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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
HELOÍSA LUANNA FERREIRA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR CONSTRUTIVISTA 
A PARTIR DA PERSPECTIVA PIAGETIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAICÓ/RN 
2020 
 
 
HELOÍSA LUANNA FERREIRA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR CONSTRUTIVISTA 
A PARTIR DA PERSPECTIVA PIAGETIANA 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Pedagogia, da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito à obtenção do título de licenciado em 
Pedagogia. 
 
Orientador: Prof. Esp. Diêgo de Lima S. Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAICÓ/RN 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - CERES-Caicó 
 Araujo, Heloisa Luanna Ferreira de. 
 A aprendizagem na educação infantil: um olhar construtivista a 
partir da perspectiva piagetiana / Heloisa Luanna Ferreira de 
Araujo. - Caicó, 2020. 
 77f. 
 
 Monografia (Licenciatura em Pedagogia) - Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó. 
Departamento de Educação. 
 Orientador: Prof. Esp. Diêgo de Lima Santos Silva. 
 
 
 1. Aprendizagem infantil. 2. Aprendizagem. 3. Construtivismo 
(Educação). 4. Crianças - desenvolvimento. I. Silva, Diêgo de 
Lima Santos. II. Título. 
 
RN/UF/BS-Caicó CDU 37.015.3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HELOÍSA LUANNA FERREIRA DE ARAÚJO 
 
 
A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR CONSTRUTIVISTA 
A PARTIR DA PERSPECTIVA PIAGETIANA 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Pedagogia, da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito à obtenção do título de licenciado em 
Pedagogia. 
 
Orientador: Prof. Esp. Diêgo de Lima S. Silva 
 
 
Aprovada em: 22/07/2020 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________________ 
Prof. Esp. Diêgo de Lima Santos Silva – Orientador 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
______________________________________ 
Profa. Dra. Francileide Batista de Almeida Vieira – Examinadora 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
______________________________________ 
Profa. Dra. Jacicleide Ferreira Targino da Cruz Melo – Examinadora 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À Deus pela força e luz que iluminou meu 
caminho. E a minha família, que sempre me 
apoia e deposita confiança em mim. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me sustentado até aqui e por tudo que sempre 
fez e faz por mim, por não ter me permitido desistir, e me dá forças para conseguir realizar este 
sonho. 
Á minha família por tanto amor, por sempre me apoiar e incentivar em todas as etapas 
da minha vida, que nunca mediram esforços para me ajudar. São minha base e alicerce. 
Aos meus amigos da faculdade, um laço de amizade que levarei para a vida, sem eles 
eu não teria conseguido chegar até aqui. Foram meu incentivo e alegria diária durante esses 
quatro anos e meio. 
Agradeço de uma maneira especial ao meu orientador Prof. Diêgo de Lima Santos Silva, 
pela paciência, auxílio, incentivo e por partilhar seus conhecimentos, foram fatores essenciais 
para a produção deste trabalho. Gratidão pela orientação e dedicação. 
E a todos que de alguma maneira, contribuíram para a realização deste sonho. Muito 
obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Não há saber mais ou menos: há saberes diferentes.” 
Paulo Freire 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho monográfico, objetiva discorrer sobre as proposituras piagetianas no que 
tange ao percurso de aprendizagem infantil, será abordado como o construtivismo favorece esse 
processo e como o professor é indispensável na mediação de saberes. O trabalho foi realizado 
a partir de uma pesquisa bibliográfica, acerca do processo da aprendizagem infantil pautando-
se em uma visão construtivista, baseando-se na questão: Como acontece o processo de 
aprendizagem nas crianças, quais práticas podem ser facilitadoras da aprendizagem em sala de 
aula? Assim, tem por objetivos específicos: compreender o processo de aprendizagem, analisar 
a relevância do papel do professor como mediador dos saberes, tendo como foco a teoria 
construtivista como contribuinte dessas etapas. De modo a identificar como a criança aprende, 
desenvolve-se e assimila o conhecimento, e assim inferir sobre aspectos cientificamente 
comprovados para proporcionar uma aprendizagem significativa. Para sustentar a discussão 
teórica, buscou-se uma revisão de literatura, sendo fundamentada principalmente em Piaget 
(1926; 1959; 1971), Munari (2010), Minicucci (1997), Freire (1996), Gadotti (2003), Carretero 
(1997), Becker (2010), dentre outros. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, realizada 
com base em uma pesquisa aprofundada no trato deste assunto. A finalização do trabalho, nos 
proporcionou compreender o processo de aprendizagem da criança na perspectiva 
construtivista, apontou métodos de ensino, e os benefícios do construtivismo no ambiente 
escolar. A partir dos resultados da pesquisa, foi possível afirmar que a teoria construtivista é 
válida, sendo fundamental para a compreensão do desenvolvimento e da aprendizagem. 
 
Palavras-chave: Aprendizagem Infantil. Construtivismo. Desenvolvimento. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present monographic work, aims to discuss Piaget's propositions regarding the children's 
learning path, will be approached as the constructivism favors this process and as the teacher is 
indispensable in the mediation of knowledge. The work was carried out from a bibliographic 
research, about the child learning process based on a constructivist vision, based on the 
question: How does the learning process in children happen, which practices can facilitate 
learning in the classroom class? Thus, its specific objectives are: to understand the learning 
process, to analyze the relevance of the teacher's role as a mediator of knowledge, focusing on 
constructivist theory as a contributor to these stages. In order to identify how the child learns, 
develops and assimilates knowledge, and thus infer scientifically proven aspects to provide 
meaningful learning. To support the theoretical discussion, a literature review was sought, 
based mainly on Piaget (1926; 1959; 1971), Munari (2010), Minicucci (1997), Freire (1996), 
Gadotti (2003), Carretero (1997), Becker (2010), among others. The research took a qualitative 
approach, carried out based on an in-depth research on the subject. The completion of the work 
allowed us to understand the child's learning process from a constructivist perspective, pointed 
out teaching methods, and the benefits of constructivism in the school environment. From the 
results of the research, it was possible to state that the constructivist theory is valid, being 
fundamental for the understanding of development and learning. 
 
Keywords: Child Learning. Constructivism. Development. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
MEC – Ministério da Educação 
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais 
PNE – Plano Nacional de Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12 
2 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM INFANTIL.......................................14 
2.1 A CRIANÇA NO CONTEXTO INFANTIL ENQUANTO SER SOCIAL........ 14 
2.2 A APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTA PIAGETIANA.............................. 18 
2.3 OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO PIAGET.................. 25 
2.4 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO.................................................. 29 
3 O PROFESSOR COMO MEDIADOR DOS SABERES................................ 32 
3.1 A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM........................ 38 
3.2 A SALA DE AULA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM.......... 44 
3.3 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA VISÃO CONSTRUTIVISTA............... 48 
4 CONTRIBUIÇÕES DO CONSTRUTIVISMO PARA UMA 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA............................................................ 
 
51 
4.1 CONSTRUTIVOS E SUAS PROPOSITURAS.................................................. 51 
4.2 CONSTRUTIVISMO TEORIA E PRÁTICA.................................................... 54 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 57 
 REFERÊNCIAS................................................................................................. 59 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho foi desenvolvido a partir da necessidade em analisar o processo de 
aprendizagem da criança nos primeiros anos da educação, a fim de buscar um conhecimento 
aprofundado sobre como a criança aprende. Desse modo, a pesquisa busca compreender como 
a criança aprende e desenvolve-se com base na teoria do construtivismo. A necessidade em 
pesquisar este tema, surgiu a partir das atividades de estágio supervisionado, onde me 
questionava como, enquanto futura professora poderia proporcionar a forma mais eficaz de 
ensino. Para este trato, pautei-me num aprofundamento na teoria Piagetiana, que norteia os 
caminhos para aprendizagem dos estudantes. 
Nesse contexto, fez-se necessário realizar uma investigação acerca de como a criança 
aprende e como o professor pode possibilitar e facilitar essa aprendizagem, para que ocorra de 
maneira significativa intervindo de forma positiva na trajetória escolar da criança, assim sendo, 
tornou-se relevante o interesse em realizar uma pesquisa bibliográfica que contribuísse para 
reflexões dos profissionais não só da área de educação, mas também de outras ciências. 
Desse modo, por meio do acervo bibliográfico: Piaget (1926; 1959; 1971), Munari 
(2010), Minicucci (1997), Freire (1996), Gadotti (2003), Carretero (1997), Becker (2010), 
dentre outros, objetivou-se investigar como a criança aprende e a importância do docente no 
processo de aprendizagem, em especial na Educação Infantil, buscou-se compreender a 
importância de propostas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem e as contribuições da 
teoria construtivista acerca desses processos. 
Nessa perspectiva, a pesquisa tem dá ênfase a teoria de aprendizagem: o 
construtivismo, que nos proporciona uma melhor compreensão acerca da aprendizagem na 
Educação Infantil que é a base da educação do sujeito, pois é nesse primeiro momento na escola 
que a criança tem o primeiro contato social com o meio, onde desperta curiosidades, ideias e 
novos conhecimentos. 
Contudo, o presente trabalho nos apresenta, que nem sempre a Educação Infantil foi 
vista dessa maneira, uma vez que, apenas no final do século XVIII, a Educação Infantil passou 
a ser vista como uma necessidade, ou seja, passou-se a reconhecer a criança como um ser de 
direitos e necessidades, iniciando então estudos acerca de seu desenvolvimento e 
comportamento. Dessa maneira, a pesquisa foi realizada tendo como teórico de destaque Jean 
Piaget, que determinou a teoria da aprendizagem, o construtivismo, e criou o campo de 
investigação, a epistemologia genética, que corrobora o entendimento sobre o pensamento e 
desenvolvimento da criança. 
13 
 
 
A partir disso, eleva-se a seguinte problemática: Como acontece o processo de 
aprendizagem nas crianças, quais práticas podem ser facilitadoras da aprendizagem em sala de 
aula? Com base nesse questionamento irá se basear a presente pesquisa, com propósito de 
buscar resposta a questão aqui apresentada. Tem por objetivos: compreender como a criança 
aprende e desenvolve-se e qual o papel do professor neste processo, como ele pode facilitar e 
favorecer essa aprendizagem para que ocorra maneira significativa, desse modo, pesquisa-se 
com intuito de obter resultados convincentes, levando em consideração que ao conhecer a 
teoria, esta implicará na prática em sala de aula. 
O presente trabalho encontra-se dividido em três capítulos, os três dando enfoque a 
teoria construtivista, sendo o primeiro capítulo uma abordagem acerca da Educação Infantil, 
infância, desenvolvimento e aprendizagem, dar-se uma ênfase ao processo de aprendizagem 
infantil, como ocorre o desenvolvimento e o avanço da criança com base nos estágios de 
desenvolvimento explicados por Piaget, exemplificando cada fase e fazendo possível a 
compreensão de cada uma. 
O segundo capítulo expande algumas ideias por parte do ensino, destacando o papel 
do professor como mediador dos saberes, dessa maneira determina a relevância do professor 
enquanto orientador e guia da aprendizagem, onde age como mediador dos saberes, levando 
sempre em consideração que a criança é a protagonista principal do seu processo de conhecer. 
Este capítulo também nos faz compreender a importância da afetividade, que se encaixa na 
teoria construtivista, visto que, a criança aprende com base nas interações, estímulos e 
reconhecimento. Nesse seguimento, torna-se possível compreender como a sala de aula pode 
torna-se um ambiente facilitador e favorecedor e, por conseguinte, destaca o processo de 
avaliação com base na teoria construtivista. 
O terceiro e último capítulo, irá buscar as contribuições da teoria construtivista para 
uma aprendizagem significativa, isto é, os benefícios que a teoria traz à sala de aula 
contemporânea, e mostra os proveitos da teoria piagetiana quando adotada ao ambiente escolar, 
fazendo uma relação entre teoria e prática. E por fim estão as considerações finais que obtive 
ao final da pesquisa. 
Assim, pretende-se com a produção deste trabalho, contribuir de maneira significativa 
a profissionais da área de educação, e também outras ciências, para que possam compreender o 
processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil a partir do olhar de Piaget. É notório que 
a profissão docente necessita sempre de novos conhecimentos para oferecer cada vez mais um 
ensino de qualidade. 
 
14 
 
 
2 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM INFANTIL 
 
2.1 A CRIANÇA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL ENQUANTO SER 
SOCIAL 
 
Entende-se por Educação Infantil, como a primeira etapa da educação básica, que 
encontra-se presente na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, reconhecimento de que 
a educação começa nos primeiros anos de vida, assim, recebeu destaque na LDB 9.394 de 20 
de dezembro de 1996 nos seguintes termos: 
 
Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em 
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação 
da família e da comunidade. 
Art. 30 A educação infantil será oferecida em: I – creches ou entidades 
equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré – escolas para 
crianças de quatro a seis anos de idade. 
 
Desta maneira, como evidencia a lei n° 9.329, compreende-se que a Educação Infantil 
é uma etapa significativa na vida da criança, pois fortalece o processo de desenvolvimento e 
possibilita um avanço relevante nos seus aspectos físco e social. Esta educação, prevalece e 
torna-se base para todo o percurso escolar, onde favorece bases para vivência futura enquanto 
sujeito crítico, atuante e pensante em sociedade. Entretanto, nem sempre ocorreu dessa maneira, 
por volta do século XVII não havia preocupaçãoou interesse acerca da Educação Infantil e do 
comportamento das crianças. A criança, infelizmente, ainda não era vista como nos dias atuais 
“[...] um ser que tem necessidades, interesses, motivos e modos de pensar específicos” 
(FONTANA, 2012, p. 6). Ao passar dos anos, veio a considerá-la como um ser ainda não 
preparado para a vida, pertencendo aos pais a responsabilidade em educar. Na época, não havia 
insitituições ou creches para colaborar neste processo com os pais, como afirma Bujes (2001): 
 
Por um bom período da história da humanidade, não houve nenhuma 
instituição responsável por compartilhar esta responsabilidade pela criança 
com seus pais e com a comunidade da qual estes faziam parte, isso nos permite 
dizer que a educação infantil, como conhecemos hoje, realizada de forma 
complementar à família, é um fato muito recente. Nem sempre ocorreu do 
mesmo modo, tem, portanto, uma história (BUJES, 2001, p. 14). 
 
Dessa maneira, por muito tempo, não havia preocupação nem interesse acerca da 
educação das crianças em idade infantil, ou seja, sendo a toda a responsabilidade depositada 
15 
 
 
nos pais. Apenas no início do século XVIII foram iniciados estudos acerca do desenvolvimento 
e comportamento infantil que permeiam até os dias atuais em busca de um melhor entendimento 
a respeito do comportamento e aprendizagem da criança. Nessa linha de pensamento, vale 
ressaltar o movimento da escola nova que iniciou-se no século XX como um movimento de 
renovação do ensino, além disso, o movimento defendia a educação como o elemento 
significativo para a construção de uma sociedade democrática, que leva em consideração as 
individualidades e subjetividades do sujeito, para assim, construir seres reflexivos e pensantes 
capazes de inserir-se em sociedade, dessa maneira, “Conhecer todas as necessidades, para dar 
à infância os meios de satisfazê-las, é sem dúvida tarefa difícil para a educação nova; mas essa 
é que é a tarefa da educação nova” (COUSINET, 1950, p. 100). 
 Nesse seguimento, a Constituição Federal Brasileira de 1988, torna-se um marco ao 
reconhecer e valorizar a da criança a Educação Infantil. Atualmente, o art. 205 da Constituição 
Federal estabelece que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” 
(BRASIL, 1988). Dessa maneira, a educação na creche e pré escola, se tornou um direito da 
criança, como destaca: 
 
A descoberta da infância começou sem dúvida no século XVIII, e sua 
evolução pode ser acompanhada na história da arte e na iconografia dos 
séculos XV e XVI. Mas, os sinais de seu desenvolvimento tornaram-se 
particularmente numerosos e significativos a partir do fim do século XVI e 
durante o século XVII (ARIÉS, 1981, pág. 65). 
 
 Como exemplifica o autor, o conceito infância surgiu então a partir do século XVII, 
resultando numa preocupação relacionada ao mundo da criança, a sua subjetividade e 
comportamento, com isso surgiu o campo de estudo da psicologia infantil relacionada à 
educação, na intenção de buscar respostas no que tange a compreensão da mentalidade da 
criança, a fim de desenvolver métodos de ensino eficazes, como aborda nos Referenciais 
Curriculares Nacionais: 
 
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres 
que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio, e isto porque, 
através das 19 interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe 
são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço 
para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que 
presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a 
que estão submetidas e seus anseios e desejos (BRASIL, 1998, p. 21). 
16 
 
 
 
 Dessa forma, as crianças são indivíduos que estão em constante mudança, em busca do 
equilíbrio acerca do mundo em que vivem, visto que, tudo que acontece de novo o seu redor 
gera um aprendizado, novas informações, possibilidades, ideiais, todas as situações em que 
presenciam têm uma contribuição para o seu desenvolvimento, e é vivendo em sociedade que 
constroem seu próprio conhecimento, esforçando-se para compreender o mundo a sua volta, 
 
 A inteligência não aparece, de modo algum, num dado momento do 
desenvolvimento mental, como um mecanismo completamente montado e 
radicalmente diferente dos que o precederam. Apresenta, pelo contrário uma 
continuidade admirável com os processos adquiridos ou mesmo inatos 
respeitantes à associação habitual e ao reflexo, processos sobre os quais ela se 
baseia, ao mesmo tempo que os utiliza (PIAGET, 1986, p.23). 
 
Logo, o desenvolvimento da inteligência da criança é um processo contínuo, sendo a 
interpretação do ambiente em que ela convive, isto é, ela interpreta da sua maneira de acordo 
com suas individualidades e subjetividades, por isso, a criança é considerada um ser social, por 
isso, 
 
Conceber a criança como ser social que ela é, significa: considerar que ela tem 
uma história, que pertence a uma classe social determinada, que estabelece 
relações definidas segundo seu contexto de origem, que apresenta uma 
linguagem decorrente dessas relações sociais e culturais estabelecidas, que 
ocupa um espaço que não é só geográfico, mas que também dá valor, ou seja, 
ela é valorizada de acordo com os padrões de seu contexto familiar e de acordo 
com sua própria inserção nesse contexto (KRAMER, 1986, p. 79). 
 
 Kramer (1986) nos provoca a refletir sobre a questão de considerar a criança e sua 
particularidade, visto que, tudo que ela é ou sabe, é reflexo de sua história, dessa maneira 
fazemos uma reflexão acerca do papel da Educação Infantil, ou seja, como esta educação deve 
favorecer o crescimento e desenvolvimento cognitivo, social e motor da criança, e como 
estabelecer uma metodologia de ensino baseada nos acontecimentos a sua volta, contribuindo 
para desenvolverem formas de agir, pensar e sentir. Nessa linha de pensamento, onde leva em 
consideração a vida e história da criança, faz-se necessário considerar a importância do lúdico 
no ambiente escolar, dessa forma, brincadeiras, dança, culturas, jogos, isto é, atividades que lhe 
são familiares, terão uma contribuição significativa em seu desenvolvimento, desse modo, 
inserindo no planejamento pedagógico, irá fazer a criança se sentir parte do seu processo de 
conhecer onde provocará novos saberes e descobertas, como a importância do brincar é 
destacada no item 6 na Revisão das Diretrizes Curriculares (MEC, 2013, p. 87): 
17 
 
 
 
Brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o 
novo, conforme ela reconstrói o cenário necessário para que sua fantasia se 
aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e 
transformando objetos pelo uso que deles faz (BRASIL, 2013, p. 87). 
 
 Dessa forma, objetiva-se que a educação seja uma oportunidade facilitadora do 
conhecimento autônomo, onde proporcione a criança a particiação em momentos lúdicos, visto 
que, o brincar provoca reflexões acerca do mundo em que vivem, doa sonhos, imaginação e 
fantasia, dessa maneira cria possibilidades da criança expressar sua imaginação, gestos, 
linguagem, oralidade e cria horizontes de aprendizagens significativos. 
 Nesse seguimento, tendo como finalidade o direito das crianças em viver a infância e se 
desenvolver, as experiências na sala de aula devem ter como prioridade a explanação do mundo 
a sua volta e sua relação consigo mesma, consequentemente, ouvir a criança e a considerar 
como um ser social e histórico. 
 A partir desse pressuposto, a educação infantil torna-se essencial e fundamental na 
formação humana e social da criança, contribuindo na evolução cognitiva e colaborando para 
tornar-se um ser preparado paraviver em sociedade, pois, objetiva o desenvolvimento integral 
nos conceitos físicos, psicológicos e sociais. Contudo, faz-se uma reflexão acerca da formação 
humana: 
 
[...] mas que ressalta a necessidade de promover o processo humanizador da 
criança. Esse processo requer e implica em um projeto de educação infantil 
fundamentado em um conceito de educação para a vida, pois ele dará os 
recursos cognitivos iniciais para o pleno desenvolvimento da vida da criança 
(MENDONÇA, 2012, p. 42). 
 
 Mendonça (2012) nos remete a educação infantil como uma educação de extrema 
relevância, visto que, deve-se levar em consideração um conceito de educação para a vida “A 
primeira educação é mais importante” (ROUSSEAU, 2004, p. 7) pois, é naquele momento onde 
a criança ainda é bem pequena que estará desenvolvendo os recursos cognitivos iniciais que 
serão base para o seu desenvolvimento posterior, logo, segundo o Plano Nacional de Educação 
(PNE): “A educação é elemento constitutivo da pessoa, e, portanto, deve estar presente desde 
o momento em que ela nasce, como meio e condição de formação, desenvolvimento, integração 
social e realização pessoal” (BRASIL, 2000, p. 36). Dessa forma, faz-se necessário estabelecer 
uma metodologia de aprendizagem pautada no desenvolvimento da linguagem, dos aspectos 
cognitivos e coordenação motora, se tornando uma possibilidade relevante ao crescimento da 
18 
 
 
criança, dando a ela a possibilidade de desenvolver habilidades e competências, 
consequentemente, o desenvolvimento da inteligência. 
 
2.2 A APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTA PIAGETIANA 
 
Quando falamos em aprendizagem, logo, se considera o grande epistemólogo e 
psicólogo suíço Jean Piaget. O teórico nasceu em Neuchâtel na Suíça, no ano de 1896, sendo o 
nome um dos mais influentes no campo da educação durante o século 20. Entretanto, ele nunca 
atuou como pedagogo, ainda que, Piaget foi um biólogo que se dedicava a observação científica 
e rigorosa sobre o processo de aquisisão do conhecimento pelo ser humano, mais 
especificamente, pela criança, “considerando em seu conjunto o grande foco de interesse da 
obra de Jean Piaget foi elaborar uma teoria do conhecimento, que implica saber como o ser 
humano consegue organizar, estruturar e explicar o mundo em que vive” (PIRANDELLO, 
1996, p. 41). Através de seu estudo acerca do desenvolvimento infantil, Piaget criou um campo 
de investigação, a epistemologia genética, 
 
Todo conhecimento contém um aspecto de elaboração nova, e o grande 
problema da epistemologia consiste em conciliar essa criação de novidades 
com o fato duplo de que, no terreno formal, elas fazem-se acompanhar de 
necessidades imediatamente elaboradas, e de que, no plano do real, permitem 
(e são, de fato, as únicas a permitir) a conquista da objetividade (PIAGET, 
1970). 
 
Piaget (1970) corrobora com o entendimento do desenvolvimento psicológico infantil, 
e acreditava que, através de sua interação com as crianças, poderia estudar, refletir e levantar 
hipóteses sobre o aprendizado e raciocínio. No ano de 1919 o teórico iniciou seus estudos acerca 
do desenvolvimento das habilidades cognitivas e pesquisas experimentais sobre a mente 
humana “descobriu, pela primeira vez, a maravilhosa riqueza do pensamento infantil” 
(MUNARI, 2010, p. 14). 
Em 1920, Jean Piaget desenvolveu a teoria de aprendizagem nominada de 
construtivismo, teoria esta, de conhecimento, desenvolvimento e aprendizagem, dentre suas 
principais características, 
 
Para o construtivismo a aprendizagem seria um processo de construção 
individual do sujeito e este não copia a realidade mas a constrói a partir de 
suas representações internas. A interpretação pessoal rege o processo de 
conhecer o qual desenvolve seu significado através da experiência. A 
aprendizagem é situada e deve dar-se em cenários realistas, o cotidiano do 
19 
 
 
sujeito e ele próprio trazem os conteúdos necessários para que ocorra a 
aprendizagem; (ARCE, 2000, p. 50). 
 
 
Desse modo, Arce (2000) destaca, com base no construtivismo que, a aprendizagem é, 
portanto, um processo individual, onde o sujeito desenvolve seu conhecimento autônomo, a 
partir de suas representações internas, dessa forma, 
 
O ensino, a escola devem levar o aluno a “aprender a aprender”. Sua realidade 
e seu cotidiano são as referências. Conteúdos devem ser reduzidos aos que 
puderem ser realmente compreendidos pelo aluno. A educação é uma prática 
social da mesma forma que a família, o clube, mas é artificial por tentar impor 
ao aluno “conteúdos” que estão fora do seu mundo ignorando os 
conhecimentos que ele possui. Isso deve ser eliminado (ARCE, 2000, p. 50). 
 
 Assim, a escola deve considerar o aluno como indivíduo que reflete ações de seu 
cotidiano, dessa forma, não tentar impor ou “depositar” conteúdos no educando, visto que a 
educação é uma prática social como qualquer outra, em que a própria criança consegue com 
seu esforço superar-se e desenvolver-se. Nesse seguimento, é importante nunca deixar de levar 
em consideração, o mundo em que ela vive e os conhecimentos que já possui, assim, adaptando 
a escola ao seu mundo pessoal. 
Dessa maneira, na sala de aula, o professor não é um simples transmissor do 
conhecimento, mas, tem o papel de orientador, mediador e facilitador do processo de 
aprendizagem, conduzindo a criança a determinadas situações para que elas sejam capazes de 
elaborar suas próprias soluções e assim, desenvolvam o próprio conhecimento, sendo a 
experiência de vida e os conhecimentos prévios de fundamental importância para este processo, 
dessa maneira, o aprendizado vai sendo construído aos poucos, sendo um processo contínuo, 
ou seja 
 
Piaget apresentou uma visão interacionista. Mostrou a criança e o homem num 
processo ativo de contínua interação, procurando entender quais os 
mecanismos mentais que o sujeito usa nas diferentes etapas da vida para poder 
entender o mundo (RAPPAPORT, 1981). 
 
Nesse sentido, “A concepção Interacionista de desenvolvimento apoia-se na ideia de 
interação entre organismo e meio e vê a aquisição de conhecimento como um processo 
construído pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando pronto ao nascer nem sendo 
adquirido passivamente graças às pressões do meio” (DAVIS, 1990, p. 36) desse modo, o 
sujeito interage com o ambiente respondendo a estímulos externos, organizando e analisando 
20 
 
 
seu conhecimento de maneira natural, sem precisar de imposições, mas, de estimulação e 
orientação. 
Nesse seguimento, o construtivismo defende que o conhecimento é basicamente 
construído pelo sujeito, isto é, o conhecimento é construído pela criança, e não recebido ou 
adquirido por parte do professor, essa afirmação é válida, visto que, a criança assimila o 
conhecimento através do meio, ou seja, ela propriamente dita, com base em seus conhecimentos 
prévios, e o ambiente em que convive, incorpora, interpreta, modifica e ajusta seus 
conhecimentos com base naquilo que ver/vive/ouve, dessa maneira criando seu próprio 
conhecimento “Uma verdade aprendida não é mais que uma meia verdade, enquanto a verdade 
inteira deve ser reconquistada, reconstruída ou redescoberta pelo próprio aluno” (PIAGET, 
1950 p. 35), assim, podendo considerá-lo um sujeito ativo. 
Cada indivíduo com sua particularidade, ocupa o centro de sua aprendizagem, além 
disso, é importante desenvolver uma metodologia estabelecida, que esteja apta aos alunos, 
respeitando suas particularidades, e que tenha por objetivo a construção do conhecimento a 
partir dos conhecimentos preliminares do aluno, segundo Mario Carretero (1997), 
construtivismo 
 
É a idéia que sustenta que o indivíduo - tanto nos aspectos cognitivos quanto 
sociais do comportamento como nos afetivos - não é um mero produto do 
ambiente nem um simples resultado de suas disposições internas, mas, sim, 
uma construção própria que vai se produzindo, dia a dia, comoresultado da 
interação entre esses dois fatores. Em consequência, segundo a posição 
construtivista, o conhecimento não é uma cópia da realidade, mas, sim, uma 
construção do ser humano (CARRETERO, 1997). 
 
Deste modo, Carretero (1997) provoca a reflexão mostrando que as escolas que adotam 
a teoria construtivista devem criar um ambiente propício a vivências e experiências, assim, a 
criança tem o contato direto com o que está aprendendo, ou melhor, destacando seu papel ativo 
no processo de aprendizagem. Consequetemente, a criança terá a oportunidade de agir sobre os 
objetos de conhecimento, e o professor por sua vez, se torna um facilitador e desafiador no 
processo de construção do conhecimento da criança, onde ela é a protagonista deste processo: 
 
Não se aprende a experimentar simplesmente vendo o professor experimentar, 
ou dedicando-se a exercícios já previamente organizados: só se aprende a 
experimentar, tateando, por si mesmo, trabalhando ativamente, ou seja, em 
liberdade e dispondo de todo o tempo necessário (PIAGET, 1949, p. 39). 
 
21 
 
 
Assim, a aprendizagem não deve estar pautada na repetição de exercícios vistos, mas, 
na dedicação, na curiosidade em experimentar, por si mesmo, e no favorecimento desses 
momentos pelo professor, tornando-se um processo ativo do conhecer, o aluno, realizando 
descobertas por si só, visto que este, é um desenvolvimento individual. Desse modo, 
valorizando o desenvolvimento dos saberes adquiridos pelo aluno, onde o professor entra com 
papel de costruttivo, reflexivo e pesquisador, considerando a criança como um ser livre e capaz 
de construir seu próprio conhecimento, a partir de descobertas e curiosidade. 
 Piaget defende que, a natureza do conhecimento é ativa uma vez que o sujeito é 
participante do seu processo de conhecer, pois “Conhecer não consiste, com efeito, em copiar 
o real, mas em agir sobre ele e transformá-lo” (Piaget, 1967/1973). Desse modo, a criança ver, 
compreende e transforma, consequetemente, ela inventa, ela cria, ela constrói, ela reconstrói o 
saber. O conhecimento não é recebido pronto por ela, o conhecimento é então por ela elaborado 
 
[...] os conhecimentos derivam da ação, não no sentido de meras respostas 
associativas, mas no sentido muito mais profundo da associação do real com 
as coordenações necessárias e gerais da ação. Conhecer um objeto é agir sobre 
ele e transformá-lo, apreendendo os mecanismos dessa transformação 
vinculados com as ações transformadoras. [...] (PIAGET, 1970, p. 30). 
 
Para Piaget, conhecer é observar, e então agir e transformar, e neste percuso de 
transformação do objeto, adquirir o conhecimento. A aprendizagem é então um processo 
transformador, isto é, se dá através do desequilíbrio na relação entre sujeito e objeto, ou seja, o 
indivíduo procura uma maneira de equilibração aquilo que gerou o desequilíbrio, ou melhor, 
aquilo que ele ainda não conhecia. Por exemplo, quando a criança tem o contato com qualquer 
acontecimento novo, ocorre um desequílbrio, podemos dizer, uma confusão no seu 
entendimento, surgindo diversos questionamentos e dúvidas, então, é a partir daí que ela 
procura uma maneira de equilibração aquela nova informação, ou seja, procura entender aquilo 
que para ela até então era desconhecido, Charnay (1996) cita Piaget e afirma que: 
 
Os conhecimentos não se empilham, não se acumulam, mas passam de estados 
de equilíbrio a estados de desequilíbrio, no transcurso dos quais os 
conhecimentos anteriores são questionados. Uma nova fase de equilíbrio 
corresponde então a uma fase de reorganização dos conhecimentos, em que os 
novos saberes são integrados ao saber antigo, às vezes modificado 
(CHARNAY, 1996, p. 43). 
 
 Em outras palavras, os conhecimentos passam por estados de transformação, onde os 
conhecimentos anteriores são indagados afim de reorganizar o pensamento para entender novos 
22 
 
 
saberes. A partir disso, Piaget defende que, o desenvolvimento cognitivo, se dá a partir de dois 
processos: a assimilação e a acomodação, “toda atividade do sujeito envolve esses dois 
movimentos” (PIAGET, 2007). Somente poderá ocorrer a aprendizagem, quando a assimilação 
sofre a acamodação, 
 
Levando em conta, então, esta interação fundamental entre fatores internos e 
externos, toda conduta é uma assimilação do dado a esquemas anteriores 
(assimilação a esquemas hereditários em graus diversos de profundidade) e 
toda conduta é, ao mesmo tempo, acomodação destes esquemas a situação 
atual. Daí resulta que a teoria do desenvolvimento apela, necessariamente, 
para a noção de equilíbrio entre os fatores internos e externos ou, mais em 
geral, entre a assimilação e a acomodação (PIAGET, 2011, p. 89). 
 
Compreende-se então, que todo indivíduo busca progressivamente adaptar-se ao meio, 
sendo capaz de assimilar e acomodar o conhecimento adquirido, em busca de um equilíbrio, “A 
equilibração é necessária para conciliar os aportes da maturação, da experiência dos objetos e 
da experiência social” (PIAGET, 1976, p. 126), ou seja, o indíviduo desequilibra-se com um 
determinado novo conhecimento, a partir disso ele busca, por si só, a compreensão daquele 
acontecimento com base no que ele já sabe, criando então um equílibrio de ideias. 
Nessa linha de pensamento, para provocar o processo chamado de acomodação, é 
necessário propor atividade desafiadoras, que provoquem este desequílibrio, e consequetemente 
o equilíbrio, possibilitando ao aluno conhecer o novo, o que até então era desconhecido, 
proporcionando assim, através de experiências, o conhecimento. Dessa forma, a criança 
constrói seu conhecimento, exercendo um papel ativo, sob orientação do professor: 
 
Assim como a acomodação, atividade centrífuga dos esquemas 
progressivamente se diferencia, a assimilação coordena e unifica a atividade 
do sujeito. Dessa progressiva complementariedade, Piaget conclui que a 
experiência, longe de emancipar-se da atividade intelectual, só progride na 
medida em que é organizada e animada pela própria inteligência (BECKER, 
2010, p.31). 
 
Desse modo, a aprendizagem é algo que se modifica ao longo do andamento. 
Explicando melhor os dois processos aqui destacados, o processo de assimilação está 
relacionado à quando a criança compreende e incorpora sem demora algo novo com base no 
conhecimento que já possui, por exemplo, quando algo lhe é familiar, isto é, a criança irá 
incorporar aquele novo conhecimento (materiais, ideias, conhecimento, informações, situações 
e etc). Já a acomodação modifica seus conhecimentos prévios para compreender as novas 
informações, dessa maneira, sendo assimilado determinado acontecimento novo, 
23 
 
 
 
A assimilação é considerada como a incorporação dos dados da realidade nos 
esquemas disponíveis no sujeito, ou seja, o individuo assimila tudo o que 
ouve, transformando isso em conhecimento próprio. No processo de 
acomodação o sujeito modifica os esquemas para internalizar os elementos 
novos. Do equilíbrio desses dois processos ocorre uma adaptação ao mundo 
cada vez mais adequada e uma consequente organização mental (GOULART, 
1983). 
 
Contudo, esses, são dois processos que, segundo Piaget, nos permite conhecer o mundo, 
sendo um processo de criatividade contínua, havendo construção e reconstrução constante. 
Assim, “Piaget possui uma proposta construtivista de educação. Para ele, a evolução cognitiva 
ocorre por meio da equilibração, que se dá através da assimilação e acomodação” (FURTH, 
1972). Ou seja, o construtivismo defende que na escola, sejam criadas situações em que 
estimule o aluno a pensar e solucionar problemas propostos, dessa forma, uma aprendizagem 
voltada ao aluno, facilitadora e que proporcione momentos de conhecimentos vindos do pensar 
da criança. 
A prática construtivista defende uma metodologia pautada na ideia de que crianças 
mesmo estando em uma mesma turma, nem sempre estão no mesmo nível deaprendizagem, 
ora, cada criança aprende no seu tempo, da sua forma, e com suas individualidades, cabendo ao 
professor, observar e respeitar os níveis de amadurecimento, desenvolvimento e conhecimento 
de cada aluno. 
Nesse seguimento, Piaget defende que é de suma importância destacar o trabalho em 
grupo, visto que, há uma grande troca de informações e conhecimento, pois, cada sujeito tem 
uma maneira de pensar e agir, assim, nos momentos de trabalho em grupo são discutidos 
diferentes pontos de vista, ideias são expostas, as crianças fazendo então, comparações, 
indagações, questionamentos, organizando e modificando o pensamento, sendo muito 
valorizado este trabalho, pois torna-se colaborativo em uma perspectiva construtivista. Dessa 
maneira, 
 
A classe ouve em comum, mas os alunos executam seus deveres cada um por 
si. Este processo, que contribui, mais que todas as situações familiares, para 
reforçar o egocentrismo espontâneo da criança, apresenta-se como contrário 
às exigências mais claras do desenvolvimento intelectual e moral. É contra 
este estado de coisas que reage o método de trabalho em grupo: a cooperação 
é promovida ao nível de fator essencial do progresso intelectual (PIAGET, 
1994, p. 301). 
 
24 
 
 
Para que haja êxito na aprendizagem e desenvolvimento das crianças, o trabalho em 
equipe é muito importante para o processo, pois proporciona aos alunos, troca de ideias, 
negociar e respeitar pontos de vistas, conhecer hipóteses que até então não tinham 
conhecimento, como defende Miniccuci (1997): 
 
Mediante experiências em grupo, o indivíduo aprende que, ante algo objetivo, 
pode - se adotar diferentes pontos de vista, que tais pontos de vista são, no 
entanto, correlatos, e que as diversas observações extraídas não são 
contraditórias, mas complementares. A partir disso, pode-se afirmar que o 
indivíduo que intercambia em grupo suas idéias, com seus semelhantes, tende 
a organizar de maneira operatória seu próprio pensamento. O grupo favorece 
o desenvolvimento do chamado pensamento operatório (MINICUCCI, 1997). 
 
 
Minicucci (1997) sustenta a ideia que trabalhando em equipe a criança organiza suas 
ideias e conhecimentos prévios, assimilando aos novos conhecimentos que surgem a partir da 
interação com os colegas. Desse modo, consegue compreender que existe várias formas de ver 
uma determinada situação, tendo assim, a capacidade de explorar o mesmo problema por 
ângulos diferentes, até porque, nenhum sujeito tem a mesma concepção de mundo que outro. 
 Nessa metodologia, pautada em atividade grupal, a criança compartilha ideias, 
conhecimento e informação, assimilando e adquirindo aquilo que discute com os demais, a 
atividade grupal se tornando proporcional ao nível cognitivo dos alunos. A partir das interações, 
a criança desenvolve seu conhecimento, novas ideias e pensamentos surgem, aguçando a 
criatividade, com base nas diferentes opiniões. 
Nesse sentido, o modelo construtivista defende essa estimulação da criatividade para a 
construção do conhecimento, visto que, proporciona a criança a inventividade e o senso crítico, 
ou seja, o conhecimento: 
 
Não pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas 
internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construção efetiva e 
contínua, nem nas características preexistentes do objeto, uma vez que elas só 
são conhecidas graças à mediação necessária dessas estruturas, e que essas, ao 
enquadrá-las, enriquecem-nas (PIAGET, 2007, p.1). 
 
Nesse contexto, para Piaget, a criança possui estruturas que lhe possibilitam, ao receber 
os estímulos, dá uma determinada resposta, ou seja, é necessário que os educadores reconheçam 
tais estímulos para que pratiquem em sala de aula, agindo de maneira colaborativa para com os 
sujeitos, como aborda o autor: “O sujeito é um organismo que possui estruturas e que, ao receber 
os estímulos do meio, dá uma resposta em função dessas estruturas” (PIAGET, 1964). 
25 
 
 
Assim, compreende-se que a aprendizagem está relacionada aos estímulos do meio, 
vivências e experiências estão unidas na construção e desenvolvimento da aquisição do 
conhecimento, sendo transformado e reconstruído, a partir da interação sujeito e objeto, 
provocando, assim, sua evolução: 
 
A mente da criança adianta-se à conquista das coisas, como se o avanço da 
experiência supusesse uma atividade inteligente que a organizasse em vez de 
resultar dela. Por outras palavras, o contato com os objetos é menos direto no 
princípio do que no fim da evolução que pretende. Mais que isso, nunca o é, 
apenas tende a tornar-se: foi o que constatamos ao mostrar que a experiência 
é apenas uma acomodação, por mais exata que ela se possa tornar (MUNARI, 
2010, p. 42). 
 
 Essa perspectiva metodológica parte da ideia de que a própria criança, seus comentários 
e questionamentos fornecem o entendimento do pensamento infantil. Isto é, para Piaget, a 
criança, e as perguntas não formuladas, é a fonte inicial de dados para o estudo de seu 
desenvolvimento intelectual, ou melhor, defende que, todo pensamento se origina da ação. 
Nesse seguimento, Piaget revolucionou a maneira de pensar com relação a criança, isto 
é, apresentou que o construtivismo propõe que o próprio aluno desenvolva seu aprendizado, 
dessa maneira, na educação infantil torna-se relevante atividades estimulantes e que sejam 
interessantas para provocar no aluno a busca e o desejo pelo aprender, e assim a criança explore 
o objeto do conhecimento. A pesquisa em grupo, brincadeiras, a exposição de jogos interativos 
e desafiadores, atividades de campo (para a explanação de um determinado conceito ou assunto 
trabalhado), tarefas diferenciadas, momentos de exposição de ideias, rodas de conversas, 
proporciona momentos de grande aprendizado, visto que, o aluno por si só interpreta, incorpora 
e assimila aquilo que observa, assim, ajustando e modificando seus conhecimentos com base 
nas novas situações do meio, construindo, transformando e enriquecendo os conhecimentos que 
já possui. 
 
2.3 OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO PIAGET 
 
Piaget considera quatro períodos no processo evolutivo da criança, que vão desde o 
nascimento até o início da adolescência, ou seja, o teórico defende que a construção do 
conhecimento se dá a partir de estágios sequenciais de desenvolvimento, ainda que, em cada 
estágio a criança desenvolve um novo modo de operar, cada um desses, sendo caracterizado 
pela explicação das principais reações particulares da criança. Dessa forma, divide-os em quatro 
períodos com base em uma faixa etária, porém, afirma que não necessariamente tenha que 
26 
 
 
ocorrer com todos os indivíduos na mesma idade, devido que, a faixa etária estabelecida é 
apenas uma base, sendo variável de um sujeito para outro, como explica: “A ordem de sucessão 
é constante, embora as idades médias que as caracterizam possam variar de um indivíduo para 
outro, conforme o grau de inteligência, ou de um meio social a outro” (PIAGET, INHELDER, 
1978, p. 131). 
Logo, observa-se que o processo de desenvolvimento da aprendizagem pode variar de 
uma criança para outra, levando em consideração o meio e as experiências que são subjetivas. 
Desse modo, Piaget criou os estágios de desenvolvimento, divididos em quatro períodos 
principais, sendo eles: inteligência sensório-motora (até os dois anos de idade), inteligência 
simbólica ou pré-operatória (de dois a sete anos de idade), inteligência operatória concreta (sete-
oito anos a onze-doze anos) e por fim, inteligência operatória formal (a partir dos doze anos). 
O primeiro estágio, sensório-motor se caracteriza mediante a atividade sensório-motora, 
isto é, 
 
Período sensório-motor: ocorre da nascença aos dois anos de idade. 
Caracteriza-se pelos reflexos existentes no mundo externo. A título de 
explicação tem-se o fenômeno do amamentar. É importante deixar a salvo que 
nesse período a criançanão se furta da sua realidade por completo, ao 
contrário, está em um momento onde seu processo de inteligência é 
eminentemente relacionado à prática, o que Piaget conceituou 
de indiferenciação. Portanto, é quando surge a acomodação, porque a 
particularidade da criança é de toda sensorial e motora, sendo forçoso 
estimulá-la com atrativos (SILVA, 2010, p. 4-5). 
 
 Nesse período, a criança aprende a coordenar informações, ela irá progredir a partir da 
tentativa e do erro, refletindo e resolvendo os problemas, coordena as sensações com 
comportamentos motores simples, a criança tem sensações e descobre o mundo através do 
deslocamento do seu corpo. Nessa fase, ela ainda não consegue compreender a capacidade de 
permanência, isto é, acreditam que tudo aquilo que não está vendo no momento, não existe 
mais. 
No estágio intuitivo ou simbólico, 
 
Período intuitivo ou simbólico: ocorre dos dois aos sete anos de idade. É 
quando a criança percebe a sua realidade externa e, a partir dos subsídios que 
por ela são fornecidos, constrói uma realidade simbólica. Entretanto, esta 
simbolização é circunscrita, porque a criança ainda está demasiado submetida 
à ação do outro. As crianças nesse período não conseguem fazer 
diferenciações matemáticas (SILVA, 2010, p. 4-5). 
 
27 
 
 
 Esse período é caracterizado pelo surgimento da linguagem, a criança consegue 
distinguir sua identidade, e a compreensão de causa e efeito, ou seja, compreende que 
determinada atitude gera uma consequencia, isto é, que cada ação, tem uma reação. Nesta fase, 
também é desenvolvido o egocentrismo, a incapacidade de se colocar no lugar do outro, a 
criança pensa e se preocupa apenas com ela mesma e com sua satisfação, “Poder-se-ia dizer 
que o adulto pensa socialmente, mesmo quando se encontra só, ao passo que as crianças com 
menos de sete anos pensam e falam egocentricamente, mesmo em sociedade com os outros” 
(PIAGET, 1964, p. 56). 
No terceiro estágio, operatório concreto, as crianças têm uma melhor compreensão de 
conservação, como destaca o autor: 
 
Período das operações concretas: ocorre dos sete aos onze anos de idade. É 
quando a criança dá início ao desenvolvimento das suas estruturas mentais, 
sendo-lhe possibilitada a elaboração de abstrações. Há duas peculiaridades 
principais nesse período: a primeira refere-se às operações matemáticas, pois 
não são construídas de maneira generalizada; a segunda refere-se à superação 
do egocentrismo, sendo possível colocar-se no lugar do outro (SILVA, 2010, 
p. 4-5). 
 
 Nesse estágio, as crianças são capazes de distinguir a realidade da fantasia, porém, 
ainda não são capazes de pensar além, de por exemplo, sobre o que poderia ser, em vez do que 
é. O pensamento se torna menos egocêntrico. Nessa fase, ela já é capaz de construir o 
conhecimento relacionando ao mundo que a rodeia. O real e o imaginário não se misturam mais, 
ou seja, o pensamento baseia-se cada vez mais no raciocínio. 
No último estágio, operatório formal, as crianças e pré-adolescentes não estão mais 
limitados no aqui ou agora, podendo imaginar possibilidades, formar teorias, testar hipóteses e 
afirmações contrárias aos fatos, esse estágio caracteriza-se por: 
 
Período das operações formais: ocorre a partir dos doze anos de idade, 
aproximadamente. É, porventura, o período de culminação da criança, porque 
é a inserção integral dela no mundo. Assim, o seu pensamento lógico é 
desenvolvido, passando a agir de maneira autônoma e a cogitar acerca de 
temas essenciais como, por exemplo, os relacionados à família (SILVA, 2010, 
p. 4-5). 
 
 Assim, as estruturas cognitivas chegam em seu nível mais elevado de desenvolvimento, 
e já se tornam aptas ao raciocínio lógico, desenvolvendo então, o pensamento hipotético 
dedutivo, que nada mais é do que, o indivíduo passa a criar hipóteses para tentar explicar e 
solucionar problemas. 
28 
 
 
Segundo o Piaget, não é possível pular os estágios ou retroceder, todas as pessoas 
passam pelos mesmos estágios nas mesmas sequencias. O que faz com que a criança avance de 
um estágio para o seguinte é o desenvolvimento neurológico, isto é, o amadurecimento do 
sistema nervoso, quando amadurece suficientemente para suportar novas formas de raciocínio 
o sujeito avança para o estágio seguinte. 
Com base nos estágios de desenvolvimento que o autor traz, é possível adotá-los e 
realizar observações em sala de aula, estando atento a qual estágio cada criança está inserida no 
presente, para tornar-se possível adaptar os conteúdos e utilizar práticas que favoreçam a 
criança de acordo com o estágio em que ela está inserida naquele momento, sendo possível 
então, contribuir para o desenvolvimento da mesma, identificando e respeitando a 
individualidade de cada uma. Tendo em vista que quando o professor considera esses fatores, 
se preocupando com a particularidade de cada aluno, há um avanço significativo no processo 
de desenvolvimento da turma, proporcionando a aprendizagem, desenvolvimento e aquisição 
de novos conhecimentos e descobertas, como explica: 
 
É preciso ficar bem claro que é possível, válida e recomendável uma utilização 
dos conhecimentos trazidos à luz por Piaget a respeito das estruturas mentais 
que se acham presentes em cada faixa etária e do modo de funcionamento 
característico dessas estruturas em cada fase do desenvolvimento 
(RAPPAPORT, 1981). 
 
Portanto, cada fase de desenvolvimento tem suas especificidades, e é caracterizada por 
aquilo que, de melhor a criança consegue fazer naquele período. Porém, o início e o término 
varia de um indivíduo para outro, dependendo de características biológicas, fatores 
educacionais, sociais, entre outros, ou seja, as faixas etárias mencionadas, é apenas uma 
referência e não uma norma rígida. 
Nesse seguimento, na educação infantil lidamos apenas com dois estágios, o sensório 
motor e o intuitivo simbólico, desse modo, torna-se relevante a análise e reflexão acerca desses 
estágios com objetivo de pensar o currículo, o planejamento das aulas e as atividades que serão 
desenvolvidas para estarem de acordo com a faixa etária e também com o estágio em que as 
crianças se encontram. 
2.4 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO 
 
Com base nas questões de aprendizagem, desenvolvimento e conhecimento de cada 
criança, Piaget (1964) destaca: 
 
29 
 
 
Primeiro, eu gostaria de esclarecer a diferença entre dois problemas: o 
problema do desenvolvimento e o da aprendizagem. (...) desenvolvimento é 
um processo que diz respeito à totalidade das estruturas de conhecimento. 
Aprendizagem apresenta o caso oposto. Em geral, a aprendizagem é 
provocada por situações – provocada por psicólogos experimentais; ou por 
professores em relação a um tópico específico; ou por uma situação externa. 
Em geral, é provocada e não espontânea. Além disso, é um processo limitado 
– limitado a um problema único ou a uma estrutura única. Assim, eu penso 
que desenvolvimento explica aprendizagem, e essa opinião é contrária à 
opinião amplamente difundida de que o desenvolvimento é uma soma de 
experiências discretas de aprendizagem (PIAGET, 1964, p. 176). 
 
Nessa perspectiva, há uma diferença entre os conflitos de desenvolvimento e 
aprendizagem, para Piaget, a aprendizagem é provocada por situações externas, como pelo o 
meio, ou seja, é um processo propiciado por algo, ou alguém, sendo o desenvolvimento um 
acontecimento espontâneo, a explicação que vem da aprendizagem, isto é, o desenvolvimento 
dá suporte para cada nova vivência de aprendizagem. Entretanto, nem tudo que é adquirido 
através da experiência pode ser considerado aprendizagem, conforme afirma: 
 
Encontramos assim (...) a distinção necessária entre a aprendizagem no 
sentido amplo e a aprendizagem no sentido restrito. O que é aprendido nada 
mais é do que o conjunto das diferenciações devidas à acomodação, fonte de 
novos esquemas em função da diversidade crescentedos conteúdos. Em 
compensação, o que não é aprendido é o funcionamento assimilador com suas 
exigências de equilibração entre a assimilação e a acomodação, fonte de 
coerência gradual dos esquemas e sua organização em formas de equilibração 
nas quais já discernimos o esboço das classes com suas inclusões, suas 
intersecções e seus agrupamentos como sistemas de conjunto. Mas devido a 
essas intersecções entre assimilação e a acomodação, a aprendizagem e a 
equilibração constituem esse processo funcional de conjunto que podemos 
chamar de aprendizagem e que tende a se confundir com o desenvolvimento 
(PIAGET, 1974, p. 85-86). 
 
A partir dessa afirmação, podemos compreender que o conceito de aprendizagem é 
muito abrangente, ou seja, não se limita apenas a experiência, mas a um processo de 
equilibração, isto é, o desenvolvimento da estrutura cognitiva, crescimento biológico e 
intelectual da criança, através de estímulos, interações e orientações oferecidos por algo ou 
alguém. O autor determina a noção de aprendizagem a assimilação de um conhecimento novo 
decorrente do meio, ou seja, para Piaget a criança responde aos estímulos do ambiente, desse 
modo, 
 
Piaget, assim como Wallon e Vygotsky, nos introduz a linha sócio-
interacionista, que se apoia na ideia de que existe uma interação constante 
entre o sujeito e o meio e que esta interação é essencial para o 
desenvolvimento do indivíduo. Se considerarmos a escola como um dos meios 
30 
 
 
com o qual a criança tem mais contato, esta se constitui como peça 
fundamental no desenvolvimento infantil (COUTINHO, 1992, p. 135). 
 
Logo, com base no processo de aprendizagem baseado na abordagem construtivista, é 
possível compreender que a escola é um ambiente onde possui grande influência ao 
desenvolvimento infantil, dessa forma, baseando-se nos estágios de desenvolvimento, e na 
teoria de aprendizagem de Jean Piaget, o construtivismo, é possível então, trabalhar os 
estímulos, levando em consideração o estágio de desenvolvimento que a criança está “Com seus 
trabalhos sobre os estágios do desenvolvimento da inteligência já havia incitado os mestres a 
adaptar melhor suas intervenções pedagógicas ao nível operatório alcançado pelo aluno” 
(MUNARI, 2010, p. 23), dessa forma, os procedimentos, métodos, materiais pedagógicos e 
estratégias que serão trabalhados em sala de aula, podem favorecer a aprendizagem das 
crianças. 
Entretanto, é necessário considerar que, há alunos mais rápidos que outros no processo 
de aquisição da aprendizagem, o mais rápido não quer dizer que seja superior ao mais lento, 
pois, a criança e seu desenvolvimento é resultado de suas exepriências. Dessa maneira, para 
compreender o desenvolvimento de cada uma, é importante considerar o contrexto em que 
vivem, o espaço, práticas culturais e afins, “na verdade, o homem se produz ao produzir a 
realidade na qual vive, ao se relacionar com o meio e com os outros homens” (WACHOWICZ, 
1995, p. 62). É necessário considerar os diferentes tipos de estudantes, alguns mais 
extrovertidos, outros mais elétricos, alguns mais concentrados, enfim, dessa forma, na tentativa 
de favorecer a todos os alunos, torna-se importante as atividades em grupo, a exploração dos 
diferentes espaços da escola e a utilização de materiais pedagógicos que explore os sentidos. 
Para o desenvolvimento da aprendizagem é essencial proporcionar ás crianças 
momentos de reflexão, pensamento crítico e momentos propícios á diversidade de ideias, tendo 
como objetivo aguçar a curiosidade dos alunos, utilizando como ponto de partida algo que já é 
conhecido pelo estudante e um ponto de chegada desconhecido proporcionando, dessa maneira, 
novas descobertas e conhecimentos. 
 Portanto, o professor desempenhando seu papel de mediador da aprendizagem, criando 
oportunidades para que a crinaça possa manifestar seus pensamentos, linguagem, criatividade, 
reações, imaginação, ideias e relações sociais, buscando sempre, ao longo do percuso escolar, 
práticas facilitadoras e contribuintes para o processo de aprendizagem da criança, para que 
assim consiga atingir o seu pleno desenvolvimento cognitivo, criando situações em que 
estimulem o compreender, o inventar, e o buscar do aluno ao conhecimento. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 O PROFESSOR COMO MEDIADOR DOS SABERES 
 
 O papel do professor destina-se á atuação como de um contribuinte essencial do 
processo de evolução da aprendizagem das crianças, que poderá, com base em sua prática e 
metodologia adotada em sala de aula, interferir de maneira direta no desenvolvimento do 
educando. Desse modo, o papel do professor tem como forte característica a colaboração no 
32 
 
 
processo de educar, centralizada no compromisso de formar seres participativos e ativos em 
sociedade. De forma que, o docente possa inserir a criança em um ambiente rico em estímulos, 
orientações, discussões e caminhos que levem a uma aprendizagem significativa corroborando 
com a evolução dos mesmos, além disso, onde cada sujeito tenha a oportunidade de presenciar 
vivências significativas, considerando sempre a subjetividade de cada um. 
Nesse seguimento, nos dias atuais, o professor que busca proporcionar evoluções na 
aprendizagem do aluno, precisa progressivamente reformular seu modo de ensinar, a fim de 
estabelecer uma relação prazerosa entre o aluno e a escola. Dessa maneira, vale a pena refletir 
esse papel, 
 
O que é ser professor hoje? Ser professor hoje é viver intensamente o seu 
tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para 
a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não 
só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas 
também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos 
marqueteiros, eles são verdadeiros amantes da sabedoria, os filósofos de que 
os falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber - não o dado, a informação, o puro 
conhecimento - porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a 202 
humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais 
saudável para todos. Por isso eles são imprescindíveis (GADOTTI, 2003, p. 
3). 
 
Gadotti (2003) nos apresenta a figura do educador, como sendo profissional 
fundamental, sendo responsável pela educação, não apenas estando relacionado á aplicação de 
notas, e ao ensino, mas, como um ser responsável por levar o aluno ao desenvolvimento, não 
só cognitivo, mas, também físico e social, ou seja, como defende a teoria construtivista, o 
professor deve preparar o aluno, instigar e incentivar para torná-lo um sujeito ativo em seu 
processo de conhecer o mundo e a sociedade em que convive, contribuindo em sua formação 
enquanto ser social, 
 
Em termos da prática pedagógica, a perspectiva construtivista de Piaget 
desloca a ênfase do professor para a criança, atribuindo a ela um papel 
preponderantemente ativo, vendo-a como responsável por seu próprio 
processo de aquisição de conhecimento. Com isso, as atividades espontâneas 
da criança, a criatividade, a autonomia na resolução de situações-problema e 
os erros infantis ganham relevo dentro do processo educativo (SOUZA, 1991, 
p. 71). 
 
De acordo com a propositura de Souza (1991), a expressão professor mediador da 
aprendizagem, determina o professor como um facilitador e orientador da aprendizagem, onde 
33 
 
 
media o processo de conhecer do aluno, que vai além do ensinar, mas, propõe desafios para que 
o próprio aluno consiga desenvolver-se com base no seu potencial, sendo ele o responsável pelo 
seu processo de aquisição ao conhecimento. 
A prática do professor mediador, vai além de um ensino onde o professor dá respostas 
claras ao aluno, sem o aluno exercer qualquer esforço, tornando-se passivo em seu 
desenvolvimento, entretanto, o professor mediador visa práticas desafiadorase instigantes afim 
de despertar o desejo de aprender e a curiosidade do aluno, assim, o professor se tornando um 
contribuinte desse processo, como exemplifica Piaget “Cada vez que se ensina prematuramente 
a uma criança alguma coisa que ela poderia descobrir sozinha, se lhe impede de inventá-la e 
consequentemente, de entendê-la completamente” (PIAGET, 1970, p. 28), ou seja, o professor 
deve agir como mediador, pois, dessa maneira facilita a aprendizagem, onde busca incentivar 
do aluno a aprender a aprender, para que dessa forma, consiga alcançar um lugar colaborativo 
no desenvolvimento do educando, onde não impeça o aluno de inventar e investigar, nesse 
seguimento, Piaget objetiva por “[...] levar a criança a reinventar aquilo de que é capaz, ao invés 
de se limitar a ouvir e repetir [...]” (PIAGET, 1998, p. 17). Logo, compreende-se então, que o 
professor deve provocar no aluno o prazer e a satisfação, fazendo-o sentir parte do seu processo 
de aprendizagem, despertando nele a busca pelo aprender. 
Dessa maneira, compreendemos a relevância e o papel do professor do processo de 
aprendizagem do aluno, nesse sentido pode-se observar que, recebeu destaque no artigo 13 da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) citado nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs) tratando-se sobre as funções do professor (Educação Infantil, p. 42): 
 
I. Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de 
ensino; 
II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
III. Zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV. Estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento; 
V. Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento profissional; 
VI. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a 
comunidade (BRASIL, 1996, p. 42). 
 
34 
 
 
 Compreende-se então, segundo a LDB, que o papel do professor vai além de transmissor 
do conhecimento, pois, deve participar regularmente dos momentos de formação pedagógica 
da escola, estabelecer metas e planos para possibilitar o desenvolvimento do aluno, buscando 
meios facilitadores para esse processo, como também, fazer uma relação relevante entre família 
e escola, para unidos contribuir no desenvolvimento e na construção cidadã do aluno, sendo 
uma junção de família, aluno e comunidade escolar em busca de um mesmo objetivo: formar 
alunos capazes de progredir cada vez mais. 
Partindo desse pressuposto, há uma crítica relacionada á escola tradicional, que teve 
início por volta do século XIX, sendo um sistema de ensino onde o professor era o centro e base 
da escola, e não o aluno, assim, o via como um ser passivo em processo de desenvolvimento, 
isto é “atribui-se ao sujeito um papel irrelevante na elaboração e aquisição do conhecimento. 
Ao indivíduo que está ‘adquirindo’ conhecimento compete memorizar definições, enunciados 
de leis, sínteses e resumos que lhe são oferecidos no processo de educação formal a partir de 
um esquema atomístico” (MIZUKAMI, 1986 p.11). Nessa perspectiva, o professor era visto 
como transmissor de todo conhecimento, ou seja, tinha a missão de transmitir o conhecimento 
e “depositá-lo” no aluno, 
 
Como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era contar com um 
professor razoavelmente bem preparado. Assim, as escolas eram organizadas 
em forma de classes, cada uma contando com um professor que expunha as 
lições que os alunos seguiam atentamente e aplicava os exercícios que os 
alunos deveriam realizar disciplinadamente (SAVIANI, 1991, p.18). 
 
 Nessa propositura, o professor nem precisava ser capacitado para exercer o papel, ele 
tinha apenas o dever de aplicar lições e exercícios repetitivos, onde o aluno tinha a obrigação 
de resolver e absorver toda e qualquer informação que o professor repassava, sem nenhuma 
reflexão ou indagação, sendo totalmente submisso. Dessa maneira, a relação professor aluno 
era baseada na obediência e medo, onde a memorização era valorizada. Todavia, “Não se deve 
aprender pela memória, mais sim sobre o que realmente foi compreendido pela inteligência. E 
não se deve exigir da memória mais do que estejamos certos do que a criança sabe” 
(COMENIO, 1628 apud MENDEZ, 2002, p. 5). Desse modo, é importante valorizar o que 
realmente o aluno aprendeu, pois a memorização não nos dá nenhuma garantia de que ele 
conseguiu aprender: 
 
35 
 
 
(...) não se pode falar de aprendizagem ou de aquisição se não há conservação 
do que é aprendido, e, reciprocamente, não se utiliza o termo ‘memória’ a não 
ser no caso da conservação de informações de fonte exterior (...) A memória 
de um esquema não é assim outra coisa senão esse esquema como tal. Pode-
se, portanto, a respeito dele evitar falar de ‘memória’, exceto para fazer do 
esquema um instrumento da memória” (PIAGET, 1937, p. 214-215). 
 
Piaget defende que o termo memória só deve ser utilizado quando refere-se aos 
conhecimentos prévios que o aluno carrega com si, ou seja, no caso de conservações de 
informações prévias. Entretanto, no processo de ensino é necessário o incetivo para o que 
realmente o aluno conseguiu aprender por meio da inteligência e do esforço. Para conseguir 
facilitar esse trabalho o docente deve respeitar o nível de inteligência e o estágio de 
desenvolvimento que a criança se encontra, e para facilitar esse processo, de antemão, é 
importante que o professor tenha compreensão sobre como ocorre a assimilação da criança ao 
conhecimento, ou seja, como a criança aprende, como já falado anteriormente, para dessa 
forma, viabilizar métodos e propostas facilitadoras da aprendizagem. 
A crítica à escola tradicional foi sistematizada pela teoria de aprendizagem de Piaget, o 
construtivismo, que defende que a criança tem ação direta, isto é, tem sua forma própria de 
desenvolver o conhecimento, de forma que, o professor entra com um papel de orientador e 
facilitador, tendo função de proporcionar situações favoráveis de aprendizagem, “[...] o que se 
deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e que estimule a pesquisa e o 
esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas” (PIAGET, 1977, p. 
18) ou seja, a construção do conhecimento parte direta do aluno, assim, tornando-se cada vez 
mais autônomo. 
Logo, para que o processo de aprendizagem ocorra de maneira significativa, é 
importante destacar que o mediador deste processo, não está ali somente para ensinar, mas, 
também para aprender com seus alunos e trocar conhecimentos e ideias, como Paulo Freire 
considera: 
 
O professor aprende ao ensinar e que o educando ensina ao aprender, e isso 
faz da educação um ato muito maior e mais significativo do que a simples 
transmissão de conhecimentos que parte de um ser formador para um agente 
receptivo passivo. Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de 
ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, 
ideológica, gnosiológica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de 
mãos dadas com a decência e com a seriedade (FREIRE, 1996, p. 24). 
 
36 
 
 
 Essa prática parte de uma educação baseada na igualdade entre professor e aluno, onde 
o professor é capaz de assumir que pode sim aprender com seu aluno, visto que, todos tem algo 
para aprender de novo com o outro, anulando a ideia de superioridade por parte do professor, 
assim, tornando a aprendizagem de ambos uma experiência prazerosa e relevante. 
Nesse seguimento, no livro Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire (1996, p.148) destaca 
que ensinar exige do professor alguns saberes necessários como: 
 
Rigorosidade metódica, pesquisa, respeito aos saberes dos educandos, 
criticidade, corporeificação da palavra pelo exemplo, reflexão crítica sobre a 
prática, reconhecimentoe assunção da identidade cultural estética e ética; 
risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; 
consciência do inacabamento; o reconhecimento de ser condicionado; respeito 
à autonomia do ser do educando; bom senso, humildade, tolerância e luta em 
defesa dos direitos dos educadores; apreensão da realidade; alegria e 
esperança; A convicção de que a mudança é possível; curiosidade; segurança, 
competência profissional e generosidade; compreender que a educação é uma 
forma de intervenção no mundo; liberdade e autoridade; tomada consciente de 
decisões; reconhecer que a educação é ideológica; disponibilidade para o 
diálogo; querer bem aos educandos; (FREIRE, 1996). 
 
Dessa forma, é importante que todo docente tenha conhecimento destes saberes, para 
que consiga exercer sua prática de maneira significativa. Entende-se então, que o trabalho do 
professor é de suma importância, pois ele é o facilitador da aquisição do aluno ao saber, 
favorecendo a construção dos conhecimentos, para que esta, seja elaborada com qualidade. 
 Nesse contexto, o professor deve questionar sua prática e basear-se em uma 
metodologia pautada em ensinar valores e hábitos que contribuam na formação cidadã, de modo 
que, a experiência em educar e aprender, torne-se muito mais rica e prazerosa, unindo no dia-
a-dia escolar, a intenção em educar, mas também, enxergar o aluno, e fazê-lo enxergar como 
sujeito atuante do seu processo de aprendizagem. Numa perspectiva de professor construtivista 
Macedo (1994) considera quatro pontos fundamentais: 
 
Primeiro: É importante para o professor tomar consciência do que faz ou pensa 
a respeito de sua prática pedagógica. Segundo, ter uma visão crítica das 
atividades e procedimentos na sala de aula e dos valores culturais de sua 
função docente. Terceiro, adotar uma postura de pesquisador e não apenas de 
transmissor. Quarto, ter um melhor conhecimento dos conteúdos escolares e 
das características de aprendizagem de seus alunos (MACEDO, 1994 p. 59). 
 
37 
 
 
Nesse seguimento, é necessário que o professor faça uma auto reflexão acerca de sua 
prática, analisando seu trabalho no dia-a-dia escolar, mantendo sempre um comportameto 
pesquisador e estimulador, sendo confiante diante de sua atuação e passando confiança aos 
alunos. Desse modo, faz-se necessário, no exercício da docência, certificar-se de que está 
conseguindo realizar um trabalho considerável, onde visa, também, o agir de forma responsável, 
como um modelo a ser seguido, pois, 
 
As crianças precisam de modelos com os quais possam se identificar. [...] Para 
ajudar a pensarem por si mesmas, a caminharem em direção a tornarem-se 
independentes, desembaraçadas, auto-suficientes, devemos perguntar a nós 
mesmos: [...] – Estou sendo para as crianças um modelo de pessoa que 
questiona constantemente, que sempre está buscando respostas mais 
apropriadas, que está mais interessada no diálogo e na descoberta do que na 
memorização dos fatos? [...] (LIPMAN; SHARP; OSCANYAN, com 
DANIEL, 2000, p.740). 
 
Nesse sentido, é importante refletir acerca da prática exercida em sala de aula, para 
contribuir da melhor maneira no conhecimento e descobrimento do mundo pela criança, não 
somente em conteúdos escolares, mas, agindo de forma a ser exemplo de ser humano, para 
formar crianças de bem e que reconhecem os bons valores. Dessa forma, o professor estará 
agindo não como um vetor, mas, um favorecedor da aprendizagem, trabalhando com intenção 
formativa, de modo que, “saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as 
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 52). 
Dessa forma, para que os alunos obtenham êxito em seu desenvolvimento, é necessário 
que o docente realize frequentemente reflexões acerca do seu exercício da docência, visto que, 
analisar como está ocorrendo o andamento dos alunos de acordo com as metodologias que estão 
sendo utilizadas, irá facilitar tanto com o professor, quanto os alunos: 
 
Quando um professor ou professora não reflete sobre a qualidade da sua 
prática, e não tenta verificar indicadores, no comportamento das crianças, dos 
objetivos previamente definidos, tende a ficar numa rotina inconsequente. Um 
exemplo disso é quando ele ou ela requer, muito frequentemente, que as 
crianças passem grande parte do tempo, em sala, realizando tarefas que 
requerem o uso do lápis e papel. Não é que esta atividade deva ser excluída da 
educação infantil. Mas seu uso freqüente, pode, entre outros, transmitir a 
criança a ideia inadequada de que a sua aprendizagem depende sempre de 
alguma iniciativa ou dos recursos fornecidos pelo professor ou professora. (...) 
(SOUSA, 1998, p.10). 
38 
 
 
 
 Assim, é necessário realizar regularmente auto-avaliações, pensando sempre na melhor 
maneira de provocar na criança o desejo e o prazer em aprender, buscando inovar nas atividades, 
introduzindo dinâmicas em grupo, aulas didáticas, inserindo em sala de aula aquilo que satisfaça 
a criança, mas também, gere conhecimento e instigue-a a aprender. Portanto, baseando-se numa 
visão construtivista de educação, onde o conhecimento se dá através de uma construção própria, 
o aluno então, sendo resultado da interação entre os aspectos cognitivos, sociais e afetivos. 
 
3.1 A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM 
 
A afetividade segundo Piaget, exerce grande influência no comportmento e aprendizado 
juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Desse modo, o teórico defende que a afetividade 
atua de forma direta no desenvolvimento do sujeito, “Mas o caráter próprio da cooperação é 
justamente levar a criança à prática da reciprocidade, portanto, da universalidade moral e da 
generosidade em suas relações com os companheiros” (PIAGET, 1932/1994, p. 64). 
Certamente, torna-se importante ressaltar a relevância da afetividade na aprendizagem, onde é 
uma contribuinte no processo de desenvolvimento da criança. 
Nesse seguimento, em praticamente todas as circunstâncias da vida fazem-se 
necessárias as relações interpessoais, isto é, desde o nascimento torna-se indispensável o 
convívio social, saber conviver é um desafio constante, pois cada ser humano possui 
experiências, estilo de vida, cultura, vivências e ideologias distintas, por essa razão, por ventura, 
surgindo conflitos entre as pessoas, entretanto, “o saber conviver é fundamental em uma 
sociedade como a nossa. Saber conviver é querer incluir-se na relação com os outros” 
(MACEDO, 2005, p. 125), assim, buscar sempre respeitar, aceitar e procurar entender o outro. 
Na sala de aula não seria diferente, ainda que, nos deparamos com diversas 
personalidades e crianças distintas, dessa forma, a relação afetiva entre professor e aluno é uma 
maneira de interação que fortalece o processo educativo, valendo salientar que, é na cooperação 
que os sujeitos elaboram o conhecimento. 
Mediante a afirmação baseada no ensino construtivista de que o professor deve agir 
como um mediador e facilitador do conhecimento, surge então a questão da afetividade neste 
cenário. Assim, faz-se necessário que professor estimule, compreenda e discuta sobre o 
39 
 
 
desenvolvimento dos alunos, de maneira mais próxima, levando em consideração a vida e a 
realidade de cada um: 
 
[...] bons professores têm uma boa cultura acadêmica e transmitem com 
segurança e eloquência as informações em sala de aula. Os professores 
fascinantes ultrapassam essa meta. Eles procuram conhecer o funcionamento 
da mente dos alunos para educar melhor. Para eles, cada aluno não é mais um 
número na sala de aula, mas um ser humano complexo com necessidades 
peculiares [...] (CURY, 2003, p.57). 
 
Dessa forma, para aprimorar-se cada vez mais na função de professor, é necessário 
buscar sempre entender o educando, considerando-o como um ser humano que possui suas 
especificidades, assim, faz-se necessário adotar uma postura compreensiva,onde consiga 
solucionar os conflitos que venham a surgir no ambiente escolar, pois esta é uma condição que 
interfere muito no aluno e em seu desenvolvimento escolar, por isso, é preciso que o docente 
tenha compreensão e entendimento do estilo de vida, da família, e das diversas razões que 
intervém o aprendiz em sala de aula, preocupando-se não apenas com conteúdos a serem 
aprendidos, mas, vendo a criança como mais que um simples aluno, vendo-o como ser que tem 
sentimentos e emoções, como reforça “os educadores, apesar das suas dificuldades, são 
insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos 
altruístas, enfim todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim 
por seres humanos” (CURY, 2003, p. 65), entende-se então, que apesar das dificuldades, o 
professor, como ser humano, carregue consigo acima de tudo, a intenção em formar cidadãos 
com princípios, baseando-se em valores, respeito e igualdade, mediando o conhecimento 
levando sempre em consideração questões de afetividade. 
Desse modo, compreende-se que o professor tem uma tarefa importante em formar 
sujeitos e desenvolver a capacidade crítico reflexiva, levando em consideração que questões 
afetivas e socias estão unidas no decorrer deste percurso, ou seja, é essencial que teoria e prática 
estejam relacionadas as situações vividas pelos alunos, desse modo, 
 
Professores construtivistas respeitam as crianças ao defender os direitos das 
mesmas através de seus sentimentos, ideias e opiniões. Eles usam de sua 
autoridade seletivamente e abstêm-se de usar seu poder desnecessariamente. 
Desta forma, eles dão às crianças a oportunidade de desenvolver suas 
personalidades tendo autoconfiança, respeito por si e pelos outros, 
questionando e criando ideias (ASSIS, 2003, p. 220). 
 
40 
 
 
 A afetividade em sala de aula, é um dos pontos favoráveis na relação professor-aluno 
baseando-se na teoria construtivista, esse fator que enriquece o processo de ensino 
aprendizagem, pois dará ao aluno confiança e liberdade para desenvolver sua personalidade, 
respeito com si, e com os outros, dessa forma, “o afeto estimula a velocidade com que se 
constrói o conhecimento, pois, quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais 
facilidade” (DAVIS, 1994), desse modo, a afetividade torna-se uma colaboradora singificativa, 
possibilitando sensação de bem estar e confiança. 
Vale salientar que, no cotidiano escolar torna-se essencial valorizar o que o aluno 
aprende de novo, mostrando que ele é capaz, “O aprender se torna mais interessante quando o 
aluno se sente competente, pelas atitudes e métodos de motivação adotados pelo docente na 
sala de aula” (SILVA; NAVARRO, 2012), ou seja, é válido defender que com afeto, incentivo 
e motivação, a evolução do educando ocorre de maneira muito mais relevante. Nesse sentido, 
faz-se necessário que o professor valorize o aluno e faça com que ele se sinta capaz de progredir 
cada vez mais. 
 Contudo, para o avanço do aluno, é importante que o docente esteja sempre buscando 
métodos e propostas que provoquem o prazer em aprender, proporcionando maneiras de 
trabalho que estimulem a satisfação do aluno na sala de aula, tornando a aquisição do 
conhecimento atrativa e relevante ao olhar no aluno, 
 
A busca do prazer e do gostar do que está fazendo integra prioritariamente o 
universo discente e o universo da criatividade. Assim, a criação e recriação do 
conhecimento na escola não estão apenas em falar sobre coisas prazerosas, 
mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as coisas; ou seja, quando 
o educador exala gosto pelo que está ensinando, ele interessa nisso também o 
aluno. Não necessariamente o aluno vai apaixonar-se por aquilo, mas aprender 
o gosto é parte fundamental para passar a gostar (CORTELLA, 1999, p. 101). 
 
 Para Cortella (1999) existe uma linha tênue, entre o ser docente e a criatividade, assim 
o reinventar-se a cada dia é necessário para formulação de um ensino prazeroso. Quando se 
dedica ao que se faz, se faz com excelência, logo, os discentes encaram aquilo que o professor 
está fazendo como algo bom e tendem a ter o mais apreço pela tarefa executada. 
Proporcionar um ambiente de estudos prazeroso, rico em possibilidades de 
aprendizagens, favorece a construção do conhecimento. Além disso, a troca de ideias entre 
professor e aluno, traz ao ambiente uma relação saudável e positiva: 
41 
 
 
 
A aprendizagem ocorre por meio das interações sociais e estas são originadas 
por meio dos vínculos que estabelecemos com os outros, pode-se dizer que 
toda aprendizagem ocorre por meio das interações sociais e estas são 
originadas por meio dos vínculos que estabelecemos com os outros, pode-se 
dizer que toda aprendizagem está impregnada de afetividade (GOLDANE, 
2010, p. 13). 
 
 A aprendizagem ocorre então de maneira signficativa quando baseada em vínculos 
afetivos, além disso, as interações irão gerar comunicação e contato direto entre professor e 
aluno, dessa forma, ocorrendo através de uma mistura de saberes, e sendo explorada afim de 
ultrapassar o conhecimento prévio do aluno. 
Os vínculos baseados em afeto, trazem para criança um aporte para o sucesso, “o 
processo educacional não é um processo isolado; é constituído conjuntamente por professores 
e educandos na interação e com vínculo na afetividade, na participação, na cooperação de 
ambos, construindo-se e acomodando-se, assim, a aprendizagem” (GIANCATERINO, 2007, p. 
74), com base nisso, compreendemos que essa relação contribuirá de maneira essencial no 
desenvolvimento cognitivo da criança, como também, facilitará a relação professor-aluno. 
 Ter uma boa relação com o outro é essencial em todo processo de relacionamento entre 
pessoas, contudo na sala de aula não seria diferente, ter um relacionamento saudável no 
ambiente escolar proporciona ao professor a interação direta com os sentimentos, vivências e 
com a realidade da criança, “Logo ao nascer, o bebê entra em contato com pessoas dando início 
a interações recíprocas, ou seja, afetando o comportamento das pessoas ao seu redor e, 
igualmente, sendo afetado por elas” (OLIVEIRA E BRAGA, 2009, p. 27), assim, é possível 
observar a importância das interações na sala de aula, visto que, interfere na personalidade da 
criança e no desenvolvimento da mesma. 
Vale salientar que, todas as vivências que o aluno presenceia ficarão marcadas em sua 
trajetória de vida, como exemplifica “No decorrer de sua vida diária, o aluno sofre uma série 
de influências que vão ter repercussões, negativas ou positivas, em seu trabalho escolar” 
(PILETTI, 1988, p. 24), assim, percebemos o quanto essa relação se torna importante no 
contexto escolar, visto que, tem uma grande influência na vida do aluno: 
 
42 
 
 
Como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como 
experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, 
os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. 
Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência 
a que faltasse rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual 
(FREIRE, 1996, p. 146). 
 
 Dessa forma, é fato que devemos enquanto professores, gerar uma influência positiva 
na vida do aluno, buscando entende-lo, levando em consideração a responsabilidade que é 
educar, como destaca “as vezes, mal se imagina o que pode passar a representar, na vida de um 
aluno, um simples gesto do professor” (FREIRE, 2005), assim, buscar sempre ser cauteloso 
nas atitudes para não prejudicar e interferir no processo de amadurecimento do aluno, levando 
em consideração que vivências e experiências escolares que ficarão em sua memória 
permanentemente. A partir disso, educar também: 
 
É compreender que a vida afetiva - emoções e sentimentos - compõe o homem 
e constitui um aspecto de fundamental importânciana vida psíquica. As 
emoções e sentimentos são como alimentos de nosso psiquismo e estão 
presentes em todas as manifestações de nossa vida. Necessitamos deles porque 
[...] orientam-nos e nos ajudam nas decisões (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1999, p. 198). 
 
 Desse modo, entende-se que os vínculos afetivos integram as relações sociais, assim, na 
sala de aula, através da exposição de opiniões e ideias, o professor auxilia nas decisões e atitudes 
do aluno, ainda que “as atitudes do professor oferecem ao aluno uma série de informações que 
irá contribuir para a percepção que ele terá de si mesmo como estudante. Diante disto é preciso 
refletir que tipo de contribuições estamos deixando para nossos educandos” (MARTINELLI E 
SISTO, 2006, p. 36), dessa maneira, o professor, em sala de aula, tem a possibilidade, então, 
em criar um clima favorável de confiança, afeto e empatia, encorajando os alunos a encontrar 
soluções cabíveis e sanar suas dúvidas, mostrando que são capazes de ir além daquilo que 
sabem. Pois, 
 
O bom relacionamento entre o professor e o aluno pede: aceitar cada estudante 
como ele é e acreditar no potencial dele, conhecer os alunos e as necessidades 
de cada um, recorrer ao autoconhecimento, questionando sempre a qualidade 
da aula que acabou de dar e a resposta da turma, discutir sua postura em classe 
com outros professores e compartilhar possíveis problemas, não esperar que o 
vínculo seja sempre positivo. Esteja ciente de que conflitos existem e que é 
preciso administrá-los (ARAÚJO, 2003, p. 17). 
43 
 
 
 
 
Nesse sentido, para conseguir uma relação professor-aluno saudável, é necessário de 
antemão, conhecer cada aluno e confiar no potencial que ele tem, respeitar, encorajar, incentivar 
e elogiar, passando sempre estímulos positivos para contribuir em seu processo de conhecer o 
mundo. Como também, como exemplifica Araújo (2003) é importante refletir e analisar a 
postura que está tendo em sala de aula, e se está conseguindo exercer a docência da melhor 
maneira possível, compreendendo que, conflitos existem em toda cirscustância, mas, é 
necessário sempre questionar-se e buscar melhoria. 
Portanto, vale a pena refletir: 
 
O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, 
o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das 
gentes, o professor mal amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, 
frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua 
marca (FREIRE, 2005, p. 98). 
 
Dessa maneira, Freire (2005) defende uma relação professor-aluno baseada em uma 
postura dialógica, respeitosa e saudável, entendendo então, que de acordo com nossa prática, 
deixamos um forte legado na vida de cada estudante. Dessa forma, a questão afetiva está 
completamente ligada a prática do ensino construtivista, visto que, a teoria defende o 
desenvolvimento da aprendizagem com base nos estímulos do meio, ou seja interações, 
convívios e contatos estão unidos a esse processo. 
 
3.2 A SALA DE AULA COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM 
 
A sala de aula durante muito tempo era vista como um ambiente severo, onde o professor 
era autoritário, estando acima de todos os alunos, demonstrando superioridade. A organização 
da sala de aula era rígida, de cores escuras, os alunos em carteiras enfileiradas, sem praticamente 
poder se mexer, e o professor à frente que tinha como ferramenta de trabalho apenas quadro e 
giz, e uma obrigação em cumprir o livro didático. Felizmente, em uma sala de aula na 
contemporaneidade, num mundo digital e globalizado temos a oportunidade de exercer um 
ensino voltado para a autonomia, liberdade e aprendizagem livre. Nas escolas, é possível ver 
44 
 
 
situações democráticas, espaços de diversão, alegres e dinâmicos, pensados exclusivamente nos 
alunos e para os alunos, além disso, é realizado um planejamento flexível que pode ser 
modificado de acordo com a necessidade dos estudantes, dessa forma facilitando e dinamizando 
o trabalho do professor e a aprendizagem do educando. 
Nesse contexto, segundo a teoria construtivista o ambiente escolar deve ser um espaço 
pensado e organizado com o objetivo de facilitar práticas educativas tanto para o professor, 
quanto para o aluno. Desse modo, para favorecer a aprendizagem, uma maneira interessante é 
esquecer a ideia da sala de aula com carteiras enfileiradas, uma vez que, o círculo por exemplo, 
proporciona ao professor uma oportunidade de debates e rodas de conversa, sendo possível está 
atento a cada aluno e proporcionar uma melhor participação das crianças a aula, tornando o 
ambiente propício a concentração, interações, troca de ideias e experiências entre os alunos 
estimulando a construção do conhecimento, assim, a sala de aula é então “[...] um espaço de 
vida no qual se faz história, que é construída e reconstruída a cada dia. É um lugar onde se 
tomam decisões e se constroem um fazer solidário, no qual todos têm o que aprender e ensinar 
ao outro” (COLLARES, 2003, p. 53), de modo que, a sala de aula seja organizada com foco 
nos objetivos de aprendizagem a serem alcançados. 
David e Weinstein defendem que todos os ambientes construídos para crianças deveriam 
atender a cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover: 
identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, 
sensação de segurança e confiança, oportunidade para o contato social e privacidade. Sendo 
fatores essenciais na promoção de oportunidades de aprendizado: 
• Identidade pessoal: É a caracterização de um ambiente voltado para o autoconhecimento 
da criança, um espaço onde ela possa se encontrar e se sentir a vontade para expressar 
suas ideias e opiniões, onde reconheça sua identidade através de pensamentos, 
memórias e valores. 
• Desenvolvimento de competência: Proporcionar um ambiente favorável a superação de 
desafios, onde a criança possa encará-los e seja capaz de se superar, assim, atingindo a 
realização em ser competente. 
• Oportunidades para crescimento: Inserir a criança em um espaço onde alcance o 
desenvolvimento social, cognitivo e motor, ou seja, possibilitar situações em pautadas 
no crescimento da mesma. 
45 
 
 
• Sensação de segurança e confiança: Um espaço onde a criança possa viver, explorar, se 
divertir, e assim sentir-se segura. 
• Oportunidade para o contato social e privacidade: Oferecer a oportunidade de um 
ambiente onde possa ter contato com os colegas, possa expressar seus sentimentos e 
compartilhar momentos. Já o contato privado, remete a espaços pensados para 
exepressar os sentimentos ruins, como o de raiva, onde a criança possa pensar e refletir 
suas ações. 
Nessa perspectiva, a escola deve ter como foco oferecer oportunidades para satisfazer 
as necessidades dos alunos, planejar e organizar ambientes com determinadas finalidades 
pensando no bem estar dos estudantes “[...] a justificativa para tal arranjo é que o mesmo 
favorece mais as interações dos grupos de crianças e melhor o oriente ao redor de um foco, 
permitindo a elas oportunidades de escolha. Esses cantinhos podem se fixos ou arrumados a 
cada dia, segundo a programação do professor ou as sugestões das crianças” (MEC 2007, p.33-
34). 
 Nesse seguimento, faz-se necessário criar um ambiente pensando e fundamentado 
exclusivamente para a criança e seu desenvolvimento integral, dessa maneira, a sala de aula 
pode tornar-se um espaço favorável ao educando, de modo que, “A sala de aula coloca-se não 
apenas como um lócus onde se dá o ensino, mas como um dos lugares privilegiados onde se dá 
o aprender. Introduz-se um novo discurso pedagógico que fala de movimentos, dialéticas, 
oposições, construções, reconstruções” (ESPÓSITO, 2006, p. 32). 
Nesse sentido, é um local onde acontece não somente brincadeiras, mas descobertas, 
curiosidades, construção de identidade, socialização, entre diversaspossibilidades que pode 
proporcionar, sendo um fator que desencadeará o desenvolvimento psicológico, social e físico 
das crianças. 
Assim, o principal objetivo do ambiente educacional deve ser a aprendizagem 
significativa da criança, visto que, para que isto ocorra, este espaço deve pensado e organizado 
de maneira que o ambiente crie possibilidades de desenvolvimento, sendo rico em: materiais 
didáticos e dinâmicos, brinquedos, jogos, livros e etc, que tenham como finalidade um gerar 
novos conhecimento e habilidades. Dessa forma, torna-se um espaço onde ela possa se sentir 
livre e capaz de desenvolver-se plenamente. 
46 
 
 
Nesse seguimento, em uma perspectiva construtivista onde o aluno possui um papel 
ativo, faz muita diferença quando na organização e decoração da sala de aula, o professor 
convida as crianças a participar dos momentos de recorte, colagem, pintura, produção de 
material para a escola e sala de aula, de maneira que, com auxílio do professor o aluno consiga 
desenvolver habilidades que até então não conheciam, 
 
Quantos conhecimentos terão sido necessários e, portanto, apreendidos, 
quantas habilidades terão sido desenvolvidas. E com orgulho essas crianças 
poderão ensinar a outras crianças de outras turmas [...] tendo registrado cada 
passo com auxílio da professora, poderão recuperar o processo vivido sempre 
que o desejarem (GARCIA, 1997, p. 17). 
 
Para Garcia (1997) leva-se em consideração que cada atividade, por mais simples que 
pareça, traz a possibilidade de novas aprendizagens de modo que, é possível entender que este, 
é um processo contínuo, tornando-se necessário que o educador aponte os caminhos 
provocando reflexões e experiências transformadoras. 
Nesse seguimento, para atingir resultados satisfatórios a organização da sala de aula 
deve ser pensada e fundamentada para que as crianças tenham acesso aos materiais 
disponibilizados, de forma que não dependam do professor para utilizar algum material, 
proporcionando ao aluno agir de forma independente, elaborando suas ações e conhecimentos 
autonomamente: 
 
O ambiente físico é expresso como devendo ser arranjado de acordo com as 
necessidades e as características dos grupos de criança, levando-se em conta 
a cultura da infância e os diversos projetos e atividades que estão sendo 
desenvolvidos em conjunto com seus professores. A qualidade e a quantidade 
da relação criança–criança, adulto–criança, dos objetos, dos brinquedos e dos 
móveis presentes no ambiente dependem do tamanho destas e das crianças e 
podem se transformar em “poderosos instrumentos de aprendizagem” e em 
um dos “indicadores importantes para a definição de práticas educativas de 
qualidade” (BRASIL, 1998, p. 146). 
 
Dessa forma, o espaço deve ser pensado sempre para a criança, para facilitar e favorecer 
seu desenvolvimento, onde ela possa transformar os objetos em poderosas ferramentas de 
aprendizagem, assim, o professor irá possibilitar as crianças a expressão da criatividade, 
curiosidade e a busca pelo aprender, “Aos poucos a criança vai ampliando seus esquemas, 
47 
 
 
adquirindo cada vez mais a possiblidade de garantir prazer por intermédio de suas ações. Passa 
a agir por razer. E é este prazer que traz significado à ação [...]” (MALUF, 2003, p. 83). 
Considera-se que a teoria construtivista vê o aluno como protagonista, nessa 
perspectiva, uma sala de aula que comporte um número excessivo de estudantes, torna-se difícil 
para o desenvolvimento de práticas e interações pedagógicas, dada as limitações que este 
excesso provoca. Dentre algumas dificuldades, podemos citar o curto espaço de tempo, para o 
desenvolvimento e interação entre professor-aluno. Cada discente tem sua especificidade, e 
quanto mais tempo e condições favoráveis para o acompanhamento, melhores serão os 
resultados das aprendizagens. 
Nessa linha de pensamento, Santos (2008, p. 71) determina algumas atitudes a serem 
exercidas pelo professor em sala de aula: 
 
1. Dar sentido ao conteúdo: toda aprendizagem parte de um significado 
contextual e emocional. 
2. Especificar: após contextualizar o educando precisa ser levado a perceber 
as características específicas do que está sendo estudado. 
3. Compreender: é quando se dá a construção do conceito, que garante a 
possibilidade de utilização do conhecimento em diversos contextos. 
4. Definir: significa esclarecer um conceito. O aluno deve definir com suas 
palavras, de forma que o conceito lhe seja claro. 
5. Argumentar: após definir, o aluno precisa relacionar logicamente vários 
conceitos e isso ocorre por meio do texto falado, escrito, verbal e não verbal. 
6. Discutir: nesse passo, o aluno deve formular uma cadeia de raciocínio pela 
argumentação. 
7. Levar para a vida: o sétimo e último passo da (re) construção do 
conhecimento é a transformação. O fim último da aprendizagem significativa 
é a intervenção na realidade. Sem esse propósito, qualquer aprendizagem é 
inócua. (SANTOS, 2008, p. 73-74). 
 
Logo, torna-se necessário refletir e analisar alguns aspectos, para assim conceber o que 
está sendo trabalhado, e entender o que o educando está aprendendo, isto é, como está ocorrendo 
este processo, e o que pode ser feito para melhorar. 
 
3.3 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA VISÃO CONSTRUTIVISTA 
48 
 
 
 
Os métodos de avaliação baseados no construtivismo de Piaget defendem a não 
utilização de testes ou provas para verificar a aprendizagem dos alunos, visto que, no ensino 
construtivista o professor está sempre atento ao processo de desenvolvimento do aluno, sendo 
a aprendizagem um processo contínuo, dessa forma, são realizadas avaliações diagnósticas que 
servem apenas para que o professor entenda as especificidades de cada um e o nível de 
desenvolvimento em que se encontram, para que assim, realize intervenções que provoquem 
descobertas de aprendizagem e aproveitamento do que os alunos estão aprendendo. 
Nesse seguimento, o professor atenta-se ao processo de aprendizagem e no percuso 
dessa aprendizagem, ao invés de somente aplicar notas, como também dá ênfase a observação 
do desenvolvimento da criança, isto é, observa aquilo que ela conseguiu aprender com base no 
que já sabia, desse modo, o professor como mediador e facilitador, através de métodos e 
técnicas de ensino vai agir como contribuinte para a aprendizagem do aluno, onde por meio de 
observações, intervenções e estímulos consegue apontar caminhos para o aluno avançar. 
Dessa maneira, o construtivismo defende que não se deve corrigir o erro do aluno, isto 
é, a correção não deve ser pautada em punição, mas, transformada em situações de 
aprendizagem, “Avaliar pode constituir um exercício autoritário do poder de jugar ou, ao 
contrário, pode constituir um processo e um projeto em que avaliador e avaliando buscam e 
sofrem uma mudança qualitativa [...]” (DEMO, 1995), desse modo, a avaliação deve entrar com 
intuito formativo e contribuinte, pois, aquela resposta que considera-se está “errada”, na 
verdade, está relacionada ao nível de conhecimento em que o aluno se encontra, isto é, o estágio 
de desenvolvimento em que está naquele momento faz ele pensar de tal modo sobre 
determinada questão que o professor propôs, assim, ao invés de observar o quanto erraram ou 
acertaram, é de maior importancia refletir qual contribuição é necessária para que a criança 
avance, pois as concepções de avaliação se dão por meio do desenvolvimento do aluno. 
No olhar de Piaget, o erro é um grande resultado de desenvolvimento e aprendizagem, 
pois terá uma proporção acerca da construção do saber da criança, dessa maneira, o professor 
tem a oportunidade de criar uma metodologia com base naquilo que está errado, em busca de 
provocar um desenvolvimento do aluno “[...] avaliar é construir o conhecimento por vias 
heurísticas de descobrimento. Quem avalia com intenção formativa quer conhecer a qualidade 
dos processos e dos resultados”(MENDEZ, 2002, p. 63), isto é, ter em mente avaliar com o 
intuito de valorizar a qualidade, a intenção e o processo que o aluno levou para chegar a 
49 
 
 
determinado resultado, e através do erro, levar o aluno a chegar ao acerto, desse modo, o 
“trabalho do professor consiste em verificar o que é que o aluno já sabe e como raciocina, com 
objeto de formular a pergunta precisa, no momento correto, de modo em que o aluno passa 
construir seu próprio conhecimento” (MATUI, 1995). 
Nesse sentido, quando o aluno atinge um resultado satisfatório, o professor também 
deve intervir na tentativa de provocar novos conhecimentos, através do processo de 
desequilíbrio, como citado anteriormente, ou seja, “o professor não ensina, mas arranja modos 
de a própria criança descobrir. Cria situações-problema” (PIAGET, 1924), de forma em que 
desperte o pensar da criança, problematizando o ensino, e não focando apenas na repetição de 
exercícios, “a exposição interrogada gera a dúvida, a dúvida gera o estresse positivo, e este 
estresse abre as janelas da inteligência. Assim formamos pensadores, e não repetidores de 
informações” (CURY, 2003, p. 127), desse modo, o desenvolvimento ocorre de forma 
construtiva, onde o aluno pensa e fortalece sua inteligência, ao invés de repetir e copiar algo. 
Nesse seguimento, o professor acompanha o refletir e o pensar do aluno, compreende o percuso 
de sua aprendizagem, levando em consideração os métodos que o aluno utilizou para realizar a 
execução da determinada atividade proposta, conforme destaca Hoffmann: 
 
A avaliação ainda é essencial a educação desde que tenha a perspectiva de ser 
problematizadora e que vise o questionamento e a reflexão sobre a ação. Diz, 
também, que “o significado básico da avaliação é a investigação e 
dinamização do processo de conhecimento” (HOFFMANN, 2003, p. 02). 
 
 Nesse contexto, é necessário, a partir de uma avaliação diagnótisca, uma investigação 
das técnicas que o aluno utilizou, afim de entende-lo e auxiliá-lo, de modo que o professor 
reflita sua ação e forma de trabalhar, diversificando sua metodologia, estando atento a evolução 
do aluno e considerando seu avanço até o momento, com base no resultado esperado. Dessa 
forma, no processo avaliativo, o importante é que o professor reconheça como um momento 
que dá a oportunidade do aluno aprender, cabendo ao professor, nesse momento, acompanhar 
e intervir no desenvolvimento facilitando a aprendizagem. 
 Nesse seguimento, a avaliação na educação infantil a partir do que o construtivismo 
apresenta, pode se dá a partir de uma observação fundamentada e no conhecimento dos estágios 
de desenvolvimento, isto é, após uma reflexão e análise particular do desenvolvimento de cada 
criança, proporcionar novas oportunidades de desafios, problematizando o ensino. Desse modo, 
50 
 
 
uma maneira interessante de avaliar é refletir sobre a criança, sua idade, características 
individuais, sua preferência quanto a brincadeiras, enfim, recordar fatos do cotidiano de cada 
criança em particular e analisar a fim de compreende-la e avalia-la, percebendo suas limitações, 
habilidades e auxiliando a superar as dificuldades. No momento de correção do erro é 
importante está atento a maneira de corrigir, para que não se sintam incapazes e inferiores. 
Assim, a realização dessas reflexões devem ser pensadas individualmente, visto que, crianças 
mesmo estando em uma mesma turma não tem os mesmos saberes, são seres subejtivos, cada 
um com suas necessidades particulares, sendo necessário pensar e analisar cada uma em 
particular, avaliando com intuito formativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 CONTRIBUIÇÕES DO CONSTRUTIVISMO PARA UMA APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA 
 
4.1 CONSTRUTIVOS E SUAS PROPOSITURAS 
 
Considerando o construtivismo como um pressuposto científico, que corrobora de 
maneira exitosa no espaço escolar, este irá trazer muitas possibilidades de avanço para o 
desenvolvimento dos aprendizes, aqui já apresentadas. Vale ressaltar as contribuições que 
Piaget nos propiciou. De antemão, para que a teoria seja exercida de maneira significante, é 
51 
 
 
necessário primeiramente, que o aluno tenha o professor como guia de aprendizagem, isto é, 
um orientador educacional que esteja consciente de seu papel, respeitando o limite do aluno, 
contribuindo em sua formação, sem limitá-lo, evitando dá respostas claras e resultados prévios, 
levando em consideração que a criança possui sua própria capacidade de resolução de 
problemas. 
 Contudo, é importante que o professor exercendo seu papel de orientador, valorize o 
potencial e competência do aluno, contribuindo e estimulando o desenvolvimento por parte 
dele, apresentando conflitos para o próprio solucionar, através do que ele já sabe, provocando 
a busca constante ao conhecimento, ou seja, o construtivismo defende que é necessário 
ocasionar situações problemáticas no cotidiano escolar, gerando dúvidas e questionamentos, 
consequentemente, a resolução e o aprendizado. É um pensamento válido pois, irá ocasionar 
um desequilíbrio de pensamentos prévios com os novos adquiridos, afim de chegar a um 
equilíbrio, e ao final desse processo levará a um avanço significativo na aprendizagem do 
estudante, 
 
Criando situações problemáticas estará permitindo o surgimento de momentos 
de conflito para o alfabetizando e, consequentemente, o avanço cognitivo; 
estará considerando o aprendiz como um ser ativo, aquele que não espera 
passivamente que alguém venha lhe ensinar alguma coisa para começar a 
aprender, uma vez que por si só compara, ordena, classifica, reformula e 
elabora hipóteses, reorganizando sua ação em direção à construção do 
conhecimento (ELIAS, 1991, p.50). 
 
Entende-se então, que respeitando a capacidade do aluno e apresentando situações 
problemas no cotidiano escolar, o educador estará dando possiblidade ao avanço cognitivo, 
permitindo a oportunidade de o aluno ser ativo e participante de sua aprendizagem, ao invés de 
esperar receber algo e copiá-lo o aluno irá por si só realizar comparações, indagações e 
reformular seu saber, como defende a teoria construtivista, dessa maneira, 
 
Entendemos que construtivismo na Educação poderá ser a forma teórica ampla 
que reúna as várias tendências atuais do pensamento educacional. Tendências 
que têm em comum a insatisfação com um sistema educacional que teima 
(ideologia) em continuar essa forma particular de transmissão que é a Escola, 
que consiste em fazer repetir, recitar, aprender, ensinar o que já está pronto, 
em vez de fazer agir, operar, criar, construir a partir da realidade vivida por 
alunos e professores, isto é, pela sociedade - a próxima e, aos poucos, as 
distantes. A Educação deve ser um processo de construção de conhecimento 
ao qual acorrem, em condição de complementaridade, por um lado, os alunos 
e professores e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já 
construído (BECKER, 1992, p. 3). 
 
52 
 
 
Becker (1992) defende um sistema educacional baseado no construtivismo, onde anula 
a ideia de que a escola é um ambiente de transmissão e repetição. A educação deve ser lugar de 
fazer, agir, construir e reconstruir, baseado na singularidade de cada escola e na realidade de 
seus alunos, desse modo, tornando-se um espaço de aprendizagem, adaptado com base nas 
situações sociais e na vida pessoal dos indivíduos. Nesse sentido, a prática construtivista busca 
progressivamente métodos inovadores que façam reflexão acerca da realidade do aluno, para 
oferecer a melhor qualidade de ensino aprendizagem possível. 
Observa-se que, com base na teoria construtivista, é indispensável a interação relação 
professor-aluno e escola para a evolução dos aprendizes. Isto é, o professor que utiliza desta 
concepção em sala de aula, valoriza as vivências e experiências do aluno, respeitando as 
individualidades de cada um. Considerando que, para que ocorrauma aprendizagem 
significativa é necessário respeitar o conhecimento que os alunos trazem consigo, dessa forma 
o educando irá fazer uma ligação entre o que ele já sabe e o que o professor propôs, exercitando 
e esforçando-se para compreender o novo conhecimento e superar-se, dessa maneira, 
ultrapassando seus conhecimentos prévios: 
 
Ser construtivista implica ter uma prática pedagógica com base não apenas na 
simples transmissão [...]. Implica também tratar a prática pedagógica como 
uma investigação, como uma experimentação. Ser construtivista não é fazer 
uma coisa uma única vez, mas sim praticá-la, exercitá-la; mas com sentido de 
pesquisa, de descoberta, de invenção, de construção. Exercitar com o desafio 
de fazer melhor, de superar a si mesmo (MACEDO, p. 16-36, 1994). 
 
Dessa maneira, quando adotada a teoria construtivista deve-se respeitar o tempo, o 
processo e o exercício, afim de provocar avanço no desenvolvimento do aluno, isto é, entender 
que a aprendizagem não se dá de uma hora pra outra, mas, é criada e recriada progressivamente, 
ou seja, pauta-se em uma ideia onde não se faz o conhecimento de uma vez só, mas, se pratica, 
exercita e dá sentido ao processo de descoberta, construção e reconstrução, tornando-se então, 
este, um processo contínuo e não definitivo. Com base nisso, 
 
Construtivismo significa: a ideia de que nada, está pronto, acabado, e o 
conhecimento não é dado, em nenhum momento, como algo terminado. Ele 
se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o 
simbolismo humano, enfim, com o mundo das relações sociais. É uma teoria 
que nos permite interpretar o mundo em que vivemos. Construtivismo não é 
uma prática ou um método; não é uma técnica de ensino nem uma forma de 
aprendizagem; não é um projeto escolar; é, sim, uma teoria que permite (re) 
interpretar todas essas coisas (BECKER, 1994, p. 88). 
 
53 
 
 
De acordo com a propositura de Becker (1984), o construtivismo é uma teoria muito 
abrangente, que nos permite a compreensão de diversos assuntos, ou seja, nos possibilita 
interpretar os processos que levam ao desenvolvimento e á aprendizagem. 
Nesse contexto, o construtivismo aponta que o conhecimento não é dado ou depositado, 
mas, baseia-se em uma interação do aluno com o meio em que convive, com base em suas 
relações pessoais, faz ponte com os conteúdos a serem aprendidos, dessa forma, unindo teoria 
e prática, como um conjunto essencial no processo de aprendizagem, 
 
[...] as relações entre o sujeito e o seu meio constituem numa interação radical, 
de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem 
pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é desse 
estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação 
das coisas ao sujeito e outro de acomodação às próprias coisas (PIAGET, p. 
386). 
 
 Segundo a afirmação de Piaget, através da interação com o meio surge então 
assimilação dos aspectos, isto é, na medida em que conhece, analisa e observa o mundo, 
determina elementos intelectuais para entende-lo e transformá-lo, 
 
O desenvolvimento mental é uma construção contínua, comparável à 
edificação de um grande prédio que, à medida que se acrescenta algo, ficará 
mais sólido, ou à montagem de um mecanismo delicado, cujas frases 
gradativas de ajustamento conduziram a uma flexibilidade e a uma mobilidade 
das peças tanto maiores quanto mais estável se tornasse o equilíbrio (PIAGET, 
1976, p. 14). 
 
Nesse contexto, o desenvolvimento mental tem sua composição contínua, não é algo 
que acaba ou finaliza, mas, que gradativamente aperfeiçoa-se, de acordo com os estímulos e as 
situações do meio, complementando-se cada vez mais, sendo transformado e incorporado. 
Desse modo, é necessário que o professor leve em consideração a busca por práticas 
estimuladoras e instigantes, com base nos estágios de desenvolvimento de Piaget, que são 
primordiais no processo de ensino aprendizagem, pois nos trazem explicações acerca do 
desenvolvimento infantil com base em cada fase e idade, nos proporcionando um entendimento 
aprofundado, 
 
A ordem em que as estruturas mentais se sucedem e evoluem é sempre 
constante, mesmo que cronologicamente não seja exata podendo a idade 
variar, mas não a ordem de sucessão das aquisições. A cada nova fase os novos 
conhecimentos se integram ao saber pré-existente, ou seja, há um caráter 
integrativo em cada estágio. Cada estágio apresenta-se como uma estrutura de 
54 
 
 
conjunto, pois as aquisições se integram e passam a formar um todo. Os 
estágios estão interligados no sentido de que cada estágio compreende um 
nível de preparação de uma nova etapa e de acabamento de outra 
(BALESTRA, 2007, p. 185). 
 
 Compreendendo então, que a cada fase a criança adquire novos conhecimentos e 
habilidades que integram o saber já existente, torna-se importante o professor tenha uma visão 
investigativa e observadora afim de propiciar avanços no desenvolvimento do educando com 
base em seus conhecimentos prévios, levando em consideração que “a cada idade estabelece-
se um tipo particular de interações entre o sujeito e o ambiente. Os aspectos físicos do espaço, 
as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos a cada cultura formam o contexto do 
desenvolvimento” (GALVÃO, 1995 p. 39), dessa maneira tem a possibilidade em compreender 
a fase em que o aluno se encontra e como utilizar dessas características para o avanço do 
estudante. É necessário levar em consideração que, para proporcionar ao aluno o avanço ao 
estágio seguinte, considere o seu conhecimento prévio e sua singularidade, para assim, 
proporcionar a ele um ambiente propício e favorecedor de seu desenvolvimento. 
 
4.2 CONSTRUTIVISMO TEORIA E PRÁTICA 
 
O construtivismo, nada mais é do que uma teoria em que dá sentido as práticas, métodos 
e técnicas de ensino, afim de alcançar o avanço dos estudantes. Para atingir esse objetivo, o 
construtivismo defende que o professor observe e analise como cada um de seus alunos 
aprendem, para que dessa forma possa elaborar e planejar métodos e práticas que levem o aluno 
ao seu desenvolvimento máximo e consequentemente contribua para avançar ao estágio 
seguinte. 
Com base nestes elementos apresentados até aqui, foi possível compreender como a 
teoria construtivista favorece o processo de aprendizagem, nos fazendo compreender que o 
aluno é o sujeito principal do seu processo de conhecer, ele aprende, cria, recria e assim constrói 
o conhecimento, de modo que a partir de interações, estímulos e resolução de problemas 
desenvolve-se de maneira favorável, ou seja, 
 
O aprendiz é um sujeito, protagonista do seu próprio processo de 
aprendizagem, alguém que vai produzir a transformação que converte 
informação em conhecimento próprio. Essa construção, pelo aprendiz, não se 
dá por si mesma e no vazio, mas a partir de situações nas quais ele possa agir 
sobre o que é objeto de seu conhecimento, pensar sobre ele, recebendo ajuda, 
sendo desafiado a refletir, interagindo com outras pessoas (WEISZ, 2004, 
p.60-61). 
55 
 
 
 
Weisz (2004) defende uma ideia baseada no construtivismo de que o aluno ocasiona 
uma transformação acerca do que lhe foi submetido, reconstruindo de acordo com seu 
conhecimento e adquirindo novos. 
Logo, como citado anteriormente, entende-se que a prática construtivista visa a 
problematização e a interação dos alunos, ou seja, ao mesmo tempo que estimula o aluno a 
pesquisar dá a ele a oportunidade de criar suas próprias suposições, ideias, e descobertas, 
favorecendo a confiança em si mesmo, não estando dependente do professor para solucionar 
problemas e aprender, “O conhecimento é uma construção. O sujeito age, espontaneamente - 
isto é, independentemente do ensino mas não independentemente dos estímulos sociais-, com 
os esquemas ou estruturas que já tem, sobre o meio físico ou social” (BECKER, 1992),desse 
modo, fazendo-se necessário compreender então que, o meio é um grande aliado ao processo 
de aprendizagem. 
Vale salientar que a prática construtivista visa a análise, observação e reflexão acerca 
dos alunos, leva em consideração que, cada um aprende no seu tempo, dessa forma, estando 
relacionada a fatores internos e externos, logo, quando há essa análise o educador compreende 
melhor seu aluno e consequentemente planeja melhor suas aulas. Desse modo, focando em 
reconhecer o que o educando já sabe, em sua individualidade, para assim instigar a aprender 
cada vez mais, possibilitando maneiras de interação, afim de modificar o conhecimento prévio 
e provocar avanço ao aprendiz, 
 
[...] uma interação entre o novo conhecimento e o já existente, na qual ambos 
se modificam. À medida que o conhecimento prévio serve de base para a 
atribuição de significados à nova informação, ele também se modifica, ou seja, 
os subsunçores vão adquirindo novos significados, se tornando mais 
diferenciados, mais estáveis (MOREIRA, 2005, p. 5). 
 
 Desse modo, as interações geram resultados significativos, visto que, o conhecimento 
prévio entra como base e se modifica de acordo com as novas informações, o aluno adquirindo 
então novas ideias, conhecimentos e aprendizado. Nesse contexto, fazendo-se então importante 
momentos de debates, discussão e rodas de conversas que acarretarão no aluno a possibilidade 
de conhecer diversos pontos de vista, assim, enriquecerá os conhecimentos já existentes, com 
novos pensamentos. 
Nesse seguimento, o construtivismo sustenta a ideia de que o conhecimento é construído 
por meio das interações entre sujeito e meio, a teoria defende as práticas de atividades grupais 
visto que, cada aluno pensa de um determinado jeito, e na atividade em grupo expõe suas ideias 
56 
 
 
e conceitos, dividindo-o com os colegas, havendo então uma troca de conhecimentos 
significativa. 
Todavia, foi possível compreender que a teoria construtivista favorece tanto professor 
quanto o aluno, quando adotada ao ambiente escolar irá possibilitar o avanço dos estudantes de 
maneira significativa. Trata-se de uma teoria que dá autonomia ao estudante, possibilitando a 
ele desde cedo, empoderamento e liberdade, tanto para atingir suas capacidades de 
aprendizagem, quanto para sua vida pessoal enquanto sujeito livre em sociedade. 
57 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Educação Infantil é uma etapa muito importante na vida de qualquer indivíduo, sendo 
um momento repleto de descobertas, desenvolvimento e aprendizado. Infelizmente, esta, nem 
sempre foi vista dessa maneira, durante muito tempo não havia se quer instituições responsáveis 
pelo atendimento de crianças nessa fase, os pais então, eram responsáveis pela educação e 
desenvolvimento das crianças. 
Apenas em meados do século XVII, teve início a estudos e pesquisas acerca da 
aprendizagem e do desenvolvimento infantil, a partir daí, iniciou-se a criação de creches e pré-
escolas, tornando a Educação Infantil um dever do estado e direito das crianças. 
Nessa perspectiva, tornou-se importante o estudo acerca do processo de aprendizagem 
e desenvolvimento da criança, onde então, Piaget elaborou a teoria de aprendizagem: o 
construtivismo, que corrobora com o entendimento do desenvolvimento e da aprendizagem 
infantil. 
A teoria de Piaget, é uma teoria de aprendizagem que nos faz compreender como ocorre 
o processo de desenvolvimento e aprendizagem, e a partir disso, nos dá base para entender o 
que ensinar e como ensinar. Nesse contexto, a teoria define que o aluno é o protagonista 
principal do seu processo de conhecer, o professor age como um orientador apontando 
caminhos para o aluno chegar ao seu nível mais elevado de conhecimento, dando a ele a 
possibilidade de transformar e reconstruir seu conhecimento, visto que esse, é um processo 
contínuo e individual, que gradativamente aperfeiçoa-se de acordo com os estímulos e as 
situações do meio. 
Contudo, a teoria construtivista nos mostra que a sala de aula é um fator muito 
importante no processo de aprendizagem, fazendo-se necessário estabelecer um ambiente 
propício ao desenvolvimento da criança, onde ela possa se sentir apta a desenvolver-se 
plenamente, onde tenha a oportunidade de ter acesso aos objetos, brinquedos, livros, materiais 
etc. Desse modo, consiga refletir, analisar e transformar seus conhecimentos prévios, 
adquirindo novos. Assim, valorizando também a ideia da sala de aula com menos estudantes, 
visto que, é uma maneira de facilitar e favorecer a aprendizagem de maneira satisfatória a todos 
os alunos, desse modo, a teoria de Piaget visa sempre o aluno, tudo deve ser pensado e 
organizado para o aluno, pois, descarta-se a ideia de que professor é ser superior e responsável 
por transmitir e depositar o conhecimento no aluno, mas, defende o conceito de proporcionar 
ao aluno a oportunidade de desenvolver-se e transformar seu modo de pensar autonomamente. 
58 
 
 
Foi possível entender então que, com base no construtivismo, a criança por si só, 
desenvolve-se, com base nas interações que vivencia, ou seja, o professor é um guia, onde 
estimula e contribui para favorecer a aprendizagem. De modo que, com atos de interação, 
estímulos e impulsos a criança consiga superar seus conhecimentos prévios e avançar sua 
maneira de pensar. 
Dessa forma, o professor agindo como orientador, vai além de um ensino onde o 
professor dá respostas claras ao aluno, todavia, o professor construtivista visa práticas 
desafiadoras e instigantes, para que assim consiga ocupar um lugar colaborativo e construtivo 
na aprendizagem do educando, fazendo o aluno se sentir parte do seu processo de 
aprendizagem, provocando prazer e satisfação no aprendiz. 
Logo, foi possível compreender de maneira aprofundada o desenvolvimento infantil, 
entendendo então que a aprendizagem da criança precisa ser levada em consideração, pois, é 
nessa fase tão importante, que se constrói personalidade, visão de mundo e torna-se sujeito 
pensante em sociedade. Desse modo, a pesquisa nos apresentou que na teoria construtivista 
busca-se uma fundamentação acerca do pensamento, desenvolvimento e aprendizagem infantil, 
apresentando como esses processos ocorrem pela criança, além disso, possibilitou a 
compreensão através de uma explanação acerca do papel do professor, da relação professor-
aluno, da sala de aula facilitadora da aprendizagem e do processo de avaliação em uma visão 
construtivista, como também nos apresentou as contribuições da teoria para a educação. 
Portanto, com base no estudo realizado, considera-se a inserção da teoria construtivista 
no ambiente educador válida, sendo uma forte aliada ao professor, favorecendo a aprendizagem 
e o progresso dos alunos. O construtivismo determina as ações, enquanto operações do 
conhecimento, considera a aprendizagem como um processo construtivo, onde dia após dia se 
constrói e reconstrói o saber, dessa forma, não sendo uma ação definitiva, mas, reconstruída. 
Dessarte, a teoria de Piaget visa satisfazer as necessidades da criança e ao mesmo tempo educá-
las. 
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