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<p>AULA 2</p><p>INTELIGÊNCIA EMOCIONAL –</p><p>COMPETÊNCIAS SOCIAIS E</p><p>RELACIONAMENTO</p><p>Profª Lucimara do Nascimento Numata</p><p>2</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Conquistando a inteligência emocional para um melhor comportamento e</p><p>prática de relacionamentos</p><p>Em continuidade ao conhecimento que tivemos na etapa anterior sobre a</p><p>inteligência emocional e relacional na contemporaneidade, seguiremos, agora</p><p>com foco em como conquistar a inteligência emocional para o comportamento e</p><p>prática de relacionamentos. Para tanto, os seguintes cinco temas conduzirão</p><p>nosso entendimento sobre o assunto:</p><p>1. A importância da educação emocional</p><p>2. O autoconhecimento</p><p>3. A autoconsciência emocional</p><p>4. O lócus de controle</p><p>5. As principais características de pessoas com inteligência emocional</p><p>Você terá a oportunidade de conhecer as razões pelas quais a educação</p><p>emocional tem se mostrado cada vez mais importante na sociedade atual, visto</p><p>que a inteligência emocional é essencial para o sucesso pessoal e profissional.</p><p>Nesse sentido, o autoconhecimento é a base para o desenvolvimento da</p><p>inteligência emocional, pois só é possível gerir e controlar as emoções quando se</p><p>tem consciência delas, sendo que a autoconsciência emocional permite que a</p><p>pessoa identifique seus próprios sentimentos e emoções e saiba como lidar com</p><p>eles de forma eficaz.</p><p>Pessoas com inteligência emocional são capazes de controlar suas</p><p>emoções, se comunicar de forma clara e eficaz, estabelecer relacionamentos</p><p>saudáveis e tomar decisões com base na razão e não na emoção. Além disso,</p><p>possuem uns lócus de controle interno, ou seja, acreditam que são capazes de</p><p>controlar as situações em que se encontram, o que lhes dá mais autonomia e</p><p>confiança.</p><p>TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EMOCIONAL PARA A</p><p>INTELIGÊNCIA EMOCIONAL</p><p>A educação emocional é uma prática que visa desenvolver habilidades</p><p>socioemocionais e cognitivas para lidar com as emoções de maneira saudável e</p><p>3</p><p>efetiva. A base da inteligência emocional está justamente na educação emocional,</p><p>que é capaz de proporcionar uma compreensão mais ampla e profunda das</p><p>emoções, permitindo que o indivíduo tenha um melhor autoconhecimento,</p><p>autocontrole e empatia, dentre outras habilidades, conforme ilustrado na Figura 1.</p><p>Dessa forma, ao estudarmos esse tema, se tornará possível expandir nosso</p><p>conhecimento sobre o impacto disso na vida profissional. Ou seja, a inteligência</p><p>emocional se mostra fundamental para o sucesso, já que as relações</p><p>interpessoais são extremamente importantes, nesse contexto.</p><p>Figura 1 – A educação emocional voltada para a inteligência emocional</p><p>Fonte: Elaborado por Numata, 2023, com base em Hirschle, 2017. Crédito:</p><p>GoodStudio/Shutterstock.</p><p>A educação emocional, portanto, é fundamental para o desenvolvimento da</p><p>inteligência emocional e para aprimorar as habilidades necessárias para lidar com</p><p>as emoções em diferentes contextos, inclusive no ambiente de trabalho. Investir</p><p>em educação emocional é uma estratégia inteligente para melhorar a qualidade</p><p>de vida, aumentar a produtividade e alcançar sucesso profissional.</p><p>Hirschle (2017, p. 15) destaca a importância da educação emocional ao</p><p>afirmar que “[...] aprender a lidar com as próprias emoções e compreender as</p><p>emoções dos outros é fundamental para a convivência em sociedade”. Nesse</p><p>mesmo sentido encontramos a contribuição de Schimidt (2006, p. 26), para quem</p><p>a educação emocional é considerada uma base importante para o</p><p>desenvolvimento da inteligência emocional, porque, “[...] além de propiciar o</p><p>"Um indivíduo com alto grau de</p><p>inteligência emocional é capaz</p><p>de lidar com situações</p><p>estressantes de maneira mais</p><p>tranquila e eficiente, além de ter</p><p>a habilidade de lidar com</p><p>conflitos interpessoais,</p><p>desenvolver relacionamentos</p><p>saudáveis com colegas de</p><p>trabalho, liderar equipes de</p><p>forma mais eficaz e tomar</p><p>decisões mais acertadas."</p><p>(Hirschle, 2017)</p><p>4</p><p>desenvolvimento de habilidades e competências emocionais, visa promover a</p><p>saúde mental e a qualidade de vida dos indivíduos”. A autora destaca ainda a</p><p>importância da educação emocional desde a infância, afirmando que “o</p><p>desenvolvimento emocional é um processo continuado que tem início na primeira</p><p>infância” (Schimidt, 2006, p. 26). Ela argumenta que a educação emocional pode</p><p>ajudar as crianças a compreender e gerenciar melhor suas emoções, desenvolver</p><p>a empatia e a capacidade de lidar com conflitos de forma saudável. Além disso, o</p><p>ambiente escolar é um dos principais espaços sociais em que ocorrem as</p><p>interações entre indivíduos e, portanto, é um contexto privilegiado para a</p><p>promoção do desenvolvimento emocional. A autora defende ainda que a</p><p>educação emocional nas escolas pode ajudar os alunos a desenvolver habilidades</p><p>sociais e emocionais, a reduzir a agressividade e o bullying, além de contribuir</p><p>para o desempenho acadêmico.</p><p>Essa base terá um efeito no contexto do trabalho, nosso foco. Assim, “a</p><p>inteligência emocional é uma das competências mais valorizadas pelas empresas</p><p>na atualidade” (Schimidt, 2014, p. 19). A educação emocional pode ajudar os</p><p>profissionais a lidar com o estresse, a trabalhar em equipe de forma mais eficaz e</p><p>a desenvolver empatia e resiliência. É também fundamental para o</p><p>desenvolvimento de habilidades emocionais e relacionais, pois permite o</p><p>entendimento e o gerenciamento das emoções. Segundo Schimidt (2014, p. 21),</p><p>o principal objetivo da educação emocional é “[...] ajudar as pessoas a</p><p>compreenderem seus próprios sentimentos e os dos outros, a lidar com situações</p><p>de estresse e a construir relacionamentos positivos” (Schimidt, 2014, p. 21).</p><p>Portanto, a educação emocional é uma base importante para o</p><p>desenvolvimento da inteligência emocional, que pode gerar benefícios tanto para</p><p>a vida pessoal quanto profissional dos indivíduos. Com base em práticas</p><p>educativas que estimulem a compreensão e a gestão das emoções, é possível</p><p>promover uma sociedade mais saudável, empática e cooperativa.</p><p>1.1 A educação emocional para desenvolver competências no ambiente</p><p>profissional</p><p>A educação emocional permite aos indivíduos desenvolver habilidades que</p><p>vão além das competências técnicas, a fim de que sejam mais assertivos em suas</p><p>ações e relações interpessoais. Encontramos em Silva (2018, p. 36) o destaque</p><p>para a educação emocional, em que ela é tratada como algo fundamental para a</p><p>5</p><p>gestão do estresse e das emoções negativas no ambiente de trabalho. De acordo</p><p>com a autora, “a educação emocional é essencial para que o indivíduo seja capaz</p><p>de gerenciar suas emoções, evitando que o estresse e as emoções negativas</p><p>afetem seu trabalho e relacionamentos interpessoais”. Diretamente ligado a isso</p><p>está a condição de potencializar positivamente o desempenho profissional e a</p><p>qualidade de vida do indivíduo no contexto organizacional, conforme a</p><p>representação da Figura 2 a seguir.</p><p>Figura 2 – Educação emocional e as competências para o trabalho</p><p>Fonte: Elaborado por Numata, 2023, com base em Silva, 2018.</p><p>A educação emocional exerce um forte papel na construção de relações</p><p>interpessoais mais saudáveis e produtivas, no ambiente de trabalho. Ao</p><p>desenvolver a inteligência emocional, os indivíduos são capazes de compreender</p><p>e respeitar as emoções dos outros, o que resulta em um ambiente de trabalho</p><p>mais colaborativo e positivo. Por meio da compreensão das emoções dos</p><p>colaboradores, o líder é capaz de identificar e atender a suas necessidades</p><p>emocionais, o que resulta em maior engajamento e produtividade, possibilitando</p><p>assim a construção de equipes de trabalho mais produtivas e motivadas.</p><p>Por fim, a educação emocional é um processo contínuo e que deve ser</p><p>desenvolvido ao longo de toda a vida profissional, permitindo que os indivíduos se</p><p>adaptem às mudanças e desafios do ambiente de trabalho e continuem evoluindo</p><p>em suas carreiras (Silva, 2018, p. 125). Portanto, fica evidente a importância da</p><p>educação emocional no contexto do trabalho, não só para o desenvolvimento de</p><p>competências essenciais, mas também para a gestão de emoções, a construção</p><p>de relações</p><p>interpessoais positivas, o desenvolvimento de lideranças eficazes e</p><p>Relações</p><p>Interpessoais Liderança Gestão das</p><p>Emoções Carreira</p><p>6</p><p>da capacidade de adaptação às mudanças e desafios do ambiente profissional.</p><p>Destacamos ainda a importância da educação emocional para a formação de</p><p>indivíduos críticos e reflexivos, capazes de tomar decisões conscientes e</p><p>construtivas.</p><p>Para Schimidt, (2014, p. 25) “o desenvolvimento das habilidades</p><p>emocionais é um processo contínuo que deve ser iniciado na infância e que se</p><p>estende por toda a vida”. Seguiremos, então, ampliando nosso conhecimento de</p><p>como é possível alcançarmos as competências relacionais para o contexto do</p><p>trabalho, tendo no autoconhecimento algo fundamental nesse processo.</p><p>TEMA 2 – O AUTOCONHECIMENTO</p><p>A obra Sapiens: uma breve história da humanidade é um livro escrito pelo</p><p>historiador e filósofo israelense Yuval Noah Harari (2015), publicado originalmente</p><p>em 2011. A obra apresenta uma visão panorâmica da história da humanidade,</p><p>desde a evolução dos primeiros hominídeos até a atualidade, abordando aspectos</p><p>culturais, políticos, econômicos e biológicos que influenciaram a trajetória da</p><p>espécie humana. Nela, Harari (2015) discute o papel do autoconhecimento na</p><p>evolução humana, destacando como a capacidade de refletir sobre si mesmo e</p><p>sobre o mundo foi fundamental para a criação de sociedades mais complexas e</p><p>organizadas:</p><p>O autoconhecimento é a chave da compreensão das mentes humanas</p><p>e, portanto, da história humana. Qualquer pessoa que queira</p><p>compreender o comportamento humano, desde o que se passa dentro</p><p>de sua própria mente até os movimentos de massa que transformam o</p><p>mundo, precisa conhecer a história do autoconhecimento. (Harari, 2015,</p><p>p. 217)</p><p>A afirmação é bastante pertinente, uma vez que o autoconhecimento é de</p><p>fato um elemento essencial para a compreensão das mentes humanas e da</p><p>história humana como um todo. Ele foi o que permitiu que os seres humanos se</p><p>tornassem capazes de compreender e transformar a realidade a sua volta. O autor</p><p>explora, em seus estudos, como o autoconhecimento foi influenciado por questões</p><p>culturais, religiosas e filosóficas, ao longo da história.</p><p>As histórias que contamos a nós mesmos e aos outros têm uma grande</p><p>influência sobre o autoconhecimento humano. Elas podem nos ensinar</p><p>a nos ver como indivíduos únicos, como membros de grupos coletivos,</p><p>como partes de uma natureza divina ou como marionetes da biologia.</p><p>(Harari, 2015, p. 26)</p><p>7</p><p>Tais reflexões sobre o autoconhecimento contribuem para uma</p><p>compreensão mais profunda do ser humano e da sua trajetória na Terra. Além</p><p>disso, é possível compreender como diferentes sociedades e culturas encararam</p><p>o autoconhecimento e como isso impactou em sua visão de mundo e em suas</p><p>realizações históricas. Portanto, a compreensão do autoconhecimento é um</p><p>elemento-chave para quem deseja entender o comportamento humano e a</p><p>história humana de forma mais profunda e abrangente.</p><p>Em um contexto mais específico, o autoconhecimento é um aspecto crucial</p><p>para o sucesso profissional e para o desenvolvimento pessoal. Ana Artigas (2019),</p><p>no livro Inteligência relacional: uma abordagem inovadora para a gestão de</p><p>pessoas, nos revela que saber quem somos, reconhecer nossos pontos fortes e</p><p>limitações e identificar nossos valores são fundamentais para se alcançar a</p><p>excelência na carreira. A autora enfatiza que a inteligência relacional, tema que</p><p>será aprofundado por nós posteriormente, é a capacidade de gerir as emoções,</p><p>as relações e as interações com os outros; e isso depende, em grande parte, do</p><p>autoconhecimento. Para ela, “a partir do momento em que passamos a nos</p><p>conhecer melhor, podemos compreender nossas próprias emoções e,</p><p>consequentemente, desenvolver a empatia e a capacidade de se colocar no lugar</p><p>do outro” (Artigas, 2019, p. 53).</p><p>Além disso, o autoconhecimento é essencial para o desenvolvimento da</p><p>resiliência, que é a capacidade de lidar com situações difíceis e de superar</p><p>obstáculos. Como afirma Artigas (2019, p. 89), “a resiliência está diretamente</p><p>ligada ao autoconhecimento, pois é preciso saber quais são as nossas forças e</p><p>fraquezas para enfrentar os desafios e superá-los”.</p><p>2.1 A prática do autoconhecimento no contexto profissional</p><p>A prática do autoconhecimento é essencial em diversos aspectos da vida,</p><p>e o ambiente de trabalho não é exceção a isso. Saber quem somos, quais são</p><p>nossos valores, crenças, pontos fortes e fracos pode ser a chave para</p><p>desenvolvermos habilidades necessárias para o nosso sucesso profissional.</p><p>Hirschle (2017, p. 38) contribui, em seus estudos, para dar relevância a esse tema,</p><p>ao considerar que “o autoconhecimento é o primeiro passo para o</p><p>autodesenvolvimento emocional. Ele envolve a capacidade de perceber e</p><p>compreender suas emoções, suas forças e fraquezas, bem como seu impacto</p><p>sobre os outros e sobre si mesmo”.</p><p>8</p><p>Dessa forma, o autoconhecimento nos permite identificar nossos limites,</p><p>necessidades, desejos e motivações. Ele nos ajuda a entender como nos</p><p>sentimos em diferentes situações e a tomar decisões que estejam alinhadas com</p><p>nossos valores e objetivos. Na prática, segundo o autor:</p><p>O autoconhecimento é essencial para lidar com emoções intensas e lidar</p><p>com situações estressantes. Quando conhecemos nossos gatilhos</p><p>emocionais e sabemos como reagimos diante deles, podemos tomar</p><p>medidas preventivas e implementar estratégias para lidar com eles de</p><p>forma mais eficaz. (Hirschle, 2017, p. 78)</p><p>Nesse contexto, o autoconhecimento também é fundamental para o</p><p>desenvolvimento de liderança. Quando os líderes conhecem seus próprios pontos</p><p>fortes e fracos, eles podem construir equipes eficazes, delegar tarefas apropriadas</p><p>e gerenciar conflitos de maneira construtiva (Hirschle, 2017, p. 124). Consenza</p><p>(2021) também destaca a importância do autoconhecimento para a vida</p><p>profissional. Segundo o autor, o autoconhecimento permite que as pessoas</p><p>entendam melhor suas motivações, interesses e necessidades, o que possibilita</p><p>a escolha de uma carreira mais adequada e satisfatória. Ele nos revela ainda que</p><p>o autoconhecimento pode oferecer benefícios para a vida cotidiana,</p><p>especialmente para a tomada de decisões. Ele destaca que, ao conhecermos</p><p>melhor nossos padrões de pensamento e comportamento, somos capazes de</p><p>fazer escolhas mais conscientes e alinhadas com nossos valores e objetivos (p.</p><p>Consenza, 2021, p. 81).</p><p>Hirschle (2017) e Consenza (2021) concordam que o autoconhecimento e</p><p>a autopercepção são aspectos essenciais para o desenvolvimento emocional e</p><p>podem ser aprimorados por meio de técnicas específicas, que são demonstradas</p><p>no Quadro 1 a seguir.</p><p>Quadro 1 – Técnicas para o aprimoramento do autoconhecimento</p><p>Hirschle (2017) Consenza (2021)</p><p>As técnicas envolvem a</p><p>prática da atenção plena</p><p>(mindfulness), a</p><p>identificação e a expressão</p><p>das emoções, a mudança de</p><p>crenças e padrões de</p><p>pensamento disfuncionais,</p><p>a resolução de conflitos</p><p>interpessoais e a promoção</p><p>da empatia e da compaixão.</p><p>A meditação mindfulness</p><p>pode ser uma ferramenta para</p><p>o autoconhecimento,</p><p>ajudando o indivíduo a</p><p>identificar e gerenciar as</p><p>emoções de forma mais</p><p>efetiva.</p><p>A prática de mindfulness pode</p><p>melhorar a autorregulação</p><p>emocional, reduzir o estresse</p><p>e aumentar a resiliência</p><p>emocional.</p><p>9</p><p>Uso da técnica de</p><p>reestruturação cognitiva,</p><p>que consiste em identificar</p><p>e questionar pensamentos</p><p>negativos e substituí-los</p><p>por pensamentos mais</p><p>positivos e realistas.</p><p>Exercícios de autoconsciência</p><p>emocional, como a prática do</p><p>diário emocional, que é uma</p><p>ferramenta que permite ao</p><p>indivíduo a reflexão e o</p><p>registro de suas emoções ao</p><p>longo do dia, identificando</p><p>gatilhos emocionais e padrões</p><p>de comportamento que</p><p>possam afetar sua saúde</p><p>emocional.</p><p>Fonte: Hirschle, 2017; Consenza, 2021.</p><p>Tanto Hirschle (2017) quanto Consenza (2021) enfatizam a importância do</p><p>autoconhecimento e da utilização de ferramentas para esse fim. Hirschle (2017)</p><p>destaca a relevância do diário emocional para reconhecer, compreender e lidar</p><p>com as emoções no dia a dia, além de</p><p>propiciar um maior entendimento do</p><p>indivíduo sobre si mesmo. Já Consenza (2021), além do diário emocional, sugere</p><p>a prática de mindfulness e meditação como ferramentas eficazes para o</p><p>autoconhecimento e equilíbrio emocional. Ambos os autores afirmam que o</p><p>autoconhecimento é fundamental para lidar com situações cotidianas de forma</p><p>mais consciente e assertiva, além de isso contribuir para o desenvolvimento</p><p>pessoal e profissional.</p><p>Dentre as inúmeras ferramentas para o autodesenvolvimento, merece</p><p>nossa menção a roda da vida. De acordo com Carolina Souza (2021), em seu livro</p><p>Desenvolvimento humano: ferramentas de coaching e psicologia positiva, a roda</p><p>da vida é uma ferramenta simples e eficaz para promover o autoconhecimento e</p><p>identificar áreas da vida que precisam de mais atenção e equilíbrio. A autora</p><p>sugere que a roda seja dividida em áreas importantes da vida, como carreira,</p><p>relacionamentos, saúde, finanças, entre outras (Souza, 2021, p. 82), conforme a</p><p>Figura 3 a seguir.</p><p>10</p><p>Figura 3 – Roda da vida como ferramenta para o autoconhecimento</p><p>Fonte: Elaborado por Numata, 2023, com base em Souza, 2021.</p><p>Para utilizar a roda da vida, Souza (2021) sugere que a pessoa avalie o seu</p><p>grau de satisfação em cada área, atribuindo uma nota de 0 a 10. Em seguida, ela</p><p>deve conectar os pontos para formar uma figura que mostrará o nível de equilíbrio</p><p>em cada área da vida. Com base nos resultados, é possível identificar quais áreas</p><p>precisam de mais atenção e esforço para se alcançar um equilíbrio satisfatório.</p><p>Com base nisso, pode-se traçar um plano de ação para melhorar a qualidade de</p><p>vida e a realização pessoal em diferentes áreas (Souza, 2021, p. 85). Em resumo,</p><p>a roda da vida é uma ferramenta que ajuda a identificar desequilíbrios em</p><p>diferentes áreas da vida e a promover o autoconhecimento. Sua utilização pode</p><p>ser útil para desenvolver um plano de ação para melhorar a qualidade de vida e a</p><p>realização pessoal em diversas áreas (Souza, 2021, p. 82-85).</p><p>Ao atingirmos um certo estado de autoconhecimento, se faz necessário que</p><p>a autoconsciência emocional tenha um foco e, em nosso caso, esse objetivo</p><p>encontra-se no contexto do trabalho. Dessa forma, avançaremos agora para o</p><p>Tópico 3, em que teremos o aprofundamento desse assunto.</p><p>11</p><p>TEMA 3 – A AUTOCONSCIÊNCIA EMOCIONAL COM FOCO NOS OBJETIVOS</p><p>Goleman (2013) discute a importância da consciência emocional na</p><p>capacidade de manter o foco e atingir objetivos. Segundo o autor, a consciência</p><p>emocional é a habilidade de reconhecer e compreender as próprias emoções e</p><p>como elas afetam o pensamento e o comportamento. Dessa forma, é essencial</p><p>que tenhamos o conhecimento de que a consciência emocional não é uma</p><p>habilidade inata, mas pode ser desenvolvida por meio de práticas como a</p><p>meditação e o mindfulness, que ajudam a aumentar a atenção plena.</p><p>Um exemplo de aplicação da consciência emocional é a habilidade de</p><p>identificar e lidar com emoções negativas, como a raiva. Ao reconhecermos a</p><p>emoção da raiva em nós mesmos, podemos controlar nossa resposta a ela, ao</p><p>invés de reagir contra isso impulsivamente e nos causar danos irreparáveis.</p><p>Goleman (2013, p. 89) cita o caso de um pai que, ao ser provocado pelo filho,</p><p>optou por se afastar e se acalmar antes de lidar com a situação, evitando uma</p><p>reação impulsiva que poderia prejudicar a relação entre eles.</p><p>Outro exemplo é a habilidade de reconhecer as emoções dos outros, ou</p><p>seja, de percebermos o estado emocional de alguém, o que no possibilita nos</p><p>adaptar melhor a uma situação e responder a ela de maneira mais apropriada.</p><p>Goleman (2013, p. 115), nesse sentido, menciona o caso de um líder que, ao</p><p>perceber a frustração e desmotivação de sua equipe, busca uma solução para</p><p>resolver o problema e motivar seus colaboradores, ao invés de ignorar a situação</p><p>e prejudicar o desempenho do grupo. Isso é especialmente importante no contexto</p><p>do trabalho, em que a compreensão das emoções dos colegas e clientes pode ser</p><p>crucial para o sucesso organizacional.</p><p>A capacidade de focar é fundamental para se alcançar metas e objetivos</p><p>de carreira, e é preciso ter uma visão clara do que se quer alcançar, definindo-se</p><p>metas específicas e estabelecendo-se um plano de ação para alcançá-las, como</p><p>nos revela a Figura 4, a seguir.</p><p>12</p><p>Figura 4 – O foco nos objetivos, para o alcance dos resultados</p><p>Fonte: Elaborado por Numata, 2023, com base em Goleman, 2013.</p><p>Foco não é apenas você dizer sim para o que precisa focar; é dizer não às</p><p>centenas de outras coisas que existem. A chave para o sucesso é concentrar a</p><p>mente em coisas importantes, pois aqueles que conseguem manter o foco em</p><p>seus objetivos por longos períodos de tempo podem alcançar grandes feitos,</p><p>mesmo quando enfrentam obstáculos formidáveis. Assim, a liderança deve ter</p><p>capacidade de manter o foco nos objetivos, apesar das distrações, para que possa</p><p>fazer progresso em projetos complexos. A habilidade de gerenciar emoções é</p><p>importante para manter o foco durante o tempo necessário para se alcançar os</p><p>objetivos de maneira a guiar as equipes rumo a objetivos bem definidos, para o</p><p>alcance do sucesso profissional (Goleman, 2013).</p><p>Por fim, para manter o foco, é importante desenvolver habilidades como de</p><p>gestão do tempo e da pressão e resiliência emocional, que ajudam a manter o</p><p>equilíbrio e a motivação para alcançar os objetivos. Com a consciência emocional,</p><p>é possível desenvolver habilidades para lidar com situações desafiadoras e</p><p>manter a motivação e a disciplina necessárias para se alcançar objetivos de</p><p>carreira.</p><p>Manter o foco e guiar</p><p>equipes rumo a objetivos</p><p>bem definidos</p><p>Manter o foco durante o</p><p>tempo necessário para</p><p>alcançar os objetivos</p><p>Manter o foco nos</p><p>objetivos, apesar das</p><p>distrações</p><p>Manter o foco nos</p><p>objetivos por longos</p><p>períodos de tempo</p><p>Concentrar a mente</p><p>em coisas</p><p>importantes</p><p>13</p><p>3.1 A autoconsciência para a satisfação no trabalho</p><p>O tema da autoconsciência emocional é abordado em diversos estudos</p><p>sobre inteligência emocional e sua relação com diferentes aspectos da vida, como</p><p>sucesso pessoal, social, acadêmico e profissional. Pusch (2015) destaca, em sua</p><p>pesquisa Inteligência emocional e satisfação no trabalho: um estudo com</p><p>trabalhadores de uma empresa de serviços, a influência direta que há da</p><p>inteligência emocional na satisfação no trabalho. Esse estudo foi realizado com</p><p>155 trabalhadores, que responderam a um questionário que avaliava a inteligência</p><p>emocional, a satisfação no trabalho e outras variáveis relacionadas ao trabalho. A</p><p>sua coleta de dados se deu por meio de:</p><p>• Inteligência emocional: medida por intermédio do inventário de inteligência</p><p>emocional de Bar-On (1997), que avalia as seguintes dimensões:</p><p>intrapessoal, interpessoal, de adaptabilidade, de tomada de decisão e de</p><p>manejo do estresse.</p><p>• Satisfação no trabalho: medida por meio do questionário de satisfação no</p><p>trabalho S20/23, que avalia a satisfação em relação ao trabalho como um</p><p>todo, aos colegas de trabalho, ao supervisor, à remuneração, à promoção,</p><p>ao reconhecimento e à natureza do trabalho.</p><p>Na Figura 5 temos os principais resultados da pesquisa.</p><p>Figura 5 – O foco nos objetivos, para o alcance dos resultados</p><p>Fonte: Elaborado com base em Pusch, 2015.</p><p>A inteligência</p><p>emocional está</p><p>positivamente</p><p>relacionada com a</p><p>satisfação no</p><p>trabalho.</p><p>Quanto maior o nível</p><p>de inteligência</p><p>emocional dos</p><p>trabalhadores, maior</p><p>a sua satisfação no</p><p>trabalho.</p><p>A inteligência</p><p>emocional pode</p><p>influenciar</p><p>diretamente a</p><p>satisfação no trabalho</p><p>e,</p><p>consequentemente, a</p><p>produtividade e a</p><p>qualidade dos</p><p>serviços prestados</p><p>pela empresa.</p><p>14</p><p>Os resultados indicam que as organizações podem desenvolver programas</p><p>de treinamento e desenvolvimento de inteligência emocional para seus</p><p>funcionários, visando à melhoria da satisfação no trabalho e ao alcance de</p><p>melhores resultados empresariais.</p><p>Crédito: Buravleva stock/Shutterstock.</p><p>Diante desse contexto, seguiremos ampliando nosso conhecimento,</p><p>voltando-nos agora para o lócus de controle como pilar da habilidade</p><p>socioemocional.</p><p>TEMA 4 – LÓCUS DE CONTROLE PARA A HABILIDADE SOCIOEMOCIONAL</p><p>O conceito de lócus de controle surge em uma teoria desenvolvida por</p><p>Julian Rotter (citado por Feldman, 2015) em 1954, que se refere à crença das</p><p>pessoas na capacidade de controlar os eventos de suas vidas. Segundo Feldman</p><p>(2015), o lócus de controle é uma crença que as pessoas têm sobre a capacidade</p><p>que têm de influenciar os eventos que ocorrem em suas vidas. O autor explica</p><p>que existem dois tipos de lócus de controle, o interno e o externo, vide a Figura 6</p><p>a seguir.</p><p>15</p><p>Figura 6 – Lócus de controle interno e lócus de controle externo</p><p>Fonte: Elaborado por Numata, 2023, com base em Feldman, 2015. Créditos:</p><p>GoodStudio/Shutterstock; VectorMine/Shutterstock.</p><p>Em resumo, o lócus de controle se refere à percepção que as pessoas têm</p><p>sobre a capacidade que têm de influenciar os eventos que ocorrem em suas vidas,</p><p>sendo o lócus de controle interno associado a uma maior sensação de controle</p><p>pessoal e o lócus de controle externo associado a uma maior sensação de falta</p><p>de controle pessoal.</p><p>Na publicação Inteligência emocional no trabalho, Guebur, Vieira e Poletto</p><p>(2007) apresentam uma revisão teórica sobre o conceito de inteligência emocional</p><p>e sua relação com o ambiente de trabalho. Os autores destacam a importância da</p><p>inteligência emocional para o desempenho profissional e a satisfação no trabalho,</p><p>citando estudos que mostram essa relação positiva. Dentre os temas da</p><p>publicação, os autores discutem a influência do lócus de controle na inteligência</p><p>O lócus de controle interno se</p><p>refere à crença de que os eventos</p><p>são causados por fatores internos,</p><p>como habilidades pessoais, esforços</p><p>e decisões próprias. Pessoas com</p><p>lócus de controle interno tendem a</p><p>acreditar que têm um papel ativo na</p><p>vida e são capazes de influenciar o</p><p>curso dos eventos que ocorrem em</p><p>suas vidas.</p><p>O lócus de controle externo se</p><p>refere à crença de que os eventos</p><p>são causados por fatores externos,</p><p>como sorte, destino, outras pessoas</p><p>ou forças sobrenaturais. Pessoas</p><p>com lócus de controle externo</p><p>tendem a acreditar que têm pouco</p><p>controle sobre os eventos que</p><p>ocorrem em suas vidas e que sua</p><p>vida é determinada por fatores</p><p>externos.</p><p>16</p><p>emocional, apresentando estudos que mostram que pessoas com lócus de</p><p>controle interno tendem a ter um nível mais elevado de inteligência emocional.</p><p>Mayer, Caruso e Salovey (2002, citados por Guebur; Vieira; Poletto, 2007),</p><p>encontraram uma correlação positiva entre a inteligência emocional e o lócus de</p><p>controle interno. O estudo sugere que pessoas com lócus de controle interno</p><p>tendem a ser mais conscientes de suas emoções e, portanto, mais capazes de</p><p>gerenciá-las de forma eficaz. Outro estudo é o de Spector e O’Connell (1994,</p><p>citados por Guebur; Vieira; Poletto, 2007), que também encontrou uma correlação</p><p>positiva entre o lócus de controle interno e a inteligência emocional, sugerindo que</p><p>pessoas com lócus de controle interno tendem a ser mais eficazes em lidar com</p><p>as suas emoções e a usar suas habilidades emocionais para resolver problemas</p><p>e enfrentar desafios.</p><p>Concluímos, com isso, que o lócus de controle é um fator importante a ser</p><p>considerado no desenvolvimento da inteligência emocional e que as pessoas com</p><p>lócus de controle interno podem ter uma vantagem no desenvolvimento dessas</p><p>habilidades. Para tanto, destacamos a importância de se treinar e desenvolver a</p><p>inteligência emocional em todos os funcionários de uma organização,</p><p>independentemente do seu lócus de controle, a fim de melhorar o desempenho e</p><p>a satisfação no trabalho.</p><p>Seguimos adiante para o tópico final desta etapa, que tratará de evidenciar</p><p>as principais características de pessoas com inteligência emocional, cuja</p><p>habilidade lhes permite serem mais eficazes em lidar com as emoções e os</p><p>desafios e situações estressantes, além de mais empáticas e assertivas nas suas</p><p>relações.</p><p>TEMA 5 – AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE PESSOAS COM</p><p>INTELIGÊNCIA EMOCIONAL</p><p>A inteligência emocional é uma habilidade fundamental para lidar com as</p><p>emoções de forma eficiente, tanto nas relações pessoais quanto profissionais. Ter</p><p>inteligência emocional permite que as pessoas reconheçam suas próprias</p><p>emoções, compreendam e respeitem as emoções dos outros e sejam capazes de</p><p>lidar com conflitos e situações difíceis de forma adequada.</p><p>17</p><p>Figura 7 – Características das pessoas com inteligência emocional</p><p>Fonte: Elaborado por Numara, 2023, com base em Antunes, 2008; Hirschle, 2017. Créditos:</p><p>GoodStudio/Shutterstock; VectorMine/Shutterstock; Bsd studio/Shutterstock; Mary</p><p>Long/Shutterstock; VectorMine/Shutterstock.</p><p>No contexto profissional, a inteligência emocional é especialmente</p><p>importante, pois as emoções estão presentes em todas as interações entre as</p><p>pessoas. Profissionais com alta inteligência emocional são capazes de lidar com</p><p>situações estressantes, gerenciar conflitos, comunicar-se de forma clara e</p><p>assertiva, trabalhar bem em equipe, resolver problemas e tomar decisões de</p><p>forma mais eficaz. Além disso, a inteligência emocional é uma habilidade</p><p>importante para o exercício da liderança, já que líderes precisam ser capazes de</p><p>inspirar e motivar suas equipes.</p><p>Antunes (2008) apresenta algumas das principais características de</p><p>pessoas com inteligência emocional, como:</p><p>• Autoconhecimento: capacidade de identificar e compreender suas próprias</p><p>emoções, bem como seus efeitos sobre si mesmas e sobre os outros.</p><p>• Autogerenciamento: capacidade de controlar suas emoções e</p><p>comportamentos, gerenciando de forma adequada as situações que se</p><p>apresentam.</p><p>Pessoas com inteligência emocional</p><p>Autoconhecimento</p><p>Autogerenciamento</p><p>Empatia</p><p>Habilidades sociais</p><p>18</p><p>• Empatia: capacidade de entender e se colocar no lugar do outro,</p><p>compreendendo seus sentimentos e necessidades.</p><p>• Habilidade social: capacidade de se relacionar de forma efetiva com os</p><p>outros, estabelecendo e mantendo relacionamentos saudáveis e</p><p>produtivos.</p><p>Dessa forma, a inteligência emocional envolve a capacidade de lidar com</p><p>emoções negativas e estressantes, bem como a capacidade de desenvolver</p><p>habilidades de resiliência e adaptação diante de mudanças e adversidades. Além</p><p>disso, pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo do tempo, por meio de</p><p>práticas e treinamentos específicos.</p><p>Hirschle (2017, p. 49-59), em sua obra Manual de orientação e</p><p>autodesenvolvimento emocional, nos indica algo parecido ao que já</p><p>mencionamos, como as principais características das pessoas com inteligência</p><p>emocional:</p><p>• Autoconhecimento emocional: a capacidade de as pessoas reconhecerem</p><p>e compreenderem suas próprias emoções, bem como seus efeitos sobre si</p><p>mesmas e sobre os outros.</p><p>• Autocontrole emocional: a habilidade de elas regularem suas emoções de</p><p>forma apropriada, evitando reações impulsivas ou desproporcionais.</p><p>• Empatia: a capacidade de as pessoas se colocarem no lugar das outras,</p><p>compreenderem seus sentimentos e perspectivas e responderem a eles de</p><p>forma adequada.</p><p>• Habilidade para lidar com relacionamentos interpessoais: a habilidade de</p><p>se comunicar efetivamente, resolver conflitos, trabalhar em equipe e</p><p>estabelecer relacionamentos saudáveis e duradouros.</p><p>Essas características são importantes porque permitem que as pessoas</p><p>com inteligência emocional lidem melhor com suas próprias emoções e com as</p><p>emoções dos outros, o que pode lhes gerar benefícios tanto no âmbito pessoal</p><p>quanto profissional. Por exemplo, elas podem ser mais eficazes na resolução de</p><p>conflitos, na liderança de equipes, na negociação, na tomada de decisões e na</p><p>construção de relacionamentos positivos e duradouros. Além disso, a inteligência</p><p>emocional também pode estar associada a uma melhor saúde mental e física,</p><p>bem como a uma maior satisfação com a vida.</p><p>19</p><p>Em concordância com isso, Hirschle (2017) e Artigas (2019, p. 12-14)</p><p>defende que pessoas com inteligência emocional apresentam características</p><p>como a capacidade: de se autoconhecerem, de compreenderem as emoções dos</p><p>outros, de regularem as suas</p><p>próprias emoções e de se comunicarem de forma</p><p>assertiva e empática; de resolverem conflitos de forma saudável; de construírem</p><p>relacionamentos duradouros; de trabalharem bem em equipe; de lidarem com</p><p>situações difíceis de forma equilibrada; de serem mais adaptáveis às mudanças.</p><p>Artigas (2019, p. 18) argumenta que a inteligência relacional é uma das</p><p>poucas habilidades que pode nos diferenciar das máquinas, uma vez que as</p><p>tecnologias avançadas já são capazes de realizar tarefas cognitivas e analíticas.</p><p>Segundo a autora, a inteligência relacional nos ensina a interagir de forma</p><p>adequada com as pessoas, a entender suas emoções e necessidades, a</p><p>estabelecer relações de confiança e empatia e a criar um ambiente de trabalho</p><p>mais colaborativo e produtivo. Essa habilidade é fundamental para o sucesso em</p><p>ambientes de trabalho cada vez mais complexos e dinâmicos, nos quais as</p><p>relações interpessoais são vitais para o atingimento de objetivos comuns.</p><p>Assim, concluímos nossos estudos sobre a inteligência emocional para o</p><p>comportamento e prática de relacionamentos entendendo que a inteligência</p><p>emocional é um conceito cada vez mais relevante nos relacionamentos, sejam</p><p>eles pessoais, sejam profissionais. Isso porque, além de lidar com nossas próprias</p><p>emoções, é importante compreender as emoções dos outros e se relacionar com</p><p>isso de forma saudável e produtiva.</p><p>A importância da educação emocional está diretamente ligada à</p><p>inteligência emocional. É preciso que, desde cedo, as pessoas sejam ensinadas</p><p>a lidar com suas emoções e a compreender os sentimentos dos outros. Isso</p><p>contribui para o desenvolvimento de habilidades como o autoconhecimento e a</p><p>autoconsciência emocional. Enfim, desenvolver a inteligência emocional é</p><p>fundamental para uma vida pessoal e profissional mais satisfatória e produtiva. O</p><p>autoconhecimento, a autoconsciência emocional, o lócus de controle e as</p><p>principais características de pessoas com inteligência emocional são elementos</p><p>importantes para aprimorar essa habilidade. Vale ressaltar que a inteligência</p><p>emocional pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo do tempo, por meio de</p><p>práticas e treinamentos específicos.</p><p>20</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARTIGAS, A. Inteligência relacional: uma abordagem inovadora para a gestão</p><p>de pessoas. São Paulo: Editora Gente, 2019.</p><p>BAR-ON, R. Bar-On Emotional Quotient Inventory (EQ-i): Technical Manual.</p><p>Toronto: Multi-Health Systems, 1997.</p><p>CONSENZA, R. M. Neurociência e mindfulness: meditação, equilíbrio</p><p>emocional e redução do estresse. Porto Alegre: Artmed, 2021.</p><p>FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. Porto Alegre: AMGH, 2015.</p><p>GOLEMAN, D. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso. Rio de</p><p>Janeiro: Objetiva, 2013.</p><p>GUEBUR, A. Z; VIEIRA, D. M. S; POLETTO, C. A. Inteligência emocional no</p><p>trabalho. Revista InterSaberes, Curitiba, v. 2, n. 3, p. 61-85, jan./jun. 2007.</p><p>HARARI, Y. N. Sapiens: uma breve história da humanidade. 5. ed. Porto Alegre:</p><p>L&PM Editores, 2015.</p><p>HIRSCHLE, A. L. Manual de orientação e autodesenvolvimento emocional:</p><p>reconhecendo, compreendendo e lidando com as emoções no dia a dia. São</p><p>Paulo: Gente, 2017.</p><p>PUSCH, R. Inteligência emocional e satisfação no trabalho: um estudo com</p><p>trabalhadores de uma empresa de serviços. In: CONGRESSO NACIONAL DE</p><p>EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 4., 2015, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro:</p><p>Associação Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Social, 2015. p. 1-15.</p><p>SCHIMIDT, M. do C. Educação emocional: a base para formar uma inteligência</p><p>emocional. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014.</p><p>_____. Educação emocional: concepções e práticas. Revista Educação e</p><p>Pesquisa, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 477-488, set./dez. 2006. Disponível em:</p><p><https://doi.org/10.1590/S1517-97022006000300008>. Acesso em: 5 jun. 2023.</p><p>SILVA, M. G. da. Inteligência emocional no trabalho: o poder da educação</p><p>emocional para desenvolver competências no ambiente profissional. São Paulo:</p><p>Gente, 2018.</p><p>SOUZA, C. Desenvolvimento humano: ferramentas de coaching e psicologia</p><p>positiva. 1. ed. São Paulo: Literare Books International, 2021.</p>

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