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Desiludido com a vida, o caramujo Caramelo decide viver ensimesmado em sua concha. Para justificar sua decisão, utiliza a voz passiva analítica, estrutura sintática que dá destaque para o processo que afeta alguém ou alguma coisa: “Sou um caramujo que é protegido pela concha do medo... que foi abandonado pelos amigos, que é ignorado pela sociedade...”. Caso as mesmas orações fossem apresentadas na voz ativa, a ênfase recairia sobre o agente: A concha do medo me protege... Os amigos me abandona- ram, a sociedade me ignora. O emprego da voz passiva permite destacar a relação entre o processo nomeado e quem o sofre (o sujeito paciente da ação verbal). Essa estrutura pode apresentar, ainda, um termo que identifique o autor dessa ação verbal: o agente da passiva. Veja. (estrutura característica da voz passiva analítica) verbo ser + particípio agente da passiva (responsável pela ação verbal) Sou um caramujo que é protegido pela concha do medo... Leia com atenção a tira abaixo para responder às questões 1 e 2. Agente da passiva Observe o exemplo abaixo. Lembre-se Voz passiva é a estrutura sintática em que o sujeito é o paciente do processo expresso pelo verbo, ou seja, em que esse sujeito sintático sofre a ação verbal. A voz passiva analítica é expressa através de uma locução ver- bal formada pelo verbo ser particípio passado do verbo principal. Tome nota Agente da passiva é o termo que exprime, nas estruturas da voz passiva analítica, o agente da ação verbal, sofrida pelo sujeito da oração. LINIE S. Macanudo. Folha de S.Paulo, 7 jul. 2010. ATIVIDADES GOMES, Clara. Bichinhos de jardim. Disponível em: <http://bichinhosdejardim.com>. Acesso em: 3 out. 2010. BICHINHO DE JARDIM Clara Gomes MACANUDO Liniers 400 U n id ad e 5 • S in ta xe : e st ud o da s re la çõ es e nt re a s pa la vr as R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . I_plus_gramatica_cap22_C.indd 400 10/12/10 5:02:55 PM Clube de Criação de São Paulo. Disponível em: <http://ccsp.com.br/novo/pop_pecas.php?id=33012>. Acesso em: 2 out. 2010. 1. Na tira, uma mesma cena é apresentada nos dois quadrinhos. Descreva-a. a) Embora os dois quadrinhos apresentem cenas aparentemente idên- ticas, uma diferença significativa pode ser identificada entre elas. Que diferença é essa? b) De que maneira essa diferença contribui para a construção da graça da tira? 2. Nas duas falas da tira, um mesmo verbo recebe complementos dife- rentes. Identifique esse verbo e seus complementos. f Considerando a transitividade desse verbo, como se classificam os complementos identificados por você? Leia com atenção o texto a seguir para responder à questão 3. Que meu casamento não fosse durar, eu o soube a primeira vez que disse eu amo você: interrompendo o beijo, minha futura mulher explicou que o verbo amar, por ser transitivo direto, exigia como complemento um pronome pessoal do caso oblíquo. PELLICANO, Ciro. Quando o poder corrompe, corrompe a não mais poder: fraseolo- gia de resistência à irracionalidade cotidiana. São Paulo: Global, 2010. p. 99. 3. Qual foi o sinal, interpretado pelo autor do texto, de que seu casa- mento não iria durar muito? Explique. a) O que, do ponto de vista gramatical, determinou a explicação da mulher? b) Em termos gramaticais, a explicação dada deixa clara qual é a inadequa- ção relativa ao uso do pronome feito pelo autor do texto? Por quê? Leia com atenção o anúncio a seguir para responder às questões de 4 a 6. 4. Os três primeiros períodos do texto apresentado no anúncio utilizam a mesma estrutura sintática. Do ponto de vista da transitividade verbal, como se classifica o verbo utilizado nesses períodos? f Considerando essa transitividade verbal, identifique o(s) complemento(s) desse verbo em cada um desses períodos. Minha empresa eu deixo para minha família. Meu sítio eu deixo para o meu afilhado. Minha coleção de relógios eu deixo para o meu neto. Mas o tubo que surfei em Noronha, esse fica comigo. Pratique EcoSport. 401 C ap ít u lo 2 2 • S in ta xe d o pe rí od o si m pl es R ep ro du •‹ o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C —d ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . I_plus_gramatica_cap22_C.indd 401 12/15/10 12:05 PM Termos acessórios e vocativo 5. Os períodos analisados na questão anterior inspiram-se na estrutura e no estilo de um gê- nero discursivo específico. Que gênero é esse? As afirmações apresentadas nesses períodos ff e sua organização sintática contribuem para que o leitor associe o texto do anúncio a esse gênero discursivo? Justifique. 6. O último período do texto diferencia-se dos anteriores. Que tipo de informação ele traz? a) Qual é o objetivo desse texto publicitário? b) O objetivo do texto publicitário é reforçado pelo slogan Pratique EcoSport. De que maneira o último período do texto contribui para que esse objetivo seja atingido? Leia com atenção a charge a seguir para responder à questão 7. Observe a tira abaixo para responder às questões de 1 a 3. MAGO DE ID Parker & Hart 1. Descreva resumidamente a situação ilustrada nos quadrinhos. 2. A pergunta feita pela personagem que aparece no segundo quadrinho produz um efeito irônico. Por quê? 3. Considerando o contexto criado na tira, o leitor teria dificuldade em interpretar a que fim refere-se o pregador? Por quê? a) A pergunta feita no segundo quadrinho, porém, sugere que o fim anun- ciado pode ter mais de um referente, dependendo do modo como for especificado. Que termos, na tira, explicitam esse fato? b) Explique como eles alteram o sentido do que está sendo anunciado. VASQUES, Edgar. Disponível em: <http://evblogaleria. blogspot.com>. Acesso em: 1 jul. 2010. 7. A charge tem por objetivo fazer uma crítica a uma grave questão social. Que questão é essa? a) O uso de um termo integrante é fundamental para a construção do sentido da charge. Identi- fique esse termo e dê a sua classificação. b) Explique como o uso desse termo contribui para a identificação da crítica feita pelo autor da charge. Leia com atenção o texto abaixo para responder à questão 8. Fui abandonado por Flora (e que a humildade dessa voz passiva pulverize os que sempre me pintaram como bastião do porco-chauvinismo, embora isso importe muito pouco agora) no meio de uma mononucleose. RODRIGUES, Sérgio. O homem que matou o escritor. io de aneiro: Objetiva, 2000. p. 13. 8. Explique por que o narrador se refere à “humilda- de dessa voz passiva” como comprovação para o fato de não poder ser considerado “chauvinista”. a) Qual é a função desempenhada, nessa frase, pela expressão “por Flora”? b) Se o narrador correspondesse à imagem de “bastião do porco-chauvinismo”, que estrutura sintática seria utilizada por ele? Justifique. PA E & HART. O mago de Id. Jornal do Brasil. io de aneiro, 5 nov. 1997. 402 U n id ad e 5 • S in ta xe : e st ud o da s re la çõ es e nt re a s pa la vr as R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . I_plus_gramatica_cap22_C.indd 402 10/12/10 5:02:58 PM