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Evolução histórica do conceito de 
educação e os objetivos constitu-
cionais da educação brasileira
Carlos Eduardo Souza Vianna
129janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
Palavras-Chave
resumo
O artigo enfatiza de forma breve a 
evolução histórica do conceito de 
educação e os objetivos essenciais 
da educação na Constituição Federal 
de 1988. Nesse sentido, destaca-se a 
contribuição dos grandes filósofos 
ao demonstrarem, ainda naquele 
tempo, os princípios que norteiam a 
educação. Os objetivos constitucio-
nais da educação brasileira visam ao 
pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para 
o trabalho. 
Direito à Educação - Conceito de Educação 
- Objetivos Constitucionais da Educação - 
Educação no Brasil.
EVOLUçãO hISTóRICA DO CONCEITO DE 
EDUCAçãO E OS OBJETIVOS CONSTITUCIONAIS
DA EDUCAçãO BRASILEIRA
Nada mais verdadeiro do que afirmar que o processo educacional 
tem um significado imprescindível para o desenvolvimento do ser hu-
mano, tanto no passado, como no mundo atual. A educação traz ao 
homem avanços significativos, no sentido da garantia de um futuro 
melhor para todos.
O conceito de educação sofreu influência do nativismo e do empi-
rismo. O primeiro era entendido como o desenvolvimento das potencia-
lidades interiores do homem, cabendo ao educador apenas exteriorizá-
las, e o segundo era o conhecimento que o homem adquiria através da 
experiência (MARTINS, 2004, p. 13).
130 janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
Na visão dos pedagogos modernos, o processo educacional não resi-
de apenas nas escolas, pois ela não é a única responsável pela educação. 
A educação tem uma dimensão maior do que propriamente ensinar e 
instruir, o que significa dizer que o processo educacional não se esgota 
com as etapas previstas na legislação. 
A Educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que pode 
ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa 
a instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades.
Foram os gregos os precursores da filosofia, no sentido de descobrir 
que o pensamento racional pode averiguar a razão de ser das coisas. De 
fato, foi com eles que surgiu a filosofia, ao utilizar a razão para desco-
brir o fim último das coisas e solucionar todos os problemas existentes 
naquela época.
Os sofistas ensinavam aos jovens gregos, a arte da retórica, da fala, 
do convencimento como instrumento de poder, com a finalidade de 
fazer prevalecer seus interesses de classe. Afirmavam que cada homem 
via o mundo a seu modo e que não era possível uma ciência autêntica, 
de caráter objetivo e universalmente válido. Assim, quando o vento so-
pra, cada um sente de maneira diversa. Para os sofistas, portanto, não 
havia verdades absolutas. Eles propagavam um sistema educacional que 
pudesse trazer felicidade e triunfo ao indivíduo. A educação não era co-
nhecida como um direito do cidadão grego, mas era por meio dela, que 
os homens tornavam-se melhores e felizes (MARTINS, 2004, p. 20).
Sócrates concebeu uma nova visão do homem e do universo. O filó-
sofo grego afirmava que a busca do conhecimento só podia ser alcançada 
por meio da razão e da educação. A chave-mestra de seu pensamento 
era a máxima Conhece-te a ti mesmo, significando: torna-te consciente 
de tua ignorância. A verdade para Sócrates era uma busca, e o conhe-
cimento verdadeiro não pode ser relativo a cada sujeito cognoscente. 
A verdade deve conter autonomia, deve existir e ser válida para todos. 
Dessa forma, a ciência deve ter caráter universalista, sendo válida para 
todos, em todos os tempos.
A preocupação de Platão era a de formar o homem para uma so-
ciedade ideal. Educação é liberdade, um processo capaz de nos tirar de 
uma condição de ignorância. Mas não pode ser pela força. 
Porque o homem livre não deve ser obrigado a aprender 
como se fosse escravo. Os exercícios físicos, quando prati-
cados à força, não causam dano ao corpo, mas as lições que 
se fazem entrar à força na alma nela não permanecerão, 
131janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
diz Sócrates, no Livro VII da República. E continua: ... não 
uses de violência para educar as crianças, mas age de modo 
que aprendam brincando [...] (MENEZES, 2001).
A educação, para Aristóteles, deve levar o homem a alcançar sua 
plena realização, mas isso só se torna possível se ele desenvolver suas 
faculdades físicas, morais e intelectuais. O sumo bem é alcançar a feli-
cidade. Ele foi considerado o pedagogo da família. Entende que a ação 
educativa dos pais seria inteiramente insubstituível. Para o filósofo, a 
virtude intelectual se adquire pela instrução e a virtude moral, pelos bons 
hábitos, daí ser virtuoso o homem que tem o hábito da virtude.
Os educadores romanos preocupavam-se mais por questões de 
ordem prática, não havendo em Roma uma produção filosófica conside-
rável. A educação romana visava desenvolver no homem a racionalidade 
que fosse capaz de fazê-lo pensar corretamente e se expressar de forma 
convincente.
A educação em Roma visava incutir no cidadão a coragem, a prudên-
cia, a honestidade, a seriedade, sendo a família um fator preponderante 
para que tais virtudes fossem alcançadas. Vislumbrava o “vir bônus” (o 
bom cidadão), que deveria adquirir as virtudes necessárias para cumprir 
bem os deveres de cidadão (MARTINS, 2004, p. 31).
Na idade moderna, Francis Bacon acreditava que o homem só po-
deria compreender e entender as situações que ocorrem na realidade se 
tivesse uma idéia bem clara a respeito dos fatos. Foi ele um dos primeiros 
a ver que o método científico poderia dar ao homem poder sobre a natu-
reza, portanto, que o avanço da ciência poderia ser usado para promover 
em escala inimaginável o progresso e a prosperidade humana. 
Nessa mesma época, o filósofo John Locke acreditava que a educa-
ção é parte do direito à vida, pois só assim poderão ser formados seres 
conscientes, livres e senhores de si mesmos.
Jean Jacques Rousseau formulou, na época, os princípios educa-
cionais que permanecem até nossos dias. Ele afirmava que a verdadeira 
finalidade da educação era ensinar a criança a viver e a aprender a 
exercer a liberdade. 
Na sua visão, a criança é educada para si mesma, não é educada nem 
para Deus, nem para a sociedade. Essa educação naturalista, retratada 
por ele, na obra Emílio, não significava propriamente retornar à vida 
selvagem e, sim, levar o homem a agir por interesses naturais e não por 
imposição de regras exteriores e artificiais. Ele condena a interpretação 
132 janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
de que a educação é um processo pelo qual a criança passa a adquirir 
conhecimentos, atitudes e hábitos armazenados pela civilização.
O livro I de Emílio retrata uma afirmação de Rousseau importante 
de ser ilustrada: “Nascemos fracos, precisamos de forças; nascemos estúpidos, 
precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que precisamos quando 
grandes nos é dado pela educação (ROUSSEAU, 1999, p. 8).
Immanuel kant entendia que a moralidade para os seres humanos 
é o resultado pretendido de um processo educacional extensivo. O fi-
lósofo escreveu duas importantes obras, denominadas Crítica da razão 
teorética pura, no ano de 1781, onde indaga os limites e as condições 
do nosso conhecimento, as suas potencialidades e o seu valor; e Crítica 
da razão pura, em 1788, demonstrando que o homem deve agir com a 
consciência do dever, de acordo com a lei moral presente no seu interior 
(DEL VECHIO, 1979, p. 133).
A educação deve, segundo kant, cultivar a moral, despertando para 
que o homem tome consciência de que ela deve estar presente em todas 
as ações de sua vida, em todo o seu desenvolvimento, em todo o ser, e 
por efeito, deitando raízes sobre o direito, que não subsiste sem a moral 
(MUNIZ, 2002, p. 38).
Não devemos também esquecer a forte contribuição de Jean Pia-
get e Paulo Freire para a Educação. Para Jean Piaget, a educação deve 
possibilitar àcriança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o 
período sensório-motor até o operatório abstrato. Os principais objetivos 
da educação são: a formação de homens criativos, inventivos e desco-
bridores, de pessoas críticas e ativas, na busca constante da construção 
da autonomia2.
Paulo Freire parte do princípio de que vivemos em uma sociedade 
dividida em classes, na qual os privilégios de uns impedem a maioria de 
usufruir os bens produzidos. Ele se refere a dois tipos de pedagogia: a 
pedagogia dos dominantes, na qual a educação existe como prática de 
2. Para Piaget a autonomia não está relacionada com isolamento (capacidade de aprender 
sozinho). Ser autônomo significa estar apto a cooperativamente construir o sistema de 
regras morais e operatórias necessárias à manutenção de relações permeadas pelo respeito 
mútuo. - Zacharias, Vera Lúcia Câmara F., Fonte: www.centrorefeducacional.com.br.
Afirma kamii, “A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar deci-
sões por ela mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia 
significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor 
caminho da ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu 
ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que 
não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente” (kAMII, 1991).
133janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
dominação, e a pedagogia do oprimido, na qual a educação surge como 
prática de liberdade (MARTINS, 2004, p. 54). Acredita que o movimento 
de libertação deve advir dos próprios oprimidos. Não é suficiente que o 
oprimido tenha consciência crítica de opressão, mas que esteja disposto 
a transformar a realidade. 
Ensina-nos Freire (2001, p. 51) que “uma das grandes, se não a 
maior, tragédia do homem moderno, está em que é hoje dominado pela 
força dos mitos e comandado pela publicidade organizada, ideológica 
ou não, e por isso vem renunciando cada vez, sem o saber, à sua capa-
cidade de decidir”.
Para Freire, educar é construir, é libertar o homem do determinismo, 
passando a reconhecer o papel da História e a questão da identidade 
cultural, tanto em sua dimensão individual, como na prática pedagógica 
proposta. A concepção de educação de Paulo Freire percebe o homem 
como ser autônomo. Esta autonomia está presente na definição de 
vocação antológica de “ser mais” que está associada com a capacidade 
de transformar o mundo (ZACHARIAS, 2007). 
A educação, fundamentada na Constituição Federal, e amparada 
por princípios que buscam uma sociedade mais justa, é direito de to-
dos, dever do Estado e da família, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho (artigo 205 da Constituição Federal).
O artigo 205 da Constituição Federal (BRASIL, 2007) dispõe que:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da famí-
lia, será promovida e incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho.
Sustenta Silva (2000, p. 314-315) que o artigo 205 da Constituição 
Federal estabelece três objetivos básicos da educação: pleno desenvol-
vimento da pessoa, preparo da pessoa para o exercício da cidadania e 
qualificação da pessoa para o trabalho. 
A consecução prática dos objetivos da educação previstos no artigo 
205 da Constituição Federal, segundo Silva (2000, p. 814): 
só se realizará num sistema educacional democrático, 
em que a organização da educação formal (via escola) 
concretize o direito ao ensino, informado por princípios 
134 janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
com eles coerentes, que realmente foram acolhidos pela 
Constituição, como são: igualdade de condições para o 
acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, 
ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o 
saber; pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, 
e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
valorização dos profissionais do ensino garantido na forma 
da lei; plano de carreira para o magistério público, com 
piso salarial e profissional, e ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos; gestão democrática; 
garantia de padrão qualidade (artigo 206).
Os objetivos constitucionais da educação relacionam-se com os fun-
damentos do Estado brasileiro, estabelecido no artigo 1º da Constituição 
Federal: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os 
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
Abordaremos, em seguida, os três objetivos mestres que direcionam 
a educação brasileira: pleno desenvolvimento da pessoa humana, preparo 
da pessoa para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
O primeiro objetivo constitucional da educação brasileira visa ao 
pleno desenvolvimento da pessoa humana. Percebe-se que esse objetivo 
está intimamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa humana 
estabelecido no inciso III do artigo 1º da Constituição Federal.
Podemos adotar o conceito de Sarlet (2001, p. 60) com relação 
à dignidade da pessoa humana. Ele afirma que dignidade da pessoa 
humana é:
a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano 
que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração 
por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste 
sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais 
que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato 
de cunho degradante e desumano, como venham a lhe 
garantir as condições existenciais mínimas para uma vida 
saudável, além de propiciar e promover a sua participação 
ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e 
da vida em comunhão com os demais seres humanos.
O preparo da pessoa para o exercício da cidadania está inserido 
também como um dos princípios constitucionais da educação, correspon-
dendo ao que estabelece o inciso II do artigo 1º da Constituição Federal. 
135janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
Essa cidadania abordada na Constituição Federal não é aquela conhecida 
quando falamos de direitos políticos. A cidadania aqui tratada e também 
inserida no artigo 205 da Constituição Federal tem amplitude maior do 
que a de ser titular dos direitos políticos, pois está voltada para qualificar 
os agentes da vida do Estado, reconhecendo cada indivíduo como pessoa 
integrada na sociedade estatal. Isso implica dizer que o funcionamento 
do Estado estará sempre submetido à vontade popular.
 Nesse diapasão, o conceito de cidadania não está limitado, apenas, 
ao formulado pelo liberalismo. Equivocado é restringir o conceito de 
cidadania numa ótica voltada para a nacionalidade e direitos políticos. A 
interpretação aos artigos supramencionados exige um olhar voltado para 
o contexto da teoria constitucional, no sentido de trabalhar a cidadania 
que permite às pessoas alcançarem uma vida digna.
Tendo a doutrina liberal se mostrado insuficiente para compor os 
conflitos sociais, agravando as desigualdades existentes, o conceito 
de cidadania atrelada a indivíduos livres e dependentes de sua própria 
sorte sucumbe para dar lugar ao conceito de cidadania vinculada a 
direitos que propiciem a todos os meios para buscar uma existência 
digna (PIERDONÁ, 2004, p. 126). Nesse ponto, as funções da educação 
para o trabalho e para o exercício da cidadania se entrelaçam, o que 
nos permite afirmar a sua interdependência, na medida que, por meio 
do trabalho, o indivíduo poderá alcançar inúmeros direitos inerentes à 
cidadania (PIERDONÁ, 2004, p. 126).
A educação brasileira visa, também, desenvolver no educando, com 
a participação do Estado, da família e da sociedade, a qualificação para o 
trabalho, conforme estabelece o artigo 205 da Constituição Federal. É por 
meio do trabalho que o homem garante sua subsistência e o crescimento 
do país. Por isso, a ConstituiçãoFederal, em diversas passagens, dispõe 
sobre a liberdade, o respeito e a dignidade do trabalhador (por exemplo: 
CF, artigos 5º, XIII; 6º; 7º; 8º; 194-204) (MORAES, 2002, p. 50).
O valor trabalho constitui-se em fundamento do Estado Brasileiro, 
da ordem econômica e base da ordem social. Contudo, esse valor so-
mente trará resultados na medida em que o trabalhador é qualificado, 
principalmente por meio da educação, posto que ela é um instrumento 
efetivo e essencial para qualificar as pessoas.
Balera (1993, p. 12) acredita que o primado do trabalho aponta 
para o fim a ser alcançado na ordem social, afirmando que a primazia do 
trabalho faz com que esse valor seja a base para a realização da justiça 
social, consoante artigo 193 da Constituição Federal.
136 janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
Neste contexto, e nos termos estabelecidos pela Constituição Federal, 
acerca dos objetivos constitucionais, o Estado garantirá a efetividade 
do valor do trabalho, respeitando-se, assim, os demais fundamentos da 
República Federativa do Brasil.
Desta forma, a educação, como elemento indissociável do ser 
humano, é o grande alimento para que o homem possa obter o pleno 
desenvolvimento de suas faculdades físicas, mentais e intelectuais. Ela 
assegura ao indivíduo, liberdade e autonomia, dando-lhe ferramentas 
indispensáveis para a realização de seus objetivos, a fim de que possa 
prosperar na vida. Teixeira (1968) tem razão ao afirmar que a finalidade 
da educação se confunde com a finalidade da vida:
A única finalidade da vida é mais vida. Se me perguntarem 
o que é essa vida, eu lhes direi que é mais liberdade e mais 
felicidade. São vagos os termos. Mas nem por isso eles 
deixam de ter sentido para cada um de nós. À medida que 
formos mais livres, que abrangermos em nosso coração e 
em nossa inteligência mais coisas, que ganharmos critérios 
mais finos de compreensão, nessa medida nos sentiremos 
maiores e mais felizes. A finalidade da educação se con-
funde com a finalidade da vida. No fundo de todo este 
estudo paira a convicção de que a vida é boa e que pode 
ser tornada melhor. É essa a filosofia que nos ensina o mo-
mento que vivemos. Educação é o processo de assegurar 
a continuidade do lado bom da vida e de enriquecê-lo, 
alargá-lo e ampliá-lo cada vez mais. 
Na seara jurídica, a Educação é um direito social fundamental, es-
tritamente ligada aos fundamentos da República Federativa do Brasil. 
O ordenamento jurídico brasileiro traz uma gama de normas e prin-
cípios relativos à Educação. Os fundamentos principais encontram-se 
evidentemente assegurados na Constituição Federal, estabelecendo 
como dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, 
promover e incentivar a educação, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho.
Desta forma, a Educação ocupa um papel importante no âmbito 
jurídico. Entretanto, é necessário que o direito tenha também um olhar 
atento para educação, com o fim de resguardar os princípios e objetivos 
consagrados na Lei maior.
O cerne da questão educacional, para os operadores do direito, re-
137janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
side em dar aplicabilidade prática aos direitos e princípios educacionais 
previstos no ordenamento jurídico. 
Assim, para obter caminhos sólidos e efetivos, capazes de transfor-
mar o homem, é indispensável que Estado, família e sociedade estejam 
empenhados na promoção precípua da educação.
Nessas condições, considerando-se que o perfeito equilíbrio social 
depende de uma educação de qualidade, é essencial que ela seja per-
cebida, não apenas como o acesso ao conhecimento, mas, sobretudo, 
como instrumento fundamental na transformação e no desenvolvimento 
do homem, permitindo-lhe uma formação cidadã e humana.
REFERêNCIAS
BALERA, Wagner. O seguro-desemprego no Direito brasileiro. Rio de 
Janeiro: LTr, 1993.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 40.ed. São 
Paulo: Saraiva, 2007.
DEL VECHIO, Giorgio. Lições de filosofia do direito. Coimbra: Armênio-
Amando Editor, 1979. 
kAMII, C.. A criança e o número. São Paulo: Papirus, 1991.
MARTINS, Rosilene Maria Sólon Fernandes. Direito á Educação: aspectos 
legais e constitucionais. Rio de Janeiro: Letra Legal, 2004.
MENEZES, Ebenezer. Platão e a educação. 2001. Disponível em: 
<http://www.educabrasil.com.br/eb/exe/imprimir.asp?id=391> Acesso 
em: 10 jun. 2008.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 
2002.
MUNIZ, Regina Maria Fonseca. O direito à educação. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2002.
PIERDONÁ, Zélia Luiza. Objetivos constitucionais da educação e sua 
relação com os fundamentos do Estado Brasileiro. Direito Educacional 
em Debate, 2004.
138 janus, lorena, ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da Educação. 2.ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 1999.
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São Paulo: Livraria do Advogado, 2001.
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São Paulo: Malheiros Editores, 2000.
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progressiva ou a transformação da escola. 5.ed. São Paulo: Cia. Editora 
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ZACHARIAS, Vera Lúcia C. Paulo Freire e a educação. Centro de Refe-
rência Educacional, 2007. Disponível em: <http://www.centrorefeduca-
cional.com.br/paulo1.html> Acesso em 10 jun. 2008.
ABSTRACT
The article emphasizes of brief form the historical evolution of the-
education concept and the essential objectives of the education in the 
Federal Constitution of 1988. In this direction, it is distinguished contri-
bution of the great philosophers when demonstrating, still at that time, 
the principles that guide the education. The constitutional objectives of 
the Brazilian education aim at to the full development of the person, 
its preparation for the exercise of the citizenship and its qualification 
for the work. It fits to the State and the family, with the contribution 
of the society, to search the promotion main of the education as basic 
instrument in the transformation of the man. 
Carlos Eduardo Souza Vianna
Advogado. Mestre em Direito - Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo.

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