de ouvir. Esteja pronto a escutar sempre, onde quer que você esteja e quem quer que esteja falando. Quanto mais resistimos em dar ouvidos ao que acontece ao nosso redor, menos chances temos de crescer como pessoas e como oradores e líderes. Não tenha medo de admitir que não sabe algo e se permita ouvir aqueles que sabem. Perca o medo de escutar as pessoas, porque isso pode significar confrontar suas próprias ideias e valores. Se você não romper com o medo de ouvir, de escutar, dificilmente conseguirá quebrar o seu medo de falar em público. Escute o público e o público o escutará. Comunique-se consigo mesmo. Os seus pensamentos e a sua maneira de pensar produzem efeito sobre o seu comportamento, sobre a maneira como você lida com as situações, sobre as pessoas com quem você convive diariamente e sobre todo o mundo ao seu redor. Desenvolva a conversação interna, escute a si próprio, sem medo ou preconceito. Conheça e reconheça seus valores e limitações. Escute antes de falar. Um dos motivos pelos quais as pessoas têm dificuldade de falar é que elas não possuem conteúdo para transmitir, por falta de leitura e estudo, além da dificuldade em escutar. É escutando que se aprende sobre as pessoas e sobre tudo. Se falarmos muito e ouvirmos pouco, apreenderemos pouco, e nos faltará o enriquecimento do conhecimento e da experiência do outro. Escute, aprenda, faça um estoque de conhecimento e utilize-o da maneira correta. Não fale muito sobre si mesmo. Se você quiser conquistar as pessoas e fazer com que elas gostem de você, interesse-se sinceramente por elas (CARNEGIE). Se o seu objetivo é conquistar e influenciar, é necessário que você valorize muito mais a escuta. Seja um bom ouvinte para ser um excelente orador. Não importa a posição que você ocupa na vida, na empresa, na igreja, na faculdade: esqueça-se um pouco e conecte-se às pessoas. Escute-as! Perceba o que acontece ao redor. Para escutar com qualidade e eficácia, você precisa estar atento a tudo o que acontece ao seu redor. Nós não falamos apenas por meio das palavras, mas a linguagem corporal e as nossas atitudes dizem muitas coisas.comentários e perguntas. O objetivo apresentado inicialmente deverá ter ficado bastante claro: A palestra cumpriu com o que propôs? O conteúdo apresentado foi coerente e serviu para atender às expectativas dos participantes? As conclusões respondem aos questionamentos feitos anteriormente? Seja breve e conciso. Uma conclusão longa, ao invés de gerar expectativa pelo momento de fazer perguntas, pode gerar a expectativa de que termine logo para todos irem para suas casas. A sua conclusão deve ser simples e deve fazer com que as pessoas deixem o auditório pensando naquilo que ouviram; deve suscitar questionamentos e pesquisas posteriores. Não se gabe do seu êxito. Não é necessário revelar ao público algum desconforto com o tema, o ambiente, as pessoas, a parte técnica, como também não é recomendável gabar-se por ter dado uma ótima palestra. Escolha as palavras com cuidado, dando uma reprodução forte e vívida do conteúdo da apresentação. Cite a proposição e demonstre que o que foi dito reforça-a. A conclusão deve estar no esboço da mensagem e trazer os pontos principais que serão abordados. Faça uma autoavaliação. Após o término de cada palestra, faça uma autoavaliação sobre aqueles seus pontos falhos. O nervosismo, o esquecimento de partes do texto, a forma incorreta de portar-se diante da plateia, a má dicção, o despreparo no uso dos equipamentos. Ressalte os seus pontos positivos em que acertou e reteve a atenção da plateia, suscitou aplausos e elogios. Seja amigável. A postura do orador após o término da palestra deve inspirar as pessoas. Muitos palestrantes se mostram amigáveis e relacionáveis enquanto estão palestrando, mas arrogantes após o término da palestra, não dando atenção às pessoas e evitando responder suas perguntas. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 11 do caderno de exercícios. MEGA DICA 11 APRESENTANDO-SE EM PÚBLICO O momento crucial, fruto do orador é aquele em que ele finalmente se encontra diante da plateia. Espera-se que, antes de chegar até ali, ele tenha realmente se preparado, o que ainda não garantirá que a sua atuação será cem por cento. O importante é que antes de assumir a tribuna, ele investiu seu tempo na aquisição de conhecimentos e habilidades que o capacitaram a estar ali, a enfrentar os seus medos e as surpresas que o aguardam. Cuide da sua aparência pessoal Dê atenção aos detalhes. Os recursos pessoais o orador devem ser desenvolvidos: a sua voz, sua postura corporal, seus gestos, sua capacidade de assimilar informações e expor ideias, sua articulação de argumentos, a forma de interagir com as pessoas. Sem eles, não haverá o discurso. Os gestos precisam ser coerentes com a fala, e esta precisa ser consonante com a pessoa que fala. Isto não significa ser artificial, mas verdadeiro, adequando-se à realidade do local e das pessoas que ali estão, sem perder de vista a própria identidade. Vista-se adequadamente. As pessoas com certeza observarão se o orador está vestido a caráter ou de maneira desleixada. Você precisa causar uma boa apresentação logo de início. A roupa precisa ser discreta para não ser o centro dela, combinando com o tipo de público e o ambiente. Dê preferência às cores básicas; saiba combinar. Os exageros, principalmente para as mulheres, devem ser evitados: maquiagem, adereços, saias ou decotes muito curtos, unhas, etc. Para os homens, de acordo com a ocasião, aconselha-se o uso de ternos ou uma camisa social de manga comprida. Desligue o celular! Jamais compareça diante do público com o celular ligado. Caso ele toque durante a palestra, você causará uma má impressão. Jamais atenda o celular durante o discurso. Em qualquer sociedade e cultura do mundo isso representa falta de educação e de ética. Identifique-se com o público Adéque-se a cada realidade. Você sempre encontrará uma grande diversidade de públicos. Conheça o público que irá ouvi-lo: idade, sexo, nível sociocultural, ambiente, acomodação e o tamanho do auditório; a expectativa, a linha de pensamento, o conhecimento do assunto. É preciso haver uma adequação a cada realidade, suprindo cada necessidade. Seja relevante. A apresentação, o conteúdo da mensagem, deve ser relevante para o público que se pretende alcançar, adequando-se os exemplos dados à sua realidade, tomando cuidado com a fala: as expressões, o uso da língua, a sua postura como orador, sua atitude na tribuna, etc. Identifique o ânimo da plateia. O estado de espírito do público também é importante. Uma plateia é sempre mista, por mais que seja composta de pessoas que teoricamente estão interessadas no assunto. Alguns não estão tão interessados, desprezam o orador, não interagem ou são críticos. Identifique-os. Se alguns espectadores agirem de maneira grosseira, com o intuito de testá-lo, responda à altura, pois na verdade é isso que esperam você, o que significa manter-se firme em seu propósito, rebatendo de forma diplomática e inteligente as críticas e insinuações. Quando o silêncio for a melhor resposta, utilize-o. Some. Em geral, segundo Nóbrega (2009, p. 36), as pessoas são receptivas ao orador. Elas muitas vezes pagaram para estar ali e precisam daquelas informações. Leve informações realmente relevantes e que atendam às expectativas do público. Todos precisam sair de uma palestra com algo mais, uma nova informação ou uma maneira diferente de pensar a informação que já possuem. Priorize a coerência Os fatores que representam o sucesso de uma palestra envolvem, acima de tudo, o respeito por si mesmo e suas próprias ideias; pelo público e o seu conhecimento. A palestra precisa de coerência: orador, plateia e evento. Witt e Fetherling (2011, p. 172) escrevem: “A forma pela qual você emite sua fala nunca pode ser separada de quem você verdadeiramente é, da maneira como você se apresenta naturalmente, da mensagem que pretende comunicar e da natureza do próprio evento”. Então, assuma a própria identidade. Nada deve limitá-lo. Diante das pessoas, somos nós mesmos e não personagens de teatro. Precisamos saber quem somos, conhecer nossa própria verdade, potencialidades e limitações; ter certeza do que cremos e se o que falamos está coerente com as nossas atitudes. O palco não é lugar para a mediocridade. As pessoas não esperam ser instruídas, aconselhadas ou esclarecidas por alguém que se mostra inferior, que não valoriza a si próprio. É preciso ser grande, mostrar-se forte e ser forte. Compartilhe de si com o auditório O que se esconde por trás do tema proposto? A história de vida do palestrante, suas credenciais profissionais, as ideias que ele defende, a sua forma de se comportar e de lidar com as pessoas e as situações, o seu caráter e até mesmo a sua fé. Assumir a tribuna ou o palco é descortinar a própria vida e compartilhar do nosso eu com aqueles que se dispõe a ouvir o que temos a dizer. Esse compartilhamento de si e da mensagem envolve alguns fatores descritos por Dale Carnagie (2009, p. 87 a 98) que estudaremos e adaptaremos aqui. Consideração com os interesses dos ouvintes. O sucesso de uma comunicação e a manutenção dos canais abertos requer que esta comunicação seja bilateral, onde os interesses mútuos sejam respeitados. É preciso levar em conta o conhecimento já adquirido das pessoas sobre o tema ou parte dele. Witt e Fetherling (2011, p. 62 e 63) indicam cinco fatores a serem identificados pelo orador para ter o domínio de todo o evento e atingir o seu objetivo: (1) Quem? Quem são as pessoas que assistirão à palestra e os organizadores envolvidos? Além de auxiliar na estruturação do discurso e no conteúdo da mensagem, esse conhecimento evita gafes, como, por exemplo, errar o nome da cidade em que o evento se dá. (2) O que? Qual a naturezado evento? A que ele se propõe? O conteúdo da mensagem e a forma como nos apresentaremos terão melhor êxito se conhecermos antes em quê estamos nos envolvendo. (3) Quando? Quando será o evento e qual o tempo de duração? Qual a ordem da apresentação e o que mais está programado? (4) Onde? O conhecimento do local da apresentação é essencial para definir a nossa postura e apresentação pessoal. Além disso, saber como será o som, a iluminação, a disposição da plateia e a nossa colocação diante dela nos ajudam a planejar melhor nossa atuação. (5) Por que? Por que as pessoas estão reunidas nesse lugar e o que elas esperam alcançar? O tipo de evento define o tipo de pessoas que estarão nele e a nossa atuação. Apreciação sincera e honesta. Antes de se colocar diante do público para proferir o seu discurso ou palestra, pesquise sobre os indivíduos que o ouvirão para não ter problemas. Carnegie (op. cit., p. 91) afirma que a plateia é composta por indivíduos que agem como indivíduos e responderão desta forma àquilo que escutarem. Uma crítica mal feita poderá trazer mal-estar e, a partir dela, impedir que as pessoas continuem a prestar atenção ou assimilem aquilo que está sendo dito. O orador tem a liberdade de rejeitar convites para falar em ambientes e a pessoas que não estão de acordo com o seu ponto de vista e seus ideais. Mas se ele se propõe a falar a um público, deve respeitá-lo. Algumas perguntas devem ser feitas: (1) Quem são as pessoas? Qual a sua idade, profissão, nível social, a sua cultura, sua religião, sua formação educacional, sua filosofia política, suas expectativas? (2) O que elas sabem? Qual o seu nível de conhecimento a respeito do tema? Isto contribui para eliminar dois riscos: primeiro, falar sobre um tema que as pessoas não dominam ou conhecem muito pouco; ou dar informações básicas sobre um tema que elas dominam. (3) Qual o sentimento das pessoas com relação ao tema? Devemos nos indagar se as pessoas estão totalmente a favor ou contra as opiniões debatidas na palestra. (4) Quais são as expectativas dos ouvintes? O que eles esperam aprender? Que problemas eles esperam resolver? Isto nos ajuda a saber sobre o que não devemos falar, intuindo sobre os temas sensíveis, indesejáveis, proibidos para o tipo de público. Não se pode insultar a inteligência das pessoas nem tratá-las com indiferença. Não se autopromova. Compartilhe conhecimento. Identificação com o auditório. Quando alguém realiza um evento, geralmente contrata palestrantes que se identifiquem com a sua proposta, o que permite que a plateia crie boas expectativas com relação ao que vai ser falado e se atenha ao conteúdo da mensagem. Uma apresentação bem-sucedida valoriza o encontro e o orador. Você pode citar as pessoas que conhece pelos nomes. Utilize sempre os pronomes de tratamento corretos para cada pessoa. Chamar o auditório à participação. Algumas palestras dispensam a participação ativa das pessoas. Há, todavia, a possibilidade de envolver a plateia em todo o percurso da palestra, de modo a criar um ambiente amistoso e descontraído, tornando-a participante da construção do conhecimento. Isto produz interação, desperta a atenção e aumenta a capacidade de assimilação das informações que são trazidas pelo orador. Porém, jamais utilize alguém da plateia ou personalidades e situações valorizadas pelas pessoas presentes para tomar como um exemplo negativo. Bom senso e ética fazem parte da boa oratória. A importância da modéstia. Compartilhar de si mesmo, a sua pessoa e a sua mensagem, exige do orador uma boa dose de modéstia, inspirando confiança e boa vontade. Carnegie (p. 96) diz que nada poderá tomar o lugar da sinceridade na relação entre o orador e o auditório. Conhecer as pessoas, suas qualificações profissionais, seus aspectos sociais, culturais e religiosos contribui para que o orador mantenha uma postura modéstia. Existe um versículo bíblico que diz: “O saber ensoberbece, mas o amor edifica” (1 Coríntios 8:1). Ninguém pode se gabar do conhecimento que tem, uma vez que os conhecimentos e as inteligências são múltiplas. Sem se autocomiserar, o orador pode e deve expor as suas limitações, principalmente sobre o tema que está abordando. Se a sua palestra for motivacional, pode citar exemplos de superação pessoal ou alguns pontos fracos que ainda precisam ser trabalhados. Interaja com o público O público normalmente é receptivo à presença do orador e se mostra sempre solícito em participar com observações e perguntas o que torna a assimilação do conteúdo e o seu posterior aproveitamento bem mais amplos. O orador deve preparar a sua palestra sempre levando em conta a interação com o público. Segundo Nóbrega (2009, p. 85 a 93), ele poderá: Fazer perguntas. Isto toma a atenção das pessoas e lhes pede um posicionamento. Saber a opinião das pessoas sobre o tema ou pedir que elas deem algum exemplo sobre ele, além de estimular o pensamento, serve como termômetro para o orador perceber o nível de atenção e de absorção do conteúdo. As perguntas só devem ser feitas no início da apresentação se elas servirem como uma introdução ao tema. Elas não podem trazer constrangimento ao público e devem ser feitas dentro da sua realidade. As perguntas também podem ser afirmações retóricas em forma de indagações (“É justo lutarmos por igualdade entre as pessoas?). Leve em conta a funcionalidade das perguntas e o tamanho do auditório. Se ele for muito numeroso, talvez não seja aconselhável abrir para perguntas durante a apresentação, a não ser que o planejamento tenha sido muito bem estruturado para isso, levando-se em conta o tempo disponível. Responder às perguntas. Um dos grandes temores do orador iniciante é o momento das perguntas. Há sempre o risco de receber uma pergunta para a qual ele desconhece a resposta. O que fazer? (1) Identificar por meio da postura e da entonação da voz do outro se a pergunta é realmente com o interesse de aprofundar-se no tema e tirar dúvidas, ou se é uma forma de testá-lo, de causar-lhe desconforto. (2) Se por acaso não souber responder a uma pergunta, não justificativas vazias nem invente respostas que maquiem seu desconforto. Admita que não sabe responder, prometa trazer a resposta em outra oportunidade ou incentive que a própria plateia busca pela resposta. (3) Enquanto ouve as perguntas, mantenha uma postura ereta e interessada, sem interromper, dando sinais visíveis que está prestando atenção. A dispersão pode inibir a pergunta e intimidar a plateia. (4) Olhe sempre as pessoas nos seus olhos. (5) É importante, também, que a finalização da palestra venha após a sessão de perguntas e respostas, assim o orador poderá dar uma conclusão ao tema resumindo os pontos principais e enfatizando o que se espera que o público tenha assimilado. (6) Também é necessário responder diplomaticamente, sendo respeitoso e sincero quanto ao conhecimento do assunto. (7) Por fim, transfora para depois as perguntas que exigem respostas mais longas. Se possível, comprometa-se em falar com a pessoa pessoalmente após a palestra, enviar-lhe um e-mail ou qualquer outra forma de contato. Exemplos de casos. Durante a palestra, para ilustrar aquilo que está falando, você pode servir-se de exemplos tirados da sua própria experiência, contanto que não venham parecer exaltá-lo. Pode, também, servir-se de exemplos de figuras conhecidas do público, citando a vida de personagens históricos ou ligados ao tema que está abordando. O objetivo é fornecer um apoio prático e vivo que mostre que suas colocações têm fundamento e podem ser demonstradas na prática. Os exemplos e casos verídicos servem tanto para ilustrar como para explicar, elucidar uma afirmação mediante uma situação verídica. Tudo deve estardentro do contexto da apresentação. Bom humor. Cada orador tem a sua própria personalidade e temperamento e é natural que eles se manifestem mesmo diante da plateia. Embora possamos assumir uma postura diferente da usual e cotidiana diante das pessoas em um auditório, incorporando um perfil técnico e profissional, aquilo que somos permanece conosco e mesmo inconscientemente irá aflorar. Cada pessoa tem o seu estilo, sua forma de falar, de expressar as suas ideias. Embora as diferenças precisem ser respeitadas, o palestrante não pode abrir mão do bom humor. Um orador bem humorado – de forma natural, jamais forçada – contagia a plateia e a deixa mais confortável e confiante em participar, pois enxergam uma abertura. O contrário também é verdadeiro. Bom humor não significa ser palhaço ou comediante, nem quer dizer contar piadas constrangedoras, O humor deve estar impregnado no discurso, no tema abordado, com respeito e ética. Ser simpático. As pessoas apreciam quem é simpático, quem trata os outros bem, com educação e cordialidade. Uma pessoa simpática esboça um sorriso no rosto, é sempre solícita, aberta a perguntas e disposta a dar respostas. A simpatia cria interação com o público. Ser simpático, porém, não significa querer agradar a todos ou abrir mão daquilo que cremos e defendemos para agradar aos outros e falar aquilo que elas esperam ouvir. Você precisa ter ideias bem fundamentadas e defender com garra os seus pontos de vista, sendo inflexível, mas demonstrando verdade e segurança. As pessoas jamais confiarão em alguém que não possui opiniões sólidas; mesmo que não concordem com o que você diz, a plateia quer estar segura de que você confia de fato no que defende, senão perderá a moral diante de todos e o que disser a partir dali não terá muita importância ou credibilidade. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 12 do caderno de exercícios. MEGA DICA 12 DESENVOLVENDO A VOZ E A FALA O orador precisa investir nos aspectos interiores de comprometimento, caráter, estabilidade emocional, guerra contra o medo, mas jamais pode esquecer doas aspectos físicos, dedicando seu tempo para desenvolvê-los, de modo a tornar- se consciente de si, das suas próprias limitações, e ao mesmo tempo ter a chance de treinar o modo correto de fazer as coisas. Sem deixar de lado a essência do nosso ser ou abrir mão dos valores que acreditamos, devemos nos moldar para sermos aquilo que a plateia espera de nós: pessoas capacitadas para transmitir uma mensagem clara, verdadeira e cativante. Embora uma palestra, discurso ou workshop não sejam uma representação teatral, podemos desenvolver a nossa capacidade de alcançar com a nossa voz todas as pessoas e transmitir a verdade do que falamos por meio da nossa expressão corporal. Controle da respiração A forma como controlamos a respiração durante uma apresentação influencia diretamente no seu êxito. A principal função da respiração é levar oxigênio às células do corpo, promovendo o metabolismo das células, ao mesmo tempo em que remove o produto residual desse metabolismo. Quinteiro (1989, p. 56) afirma que a respiração é um dos elementos-chave na busca das emoções, de modo que em todas as emoções humanas a respiração é um fato presente, ativo e dando características específicas a cada manifestação emotiva. O orador não pode negligenciar a importância de uma correta respiração. Antes de aparecer diante do público, você deve fazer exercícios indicados para que a sua respiração seja saudável e aperfeiçoada. É preciso falar pausadamente, respirando entre as pausas lógicas para não perder o fôlego. Podemos dizer de duas formas (com pausa e sem pausa) a seguinte frase: A consciência ecológica tem contribuições importantes para dar na compreensão do papel do ser humano na construção de uma sociedade economicamente sustentável, onde a busca pelo desenvolvimento científico jamais deixa de levar em conta a saúde das pessoas e do ambiente em que elas vivem. A respiração deve ser trabalhada em dois momentos. O primeiro é desenvolver o hábito da prática de exercícios respiratórios diários, mesmo que não haja nenhuma palestra em vista. O segundo é dar bastante atenção à respiração durante a apresentação, inspirando e expirando corretamente, bombeando ar para os pulmões. A fala e a respiração também devem ser controladas para que as palavras não se percam e com elas o seu sentido. Respirar entre uma frase e outra, distribuir adequadamente as pausas, controla o nervosismo e treinar essas técnicas são algumas das soluções recomendáveis para o problema. A voz deve exprimir segurança, deve alcançar a última pessoa da fileira de cadeiras. A linguagem verbal É preciso que aquilo que o orador fala chegue de maneira inteligível aos ouvidos das pessoas. A plateia deve entender perfeitamente o que você está dizendo para poder acompanhar o seu raciocínio. O cuidado com a linguagem verbal é importante, uma vez que ela é o principal veículo de apresentação de uma mensagem por parte do orador. A importância da voz para o orador. A voz é o principal instrumento do orador, porque é através dela que ele se comunica e transmite as suas ideias para as pessoas. Conhecer o aparelho fonador humano é importante para sabermos como podemos utilizar melhor os seus recursos. Conhecer a personalidade da sua própria voz é importante para utilizá-la de maneira eficaz. Cada orador deve encontrar a sua própria técnica vocal, aquela que seja adequada ao seu tipo de voz e lhe traga vantagens. Quando fala ao público, o orador está mais do que dizendo um texto, expondo um pensamento, apresentando gráficos e resultados de pesquisas. Ele está transmitindo a sua verdade e esta precisa encontrar fundamento em palavras verdadeiras. É necessário atenção à projeção da voz, o seu alcance, a variedade das suas inflexões, de modo que o orador deve trabalhar ao máximo a sua potência vocal e aprender a emitir a sonoridade e inflexões que “não pertencem aos hábitos cotidianos” (ROUBINE, 1995, p. 22). A importância da boa linguagem. A linguagem verbal é uma dádiva dada por Deus apenas aos seres humanos. Por meio dela podemos expressar o que pensamos e sentimos, transmitir ideias, manter relacionamentos. A interação produzida pela linguagem envolve aquele que produz a mensagem (emissor) e quem a recebe e interpreta (receptor). Uma boa linguagem atinge o objetivo da comunicação: o entendimento entre o emissor e o receptor. Por outro lado, uma linguagem confusa pode deturpar a mensagem e impedir que ela alcance os seus objetivos. O nervosismo e a falta de leitura são dois grandes responsáveis pela pronúncia incorreta das palavras. Para muitos, a leitura se limita àquilo que encontram na Internet, que nem sempre é de qualidade e normalmente está repleto de vícios de escrita (p. ex.: vc, obg, tc, fds, bjs). As técnicas para uma oratória eficaz A oratória envolve toda a pessoa do orador: física, mental e espiritual. Isto significa que ele deve ir além da técnica e buscar o verdadeiro sentido da sua fala. Como, porém, transmitirá a sua verdade por meio de falas dessincronizadas, expressões fora do contexto da mensagem? As principais técnicas para uma oratória de excelência fundamentam-se em muitas técnicas vocais utilizadas no teatro para trazer verdade à fala do ator. O orador também necessita dessa verdade, e treinar a fala é o primeiro passo para obtê-la. As principais técnicas são: Dicção e articulação. Ter boa dicção e articular bem as palavras no momento do discurso é imprescindível para se fazer compreendido e despertar o interesse nas pessoas pelo tema abordado. Isto é algo que precisa ser trabalhado antes da apresentação, o que envolve disposição e treino. De acordo com Polito (2002, p. 26 e 27), a pronúncia correta das palavrasatinge dois objetivos: (1) o orador que pronuncia corretamente as palavras é mais bem compreendido pelos ouvintes, pois estes não precisam fazer esforço para compreendê-lo. Do contrário, a mensagem se perde e os objetivos não são alcançados. (2) A boa dicção e articulação contribuem para aumentar a credibilidade do orador. A mensagem que o orador quer transmitir é importante demais para deixar de ser compreendida. O seu conteúdo está carregado de verdade, de horas dedicadas ao estudo e à pesquisa; às vezes contam a história da sua vida, da sua carreira profissional, do seu exemplo. Algumas recomendações para melhorar a dicção são: (1) respeite a pronúncia correta das palavras; (2) faça soar nas frases as palavras tônicas, utilizando-se do assento de insistência como forma de dar mais brilho ao discurso; (3) pronuncie os finais das frases, sem enfraquecê-las, para não torná-las inexpressivas; (4) Expresse os sentimentos com o timbre da sua voz, empregando emoção e verdade ao discurso, dando atenção ao subtexto e ao contexto; (5) lance mão das pausas, aprendendo a utilizar bem o silêncio, as pausas lógicas e psicológicas; (6) coloque emoção naquilo que está sendo falado; mesmo que um discurso seja lido, ele não deve ser recitado; (7) mantenha os músculos de todo o corpo bem relaxados, principalmente as cordas vocais, cuidando da respiração. Subtexto. As pessoas não são afetadas apenas pelas palavras e frases em si, mas pelo modo como elas são transmitidas. A tonalidade e as inflexões com que são pronunciadas desvendam muito do real significado que o orador pretende passar. É possível que você pretenda transmitir uma mensagem e esta venha a ser compreendida de maneira totalmente diferente pela plateia, ou ao menos por aqueles que leram o “subtexto” da mensagem. O que se esconde por trás das palavras textuais ditas pelo orador tem a ver com o conteúdo espiritual da mensagem e o seu pré-texto, isto é, os fatos ocorridos antes que o texto da mensagem fosse concluído para ser transmitido. Ninguém jamais abraçará uma ideia ou se deixará influenciar por um discurso vazio, sem alma, desprovido de verdade. O que se quer na oratória, porém, é muito mais que despertar sentimentos, mas levar as pessoas à ação, transformar a sua realidade por meio do discurso ou ao menos influenciá-las a isso. Entonação. Entonação tem pouco a ver com o volume da voz, acima de tudo se a palestra será feita por meio de microfone. Ela envolve muitos outros aspectos. Cada sinal de pontuação da língua portuguesa exige diferentes tipos de entonações: o ponto final, a vírgula, bem como os sinais de exclamação e interrogação, dois pontos, aspas. É preciso enfatizar cada sinal de pontuação, permitindo que as pessoas se envolvam ativamente naquilo que está sendo dito, o que lhes pedirá uma ação diferente para cada entonação. Uma interrogação as levará a parar para pensar. Uma exclamação indicará uma ordem. É importante que o orador esteja familiarizado com os padrões fonéticos da sua língua para poder bem utilizá-los. Compreender como cada palavra se estrutura dentro de uma oração pode nos ajudar a dar maior ênfase na hora de pronunciá-las. Pausas. O controle da respiração está ligado às pausas que devemos fazer durante um discurso. O uso correto da pausa traz naturalidade à fala, do contrário ela se torna artificial. Ela deve ser aplicada no final da linha de raciocino para não prejudicar o discurso do orador nem o entendimento do público. Segundo Polito (2002), o orador deve manter os seus olhos fixos na plateia durante uma pausa e dizer as primeiras palavras com ênfase e energia após a pausa. Isso demonstra que o silêncio entre um pensamento e outro tinha razão de ser. Ele afirma ainda que a pausa bem aplicada “valoriza as informações que foram transmitidas ou cria expectativas para aquelas que ainda serão comunicadas, além de dar oportunidade para que os ouvintes assimilem e reflitam sobre a mensagem” (p. 34). Pausa lógica e pausa psicológica. Além da pausa no final do discurso, temos o que Stanislavski (1986) denomina de “pausa lógica” e “pausa psicológica” e que são de grande importância ao orador e ao sucesso do seu discurso. (1) Pausa lógica. A pausa lógica envolve a separação dos períodos de uma oração em termos de pontos, unindo as palavras em grupos (ou orações) e separam esses grupos uns dos outros. O orador deve dividir a sua fala em períodos – seja ela espontânea ou lida em um texto, colocando as pausas lógicas em seus devidos lugares. Entre duas pausas lógicas, ele deve pronunciar o seu texto o mais unificado possível, falando por partes, sentindo o texto, as palavras, o significado por trás de cada frase ou oração. A pausa lógica é algo esperado, está no texto, separada pela pontuação, dependendo apenas do seu uso correto pelo orador para dar brilho à sua fala. (2) Pausa psicológica. Ela surge da espontaneidade do orador e da sua capacidade de utilizar a emoção para expressar ainda melhor o que deseja. A pausa psicológica faz transparecer o conteúdo interior da fala. O orador não somente pronuncia as palavras e transmite conhecimentos, ele se envolve e envolve a plateia naquilo que está sendo dito, falando não somente com o cérebro, mas com o coração, os sentimentos. Na pausa psicológica está presente todo o corpo do orador: os seus olhos, a sua expressão facial, os movimentos dos seus braços e pernas. No silêncio da pausa psicológica reside o suspense, chama a plateia ao interesse e a persuade a esperar algo mais. Acentuação. A acentuação das palavras obedece diversas regras gramaticais que precisam ser respeitadas na linguagem falada. Alguns oradores tendem a desperdiçar as acentuações, deixando de colocar ênfase em uma palavra que poderia valorizar o seu texto. Além de saber colocar bem as acentuações, é necessário que o orador aprenda a tirá-las de onde elas não forem necessárias, dando ênfase àquilo que traz mais beleza ao seu discurso, que põe em evidência o conteúdo das suas ideias, enfatizando os pontos que necessitam de maior atenção das pessoas. Outra acentuação que pode auxiliar o trabalho do orador é definido por Cunha e Cintra como “acento de insistência”, que serve para realçar uma palavra em determinado contexto, quer impregnando-a de afetividade (emoção), quer dando ênfase a ideia que expressa. Existem dois tipos de acento de insistência: (1) Acento afetivo: exprime o que sentimos no momento em que pronunciamos uma palavra. Ao invés de um acento, a palavra passa a ter dois, o acento afetivo. Este deve vir acompanhado com a emoção correspondente (Ex. “Esta é uma situação miserável”). (2) Acento intelectual: é outro recurso disponível para valorizar uma noção, defini-la, caracterizá-la, geralmente contrastando-a com outra. Ele enfatiza determinada palavra de emoção particular, recaindo sempre sobre a sílaba inicial de cada palavra, imprimindo-lhe maior duração, maior altura e, sobretudo, maior intensidade (Ex: “Esta decisão é arbitrária, insustentável e preconceituosa). Existem algumas distinções entre o acento afetivo e o acento intelectual. O acento intelectual sempre recai na primeira sílaba da palavra. Já o acento afetivo incide na primeira sílaba da palavra quando esta se inicia por consoante, mas pode recair na sílaba seguinte, se ela começar por vogal, vindo sempre a coincidir com o acento tônico normal quando a palavra é de pequeno corpo. O acento intelectual aumenta-a em duração, em altura, em intensidade. O acento afetivo aumenta-a em intensidade, mas principalmente em duração e altura”. Tempo-ritmo. Construir uma fala que seja bem trabalhada sem perder a naturalidade é o ideal que precisa ser perseguido pelo orador. O tempo-ritmo da fala é um fator de suma importância, acima de tudo na nossa sociedade apressada,que pouco tempo tem para cada coisa. Até mesmo as palavras e frases saem apressadas da nossa boca e complicam e comunicação com as outras pessoas. Cada pessoa tem o seu próprio ritmo de fala, seu modo particular de se expressar por meio da voz. As palavras e as frases possuem o seu próprio ritmo. Dentro do contexto do discurso essa realidade se torna ainda mais audível. Tudo dependerá da forma como nos expressamos, das emoções que empregamos ao falar e dos objetivos do nosso discurso. O orador deve atentar para os sons das letras, sílabas, palavras, formando grupos rítmicos claros e cadentes, tornando a fala prazerosa de ser ouvida. Não podemos ter uma fala mecânica, mas também não podemos ser desleixados no falar. A palavra expressiva. As palavras principais de um discurso devem ser enfatizadas. As palavras devem vir carregadas de emoções compatíveis com aquilo que queremos transmitir. Quando assimiladas pelo público da maneira correta, as palavras conseguem prender a sua atenção e alcançar os objetivos do discurso. A emoção empregada à palavra dependerá da palavra e do seu contexto no discurso. Em alguns casos, dependendo da ênfase que damos às palavras, podemos mudar completamente o significado do que estamos falando, transmitindo ideias diversas. É como condicionar as pessoas a entenderem aquilo que queremos que elas entendam. Exemplo de frase: “Os políticos do mensalão, esta semana, foram condenados após serem julgados e encaminhados à prisão”. Dispositivos de retórica Alguns dispositivos de retórica o ajudarão a criar um discurso claro e marcante. Antes de citá-las, devo lembrar que a retórica é apenas mais um recurso. As suas palavras devem possuir vida a partir da verdade que existe nelas e da verdade que existe em você. Witt e Fetherling (2011, p. 91 e 92) nos apresentam cinco dispositivos de retórica que podem ser usados para dar mais força à sua palestre a torná-las memoráveis: A regra de três. Consiste em ajuntar três elementos – palavras, frases ou expressões, que se assemelhem em forma para obter uma combinação. Por exemplo: “Não podemos jamais abrir mão da verdade que liberta, do amor que tudo suporta e da fé que pode nos levar além das nossas possibilidades”. Repetição. Consiste em repetir as palavras para que elas tenham o maior impacto possível, podendo envolver toda uma oração, desde que ligada ao tema principal e bem elaborada, como o discurso de Martin Luther King Jr., “Eu tenho um sonho”. Por exemplo: “Falar é essencial para o seu desenvolvimento pessoal, é essencial para as suas relações interpessoais, é essencial para o seu sucesso profissional, é essencial para a conquista dos seus sonhos”. Não é uma coisa, mas outra. Consiste em contrastar dois pontos para esclarecer um deles. Por exemplo: “Votar não é uma opção da qual possamos abrir mão, mas um dever cívico, se quisermos ter um país transformado”. Semelhança. Consiste em afirmar algo que parece outra coisa (símile) ou que é outra coisa (metáfora). Por exemplo: “Esta acusação é uma pantomima, uma patuscada!”. Ou: “Chegará o dia em que os seres humanos finalmente naufragarão a tal ponto em sua moral, que nas paredes de sua memória já não haverá qualquer vestígio do que ela foi um dia”. Pergunta retórica. Consiste em fazer uma pergunta que já traz, implicitamente, a própria resposta, estimulando o público a chegar a mesma conclusão que você. Por exemplo: “Que frutos você espera colher de uma vida sedentária? É possível falar em saúde mental quando você não consegue sequer levantar-se do sofá?”. Características de uma boa voz no palco Estas características nem sempre estão todas presentes, mas podem ser treinadas, desenvolvidas. A fala cotidiana geralmente não se aplica ao discurso, por ser coloquial e não ser preparada para alcançar um grande número de pessoas, mas apenas aqueles que estão próximos. A autora Maria C. Novelly (1994), apresenta-nos oito características de uma boa voz no palco: Velocidade. Quase 90% dos locutores iniciantes estão nervosos e falam rápido demais. Uma velocidade mal empregada pode estar ligada ao nervosismo, ao medo de falar diante do público, a insegurança devido ao despreparo quanto ao tema e a própria falta de treinamento. Projeção. A maior parte dos oradores iniciantes fala no palco com muita suavidade, a despeito do barulho ao seu redor. Mesmo com o uso do microfone é preciso projetar corretamente a voz. Treinar a projeção da voz ajuda a amenizar o problema. Clareza. A fala truncada tem sua origem normalmente em dois motivos: má expressão das frases ou má pronunciação. A má expressão das frases é um problema de leitura. A má pronunciação normalmente é apenas o resultado de maus hábitos de fala. Os iniciantes tendem a “comer” consoantes. Ao falar, o orador deve abrir a sua boca, pronunciar todas as letras, sílabas e acentuações da palavra, dando a ênfase necessária. Expressão. A expressão envolve todos os fatores estudados anteriormente, que impregnam a fala de musicalidade, de verdade e de poder. Não se deve deixar passar qualquer palavra ou frase para que o que se está expressando se torne claro e objetivo para os que assistem. Juntamente com a expressão da fala, deve-se dar atenção à expressão corporal que a acompanha. Entoação. A entoação dependerá das características da voz de cada pessoa. Boa ou deficiente, a entoação precisa ser trabalhada. Não basta uma voz alta, ela precisa ser alta e inteligível, carregar emoção e verdade. Conheça o seu tipo de voz! Algumas recomendações para ter um bom timbre: não falar de boca fechada (entre os dentes), evitar a fala nasalizada (pelo nariz), não falar com o peito, não falar com o fundo da garganta e não falar com a flor dos lábios. Postura. O orador não deve se colocar de maneira desleixada diante do público, com pernas cruzadas e quadris inclinados, mas ficar em pé, ereto, com o peso distribuído em ambos os pés. Se segura um roteiro do discurso, deve fazê-lo ligeiramente acima da linha da cintura. Contato visual. É necessário saber administrar o contato visual, não fixando os olhos num único ponto e envolvendo o máximo de pessoas durante a exposição. O grau de comunhão com a plateia vai depender do tipo de discurso que se está proferindo. A atenção é imprescindível. Equilíbrio. Em qualquer situação do discurso, o orador deve, com sua habilidade e preparo, abordar suas falas com confiança. Caso corra algo errado, é preciso estar atento para a arte da improvisação, que deve ser desenvolvida durante o seu período de preparação para subir ao palco ou à tribuna. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique os exercícios 13 a 19 do caderno de exercícios. MEGA DICA 13 A LINGUAGEM NÃO VERBAL É interessante para o orador conhecer a respeito da linguagem corporal, como ela pode influenciar num discurso e as maneiras de utilizá-la ao seu favor, para dar mais valor à sua apresentação. Dentre as muitas coisas que ele descobrirá, está a verdade que as duas linguagens, corporal e verbal, precisam trabalhar juntas e de maneira coerente. Explorar o universo da linguagem corporal o ajudará a acrescentar maior veracidade ao seu discurso. Explorar o próprio corpo, treiná-lo, capacitá-lo e domá-lo é essencial para que se possa produzir palestras dignas de nota. Tornar o corpo expressivo: Aprenda a se movimentar de forma coerente e convincente, como um ator que empresta seu corpo para que um personagem tome forma, permitindo-se adequar seus movimentos de braços, pernas, mãos, cabeça olhos ao ambiente da apresentação e ao seu discurso. Conheça o seu próprio corpo! Desenvolva habilidades e resistências que o ajudarão a se movimentar levemente pelo palco, a expressar seus sentimentos e ações, que geralmente requerem esforço físico. Tudo isto envolve o condicionamento físico, o estar bem e saudável para evitar cansaço desnecessário.A não ser que você tenha algum defeito físico que limite os seus movimentos, deverá rever a sua postura corporal. Se você é portador de alguma limitação física, deverá estudá-la e otimizá-la. A limitação única e verdadeira está na mente. A verdade do corpo é a verdade da alma. Por trás de cada movimento do seu corpo, por mínimo que ele seja, existe a alma, o sentimento, o pensamento. Quando você fala ou gesticula, o faz com base naquilo que está sentindo ou pensando, a sua verdade interior. Então você não pode treinar o seu corpo e condicioná-lo para expressar vida às pessoas por meio dele. A expressão corporal se transforma em expressão do ser, da verdade da sua alma. Para apresentar-se de maneira convincente ao ponto de as pessoas perceberem claramente que você está vivendo a sua verdade, você precisa viver essa verdade e transportá-la para o seu corpo, unindo alma e gestos em um todo coerente. Se a sua alma contiver a verdade, o seu corpo responderá naturalmente e a sua apresentação conquistará não somente o olhar dos ouvintes, mas também o coração. Tenha um objetivo em mente e permita que todo o seu ser se direcione para ele e o impulsione a alcançá-lo. A harmonia necessária entre expressão vocal e expressão corporal só acontecerá quando existir harmonia de sentimentos entre você e o conteúdo da sua mensagem. Plasticidade dos movimentos. Você não precisa de movimentos artificiais para externar seus pensamentos e sentimentos. Na oratória, esses gestos podem ser empregados quando forem convenientemente necessários à exposição do tema. O orador precisa ser sincero com relação às suas emoções e utilizá-las naturalmente durante a sua apresentação. É importante que você pratique alguns exercícios de alongamento, relaxamento e respiração antes de proferir sua palestra ou discurso. Os músculos devem estar relaxados e a respiração, controlada, para que você não fique ofegante nem se canse rápido. Se você não estiver à vontade com o conteúdo da sua mensagem, se transmiti- la significar apenas o cumprimento de uma obrigação, o seu corpo corresponderá com a mesma falta de vontade. Contato visual. É preciso olhar as pessoas nos olhos, passar emoção para elas e absorver a sua emoção. O orador se sente bem mais seguro e desinibido quando encontra pessoas receptivas, quando sente que o auditório presta atenção àquilo que ele está dizendo. Um auditório frio e desinteressado gera ansiedade no orador. O erro está em focar-se apenas em uma pessoa, esquecendo-se das demais. Você deve dar atenção a tantos quantos forem possíveis, olhando fixamente para eles ao fazer uma afirmação, depois voltando sua atenção para outro ponto, outra pessoa e fazer nova afirmação. Além de demonstrar segurança e veracidade, isso quebra o clima tenso, ajuda na desinibição e chama as pessoas à interação. Mãos. Uma das dificuldades para os oradores iniciantes é saber onde colocar as mãos, o que fazer com elas. Você deve: (1) não se preocupar demais com as mãos e procurar agir com naturalidade, evitando: mãos nos bolsos, braços cruzados, braços para trás ou para frente com as mãos unidas a baixo da cintura. (2) As mãos podem ser utilizadas para valorizar a apresentação, desenhando sua fala, enfatizando suas emoções, demonstrando firmeza e verdade, utilizando-se dos diversos tipos de gestos descritos anteriormente. Mantendo as mãos acima da linha da cintura, o orador poderá segurá-las e criar seus gestos a partir daí. Expressão fisionômica. A parte mais aparente de um orador é o seu rosto. Ele está carregado de expressões que podem demonstrar apatia, cansaço, arrogância, alegria, empolgação, humildade, interesse, dúvida, segurança/insegurança, paciência/impaciência, espanto, desespero. Ao mesmo tempo, ele pode ilustrar a fala, dando-lhe mais vigor e veracidade. A expressão fisionômica sempre estará ligada àquilo que o orador está dizendo, não podendo ser incoerente. Postura corporal e movimentação. A postura do orador não pode ser apática, descuidada, incoerente. Desde o momento em que você pisar no local de apresentação, deve manter uma postura ereta, jamais apoiada em uma das pernas; enérgica, demonstrando autoridade no assunto, segurança e confiança para aqueles que o assistem. O público logo notará pelo seu caminhar frenético, sua “dança” constante, seu movimentar de folhas e lápis e seu olhar sempre vago que você está nervoso, que não consegue dominar a fala, o assunto. É preciso, antes de tudo, aprender a dominar a si mesmo. Mantendo uma distância de pelo menos 20 cm entre as pernas, você deve falar sempre de frente para a plateia. Você não precisa ficar parado o tempo todo no mesmo local, mas pode movimentar-se para a direita e para a esquerda, ou mesmo aproximar-se da frente do palco ou deixar a tribuna, mas sem falar o tempo todo andando. A linguagem dos gestos Neste ponto você aprenderá algumas regras gerais sobre a expressão corporal durante a apresentação. Nenhum gesto deve ser feito apenas em função do próprio gesto. Os seus movimentos devem ter sempre um propósito e estar sempre relacionados com o conteúdo da mensagem (STANISLAVSKI). O conteúdo da mensagem, por sua vez, deve estar relacionado com a sua verdade interior. Deste modo, cada gesto executado será consequência das suas forças interiores: sentimentos e pensamentos coerentes com o que você fala e gesticula. Os gestos estão incorporados no nosso jeito de ser, na nossa maneira de nos expressarmos quando falamos ou mesmo quando não dizemos uma palavra sequer. A linguagem do corpo transmite sinais à plateia que os interpretarão. Além de espontâneos, verdadeiros e coerentes, os gestos devem ser elegantes e sempre visíveis ao público, mas jamais excessivos. O gesto certo, feito da maneira certa e no tempo certo, valoriza a apresentação, transmite confiança e traz segurança a quem fala e a quem assiste. De acordo com Camargo (2010), existe uma grande variedade de gestos. Você pode estudá-los e utilizá-los durante a sua apresentação, evitando sempre a artificialidade e buscando a verdade dentro de si: Repetição. Gestos usados para reforçar uma mensagem verbal que está sendo passada. A gesticulação deve ser coerente com o que está sendo falado e servir como ilustração. Oposição. Mensagem corporal que indica o contrário da mensagem verbal. Quando você fala sobre seguir adiante com garra, não deve manter os braços cruzados; se está falando sobre um tema triste, é incoerente sorrir. Complementação. O movimento do corpo complementa a imagem verbal, dando vida ao sentimento contido nas palavras. Permite que o seu corpo inteiro interaja com as suas palavras; explore os seus sentimentos; dê vazão à emoção, sempre com naturalidade. Substituição. O movimento corporal é usado como meio de substituição da linguagem para comunicar uma mensagem. São gestos simbólicos que se presumem já ser conhecidos pela plateia e que ela os saberá interpretar. É importante certificar-se de que a plateia de fato conheça os gestos ou se eles podem conter outro significado em determinado ambiente e cultura, vindo a trazer mal entendidos e ofensas. Regulação e acentuação. Os sinais corporais são usados para alterar a composição das mensagens verbais (punhos cerrados para expressar raiva, por exemplo). Esses gestos são um complemento àquilo que está sendo dito e não devem ser feitos de forma mecânica, mas com a verdade do sentimento expresso na fala. Gestos ilustradores. Movimentos utilizados principalmente pelos braços e as mãos que acompanham e auxiliam a fala. É como desenhar a palavra com as mãos. Por exemplo, quando você diz “ao redor do mundo”, pode fazer um círculo no ar. Gestos adaptadores. Gestos emitidos que nem sempre são percebidos por nós, mas que podem ser facilmente captados pelos outros. Daí a importânciado autoconhecimento. Alguns “vícios gestuais” podem ser danosos, como gestos obscenos que geralmente fazemos na nossa intimidade ou entre amigos e que já fazem parte de nós. Gestos mímicos. Gestos de imitação acompanhados de verbalização, na maioria das vezes compreendidos por pessoas de culturas diferentes. Esses gestos podem ser utilizados para ilustrar a fala e dar-lhe ima imagem viva. Certifique-se de que a plateia compreenderá a mímica para não complicar ou ofender ninguém. Gestos técnicos. Gestos técnicos utilizados em diversas profissões. Gestos codificados. Gestos comumente usados pelos surdos-mudos. Gestos simbólicos. Dependem da época e da cultura. Como sinal positivo ou negativo com o polegar ou o sinal da cruz. Adolf Hitler explorou bastante esse tipo de linguagem. Gestos esquemáticos. Se parecem com a mímica, mas não tem a ideia de imitar, mas de enviar uma mensagem de maneira sucinta. Exemplos: encostar o dedo indicador nos lábios pedindo silêncio; formar a letra “T” com as mãos pedindo tempo. Gestos alternativos. São gestos diferentes que podem transmitir a mesma mensagem, sendo interpretados de acordo com a cultura e da região em que ocorrem. Exemplo: fazer um violão com as mãos para mostrar as formas de uma mulher; unir as duas mãos em forma de coração. DA TEORIA À PRÁTICA. Sugiro que você mantenha em dia o seu corpo, com exercícios regulares e uma boa alimentação. Participar de um curso ou oficina de teatro levará você a desenvolver seus movimentos e aprimorá-los. MEGA DICA 14 LOCAL DA APRESENTAÇÃO O orador nem sempre será convidado a discursar ou pregar em ambientes confortáveis, com assentos apropriados, aparelhos de ar-condicionado e o silêncio tão necessário à sua concentração. Como orador proativo, eficaz, você precisa checar o terreno em que está pisando. Conhecer o ambiente e as pessoas é um trabalho que deve estar incluído na preparação do seu discurso, caso contrário você poderá levar a informação certa para as pessoas erradas, ou a informação errada para as pessoas certas. O que acontecerá se você preparou toda a sua palestra em formato de vídeo ou de PowerPoint e não houver no local como projetá-los? Se você não trabalhou a impostação da voz, como falará se descobrir somente quando chegar ao local que não há microfone? No dia da apresentação, você deve checar o local ao menos uma hora antes, certificando-se de que todas as coisas estão nos seus devidos lugares. É preciso deverá verificar a posição as cadeiras, a iluminação, o som, a presença dos equipamentos que você pretende utilizar na sua apresentação e se estão funcionamento perfeitamente. Fatores importantes a serem observados Os fatores externos influenciam diretamente no sucesso de uma palestra. Alves (2004, p. 26) especifica cinco fatores externos que podem ajudar ou destruir o trabalho do palestrante, por melhor preparado que ele esteja: Som. Antes de tudo, confira o local de apresentação para ver as suas condições físicas. Se o auditório for muito grande, será necessário um bom equipamento de som que esteja funcionando adequadamente. Iluminação. Examine a iluminação e certifique-se de que as pessoas realmente o estão enxergando. As luzes não podem estar voltadas para a plateia, deixando o orador no escuro. Também não é aconselhável que a plateia esteja no escuro, mas é necessário haver iluminação suficiente para ninguém cair no sono e para possibilitar a interação entre plateia e palestrante, onde ambos possam se olhar nos olhos e se observar. Acomodação do público. O público e o orador precisame star bem acomodados, o que trará melhor atenção à palestra e participação, evitando incômodo, intolerância, ansiedade e as pessoas desejarem não ouvir ou participar ou a saírem antes da palestra terminar. Perturbação. Verifique se no local da palestra existe algum tipo de perturbação interna ou externa que tire a atenção do palestrante e da plateia. Sem as condições necessárias para que haja tranquilidade durante a apresentação, boa parte ou mesmo tudo o que se disser poderá ser perdido. Se não houver como evitar esta situação, você terá que buscar formas de superá-la. MEGA DICA 15 CHEK-LIST DO ORADOR Item Descrição LOCAL DA APRESENTAÇÃO Estrutura física do evento Espaço Cine-teatro de Parnamirim, RN. Iluminação Possui completa iluminação no palco. Som Possui aparelhagem de som com microfones, reprodutor de CD. Palco Amplo. Ficarei em pé e poderei me movimentar livremente. Acomodação do público Poltronas confortáveis de frente para o palco. Retroprojetor Existe retroprojetor para slides e filmes. SOBRE O EVENTO Conteúdo do evento Quem? Estudantes secundaristas das escolas públicas de Parnamirim, professores e diretores das escolas. O quê? Palestra sobre o Bullying para o encerramento de uma campanha pedagógica das escolas municipais pelo fim da violência entre os estudantes. Quando? Dia 10 do próximo mês. Onde? Cine-teatro de Parnamirim. Por quê? A palestra faz parte de um projeto pedagógico que procura promover a paz nas escolas, o respeito pelo próximo e a amizade. SOBRE O PÚBLICO Tipos de pessoas e expectativas Quem são as pessoas? Adolescentes de nível secundarista das escolas municipais. O que elas sabem? Durante todo este mês, eles tiveram aulas e oficinas sobre temas relacionados à violência escolar. O último tema abordado foi o bullying e todos possuem conhecimentos teóricos básicos e vivências, tanto através de experiências pessoais, quanto por meio das oficinas oferecidas pelo projeto. Qual o sentimento das pessoas com relação ao tema? Os alunos e educadores estão a par do tema, pois já vem sendo trabalhado. Eles conhecem o problema do bullying e da necessidade de encontrar soluções. Quais são as expectativas dos ouvintes? A sua expectativa é aumentar o conhecimento com relação ao bullying e aprender formas de preveni-lo, combatê-lo e superá-lo. NÃO ESQUECER Itens que não devo esquecer no dia Roupa de acordo com o evento Nada muito formal. Calça e camisa sociais e sapato. Anotações Todas as minhas anotações estão nos slides. Levar fichas com as mesmas anotações para qualquer imprevisto. Material de apoio Um resumo do filme Carrie, a estranha, para ilustrar a importância do aprendizado do tema Responsável pelo evento Seu Horácio, diretor geral do evento. Horário de chegada 17:00hs, o evento se inicia às 18:00hs Tempo disponível para a palestra O meu tempo será de uma hora. Quem serão os palestrantes antes e depois de mim e o que eles falarão Antes da minha apresentação haverá a abertura do evento, onde a secretária de educação proferirá algumas palavras. Serei o primeiro palestrante. Após a minha palestra, haverá a apresentação de uma peça de teatro sobre o tema. Autoridades presentes Estarão presentes professores, diretores de escolas, a secretária de educação, o prefeito, os alunos e os pais. CADERNO DE EXERCÍCIOS Exercício 1 – Desenvolvendo a habilidade de ouvir/escutar Você viu como a capacidade de escutar as pessoas e o ambiente pode tornar a oratória verdadeiramente eficaz. Vamos agora praticar! Os exercícios que apresentarei são simples e você pode praticá-los em qualquer ambiente, com quaisquer pessoas, basta estar verdadeiramente presente. Observador passivo. Exerça primeiramente a habilidade de ouvir. Às vezes estamos tão atarefados que não paramos para ouvir. Seja em casa, no trabalho, numa fila de banco, no shopping, na escola ou outro lugar de sua escolha, reserve ao menos cinco minutos por dia para ouvir. Simplesmente pare e ouça os ruídos à sua volta, as vozes das pessoas. Observador ativo. Sem pretender ser bisbilhoteiro, preste atenção ao que elas conversam, a forma como pronunciam as palavras, os possíveis erros de português,os sentimentos envolvidos, o objetivo da conversa. Apenas ouça, sem emitir julgamentos. Analise o diálogo que você escolheu ouvir: é uma narração, uma descrição, uma bronca, um conselho, um bate papo descontraído. Desenvolva o hábito de ouvir sempre. Observador pesquisador. Após praticar os exercícios acima, você pode aproveitar a sua observação para fazer anotações sobre suas observações. Anote todos os pontos mencionados no exercício dois. Primeiro, anote o que ouviu e que mais lhe chamou a atenção. É importante que você respeite a privacidade das pessoas: não tire fotos, não grave, não filme e não anote nomes, caso sejam pessoas conhecidas. Depois, em casa, faça anotações sobre o seu ponto de vista com respeito aos assuntos abordados nas conversas que anotou. Desenvolva uma tese a favor e outra contra em forma de discurso. Em seguida, leia-o em voz alta para si mesmo diante de um espelho, observando sua performance. Escutador ativo. Proponha-se a escutar atentamente, conforme todas as estratégias que estudamos, alguém que venha conversar com você. Seja um bate-papo formal, uma conversa com seu chefe, um diálogo sobre algum tema (eventos cotidianos, esporte, cultura, política, religião, etc.) ou mesmo um desabafo. Ouça com o intuito de entender o que está sendo dito, sem emitir julgamento e sem interromper. Desenvolva essa habilidade todas as vezes que participar de uma conversa. Na sua vez de falar, antes de emitir a sua opinião, tente repetir de forma resumida o que ouviu para mostrar ao seu interlocutor que você valorizou o que ele disse. Por exemplo: “O que você me disse é importante, fulano. Toda essa questão de violência na mídia, o incentivo que os desenhos dão à vingança, a banalização do crime nos filmes e a forma como os ‘mocinhos’ se tornam heróis matando e destruindo. Você está certíssimo. E, na minha opinião...”. Deixe sempre a sua opinião por último. Escutando a si mesmo. Escute constantemente seus pensamentos e seus sentimentos, avaliando-se, procurando entender a razão de todos eles. Não é fácil, mas é necessário. Escute também o seu corpo, como ele se expressa enquanto você fala ou como ele fala quando você não diz palavra alguma. Perceba sua linguagem corporal e traduza-a. Use as informações obtidas para aprimorar sua apresentação pessoal, trazendo coerência entre linguagem falada e gestual. Grave a sua voz durante uma conversa ou um discurso e analise-a depois. Tente perceber possíveis pontos a serem corrigidos, como gírias, vícios de linguagem e erros de português. Crie um discurso ou consiga o discurso de alguma personalidade da história, leia-o em voz alta e grave. Depois ouça-se e analise sua performance; faça correções; aprimore-se. Exercício 2 – Atitudes corretas durante a escuta eficaz Vamos treinar algumas habilidades necessárias à escuta eficaz. Elas servem para o momento do diálogo, qualquer diálogo em que você esteja primariamente na posição de ouvinte1. A princípio pode parecer que este exercício não ajudará você a ser um bom orador, mas a longo prazo você verá o quanto “saber escutar” causará um grande impacto em seu “saber falar”. Prepare-se para prestar atenção. Prepare-se intelectualmente, estudando sobre o ato de ouvir com eficácia, conhecendo ao máximo do seu interlocutor e do assunto que ele lhe trará. Mesmo nos assuntos mais difíceis você pode expressar a sua opinião ou acrescentar algo se estiver preparado. Prepare-se fisicamente, mantendo-se descansado e separando um lugar confortável para o diálogo, quando possível. Se as circunstancias não oferecerem preparo, mantenha ao menos uma postura positiva, jamais desleixada. Prepare-se mentalmente, assumindo a responsabilidade do ouvir e as suas consequências. Nem todos têm estrutura para ouvir algumas conversas. Concentre-se e mantenha a mente aberta a novos aprendizados. Resista o tempo todo às distrações da mente e do ambiente. Mantenha o foco. Permaneça atento e em silêncio. Mantenha o foco na pessoa que está falando, olhando-a de preferência em seus olhos, estando atento, também, aos seus sinais corporais. Emita sons semiverbais (p. ex. “ã-hã) para mostrar que está realmente prestando atenção, ou a pessoa pensará que sua mente está longe dali. Segundo Collins (1993, p. 44) “não-ouvir é igual à indiferença, e esta não ajuda a ninguém”. Procure não interromper. A interrupção da fala do outro só é recomendada quando for de fato necessária, quando houver perguntas que procurem esclarecer melhor o que está sendo dito. Não mude de assunto no meio do diálogo, mas permaneça naquilo que o seu interlocutor está lhe dizendo. Cuidado com as argumentações desnecessárias que em nada acrescentam ao diálogo. Também não procure por fatos adicionais apenas para satisfazer a sua curiosidade. Pratique a observação neutra. Lembre do que falamos sobre escutar atentamente, sem resistência, sem julgamentos e levando em conta a perspectiva do outro. Não condene o seu interlocutor nem faça sugestões ou o corrija sem necessidade ou de forma deselegante. No momento de falar, você fará as suas considerações. Utilize declarações reflexivas. Utilize uma frase ou fragmento daquilo que a pessoa está falando, e a repita. Isto o ajudará a manter o foco e mostrará que 1 Estas habilidades são baseadas em Peter R. Sholtes (1999) e Gary R. Collins (1993). Vide bibliografia. você está atento e interessado. Por exemplo, seu interlocutor lhe diz: “Já é o segundo mês que a empresa atrasa o pagamento das nossas horas extras”. Você pode dizer: “Atrasa o pagamento”, de forma reflexiva. Analise o conteúdo bem como o modo como ele é exposto. No momento do diálogo, é preciso manter a atenção na pessoa integralmente, tanto no conteúdo das palavras que são ditas quanto nas expressões não-verbais emitidas. Como orador, você sabe que deve haver coerência entre aquilo que você fala e a maneira como você se expressa. Busque no seu interlocutor essa coerência e verifique se ele está sendo sincero e verdadeiro com seus próprios pensamentos e sentimentos. Controle suas emoções. Em todas as ocasiões onde nos colocamos como ouvintes, controlar as emoções faz com que nos mantenhamos na linha. Discussões acaloradas, que beiram à agressão verbal e física se iniciam quando uma das partes do diálogo se deixa levar pelas emoções do momento: indignação, revolta, ira, intolerância. É melhor levar desaforo para casa do que ter a sua imagem manchada para sempre, o que pode fazer com que as pessoas não desejem ouvi-lo novamente. Enquanto a pessoa fala, procure ficar neutro, depois organize as suas intenções e fale o que tem de falar da forma mais educada e sensata possível. Resuma e verifique. Caso a pessoa não ofereça uma pausa para que você possa se expressar, busque educadamente por essa pausa e faça um resumo daquilo que ela disse até então. Você pode falar: “Se entendi direito você não está satisfeito com a empresa e tem enfrentado problemas com o atraso nos pagamentos. Vejo que você está pensando em pedir as contas e buscar algo melhor. É isso?”. Organize as questões da pessoa que estiver falando. Se o objetivo do seu interlocutor é buscar a sua opinião sobre algum assunto, certamente você poderá emiti-la. Geralmente as pessoas que nos procuram para conversar desejam saber algo de nós, querem ser ajudadas de alguma forma. Então, ajude-a a distinguir entre problemas versus sintomas, problemas versus soluções, o pouco importante versus o muito trivial, o que pode ser remediado e mudado versus o que está além da sua capacidade para influenciar. Lembre- se: jamais “invente” soluções ou explicações. Se você não tem o que dizer ou não sabe como ajudar, seja honesto em reconhecer e proponha-se a encontrar a pessoa mais indicada para fazê-lo. Encontre padrões. Descubra se a questão trazidapor seu interlocutor possui algum ponto em comum com outros experiências de vida dele. Por exemplo: “Alguma vez já lhe aconteceu isso?”; “Você já teve problemas com esta pessoa?”; “Você já reclamou alguma vez sobre o atraso no pagamento?”. Isto não é feito para julgar, mas para criar uma linha de raciocínio com o maior número de informações. Aponte as lacunas óbvias. Aponte elementos que você nota que estão faltando para trazer mais lógica ao pensamento do seu interlocutor. Geralmente as pessoas sempre apresentam o seu próprio lado da história e omitem partes que não lhe interessam ou que de certa forma condená-las. Lembre esse detalhe. Por exemplo: “Acho interessante você ainda não ter mencionado sua participação”. Aponte as interrupções. Às vezes o seu interlocutor poderá interromper a linha de pensamento para referir-se a outro assunto, e nem sempre retoma a narrativa anterior. Ajude-o a regressar ao ponto de onde parou: “Notei que quando começou a falar da sua relação com aquela pessoa você mudou de assunto”. Seja sempre educado e não use tom de insinuação. Dê atenção a sentimentos. Pergunte, quando for essencial, como a pessoa se sente com relação àquilo que ela está relatando. Ela frequentemente responderá com uma frase do tipo “Sinto-me como se fosse a pessoa mais desprezível do planeta”. Você pode fazer isso utilizando-se de afirmações: “Você provavelmente deve ter se sentido muito mal com isso”. Cuidado, porém, para não fazer afirmações baseadas em prejulgamentos e sem haver realmente entendido a questão. Não jogue verde para colher maduro. Teste a responsabilidade e dê prosseguimento. Após ouvir o seu interlocutor e assimilar a sua verdade, você deve questioná-lo sobre o que pretende fazer, que decisões pretende tomar e quais são os seus planos. Mais que oferecer soluções prontas, você deve instigar as pessoas a pensarem nas suas próprias soluções, tomando com base aquilo que elas mesmas disseram. Quando necessário, ajude-as no processo decisório. Não custa repetir: não invente soluções. Exercício 3 – Comunicando-se com eficiência Aprender a se comunicar com clareza e eficiência é uma lei inquebrável para o líder orador. Se você não sabe se comunicar, significa que tem dificuldades para ouvir e para falar. Eis alguns exercícios que poderão auxiliá-lo: 1) Faça uma pesquisa em livros, revistas e/ou na Internet e responda as seguintes questões: 1) O que é dado, informação, conhecimento e comunicação? 2) O que é o emissor e o receptor? 3) Quais as funções da comunicação? 4) O que é feedback? 5) Quais são as principais barreiras à comunicação humana? 6) Qual a importância do elemento humano para a comunicação? 2) Reveja o seu comportamento. Reflita sobre as suas principais barreiras para se comunicar, se você as possui. Liste todas elas e anote: 1) De que forma essas barreiras têm prejudicado a sua comunicação consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo? 2) Para cada barreira anotada, reflita e anote que ações concretas seriam necessárias para vencê-las. 3) Coloque-as em prática. Caso seja necessário, busque a ajuda de alguém. 3) O grande desafio para os dias atuais: desconecte-se das redes sociais por ao menos dois dias. Utilize esse tempo para ligar para as pessoas e saber como elas estão, para visitar amigos e parentes com quem você só se relaciona pela Internet. Torne os seus relacionamentos pessoais e verdadeiros. Durante a palestra, a não ser que você esteja em uma vídeo-conferência, o contato com as pessoas será inevitável. Se você não se relacionar diretamente com as pessoas, não estiver no meio delas, dificilmente desenvolverá as suas habilidades comunicativas. Exercício 4 – Oratória: arte e desafio Na arte e no desafio de falar em público, você possui uma grande missão: saber quem você é. Provavelmente você será convidado a discursar sobre diversos temas, para diversos públicos e em diversas ocasiões. Você precisa ser você mesmo do começo ao fim da sua carreira como orador. Isto não significa que você não mudará. Sim, você aprenderá coisas novas, aprimorará sua habilidade de falar em público, somará conhecimentos àquilo que você já sabe, terá a oportunidade de reavaliar muitos dos seus conhecimentos, do seu comportamento, das suas crenças. Tudo isso faz parte do seu desenvolvimento e é necessário para que ele aconteça. Este exercício consiste em uma avaliação sincera de si mesmo, que servirá como bússola para a sua carreira de orador. Após alguns anos, você poderá consultar este exercício e ver como se saiu, o que mudou, em que você precisou se reavaliar. O objetivo é que você esteja ciente da sua própria realidade e de como ela afetará as suas decisões, as suas palestras e a sua vida como um todo. Então, execute as seguintes tarefas: 1) Pegue uma folha de papel ou abra um documento no computador e divida-a em duas colunas com uma linha entre elas. Do lado esquerdo você escreverá no cabeçalho: “minhas virtudes”; do lado direito você escreverá: “meus defeitos”. Separe alguns minutos para pensar sobre as suas virtudes: pontos positivos no seu caráter, temperamento e comportamento; habilidades e talentos natos, dons e feitos dos quais você se orgulha de ter realizado. Depois, pense sobre os seus defeitos: pontos negativos no seu caráter, temperamento e comportamento, além daquelas áreas técnicas em que você sente dificuldade. Na lista das virtudes, liste o que você pode fazer para continuar melhorando; na lista dos defeitos, liste algumas ações que você acha que deve implementar para melhorar. 2) Em outra lista, você deverá descrever o seu posicionamento, sua crença particular sobre os seguintes temas: Deus, família, religião, política, esporte, natureza e ecologia, violência, políticos, corrupção, saúde, educação, preconceito, racismo, pena de morte, eutanásia, aborto, homossexualismo, maioridade penal, liberdade de imprensa, liderança, poder, drogas, pedofilia, nordeste. Por que esses temas? Porque eles mostram claramente o que você pensa sobre os assuntos mais “espinhosos” da nossa sociedade, como você se posiciona diante de cada um deles. E é isto que faz com que você seja quem você é. Por exemplo, se você escreve posicionando-se contra o aborto, deverá ter argumentos. O que fazer diante de um público que defende o aborto? Você precisa estar certo daquilo em que acredita e construir argumentos para defendê-lo, sempre respeitando a opinião dos outros. Exercício 5 – Atributos de um bom orador Este exercício é parecido com o anterior. Nele, porém, você não falará sobre si mesmo, mas pedirá a alguém do seu círculo íntimo e de confiança, que responda às duas questões das duas listas: suas virtudes e seus defeitos. Você poderá entrevistar quantas pessoas achar necessário, anotando todas as informações sem deturpá-las. Mesmo que alguém lhe diga coisas que você não gostaria de ouvir, anote-as. Precisamos nos conhecer do ponto de vista das outras pessoas. Às vezes achamos que estamos agindo da maneira correta, quando na verdade não estamos e todos percebem, menos nós. Após completar as duas listas, proceda da mesma maneira do exercício anterior, listando o que precisa ser melhorado em suas virtudes e o que deve ser feito para transformar os seus defeitos. Procure todas as oportunidades de praticar a oratória. Faça o seguinte: mantenha sempre a mão uma caderneta de anotações, um tablet ou um celular. Quando se encontrar no meio de uma conversa, anote todas as suas impressões: o tema da conversa, a opinião das pessoas e as suas opiniões. Faça anotações sobre como você se comportou, sua reação diante da contestação de algo que você disse, seu temperamento. Analise toda a sua atuação e dê uma nota ao seu desempenho. Mas não force nada, haja naturalmente. Apenas dê atenção a cadagesto e palavra seus. Depois, reavalie o seu desempenho e veja o que precisa ser melhorado. Exercício 6 – Vencendo o medo Para vencer o medo de falar em público não existe uma fórmula mágica ou um exercício específico. Perder o medo significa enfrentá-lo e para isso é preciso estar preparado. Todo este livro – teorias e exercícios – servirão para que você trabalhe o seu medo e vença-o aos poucos, até se tornar um bom orador. Alguns medos são patológicos e necessitam de acompanhamento profissional, o que você deve buscar se perceber que este é o seu caso. Leia atentamente este livro mais de uma vez, siga todos os exercícios propostos aqui, treine quantas vezes julgar necessário cada apresentação e assim você romperá as suas barreiras. Quando se sentir seguro, você pode se exercitar da seguinte maneira: 1) Separe alguns minutos em um local confortável e silencioso para pensar sobre o seu medo de falar em público. Procure ir bem fundo na questão, analisando algumas das vezes em que você precisou falar diante de uma plateia e tremeu nas bases, gaguejou ou simplesmente se recusou a falar. O que passou pela sua mente naquele momento? O que você acha que pode ter causado o medo? Medo da crítica, despreparo, informações distorcidas sobre você dadas no passado, algum trauma ou complexo? Caso você consiga identificar a causa real do seu medo, liste os passos que você acha que devem ser dados para superá-los. Comece com algo como “enfrentá-lo”. De que maneira? Seja maior que o seu medo. Faça também uma relação com cinco razões pelas quais vale a pena você enfrentar o seu medo. Então verifique o quanto você tem a lucrar se tomar uma atitude de mudança. 2) Abrace todas as oportunidades de falar em público: em casa, na escola, no trabalho, na igreja. Peça sempre a palavra para expressar a sua opinião ou seja o primeiro a levantar o braço quando alguém fizer uma pergunta. Aceite convites para falar em público. 3) Prepare uma entrevista sobre um tema de seu interesse com no mínimo cinco perguntas e busque pessoas para entrevistar. Comece com seu círculo íntimo (familiares, amigos, namorado/a). Depois entreviste ao menos uma pessoa conhecida no seu trabalho, na escola ou na igreja que você frequenta. Por último, converse com algum desconhecido, alguém com quem você nunca tenha tido contato. Este exercício serve para a desinibição, colocando-o em contato com as pessoas, levando-o a falar com diversos públicos. 4) Prepare uma mensagem, que pode ser um discurso, uma mensagem motivacional, um sermão sobre algum tema espiritual, uma palestra ou um treinamento. Busque espaço nas reuniões familiares, no trabalho ou na igreja onde você possa expor o que criou. Você poderá encontrar alguma resistência dependendo das pessoas e do ambiente, mas por fim verá que valerá a pena e que todos estarão interessados em lhe ouvir. Utilize os métodos que aprendemos para a criação do discurso, além da argumentação e o pensamento crítico. Exercício 7 – Planejamento e treinamento Planejar e treinar é só começar! Siga os seguintes passos: 1) Mantenha sempre a vista o chek-list do orador. Imprima-o com espaços em branco para anotações ou tenha uma pasta em seu computador apenas para o planejamento de palestras. 2) Administre o seu tempo, separando um espaço do dia para a execução do planejamento e do treinamento. Adéque-o à sua rotina, de modo que não tenha interferências negativas de um sobre o outro. 3) O que planejar? (a) A criação discurso, conforme vimos no capítulo sete. Reúna todo o seu material (livros, artigos, entrevistas, gráficos, pesquisas, ilustrações, etc.). Vá por partes até que tudo esteja terminado. (b) A estrutura da apresentação, conforme o capítulo dez. Procure saber sobre todos os elementos a respeito do local da apresentação (veja capítulo 14) e anote-os em seu chek-list. Planeje tudo com antecedência para evitar surpresas desagradáveis. 4) O que treinar? Treine a sua apresentação após concluir o seu roteiro. Você pode fazer isso em casa, aproveitando para gravar ou filmar, e assim poder se observar. Anote todas as frases de impacto que pretende utilizar, onde colocará o acento afetivo e o intelectual, a pausa lógica e a psicológica, bem como a palavra expressiva. Treine-as. Exercício 8 – A criação do discurso Se você é uma pessoa religiosa e frequenta alguma igreja, passe a observar a forma como os pregadores atuam. Desde o início do sermão, faça anotações, principalmente do tema da pregação e das suas divisões. Ao chegar a sua casa, avalie a linha de raciocínio, veja como foi o desenvolvimento, se teve coerência. Preste atenção na reação das pessoas durante a preleção e anote as suas próprias impressões sobre o que entendeu e como o conteúdo da mensagem o afetou. Mas se você preferir, você pode baixar vídeos na Internet ou assistir as pregações pela TV. Escolha um tema dentre aqueles que foram abordados e, a partir dele, tente formular um discurso (palestra, pregação, curso, etc.) utilizando-se das ferramentas que aprendeu. Imagine que você foi convidado para participar de um congresso sobre inclusão digital e solicitaram que você desse uma palestra sobre as novas mídias e o seu impacto sobre o comportamento das pessoas das classes sociais D e E. Crie: um título para a palestra, uma introdução, a proposição, as divisões e as subdivisões. Após concluído, aproveite a companhia de alguns amigos ou familiares e brinde-os com um breve discurso com base naquilo que escreveu. Crie uma proposição, uma oração interrogativa e uma oração de transição para cada título a seguir: “Existe vida após a formatura”; “Levando a vida a sério”; “Palavra dita não volta atrás”; “O consumidor e os seus direitos”; “O preço do sucesso”; “Ousar lutar para vencer”; “Tráfico de drogas: quem são os verdadeiros culpados?”; “A criança e a mídia: qual o resultado dessa união?”; “Solidariedade: transformando a sociedade pela prática do bem”. Exercício 9 – Argumento e persuasão Argumentar e persuadir as pessoas requer conhecimento, habilidade e criatividade. O que acontece quando você depara com alguém que possui ideias totalmente contrárias às suas? Você é capaz de argumentar e convencê- lo? Aqui você terá a oportunidade de desenvolver a sua capacidade de argumentação e persuasão defendendo pontos de vistas opostos sobre diversos temas. Como você perceberá, as frases abaixo contém ideias contrárias umas das outras e você deverá criar argumentos convincentes para cada afirmação. Por exemplo, na primeira afirmação você deverá criar argumentos para defender a igualdade dos sexos; já na segunda, você deverá criar argumentos contrários, isto é, que comprovem que não há igualdade entre o homem e a mulher. Precisamos lutar pela igualdade de sexos. Homens e mulheres não são iguais. Em nome da moral e dos bons costumes, as praias de nudismo devem ser proibidas. Em nome da liberdade de expressão e da individualidade, deve haver praias de nudismo em todo o país. As medidas educativas são a melhor forma de tratar a delinquência infanto-juvenil. As medidas punitivas, como a privação da liberdade, devem ser usadas para combater a delinquência infanto-juvenil. As cotas raciais nas universidades são uma demonstração da incompetência dos governos em oferecer um sistema educacional de qualidade. As cotas raciais nas universidades são um avanço na cidadania e uma forma de compensar nossa dívida histórica com os cidadãos afro descendentes. Somente uma política de esquerda pode conduzir o Brasil ao progresso. Somente uma política de direita pode conduzir o Brasil ao progresso. Deus é necessário. Deus não é necessário. Todas as pessoas são capazes de falar em público e liderar. Falar em público e liderar é uma arte restrita a pessoas que possuem um dom especial. Eu amo a segunda-feira.Perceber o ambiente é somar conhecimento, experiências e manter-se constantemente se atualizando. Significa, também, estar a par das necessidades dos outros, das suas queixas, sonhos, expectativas. Desenvolva a habilidade de fazer perguntas. Perceber o ambiente também envolve o questionamento efetivo. Escutar está ligado à capacidade de fazer perguntas e a habilidade para respondê-las. De acordo com Bethel (1995, p.190): “Em vez de sempre procurar respostas, devemos procurar boas perguntas”. Construa as perguntas certas, que lhe forneçam todos os elementos necessários para a sua compreensão e tente encontrar respostas escondidas por trás das respostas. Seja um bom ouvinte para ser um bom orador. Escutar é ouvir com qualidade. Wood (2007., p. 63) afirma que escutar é uma das pedras fundamentais da comunicação eficaz e que “escutar de verdade significa absorver o que o outro diz com todo o nosso ser – corpo, mente e alma”. Quando escutamos de verdade não emitimos a nossa opinião própria, mas permitidos que o outro manifeste o seu interior, descarregue as suas emoções, e isto é uma demonstração de amor e respeito, dando-nos a sua própria versão, criando um ambiente de diálogo revelador. Escute com alguma finalidade. Quando você se dispõe a escutar alguém, você escuta aquilo que é relevante para ele. Quem já não escutou de alguém: “Em que posso lhe ser útil?”. Esta pergunta significa que a pessoa está interessada no que temos a dizer para saber como nos atender. Escute com a finalidade de aprender mais sobre o outro e, assim, poder ajudá-lo efetivamente. Escute para também ser escutado. Evite ouvir julgando as pessoas. Os julgamentos limitam a nossa percepção e a nossa capacidade de ouvir, impedindo-nos de absorver novas informações. É difícil termos uma apreciação sincera do outro se não nos permitimos ouvi-lo em sua própria realidade, longe dos nossos pressupostos. O que julgamos nas pessoas? Ouvir sem julgar é uma prática a ser desenvolvida cotidianamente e que será necessária à sua atuação como orador, tanto na preparação de sua palestra ou discurso (ouvindo as necessidades das pessoas sem julgá-las negativamente) quanto no momento das perguntas. Ouça a perspectiva da outra pessoa. Pratique diariamente o ouvir a perspectiva do outro, sem resistência. Geralmente, todos querem ser os donos da verdade. Antes de se expressar, permita que seu interlocutor se expresse primeiro. Ouça-o atentamente e sem emitir julgamentos precipitados. Concorde com o ponto de vista dele e depois deixe claro o seu para acrescentar mutuamente conhecimento: agora você sabe um pouco mais sobre ele e ele, sobre você. Ouça através de canais não-verbais. Escute com os olhos! As pessoas se comunicam por meio de inúmeros outros sinais além da fala, sendo a linguagem corporal apenas um deles. As palavras nem sempre conseguem expressar totalmente o que sentimos. Seja um escutador da vida, dando atenção ao que se esconde detrás do silêncio e da ausência. As palavras que não são ditas de repente são aquelas que mais respondem às nossas perguntas. A ausência de som, de vozes, traz imenso significado e pode falar mais profundamente que a presença. Ouça os que não têm voz. Devemos aprender a ouvir particularmente aqueles que não têm voz. Ouvir somente aqueles que estão no poder nos dá uma visão unilateral e limitada das coisas. Desafiador é escutar as vozes dominadas, não como um favor, mas com sinceridade, desejando levá-las em conta no momento de construir a nossa vida, a nossa verdade, o nosso discurso. Crie oportunidades através da escuta. A destreza em saber ouvir é indispensável aos líderes, embora seja uma ação geralmente desvalorizada em ambientes de ensino (GERZON, 2006). Saber escutar lhe dá a oportunidade de crescer profissionalmente e como pessoa. Pode reatar relacionamentos desfeitos, ajudar a manter os atuais, construir novas amizades, conquistar a admiração e o respeito das pessoas. Quais são as possibilidades de você aprender algo sem escutar? Permita-se ser influenciado positivamente pelas pessoas. Ouça seletivamente e responda de modo seletivo. Não despreze nenhuma informação ou diálogo. Mas seja seletivo, filtre as informações recebidas e analise-as. Responder também envolve essa seletividade. Selecione as palavras, as expressões corporais e não se permita cair na armadilha do seu oponente. Seja sábio, busque a concórdia. Evite conflitos que possam prejudicá-lo e colocar a perder tudo o que você havia dito. Zele por sua imagem e defenda o seu caráter e a sua moral sem agressividade. Às vezes o silêncio é uma resposta de superioridade e você pode utilizá-lo. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique os exercícios 1 e 2 do caderno de exercícios. MEGA DICA 2 A COMUNICAÇÃO A comunicação tem tudo a ver com a oratória. A definição de oratória trazida pelos dicionários é simplesmente a arte de falar em público. Ela é a arte de comunicar ideias às pessoas por meio de diversas formas, inclusive da palavra. A palavra é a nossa principal ferramenta, mas ela não está suspensa no ar, não vem de uma gravação: ela está na pessoa do orador. Nesta pessoa também estão os gestos, o olhar, a roupa que ela veste, os equipamentos que utiliza. A comunicação, então, envolve mais elementos que simplesmente a palavra. Se uma palavra não vier acompanhada do gesto correto nem for coerente com nosso interior, pode perder o seu conteúdo e significado; será ouvida, mas não será levada em conta. Na comunicação, transmitimos mais do que informações ou ideias: transmitimos a nós mesmos. O medo da exposição e a dificuldade que temos de nos relacionar com nós mesmos e com as pessoas, faz com que limitemos a nossa comunicação, que utilizemos artifícios para que aquilo que seja comunicado seja o mais parcial e superficial possível. Que tipo de problemas isso pode causar? Pense. Dado, informação, conhecimento e comunicação A comunicação diz respeito à interação entre os seres humanos que compõem a vida mais do que os meios eletrônicos através dos quais esta comunicação se efetiva. Dados. São observações quantificáveis do mundo, estabelecendo relações lógicas entre dada realidade, fatos e eventos (PIMENTA, 2010). Podem ser obtidos por máquinas e são facilmente estruturados e transferíveis (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009). Eles são brutos e destituídos de significado, podendo ser acumulados num banco de dados; são formados por símbolos, que podem ser um conjunto de números ou de letras. Por exemplo, os números 02, 01 e 1971 escritos aleatoriamente podem não informar nada, mas juntos – 02/01/1971 – podem fornecer uma informação, uma data de nascimento. Informação. Ao contrário dos Dados, a informação traz um significado que produz o conhecimento a respeito de algo ou alguém; ela é dotada de relevância e propósito e reduz a incerteza. Quando a informação está presente, existe a possibilidade de ação e interação com o ambiente, devido à informação ser processada por meio da mediação humana, exigindo um consenso em relação ao significado (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009). Segundo Pimenta (2010, p. 52), os dados devem passar pelo processo de coleta, de classificação e de aglutinação para que possam se caracterizar como informação, atendendo a um processo lógico que permita concretizar um objetivo específico. Conhecimento. O conhecimento é o nosso bem mais precioso, algo que tem sido alvo de constantes estudos, desenvolvimentos e investimentos e treinamentos e capacitações e compreende o capital intelectual de uma organização. Ele envolve a capacidade humana de observação da realidade do mundo em volta e inclui reflexão, síntese e contexto. Esse conhecimento é o produto da observação dos dados e da Eu odeio a segunda-feira. Cinco razões pelas quais eu sei que vou conseguir. Cinco razões pelas quais eu sei que não vou conseguir. Exercício 10 – Pensamento crítico e criatividade Para pensar de maneira crítica e desenvolver a sua criatividade, aprendemos que a leitura é a chave-mestra que lhe abrirá essas portas. Pratique as seguintes recomendações: 1) Se você ainda não desenvolveu o hábito saudável da leitura, coloque isso como uma questão de sobrevivência da sua carreira como orador. Se você está lendo este livro, significa que já deu o primeiro passo. O segundo é: monte uma biblioteca em sua casa. Você pode colocar uma prateleira na sala, no escritório ou no quarto, ou pode utilizar outro local. Saia um pouco da leitura on-line e procure por revistas, jornais e livros. Tenha-os sempre à mão. Leia o texto a seguir e escreva uma crítica sobre ele, utilizando argumentos convincentes e a persuasão: “Os jornais noticiam: mais uma pessoa é queimada durante tentativa de assalto. Os bandidos queriam dinheiro, mas a vítima tinha apenas R$ 100,00. Somado a outros dois casos ocorridos em apenas dois meses no Estado de São Paulo, este ato de crueldade nos leva a pensar se queimar as pessoas se tornou moda. Uma coisa é certa: a crueldade dos bandidos, e entre eles menores de idade, parece não ter limites. Mata-se uma pessoa como se mata uma barata, uma formiga. Ceifa-se uma vida como se arranca um tumor maligno. Não importa se as vítimas possuem famílias que as estão esperando, que delas dependem e que as amam. Não importa se elas têm planos para o futuro, se são trabalhadoras, se estão estudando para realizarem-se na profissão dos seus sonhos, se estão com casamento marcado. Nada importa! Também não importa se for uma pessoa idosa ou deficiente, uma criança indefesa, uma menina que saiu de casa para comprar pão na padaria”. 2) Crie argumentos contra as seguintes sentenças: “Você precisa aceitar as pessoas como elas são”; “Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com outra pessoa você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas, é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você. (Mário Quintana)”; O verdadeiro líder não te diz o que tem que fazer. Te mostra como fazer”; “Não vim a este mundo para competir com ninguém. Quem quer competir comigo perde seu tempo. Estou neste mundo para competir comigo mesmo. Ultrapassar meus limites, vencer meus medos, lutar contra os meus defeitos, superar dificuldades, correr em busca dos meus objetivos. E tudo isso já me ocupa bastante tempo”; “Não é o amor que sustenta o relacionamento, é o modo de se relacionar que sustenta o amor”. 3) Escolha um filme de sua preferência. Assista-o num ambiente tranquilo e faça as seguintes anotações: (a) Qual a história principal do filme? (b) Qual a atitude do ator principal com relação ao problema apresentado? (c) Como você descreveria a atitude dele: satisfatória, covarde, criativa, insuficiente, evasiva, brutal, justa, injusta? (d) Quais são os principais problemas que ele tem de enfrentar para alcançar o seus objetivos? (e) Quem são os seus inimigos e os seus aliados? 6) Você concorda com o desfecho do filme? (f) Crie um final alternativo. 8) Anote os pontos negativos e os pontos positivos nas relações humanas presentes no filme. 4) Entre no seu quarto e feche a porta. Para por alguns minutos para ficar no mais absoluto silêncio. Apenas respire, sinta o ar, os sons, os aromas do ambiente. Deixe a sua mente tranquila e o seu corpo relaxado. Depois, pegue papel e caneta e anote: (a) cinco defeitos seus; justifique; (b) cinco qualidades suas; justifique; (c) cinco coisas que você se arrepende de ter feito; justifique; (d) cinco coisas que você arrepende de não ter feito; justifique; (e) descreva-se em apenas uma frase; (f) descreva-se em apenas uma palavra. 5) Vá até um local público – uma praça, um parque, um shopping – onde você possa ficar à vontade. Sente-se e observe as pessoas, seu jeito de andar, de falar, de se expressar. Sem bisbilhotar, sente-se ao lado de algumas pessoas que estejam conversando e procure compreender o assunto, sem ser invasivo. Depois se retire e faça anotações sobre o que ouviu. Crie um texto com argumentos a favor e outros contra. Se possível, monte uma história com cenas e personagens. Exercício 11 – Estrutura da apresentação Para aprender a desenvolver a estrutura da apresentação, você pode criar um evento. Vamos imaginar um congresso sobre “Vida saudável e alimentação”. Para começar, tente imaginar quem será o público: profissionais da área de saúde, profissionais da área de educação física, nutricionistas, alunos de escola primária, diretores e professores de escola, autoridades da secretaria de saúde, associação de pessoas da terceira idade. São crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos? Crie, então, a sua mensagem baseada no título “O poder dos sucos naturais”, seguindo o esquema do capítulo sete. A partir daí, prepare a sua introdução, desenvolvimento (que será o esquema já pronto) e conclusão. Pense nas palavras que você utilizaria para saudar o público no início da palestra e o que falaria após a conclusão. Não esqueça das ilustrações. Exercício 12 – Apresentando-se em público Para treinar os elementos referentes à apresentação em público, vamos imaginar outra situação de palestra. É importante você trabalhar com vários exemplos e temas para que possa desenvolver sua capacidade de escrita, sua criatividade e seu aprendizado. Com base naquilo que já desenvolveu, imagine que no próximo domingo haverá um congresso sobre direitos humanos e você tenha sido escolhido para apresentar um tema importante. Para decidir sobre o tema, você terá que responder às seguintes perguntas (reveja o capítulo 11): Quem? / O quê? / Quando? / Onde? / Por quê? / Como? Utilize a sua criatividade e crie este público para o qual você dará a sua palestra. Mas ainda não é suficiente. Você precisa estar a par do conhecimento do público a respeito do tema. Então crie respostas a estas perguntas: Quem são as pessoas? O que elas sabem? Qual o sentimento das pessoas em relação ao tema? Quais são as expectativas dos ouvintes? Após o término de todas essas observações você deverá escolher o tema que irá trabalhar e desenvolvê-lo seguindo as orientações dos capítulos 7, 8 e 9. Exercício 13 – Exercícios de respiração Para falar corretamente é necessário respirar corretamente. Em todas as ações humanas a respiração está envolvida e desenvolver uma respiração correta nos possibilita executar melhor essas ações. Uma respiração deficiente redundará numa fala deficiente. Para respirar corretamente, o nosso organismo precisa estar relaxado e o nosso aparelho respiratório e fonador livre de tensões e obstruções. Nunca suba ao palco tenso, cansado, ofegante. Com exercícios eficientes, você pode diminuir a tensão e obter alívio durante o treino com a voz e a fala. Eis algumas práticas: 1) Em primeiro lugar você deve cuidar da sua garganta, da sua boca, pois são os seus instrumentos principais de trabalho. Evite pigarrear, tomar líquidos muito gelados ou muito quentes, acima de tudo antes e durante a apresentação. Se lhe for dado um copo com água durante a palestra, ele será importante para lubrificar suas cordas vocais, mas é essencial que esteja na temperatura ambiente. O cuidado precisa ser diário, constante. Assim como o atleta desenvolve o seu corpo, prepara-o e cuida bem dele para o seu desempenho nas provas, você também deve fazê-lo com a voz. Deixar para pensar na hora de falar em cuidar da voz após tê-la prejudicado na maiorparte do tempo não lhe adiantará muito. Evite o vício do cigarro! 2) Antes de entrar em cena para a sua palestra, reserve alguns minutos para relaxar os músculos, para tirar toda a tensão que há no seu corpo, nos seus ombros. Se tiver a oportunidade de deitar em algum local confortável, faça-o; ou procure uma poltrona confortável. Mantenha os olhos fechados, mentalize cada parte do seu corpo e sinta a tensão. A partir daí, vá eliminando-a, relaxando, acalmando os músculos e o espírito. Ao passo que for ficando relaxado, trabalhe também a sua respiração: inspirando e expirando com calma, sentindo o ar entrar e sair dos seus pulmões. Se possível, faça isso ouvindo uma música suave, instrumental. Você também pode executar este exercício regularmente em casa. 3) A fala comum praticada pelos oradores é aquela que vem da garganta, que é uma região de vibração, mais especificamente das pregas vocais, que vibram para produzir o som e que não deveriam receber qualquer tensão. O uso da garganta para falar produz gargantas estufadas e veias saltadas, prejudicando as cordas vocais, o que faz com que ocorra rouquidão e inflamação. A respiração ideal para o orador é a diafragmática, deflagrada entre os dois diafragmas: o torácico e o pélvico. Para desenvolver essa fala, você deve fazer uma leve pressão abdominal (baixo-ventre), mais ou menos uns quatro dedos abaixo do umbigo, seguindo-se de uma leve contração glútea. Você produzirá um leve recolhimento da barriga, sem envolver a região estomacal, seguido da sutil contração glútea. Incorpore este exercício ao seu dia a dia, tornando-o um hábito natural e constante na sua vida. Quando desejar uma projeção mais resistente da voz, você deverá encaminhar a sua atenção para essa região. 4) Outro exercício que você pode praticar antes de iniciar a sua palestra é: fique em pé e mantenha ereta sua coluna e os olhos fechados; inspire rapidamente, enchendo os pulmões de ar e elevando ao mesmo tempo os braços para o alto; depois expire, controlando a saída do ar com os lábios apertados, ao mesmo tempo em que desce os braços lentamente até relaxar ao lado do corpo. Repita ao menos três vezes. Exercício 14 – Treinando a fala criativa Estes exercícios o ajudarão e desenvolver a capacidade de tornar a sua fala criativa. Não me refiro aqui ao conteúdo, mas a forma de se expressar. O que você fala precisa estar repleto de sentimento, de emoção. Lembre-se: nada deve ser vazio, mas tudo precisa de um significado, uma verdade. Treine falar os sentimentos, expressar a emoção, transportando-os de maneira inteligível ao público. Entre os objetivos deste estudo está a oportunidade de você conhecer a sua voz, suas limitações, seu jeito de falar. Você pode descobrir qualidades e defeitos. Ao passo em que você pratica estes exercícios, você desenvolve, também, a inibição e a linguagem gestual, pois cada palavra, verso ou frase devem ser ditos com todo o corpo. 1) Leia as palavras a seguir procurando empregar o sentimento que elas despertam em você. Por exemplo: a palavra “raivoso” deverá ser linda expressando raiva (NOVELLY, 1994). RIO / MORNO / GELADO / FRESCO / CALMO / VENTOSO / TRANQUILO / TROVÃO / MORTO / GELADO / QUENTE / COM CALAFRIOS / BRAVO / FELIZ / RAIVOSO / ALEGRE / TRISTE / TENSO / DEPRIMIDO / CHORANDO / GRITANDO / RELAXADO / ÁSPERO/ MACIO / SUSSURRAR / FLUIR / SUAVE / ONDULADO / CROCANTE / EFERVESCENTE / DURO / QUEBRADIÇO / FRÁGIL / ORGULHOSO / VINGATIVO / VIOLENTO / TEMPESTUOSO / INDO EMBORA / CHEGANDO / PARADO / CORRENDO / MORRENDO /MATANDO 2) Agora darei uma quadrinha que você deverá ler dos seguintes modos (NOVELLY, idem): Com suspense / Com raiva / Com tristeza / Incrédulo / Com suspeita / Nervosamente / De modo depressivo / Alegremente / Como um apresentador de TV / Como em uma propaganda / Como uma canção de rock / Com voz lírica / Com suavidade/ Muito alto A paz começa quando decidimos amar Esquecendo as amarguras que nos trazem inquietação Só tem paz quem decide ao próximo perdoar Trazendo alegria para o seu coração. 3) Modulação da voz e inflexões2 Neste exercício você treinará a emoção da fala. Você aprendeu que a fala deve ser fruto do sentimento de verdade. Isto é, se você está proferindo um discurso de revolta, sua voz e seu gestual devem acompanhar este sentimento, de forma viva e coerente. Você pode, porém, preparar sua mente e seu corpo para 2 Este exercício aprendi durante o meu primeiro curso de teatro com a professora Elizabeth, do grupo GABOTUN, da UFRN, em 1997. Faço aqui algumas mudanças nas frases. se expressar no momento em que a emoção surgir. Algumas pessoas expressam a alegria que estão sentindo sem esboçar um sorriso ou transportá- la para a sua voz. Podem estar verdadeiramente alegres, mas as pessoas não conseguirão perceber. Abaixo você terá alguns sentimentos seguidos de frases. Você deverá ler a frase com o sentimento indicado. Para trabalhar ainda mais a sua voz e a sua inflexão, você poderá misturar os sentimentos, isto é, falando com calma a frase que é para ser falada com revolta. Faça isso em um ambiente tranquilo, em voz alta e, se possível, olhando-se num espelho e gravando para ouvir-se depois. Orgulho. Quem manda aqui sou eu! / Humildade. Quem sou eu para merecer o seu amor… Revolta. Você vai me pagar por isso! / Resignação. Não podemos vencer todas as batalhas. / Cólera. Isso não vai ficar assim! / Reflexão. Vamos repensar este assunto. / Excitação. Venha depressa! Corra! / Calma. Espere, há tempo para tudo. / Gozo. Que sabor maravilhoso! / Aversão. Eu não suporto pessoas falsas. / Castigo. A casa caiu! Você está preso. / Perdão. Está certo, eu te aceito e volta. / Alvoroço. Terremoto! Corram todos! Se protejam! / Tranquilidade. Não estou nem aí. / Desejo. Tudo o que mais quero é você perto de mim. / Renúncia. Eu abro mão do campeonato. / Angústia. Onde estará ele a esta hora da noite? / Alívio. Graças a Deus, tudo terminou bem. / Respeito. Recebe as minhas condolências. / Desprezo. Você para mim é um problema seu! / Amor. Eu te amo tanto, meu amor. Te quero. / Ódio. Eu desejo que todos esses bandidos morram! / Alegria. Estou tão feliz pela nossa conquista! / Tristeza. Não sei como poderei superar isso. / Comando. Calem-se imediatamente! / Pedido. Por favor, calem-se ao menos um minuto. / Admiração. Que encanto de pessoa! / Horror. Trágico! Que situação triste. / Remorso. Como eu pude fazer uma coisa dessas? / Inconsciência. Não adianta chorar sobre o leite derramado. / Espanto. O que é isso que você tem nessa mala? / Indiferença. Eu não contava que você viria. / Promessa. Eu hei de fazer de você a pessoa mais feliz. / Ameaça. Ou você volta agora ou não estarei mais aqui. / Triunfo. Finalmente estamos salvos! / Derrota. Desta vez perdemos. / Altruísmo. Tudo o que é meu é seu. / Egoísmo. Eu conquistei este premio com o meu suor e nada lhe devo. / Impolidez. Aguarde um momento. / Polidez. Faça o favor de falar, quero muito lhe escutar. Exercício 15 – Treinando as articulações (vogais e consoantes) Estes exercícios lhe permitirão treinar as articulações das palavras. Nada mais feio para um orador do que não saber pronunciar bem as palavras. Alguns pronunciam-nas rápido demais, outros comem sílabas inteiras. É preciso falar pausadamente, saboreando cada letra, cada palavra, cada oração, permitindo que ela seja inteligível, isto é, que as pessoas não fiquem confusas quanto ao que ouviram, e que carreguem a emoção que expressam. 1) Frases para treinar as vogais Você deverá ler cada frase procurando salientar a vogal dentro de cada palavra, sua inflexão e seu som. Vogal A: A menina carregava a mala na casa da madrasta. A vaca andava calada na roça na manhã acalorada. A anta mamava na poça d’água na fazenda davelha Antônia. As folhas voavam nas asas das nuvens brancas passageiras. Amanhã amassarei ou alho e a linhaça para Maria da Graça. Vogal E: De repente a gente se mete num barco sem leme. Displicente delinquente se arrepende de repente. Zé Garnizé sequer tem pente e pretende se pentear. Ele teme a verdade de quem decide se regenerar. Ele tem preferência por pertencer ao Pedro Pedreira. Vogal I: Isis quis aipim, xinxim e quindim. Impossível improviso não improvável imprevisto. A índia e o índio inventaram o impossível. Vogal O: O tonto tombou porque tomou um gole de rum. O zoólogo zombou do moço que cortou o osso. Ontem ouvi o horroroso remorso no fundo do poço. O cachorro mordeu o dono do posto e depois correu. Vogal U: O peru faz gluglu pro nambu e o sapo cururu. Um único prelúdio constitui um futuro universal. A unha dá unhada na última fugitiva. 2) Palavras para treinar a articulação O objetivo deste exercício é treinar a pronúncia das vogais separadamente dentro de cada palavra. Assim como no exercício anterior, você deverá prestar atenção no som e nas inflexões. Procure em um dicionário por palavras que tenham a maior incidência de cada vogal, tanto no início, como no meio e no fim de cada palavra. De preferência a palavras extensas e de uso incomum no seu vocabulário cotidiano. Quanto mais palavras, melhor. Leia-as diversas vezes prestando atenção a cada letra e sílaba pronunciada. Veja alguns exemplos: Vogal A: ACAJADADA, AJAEZAR, ATACADURA, AGENCIADEIRA. Vogal E: EBONITE, EREMITÉRIO, EREDITARIEDADE, ETERNIDADE. Vogal I: IMINENTE, IRIDITE, ÍSTIMICO, ILÍNIO, INIMIGO, IMITATIVO. Vogal O: ODONTOLÓGICO, OPORTUNO, OZONOSCÓPIO, OZÔNIO. Vogal U: UIRAPURU, UNGULADO, URUBU, UBÍQUO, URUAÇU, UAI. O mesmo você deverá fazer com as consoantes. Por exemplo: Consoante B: BABADO, BEBERETE, BOBOCA, BARBÁRIE, BEBIDA. Consoante C: CACARECOS, COCORICÓ, CHACINADOS, COCAR. Consoante D: DIVIDIDO, DIVINDADE, DOURADURA, DOTADO. E assim por diante. 3) Trava-língua. O jogo de trava-língua é um excelente exercício para você treinar a articulação das palavras. Em primeiro lugar, pesquise em livros, revistas ou na Internet diversos trava-línguas, de preferência os mais extensos e complicados. Por exemplo: O mameluco melancólico meditava e a megera megalocéfala, macabra e maquiavélica, mastigava mostarda na maloca miasmática. Leia cada trava-língua das seguintes maneiras: Leitura branca, isto é, normal, sem emoção. Leitura cantada, acrescentando uma melodia ao trava-língua. Leitura com inflexão, utilizando as emoções descritas no exercício 14. Exercício 16 – Treinando as entonações e as pausas Conforme aprendido no capítulo 12, você deverá ser as frases a seguir prestando atenção nas entonações e nas pausas. Além da pausa lógica explícita na pontuação, você deverá acrescentar a pausa psicológica. A estas frases você pode acrescentar outras de sua preferência ou a leitura em voz alta de trechos de livros e revistas. “Após uma semana de preparativos e construção, aqui estou eu, na solidão do sertão, rodeado de mato por todos os lados”. “A minha única escapatória daquela armadilha da natureza era descer o mais calmo que eu pudesse, sem fazer barulho, sem alarde”. “Que preço estou disposto a pagar pelos meus sonhos? Será que estou preparado para enfrentar todos os obstáculos à minha frente? Que escolhas devo fazer? Que caminhos preciso escolher? Que consequências essas escolhas e caminhos que escolhi me trarão?”. “Aline chamava enquanto derramava lágrimas sobre seu frágil corpo preso a árvore, mas nenhuma resposta vinha da escuridão. Suas lágrimas de tristeza foram dando lugar a um ódio que foi tomando conta de seu coração e ela começou a esforçar-se para soltar as cordas que a prendiam”. “Reconhecer valores absolutos e ensinar sobre o certo e o errado não é um atentado à democracia, à liberdade de pensamento, à individualidade das pessoas. A própria Constituição Federal garante que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer qualquer coisa, ‘senão em virtude da lei’. Isto significa que existem parâmetros que devem ser seguidos para que a democracia não se transforme na ditadura da liberdade, onde as pessoas fazem o que bem entendem porque é o seu direito. Ou como diz a música de Raul Seixas: ‘Faz o que tu queres, pois é tudo da lei’. Talvez seja essa a sociedade alternativa que muitos buscam: uma sociedade sem leis morais, sem valores, sem ética, onde cada um escolhe, de acordo como bem lhe convir e conforme as suas circunstâncias, a ação que melhor lhe agrada”. Exercício 17 – Treinando a acentuação. Este exercício o ajudará a treinar a pronúncia correta da acentuação gráfica. Nada mais irritante aos ouvidos que um orador que não sabe pronunciar corretamente as palavras, colocando os acentos nos lugares corretos. Sugiro que você consulte uma gramática para compreender as regras a seguir e, assim, possa treinar com maior eficácia. Além das palavras sugeridas aqui, procure outras no dicionário, anote-as e faça o exercício, dizendo-as em voz alta. Oxítonas. Quando o acento recai na última sílaba: CAFÉ, FUNIL, NITERÓI, PURIFICAÇÃO, ACAUÃ, BOTIJÃO, BREVÊ, CAJÚ, CANIBAL, EQUIPAR, ESPANHOL, ESPELHAR, CARVÃO, PLATÃO. Paroxítonas. Quando o acento recai na penúltima sílaba: AVARO, BATAVO, CARTOMANCIA, EDITO, ERUDITO, GRÁCIL, GRATUITO, HOSANA, INAUDITO, NENÚFAR, TÊXTIL, TULIPA, RUBRICA, BODE. Proparoxítonas. Quando o acento recai na antepenúltima sílaba: AERÓDROMO, ÁGAPE, ALCOÓLATRA, ARQUÉTIPO, BÁTEGA, BRÂMANE, CÁFILA, ÉGIDE, MÉDICO, FAGÓCITO, ÔMEGA, PLÉIADE. Exercício 18 – Treinando o acento de insistência Neste exercício, você terá a oportunidade de treinar o acento afetivo e o acento intelectual. Você deve ler as frases em voz alta, empregando o respectivo acento e prestando atenção para que o seu gestual acompanhe a emoção que ele sucinta. 1) Leia colocando o acento afetivo as palavras que estão sublinhadas: Este indivíduo é um ladrão miserável. Aquele policial cometeu atos abomináveis. Você é realmente um amor. Tudo o que pensamos até hoje era mentira. Eu partirei e nunca mais voltarei. Meu Deus, como eu te amo. Esperava coisa melhor de você. Confiar em pessoas desonestas é um erro irreparável. É inconcebível que continuemos onde estamos. É terrível, é deprimente, é intolerável. Em fim, é errado. Chegamos à seguinte conclusão: isto é uma calúnia! 2) Leia colocando o acento intelectual nas palavras que estão sublinhadas: Além de desonesto este ato é inescrupuloso. Tais razões são subjetivas e não demonstram a objetividade do nosso querer. Muito mais que arbitrária, a atitude da oposição foi reacionária. O seu discurso além de completamente irracional é também ilegal e injusto. Nada mais oneroso que uma verdade irrelevante. Exercício 19 – Treinando a pontuação Este exercício é importante para que você tome consciência e ao mesmo tempo treine a utilização correta da pontuação. Você deverá ler as frases apresentadas respeitando a pontuação sugerida. Interrogação (?) Por quanto tempo será possível suportar a ignorância política do nosso país? O momento parece crucial para a ação. Mas que momento não é? Devemos nos perguntar com absoluta sinceridade: estamos preparados? Se chegamos até aqui, até onde mais podemos ir? Queremos ir? É justo? É correto? É humano? E mais: é necessário? O caminho é a sustentabilidade. O caminho inverso, o que é? Vocês acham possível que as coisas melhorem ao agirmos assim? Estou indignado com esta situação. Quem não está? É isso mesmo que vocês querem? Quem pode me apoiar? Exclamação (!) Nada mais insustentável que a falta de oportunidades! Vamos! Não há nada a perder. Sim, era isso que eles queriam! Por favor, jamais desistam de tentar! Eu hei de morrer tentando! Nossa! Parem de achar que tudo está perdido! Avante! Ergam-se! Ponto final (.) Naquele dia, todos olharão atônitos e verão a esperançarenascer. Esse é o motivo pelo qual devemos nos mobilizar em prol do bem comum. ... e quando tudo parecia perdido, ele finalmente se reencontrou. ... então só nos resta declarar: falar em público é descortinar a própria alma. Pode ser que um dia descubramos a verdade, ou pode ser que não. Não sou o primeiro e nem serei o último. Mais vale um pássaro voando do que preso numa gaiola. Eu acredito em Deus. Esta é a minha posição. Aceite-a. Vírgula (,) No momento em que acordarmos para a realidade, viveremos de fato. Não é possível cultivar o ódio, a inveja, o rancor e ainda assim sair ileso. Ele era um indivíduo violento, mas dava sempre flores à sua amada. Nada mais absurdo, nada mais ignóbil, nada mais trágico que o autoritarismo. As razões são diversas, os motivos são pertinentes e as ações, necessárias. É possível mudar, mas é possível, também, permanecer na mesmice. Quando utilizo a vírgula, as pessoas me entendem melhor. Dois pontos (:) Tente isto: esquecer o passado e viver o presente. Quando ele se aproximou de mim, falou: Espero que esteja satisfeito. Não podemos esquecer duas qualidades: temperança e humildade. Naquele instante todos já sabiam: algo ruim haveria de acontecer. Podemos citar: justiça social, oportunidades iguais e acesso ao serviço público. O que importa na verdade é apenas uma coisa: o amor. Liderança é: influência e serviço. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Léo da Silva. A arte da oratória: os segredos do orador de sucesso. Brasília: Brasília Jurídica, 2004. BETHEL, Sheila Murray. Qualidades que fazem de você um líder. 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Mizael de Souza Xavier Olá! Sou o Mizael Xavier, poeta e escritor. Tenho 52 anos de idade. Comecei a escrever poemas aos 12 anos, quando eu e meu irmão sonhávamos montar uma banda de Rock; os meus poemas seriam as letras das nossas músicas. Sou natural da cidade de Petrópolis, RJ, e resido no Rio Grande do Norte há 28 anos. Sou cristão reformado, divorciado, conservador, pai de Thiago e Milena. Possuo inúmeros artigos publicados em jornais de Natal. Realizei vários trabalhos como ator, diretor e multiplicador de Teatro do Oprimido. Além de escrever, sou ensaísta e teólogo. Em 2013, formei-me em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Potiguar. Sou autor dos livros físicos “Eu te amo” (poesia), “Memórias do Silêncio” (autobiografia/Bullying), “Até onde o amor pode alcançar” (poesias) e “Minha poesia” (antologia poética) Participei de duas antologias da editora Lírio Negro (Brasilidade em Versos e Fragmentos de almas eternizadas), e da antologia ¨Poemas do coração V: Em busca da Paz”, da editora Antologias Brasil. Além disso, possuo mais de 100 e-books publicados na Amazon. Sou membro da Igreja Batista. REDES SOCIAIS Blog de poesias: www.escrevicomavida.blogspot.com Blog de estudos: www.pregandoaverdadeirafe.blogspot.com YouTube: Universo da Poesia Facebook: www.facebook.com/mizael.souza.77985 Instagram: www.instagram.com/escritormizaelxavier Livros vendidos na Amazon: https://www.amazon.com.br/gp/aw/s/ref=nb_sb_noss?k=Mizael+Xavier+ http://www.instagram.com/escritormizaelxavier http://www.facebook.com/mizael.souza.77985 http://www.pregandoaverdadeirafe.blogspot.com/ https://www.amazon.com.br/gp/aw/s/ref=nb_sb_noss?k=Mizael+Xavier TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, sem a devida autorização assinada pelo autor, Mizael de Souza Xavier. A violação dos direitos é punível como crime (art. 184 e parágrafos do Código Penal), com pena de prisão e multa, busca e apreensão e indenizações diversas (art. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19/02/1998, Lei dos Direitos Autorais). Este livro também está publicado na Amazon em formato de e-book (ASIN: B0BBH4P2GF ). Mizael de Souza Xavier https://www.amazon.com.br/gp/aw/s/ref=nb_sb_noss?k=Mizael+Xavier+apreensão da informação. Ele é muito mais que o acúmulo de informações, mas é a resposta consciente daquilo que foi compreendido. A forma como cada indivíduo absorve as informações e o valor que agrega a cada uma delas é que determinará que tipo de conhecimento terá da realidade e quais ações serão praticadas. Através da apreensão do conhecimento é gerada a comunicação, que pode ou não ser eficaz. Comunicação. Pode-se afirmar que a comunicação é a finalidade e o produto dos dados, da informação e do conhecimento. Isto significa que a comunicação é o compartilhamento destes três elementos. É através dela que as informações são compartilhadas, influenciando e esclarecendo um receptor, tornando algo comum entre as pessoas envolvidas. É necessário, no processo de comunicação, que aquilo que foi transmitido seja recebido e compreendido (CHIAVENATO, 2005). Características de quem tem problemas para se comunicar A inabilidade na comunicação gera diversos transtornos à vida humana: pessoais, fisiológicos, de relacionamento e profissionais. Para falar em público, devemos resolver essa inabilidade, começando por conhecer quais são os nossos verdadeiros problemas. Vamos listar alguns problemas e tentar nos achar entre eles. Inabilidade em escutar. Isto significa dificuldade de entender e aceitar as suas opiniões. Se só queremos falar e não queremos ouvir, não estamos cumprindo o processo correto da comunicação interpessoal. Inabilidade interpessoal. A dificuldade na comunicação nos impede de criar e manter relacionamentos sadios, o que produz muitos transtornos nos diversos ambientes que frequentamos, como a autoexclusão social. Este problema tem duas faces: a inabilidade interpessoal nos traz problemas de comunicação, ou os problemas de comunicação nos trazem a inabilidade interpessoal. Desorganização. A desorganização faz parte da vida de quem não se comunica. Por estar sempre por fora das coisas, tem dificuldades em aprender e manter disciplina. Amadorismo. O amadorismo demonstra a falta de conhecimento das técnicas de comunicação, de oratória. Como alguém pretende ser um grande orador se não consegue se comunicar com as pessoas? É preciso transformar o amadorismo em excelência. Falta de planejamento. Não somente planejamento do discurso, mas da capacidade de se relacionar. Das muitas vezes que não sabemos o que dizer é porque, na verdade, nada temos para falar, não estudamos, não nos preparamos. Relacionar-se com as pessoas e adquirir conhecimento são dois pilares que sustentam a arte da oratória. Insegurança. Existem diversas causas para a insegurança, e a falta de planejamento é uma delas. Se você não tiver em mãos dados reais, informações precisas e conhecimentos abrangentes, não se sentirá seguro em se comunicar. Ansiedade. A insegurança gera ansiedade, e a ansiedade gera insegurança. O medo de se expor em público nos torna ansiosos, nos faz tremer, suar, não nos deixa à vontade, e aí vem o famoso “branco”. Descobrir as causas da ansiedade é um grande passo para vencê-la. Conflitos pessoais. Os conflitos pessoais são os grandes responsáveis pela maior parte da nossa dificuldade em falar em público: medos, receios, complexos, traumas, preocupações caseiras e profissionais, baixa autoestima, entre tantos outros. Conflitos interpessoais. Crises de relacionamento também interferem no nosso desempenho como comunicadores: familiar, conjugal, profissional. Se levarmos para a escola ou para o trabalho os nossos conflitos e permitirmos que eles comandem as nossas atitudes, falar corretamente e com desenvoltura se tornará impossível. Despreparo intelectual. A falta de uma boa oratória pode estar ligada ao despreparo técnico. A falta de estudo interfere no processo criativo. O orador precisa estudar duas coisas: a arte da oratória e o conteúdo do que irá apresentar. Em ambos os casos, a leitura é a lei áurea. Competitividade. Seja na escola, na empresa, na Igreja ou em qualquer outro ambiente, a necessidade de autoafirmação, o estrelismo e a ambição e inerferem na qualidade do nosso discurso. Se comunicamos parte de nós quando interagimos com as pessoas, não irá demorar para elas perceberem nosso orgulho, nossa arrogância. Inveja. Quando o orador não reconhece as suas próprias qualidades, acaba invejando as qualidades dos outros. Muitos oradores parecem não possuir personalidade própria, mas vivem de tentar imitar as outras pessoas para serem iguais a elas. Timidez. A timidez é a soma de diversos fatores pessoais que fazem com que tenhamos vergonha de nos expor. Pode ser porque sempre ouvimos as pessoas nos criticarem, ou porque não gostamos da nossa voz, do nosso corpo, da nossa roupa. Pode ser que nos sintamos inferiores aos outros. A timidez é prima do medo e deve ser combatida. Medo de julgamento. O incômodo de estar em evidência faz com que o orador enxergue as pessoas na plateia como inimigas ou juízas. Ele passa a temer as críticas e tem medo de parecer ridículo. Desmotivação. Todas essas características ou parte delas, quando presentes na vida do orador, fazem com que ele se sinta desmotivado, acima de tudo se não tiver o apoio da sua família e dos seus amigos. Não procurar ajuda é o verdadeiro erro. Logo, você está no curso certo! Orgulho. O medo do julgamento demonstra orgulho. Quando não reconhecemos nossas limitações e falhas, quando não estamos abertos à opinião dos outros ao nosso respeito, preferimos não nos expor. O maior problema que o orgulho nos causa é nos estacionar onde estamos e não permitir que avencemos no nosso desenvolvimento pessoal. Precisamos admiti-lo para vencê-lo. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 3 do caderno de exercícios. MEGA DICA 3 ORATÓRIA: ARTE E DESAFIO O grande ator e diretor de teatro russo, Constantin Stanislavski (1998, p. 61), escreveu: “A essência da arte não está nas suas formas exteriores, mas no seu conteúdo espiritual”. Toda arte surge de dentro e é transportada para o mundo exterior das mais diversas formas. Como arte, a oratória é um acontecimento interno que se transporta para a nossa realidade externa, onde temos a oportunidade de dar às pessoas um pouco de nós mesmos. Essa nobre arte de falar em público requer o mesmo cuidado e preparo que toda arte merece. Esses cuidados se iniciam no espírito daquele que fala, onde deve haver verdade e autenticidade. Esta é a arte da oratória, estar preparado para falar sobre um assunto estudado de modo a reter a atenção e convencer as pessoas. Regras para a oratória eficaz Não importa se numa classe para alunos do primário, na faculdade no último ano, na apresentação do projeto arquitetônico de um grande hotel para investidores, no palanque durante um discurso eleitoral, no púlpito durante o sermão ou na apresentação de um produto para venda. Existem regras que devem ser seguidas se queremos ser ouvidos e compreendidos para impactarmos as pessoas e convencê-las. A autora Isabel Furini (1999) nos apresenta cinco regras para a oratória, que resumem aquilo que iremos estudar: Tenha em mente o público. Quando um palestrante assume a tribuna para dissertar sobre um assunto, deve levar em conta a experiência de vida dos seus ouvintes, suas expectativas e seu conhecimento. Valorizar o público e o seu conhecimento é importante para o sucesso do orador. As pessoas querem se sentir importantes e ser valorizadas. Fale com fundamentos. Antes de dar uma palestra, o orador precisa estar ciente de que domina o tema, mesmo que ainda fiquem algumas perguntas a serem respondidas. O que ele sabe precisa estar bem fundamentado. Diante das perguntas, precisamos de humildade para reconhecer o que não sabemos, prometendo aprofundar mais o assunto para outraoportunidade ou incentivando que os ouvintes se aprofundem por si próprios. Organize o discurso. Isto envolve organizar a sua vida tmbém. Não basta o conhecimento em si, mas a forma de repassá-lo é muito importante. Muitas pessoas, inclusive professores, sabem bastante sobre um assunto, mas não possuem nenhuma didática, nenhuma técnica para repassá-lo aos outros. O planejamento e o treinamento são essenciais. Seja você mesmo. A personalidade do orador é algo que conta bastante na hora do discurso. Não seja arrogante ou presunçoso. Não use máscaras nem perca a naturalidade. Cada pessoa tem seu estilo próprio, sua voz, seu tempo, seu jeito de caminhar e de se expressar em público. Explore isso, conheça cada detalhe seu e aperfeiçoe-se. Tenha autodomínio. Convença a plateia logo de início, tendo segurança não somente do assunto, como também da melhor forma de abordá-lo. Sem hesitações, mesmo diante de semblantes desinteressados ou críticos, leve até o fim sua linha de raciocínio, não se permitindo perder-se entre uma fala e outra. O orador influencia e é influenciado pela plateia. Assuma uma posição. Existe um fator determinante para o baixo desempenho do orador e resultados medíocres: a inconsistência. Ao se colocar diante do público para transmitir conhecimentos com o intuito de influenciá-lo, esteja certo quanto aquilo em que acredita. Ao assumir uma posição, permaneça firme nela, não demonstre medo de expressá-la nem dúvidas quanto aquilo em que acredita. Seja firme e humilde. De acordo com Witt e Fetjerling (2011, p. 36 a 39), o orador/líder deve se posicionar das seguintes formas: (1) ao lado das pessoas para ajudá-las, influenciá-las e servir-lhes de inspiração; (2) em relação a diversos temas, como segurança, prosperidade, justiça, mantendo um compromisso pessoal com o resultado da sua causa; (3) contra tudo aquilo que não conseguem tolerar, como o aborto e a pena de morte, por exemplo. O orador que deseja ser um líder, leva em conta o que as pessoas pensam, mas não discursa apenas para satisfazer-lhes o interesse, com o intuito de receber aplausos. Eles respeitam as opiniões alheias, por mais divergentes que sejam das suas, mas mantêm firme o propósito de defender a sua posição inequívoca e resoluta. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 4 do caderno de exercícios. MEGA DICA 4 OS ATRIBUTOS DE UM BOM ORADOR Qual o objetivo do orador? Repassar informações? Transmitir ideias? Falar em público é um talento nato para alguns ou uma habilidade a ser desenvolvida para outros. O diretor de uma grande empresa, o político, o vendedor, o pregador, o ator de teatro ou o ator de televisão estão em profissões onde saber se expressar diante das pessoas é sua principal atividade. O professor Reinaldo Polito (2002), um dos maiores especialistas em Expressão Verbal e na arte de falar em público, cita cinco atributos que o orador deve possuir para desenvolver sua comunicação com eficiência (p. 13): a credibilidade, a voz, o vocabulário, a expressão corporal e a sua aparência. Condições para a credibilidade Quando se coloca diante de uma plateia, o orador está ali não somente para transmitir informações, mas para demonstrar suas ideias, seu ponto de vista sobre algum assunto. Lembre-se: as pessoas não estarão ouvindo apenas as suas palavras, mas estarão prestando atenção à sua vida, ao seu comportamento. De acordo com Polito (idem, p. 14 a 20), para que você possa persuadir as pessoas ou convencê-las, deverá desenvolver a credibilidade por meio de quatro requisitos fundamentais: Aja com naturalidade. Quando estão diante de um orador, as pessoas querem ver o orador, e não a representação teatral de algum outro personagem ou de outro orador que elas já conheçam. A artificialidade tira a credibilidade do orador e a plateia passa a não levar em conta grande parte ou tudo aquilo que ele fala. A disciplina e o trabalho persistente nos ajudam a vencer nossas limitações, melhora nossa postura, gesticulação, vocabulário, dicção. Todas essas ações, porém, serão o reflexo daquilo que temos e somos e não o de outra pessoa. Valorize a emoção. A emoção do orador durante a sua fala demonstra para a plateia o seu entusiasmo com relação ao tema, o seu envolvimento e o seu interesse. Mesmo que a sua fala seja natural, se o orador não tiver esses três ingredientes, dificilmente conquistará a atenção da plateia nem conseguirá convencê-la de suas ideias. O orador deve falar sobre os assuntos de seu domínio, aquilo que ele de fato acredita e pode passar segurança aos seus ouvintes. É preciso coerência entre as emoções e a forma como você se expressa externamente. Busque conhecimento. Polito (idem, p. 18, 19), afirma que “A credibilidade do orador está intimamente relacionada com o conhecimento que ele demonstra possuir sobre o assunto”. O orador eficaz reúne todas as informações sobre o tema que irá palestrar, em quantidade suficiente para lhe dar respaldo não somente na hora de transmitir suas ideias, mas também no momento de responder às perguntas da plateia. Para isso é importante a leitura e a preparação. Mantenha uma conduta exemplar. Stanislavsky (1986), falando a respeito da ética no teatro, entre outras coisas, escreveu que o ator tem a obrigação de carregar em sua vida diária o estandarte da qualidade. Como você poderá apresentar-se em público praticando coisas contrárias àquilo que diz viver? O orador precisa não somente crer naquilo que ele mesmo diz, mas procurar viver de maneira coerente com isso. Como adquirir a habilidade de falar em público Existem algumas formas para adquirirmos a habilidade básica para falar em público, não somente para transmitir ideias ou proferir conhecimentos, mas acima de tudo para influenciar as pessoas. Não basta causar uma boa impressão, transmitir de maneira primorosa nossos conceitos e visão sobre determinado tema. É preciso que tudo isso exerça influência sobre as pessoas, que as leve ao menos a refletirem sobre o assunto, assumindo sua própria posição, seja ela contra ou a favor. Tire partido da experiência alheia. Existem muitos bons oradores nos quais podemos nos espelhar – sem imitá-los – para aperfeiçoar a nossa forma de nos expressar e nos comunicar com as pessoas. Além disso, livros e cursos como este, realizados por pessoas conhecedoras da arte da oratória, são ótimos instrumentos. Você pode tentar crescer sozinho na sua oratória e pode até obter algum êxito, mas deixará de lado o principal fundamento da oratória: o relacionamento. Não perca de vista o seu objetivo. O objetivo do orador iniciante é desenvolver e aperfeiçoar a habilidade de falar em público, porque precisa falar em público, apresentar trabalhos acadêmicos, dar palestras, apresentar relatórios diante dos gestores da empresa em que trabalha, proferir um sermão na igreja, dar uma aula, efetuar uma venda, liderar. O orador deve pensar no que significa para ele e para a sociedade o êxito da sua apresentação, os benefícios que trará, o sucesso que irá conquistar com uma boa exposição, o impacto do que ele fala na vida das pessoas. Saiba que existe um caminho de transformação constante a ser percorrido, onde a sua própria personalidade é moldada a cada etapa vencida. Predisponha a mente para o sucesso. Isto envolve autoconfiança e, acima de tudo, atitude. De fato, sem a atitude de não somente reconhecer a própria incapacidade, mas de buscar transformá-la em poder, pouca coisa se pode fazer. Aquele que deseja ser um orador de excelência ou simplesmente adquirir a capacidade de falar em público, deve manter a mente e a alma livres de sentimentos de pequenez, de derrotismo. Todos os nossos esforços devem estar direcionados ao objetivo que perseguimos, de maneira estratégica, adquirindo conhecimentos e habilidades por meio de estudo e treino. Agarre-se a todas as oportunidades de praticar.Dale Carnegie (idem, p. 28) afirma que “ninguém pode aprender a falar em público, sem falar em público, do mesmo modo que ninguém pode aprender a nadar sem entrar na água”. Se nós queremos aprender a falar em público, devemos aproveitar todas as oportunidades que surgirem. Orador proativo e orador reativo Neste ponto, a diferença crucial está em “esperar que as coisas aconteçam” ou “fazer com que as coisas aconteçam”. E: “viver em função das circunstâncias” ou “criar oportunidades a partir das circunstancias”. Também: “apagar incêndios” ou “fazer com que eles não ocorram”. Orador proativo. O orador proativo assume a responsabilidade pelo seu comportamento, ao invés de viver culpando a tudo e a todos pelo que faz de certo ou errado. Ele sabe que as consequências boas ou más dos seus atos são produtos das suas próprias escolhas. Além disso, o orador proativo é um visionário. Ele mantém os seus olhos fixos no futuro e nas oportunidades que o ambiente tem a oferecer. Ele atua como líder; ele planeja estrategicamente o seu curso de ação e antecipa as mudanças. Por manter-se focado nas diversas possibilidades do ambiente, no sentido de interagir com ele e transformá-lo, o orador proativo percebe os problemas antes que eles aconteçam. Orador reativo. O orador reativo vive a mercê das circunstâncias sendo afetado por elas. O orador reativo responde positivamente aos estímulos sociais negativos, permitindo que as pessoas controlem seu ânimo. O orador reativo normalmente não conta com valores elevados e sólidos para guiar os seus passos, mas se deixa levar pelos valores negativos daquilo que o está estimulando. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 5 do caderno de exercícios. MEGA DICA 5 VENCENDO O MEDO As pessoas que desejam falar em público, mas não conseguem, sempre se reportam a dois fatores negativos: o medo e o nervosismo, este último normalmente causado pelo próprio medo. De acordo com Esposito (2011, p. 55, 56), a variedade de sintomas entre aqueles que têm fobia de falar em público, que chegam ao auge em cerca de dez minutos de apresentação, são: palpitações, coração pulsante e batimento acelerado, sensação de falta de ar ou sufocamento, suor, tremedeira, dor no peito e desconforto, náusea e dores abdominais, sensação de tontura; desequilíbrio, atordoamento ou desmaio; sensação de dormência ou formigamento, sentimentos de irrealidade ou desligamento, medo de perder o controle ou enlouquecer; medo de morrer, ondas de calor e calafrios. O que me causa isso? Qual é a razão do meu medo? O que tenho ou o que me falta que faz com que eu me sinta tão desconfortável diante de uma plateia? Erradicando as causas do medo de falar em público, aos poucos ele desaparecerá, levando consigo todos os seus sintomas. A libertação do medo, porém, não ocorre instantaneamente, mas obedece a um processo. Sentir medo não é anormal. O medo faz parte da vida de todos nós e todos sentimos medo de algo, em maior ou menor grau que as outras pessoas que sentem o mesmo medo que nós. Existem fobias que necessitam do acompanhamento de especialistas, porém, muitos dos nossos medos partem da nossa incapacidade de enfrentar o desconhecido, porque não nos achamos capazes ou simplesmente porque não estamos preparados. O medo precisa ser reconhecido e as suas causas, conhecidas. Aceitar o medo permite que nos deixemos investigar, moldar, aprimorar, até que ele seja extirpado e possamos nos apresentar em público sem tremedeiras e palpitações. Vencendo o medo de falar em público Embora a ansiedade seja algo que possa atrapalhar, ela pode ser utilizada de maneira construtiva, como fator de estímulo e entusiasmo (NÓBREGA, 2009, p. 27). Cada pessoa deve descobrir formas próprias de estimular-se e criar condições internas para exercitar a criatividade e lidar com a ansiedade. Dormir bem, alimentar-se corretamente, fazer exercícios, ler bons livros e evitar cigarro e álcool são apenas algumas práticas que ajudam no relaxamento, no aumento da capacidade intelectual, na memória e na diminuição dos índices de ansiedade. Vejamos Algumas soluções que podem ser implementadas para tratar o medo e a ansiedade e evitar que eles determinem suas atitudes e paralisem suas ações. Reconheça o seu medo. No caso de falar em público, segundo Nóbrega (2009, p. 29), o medo “trata-se de uma fobia social que se traduz na dificuldade de se relacionar com as pessoas, de olhar nos olhos do ouvinte, de expor ideias a superiores etc. Por trás disso tudo, há o medo do julgamento das pessoas, transtornos fóbicos normalmente decorrentes de autocrítica muito exagerada”. Conhecer-se, saber suas limitações e dominar seu próprio medo são atitudes que produzem crescimento e que são o oposto da resignação e da fuga. Tenha atitude. Seja ousado! Algumas atitudes muito práticas nos ajudam a vencer o medo de falar em público. (1) Aceite as críticas. Muitos não se expõem publicamente porque temem ser alvo de piadinhas, de risadas, de comentários posteriores; ou por causa da sua opinião acerca de si mesmos (2) É preciso tempo para que a mente e o organismo se acostumem com as apresentações públicas. Algumas técnicas utilizadas pelos atores são bastante úteis, como a dicção, o controle da respiração, o relaxamento muscular e mental. Desenvolva habilidades. As habilidades desenvolvidas com o treinamento e a prática lhe permitirão não apenas vencer seu medo e sua ansiedade, mas saber o que fazer quando os imprevistos surgirem. Não superestime o seu medo, mas seja superior a ele. Tenha ambições superiores. Onde você quer chegar? O que pretende conquistar? O que é preciso fazer? De que forma o medo poderá atrapalhá-lo? Pense antes de comparecer diante do público e de falar; esteja certo do que vai dizer, controle a sua respiração, controle o nervosismo. Elimine os vícios! DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 6 do caderno de exercícios. MEGA DICA 6 PLANEJAMENTO E TREINAMENTO Planejamento A preparação é o que faz a diferença entre o orador profissional e o amador. O desenvolvimento das habilidades oratórias requer tempo, dedicação, disciplina, persistência. A preparação profissionaliza a fala. Ao se colocar diante da plateia, o orador poderá repassar informações que qualquer e-mail repassaria ou poderá falar para convencer, para influenciar, para estimular o público a agir, a mudar de pensamentos e atitudes, ou ao menos questionar-se. Existem duas fases do planejamento: (1) planejar o conteúdo que será transmitido; (2) planejar a forma como ele será transmitido, sendo este é um trabalho de treino das habilidades do orador em transmitir a sua mensagem. . Essas duas fases pedem dois tipos de preparação: 1) Preparação pessoal para assumir a direção de uma palestra, um seminário ou qualquer outra oportunidade de falar em público, sendo constante, independente de haver ou não algum convite para uma apresentação. Esteja constantemente se preparando, especializando-se, revendo suas falhas, treinando, e, quando chegar o momento oportuno, ele estará pronto. 2) Planejamento de uma apresentação com um tema solicitado num evento específico. Neste caso, o orador só poderá se preparar após saber qual será o tema, quem será a plateia, onde se dará o evento e as demais questões aprendidas neste curso. O Dr. Carnegie (2009, p. 46) escreveu que o orador deve falar de um assunto que ele tenha competência adquirida através da experiência ou do estudo. Treinamento O profissional se organiza, planeja e treina constantemente aquilo que irá falar para não ser pego de surpresa por um “branco”. Contar com a própria capacidade sem levar em conta os momentos falhos, pode colocar a perder toda uma apresentação. Existem falas que são de improviso. O treino deve estar aliadoà criatividade, dando-lhe suporte. Uma coisa é ser criativo, outra é ter que criar algo do qual nada sabemos, pois não estávamos preparados. Quando você já planejou a sua palestra, discurso ou pronunciamento, é recomendável simular a situação durante o treino, não somente repetindo os temas, mas treinando a postura física, os movimentos dos braços e dos olhos, a impostação da voz. Treinar diante do espelho ou na presença de conhecidos é uma técnica que pode ser utilizada. Filmar o treino ou gravá-lo em áudio para uma auto-observação também é válido. Também é preciso saber controlar o tempo. Os treinos não devem tirar a naturalidade da apresentação. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 7 do caderno de exercícios. MEGA DICA 7 A CRIAÇÃO DO DISCURSO Uma das grandes dificuldades em falar em público, mesmo para oradores que são desinibidos e não têm medo de exposição, é a preparação do discurso, a sua estruturação, mais que uma redação. Neste pondo do nosso estudo irei apresentar uma técnica eficiente de preparação do discurso chamada homilética. De acordo com Grenz, Guretzki e Nordiling (2005, p. 68), a homilética é uma “Disciplina teológica que busca compreender o propósito e o processo de preparação e apresenta��ão de sermões. A homilética busca entender e integrar os papéis do pregador, da mensagem e do público”. A oratória também pretende entender e integrar os papéis do orador, da mensagem e do público. Logo, a estruturação do discurso é de suma importância para que conquistemos o público e possamos expressar claramente as nossas ideias, de modo a causar impacto na vida das pessoas. Título Na divulgação da sua palestra, um bom título pode chamar a atenção das pessoas, despertar a sua curiosidade e levá-las a querer saber sobre o que você tem para lhes dizer. Para facilitar, o título deve ser o último a ser elaborado durante a preparação da palestra. Ele deve traduzir em poucas palavras a essência do que você falará. O título vem a partir do conteúdo, do assunto. O título deve ser pertinente à mensagem. O título de uma palestra deve estar de acordo com o seu conteúdo. O título deve ser interessante. Ele deve despertar a atenção e a curiosidade, deve ser real e interessar às pessoas, tendo relação com elas e suas necessidades. O título deve estar de acordo com a dignidade do ambiente. Procure saber sobre o tipo de evento e de público para determinar que título irá usar. O título deve ser breve. O título condensado e compacto é mais eficaz que uma afirmativa longa. O título precisa ser curto, mas não simplório, tendo mais que uma palavra para gerar interesse. O título pode vir em forma de afirmação, interrogação ou exclamação. Embora o título deva ser breve, pode ser necessário usar uma oração completa, mas concisa. Ela pode ser afirmativa: “Você pode falar em público”; interrogativa: “Como vencer o medo de falar em público?”; ou exclamativa: “Fale em público e fale agora!”. O título pode constituir em uma frase seguida de uma pergunta. Por exemplo: “Crescimento pessoal: como conquistá-lo?”; ou: “Juventude moderna: para onde ela caminha?”. O título pode aparecer na forma de sujeito composto. Por exemplo: “O orador e os seus medos”; ou: “Falar em público: dificuldades e desafios”; ou: “Política econômica e os desafios da globalização”. O título pode consistir em uma breve citação. Em um congresso sobre esportes, por exemplo, onde o assunto é bem direcionado, você pode pensar em um título retirado da realidade do esporte, como: “A importância da boa alimentação no condicionamento físico”. Introdução A introdução, assim como o título, deve ser a última parte da estruturação da sua palestra, porque, após o desenvolvimento do tema e a conclusão, o orador pode oferecer ao público uma introdução melhor à mensagem e assim manter o interesse das pessoas. Ao se colocar diante da plateia, você terá alguns instantes para fazer um discurso preliminar, ressaltando a importância do evento e do tema proposto. Existem quatro princípios para a preparação da introdução (BRAGA, idem, p. 107-109): A introdução deve ser breve. É aconselhável evitar a tendência de arrastar-se demais na introdução. A introdução tem que ser breve e sucinta; ela não deve apresentar todo o conteúdo da palestra, senão todo o restante se tornará repetitivo. A introdução deve ser interessante. Ninguém se prende a coisas chatas, maçantes. O simplório não desperta muito interesse. Os primeiros minutos da sua apresentação são extremamente importantes. Neles você pode ganhar ou perder os seus ouvintes. É preciso conquistar o interesse das pessoas imediatamente, deixá-las “ligadas” naquilo que será exposto. A introdução deve levar à ideia dominante, ao ponto principal da mensagem. O objetivo da introdução é apresentar diretamente o assunto, contendo afirmativas que consistem em ideias progressivas que culminem com o objetivo principal da mensagem. Evite as repetições e expressões desajeitadas e não introduza outro tema que servirá somente para confundir. A introdução deve consistir em poucas e breves orações ou frases, e cada ideia deve ocupar uma linha diferente. O autor supracitado nos ensina: “Evite orações longas e compostas. As expressões contidas na introdução abreviada, embora meramente sugestivas, devem ser claras o suficiente para serem lidas com rapidez”. A proposição Parafraseando Braga (p. 111), a proposição é uma declaração simples do assunto que o orador se propõe a apresentar, desenvolver, provar ou explicar. É a afirmativa da principal lição da palestra ou discurso reduzida a uma frase declarativa. É também chamada tese, grande ideia, ideia homilética ou tópico frasal. O mundo está repleto de material do qual podemos extrair teses ou ideias principais. Vamos a alguns princípios da proposição descritos por Braga (p. 119 a 123): A proposição deve expressar, em um enunciado completo, a ideia principal ou essencial da palestra (mensagem, discurso, sermão, etc.). Quando bem formulada, a proposição promove a “unidade estrutural da mensagem”, levando a uma única linha de pensamento. Veja este exemplo: “A Constituição Federal nos garante nossos direitos e nos ajuda a lutarmos pelas causas das minorias”. Temos aqui duas proposições – as garantias constitucionais e as ações sociopolíticas – isto é, duas unidades de pensamento. De acordo com Braga, para expressar um pensamento completo, deve-se apresentar um enunciado completo: um sujeito, aquilo que pretendemos falar; um predicado, o que vamos dizer a respeito do sujeito. Por exemplo, o tópico “As garantias constitucionais” nos daria uma ideia incompleta. É preciso acrescentar um predicado, que sempre inclui um verbo, para nos expressarmos com precisão acerca do sujeito. A frase seria assim: “As garantias constitucionais são o fundamento das lutas sociais”. A proposição deve conter a verdade contida na sua tese. O autor afirma: “A tese, ou tópico frasal, deve ser uma afirmativa explícita e positiva, não negativa”. É preciso pensar sobre o que espera que as pessoas entendam e que posição que você espera delas a partir daquilo que você irá expor. A proposição deve conter uma verdade aplicável à vida das pessoas. O objetivo de qualquer pronunciamento é causar algum tipo de impacto na vida das pessoas, revelar-lhes algum dado ou informação, chamar-lhes a tomar uma posição diante do que está sendo exposto e até mesmo influenciar o seu comportamento. A proposição deve ser formulada com simplicidade e clareza. Braga afirma que jamais deve haver ambiguidade ou imprecisão (p. 121). Ele dá um exemplo: “O trabalho traz recompensas”. Que trabalho traz recompensas? De quem é esse trabalho? Quando ele traz recompensas?Que tipo de recompensas? Quem será recompensado? A recompensa é justa? A proposição deve ser a afirmação de uma verdade vital. A proposição “deve ser expressa em termos que tenham importância para a vida dos indivíduos”. Não importa o ambiente nem quem são as pessoas presentes ou qual a ocasião: todos esperam ser acrescidos de algo. A forma como você transmitirá a sua mensagem é de grande importância, mas quem reina soberano no discurso é o conteúdo. A sua mensagem precisa ser convincente para que possa levar as pessoas a refletirem para que haja ação e transformação. A proposição deve ser específica. Apresentar a ideia em termos gerais fará com que ela perca o seu vigor. Algumas expressões genéricas são: “As pessoas precisam se amar”; “ Os cidadãos devem cumprir as leis”, etc. Uma declaração vigorosa e direta traria: “O amor ao próximo é uma necessidade humana”; “Ao cumprirem as leis, os cidadãos exercem seus deveres e garantem seus direitos”. A proposição deve ter concisão sem perder a clareza. É necessário que o orador evite afirmativas longas e vagas, dando preferência a uma oração simples e clara, limitada a dezessete palavras ou menos. De acordo com Braga (p. 123), uma oração longa reduzirá sua eficácia. Oração de transição Segundo Braga (p. 124), “A oração de transição deve sempre conter uma palavra-chave que classifique ou delineie a característica dos pontos principais do sermão”. A partir da proposição “A droga gera dependência”, podemos formular a oração transicional da seguinte maneira: “Várias são as razões pelas quais podemos crer que a dependência das drogas é um dos grandes males sociais”. Neste caso, a palavra “razões” relaciona a proposição com os pontos principais da palestra. A palavra-chave que você utilizar deve remetê-lo diretamente às subdivisões, jamais afastá-los delas. Vamos dar um pequeno exemplo de como ficaria em parte a nossa palestra sobre o tema: Título: A droga da dependência. Proposição: A dependência das drogas é um dos grandes males sociais. Oração interrogativa: Por que a dependência das drogas é um dos grandes males sociais? Oração de transição: Várias são as razões pelas quais podemos crer que a dependência das drogas é um dos grandes males sociais. I. A dependência química afeta a saúde psíquica e física do usuário e impede o seu desenvolvimento pessoal e social. II. A droga cria cidadãos improdutivos que são um peso para suas famílias e para a sociedade. III. Além do problema de saúde pública, a dependência química também é um problema de segurança. IV. A sociedade precisa se mobilizar para erradicar esse mal do seio das famílias. As divisões Divisões são as seções principais de um discurso ordenado, dividindo-o em partes distintas que contribuem para a sua unidade (BRAGA, p. 137 e 138). Vejamos o valor das divisões para o orador. Promovem a clareza de ideias. Divida o seu discurso por temas e sub-temas, criando uma cadeia de pensamentos que, somados, expressarão a ideia principal, evitando as ideias vagas e desconexas ou expressões indefinidas. Cada ponto da divisão deve ficar bastante claro aos ouvintes e você pode citá- los no início da sua fala ou no início de cada divisão. Promovem a unidade de pensamento. A unidade é essencial à construção da mensagem. Quando você estruturar a sua mensagem, verá claramente os pontos que se alinham, as ideias que contribuem para o melhor entendimento do assunto, as citações, histórias e exemplos que causarão maior impacto e reflexão. Também poderá eliminar conteúdo desnecessário, que não acrescenta nada à mensagem ou que pode confundir o entendimento das pessoas. Ajudam o orador a descobrir o tratamento correto do assunto. Braga (p. 138) afirma: “Enquanto organiza seu material, o pregador poderá ver o assunto como um todo, seus vários aspectos e a relação que as partes têm entre si”. Alguns aspectos merecerão uma maior ênfase, enquanto outros poderão ser eliminados. Além da ênfase correta no tema, você poderá utilizar a técnica que aprenderá para enfatizar as ideias, palavras e expressões que deseja que se sobressaiam para dar maior brilho ao discurso e imprimi-las com mais eficácia na mente dos ouvintes. Ajudam o orador a lembrar-se dos pontos principais da palestra. A organização da palestra por tópicos e divisões evita que o orador fique constantemente consultando seu material ao invés de olhar para o público. Este é um erro muito comum em quem utiliza o PowerPoint. Existem alguns princípios para a preparação das divisões que devem ser observados. De acordo com Braga (p. 139 a 148), os princípios são: As divisões principais devem originar-se da proposição, e cada divisão deve contribuir para o desenvolvimento dela. Em outras palavras, cada divisão deve ser uma expansão da ideia expressa na tese. Eis um exemplo: Título: os valores humanos e a empresa; Proposição: “Os valores humanos são a alma da empresa”; Oração interrogativa: O que faz com que os valores humanos sejam importantes para a empresa?; Oração de transição: Há três motivos por que os valores humanos são importantes para a empresa: I. É por meio dos valores que as pessoas criam comportamentos; II. Os valores refletem nos relacionamentos interpessoais na empresa; III. Os valores geram satisfação no trabalho e produtividade. As divisões principais devem ser totalmente distintas umas das outras. As divisões não devem trazer as mesmas ideias, mas projetar ideias novas a serem desenvolvidas. As divisões principais devem ser dispostas em forma de progressão. Essa disposição leva a uma evolução de pensamento, onde o tema irá crescer até o seu ápice. Os padrões de divisão da mensagem do orador seguirão o tema proposto: ordem de importância, de causa para o efeito, comparação e contraste e vice-versa. Havendo itens negativos e positivos, os negativos devem vir antes dos positivos. É importante que cada tema leve a outro de maneira coerente. Quando a proposição consiste em uma afirmação que requer validação ou prova, as divisões principais devem esgotar a posição apresentada ou defendê-la apropriadamente. As suas proposições devem ser críveis e verossímeis. Todas as suas afirmações devem estar embasadas em autores ou pesquisas que possam validá-las ou comprová-las. Cada divisão principal deve conter apenas uma ideia básica. Atendo-se a uma única ideia por divisão, você poderá desmembrá-la de forma coerente. Se juntar mais ideias numa única divisão, ficará difícil explicá-la. Se houver dois pensamentos, transforme o segundo em outra divisão. As divisões principais devem ser apresentadas claramente, e cada uma delas precisa relacionar-se com a oração interrogativa e com a transição de modo a expressar uma ideia completa. Isto o ajudará a manter-se em sua linha de pensamento de forma coerente, construindo o discurso na medida em que o tema vai evoluindo. Coloque as afirmações em frases claras e concisas, de maneira que você próprio as compreenda, e também as pessoas. O número de divisões principais deve der o menor possível. Você deve tomar cuidado para não introduzir divisões desnecessárias, que não tragam nenhuma informação pertinente ao tema ou que acabem por confundi-lo. Deve haver, porém, mais de duas divisões. O número de divisões do esboço dependerá do assunto a ser tratado e do conteúdo da mensagem. As divisões principais devem possuir estruturas paralelas. Por exemplo: se a primeira divisão é apresentada em forma de frase, as demais também deverão ser constituídas de frases; o mesmo ocorre com perguntas, afirmações, etc. A mesma regra deve-se aplicar a palavras que ocupem posição de destaque. Assim, substantivos devem relacionar-se com substantivos, proposições com proposições, verbos com verbos e assim por diante. Procure apresentar a melhor simetria entre as divisões, facilitandoa exposição do tema e permitindo que as pessoas na plateia acompanhem com maior clareza. Vamos exemplificar através de um esboço para uma palestra sobre “Planejamento estratégico”. Título: O planejamento estratégico na organização moderna. Proposição: O planejamento é parte essencial da estratégia organizacional. Oração interrogativa: Quais são os elementos importantes do planejamento para a estratégia organizacional? 1. As dimensões do planejamento. Assunto abordado. Elementos do planejamento. Unidade organizacional Características do planejamento. 2. As estratégias do planejamento. A determinação dos objetivos da ação. Análise ambiental interna e externa. Formulação de alternativas. Implementação e execução. Avaliação estratégica de resultados. 3. Obstáculos. Ausência de treinamento de pessoal. Ausência de análise ambiental. Ausência da missão e visão da empresa. Ausência de investimento. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 8 do caderno de exercícios. MEGA DICA 8 ARGUMENTO E PERSUASÃO Outra condição básica para o discurso é a capacidade de argumentação. Existe diferença entre informar e comunicar. Ambos possuem informações, talvez as mesmas, mas o primeiro pode ser passado por meio de um e-mail ou cartaz pregado na parede, enquanto o outro requer diálogo, argumentação. O verdadeiro orador mostra o seu ponto de vista e defende-o. Toda argumentação precisa estar fundamentada. Ter argumentos é essencial não somente para prender a atenção da plateia, mas também para fornecer segurança na hora de responder aos seus questionamentos. Um tema mal estudado poderá não gerar satisfação na sua explanação e na hora das perguntas. Capacidade de argumentação Em todo o discurso do orador a persuasão deve estar presente. De qualquer forma, você precisa convencer as pessoas daquilo que está dizendo e levá-las até mesmo a adotar um novo comportamento. É isto que se espera de funcionários ligados à área de vendas de uma empresa após um workshop sobre como se tornar um vendedor eficaz. Persuadir não significa impor alguma coisa, obrigando alguém a adotar novas ideias sob o risco de exclusão. Ela se dá através da demonstração e de provas convincentes (NÓBREGA, 2009). Ao ouvir uma mensagem, a pessoa pode se sentir persuadida a tomar a mesma posição do palestrante ou pode agir de maneira contrária. Transmita suas ideias com segurança. Repasse o seu conhecimento com convicção, transmitindo segurança e confiança aos seus ouvintes. Se eles sentirem que você não crê nas suas próprias ideias, dificilmente crerão também. Nóbrega (idem, p. 58) afirma que “O orador tem que convencer os ouvintes, no mínimo, de que vale a pena assistir à apresentação. A reputação dele junto ao público, portanto, já é um forte argumento persuasivo”. Dê exemplos e faça comparações. Segundo Nóbrega (ibidem, p. 59), existem várias formas de desenvolver a argumentação que não seja apelar para a emoção: enumeração, exemplificação, testemunho, estatística, citação, comparação esclarecedora, fatos, exemplos, citações de outros autores, etc. As pessoas gostam de ver ideias associadas a uma experiência prática. O uso de comparações é bastante elucidativo, uma vez que transforma pensamentos complexos em algo mais simples de ser entendido. Todos os exemplos e comparações utilizados pelo orador devem ser de conhecimento dos ouvintes, senão terá de explicá-los. Uma boa comparação permite que as pessoas assimilem mais facilmente a mensagem e guardem-na na memória. Prepare-se para o contra-argumento. Prepare-se para uma contra- argumentação ou mesmo demonstrar como existem pensamentos divergentes, provando pelos meios já citados que o seu pensamento é o mais plausível. As pessoas têm o direito de ter as suas próprias opiniões e ideias sobre aquilo que estão ouvindo. Não convencer a todos não significa sair frustrado. Seja simpático e respeite as pessoas. Procure respeitar e conquistar a simpatia da plateia, buscando algo que possa identificá-lo com ela, transmitindo-lhes segurança. Quando as pessoas se sentem valorizadas e queridas, tendem a se desarmar e a receber de boa vontade as novas ideias. Ao contrário, se você demonstra antipatia e não interage com as pessoas, elas logo se fecham e inconscientemente passam a rejeitar as ideias que estarão sendo expostas, por melhores que elas sejam, apenas por uma atitude de rebeldia contra sua postura. Fale com propriedade. Evite os “achismos”, pois eles demonstram insegurança e ignorância com relação ao assunto. Faça afirmações baseadas em dados concretos. A opinião do orador é importante, mas deve estar bem fundamentada. Evite termos que pareçam radicais e excluam quaisquer outras opções, como “sempre” e “nunca”, pois eles dispersam a atenção dos ouvintes, que passam a buscar relações com algo que represente uma exceção à afirmativa do orador. Use o raciocínio lógico. Braga (2005, p. 180) indica como método de argumentação o raciocínio lógico, o uso de processos lógicos para chegar a uma conclusão ou levar as pessoas a se decidir. Ele afirma: “A analogia, o argumento que parte da causa para o efeito ou do efeito para a causa, a prova cumulativa, bem como a indução e a dedução constituem diferentes formas de retórica persuasiva”. Este método pode envolver o testemunho. Não apenas o testemunho histórico e científico, mas o testemunho do orador no contexto do tema. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 9 do caderno de exercícios. MEGA DICA 9 PENSAMENTO CRÍTICO E CRIATIVIDADE Muitas pessoas não conseguem escrever uma redação ou falar em público porque não possuem o principal: conteúdo. Como falar sobre um tema sem conhecimento algum dele? Como defender um ponto de vista se não temos todas as informações necessárias? Como argumentar para conquistar as pessoas e influenciá-las se não temos todos os dados e informações necessários? Como vender um produto se nada sabemos sobre ele nem sobre a melhor forma de vendê-lo? Leia para saber mais Uma das maiores armas que você pode dispor para pensar criticamente é a leitura de livros, revistas e jornais que propiciem o aumento do seu conhecimento, seu conteúdo intelectual, sua atualização quanto à realidade que nos cerca ou o conhecimento de realidades passadas. Escrever ou falar sem ler é ser deficiente, limitado, incapaz de construir ideias coerentes e sistematizadas. Faça da leitura um hábito. Leia tudo! Assista a peças de teatro, debates; até mesmo de novelas, programas de auditório, shows musicais, entendendo o que ele realmente pretende passar, mantendo uma visão crítica. Construa um argumento para cada cena que vir, cada notícia que ouvir, cada situação que encontrar. Você poderá tirar muitas lições e aprenderá a manter certa distância do objeto da sua pesquisa. Leia a vida. Reflita sobre sua vida. Isto significa que você não pode passar pela vida sem percebê-la, vivê-la sem apreciá-la, engolir todas as coisas sem filtrá-las. Pense sobre tudo que acontece ao seu redor, tire lições, faça questionamentos, busque novos conhecimentos. Medite sobre tudo. Tente apreender o significado de cada situação, cada problema, cada obstáculo. Reserve alguns minutos diários para meditar sobre o seu dia; reveja seus sentimentos, suas palavras, seu comportamento, suas atitudes. Seja sincero com relação a si mesmo. Use o resultado de toda essa reflexão para aumentar o seu conhecimento, redirecionar sua vida, tornar-se sábio. Assim você terá não somente conteúdo para escrever ou discursar, mas para viver. Crie uma visão pessoal da realidade. Desenvolva uma visão diferente e alternativa da realidade. Observe tudo de um ângulo diferente. Enxergue além, faça suas próprias leituras das situações, das circunstânciase dos acontecimentos. Proponha uma versão nova para os fatos para treinar a sua criatividade e a sua capacidade de pensar criticamente. Lembre-se: pensamento crítico não é criticar, mas ter uma visão mais ampla, pessoal, estudada, que vá além das concepções gerais e superficiais da maioria. Isto é: ter a sua própria cosmovisão. DA TEORIA À PRÁTICA: Pratique o exercício 10 do caderno de exercícios. MEGA DICA 10 ESTRUTURAÇÃO DA APRESENTAÇÃO Já falamos sobre a importância do orador em conhecer o conteúdo. Porém, não adianta ter o conteúdo e domínio sobre ele se a sua apresentação não for bem estruturada e sistematizada, obedecendo à regra que diz que um texto ou a apresentação de um assunto necessita ter introdução, desenvolvimento e conclusão, atentando para as particularidades de cada uma. Apresentação/Abertura Escolha um título impactante. Como vimos, o título da palestra deve ser escolhido de modo a valorizar a apresentação e a chamar a atenção das pessoas para o tema e deve vir sempre no infinitivo ao invés do gerúndio. O título normalmente capta o sentido da mensagem, o conteúdo da apresentação. Ele prepara as pessoas para o que elas irão ler ou ouvir. Faça-o por último. Cuide da sua aparência. Com base na lei da aparência, é no momento da apresentação do palestrante que muitos dirão consigo mesmos se o palestrante é bom ou ruim. É importante o treinamento das emoções e da apresentação pessoal, bem como da postura e da dicção. Não se deixe intimidar pela plateia. O orador não deve se intimidar com nenhum tipo de plateia, mesmo com traços de desânimo e descontentamento. O estado de espírito da plateia costuma contagiar muitos oradores. Posicione- se, cativando-as, motivando-as, inspirando-as a deixar de lato a letargia para partir para a ação. Seja um líder ao falar. Prenda a atenção das pessoas. O início da apresentação é o momento crucial onde a atenção deve ser captada e as principais informações devem ser repassadas. O orador precisa apresentar o tema à plateia e os seus objetivos, especificando o tempo que durará sua apresentação, o intervalo, se houver, e o momento em que poderão ser feitas perguntas. Exponha as regras. Quando o orador estipula as regras, tem domínio sobre a situação. Mesmo que as pessoas não correspondam totalmente, as orientações precisam ser repassadas. Se não houver perguntas no final, não se sinta constrangido, mas agradeça a presença de todos e deseje que tenham aprendido algo. Siga o planejamento. Ao iniciar a abordagem do tema, alguns já estão atentos, outros ainda estão resolutos e desconfiados. Conquiste-os! Se o conteúdo foi planejado levando em conta o tempo de exposição, não há necessidade de pressa. O orador deve abordar cada tópico com paciência e precisão, recordando-se de tudo que já tinha estudado e do seu treinamento. Leve em conta o tema geral, quando houver um. O conteúdo da palestra deve levar em conta, ainda, a adequação a possíveis palestrantes que vieram anteriormente ou que virão depois, para manter uma coerência de pensamentos. Fale de si apenas o essencial. Em algumas palestras o orador é apresentado, mas em outras ele precisa falar um pouco de si mesmo, das suas credenciais antes de iniciar a palestra. Use o bom senso, deixando de lado a arrogância ou o sentimento de inferioridade. Demonstre simpatia e segurança. Desde o início deve mostrar simpatia, conquistando a atenção das pessoas com entusiasmo, sem fazer uso de bajulações ou expressões impróprias, como termos chulos. A sua fala deve transmitir calma e segurança, pois, assim como fizeram ao reparar em suas roupas e sua aparência física quando você entrou, farão o mesmo com a sua forma de falar. Se for tímida, a plateia sentirá isso e você perderá um pouco da sua credibilidade, até reconquistá-la, o que pode custar um tempo precioso. Evite a autocomiseração. Pelo fato de não ter tido tempo suficiente para preparar a sua palestra ou por conta de problemas pessoais que esteja passando, alguns oradores já chegam diante das pessoas se desculpando, justificando suas possíveis limitações ou falhas. O orador também não pode iniciar a sua palestra desmerecendo o seu próprio trabalho. As pessoas precisam saber que você está seguro daquilo que vai falar. Seja humilde. Seja ao falar acerca de suas credenciais, seja na forma de expor suas ideias e responder aos questionamentos da plateia, mantenha uma postura humilde. Da mesma forma como um orador amador pode não conquistar a plateia por seu despreparo, um orador veterano pode afastá-la por sua arrogância. Isso afasta a atenção das pessoas. Desenvolvimento do tema Organize o seu discurso. Não adianta ter uma ideia em mente se não sabemos como colocá-la no papel ou como formatá-la em slides para a apresentação ao público. Os temas devem ser apresentados sistematicamente, de forma coerente com todo o conteúdo. Mantenha a linha de raciocínio. O assunto deve ser retomado sempre, fazendo-se uso moderado de repetições. As pessoas ou o próprio orador tendem a dispersar o pensamento e precisam ser trazidas de volta. Neste momento, não é o caso afirmar para a plateia que “perdeu a linha de raciocínio”, mas prosseguir com a palestra até que a informação volte à memória. Esteja atendo a si mesmo, ao que está falando, à sua linha de raciocínio, sua voz, seu gestual. Tenha cuidado no uso dos slides. Tome cuidado para não ficar lendo apenas as informações contidas nos slides. Se elas estão lá e estão sendo projetadas para todo mundo ler, não é necessário repeti-las. Esteja sempre preparado. O preparo aumenta as suas chances de êxito, mesmo se houver imprevistos. Aja proativamente. Pense em todas as circunstâncias possíveis. Ilustrações Utilize a memória afetiva. Existem diversas formas de você criar na mente das pessoas a imagem daquilo que você está falando. As imagens são muito importantes e devemos utilizá-las. Mesmo que esqueça das palavras, o público se lembrará das imagens, que funcionam como slogans do discurso. Chamamos isso de “memória afetiva”. Quando você cria imagens na mente das pessoas, elas poderão lembrar de você e do seu discurso por um longo tempo. Forneça imagens claras. Braga (2005) salienta alguns valores da boa ilustração. Primeiro, elas dão clareza à mensagem. Quando o assunto requerer uma exemplificação, você pode recorrer a uma ilustração. Jesus utilizou a figura do corpo para ensinar sobre a unidade da sua Igreja. Apresente ilustrações interessantes. Segundo, as ilustrações tornam a palestra interessante. Não precisamos ser monótonos para transmitir informações, por mais frias que elas sejam, como dados estatísticos apresentados pelo pessoal da contabilidade. Se você não utilizar ilustrações vivas e atrativas para exemplificar o que está dizendo, não demorará e o interesse cairá, e os pigarros, bocejos e acessos às redes sociais começarão. Dê vida ao conteúdo da mensagem. Terceiro valor: as ilustrações dão vida ao conteúdo da mensagem, isto é, à sua verdade. Um exemplo com mais de dois mil anos de ilustrações que exemplificavam uma verdade são as parábolas de Jesus, as figuras de linguagem que ele utilizava para se referir àquilo que estava dizendo. Utilize histórias, fábulas, exemplos de filmes, etc. Enfatize a sua mensagem. E quarto: as ilustrações dão ênfase à sua mensagem. As ilustrações precisam ser apropriadas, claras, críveis, exatas e breves. Use palavras que remetam à ação. Você poderá utilizar metáforas e fazer comparações. Conclusão Na conclusão, o palestrante deverá rever os temas abordados e apresentar alguma solução para um possível problema ou introduzir a participação da plateia em forma de observações,