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resposta da tarefa sociolinguistica

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Questões resolvidas

No contexto da piada, a palavra “firme” é ambígua. Quais são os dois sentidos possíveis para o termo?

Explique a confusão que acontece entre os personagens, construindo, assim, o humor do texto.

No texto, há duas palavras que apresentam variação fonológica. Quais são elas? Que trocas de fonemas ocorrem?

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Questões resolvidas

No contexto da piada, a palavra “firme” é ambígua. Quais são os dois sentidos possíveis para o termo?

Explique a confusão que acontece entre os personagens, construindo, assim, o humor do texto.

No texto, há duas palavras que apresentam variação fonológica. Quais são elas? Que trocas de fonemas ocorrem?

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“ Domingo à tarde, o político vê um programa de TV. Um assessor passa por ele e pergunta: 
– Firme? 
O político responde: 
– Não, Sírvio Santos.” 
(POSSENTI, S. Os humores da língua. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1998, p. 34). 
 
 
1. No contexto da piada, a palavra “firme” é ambígua. Quais são os dois sentidos possíveis 
para o termo? 
 
Resposta: 
 
No entendimento da citada piada, considerando os possíveis contextos dos 
interlocutores, percebe-se que, para provocar uma atmosfera cômica, o texto apresenta a 
palavra “firme” dentro de uma ambiguidade. Assim sendo, tal termo pode ser entendido 
como uma indagação coloquial, descontraída, expressando, nesse caso: “você está bem?” 
(“tudo certo?”). Em outra acepção, agora, em uma variação linguística, significa o 
substantivo filme. 
 
 
 2. Explique a confusão que acontece entre os personagens, construindo, assim, o humor do 
texto. 
 
Resposta: 
A confusão acontece porque um dos personagens pertence a uma comunidade de fala, 
na qual os seus membros usam o fonema /r/ no lugar do /l/. Já o outro interlocutor, está 
inserido em uma outra comunidade de fala que não apresenta esse rotacismo. Assim sendo, 
podemos fazer as seguintes inferências: 
 
1. O assessor, na autenticidade de um meio rural, pode ter perguntado se o 
político estava vendo um “firme” (filme) e, esse, por sua vez, a partir de um 
preconceito linguístico, ironicamente, para ridicularizar o assessor, responde 
_“não, vendo “Sirvio Santos” (Sílvio Santos); 
2. Em outra abordagem, o assessor pertence a uma comunidade de fala que não 
apresenta variação fonológica, geralmente, presente em uma variação 
linguística de ordem diatópica. Assim sendo, informalmente, ele usa o termo 
firme para expressar “tudo bem?” . No entanto, o político, nesse caso, 
pertencendo a uma comunidade rural, compreende “filme” e, dentro do 
rotacismo, responde que está assistindo “Sirvio Santos”. 
 
Em ambas possibilidades, o humor do texto se constrói a partir de um subjacente 
preconceito linguístico, o qual, entre outras coisas, ridiculariza quem fala fora da norma-
padrão da língua portuguesa usada no Brasil. 
 
3. Chamamos de variação fonológica a troca de um fonema por outro, sem que haja alteração 
no significado referencial do termo. Por exemplo, “leitE quentE” na pronúncia de um 
curitibano e “leiti quenti” na pronúncia de um paraibano. Tanto o sulista quanto o nordestino 
estão se referindo à bebida e à sua temperatura. 
 No texto, há duas palavras que apresentam variação fonológica. Quais são 
elas? Que trocas de fonemas ocorrem? 
 
Resposta: 
 
Como já adiantado na resposta da questão 2, as duas palavras que apresentam variação 
fonológica, mediante o fenômeno do rotacismo, são: 
 
1. “Firme” = Filme (o fonema /l/ é trocado pelo /r/); 
2. “Sirvio” = Sílvio (o fonema /l/ é trocado pelo /r/). 
 
 
4. Em sua opinião, esse caso de variação caracteriza que perfil social? 
 
Resposta: 
 
Geralmente, as manifestações dessa variação fonológica são evidenciadas em pessoas 
que pertencem às comunidades de fala inseridas no meio rural. Logo, nesses indivíduos, trata-
se de uma autenticidade linguística, pois é a língua materna dessas pessoas. Assim 
compreendida e respeitada, no nosso entendimento, todas as classes sociais dessas 
localidades são caracterizadas por esse perfil linguistíco. Em consequência disso, tanto o 
“boia-fria” quanto o fazendeiro são falantes e ouvintes no contexto dessa diversificação 
linguística. Contudo, de forma preconceituosa, pela sociedade dos grandes centros urbanos, 
apenas os mais humildes são identificados com esse modo de falar. Quando na verdade, 
também, os mais abastados, nessas comunidades rurais, quando o uso da norma-padrão não é 
exigido, tendem a manter a naturalidade linguística que é peculiar a todos na região. 
5. Tomando como base o texto “Introdução”, já lido anteriormente, e essa piada, comente a 
afirmação feita por Coelho et alii (2010): 
 
“O que estamos querendo mostrar, a partir desse exemplo, é que existe 
uma relação estreita entre as formas da língua, os diferentes grupos 
sociais que as utilizam e a imagem que projetamos nestes através 
daquela” (COELHO et alii. Sociolinguística. 6º período. 
LLV/CCE/UFSC, 2010, p. 08). 
 
Resposta: 
 
A língua é um fenômeno vivo e diversificado, ou seja, recebe fortes influências dos 
contextos de fala, nos quais estão inseridos os seus falantes. Desse modo, em uma abordagem 
descritiva, todos os indivíduos vivenciam as variações linguísticas, as quais podem ser de 
ordem diatópica, diastrática, diafásica, histórica. Por conseguinte, a língua materna é fruto 
de uma relação dialética que se dá entre a pessoa e a sua comunidade, entre a pessoa e a sua 
identidade cultural, entre a pessoa e o seu pertencimento étnico, entre a pessoa e a sua 
experiência de vida... Todavia, geralmente, a elite social e econômica não respeita ou aceita o 
fenômeno da variação linguística. Desse modo, forçosamente, a “ditadura do certo e do 
errado” é implementada em todos os setores de nossa sociedade. Assim sendo, os prescritivos, 
no desenvolvimento e disseminação de preconceitos linguísticos, consideram culta a pessoa 
que fala dentro da norma-padrão; a que fala no desvio, “ignorante”.

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