Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

CirurgiaCirurgia
2022.1
7º SEMESTRE
 
 
Avaliação do estado de saúde pré-operatório 
História médica 
 Um histórico médico preciso é a informação mais útil 
que um clínico pode ter enquanto decide se um paciente 
pode passar por um tratamento dentário planejado de 
modo seguro. 
Dados 
o Dados biográficos 
o Principal queixa e seu histórico 
o História médica 
o Históricos social e médico da família 
o Revisão de sistemas 
o Exame físico 
o Resultados laboratoriais e de imagenologia 
Histórico de saúde 
É útil investigar especificamente sobre problemas 
médicos comuns que tendem a alterar o tratamento 
odontológico do paciente. Esses problemas incluem 
angina, infarto do miocárdio, sopros cardíacos, cardiopatia 
reumática, distúrbios hemorrágicos (incluindo uso de 
anticoagulantes), asma, doença pulmonar crônica, 
hepatite, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), 
diabetes, uso de corticosteroide, distúrbio convulsivo, 
derrame e qualquer prótese implantada como articulação 
artificial e válvulas cardíacas. 
Os pacientes devem ser perguntados especificamente 
sobre alergias a anestésicos locais, Aspirina® e penicilina. 
Pacientes do sexo feminino, pertencentes a uma faixa 
etária apropriada, devem também ser indagadas, em 
cada visita, sobre a possibilidade de estarem grávidas. 
Um breve histórico familiar pode ser útil e deve 
considerar doenças hereditárias relevantes como 
hemofilia. O histórico médico deve ser atualizado 
regularmente. 
o Internações anteriores, operações, lesões 
traumáticas e doenças graves 
o Doenças leves recentes ou sintomas 
o Medicações usadas no momento ou recentemente 
e alergias (em especial, alergias a drogas) 
o Descrição de hábitos relacionados à saúde ou vícios 
como o uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas, e a 
quantidade e tipo de exercício diário 
o Data e resultado do último checkup médico ou visita 
ao clínico 
Os resultados da avaliação médica são usados para 
atribuir uma classificação ao estado físico. Existem alguns 
sistemas de classificação, mas, geralmente, o mais usado 
é o sistema classificatório da American Society of 
Anesthesiologists (ASA) 
 
ASA I: Paciente normal, saudável 
ASA II: Paciente com doença sistêmica leve ou com um 
significante risco de saúde 
ASA III: Paciente com doença sistêmica grave que não 
é incapacitante 
ASA IV: Paciente com doença sistêmica grave que 
oferece risco de vida constante 
ASA V: Paciente moribundo que provavelmente não 
sobreviverá sem a operação 
ASA VI: Paciente com morte cerebral declarada que 
está passando por remoção de órgãos para doá-los. 
Adaptação para consultório odontológico 
ASA I: pacientes saudáveis 
Asa II: paciente extremamente ansionso, com história 
de episódios de mal-estar ou desmaio na clínica 
odontológica; paciente acima de 65 anos; obesidade 
moderada; gestantes nos 2 primeiros semestres de 
gestação. 
Hipertensos controlados com medicação, diabéticos 
tipo II, controlados com dieta e/ou medicação; portadores 
de distúrbios convulsivos, controlados com medicação; 
asmático, que ocasionalmente usa broncodilatador em 
aeressol e tabagistas, sem DPOC. Angina estável, 
assintomática e pacientes com história de infarto com 
mais de 6 meses. 
 
 
ASA III: Paciente com doença sistêmica severa, que 
limita suas atividades, obesidade mórbida, ultimo trimestre 
da gestação, diabético tipo I com doença controlada, 
hipertenso descontrolado, insuficiência cardíaca 
congestiva; doença pulmonar obstrutiva crônica; 
episódios frequentes de convulsão ou crise asmática; 
hemofilia. Paciente sob quimioterapia; infarto em menos 
de 6 meses. 
Exame físico 
Qualquer exame físico deve começar com a medição 
dos sinais vitais. Isto serve como um dispositivo para 
detectar problemas médicos que não foram previstos e 
como uma base para medições futuras. 
A avaliação física de várias partes do corpo geralmente 
envolve um ou mais dos seguintes meios primários de 
avaliação: (1) inspeção, (2) palpação, (3) percussão e (4) 
auscultação. 
Nas regiões oral e maxilofacial, a inspeção deve ser 
sempre realizada. O médico deve notar a distribuição dos 
pelos e sua textura, a simetria facial e a proporção, os 
movimentos oculares e a cor da conjuntiva, a 
permeabilidade nasal em cada lado, a presença ou a 
ausência de lesões cutâneas ou descoloração e as 
massas na face e pescoço. 
o Pulso arterial- carotídeo ou radial (verificar qualidade, 
ritmo, frequência, volume) 
o Frequência respiratória 
o Pressão arterial 
o Temperatura 
o Altura e peso 
o Solicitar exames complementares 
Tratamento de pacientes com condições 
médicas comprometidas 
Problemas Cardiovasculares 
Cardiopatia isquêmica 
Angina pectoris 
O estreitamento das artérias do miocárdio é um dos 
problemas de saúde mais comuns que os cirurgiões-
dentistas encontram. O processo básico da doença é um 
estreitamento progressivo ou espasmo (ou ambos) de 
uma ou mais artérias coronárias. Isso leva a um 
descompasso entre a demanda miocárdica de oxigênio 
e a habilidade das artérias coronárias de abastecer o 
sangue arterial (que carrega oxigênio). A demanda de 
oxigênio do miocárdio pode ser aumentada, por 
exemplo, pelo esforço ou pela ansiedade. A angina é um 
sintoma de cardiopatia isquêmica produzida quando o 
abastecimento de sangue do miocárdio não é 
suficientemente aumentado para alcançar as altas 
exigências de oxigênio que resultam de uma doença 
arterial coronária. O miocárdio se torna isquêmico, 
produzindo pressão alta e sensação de aperto na região 
subesternal que pode se propagar ao ombro e braço 
esquerdo e até à região mandibular. O paciente pode 
reclamar de uma intensa sensação de dificuldade de 
respirar adequadamente. 
Embora existam algumas controvérsias sobre o uso de 
anestésicos locais contendo epinefrina em pacientes com 
angina, os benefícios (p. ex., anestesia prolongada e 
acentuada) compensam os riscos. No entanto, se deve 
tomar cuidado para evitar administração excessiva de 
epinefrina por meio do uso de técnicas de injeção 
apropriadas. 
Alguns médicos também aconselham não dar mais que 
4 mL de uma solução anestésica local com uma 
concentração de epinefrina de 1:100.000 em uma dose 
total para adultos de 0,04 mg em cada período de 30 
minutos. 
Angina mediante a esforço mediano, responde ao 
descanso e à nitroglicerina, pode ser operado 
normalmente. Já pacientes com angina mediante a 
esforço mínimo (instável) ou repouso, é recomendado 
postergar cirurgias programadas. 
Infarto agudo do miocárdio 
O IAM ocorre quando a isquemia (resultante de um 
descompasso entre a demanda de oxigênio e seu 
abastecimento) causa disfunção celular miocárdica e 
morte. O infarto agudo do miocárdio normalmente 
acontece quando uma área estreita de uma artéria 
coronária possui um coágulo que bloqueia todo ou a 
maior parte do fluxo sanguíneo. É a morte celular de 
uma parte do miocárdio, devido a isquemia prolongada 
da região. 
 O tratamento de um problema cirúrgico bucal em um 
paciente que tenha tido um IAM começa com uma 
consulta ao seu médico. Geralmente, é recomendado 
que os principais procedimentos cirúrgicos programados 
sejam adiados até pelo menos 6 meses após o infarto. 
 
 
 Pacientes que tiveram um IAM tomam Aspirina® e 
outros anticoagulantes para diminuir a trombogênese 
coronária; detalhes sobre isso devem ser procurados, 
pois podem afetar a tomada de decisões cirúrgicas. 
 A utilização de anestésicos locais contendo epinefrina 
é segura, se dados em quantidades adequadas usando 
uma técnica de aspiração. Os sinais vitais devem ser 
monitorados durante o período transoperatório. 
Acidente vascular cerebral (derrame) 
Pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral 
(AVC) são sempre suscetíveis a mais acidentes 
neurovasculares. Frequentemente, são prescritos 
anticoagulantes a esses pacientes e, se forem 
hipertensos, eles também tomam remédios para abaixar 
a pressão. Se um paciente desse tipo precisar de cirurgia, 
é desejável que o mesmoesteja liberado por seu 
médico, assim como um adiamento até as tendências 
hipertensivas importantes estiverem controladas. 
 O estado neurológico básico do paciente deve ser 
avaliado e registrado no pré-operatório. O paciente deve 
ser tratado por um protocolo de redução de ansiedade 
não farmacológico e ter seus sinais vitais cuidadosamente 
monitorados durante a cirurgia. Se a sedação 
farmacológica for necessária, baixas concentrações de 
óxido nitroso podem ser utilizadas. 
Disritmias 
Pacientes que são propensos ou sofrem de disritmias 
cardíacas geralmente possuem um histórico de 
cardiopatia isquêmica que requer modificações no 
tratamento odontológico. 
Muitos defendem que se deve limitar a administração 
de epinefrina à quantidade de 0,04 mg. No entanto, além 
disso, esses pacientes podem estar tomando 
anticoagulantes ou ter um marcapasso cardíaco 
permanente. Marca-passos não apresentam 
contraindicações à cirurgia bucal e não há evidências que 
mostrem a necessidade de profilaxia antibiótica em 
pacientes com marca-passos. Equipamentos elétricos 
como o eletrocautério e micro-ondas não devem ser 
usados perto do paciente. 
Distúrbios renais 
 Normalmente paciente com distúrbios renais 
apresentam anorexia, fraqueza, prurido, náuseas e 
letargia, dispneia, hipertensão arterial e edemas 
periféricos. 
É necessário solicitar exames complementares como: 
hemograma completo, coagulograma, IMR, ureia, 
creatinina e eletrólitos. Em casos de diálise, verificar qual 
tipo de diálise e sempre adiar o tratamento para o dia 
posterior a sessão de diálise 
É importante avaliar drogas nefrotóxicas (antibióticos, 
anti-virais, AINES) e a necessidade de suplementação 
com esteroides e profilaxia antibiótica 
Distúrbios hepáticos 
O paciente com danos severos no fígado resultantes 
de doença infecciosa, abuso de álcool, ou congestão biliar 
ou vascular precisa de atenção especial antes da 
realização da cirurgia bucal. Uma alteração de dose ou 
evitar drogas que necessitam de metabolismo 
hepáticopode ser necessário. 
A produção de vitamina K – fatores de coagulação 
vitamina K-dependentes (II, VII, IX, X) podem ser 
reduzidos em doenças hepáticas severas; portanto, 
obter uma Relação Normalizada Internacional (INR, do 
inglês, international normalized ratio tempo de 
protrombina [TP]) ou tempo de tromboplastina parcial 
(TTP) pode ser útil antes da cirurgia em pacientes com 
doenças hepáticas mais severas. A hipertensão portal 
causada por doença hepática pode também acarretar 
em hiperesplenismo – uma captura de plaquetas que 
causa trombocitopenia. Detectar um tempo de 
sangramento prolongado ou contagem baixa de 
plaquetas revela esse problema. 
Deve haver precauções contra a hepatite B e evitar 
drogas com metabolismo hepático, como Tilenol e 
tetraciclina. É necessário pedir coagulograma, avaliando 
deficiência de vitamina K e contagem de plaquetas e 
alterações no TGO e TGP. 
Diabetes Mellitus 
Pacientes diabéticos relatam polidipsia, poliúria, polifagia 
e perda de peso. Deve-se avaliar a glicemia em jejum 
acima de 120mg/dl (lembrando que pode ser falha- avaliar 
hemoglobina glicada). 
o Glicose em jeju, (até 180- 200mg/dl pode ser 
tolerável) 
 
 
o Hemglobina glicada: níveis glicêmicos de 3-6 meses 
(menor de 5,7% normal) - tratamento cirúrgico ideal 
menor de 7% 
Gravidez 
Embora não seja uma doença, a gravidez ainda é uma 
situação em que são necessárias considerações especiais 
para proteger a mãe e o feto em desenvolvimento 
quando uma cirurgia bucal é pedida. A preocupação 
primária, quando se trata de fornecer tratamento para 
uma paciente grávida, é a prevenção de danos genéticos 
ao feto. 
É praticamente impossível realizar um procedimento 
cirúrgico oral com sucesso sem o uso de radiografias ou 
medicamentos; portanto, uma opção é adiar qualquer 
cirurgia bucal programada até depois do parto para evitar 
riscos ao feto. 
Se a cirurgia durante a gravidez não puder ser adiada, 
devem ser realizados esforços para diminuir a exposição 
fetal aos fatores teratogênicos. No que diz respeito à 
imagenologia, o uso de forras de proteção e a realização 
de exame radiográfico periapical digital somente nas 
áreas que requerem cirurgia podem diminuir essa 
exposição. 
 A lista de drogas que se acredita oferecerem pouco 
risco ao feto é pequena. Para cirurgias bucais, acredita-se 
que as seguintes drogas são menos prováveis de causar 
danos ao feto quando usadas em quantidades moderadas: 
lidocaína, bupivacaína, acetaminofeno, codeína, penicilina 
e cefalosporinas. Embora a Aspirina® seja segura, não 
deve ser dada no final do terceiro trimestre por causa 
de sua propriedade anticoagulante. É melhor que todas 
as drogas sedativas sejam evitadas em pacientes 
grávidas. 
O departamento americano de controle de alimentos e 
drogas (FDA) criou um sistema de categorização de 
drogas baseado no conhecido grau de risco ao feto 
humano causado por drogas específicas. Quando é 
preciso dar uma medicação a uma paciente grávida, o 
médico deve checar se a droga está em uma categoria 
de risco aceitável antes de dá-la à paciente. 
 
A gravidez pode ser estressante emocional e 
psicologicamente; portanto, é recomendado um 
protocolo de redução de ansiedade. Os sinais vitais da 
paciente devem ser obtidos, com atenção particular a 
qualquer elevação na pressão sanguínea (um possível 
sinal de pré-eclâmpsia). 
Uma paciente que está prestes a dar à luz pode 
precisar de um posicionamento especial da cadeira 
durante o tratamento porque se for colocada totalmente 
na posição supina, o conteúdo uterino pode causar 
compressão na veia cava inferior, comprometendo o 
retorno venoso ao coração e, consequentemente, o 
débito cardíaco. A paciente pode precisar estar em uma 
posição mais reta ou ter seu tronco levemente virado 
para um lado durante a cirurgia. 
Pausas frequentes para permitir que a paciente urine 
são normalmente necessárias no final da gravidez por 
conta da pressão fetal na bexiga. 
Complicações sistêmicas e emergências médicas 
Urgência X emergência 
Procedimento de emergência é aquele que necessita 
ser realizado prontamente, sem exames ou explicações 
prévias. 
Procedimento de urgência é aquele que necessita ser 
realizado dentro de no máximo 24 horas para não levar 
a um prejuízo permanente ao paciente ou até mesmo 
leva-lo a óbito. 
Prevenção 
Estudos revelam que a hiperventilação, as convulsões 
e a suspeita de hipoglicemia são as situações de 
emergência mais comuns de ocorrer nos pacientes 
antes, durante, ou logo após o tratamento dentário. 
Frequentemente são seguidas de síncope vasovagal, 
angina de peito, hipotensão ortostática, e reações de 
hipersensibilidade (alergias). 
 
 
A prevenção é a base do gerenciamento de 
emergências médicas. O primeiro passo é a avaliação do 
risco. Começa com uma cuidadosa avaliação médica no 
consultório dentário, o que requer um levantamento 
preciso do histórico médico do paciente, incluindo uma 
revisão orientada por respostas positivas relevantes ao 
histórico. Os sinais vitais devem ser registrados, assim 
como é preciso realizar um exame físico (adaptado ao 
histórico médico e problemas atuais de cada paciente). 
Protocolo de redução de ansiedade 
O protocolo não farmacológico inclui consultas de 
condicionamento, local fresco e calmo, música suave, 
evitar comentários sobre o procedimento, evitar 
instrumentais no campo de visão do paciente e dar 
preferência por consultas no período da manhã. 
Sedação em odontologia 
Indicada para pacientes intolerantes, para redução de 
distúrbios motores, procedimentos longos, redução de 
riscos em paciente sistemicamente comprometidos. 
 
Sedação oral: utiliza-se os benzodiazepínicos (diazepan, 
lorazepan, midazolan...) 
Emergências medicas normalmente provocadas por 
ansiedade 
o Angina pectoris 
o Crise de tireoide 
o Infarto do miocárdio 
o Choque de insulina (hipoglicemia) 
o Broncoespasmo asmático 
o Hiperventilação 
o Insuficiênciaadrenal (aguda) 
o Epilepsia 
o Hipertensão grave 
Preparação 
 A preparação é o segundo fator mais importante na 
gestão das emergências médicas. A preparação para lidar 
com emergências inclui quatro ações específicas: 
o Assegurar que o próprio conhecimento do 
cirurgião-dentista sobre gestão de emergência é 
adequada e atualizada 
o Ter a equipe de apoio do consultório treinada para 
auxiliar nas emergências médicas, 
o Estabelecer um sistema de acesso imediato à 
prestadores de cuidados médicos capazes de auxiliar em 
situações de emergência 
o Equipar o consultório com equipamentos e 
suprimentos necessários para tratar inicialmente dos 
pacientes com problemas graves 
Educação continuada 
Na faculdade de odontologia, cirurgiões-dentistas são 
treinados de forma a avaliar o risco do paciente e a lidar 
com emergências médicas. Uma característica 
importante da educação continuada é manter 
certificação em Suporte Básico de Vida (SBV), incluindo 
o uso de unidades de Desfibrilador Externo Automático. 
Alguns especialistas recomendam que anualmente se 
mantenha uma educação continuada sobre o 
gerenciamento de emergências, ao passo que a 
atualização das habilidades em Suporte Básico de Vida 
(SBV) deve ser revista a cada dois anos. 
Suporye básico de vida (ABC da vida) 
o A airway (passagem de ar) 
o B breathing (respiração) 
o C circulation (circulação) 
A- Passagem de Ar é obtida e mantida pela 
combinação do seguinte 
1. Estendendo a cabeça ao empurrar o queixo para 
cima com uma das mãos e empurrando a testa para trás 
com a outra mão 
2. Empurrando a mandíbula para a frente, 
pressionando os ângulos mandibulares 
3. Puxando a mandíbula para frente pela parte anterior 
4. Puxando a língua para a frente, usando material de 
sutura ou instrumento para segurar a parte anterior da 
língua 
B-Respiração é fornecida por uma das seguintes 
opções 
1. Ventilação boca-máscara 
2. Bolsa de ventilação para ressuscitação 
 
 
C- Circulação é realizada por compressões cardíacas 
externas 
 
 
 
Emergências médicas 
 
Reações de Hipersensibilidade 
Muitos medicamentos administrados a pacientes 
submetidos à cirurgia oral podem atuar como estímulos 
antigênicos, provocando reações alérgicas. Dos quatro 
tipos básicos de reações de hipersensibilidade, apenas o 
tipo I (hipersensibilidade imediata) pode causar uma 
condição grave, potencialmente fatal. As reações 
alérgicas tipo I são mediadas principalmente por 
anticorpos imunoglobulina E (IgE). Tal como acontece 
com todas as alergias, a iniciação de uma resposta de 
tipo I exige a exposição a um antígeno encontrado 
previamente pelo sistema imunitário. A nova exposição 
ao antígeno desencadeia uma série de eventos que são, 
então, expostas localmente, sistemicamente, ou de 
ambas as formas, em diferentes graus de severidade. 
As manifestações clinicas de uma reação de 
hipersensibilidade incluem eritemas, urticarias, prurido, 
angiodema, sibilo, dispneia e em casos mais graves 
anafilaxia, cianose, taquicardia, hipotensão, arritmias 
cardíacas e parada cardíaca. 
Paramentação cirúrgica 
o Gorro 
o Máscara 
o Luvas cirúrgicas 
o Óculos de proteção 
o Campos e capotes 
Passo a passo: 
1. EPI completo (máscaras, gorro, óculos de proteção e 
face shield); 
2. Antissepsia intra oral do paciente (clorexidina 0,12% - 
bochechar por 1 minuto); 
3. Degermação das mãos (com clorexidina 2% com 
tensoativos ou PVPI degermante- iodopovidona); 
4. Vestimenta do capote; 
5. Calças luvas; 
6. Campo liso de bancadas; 
7. Montagem da mesa; 
8. Antissepsia extra oral do paciente (com clorexidina a 
2% ou PVPI); 
9. Campo fenestrado para paciente; 
10. Protetor de sugadores e motores. 
Bases e princípios cirúrgicos 
Antes de iniciar qualquer procedimento cirúrgico, é 
necessária uma avaliação previa, na qual se coleta dados 
pertinentes e precisos. 
Realiza-se essa etapa por meio de entrevistas com o 
paciente e exames físicos, laboratoriais e de imagem. Isso 
pode incluir o encaminhamento para consultas com 
outros profissionais da saúde. Consultas com o paciente 
e exames físicos devem ser realizados sem pressa e de 
maneira cuidadosa. 
Necessidades básicas para cirurgia 
As necessidades básicas para a realização de um 
procedimento cirúrgico são: visibilidade, acesso adequado, 
iluminação, campo operatório limpo, organização, 
materiais estéreis, manutenção do campo, conhecimento 
dos pontos anatômicos, auxilio, manuseio atraumático do 
retalho. 
O acesso adequado requer, além da capacidade do 
paciente de abrir bem a boca, uma exposição cirúrgica 
suficientemente ampla. A retração dos tecidos a distância 
do campo operatório proporciona bem o acesso 
necessário. (A retração apropriada também protege os 
tecidos afastados de acidentalmente sofrer danos, como 
por instrumentos afiados.) 
Um campo cirúrgico livre de fluidos e debris também é 
necessário para uma visibilidade adequada. 
Atos operatórios fundamentais 
Diérese: é o ato de separar ou dividir os tecidos ou 
planos anatômicos para acesso cirúrgico. Pode ser feita 
por punção, incisão e divulsão ou descolamento. 
 
 
 
 
o Divulsão: é a cuidadosa separação dos tecidos, 
aproveitando o plano de clivagem ou sua constituição 
fascicula, como ocorre no tecido muscular. Realizada com 
instrumentos de ponta romba. Pode ser feita com 
descolador ou cureta de Molt, pinça hemostática, 
tesouras e afastadores. 
o Incisão: procedimento através do qual o bisturi 
comunica o meio externo com o interno. Pode ser feita 
com bisturi, gengivótomo de Kirkland e Orban 
 
Muitos procedimentos cirúrgicos orais e maxilofaciais 
precisam de incisões. É importante lembrar alguns 
princípios básicos ao realizar incisões. 
O primeiro princípio é que deve ser usada uma lâmina 
afiada de tamanho apropriado. Uma lâmina afiada permite 
que as incisões sejam feitas de forma limpa, sem dano 
desnecessário causado por golpes repetidos. 
O segundo princípio é que um golpe firme e contínuo 
deve ser usado ao fazer uma incisão. Golpes repetidos e 
experimentais aumentam a quantidade de tecidos 
danificados em um corte e quantidade de sangramento, 
impedindo assim a cicatrização e a visibilidade do corte. 
Golpes longos e contínuos são preferíveis a golpes 
curtos e intermitentes. 
 
O terceiro princípio é que o cirurgião-dentista deve 
cuidadosamente evitar cortar estruturas vitais ao fazer 
uma incisão. Portanto, para evitar o corte de grandes 
vasos ou nervos acidentalmente quando fizer incisões 
próximas ao local em que os principais vasos, dutos e 
nervos correm, o cirurgião-dentista deve fazer uma 
incisão profunda, o suficiente para definir a próxima 
camada principal. 
O quarto princípio é que incisões em superfícies 
epiteliais, que o cirurgião-dentista planeja reaproximar, 
devem ser feitas com a lâmina em posição perpendicular 
à superfície epitelial. Este ângulo produz bordas 
quadradas no corte, que são mais fáceis de reorientar 
propriamente durante a sutura, e é menos suscetível a 
necrose nas bordas do corte como resultado da isquemia 
das mesmas 
 
O quinto princípio é que incisões na cavidade oral 
devem ser devidamente aplicadas. Incisões em gengivas 
inseridas e sobre ossos saudáveis são mais desejáveis 
que aquelas em gengivas não inseridas, e ossos doentes 
e ausentes. Incisões aplicadas propriamente permitem 
que as margens do corte sejam suturadas intactas, que 
o osso saudável esteja pelo menos a alguns milímetros 
de distância do osso danificado, oferecendo assim 
suporte para a cicatrização do corte. 
Incisões aplicadas próximo ao dente a ser extraído 
devem ser feitas no sulco gengival, a não ser que pense 
ser necessário extirpar a gengiva marginal ou deixar a 
gengiva marginal intocada 
Planejamento do retalho 
Retalhos cirúrgicos são feitos para conseguir acesso 
cirúrgico a uma área ou para mover o tecido de um local 
para outro. Vários princípios básicos de projeto de 
retalho devem ser seguidos para prevenir as 
complicações da cirurgiade retalho: necrose, deiscência 
e dilaceração. 
Prevenção de Necrose no Retalho 
A necrose no retalho pode ser evitada se o cirurgião-
dentista atender a quatro princípios básicos do projeto 
de retalho: 
o O cume (ponta) do retalho não deve nunca ser 
maior que a base, a não ser que a artéria principal esteja 
presente na base. Retalhos devem ter lados paralelos um 
ao outro ou, preferencialmente, convergir movendo da 
base para o cume do retalho. 
Diérese
incisão divulsão 
 
 
 
o Geralmente, o comprimento de um retalho deve ter 
não mais que duas vezes a largura da base. 
Preferencialmente, a largura da base deve ser maior que 
o comprimento do retalho. A adesão estrita a este 
princípio é menos crítica na cavidade oral, mas em geral, 
o comprimento do retalho não deve jamais exceder a 
largura. 
o Quando possível, um fornecimento de sangue axial 
deve ser incluído na base do retalho. Por exemplo, um 
retalho no palato deve ser feito em relação à maior 
artéria palatina, quando possível. 
 
 
 
 
o A base dos retalhos não deve ser excessivamente 
torcida, esticada ou apertada com qualquer coisa que 
possa danificar os vasos, pois essas manobras podem 
comprometer a alimentação de suprimento de sangue e 
drenar o retalho, assim como os delicados linfáticos. 
 
 
Prevenção de Deiscência do Retalho 
A deiscência (separação) da margem do retalho é 
prevenida pela aproximação das bordas do retalho sobre 
o osso saudável, ao manusear gentilmente as bordas do 
retalho, e não colocando o retalho sobre pressão. Não 
deverá ser necessário usar nenhuma força significativa 
para unir os tecidos enquanto se sutura um corte. A 
deiscência expõe o osso subjacente e outros tecidos, 
produzindo dor, perda óssea e aumento da cicatriz. 
Prevenção da Dilaceração do Retalho 
A dilaceração de um retalho é uma complicação 
comum do cirurgião-dentista inexperiente que tenta 
realizar um procedimento usando um retalho que 
ofereça acesso insuficiente. Porque uma incisão longa 
devidamente reparada cicatriza tão rápido quanto uma 
incisão curta, é preferível criar um retalho no começo da 
cirurgia que seja grande o suficiente para o cirurgião-
dentista evitar rompimento forçado ou interromper a 
cirurgia para estender a incisão. 
Retalhos de envelope são aqueles criados por incisões 
que produzem um retalho de uma face. Um exemplo é 
uma incisão feita ao redor do colo de vários dentes para 
expor o osso alveolar sem quaisquer incisões de 
liberação verticais. No entanto, se um retalho de envelope 
não oferecer acesso suficiente, outra incisão (relaxante) 
deve ser feita para prevenir a dilaceração do retalho. 
 
Incisões de liberação verticais (oblíquas) devem 
geralmente ser colocadas no espaço de um dente inteiro 
anteior à área de qualquer remoção óssea antecipada. A 
incisão é geralmente iniciada no ângulo da linha de um 
dente ou na papila interdental adjacente e é realizada 
obliquamente apical na gengiva retirada. A necessidade 
por mais de uma incisão de liberação é incomum quando 
usa um retalho para ganhar acesso cirúrgico oral de 
rotina. 
 
Exérese 
Tempo cirúrgico em que é realizada a remoção de 
uma parte ou totalidade de um órgão ou tecido, visando 
o diagnóstico, o controle ou a resolução da intercorrência. 
Cirurgia propriamente dita, sem necessidade de remoção 
de algum órgão ou estrutura. 
 
Hemostasia 
Prevenção de perda excessiva de sangue durante a 
cirurgia é importante para preservar a capacidade de 
armazenar oxigênio do paciente. No entanto, manter a 
hemostasia meticulosa durante a cirurgia é necessário 
por outras razões importantes. Uma é a diminuição da 
 
 
 
visibilidade criada por sangramento incontrolável. Mesmo 
uma sucção de alto volume não pode manter um campo 
cirúrgico completamente seco, particularmente nas 
regiões bem vascularizadas oral e maxilofacial. 
Outro problema que causa sangramento é a formação 
de hematomas. Esses colocam pressão nos cortes, 
diminuindo a vascularidade. Eles aumentam a tensão nas 
bordas do corte. E eles agem como meios de cultura, 
potencializando o desenvolvimento de infecções no 
corte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Meios para Promover Hemostasia do Corte 
Hemostasia do corte pode ser obtida por quatro meios. 
O primeiro é auxiliando mecanismos hemostáticos 
naturais. Geralmente realizado utilizando uma esponja de 
tecido para colocar pressão nos vasos que estão 
sangrando ou colocando um hemostático em um vaso. 
Ambos os métodos causam estagnação do sangue nos 
vasos, o que promove coagulação. 
Um segundo meio de obter hemostasia é pelo uso do 
calor para fundir a ponta dos vasos cortados (coagulação 
térmica). O calor é geralmente aplicado por uma corrente 
elétrica que o cirurgião-dentista concentra no vaso em 
sangramento, segurando o vaso com um instrumento de 
metal, tal como, um hemostato, ou tocando o vaso 
diretamente com a ponta do bisturi elétrico. 
O terceiro meio de ministrar hemostase cirúrgica é 
através de ligadura. Se um vaso de tamanho considerável 
for cortado, cada ponta é segurada com um hemostato. 
O cirurgião dentista então amarra suturas não 
absorvíveis ao redor do vaso. Se um vaso pode ser 
dissecado livre do tecido conjuntivo ao redor, antes que 
seja cortado, duas pinças hemostáticas podem ser 
colocados no vaso com espaço suficiente entre elas para 
cortar o vaso. Uma vez que o vaso seja cortado, suturas 
são amarradas em volta de cada ponta e as pinças 
hemostáticas são removidas. 
O quarto meio para ministrar hemostase é colocar no 
corte substâncias de vasoconstrição, tais como, 
epinefrina, ou aplicar pró-coagulantes, tais como trombina 
ou colágeno no corte. A epinefrina funciona como um 
vasoconstritor mais efetivamente quando colocada no 
local em que deseja a vasoconstrição por pelo menos 7 
minutos antes da cirurgia começar. 
Forma de obter hemostasia: 
o Temporária: compressão digital; pinçar o vaso, 
tamponamento com gaze e uso de vasoconstritores. 
o Definitiva.: anastomose do vaso ou cauterização do 
mesmo. 
 
Síntese 
É o conjunto de manobras para união dos tecidos com 
finalidade de restituir o seu estado anatômico e funcional 
Agulha para sutura: possuem diferentes tamanhos e 
estes estão relacionados com um semi-circulo. Todas –
possuem 3 componentes básicos: a conexão final, o 
corpo e a extremidade (triangular ou cilíndrica). 
Sutura não absorvível: seda- trançada; 
Nylonmonofilamentar; poliéster-trancado; 
Sutura absorvível: Categute simples- de origem animal; 
Vicryl; Poliglicóica-trançado; monocrylmonofilamentar. 
Forma e espessura do fio: a forma pode ser 
monofilamentar, composto apenas por um único fio, ou 
miltifilamentar, composto pela união de vários fios. Dentro 
dos multifilamentares, podemos classifica-los em torcido, 
trançado e trançado revertido 
 
Já a espessura do fio está relacionada a espessura do 
fio em milímetros e se encontra de forma decrescente, 
sendo o 2-0 um fio mais calibroso que o fio 6-0. 
Tipos de sutura: sutura simples, em X, colchoeiro 
vertical, continua, colchoeiro horizontal ou em U. 
 
 
 
 
 
 
Estado geral da saúde e cicatrização de 
feridas do paciente 
A cicatrização apropriada do corte depende da 
capacidade do paciente de resistir a infecções, de 
fornecer nutrientes essenciais para usar como materiais 
de construção, e executar processos celulares 
reparadores. Inúmeras condições médicas prejudicam a 
capacidade do paciente de resistir a infecções e cicatrizar 
cortes. Isto inclui condições que estabelecem um estado 
catabólico de metabolismo que impede entrega de 
oxigênio ou nutrientes aos tecidos, ou que requerem 
administração de drogas ou agentes físicos que 
interferem com células imunológicas ou cicatrização de 
cortes. 
 Exemplos de doenças que induzem um estado 
metabólico catabólico inclui: 
o Tipo I de diabetes melitus mal controlada, 
o Doença hepática ou renal em estágio final 
o Doenças malignas. 
Condições que interferem na entrega de oxigênio ou 
nutrientes a tecidos lesionadosincluem doença pulmonar 
obstrutiva crônica (DPOC) grave, insuficiência cardíaca 
congestiva (ICC) descompensada, e toxicodependências 
tais como alcoolismo. 
Doenças que requerem a administração de 
medicamentos que interferem com as defesas do 
hospedeiro ou capacidade de cicatrizar cortes incluem 
doenças autoimunes para as quais é dada uma terapia de 
corticosteroides a longo prazo e malignidades para as 
quais são usados agentes citotóxicos e irradiação. 
Técnicas específicas para remoção de cada 
dente 
Dentes Maxilares 
Incisivos 
Os incisivos maxilares são extraídos com o fórceps 
universal superior (nº 150), apesar de outros fórceps 
poderem ser usados. Incisivos maxilares geralmente têm 
raízes cônicas, com os laterais sendo levemente mais 
longos e mais delgados. O incisivo lateral é mais provável 
de também ter uma curvatura distal no terço apical da 
raiz, então isso deve ser conferido radiograficamente 
antes de o dente ser extraído. O osso alveolar é fino no 
lado vestibular e mais denso no lado palatino, o que indica 
que a maior expansão do processo alveolar será na 
direção vestibular. O movimento inicial é lento, constante, 
e firme na direção vestibular, o que expande a crista 
óssea vestibular. Uma força palatina menos vigorosa é 
usada então, seguida de uma força rotacional lenta e 
firme. Movimentos rotacionais devem ser minimizados 
para o incisivo lateral, especialmente se a curvatura existe 
no dente. O dente é removido na direção labioincisal com 
pequena quantidade de força de tração. 
 
Caninos 
O canino maxilar é normalmente o dente mais longo da 
boca. A raiz é oblonga em seção transversal e 
normalmente produz uma protuberância chamada 
eminência canina na superfície anterior da maxila. O 
resultado é que o osso sobre o aspecto labial dos caninos 
maxilares é usualmente fino. Apesar do osso labial fino, 
esse dente pode ser difícil de extrair simplesmente por 
causa da sua longa raiz e área superficial larga para a 
presença de ligamento periodontal. Além disso, não é 
incomum um segmento de osso alveolar vestibular 
fraturar da lâmina labial e ser removida com o dente. 
O fórceps universal superior (nº 150) é o instrumento 
preferido para remover o canino superior, após elevação. 
Como todas as extrações a colocação inicial das pontas 
do fórceps no canino deve ser o mais apical possível. O 
movimento inicial é apical e depois para o lado vestibular, 
com retorno da pressão para o lado palatino. Enquanto o 
osso expande e o dente fica com mobilidade o fórceps 
deve ser reposicionado apicalmente. Uma pequena 
quantidade de força rotacional pode ser usada na 
 
 
expansão do alvéolo dentário, especialmente se dentes 
adjacentes estão ausentes ou acabam de ser extraídos. 
Após o dente ter sido bem luxado, é removido do alvéolo 
na direção labioincisal com forças de tração labiais 
. 
Primeiro pré-molar 
O primeiro pré-molar maxilar é unirradicular nos 
primeiros dois terços, com a bifurcação na raiz 
vestíbulo-lingual normalmente ocorrendo do terço apical 
até a metade. Essas raízes podem ser extremamente 
finas e sujeitas a fratura, especialmente em pacientes 
mais velhos nos quais a densidade óssea é grande e a 
elasticidade óssea está diminuída. Talvez a fratura de raiz 
mais comum durante a extração de dentes em adultos 
ocorra com este dente. Quanto aos outros dentes 
maxilares, o osso vestibular é fino comparado com o 
osso palatino. 
O fórceps superior universal (nº 150) é instrumento de 
escolha. Como alternativa, o fórceps nº 150 pode ser 
usado para a remoção do primeiro pré-molar maxilar. 
Devido à grande probabilidade de fratura radicular, o 
dente deve ser luxado o máximo possível com a 
alavanca reta. Se ocorrer fratura de raiz, uma ponta de 
raiz solta pode ser removida mais facilmente que uma 
que não tenha sido bem luxada. 
Devido à bifurcação do dente em duas raízes de 
pontas finas, as forças de extração devem ser 
cuidadosamente controladas durante a remoção do 
primeiro pré-molar superior. Movimentos iniciais devem 
ser vestibulares. Movimentos palatinos são feitos com 
pequenas quantidades de força para prevenir fratura da 
ponta palatina da raiz, que é mais difícil de recuperar. 
Quando o dente é luxado vestibularmente, é mais 
provável que a raiz que se quebre seja a palatina. Das 
duas pontas da raiz, a vestibular é mais fácil de recuperar 
devido ao osso fino que a recobre. Assim, como em 
outros dentes maxilares, pressões vestibulares devem 
ser maiores que pressões palatinas. Qualquer força 
rotacional deve ser evitada. Remoção final do dente do 
alvéolo é feita com força tradicional em direção oclusal 
e levemente vestibular. 
 
Segundo pré-molar 
O segundo pré-molar superior é unirradicular no 
completo comprimento da raiz. A raiz é grossa e tem 
uma extremidade romba. Consequentemente, a raiz do 
segundo pré-molar raramente se quebra. O osso 
alveolar que o cobre é similar ao de outros dentes 
maxilares sendo fino no aspecto vestibular, com lâmina 
alveolopalatina densa. 
O fórceps recomendado é o universal maxilar, ou o nº 
150; alguns cirurgiões preferem o fórceps nº 150A. Os 
fórceps são forçados o mais apicalmente possível para 
que ganhem maior vantagem mecânica na remoção 
desse dente. Como a raiz do dente é forte e robusta, a 
extração requer movimentos fortes de vestibular de 
volta para o palato, e depois na direção vestíbulo-oclusal 
tracionando com força rotacional. 
 
Molares 
O primeiro molar maxilar tem três raízes grandes e 
fortes. Raízes vestibulares são normalmente mais 
próximas, e as raízes palatinas divergem largamente na 
direção do palato. Se as duas raízes vestibulares também 
forem muito divergentes, torna-se difícil remover este 
dente por extração fechada. Mais uma vez, o osso 
alveolar que o cobre é similar aos outros dentes na 
maxila; a lâmina vestibular é fina e a lâmina cortical 
palatina é grossa e densa 
 
 
Se o seio está próximo às raízes e estas forem muito 
divergentes, perfuração sinusal causada pela remoção 
de uma porção do assoalho do seio durante a remoção 
do dente é bastante provável. Se isso parece ser 
provável após a avaliação pré-operatória, o 
cirurgiãodentista deve considerar fortemente uma 
extração cirúrgica. 
Os fórceps pareados nº 53R e nº 53L são 
normalmente usados para extração dos molares 
maxilares. Esses dois fórceps têm projeções nas pontas 
vestibulares para caber na bifurcação vestibular. Alguns 
cirurgiões preferem usar o fórceps nº 89 e nº 90. Esses 
dois fórceps são especialmente úteis se a coroa do 
molar tem cáries extensas ou grandes restaurações. 
Os fórceps para molares superiores são adaptados ao 
dente e ajustados o mais apicalmente possível da 
maneira usual. O movimento básico de extração é usar 
pressões vestibulares e palatinas fortes, com maiores 
forças na direção vestibular em vez da palatina. Forças 
rotacionais não são úteis para extração deste dente 
devido às suas três raízes. Assim, se o dente tem raízes 
muito divergentes e o cirurgião-dentista suspeita que 
uma raiz pode estar fraturada, o dente deve ser luxado 
de tal forma que previna fratura da raiz palatina. O 
cirurgião-dentista deve minimizar a força palatina porque 
esta força fratura a raiz palatina. Pressão vestibular forte, 
lenta e constante expande a lamina vestibulocortical e 
rompe as fibras do ligamento periodontal que seguram 
a raiz palatina em posição. Forças palatinas devem ser 
usadas, mas mantidas no mínimo. 
 
A anatomia do segundo molar maxilar é similar à do 
primeiro molar maxilar exceto pelo fato de que as raízes 
tendem a ser menores e menos divergentes, com as 
raízes vestibulares mais comumente fusionadas em uma 
única raiz. Isso significa que o dente é mais facilmente 
extraído pela mesma técnica descrita para o primeiro 
molar. 
O terceiro molar irrompido frequentemente tem 
raízes cônicas e é usualmente extraído com os fórceps 
nº 210S, que é o fórceps universal usado para o lado 
direito e esquerdo. O dente é normalmente removidofacilmente porque o osso vestibular é fino e as raízes 
são normalmente fusionadas e cônicas. O terceiro molar 
irrompido também é frequentemente extraído com o 
uso apenas de alavancas. Visualização clara dos terceiros 
molares maxilares na radiografia pré-operatória é 
importante porque a anatomia das raízes deste dente é 
variável e frequentemente raízes pequenas dilaceradas 
e com ganchos existem nesta região. A recuperação de 
raízes fraturadas nesta região é difícil devido a maior 
limitação do acesso. 
Dentes Mandibulares 
Dentes anteriores 
Incisivos mandibulares e caninos são similares em 
formato, com os incisivos sendo menores e levemente 
mais finos, e as raízes dos caninos sendo maiores e mais 
densas. As raízes dos incisivos são mais passíveis de 
fratura, porque elas são finas, e assim, elas devem ser 
removidas apenas após adequada luxação pré-extração. 
O osso alveolar que cobre os incisivos e os caninos é 
fino nos lados labial e lingual. O osso sobre o canino pode 
ser mais grosso, especialmente no aspecto lingual. 
O fórceps universal inferior (nº 151) é normalmente 
usado para remover esses dentes. As pontas dos 
fórceps são posicionadas no dente e ajustadas 
apicalmente com grande força. Os movimentos de 
extração são geralmente em direção vestibular e lingual, 
com igual pressão em ambos os sentidos. Uma vez que 
o dente esteja luxado e móvel, movimentos rotacionais 
podem ser usados para expandir mais o osso alveolar. O 
dente é removido do alvéolo com forças tradicionais na 
direção labioincisal. 
 
Pré-molares 
Pré-molares mandibulares estão entre os dentes mais 
fáceis de remover. As raízes tendem a ser retas e 
 
 
cônicas, embora algumas vezes finas. O osso alveolar 
que o cobre é fino no aspecto bucal e mais denso no 
lado lingual. 
O fórceps universal inferior (nº 151) é normalmente 
escolhido para a extração dos prémolares mandibulares. 
O fórceps nº 151A e o fórceps estilo inglês são 
alternativas populares para extração desses dentes. 
Os fórceps são forçados apicalmente o mais longe 
possível, com os movimentos básicos na direção 
vestibular, retornando ao aspecto lingual, e finalmente, 
rodando. Movimento rotacional é usado mais na 
extração desses dentes do que em quaisquer outros, 
exceto, talvez, pelos incisivos centrais maxilares. Os 
dentes são então removidos na direção oclusovestibular. 
Se existir alguma curvatura de raiz, o movimento 
rotacional deve ser reduzido ou eliminado no 
procedimento de extração. 
 
Molares 
Molares mandibulares normalmente têm duas raízes, 
com as raízes do primeiro molar mais amplamente 
divergentes que as do segundo molar. Adicionalmente, 
as raízes podem convergir no ápice. 
Os fórceps nº 17 são normalmente usados para 
extração dos molares mandibulares; esses fórceps têm 
pequenas projeções nas pontas e ambos os bicos para 
caber na bifurcação das raízes dos dentes. Os fórceps 
são adaptados à raiz do dente na forma usual, e a 
pressão apical é aplicada para ajustar os fórceps o mais 
apicalmente possível. Movimento vestíbulo-lingual forte 
é usado para expandir o alvéolo ósseo e permitir que o 
dente seja extraído na direção vestíbulo-oclusal. O osso 
alveolar lingual ao redor do segundo molar é mais fino 
que a lâmina vestibular, para que o segundo molar possa 
ser removido mais facilmente com pressão lingual em 
vez de pressão vestibular. 
 
 
 
 
Se as raízes forem claramente bifurcadas, o fórceps 
nº 23, ou fórceps chifre de vaca, pode ser usado. Este 
instrumento é desenhado para ser forçado com as alças 
apertando assim as pontas dentro da bifurcação. Isso cria 
uma força contra a crista alveolar no aspecto 
vestibulolingual e literalmente força os dentes para cima 
e diretamente para fora do alvéolo. Se isso não obtiver 
sucesso inicialmente, os fórceps são usados em 
movimentos vestibulolinguais para expandir o osso 
alveolar, e as alças do fórceps são movidas para cima e 
para baixo para ajustar as pontas mais profundamente 
na furca. Maior pressão das alças do fórceps é feita. 
 
Terceiros molares mandibulares irrompidos 
normalmente têm raízes cônicas. Como a bifurcação 
não é comum, o fórceps nº 222 – de pontas curtas, 
angulado – é usado para extrair esses dentes. A lâmina 
óssea lingual é definitivamente mais fina que a lâmina 
cortical vestibular, então a maioria das forças de 
extração deve ser feita para a lingual. O terceiro molar 
é removido na direção oclusolingual. Os terceiros 
molares mandibulares irrompidos que estão em função 
podem ser decepcionantemente difíceis de extrair. O 
cirurgião-dentista deve levar em consideração usar a 
alavanca reta e alcançar determinado grau de luxação 
antes da aplicação do fórceps. A pressão deve ser 
aumentada gradualmente, e tentativas de mover o 
dente devem ser feitas antes que fortes pressões finais 
sejam feitas. 
 
 
 
 
Terapêutica medicamentosa em cirurgia 
oral 
Na clínica odontológica, a dor invariavelmente é de 
caráter inflamatório, e pode ser classificada como aguda, 
quando é de curta duração, ou crônica, de curso mais 
prolongado, em geral relacionada a certos tipos de 
distúrbios da articulação temporomandibular. 
Toda intervenção cirúrgica odontológica provoca 
destruição tecidual, gerando respostas inflamatórias 
agudas. Essas reações se caracterizam pela presença de 
dor, que pode ser acompanhada por edema (inchaço) e 
limitação da função mastigatória. 
A defesa do nosso organismo é feita de diferentes 
formas, imunidade inata e adaptativa. Ambos são ativadas 
igualmente mediante a uma agressão tecidual, sendo a 
imunidade inata atualmente de forma mais rápida. 
 
Os sinais cardinais ocorrem em casos de inflamação 
aguda, na qual tem duração de até 3 dias. São o calor, 
tumor, rubor, dor e perda de função. Esses sinais ocorrer 
a partir da falha do sistema imune inato. 
o Alterações vasculares: vasoconstrição periférica 
imediata, vasodilatação mediata (hiperemia), aumento da 
permeabilidade vascular, queda acentuada do fluxo 
sanguíneo, marginação leucocitária (leucodiapedese) 
o Mediadores químicos: histamina (dilatação de 
pequenos vasos, aumento da permeabilidade vascular) e 
prostaglandinas (derivadas do ácido araquidônico, COX-1 
e 2, ação agregante plaquetaria e vasodilatadora), 
Leocutrienos 
 
Seguindo com o fracasso do sistema imunológico, ativa-
se o sistema complemento. 
 
Mecanismos da dor inflamatória 
Nociceptores são receptores sensoriais que enviam 
sinais que causam a percepção da dor. Não captam, 
respondem ou sentem estímulos normais, ou seja, 
somente desencadeiam o reflexo da dor quando 
estimulados por uma ameaça em potencial ao organismo. 
Os nociceptores envolvidos no processo da dor 
inflamatória são polimodais (sensíveis a diferentes tipos 
de estímulos) e de alto limiar de excitabilidade. Isso 
significa que um mínimo estímulo nociceptivo (mecânico, 
térmico ou químico) é incapaz de ativá-los caso se 
encontrem em seu estado normal.1 
Entretanto, os nociceptores podem se tornar sensíveis 
ao receber um estímulo que normalmente não provoca 
dor, condição está denominada alodinia. Os nociceptores 
também podem se tornar ainda mais sensíveis aos 
estímulos nociceptivos (que causam dor), estado que 
recebe o nome de hiperalgesia. 
Basicamente, a hiperalgesia é decorrente de dois 
eventos bioquímicos: a maior entrada de íons cálcio nos 
nociceptores e a estimulação da adenilato ciclase no 
tecido neuronal, que propicia o aumento dos níveis de 
AMPc (monofosfato de adenosina cíclico). 
Como consequência, são gerados impulsos nervosos 
que chegam ao sistema nervoso central (SNC), 
amplificando e mantendo a sensação dolorosa. 
Tais alterações bioquímicas são decorrentes da síntese 
contínua de mediadores químicos originários das células 
envolvidas no processo inflamatório (residentes ou que 
migraram dos vasos sanguíneos). 
Tais mediadores são genericamente chamados de 
autacoides, substâncias naturais do organismo com 
 
 
estruturas químicas e distintas atividades fisiológicase 
farmacológicas. 
 
Produtos do metabolismo do ácido 
araquidônico 
As prostaglandinas e os leucotrienos (produtos do 
metabolismo do ácido araquidônico), além de outros 
autacoides, tornam os nociceptores mais permeáveis à 
entrada de íons cálcio. Esse evento dá início à 
sensibilização dos nociceptores, tornando-os suscetíveis 
ao menor estímulo. 
O ácido araquidônico é um derivado do ácido linoleico, 
proveniente da dieta, que após sua ingestão é 
esterificado como componente dos fosfolipídeos das 
membranas celulares e outros complexos lipídicos. 
Toda vez que ocorre lesão tecidual (p. ex., na remoção 
de um terceiro molar incluso), o organismo dá início à 
resposta inflamatória. O “disparo do gatilho” é dado pela 
ativação de uma enzima chamada fosfolipase A2, que irá 
atuar nos fosfolipídeos das membranas das células 
envolvidas no processo inflamatório, liberando ácido 
araquidônico no citosol. 
Por ser muito instável, o ácido araquidônico sofre a 
ação de dois outros sistemas enzimáticos, o sistema da 
cicloxigenase e o da 5-lipoxigenase, produzindo 
autacoides, responsáveis pelo estado de hiperalgesia. 
 
 
A via cicloxigenase (COX) 
Pela ação da enzima cicloxigenase, o ácido araquidônico 
irá gerar substâncias que produzem diferentes efeitos, 
em função do tipo celular envolvido. 
A COX-1 é encontrada em grandes quantidades nas 
plaquetas, nos rins e na mucosa gástrica, na forma de 
enzima constitutiva (ou seja, sempre presente). 
Pela ação dessa enzima, as prostaglandinas são geradas 
de forma lenta e estão envolvidas com processos 
fisiológicos, como a proteção da mucosa gástrica, a 
regulação da função renal e a agregação plaquetária. Em 
outras palavras, pela ação da COX-1 as prostaglandinas 
são formadas em condições de normalidade, sem 
precisar de estímulos inflamatórios. 
A COX-2, por sua vez, está presente em pequenas 
quantidades nos tecidos. Sua concentração é 
drasticamente aumentada em até 80 vezes após um 
estímulo inflamatório, daí ser chamada de cicloxigenase 
pró-inflamatória. 
Portanto, em função do tipo celular envolvido, e 
dependendo da ação enzimática da COX-1 ou da COX-2, 
o ácido araquidônico irá produzir metabólitos ativos com 
efeitos diferentes. 
Como exemplo, as células injuriadas do local inflamado 
irão produzir prostaglandinas; as células endoteliais, que 
revestem as paredes dos capilares sanguíneos, irão gerar 
prostaciclina; as plaquetas, por sua vez, irão liberar 
tromboxanas. 
As prostaglandinas irão promover aumento na 
permeabilidade vascular, gerando edema. Além disso, 
potencializam os efeitos de outros autacoides, como a 
histamina e a bradicinina. 
Convém lembrar que a lesão tecidual também irá servir 
de sinalizador para que as células fagocitárias (macrófagos 
e neutrófilos) produzam mais prostaglandinas 
diretamente no local inflamado, estimulando a liberação 
de outras substâncias que também possuem 
propriedades pró-inflamatórias, com destaque para a 
interleucina-1 (IL-1) e o fator ativador de plaquetas (PAF). 
A via 5-lipoxigenase (LOX) 
Por esta via de metabolização do ácido araquidônico, 
são gerados autacoides denominados leucotrienos (LT), 
como produtos finais. Dentre eles, o leucotrieno B4 
(LTB4) parece estar envolvido no processo de 
 
 
hiperalgesia, sendo também considerado como um dos 
mais potentes agentes quimiotáticos para neutrófilos.1 
Portanto, entende-se que o LTB4 atrai os neutrófilos 
e outras células de defesa para o sítio inflamado, as quais 
se encarregam de fagocitar e neutralizar corpos 
estranhos ao organismo. Tal ação poderá resultar em 
mais lesão tecidual, que novamente dispara o gatilho para 
a formação de mais autacoides, e assim por diante.1 
Além do LTB4, a somatória de outros leucotrienos 
(LTC4, LTD4 e LTE4), também formados pela via 5-
lipoxigenase, parece constituir a substância de reação 
lenta da anafilaxia (SRS-A). 
 
 
A participação dos neutrófilos no processo de 
hiperalgesia 
Os neutrófilos são as principais células efetoras da 
resposta inflamatória aguda. Imediatamente após a lesão 
tecidual, ocorre a migração e o acúmulo dessas células 
no local injuriado, participando diretamente da 
nocicepção. 
Regime analgésico para uso em clínicas 
odontológicas 
o Analgesia preemptiva: tem início antes do estímulo 
nocivo, ou seja, previamente ao trauma tecidual. Neste 
regime, são empregados fármacos que previnem a 
hiperalgesia, que pode ser complementada pelo uso de 
anestésicos locais de longa duração. 
o Analgesia preventiva: o regime tem início 
imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do 
início da sensação dolorosa. Em termos práticos, a 
primeira dose do fármaco é administrada ao final do 
procedimento (com o paciente ainda sob os efeitos da 
anestesia local), seguida pelas doses de manutenção no 
pós-operatório, por curto prazo. 
o Analgesia perioperatória: o regime é iniciado antes 
da lesão tecidual e mantido no período pós-operatório 
imediato. A justificativa para isso é de que os mediadores 
pró-inflamatórios devem manter-se inibidos por um 
tempo mais prolongado, pois a sensibilização central 
pode não ser prevenida se o tratamento for 
interrompido durante a fase aguda da inflamação. 
Classificação dos analgésicos e anti-
inflamatórios 
Dos critérios de classificação dos analgésicos e anti-
inflamatórios, o mais importante é o que se baseia nos 
mecanismos de ação farmacológica. 
Fármacos que inibem a síntese da cicloxigenase (COX) 
Deste grupo faz parte uma importante família de anti-
inflamatórios não esteroides (ou AINEs). 
A substância-padrão do grupo é o ácido acetilsalicílico 
(AAS), que tem atividade analgésica e antitérmica quando 
empregado nas doses de 500-650 mg, em adultos. Para 
se obter uma ação anti-inflamatória, são necessários 4-5 
g diários. 
Ao contrário, em pequenas doses (40-100 mg), o AAS 
inibe a agregação plaquetária, sendo muito empregado 
na prevenção ou reincidência de fenômenos 
tromboembólicos, em portadores de doenças do sistema 
cardiovascular. 
A potência anti-inflamatória dos AINEs varia de acordo 
com sua meia-vida plasmática e com a dose empregada. 
 
 A indometacina, por exemplo, um dos primeiros AINEs 
introduzidos no mercado farmacêutico, inibe igualmente 
a COX-1 e a COX-2. Isso resulta em uma boa eficácia, por 
sua ação na COX-2, porém com efeitos adversos 
inaceitáveis, por sua ação na COX-1, principalmente se 
empregada por tempo prolongado. 
O interesse científico e clínico pela síntese desses 
novos fármacos dependia do equilíbrio de sua atividade 
inibidora sobre as duas formas de cicloxigenase. 
 
 
De fato, pensava-se que quanto mais potente fosse a 
inibição exercida sobre a COX-1 em relação à COX-2, 
maiores seriam as reações adversas do medicamento, 
como a irritação da mucosa gastrintestinal ou alterações 
da função renal, entre outras. O contrário aconteceria 
quando prevalecesse a inibição sobre a COX2. O 
raciocínio lógico levaria à conclusão de que o AINE ideal 
seria aquele que apresentasse 100% de atividade inibidora 
da COX-2 e nenhuma da COX-1. 
 
Deu-se início, então, à era dos chamados coxibes 
(celecoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe, parecoxibe, 
etoricoxibe e lumiracoxibe), que reuniam as duas 
qualidades ideais de um AINE: alta eficácia e baixa 
toxicidade, por inibirem a COX-2 de forma seletiva ou 
praticamente específica. 
Porém, o desenvolvimento desses fármacos não levou 
em conta outros riscos trazidos pela inibição seletiva da 
COX-2, uma vez que esta enzima também desempenha 
papel importante em alguns processos fisiológicos, como 
a regulação renal da excreção de sal através da renina, 
a homeostasia da pressão arterial e o controle da 
agregação plaquetária pelo endotélio vascular. 
Conforme o papel fisiológico das prostaglandinas foi 
sendo mais bem entendido, tornou-se evidente que a 
ativação da COX-1 também tem participação no início da 
resposta inflamatória e, por outro lado, a ativação da 
COX-2 nem sempre está associada somente a 
processospatológicos. 
Ficou demonstrado que, por inibirem a síntese de 
prostaciclina, os coxibes reduzem uma das defesas 
preliminares do endotélio vascular contra a hipertensão, 
a aterosclerose e a agregação plaquetária, além de 
promoverem um desequilíbrio a favor da vasoconstrição. 
Assim, o uso crônico dos coxibes pode aumentar o risco 
de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio, 
acidentes vasculares encefálicos, hipertensão arterial e 
falência cardíaca. 
Por esse motivo, os coxibes devem ser evitados em 
pacientes portadores de hipertensão arterial, doença 
cardíaca isquêmica ou com história de acidentes 
vasculares encefálicos. Nas demais situações, deve-se 
empregar a menor dose eficaz pelo menor tempo de 
duração possível. 
Tem um custo alto para o paciente e meia vida 
reduzida na presença de alimento. Bextra, Celebra e 
Arcoxia são exemplos de medicamentos da família 
coxibe, e necessitam de receituário especial. 
 
Coxibes: contraindicados para portadores de 
hipertensão arterial, doença cardíaca isquêmica ou com 
história de acidentes vasculares encefálicos 
 
Ação farmacológica Nome genérico 
Inibidores não seletivos 
para a COX-2 
Ibuprofeno, cetoprofeno, 
diclofenaco, cetorolaco, 
piroxicam e tenoxicam 
Inibidores seletivos para a 
COX-2 
Etoricoxibe, celecoxibe, 
meloxicam e nimesulida 
Quando e como empregar os AINEs 
Os AINEs são indicados para o controle da dor aguda 
de intensidade moderada a severa, no período pós-
operatório de intervenções odontológicas eletivas, como 
a exodontia de inclusos, as cirurgias periodontais, a 
colocação de implantes múltiplos, os procedimentos de 
enxertias ósseas, etc. 
O regime mais eficaz com os AINEs é o de analgesia 
preventiva, introduzido imediatamente após a lesão 
tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. Em 
termos práticos, a primeira dose é administrada ao final 
do procedimento (paciente ainda sob os efeitos da 
anestesia local), seguida das doses de manutenção, por 
curto período de tempo. 
Os AINEs também podem ser úteis no controle da dor 
já instalada, decorrente de processos inflamatórios 
agudos (p. ex., pericementites), como complemento dos 
procedimentos de ordem local (remoção da causa). 
 
 
 
Nome genérico 
 
Dose 
Intervalo entre as 
doses de 
manutenção 
Cetorolaco 
(sublingual) 
10 mg 8 hr 
Diclofenaco de 
potássio 
50 mg 8-12 hr 
Ibuprofeno 400-600 mg 8-12 hr 
Nimesulida 100 mg 12 hr 
Cetoprofeno 150 mg 24hr 
Piroxicam 20 mg 24 hr 
Tenoxicam 20 mg 24 hr 
Meloxicam 15 mg 24 hr 
Celecoxibe 200 mg 12- 24 hr 
Etoricoxibe 60 – 90 mg 24 hr 
Diclofenacos 
É um anti-inflamatório não esteroidal muito utilizado 
para dores agudas, tanto o diclofenaco sódico ou o 
potássico. Suas vantagens incluem baixo custo, potente 
ação anti-inflamatória, porém apresenta graves efeitos 
colaterais gastrointestinais. 
Nimesulida 
É um AINE, que inibe seletivamente a ação da COX 2 
e atinge outras vias de modulação da inflamação 
(histamina e fosfolipase tipo IV) 
 Toragesic – Trometamol cetorolaco 
É um AINE de uso sublingual, indicado para dores 
agudas por ter uma rápida ação analgésica, porém não 
deve ser utilizado com outro AINE. Tem ação anti-
agregante plaquetária. 
 
Duração do tratamento 
A dor decorrente de procedimentos odontológicos 
cirúrgicos eletivos perdura, em geral, por um período de 
24 h, com o pico de intensidade sendo atingido entre 6 
e 8 h pós-cirúrgicas. Da mesma forma, o edema 
inflamatório atinge seu ápice após 36 h do procedimento. 
Com base nesse conceito, a duração do tratamento 
com os AINEs deve ser estabelecida por um período 
máximo de 48 a 72 h. Se o paciente acusar dor intensa 
e exacerbação do edema após esse período, o 
profissional deverá suspeitar de alguma complicação de 
ordem local e agendar uma nova consulta para reavaliar 
o quadro clínico. 
AINEs: precauções e contraindicações 
A duração do tratamento com AINEs na clínica 
odontológica quase sempre é restrita. Por isso, a 
incidência de efeitos adversos clinicamente significativos 
é muito mais rara do que na clínica médica. 
Apesar disso, a Anvisa faz algumas considerações 
gerais a respeito da prescrição dos AINEs, que 
encontram suporte científico na literatura e também 
interessam ao cirurgião-dentista. 
o A ação analgésica e anti-inflamatória dos inibidores 
seletivos da COX-2 não é superior àquela apresentada 
pelos inibidores não seletivos (que atuam na COX-1 e na 
COX-2). 
o O uso dos coxibes (celecoxibe e etoricoxibe, no 
Brasil) deve ser considerado exclusivamente para 
pacientes com risco aumentado de sangramento 
gastrintestinal, mas sem risco simultâneo de doença 
cardiovascular. 
o Não há estudos que demonstrem a segurança da 
utilização dos inibidores seletivos da COX2 em pacientes 
< 18 anos. 
o Na prescrição de qualquer inibidor da COX-2, deve-
se usar a menor dose efetiva pelo menor tempo 
necessário de tratamento. 
o É contraindicado o uso de inibidores seletivos da 
COX-2 em pacientes que fazem uso contínuo de 
antiagregantes plaquetários, como a aspirina ou o 
clopidogrel. 
o O uso concomitante de piroxicam, ibuprofeno (e 
provavelmente outros AINEs) com a varfarina, um 
anticoagulante, pode potencializar o efeito anticoagulante 
desta e provocar hemorragia. 
o O uso concomitante dos AINEs com certos anti-
hipertensivos pode precipitar uma elevação brusca da 
pressão arterial sanguínea. 
o Deve-se evitar a prescrição dos inibidores da COX 
a pacientes com história de infarto do miocárdio, angina 
ou stents nas artérias coronárias, pelo risco aumentado 
de trombose, especialmente em idosos. 
o Todos os AINEs podem causar retenção de sódio 
e água, diminuição da taxa de filtração glomerular e 
 
 
aumento da pressão arterial sanguínea, particularmente 
em idosos. 
Paracetamol 
Além do ácido acetilsalicílico e dos AINEs, o paracetamol 
também é classificado como um inibidor da cicloxigenase, 
apesar de quase não apresentar atividade anti-inflamatória 
(é um fraco inibidor da COX-1 e da COX-2). Por esse 
motivo, é empregado apenas como analgésico em 
procedimentos odontológicos em que há expectativa ou 
presença de dor de intensidade leve a moderada, não 
interferindo na produção de edema. 
Há evidências mais recentes de que o efeito analgésico 
do paracetamol pode ser atribuído a uma ação direta no 
SNC, pela ativação das vias serotoninérgicas 
descendentes. 
Paracetamol não é considerado um AINE mas exerce 
função inibindo a COX-1 e COX-2. Tem função analgésica 
leve a moderada e é indicado em casos onde não há 
produção de edema 
 
Fármacos que inibem a ação da fosfolipase A2- 
Corticosteroides. 
Como agem os corticosteroides 
Já foram propostos vários mecanismos de ação anti-
inflamatória para os corticosteroides, porém sua ação 
inibitória da enzima fosfolipase A2 (“o disparo do gatilho”) 
talvez seja o principal deles. 
 
 
Após a lesão tecidual, a inativação da enzima fosfolipase 
A2 reduz a disponibilidade de ácido araquidônico liberado 
das membranas das células que participam da resposta 
inflamatória. Com menor quantidade de substrato, a 
subsequente ação enzimática da COX-2 e da 5-
lipoxigenase fica prejudicada, ou seja, haverá menor 
produção de prostaglandinas e leucotrienos. 
A ação dos corticosteroides é conseguida de maneira 
indireta. De forma simplificada, primeiramente eles 
induzem a síntese de lipocortinas, um grupo de proteínas 
responsáveis pela inibição da fosfolipase A2. Com isso, 
irão reduzir a disponibilidade do ácido araquidônico e, por 
consequência, a síntese de substâncias pró-inflamatórias. 
A maioria dos efeitos anti-inflamatórios somente é 
evidenciada após 1 a 2 h. 
Um mecanismo anti-inflamatório dos corticosteroides 
que deve ser levado em consideração é o controle da 
migração de neutrófilos, pois esta ação, mesmo que 
indiretamente, resulta na menor produção de 
mediadores hipernociceptivos, minimizando a dor 
inflamatória. 
Uso dos corticosteroides na clínica odontológica 
De formasimilar aos AINEs, os corticosteroides são 
indicados para prevenir a hiperalgesia e controlar o 
edema inflamatório, decorrentes de intervenções 
odontológicas eletivas, como a exodontia de inclusos, as 
cirurgias periodontais, a colocação de implantes múltiplos, 
as enxertias ósseas, etc. 
Para essa finalidade, a dexametasona ou a 
betametasona são os fármacos de escolha, pela maior 
potência anti-inflamatória e duração de ação, o que 
permite muitas vezes seu emprego em dose única ou 
por tempo muito restrito. 
Pela necessidade de tempo biológico para exercerem 
sua ação, como explicado anteriormente, o regime 
analgésico mais adequado para empregar os 
corticosteroides é o de analgesia preemptiva (introduzido 
antes da lesão tecidual). 
Em adultos, essa dose é, em geral, de 4 a 8 mg, 
administrada 1 h antes do início da intervenção. 
Em crianças, no caso de intervenções mais invasivas, 
emprega-se a solução oral “gotas” de betametasona (0,5 
mg/mL), obedecendo à regra prática de 1 gota/kg/peso 
corporal, em dose única, 1 h antes do procedimento. 
Corticosteroides: possuem efeito clínico após 1-2 
horas, ação anti reação de hipersensibilidade e são mais 
seguros quando se trata de paciente gestantes, lactantes, 
hepatopatas e nefropatas controlados 
 
 
Vantagens do uso dos corticosteroides em relação aos 
AINEs 
Quando empregados em dose única pré-operatória ou 
por tempo restrito, podem ser feitas as seguintes 
 
 
considerações quanto à prescrição dos corticosteroides, 
comparada ao uso dos AINEs: 
o Não produzem efeitos adversos clinicamente 
significativos. 
o Não interferem nos mecanismos de hemostasia, ao 
contrário de alguns AINEs, que pela ação antiagregante 
plaquetária aumentam o risco de hemorragia pós-
operatória. 
o Reduzem a síntese dos leucotrienos C4, D4 e E4, 
que constituem a substância de reação lenta da anafilaxia 
(SRS-A), liberada em muitas das reações alérgicas. Ao 
contrário, a ação inibitória dos AINEs na via cicloxigenase, 
de forma exclusiva, desvia o metabolismo do ácido 
araquidônico para a via 5-lipoxigenase, acarretando maior 
produção de SRS-A e, por consequência, reações de 
hipersensibilidade. 
o Muitas das reações adversas dos AINEs ainda não 
são bem conhecidas (basta lembrar o caso recente com 
os coxibes), o que não acontece com os 
corticosteroides, cujo uso clínico teve início na década de 
1950. 
o Os corticosteroides são mais seguros para serem 
empregados em gestantes ou lactantes, bem como em 
pacientes hipertensos, diabéticos, nefropatas ou 
hepatopatas, com a doença controlada. 
o A relação custo/benefício do tratamento é muito 
menor quando se usam os corticosteroides. 
Usos com precaução e contraindicações dos 
corticosteroides 
São contraindicações absolutas ao uso dos 
corticosteroides: pacientes portadores de doenças 
fúngicas sistêmicas, herpes simples ocular, doenças 
psicóticas, tuberculose ativa ou os que apresentam 
história de alergia aos fármacos deste grupo. Outra 
consideração importante diz respeito à interferência dos 
corticosteroides na homeostasia do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal (HHA). 
Analgésicos 
São medicamentos utilizados para alivou ou profilaxia da 
dor. São analgesicos anti-inflamatorios não esteroidais, 
possuem propriedade analgesica, antipiretica e 
antiinflamatoria. 
 
Uso clínico dos analgésicos 
Os analgésicos rotineiramente empregados na clínica 
odontológica são a dipirona e o paracetamol. Como 
alternativa a ambos, pode-se optar pelo ibuprofeno, que 
em doses menores (200 mg, em adultos) tem ação 
analgésica similar à da dipirona, sem praticamente 
exercer atividade anti-inflamatória. 
Quanto ao ácido acetilsalicílico (AAS), apesar da sua boa 
atividade analgésica, é empregado com menos 
frequência em função de sua ação antiagregante 
plaquetária. No caso de cirurgias, pode eventualmente 
causar maior sangramento, por aumentar o tempo de 
sangria. 
Na clínica odontológica, esses analgésicos são 
geralmente empregados por períodos curtos, em 24 a 
48 h, uma vez que o objetivo é controlar a dor aguda 
de baixa intensidade. 
Dipirona 
É um analgésico eficaz e seguro para uso em 
odontologia. Por via IM ou IV, deve ser administrada com 
cautela a pacientes com condições circulatórias instáveis 
(pressão arterial sistólica < 100 mmHg). 
O uso da dipirona deve ser evitado nos três primeiros 
meses e nas últimas seis semanas da gestação e, mesmo 
fora desses períodos, somente administrar em gestantes 
em casos de extrema necessidade. 
A dipirona é contraindicada para pacientes com 
hipersensibilidade aos derivados da pirazolona, pelo risco 
de alergia cruzada, ou para portadores de doenças 
metabólicas como a porfiria hepática ou a deficiência 
congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase. Também 
deve ser evitada em pacientes com história de anemia 
ou leucopenia, embora o risco de agranulocitose e 
anemia aplástica atribuível à dipirona seja, quando muito, 
de 1 caso por 1.000.000 de pessoas expostas. 
 
Analgésicos
Opióides Não opióides Analgésicos combinados 
 
 
Paracetamol 
É o analgésico de escolha seguro para uso em 
gestantes e lactantes. Pode causar danos ao fígado. 
Recentemente, o FDA recomendou que as doses 
máximas diárias de paracetamol, em adultos, fossem 
reduzidas de 4 g para 3,25 g., pelo mesmo motivo deve-
se evitar o uso concomitante do medicamento com 
alccol ou substancias hepatotoxicas (como eritromicina). 
É contraindicado para pacientes fazendo uso contínuo 
da varfarina sódica, pelo risco de aumentar o efeito 
anticoagulante e provocar hemorragia., pacientes com 
história de alergia ao medicamento ou de alergia aos 
sulfitos, se empregada a solução oral “gotas” de 
paracetamol, que contém metabissulfito de sódio em sua 
composição. 
Ibuprofeno 
É contraindicado para pacientes com história de gastrite 
ou úlcera péptica, hipertensão arterial ou doença renal. 
Deve-se evitar em pacientes com história de 
hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, pelo risco 
potencial de alergia cruzada. 
Além da dipirona, do paracetamol e do ibuprofeno, o 
cirurgião-dentista pode ainda optar pelos analgésicos de 
ação predominantemente central, chamados de opioides 
fracos. No Brasil, estão disponíveis para uso clínico a 
codeína (comercializada em associação com o 
paracetamol) e o tramadol, ambos indicados no 
tratamento de dores moderadas a intensas, que não 
respondem ao tratamento com outros analgésicos. 
Tramadol 
O cloridrato de tramadol possui potência analgésica 5 a 
10 vezes menor do que a morfina e seu mecanismo de 
ação ainda não é completamente conhecido. Sabe-se 
apenas que ele pode se ligar aos receptores opioides μ 
e inibir a recaptação da norepinefrina e da serotonina. 
Atua da mesma forma que as endorfinas e as 
encefalinas, ativando, com suas moléculas, receptores em 
células nervosas, o que leva à diminuição da dor. 
Seu início de ação ocorre, em geral, 1 h após a 
administração de uma dose de 50 mg. Não é indicado 
para pacientes < 16 anos, pela falta de estudos clínicos 
controlados. 
Efeitos adversos, como náuseas e constipação 
intestinal, vômito, alterações de humor, sonolência e 
depressão respiratória, limitam a utilização da codeína e 
do tramadol em larga escala na clínica odontológica. 
Devem ser utilizados com cautela em pacientes idosos, 
debilitados, com insuficiência hepática ou renal, hipertrofia 
prostática e portadores de depressão respiratória. 
A administração repetida destes fármacos possibilita o 
aparecimento de efeitos de tolerância, dependência física 
e psíquica, em graus variados. 
 
Tolerância É a necessidade de aumento de 
dose para obtenção do mesmo 
efeito analgésico 
Dependência É um fenômeno caracterizado 
pelo aparecimento de síndrome 
de abstinência quando a droga é 
descontinuada de modo abrupto 
ou quando um antagonista é 
administrado 
Síndrome de 
abstinência 
Causa irritabilidade, perda de peso, 
tremores e mudanças de 
comportamento 
 
Analgésicos combinados 
Algunsanalgésicos combinam, num único comprimido, 
medicamentos não opióides, tais como aspirina ou o 
paracetamol, com substâncias opióides. Estes analgésicos 
combinados são frequentemente receitados a indivíduos 
nos quais o efeito de um não opióide isolado não é 
suficiente. Alguns exemplos de analgésicos combinados: 
o Diclofenaco sódico com codeína 
o Paracetamol com codeína 
o Paracetamol com tramadol 
Infecções odontogênicas 
Cáries, doença periodontal e pulpite são as infecções 
iniciais que podem disseminar-se além dos dentes para o 
processo alveolar e os tecidos profundos da face, 
cavidade oral, cabeça e pescoço. 
Microbiologia das infecções odontogênicas 
As infecções odontogênicas são causadas por bactérias 
que fazem parte da flora oral normal: aquelas que 
integram a placa bacteriana, aquelas encontradas nas 
superfícies mucosas e aquelas encontradas no sulco 
gengival. Tais bactérias são principalmente cocos 
aeróbios gram-positivos, cocos anaeróbios gram-positivos 
e bastonetes anaeróbios gram-negativos. 
 
 
 Essas bactérias causam uma variedade de doenças 
comuns, como cáries dentárias, gengivite e periodontite. 
Quando ganham acesso aos tecidos profundos 
subjacentes, através da polpa dentária necrosada ou de 
uma bolsa periodontal profunda, elas causam infecções 
odontogênicas. Conforme a infecção progride mais 
profundamente, diferentes membros da flora infectante 
podem encontrar melhores condições de crescimento e 
começam a exceder em número as espécies 
previamente dominantes. 
Alguns pontos importantes devem ser observados: 
o Quase todas as infecções odontogênicas são 
causadas por múltiplas bactérias. A natureza 
polimicrobiana dessas infecções torna importante que o 
clínico compreenda a variedade de bactérias prováveis 
de causar infecção. 
o Um segundo fator importante é a tolerância ao 
oxigênio das bactérias que causam as infecções 
odontogênicas. Como a flora da boca é uma associação 
de bactérias aeróbias e anaeróbias não é surpreendente 
constatar que a maioria das infecções odontogênicas é 
causada por bactérias anaeróbias e aeróbias. 
 
 
 Porcentagem 
Somente anaeróbias 50% 
Anaeróbias e aeróbias 
mistas 
44% 
Aeróbias somente 6% 
O método pelo qual bactérias aeróbias e anaeróbias 
mistas causam infecções é conhecido com alguma 
precisão. Após a inoculação inicial nos tecidos profundos, 
os organismos facultativos do grupo S.milleri podem 
sintetizar hialuronidase, a qual permite que os organismos 
infectantes disseminem-se pelos tecidos conjuntivos, 
iniciando o estágio de celulite da infecção. Os 
subprodutos metabólicos oriundos dos estreptococos 
criam um ambiente favorável para o crescimento dos 
anaeróbios: liberação de nutrientes essenciais, pH 
reduzido nos tecidos e consumo do suprimento local de 
oxigênio. As bactérias anaeróbias são, então, capazes de 
crescer, e, conforme o potencial local de oxidação-
redução é reduzido posteriormente, as bactérias 
anaeróbias predominam e causam a necrose de 
liquefação dos tecidos por meio da síntese de 
colagenases. Conforme o colágeno é sintetizado e os 
glóbulos brancos invasores necrosam e sofrem lise, 
microabscessos se formam e podem coalescer em 
abscessos clinicamente reconhecíveis. 
No estágio de abscesso, as bactérias anaeróbias 
predominam e podem eventualmente se tornar os 
únicos organismos encontrados na cultura. Infecções que 
aparecem inicialmente como uma celulite podem se 
caracterizar como infecções estreptocócicas aeróbicas, 
e, mais tarde, abscessos crônicos podem ser 
caracterizados como infecções anaeróbicas. Clinicamente, 
essa progressão da flora infectante de aeróbia para 
anaeróbia parece estar correlacionada com o tipo de 
edema que pode ser encontrado na região infectada. 
Portanto, as infecções odontogênicas parecem passar 
por quatro estágios. Nos primeiros três dias dos sintomas, 
um edema mole, pastoso, levemente sensível representa 
o estágio de inoculação, no qual os estreptococos 
invasores estão começando a colonizar o hospedeiro. 
Após três a cinco dias, o edema torna-se endurecido, 
vermelho e altamente sensível, já que a flora mista 
infectante estimula a resposta inflamatória intensa do 
estágio de celulite. Após cinco a sete dias após o início 
do edema, os anaeróbios começam a predominar, 
causando abscesso liquefeito no centro da área 
edemaciada. Esse é o estágio de abscesso. Finalmente, 
quando o abscesso drena espontaneamente pela pele ou 
mucosa, ou é cirurgicamente drenado, o estágio de 
resolução inicia conforme o sistema imune destrói as 
bactérias infectantes e o processo de cicatrização e 
reparo acontece. 
 Edema 
(inoculação) 
Celulite Abscesso 
Duração 0-3 dias 1-5 dias 4-10 dias 
Dor, bordas Leve, difusa Difusa Localizada 
Tamanho Variável Grande Pequeno 
Coloração 
 
Normal 
 
Vermelha Centro 
brilhante 
Consistência Gelatinosa Endurecida Centro mole 
Progressão Aumentada Aumentada Reduzida 
Secreção 
purulenta 
Ausente Ausente Presente 
Bactérias Aeróbia Ausente Anaeróbia 
Gravidade baixa Maior Menor 
 
 
 
 
História natural da progressão das 
infecções odontogênicas 
As infecções odontogênicas têm duas origens 
principais: (1) periapical, como resultado da necrose pulpar 
e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical, e 
(2) periodontal, como resultado da bolsa periodontal 
profunda que possibilita a inoculação da bactéria nos 
tecidos moles subjacentes. 
A necrose da polpa dental como resultado da cárie 
profunda cria uma via para as bactérias penetrarem nos 
tecidos periapicais. Uma vez que o tecido torna-se 
inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é 
estabelecida, está se dissemina igualmente em todas as 
direções, mas preferencialmente ao longo das linhas de 
menor resistência. A infecção se dissemina pelo osso 
esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina 
cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará 
nos tecidos moles circunjacentes. 
Quando a infecção perfura a lâmina cortical do 
processo alveolar, ela se dissemina por localizações 
anatômicas previsíveis. A localização da infecção oriunda 
de um dente específico é determinada por dois fatores 
principais: (1) a espessura do osso que cobre o ápice do 
dente e (2) a relação do local da perfuração no osso 
com as inserções musculares na maxila e mandíbula. 
 
Infecções oriundas da maioria dos dentes superiores 
perfuram a lâmina cortical vestibular. Tais infecções 
também perfuram através do osso abaixo da inserção 
dos músculos que se inserem na maxila, o que significa 
que a maioria dos abscessos dos dentes superiores 
aparece inicialmente como abscessos vestibulares. 
Ocasionalmente, um abscesso palatino surge do ápice de 
um incisivo lateral gravemente inclinado ou da raiz palatina 
de um primeiro molar ou pré-molar superior. Mais 
comumente, os molares superiores causam infecções 
que perfuram o osso superior à inserção do músculo 
bucinador, o que resulta em infecção do espaço bucal. 
Igualmente, de vez em quando, uma raiz longa do canino 
superior permite que a infecção perfure o osso superior 
à inserção do músculo elevador do ângulo da boca e 
cause infecção do espaço infraorbitário (canino). 
 
Na mandíbula, as infecções dos incisivos, caninos e pré-
molares usualmente perfuram o osso pela lâmina cortical 
vestibular superior à inserção dos músculos do lábio 
inferior, resultando em abscessos vestibulares. As 
infecções nos molares inferiores drenarão pela cortical 
lingual com mais frequência do que os dentes anteriores. 
As infecções nos primeiros molares vão drenar pela 
vestibular ou lingual 
. Infecções no segundo molar podem perfurar a cortical 
vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e as 
infecções no terceiro molar quase sempre perfuram a 
lâmina cortical lingual. O músculo milo-hióideo determina 
se as infecções que drenam lingualmente vão se dirigir 
superiormente a esse músculo para o espaço sublingual 
ou abaixo dele para o espaço submandibular. 
A infecção odontogênicamais comum do espaço 
fascial profundo é um abscesso do espaço vestibular. 
Ocasionalmente, os pacientes não procuram tratamento 
para essas infecções, e o processo rompe 
espontaneamente e drena, resultando em resolução ou 
cronicidade da infecção. A infecção recorre se o sítio de 
drenagem espontânea fecha. Algumas vezes, o abscesso 
estabelece uma fístula crônica que drena para a cavidade 
oral ou para a pele. 
Princípios de terapia das infecções 
odontogênicas 
Princípio 1: Determinar a Gravidade da Infecção 
A maioria das infecções odontogênicas é branda e 
requer somente mínima terapia cirúrgica. Quando o 
paciente procura tratamento, o objetivo inicial é 
determinar a gravidade da infecção, baseando-se na 
história completa da doença infecciosa atual e no exame 
físico. 
História completa 
O propósito inicial é descobrir a queixa principal do 
paciente. As queixas principais típicas de pacientes com 
infecções são: “Estou com dor de dentes”, “Meu maxilar 
está inchado” ou “Tenho um tumor na boca”. A queixa 
deve ser registrada com as próprias palavras do paciente. 
 
 
O próximo passo na história é determinar há quanto 
tempo a infecção está presente, há quanto tempo o 
paciente apresentou dor, edema ou drenagem. 
Os sintomas da infecção são constantes, são 
intermitentes ou o paciente está cada vez pior desde 
que se detectaram os primeiros sintomas? A infecção 
progrediu rapidamente em poucas horas ou aumentou 
gradualmente ao longo de dias ou semanas? 
Exame físico 
O primeiro passo no exame físico é obter os sinais vitais 
do paciente, incluindo temperatura, pressão sanguínea, 
taxa de pulso e frequência respiratória. Pacientes que têm 
envolvimento sistêmico da infecção usualmente terão 
temperaturas elevadas. Pacientes com infecções graves 
terão temperaturas elevadas de 38,3°C ou mais. 
O pulso do paciente aumentará com a elevação da 
temperatura. Taxas de pulso acima de 100 batimentos por 
minuto (batimentos/minuto) não são incomuns em 
pacientes com infecções. 
O sinal vital que menos varia com a infecção é a 
pressão sanguínea do paciente. Somente se houver dor 
significativa e ansiedade haverá elevação na pressão 
sanguínea sistólica. 
Finalmente, a frequência respiratória do paciente deve 
ser observada atentamente. Uma das principais 
considerações nas infecções odontogênicas é o potencial 
de obstrução parcial ou completa das vias aéreas 
superiores como resultado da extensão da infecção para 
os espaços fasciais profundos do pescoço. 
A frequência respiratória normal é de 14 a 16 
respirações por minuto (respirações/minuto). Pacientes 
com infecções de brandas a moderadas apresentam 
frequências respiratórias elevadas maiores do que 18 
respirações/minuto. 
Uma vez averiguados os sinais vitais, a atenção deve 
ser voltada para o exame físico do paciente. A parte inicial 
desse exame físico deve ser a inspeção da aparência 
geral do paciente. Pacientes com infecção um pouco 
mais extensa apresentam aspecto fatigado, estado febril 
e mal-estar. Esse aspecto é descrito como “aparência 
tóxica”. 
A cabeça e o pescoço do paciente devem ser 
cuidadosamente examinados à procura dos sinais 
cardinais da infecção, e ele deve ser inspecionado em 
busca de qualquer evidência de edema e eritema 
suprajacente. 
Áreas de edema devem ser examinadas pela palpação. 
O cirurgião-dentista deve gentilmente tocar a área de 
edema para checar sensibilidade, quantidade de calor local 
e consistência do edema. A consistência do edema pode 
variar de muito mole a quase normal até firme, edema 
pastoso e até mesmo edema mais firme ou duro. 
Outra consistência característica é a flutuação. Esta 
confere sensação de balão de borracha cheio de líquido. 
A tumefação flutuante quase sempre indica que há 
acúmulo de secreção purulenta no centro da área 
endurada. 
O cirurgião-dentista faz, então, o exame intraoral na 
busca da causa específica da infecção. Dentes 
gravemente cariados, um abscesso periodontal óbvio, 
doença periodontal grave, combinações de cáries e 
doença periodontal, ou uma fratura infectada de um 
dente ou de todo o maxilar podem estar presentes. O 
próximo passo é realizar o exame radiográfico. 
Após o exame físico, o clínico deve começar a ter uma 
noção do estágio da infecção presente. Tumefações 
muito moles, levemente sensíveis, edematosas indicam o 
estágio de inoculação, enquanto edemas endurados 
indicam o estágio de celulite, e flutuação central indica 
abscesso. 
Infecções do tecido mole no estágio de inoculação 
podem ser curadas pela remoção da causa 
odontogênica, com ou sem antibióticos de suporte; 
infecções nos estágios de celulite ou abscesso requerem 
remoção da causa dentária da infecção mais incisão, 
drenagem e antibióticos. 
 
Distinções entre os estágios de inoculação, celulite e 
abscesso são tipicamente relacionadas com duração, dor, 
tamanho, definição periférica e consistência à palpação, 
presença de secreção purulenta, bactérias infectantes e 
perigo potencial 
 
 
Em resumo, o edema representa o estágio de 
inoculação inicial da infecção, o qual é tratado com mais 
facilidade. A celulite é uma infecção aguda e dolorosa 
com tumefação mais extensa e bordas difusas. Tem 
consistência dura à palpação e não contém secreção 
purulenta visível. Pode ser um processo que se dissemina 
rapidamente, transformando-se em infecção séria. O 
abscesso agudo é uma infecção mais madura com dor 
mais localizada, menor edema e bordas bem-limitadas. É 
flutuante à palpação, pois é uma cavidade tecidual 
preenchida de secreção purulenta. Um abscesso crônico 
geralmente progride lentamente e é menos sério que 
uma celulite, especialmente se drenou espontaneamente 
para o ambiente externo. 
A presença de secreção purulenta geralmente indica 
que o corpo formou uma barreira contra a infecção e 
que os mecanismos locais de resistência do hospedeiro 
estão mantendo a infecção sob controle. Em muitas 
situações clínicas, a distinção entre celulite grave e 
abscesso pode ser difícil, especialmente se um abscesso 
estiver situado profundamente no tecido mole. 
Infecções dos espaços fasciais profundos 
Como regra geral, a infecção perfura o osso adjacente 
mais fino e causa infecção no tecido adjacente. Se a 
infecção irá se tornar um abscesso vestibular ou do 
espaço fascial profundo será determinado primariamente 
pela relação da inserção dos músculos próximos ao 
ponto onde a infecção perfurou a lâmina óssea cortical. 
A maioria das infecções odontogênicas penetra a lâmina 
cortical vestibular do osso para tornar-se um abscesso 
vestibular. Às vezes, as infecções penetram dentro de 
outros espaços fasciais profundos diretamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os espaços fasciais são compartimentos teciduais 
revestidos por fáscia, preenchidos por tecido conjuntivo 
frouxo areolar, que podem tornar-se inflamados quando 
invadidos por microorganismos. O processo resultante da 
inflamação passa através dos estágios que são 
observados clinicamente como edema (inoculação), 
celulite e abscesso. 
Em pessoas saudáveis, os espaços fasciais profundos 
são somente espaços potenciais que não existem. O 
tecido areolar frouxo dentro desses espaços serve como 
coxim para músculos, vasos, nervos, glândulas e outras 
estruturas que este circunda e para permitir movimento 
relativo entre essas estruturas. Durante uma infecção, 
este tecido de coxim e de lubrificação tem o potencial 
de tornar-se altamente edematoso em resposta ao 
exsudato do fluido tecidual e, então, ficar endurecido 
quando os leucócitos polimorfonucleares, linfócitos e 
macrófagos migram do espaço vascular para o interior 
dos espaços intersticiais infectados. Finalmente, a necrose 
de liquefação das células brancas do sangue e deste 
tecido conjuntivo induz a formação de abscesso, e a 
drenagem espontânea ou cirúrgica tipicamente leva à 
resolução. 
Edema, quando a bactéria inocula os tecidos de um 
espaço anatômico específico; celulite, quando uma 
resposta inflamatória intensa causa todos ossinais 
clássicos de inflamação; e abscesso, quando pequenas 
áreas de necrose de liquefação coalescem centralmente 
para formar secreção purulenta dentro dos tecidos. 
Com base na relação entre o ponto pelo qual a 
infecção penetra o osso alveolar e as inserções 
musculares adjacentes, as infecções oriundas de qualquer 
dente superior ou inferior podem causar infecções dos 
espaços vestibular, bucal ou subcutâneo. 
o As infecções passando além do processo alveolar 
no lado profundo (em direção à cavidade oral) do 
músculo adjacente da expressão facial invadem o espaço 
vestibular, 
o Aquelas que entram nos tecidos moles no lado 
superficial (em direção à pele) desses músculos 
penetram os espaços bucal ou subcutâneo. 
o As infecções dos dentes superiores também 
tendem a disseminar-se dentro dos espaços 
infraorbitário, palatino, orbitário e infratemporal e do seio 
maxilar. 
o As infecções dos dentes inferiores tendem a 
disseminar-se para os espaços submandibular, sublingual, 
submentoniano e mastigador. 
 
 
 
As infecções podem estender-se além desses espaços 
primários, para os espaços fasciais profundos do 
pescoço, como os espaços faríngeo lateral, 
retrofaríngeo, carotídeo e pré-traqueal. A partir daí, essas 
infecções podem disseminar-se para o espaço potencial 
e o mediastino. Além disso, elas podem seguir 
superiormente através de estruturas sinusais ou 
vasculares, para invadir o cérebro ou os seios 
intracranianos durais, como o seio cavernoso. 
 
Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas 
a Qualquer Dente 
o Vestibular 
o Bucal 
o Subcutâneo 
 
Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas 
aos Dentes Superiores 
Como os ápices dos incisivos laterais superiores e as 
raízes palatinas dos pré-molares e molares superiores 
estão mais próximos da lâmina cortical palatina, a infecção 
oriunda desses dentes pode erodir o osso sem perfurar 
o periósteo. O espaço subperiosteal potencial no palato 
é o espaço palatino. 
O espaço infraorbitário torna-se envolvido 
primariamente como resultado de infecções 
provenientes do dente canino superior ou através de 
extensão de infecções do espaço bucal. A raiz canina, 
com frequência, é longa o suficiente para permitir que a 
erosão ocorra através do osso alveolar que é superior à 
origem do músculo elevador do ângulo da boca e abaixo 
da origem do músculo elevador do lábio superior. Quando 
esse espaço é infectado, o edema na região anterior da 
face apaga o sulco nasolabial. 
O envolvimento do espaço bucal usualmente resulta 
em aumento de volume abaixo do arco zigomático e 
acima da borda inferior da mandíbula. As infecções 
podem seguir as extensões do corpo adiposo da 
bochecha dentro do espaço temporal superficial, espaço 
infratemporal, espaço infraorbitário e espaço periorbitário 
 
O espaço infratemporal situa-se posteriormente à 
maxila. Ele é limitado, medialmente, pela lâmina lateral do 
processo pterigoide do osso esfenoide e, superiormente, 
pela base do crânio. Lateral e superiormente, o espaço 
infratemporal é contínuo com o espaço temporal 
profundo. Essencialmente, o espaço infratemporal é a 
porção basal do espaço temporal profundo. O espaço 
contém ramos da artéria maxilar interna e o plexo 
venoso pterigoide. O espaço infratemporal é a origem da 
rota posterior, por meio da qual infecções podem 
disseminar-se para o seio cavernoso. O espaço 
infratemporal é raramente infectado, mas, quando 
ocorre, a causa é usualmente uma infecção do terceiro 
molar superior. 
 
o Infraorbitário 
o Bucal 
o Infratemporal 
o Seios maxilares e outros seios paranasais 
o Trombose do seio cavernoso 
 
Infecções dos Espaços Fasciais Profundos Associadas 
aos Dentes Inferiores 
Embora a maioria das infecções dos dentes inferiores 
se superficialize no vestíbulo bucal, elas também podem 
disseminar-se para os espaços fasciais profundos. 
Inicialmente, essas infecções mandibulares tendem a 
disseminar-se pelos espaços do corpo da mandíbula, 
submandibular, sublingual, submentoniano ou mastigador. 
A partir daí, infecções graves podem disseminar-se para 
os espaços fasciais profundos do pescoço e, até mesmo, 
para o mediastino, ameaçando o coração, os pulmões e 
os grandes vasos. 
O espaço do corpo da mandíbula, como o espaço 
palatino, é um espaço subperiosteal. Portanto, se uma 
infecção perfura o osso cortical vestibular, mas não 
perfura o periósteo, ela pode, essencialmente, 
 
 
“descascar” a camada periosteal de tecido mole para fora 
da superfície óssea. Clinicamente, isso resulta em um 
aumento de volume que assume a forma da mandíbula 
subjacente. Ele pode parecer como se o próprio osso 
tivesse aumentado. 
Se a infecção oriunda do dente posterior inferior 
perfura o osso cortical vestibular e o periósteo, inferior à 
inserção do músculo bucinador, então, o espaço bucal é 
envolvido. 
O espaço submaxilar, como é consideradora um grande 
espaço, inclui três espaços anatômicos, denominados 
separadamente, como espaços submandibular, sublingual 
e submentoniano. Eles podem ser designados 
coletivamente como espaços perimandibulares. 
Os espaços sublingual e submandibular têm a borda 
medial da mandíbula como o seu limite lateral. Esses dois 
espaços são envolvidos primariamente pela perfuração 
lingual da infecção a partir dos molares inferiores, embora 
também possam ser envolvidos a partir dos pré-molares. 
O fator que determina se uma infecção é submandibular 
ou sublingual é a inserção do músculo milo-hióideo, na 
crista milohióidea, no aspecto medial da mandíbula. 
Se a infecção penetra através do aspecto medial da 
mandíbula acima dessa linha, a infecção ocorrerá no 
espaço sublingual. Ela é mais comumente observada com 
pré-molares e com o primeiro molar. Se a infecção 
penetra através do aspecto medial da mandíbula, inferior 
à linha milo-hióidea, o espaço submandibular será 
envolvido. O terceiro molar inferior é o dente que 
envolve com maior frequência o espaço submandibular 
diretamente. O segundo molar pode envolver ambos os 
espaços sublingual ou submandibular, dependendo do 
comprimento das raízes individuais. 
 
O espaço submandibular localiza-se entre o músculo 
milo-hióideo e a camada superficial suprajacente da fáscia 
cervical profunda. A extensão posterior do espaço 
submandibular comunica-se com os espaços fasciais 
profundos do pescoço. A infecção do espaço 
submandibular causa aumento de volume que é similar a 
um triângulo invertido, com a base na borda inferior da 
mandíbula, os lados determinados pelos ventres anterior 
e posterior do músculo digástrico e o ápice no osso 
hioide. 
o Espaço do corpo da mandíbula 
o Espaços perimandibulares 
o Submandibular 
o Sublingual 
o Submentoniano 
o Espaço mastigador 
o Submassetérico 
o Pterigomandibular 
o Temporal superficial 
o Temporal profundo 
 
Espaços Fasciais Profundos do Pescoço 
o Faríngeo lateral 
o Retrofaríngeo 
o Pré-traqueal 
o Espaço potencial 
o Pré-vertebral 
 
o 
 
 
 
 
Angina de Ludwing 
Quando os espaços perimandibulares (submandibular, 
sublingual e submentoniano) são bilateralmente 
envolvidos em uma infecção, esta é conhecida como 
 
 
 
angina de Ludwig. Essa infecção é uma celulite de 
evolução rápida que pode obstruir as vias aéreas e 
comumente disseminar-se posteriormente para os 
espaços fasciais profundos do pescoço. 
Quase sempre há um aumento de volume de grandes 
proporções, com elevação e deslocamento da língua, e 
uma área bilateral endurecida e tensa da região 
submandibular, superiormente ao osso hioide. O paciente 
usualmente tem trismo, sialorreia e dificuldade de 
deglutição e, algumas vezes, de respiração. Além disso, 
frequentemente sente uma ansiedade extrema acerca 
da impossibilidade de deglutir como também de respirar. 
Essa infecção pode progredir com uma velocidade 
alarmante e, portanto, produzir a obstrução das vias 
aéreas superiores que, em geral, leva à morte. A causa 
mais comum da angina de Ludwig é uma infecção 
odontogênica. 
AntibioticoterapiaIndicada em casos de edema além do processo alveolar, 
celulite, trismo, linfadenopatia e febre superior a 38,3ºC. 
Em infecções simples, limitadas ao processo alveolar, 
em paciente não imunocomprometidos pode-se usar 
penicilina, amoxicilina e clindamicina. Já em infecções mais 
complexas, onde o edema se localizada além do 
processo alveolar, sem sucesso no tratamento anterior e 
em casos de pacientes imunocomprometidos, podemos 
utilizar azitromocina, amoxicilina com metronidazol e 
moxifloxacino. 
Profiliaxia antibiótica 
Opta-se por profilaxia antibiótica em casos de cirurgias 
longas, onde há muita manipulação de tecidos, presença 
de corpo estranho, paciente imunocomprometidos, 
pacientes diabéticos descompensados, risco de 
endocardite bacteriana (prótese de válvula, endocardite 
prévia ou alguma doença cardíaca congênita) 
o Valvas cardíacas protéticas 
o Endocardite bacteriana prévia 
o Doença cardíaca congênita cianótica 
o Disfunção valvar 
o Prolapso de valva mitral 
o Cardiomiopatia hipertrófica 
o Febre reumática com disfunção valvar 
Exodontia 
Indicações para remoção dos dentes 
o Cáries 
Talvez a razão mais comum e amplamente aceita para 
remover um dente é que esteja tão severamente 
cariado que não pode ser restaurado. 
o Necrose Pulpar 
Na presença de necrose pulpar ou pulpite irreversível 
que não é indicado para endodontia. Isso pode ser 
resultado do paciente recusar tratamento endodôntico 
ou um canal radicular tortuoso, calcificado e não tratável 
por técnicas endodônticas convencionais. Também 
incluído nesta categoria de indicações gerais está o caso 
de dentes tratados, mas que houve falhar. 
o Doença Periodontal 
Uma razão comum para remoção do dente é a doença 
periodontal extensa e severa. Se a periodontite severa 
do adulto existe há algum tempo, será encontrada severa 
perda óssea e mobilidade dental irreversível. Nessas 
situações o dente com excesso de mobilidade deve ser 
extraído. Mobilidade grau 2 e 3 podem ser indicadas para 
extração 
o Razões Ortodônticas 
Pacientes que estão prestes a passar por correção 
ortodôntica de dentição apinhada com comprimento de 
arco insuficiente, frequentemente precisam de extração 
de dentes para gerar espaço para alinhamento dentário. 
o Dentes Malposicionados 
Dentes malposicionados podem ser indicados para 
extração em algumas situações. Se traumatizam tecido 
mole e não podem ser reposicionados por tratamento 
ortodôntico, devem ser extraídos. 
o Dentes Fraturados 
Uma indicação incomum para extração dos dentes é 
um dente com coroa fraturada ou raiz fraturada. O dente 
fraturado pode ser doloroso e não é controlável por uma 
técnica mais conservadora. Algumas vezes, dentes 
quebrados já passaram por tratamento endodôntico no 
passado. 
Fraturas longitudinais condenam o dente a extração, 
sempre deve-se avaliar se há contaminação no periápice 
o Dentes Impactados 
Dentes impactados devem ser considerados para 
remoção, se estiver claro que um dente parcialmente 
impactado não está apto a irromper em oclusão 
funcional devido a espaço inadequado, interferência de 
dentes adjacentes ou alguma outra razão, ele deve ser 
considerado para remoção cirúrgica. 
 
 
o Dentes Supranumerários 
Dentes supranumerários são normalmente impactados 
e devem ser removidos. 
o Dentes Associados a Lesões Patológicas 
Dentes que estão envolvidos em lesões patológicas 
podem precisar de remoção. Isso é geralmente visto em 
cistos odontogênicos. 
o Radioterapia 
Pacientes que estão recebendo radioterapia para 
câncer oral, na cabeça ou no pescoço devem considerar 
a remoção dos dentes que estão na direção da terapia 
com radiação. 
o Dentes Envolvidos em Fraturas Maxilares 
Pacientes que sofrem fraturar de mandíbula ou do 
processo alveolar algumas vezes precisam ter dentes 
removidos. Em algumas situações, o dente envolvido na 
linha de fratura pode ser mantido, mas se o dente é 
prejudicado, infectado, ou severamente luxado do tecido 
ósseo circundante ou interfere na devida redução e 
fixação da fratura, sua remoção pode ser necessária. 
o Questões Financeiras 
A indicação final para a remoção dos dentes está 
relacionada à situação financeira do paciente. Todas as 
razões para extração já mencionadas podem se tornar 
mais fortes se o paciente não está com vontade ou não 
pode financeiramente apoiar a decisão de manter o 
dente. A incapacidade do paciente de pagar pelo 
procedimento pode fazer com que o dente seja 
removido. Também, restauração com implantes tem 
normalmente uma relação custo-benefício mais eficaz 
para o paciente do que manter um dente duvidoso. 
Contraindicações para a remoção do dente 
Mesmo se determinado dente apresenta um dos 
requisitos para remoção, em algumas situações, o dente 
não deve ser removido devido a outros fatores ou a 
contraindicações para a extração. Geralmente, as 
contraindicações são divididas em dois grupos: (1) 
sistêmica e (2) local. 
o Contraindicações Sistêmicas 
Contraindicações sistêmicas impedem a extração 
porque a saúde sistêmica do paciente é tal que a 
habilidade de resistir ao trauma cirúrgico pode ser 
comprometida. Uma contraindicação sistêmica é um 
grupo de condições chamadas doenças metabólicas 
severas incontroladas. 
Diabetes tipo I sem controle, estágio final de doença 
renal com uremia severa, pacientes que têm leucemia 
não controlada, linfoma não devem ter dentes removidos 
até que a malignidade esteja sob controle, pacientes com 
qualquer uma das variedades de doenças cardíacas 
severas sem controle devem também ter extrações 
adiadas até que a doença esteja sob controle, pacientes 
com isquemia cardíaca severa como angina pectoris 
instável e pacientes que tenham tido recente infarto 
significativo do miocárdio, pacientes que têm hipertensão 
maligna, insuficiência cardíaca aguda, e acidentes 
cerebrovasculares, pacientes que têm disritmias severas, 
não controladas. 
Gravidez é uma contraindicação relativa para 
extrações; pacientes que estejam no primeiro ou 
terceiro trimestre devem ter suas extrações adiadas se 
possível. A última parte do primeiro trimestre e o 
primeiro mês do terceiro trimestre podem ser tão 
seguros quanto o trimestre do meio para extrações 
descomplicadas, mas procedimentos cirúrgicos mais 
extensivos que precisam do uso de drogas além do 
anestésico local devem ser adiados até depois do parto. 
Pacientes que tomam ou já tomaram uma variedade 
de medicamentos devem ter a cirurgia feita com cautela 
ou depois de consulta médica. Drogas as quais 
precisamos estar atentos incluem corticoides sistêmicos, 
agentes imunossupressores, bifosfonatos, e agentes 
quimioterápicos para câncer. 
o Contraindicações Locais 
Algumas contraindicações locais para a extração do 
dente também existem. A mais importante e mais crítica 
é a história de radiação terapêutica por câncer. Extrações 
feitas em área de radiação podem resultar em 
osteorradionecrose, e assim, a extração deve ser feita 
com extremo cuidado, dentes que estão localizados 
dentro de uma área de tumor, especialmente um tumor 
maligno, não devem ser extraídos. 
Pacientes que tem pericoronarite severa ao redor do 
terceiro molar mandibular não devem ter este dente 
extraído até que a pericoronarite tenha sido tratada. 
Avaliação clínica dos dentes para remoção 
Uma variedade de fatores deve ser especificamente 
examinada para fazer o exame apropriado. 
o Acesso ao Dente 
 
 
O primeiro fator a ser examinado no exame pré-
operatório é a extensão até onde o paciente consegue 
abrir a boca. 
A localização e a posição do dente a ser extraído no 
arco dental devem ser examinadas. Um dente 
perfeitamente alinhado tem um acesso normal para 
colocação de alavancas e fórceps. Entretanto, dentes 
apinhados ou malposicionado podem apresentar 
dificuldades no posicionamento dos fórceps normalmente 
usados no dente que será extraído. Quando o acesso é 
um problema, um fórceps diferente pode ser necessário 
ou uma abordagem cirúrgica pode ser indicada. 
o Mobilidadedo Dente 
A mobilidade do dente a ser extraído pode ser avaliada 
no pré-operatório. Mobilidade maior que o comum é 
normalmente vista em doença periodontal severa. Se os 
dentes forem excessivamente moles, uma remoção 
dentária não complicada deve ser esperada, mas o 
manejo do tecido mole após a extração pode ser mais 
comprometido. 
o Condição da Coroa 
A avaliação da coroa do dente antes da extração deve 
ser relacionada à presença de grandes cáries ou 
restaurações na coroa. Se grandes partes da coroa foram 
destruídas pela cárie, tiverem grandes restaurações a 
probabilidade de a coroa se quebrar durante a extração 
é aumentada, causando assim maior dificuldade na 
remoção do dente. Da mesma forma, a presença de 
tratamento endodôntico se torna ressecado e frágil, e 
desmorona facilmente quando força é aplicada. 
 
Princípios mecânicos envolvidos na extração 
dentária 
A remoção de dentes do processo alveolar necessita 
do uso dos seguintes princípios mecânicos e 
instrumentos simples: a alavanca, a cunha, a roda e o eixo. 
As alavancas são usadas principalmente como 
elevadores. Uma alavanca é um mecanismo para 
transmitir uma força modesta – com a vantagem 
mecânica de um braço de alavanca longa e braço efetor 
curto – em um pequeno movimento contra uma grande 
resistência. 
 
O segundo instrumento simples e útil é a cunha A 
cunha é útil em diversas formas diferentes para extração 
dos dentes. Primeiro, as pontas dos fórceps de extração 
são normalmente estreitas; elas se alargam conforme 
vão subindo. 
Quando fórceps são usados, deve haver um esforço 
consciente para forçar as pontas dentro do espaço do 
ligamento periodontal na crista óssea para expandir o 
osso e forçar o dente para fora do alvéolo. O princípio 
da cunha é também útil quando a alavanca reta é usada 
para luxar um dente do alvéolo. Uma pequena alavanca 
é colocada dentro do espaço do ligamento periodontal, 
que desloca a raiz na direção oclusal e, assim, para fora 
do alvéolo. 
. 
 
O terceiro instrumento usado na extração dentária é a 
roda e o eixo, que é mais identificado como alavanca 
triangular, ou em forma de bandeira. Quando uma raiz de 
um dente com várias raízes fica no processo alveolar, 
uma alavanca em forma de bandeira, é posicionada no 
alvéolo e girada. O cabo serve então como o eixo, e a 
ponta do elevador triangular age como a roda e se 
encaixa e levanta a raiz do dente para fora do alvéolo. 
 
 
 
Princípios do uso das alavancas e do 
fórceps 
Os principais instrumentos usados para remover um 
dente do processo alveolar são a alavanca e o fórceps 
extrator. Alavancas podem ajudar na luxação de um 
dente. E o fórceps continua o processo através de 
expansão óssea e de rompimento dos ligamentos 
periodontais. 
O objetivo do uso do fórceps é duplo: (1) expansão do 
alvéolo ósseo pelo uso das pontas em forma de cunha e 
dos movimentos do próprio dente com o fórceps, e (2) 
remoção do dente do alvéolo. 
Fórceps podem aplicar cinco grandes movimentos para 
luxar dentes e expandir o alvéolo dental: o primeiro é a 
pressão apical, que consegue dois objetivos: 
o Apesar de o dente se mover em direção apical 
minimamente, o alvéolo dental é expandido pela inserção 
das pontas para baixo no espaço do ligamento 
periodontal. Assim, a pressão apical do fórceps no dente 
causa expansão óssea 
o Uma segunda realização da pressão apical é que o 
centro e rotação do dente é deslocado apicalmente. 
Como o dente está se movendo em resposta à força 
exercida pelo fórceps, o mesmo se torna o instrumento 
de expansão. Se o fulcro é alto, uma quantidade maior 
de força é colocada na região apical do dente, o que 
aumenta a chance de fratura no terço apical da raiz. Se 
as pontas do fórceps são forçadas no espaço do 
ligamento periodontal, o centro de rotação é movido 
apicalmente, o que resulta em maior movimento das 
forças de expansão na crista e menos força movendo o 
ápice do dente lingualmente. Este processo diminui a 
chance de fratura apical da raiz 
 
Procedimento para extração fechada 
Uma raiz irrompida pode ser extraída usando-se uma 
ou duas técnicas principais: fechada ou aberta. A técnica 
fechada é também conhecida como a técnica de rotina. 
A técnica aberta é também conhecida como técnica 
cirúrgica, ou técnica a retalho 
A técnica fechada é a mais frequentemente usada e é 
a primeira consideração para quase todas as extrações. 
A técnica aberta é usada quando o clínico acredita que 
força excessiva seria necessária para remover o dente, 
quando uma quantidade substancial da coroa está 
ausente ou coberta por tecido ou quando uma coroa 
frágil está presente. 
Qualquer técnica escolhida, os três fundamentos 
requeridos para uma boa extração continuam os 
mesmos: 
o Acesso e visualização adequados do campo 
cirúrgico, 
o Um caminho sem impedimentos para a remoção do 
dente, 
o O uso de força controlada para luxar e remover o 
dente. 
Para o dente ser removido do alvéolo ósseo, 
normalmente é necessário expandir as paredes do 
alvéolo ósseo para permitir um caminho livre para a raiz 
do dente, e é necessário romper as fibras do ligamento 
periodontal que prende o dente no alvéolo ósseo. O uso 
das alavancas e fórceps como alavancas com força 
aumentada constantemente pode alcançar esses dois 
objetivos. 
Cinco etapas gerais formam o procedimento de 
extração fechada: 
1. Afrouxamento do tecido mole de adesão da porção 
cervical do dente. O primeiro passo na remoção do 
dente pela técnica de extração fechada é soltar o tecido 
mole ao redor do dente com um instrumento afiado 
como lâmina de bisturi e a ponta afiada de um descolador 
de periósteo. 
2. Luxação do dente com uma alavanca dental. A 
luxação do dente começa com uma alavanca, 
normalmente a alavanca reta. Expansão e dilatação do 
osso alveolar e rompimento do ligamento periodontal 
requerem que o dente seja luxado em muitas maneiras. 
A alavanca reta é inserida perpendicularmente ao dente 
dentro do espaço interdental, após o rebatimento da 
papila interdental. A alavanca é então girada de tal forma 
que a porção inferior da lâmina encoste em osso alveolar 
e que a porção superior, ou oclusal da lâmina seja girada 
na direção do dente a ser extraído. 
 
 
 
3. Adaptação do fórceps ao dente. Os fórceps 
adequados são escolhidos agora para o dente a ser 
extraído. As pontas ativas do fórceps devem apresentar 
um formato adequado para se adaptarem 
anatomicamente ao dente, apical à margem cervical, ou 
seja, na superfície radicular.. O fórceps é então ajustado 
ao dente para que suas pontas agarrem a raiz abaixo do 
tecido mole descolado. 
4. Luxação do dente com fórceps. O cirurgião-dentista 
começa a luxar o dente usando os movimentos 
discutidos anteriormente. A maior parte da força é feita 
na direção do osso mais fino e, portanto, mais fraco. 
Assim, em todos os dentes da maxila e todos os 
mandibulares, menos o molar, o movimento será labial e 
vestibular. 
Pressões linguais e vestibulares continuam a expandir o 
alvéolo ósseo. Para alguns dentes, movimentos pequenos 
de rotação são então usados para ajudar a expandir os 
alvéolos e romper os ligamentos periodontais. 
5. Remoção do dente do alvéolo. Uma vez que o osso 
alveolar foi suficientemente expandido e o dente luxado, 
uma força de tração leve, geralmente de direção 
vestibular, pode ser usada. Forças de tração devem ser 
minimizadas, porque esse último movimento que é usado 
quando o processo alveolar é suficientemente expandido 
e o ligamento periodontal está completamente rompido. 
 
 
Alavancas 
São indicadas em raízes e ápices radiculares residuais 
ou dentes recém fraturados; dentes com porção 
coronária destruídos ou frágeis; dentes hígidos para 
luxação e dentes retidos ou semi-retidos. 
Após extração 
Deve-se avaliar e inspecionar a necessidade de 
curetagem (em casos de lesão) ou remoção de espícula 
óssea, em seguida planejar a sutura ideal para o espaço 
e tecido. É necessário sempre irrigar com soro fisiológico 
estéril,após a extração e curetagem. 
Princípios e técnicas para extrações abertas 
Uma técnica de extração aberta usada com prudência 
pode ser mais conservadora e causar menos morbidade 
pós-operatória comparada com extração fechada. 
Indicações para Extração Aberta 
Como guia geral, os cirurgiões devem considerar fazer 
uma extração cirúrgica eletiva quando eles antecipam a 
possibilidade de necessitar de força excessiva para extrair 
um dente. 
O cirurgião-dentista deve considerar seriamente fazer 
uma extração aberta depois que tentativas iniciais de 
extração com fórceps tenham falhado. Em vez de aplicar 
maiores quantidades de força que podem não ser 
controladas, o cirurgião-dentista deve simplesmente 
rebater o retalho de tecido mole, seccionar o dente, 
remover algum osso, se necessário, e extrair o dente 
em partes. 
Se a avaliação pré-operatória revela que o paciente 
tem osso grosso ou especialmente denso, 
particularmente a lâmina vestibular, extração cirúrgica 
deve ser considerada. A extração da maioria dos dentes 
depende da expansão da lâmina vestibular. Se este osso 
for especialmente grosso, é menos provável que 
expansão adequada ocorra e a fratura de raiz é mais 
provável. 
Ocasionalmente, o cirurgião-dentista-cirurgião-dentista 
trata um paciente que tem coroas clínicas muito pequena 
com evidência de atrição severa. Se tal atrição é o 
resultado de bruxismo, é provável que os dentes sejam 
cercados por osso denso e grosso com forte ligamento 
periodontal. 
o Raízes e ápices radiculares residuais ou recém 
fraturadas 
o Dentes com porção coronária destruído ou frágeis 
 
 
o Dentes com hipercementose 
o Dentes anquilosados 
o Dentes com anomalias radiculares 
o Dentes com lesões periapicais 
o Exodontias atípicas 
o Dentes retidos ou semi-retidos 
o Dentes com evidencias de bruxismo 
Parâmetros para desenho de retalhos de 
tecido mole 
Para gerar exposição adequada e promover a devida 
cicatrização, o retalho deve ser desenhado corretamente. 
Quando o retalho é desenhado, a sua base deve ser 
normalmente mais larga que a sua margem livre para 
preservar um provimento sanguíneo adequado. Isso 
significa que todas as áreas do retalho devem ter uma 
vascularização ininterrupta para prevenir necrose 
isquêmica de todo o retalho ou de porções dele. 
 
 
Odontossecção e osteotomia são técnicas indicadas 
para cirurgias abertas. A odontosescção é indicada em 
casos de dentes birradiculares ou multirradiculares, 
lembrando sempre de fazer o desenho correto para o 
número de raízes 
o Dentes birradiculares: normalmente é feito um corte 
vestíbulo-lingual 
o Dentes multirradiculares: pode ser feito em T ou Y 
 
Remoção de fragmento de raiz e dos ápices 
radiculares 
Se a fratura da raiz no terço apical (3 a 4 mm) ocorre 
durante a extração fechada, um procedimento ordenado 
deve ser usado para remover o ápice da raiz do alvéolo. 
Tentativas iniciais devem ser feitas para extrair o 
fragmento da raiz pela técnica fechada, mas o cirurgião-
dentista deve começar a técnica cirúrgica, se a técnica 
fechada não tiver sucesso imediatamente 
A técnica fechada para recuperação do ápice da raiz é 
definida como qualquer técnica que não requer 
rebatimento de retalhos de tecido mole e remoção de 
osso. Técnicas fechadas são mais úteis quando o dente 
foi bem luxado e movido antes da fratura do ápice da 
raiz. Se luxação suficiente ocorreu antes da fratura, o 
ápice da raiz está normalmente móvel e pode ser 
removida pela técnica fechada. Entretanto, se o dente 
não foi bem mobilizado antes da fratura, a técnica 
fechada tem menor probabilidade de dar certo se o 
clínico encontrar uma raiz com hipercementose e com 
interferências ósseas que impedem a extração do 
fragmento da raiz. 
Uma vez que a fratura tenha ocorrido, o paciente deve 
ser reposicionado para que visualização adequada (com 
iluminação apropriada), irrigação e aspiração sejam 
atingidas. 
A alavanca apical é um instrumento delicado e não 
pode ser usado da mesma maneira que a alavanca 
comum para remover osso e elevar raízes inteiras. A 
alavanca apical é inserida no espaço do ligamento 
periodontal, e a raiz é jogada pra fora do alvéolo. 
 
Justificativa para Permanência de 
Fragmentos de Raiz 
Quando o ápice de uma raiz fraturou e técnicas 
fechadas de remoção não obtiveram sucesso e quando 
a técnica aberta pode ser excessivamente traumática, o 
cirurgião-dentista pode considerar deixar o ápice da raiz 
no lugar. Como em qualquer procedimento cirúrgico, o 
 
 
cirurgião-dentista deve pesar os benefícios e os riscos 
da cirurgia. Em algumas situações, os riscos de remover 
um pedaço pequeno de raiz podem ser maiores que os 
benefícios. 
o O fragmento dever ser pequeno, geralmente não 
maior que 4 a 5 mm de comprimento. 
o A raiz deve estar profundamente inserida no osso, 
para prevenir reabsorção óssea subsequente por 
exposição da raiz do dente e interferência com qualquer 
prótese que será construída sobre a área edêntula. 
o O dente envolvido não deve estar infectado, e não 
deve haver radiolucidez ao redor do ápice radicular. Para 
o cirurgião-dentista deixar um fragmento de raiz 
pequeno, profundamente incrustado 
o O risco é muito grande se a remoção da raiz do 
dente for causar destruição excessiva do tecido 
circundante, isto é, se quantidades excessivas de osso 
forem removidas para recuperar a raiz. 
o Se a recuperação cirúrgica de uma raiz cria o risco 
de anestesia permanente ou até mesmo temporária 
prolongada do nervo alveolar inferior, o cirurgião-dentista 
deve considerar seriamente deixar o ápice da raiz no 
lugar. 
o Os riscos se sobrepõem aos benefícios, se as 
tentativas de recuperação do ápice da raiz puderem 
deslocá-la para dentro dos espaços teciduais ou para 
dentro do seio maxilar. 
Complicações 
o Dor 
o Edema: é esperado em cirurgias maiores, onde há 
muita manipulação. O pico ocorre em 48 horas após o 
procedimento e é indicado a terapia de calor a partir do 
3º dia. 
o Trismo: é uma contração dolorosa da musculatura, 
causada por um traumatismo muscular 
o Hematomas: acumulo de sangue em espaços 
fasciais, relacionados a técnica incorreta na injeção de 
anestésico ou manipulação de tecidos. 
o Laceração de tecido: causado por tamanho 
inadequado de descolamento/ retalho, força excessiva na 
manipulação ou por falta de incisão de alivio. 
o Fratura de tuberosidade 
o Comunicação buco sinusal 
o Deiscências das feridas 
o Alveolíte seca: é uma infecção dentro do alvéolo 
pela ausência de coagulo ou quebra da cadeia asséptica. 
Deve-se irrigar com soro fisiológico, e evitar a curetagem. 
Deve se prescrever analgésicos opióides. 
Cirurgia pré-protética 
Após a perda dos dentes naturais, as alterações ósseas 
nos maxilares se iniciam imediatamente. Pelo fato de o 
osso alveolar não responder mais às tensões exercidas 
nessa área pelos dentes e ligamentos periodontais, ele 
começa a ser reabsorvido. Os resultados dessa 
reabsorção são acelerados pelo uso de próteses e 
tendem a afetar a mandíbula mais severamente do que 
a maxila por causa da área superficial mais reduzida e da 
distribuição menos favorável das forças oclusais. 
Objetivos da cirurgia pré-protética 
O objetivo da cirurgia pré-protética é criar estruturas 
de suporte adequadas para a instalação subsequente de 
aparelhos protéticos. O melhor suporte para uma 
dentadura tem as seguintes características: 
o Nenhuma evidência de condições patológicas intra 
ou extraorais 
o Relação interarcos adequada nas dimensões 
anteroposterior, transversal e vertical 
o Processos alveolares tão largos quanto possível e 
de configuração adequada (a forma ideal do processo 
alveolar é um rebordo amplo em forma de U, com os 
componentes verticais tão paralelos quanto possível) 
o Nenhuma protuberância ou irregularidade óssea ou 
de tecido mole 
o Forma adequada da abóbada palatina 
o Incisura posterior da tuberosidade adequada 
o Inserção adequada de mucosa queratinizada na área 
de suporteprimário da prótese 
o Profundidade de vestíbulo adequada para a 
extensão da prótese 
o Resistência adicional nos possíveis locais de fratura 
mandibular 
o Proteção do feixe neurovascular 
o Suporte ósseo adequado e cobertura de tecido 
mole inserido para facilitar a instalação de implantes 
quando necessário 
Remodelação óssea 
É causada por diversos fatores. A causa mais comum 
de reabsorção é a perda dentaria, que por falta de 
estimulo na região, o alvéolo inicia sua reabsorção e 
posteriormente o rebordo. Próteses sem adaptação ou 
 
 
sem estimulo também podem causar reabsorção óssea 
acentuada, devido ao baixo fluxo sanguíneo. 
Direção da reabsorção 
 Na maxila ocorre diminuição na espessura do processo 
alveolar, reabsorção centrifuga, no sentido vestíbulo-
palatino. Ocorre também uma diminuição da altura do 
processo alveolar, causando a pneumatização dos seios 
(mais espessura do que altura). 
Já na mandíbula ocorre maior perda de altura do 
rebordo alveolar, causando superficialização do forame 
mentual, apófise genianas, linha milo-hioideia e nervo 
alveolar inferior. Porém também ocorre diminuição em 
menor quantidade da espessura do processo alveolar. 
(reabsorção centrípeta, no sentido de lingual para 
palatina) 
Alveoloplastia 
Quer o recontorno do rebordo alveolar seja feito no 
momento da extração dentária ou após um período de 
cicatrização, a técnica é essencialmente a mesma. 
As áreas ósseas que necessitam de recontorno devem 
ser expostas usando-se um retalho tipo envelope. Uma 
incisão mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo, 
com extensão anteroposterior adequada à área a ser 
exposta, e o rebatimento do retalho permitem 
visualização e acesso adequados ao rebordo alveolar. 
Quando não for possível exposição adequada, 
pequenas incisões verticais relaxantes podem ser 
necessárias. 
Independentemente do desenho do retalho, deve-se 
rebater o mucoperiósteo apenas em uma extensão que 
permita exposição adequada da área de irregularidade 
óssea a ser acessada. O rebatimento excessivo do retalho 
pode resultar em áreas desvitalizadas de osso, que será 
reabsorvido mais rapidamente após a cirurgia, e em 
reduzida adaptação do tecido mole à área do rebordo 
alveolar. 
Dependendo do grau de irregularidade da área de 
rebordo alveolar, o recontorno pode ser realizado com 
uma pinça-goiva, uma lima para osso ou uma broca para 
osso em uma peça de mão, individualmente ou 
combinadas. 
Remoção de torus - Torus Maxilares 
Os torus maxilares consistem na formação de uma 
exostose óssea na área do palato. Sua origem ainda não 
está esclarecida. Pode ter múltiplas formas e 
configurações, variando de uma leve elevação unitária a 
uma massa óssea pediculada e multiloculada. Gera poucos 
problemas quando há presença dos dentes maxilares e 
apenas ocasionalmente interfere na fala ou se torna 
ulcerado por traumatismos frequentes no palato. 
Entretanto, quando há perda de dentes e necessidade 
de confecção de uma prótese total ou parcial, o torus 
frequentemente interfere no desenho adequado e no 
funcionamento da prótese. 
Torus Mandibulares 
Os torus mandibulares são protuberâncias ósseas na 
face lingual da mandíbula que geralmente ocorrem na 
área de pré-molares. Ocasionalmente, os torus 
extremamente largos interferem na fala normal ou na 
função da língua durante a mastigação, mas esses torus 
raramente requerem remoção quando existem dentes. 
Após a remoção dos dentes inferiores e antes da 
confecção de uma prótese total ou parcial, pode ser 
necessário remover o torus mandibular para a confecção 
da prótese. 
Anormalidades do tecido mole 
As anormalidades do tecido mole nas áreas de suporte 
de próteses e nas áreas adjacentes incluem tecido 
excessivamente fibroso ou hipermóvel, lesões 
inflamatórias, como a hiperplasia fibrosa inflamatória do 
vestíbulo e a hiperplasia papilar inflamatória do palato, e 
as inserções anormais de músculos e freios. 
Redução da Tuberosidade Maxilar (Tecido Mole) 
O principal objetivo da redução de tecido mole da 
tuberosidade maxilar é proporcionar o espaço interarcos 
adequado para a confecção de uma prótese apropriada 
na região posterior e uma base firme de mucosa de 
espessura consistente sobre o rebordo alveolar, que será 
a área de suporte da prótese. A redução da tuberosidade 
maxilar pode requerer a remoção de tecido mole e osso 
para alcançar o resultado desejado. 
Redução de papila retromolar mandibular 
Excesso de tecido mole lateral palatino 
Tecido hipermóvel sem suporte 
Hiperplasia fibrosa inflamatória 
Frenectomia labial e lingual 
Tratamento ortocirúrgico 
Movimentos ortodônticos 
o Aposição e reabsorção óssea 
o Estimulo de tração e pressão 
 
 
o Ligamento periodontal (que auxilia a movimentação 
no sentido desejado) 
Ancoragem 
o Resistência de um ou mais elementos dentários 
oferecem à movimentação, quando submetidos a 
aplicação de uma força de pressão ou tração 
o Em ortodotia, existem movimentos que 
frequentemente são limitados pela ancoragem 
o A ancoragem ideal seria possível com um dispositivo 
que pudesse dissipar completamente as forças de 
reação, evitando movimentos indesejáveis dos 
elementos de resistência 
Exodontia de pré-molares 
o Apinhamento dentário 
o Ausência de espaço no arco dentário, normalmente 
indicada em pacientes classe III 
É feita de forma atraumática, por osteotomia vestibular, 
normalmente extraindo os 1º pré-molares. Outra opção 
para evitar a extração, são os stripings ou a ancoragem 
esquelética. 
Ancoragem esquelética 
Mini implante – força menor- osso alveolar 
Mini placa – força maior- osso basal 
 
Tracionamento de dentes inclusos 
O tracionamento de dentes retidos objetiva a 
recolocação do dente na arcada dentaria, sem causar 
danos aos outros elementos dentais adjacentes, 
restabelecendo a estetica e a função. 
Principalmente em dentes localizados mais 
profundamente, a abordagem deve ser mais radical com 
a exposição do dente não irrompido por meio de 
deslocamento de retalho mucoperiosteal e osteotomia, 
em associação à colagem de um acessório ortodôntico 
para aplicação de forças extrusivas. 
Cirurgia ortognatica 
Deformidades faciais 
Etiologia: 
o Herança familiar 
o Influencia ambiental como, modelagem intrauterina 
do feto, dificuldade respiratória (respiração bucal, seios 
maxilares, postura incorreta da língua), traumatismo facial 
ou síndromes 
 
 
Mandibula 
o Prognatismo (excesso de crescimento antero 
posterior) 
o Retrognatismo 
o Laterognatismo 
Maxila 
o Excesso vertical (sorriso gengival) 
o Atresia (deficiência transversal) 
o Retrusão e protrusão (antero-posterior) 
Mento 
o Excesso vertical 
o Protrusão 
o Retrusão 
Classe 3 esquelética 
o Perfil facial côncavo 
o Inversão da projeção labial 
o Deficiência de projeção zigomático 
o Ponta do nariz para baixo 
o Pouca Espessura de lábio 
o Exposição dos incisivos inferiores 
Classe 2 esquelética 
o Perfil facial convexo 
o Ausência de selamento labial passivo 
o Apagamento do sulco naso-labial (maxila protuída) 
o Exposição excessiva dos incisivos superiores 
o Afundamento do lábio inferior em repouso 
o Pode ter problemas respiratórios e DTM 
Crescimento de maxila cirurgicamente 
assistido 
É indicado em casos de deficiência transversa de maxila 
o Mordida aberta 
o Problemas respiratórios 
o Problemas de fonação 
 
Fratura Le Fort I 
Ocorre transversalmente na maxila, acima das raízes 
dos dentes superiores 
A porção fraturada contém o rebordo alveolar, partes 
das paredes do seio maxilar, palato e porção inferior do 
processo pterigoide do osso esfenoide 
É conhecida como fratura horizontal da maxila, fratura 
da arcada flutuante ou fratura de guerin 
 
 
 
Fratura Le Fort II 
Fratura dos ossos nasais e do processo frontal da 
maxila. A fratura passa lateralmente pelos ossos lacrimais, 
rebordo infra-orbitario, soalho da orbita e sutura 
zigomaticomaxilar 
Por continuar em profundidade, também envolve lateralda maxila, laminas pterigoideas e fossa pterigomaxilar. É 
conhecida como fratura piramidal 
 
Fratura Le Fort III 
Denominada de disfunção craniofacial, devido a 
separação da face do crânio. Ocorre completa separação 
das estruturas do esqueleto facial médio e seus 
ligamentos 
Fraturas ocorrem pelas suturas zigomaticofrontal, 
frontomaxilar e nasofrontal, soalho das orbitas, osso 
etmoide e esfenoide 
 
 
Osteotomia tipo Le Fort I 
Indicada em caso de movimentação superior 
(impacção), Movimentos antero-posterior (retrusão 
limitada), giro lateral e giro horário ou anti-horario (plano 
oclusal) 
Osteotomia vertical de ramo de mandíbula 
Não é indicada para casos de avanço ou correção de 
assimetria. 
 
Osteotomia saginal de ramo mandibular 
Indicada para movimentos antero-posterior (avanço e 
recuo), correção de assimetrias, giro lateral 
(interferências), giro horário e anti-horario (em casos de 
mordida aberta). 
 
Protocolo medicamentoso na clínica de cirurgia 
Exodontias fechadas/ pequenas cirurgias de tecido 
mole 
Nesses procedimentos espera-se desconforto ou dor 
de intensidade leve no pós-operatório 
Antissepsia intra bucal: 
o Bochechar vigorosamente 15ml de digluconato de 
clorexidina 0,12% por um minuto. 
Antissepsia extra bucal: 
o Solução aquosa de digluconato de clorexidina 2% 
Analgesia preventiva: 
1 comprimido de Dipirona Sódica de 500mg ao término 
do procedimento (paciente ainda no consultório) 
PRESCRIÇÃO: 
Ao Sr. _________ 
Endereço: ---------------- 
Uso Interno: 
1. Dipirona Sódica 500mg..___________tomar 1 
comprimido a cada 4h durante dois dias 
OU 
2. Paracetamol 750mg___________tomar 1 
comprimido a cada 6h durante dois dias. 
OU 
3. Ibuprofeno 200mg____________ tomar 1 
comprimido a cada 6h enquanto houver dor. 
 
Local, data. 
 
 
 
Cirurgias com abertura de retalho / Ostectomia e 
odontosecção / cirurgias pré-protéticas com 
deslocamento tecidual Extenso 
Nesses procedimentos é esperado dor moderada a 
intensa, acompanhada de edema inflamatório e limitação 
da função mastigatória 
Antissepsia extra bucal: 
o Solução aquosa de digluconato de clorexidina 2% 
Analgesia pré-operatória: 
Uso interno: 
 
Dexametasona 4mg___________tomar 2 
comprimidos 1 hora antes da cirurgia 
Analgesia preventiva: 
1 comprimido de Dipirona Sódica de 500mg ao término 
do procedimento (paciente ainda no consultório) 
 
PRESCRIÇÃO: 
Ao Sr. __________ 
Endereço: ________________. 
 
Uso Interno: 
1. Nimesulida 100mg ________ tomar 1 comprimido 
de 12 em 12 horas durante 3 dias 
2. Dipirona sódica 500mg..... tomar 1 comprimido de 04 
em 04 horas em caso de dor 
OU 
1. Diclofenaco de sódio 50mg ________ tomar 1 
comprimido de 08 em 08 horas durante 3 dias 
2. Paracetamol 750mg._________ tomar 1 
comprimido de 06 em 06 horas em caso de dor 
 
Uso Interno/via bucal 
1. Clorexidina 0,12%........................ 01 frasco 
Bochechar 2 vezes ao dia a partir do terceiro dia de 
pós-operatório 
 
Prescrição de antibióticos 
- Infecções Instaladas 
- Diabéticos não compensados em cirurgias de urgência 
- Pacientes Imunocomprometidos 
- Cirurgias com manipulação óssea extensa com mais 
de duas horas de duração 
- Profilaxia antibiótica para endocardite bacteriana 
 
 
Prescrição: 
Ao Sr. _____________ 
Endereço: ___________ 
 
Uso Interno: 
1. Amoxicilina 500mg. ___________ tomar 1 cápsula 
de 08 em 08 horas durante 7 dias. 
OU 
1. Clindamicina 600mg ___________ tomar 1 
comprimido de 08 em 08 horas durante 7 dias. 
 
Profilaxia antibiótica 
Amoxicilina 1g _____________ 1 hora antes da 
cirurgia 
OU 
Clindamicina 600mg _____________ 1 hora antes da 
cirurgia 
 
 PERICORONARITE 
Protocolo de tratamento em clínica: 
1- Anestesia local – bloqueio regional do nervo bucal e 
lingual 
2- Raspagem 
3- Irrigação com soro fisiológico 0,9% e solução de 
digluconato de clorexidina 0,12% 
 
PRESCRIÇÃO: 
Ao Sr. ____________ 
Endereço: ___________ 
 
Uso Interno: 
1. Nimesulida 100mg ______. tomar 1 comprimido de 12 
em 12 horas durante 3 dias 
2. Dipirona sódica 500mg..... tomar 1 comprimido de 04 
em 04 horas em caso de dor 
3. 1. Amoxicilina 500mg......... tomar 1 cápsula de 08 em 08 
horas durante 7 dias. 
 
Uso Interno/via bucal 
3 Clorexidina 0,12%........................ 01 frasco 
Bochechar 2 vezes ao dia durante 7 dias. 
 
Recomendações pós-operatórias 
- Repouso relativo de 2 a 5 dias 
- Afastamento de atividades físicas por 7 dias 
 
 
- Compressa gelada em face por 2 dias. 15 minutos com 
intervalos de 30 minutos 
-Compressa morna em face a partir do terceiro dia em 
caso de edema ou hematoma 
-Alimentação liquida / pastosa e gelada nos dois 
primeiros dias 
- Evitar alimentos muito condimentados ou ácidos 
- Manter higiene normal 
- Não cuspir, não abaixar a cabeça. 
- Evitar ficar deitado na posição horizontal. 
- Remover a sutura em 7 dias 
Planejamento 
EXODONTIA 
1 - Sequência de paramentação: 
- EPI completo (com jaleco ou sem) 
- Antissepsia intra oral do paciente 
- Degermação de mãos 
- Colocação de capote 
- Calçar as luvas 
- Campo liso de bancadas 
- Montagem da mesa 
- Anti-sepsia extra oral 
- Campo fenestrado para paciente 
- Protetores de sugador e motores 
2 - Anestesia: 
- para dentes inferiores: Bloqueio do Alveolar inferior e 
Lingual. Bloqueio do nervo Bucal ou infiltravas marginais 
em fundo de vestíbulo na região a ser operada. 
- para dentes Superiores: Infiltrativa Terminal em fundo 
de vestíbulo na região a ser operada. Infiltrativa na 
gengiva palatina na altura do terço médio da raiz do dente 
a ser extraído. 
3 - Técnica Cirúrgica: 
- para dentes com coroa ou raizes residuais com 
término supra gengival: 
- incisão intrasucular 
- Descolamento de fibras dento gengivais (sem 
abertura de retalho) com Molt n. 9 
- Apreensão com fórceps específico do dente: 
o 1 - Incisivos e caninos superiores 
o 150 - Pré-molares superiores (incisivos laterais) 
o 151- Incisivos, caninos e pré molares inferiores 
o 69 - restos radiculares inferiores 
o 65 - restos radiculares superiores 
o 16 - molares inferiores sem coroa 
o 17 - Molares inferiores com coroa 
o 18R - molares superiores direitos 
o 18L - molares superiores esquerdos 
- Para raízes residuais com termino subgengival: 
- Incisão intrasucular, descolamento das papilas 
adjacentes e abertura de retalho: 
- em envelope para quando se deseja somente expor 
a crista óssea marginal 
- Triangular para quando se deseja expor a tábua óssea 
vestibular correspondente ao terço médio da raiz 
- Trapezoidal para quando se deseja expor a tábua 
óssea vestibular correspondente ao terço apical da raiz 
- Descolamento do retalho com Molt n. 9 
- Ostectomia vestibular para proporcionar ponto de 
apoio com broca de aço carbide haste longa n. 4 ou 6 
para alta rotação com irrigação abundante com soro 
fisiológico estéril. 
- Odontosecção em caso de dentes multirradiculares 
com broca de aço carbide haste longa n. 702 para alta 
rotação com irrigação abundante com soro fisiológico 
estéril.. 
 -Sentido mésio distal para pré molares 
 -Sentido vestíbulo lingual para molares inferiores 
 -Em “Y" ou em “T" para molares superiores 
- Luxação e avulsão com Alavanca 301 ou 304 
- Curetagem do alvéolo somente na presença de lesão 
apical ou tecido de granulação 
proveniente de doença periodontal 
4 – Síntese: 
- sutura com fio de seda 3-0 ou nylon 4-0. Ponto em 
“X" para alvéolos sem fechamento por primeira intenção. 
- sutura com pontos simples para alvéolos com 
fechamento por primeira intenção. 
- pressão local com gaze umidecida em soro por 5 
minutos. 
Regularização de rebordo (Preferencialmente 
feita no mesmo momento cirúrgico no caso de 
exodontias múltiplas) 
1 - Sequência de paramentação: 
- EPI completo (com jaleco ou sem) 
- Antissepsia intra oral do paciente 
- Degermação de mãos 
- Colocação de capote 
- Calçar as luvas 
- Campo liso de bancadas 
- Montagem da mesa 
 
 
- Anti-sepsia extra oral 
- Campo fenestrado para paciente 
- Protetoresde sugador e motores 
2 - Anestesia: 
- somente infiltravas marginais em fundo de vestíbulo 
na região a ser operada, com complementação por 
palatino / lingual. 
3 - Técnica cirúrgica 
- incisão linear e retalho em envelope. 
- descolamento do retalho com Molt n. 9 
- Remoção de porção exposta dos septos interdentais 
com Alveolótomo ou Broca Maxicut para peça de mão 
com irrigação abundante com soro fisiológico estéril. 
- Confecção de bisel vestibular para fechamento do 
retalho por primeira intenção. 
- No caso da remoção de áreas retentivas vestibulares, 
Manobra de Choupret com pressão bidigital 
4 – Síntese: 
- sutura com ponto contínuo festonado e fio de seda 
3-0 ou nylon 4-0 
FRENECTOMIAS 
 1 - Sequência de paramentação: 
- EPI completo (com jaleco ou sem) 
- Antissepsia intra oral do paciente 
- Degermação de mãos 
- Colocação de capote 
- Calçar as luvas 
- Campo liso de bancadas 
- Montagem da mesa 
- Anti-sepsia extra oral 
- Campo fenestrado para paciente 
- Protetores de sugador 
2 - Anestesia: 
- somente infiltravas ao longo de todo o freio a ser 
removido. No caso de freios labiais superiores com 
extensão palatina e diastema, bloqueio do nervo naso 
palatino. 
3 - Técnica cirúrgica 
- colocação de duas pinças hemostáticas para 
apreender o freio: 
- uma pinça na porção labial do freio (ou na porção 
lingual, no caso de freios línguais) 
- uma pinça na porção gengival do freio (no caso de 
freios línguas, essa pinça deve ser posicionada logo acima 
das carúnculas linguais para protege-las. 
- incisão central para desinserir o lábio ou a língua 
- remoção da porção labial ou lingual do freio com 
incisões em cunha. 
- No caso de freios inseridos na porção palatina com 
diastema, remoção da papila interdental e porção palatina 
do freio. 
- Divulsão da mucosa labial e lingual para não suturar a 
parte muscular, aumentando a chance de recidiva. 
4 – Síntese: 
- sutura simples e fios multifilamentares. 
Traumatismo oral e maxilofacial 
Os traumatismos são resultados, geralmente, de 
sobrecargas mecânicas (físicas) onde a integridade 
estrutural e a rigidez dos tecidos são interrompidas 
Lesões de tecidos moles 
Os tipos de lesões de tecidos moles que o cirurgião-
dentista pode vivenciar na prática variam 
consideravelmente. Essas lesões são vistas com alguma 
frequência em associação ao traumatismo dentoalveolar 
ou são causadas inadvertidamente pelo cirurgião-dentista 
na prática clínica. 
Abrasão 
 A abrasão é uma ferida causada por fricção entre um 
objeto e a superfície do tecido mole. Essa ferida é 
usualmente superficial, desnuda o epitélio e 
ocasionalmente envolve as camadas profundas. Como as 
abrasões atingem as terminações finais de muitas fibras 
nervosas, elas são dolorosas. O sangramento geralmente 
é mínimo, porque é de natureza capilar e responde bem 
à aplicação de pressão suave. Se a abrasão não for 
profunda, a reepitelização ocorre sem a formação de 
cicatriz. Quando a abrasão estende-se para as camadas 
profundas da derme, a cicatrização dos tecidos 
profundos ocorre com a formação de cicatriz, e alguma 
deformidade permanente pode ser esperada. 
 
 
 
As áreas abrasionadas devem ser totalmente limpas, a 
fim de remover todo material estranho. Degermante 
antisséptico e irrigação copiosa com solução salina são 
utilizados para esse propósito. Todas as partículas de 
material estranho devem ser removidas. Se essas 
partículas são deixadas no tecido, resultarão em uma 
“tatuagem” permanente e difícil de ser tratada. Em 
abrasões profundas e contaminadas com sujeira ou outro 
material, pode ser necessário anestesiar a área e usar 
uma escova cirúrgica (ou escova de dentes) para 
remover completamente os detritos. 
Uma vez que a ferida esteja livre de detritos, a aplicação 
tópica de uma pomada antibiótica é adequada. Um 
curativo não compressivo pode ser utilizado se a abrasão 
é profunda, mas é desnecessário em abrasões 
superficiais. Antibióticos sistêmicos não são normalmente 
indicados. Durante a semana seguinte, ocorrerá 
reepitelização da ferida sob a escara, que é uma crosta 
ressecada de sangue e plasma que se desenvolve após 
lesão de tecido mole (p. ex., uma crosta). A escara, então, 
cairá. 
Durante o atendimento, é possível criar abrasões 
iatrogenicamente, como as que ocorrem quando a haste 
de uma broca em movimento atinge a mucosa oral ou 
quando uma compressa de gaze ou algodão abrasionam 
a mucosa durante sua remoção da boca. 
Contusão 
A contusão é mais comumente chamada de equimose 
e indica que ocorreu algum rompimento no interior dos 
tecidos, resultando em hemorragia subcutânea ou 
submucosa sem descontinuidade na superfície dos 
tecidos moles. 
 
As contusões são normalmente causadas por trauma 
com um objeto rombo, mas também são 
frequentemente encontradas associadas a traumatismo 
dentoalveolar ou fraturas dos ossos faciais. A importância 
das contusões, do ponto de vista do diagnóstico, é que, 
quando elas ocorrem, deve-se procurar por fraturas 
ósseas. 
A contusão geralmente não requer tratamento 
cirúrgico. Uma vez que a pressão hidrostática dos tecidos 
moles se iguala à pressão dentro dos vasos sanguíneos 
(usualmente capilares), o sangramento cessa. Se a 
contusão é diagnosticada precocemente, a aplicação de 
gelo ou curativos compressivos pode ajudar na 
vasoconstrição e, portanto, diminuir a formação de 
hematoma. Se uma contusão não parar de se expandir, 
é provável que haja hemorragia arterial dentro da ferida, 
e nesses casos é necessária exploração cirúrgica para 
ligadura dos vasos. 
Como não há rompimento da superfície dos tecidos 
moles, com o tempo o corpo reabsorve a hemorragia 
formada dentro de uma contusão, e o contorno normal 
é restabelecido. Porém, nos dias seguintes, o paciente 
pode esperar áreas de equimose (ou seja, coloração 
violácea causada pelo extravasamento de sangue na pele 
ou mucosa; uma “marca negro-azulada”), que evoluirá 
para uma variedade de cores (azul, verde e amarela) 
antes de desaparecer. 
 
 
Quando não há rompimento na superfície dos tecidos 
moles, infecção é improvável, portanto antibióticos 
sistêmicos não são indicados. Se, contudo, a contusão 
resulta de traumatismo dentoalveolar, é provável que 
exista uma comunicação entre a cavidade oral e o 
hematoma submucoso. Nesse caso, antibióticos 
sistêmicos são recomendados, pois o sangue coagulado 
representa um meio de cultura ideal. 
Laceração 
A laceração é uma solução de continuidade nos tecidos 
epiteliais e subepiteliais. É talvez o tipo mais frequente de 
lesão de tecido mole, sendo causada mais comumente 
por um objeto cortante, como uma faca ou um pedaço 
de vidro. Se o objeto não é afiado, as lacerações criadas 
podem ser irregulares, pois o tecido é literalmente 
rasgado pela força do golpe. Assim como nas abrasões, 
a profundidade da laceração pode variar, algumas 
envolvem somente a superfície externa, outras se 
 
 
estendem profundamente para dentro do tecido, 
rompendo nervos, vasos sanguíneos, músculos e outras 
estruturas e cavidades anatômicas maiores. 
 
Deve-se explorar minunciosamente a cavidade oral e 
identificar lesões que aparentemente não estão abertas. 
Por exemplo, lacerações no vestíbulo podem passar 
despercebidas, a menos que os lábios sejam afastados, 
permitindo que elas apareçam. As lacerações nos lábios 
são comumente observadas no traumatismo 
dentoalveolar, mas em muitos casos os dentes ficam 
intactos, porque o tecido mole absorve a força do golpe. 
As feridas de tecidos moles associadas ao traumatismo 
dentoalveolar são sempre tratadas após o tratamento das 
lesões dos tecidos duros. 
Após anestesia adequada, o tratamento cirúrgico das 
lacerações envolve quatro passos principais: (1) limpeza, 
(2) debridamento, (3) hemostasia e (4) fechamento. 
Esses passos aplicam-se a lacerações em qualquer parte 
do corpo, inclusive a cavidade oral e a região perioral. 
1. Limpeza da ferida: é necessária para prevenir 
quaisquer detritos remanescentes.Pode ser realizada 
com degermante antisséptico e necessitar do uso de 
uma escova. Um anestésico é normalmente necessário. 
A irrigação salina copiosa é, então, usada para remover 
todo material solúvel em água e partículas. 
2. Debridamento da ferida: refere-se à remoção de 
todo o tecido contundido e desvitalizado da ferida e do 
tecido irregular da superfície, permitindo o fechamento 
linear. Na região maxilofacial, que tem rico suprimento 
sanguíneo, a quantidade de debridamento deve ser 
mínima. Somente o tecido desvitalizado é excisado. Para 
a maioria das lacerações encontradas pelos 
cirurgiõesdentistas, não há necessidade de debridamento, 
exceto para o tecido de glândulas salivares menores 
3. Hemostasia da ferida: deve ser realizada antes do 
fechamento. O sangramento contínuo pode 
comprometer o reparo em razão da formação de 
hematoma dentro dos tecidos, que pode romper os 
planos já suturados. 
4. Fechamento da ferida: uma vez que a ferida esteja 
limpa, desbridada e a hemostasia seja obtida, a laceração 
está pronta para ser suturada. Nem toda laceração 
necessita de sutura, devendo avaliar a profundidade e 
localização. Para que o fechamento de uma laceração 
seja considerado apropriado, durante o fechamento 
todas as camadas do tecido devem ser reposicionadas. 
Lacerações da gengiva e da mucosa alveolar (ou 
assoalho de boca) são facilmente fechadas em uma 
camada. Se um paciente apresenta laceração de língua 
ou lábio envolvendo músculo, suturas reabsorvíveis 
devem ser usadas para fechar as camadas musculares, 
e, em seguida, a mucosa é suturada. Tecidos de glândula 
salivar menor que se projetam para fora de uma ferida 
devem ser cuidadosamente removidos para permitir 
fechamento mais favorável. Em lacerações que envolvam 
a espessura total do lábio, é necessário um fechamento 
em três camadas. 
 
Uma vez fechada a laceração, o profissional deve 
considerar que uma terapia de suporte pode ser 
instituída para promover cicatrização sem complicações. 
Antibióticos sistêmicos devem ser considerados sempre 
que uma laceração estende-se pela espessura total do 
lábio. Nas lacerações superficiais, os antibióticos não são 
indicados. A imunização do paciente contra o tétano deve 
ser verificada. Os pacientes também devem ser 
instruídos quanto à dieta pós-cirúrgica e aos cuidados 
com a ferida. 
Geralmente, suturas na pele da face devem ser 
removidas de quatro a seis dias do pós-operatório. Ao 
remover a sutura, esta deve ser cortada e puxada em 
uma direção que não cause a abertura da ferida. Tiras 
adesivas podem ser colocadas no momento da remoção 
da sutura para dar suporte externo à cicatrização da 
ferida 
 
 
 
 
 
 
Tratamento de fraturas faciais 
Avaliação Imediata 
Antes de completar uma história detalhada e a avaliação 
física da área facial, deve-se cuidar das lesões graves que 
causem risco de vida. 
O primeiro passo na avaliação do paciente traumatizado 
é o exame da estabilidade cardiopulmonar, garantindo 
que ele esteja com a via aérea patente e que os pulmões 
se encontrem adequadamente ventilados. Os sinais vitais, 
incluindo frequência respiratória, pulsação e pressão 
arterial, devem ser tomados e registrados. Durante a fase 
inicial da avaliação (a avaliação primária), outros problemas 
que possam incorrer em risco de vida ao paciente, como 
hemorragia profusa, devem ser abordados. Em seguida, 
a avaliação do estado neurológico do paciente e um 
exame da sua coluna cervical devem ser realizados. O 
pescoço deve ser imobilizado temporariamente até que 
as lesões nessa região tenham sido solucionadas. 
Procede-se à palpação cuidadosa do pescoço para 
detectar possíveis áreas dolorosas, e uma série de 
radiografias da espinha cervical deve ser realizada assim 
que possível. 
O tratamento das lesões de cabeça e pescoço deve 
geralmente ser adiado até que uma completa avaliação, 
exame e estabilização do paciente tenham sido 
realizados. Contudo, muitas vezes algum tratamento 
pode ser necessário para estabilizar o paciente. A 
manutenção das vias aéreas do paciente é de vital 
importância. Com frequência, as fraturas do osso da face 
comprometem severamente a ventilação do paciente, 
especialmente quando ele está inconsciente ou em 
posição supina. Fraturas mandibulares graves, 
particularmente as bilaterais ou cominutivas, podem 
provocar grandes deslocamentos da mandíbula e da 
língua em direção posterior, resultando em obstrução 
das vias aéreas superiores 
 
Simples manuseio, reposicionamento e estabilização da 
mandíbula em uma posição mais anterior podem aliviar 
esta obstrução. Em alguns casos, a intubação 
endotraqueal pode ser necessária. Quaisquer aparelhos 
protéticos, dentes avulsionados, pedaços de osso 
completamente avulsionados ou outros detritos também 
podem contribuir para a obstrução das vias aéreas e 
devem ser imediatamente removidos. 
Quaisquer áreas de sangramento devem ser 
prontamente examinadas e tratadas com 
tamponamento, curativos compressivos ou pinçamento 
dos vasos. Todo o excesso de sangue e saliva deve ser 
aspirado da faringe, prevenindo a aspiração e o 
laringospasmo. As lesões da região facial podem envolver 
não somente os ossos da face, mas também os tecidos 
moles, como língua e áreas cervicais superiores, ou 
podem estar associadas às lesões como uma fratura de 
laringe. 
História e Exame Físico 
Após o paciente estar inicialmente estabilizado, deve-se 
obter uma história o mais completa possível. Cinco 
importantes perguntas devem ser realizadas: 
1. Como aconteceu o acidente? 
2. Quando aconteceu o acidente? 
3. Quais as características específicas da lesão, incluindo 
o tipo de objeto causador, a direção de onde veio o 
impacto e considerações logísticas similares? 
4. Houve perda de consciência? 
5. Que sintomas o paciente apresenta no momento, 
incluindo dor, alterações de sentidos, alterações visuais e 
maloclusão? 
Uma revisão completa dos sistemas, incluindo 
informações sobre alergias, medicamentos e imunização 
antitetânica prévia, condições médicas e cirurgias prévias, 
deve ser obtida. 
A avaliação física das estruturas faciais deve ser 
completada somente após um exame físico geral, que 
verifique as condições cardiopulmonares e funções 
neurológicas, além de outras áreas de trauma potencial, 
incluindo tórax, abdome e áreas pélvicas. Como os 
pacientes com graves lesões múltiplas frequentemente 
requerem avaliação e tratamento por diversos 
especialistas, as equipes de trauma tornaram-se um 
padrão nas salas de emergência dos principais hospitais. 
 
 
A avaliação da área facial deve ser feita de maneira 
organizada e sequencial. O crânio e a face devem ser 
cuidadosamente inspecionados à procura de 
traumatismos evidentes, incluindo lacerações, abrasões, 
contusões, áreas de edema ou formação de hematoma, 
e possíveis alterações de contorno. As áreas de 
equimose devem ser cuidadosamente avaliadas. 
1. Equimose periorbitária, especialmente associada à 
hemorragia subconjuntival, costuma ser indicativa de 
fratura orbitária ou do complexo zigomático. 
2. Equimoses localizadas atrás da orelha, ou sinal de 
Battle, sugerem fratura da base do crânio. 
3. Equimoses no assoalho da boca usualmente indicam 
fratura na região anterior da mandíbula. 
 
 
Um exame neurológico da face deve incluir uma 
avaliação criteriosa de todos os nervos cranianos. 
Alterações pupilares ou de acuidade visual podem sugerir 
traumatismo intracraniano (disfunção do II ou III nervo 
craniano) ou trauma direto à órbita. Pupilas desiguais 
(anisocoria) em um paciente letárgico indicam uma lesão 
ou hemorragia intracraniana (hematoma subdural ou 
epidural ou hemorragia intraparenquimatosa). Uma pupila 
assimétrica ou irregular (não redonda) é mais 
comumente causada por uma perfuração do globo 
ocular. As anormalidades dos movimentos oculares 
também podem apontar problemas neurológicos centrais 
(III, IV e VI nervos cranianos) ou restrição mecânica dos 
movimentos dos músculos do olho,resultante de fraturas 
do complexo orbitário. A função motora dos músculos 
faciais (VII nervo craniano) e dos músculos da mastigação 
(V nervo craniano) e a sensibilidade da área facial (V 
nervo craniano) devem ser avaliadas. Todas as lacerações 
devem ser cuidadosamente limpas e avaliadas à procura 
de possíveis secções de nervos e ductos importantes, 
como o nervo facial e o ducto de Stensen. 
A mandíbula deve ser cuidadosamente avaliada pela 
palpação externa de todas as áreas das bordas inferior e 
lateral e da articulação temporomandibular. A oclusão 
deve ser examinada à procura de desnivelamento ao 
longo do plano oclusal e de lacerações das áreas 
gengivais. A palpação bimanual das áreas suspeitas de 
fratura deve ser feita por meio de pressão firme sobre 
a mandíbula, anterior e posterior à área fraturada, em 
uma tentativa de diagnosticar se há mobilidade nesta 
região. A oclusão deve ser reexaminada após esta 
manobra. A mobilidade dentária na área de uma possível 
fratura também deve ser observada. 
A avaliação do terço médio da face começa 
verificando-se a mobilidade da maxila isoladamente ou em 
combinação com os ossos zigomáticos ou nasais. Para 
acessar a mobilidade da maxila, a cabeça do paciente 
deve ser estabilizada pela fronte com uma das mãos. 
 
As regiões do terço médio e superior da face devem 
ser palpadas, procurando-se desnivelamento ósseo na 
região frontal, no rebordo periorbitário ou na região nasal 
ou zigomática. A crepitação óssea (capacidade de sentir 
a vibração conforme as margens ósseas são esfregadas 
umas contra as outras) ou extrema sensibilidade nesta 
região indica fratura. 
A avaliação das estruturas nasais e paranasais inclui a 
medição da distância intercantal entre a parte mais 
interna dos cantos mediais direito e esquerdo. 
Frequentemente, as lesões naso-órbito-etmoidais 
causam cominuição dos ossos nasais e deslocamento dos 
ligamentos cantais mediais, resultando em telecanto 
traumático (aumento da distância intercantal). 
A inspeção intraoral deve incluir uma avaliação das 
áreas de laceração da mucosa e de equimoses no 
vestíbulo bucal ou ao longo do palato e um exame da 
oclusão e das áreas de dentes com mobilidade ou 
ausentes. Essas áreas devem ser verificadas antes, 
 
 
durante e após uma manipulação da mandíbula e do 
terço médio da face. Contato oclusal prematuro unilateral 
com mordida aberta contralateral é altamente suspeito 
de um tipo de fratura dos maxilares. 
Avaliação Radiográfica 
Após cuidadosa avaliação da área facial, radiografias 
devem ser feitas para fornecer informação adicional 
sobre as lesões faciais. Nos casos de trauma facial grave, 
as lesões na coluna cervical devem ser excluídas com 
um exame completo da coluna cervical antes de qualquer 
manipulação no pescoço. 
O exame radiográfico da face deve depender, até 
certo ponto, dos achados clínicos e da lesão suspeitada. 
No paciente com trauma de face, o objetivo das 
radiografias é confirmar a suspeita do diagnóstico clínico, 
obtendo-se informações que podem não estar claras no 
exame clínico, e determinar com maior precisão a 
extensão da lesão. O exame radiográfico deve também 
documentar as fraturas por ângulos ou perspectivas 
diferentes. 
A avaliação radiográfica da mandíbula geralmente 
requer duas ou mais das seguintes tomadas radiográficas: 
4. Radiografia panorâmica, 
5. Incidência de Towne de boca aberta, 
6. Incidência posteroanterior 
7. Incidências laterais oblíquas 
Ocasionalmente, até mesmo essas radiografias não 
fornecem a informação adequada; portanto, radiografias 
suplementares, incluindo as periapicais e oclusais, podem 
ser úteis. 3 A tomografia computadorizada (TC), na 
incidência axial com contraste intravenoso, pode fornecer 
informações não obtidas nas radiografias planas ou 
quando precauções com a coluna cervical ou outras 
lesões não permitem o posicionamento adequado dos 
filmes. A TC é usada para excluir lesão neurológica em 
muitos pacientes com trauma facial, e este exame 
também pode ser útil para suplementar a avaliação 
radiográfica. 
A avaliação das fraturas do terço médio da face 
historicamente foi complementada com outras 
incidências radiográficas, incluindo a de 
8. Incidência de Waters, 
9. Incidência lateral e posteroanterior de crânio 
10. Submento-vértex. 
A TC é a técnica radiográfica mais comumente usada 
para avaliar do trauma de terço médio da face. A 
capacidade de avaliar as fraturas em diversos planos de 
espaço e visualizar todo o crânio, terço médio da face e 
mandíbula com a reconstrução tridimensional fornece 
informação valiosa para o diagnóstico e tratamento do 
trauma facial grave 
Etiologia das Fraturas Faciais 
As principais causas de fraturas faciais abrangem os 
acidentes automobilísticos e as agressões. Outras causas 
de lesões incluem as quedas, os acidentes esportivos e 
os de trabalho. 
Fraturas Mandibulares 
Dependendo do tipo de lesão e da direção e força do 
impacto, as fraturas de mandíbula normalmente ocorrem 
em diversas localizações. Uma das classificações de 
fraturas descreve as fraturas mandibulares de acordo 
com sua localização anatômica. As fraturas são 
designadas como condilares, do ramo, de ângulo, de 
corpo, sinfisárias, alveolares e, raramente, do processo 
coronoide. 
 
Outro sistema de classificação das fraturas mandibulares 
as distingue em fraturas do tipo galho verde, simples, 
cominutivas e compostas. Esse sistema descreve a 
condição dos fragmentos ósseos na região fraturada e a 
possível comunicação com o meio externo. 
A. As fraturas em galho verde são aquelas que 
envolvem as fraturas incompletas com flexibilidade do 
osso. Essas fraturas geralmente exibem mobilidade 
mínima quando palpadas e a fratura é incompleta. 
B. Uma fratura simples é uma completa transecção do 
osso com mínima fragmentação na região fraturada. 
C. Na fratura cominutiva, o osso é fraturado em 
múltiplos segmentos. Ferimentos com arma de fogo, 
objetos penetrantes ou outros traumatismos de alto 
impacto na mandíbula resultam comumente em fraturas 
cominutivas. 
 
 
D. Uma fratura composta provém da comunicação da 
margem do osso fraturado com o meio externo. 
Nas fraturas maxilofaciais, a comunicação com o meio 
bucal ou externo pode decorrer de lacerações da 
mucosa, perfuração através do sulco gengival e do 
ligamento periodontal, comunicação com o revestimento 
do seio e lacerações da pele subjacente. Por definição, 
qualquer fratura dos maxilares envolvendo um segmento 
dentário é uma fratura exposta ou composta. 
 
As fraturas de mandíbula podem ser favoráveis ou 
desfavoráveis, dependendo da angulação da fratura e da 
força de tração muscular proximal e distal à fratura. Em 
uma fratura favorável, a linha de fratura e a força de 
tração muscular resistem ao deslocamento da fratura. Em 
uma fratura desfavorável, a tração muscular resultará em 
deslocamento dos segmentos fraturados. 
 
Fraturas do Terço Médio da Face 
As fraturas do terço médio da face incluem aquelas que 
afetam a maxila, o zigoma e o complexo naso-órbito-
etmoidal. Essas fraturas podem ser classificadas em: 
fraturas Le Fort I, II ou III, fraturas do complexo 
zigomático-maxilar, fraturas de arco zigomático ou 
fraturas NOE. Tais fraturas podem ocorrer isoladamente 
ou combinadas. 
A. A fratura Le Fort I resulta frequentemente da 
aplicação de força horizontal na maxila, fraturando-a 
através do seio maxilar e ao longo do assoalho da fossa 
nasal. Ela separa a maxila das lâminas pterigoides e das 
estruturas nasal e zigomática. Esse tipo de fratura pode 
separar a maxila, em um único pedaço, das outras 
estruturas, dividir o palato ou fragmentar a maxila. 
B. A Le Fort II, que é a separação da maxila e 
complexo nasal aderido, das estruturas zigomáticas e 
nasais, pode ocorrer devido a aplicação de forças 
horizontais mais superiores à maxila resultando uma linha 
de fratura piramidal. 
C. A fratura Le Fort III provém da aplicação de forças 
horizontais em umnível suficientemente alto para 
separar o complexo NOE, os zigomas e a maxila, da base 
do crânio, o que decorre da chamada separação 
craniofacial. 
Invariavelmente, as fraturas do terço médio da face são 
híbridas ou combinações de lesões previamente 
mencionadas. 
 
O tipo mais comum das fraturas do terço médio da 
face é a fratura do complexo zigomático. Esse tipo de 
fratura resulta do impacto de objetos, como uma bola de 
beisebol ou o punho, sobre a parte lateral da bochecha. 
 
Traumatismos semelhantes também podem ocasionar 
fraturas isoladas dos ossos nasais, do rebordo orbitário ou 
áreas do assoalho da órbita. Trauma contuso ao olho 
pode resultar em compressão do globo e subsequente 
fratura blow-out do assoalho da órbita. O arco zigomático 
também pode ser afetado, isolado ou em combinação 
com outros tipos de fraturas. 
Tratamento das fraturas faciais 
Sempre que as estruturas faciais são traumatizadas, o 
objetivo do tratamento é a reabilitação máxima do 
paciente. Nas fraturas faciais, os objetivos do tratamento 
incluem 
o Rápida cicatrização óssea 
o Retorno das funções ocular, mastigatória e nasal 
normais 
o Recuperação da fala 
o Resultado estético facial e dentário aceitável. 
o Mínimo desconforto e inconvenientes o máximo 
possível 
Para alcançar esses objetivos, os seguintes princípios 
cirúrgicos básicos devem servir de guia para o 
tratamento das fraturas faciais: 
 
 
o Redução da fratura (ou seja, reposição dos 
segmentos ósseos em suas corretas posições 
anatômicas) 
o Fixação dos segmentos ósseos para imobilizar os 
segmentos no local da fratura 
o A oclusão original deve ser restaurada 
o Qualquer infecção na área da fratura, erradicada ou 
prevenida. 
O momento do tratamento das fraturas faciais depende 
de diversos fatores. Na maioria das vezes, é sempre 
melhor tratar as lesões o mais cedo possível. Evidências 
mostram que, quanto mais tempo uma fratura aberta ou 
composta permanecer sem tratamento, maior é a 
incidência de infecções e má união. Além disso, adiar por 
dias ou semanas torna difícil ou impossível a redução 
anatômica ideal da fratura. Ademais, o edema aumenta 
progressivamente nos 2 ou 3 dias após o traumatismo 
e, com frequência, dificulta o tratamento de uma fratura. 
O plano de tratamento da maioria das fraturas faciais 
começava com a redução das fraturas mandibulares, 
continuando sequencialmente pelo terço médio da face. 
Os motivos para isso eram que a mandíbula podia ser 
mais facilmente estabilizada e que a oclusão e o restante 
do esqueleto facial podiam ser reduzidos de acordo com 
a mandíbula. Entretanto, com o advento e 
desenvolvimento das técnicas de fixação rígida (placa e 
parafuso), o tratamento das fraturas faciais pode começar 
pelas áreas de mais fácil estabilização e progredir para 
as áreas mais instáveis. 
Na abordagem das fraturas faciais, o cirurgião-dentista 
tenta reconstruir a face com base no conceito de que 
certas estruturas ósseas do esqueleto facial fornecem o 
suporte primário nos sentidos vertical e anteroposterior. 
Três pilares existem bilateralmente, formando o suporte 
primário vertical da face: 
o Nasomaxilar 
o Zigomático 
o Pterigomaxilar 
 
As estruturas que suportam a projeção facial no 
sentido anteroposterior incluem a barra frontal, o arco 
zigomático e o complexo zigomático, os alvéolos 
maxilares e o palato e o segmento basal da mandíbula. 
Independentemente do tipo de fratura ou da abordagem 
cirúrgica usada, o procedimento inicial deve ser o 
posicionamento dos dentes em sua oclusão correta e, a 
seguir, a redução apropriada das fraturas ósseas. O 
reparo ósseo deve sempre preceder o reparo do tecido 
mole. 
Fraturas Mandibulares 
O primeiro e mais importante aspecto da correção 
cirúrgica é reduzir apropriadamente a fratura ou colocar 
os segmentos individuais da fratura na relação adequada 
uns com os outros. Na redução adequada de fraturas 
ósseas em que há a presença de dentes, é mais 
importante colocá-los na relação oclusal que tinham 
anteriormente ao trauma.. O estabelecimento de uma 
relação oclusal adequada por meio da fixação dos dentes 
com fio de aço denomina-se fixação maxilomandibular 
(FMM) ou fixação intermaxilar (FIM). 
a. Bara de Erich: utiliza um arco pré-fabricado adaptado 
e fixado aos dentes em cada arcada com fios de aço; o 
arco maxilar é, então, fixado ao arco mandibular, 
posicionando os dentes em suas relações adequadas. 
b. Odontossintese tipo Ivy 
c. Fixação em laço contínuo 
 
 Quando as fraturas não são tratadas em alguns dias ou 
estão severamente deslocadas, pode ser difícil colocar os 
segmentos fraturados imediatamente dentro de sua 
posição anatômica correta e realizar uma adequada FIM. 
Elásticos potentes de tração podem ser utilizados para 
puxar os segmentos ósseos para suas posições corretas 
gradualmente por algumas horas ou alguns dias. O 
tratamento das fraturas usando somente a FIM é 
chamado de redução fechada, porque não envolve a 
abertura direta, a exposição e a manipulação da área 
fraturada. 
 
 
No caso de uma fratura em um paciente edêntulo, as 
próteses inferiores podem ser fixadas com fio de aço à 
mandíbula com uma fixação circum-mandibular, e as 
próteses superiores podem ser fixadas à maxila usando 
outras técnicas de fixação com fio de aço ou com 
parafusos para manter a dentadura em sua posição. As 
próteses superiores e inferiores podem, então, ser 
fixadas junto com fio de aço, o que produzirá um tipo 
de FIM. Em muitos casos, a fratura em um paciente 
totalmente edêntulo necessita da redução aberta e 
fixação interna com alinhamento anatômico. Após um 
período apropriado de cicatrização (mínimo de 4 a 6 
semanas), novas dentaduras podem ser confeccionadas. 
Depois de completadas a redução fechada da 
mandíbula e a colocação dos componentes dentários ou 
do processo alveolar com a relação adequada com a 
maxila, a necessidade de uma redução aberta (exposição 
direta e redução da fratura através de uma incisão 
cirúrgica) deve ser determinada. 
Se ocorrer uma correta redução óssea, a FIM pode 
fornecer uma estabilização adequada durante a fase inicial 
de cicatrização óssea, de aproximadamente 6 semanas. 
As indicações para a redução aberta incluem 
deslocamento contínuo dos segmentos ósseos ou 
fraturas desfavoráveis, como as fraturas de ângulo, em 
que a força de tração dos músculos masseter e 
pterigóideo medial podem causar o deslocamento do 
segmento proximal da mandíbula. 
Com as técnicas de fixação rígida, é permitida a 
cicatrização sem que o paciente tenha que suportar a 
FIM ou, no mínimo tenha o tempo de FIM reduzido. Esse 
é um fator importante na decisão de se realizar a 
redução aberta. Em alguns casos, não é necessário obter 
uma redução anatômica ideal da área fraturada. Isso é 
especialmente verdadeiro para as fraturas condilares. 
Quando a redução aberta é realizada, deve ser obtido 
um acesso cirúrgico direto à área fraturada. Esse acesso 
pode ser conseguido por meio de diversas abordagens 
cirúrgicas, dependendo da área da mandíbula fraturada. 
Abordagens intra e extraorais são possíveis. Em geral, a 
sínfise e a região anterior da mandíbula podem ser 
facilmente acessadas, com a utilização de uma incisão 
intraoral, enquanto as fraturas de ângulo, ramo e côndilo 
são mais facilmente visualizadas e tratadas por meio de 
um acesso extraoral. Em alguns casos, as fraturas de 
ângulo ou as posteriores do corpo da mandíbula podem 
ser tratadas por uma abordagem combinada usando uma 
incisão intraoral combinada com a inserção de um 
pequeno trocarte e uma cânula através da pele para 
facilitar a redução e a fixação da fratura. Nos dois casos, 
o acesso cirúrgico deve evitar estruturas nobres, como 
nervos, ductos e vasos sanguíneos, e resultar no mínimo 
de cicatriz possível. 
O método tradicional e ainda aceitável de fixação óssea 
após a redução aberta tem sido a osteossíntese a fio de 
aço combinada com um período de FMM que dura de 
3 a 8 semanas. Esse métodode estabilização pode ser 
realizado por meio de variadas técnicas de fixação a fio 
de aço (osteossíntese a fio de aço) e, em geral, é 
suficiente para manter os segmentos ósseos em suas 
posições corretas durante o tempo de consolidação da 
fratura (Fig. 24-25). Se for usada a osteossíntese a fio de 
aço para fixação e estabilização da área fraturada, será 
necessária a imobilização continuada com FIM 
(geralmente 4 a 6 semanas) até que uma consolidação 
adequada da fratura tenha ocorrido. 
 
As técnicas de fixação interna rígida usam placas ou 
parafusos ósseos ou ambos, para fixar a fratura mais 
rigidamente e estabilizar os segmentos ósseos durante a 
cicatrização. É necessária uma adequada relação oclusal 
mesmo com a fixação rígida antes da redução e fixação 
dos segmentos ósseos. As vantagens da técnica de 
fixação rígida no tratamento das fraturas mandibulares 
abrangem diminuição do desconforto e dos 
inconvenientes causados ao paciente pela eliminação ou 
redução da FIM, melhora das condições de higiene e 
nutrição, maior segurança para os pacientes portadores 
de crises convulsivas e, frequentemente, melhores 
condições para o tratamento de pacientes com múltiplas 
fraturas. 
 
 
 
Fraturas do Terço Médio da Face 
O tratamento das fraturas do terço médio da face pode 
ser dividido naquele das fraturas que afetam a relação 
oclusal – como as fraturas Le Fort I, II ou III – e naquele 
das fraturas que não necessariamente afetam a oclusão, 
como as fraturas isoladas de zigoma, arco zigomático ou 
do complexo NOE. 
Nas fraturas do zigoma, isoladas do arco zigomático e 
do complexo NOE, o tratamento visa basicamente à 
restauração das funções ocular, nasal e mastigatória e à 
estética facial. Em uma fratura isolada de zigoma (a fratura 
mais comum do terço médio da face), a redução aberta 
geralmente é realizada por meio de uma combinação de 
acessos intraoral, na região lateral da sobrancelha e 
infraorbitário. Um instrumento é usado para elevar e 
posicionar corretamente o zigoma. Caso uma adequada 
estabilização não seja possível pela simples redução 
manual, pode ser necessário o uso de placas no pilar 
zigomaticomaxilar, na área zigomaticofrontal e no 
rebordo infraorbitário. 
 
Na fratura de arco zigomático, tanto a abordagem 
intraoral quanto a extraoral podem ser usadas para elevar 
e trazer o arco zigomático de volta à sua configuração 
normal. Além de restaurar o contorno facial adequado, 
isso elimina a obstrução mecânica sobre o processo 
coronoide da mandíbula e a subsequente limitação de 
abertura de boca. 
A elevação e redução do arco zigomático devem ser 
realizadas dentro de poucos dias após o trauma. Longas 
esperas podem manter o arco em uma configuração 
suportada estável difícil, e ele tende a colabar ou retornar 
para sua posição traumatizada. 
O objetivo do tratamento das fraturas NOE é 
reproduzir as funções nasolacrimal e ocular normais, 
enquanto se reposicionam os ossos nasais e os 
ligamentos cantais mediais nas suas posições apropriadas, 
para assegurar a estética pós-operatória normal. Nessas 
situações, a redução aberta da região NOE é geralmente 
necessária. Uma exposição ampla às regiões do rebordo 
supraorbitário, nasal, cantal medial e do rebordo 
infraorbitário pode ser conseguida com uma variedade 
de acessos cirúrgicos. O mais popular, atualmente em 
uso, é o retalho bicoronal, que permite a exposição de 
todo o complexo nasoetmoidal e o terço superior da 
face através de uma única incisão que pode ser 
facilmente escondida pelo cabelo do paciente 
O desenvolvimento e a melhoria do sistema de 
miniplacas e microplacas têm proporcionado grandes 
avanços no tratamento das fraturas do terço médio da 
face. O titânio permite que as placas variem em 
espessura de 1,5 a 0,6 mm, sendo fixadas com parafusos 
com 2,0 a 0,7 mm de diâmetro externo da espira. Todas 
as vantagens listadas para a fixação rígida nas fraturas 
mandibulares aplicam-se às do terço médio da face. Além 
destas, as microplacas possibilitaram uma grande melhora 
na obtenção do contorno ósseo adequado no momento 
da cirurgia. 
Quando se utiliza somente a osteossíntese a fio de aço 
ou as técnicas de suspensão esquelética, o 
restabelecimento da configuração das curvas da 
anatomia óssea é quase impossível, particularmente nas 
fraturas cominutivas graves com fragmentos ósseos 
muito pequenos. As fraturas cominutivas graves e 
instáveis do terço médio da face podem ser tratadas 
rotineiramente por exposição ampla de todos os 
segmentos fraturados, combinada com o uso de placas 
para restabelecer os pilares faciais, desenvolver 
contornos adequados e estabilizar o máximo possível de 
fragmentos ósseos. 
Essas placas e parafusos ósseos de titânio são 
biocompatíveis e não necessitam ser removidos em um 
segundo tempo cirúrgico, a não ser que estejam 
palpáveis, infectados ou interfiram em uma cirurgia 
reconstrutora secundária (p. ex., enxertos ósseos ou 
implantes).

Mais conteúdos dessa disciplina