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1 Manual Prático de Decisões Cíveis Manual Prático de Decisões Cíveis 2 Manual Prático de Decisões Cíveis 3 Manual Prático de Decisões Cíveis Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas Manual Prático de Decisões Cíveis Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas: Des. Washington Luiz Damasceno Freitas Diretor - Geral da ESMAL: Des. James Magalhães de Medeiros Coordenadores: Carlos Aley Santos de Melo Laila Kerckhoff dos Santos Lucas Lopes Dória Ferreira Ygor Vieira de Figueirêdo Phillippe Melo Alcântara Falcão 4 Manual Prático de Decisões Cíveis Catalogação na Fonte: Mirian Ferreira Alves – CRB-4: 2.131 PRESIDENTE Des. Washington Luiz Damasceno Freitas VICE-PRESIDENTE Des. João Luiz Azevedo Lessa CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA Des. Klever Rêgo Loureiro DIRETOR – GERAL DA ESMAL Des. James Magalhães de Medeiros A316m Alagoas. Tribunal de Justiça. Escola Superior de Magistratura de Alagoas. Núcleo de Estudos Cível. Manual Prático de Decisões Cíveis / Escola Superior de Magistratura de Alagoas, 2015. 272 p. 1. Sentença Cível. 2. Decisão Cível 3. Manual. 4. Núcleo de Estudos Cível. II. Título. CDDir: 341.465 Editoração e Diagramação: Iris Melo Lima Vasconcelos Luciana Alves da Rocha – Estagiária de Biblioteconomia Marília Rodrigues Pereira – Estagiária de Biblioteconomia Mirian Ferreira Alves 5 Manual Prático de Decisões Cíveis Colaboradores Alexandre Bonaldi Figueiredo Rocha Almira Patrícia Soares da Silva Ana Carolina Correia Gomes Cabral Ana Cecília Vieira Barbosa Ana Paula de Melo Gomes Barros Anderson Rodrigues dos Santos André Costa Torres Eugênia Fábia de Souza Frank Daniel Ferreira Neri Geraldo Monteiro de Lucena Graciela Farias Braz Gustavo Ítalo Falcão Lima Gustavo Porciúncula Damasceno de Andrade Jakelline Costa Barros dos Santos José Venancio de Almeida Júnior Júlia Elisabeth Luna Cavalcanti Guardião Juliane Melo Klingenfus Larissa Isabel Leite Souza Maria de Lourdes Alves Pinto Costa Mariana Amaral de Almeida Araujo Maurício Floriano da Silva Polyana Maria Barbosa da Silva Sara Jamille Pereira Costa Amaral Thales Prestrêlo Valadares Leão Uionara Francine Tenório da Silva Vanessa Clarissa da Silva Alves Lima Vanessa de Gusmão Coêlho 6 Manual Prático de Decisões Cíveis 7 Manual Prático de Decisões Cíveis Nota Introdutória James Magalhães de Medeiros Com grata satisfação apresentamos à comunidade jurídica, especialmente à judiciária, Manuais Práticos de Decisões Cíveis e Criminais produzidos pela Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas – ESMAL– que com essa iniciativa corajosa, contribui de forma inédita para a eficiência e a eficácia da atividade fim do Poder Judiciário. Os trabalhos representam a primeira incursão no mercado editorial de uma ferramenta de orientação prática para a ação jurisdicional. A qualidade do resultado alcançado na formatação pode ser medida pela sua utilidade, não só para o Estado de Alagoas, mas também para além de suas fronteiras. O espírito altivo dos colaboradores eleva ainda mais o valor da presente obra, ao elaborarem um conteúdo já em absoluta conformidade com o novo Código de Processo Civil, que ainda se encontra em período de vacatio legis, estando a sua interpretação em plena ebulição. A julgar pela já difícil tarefa de se percorrer todas as disposições da novel legislação, em exíguo espaço de tempo, revela-se o quão intenso e engajado estiveram os responsáveis por este irrepreensível resultado, razão pela qual merecem o reconhecimento e o agradecimento de todos os usuários do sistema. Para além dos atributos da iniciativa, convém acentuar que os produtos trazidos à luz e expostos à crítica, representam iniciativa construtiva da Escola Superior da Magistratura em prol da atividade cotidianado Poder Judiciário: a prestação jurisdicional, que se manifesta na, e, sobre a realidade judicante, por intermédio direto e imediato dos atos judiciais. Com o propósito de valorizar essa inestimável atividade de produção, pensamos na construção de ferramenta que pudesse ter pronto impacto no ofício de criação das unidades, sobretudo, pelos gabinetes. Os manuais colocados agora à disposição dos leitores contêm modelos de atos judiciários os mais diversos, desde despachos simples e de mero impulsionamento processual, perpassando por decisões interlocutórias, até se chegar às sentenças, tanto as terminativas quanto as definitivas, tudo em linguagem acessível, direta e desformalizada, exatamente para oferecer ao operador do direito um instrumento útil, de fácil manuseio. Contudo, necessário se faz esclarecer que a presente obra não possui índole dogmática e tampouco é destinada a ofertar sólidos ensinamentos referentes a ramo específico ou particular da Ciência do Direito. Seu destino é eminentemente pragmático. Trata-se assim, de obra vocacionada à ação prática. Por este motivo, suas Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas e Diretor – Geral da Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas 8 Manual Prático de Decisões Cíveis indicações doutrinárias são raras, apresentadas apenas quando imprescindíveis, e com o mero propósito indicativo ou sugestivo, permitindo, sempre, ao julgador, a ampla liberdade de escolha do posicionamento que entenda ser mais pertinente e justo ao caso concreto. Não se há esconder, destarte, que o vetor celeridade tenha impulsionado a construção de ferramenta com tais características, voltada sobremodo ao auxílio do cotidiano. A velocidade, em quase tudo no trato social, tem representado, nos tempos atuais, um valor, que talvez o preço disso, nos venha a ser cobrado em futuro próximo ou remoto. Não é diferente com a expectativa que se lança sobre o Poder Judiciário, sobretudo ao diante de sua posição, que tem avançado nos últimos tempos, requisitando-se sempre um pronto amparo, na perspectiva da pressa, especialmente, mas também no viés da capacidade de regular seus novos campos de atuação, que se dilatam dia após dia. Mas nem mesmo em um mero relampejo de pensamento, pretendeu-se ou enxergou-se nos manuais um antídoto para a cura da difundida morosidade do Poder Judiciário. Até porque, justiça seja feita, lentidão que haja no sistema, jamais pode ser atribuída, isoladamente a esse Poder da República, por não deter as ferramentas adequadas para movimentar toda a complexidade da gestão judicante. Esse problema é multi-complexo, contando com diversos fatores, que vão desde limitações orçamentárias e deficiências administrativas a construções normativas perniciosas, desenhando, cuidadosamente, o cenário que se tem hoje no Brasil. Não obstante, é inegável que se pretendeu, criativamente, contribuir, em alguma medida, para a melhoria da velocidade da atividade judicial, atento que estamos a esse valor que impregnou o tecido social hodierno. Todavia a agilidade é apenas um dentre tantos outros valores com que lida diuturnamente o Judiciário, tão ou mais caros para a sociedade ou para o jurisdicionado. Tanto é verdade a acertiva, que se tem expandido a sua esfera de atuação, atingindo, com isso, protagonismo jamais antes experimentado. Assim atuando, pois, confirma a sua posição de guardião da vida civil e das liberdades individuais, para tutelar bens jurídicos coletivos, intervir nas políticas públicas e sindicar a própria atividade política, interferindo, diretamente, na condução da nação. Porque sempre estivemos absolutamente conscientes da função constitucional do Poder Judiciário e atentos aos novos rumos e níveis que vêmatingindo a sua atividade, é que não pretendemos oferecer um manual de receitas, com respostas prontas para os casos que tramitem ou venham a tramitar. Longe disso, os manuais apresentam duas destacadas funcionalidades, ambas, a seu modo, aptas a contribuir para o vetor da celeridade, mas também susceptíveis de influir, positivamente, na qualidade das decisões. 9 Manual Prático de Decisões Cíveis A primeira delas está na capacidade que têm de servir de farol, a iluminar o início da estrada, e nem sempre toda a trajetória, competindo a cada gabinete e magistrado enriquecer o modelo com as peculiaridades do caso, assim como com seus talentos individuais. E a segunda, os manuais prestam-se a, efetivamente, solucionar os casos mais simples, rotineiros ou repetitivos, servindo de atalho, e para os quais o modelo seja bastante à boa, justa e adequada prestação jurisdicional, reservando ao magistrado, enquanto profissional técnico-jurídico, tempo para se dedicar aos casos mais complexos, os quais sempre lhe requisita mais engenho e arte. Dessa forma, esperamos que os Manuais de Decisão Judicial Cível e Criminal, produzidos pela Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas, possam contribuir com o propósito de prestar, em boa medida, uma orientação eficaz e segura dos atos judiciais. Em ainda apresentando, parece-me, ainda, apropriado render meus merecidos agradecimentos, primeiramente, e sempre, a Deus, que é condutor maior de nossas vidas e de todos os nossos projetos e sonhos. Logo em seguida, aos Juízes que compuseram ambos os núcleos de estudo: Carlos Aley Santos de Melo, Eliana Augusta Acioly Machado, Fausto Mágno David Alves, João Paulo Martins, José Eduardo Nobre Carlos, Laila Kerckhoff dos Santos, Lorena Carla Santos Vasconcelos Sotto - Mayor, Lucas Lopes Dória Ferreira, Phillippe Melo Alcântara Falcão e Ygor Vieira de Figueiredo. Todos foram responsáveis por conduzir os grupos de colaboradores, produziram, solitária e coletivamente o conteúdo da obra, além de terem revisado todo o material. Não menos destacadas foram as participações hábeis e afinadas dos Juízes Coordenadores da Escola Superior da Magistratura: Alexandre Machado de Oliveira, André Avancini D’Avila, Joyce Araújo dos Santos e Luciana Raposo Dias, que, juntamente com os demais, formam um grupo coeso, proativo e jovem, trazendo ares renovados e vivacidade à ESMAL. Agradeço também ao devotado corpo de funcionários, sem distinção, que, muito dedicadamente, ficou responsável pelos ajustes formais da obra, assim como aos colaboradores, cujo empenho não seria possível finalizar este projeto. Acredito que todo esforço é válido para a humanização do mundo, e sendo o Direito um caminho nessa direção, então vamos trabalhar a Justiça. 10 Manual Prático de Decisões Cíveis 11 Manual Prático de Decisões Cíveis SUMÁRIO CAPÍTULO I – FAMÍLIA ....................................................................................... 25 1 ALIMENTOS .................................................................................................... 25 1.1 Decisão inicial. Alimentos provisórios. Deferimento. ................................. 25 1.2 Decisão inicial. Alimentos provisórios avoengos. Deferimento. ................. 26 1.3 Sentença. Ausência da parte autora na audiência. Arquivamento. ............. 28 1.4 Sentença. Alimentos. Procedência. ............................................................. 29 1.5 Sentença. Alimentos. Revelia....................................................................... 31 1.6 Sentença. Oferta alimentos. Procedência. .................................................. 33 1.7 Sentença. Exoneração de alimentos. Procedência. ..................................... 34 1.8 Sentença. Revisão de alimentos. Procedência. ........................................... 35 2 CASAMENTO................................................................................................... 37 2.1 Sentença. Alteração de regime de bens. ...................................................... 37 2.2 Sentença. Anulatória de casamento. ........................................................... 38 2.3 Sentença. Casamento nucumpativo. ............................................................ 39 2.4 Sentença. Suprimento de consentimento para casamento. .......................... 40 2.5 Sentença. Suprimento de idade núbil. ......................................................... 42 3 DIVÓRCIO ........................................................................................................ 43 3.1 Decisão inicial. Divórcio litigioso. ............................................................. 43 3.2 Decisão. Divórcio litigioso. Saneamento. Audiência de instrução. ............ 44 3.3 Sentença. Divórcio consensual. Sem bens. Com filhos nome de solteira............................................................................................................... 44 3.4 Sentença. Divórcio consensual. Sem filhos. Com bens. Partilha posterior............. ............................................................................................... 46 12 Manual Prático de Decisões Cíveis 3.5 Sentença. Divórcio litigioso. Revelia. Filhos. Bens. Nome de solteira... .... 47 4 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS ...................................................................... 50 4.1 Despacho inicial. Cumprimento de sentença. Rito da prisão. .................... 50 4.2 Despacho inicial. Execução de alimentos. Cumprimento de sentença. Rito da penhora. ....................................................................................................... 50 4.3 Decisão. Decretação de prisão. .................................................................. 50 4.4 Despacho. Escoamento do prazo da prisão sem pagamento. ..................... 51 4.5 Despacho. Quitação do débito durante o prazo do decreto prisional. ........ 52 4.6 Sentença. Acolhimento da justificativa apresentada pelo executado. ......... 52 5 GUARDA ........................................................................................................... 53 5.1 Decisão inicial. ........................................................................................... 53 5.2 Despacho. Contestação. Réplica. ................................................................ 54 5.3 Decisão. Guarda do ECA. Declinação de competência. ............................. 54 5.4 Sentença. Guarda compartilhada. Procedência.......................................... 55 5.5 Sentença. Modificação de guarda. Alienação parental. Procedência. ....... 57 5.6 Sentença. Reconhecimento do pedido. Regulamentação do direito de convivência. ....................................................................................................... 60 6 INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE ......................................................... 62 6.1 Decisão inicial. Investigação de paternidade. Com audiência. .................. 62 6.2 Sentença. DNA positivo. Procedência. ........................................................ 63 6.3 Sentença. Sem DNA. Presunção. Procedência. ........................................... 65 6.4 Sentença. Investigação de paternidade. DNA negativo. Improcedência. ... 67 6.5 Sentença. Investigação de paternidade socioafetiva. Procedência. ............ 68 13 Manual Prático de Decisões Cíveis 6.6 Sentença. Audiência. DNA. Ausência de vínculo socioafetivo. Procedência. ..................................................................................................... 70 7 TUTELA ............................................................................................................ 72 7.1 Decisão. Emenda à inicial. ......................................................................... 72 7.2 Decisãoinicial. ........................................................................................... 73 7.3 Decisão. Saneamento. Audiência de instrução. .......................................... 74 7.4 Sentença. Sem pai. Mãe falecida. Procedência. .......................................... 74 7.5 Sentença. Maioridade civil. Perda superveniente do objeto. ...................... 76 8 UNIÃO ESTÁVEL ............................................................................................ 77 8.1 Decisão inicial. ........................................................................................... 77 8.2 Despacho. União estável post mortem. Emenda à inicial. .......................... 78 8.3 Decisão. Saneamento. Audiência de instrução. .......................................... 79 8.4 Decisão. Interesse da união. Declinação de competência para a justiça federalbbb. ........................................................................................................ 79 8.5 Sentença. União estável post mortem. Contestação dos herdeiros. Procedência. ..................................................................................................... 80 8.6 Sentença. Contestação. Improcedência. ...................................................... 83 8.7 Sentença. Reconhecimento do pedido. Homologação. ................................ 85 CAPITULO II – INFÂNCIA E JUVENTUDE ................................................... 89 1 SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE VIAGEM AO EXTERIOR .................................................................................. 89 1.1 Despacho inicial .......................................................................................... 89 1.2 Despacho saneador ..................................................................................... 89 1.3 Sentença. Procedência. ............................................................................... 89 14 Manual Prático de Decisões Cíveis 2 ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO EM EVENTO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. .................................................................... 91 3 DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR ...................................................... 92 3.1 Decisão inicial com decretação da suspensão do poder familiar ............... 92 3.2 Despacho saneador ..................................................................................... 93 3.3 Sentença. Procedência. ............................................................................... 93 4 INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA. ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL ............................................................... 95 4.1 Despacho inicial .......................................................................................... 95 4.2 Decisão. Manutenção do acolhimento institucional. .................................. 95 4.3 Sentença. Manutenção do acolhimento institucional. ................................. 96 4.4 Sentença. Rejeição do acolhimento institucional. ....................................... 97 5 GUARDA JUDICIAL ....................................................................................... 98 5.1 Despacho inicial. Deferimento de guarda provisória. ................................ 98 5.2 Decisão declinando da competência. Ausência de situação de risco. ......... 99 5.3 Sentença. Procedência. ............................................................................. 100 6 TUTELA .......................................................................................................... 101 6.1 Despacho inicial ........................................................................................ 101 6.2 Sentença. Procedência. ............................................................................. 102 7 HABILITAÇÃO DE POSTULANTES À ADOÇÃO ................................... 103 7.1 Despacho Inicial ....................................................................................... 103 7.2 Decisão Após Retorno do MP ................................................................... 104 7.3 Sentença. Procedência. ............................................................................. 104 7.4 Sentença. Improcedência. ......................................................................... 106 15 Manual Prático de Decisões Cíveis 8 ADOÇÃO UNILATERAL ............................................................................. 108 8.1 Despacho Inicial ....................................................................................... 108 8.2 Despacho. Audiência ................................................................................. 108 8.3 Sentença. Procedência. ............................................................................. 108 9 ADOÇÃO. REQUERENTES INSCRITOS NO CADASTRO DE ADOÇÃO. ........................................................................................................... 110 9.1 Despacho Inicial ....................................................................................... 110 9.2 Sentença. Procedência. Adoção por inscritos no CNA. ............................ 110 10 ADOÇÃO. REQUERENTES NÃO INSCRITOS NO CNA. ...................... 112 10.1 Decisão. Determinação para que pedido de Adoção seja convertido em Tutela..... ......................................................................................................... 112 10.2 Decisão. Suspensão da ação de adoção até a conclusão da habilitação no CNA....... .......................................................................................................... 113 10.3 Sentença. Improcedência. ....................................................................... 113 10.4 Sentença. Adoção por não inscrito no CNA. Procedência. ..................... 115 11 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS .............................................................. 118 11.1 Decisão. Arquivamento de Investigação Social. ..................................... 118 11.2 Decisão. Não Homologação de Arquivamento de Investigação Social. . 118 11.3 Decisão. Remissão como forma de suspensão do processo. ................... 119 11.4 Sentença. Remissão condicionada como forma de exclusão do processo...... .................................................................................................... 120 11.5 Recebimento de representação. Sem decretação da Internação Provisória..... ................................................................................................... 121 11.6 Decisão De Recebimento De Representação Com Decretação De Internação Provisória. .................................................................................... 121 11.7 Decisão. Busca e apreensão adolescente não localizado. ...................... 123 16 Manual Prático de Decisões Cíveis 11.8 Despacho. Ausência dos pais na audiência de representação. ............... 124 11.9 Decisão. Liberação. Ausência de vaga em unidade de internação. ........ 124 11.10 Decisão. Prorrogação de internação provisória. ................................. 125 11.11 Sentença. Extinção. Representado completou 21 anos. ........................ 126 11.12 Sentença. Falecimento do representado. ............................................... 128 11.13 Sentença. Extinção. Ausência de caráter pedagógico da medida. ........ 128 11.14 Sentença. Extinção. Condenação do representado em processo criminal.... ....................................................................................................... 129 11.15 Sentença. Extinção. Processo criminal em andamento. ........................ 130 11.16 Sentença. Litispendência. Extinção representação. .............................. 131 11.17 Sentença. Prescrição da pretensão de aplicação de medida socioeducativa. ................................................................................................132 11.18 Sentença. Prescrição execução medida. ............................................... 133 11.19 Representação. Sentença absolutória. .................................................. 134 11.20 Sentença aplicando medida socioeducativa de advertência.................. 135 11.21 Sentença aplicando medida socioeducativa de reparação do dano ...... 136 11.22 Sentença aplicando medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade e liberdade assistida ................................................................... 137 11.23 Sentença aplicando medida socioeducativa de semiliberdade .............. 139 11.24 Sentença aplicando medida socioeducativa de internação ................... 140 11.25 Execução de medida socioeducativa. Manutenção da medida.............. 142 11.26 Execução de medida socioeducativa. Progressão da medida. .............. 143 11.27 Execução de medida socioeducativa. Internação sanção. .................... 143 11.28 Execução de medida socioeducativa. Extinção por cumprimento de medida... .......................................................................................................... 145 17 Manual Prático de Decisões Cíveis CAPÍTULO III – FAZENDA PÚBLICA ............................................................. 147 1 EXECUÇÃO FISCAL .................................................................................... 147 1.1 Despacho inicial ........................................................................................ 147 1.2 Decisão decretando quebra de sigilo fiscal .............................................. 147 1.3 Decisão decretando redirecionamento de execução por dissolução irregular de empresa ...................................................................................................... 148 1.4 Decisão indeferindo redirecionamento de execução ................................. 150 1.5 Despacho designando leião ...................................................................... 152 1.6 Sentença em execução de pré-executividade ............................................. 152 1.7 Sentença de extinção pelo pagamento ....................................................... 156 2 DESAPROPRIAÇÃO ..................................................................................... 157 2.1 Despacho inicial ........................................................................................ 157 2.2 Decisão de imissão provisória na posse ................................................... 157 2.3 Sentença de desapropriação direta ........................................................... 158 2.4 Sentença em desapropriação indireta ....................................................... 160 3 MANDADO DE SEGURANÇA ..................................................................... 162 3.1 Despacho inicial ........................................................................................ 162 3.2 Decisão inicial postergando a análise do pedido de urgência para depois da oitiva da autoridade coatora ...................................................................... 163 3.3 Decisão deferindo a liminar ...................................................................... 163 3.4 Decisão indeferindo liminar ...................................................................... 165 3.5 Sentença de extinção por ausência de prova pré-constituída (initio litis)........ ......................................................................................................... 166 3.6 Sentença reconhecendo a decadência ....................................................... 168 18 Manual Prático de Decisões Cíveis 3.7 Sentença de extinção por ausência de prova pré-constituída (após a oitiva da autoridade coatora) ................................................................................... 169 3.8 Sentença concedendo a segurança ............................................................ 172 3.9 Sentença negando a segurança ................................................................. 174 4 MANDADO DE INJUNÇÃO ......................................................................... 176 4.1 Despacho inicial ........................................................................................ 176 4.2 Sentença de improcedência ....................................................................... 176 5 HABEAS DATA .............................................................................................. 178 5.1 Despacho inicial ........................................................................................ 178 5.2 Decisão liminar ......................................................................................... 178 5.3 Sentença concedendo acesso à informação .............................................. 180 5.4 Sentença determinando a retificação da informação ................................ 181 CAPÍTULO IV – JUIZADO ESPECIAL CÍVEL ............................................... 185 1 FASE DE CONHECIMENTO ....................................................................... 185 1.1 Decisão inicial com deferimento de gratuidade da justiça ....................... 185 1.2 Decisão inicial com indeferimento de gratuidade da justiça .................... 185 1.3 Despacho determinando emenda à petição inicial.................................... 186 1.4 Despacho determinando que a parte autora comprove o preenchimento dos pressupostos para concessão da gratuidade da justiça .................................. 186 1.5 Decisão inicial. Antecipação de tutela genérica. ...................................... 187 1.6 Decisão inicial. Antecipação de tutela para retirada de nome de cadastro de inadimplentes. Inversão do ônus da prova. ................................................ 187 1.7 Decisão. Indeferimento de adiamento de audiência por exiguidade de prazo para apresentação de defesa. .......................................................................... 189 1.8 Decisão. Revelia. Apresentação de justificativa após a realização de audiência. ........................................................................................................ 190 19 Manual Prático de Decisões Cíveis 1.9 Decisão. Declínio de competência em razão de conexão.......................... 190 1.10 Decisão. Recebimento de recurso inominado no efeito devolutivo. ........ 191 1.11 Decisão. Recebimento de recurso inominado nos efeitos devolutivo e suspensivo. ...................................................................................................... 191 1.12 Decisão. Não recebimento de recurso inominado deserto. ..................... 191 1.13 Decisão. Não recebimento de recurso inominado intempestivo.............. 192 1.14 Decisão. Não recebimento de recurso inominado por correio eletrônico em razão da juntada intempestiva dos originais. ............................................ 193 1.15 Decisão. Deferimento de pedido de isenção de custas. Extinção do processo em razão da ausência do autor à audiência..................................... 193 1.16 Decisão. Indeferimento de pedido de isenção de custas. Extinção do processo em razão da ausência do autor à audiência..................................... 194 1.17 Despacho. Intimação de sentença após mudança de endereço sem comunicação nos autos. .................................................................................. 194 2 SENTENÇAS TERMINATIVAS .................................................................. 194 2.1 Sentença. Indeferimento da inicial. Ausência de documento indispensável à propositura da ação. ....................................................................................... 194 2.2 Sentença. Ausência do autor à audiência. ................................................. 195 2.3 Sentença. Inadequação do procedimento por necessidade de realização de provapericial. ................................................................................................. 195 2.4 Sentença. Indeferimento da inicial por falta de indicação do endereço do réu.......... ......................................................................................................... 196 2.5 Sentença. Incompetência territorial. ......................................................... 197 2.6 Sentença. Litispendência. .......................................................................... 197 2.7 Sentença. Irregularidade de representação. Microempresa. .................... 199 2.8 Sentença. Superveniência de impedimento. ............................................... 200 2.9 Sentença. Falecimento da parte autora sem habilitação. ......................... 201 20 Manual Prático de Decisões Cíveis 2.10 Sentença. Homologação de desistência. ................................................. 201 3 SENTENÇAS DE MÉRITO ........................................................................... 202 3.1 Juros e correção monetária. Responsabilidade civil. ............................... 202 3.2 Sentença. Homologação de transação extrajudicial. ................................ 203 3.3 Sentença. Homologação de transação. ..................................................... 204 3.4 Sentença. Revelia. Vício de produto. ......................................................... 204 3.5 Sentença. Dano moral. Inscrição indevida em órgão de proteção ao crédito. Preliminares. ................................................................................................... 209 3.6 Sentença. Negativa de atendimento plano de saúde. Dano moral. ........... 213 3.7 Sentença. Descontos indevidos em proventos de aposentadoria. Repetição de indébito e dano moral configurados. .......................................................... 215 3.8 Sentença. Inscrição em cadastro de inadimplentes ou protesto de título indevidos de pessoa jurídica ........................................................................... 219 3.9 Sentença. Inexistência de comprovação dos danos morais por pessoa jurídica.. .......................................................................................................... 221 4 SENTENÇA, DESPACHOS E DECISÕES - EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ................................................................. 222 4.1 Despacho. Cumprimento de sentença. Expedição de mandado de penhora e avaliação. ........................................................................................................ 222 4.2 Despacho. Cumprimento de sentença. Penhora de ativos financeiros via BacenJud. ........................................................................................................ 223 4.3 Despacho. Manifestação acerca da penhora. ........................................... 224 4.4 Despacho inicial. Execução de título extrajudicial. .................................. 224 4.5 Decisão. Execução de título extrajudicial. Adjudicação. .......................... 225 4.6 Despacho inicial. Incidente de desconsideração de personalidade jurídica..... ....................................................................................................... 225 21 Manual Prático de Decisões Cíveis 4.7 Decisão. Relação de consumo. Desconsideração da personalidade jurídica... ......................................................................................................... 226 4.8 Decisão. Desbloqueio conta salário. ........................................................ 227 4.9 Decisão. Redução do valor de multa diária de ofício. .............................. 228 4.10 Sentença. Cumprimento de sentença. Inexistência de bens penhoráveis/ausência de localização do executado. ....................................... 230 CAPÍTULO V – INVENTÁRIO, PARTILHA..................................................... 233 1 INVENTÁRIO E PARTILHA ....................................................................... 233 1.1 Despacho Inicial ....................................................................................... 233 1.2 Despacho de Recebimento. Impugnação à Nomeação de Inventariante (Art. 627, II, CPC). .................................................................................................. 234 1.3 Decisão. Impugnação de Nomeação de Inventariante nas Primeiras Declarações. Procedência do Pedido. Manutenção da Ordem do Artigo 617 do CPC....... .......................................................................................................... 234 1.4 Despacho. Admissão de Herdeiro Preterido no Processo de Inventário. . 235 1.5 Decisão. Admissão de Herdeiro Preterido no Processo de Inventário. Condução às Vias Ordinárias. ........................................................................ 236 1.6 Decisão. Admissão de Herdeiro Preterido no Processo de Inventário. Procedência. ................................................................................................... 237 1.7 Decisão de Impugnação das Primeiras Declarações. Deferimento. ......... 239 1.8 Decisão de Impugnação das Primeiras Declarações. Indeferimento....... 240 1.9 Decisão. Doação de Meação. Necessidade de Instrumento. ..................... 241 1.10 Decisão. Impugnação ao Valor da Avaliação Realizada por Oficial de Justiça. Determinação de Perícia. .................................................................. 242 1.11 Decisão. Reconhecimento Incidental de União Estável no Decorrer do Processo de Inventário. Concordância dos Herdeiros. Procedência. ............ 243 1.12 Despacho Final. Partilha Amigável. ....................................................... 244 22 Manual Prático de Decisões Cíveis 1.13 Despacho Final. Partilha Não Amigável. ............................................... 245 1.14 Sentença de Inventário e Partilha. .......................................................... 245 1.15 Sentença. Inventário e Partilha. Inventário Negativo. ............................ 247 2 INCIDENTES PROCESSUAIS NO INVENTÁRIO .................................... 249 2.1 Despacho Inicial. Remoção de Inventariante (Processo Incidente ao feito de Inventário e Partilha, Conforme Previsto nos Arts. 623 e 624, CPC)....... ..... 249 2.2 Sentença. Remoção de Inventariante (Processo Incidente Previsto nos Arts. 623 e 624 CPC). Procedência. ........................................................................ 249 2.3 Sentença. Habilitação de Crédito. Deferimento. ....................................... 251 2.4 Sentença. Habilitação de Crédito. Indeferimento. Reserva de Bens. ........ 252 3 ARROLAMENTO SUMÁRIO ...................................................................... 254 3.1 Sentença .................................................................................................... 254 4 ARROLAMENTO COMUM ......................................................................... 256 4.1 Despacho Inicial ....................................................................................... 256 4.2 Sentença .................................................................................................... 256 5 TESTAMENTO .............................................................................................. 258 5.1 Despacho Inicial. Testamento Público. ..................................................... 258 5.2 Despacho Inicial. Testamento Cerrado. .................................................... 258 5.3 Sentença. Testamento Cerrado e Público. ................................................ 259 5.4 Despacho Inicial. Testamento Particular, Marítimo, Militar, Nuncupativo E Dos Codicilos. ................................................................................................. 259 5.5 Sentença. Testamentos Particular/Marítimo/Militar/Nuncupativo e Codicilos. ........................................................................................................260 5.6 Sentença. Declaração de Nulidade de Testamento Conjuntivo. ................ 261 6 ALVARÁ ......................................................................................................... 262 23 Manual Prático de Decisões Cíveis 6.1 Sentença. Levantamento de Valores e Partilha Extrajudicial. .................. 262 6.2 Sentença. Levantamento de Valores. Alvará. Lei nº. 6.858/80. Procedência... ................................................................................................. 263 7 DECLARATÓRIA DE AUSÊNCIA .............................................................. 265 7.1 Sentença. Procedência. ............................................................................. 265 8 SUCESSÃO PROVISÓRIA ........................................................................... 267 8.1 Sentença. Abertura de Sucessão Provisória. ............................................. 267 9 DECLARAÇÃO DE MORTE COM AUSÊNCIA E ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA ................................................................................ 268 9.1 Sentença. Abertura da Sucessão Definitiva. .............................................. 268 10 REGRESSO DO AUSENTE .................................................................... 269 10.1 Sentença. Regresso do Ausente Durante Curadoria. .............................. 269 10.2 Sentença. Regresso do Ausente após a Abertura da Sucessão Definitiva. Procedente. ..................................................................................................... 270 10.3 Sentença. Regresso do Ausente Durante Sucessão Provisória - ............... 271 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 273 24 Manual Prático de Decisões Cíveis 25 Manual Prático de Decisões Cíveis CAPÍTULO I – FAMÍLIA 1 ALIMENTOS 1.1 Decisão inicial. Alimentos provisórios. Deferimento. Trata-se de Ação de Alimentos ajuizada por XXXXX, representado(a)/assistido(a) por sua genitora XXXXXX, em face de XXXXXX, pelo rito especial de alimentos. Como sabido, nos termos da Lei nº 5.478/68 (Lei de Alimentos) e dos dispositivos legais do Código Civil pertinentes à matéria, para a fixação dos alimentos provisórios devem estar presentes a demonstração da obrigação e possibilidade do alimentante, bem como a necessidade do alimentando. Nesse contexto, no presente caso, a necessidade da parte autora se presume pelo fato de que se trata de menor com apenas XX anos de idade (fls. **) e que, portanto, depende de seus pais para a subsistência e educação, bem como para a formação moral e intelectual. Por outro lado, não há como negar a possibilidade da parte ré em arcar com os alimentos, uma vez que se encontra em atividade remunerada, o que, portanto, permite-lhe cumprir a obrigação para com seu/sua filho(a), sem, porém, que isso venha a inviabilizar a sua sobrevivência; pelo menos é o que se pode concluir dos elementos colacionados aos autos e das informações prestadas na exordial (as quais, se inverídicas, poderão levar a(o) representante do(a) autor(a) a responder por sua eventual má-fé processual). Quanto ao valor a ser fixado, observa-se que na inicial somente consta que o réu(ré) está trabalhando no(a) XXX (local), mas não há qualquer informação acerca da atividade por ele(a) desempenhada e a estimativa de seus ganhos e de suas despesas, além de não constar nos autos se o(a) alimentante possui ou não outros dependentes. Assim, tendo em vista que ninguém, legalmente, pode receber remuneração menor do que 01 (um) salário mínimo, este deve ser utilizado como parâmetro para a fixação da pensão ora pleiteada, ante a ausência de outros elementos. Portanto, afigura-se como razoável, pelo menos em princípio, a fixação dos alimentos em valor correspondente à xx% (xxxx por cento) do salário mínimo, a ser pago pela parte ré, mensalmente. Posteriormente, a quantia de tais alimentos poderá ser alterada para mais ou para menos, conforme fiquem demonstradas as condições e necessidades dos envolvidos no decorrer da instrução do feito. Ante o exposto, DEFIRO o pedido de alimentos provisórios a serem pagos pelo(a) genitor(a) em favor da parte autora, no percentual de XX% do salário mínimo, valor este que deverá ser descontado do contracheque da parte ré e depositado, mensalmente, na conta bancária do(a) genitor(a) do(a) autor(a), Srª XXXXX. 26 Manual Prático de Decisões Cíveis Na eventual hipótese do(a) réu(ré) perder o vínculo com o emprego atual (a pedido ou não), o percentual supracitado deverá ser pago mediante depósito na conta do(a) genitor(a) do(a) autor(a), até constituição de novo vínculo empregatício, o qual deverá ser informado em juízo. Intime-se o(a) genitor(a) da parte autora para, no prazo de 02 (dois) dias, informar se tem conta bancária aberta em seu nome, colhendo-se, em caso afirmativo, o número da conta e da agência. Caso o(a) genitor(a) da parte alimentanda não possua, oficie-se ao Ilmo. Gerente do Banco XXX, agência desta cidade, a fim de determinar a abertura de conta-corrente em nome da mesma, para recebimento de pensão alimentícia. Após, expeça ofício à empresa empregadora do alimentante, cientificando- lhe da presente decisão, para seu imediato cumprimento, e, ainda, requisitando informações, no prazo de 10 (dez) dias, acerca dos valores percebidos mensalmente pelo(a) réu(ré) e salientando que o descumprimento da ordem judicial poderá ensejar crime de desobediência. Cite-se o réu(ré) e intimem-se ambas as partes para comparecerem à audiência de conciliação, instrução e julgamento designada para o dia XXXXX, às XX:XX horas, acompanhadas de seus advogados e de suas testemunhas (art. 8º da Lei nº 5.478/68), independentemente de prévio depósito de rol. Nos mandados deve constar as observações presentes no art. 7º, da Lei nº 5.478/68. Por derradeiro, quanto ao pedido de concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, vislumbro tratar-se de requerente com declaração de pobreza firmada nos autos (fl. **), o que já é suficiente ao deferimento do pleito, haja vista não haver nenhum elemento que leve a crer não ser a parte autora portadora deste direito, nos termos do art. 1º, § 2º, da Lei nº 5.478/68 e arts. 98 e 99 do NCPC, pelo menos com os elementos constantes da inicial. Processe-se o feito em segredo de justiça. Intimações necessárias. 1.2 Decisão inicial. Alimentos provisórios avoengos. Deferimento. Trata-se de Ação de Alimentos ajuizada por XXX (nome), devidamente representado(a) por sua genitora XXX (nome), em face de XXX (nome da avó paterna) e XXX (nome do genitor), alegando, em síntese, que o genitor, após o nascimento da parte autora, evadiu-se da cidade, estando, até a data do ajuizamento da ação, em local incerto e não sabido, o que, portanto, obrigou o(a) menor, através de sua genitora, a ajuizar a presente ação contra a avó paterna. Com a inicial, vieram os documentos de fls. **. Como sabido, nos termos da Lei nº 5.478/68 (Lei de Alimentos) e dos dispositivos legais do Código Civil pertinentes à matéria, para a fixação dos alimentos 27 Manual Prático de Decisões Cíveis provisórios devem estar presentes a demonstração da obrigação e possibilidade do alimentante, bem como a necessidade do alimentando. No que se refere à necessidade do(a) autor(a) de receber alimentos, vale mencionar que ela é flagrante, uma vez que se trata de menor com apenas xx (quatorze) anos de idade (certidão de nascimento às fls. **), que, por certo, possui importantes gastos relativos à educação, alimentação, saúde, lazer e vestuário, dentre outros. No que tange à possibilidade dos réus de pagar a pensão alimentícia,cumpre salientar, prefacialmente, que a obrigação dos avós de prestar alimentos tem caráter complementar, nas situações em que verificada a insuficiência da pensão alimentícia prestada pelos alimentantes obrigados, conforme elucida os art. 1.696 e 1698, ambos do Código Civil. À luz dos dispositivos legais supracitados, depreende-se que a obrigação avoenga é subsidiária e complementar a dos genitores, somente podendo ser exigida excepcionalmente, desde que comprovada a falta do ascendente e a capacidade financeira dos progenitores para suportar o encargo, sem prejuízo do próprio sustento. No caso em concreto, em uma primeira análise, verifica-se que a parte autora requereu que fossem fixados alimentos provisórios a serem pagos pela avó paterna diante do desconhecimento do endereço e do paradeiro do pai. Nesse contexto, considerando que o pai está em local incerto e não sabido, e, portanto, não tem como auxiliar nas despesas do(a) filho(a), cabível o redirecionamento da obrigação alimentar em face da avó paterna, cuja capacidade de suportar o encargo se extrai do fato de que ela é aposentada do Regime Geral da Previdência Social, segundo informações colacionadas à exordial, que, se inverídicas, poderão levar a(o) representante do(a) autor(a) a responder por sua eventual má-fé processual. Quanto ao valor, observa-se, também das informações constantes na inicial, que a ré percebe 02 (dois) salários mínimos. Lado outro, não consta a estimativa de suas despesas nem a informação se ela possui ou não outros dependentes. Assim, a fim de que não reste afetada a sobrevivência digna da avó paterna, afigura-me como razoável, a fixação de xx% (xx por cento) dos proventos da ré, a título de alimentos provisórios. Ressalte-se que tal quantia poderá ser alterada para mais ou para menos, conforme fiquem demonstradas as condições e necessidades dos envolvidos no decorrer da instrução do feito. Ante o exposto, DEFIRO o pedido de alimentos provisórios a serem pagos pela avó paterna XXX (nome) em favor de seu(sua) neto(a) XXX (nome), no percentual de XX% dos proventos por ela percebidos, valor este que deverá ser descontado do contracheque da parte ré e depositado, mensalmente, na conta bancária do(a) genitor(a) do(a) autor(a), Srª XXXXX. Expeça ofício ao INSS, cientificando-lhe da presente decisão, para seu imediato cumprimento, e, ainda, requisitando informações, no prazo de 10 (dez) dias, 28 Manual Prático de Decisões Cíveis acerca dos valores percebidos mensalmente pela ré e salientando que o descumprimento da ordem judicial poderá ensejar crime de desobediência. Cite-se o réu (por edital) e a ré (pessoalmente, por oficial de justiça) e intimem-se todos para comparecerem à audiência de conciliação, instrução e julgamento designada para o dia xxx, às xxx horas, acompanhadas de seus advogados e de suas testemunhas (art. 8º da Lei nº 5.478/68), independentemente de prévio depósito de rol. Nos mandados deve constar as observações presentes no art. 7º, da Lei nº 5.478/68. Por derradeiro, quanto ao pedido de concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, vislumbro tratar-se de requerente com declaração de pobreza firmada nos autos (fl. **), o que já é suficiente ao deferimento do pleito, haja vista não haver nenhum elemento que leve a crer não ser a parte autora portadora deste direito, nos termos do art. 1º, §2º, da Lei nº 5.478/68, pelo menos com os elementos constantes da inicial. Processe-se o feito em segredo de justiça. Intimações necessárias. 1.3 Sentença. Ausência da parte autora na audiência. Arquivamento. Trata-se de Ação de Alimentos ajuizada por XXX, devidamente representado(a)/assistido(a) por sua genitora XXXX, em face de XXXX, argumentando, em suma, que o genitor, quando instado a contribuir para a mantença do(a) filho(a), aduz que não tem condições para tanto. Decisão à fl. **, concedendo alimentos provisórios no importe de xx% do salário mínimo, devidos a partir da citação, bem como designando audiência de conciliação, instrução e julgamento. Apesar de devidamente intimada (fls. **), a parte autora não compareceu à audiência (fl. **). Instado a se manifestar, o(a) representante do Ministério Público opinou pela extinção do feito. É o relato do necessário. Decido. Como sabido, o não comparecimento injustificado da parte autora à audiência designada, prejudicando o prosseguimento do feito, impõe o arquivamento do processo, nos termos do art. 7º da Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/68). Insta ressaltar que remanesce o direito da parte autora em pleitear alimentos, futuramente, se verificados os pressupostos condicionantes da pretensão. Desta sorte, ocorrendo a audiência de conciliação, instrução e julgamento sem a presença da parte autora, bem como não tendo sido apresentada, a tempo e modo devidos, qualquer justificativa para tanto, EXTINGO O FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos termos do art. 7º da Lei nº 5.478/68. Expeça-se ofício ao empregador da parte ré para que suspenda os descontos 29 Manual Prático de Decisões Cíveis referentes à pensão alimentícia concedida provisoriamente pela decisão de fl. **. Em razão do princípio da causalidade, condeno o(a) autor(a) ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado da sentença, arquive-se, com as baixas estilares. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 1.4 Sentença. Alimentos. Procedência. Trata-se de Ação de Alimentos ajuizada por XXX, devidamente representado(a)/assistido(a) por sua genitora XXXX, em face de XXXX, argumentando, em suma, que o genitor, quando instado a contribuir para a mantença do(a) filho(a), aduz que não tem condições para tanto. Decisão à fl. **, concedendo alimentos provisórios no importe de xx% do salário mínimo, devidos a partir da citação. Em audiência, depois de infrutífera a tentativa de conciliação, a parte requerida apresentou contestação, informando que percebe apenas um salário mínimo para custear todas as suas despesas, sendo, portanto, alto o percentual fixado provisoriamente. A peça defensiva veio desacompanhada de qualquer documento. Após, foram ouvidas as partes e as testemunhas (fls. **). Ao final do ato, foram apresentadas, oralmente, as razões finais, tendo o(a) representante do Ministério Público opinado pelo deferimento do pleito inicial. É, em suma, o relatório. Decido. Pois bem. Cuida-se de ação de alimentos ajuizada sob o rito especial introduzido pela Lei nº 5.478/68, baseada na obrigação alimentar decorrente do poder familiar. No caso vertente, já na inicial, a parte requerente comprovou o vínculo de parentesco que mantêm com a parte requerida (fl. **), alegando que este se furta a prestar-lhe a assistência material devida. Quanto à obrigação alimentar de que ora se trata, tem-se que esta é expressamente prevista no art. 229 da CF/88 e nos arts. 1.694 e seguintes do CCB/02. A fixação de um justo valor da pensão alimentícia é disciplinada pelo § 1º, do art. 1.649 do Código Civil, onde preza que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos percebidos pela pessoa obrigada. 30 Manual Prático de Decisões Cíveis Nesse contexto, se a parte requerente ainda não atingiu a maioridade, a sua hipossuficiência (necessidade) é presumida, e, como não foi elidida por prova em contrário, devem os pais contribuir para a sua manutenção,na proporção de seus recursos, consoante preconiza o art. 1.703 do Código Civil. Já no que concerne à possibilidade do alimentante, insta dizer que o genitor é XXXX (profissão) e se encontra com idade e saúde para trabalhar em atividade remunerada, o que, portanto, permite-lhe cumprir a obrigação para com a parte requerente, sem, contudo, deixar que isso venha a inviabilizar a sua sobrevivência; pelo menos é o que se pode concluir dos elementos colacionados aos autos e da ausência de prova em sentido contrário. Cumpre salientar que, apesar de ter argumentado ser alto o percentual fixado a título de alimentos provisórios, o requerido não trouxe aos autos nenhum documento que demonstrasse quais são suas despesas, e, na verdade, sequer mencionou-as na contestação. Ademais, restou evidenciado, pelos documentos de fls. **, que a genitora da parte requerente não se encontra em condições de, sozinha, atender as necessidades de seu(sua) filho(a). Quanto ao valor em si, destaca-se que nem a parte alimentanda fez prova de que o alimentante pode contribuir com mais do que o percentual fixado em sede liminar (XX% sobre o salário mínimo) nem o próprio genitor conseguiu demonstrar que este valor não pode ser tolerado sem causar prejuízo à sua subsistência, de modo que se entende que o valor outrora fixado a título de alimentos é razoável e pode ser “definitivamente” suportado pelo pai. Assim, com base no binômio necessidade da(o) alimentanda(o) X possibilidade do alimentante, entendo que os alimentos arbitrados no patamar de xx% do salário mínimo (que, aliás, é o valor do salário do requerido), devem ser tornados definitivos. Ante o exposto, com supedâneo no art. 487, I do NCPC, art. 229 da CF/88, arts. 1.694 e seguintes do CC/2002 e na Lei nº 5.478/68, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, e extingo o processo com resolução do mérito, fixando definitivamente o valor da pensão alimentícia em XX% (xxxx por cento) do salário do requerido, a ser paga por XXX (nome) a XXXX (nome), por meio de desconto no contracheque daquele (incluído 13º salário e férias, excetuando-se, tão somente o abono constitucional e deduzidas as contribuições previdenciárias e impostos) e depositado na conta bancária informada à fl. **, de titularidade da genitora da parte requerente, todo dia xx, de cada mês. Notifique-se a empresa empregadora do requerido quanto a esta decisão. Ressalto, ainda, que na eventual hipótese do requerido perder o vínculo com o emprego atual (a pedido ou não), o percentual supracitado deverá ser pago mediante depósito na conta da genitora do(a) requerente, até constituição de novo vínculo empregatício, o qual deverá ser informado em juízo. 31 Manual Prático de Decisões Cíveis Condeno o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado da sentença, arquive-se, com as baixas estilares. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 1.5 Sentença. Alimentos. Revelia. Trata-se de Ação de Alimentos ajuizada por XXX, devidamente representado(a)/assistido(a) por sua genitora XXXX, em face de XXXX, argumentando, em suma, que o genitor, quando instado a contribuir para a mantença do(a) filho(a), aduz que não tem condições para tanto. Decisão às fls. **, concedendo alimentos provisórios no importe de xx% do salário mínimo, devidos a partir da citação. Apesar de devidamente citada (fl. **), a parte requerida permaneceu inerte (fl. **). Parecer do Ministério Público à fl. **, oficiando pelo deferimento do pleito inicial, sobretudo em razão da revelia. É, em suma, o relatório. Decido. Prefacialmente insta consignar que, ocorrida a revelia, nos termos do art. 7º, da Lei nº 5.478/68, considerando-se incontroversa a existência da relação obrigacional e, especialmente, a desnecessidade de produção de outras provas além das já constantes nos autos, faz-se necessário o julgamento antecipado da lide, conforme estabelece o art. 355, II, do NCPC. Pois bem. Cuida-se de ação de alimentos ajuizada sob o rito especial introduzido pela Lei nº 5.478/68, baseada na obrigação decorrente do poder familiar. No caso vertente, já na inicial, a requerente comprova o vínculo de parentesco que mantêm com o requerido (fl. **), alegando que este se furta a prestar- lhe a assistência material devida. Quanto à obrigação alimentar de que ora se trata, tem-se que esta é expressamente prevista no art. 229 da CF/88 e nos arts. 1.694 e seguintes do CCB/02. A fixação de um justo valor da pensão alimentícia é disciplinada pelo § 1º, do art. 1.649 do Código Civil, onde preza que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos percebidos pela pessoa obrigada. Nesse contexto, se a parte requerente ainda não atingiu a maioridade, a sua 32 Manual Prático de Decisões Cíveis hipossuficiência (necessidade) é presumida (em razão das despesas corriqueiras com educação, saúde, moradia, lazer, alimentação, vestuário, medicamentos etc.), e, como não foi elidida por prova em contrário, devem os pais contribuir para a sua manutenção, na proporção de seus recursos, consoante preconiza o art. 1.703 do Código Civil. Já no que concerne à possibilidade do alimentante, insta dizer que o genitor é (profissão) e se encontra com idade e saúde para trabalhar em atividade remunerada, o que, portanto, permite-lhe cumprir a obrigação para com a parte requerente, sem, contudo, deixar que isso venha a inviabilizar a sua sobrevivência; pelo menos é o que se pode concluir dos elementos colacionados aos autos e da ausência de contestação quanto a este fato. Quanto ao valor em si, destaca-se que nem a parte alimentanda fez prova de que o alimentante pode contribuir com mais do que o percentual fixado em sede liminar (XX% sobre o salário mínimo) nem o próprio genitor se insurgiu contra este, de modo que se entende que o valor outrora fixado a título de alimentos é razoável e pode ser “definitivamente” suportado pelo pai. Assim, com base no binômio necessidade da(o) alimentanda(o) X possibilidade do alimentante, entendo que os alimentos fixados em sede de liminar, no percentual de xx% ( xx por cento), devem ser tornados definitivos. Ante o exposto, com supedâneo no art. 487, I do NCPC, art. 229 da CF/88, arts. 1.694 e seguintes do CC/2002 e na Lei nº 5.478/68, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, e extingo o processo com resolução do mérito, fixando definitivamente o valor da pensão alimentícia em XX% (xxxx por cento) do salário mínimo, a ser paga por XXX (nome) à XXX (nome), mediante desconto no contracheque e depositado na conta bancária informada à fl. **, de titularidade da genitora do(a) requerente. Notifique-se a empresa empregadora do requerido quanto o teor desta decisão. Ressalto, ainda, que na eventual hipótese do requerido perder o vínculo com o emprego atual (a pedido ou não), o percentual supracitado deverá ser pago diretamente por meio de depósito na conta da genitora do(a) requerente, até constituição de novo vínculo empregatício, o qual deverá ser informado em juízo. Condeno o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação, ante a simplicidade da causa (NCPC, art. 85, § 2º). Após o trânsito em julgado da sentença, arquive-se, com as baixas estilares. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 33 Manual Prático de DecisõesCíveis 1.6 Sentença. Oferta alimentos. Procedência. Trata-se de oferta de alimentos ajuizada por xxxx em favor de seu(sua) filho(a) xxx, este representado(a)/assistido(a) por sua genitora, xxx, com fundamento no artigo 24 da Lei nº 5.478/68, apresentando proposta de pensão alimentícia no valor correspondente a xx% (xx por cento) do salário mínimo. Em audiência, após ter sido infrutífera a tentativa de conciliação, a parte requerida apresentou contestação, desacompanhada de qualquer documento. Após, foram ouvidas as partes e as testemunhas (fls. **). Ao final, foram apresentadas, oralmente, as razões finais, tendo o(a) representante do Ministério Público opinado pelo deferimento do pleito inicial. É o relatório. Decido. Cuida-se de ação de oferta de alimentos ajuizada sob o rito especial introduzido pela Lei nº 5.478/68, baseada na obrigação alimentar decorrente do poder familiar. No caso vertente, a parte requerente aduz a impossibilidade de arcar com valor além do ofertado, considerando a sua situação financeira atual. Das provas documentais trazidos à baila, observo que razão lhe assiste, tendo em vista que se encontra enfermo e, por isso, tem adquirido medicamentos de valores substanciais (fls. **). Ademais, reside de aluguel (fls. **) e constituiu nova família, arcando com as despensas de mais 03 filhos (fls. **). Outrossim, as testemunhas ouvidas em juízo atestam a incapacidade mencionada pelo requerente em arcar com quantia superior à ofertada. Senão vejamos: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS Desta sorte, ainda que se entenda que o percentual ofertado encontra-se abaixo das necessidades inerentes à mantença da parte requerida, este valor se encontra atrelado à atual possibilidade do requerente em arcar com a referida obrigação e se consubstancia como limite para tal. Ressalva-se, entretanto, que, havendo alteração fática na situação financeira do requerente e, podendo este arcar com valor maior do que hoje é ofertado, poderá a parte alimentanda requerer alteração mediante ação própria, a qualquer tempo. Ante o exposto, com fundamento no artigo 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, e extingo o processo com resolução do mérito, fixando o valor da pensão alimentícia em XX% (xxxx por cento) do salário mínimo, a ser paga por XXX (nome) a XXXX (nome), por meio de depósito na conta bancária informada à fl. **, de titularidade da genitora da parte requerente, todo dia xx, de cada mês. Condeno o(a) requerido(a) ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação (NCPC, art. 34 Manual Prático de Decisões Cíveis 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado da sentença, arquive-se, com as baixas estilares. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 1.7 Sentença. Exoneração de alimentos. Procedência. Trata-se de ação de exoneração de alimentos ajuizada por XXX em face de XXX, este representado(a)/assistido(a) por sua genitora, XXX, visando desobrigar-se de pagar o valor fixado na sentença que fixou a pensão alimentícia em favor de seu(sua) filho(a), nos autos de nº xxx, sob o argumento de (…). Junto com a exordial, vieram os documentos de fls. **. Em audiência, após o insucesso da tentativa de conciliação, a parte requerida apresentou contestação, aduzindo, em suma, que (…). Em seguida, foram ouvidas as partes e as testemunhas (fls. **). Ao final, foram apresentadas, oralmente, as razões finais, tendo o(a) representante do Ministério Público opinado pela improcedência do pleito inicial. É o relatório. Decido. Inicialmente, insta ressaltar que, nos termos do art. 1.695 do Código Civil, são devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclama, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. Sabe-se, porém, que, com o advento da maioridade, o poder familiar se encerra, e, a princípio, já não cabe mais aos genitores o dever de prestar assistência material aos filhos. Contudo, a exoneração dos alimentos não se dá de forma automática, vez que a relação de parentesco ainda subsiste, e, nesses casos, mister analisar o binômio necessidade X possibilidade, previsto no dispositivo legal supramencionado. Pois bem. No caso em tela, após compulsar detidamente os autos, vislumbro não estarem presentes os pressupostos da obrigação alimentar, não se afigurando razoável a manutenção de pensão alimentícia em favor de quem já atingiu a maioridade (fls. **), encontra-se apto ao mercado de trabalho e demonstra plena capacidade para prover o seu próprio sustento. Outrossim, vale destacar, que sequer as verbas alimentares subsistem para o desenvolvimento educacional do alimentando, tendo em vista que o mesmo não se encontra matriculado em nenhuma instituição de ensino (fls. **). 35 Manual Prático de Decisões Cíveis As alegações do alimentando se mostram impertinentes, mormente porque (...). Desta forma, tenho que o presente pedido de exoneração deve ser julgado totalmente procedente. Ante o exposto, com base no art.1.695 c/c 1.699, ambos do Código Civil, e no art. 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO DE EXONERAÇÃO, retroagindo os efeitos desta decisão à data da citação, nos termos do art. 13, § 2º, da Lei nº 5.478/68 (exceto para os alimentos já prestados, por serem irreptíveis), e EXTINGO O FEITO COM RESOLUÇAO DO MÉRITO. Oficie-se o empregador do alimentante, informando-o do inteiro teor da sentença, determinando a cessão dos descontos em folha de pagamento. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado da sentença, arquive-se, com as baixas estilares. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 1.8 Sentença. Revisão de alimentos. Procedência. Trata-se de ação revisional de alimentos ajuizada por XXX em desfavor de XXX, este representado(a)/assistido(a) por sua genitora, XXX, visando reduzir o valor arbitrado na sentença que o condenou ao pagamento de pensão alimentícia, nos autos de nº , sob o argumento de que (…). Junto com a exordial, vieram os documentos de fls. **. Em audiência, após ter restado inexitosa a tentativa de conciliação, a parte requerida apresentou contestação, aduzindo que (…). Em seguida, foram ouvidas as partes e as testemunhas (fls. **). Ao final, foram apresentadas, oralmente, as razões finais, tendo o(a) representante do Ministério Público opinado pela improcedência do pleito inicial. É o relatório. Decido. Como se sabe, em ações de alimentos, o que se perquire é o bem estar do alimentando, devendo, no entanto, ser observado suas necessidades e a possibilidade do alimentante, nos termos do art. 1.694, §1º, CC. É, pois, inútil a fixação de alimentos em valor superior ao que o alimentante pode pagar, sob pena de se gerar inadimplemento e ineficácia da tutela jurisdicional. Por este motivo, o Código Civil, em seu art. 1.699, possibilitou a revisão 36 ManualPrático de Decisões Cíveis dos alimentos outrora fixados, sempre que ocorrer alteração da capacidade financeira de qualquer das partes, respeitando-se o binômio possibilidade/necessidade. Nesse contexto, as ações de exoneração e revisão de alimentos, por suas vezes, reclamam provas irrefutáveis e convincentes da modificação das condições para cumprimento da obrigação ou, mesmo, da necessidade da manutenção desta prestação. Pois bem. No caso em concreto, embora a necessidade do alimentando permaneça inalterada, o alimentante conseguiu demonstrar que sua possibilidade de prestar alimentos diminuiu, tendo em vista a constituição de nova família, possuindo outra(o) filha(o) menor para sustentar, que, inclusive, está acometido por doença e necessita tomar medicamentos controlados e ter uma alimentação especial (certidão de casamento e nascimento às fls. ** e notas fiscais dos remédios, consultas e exames, além das notas do supermercado às fls. **, respectivamente). Juntou, ainda, o alimentante, os contracheques de antes e depois do nascimento desse filho, demonstrando, assim, satisfatoriamente, que seu salário permanece o mesmo, apesar do aumento das despesas domésticas (fls. **). Desta sorte, observando a alteração fática das condições do alimentante em cumprir com obrigação que lhe cabe e o princípio da proporcionalidade inerente à matéria, resta a este juízo reequilibrar a prestação em tela, sob a análise atual das necessidades e possibilidades das partes envolvidas. Assim, entendo que a revisão do valor outrora fixado é medida que melhor se adequa à realidade presente, respeitando e protegendo a necessidade do alimentando, bem como assegurando um cumprimento possível ao alimentante. Para tanto, compartilhando do entendimento da(o) representante do Ministério Público, fixo os alimentos em percentual de xx% (xxx) do salário mínimo vigente. Ressalto que, caso sobrevenha nova alteração de situação financeira do alimentante, poderá ser ajuizada nova ação revisional, por qualquer das partes. Por todo o exposto, com fundamento nos termos do art. 1.694 e seguintes do CC e no art. 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para reduzir os alimentos devidos por XXX a seu(sua) filho(a) XXX, fixando a pensão alimentícia em xx% (xxx) do salário-mínimo vigente, a ser descontada diretamente do contracheque do autor, e retroagindo os efeitos desta decisão à data da citação, nos termos do art. 13, § 2º, da Lei nº 5.478/68 (exceto para os alimentos já prestados, por serem irreptíveis). Via de consequência, extingo o feito com resolução do mérito. Oficie-se o empregador do alimentante, informando-o do inteiro teor da sentença, determinando a alteração dos descontos em folha de pagamento. Condeno o(a) réu(ré) ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse 37 Manual Prático de Decisões Cíveis período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado da sentença, arquive-se, com as baixas estilares. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 2 CASAMENTO 2.1 Sentença. Alteração de regime de bens. Trata-se de Ação de Alteração de Regime de Bens ajuizada por XXXX e XXXXX, ambos devidamente qualificados nos autos, na qual pugnam pela alteração do regime de separação de bens para o da comunhão universal, com espeque no art. 1.639, §2º do Código Civil. Instruíram o feito às fls. **. Editais de citação publicados às fls. **, transcorrendo o prazo sem que houvesse manifestação, conforme se vê da certidão de fl. **. Designada audiência de instrução, as partes ratificaram o pedido (fl. **). Instado a se manifestar, o parquet manifestou-se pela procedência do pedido, conforme parecer emitido à fl. **. É, em síntese, o relatório. Passo a decidir. Através da presente demanda, os requerentes buscam ver modificado seu regime de casamento, pretensão esta que encontra respaldo no art. 1.639, §2º do Código Civil, o qual autoriza a alteração do regime de bens do casamento mediante autorização judicial em pedido motivado por ambos os cônjuges, desde que apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. Pois bem. Compulsando os autos, verifico que o pleito dos requerentes merece guarida, eis que ambos lograram apresentar argumentos plausíveis, documentalmente (fls. **) e por meio de suas oitivas em audiência. Senão vejamos: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS Os motivos supramencionados foram suficientemente capazes de formar o convencimento deste magistrado acerca do bem da vida perseguido, bem como da ausência de fraude ou má-fé quanto aos direitos de terceiros. Destarte, ante todo o exposto, na esteira do parecer do Ministério Público, com arrimo no art. 1.639, § 2º, do CC e nos arts. 734 e 487, I, ambos do NCPC, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para alterar o regime de bens que rege o casamento dos requerentes para o REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS, devendo proceder-se à averbação do registro de casamento em cartório competente. Custas satisfeitas, conforme se vê das fls. **. Sem condenação em honorários advocatícios face à ausência de litigiosidade. 38 Manual Prático de Decisões Cíveis Após o trânsito em julgado certificado nos autos, expeça-se o mandado de averbação, nos exatos moldes do § 3º, do art. 734, do NCPC. Em seguida, arquive-se, com as cautelas de praxe. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 2.2 Sentença. Anulatória de casamento. Trata-se de Ação Anulatória de Casamento ajuizada por XXXX em face de XXXX, ambos devidamente qualificados nos autos, sob a alegação de que o(a) réu(ré) é portador(a) de doença venérea altamente contagiosa, tendo omitido essa condição à parte autora. Instruiu o feito às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, o(a) réu(ré) ofereceu contestação, limitando-se a negar a narrativa inicial, sem apresentar quaisquer documentos (fls. **). Na audiência de instrução, inquiriu-se as partes e as testemunhas oportunamente arroladas (fls. **). Alegações finais apresentadas pela parte autora às fls. ** e pela parte ré às fls. **. Instado a se manifestar, o parquet manifestou-se pela procedência do pedido, conforme parecer emitido à fl. **. É, em síntese, o relatório. Passo a decidir. Cuida-se de ação anulatória de casamento, sob a alegação de que a parte ré omitiu ser portadora de doença venérea contagiosa, contraída, porém, antes do matrimônio com a parte autora. Analisando o Código Civil, verifico que o pleito autoral encontra respaldo no art. 1.550, III, eis que alega ter incorrido em erro essencial ao contrair matrimônio sem ter ciência da moléstia portada pelo(a) nubente, subsumindo-se, portanto, a hipótese, à norma constante no art. 1.557, III do mesmo diploma legal. Mister se faz esclarecer que, para que seja admitido o erro como causa de anulação do casamento, são necessários três requisitos, a saber: 1) que o erro seja existente antes das núpcias; 2) que a sua descoberta somente tenha ocorrido depois do casamento; e 3) que ele tenha tornado a vida conjugal insuportável. Nesse diapasão, o erro que se alega recair sobre a pessoa do outro cônjuge, visando a anulação do casamento, deve ter tal expressão que, se conhecido antes da celebração do enlace, este não seria levado a efeito, e, mais, após seu conhecimento, a vida em comum tenhase tornado insuportável. Pois bem. Compulsando os autos, verifico que o(a) autor(a) comprovou a presença dos três requisitos aptos a ensejar a procedência do bem da vida perseguido, 39 Manual Prático de Decisões Cíveis mormente por meio dos documentos coligidos às fls. **, os quais dão conta acerca da existência da enfermidade alegada, podendo causar risco à vida da parte autora e da descendência do casal, tornando-se, estreme de dúvidas, insuportável a vida em comum. Corroborando com o narrado na inicial, as testemunhas de ambas as partes foram harmônicas ao informar que era desconhecida, pelo(a) autor(a), a enfermidade da qual é o(a) réu(ré) portador(a); que a doença fora adquirida bem antes do matrimônio; e, ainda, que essa fora a causa determinante para rompimento do casal. Assim, diante de todo o exposto, com arrimo nos arts. 1.550, III c/c 1.557, III, ambos do Código Civil, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para anular o matrimônio contraído pelas partes, extinguindo o feito com resolução do mérito, com fincas no art. 487, I, do CPC. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios que arbitro em 15% (quinze por cento) sobre o valor da causa, ex vi do art. 85, §2º do CPC. Após o trânsito em julgado certificado nos autos, expeça-se o competente mandado de averbação, arquivando-se o feito em seguida. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 2.3 Sentença. Casamento nucumpativo. Trata-se de Ação Homologatória de Casamento Nuncupativo ajuizada por XXXXXX, devidamente qualificada(o), sob a alegação de que teria contraído matrimônio no dia XXXX, com XXXXXX, igualmente qualificado(a) e habilitado(a) para o matrimônio, perante seis testemunhas, durante o período em que o(a) nubente esteve internado(a), vindo este(a) a falecer em seguida, no dia XXXXX. Instruiu o feito às fls. **. Designada audiência, foram ouvidas, na oportunidade, o(a) requerente, bem como as testemunhas arroladas na inicial, conforme se vê do termo de fls. **. Instado a manifestar-se, o parquet opinou pela procedência dos pedidos (fls. **). É, em síntese, o relatório. Passo a decidir. Cuida-se de ação em que o(a) requerente pretende ver homologado o casamento contraído com XXXX, o(a) qual, embora enfermo(a) em estágio terminal, manifestou, perante seis testemunhas, o desejo de contrair núpcias com o(a) nubente. O Código Civil, em seu art. 1.540, respalda a pretensão autoral ao autorizar a celebração de casamento daquele que se encontra em iminente risco de morte, tal como relatado na inicial. Compulsando os autos, verifico que o(a) requerente alinhou a sua pretensão com a previsão legal, eis que preenchera todos os requisitos constantes no quanto 40 Manual Prático de Decisões Cíveis previsto nos arts. 1.540 e 1.541 do Código Civil, conforme provas documental e testemunhal produzida em audiência. Explico: Inquiridas as testemunhas em audiência, seus depoimentos foram uníssonos no sentido de que o(a) nubente encontrava-se em iminente risco de morte, mas ainda lúcido, tendo declarado, expressamente, que, por livre e espontânea vontade, desejava contrair núpcias com o(a) requerente. Sustentaram as testemunhas, ainda, que foram todas convocadas pelo enfermo. Senão vejamos: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS Ressalto que, dissecando os autos, observei que o(a) de cujus encontrava-se devidamente habilitado(a) para o matrimônio, conforme se vê das fls. **. Destarte, por todo o exposto, em conformidade com o entendimento ministerial, com fincas no art. 1.540 do CC, HOMOLOGO o matrimônio contraído pelo(a) requerente e o(a) sr(a). XXX. Sem custas, em razão do benefício da gratuidade judiciária deferido à fl. **. Sem condenação em honorários advocatícios face à ausência de litigiosidade. Após o trânsito em julgado, oficie-se ao Cartório de Registro Civil de XXX para o competente registro. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 2.4 Sentença. Suprimento de consentimento para casamento. Trata-se de Ação de Suprimento de Consentimento para Casamento ajuizada por XXX, devidamente assistida por sua genitora, em face de XXXX, seu genitor, objetivando suprir o consentimento denegado por este, pois pretende contrair matrimônio com XXXX. Instruiu o feito às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, o réu não compareceu nem apresentou contestação no prazo legal (fls. **). Intimada a parte autora a fim de que especificasse outras provas a serem produzidas, se assim o desejasse, a mesma pugnou pela oitiva de testemunhas, a fim de comprovar que os nubentes já convivem em união estável há XX anos. Designada audiência de instrução, foram ouvidas as testemunhas, as quais ratificaram a narrativa autoral (fls. **). Instado a se manifestar, o Representante do Ministério Público opinou pela procedência do pedido (fls. **). É o que se tem a relatar. Passo a decidir. Inicialmente urge a decretação da revelia do réu, uma vez que, embora devidamente citado, não ofereceu resistência à pretensão autoral, fazendo nascer, 41 Manual Prático de Decisões Cíveis portanto, a presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial, consoante depreende-se do disposto no art. 344 do Novo Código de Processo Civil. Cuida-se de ação de suprimento de consentimento para casamento ajuizada por XXX, com 16 (dezesseis) anos de idade, assistida por sua mãe, em face de XXX, seu pai, o qual se recusa a consentir o matrimônio da adolescente com XXX. O pleito da requerente encontra respaldo nos permissivos constantes nos arts. 1.517 e 1.519, ambos do Código Civil, eis que os referidos dispositivos estabelecem que pessoas a partir de 16 (dezesseis) anos podem casar mediante autorização de ambos os genitores ou representantes legais, podendo ter o consentimento suprido pelo juiz quando injusta a denegação pelos legitimados a promovê-lo. No caso dos autos, embora a genitora da autora anua com o matrimônio, o genitor insiste em se negar, injustificadamente, a dar o consentimento para o matrimônio, subsumindo-se o caso, perfeitamente, ao constante no art. 1.519 do CC, podendo, portanto, o consentimento paterno ser suprido por meio de autorização judicial. Outrossim, tendo sido uníssona a prova testemunhal colhida em audiência, no sentido de que a autora já convive em união estável com o réu há XXX anos/meses, a autorização vem, tão somente, para formalizar uma situação de fato já existente. Explico: A Constituição Federal, em seu art. 226, §3º, recomenda que seja facilitada a conversão da união estável em casamento, fato que vai ao encontro do bem da vida perseguido pela autora. Ademais, o réu sequer demonstrou interesse em apontar justificativa plausível para negativa do pleito, tendo sido revel, fato que demonstra que, de fato, não há razão para a negativa de consentimento. Acrescente-se, por fim, que, por imperativo legal contido no art. 1.641, III, do CC, o casamento deverá ser realizado sob o regime de separação de bens. Ante o exposto, com base no art. 487, I, do CPC, acolho o pleito autoral para JULGAR PROCEDENTE O PEDIDO, declarando suprido o consentimento denegado pelo réu e, assim, autorizando a autora a contrair matrimônio com o Sr. XXXX, sob o regime de separação de bens. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais, bem como dos honorários advocatícios, os quais arbitro em 15% (quinze por cento) sobre o valor da causa, ex vi do art. 85, §2º, do NCPC. Após, certificado o trânsito em julgado, oficie-se ao Cartório de Registro Civil, arquivando-se o feito em seguida, com as cautelas de praxe. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 42 Manual Prático de Decisões Cíveis 2.5 Sentença. Suprimento de idade núbil. Trata-se de ação de suprimento de idade núbil ajuizada por XXX, devidamente representada por seus genitores, nascida aos XXX,a fim de obter suprimento judicial para contrair matrimônio com XXXX, maior, nascido aos XXX, eis que a parte autora ainda não alcançou idade núbil para casamento, mas se encontra grávida. Instruiu o feito às fls. **. Designada audiência de instrução, foram ouvidos a parte autora e o pretenso nubente, bem como os genitores de ambos e as testemunhas (fls. **). Instado a se manifestar, o Representante do Ministério Público opinou favoravelmente ao suprimento da idade nupcial, pois a parte autora encontra-se gestante e o casal já reside sob o mesmo teto, com a aquiescência dos genitores (fls. **). É o que se tem a relatar. Passo a decidir. Cuida-se de ação de suprimento da idade núbil ajuizado por XXXX, adolescente de 15 (quinze) anos de idade, a fim de que possa ter suprida sua idade núbil e, assim, convolar núpcias com XXX, uma vez que os interessados se anteciparam em intimidades sexuais, o que resultou na gravidez de XXX (nome). Em análise à legislação civil pátria, observo que o Código Civil, em seu art. 1.517, veda expressamente o casamento de pessoa menor de 16 anos. Todavia, tal impedimento não é absoluto, havendo condições de, em situações especiais, autorizar- se a celebração do casamento daqueles que ainda não atingiram a idade núbil (art. 1.520 do CC). No caso dos autos, a gravidez da parte autora é incontroversa, haja vista os documentos de fls. ** e a constatação do estado gravídico de XXX (nome) por essa magistrada, quando da realização da audiência, dado que aquela já se encontra no 8º mês de gestação. Ademais, em análise ao depoimento dos nubentes e à prova testemunhal, observa-se que, de fato, a requerente começou a namorar XXX (nome) após ter completado 15 anos de idade e, com ele, manteve relações sexuais, realizadas por vontade própria dos envolvidos, ou seja, sem qualquer violência. Contata-se, outrossim, que esse fato, inicialmente, gerou desavenças entre a nubente XXX (nome) e seu pai, o que gerou a “fuga” dela para a casa de XXX (nome do pretenso cônjuge), situação essa que culminou com a união estável entre os nubentes, que já perdura por quase 06 (seis) meses, mediante a concordância dos genitores da parte autora. Nesse contexto, verificando que XXX (nome) e XXX (nome) mantiveram relacionamento sexual, estando aquela grávida deste, na esteira do parecer ministerial, o pedido ora formulado deve ser atendido, nos termos do art. 1520 do CCB. 43 Manual Prático de Decisões Cíveis Acrescente-se, por fim, que, por imperativo legal contido no art. 1.641, III, do CC, o casamento deverá ser realizado sob o regime de separação de bens. Ante o exposto, DECLARO SUPRIDA A IDADE de XXXX, filha de XXXX e XXXXX, a fim de que a mesma possa habilitar-se ao casamento civil com XXXX, sob o regime de separação de bens. Sem custas, em razão da autora ser beneficiária da gratuidade judiciária, conforme decisão de fls. **. Sem condenação em honorários advocatícios em virtude da ausência de litigiosidade. Após, certificado o trânsito em julgado, arquive-se, com as cautelas de praxe. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 3 DIVÓRCIO 3.1 Decisão inicial. Divórcio litigioso. 1. Processe-se em segredo de justiça, com base no art. 189, inciso II, do NCPC. 2. Quanto ao pedido de assistência judiciária gratuita formulado pelas partes, insta ressaltar que o art. 98 do NCPC dispõe que será beneficiário da gratuidade da justiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tais documentos de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que a parte juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor do (a) autor (a) os benefícios da gratuidade da justiça. 3. Nos termos dos arts. 694 e 695 do NCPC, inclua-se o feito em pauta de audiência de mediação e conciliação, da qual deverá a parte ré ser citada e a parte autora ser intimada para comparecimento, observando-se, para tanto, o prazo estabelecido no § 2º, do art. 695, do NCPC. 4. Deverá a parte ré ser advertida de que o prazo para oferecer contestação será de 15 (quinze) dias, contatos a partir da audiência de mediação e conciliação, se restar inexitosa a conciliação do casal, ou se qualquer parte deixar de comparecer, conforme dispõe o art. 335, inciso I, do NCPC. 5. No mais, considerando a existência de interesse de incapaz, notifique-se o Ministério Público, a fim de que compareça à aludida audiência (ex vi do art. 698 do NCPC). OU 5. Ressalte-se que, de acordo com o art. 698 do NCPC, o Ministério Público somente deve intervir nas ações em que haja interesse de incapaz. Desta 44 Manual Prático de Decisões Cíveis forma, por não ser o caso dos autos, sua intimação para comparecer à audiência é despicienda. 3.2 Decisão. Divórcio litigioso. Saneamento. Audiência de instrução. Trata-se de ação de divórcio litigioso em que, considerando as peculiaridades do caso concreto, não se vislumbra a possibilidade de julgamento antecipado parcial ou total do mérito, razão porque passo a adotar as medidas de saneamento e organização do processo, previstas no art. 357 do NCPC. Compulsando os autos, verifica-se que não há questões processuais a serem resolvidas nem questões de direitos relevantes a serem enfrentadas, de modo que as questões de fato sobre as quais recairá a necessidade de produção de prova devem ser delimitadas. No caso em tela, as partes concordam quanto ao fato de se divorciarem. No entanto, não lograram êxito na composição quanto à guarda e alimentos dos filhos, e, ainda quanto à partilha dos bens amealhados pelo casal na constância do casamento. Dessa forma, colimando esclarecer várias questões de fato que envolvem os direitos acima delimitados, reputo necessária a designação de audiência de instrução para o dia xxx, às xxx horas, para a qual devem ser intimadas as testemunhas apresentadas pelas partes. Caso as partes não tenham indicado suas testemunhas, intime-se, através dos advogados, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentarem seus respectivos rols, advertindo-se que o número de testemunhas arroladas não poderá ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato, nos termos dos arts. 357 e 450, ambos do NCPC. Intimem-se as partes e cientifique-se o Ministério Público. 3.3 Sentença. Divórcio consensual. Sem bens. Com filhos nome de solteira. Trata-se da Ação de Divórcio Consensual proposta por XXX (nome) e XXX (nome), em procedimento de jurisdição voluntária. Os autores relatam que contraíram matrimônio em (data), sob o regime de (...), mas aduzem que a vida em comum tornou-se insuportável devido a desentendimentos e incompatibilidades. Sustentam que desta união resultou o nascimento dos(as) filhos(as) XXX e XXX (nomes) e que firmaram acordo, constate da exordial, quanto à pensão alimentícia, à guarda e ao direito de convivência. As partes informam, ainda, que a autora deseja voltar a usar o nome de solteira, a saber XXX (nome de solteira). Juntaram documentos às fls. **. Diante da existência de interesse de incapaz, à luz do 698 do NCPC, os autos foram remetidos ao Ministério Público, o qual opinou pela procedência do 45 Manual Prático de Decisões Cíveis pedido e homologação do acordo entabulado entre as partes (fls. **). É o relatório. Fundamento e decido. O Código Civil de 2002, em seu art. 1.571, prevê o divórcio como causa do término do vínculo conjugal. Por sua vez, o seu art. 1.580, §2º, preconizava que o divórcio poderia ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação defato por mais de dois anos. Ocorre que, com o advento da Emenda Constitucional n.º 66/2010, o lapso temporal de 02 (dois) anos deixou de ser requisito para a decretação do divórcio de um casal, sendo dispensável, assim, a produção de prova nesse sentido. De fato, esta é a redação da referida Emenda Constitucional: "Dá nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos". Em análise do caso em testilha, entendo que razão não há para negar o pedido formulado pelas partes, haja vista que resolveram, consensualmente, dissolver a sociedade conjugal, por desinteresse mútuo em continuá-la. A verdade é que, em ações da natureza da presente, é muito mais salutar que as partes cheguem a um consenso quanto aos termos do divórcio, cabendo ao Judiciário, apenas, homologá-lo, desde que resguardados os interesses de menores e incapazes eventualmente envolvidos no litígio, o que, inclusive, deu-se no caso em concreto. Com efeito, o acordo entabulado pelas partes, no que concerne à guarda, ao direito de convivência e aos alimentos para os filhos possui objeto lícito, possível e resguarda os interesses dos infantes. De igual maneira pensa o representante do Ministério Público, guardião do interesse dos incapazes, que opinou no sentido do deferimento do pedido inicial, por não vislumbrar qualquer prejuízo aos filhos menores e incapazes. Assim, verificada a regulamentação das questões dispostas em lei, o divórcio do casal e o acordo sobre os filhos são medidas que se impõem. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO formulado na exordial, a fim de DECRETAR o DIVÓRCIO entre XXX (NOME) E XXX (NOME), dissolvendo, dessa forma, o vínculo matrimonial outrora constituído, o que faço com base no art. 226, § 6º, da CF/88 e no art. 487, inciso I, do NCPC, devendo, ainda, a autora voltar a usar o seu nome de solteira, a saber XXX (nome de solteira). HOMOLOGO, ainda, o acordo formulado pelas partes na petição inicial, acerca dos filhos em comum, para que produza seus efeitos jurídicos e legais. Via de consequência, com fulcro no art. 487, I e III, “b” do NCPC, extingo o processo com resolução do mérito. Condeno os autores ao pagamento das custas processuais, cuja cobrança ficará suspensa por 05 (cinco) anos a partir do trânsito em julgado desta sentença, 46 Manual Prático de Decisões Cíveis uma vez que beneficiários da Justiça Gratuita, nos termos dos §§ 2º e §3º, do art. 98, do NCPC. Sem condenação em honorários advocatícios em razão da ausência de litigiosidade. Com o trânsito em julgado, devidamente certificado, expeça-se o mandado de averbação ao Cartório de Registro Civil respectivo, dê-se a baixa na distribuição e, após, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 3.4 Sentença. Divórcio consensual. Sem filhos. Com bens. Partilha posterior. Trata-se da Ação de Divórcio Consensual proposta por XXX (nome) e XXX (nome), em procedimento de jurisdição voluntária. Os autores alegam que contraíram matrimônio em (data), sob o regime de (...), mas que a vida em comum tornou-se insuportável devido a desentendimentos e incompatibilidades. Sustentam que desta união não adveio o nascimento de filhos. Aduzem, por outro lado, que constituíram bens durante a constância do casamento, quais sejam, xxx (descrever os bens), os quais serão partilhados na forma estabelecida nos arts. 647 a 658 do NCPC, ou seja, após o trânsito em julgado da sentença a ser proferida nesta ação. Juntaram documentos às fls. **. Diante da inexistência de interesse de incapaz no caso em tela, o Ministério Público não interveio no feito (NCPC, art. 698), vindo os autos diretamente conclusos para sentença. É o relatório. Fundamento e decido. O Código Civil de 2002, em seu art. 1.571, prevê o divórcio como causa do término do vínculo conjugal. Por sua vez, o seu art. 1.580, §2º, preconizava que o divórcio poderia ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois anos. Ocorre que, com o advento da Emenda Constitucional n.º 66/2010, o lapso temporal de 02 (dois) anos deixou de ser requisito para a decretação do divórcio de um casal, sendo dispensável, assim, a produção de prova nesse sentido. De fato, esta é a redação da referida Emenda Constitucional: "Dá nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos". Em análise do caso em testilha, entendo que razão não há para negar o pedido formulado pelas partes, haja vista que resolveram, consensualmente, dissolver a sociedade conjugal, por desinteresse mútuo em continuá-la. A verdade é que, em ações da natureza da presente, é muito mais salutar que as partes cheguem a um consenso quanto aos termos do divórcio, cabendo ao 47 Manual Prático de Decisões Cíveis Judiciário, apenas, homologá-lo, desde que resguardados os interesses de menores e incapazes eventualmente envolvidos no litígio. Assim, verificada a regulamentação das questões dispostas em lei, o divórcio do casal é providência da qual não se pode afastar. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO formulado na exordial, a fim de DECRETAR o DIVÓRCIO entre XXX (NOME) E XXX (NOME), dissolvendo, dessa forma, o vínculo matrimonial outrora constituído, o que faço com base no art. 226, § 6º, da CF/88 e no art. 487, inciso I, do NCPC. Condeno os autores ao pagamento das custas processuais, cuja cobrança ficará suspensa por 05 (cinco) anos a partir do trânsito em julgado desta sentença, uma vez que beneficiários da Justiça Gratuita, nos termos dos §§ 2º e §3º, do art. 98, do NCPC. Sem condenação em honorários advocatícios em razão da ausência de litigiosidade. Com o trânsito em julgado, devidamente certificado, expeça-se o mandado de averbação ao Cartório de Registro Civil respectivo, dê-se a baixa na distribuição e, após, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 3.5 Sentença. Divórcio litigioso. Revelia. Filhos. Bens. Nome de solteira. Trata-se de Ação de Divórcio Litigioso proposta por XXX (nome) em face de XXX (nome), onde a parte autora alega que contraiu matrimônio com a parte ré em (data), sob o regime de comunhão parcial de bens, sendo, porém, que se encontram-se separados de fato há mais de xxx anos. Sustenta a autora, ainda, que o casal possui xxx (quantidade) filhos, todos menores e incapazes, bem como que o casal constituiu um imóvel em comum, qual seja, (...), requerendo, assim, sua partilha. Pugna, ademais, pela condenação da parte ré ao pagamento de alimentos no percentual de (...), em favor dos mencionados filhos, ao tempo em que deseja voltar a usar o seu nome de solteira. Junta documentos às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, a parte ré não compareceu, tampouco apresentou defesa no prazo legal (fls. **). Este Juízo determinou a avaliação do imóvel, tendo o oficial de justiça avaliado-o no importe de R$ (...), consoante se extrai à fl. **. Em sede de audiência de instrução e julgamento, realizou-se a oitiva das partes e das testemunhas arroladas (fls. **). Instado a manifestar-se, o Ministério Público opinou pela procedência dos pedidos formulados na inicial. É o relatório. Fundamento e decido. O Código Civil de 2002, em seu art. 1.571, prevê o divórcio como causa do 48 Manual Prático de Decisões Cíveis término do vínculo conjugal. Por sua vez, o seu art. 1.580, §2º, preconizava que o divórcio poderia ser requerido, por um oupor ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois anos. Ocorre que, com o advento da Emenda Constitucional n.º 66/2010, o lapso temporal de 02 (dois) anos deixou de ser requisito para a decretação do divórcio de um casal, sendo dispensável, assim, a produção de prova nesse sentido. De fato, esta é a redação da referida Emenda Constitucional: "Dá nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos". Em análise do caso em testilha, entendo que razão não há para negar o pedido formulado pela parte autora, uma vez manifestada a sua intenção em se divorciar, sobretudo considerando-se que as partes se encontram separadas de fato há um tempo considerável e o Parquet, guardião da família e dos interesses dos menores e incapazes, opinou no sentido da decretação do divórcio do casal, . Ademais, não se pode deixar de olvidar que a parte ré, não obstante citada, deixou transcorrer in albis o para apresentação de defesa, tornando-se revel, o que vem a atrair, destarte, a presunção de veracidade dos fatos articuladas pela parte autora na petição inicial. Assim, verificada a regulamentação das questões dispostas em lei, o divórcio do casal é providência da qual não se pode afastar. No que tange aos alimentos devidos aos filhos, cumpre consignar que, embora a parte ré tenha se mantido revel, por se tratar de direito indisponível (alimentos), não se aplica, ao caso, os efeitos da revelia, nos termos do que preconiza o art. 345, inciso II, do NCPC. Assim, a revelia da parte ré depõe contra si unicamente por não produzir a contraprova dos elementos da inicial (art. 7º da Lei n.º 5.478/68). Portanto, tendo ocorrido a revelia, e, considerando-se incontroversa a existência da relação obrigacional e, especialmente, a desnecessidade de produção de outras provas além das já constantes nos autos (certidões de nascimento fls. **), entendo por bem concedê-los. Outrossim, a obrigação alimentar de que ora se trata é expressamente prevista no art. 229 da CF/88 e nos arts. 1.694 e ss do CCB/02. Com efeito, nos termos do art. 1.695 do Código Civil, “são devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los sem desfalque do necessário ao seu sustento”. Nesse contexto, no caso de filhos que ainda não atingiram a maioridade, a hipossuficiência (necessidade) é presumida (em razão de despesas naturais e corriqueiras com educação, saúde, moradia, lazer, alimentação, vestuário, medicamentos etc.), e, diga-se, não foi ilidida por prova em contrário, devendo, 49 Manual Prático de Decisões Cíveis portanto, os pais contribuir para a manutenção de sua prole na proporção de seus recursos, consoante preconiza o art. 1.703 do Código Civil. Já no que concerne à possibilidade do alimentante, insta dizer que o genitor é xxx (profissão) e, quando intimado para contestar o pedido, não o fez, nem mesmo em relação ao quantum solicitado, fazendo-se entender que o valor outrora pleiteado a título de alimentos, na proporção de xxxx do salário mínimo, é razoável e pode ser “definitivamente” suportado pelo pai. Assim, com base no binômio necessidade dos alimentandos X possibilidade do alimentante, entendo que os alimentos devem ser fixados no patamar de xxx (...), a serem pagos no dia (...) de cada mês, mediante depósito na conta bancária da genitora dos alimentandos. Da mesma forma, tendo em vista a presunção de veracidade dos fatos articulados na petição inicial, diante da revelia da parte ré, e, ainda, considerando o montante obtido da avaliação realizada por este Juízo, bem como o parecer ministerial, entendo que deve ser procedida à partilha do imóvel descrito na exordial, na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada cônjuge, devendo a parte autora ressarcir a parte ré o valor referente à sua meação, quando da venda do bem. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO formulado na exordial, a fim de DECRETAR o DIVÓRCIO entre XXX (NOME) E XXX (NOME), o que faço com base no art. 226, § 6º, da CF/88 e no art. 487, inciso I, do NCPC, dissolvendo, dessa forma, o vínculo matrimonial outrora constituído, salientando que a mulher deverá voltar a usar o seu nome de solteira, a saber, XXX (nome), bem como a PARTILHA do imóvel localizado à rua xxxxx, na proporção de 50% (cinquenta por cento) para cada cônjuge, devendo a parte autora ressarcir à parte ré o valor referente à parte que lhe cabe, quando da venda do bem, observando o laudo de avaliação elaborado por este Juízo. Ademais, com supedâneo no art. 229 da CF/88, arts. 1.694 e seguintes do CC/2002 e na Lei n.º 5.478/68, CONDENO o réu XXX (nome) ao pagamento de ALIMENTOS em favor de seus filhos XXXXX (nomes), na proporção de xxxxx, a ser depositado no dia (...) de cada mês, na conta bancária da genitora dos menores. Condeno a parte ré ao pagamento de custas e honorários advocatícios, estes últimos arbitrados em 10% sobre o valor de uma anualidade dos alimentos arbitrados, somada ao valor do patrimônio do casal. Com o trânsito em julgado, devidamente certificado, expeça-se o mandado de averbação ao Cartório de Registro Civil e ao Cartório de Registro de Imóveis respectivos, dê-se a baixa na distribuição e, após, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 50 Manual Prático de Decisões Cíveis 4 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS 4.1 Despacho inicial. Cumprimento de sentença. Rito da prisão. 01. Intime-se o (a) executado (a), pessoalmente, a fim de que, no prazo de 03 (três) dias, pague o débito, prove que o fez ou justifique a impossibilidade de efetuá-lo, nos termos do art. 528, caput, do NCPC, sob pena de a sentença (decisão) ser protestada (§ 1º) e ser decretada sua prisão pelo prazo de 01 (um) a 03 (três) meses (§ 3º). 02. No mandado deverá conter a advertência de que apenas a impossibilidade absoluta de efetuar o pagamento, comprovada de fato, justificará o inadimplemento, consoante preconiza o §2º, do art. 528 do NCPC. 4.2 Despacho inicial. Execução de alimentos. Cumprimento de sentença. Rito da penhora. 01. Observando o art. 513 do NCPC, intime-se o(a) executado(a) para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, conforme determina o § 8º, do art. 528 c/c 523, ambos do NCPC. 02. Não efetuado o pagamento voluntária e tempestivamente, deverá o Sr. Oficial de Justiça, munido da 2ª via do mandado, proceder à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atos, intimando, na mesma oportunidade, o(a) executado(a), observando o preconizado nos arts. 830 e 835 do NCPC. 03. Caso ocorra a situação descrita no item 02 do presente despacho, fixo, de plano, multa de 10% (dez por cento) do valor exequendo, além de honorários advocatícios, no mesmo percentual. 04. Se efetuado pagamento parcial, a multa e os honorários incidirão, nos percentuais retrocitados, sobre o restante da dívida (art. 523, §§ 1º e 2º do NCPC). 4.3 Decisão. Decretação de prisão. Trata-se de Execução de Alimentos proposta por (...nome), representado(a)/assistido(a) neste ato por seu(ua) genitor(a) (...nome), em face de (...nome), requerendo o pagamento de pensão alimentícia em atraso, sob pena de decretação da prisão civil deste(a). Intimado para cumprimento da sentença (decisão) (fl. **), o(a) executado(a) não efetuou o pagamento, tampouco a justificativa apresentada foi aceita, razão por que o(a) genitor(a) do(a) infante veio ao Cartório deste Juízo informar que, até a presente data, o executado não efetuou o pagamento do débito constante na inicial, consoante certidão de fl. **. Instado a manifestar-se,o Ministério Público opinou pela decretação da 51 Manual Prático de Decisões Cíveis prisão do(a) executado(a)(fl. **). Eis o relatório. Decido. Inicialmente, cumpre registrar que, consoante determina o §3º, do art. 528, do Novo Código de Processo Civil, poderá ser decretada a prisão civil, pelo prazo de 01 (um) a 03 (três) meses, na hipótese de o(a) executado(a) não pagar o débito alimentício ou se a justificativa apresentada não for aceita. No caso dos autos, a justificativa apresentada pelo executado, às fls. **, não merece guarida, uma vez que (…) [EXEMPLO: (…) não comprovou, mediante provas idôneas (atestado médico, exames ou receitas de medicamentos, por exemplo), que se encontra doente, e, portanto, impossibilitado de trabalhar e contribuir para o sustento de seu(sua) filho(a)]. Assim, não demonstrada, a contento, a impossibilidade absoluta de pagar o débito alimentar, o inadimplemento do(a) executado(a) é injustificado, sendo, pois, sua prisão, medida que se impõe. Ante o exposto, com base nos arts. 5º, LXVII, da Constituição Federal e 528, §§ 1º, 2º, 3º e 7º, do NCPC, decreto a prisão civil do(a) executado(a) (…nome), pelo prazo de 01 (um) mês, subsistindo a ordem até que sejam pagas as verbas alimentares devidas referentes às três prestações anteriores ao ajuizamento da exceção e as que vencerem no curso deste feito. Outrossim, a teor do §4º, do art. 528, do NCPC, a prisão deverá ser cumprida em regime fechado, mas separado dos presos comuns. Expeça-se mandado de prisão, recolhendo-se o(a) executado(a) à Cadeia Pública. No mandado deverá constar a contraordem de liberação automática, independentemente de nova decisão, caso comprovado o pagamento, nos termos do §6º, do art. 528, do NCPC. Determino, ademais, a remessa da presente decisão ao Cartório de Títulos e Documentos, a fim de que seja protestada, nos termos do art. 528, § 1º do NCPC. Intimem-se. 4.4 Despacho. Escoamento do prazo da prisão sem pagamento. 01. Transcorrido o prazo contido no decreto prisional às fls. **, sem a realização do pagamento, e, sendo impossível a renovação do decreto prisional, incontinenti, expeça-se alvará de soltura. 02. Ato contínuo, determino seja procedida a penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto, e, de tal ato, na mesma oportunidade, intimado(a) o(a) executado(a), observando-se o preconizado nos arts. 830 e 835, ambos do NCPC. 52 Manual Prático de Decisões Cíveis 4.5 Despacho. Quitação do débito durante o prazo do decreto prisional. 01. Tendo em vista o comprovante de depósito judicial acostado às fls. **, que atesta que o(a) executado(a) quitou o débito alimentar, REVOGO sua prisão civil. 02. Expeça-se alvará de soltura em favor de (…nome), colocando-o(a) em liberdade, se por outro motivo não estiver preso(a). 03. Intime-se o advogado do(a) exequente para se manifestar acerca da quitação do débito pelo(a) executado(a), no prazo de 05 (cinco) dias. 04. Em seguida, dê-se vista ao Ministério Público. 4.6 Sentença. Acolhimento da justificativa apresentada pelo executado. Trata-se de cumprimento de sentença com pedido de execução de alimentos proposto por (...nome) em face de (...nome), sob alegação de que o(a) executado(a), condenado judicialmente ao pagamento de pensão alimentícia, não vem arcando com tal obrigação. Instado a manifestar-se, o(a) executado(a) aduziu que o(a) alimentado(a) (...colocar a justificativa [EXEMPLO: “...que o alimentado já é maior de idade, casou-se e percebe, mensalmente, o dobro o salário que o(a)executado, não necessitando de pagamento de pensão alimentícia desde então, consoante faz prova a certidão de casamento, o contracheque e a declaração nos autos do(a) próprio(a) alimentado(a)]. (fls. **) Em parecer, o Ministério Público pugnou pelo acolhimento da justificativa apresentada pelo(a) executado(a) e a consequente extinção da execução (fls. **). Eis o relatório. Decido. Inicialmente, cumpre salientar que restou demonstrado que o(a) alimentado(a) atingiu a maioridade em (…), e, durante o período em que frequentava curso universitário, casou-se (fls. **). Ademais, ele exerce atividade laborativa, consoante se vê nos documentos de fls. **, bem como própria declaração do(a) alimentando(a) à fls. **. A rigor, tais justificativas são atinentes à ação de exoneração de alimentos. Porém, não se pode ignorar que, desde que ocorreram os fatos acima narrados, ou seja, a partir de (…), os alimentos não eram mais devidos, consoante inteligência do art. 1.699 do CC. Portanto, inexequíveis desde então. Ressalte-se que exigir uma ação judicial para ver-se exonerado de uma obrigação que, há muitos anos, já não é mais legal e faticamente devida, é se apegar demasiadamente à forma, indo de encontro aos ideais mais caros insertos no NCPC, a saber, a tutela efetiva, adequada e, sobretudo, justa, com a colaboração e boa-fé de todos os envolvidos. 53 Manual Prático de Decisões Cíveis Outrossim, o(a) executado(a) constituiu uma nova família e tem um(a) filho(a) menor impúbere para sustentar, tendo aumentado, sobremaneira, suas despesas familiares. Ante o exposto, corroborando com o parecer ministerial e com fulcro no § 2º, do art. 528 e art. 924, I, ambos do NCPC, julgo extinta a execução, por acolher a justificativa apresentada pelo(a) executado(a). Em virtude do princípio da causalidade, condeno a exequente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor exequendo (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Transitada em julgado a presente sentença, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 5 GUARDA 5.1 Decisão inicial. 1. Reporto-me, inicialmente, ao pedido de assistência judiciária gratuita formalizado pela parte autora. Dispõe o art. 98 do NCPC, que será beneficiário da gratuidade da justiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tal documento de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que a parte autora juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor do(a) autor(a) os benefícios da gratuidade da justiça. 2. Com esteio no art. 695 do NCPC, dispositivo este insculpido no capítulo relativo às ações de família, incluindo-se as de guarda, conforme preconiza o art. 693 do referido código, determino a citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação que designo para o dia xxx, às xxx horas, ocasião em que este Juízo será auxiliado por profissionais com conhecimentos específicos e, se necessário, por atendimento multidisciplinar, visando à solução consensual da controvérsia (art. 694 do NCPC). 3. Advirta-se à parte ré de que, se quaisquer das partes não comparecer à audiência ou se não obtido o acordo, a partir do dia seguinte à última audiência (se necessário mais de uma), inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para contestar (art. 335, I e III, do NCPC), devendo, nesta oportunidade, alegar toda a matéria de defesa, expondo as 54 Manual Prático de Decisões Cíveis razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir, conforme preconizao art. 336 do NCPC. 4. Ainda no que pertine à audiência designada, advirtam-se às partes que elas deverão estar acompanhadas de seus respectivos advogados ou defensores públicos, consoante prevê o art. 695, § 4º, do NCPC. 5. Determino, desde já, a realização do estudo de caso pela Secretaria Municipal de Assistência Social (OU: (...) pela equipe interdisciplinar deste Juízo – onde houver), com a consequente elaboração de relatório circunstanciado a ser entregue no prazo de até 20 (vinte) dias após as diligências. 6. Com fulcro nos arts. 178, II e 698, ambos do NCPC, intime-se o Ministério Público. 5.2 Despacho. Contestação. Réplica. 1. Tendo em vista que, ao oferecer contestação, a parte requerida arguiu preliminar(es) prevista(s) no art. 337 do NCPC, determino que seja a parte requerente intimada para, no prazo de 15 (quinze) dias, querendo, apresentar réplica à contestação, admitindo-se a produção de provas, conforme estabelece o art. 351 do NCPC. OU Tendo em vista que, ao oferecer contestação, a parte requerida arguiu fatos que impedem/modificam/extinguem o direito autoral, determino que seja a parte requerente intimada para, no prazo de 15 (quinze) dias, querendo, apresentar réplica à contestação, admitindo-se a produção de provas, conforme estabelece o art. 350 do NCPC. 2. Após, retornem-me os autos conclusos. 5.3 Decisão. Guarda do ECA. Declinação de competência. Cuida-se de pedido de concessão de guarda provisória, formulada por XXX (nome) e em favor do (a) menor XXX (nome), sob a alegação de que ela, requerente, na qualidade de tia materna, cuida da criança desde sua mais tenra idade, já que os genitores do(a) menor, XXX (nome) e XXXX (nome), ora requeridos, são dependentes químicos e não têm condições psicológicas e financeiras de cuidar do(a) filho(a). Junto à peça exordial, foi juntado os documentos de fls. (...). É o relatório. Decido. Como sabido, nas Comarcas onde está instalada a vara especializada, a competência do juízo da Infância e Juventude para conhecimento de ações de guarda e de sua modificação se restringe aos casos em que é evidenciado o risco ao menor, consoante previsão dos arts. 148 c/c 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, in verbis: (CITAR) 55 Manual Prático de Decisões Cíveis Da análise dos autos, verifica-se que o caso se insere entre as atribuições concorrentes ao Juízo Menorista. Com efeito, o(a) menor XXX (nome) foi entregue à requerente pelo Conselho Tutelar, sob a alegação de que os pais, ora requeridos, são usuários de substâncias entorpecentes e álcool e, assim, têm deixado o(a) filho(a) sozinho(a) em casa, sem comida, banho, amor e proteção, ou seja, em completa situação de vulnerabilidade. Além disso, foi sustentado que a criança não se encontra matriculada em instituição de ensino, embora já possua idade escolar (XX anos de idade, conforme se atesta da certidão de nascimento à fl. **) e nunca foi ao dentista ou ao posto de saúde tomar as vacinas próprias de sua idade (fls. **). Inegável, portanto, que a possível situação irregular e de risco a que a criança está submetida deve ser analisada pelo Juiz da Vara da Infância e Juventude, competente para tanto. Desta feita, DECLINO A COMPETÊNCIA para processar e julgar o presente feito, determinando a remessa do mesmo ao Juízo da Infância e Juventude, com a devida comunicação à parte requerente, ao seu Defensor e ao Representante do Ministério Público. Publique-se. Intime-se. 5.4 Sentença. Guarda compartilhada. Procedência. XXX ajuizou a presente ação em face de XXX, objetivando a guarda compartilhada do(a) filho(a) menor do casal, XXXXXXX, sob a alegação de que vem enfrentando dificuldades para conviver com a criança, bem como para participar de decisões referentes à sua rotina. Aduz, ainda, que a guarda fática do(a) filho(a) é exercida pelos avós maternos, que estabelecem restrições à convivência. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, os genitores do(a) menor não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, a ré apresentou contestação às fls. **, sustentando que, na verdade, a criança fica com os avós maternos durante o dia, pois ela, ré, trabalha na cidade vizinha. Afirma, porém, que retorna para casa todos os dias para pernoitar com o(a) filho(a). Ressalta, outrossim, que o pai, ora autor, procura ter contato com a criança em horários inadequados, e, por isso, é impedido pelos avós maternos de ver o(a) filho(a). Réplica às fls. **, onde o autor refuta as teses de defesa e reafirma as alegações iniciais. Relatório feito pelo Conselho Tutelar às fls. ** e estudo de caso realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social às fls. **. Na audiência de instrução foram ouvidas as partes, a criança e as 56 Manual Prático de Decisões Cíveis testemunhas (fls. **). À fl. ** consta parecer do Ministério Público, opinando pela procedência do pedido exordial. É o relatório. Decido. Trata-se, como visto, de pedido de guarda compartilhada formulado pelo genitor, em favor de seu(sua) filho(a) XXXX, que, atualmente, encontra-se com 03 (três) anos de idade. No parecer elaborado a partir de visitas domiciliares, registrou a Assistente Social que “(…)”. Ao final, sugeriu a guarda compartilhada, uma vez que não restou constatado nada que pudesse impedir a convivência de ambos os genitores com o(a) filho(a) (fls. **). As testemunhas ouvidas em juízo dão conta de que tanto o pai quanto a mãe são presentes na vida da criança, embora ela passa grande parte de o tempo na companhia de seus avós maternos (fls. **). Pois bem. Diante desse panorama fático, tenho que o estabelecimento da guarda compartilhada, além de obedecer ao disposto no art. 1.584, § 2º, do CC (com a redação dada pela Lei nº 13.058/2014), já que ambos os genitores estão aptos ao exercício do poder familiar, apresenta-se como a maneira mais adequada à tentativa de superação do litígio entre o ex-casal, tendo em vista especialmente a primazia dos interesses do(a) filho(a) comum. Estabelecer o compartilhamento significa dizer que ambos os pais deverão assumir, em igualdade de condições, as responsabilidades no direcionamento e educação da criação, detendo os mesmos direitos e deveres em relação ao(à) filho(a). Dessa maneira, o genitor não mais sentirá que tem uma participação meramente secundária na vida da criança. Insta ressaltar que a guarda compartilhada não apresenta nenhum prejuízo à criança. Ao contrário, permite que ela conte com maior proximidade paterna, relação de suma importância para o seu desenvolvimento, sem prejuízo dos fortes e igualmente saudáveis vínculos já consolidados com a mãe e com os avós maternos. Quanto aos avós maternos, tem razão o genitor ao se insurgir com a maior participação deles do que a sua no que tange às decisões sobre o cotidiano do(a) infante, pois, como sabido, as atribuições relativas à guarda dos filhos competem primordialmente ao pai e à mãe. Nesse contexto, pode o genitor, mediante prévio consenso com a genitora, pegar o(a) filho(a), independente de autorização dos avós. Mesmo que os avós maternos dispensem bons cuidados ao(à) neto(a) XXXXX, o fato é que o genitor tem, sim, direito de opinar sobre as questões do(a) filho(a) e decidir, junto com a genitora, a opção que melhor se adequada à criança. Cumpre ressaltar, por derradeiro, que a solução ora adotada possui, inclusive, caráter pedagógico, na medida em que deve ficar claro para os litigantes que nenhum é mais importante ou detém mais poderes do que o outro, devendo haver, a bem da verdade, concessões, respeito mútuo e, acima de tudo, atenção aos interesses 57 Manual Prático de Decisões Cíveis do filho, que devem se sobrepor aos dos pais. Ante o exposto, com fundamento no art. 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial,para DEFERIR a GUARDA COMPARTILHADA de XXXXX a ambos os genitores, fixando, porém, o domicílio materno como lar de referência da criança e estabelecendo o direito de convivência conforme o sugerido pela equipe interdisciplinar (que acompanhará esta sentença), haja vista atender o melhor interesse da criança. Via de consequência, extingo o processo com resolução do mérito. Condeno o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Com o trânsito em julgado, expeça-se, o termo de guarda definitiva. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 5.5 Sentença. Modificação de guarda. Alienação parental. Procedência. XXXX (nome) ajuizou Ação de Modificação de Guarda em face de XXXX (nome), alegando, em síntese, que a ré, genitora do(a) menor XXX (nome), vem dificultando o exercício do direito de visita e criando uma imagem negativa do pai perante o(a) filho(a), na medida em que (…). Por essa razão, in limine litis, pugnou pela alteração da guarda e, ao final, pelo reconhecimento da alienação parental feita pela genitora e a modificação da custódia legal da criança em favor do genitor. Com a inicial, vieram os documentos de fls. **. Decisão de fls. **, deferindo a modificação liminar da guarda e fixando o direito de vistas pela ré. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, os genitores do(a) menor não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, a ré apresentou contestação às fls. ** e afirmou, em suma, que (…). Juntou os documentos de fls. **. Em réplica, às fls. **, o autor negou os fatos apresentados na peça de defesa e alegou (…). Estudos sociais do caso, com vistas domiciliares e entrevistas de todos os envolvidos às fls. ** e **. Audiência de instrução às fls. **, onde foram ouvidas as partes, a criança e as testemunhas, além da psicóloga e assistente social que subscreveram o laudo 58 Manual Prático de Decisões Cíveis psicossocial. Alegações finais do autor às fls. ** e da ré às fls. **. Parecer do Ministério Público às fls. **, opinando pela procedência do pedido inicial e a suspensão do direito de visitas pela ré. É, no essencial, o relatório. Decido. A Constituição da República, em seu artigo 227, ao tratar sobre os direitos das crianças e adolescentes, dispõe que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Nesse contexto, sempre que se tratar de interesse relativo à criança e adolescente, incluindo aí a modificação de guarda, o magistrado deve se ater ao interesse do menor, considerando, para tanto, primordialmente, seu bem estar. Este, por sua vez, inclui não somente o lado econômico, mas também, e principalmente, o psicossocial, contemplando a necessidade de se estabelecer um ambiente de vida harmonioso e respeitoso para o menor. Pois bem. Após ampla e regular instrução probatória, não se me apresenta viável modificar a situação fática vivenciada pelo(a) menor após a decisão proferida no presente feito. Isto porque, além de não haver nada nos autos que desabone a conduta do genitor, é fato que o(a) menor se encontra plenamente inserido(a) no ambiente familiar paterno, e possui um bom relacionamento com a madrasta, encontrando, pois, nesse lar, um ambiente familiar seguro e tranquilo. Deve-se, portanto, preservar sua rotina, mormente porque se encontra em plena idade escolar (7 anos de idade). Ademais, o laudo psicossocial de fls. **, realizado pela equipe interdisciplinar desse Juízo, constatou que, apesar de ambas as partes possuírem condições materiais e financeiras para o exercício do encargo, o genitor apresenta melhores condições psicológicas de cuidar da criança. Com efeito, o primeiro estudo de caso indicou descontrole emocional da genitora, na medida em que esta (…). O segundo estudo de caso, por sua vez, constatou que, embora a mãe tenha apresentado uma melhora durante o trâmite processual, por diversas vezes ela evidenciou atitude exageradamente beligerante em relação ao pai, o que, claramente, prejudica a criança e promove alienação parental. Sobre o tema, cumpre salientar que, embora a questão da alienação parental tenha sido objeto de proteção legal somente em 2010, com a edição da Lei nº 12.318, trata-se de problema antigo e frequente nas relações familiares, especialmente em situações relacionadas ao fim do vínculo conjugal, que nem sempre é bem aceito pelos cônjuges. 59 Manual Prático de Decisões Cíveis Nessas circunstâncias, dominados pela raiva com o fim do relacionamento e, assim, desejo de vingança pelo cônjuge que não queria se separar, a síndrome da alienação parental é caracterizada pela interferência na formação psicológica dos filhos, para que repudiem um dos genitores, com prejuízos ao estabelecimento e manutenção de vínculos com ele. A alienação parental, nesse contexto, traz prejuízos irreparáveis aos filhos, violando o direito fundamental da criança e do adolescente à convivência familiar saudável, além de afrontar aos deveres inerentes à autoridade parental. Por essa razão, a prática deve ser coibida com rigor pelo Poder Judiciário, dadas as consequências desastrosas e, muitas vezes, irreparáveis que podem causar aos filhos menores envolvidos nessa situação. Examinando minuciosamente o conjunto probatório, identifica-se, pelo laudo psicossocial (fls. **), pelos depoimentos das testemunhas e da própria criança (fls. **) e, ainda, pelos diversos boletins de ocorrência acostados aos autos (fls. **), a desmoralização da imagem do genitor ao(à) filho(a), exercida pela genitora, bem como a dificuldade imposta pela mãe à convivência paterno-filial, especialmente no que concerne ao direito de visitas, que impunha obstáculos reais e psicológicos a esses encontros. Existem no caderno processual, também, diversos elementos que indicam que a mãe envidava esforços para prejudicar o bom relacionamento do(a) filho(a) com seu pai, inclusive, no sentido de incutir na criança relatos de (…, fls. **). Esse fato constitui nítida amostra da prática de alienação parental, tratando-se de implantação de memórias no(a) filho(a) pela mãe, que denigrem a imagem do genitor. Nesse diapasão, das condutas tipificadas no art. 2º, da Lei nº 12.318/10, tenho que a ré incorreu nas descritas nos incisos I, II, III e IV, realizando campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade, dificultando o exercício da autoridade parental, o contato da criança com o pai e o exercício do direito de convivência familiar. É bem verdade que a prática de tais atos diminuíram sobremaneira no decorrer do trâmite processual, tendo relatado, porém, os relatórios psicossociais, que o relacionamento do(a) menor com sua genitora ainda está em reconstrução. Por isso, tenho que a melhor solução para o caso em testilha é a confirmação da decisão que transferiu ao genitor a guarda do(a) menor, resguardando, assim, o melhor interesse da criança. Lado outro, deve ser conferido à genitora o exercício do direito de visitas, pois aquele que não detém a guarda temo direito de conviver com o(a) filho(a), acompanhando-lhe a educação, de forma a estabelecer com ele(a) um vínculo afetivo saudável. Aliás, o direito de visita deve ser focalizado, sempre, mais sob a ótica do direito do filho do que do interesse dos genitores, pois a visitação é estabelecida e regulamentada tendo em mira não o interesse e a conveniência dos pais, mas sim dos 60 Manual Prático de Decisões Cíveis filhos. No caso sob análise, apesar de o pai demonstrar certo receio nas visitas do(a) filho(a) à mãe, há que se ter em mente o princípio do superior interesse do(a) menor que claramente demonstrou gostar dos breves momentos que passa junto dela, razão pela qual, após minuciosa reflexão sobre o caso dos autos, não vislumbro motivos para impedir a visitação, na forma outra estabelecida. Ante o exposto, com fundamento no artigo 487, I, do NCPC e art. 6º, da Lei nº 12.318/2010, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na peça inicial para: 1) DECLARAR a PRÁTICA DE ALIENAÇÃO PARENTAL perpetrada pela genitora do(a) menor advertindo-a acerca da abusividade e danosidade de tal ato para o(a) filho(a), bem como acerca da possibilidade de responsabilidade civil e criminal caso se constate novos atos que consubstanciem a referida prática; 2) CONCEDO a GUARDA UNILATERAL da criança ao genitor, consolidando a liminar outrora proferida no presente feito; 2) FIXO as VISITAS do(a) menor à genitora, inicialmente aos domingos, das 09 horas às 17 horas, As visitas deverão ser ampliadas de acordo com as condições emocionais da genitora e na medida em que deixar de praticar alienação parental, tudo a ser acompanhado pelas psicólogas e psiquiatras que atendem a mãe e da profissional que deverá retomar o atendimento do(a) menor; 3) APLICO as MEDIDAS DE PROTEÇÃO previstas no art. 129, III e VI da Lei nº 8.069/90, devendo o genitor providenciar imediatamente a retomada do tratamento psicológico do(a) menor. A genitora deverá dar continuidade aos tratamentos a que está sendo submetida e o genitor deverá iniciar tratamento psicológico, tudo conforme recomendado nos laudos realizados durante a instrução processual. Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Com o trânsito em julgado, expeça-se, o termo de guarda definitiva. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 5.6 Sentença. Reconhecimento do pedido. Regulamentação do direito de convivência. A parte autora, qualificada na inicial, requereu a GUARDA do adolescente XXX (nome), aduzindo que é o genitor do menor e vem prestando o sustento deste, sem a ajuda da genitora, que passou a residir em outra cidade após a separação do casal. Com a inicial, vieram os documentos de fls. **. 61 Manual Prático de Decisões Cíveis Citada e restando frustrada a audiência de conciliação por ausência da parte autora (arts. 334 e 694 a 697, todos do NCPC), a ré apresentou contestação, no prazo legal (art. 335 do NCPC), avistável às fls. **, pleiteando, tão somente, o resguardo do seu direito de visitas aos menores. Intimado para se manifestar em réplica, o autor deixou o prazo transcorrer in albis. Determinada a realização do estudo social do caso, foi apresentado relatório de fls. **. Instado a se manifestar, o representante do Ministério Público opinou pela procedência do pedido exordial, mas com a regulamentação do direito de visitas dos menores, pela genitora, inclusive nas férias e dias festivos (fl. **). É, em síntese, o relatório. DECIDO. A questão posta em debate não enseja dificuldades. Com efeito, tendo a mãe do menor concordado com o pedido de guarda unilateral do pai (renunciando, assim, à guarda compartilhada) e, ainda, considerando o estudo social realizado (que atesta que o adolescente está sendo muito bem cuidado, material e afetivamente, pelo genitor), não percebo qualquer óbice ao pedido feito na inicial. Ademais, conforme visto, o autor é portador das condições necessárias para assumir o munus requerido, consoante s extrai da prova testemunhal, in verbis: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS Outrossim, o Ministério Público, na qualidade de Curador da Infância e da Juventude, opinou favoravelmente à pretensão do autor. Ressalto, todavia, que à genitora deve ser resguardado o direito de convivência com o filho. Com efeito, os pais que não possuírem a guarda dos filhos poderão visitá- los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação, nos termos do art. 1.589 do Código Civil. A regulamentação de visita busca, pois, preservar os laços afetivos entre pais e filhos, assegurando o convívio saudável com os genitores e buscando sempre o melhor interesse do menor, razões pelas quais, sempre que possível, deve ser conferida ao menor a oportunidade de convívio com a família de ambos os genitores. No caso, em que pese a genitora residir em outra cidade há 10 (dez) anos, e ter constituído nova família, é possível observar que o vínculo afetivo entre ela e o filho persistiu durante todo esse tempo. Portanto, não há qualquer circunstância que impeça a genitora e os avós maternos de exercerem seus direitos de visitação ou convivência. Pelo contrário. Conforme se verifica do depoimento pessoal do autor, o próprio pai concorda com o exercício desse direito. 62 Manual Prático de Decisões Cíveis Pelo exposto, com fulcro no art. 487, III, a, do NCPC, homologo o reconhecimento do pedido exordial, para deferir ao autor XXX (nome) a GUARDA dos menores XXX (nomes), resguardado o direito de visitas e convivência da genitora XXX (nome), a ser exercido da seguinte forma: 1) O menor ficará na companhia da ré em finais de semana alternados, sendo buscado por ela ou por alguém de sua confiança, na casa do pai, no sábado, às 09 horas, e entregue no mesmo local, no domingo, às 18 horas; 2) No natal desse ano, o menor ficará com o pai e, no ano novo, com a mãe, alternando-se essa disposição anualmente; 3) O dia dos pais será com o genitor e o dia das mães com a genitora; 4) O aniversário do filho e o dia das crianças, nesse ano, serão com o pai, e, ano que vem, com a mãe, alternando-se a situação a cada ano; 5) As férias serão divididas igualmente entre os pais, ficando o menor na companhia paterna na primeira metade, e, na companhia materna na segunda; 6) Os feriados aqui não previstos deverão ser divididos entre os pais, de comum acordo. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado, certificado nos autos, arquivem-se os presentes, mediante a baixa devida. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 6 INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE 6.1 Decisão inicial. Investigação de paternidade. Com audiência. 01. Reporto-me, inicialmente, ao pedido de assistência judiciária gratuita formalizado pela parte investigante. Dispõe o art. 98 do NCPC, que será beneficiário da gratuidade dajustiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tal documento de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que a parte investigante juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor da parte investigante os benefícios da gratuidade da justiça. 02. Tratando-se a presente demanda questão envolvendo filiação, processe-se em segredo de justiça, nos termos do artigo 189, II, do Novo Código de Processo Civil. 63 Manual Prático de Decisões Cíveis 03. Com esteio no art. 695 do NCPC, dispositivo este insculpido no capítulo relativo às ações de família, incluindo-se as de filiação, conforme preconiza o art. 693 do referido código, determino a citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação que designo para o dia xxx, às xxx horas, ocasião em que este Juízo será auxiliado por profissionais com conhecimentos específicos e, se necessário, por atendimento multidisciplinar, visando à solução consensual da controvérsia (art. 694 do NCPC). 4. Advirta-se o réu de que, se quaisquer das partes não comparecer à audiência ou se não obtido o acordo entre as partes, a partir do dia seguinte à última audiência (se necessário mais de uma), inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para contestar (art. 335, I e III, do NCPC), devendo, nesta oportunidade, alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir, conforme preconiza o art. 336 do NCPC. 5. Ainda no que pertine à audiência, advirta-se às partes que elas deverão estar acompanhadas de seus respectivos advogados ou defensores públicos, consoante prevê o art. 695, § 4º, do NCPC. 06. Intime-se a parte investigante, através de sua(seu) representante, para comparecer à referida audiência. 07. Ciência ao Ministério Público (art. 178, II e art. 698, ambos do NCPC). 6.2 Sentença. DNA positivo. Procedência. (…nome), menor púbere/impúbere, assistido(a)/representado(a), por seu(sua) genitor(a) (…nome), ambos qualificados na petição inicial, por intermédio de advogado(a) constituído(a), ingressou em juízo com a presente AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE/MATERNIDADE, em face de (…nome), também qualificado(a) na inicial, buscando provimento jurisdicional que reconheça o(a) investigado(a) como seu(sua) genitor(a) biológico(a). Para tanto, asseverou, em apertada síntese, que seu(sua) genitor(a) manteve um relacionamento amoroso com a parte investigada no período compreendido entre (…), dele resultando seu nascimento. Juntou aos autos os documentos de fls. **. Despacho inicial à fls. **, deferindo os benefícios da assistência judiciária gratuita (se houver requerimento neste sentido), bem como designando audiência de tentativa de reconhecimento espontâneo. Audiência realizada sem realização de acordo. Todavia, na oportunidade, o(a) investigado(a) concordou em se submeter ao exame de DNA, tendo as partes sido encaminhadas ao laboratório para a coleta do material genético necessário à sua realização (fls. **). Laudo do exame de DNA juntado às fls. **, concluindo que a parte investigada é pai/mãe biológico(a) do(a) investigante com uma probabilidade de 64 Manual Prático de Decisões Cíveis (…)%. Foram apresentadas razões finais do(a) investigante à fls. ** e do(a) investigado(a) à fl. **. Com vista dos autos, o Ministério Público opinou pela procedência do veiculado na presente demanda à fl. **. Eis o relatório, passo a decidir. Trata-se de Ação de Investigação de Paternidade/Maternidade fundamentada no art.227, §6° da Constituição Federal de 1988 c/c o art. 27 da Lei n.° 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, em que a parte investigante, através da pertinente prova pericial, logrou êxito na comprovação do vínculo genético de filiação. Nesse sentido, foi realizado exame pericial de DNA, sob o crivo do contraditório, que concluiu que o(a) investigado(a) é pai/mãe da parte investigante, sendo o bastante para a procedência do pedido declaratório de paternidade/maternidade (fl. **). Registre-se que o exame pericial de DNA consiste em prova científica de valor quase absoluto, capaz de determinar com precisão e certeza a paternidade/maternidade biológica, de modo que seu resultado repercute, diretamente, no convencimento do julgador. Ressalto, por entender oportuno, que o laudo conclusivo do exame de DNA não foi impugnado por qualquer das partes, não havendo qualquer evidência nos autos de que as conclusões da perícia não correspondam à verdade real. O Ministério Público, diante do acervo probatório apresentado, opinou pela procedência do pedido inicial (fls. **). Portanto, no caso ora analisado, os elementos colacionados, principalmente a prova pericial de DNA, autorizam uma convicção quanto à veracidade das alegações realizadas pela parte investigante na petição inicial, impondo-se a procedência do pedido posto na presente demanda. Ante o exposto, com fulcro nos arts. 227, § 6° da CF/88, 27 do ECA e 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação para DECLARAR A PATERNIDADE do(a) investigado(a) (nome) em relação ao(à) investigante (nome), atribuindo a este(a) o patronímico daquele(a), pelo que passará assinar (nome com o patronímico paterno/materno), bem como determinando a inclusão, em seu registro de nascimento, do nome dos avós paternos, quais sejam: (nomes dos avós paternos/maternos). Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação/causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. 65 Manual Prático de Decisões Cíveis Após o trânsito em julgado, o que deverá ser certificado nos autos, expeça- se o competente mandado de averbação ao respectivo Cartório de Registro Civil. Recebida a confirmação do cumprimento, o que deverá ocorrer em 05 (cinco) dias, arquivem-se os autos com as anotações necessárias. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 6.3 Sentença. Sem DNA. Presunção. Procedência. (…nome), menor, representado(a) neste ato por sua genitora (…nome), através de advogado(a) constituído(a), ajuizou a presente Ação de Investigação de Paternidade/Maternidade em face de (…nome), pleiteando que ele seja declarado seu pai/mãe e requerendo, por esta razão, fixação de prestação alimentícia a seu favor. Para tanto, alegou que seu (sua) genitor(a) manteve um relacionamento amoroso com o(a) réu(ré), entre (…), sendo fruto desse relacionamento amoroso. Juntou documentos às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, o (a) investigado (a) apresentou contestação às fls. **, refutando a paternidade/maternidade a si atribuída, sob o argumento de que (…). Ao final, pugnou pela improcedência do pedido veiculado na presente demanda. Réplica à contestação apresentada à fls. **. Decisão saneadora à fl. **, determinando a realização do exame de DNA e advertindo acerca das consequências da recusa ao comparecimento para sua realização. Certidão cartoráriaatestando a intimação das partes para realizarem a colheita de material genético para fins de exame de DNA (fl. **). Ofício enviado pelo Laboratório responsável pela realização do exame pericial de DNA, informando a frustração da diligência, face a ausência da parte requerida (fl. **). Audiência de instrução e julgamento realizada, onde foram tomados os depoimentos das partes e inquiridas xxx (quantidade) testemunhas (fls. **). Foram apresentadas razões finais do(a) investigante às fls. ** e do(a) investigado(a) às fls. **. Com vista dos autos, o Ministério Público opinou no sentido de que seja reconhecida a paternidade/maternidade alegada pelo(a) requerente, condenando-se ainda o(a) requerido(a) ao pagamento dos alimentos. É o relatório, passo a decidir. Trata-se de Ação de Investigação de Paternidade/Maternidade fundamentada no art.227, § 6°, da Constituição Federal de 1988 c/c o art.27 da Lei n.° 66 Manual Prático de Decisões Cíveis 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente. Ponto nevrálgico da presente demanda consiste no fato de que o(a) requerido(a) tomou ciência pessoal do procedimento de colheita para o exame de DNA (fls. **), mas não compareceu ao Laboratório responsável pelo estudo genético, não apresentando qualquer justificativa. Assim, conforme judicioso parecer ministerial de fl. **, é cabível a aplicação do disposto no art. 232 do Código Civil, do parágrafo único do artigo 2°-A da Lei n° 8.560/92, bem como da Súmula n.° 301 do STJ, ante o não comparecimento do requerido ao Laboratório responsável pelo exame de DNA, mesmo sendo devidamente intimado para tanto (fl. **). Importante registrar que os depoimentos colhidos na fase instrutória corroboram os argumentos lançados na inicial, robustecendo a tese da existência do vínculo biológico entre as partes. Senão vejamos: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS Deste modo, o contexto fático apresentado nos autos, agregado à conduta esquiva do próprio investigado(a), que não compareceu, injustificadamente, à colheita do material genético, conduzem, a toda evidência, à procedência do pedido posto na inicial, sendo imperioso o reconhecimento do vínculo biológico entre as partes. Ante o exposto, com fulcro nos artigos 227, § 6° da CF/88; 27 do ECA; art. 232 do Código Civil; parágrafo único do artigo 2°-A da Lei n° 8.560/92; Súmula n.° 301 do STJ; e art. 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação para DECLARAR A PATERNIDADE/MATERNIDADE do(a) investigado(a) (nome) em relação ao(à) investigante (nome), atribuindo a este(a) o patronímico daquele(a), pelo que passará assinar (nome com o patronímico paterno/materno), bem como determinando a inclusão, em seu registro de nascimento, do nome dos avós paternos, quais sejam: (nomes dos avós paternos/maternos). Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação/causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado, o que deverá ser certificado nos autos, expeça- se o competente mandado de averbação ao respectivo Cartório de Registro Civil. Recebida a confirmação do cumprimento, arquivem-se os autos com as anotações necessárias. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 67 Manual Prático de Decisões Cíveis 6.4 Sentença. Investigação de paternidade. DNA negativo. Improcedência. (…nome), menor púbere/impúbere, assistido(a)/representado(a), por seu(sua) genitor(a) (…nome), ambos qualificados na petição inicial, por intermédio de advogado(a) constituído(a), ingressou em juízo com a presente AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE/MATERNIDADE, em face de (…nome), também qualificado(a) na inicial, buscando provimento jurisdicional que reconheça o(a) investigado(a) como seu(sua) genitor(a) biológico(a). Para tanto, asseverou, em apertada síntese, que seu(sua) genitor(a), manteve um relacionamento amoroso com a parte investigada no período compreendido entre (…), dele resultando seu nascimento. Juntou aos autos os documentos de fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, o(a) investigado(a) apresentou contestação às fls. **, refutando a paternidade/maternidade a si atribuída, alegando (…). Ao final, pugnou pela improcedência do pedido veiculado na presente demanda. Réplica à contestação apresentada às fls. **. Decisão saneadora à fl. **, determinando a realização do exame de DNA, cujo laudo foi juntado às fls. **, concluindo que a parte investigada não é pai/mãe biológico(a) do(a) investigante com uma probabilidade de (…)%. Foram apresentadas razões finais do(a) investigante às fls. ** e do(a) investigado(a) às fls. **. Com vista dos autos, o Ministério Público opinou pela improcedência do pedido exordial (fls. **). Eis o relatório, passo a decidir. Trata-se de Ação de Investigação de Paternidade/Maternidade fundamentada no art.227, §6° da Constituição Federal de 1988 c/c o art. 27 da Lei n.° 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, em que a parte investigante, através da pertinente prova pericial, não logrou êxito na comprovação do vínculo genético de filiação. Nesse sentido, foi realizado exame pericial de DNA, sob o crivo do contraditório, que concluiu que o(a) investigado(a) não é pai/mãe da parte investigante, sendo o bastante para a improcedência do pedido declaratório de paternidade/maternidade (fls. **). Registre-se que o exame pericial de DNA consiste em prova científica de valor quase absoluto, capaz de determinar com precisão e certeza a paternidade/maternidade biológica, de modo que seu resultado repercute, diretamente, no convencimento do julgador. Ressalto, por entender oportuno, que o laudo conclusivo do exame de DNA 68 Manual Prático de Decisões Cíveis não foi impugnado por qualquer das partes, não havendo nenhuma evidência nos autos de que as conclusões da perícia não correspondam à verdade real. O Ministério Público, diante do acervo probatório apresentado, opinou pela improcedência do pedido inicial (fls. **). Portanto, no caso ora analisado, os elementos colacionados, principalmente a prova pericial de DNA, autorizam uma convicção quanto à veracidade das alegações realizadas pela parte investigada em sua contestação, impondo-se a improcedência do pedido posto na presente demanda. Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na presente Ação, com fulcro nos arts. 227, § 6° da CF/88, 27 do ECA e art. 487, I, do NCPC. Condeno o autor(a) ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação/causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado, o que deverá ser certificado, arquivem-se os autos com as anotações necessárias. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 6.5 Sentença. Investigação de paternidade socioafetiva. Procedência. (… nome), qualificado(a) na petição inicial, por intermédio de advogado(a) constituído(a), ingressou emjuízo com a presente AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE/MATERNIDADE SOCIOAFETIVA POST MORTEM, em face de (…nome), também qualificado(a) na inicial, único(a) herdeiro(a) do(a) de cujos (…nome), buscando provimento jurisdicional que reconheça o(a) investigado(a) como seu(sua) genitor(a) socioafetivo(a). Asseverou, em apertada síntese, que era filho(a) biológico(a) de (…nome), mas este(a), como não reunia condições de criá-lo(a), entregou-o(a) para o(a) genitor(a) do(a) requerido(a), que o(a) criou até seu falecimento, como se seu(sua) pai/mãe fosse. Por tal motivo, requereu o reconhecimento judicial da paternidade/maternidade socioafetiva com a parte requerida e a correspondente alteração do registro de nascimento. Juntou aos autos os documentos de fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, o(a) requerido(a) apresentou contestação às 69 Manual Prático de Decisões Cíveis fls. **, e, refutando as alegações expostas na inicial, argumentou que (…). Ao final, pugnou pela improcedência da demanda. Trouxe os documentos anexados às fls. ** dos autos. Réplica à contestação apresentada às fls. **. Audiência de instrução e julgamento realizada, onde foram tomados os depoimentos das partes, bem como de xxx (quantidade) testemunhas (fls. **). Na oportunidade, foi determinada a realização do estudo social do caso, cujo laudo foi juntado às fls. **. Instadas as partes a se manifestarem, foram apresentadas razões finais do(a) requerente às fls. ** e do(a) requerido(a) às fls. **. Com vista dos autos, o Ministério Público opinou pela procedência do pedido inicial veiculado na presente demanda (fl. **). Eis o relatório, passo a decidir. Trata-se de Ação de Investigação de Paternidade/Maternidade Socioafetiva, buscando o(a) autor(a) a declaração do reconhecimento de filiação, com base na chamada “paternidade/maternidade socioafetiva”, com a correspondente inclusão do nome do(a) pai/mãe socioafetivo(a) em seu registro de nascimento. Inicialmente, importante consignar que é pacífico na jurisprudência e doutrina nacionais a possibilidade da busca do reconhecimento de vínculo de filiação socioafetiva através de ação de investigação de paternidade/maternidade, desde que demonstrada a posse do estado de filho. Na mesma intelecção de ideia, o art. 27 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) rechaça qualquer restrição à busca da filiação, conferindo ao interessado campo fértil à pretensão, não dependendo mais, para a configuração de tal vínculo, a exclusiva relação biológica, pois toda paternidade/maternidade é, em tese, socioafetiva, sendo ela de origem biológica ou não. Conforme se extrai dos autos, principalmente dos depoimentos tomados em audiência, o(a) requerente sempre foi criado(a) como se seu(sua) filho(a) fosse, ou seja, com amor, carinho e total dedicação pelo(a) de cujos, além dos cuidados materiais que foram dispensados na sua criação. Senão vejamos: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS No mesmo sentido, o estudo social elaborado pelo Setor de Serviço Social e Psicologia relata que (…). Ressalte-se, ademais, que o parecer ministerial foi pela procedência da pretensão exordial, dado que os depoimentos e o laudo social robustecem os argumentos elencados pelo(a) requerente, corroborando, assim, a tese da relação afetiva alegada. Assim, demonstrado o vínculo afetivo formado entre o(a) requerente e o(a) genitor(a) requerido(a), hoje com (…) anos de idade, alternativa não resta senão acolher a pretensão deduzida na inicial. 70 Manual Prático de Decisões Cíveis Pelo exposto, com fulcro nos arts. 27 do ECA e 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na inicial para reconhecer e DECLARAR A PATERNIDADE/MATERNIDADE SOCIOAFETIVA do(a) requerente(a) (nome) em relação ao(à) falecido (nome), atribuindo a este(a) o patronímico daquele(a), pelo que passará a assinar (nome com o patronímico paterno/materno), bem como determinando a inclusão, em seu registro de nascimento, do nome dos avós paternos/maternos, quais sejam: (nomes dos avós paternos/maternos). Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação/causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado, o que deverá ser devidamente certificado nos autos, expeça-se o competente mandado de averbação ao respectivo Cartório de Registro Civil. Recebida a confirmação do cumprimento, arquivem-se os autos com as anotações necessárias. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 6.6 Sentença. Audiência. DNA. Ausência de vínculo socioafetivo. Procedência. (…), qualificado na petição inicial, por intermédio de advogado(a) constituído(a), ingressou em juízo com a presente AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE, em face de (…), menor púbere/impúbere, assistido/representado, por sua genitora (…), também qualificados na exordial, buscando provimento jurisdicional objetivando a anulação do registro civil de nascimento deste, sustentando não ser seu pai biológico. Juntou aos autos os documentos de fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, o(a) requerido(a), apresentou contestação às fls. **, refutando as alegações expostas na inicial, argumentando (…). Ao final, pugnou pela improcedência da demanda. Trouxe os documentos de fls. **. Réplica à contestação apresentada à fl. **. Audiência de instrução e julgamento realizada, onde foram tomados os depoimentos da parte requerente, da representante da parte requerida e inquiridas xxx (quantidade) testemunhas (fls. **). Decisão à fl. **, determinando a realização do exame de DNA, cujo laudo 71 Manual Prático de Decisões Cíveis foi juntado às fls. **, concluindo que a parte requerente não é pai biológico da parte requerida. Instadas as partes a se manifestarem, foram apresentadas razões finais do(a) investigante às fls. ** e do(a) investigado(a) à fl **. Com vista dos autos, o Ministério Público opinou pela procedência do pedido exordial (fl. **). Eis o relatório, passo a decidir. Trata-se de Ação Negatória de Paternidade, fundamentada nos arts. 1.603 e 1.604 do Código Civil, em que a parte requerente, através da pertinente prova pericial e dos depoimentos testemunhais, logrou êxito na comprovação da inexistência do vínculo biológico em face da parte requerida. Nesse sentido, foi realizado exame pericial de DNA, sob o crivo do contraditório, que concluiu que a parte requerente não é pai do(a) requerido(a) (fls. **). Registre-se que o exame pericial de DNA consiste em prova científica de valor quase absoluto, capaz de determinar com precisão e certeza a paternidade ou não, de modo que seu resultado repercute, diretamente, no convencimento do julgador. No caso dos autos, o laudo conclusivo do exame de DNA não foi impugnado por qualquer das partes, não havendo nenhuma evidência de que as conclusões da perícia não correspondam à verdade real. Ressalte-se, por outro lado, que não se deve analisar a questão apenas sob o enfoque biológico, mas também considerar o aspecto afetivo. Com efeito, extrai-se dos princípios emanados da Constituição Federal de 1988 e do Código Civil de 2002 que o sucesso possivelmente obtido em sede de Ação Negatóriade Paternidade depende não só da comprovação da inexistência de origem biológica, mas, também, que não tenha sido constituído o estado de filiação, proveniente das relações socioafetivas. Na hipótese sub judice, através dos depoimentos colhidos em audiência, restou evidenciada a inexistência de qualquer vínculo afetivo entre as partes (fls. **), o que, colimado à inexistência de vínculo biológico entre as partes, é o bastante para a procedência do pedido posto na inicial. Senão vejamos: TRANSCREVER OS DEPOIMENTOS O Ministério Público, diante do acervo probatório apresentado, opinou pela procedência do pedido inicial, conforme se extrai do parecer de fls. **. Portanto, no caso ora analisado, os elementos colacionados, principalmente a prova pericial de DNA e os depoimentos tomados a termo, autorizam uma convicção quanto à veracidade das alegações realizadas pela parte investigante na petição inicial, impondo-se a procedência do pedido posto na presente demanda. Ante o exposto, com fulcro nos arts. 1.603 e 1.604 do Código Civil e art. 72 Manual Prático de Decisões Cíveis 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação para DETERMINAR A EXCLUSÃO do nome do Sr. (…), bem como dos avós paternos (…) e (…) do registro civil de nascimento da parte requerida. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação/causa (NCPC, art. 85, § 2º), cuja exigibilidade deverá ficar suspensa pelo prazo máximo de 05 (cinco) anos, a contar do trânsito em julgado da presente, por ser beneficiária da justiça gratuita (fls. **), nos termos do § 3º, do art. 98, do NCPC. Anote-se, porém, que, durante esse período, a parte poderá vir a ser cobrada pelo pagamento do débito em testilha, se comprovada sua superveniente aquisição de capacidade econômica para tanto. Após o trânsito em julgado, o que deverá ser certificado, expeça-se o competente mandado de averbação ao respectivo Cartório de Registro Civil. Recebida a confirmação do cumprimento, arquivem-se os autos com as anotações necessárias. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 7 TUTELA 7.1 Decisão. Emenda à inicial. 1. Reporto-me, inicialmente, ao pedido de assistência judiciária gratuita formalizado pela parte autora. Dispõe o art. 98 do NCPC, que será beneficiário da gratuidade da justiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tal documento de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que a parte autora juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor do(a) autor(a) os benefícios da gratuidade da justiça. 2. Com fulcro no art. 321 do NCPC, intime-se a parte autora para, no prazo de 15 (quinze) dias, emendar a inicial, sob pena de indeferimento, retificando o pedido constante na inicial, uma vez que, se o genitor do(a) menor ainda se encontra vivo e não foi destituído do poder familiar, não cabe à(ao) avó(avô) pleitear a tutela da criança, mas, sim, a sua guarda. Com efeito, os casos de tutela são numerus clausus e o presente, pela situação descrita na exordial, não se subsume às hipóteses previstas no art. 1728 do CC. OU 2. Com fulcro no art. 321 do NCPC, intime-se a parte autora para, no prazo de 15 (quinze) dias, emendar a inicial, sob pena de indeferimento, adotando as seguintes providências: 73 Manual Prático de Decisões Cíveis a) retificar o pólo passivo da demanda, incluindo neste o (a) genitor (a) do (a) menor, ainda que ele (a) esteja em local incerto e não sabido; b) juntar aos autos a certidão de óbito do (a) genitor (a) do (a) menor; c) juntar aos autos certidão de nascimento do (a) menor, principalmente porque, se maior de 12 anos, necessária será sua oitiva; d) esclarecer se o (a) menor tem ascendentes e se estes possuem condições físicas, mentais e emocionais de exercerem a tutela; e) esclarecer se o (a) menor possui bens e/ou dívidas e, em caso afirmativo, arrolá-los. 3. Após, retornem-me os autos conclusos. 7.2 Decisão inicial. 1. Reporto-me, inicialmente, ao pedido de assistência judiciária gratuita formalizado pela parte autora. Dispõe o art. 98 do NCPC, que será beneficiário da gratuidade da justiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tal documento de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que a parte autora juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor do(a) autor(a) os benefícios da gratuidade da justiça. 2. Considerando que o(a) menor tutelando(a) não está em situação de risco, que se trata de pedido de jurisdição voluntária e que a inicial está devidamente fundamentada no art. 1728, I, do CCB, bem como adequadamente instruída com a certidão de nascimento do(a) menor e a certidão de óbito dos genitores deste(a), cite-se os interessados mencionados na exordial (a saber, os ascendentes e irmãos da requerente) para, querendo, manifestarem-se no feito, no prazo comum de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 721 do NCPC. 3. Após, intime-se o Representante do Ministério Público, para ofertar parecer, no prazo de 15 (quinze) dias (NCPC, art. 721). 4. Decorridos os prazos acima, com ou sem manifestação, expeça-se ofício à equipe interdisciplinar (OU à Secretaria Municipal de Assistência Social), para realização do estudo social do caso, com a consequente apresentação de laudo conclusivo, para formação do juízo de valor deste Magistrado, no prazo de 60 (sessenta) dias. 5. Apresentado o laudo, intime-se o (a) requerente e os interessados para se manifestarem no prazo comum de 05 (cinco) dias. 6. Após, dê-se vista ao Ministério Público, com a mesma finalidade e prazo mencionados acima. 7. Em seguida, venham-me os autos conclusos. 74 Manual Prático de Decisões Cíveis 7.3 Decisão. Saneamento. Audiência de instrução. Trata-se de ação de tutela em que, considerando as peculiaridades do caso concreto, não se vislumbra a possibilidade de julgamento antecipado parcial ou total do mérito, razão porque passo a adotar as medidas de saneamento e organização do processo, previstas no art. 357 do NCPC. Compulsando os autos, verifica-se que não há questões processuais a serem resolvidas nem questões de direitos relevantes a serem enfrentadas, de modo que as questões de fato sobre as quais recairá a necessidade de produção de prova devem ser delimitadas. No caso em tela, o menor a ser posto sob tutela tem mais de 12 (doze) anos, sendo, pois, imprescindível sua oitiva, a fim de manifestar sua concordância ou não acerca da tutela pleiteada, bem como sobre a pessoa que está solicitando a medida em testilha (CC, art. 1740, III). Ademais, não esclareceu, a parte requerente, se os menores tem ou não ascendentes e, em caso afirmativo, se eles possuem ou não condições físicas, mentais e emocionais de serem tutores, pois o art. 1731 do CC é cristalino ao prever uma ordem legal de precedência para parentes consanguíneos exercerem a tutela. Outrossim, não restou devidamente esclarecido se o(a) requerente é a pessoa mais apta a exercer a tutela, pois, do estudo social do caso, não se vislumbrou qualquer menção acerca de sua conduta social (CC, art. 1731). Dessa forma, colimando dirimir as questõesde fato acima delimitadas, reputo necessária a designação de audiência de instrução para o dia xxx, às xxx horas, para a qual devem ser intimadas as testemunhas apresentadas pelas partes. Caso as partes não tenham indicado suas testemunhas, intime-se, através dos advogados, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentarem seus respectivos rols, advertindo-se que o número de testemunhas arroladas não poderá ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato, nos termos dos arts. 357 e 450, ambos do NCPC. Intimem-se as partes e cientifique-se o Ministério Público. 7.4 Sentença. Sem pai. Mãe falecida. Procedência. XXX (...nome) ajuizou Ação de Tutela em favor de seu(sua) neto(a) XXXX (...nome), sob a alegação de que cuida do(a) menor desde que a mãe dele(a) faleceu, no ano passado. Sustenta, ademais, que a criança não foi registrada no nome do pai e, portanto, ela, autora, é a única parente do(a) menor. Juntou documentos anexados às fls. **. Estudo social do caso às fls. **. Em audiência realizada às fls. **, ouviu-se a requerente, o(a) menor e as 75 Manual Prático de Decisões Cíveis testemunhas, além da equipe interdisciplinar que realizou o estudo social. Ao apresentar o parecer de fls. **, o representante do Ministério Público opinou favoravelmente ao exercício da tutela pela requerente. É o Relatório. Decido. Prefacialmente cumpre informar que, nos termos dos arts. 36 do ECA e 1.728 e seguintes do Código Civil, todo menor que não está sob o poder familiar deve ter nomeado tutor que o represente ou o assista legalmente. No caso em testilha, o (a) menor precisa que lhe seja nomeado um(a) tutor(a), pretendendo a requerente sê-lo, dado que a mãe de seu(sua) neto(a) veio a óbito ano passado, deixando a criança órfã, já que não consta, no registro de nascimento de XXX (...nome), o nome do pai. Pois bem. Compulsando os autos, vê-se que o pedido foi formulado seguindo a ordem prevista no art. 1731 do CC, uma vez que feito por ascendente em preferência ao irmão (já maior de idade) e ao tio do (a) menor. Para além disso, a hipótese descrita na exordial enquadra-se ao disposto no art. 1728, I, do CC, dado que a genitora do(a) menor faleceu (certidão de óbito de fls. **) e que não consta, no assento de nascimento da criança, o nome de seu genitor (fls. **). Saliente-se, outrossim, que restou hialinamente demonstrado, através do estudo social do caso (fls. **) e da prova testemunhal colhida nos autos (fls. **), que a requerente, após o falecimento de sua filha, há quase um ano, vem cuidando do(a) neto(a), dispensando-lhe todo amor, cuidado, carinho e atenção necessários ao desenvolvimento sadio de uma criança. Ademais, é ela quem provê as necessidades materiais do (a) menor, arcando com a mensalidade escolar, plano de saúde, vestuário e lazer, consoante se extrai dos documentos de fls. **. Ressalte-se que o (a) menor foi contundente ao mencionar, em audiência, que se encontra feliz e acolhido na casa de sua avó materna, chamando-a, inclusive, por vezes, de “mãezinha” (fl. **). Diante de todos esses fatos, o acolhimento do pedido exordial é medida que se impõe. Ante o exposto, com fulcro nos arts. 36 e 38 do Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 1728 e ss do CC e art. 487, I, do NCPC, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, nomeando a requerente XXX (...nome) tutora de XXX (...nome), ressaltando que, de acordo com o art. 38 do ECA, art. 1763 a 1768 do CC e arts. 762 e 763, ambos do NCPC, poderá haver a cessação ou a destituição da tutela, caso seja necessário, observando sempre o melhor interesse do (a) menor. Intime-se a parte requerente para prestar compromisso, mediante termo nos autos, no prazo de 05 (cinco) dias, consoante estabelecido no art. 759 do NCPC. Dispensada a especialização da hipoteca legal em razão da ausência de 76 Manual Prático de Decisões Cíveis notícia da existência de bens em nome do (a) tutelado(a). Custas pagas (fl. **). Sem custas condenação em honorários advocatícios face a ausência de litigiosidade. Após cumprimento, arquive-se, dando-se baixa. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 7.5 Sentença. Maioridade civil. Perda superveniente do objeto. Trata-se de pedido de tutela, com pedido liminar de guarda provisória, formulado por XXX(... nome) em favor dos menores XXX(...nome) e XXX(… nome), alegando, em síntese, que depois do falecimento da genitora dos menores, ela, autora, ficou com a guarda de fato das crianças, tendo em vista que o pai dos mesmos encontra-se em lugar incerto e não sabido. Com a inicial, vieram os documentos de fls. 08/15. Decisão de fls. **, deferindo a guarda provisória dos menores à autora. Citado por edital (fls. **), o genitor das crianças manteve-se inerte. Foi-lhe, então, nomeado curador, nos termos do art. 9º do CPC, o qual apresentou resposta por negativa geral à fl. **. Estudo psicossocial às fls. **. Em audiência, verificou-se que os tutelandos atingiram a maioridade civil (fl. **), conforme certidões de nascimento às fls. **. Com vista, o representante do Ministério Público requereu o arquivamento do feito, ante a perda do objeto (fls. **). É o relatório. Decido. Como cediço, um dos requisitos para o julgamento do pedido é o interesse processual, que pode ser vislumbrado pela necessidade de se buscar nas vias judiciais a solução de determinado conflito de interesse, atrelada à utilidade que o provimento jurisdicional possa trazer para o deslinde da lide, já que, se não for verificada a mencionada utilidade, a atividade estatal restará inócua. Com base nessas premissas, é de se verificar que uma perda superveniente do interesse processual pode ser equiparada à perda do objeto da ação, uma vez que, não se vislumbrando nenhuma utilidade no provimento jurisdicional, não há que se prosseguir com a marcha processual. No caso dos autos, considerando que os tutelandos atingiram a maioridade civil, tenho que a demanda sub judice perdeu seu objeto, sendo, portanto, desnecessário e inútil qualquer provimento jurisdicional de mérito neste processo. Ante o exposto, com fulcro no art. 36 do ECA e nos arts. 17 e 485, VI e § 3º, ambos do NCPC, extingo o processo sem resolução do mérito por ausência de interesse processual. 77 Manual Prático de Decisões Cíveis Sem custas face ao deferimento da assistência judiciária gratuita (fl. **). Sem condenação em honorários advocatícios em razão da ausência de litigiosidade. Após o trânsito em julgado, satisfeitas as determinações legais, arquive-se, com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intime-se. 8 UNIÃO ESTÁVEL 8.1 Decisão inicial. 1. Reporto-me, inicialmente, ao pedido de assistência judiciária gratuita formalizado pela parte autora. Dispõe o art. 98 do NCPC, que será beneficiário da gratuidade da justiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tal documento de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que o(a) autor(a) juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor da parte autora os benefícios da gratuidade da justiça. 2. Com esteio no art. 695 do NCPC, dispositivo este insculpido no capítulo relativo às ações de família, incluindo-se as de reconhecimento e extinção de união estável, conforme preconiza o art. 693 do referido código, determino a citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação que designo para o dia xxx, às xxx horas, ocasião em que este Juízo será auxiliado por profissionais com conhecimentos específicos e, se necessário,por atendimento multidisciplinar, visando à solução consensual da controvérsia (art. 694 do NCPC). 3. Advirta-se à parte ré de que, se quaisquer das partes não comparecer à audiência ou se não obtido o acordo, a partir do dia seguinte à última audiência (se necessário mais de uma), inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para contestar (art. 335, I e III, do NCPC), devendo, nesta oportunidade, alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir, conforme preconiza o art. 336 do NCPC. 4. Ainda no que pertine à audiência designada, advirtam-se às partes que elas deverão estar acompanhadas de seus respectivos advogados ou defensores públicos, consoante prevê o art. 695, § 4º, do NCPC. 5. Ressalte-se que, de acordo com o art. 698 do NCPC, o Ministério Público somente deve intervir nas ações em que haja interesse de incapaz. Desta forma, por não ser o caso dos autos, sua intimação para comparecer à audiência de conciliação é despicienda. (OU: (...) Desta forma, considerando que a presente ação de união estável foi cumulada com pedido de alimentos para os filhos menores das partes, sua 78 Manual Prático de Decisões Cíveis presença em audiência se desvela indispensável, razão porque determino a sua intimação para, assim, fazer-se presente, nos termos do art. 178, II, do NCPC.) 6. Intime-se a parte autora. 8.2 Despacho. União estável post mortem. Emenda à inicial. 1. Reporto-me, inicialmente, ao pedido de assistência judiciária gratuita formalizado pela parte requerente. Dispõe o art. 98 do NCPC, que será beneficiário da gratuidade da justiça todo aquele que não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Nesse sentido, nos termos do art. 99 do NCPC, mera declaração do interessado acerca de sua hipossuficiência basta para a concessão do pedido, revestindo-se tal documento de presunção relativa de veracidade. Em análise dos autos, verifica-se que a parte requerente juntou declaração de hipossuficiência à fl. **, não havendo, por ora, qualquer elemento nos autos que elida a mencionada presunção. Por todo o exposto, defiro em favor da referida parte os benefícios da gratuidade da justiça. 2. Com fulcro no art. 321 do NCPC, intime-se a parte autora para, no prazo de 15 (quinze) dias, emendar a inicial, sob pena de indeferimento, adotando as seguintes providências: 2.1) retificar o polo passivo da demanda, pois, conforme informado na própria petição inicial, a parte requerida, apesar de se encontrar separada de fato, é pessoa casada e, portanto, deve-se incluir o seu cônjuge como réu na presente ação, considerando o seu evidente interesse jurídico; e 2.2) informar o nome e endereço completo de testemunhas que tenham conhecimento do relacionamento havido entre os litigantes. 3. Após, retornem-me os autos conclusos. OU 2. Com fulcro no art. 321 do NCPC, intime-se a parte autora para, no prazo de 15 (quinze) dias, emendar a inicial, sob pena de indeferimento, adotando as seguintes providências: 2.1) retificar o pólo passivo da demanda, pois o apontado réu já se encontra falecido, e, portanto, não pode participar da presente demanda; 2.2) esclarecer onde se encontram os familiares do de cujus; 2.3) esclarecer qual o interesse na propositura da presente demanda (partilha de bens, benefício previdenciário, seguro de vida etc.); 2.4) informar o nome e endereço completo de testemunhas que tenham conhecimento do relacionamento havido entre a autora e o falecido. 3. Após, retornem-me os autos conclusos. 79 Manual Prático de Decisões Cíveis 8.3 Decisão. Saneamento. Audiência de instrução. Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável em que, considerando as peculiaridades do caso concreto, não se vislumbra a possibilidade de julgamento antecipado parcial ou total do mérito, razão porque passo a adotar as medidas de saneamento e organização do processo, previstas no art. 357 do NCPC. Compulsando os autos, verifica-se que não há questões processuais a serem resolvidas nem questões de direitos relevantes a serem enfrentadas, de modo que as questões de fato sobre as quais recairá a necessidade de produção de prova devem ser delimitadas. No caso em tela, as partes concordam quanto ao fato de que conviveram em união estável por ** anos/meses. No entanto, não obtiveram sucesso em comprovar a referida afirmação, visto que os documentos colacionados aos autos, apesar de demonstrarem a convivência entre os litigantes, não especifica o período exato de tempo em que essa união teria ocorrido, com termo inicial e final. Dessa forma, colimando esclarecer a questão de fato acima delimitada, reputo necessária a designação de audiência de instrução para o dia xxx, às xxx horas, à qual devem ser intimadas as testemunhas apresentadas pelas partes, com o fim de serem ouvidas sobre os fatos levantados durante o trâmite processual. Caso as partes não tenham indicado suas testemunhas, intime-se, através dos advogados, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentarem seus respectivos rols, advertindo-se que o número de testemunhas arroladas não poderá ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato, nos termos dos arts. 357 e 450, ambos do NCPC. 8.4 Decisão. Interesse da união. Declinação de competência para a justiça federal. Trata-se de Ação Declaratória de União Estável proposta por XXXXXXXX, com escopo de ver reconhecida a existência de uma entidade familiar constituída entre ele(a) e XXXXXX, falecido(a) em XX/XX/XXXX. Durante o trâmite regular do feito, constatou-se que a presente demanda tem por escopo a obtenção de subsídios para a percepção do benefício de pensão por morte, e, diante do fato do(a) de cujus, Sr(a). XXXXXX, ter seus proventos custeados pela União, conforme se extrai dos documentos acostados às fls. **, concluiu-se que a União poderia ter interesse na lide. Assim, procedeu-se à intimação do referido ente federal, tendo esse informado ter interesse na lide em apreço, requerendo, assim, o deslocamento da competência para a Justiça Federal, consoante se infere à fl. **. Eis o relatório, em apertada síntese. Fundamento e decido. 80 Manual Prático de Decisões Cíveis Como cediço, o art. 5º da Lei nº 9.469 de 1997, in verbis, instituiu uma nova modalidade de intervenção de terceiros, ancorada nos possíveis efeitos reflexos, de natureza econômica, que uma determinada decisão possa gerar sobre a Fazenda Pública Federal, independentemente da existência de interesse jurídico. CITAR O ART.. 5º DA LEI nº 9.469/1997 E aqui vale ressaltar que, a despeito do caput da supramencionada norma referir-se aos entes componentes da Administração Indireta, a intervenção em testilha também pode se dar nas causas envolvendo entes ou pessoas sem quaisquer relações com a Administração Pública, tal como ocorre na lide em testilha. Entrementes, não obstante a intervenção anômala da União não implicar, de imediato, o deslocamento da competência da Justiça Estadual para Federal, é oportuno destacar que, nos moldes da Súmula nº 150 do STJ, in litteris, cabe à Justiça Federal a análise da existência de interesse jurídico ou não da União, razão pela qual a remessa dos autos ao Órgão Jurisdicional Federal é medida que se impõe. CITAR A SÚMULA 150 DO STJ No caso posto à baila, além da União não ter explicitado qual a natureza do interesse que detinha na causa, conforme se depreende à fl. **, não cabe à Justiça Estadual aferir se há ou não interesse jurídico que justifique a competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, inciso I, da CRFB, circunstância que torna imperiosa a remessa dos autos ao referido órgão federal. Ante o exposto, em razão da manifesta incompetência deste Juízo para decidir acerca da existênciade interesse jurídico ou não da União no feito, remetam- se os autos à Justiça Federal, segundo entendimento consolidado na Súmula 150 do Superior Tribunal de Justiça, com baixa na distribuição. Publique-se. Intimem-se. 8.5 Sentença. União estável post mortem. Contestação dos herdeiros. Procedência. Trata-se de Ação Declaratória de União Estável Post Mortem proposta por XXXXX em face do espólio de XXXXX, falecido em XX/XX/XXXX, em que a parte autora busca provimento jurisdicional que declare a existência da união estável que manteve com o de cujus até a data de sua morte. Narrou a inicial que o(a) autor(a) conviveu, de forma contínua, duradoura e pública, sob o mesmo teto, com o(a) falecido(a) de XX/XX/XXXX até XX/XX/XXXX, como se casados fossem. Aduziu que, em função da maneira como conviviam, apesar de não terem oficializado a relação através do matrimônio, eram ela(ele) e o(a) de cujus reconhecidos pela sociedade como casados. Acrescentou que, do relacionamento com a parte ré, advieram ** (**) filhos, e constituiu-se patrimônio, conforme se infere dos bens móveis e imóveis ventilados na exordial. Por esses motivos, a parte autora pleiteou fosse reconhecida e declarada a união estável que 81 Manual Prático de Decisões Cíveis manteve com o(a) de cujus durante o período alinhavado na petição inicial. Trouxe documentos às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, os herdeiros do(a) falecido(a) contestaram as afirmações da petição inicial, argumentando que o(a) de cujus jamais esteve em união estável com a parte autora, bem como pugnaram pela improcedência dos pleitos autorais. Trouxeram documentos às fls. **. Intimada para se manifestar sobre a contestação, a parte autora rebateu as alegações trazidas pelos herdeiros do(a) falecido e reiterou os pedidos da peça vestibular (fls. **). Em decisão de saneamento e organização do processo, este Juízo, com o fim de verificar se, de fato, a parte autora chegou a conviver com o de cujus como se casados fossem, designou audiência de instrução, na qual foram ouvidas as testemunhas arroladas por ambas as partes (fls. **). O Ministério Público, ainda em audiência, ofereceu parecer opinando pela procedência dos pedidos da inicial, considerando as provas documentais e testemunhais existentes nos autos, que atestam a veracidade das afirmações da parte autora. É, em síntese, o relatório. Fundamento e decido. Como é cediço, o art. 226, § 3º, da Constituição da República Federativa do Brasil, in verbis, reconhece a união estável como uma entidade familiar, tornando- a hábil a criar direitos e obrigações, equiparando-a ao casamento. CITAR O ART. 226, § 3º, DA CF/88 Conforme pode se ver, a Magna Carta conferiu status de entidade familiar à união estável, todavia, não a delimitou, deixando para a legislação ordinária assim fazê-lo, circunstância que fez o Código Civil, em conjunto com algumas leis extravagantes, deslindar o instituto, conceituando e determinando algumas condições para sua caracterização. Nesse sentido, preleciona o art. 1.723 do CC/02 que “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de construção de família”, ou seja, a união estável nada mais é do que a aliança firmada entre duas pessoas com o objetivo de formar uma entidade familiar. Diante das ilações apresentadas, vislumbram-se alguns requisitos para caracterização da união estável, tais como a diversidade de sexo, a ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial entre os conviventes, notoriedade de afeições recíprocas, honorabilidade, fidelidade ou lealdade e coabitação. 82 Manual Prático de Decisões Cíveis O primeiro requisito, diversidade de sexo, resulta da conjugação entre o art. 226, §3º, da CRFB e o art. 1.723 do CC/02. Entrementes, é de se observar que, com a ADI 4277 e a ADPF 132, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, tornando o requisito acima esboçado dispensável. O segundo requisito refere-se à ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial, contido no §1º, do art. 1.723, do CC/02, que assim preceitua: CITAR O ART. 1723,§ 1º, DO CCB Outro requisito indispensável é a publicidade da união estável frente à sociedade, ou seja, é necessário que a relação entre os companheiros seja vista como se um matrimônio fosse, conclusão esta extraída do comportamento diuturno apresentado por aqueles, como fidelidade, lealdade e até coabitada, por exemplo. O último pressuposto é o interesse em constituir família, de modo que só existirá uma união estável se os companheiros demonstrarem a intenção de viver em família, não bastando para a sua configuração o simples fato de namorarem por um longo período de tempo ou de, até, conviverem sob o mesmo teto sem, no entanto, demonstrarem essa vontade de constituir uma família. No caso em comento, a parte autora afirmou que conviveu em união estável com o falecido XXXXX, de forma pública, contínua e duradoura, pelo período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. Os herdeiros do de cujus, por sua vez, contestaram esta afirmação e alegaram que o(a) de cujus jamais conviveu com aquela. Ao compulsar os documentos carreados à exordial (certidões de nascimento dos filhos do casal, fatura de cartão de crédito em nome da parte autora e do(a) falecido(a) e certidão de instituição de previdência social indicando a parte autora como dependente do de cujus, por exemplo), bem como examinando os depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência de instrução, verifica-se que a parte autora logrou êxito em comprovar sua afirmação de que conviveu em regime de união estável com o(a) falecido(a) XXXXX, pelo período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. D’Outra banda, em que pese tenha a parte ré afirmado que o(a) falecido(a) jamais conviveu em união estável com a parte autora, não trouxe aos autos qualquer documento que arrimasse sua afirmação, bem assim não obteve sucesso em comprová-la através das testemunhas arroladas e ouvidas em juízo. Dessa feita, os pleitos formulados na exordial devem ser julgados procedentes, consoante, inclusive, opinou favoravelmente o representante do Ministério Público. Ex positis, com fulcro no art. 487, I, do NCPC, resolvo o mérito da questão, acolhendo o pedido formulado na exordial, para, arrimado no art. 226, § 3º, da CRFB c/c o art. 1.723 do CC/02, RECONHECER E DECLARAR A EXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL ENTRE XXXX E XXXXXX (pessoa falecida), no período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. 83 Manual Prático de Decisões Cíveis Condeno a parte ré ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios, os quais arbitro em **% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 2º, do NCPC. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 8.6 Sentença. Contestação. Improcedência. Trata-se de Ação Declaratória de União Estável proposta por XXXXX em face do XXXXX, ambos qualificados nos autos, em que a parte autora busca provimento jurisdicional que declare a existência da união estável que manteve com a parte requerida. Narrou a inicial que o(a) autor(a) conviveu, de forma contínua, duradoura e pública, sob o mesmo teto, com o(a) ré(u) de XX/XX/XXXX até XX/XX/XXXX, como se casados fossem. Aduziu a parte autora, ademais, que, em função da maneira como conviviam, apesar de não terem oficializado a relação através do matrimônio, as partes eram reconhecidas pela sociedade como casados. Acrescentou, ainda, que do relacionamento advieram ** (**) filhos, e constituiu-se patrimônio, conforme se infere dos bens móveise imóveis ventilados na exordial. Por esses motivos, pleiteou fosse reconhecida e declarada a união estável que manteve com o(a) réu(ré) durante o período alinhavado na petição inicial. Trouxe documentos às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, as partes não entabularam acordo (fls. **). Diante disso, no prazo legal, a parte ré contestou as afirmações da petição inicial, argumentando que jamais esteve em união estável com a parte autora, considerando que (...), bem como pugnou pela improcedência dos pleitos autorais. Juntou documentos às fls. **. Intimada para se manifestar sobre a contestação, a parte autora rebateu as alegações trazidas pelo(a) réu(ré) e reiterou os pedidos da peça vestibular (fls. **). Em decisão de saneamento e organização do processo, este Juízo, com o fim de verificar se, de fato, a parte autora chegou a conviver com o(a) réu(ré) como se casados fossem, designou audiência de instrução, na qual foram ouvidas as testemunhas arroladas por ambas as partes (fls. **). O Ministério Público, ainda em audiência, ofereceu parecer opinando pela improcedência dos pedidos da inicial, por considerar que as provas documentais e testemunhais existentes nos autos dão substrato às afirmações do(a) réu(ré) no sentido de que não houve união estável entre este(a) e a parte autora. É, em síntese, o relatório. Fundamento e decido. 84 Manual Prático de Decisões Cíveis Como é cediço, o art. 226, § 3º, da Constituição da República Federativa do Brasil, in verbis, reconhece a união estável como uma entidade familiar, tornando- a hábil a criar direitos e obrigações, equiparando-a ao casamento. CITAR O ART. 226, § 3º, DA CF/88 Conforme pode se ver, a Magna Carta conferiu status de entidade familiar à união estável, todavia, não a delimitou, deixando para a legislação ordinária assim fazê-lo, circunstância que fez o Código Civil, em conjunto com algumas leis extravagantes, deslindar o instituto, conceituando e determinando algumas condições para sua caracterização. Nesse sentido, preleciona o art. 1.723 do CC/02 que “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de construção de família”, ou seja, a união estável nada mais é que a aliança firmada entre duas pessoas com o objetivo de formar uma entidade familiar. Diante das ilações apresentadas, vislumbram-se alguns requisitos para caracterização da união estável, tais como a diversidade de sexo, a ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial entre os conviventes, notoriedade de afeições recíprocas, honorabilidade, fidelidade ou lealdade e coabitação. O primeiro requisito, diversidade de sexo, resulta da conjugação entre o art. 226, §3º, da CRFB e o art. 1.723 do CC/02. Entrementes, é de se observar que, com a ADI 4277 e a ADPF 132, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, tornando o requisito acima esboçado dispensável. O segundo requisito refere-se à ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial, contido no §1º, do art. 1.723, do CC/02, que assim preceitua: CITAR O ART. 1723, § 1º, DO CCB Outro requisito indispensável é a publicidade da união estável frente à sociedade, ou seja, é necessário que a relação entre os companheiros seja vista como se um matrimônio fosse, conclusão esta extraída do comportamento diuturno apresentado por aqueles, como fidelidade, lealdade e até coabitada, por exemplo. O último pressuposto é o interesse em constituir família, de modo que só existirá uma união estável se os companheiros demonstrarem a intenção de viver em família, não bastando para a sua configuração o simples fato de namorarem por um longo período de tempo ou de, até, conviverem sob o mesmo teto sem, no entanto, demonstrarem essa vontade de constituir uma família. No caso em comento, a parte autora afirmou que conviveu em união estável com XXXXX, de forma pública, contínua e duradoura, pelo período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. A parte ré, por sua vez, contestou esta afirmação e alegou que jamais poderia ter convivido com a parte autora em regime de união estável, tendo em vista (...). 85 Manual Prático de Decisões Cíveis Ao compulsar os documentos carreados à exordial, bem como examinando os depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência de instrução, verifica-se que a parte demandante não logrou êxito em comprovar sua afirmação de que conviveu em regime de união estável com o(a) réu(ré), pelo período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. Pelo contrário, a documentação trazida não desvela uma congruência nas informações e os depoimentos das testemunhas são contraditórios, não desvelando os fatos conforme indicados na exordial. Senão vejamos: (...) D’Outra banda, a parte ré trouxe aos autos documentos que comprovam seus argumentos quanto à inexistência de união estável entre aquele e a parte autora, sobretudo no que concerte ao fato de que (...). De mais a mais, restou demonstrado, através dos depoimentos das testemunhas arroladas pela parte ré, que a parte autora não preencheu os requisitos previstos em lei para configurar a existência de união estável, máxime no tocante à (...). Dessa feita, os pleitos formulados na exordial devem ser julgados improcedentes, consoante, inclusive, opinou o representante do Ministério Público. Ex positis, com fulcro no art. 487, I, do NCPC, resolvo o mérito da questão para REJEITAR O PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL ENTRE XXX E XXX, tendo em vista que a parte autora não preencheu os requisitos previstos em lei para tanto. Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios, os quais arbitro em **% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 2º, do NCPC. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 8.7 Sentença. Reconhecimento do pedido. Homologação. Trata-se de Ação Declaratória de União Estável proposta por XXXXX em face de XXXXX, qualificados nos autos, em que a parte autora busca provimento jurisdicional que declare a existência da união estável que manteve com a parte ré. Narrou a inicial que o(a) autor(a) conviveu, de forma contínua, duradoura e pública, sob o mesmo teto, com o(a) réu(ré) de XX/XX/XXXX até XX/XX/XXXX, como se casados fossem. Aduziu, ademais, a parte autora que, em função da maneira como conviviam, apesar de não terem oficializado a relação através do matrimônio, as partes eram reconhecidas pela sociedade como casados. Acrescentou, ainda, que do relacionamento advieram ** (**) filhos, e constituiu-se patrimônio, conforme se infere dos bens móveis e imóveis ventilados na exordial. Por esses motivos, pleiteou 86 Manual Prático de Decisões Cíveis fosse reconhecida e declarada a união estável que manteve com a parte ré durante o período alinhavado na petição inicial. Trouxe documentos às fls. **. Designada audiência de conciliação, em conformidade com os arts. 334 e 694 a 697 do Novo Código de Processo Civil, a parte ré reconheceu a veracidade dos fatos trazidos à inicial e pugnou pela procedência dos pedidos autorais. Juntou documentos às fls. **. Este Juízo, embora convencido da existência de união estável entre as partes, afirmou não terem estas comprovado, de forma satisfatória, exclusivamente através dos documentos carreados aos autos, o lapso temporal em que a união se deu, razão porque designou audiência de instrução, na qual foram ouvidas as testemunhas arroladas por ambas as partes (fls. **). O Ministério Público, ainda em audiência, ofereceu parecer opinando pela homologação do reconhecimento da procedência do pleito autoral, com o fito de reconhecer e declarar a uniãoestável existente entre as partes, no período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. É, em síntese, o relatório. Fundamento e decido. Como é cediço, o art. 226, § 3º, da Constituição da República Federativa do Brasil, in verbis, reconhece a união estável como uma entidade familiar, tornando- a hábil a criar direitos e obrigações, equiparando-a ao casamento. CITAR O ART. 226, § 3º, DA CF/88 Conforme pode se ver, a Magna Carta conferiu status de entidade familiar à união estável, todavia, não a delimitou, deixando para a legislação ordinária assim fazê-lo, circunstância que fez o Código Civil, em conjunto com algumas leis extravagantes, deslindar o instituto, conceituando e determinando algumas condições para sua caracterização. Nesse sentido, preleciona o art. 1.723 do CC/02 que “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de construção de família”, ou seja, a união estável nada mais é que a aliança firmada entre duas pessoas com o objetivo de formar uma entidade familiar. Diante das ilações apresentadas, vislumbram-se alguns requisitos para caracterização da união estável, tais como a diversidade de sexo, a ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial entre os conviventes, notoriedade de afeições recíprocas, honorabilidade, fidelidade ou lealdade e coabitação. O primeiro requisito, diversidade de sexo, resulta da conjugação entre o art. 226, §3º, da CRFB e o art. 1.723 do CC/02. Entrementes, é de se observar que, com a ADI 4277 e a ADPF 132, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, tornando o requisito acima esboçado dispensável. 87 Manual Prático de Decisões Cíveis O segundo requisito refere-se à ausência de matrimônio civil válido e de impedimento matrimonial, contido no §1º, do art. 1.723, do CC/02, que assim preceitua: CITAR O ART. 1723, § 1º, DO CCB Outro requisito indispensável é a publicidade da união estável frente à sociedade, ou seja, é necessário que a relação entre os companheiros seja vista como se um matrimônio fosse, conclusão esta extraída do comportamento diuturno apresentado por aqueles, como fidelidade, lealdade e até coabitada, por exemplo. O último pressuposto é o interesse em constituir família, de modo que só existirá uma união estável se os companheiros demonstrarem a intenção de viver em família, não bastando para a sua configuração o simples fato de namorarem por um longo período de tempo ou de, até, conviverem sob o mesmo teto sem, no entanto, demonstrarem essa vontade de constituir uma família. No caso em comento, a parte autora afirmou que conviveu em união estável com a parte ré, de forma publica, contínua e duradoura, pelo período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. A parte ré, por sua vez, corroborou a afirmação da parte autora e, inclusive, pugnou pela procedência do pleito autoral. Com efeito, ao compulsar os documentos carreados à exordial (certidões de nascimento dos filhos do casal, fatura de cartão de crédito em nome de ambas as partes e certidão de instituição de previdência social indicando a parte requerida como dependente da parte promovente, por exemplo), bem como ao examinar os depoimentos das testemunhas ouvidas em audiência de instrução (in verbis), verifica- se que os litigantes conviveram em regime de união estável pelo período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX, razão porque os pleitos formulados na exordial devem ser julgados procedentes, consoante, inclusive, opinou o representante do Ministério Público. CITAR DEPOIMENTOS Ex positis, com fulcro no art. 487, III, a, do NCPC, resolvo o mérito da questão, homologando o reconhecimento da procedência do pedido formulado na exordial, para, arrimado no art. 226, § 3º, da CRFB c/c o art. 1.723 do CC/02, RECONHECER E DECLARAR A EXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL ENTRE XXX E XXX, no período de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX. Condeno a parte ré ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios, os quais arbitro em **% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 2º, do NCPC. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 88 Manual Prático de Decisões Cíveis 89 Manual Prático de Decisões Cíveis CAPITULO II – INFÂNCIA E JUVENTUDE 1 SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE VIAGEM AO EXTERIOR 1.1 Despacho inicial Cite-se o requerido para comparecimento na audiência de conciliação, a ser designada de acordo com a pauta deste juízo, advertindo-se que o não comparecimento implicará em ato atentatório à dignidade da justiça, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, bem como de que, não havendo solução consensual, o prazo para resposta começará a partir da data da audiência. Intime-se a parte autora através de seu advogado e o Ministério Público para comparecimento na audiência de conciliação. 1.2 Despacho saneador Não existem questões preliminares ou processuais de mérito a serem apreciadas. Uma vez que não é possível o julgamento antecipado do pedido ou de parte dele, bem como que se faz necessária a produção de prova oral, determino que seja designada audiência de instrução e julgamento, de acordo com a pauta deste juízo, fixando como pontos controvertidos as seguintes matérias (Especificar pontos controversos sobre os quais recairá a produção de prova oral e, em seguida, disciplinar o ônus da prova), cabendo ao autor (indicar os fatos constitutivos de seu direito) e ao réu (existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor) Intimem-se as partes e o Ministério Público. 1.3 Sentença. Procedência. (NOME), devidamente qualificado (a) nos autos, ingressou, em favor de seu filho (a) N.O.M.E com AÇÃO DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO DE VIAJEM AO EXTERIOR em face de (NOME), igualmente qualificado, argumentando, em suma (síntese dos argumentos expostos na inicial). Com a inicial, vieram rol de testemunhas e os documentos de fls. Designada audiência de conciliação, nos termos do art. 334 do novo CPC, não houve acordo entre as partes. Citada, a parte demandada ofereceu resposta alegando, em síntese, que (resumo dos argumentos. 90 Manual Prático de Decisões Cíveis Às fls. __, a parte autora se pronunciou sobre a contestação, reiterando os argumentos expostos na inicial. Decisão saneadora às fls_____, na qual foram rejeitadas as preliminares arguidas e fixados os pontos controvertidos da demanda. Ata da audiência de instrução às fls. ___, na qual foi colhido o depoimento pessoal das partes e das testemunhas por elas arroladas. Encerrada a fase probatória, ainda em audiência, foram oferecidas alegações finais por autor e réu, reiterando os argumentos já expostos na inicial e na resposta, respectivamente. Em seguida, o Ministério Público ofereceu parecer opinando pela (im)procedência do pedido sob o argumento de que (...) É o relatório. Decido. Inicialmente, é preciso deixar consignado que a criança e o adolescente, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, devem ser tratados com prioridade absoluta, cabendo ao Poder Judiciário, ao decidir os litígios, zelar para que seja preservado, da melhor forma possível, o interesse dos infantes, com o objetivo de garantir “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”, conforme preconizado no art. 3º do ECA. No caso em comento, a parte autora pretende viajar com a criança para o exterior e lá fixar residência, sob o argumento de que (breve resumo dos fatos). Não existe discussão acerca da guarda da criança, restando incontroverso que ela deve permanecer sob os cuidados da parte autora, pessoa com a qual já convive desde o nascimento. Todavia, argumenta a parte demandadaque, caso seja autorizada a viagem, não mais poderá exercer o direito de visita de seu filho em virtude da impossibilidade de arcar com os custos da viajem. Há, portanto, choque de interesses juridicamente protegidos pelo ordenamento jurídico brasileiro, devendo a demanda ser dirimida com aplicação do princípio da ponderação de valores e de forma que melhor atenda aos anseios da criança. Embora seja inegável que haverá dificuldade da criança em manter o regular convívio com a parte demandada, mostra-se mais adequado que ela acompanhe a parte autora na viagem ao exterior, passando a fixar residência lá, tendo em vista que (expor razões do convencimento). Por fim, embora não pleiteado expressamente pela parte autora, da pretensão deduzida na inicial decorre necessária e logicamente a autorização para que seja expedido o passaporte da criança para que realize a viagem ao exterior, razão pela qual determino que se adote, também, tal medida administrativa, para que seja efetivada a presente decisão. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, extinguindo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do NCPC e DECLARANDO SUPRIDO O 91 Manual Prático de Decisões Cíveis CONSENTIMENTO da parte demandada para que seu filho (...) viaje para o exterior. Em consequência, AUTORIZO a viajem de N.O.M.E (qualificação), acompanhado de (nome e qualificação da parte autora) a viajar para (país) e lá fixar residência. Expeçam-se ALVARÁ DE VIAJEM e AUTORIZAÇÃO PARA EMISSÃO DE PASSAPORTE. Sem custas, nem honorários advocatícios. Após o trânsito em julgado, cumpridas as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 2 ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO EM EVENTO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. (NOME), devidamente qualificado(a) nos autos, ingressou, através de seu advogado legalmente habilitado, com pedido de ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO para que as adolescentes (NOMES), igualmente qualificadas, possam participar do (EVENTO) que será realizado no (DATA E HORA). Com a inicial, vieram os documentos de fls. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. É o relatório. Decido. Inicialmente, é preciso deixar consignado que a criança e o adolescente, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, devem ser tratados com prioridade absoluta, cabendo ao Poder Judiciário, ao examinar os pleitos que lhe são formulados, zelar para que seja preservado, da melhor forma possível, o interesse dos infantes, com o objetivo de garantir “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”, conforme preconizado no art. 3º do ECA. Dispõe o art. 149 do ECA que cabe a autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante expedição de alvará, a participação de crianças e adolescentes em eventos e espetáculos públicos, garantindo a eles o direito à informação, cultura, lazer, esporte e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento. No caso, foi juntado termo de concordância dos genitores das adolescentes com o pleito formulado na inicial e o evento se destina a (objetivos do evento), sendo salutar a participação dos adolescentes porque (Razões do convencimento). ANTE O EXPOSTO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para, nos termos do art. 149, inciso __, alínea ___do ECA, AUTORIZAR as adolescentes (nome e qualificação) a participarem do (evento), a ser realizado (local, data e hora). Sem custas, nem honorários advocatícios. 92 Manual Prático de Decisões Cíveis Após o trânsito em julgado, cumpridas as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 3 DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR 3.1 Decisão inicial com decretação da suspensão do poder familiar Trata-se de ação de destituição do poder familiar proposta pelo Ministério Público em face de (...), genitores da criança (...), argumentando, em suma, que(...). Em sede de tutela de urgência, requereu o Ministério Público a suspensão do poder familiar tendo em vista que (…). Com a inicial vieram os documentos de fls. É o relatório. Fundamento e decido. Dispõe o art. 300 do CPC que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Pois bem. Os arts. 1.637 do Código Civil e 157 do ECA estabelecem que se os genitores abusarem de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, será, liminarmente, adotada a medida necessária para resguardar a segurança do menor e de seus haveres, podendo, inclusive, ser decretada a suspensão do poder familiar, ficando a criança ou adolescente sobre a guarda de pessoa idônea mediante termo de responsabilidade. No caso em análise, verifica-se, através dos diversos relatórios anexados aos autos, notadamente às fls. (...), que, no momento, a convivência dos requeridos com seu filho põe em risco a integridade física e psicológica deste, porquanto (...). Desta feita, considerando o fundado receio de maus-tratos e ameaça a que está sujeita a criança, visando seu bem-estar e melhor interesse, é de se impor a suspensão do poder familiar dos requeridos até que se finalize o presente processo. Diante do exposto, DETERMINO A SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR dos requeridos (...) sobre a criança (...), até decisão posterior, com base no art. 1.637 do CC e do art. 157 do ECA. Considerando que deve ser priorizada a manutenção da criança na família extensa, acato a sugestão do relatório social de fls. , determinando que a criança fique, provisoriamente, sob a guarda de (nome e qualificação e grau de parentesco), devendo ser expedido o competente termo de guarda provisória. Oficie-se ao CREAS deste Município, a fim de que realize estudo psicossocial referente ao caso em tela, devendo remeter o respectivo laudo a este Juízo, no prazo de 20 (vinte) dias. (OU Considerando que não existe informações sobre a família extensa e que não existe programa de acolhimento familiar implementado neste município, encaminhe-se a criança para acolhimento institucional no (local), expedindo-se a guia 93 Manual Prático de Decisões Cíveis de acolhimento com as informações indicadas no art. 101, §3º do ECA e nos moldes da instrução Normativa 03/2009 do CNJ e solicitando que o plano individual de atendimento seja encaminhado a este juízo no prazo de 20 (vinte) dias.) Intimem-se o Ministério Público e os requeridos, devendo o mandado de intimação destes últimos ser cumprido pelo oficial de justiça juntamento com representante do Conselho Tutelar, a fim de garantir que a criança não sofra traumas ao deixar o lar em que atualmente reside. Por fim, nos termos do art. 158 do ECA, citem-se os requeridos para que, no prazo de 10 (dez) dias, ofereça resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. 3.2 Despacho saneador Não existem questões preliminares ou processuais de mérito a serem apreciadas. Uma vez que não é possível o julgamento antecipado do pedido ou de parte dele, bem como que se faz necessária a produção de prova oral, determino que seja designada audiência de instrução e julgamento, de acordo com a pauta deste juízo, fixando como pontos controvertidos as seguintes matérias (Especificar pontos controversos sobre os quais recairá a produção de prova oral e, em seguida, disciplinar o ônus da prova), cabendo ao autor (indicar os fatos constitutivos de seu direito) e aos réus (existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor). Intimem-se as partes e o Ministério Público. 3.3 Sentença. Procedência. Trata-se de açãode destituição do poder familiar proposta pelo Ministério Público em face de (...), genitores da criança (...), argumentando, em suma, que (...). Com a inicial, vieram os documentos de fls. Foi determinada liminarmente a suspensão do poder familiar do réu em relação à criança (…), em (...), consoante decisão exarada às fls. (...) dos autos. Citados, os réus apresentaram defesa, asseverando, em síntese, que (...). Relatório Psicossocial às fls. (...). Ata da audiência de instrução e julgamento às fls. (…), na qual foram ouvidos os requeridos e as testemunhas indicadas na inicial e na contestação, bem como oferecidas alegações finais pelo Ministério Público afirmando, em síntese, que (…), e pela defesa, aduzindo que (…). É o relatório. Fundamento e decido. 94 Manual Prático de Decisões Cíveis A destituição do poder familiar é medida de caráter excepcionalíssimo, devendo sempre que possível ser buscada a manutenção do vínculo familiar, garantindo o direito de convivência entre a criança/adolescente e seus pais. Nessa linha, o art. 1.638 do Código Civil preconiza que a perda do poder familiar apenas ocorrerá por determinação judicial e quando o pai ou a mãe castigar imoderadamente o filho, deixá-lo em abandono, praticar ato contrário a moral e aos bons costumes, ou, reiteradamente, abusar de sua autoridade ou faltar aos deveres inerentes ao munus que deve exercer. No caso em análise, constato que restou comprovado nos autos, tanto pelos documentos neles anexados quanto pelos depoimentos prestados em audiência de instrução e julgamento, que os réus (...), o que foi corroborado pelo Relatório Psicossocial acostado às fls. (...). De bom alvitre destacar que, determinada a suspensão do poder familiar, não houve qualquer evolução no comportamento dos genitores, razão pela qual, a fim de garantir o bem estar e desenvolvimento sadio da criança, é impossível manter o vínculo familiar Desta feita, comprovado que os requeridos (explicitar hipótese do art. 1.638. Ex. Castigou imoderadamente o filho) e que não é possível a restauração do vínculo familiar sem risco à integridade física e mental da criança, torna-se imperiosa a decretação da perda do poder familiar com o intuito de possibilitar a colocação da criança em família que lhe proporcione as condições ideais de desenvolvimento. Outrossim, considerando que deve ser priorizada a manutenção da criança na família extensa, acato a sugestão do relatório social de fls. , determinando que a criança fique, provisoriamente, sob a guarda de (nome e qualificação e grau de parentesco), o qual manifestou a intenção de ingressar com pedido de tutela do infante. POSTO ISSO, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO FORMULADO NA INICIAL, PARA DESTITUIR OS RÉUS (...) DO PODER FAMILIAR EM RELAÇÃO À CRIANÇA (...), com base no art. 1.638 do CC e do art. 155 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente, ao tempo em que extingo o presente processo, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do Novo Código de Processo Civil. Outrossim, considerando que deve ser priorizada a manutenção da criança na família extensa, acato a sugestão do relatório social de fls. , determinando que a criança fique, provisoriamente, sob a guarda de (nome e qualificação e grau de parentesco), o qual manifestou a intenção de ingressar com pedido de tutela do infante. (OU, Considerando que, apesar das diligências, não se localizou outros familiares da criança e que não existe programa de acolhimento familiar implementado neste município, encaminhe-se a criança para acolhimento institucional no (local), expedindo-se a guia de acolhimento com as informações indicadas no art. 95 Manual Prático de Decisões Cíveis 101, §3º do ECA e nos moldes da Instrução Normativa 03/2009 do CNJ e incluindo o nome dela no Cadastro Nacional de Adoção). Sem custas, a teor do disposto no artigo 141, § 2º, do ECA. Após o decurso do prazo recursal, certifique-se o trânsito em julgado e expeça-se, com fulcro no art. 163, parágrafo único, do ECA, o mandado para a averbação da presente sentença junto ao Registro de Pessoas Naturais, procedendo-se, por fim, ao arquivamento dos autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se, pessoalmente, as partes. 4 INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA. ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL 4.1 Despacho inicial Vão os autos ao Ministério Público Estadual, a teor dos arts. 93, Parágrafo Único c/c 101 e §§, do ECA, com a urgência que o caso requer. 4.2 Decisão. Manutenção do acolhimento institucional. Cuidam os autos de Medida de Proteção de acolhimento institucional, aplicada em caráter emergencial pelo Conselho Tutelar, à criança (nome/qualificação), sob o argumento de que (…). Com vistas dos autos, o Ministério Público pugnou pela permanência do infante na instituição de acolhimento. Os arts. 136, inciso I, e 101, inciso VII, do ECA, preveem a possibilidade de aplicação, pelo Conselho Tutelar, do acolhimento institucional como medida protetiva provisória e excepcional utilizável como forma de transição para reintegração familiar. No caso, a criança foi abandonada, sem nenhum indicativo de quem seriam os seus parentes, mostrando-se imperiosa a aplicação da medida protetiva diante da impossibilidade do encaminhamento para família biológica. Em regra, sendo impossível o imediato restabelecimento da convivência com a família biológica, deve a criança ser encaminhada para acolhimento familiar, contudo, considerando que não existe programa com o cadastro de famílias acolhedoras neste município, revela-se correta a aplicação da medida de acolhimento institucional aplicada pelo Conselho Tutelar. POSTO ISSO, com fundamento no art. 101, VII, do ECA, determino que (nome da criança/adolescente) permaneça acolhido institucionalmente no (local designado), pelo prazo necessário à definição de sua situação, qual seja, sua entrega à 96 Manual Prático de Decisões Cíveis família natural ou extensa/ampliada ou colocação em família substituta, conforme preconizam os arts. 19, 25, Parágrafo Único e art. 28 do ECA. Expeça-se Guia de Acolhimento Institucional da criança, com as informações indicadas no art. 101, §3º do ECA e nos moldes da Resolução n.º 003/2009 do CNJ. Oficie-se à instituição de acolhimento para que, no prazo máximo de 30 (trinta), elabore o do plano individual de atendimento, a fim de que seja avaliada a possibilidade de retorno ou não da criança/adolescente à companhia de sua família natural ou extensa, ou a colocação em família substituta, através de Ação de Extinção ou Suspensão do Poder Familiar, a ser intentada por quem de direito, consoante rezam os arts. 101, §§ 9º e 10º e 155, do ECA. Com a chegada do relatório, dê-se vista ao Ministério Público. 4.3 Sentença. Manutenção do acolhimento institucional. Cuidam os autos de Medida de Proteção de acolhimento institucional aplicada em caráter emergencial, pelo Conselho Tutelar, à criança (nome/qualificação), sob o argumento de que (…). Após a oitiva do Ministério Público, foi determinada a manutenção do acolhimento institucional. Às fls. foi juntado aos autos o plano individual de atendimento, sugerindo que a criança fosse inserida em família substituta. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pela inscrição da criança no Cadastro Nacional de Adoção. É o relatório. Decido. Os arts. 136, inciso I, e 101, inciso VII, do ECA, preveem a possibilidade de aplicação, pelo Conselho Tutelar, do acolhimento institucional como medida protetiva provisória e excepcional utilizável como forma de transição para reintegração familiar. No caso, segundo o plano individual de atendimento, a criança foi abandonada sem nenhum indicativo de quem seriam os seus parentes, mostrando-se imperiosa a aplicação da medida protetiva de acolhimento institucional diante da impossibilidade do encaminhamentopara família biológica e da inexistência de programa com o cadastro de famílias acolhedoras neste município. Outrossim, considerando que a criança sequer tem certidão de nascimento, desnecessária a propositura de ação de destituição de poder familiar, procedimento que, sem qualquer chance de resultado útil, apenas atrasaria a inserção da criança em família substituta. 97 Manual Prático de Decisões Cíveis POSTO ISSO, com fundamento no art. 101, VII, do ECA, determino que (nome da criança/adolescente) permaneça acolhido institucionalmente, no (local designado), até sua inserção em família substituta. Tendo em vista que a criança não possui documento que a identifique, determino que seja oficiado o cartório de registro civil a fim de que lavre certidão de nascimento da criança, constando, em observância ao art. 18 da Convenção Americana de Direitos Humanos, dados fictícios sobre seus ascendentes e aproximados sobre seu nascimento, devendo ela, se necessário, ser levada, pela entidade de acolhimento, para exames médicos. Inclua-se a criança no Cadastro Nacional de Adoção com a maior urgência possível. Sem custas processuais. Após as formalidades legais, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intime-se pessoalmente o Ministério Público e, por cautela, por edital, com prazo de 20 (vinte) dias, eventuais interessados. 4.4 Sentença. Rejeição do acolhimento institucional. Cuidam os autos de Medida de Proteção de acolhimento institucional aplicada em caráter emergencial pelo Conselho Tutelar à criança (nome/qualificação), sob o argumento de que (…). Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pela revogação do acolhimento institucional, tendo em vista que não existia fundamento para a suspensão ou perda do poder familiar. Ata da audiência de instrução, na qual foram ouvidos representantes do Conselho Tutelar, os genitores da criança e a equipe técnica deste juízo. Na mesma oportunidade, o Ministério Público reiterou o parecer pela revogação do acolhimento institucional. É o relatório. Decido. Os arts. 136, inciso I, e 101, inciso VII, do ECA, preveem a possibilidade de aplicação, pelo Conselho Tutelar, do acolhimento institucional como medida protetiva provisória e excepcional utilizável como forma de transição para reintegração familiar. De outro giro, para resguardar o interesse dos infantes, o próprio ECA prevê, nos arts. 136, parágrafo único, e 137 que, efetuado o afastamento do convívio familiar, a medida será imediatamente comunicada ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, o qual poderá rever a decisão dos conselheiros tutelares. No caso, o acolhimento institucional da criança foi determinado sob o fundamento de que (…). Ocorre que, consoante relatado em audiência pela assistente social e pela psicóloga que compõe a equipe técnica deste juízo, não existe nenhum 98 Manual Prático de Decisões Cíveis motivo legítimo que autorize o afastamento da criança do convívio com seus pais, já que a relação entre eles é afetuosa e sadia. POSTO ISSO, com fundamento no art. 137, do ECA, revogo a decisão do Conselho Tutelar e determino que (nome da criança/adolescente) seja imediatamente entregue aos seus pais (nomes). Sem custas processuais. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 5 GUARDA JUDICIAL 5.1 Despacho inicial. Deferimento de guarda provisória. (NOME), qualificados nos autos, através de seu advogado legalmente habilitado, ingressou com ação de guarda de seu sobrinho (nome qualificação), em face de (Nome e qualificação), genitores da criança, argumentando, em suma, que o infante se encontra em situação de risco, já que os detentores do poder familiar (fundamento do pedido), o que, inclusive, segundo os autores, justificaria o deferimento liminar da guarda provisória. Com a inicial vieram os documentos de fls. O Ministério Público opinou pelo deferimento da tutela de urgência. Inicialmente, cumpre destacar que o Juizado da Infância e da Juventude é competente para processar e julgar a lide tendo em vista que, segundo relatado na inicial, houve violação dos direitos da criança por parte de seus pais, colocando a infante em situação de risco. Pois bem. Nos termos do art. 33 do ECA, a guarda se destina a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, todavia, excepcionalmente, poderá ser deferida em processo autônomo para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável. Dispõe o art. 300 do CPC, que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No caso, verifica-se que a criança já está sob os cuidados dos requerentes, tendo em vista que os genitores estão temporariamente impossibilitados do regular exercício do poder familiar por (fundamento do pedido), fato confirmado no relatório do Conselho Tutelar anexado à inicial. Neste contexto, com a finalidade de garantir o melhor interesse da criança e evitar que ela permaneça em situação de risco, mostra-se necessário o deferimento da guarda provisória aos requerentes, que possuem grau de parentesco próximo e, 99 Manual Prático de Decisões Cíveis consoante a documentação anexada aos autos, podem proporcionar o ambiente familiar necessário para o desenvolvimento do infante. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, defiro o pedido liminar formulado na inicial, concedendo a guarda provisória de (nome criança) aos requerentes (nomes), devidamente qualificados nos autos. Sem custas, na forma da lei. Extraia-se cópia dos autos e encaminhem-se os documentos ao Ministério Público, a fim de que avalie a necessidade de ingressar com ação de suspensão ou perda do poder familiar. Oficie-se à equipe técnica deste juízo (se não houver, ao CREAS), a fim de que elabore, no prazo de 20 dias, estudo social do caso, avaliando inclusive, a possibilidade do reestabelecimento pleno do poder familiar. Expeça-se o termo da guarda provisória. Citem-se os requeridos para, querendo, apresentar defesa no prazo de 15 (quinze) dias. Intimem-se. 5.2 Decisão declinando da competência. Ausência de situação de risco. (NOME), qualificados nos autos, através de seu advogado legalmente habilitado, ingressou ação de guarda de seu sobrinho (nome qualificação), em face de (Nome e qualificação), genitores da criança, argumentando, em suma, que já está com a criança sob seus cuidados há mais de dois anos, havendo concordância dos requeridos com a medida. Com fundamento no art. 10 do CPC, a parte autora e o Ministério Público foram intimados para se manifestarem acerca da competência deste juízo para apreciar a lide, tendo ambos argumentado que a ação deveria tramitar na Vara da Infância e da Juventude, já que o pleito é para colocação da criança em família diversa da natural. É o relatório. Decido. O art. 148, parágrafo único do ECA, determina que a Vara da Infância e da Juventude somente é competente para conhecer dos pedidos de guarda e tutela quando a criança ou adolescente envolvido estiver em situação de risco. Trata-se de competência fixada em razão da matéria e, portanto, de natureza absoluta, nos termos do art. 62 do CPC. No caso, pelo que foi relatado na inicial, a criança mantém bom relacionamento com os genitores e apenas está sob os cuidados do tio para comodidade do transporte dela para escola, razão pela qual não existe situação de 100 Manual Prático de Decisões Cíveis risco que justifique a fixação da competência nesta vara especializada, porquanto a matéria versa sobre direito de família. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, reconheço, de ofício, nos termos do art. 64, §1º do CPC, a incompetênciaabsoluta deste juízo para processar e julgar a lide, determinando a remessa dos autos para a distribuição, a fim de que a demanda seja livremente distribuída para uma das varas de família desta comarca. Intimem-se. Preclusa a decisão, remetam-se os autos ao juízo competente, com baixa na distribuição. 5.3 Sentença. Procedência. (NOME), qualificados nos autos, através de seu advogado legalmente habilitado, ingressou com ação de guarda de seu sobrinho (nome qualificação), em face de (Nome e qualificação), genitores da criança, argumentando, em suma, que o infante se encontra em situação de risco, já que os detentores do poder familiar (fundamento do pedido), o que, inclusive, segundo os autores, justificaria o deferimento liminar da guarda provisória. Com a inicial vieram os documentos de fls. Deferida a guarda provisória através da decisão de fls. Estudo social anexado às fls. Devidamente citados, os requeridos ofereceram contestação argumentando, em síntese, que (…). Com a defesa vieram os documentos de fls. À fl. foi certificada a propositura de ação de suspensão do poder familiar, a qual foi apensada a estes autos. Ata da audiência de instrução juntada às fls. , na qual foram ouvidos os requerentes e requeridos, a criança e as testemunhas indicadas na inicial e na resposta. Encerrada a fase instrutória, a parte autora ofereceu alegações finais argumentando, em síntese, que (…), ao passo que a parte ré asseverou, em suma, que (…). Parecer do Ministério Público opinando pelo deferimento do pedido, sob o fundamento de que (…). É o relatório. DECIDO. Inicialmente, cumpre destacar que o Juizado da Infância e da Juventude é competente para processar e julgar a lide, tendo em vista que, segundo relatado na inicial, houve violação dos direitos da criança por parte de seus pais, colocando a infante em situação de risco. 101 Manual Prático de Decisões Cíveis Conforme preconiza o art. 33 do ECA, a guarda se destina a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, todavia, excepcionalmente, poderá ser deferida em processo autônomo para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável. No caso, conforme restou apurado, os genitores estão momentaneamente impossibilitados do regular exercício do poder familiar, já que (…). Outrossim, os requerentes demonstraram, conforme relatório social, estreito vínculo afetivo com a criança, motivo pelo qual o deferimento do pedido de guarda assegurará a necessária assistência material, moral e educacional necessária para o pleno desenvolvimento do infante. POSTO ISSO, com fundamento no art. 33 e seguintes do ECA, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para conceder aos requerentes (nomes autores), devidamente qualificados, a guarda de (nome criança), a fim de que continuem prestando à criança, sua sobrinha materna, a assistência material, moral e educacional de que tanto necessita, conferindo-lhe a condição de sua dependente para todos os efeitos, representando-lhe e assistindo-lhe nos atos da vida civil. Expeça-se o termo de guarda definitiva, o qual vigorá até que seja restabelecido judicialmente e de forma plena o poder familiar. Sem custas. Com o trânsito em julgado, certificado nos autos, dê-se a devida baixa e, após, arquivem-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 6 TUTELA 6.1 Despacho inicial (NOME), qualificado nos autos, através de seu advogado legalmente habilitado, ingressou ação de tutela de seu sobrinho (nome qualificação), argumentando, em suma, que (fundamento do pedido que pode ser o falecimento dos detentores do poder familiar ou decretação da perda do poder familiar) o que, inclusive, segundo os autores, justificaria o deferimento liminar da guarda provisória. Com a inicial vieram os documentos de fls. O Ministério Público opinou pelo deferimento da tutela de urgência. É o relatório. Passo a decidir. Inicialmente, cumpre destacar que o Juizado da Infância e da Juventude é competente para processar e julgar a lide tendo em vista que, segundo relatado na inicial, houve violação dos direitos da criança, a qual se encontra em situação de risco uma vez que (...). 102 Manual Prático de Decisões Cíveis Pois bem. A tutela é forma de colocação em família substituta de criança ou adolescente cujos genitores tenham falecido, sejam declarados judicialmente como ausentes ou tenham decaído do poder familiar (art. 1.728 do Código Civil). Conforme prevê o art. 33 do ECA, nos procedimentos de tutela, é possível o deferimento liminar da guarda a fim de regularizar a posse de fato da criança/adolescente, desde que preenchidos os requisitos previstos no art. 300 do CPC, ou seja, quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No caso, os documentos acostados a inicial evidenciam que os genitores da criança faleceram (ou tiveram decretada a perda do poder familiar), o que demonstra a necessidade de designação de tutor para exercer o múnus publico de representar e defender os interesses de (nome criança). O requerente é parente próximo da criança e demonstra relação afetuosa com ela, mantendo-a sob seus cuidados desde a extinção do poder familiar dos genitores, o que evidencia a probabilidade do direito de exercer a função pleiteada. Além disso, é urgente a definição da situação da criança, a fim de garantir seu desenvolvimento sadio e designação de pessoa que a represente nos autos da vida civil, fatos, que, somados, são fundamentos suficientes para o deferimento da liminar pedida na inicial. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, defiro o pedido liminar formulado na inicial, concedendo a guarda provisória de (nome criança) ao requerente (nome) devidamente qualificado nos autos. Expeça-se termo de guarda provisória. Oficie-se a equipe técnica deste juízo (se não houver, ao CREAS), a fim de que elabore, no prazo de 20 dias, estudo social do caso. 6.2 Sentença. Procedência. (NOME), qualificado nos autos, através de seu advogado legalmente habilitado, ingressou com ação de tutela de seu sobrinho (nome qualificação), argumentando, em suma, que (fundamento do pedido, que pode ser o falecimento ou ausência dos detentores do poder familiar ou, ainda, a decretação da perda do poder familiar) o que, inclusive, segundo os autores, justificaria o deferimento liminar da guarda provisória. Com a inicial vieram os documentos de fls. Deferida a guarda provisória às fls. Estudo Social anexado aos às fls. Ata da audiência de instrução e julgamento às fls., tendo, na oportunidade, sido oferecidas alegações finais reiterando os argumentos expostos na inicial. O Ministério Público ofertou parecer opinando pelo deferimento do pedido. É o relatório. Passo a decidir. 103 Manual Prático de Decisões Cíveis Inicialmente, cumpre destacar que o Juizado da Infância e da Juventude é competente para processar e julgar a lide, tendo em vista que, segundo relatado na inicial, houve violação dos direitos da criança, a qual se encontra em situação de risco, uma vez que (…). Pois bem. A tutela é forma de colocação em família substituta de criança ou adolescente cujos genitores tenham falecido, sejam declarados judicialmente como ausentes ou tenham decaído do poder familiar, conforme previsto no art. 1.728 do Código Civil. No caso, os documentos acostados à inicial evidenciam que os genitores da criança faleceram (ou tiveram decretada a perda do poder familiar/foram declarados ausentes), o que demonstra a necessidade de designação de tutor para exercer o múnus publico de representar e defender os interesses de (nome criança). O estudo social anexado às fls. , sugere o deferimento do pedido, sob o fundamento de que a criança está ambientadano lar em que vive e a família demonstra forte vínculo afetivo. Em audiência de instrução, a criança revelou o desejo de permanecer com o requerente, garantindo as testemunhas que a relação entre eles é saudável e que o infante está sendo educado com afeto e dedicação. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima indicados, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, concedendo a tutela de (nome criança) a (nome do requerente), a fim de que este exerça as atribuições indicadas nos arts. 1.740 e 1747 do Código Civil. Expeça o termo de compromisso, na forma do art. 32 do ECA, intimando a parte autora para assiná-lo, no prazo de 05 (cinco) dias. Dispenso a parte autora de prestar hipoteca legal, bem como da prestação de contas, em função do tutelando não possuir bens que justifique a medida. Sem custas e nem honorários advocatícios. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 7 HABILITAÇÃO DE POSTULANTES À ADOÇÃO 7.1 Despacho Inicial A petição inicial preenche os requisitos legais e foram juntados os documentos previstos no art. 197-A do ECA e no Provimento 03/2009 do TJ/AL. Dê-se vistas ao Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, para, se for o caso, nos termos previstos no art. 198-B do ECA: a) apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; b) requerer a designação de audiência 104 Manual Prático de Decisões Cíveis para oitiva dos postulantes em juízo e testemunhas; e/ou c) requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências que entender necessárias. 7.2 Decisão Após Retorno do MP Defiro a realização das diligências e a juntada dos documentos complementares pugnados pelo Ministério Público, haja vista que, embora não constem do rol previsto art. 197-A do ECA, tais diligências e documentos são necessários para a averiguação do respeito à solução pautada no melhor interesse dos adotandos, os quais deverão ser intimados para cumprirem a determinação no prazo de 10 (dez) dias. Oficie-se à equipe interprofissional (CREAS, onde não houver) para que, no prazo de 20 (vinte) dias, realize visita domiciliar e elabore estudo psicossocial, que, além de responder os quesitos formulados pelo Ministério Público, deverá conter subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício responsável do poder familiar. Oficie-se à equipe interprofissional, ainda, para que promova a inscrição dos postulantes no curso de preparação jurídica para adoção, bem como em plano de trabalho que lhes ofereça preparação psicológica, orientações em geral e estímulo à adoção de crianças e adolescentes em situações diversas, permitindo aos postulantes, também, sempre que possível e recomendável, o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional, sempre com a orientação, supervisão e avaliação de membros da equipe interprofissional devidamente encarregados. Com a chegada das informações e documentos solicitados pelo Ministério Público, assim como do estudo psicossocial realizado pela equipe interdisciplinar, inclua-se o processo na pauta de audiência, para a oitiva dos postulantes e das testemunhas, providenciando as intimações necessárias. 7.3 Sentença. Procedência. POSTULANTE 1 e POSTULANTE 2, qualificados nos autos, ingressaram com o presente PEDIDO DE HABILITAÇÃO À ADOÇÃO, argumentando, em síntese, que desejam, como forma de lhes garantir o direito à convivência familiar, adotar criança, independente de cor ou enfermidade curável pré existente e com até 04 anos de idade, bem como que preenchem os requisitos necessários para serem incluídos nos cadastros de pessoas habilitadas à adoção. Com a petição inicial, vieram os documentos de fls. 105 Manual Prático de Decisões Cíveis O Ministério Público apresentou quesitos à equipe interprofissional, requereu a designação de audiência e pugnou pela juntada de documentos complementares (parecer de fls. ). Às fls., os postulantes juntaram a documentação complementar requisitada. Os postulantes participaram do plano de trabalho executado pela equipe interprofissional, conforme certidão firmada às fls. A equipe interprofissional apresentou o estudo psicossocial de fls. Em audiência, foram ouvidos os postulantes e as testemunhas por eles indicadas, conforme ata de fls. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. É o breve relatório. Fundamento e decido. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em cada Comarca deverá existir um registro de pessoas interessadas na adoção (art. 50, caput), as quais somente serão inscritas após prévia consulta aos órgãos técnicos a serviço do Poder Judiciário e depois de ouvido o Ministério Público (art. 50, § 1º). Outrossim, efetivando o comando do art. 50, §5º, do ECA, foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça o Cadastro Nacional de Adoção, o qual consolida os dados de todas as varas da infância e da juventude do país referente a crianças e adolescentes a serem adotados e a pretendentes habilitados à adoção. Pois bem. Ao disciplinar as regras sobre quem deverá ser inscrito nos cadastros de adoção, o Estatuto prevê que não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado (art. 29), não devendo a inscrição ser deferida, também, se as pessoas interessadas deixarem de juntar quaisquer dos documentos listados como obrigatórios (art. 50, § 2º c/c art. 197-A) ou não tiverem se submetido ao período de preparação psicossocial e jurídica (art. 50, § 3º). Por fim, afirma que o Magistrado deverá se valer do estudo psicossocial realizado pela equipe interprofissional, tomando como razões de decidir, ainda, as impressões colhidas em audiência com a oitiva dos postulantes e das testemunhas, além de dados outros que lhe permitam aferir a possibilidade de os postulantes serem habilitados à adoção. No caso em tela, após a tramitação do procedimento, no qual houve a participação da equipe interprofissional e do Ministério Público, o estudo técnico constatou que os postulantes possuem capacidade e preparo para o exercício de uma paternidade e maternidade responsáveis, tendo sido, inclusive, submetidos a curso de preparação jurídica a psicológica promovido por esta unidade jurisdicional. 106 Manual Prático de Decisões Cíveis Outrossim, verifica-se que foram juntados todos os documentos previstos no ECA e no provimento 03/2009 da Corregedoria Geral de Justiça, bem como que os postulantes demonstraram, em audiência, de forma segura, a intenção de adotar uma criança, restando, portanto, preenchidos os requisitos legais para sua inscrição no cadastro de adoção. Ante o exposto, pelos argumentos acima expostos, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, deferindo o pedido de habilitação à adoção formulado por POSTULANTE 1 e POSTULANTE 2, determinando, nos termos do art. 50 do ECA, a inscrição dos pretendentes no cadastro nacional de pretendentes à adoção mantido pelo CNJ, através do qual também é possível extrair listagem municipal ou estadual de pretendentes. Caso os pretendentes adotem criança/adolescente, proceda-se a exclusão de seus nomes dos cadastros. Decorridos 05 (cinco) anos da inscrição no cadastro de adotantes sem que seja efetivada a adoção, intimem-se os pretendentes para que informem se permanecem com o interesse na medida, devendo, em caso positivo, submeterem-se à reavaliação acerca do preenchimento dos requisitos legais, sob pena de exclusão do cadastro. Sem custas nem honorários advocatícios. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se.7.4 Sentença. Improcedência. POSTULANTE 1 e POSTULANTE 2, qualificados nos autos, ingressaram com o presente PEDIDO DE HABILITAÇÃO À ADOÇÃO, argumentando, em síntese, que desejam, como forma de lhes garantir o direito à convivência familiar, adotar criança, independente de cor ou enfermidade curável pré existente e com até 04 anos de idade, bem como que preenchem os requisitos necessários para serem incluídos nos cadastros de pessoas habilitadas à adoção. Com a petição inicial, vieram os documentos de fls. O Ministério Público apresentou quesitos à equipe interprofissional, requereu a designação de audiência e pugnou pela juntada de documentos complementares (parecer de fls. ). Às fls., os postulantes juntaram a documentação complementar requisitada. Os postulantes participaram do plano de trabalho executado pela equipe interprofissional, conforme certidão firmada às fls. A equipe interprofissional apresentou o estudo psicossocial de fls. . 107 Manual Prático de Decisões Cíveis Em audiência, foram ouvidos os postulantes e as testemunhas por eles indicadas, conforme ata de fls. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. É o breve relatório. Fundamento e decido. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em cada Comarca deverá existir um registro de pessoas interessadas na adoção (art. 50, caput), as quais somente serão inscritas após prévia consulta aos órgãos técnicos a serviço do Poder Judiciário e depois de ouvido o Ministério Público (art. 50, § 1º). Outrossim, efetivando o comando do art. 50, §5º, do ECA, foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça o Cadastro Nacional de Adoção, o qual consolida os dados de todas as varas da infância e da juventude do país referente a crianças e adolescentes a serem adotados e a pretendentes habilitados à adoção. Pois bem. Ao disciplinar as regras sobre quem deverá ser inscrito nos cadastros de adoção, o Estatuto prevê que não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado (art. 29), não devendo a inscrição ser deferida, também, se as pessoas interessadas deixarem de juntar quaisquer dos documentos listados como obrigatórios (art. 50, § 2º c/c art. 197-A) ou não tiverem se submetido ao período de preparação psicossocial e jurídica (art. 50, § 3º). Por fim, afirma que o Magistrado deverá se valer do estudo psicossocial realizado pela equipe interprofissional, tomando como razões de decidir, ainda, as impressões colhidas em audiência com a oitiva dos postulantes e das testemunhas, além de dados outros que lhe permitam aferir a possibilidade de os postulantes serem habilitados à adoção. No caso em tela, após a tramitação do procedimento, no qual houve a participação da equipe interprofissional e do Ministério Público, o estudo técnico constatou que os postulantes não possuem capacidade e preparo para o exercício de uma paternidade e maternidade responsáveis, tendo em vista que desejam a adoção da criança para fins pessoais, em especial, o de resgate da relação conjugal. Nesta esteira, embora tenham sido juntados todos os documentos previstos na legislação pátria, não haverá a prevalência do interesse do infante caso ele seja incluído na família postulante, não apresentando o casal maturidade para o exercício responsável do poder familiar. Ante o exposto, pelos argumentos acima expostos, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, indeferindo o pedido de habilitação à adoção formulado por POSTULANTE 1 e POSTULANTE 2, extinguindo o processo com resolução do mérito nos termos do art. 487, inciso I, do CPC. Sem custas nem honorários advocatícios. 108 Manual Prático de Decisões Cíveis Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 8 ADOÇÃO UNILATERAL 8.1 Despacho Inicial (NOME), devidamente qualificado nos autos, ingressou com AÇÃO DE ADOÇÃO da criança (nome/qualificação), o qual é filho de sua esposa. A inicial preenche os requisitos legais e está acompanhada dos documentos previstos no art. 197-A do ECA, razão pela qual determino seu regular processamento. Assim, encaminhem-se os autos ao setor técnico (ou oficiar o CREAS) para que elabore estudo do caso, no prazo de 20 (vinte) dias. Em seguida, dê-se vistas ao Ministério Público para ciência e requerimento de eventual diligência. 8.2 Despacho. Audiência Não obstante a conclusão do estudo social juntado aos autos, determino que seja designada audiência de instrução e julgamento, a fim de avaliar a existência de vínculo afetivo entre adotante e adotado. 8.3 Sentença. Procedência. (NOME), devidamente qualificado nos autos, ingressou com AÇÃO DE ADOÇÃO da criança (nome/qualificação), o qual é filho de sua esposa, argumentando, em síntese, que o genitor biológico da criança faleceu e o requerente já representa a figura paterna desde os primeiros meses de vida da criança. Com a inicial vieram os documentos de fls. Estudo social juntado às fls. Ata da audiência de instrução e julgamento às fls. , na qual foram ouvidos o requerente, a genitora da criança e as testemunhas. Em seguida, foram oferecidas alegações finais reiterando os argumentos expostos na inicial, bem como ofertado parecer do Ministério Público opinando pelo deferimento do pedido. É o relatório. Passo a decidir. Inicialmente, é preciso deixar consignado que a criança e o adolescente, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, devem ser tratados com prioridade 109 Manual Prático de Decisões Cíveis absoluta, cabendo ao Poder Judiciário, ao decidir os litígios, zelar para que seja preservado da melhor forma possível o interesse dos infantes, com o objetivo de garantir “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”, conforme preconizado no art. 3º do ECA. Pois bem. Nos termos do art. 41 do ECA, a adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o, em regra, de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. Entretanto, em situações como a que hora se apresenta, em que um dos cônjuges ou companheiros adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou companheiro do adotante e os respectivos parentes. Nesta linha, acolhido o pedido, o requerente passará a ser, para todos os fins, o pai da criança, a qual manterá os vínculos originários com a genitora. A pretensão encontra respaldo no ordenamento jurídico pátrio, já que o poder familiar do genitor biológico foi extinto pelo falecimento, há a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotado e adotante, não existe a necessidade de prévia inscrição no cadastro de adotantes em adoções unilaterais e o requerente apresentou a documentação necessária para comprovação de sua idoneidade moral, fato corroborado pelas demais provas produzidas nos autos, notadamente a prova testemunhal colhida às fls. Outrossim, conforme exige o art. 43 do ECA, a adoção representa reais vantagens para o adotando e se funda em motivos legítimos, já que o requerente representa a figura paterna da criança desde os primeiros meses de vida, constituindo uma família, conforme relatório social, organizada e que supre suas necessidades da criança de atenção, carinho, amor, alimentação, vestuário, saúde, lazer e educação. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima delineados e em consonância com o entendimento Ministerial, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, extinguindo o processo nos termos do art. 487, inciso I do CPC, DEFERINDO AO REQUERENTE A ADOÇÃO DA CRIANÇA (…). Em consequência, após o trânsito em julgado, determino o cancelamento do registro de nascimentoanterior, expedindo-se ofício ao Oficial do Cartório do Registro Civil competente para que promova, originariamente, novo assentamento de nascimento da criança, que doravante passará a se chamar ___, e terá como pai o requerente e como avós paternos os ascendentes do adotante, mantendo-se os demais dados constantes do registro que será cancelado. Desnecessário o estágio de convivência, nos termos do art. 46, §1º do ECA. Sem custas, nem honorários. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 110 Manual Prático de Decisões Cíveis 9 ADOÇÃO. REQUERENTES INSCRITOS NO CADASTRO DE ADOÇÃO. 9.1 Despacho Inicial (nomes), devidamente qualificados na peça inaugural, ingressaram com AÇÃO DE ADOÇÃO da criança (nome), a qual se encontra em acolhimento institucional e disponível para adoção, argumentando, em síntese, que estão inscritos no cadastro nacional de adoção e foram contatados pela equipe técnica desta comarca com a finalidade de adotar a criança. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pelo início do estágio de convivência e realização de estudo social. É o relatório. Passo a decidir. Conforme prevê o art. 33 do ECA, nos procedimentos de tutela e adoção, é possível o deferimento liminar da guarda a fim de regularizar a posse de fato da criança/adolescente, desde que preenchidos os requisitos previstos no art. 300 do CPC, ou seja, quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No caso, os adotantes estão inscritos no cadastro nacional de adoção e, em respeito à ordem cronológica, foram chamados para avaliar a possibilidade de adotar (nome da criança), a qual já está apta à inserção em família substituta. O deferimento do pedido de habilitação no cadastro de adotantes pressupõe a preparação psicológica e jurídica para o processo de adoção, razão pela qual entendo que os requerentes estão aptos a terem a criança sobre seu cuidado, sendo imperioso que a convivência se inicie o mais rápido possível, a fim de garantir o direito do infante de ser criado no seio familiar. POSTO ISSO, com base nos argumentos acima expostos, defiro a guarda provisória de (nome da criança) aos autores, os quais passarão a realizar estágio de convivência de 45 (quarenta e cinco dias). Expeça-se o termo de guarda provisória e oficie-se à equipe técnica para que realize visita domiciliar e emita parecer conclusivo sobre a convivência entre adotantes e adotando até o término do estágio de convivência. Expeça-se guia de desligamento da criança do acolhimento institucional, nos moldes da instrução normativa 03/2009 do CNJ. 9.2 Sentença. Procedência. Adoção por inscritos no CNA. (nomes), devidamente qualificados na peça inaugural, ingressaram com AÇÃO DE ADOÇÃO da criança (nome), a qual se encontra em acolhimento institucional e disponível para adoção, argumentando, em síntese, que estão inscritos 111 Manual Prático de Decisões Cíveis no cadastro nacional de adoção e foram contatados pela equipe técnica desta comarca com a finalidade de adotar a criança. Deferida a guarda provisória da criança e determinado o início do estágio de convivência às fls. Relatório social elaborado pela equipe técnica às fls. Ata da audiência de instrução na qual foram ouvidos os requerentes, suas testemunhas e a criança às fls. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. É o relatório. Passo a decidir. Inicialmente, é preciso deixar consignado que a criança e o adolescente, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, devem ser tratados com prioridade absoluta, cabendo ao Poder Judiciário, ao decidir os litígios, zelar para que seja preservado da melhor forma possível o interesse dos infantes, com o objetivo de garantir “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”, conforme preconizado no art. 3º do ECA. Pois bem. Nos termos do art. 41 do ECA, a adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o, em regra, de qualquer vínculo com pais e parentes biológicos, salvo os impedimentos matrimoniais. No caso, os adotantes estão inscritos no cadastro nacional de adoção e, em respeito à ordem cronológica, foram chamados para avaliar a possibilidade de adotar (nome da criança), a qual já estava apta à inserção em família substituta . A pretensão encontra respaldo no ordenamento jurídico pátrio, já que transitou em julgado a sentença de destituição poder familiar dos genitores da criança, há a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotado e adotantes e os requerentes foram regularmente convocados após prévia inscrição no cadastro de adotantes, tendo, na época do pedido de habilitação apresentado todos os documentos previstos no art. 197-A do ECA e no provimento 03/2009 do TJ-AL. Outrossim, conforme exige o art. 43 do ECA, a adoção representa reais vantagens para o adotando e se funda em motivos legítimos, concluindo o estudo psicossocial, realizado durante o estágio de convivência, que os requerentes demonstraram a formação de família estruturada e que supre as necessidades da criança de atenção, carinho, amor, alimentação, vestuário, saúde, lazer e educação. POSTO ISSO, com base nos argumentos fático e jurídicos acima delineados, em consonância com o entendimento Ministerial, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO FORMULADO NA PETIÇÃO INICIAL PARA DEFERIR AOS REQUERENTES (nomes) A ADOÇÃO DA CRIANÇA (nome). Em consequência, após o trânsito em julgado, determino o cancelamento do registro de nascimento anterior, expedindo-se ofício determinando ao Oficial do 112 Manual Prático de Decisões Cíveis Cartório do Registro Civil competente que promova, originariamente, novo assentamento de nascimento da criança, que doravante passará a se chamar (novo nome), filho de (nome dos requerentes) e cujos avós sãos os ascendentes dos adotantes, mantendo-se os demais dados constantes do registro que será cancelado, desde que não colidam com os interesses defendidos pela presente sentença. Sem custas, nem honorários. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 10 ADOÇÃO. REQUERENTES NÃO INSCRITOS NO CNA. 10.1 Decisão. Determinação para que pedido de Adoção seja convertido em Tutela. (nomes), devidamente qualificados na peça inaugural, ingressaram com AÇÃO DE ADOÇÃO da criança (nome), a qual não possui registro de nascimento e aparenta ter cerca de 2 meses de vida, argumentando, em suma, que a infante foi abandonada na porta dos requerentes em__, ficando desde então sob os cuidados deles. Com a inicial vieram os documentos de fls. Com vistas dos autos, o Ministério Público pugnou para que fosse realizado estudo social a fim de avaliar se havia vínculo afetivo formado entre adotantes e adotado. Parecer psicossocial juntado às fl. É o relatório. Decido. O art. 50, § 13 do ECA determina que somente poderá ser deferida adoção em favor de pretendente não inscrito no cadastro nacional quando, se tratar de adoção unilateral, formulada por parente com o qual a criança tenha vínculo afetivo, ou por quem tiver a tutela ou guarda legal da criança por período superior a 3 anos e sem intenção de burlar a ordem de inscrição dos adotantes. No caso, os requerentes não estão inscritos no cadastro, nem se enquadram em qualquer das exceções acima mencionadas, razão pela qual, em análise preliminar, entendo ser impossível o acolhimento do pedido de adoção. Por outro lado, considerando o princípio da prioridade absoluta de tratamento à criança e adolescente, bem como que, conforme relatório da equipe técnica, já existe forte vínculo afetivo entre os requerentes e a criança, não é razoável que seja determinado o acolhimento institucionaldo infante, impondo a ela novo rompimento do laço familiar, além do que já sofreu quando abandonada pela família biológica. Neste contexto, considerando o princípio da cooperação positivado no art. 10 do CPC, determino que sejam intimados os requerentes para que ratifiquem o 113 Manual Prático de Decisões Cíveis pedido de adoção, justificando por que a medida deve ser deferida independentemente da prévia inscrição no CNA, ou pugnem pela conversão do feito em ação de tutela. Por fim, determino que seja oficiado o cartório de registro civil a fim de que seja, imediatamente, lavrado registro de nascimento da criança, incluindo nomes fictícios como seus ascendentes, a fim de garantir integralmente os direitos dela. Intimem-se 10.2 Decisão. Suspensão da ação de adoção até a conclusão da habilitação no CNA. Analisando o Estatuto da Criança e do Adolescente, com as alterações trazidas pela Lei nº 12.010/2009, é certo que em todo e qualquer processo de adoção se faz necessária a prévia habilitação dos postulantes, ainda que a hipótese veiculada nos autos se subsuma a alguma das exceções previstas no § 13, do art. 50, da Lei nº 8.069/90 - ECA. Com efeito, consoante destacado no art. 197-E, § 1º do supramencionado diploma legal, no caso das hipóteses excepcionais, os postulantes à adoção somente deixarão de obedecer à ordem cronológica da lista de habilitações quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando, mas não deixarão de se submeter ao procedimento da habilitação, que se encontra devidamente regulamentado por lei. Por essa razão, determino a suspensão do processo, com base no art.313, inciso V, alínea “a” do CPC, a fim de que os requerentes promovam a sua habilitação para adoção, nos termos dos arts. 197-A e ss do ECA, devendo ser comprovada a propositura desta demanda no prazo de 30 (trinta) dias. Decorrido o prazo acima estipulado, sem a comprovação do ingresso com pedido de habilitação, volte-me concluso para julgamento da lide no estágio em que se encontra independentemente da produção de provas. Uma vez adotada a providência ora determinada, apensem-se os autos para garantia de tramitação célere a ambas as demandas. Intimem-se. 10.3 Sentença. Improcedência. (nomes), devidamente qualificados na peça inaugural, ingressaram com AÇÃO DE ADOÇÃO da criança (nome), a qual não possui registro de nascimento e aparenta ter cerca de 2 meses de vida, argumentando, em suma, que a infante foi abandonada na porta dos requerentes em__, ficando desde então sob os cuidados deles. Com a inicial vieram os documentos de fls. 114 Manual Prático de Decisões Cíveis Com vistas dos autos, o Ministério Público pugnou para que fosse realizado estudo social, a fim de avaliar se havia vínculo afetivo formado entre adotantes e adotando. Parecer psicossocial juntado às fls. Às fls. foi deferido o pedido do Ministério Público, determinado-se aos requerentes a entrega da criança, a qual foi posta em acolhimento institucional. Intimados para informarem se tinham novas provas a produzir, com a expressa advertência de que se pretendia julgar antecipadamente o mérito, nos termos do art. 355, inciso I, do CPC, os requerentes não se manifestaram. O Ministério Público opinou pelo indeferimento do pedido. É o relatório. Passo a decidir. O art. 50, § 13 do ECA determina que somente poderá ser deferida adoção em favor de pretendente não inscrito no cadastro nacional quando se tratar de adoção unilateral, quando formulada por parente com o qual a criança tenha vínculo afetivo ou por quem tiver a tutela ou guarda legal da criança por período superior a 3 anos e sem intenção de burlar a ordem de inscrição dos adotantes. No caso, os requerentes não estão inscritos no cadastro, nem se enquadram em qualquer das exceções acima mencionadas. Ademais, conforme apurado pela equipe técnica, não houve vínculo afetivo formado entre a criança e os pretensos adotantes, tendo em vista que a convivência perdurou por curto período. Em que pese a criança ter ficado sob os cuidados dos requerentes e ser aparentemente difícil para eles a separação, há que se ter em mente que o objetivo das normas protetivas do ECA é que seja encontrada a melhor família possível para a criança e não o inverso. Embora não exista garantia, a probabilidade da criança ser inserida em lar estruturado e com ambiente saudável é maior através do respeito ao cadastro nacional de adoção, no qual constam pessoas que já amadureceram a ideia de adotar uma criança e foram orientados das consequências sociais e jurídicas da adoção. Nesta linha de raciocínio, não há como prosperar o pedido dos requerentes, diante da ausência de respaldo jurídico e sociológico. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, extinguindo o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I do CPC. Em relação à criança adotanda, as providências para sua colocação em família substituta estão sendo realizadas em processo próprio. Sem custas, nem honorários. Após as formalidades legais, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 115 Manual Prático de Decisões Cíveis 10.4 Sentença. Adoção por não inscrito no CNA. Procedência. (nome) e (nome), devidamente qualificados na peça inaugural, requereram a destituição do poder familiar de (nome) em relação à (ao) filho(a) (nome), ambos também qualificados na inicial, bem como a adoção da criança, argumentando, em suma, que ela foi abandonada pela mãe logo após o nascimento e está sendo criada pelos requerentes como filho(a) desde então. Com a inicial vieram os documentos de fls. Deferida a guarda provisória às fls. Conforme se verifica na certidão de fls., a requerida foi citada e não ofereceu resposta. Estudo Social juntado às fls. Ata da audiência de instrução às fls. , na qual foram ouvidos os requerentes, a criança, a genitora biológica e as testemunhas indicadas na inicial. Encerrada a fase instrutória, os requerentes ofereceram alegações finais reiterando os argumentos expostos na inicial e o Ministério Público ofereceu parecer opinando pela procedência do pedido. É o relatório. Passo a decidir. Inicialmente, é preciso deixar consignado que a criança e o adolescente, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, devem ser tratados com prioridade absoluta, cabendo ao Poder Judiciário, ao decidir os litígios, zelar para que seja preservado da melhor forma possível o interesse dos infantes, com o objetivo de garantir “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”, conforme preconizado no art. 3º do ECA. Pois bem. Havendo pedidos cumulados de adoção e destituição do poder familiar, este deve necessariamente ser apreciado em primeiro lugar, tendo em vista que aquele apenas poderá ser deferido após o desfazimento do vínculo jurídico decorrente da filiação biológica. No caso em tela, conforme se verifica às fls. , em decorrência do abandono dos pais, a criança (nome) está sendo cuidada pelo casal requerente desde (data). Tal informação é confirmada de forma uníssona pelas testemunhas ouvidas às fls. , bem como pela própria genitora biológica, que asseverou que entregou a criança aos requerentes porque não tinha intenção de ser mãe. Outrossim, após orientação psicológica da equipe técnica deste juízo, a genitora biológica informou a este Magistrado que concordava com o pedido de adoção, que não voltou a ver o filho desde que o entregou aos requerentes e que sequer sabe quem é o pai da criança. Assim, considerando que, passados mais de ___ anos, a genitora biológica sequer compareceu para verificar a situação de seu filho, nem tem intenção de voltar a conviver com ele, resta evidenciada a ocorrência do abandono, razão pela qual, na 116 Manual Prático de DecisõesCíveis forma do Art. 1.638 do Código Civil, que preconiza que "Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: II - deixar o filho em abandono", deve ser acolhido o pedido para decretação da perda do poder familiar. Ultrapassado este ponto, passo a apreciar se estão presentes os requisitos para o deferimento da adoção. A adoção é medida excepcional e irrevogável, que atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes biológicos, salvo os impedimentos matrimoniais. O art. 50 do ECA dispõe sobre a necessidade de existir, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção, com o objetivo de auxiliar juízes com competência em matéria de infância e juventude a dar agilidade aos processos de adoção, por meio do mapeamento de informações unificadas em todo país, bem como de garantir a melhor família para as crianças/adolescentes aptas para adoção. Outrossim, o § 13 do dispositivo acima citado determina que somente poderá ser deferida adoção em favor de pretendente não inscrito no cadastro nacional quando se tratar de adoção unilateral ou quando formulada por parente com o qual a criança tenha vínculo afetivo ou por quem tiver a tutela ou guarda legal da criança por período superior a 3 anos e sem intenção de burlar a ordem de inscrição dos adotantes. No caso, os requerentes não estão inscritos no cadastro, nem se enquadram em qualquer das exceções acima mencionadas, razão pela qual uma interpretação literal e isolada do dispositivo acarretaria, certamente, na improcedência deste pedido de adoção. Contudo, assim como qualquer outra norma, o art. 50, §13º do ECA deve ser visto como parte integrante de todo um sistema jurídico, o qual contempla os princípios da dignidade humana, da prioridade absoluta dos direitos da criança, da proteção integral e o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente. Dessa forma, em regra, é importante que se observe as exigências do pretendente à adoção de se cadastrar previamente no CNA. Contudo, é imperioso evitar que esta exigência prevaleça em detrimento de princípios constitucionais, desconsiderando os laços de afetividade entre a criança/adolescente e o casal que detêm a sua guarda de fato. Cumpre consignar que não se está a discutir o direito do casal que não está inserido no cadastro, mas sim o direito da criança, de ser adotado por pessoas com as quais se afeiçoou, conforme tese acolhida pelo pelo STJ no Resp. 1172067-MG (Nos termos do art. 489, §1º, inciso V, do CPC, será necessário demonstrar os fundamentos utilizados no precedente, bem como que eles se ajustam ao caso em apreciação). Outrossim, conforme decidido por diversos Tribunais de Justiça de nosso país, o entendimento de que o rol previsto no art. 50, §13 do ECA é taxativo ofende 117 Manual Prático de Decisões Cíveis ao princípio da prioridade absoluta do tratamento que deve ser dispensada a crianças e adolescentes consagrado no art. 227 da CF/88. Nesta linha de raciocínio, entendo possível o deferimento de adoções sem a prévia inscrição no cadastro de adoção, desde que a guarda do infante não tenha sido obtida com a prévia e manifesta intenção de burlar o cadastro de adotantes e, principalmente, se já existir vínculo afetivo entre o adotando e o adotante, representando a colocação na família substituta real vantagem para o primeiro. É incontroverso, de acordo com a moldura fática delineada e o conjunto probatório constante dos autos, que esta criança esteve sob a guarda dos requerentes, de forma ininterrupta, desde (data), sendo criada com amor e afeto, conforme relatado pelas testemunhas e pelo relatório de estudo de caso. Além disso, os requerentes, maiores de 18 anos, são pessoas idôneas e apresentaram a documentação legalmente exigida no art. 197-A do ECA e provimento 03/2009 do TJ-AL, restando, pois, preenchidos todos os requisitos legais, já que a habilitação para adoção é medida desnecessária quando cabalmente demonstrado que os requerentes fornecem ambiente familiar saudável a criança. Prescindível o estágio de convivência, tendo em vista a excepcionalidade do art. 46, § 1º, do mesmo Diploma Legal, mesmo porque, a prova coligida foi suficiente para esclarecer a situação fática entre adotantes e adotando. POSTO ISSO, com base nos argumentos fático e jurídicos acima delineados, em consonância com o entendimento Ministerial, JULGO PROCEDENTE OS PEDIDOS FORMULADOS NA PETIÇÃO INICIAL PARA DECRETAR A PERDA DO PODER FAMILIAR DE (nome da genitora biológica) EM RELAÇÃO AO SEU FILHO (nome da criança), BEM COMO PARA DEFERIR AOS REQUERENTES (nomes) A ADOÇÃO DA CRIANÇA (nome). Em consequência, após o trânsito em julgado, determino o cancelamento do registro de nascimento anterior, expedindo-se ofício determinando ao Oficial do Cartório do Registro Civil competente que promova, originariamente, novo assentamento de nascimento do menor, que doravante passará a se chamar (novo nome), e terá como avós os ascendentes dos adotantes, mantendo-se os demais dados constantes do registro que será cancelado, desde que não colidam com os interesses defendidos pela presente sentença. Sem custas, nem honorários. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 118 Manual Prático de Decisões Cíveis 11 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 11.1 Decisão. Arquivamento de Investigação Social. Trata-se de investigação social instaurada com a finalidade de apurar a prática do ato infracional análogo ao crime descrito no art. (tipificação) supostamente praticado por (nome e qualificação). Com vistas dos autos, o Ministério Público requereu o arquivamento do presente procedimento, considerando que não existiam elementos que indicassem que o investigado foi o autor da conduta É o relatório. Fundamento e decido. De fato, compulsando os autos, verifico que as provas colhidas durante a investigação social comprovam a materialidade de conduta tipificada na legislação penal, todavia, não existe nenhum indício de que o adolescente teve participação no fato, porquanto (...) Diante do exposto, considerando a inexistência de elementos que representem indício de autoria do ato infracional, nos termos do art. 181 do ECA, HOMOLOGO O ARQUIVAMENTO da investigação social, ressalvada a possibilidade em razão do surgimento de novas provas, nos termos do art. 18 do Código de Processo Penal, aqui aplicado analogicamente. Após as formalidades legais, arquive-se com baixa na distribuição. Publique-se. Intimem-se. 11.2 Decisão. Não Homologação de Arquivamento de Investigação Social. Trata-se de investigação social instaurada com a finalidade de apurar a prática do ato infracional análogo ao crime descrito no art. (tipificação) supostamente praticada por (nome e qualificação). Com vistas dos autos, o Ministério Público requereu o arquivamento do presente procedimento, considerando que não existem elementos que indiquem a autoria da conduta. É o relatório. Fundamento e decido. Dispõe o art. 182, §2º do ECA que a representação independe de prova pré constituída da autoria e da materialidade da infração, bastando a existência de indícios de que houve o ilícito e de quem foi responsável por ele. No caso, existem depoimentos colhidos durante a investigação social, inclusive o da vítima, que apontam o adolescente (nome) como o autor da (descrever conduta típica. Ex. Subtração do bem da vítima mediante grave ameaça). Assim, não obstante a negativa de autoria por parte do adolescente e a 119 Manual Prático de Decisões Cíveis afirmação de testemunha de que o investigado estava em local diverso do que ocorreu o fato, entendo que existe indício de autoria suficiente para oferecimentoda representação, devendo a responsabilidade do adolescente ser apurada ao longo de instrução processual. Diante do exposto, nos termos do art. 181, §2º do ECA, deixo de homologar o parecer do Ministério Público que opinou pelo arquivamento da investigação social e determino a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça para que seja oferecida representação ou ratificado o pedido de arquivamento Intimem-se. 11.3 Decisão. Remissão como forma de suspensão do processo. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). O representante Parquet requereu, em sede de audiência de apresentação, a concessão de remissão ao(à) representado(a), cumulada com a(s) medida(s) socioeducativa(a) de (...), como forma de suspensão do processo. É o relatório. Fundamento e decido. Segundo a Lei n. 8.069/90 (ECA), o instituto da remissão, quando não oferecido pelo representante do Ministério Público antes da representação, pode ser concedido como forma de extinção ou suspensão do processo, em qualquer fase do procedimento, antes da sentença (art. 188). Neste mesmo sentido, o art. 126, parágrafo único, prevê que, após iniciado o procedimento judicial, “a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo”. As razões expostas pelo Ministério Público são relevantes e atendem aos requisitos legais, uma vez que (...). POSTO ISSO, CONCEDO A REMISSÃO ao(à) adolescente (...), cumulada com a medida protetiva de obrigatoriedade de frequência em curso profissionalizante a ser cumprida pelo prazo de 3 meses, como forma de SUPENSÃO DO PROCESSO até o cumprimento integral da medida, nos termos do art. 126, parágrafo único, e art. 188 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Certificado o cumprimento da medida ou constatado seu descumprimento, volte-me concluso. Intimem. 120 Manual Prático de Decisões Cíveis 11.4 Sentença. Remissão condicionada como forma de exclusão do processo. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). Designada audiência de apresentação, após a oitiva do representado, o Ministério Público requereu a concessão da remissão como forma de extinção do processo, condicionada à aplicação das medidas de prestação de serviços à comunidade, pelo prazo de __ meses e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental. A defesa técnica, o representado e seus genitores aceitaram a proposta de remissão. É o relatório. Fundamento e decido. Segundo a Lei n. 8.069/90 (ECA), o instituto da remissão, quando não oferecido pelo representante do Ministério Público antes da representação, pode ser concedido como forma de extinção ou suspensão do processo, em qualquer fase do procedimento, antes da sentença (art. 188, ECA). A proposta oferecida preenche os requisitos legais, uma vez que restou comprovado nos autos que o ato infracional foi praticado sem violência ou grave ameaça contra pessoa, bem como de que o representado não possui antecedentes infracionais. Outrossim, a medida se revela adequada ao caso em apreço, porquanto o adolescente demonstra consciência do erro praticado, além de arrependimento por sua postura. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima delineados e com fundamento, ainda, no art. 126, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, CONCEDO A REMISSÃO ao representado (nome) condicionando o benefício ao cumprimento das medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade, pelo prazo de xxx meses (máximo de 6), à razão de seis horas semanais (máximo de 8), em instituição a ser indicada pelo CREAS, bem como à medida protetiva de matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental. Expeça-se ofício ao CREAS para acompanhamento da medida de prestação de serviços à comunidade e acompanhamento da frequência escolar Sem custas, nem honorários advocatícios. Atualiza-se o CNACL. 121 Manual Prático de Decisões Cíveis Após o trânsito em jugado, expeça-se guia de execução definitiva de medida socioeducativa, a qual deverá ser instruída com os documentos indicados no art. 39 da Lei 12.594/12, para que seja formado processo autônomo de execução. Em seguida, arquive-se o processo de conhecimento. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.5 Recebimento de representação. Sem decretação da Internação Provisória. O Ministério Público ofereceu representação em face de (nome/qualificação), imputando-o a prática de ato infracional similar ao crime previsto no art. (tipificação). Ao analisar os autos, verifico indícios de materialidade e de autoria da infração imputada ao adolescente, como também que a peça inicial atendeu aos requisitos do § 1º, do art. 182, do ECA, razão pela qual recebo a presente representação. Em que pese a imputação de infração grave, não entendo, pelo menos neste momento, a necessidade imperiosa da internação do representado, considerando possível que ele responda esta ação socioeducativa em liberdade, tendo em vista que (…). Designo o dia (data e hora da audiência) para audiência de apresentação do adolescente. Cientifique-se o setor técnico para que, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, providencie a realização do estudo do caso. Registre-se o feito no CNACL. Proceda-se a evolução de classe. Intimem-se o representado e seus pais ou responsáveis do teor da representação, bem como para comparecerem à audiência de apresentação acompanhados de advogado, devendo constar no respectivo mandado que, não sendo constituído procurador, será nomeado defensor público para patrocinar a defesa do adolescente. Intime-se o Ministério Público. 11.6 Decisão De Recebimento De Representação Com Decretação De Internação Provisória. O Ministério Público ofereceu representação em face de (nome/qualificação), imputando-o a prática de ato infracional similar ao crime previsto no art. (tipificação). 122 Manual Prático de Decisões Cíveis Ao analisar os autos, verifico indícios de materialidade e autoria da infração imputada ao adolescente, como também que a peça inicial atendeu aos requisitos do § 1º, do art. 182, do ECA, razão pela qual recebo a presente representação. O Agente Ministerial, com fulcro no art. 122, inciso (indicar inciso que fundamentou pedido), pugnou pela internação provisória do investigado, tendo em vista a gravidade do ato infracional e a repercussão social do ato. Conforme preconiza o art. 174 do ECA, a regra é que, lavrado o auto de apreensão em flagrante, comparecendo algum dos pais ou responsáveis, o adolescente seja prontamente liberado, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao Ministério Público. Todavia, se a gravidade do ato infracional e sua repercussão social demonstrarem a necessidade da permanência da restrição da liberdade para a garantia da segurança pessoal do adolescente ou manutenção da ordem pública, deve a autoridade apresentar o adolescente, de logo, ao Ministério Público a fim de que, havendo elementos, seja oferecida a representação. Por sua vez, os arts. 108 e 184 do ECA preceituam que, ao receber a representação, o magistrado deve se pronunciar sobre a necessidade decretação ou manutenção da internação, a qual tem cabimento, pelo prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, quando demonstrados indícios suficientes de autoria e de materialidade e a necessidade imperiosa da medida. No caso, a existência de prova da materialidade e de indícios de autoriado fato restaram devidamente comprovada através (especificar provas produzidas). Outrossim, (Justificar a necessidade da medida, demonstrando que o ato foi cometido com grave ameaça ou violência contra a pessoa, ou que houve a reiteração no cometimento de outras infrações graves ou o descumprimento injustificado e reiterado de outra medida imposta). POSTO ISSO, com fulcro nos arts. 108, 122 e 184 do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como nos argumentos fáticos e jurídicos acima indicados, DECRETO, PELO PRAZO MÁXIMO DE 45 (QUARENTA E CINCO) DIAS, A INTERNAÇÃO PROVISÓRIA DE (nome do adolescente), determinando que ele seja encaminhado, mediante ofício, pela polícia civil, imediatamente, à Unidade de Internação Provisória de Maceió. Expeça-se guia de execução provisória de medida socioeducativa, instruindo-a com as peças indicadas no art. 39 da Lei 12.594/12, remetendo-a para a unidade de internação provisória e para o juízo da infância e juventude do local onde a medida for executada. Oficie-se à unidade de internação para que encaminhe o estudo social no prazo máximo de 30 (trinta) dias. Designo o dia (data e hora da audiência) para audiência de apresentação do adolescente, requisitando-o na unidade em que estiver acolhido. (Caso não possa ser feita a audiência imediatamente). 123 Manual Prático de Decisões Cíveis Intimem-se o representado e seus pais ou responsáveis do teor da representação, bem como para comparecerem à audiência de apresentação acompanhados de advogado, devendo constar no respectivo mandado que, não sendo constituído procurador, será nomeado defensor público para patrocinar a defesa do adolescente (Ou, caso o adolescente não esteja custodiado: Expeça-se mandado de busca e apreensão com validade de 6 meses (art. 47 da Lei 12.594/12), encaminhando-o a polícia civil com a advertência de que o representado deve ser encaminhado a este juízo imediatamente após a apreensão, preferencialmente acompanhado de seus genitores ou representantes legais.). Proceda-se a evolução de classe. Registre-se o feito no CNACL. Intime-se o representante do Ministério Público. 11.7 Decisão. Busca e apreensão adolescente não localizado. Trata-se de requerimento formulado pelo representante ministerial pugnando pela Busca e Apreensão do representado (nome), ao qual foi imputada a prática de ato infracional análogo ao crime previsto no art. __ do CPB, sob o fundamento de que o adolescente está em local incerto e não sabido. Com vistas dos autos, a defesa pleiteou o indeferimento do pedido, sob o argumento de que não foram esgotadas todas as diligências para localização do adolescente. Pois bem. Prevê o art. 184, §3º, do ECA que, não sendo localizado o representado para realização da audiência de apresentação, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação. Segundo consta nos autos, não foi possível a citação do adolescente, uma vez que ele se evadiu do distrito da culpa, tomando destino ignorado, conforme certidão de fls. . A defesa alega que não foram esgotadas todas as diligências para localização do representado, todavia não indica a forma pela qual pode ser obtido o atual endereço do adolescente. Em análise dos autos, também não vislumbro qualquer diligência eficaz para encontrar o adolescente, o qual, cumpre destacar, tinha inequívoca ciência de que respondia ao presente processo e alterou seu endereço sem comunicar ao juízo. Por fim, deve-se, ainda, ressaltar que não se trata de decretação de medida restritiva de liberdade, tendo em vista que, uma vez cumprida a diligência, não deve o adolescente ser encaminhado para unidade de internação, mas sim para este juízo, a fim de que seja realizada a audiência de apresentação e, só então, avaliada a 124 Manual Prático de Decisões Cíveis necessidade de decretação da internação provisória. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, defiro o pedido do Ministério Público, decretando a busca e apreensão do representado, a fim de que ele seja localizado e conduzido coercitivamente a este juízo, preferencialmente acompanhado de seus pais ou responsáveis. Mantenha-se o feito sobrestado até o efetivo cumprimento da diligência com a apresentação do adolescente neste juízo. Expeça-se mandado de busca e apreensão com validade de 6 meses (art. 47 da Lei 12.594/12), encaminhando-o à polícia civil com a advertência de que o representado deve ser encaminhado a este juízo imediatamente após a apreensão, preferencialmente acompanhado de seus genitores ou representantes legais. Intimem. 11.8 Despacho. Ausência dos pais na audiência de representação. Tendo em vista que o representado compareceu na audiência de apresentação desacompanhado de seus pais, os quais não foram localizados pelo oficial de justiça, nomeio, com base no art. 184, §2º, do ECA, o Dr. (nome) como curador especial do adolescente para que defenda os interesses deste. 11.9 Decisão. Liberação. Ausência de vaga em unidade de internação. Trata-se de requerimento formulado pela Defensoria Pública a fim de seja determinada a liberação imediata do adolescente (nome/qualificação), apreendido por ter supostamente praticado o ato infracional análogo ao crime de XXXX, figura típica insculpida no art. XXX do CP. Ao receber a representação, foi decretada a internação provisória do adolescente, determinando-se o imediato encaminhamento dele para a unidade de internação. Ocorre que, conforme certidão de fls. , o representado continua custodiado na Delegacia desta cidade, tendo em vista que não existem vagas na unidade de internação. A fim de preservar a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, dispõe o art. 185, §2º do ECA que, sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo sua permanência no local ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade. No caso, já extrapolou o prazo legal e não existe qualquer indicação de que será disponibilizada vaga para o adolescente em estabelecimento adequado, motivo pelo qual impossível a manutenção da internação provisória decretada, sob pena de 125 Manual Prático de Decisões Cíveis violação da doutrina da proteção integral. POSTO ISSO, a fim de assegurar as garantias insculpidas pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, revogo a internação provisória decretada e determino a LIBERAÇÃO IMEDIATA do adolescente XXX, o qual deverá ser entregue pela autoridade policial aos seus respectivos pais ou responsáveis, mediante termo de entrega. Expeça-se o respectivo alvará de soltura, bem como o termo de entrega. Registre-se a liberação no CNACL. Intimem-se. 11.10 Decisão. Prorrogação de internação provisória. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta).. A representação foi recebida em (data), ocasião em que foi decretada a internação provisória do adolescente. Foi realizada audiência de apresentação e de continuação, não sendo concluída a instrução do feito em virtude da não devolução da carta precatória expedida para oitiva da única testemunha ocular do crime, a qual se encontra no programa de proteção à testemunha. O Ministério Público pugnou pela prorrogação da medida por igual período, já que o prazo da internação provisória expirará antes da conclusão do feito. Com vistas dos autos, a defesa pugnou pelo indeferimento do pedido, tendo em vista que o prazo estipulado em lei é improrrogável. É o relatório. Decido.Preconizam os arts. 108 e 183 do ECA que o prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento é de 45 (quarenta e cinco) dias, caso o adolescente esteja internado provisoriamente. Não obstante o posicionamento majoritário do STJ seja de que, em nenhuma circunstância, é possível a prorrogação da medida, no caso em apreço, a liberação compulsória do representado em virtude do decurso de prazo contraria o princípio constitucional da prioridade absoluta com a qual devem ser tratados nossos jovens. Dispõe o art. 227 da CF/88 que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 126 Manual Prático de Decisões Cíveis cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Além disso, o representado responde a outros procedimentos em virtude da imputação de (...) e já fugiu da unidade de internação provisória em uma oportunidade, o que demonstra que a sua liberação poria em risco a execução de eventual medida aplicada, impedindo a ressocialização do adolescente. Outrossim, houve grande repercussão social do fato, com efetivo prejuízo da ordem pública, a qual consiste, em poucas palavras, na paz, na tranquilidade no meio social. Este fundamento da custódia cautelar visa evitar que o suposto infrator pratique novos ilícitos, quer porque seja acentuadamente propenso à prática de atos infracionais, quer porque, em liberdade, encontrará os mesmos estímulos relacionados com a infração cometida. Por fim, a genitora do adolescente pede que seu filho permaneça internado para aprender a conviver na sociedade e afirma categoricamente que ele será assassinado no dia em que sair. Neste contexto, considerando a excepcionalidade do caso concreto em análise, entendo que a fixação de prazo para internação provisória ofende o art. 227 da Constituição Federal, tendo em vista que é dever do Estado assegurar a integridade física do adolescente, bem como lhe possibilitar chance de ressocialização, o que certamente não ocorrerá em caso de liberação precoce. Dessa forma, deixo de aplicar as normas previstas nos art. 108 e 183 do ECA no que tangem à fixação do prazo máximo de internação, tendo em vista que, neste caso concreto, elas são incompatíveis com a Constituição Federal. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, PRORROGO a internação provisória do adolescente (nome) pelo prazo de 45 (quarenta e cinco) dias. Oficie-se ao juízo da infância e juventude da comarca onde a medida está sendo executada, bem como à unidade de internação na qual se encontra o adolescente. Intimem-se as partes. 11.11 Sentença. Extinção. Representado completou 21 anos. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a 127 Manual Prático de Decisões Cíveis conduta). No decorrer do processo, foi certificado que o representado atingiu 21 (vinte e um) anos de idade. Com vistas dos autos, o Ministério Público e a defesa opinaram pela extinção do feito sem apreciação do mérito da representação. Relatado o feito, passo a decidir. A Constituição Federal, em seu art. 228, preconiza que “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.” Com efeito, as pessoas com idade inferior a 18 anos que praticarem condutas tipificadas pela legislação penal se submetem às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual prevê, em caso da prática de fato típico, a possibilidade de aplicação de medida socioeducativa. No art.2º, parágrafo único, do ECA, foi disciplinado que, excepcionalmente, as normas protetivas nele previstas se aplicariam aos jovens de até 21 anos de idade, sempre em decorrência de fatos ocorridos ainda quando eles eram adolescentes. Na mesma linha, o art. 121, §5º, do ECA determina que será obrigatória a liberação do adolescente internado quando ele completar 21 anos, deixando claro que até mesmo a medida socioeducativa mais gravosa terá sua eficácia estendida, no máximo, até o referido limite etário. Dessa forma, quando, no curso do processo, o representado vier a completar a idade de vinte e um anos, resta impossibilitada a aplicação ou execução de qualquer medida socioeducativa, devendo o feito ser extinto diante da superveniente perda do interesse de agir. No caso em apreço, depreende-se dos elementos dos autos que o representado já atingiu 21 (vinte e um) anos de idade, o que torna imperativa a extinção do processo sem resolução do mérito. POSTO ISSO, com base nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, EXTINGO o processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, inciso VI, do CPC, em relação ao representado (nome), em virtude da ausência de interesse de agir. Sem custas, nem condenação em honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL. Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as cautelas legais. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 128 Manual Prático de Decisões Cíveis 11.12 Sentença. Falecimento do representado. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). Após regular tramitação, foi juntada aos autos a certidão de óbito do representado. Com vistas dos autos, o Ministério Público requereu a extinção do feito, tendo em vista o falecimento do representado. Às fls. , a defesa concordou com o pedido de extinção do feito formulado. É o relatório. Fundamento e decido. O art. 5º, inciso XLV, da Constituição Federal, preconiza que nenhuma pena passará da pessoa do condenado. No caso, foi juntada aos autos a certidão de óbito do representado (fls. ), devendo ser declarada a extinção do feito, tendo em vista que restou comprovado o falecimento da parte e a ação é intransmissível por disposição legal. POSTO ISSO, com base nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, extingo o processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, inciso IX, do CPC, em relação ao representado (nome), em virtude do falecimento do representado. Sem custas, nem condenação em honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as cautelas legais. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.13 Sentença. Extinção. Ausência de caráter pedagógico da medida. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). Até a presente data não foi realizada a audiência de representação, tendo em vista a não localização do adolescente. Com vistas dos autos, o Ministério Público requereu a extinção do feito tendo em vista que o adolescente já atingiu a maioridade civil e o ato infracional é de pequena gravidade. Às fls. , a defesa concordou com o pedido de extinção do feito formulado. 129 Manual Prático de Decisões Cíveis É o relatório. Fundamento e decido. As medidas socioeducativas têm como objetivo “a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua reparação; a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu planoindividual de atendimento; e a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em lei” (incisos do § 2º, art. 1º, da Lei 12.594/12). Outrossim, dispõe o art. 46, inciso II, da Lei 12.594/12 que a medida socioeducativa será extinta se realizada sua finalidade. Compulsando os autos, verifico que o representado já completou 18 anos de idade, que não há registros de infrações anteriores por ele praticadas e que a conduta, se provada, terá sido cometida sem o uso de violência ou grave ameça. Neste contexto, não vislumbro qualquer caráter pedagógico em possível medida a ser aplicada, não existindo, portanto, interesse jurídico no prosseguimento desta demanda. Há que se salientar, ademais, que a permanência em trâmite de procedimentos inúteis ou desnecessários gera graves prejuízos à administração da justiça, bem como àqueles que efetivamente necessitam da prestação da tutela jurisdicional, advindos do acúmulo de tais processos nos cartórios das varas ou dos Tribunais. POSTO ISSO, com base nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, EXTINGO o processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, inciso VI, do CPC, em relação ao representado (nome) , em virtude da ausência de interesse de agir. Sem condenação em custas nem em honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL. Após o trânsito em julgado e cumpridas as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.14 Sentença. Extinção. Condenação do representado em processo criminal. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). Após regular tramitação, foi juntada aos autos certidão de que tramita na vara criminal desta comarca o processo de n. ,no qual o representado foi condenado à 130 Manual Prático de Decisões Cíveis pena privativa de liberdade. Com vistas dos autos, o Ministério Público requereu a extinção do feito, tendo vista a condenação proferida no processo criminal. Às fls., a defesa concordou com o pedido de extinção do feito. É o relatório. Fundamento e decido. O art. 46, inciso II, da Lei 12.594/12, inciso III, prevê que a medida socioeducativa será extinta se o representado for condenado em processo criminal no qual lhe seja imposta pena em regime fechado ou semiaberto, em execução provisória ou definitiva. No caso em análise, ainda não foi proferida sentença neste feito, mas restou comprovado que o representado foi condenado no juízo criminal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade em regime fechado, a qual já está sendo executada. Assim, eventual medida aplicada em decorrência desta representação será obrigatoriamente extinta, não existindo utilidade no prosseguimento desta demanda. POSTO ISSO, com base nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, EXTINGO o processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, inciso VI, do CPC, em relação ao representado (nome) , em virtude da ausência de interesse de agir. Sem condenação em custas nem em honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL. Após o trânsito em julgado e cumpridas as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.15 Sentença. Extinção. Processo criminal em andamento. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta).. Após regular tramitação, foi juntada aos autos certidão de que tramita na vara criminal desta comarca o processo de n. , ainda não sentenciado. Com vistas dos autos, o Ministério Público requereu a extinção do feito, tendo vista que o adolescente já está respondendo a processo criminal. Às fls. , a defesa concordou com o pedido de extinção do feito formulado. É o relatório. Fundamento e decido. O art. 46, §1º, da Lei 12.594/12, prevê que a medida socioeducativa poderá ser extinta caso o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa, responda a processo criminal, devendo ser ponderado se ainda subsiste o caráter pedagógico da medida 131 Manual Prático de Decisões Cíveis Pois bem. As medidas socioeducativas têm como objetivo “a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua reparação; a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento; e a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em lei” (incisos do § 2º, art. 1º, da Lei 12.594/12). Compulsando os autos, verifico que o representado já completou 18 anos de idade e que a conduta, se provada, terá sido cometido sem o uso de violência ou grave ameça. De outro giro, o processo criminal a que responde o então adolescente lhe dará exata dimensão de que suas atitudes têm consequências, razão pela qual, não vislumbro qualquer caráter pedagógico em possível medida a ser aplicada, a qual será, fatalmente, extinta em caso de eventual imposição. Assim, não existe utilidade no prosseguimento desta demanda, cabendo destacar que a permanência em trâmite de procedimentos inúteis ou desnecessários gera graves prejuízos à administração da justiça, bem como àqueles que efetivamente necessitam da prestação da tutela jurisdicional, advindos do acúmulo de tais processos nos cartórios das varas ou dos Tribunais. POSTO ISSO, com base nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, EXTINGO o processo sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, inciso VI, do CPC, em relação ao representado (nome) , em virtude da ausência de interesse de agir. Sem condenação em custas nem em honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL. Após o trânsito em julgado e cumpridas as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.16 Sentença. Litispendência. Extinção representação. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta).. Após regular tramitação, foi juntada aos autos a certidão de que tramita neste Juízo o processo de n. no qual a mesma conduta é imputada ao representado. Com vistas dos autos, o Ministério Público e a defesa opinaram pela extinção do feito sem resolução de mérito em virtude da litispendência. É o relatório. Fundamento e decido. 132 Manual Prático de Decisões Cíveis Estabelece o Código de Processo Civil, em seu art. 337, § 1º, que haverá litispendência quando for reproduzida ação anteriormente ajuizada, ainda em curso perante o Poder Judiciário, reputando-se uma ação como idêntica à outra quando se fizerem presentes, entre a demanda anterior, ainda em curso, e a posta sob análise, a tríplice identidade: mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido (§2º, do art. 337, do CPC). No caso, observa-se que a pretensão deduzida nestes autos é idêntica da outra demanda anteriormente ajuizada (processo n.º ), razão pela qual se impõe a extinção do segundo processo instaurado, para que não haja "bis in idem". POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, reconheço a litispendência e extingo o processo sem resolução de mérito, com fulcro no art. 485, inciso V, do CPC, Sem custas, nemhonorários advocatícios. Atualize-se. O CNACL. Após o trânsito em julgado, cumpridas as formalidades legais, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.17 Sentença. Prescrição da pretensão de aplicação de medida socioeducativa. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). A representação foi recebida em (data), todavia o processo ainda não foi instruído e julgado. Com vistas dos autos, o Ministério Público pugnou pelo reconhecimento da prescrição, anuindo a defesa com o pedido. É o relatório. Decido. O feito encontra-se em ordem e pronto para julgamento. É sabido que a matéria relativa à aplicação do instituto da prescrição aos procedimentos do Estatuto da Criança e do Adolescente restou sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça (Súmula 338), sendo incontroverso que "a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas". Assim, considerando que o prazo máximo de duração da medida socioeducativa é de 3 (três) anos, em análise conjunta dos arts. 109, inciso IV, e 115 do CP, a prescrição, em tese, de qualquer ato infracional ocorre em 4 (quatro) anos. 133 Manual Prático de Decisões Cíveis No caso, como visto acima, houve o transcurso de mais de 04 (quatro) anos entre o recebimento da representação e a presente data, sem que fosse proferida sentença ou houvesse a ocorrência de qualquer causa suspensiva e/ou interruptiva do prazo prescricional. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, bem como com fundamento na Súmula 338 da Corte Superior de Justiça, DECLARO PRESCITA a pretensão de aplicação de medida socioeducativa imposta nestes autos, extinguindo o processo com resolução do mérito nos termos do art. 487, inciso II, do CPC. Sem custas, nem honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.18 Sentença. Prescrição execução medida. Cuida-se de processo de execução de medida socioeducativa de (especificar medida) imposta pelo período de 1 ano à adolescente em virtude da prática de ato infracional similar ao crime previsto no art. (tipificação legal). Até a presente data não se iniciou o cumprimento da medida, tendo em vista que a adolescente não foi localizada por este juízo. Com vistas dos autos, a Defensoria Pública Estadual pugnou pela extinção do feito em virtude da prescrição, conforme fl. .... Instado a se manifestar, o representante do Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. É o relatório. Passo a decidir. É sabido que a matéria relativa a aplicação do instituto da prescrição aos procedimentos do Estatuto da Criança e do Adolescente restou sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça (Súmula 338), sendo incontroverso que "a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas". Aplicou-se à representada a medida socioeducativa de (especificar medida) pelo período de um ano. Assim, havendo prazo determinado para cumprimento da medida, considerar-se-á referido quantum para efeito de prescrição, em virtude do disposto no art. 110 do CPB. Nesta esteira, nos moldes do art. 109 do Código penal, prescreve em 04 anos a pena que seu máximo é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois. Uma vez que a representada, na época do fato, possuía idade inferior a vinte e um anos, o prazo prescricional, com base no art. 115 do Código Penal, deve ser reduzido à metade. 134 Manual Prático de Decisões Cíveis A sentença transitou em julgado em__, porém, até a presente data, ainda não se iniciou a execução da medida socioeducativa aplicada à representada, restando consumado o prazo prescricional para que o Estado pudesse executar a decisão. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, bem como com fundamento na Súmula 338 da Corte Superior de Justiça, DECLARO PRESCITA a pretensão de execução de medida socioeducativa imposta nestes autos, extinguindo o processo com resolução do mérito nos termos do art. 487, inciso II, do CPC. Sem custas, nem honorários advocatícios. Atualize-se o CNACL. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.19 Representação. Sentença absolutória. O Ministério Público ofereceu representação em face do adolescente (nome do adolescente), (qualificação), imputando-o a prática de infracional similar ao crime previsto no (tipificação penal), sob a acusação de que ele (descrever sucintamente a conduta). A representação foi recebida em (data), ocasião em que (foi decretada/mantida a internação provisória ou foi autorizado que o adolescente respondesse ao processo em liberdade). Ata da audiência de apresentação às fls., na qual foi ouvido o adolescente e seu genitor, bem como apresentada defesa prévia argumentando que o adolescente não praticou o ato infracional imputado na representação. Relatório social juntado às fls. Ata de audiência de continuação às fls. , na qual foram ouvidas a vítima e as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, bem como oferecidas alegações finais pelo Ministério Público, pugnando pela procedência do pedido e aplicação da medida socioeducativa de internação, e pela defesa, pleiteando a absolvição do adolescente pela insuficiência de provas de autoria e, subsidiariamente, a aplicação de medida socioeducativa de advertência. É, em síntese, o relatório. DECIDO. À míngua de preliminares ou questões prejudiciais de mérito, passo a indicar os motivos de fato e de direito que fundamentam esta decisão. Segundo o Ministério Público, o adolescente (descrever conduta. Exemplo: subtraiu bens da vítima mediante grave ameaça), razão pela qual a conduta em tese praticada efetivamente se amolda a ato infracional similar ao crime previsto no art. (capitação legal. Ex.157 do CP). 135 Manual Prático de Decisões Cíveis A materialidade do delito está devidamente comprovada através (…). O representado afirmou que não teve participação na prática do ato infracional e, na mesma linha, sustentou a defesa técnica que não existe prova concreta da autoria da infração por parte do adolescente. Durante a instrução do feito, a vítima não foi capaz de reconhecer o representado como o autor da infração e as demais testemunhas ouvidas também não presenciaram a subtração dos bens, motivo pelo qual é impossível assegurar que o adolescente concorreu para a conduta. Segundo inteligência do art. 189 do ECA, o juízo de convencimento no processo de apuração de ato infracional deve estar alicerçado em certeza, jamais em probabilidade. A certeza pode, por sua vez, embasar-se não só em prova, mas também em indícios, desde que robustos, no mesmo sentido e produzidos na fase jurisdicional, o que não ocorreu no presente caso. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na representação, ABSOLVENDO o representado (nome), nos termos do art. 189, inciso IV, do Estatuto da Criança e do Adolescente, tendo em vista que não restou provado que o adolescente concorreu para a prática do ato infracional apurado nestes autos. Custas isentas, a teor do disposto no artigo 141, § 2º, do ECA. Atualize-se o CNACL. Após as formalidades legais, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se na forma do art. 190 do ECA. 11.20 Sentença aplicando medida socioeducativa de advertência (Relatório idêntico a sentença anterior) É, em síntese, o relatório. DECIDO. À míngua de preliminares ou questões prejudiciais de mérito, passo a indicar os motivos de fato e de direito que fundamentam esta decisão. A materialidade do delito está devidamente comprovada através (…).Também é certa a autoria do fato, já que (…). Nesta esteira, restou cabalmente demonstrada a materialidade e autoria do ato infracional, evidenciando-se que o representado (descrever conduta com suas circunstâncias). Em que pese a pequena gravidade da conduta, considerando que, para garantia da finalidade pedagógica inerente a este feito é necessário demonstrar ao adolescente que seus atos têm repercussões e consequências, entendo impossível a aplicação do princípio da insignificância, motivo pelo qual deve ser imposta ao adolescente uma das medidas socioeducativas previstas no art. 112 do ECA, com o 136 Manual Prático de Decisões Cíveis objetivo de evitar a reincidência. Pois bem. No estudo do caso realizado pela equipe multidisciplinar, foi revelado que o adolescente (breve relato sobre a vida do adolescente e as razões que o levaram a praticar o ato infracional), sugerindo a aplicação de medida socioeducativa de advertência. O ato infracional foi praticado sem violência ou grave ameaça e é de pequena gravidade. Além disso, o adolescente é primário e demonstrou arrependimento por sua conduta, razão pela qual entendo suficiente a aplicação da medida socioeducativa de advertência, prevista no art. 112, inciso I, do ECA. POSTO ISSO, pelas razões fáticas e jurídicas acima mencionadas, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na representação, reconhecendo a prática do ato infracional similar ao crime de (capitulação legal) praticado por (Nome do adolescente) em (Local e data), aplicando ao representado a medida socioeducativa de advertência. Tendo em vista que, nos termos do art. 39 da Lei 12.594/12, é desnecessária a formação de processo autônomo de execução, designe-se, de acordo com a pauta deste juízo, audiência admonitória, realizando as intimações necessárias. (caso o processo seja julgado em audiência, a medida de advertência pode ser imediatamente aplicada) Atualize-se o CNACL. Sem custas (ECA, art. 141, § 2º). Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.21 Sentença aplicando medida socioeducativa de reparação do dano (Relatório idêntico a sentença anterior) É, em síntese, o relatório. DECIDO. À míngua de preliminares ou questões prejudiciais de mérito, passo a indicar os motivos de fato e de direito que fundamentam esta decisão. A materialidade do delito está devidamente comprovada através (…). Também é certa a autoria do fato, já que (…). Nesta esteira, restou cabalmente demonstrada a materialidade e autoria do ato infracional, evidenciando-se que o representado (descrever conduta com suas circunstâncias). Em que pese a pequena gravidade da conduta, considerando que, para garantia da finalidade pedagógica inerente a este feito é necessário demonstrar ao adolescente que seus atos têm repercussões e consequências, entendo impossível a aplicação do princípio da insignificância, motivo pelo qual deve ser imposta ao adolescente uma das medidas socioeducativas previstas no art. 112 do ECA, com o 137 Manual Prático de Decisões Cíveis objetivo de evitar a reincidência. Pois bem. No estudo do caso realizado pela equipe multidisciplinar, foi revelado que o adolescente (breve relato sobre a vida do adolescente e as razões que o levaram a praticar o ato infracional), sugerindo a aplicação de medida socioeducativa de advertência. O ato infracional foi praticado sem violência ou grave ameaça e é de pequena gravidade, mas acarretou prejuízo financeiro à vítima. Além disso, o adolescente é primário e demonstrou arrependimento por sua conduta, razão pela qual entendo suficiente a aplicação da medida socioeducativa de obrigação de reparar do dano, prevista no art. 112, inciso II, do ECA. Conforme comprovado nos autos, o desfalque patrimonial sofrido pela vítima foi de R$ (valor). POSTO ISSO, pelas razões fáticas e jurídicas acima mencionadas, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na representação, reconhecendo a prática do ato infracional similar ao crime de (capitulação legal) praticado por (Nome do adolescente) em (Local e data), aplicando ao representado a medida socioeducativa de obrigação de reparar o dano a vítima. Tendo em vista que, nos termos do art. 39 da Lei 12.594/12, é desnecessária a formação de processo autônomo de execução, designe-se, de acordo com a pauta deste juízo, audiência admonitória, realizando as intimações necessárias, a fim de que seja especificada a forma de cumprimento da obrigação ora imposta. (caso o processo seja julgado em audiência, a medida pode ser imediatamente aplicada, especificando-se as condições de seu cumprimento diante das possibilidades do representado.) Atualize-se o CNACL. Sem custas (ECA, art.141, § 2º). Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.22 Sentença aplicando medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade e liberdade assistida (Relatório idêntico a sentença anterior) É, em síntese, o relatório. DECIDO. À míngua de preliminares ou questões prejudiciais de mérito, passo a indicar os motivos de fato e de direito que fundamentam esta decisão. Segundo o Ministério Público, o adolescente (descrever conduta. Exemplo: praticou lesão corporal de natureza grave), razão pela qual a conduta em tese praticada efetivamente se amolda a ato infracional similar ao crime previsto no art. (capitação legal. Ex. 129, §1º do CPB). A materialidade do delito está devidamente comprovada através do exame 138 Manual Prático de Decisões Cíveis de corpo de delito de fls. Verifica-se que os depoimentos colhidos durante a audiência de continuação demonstram de forma segura que o adolescente foi o autor do ato infracional descrito na denúncia, tendo este, inclusive, confessado sua conduta. Neste sentido, merece destaque os seguintes trechos dos depoimentos da vítima e das testemunhas: (Transcrever depoimentos) Nesta esteira, restou cabalmente demonstrada a materialidade e autoria do ato infracional, evidenciando-se que o representado (descrever conduta com suas circunstâncias), motivo pelo qual deve ser imposta ao adolescente uma das medidas socioeducativas previstas no art. 112 do ECA. Pois bem. No estudo do caso realizado pela equipe multidisciplinar, foi revelado que o adolescente (breve relato sobre a vida do adolescente e as razões que o levaram a praticar o ato infracional), sugerindo a aplicação de medida socioeducativa de (…). O ato infracional foi praticado mediante violência contra pessoa e o comportamento do representado demonstra a necessidade de seu acompanhamento regular a fim de evitar novos envolvimentos em infrações. Outrossim, considerando que ele confessou a conduta e demonstrou arrependimento, entendo possível a imposição de medida em meio aberto, sendo mais adequada ao presente caso, bem como ao perfil do adolescente, a medida de liberdade assistida cumulada com a prestação de serviços à comunidade, as quais proporcionarão o acompanhamento próximo do representado e, ao mesmo tempo, a compreensão de que seus atos têm consequências e repercussões. POSTO ISSO, pelas razões fáticas e jurídicas acima mencionadas, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na representação, reconhecendo a prática do ato infracional similar ao crime de (capitulação legal) praticado por (Nome do adolescente) em (Local e data). Em consequência, aplico ao representado, cumulativamente, as medidas socioeducativas de prestação de serviço à comunidade pelo prazo de __ meses (máximo de 6) e liberdade assistida pelo prazo de 1 ano (mínimo 6 meses). A prestação de serviços consistirá na atribuição de tarefas gratuitas ao representado, conforme as suas aptidões, e dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia, ou sete horas semanais (máximo de 8 horas), fixadas de modo a não prejudicara jornada normal de estudo e/ou trabalho e fiscalizada pelo CREAS. Por sua vez, a liberdade assistida será executada através do CREAS, o qual indicará orientador com os encargos disciplinados no art. 119 do ECA, bem como o de apresentar relatório trimestral da evolução do representado. 139 Manual Prático de Decisões Cíveis Encaminhe-se o adolescente ao CREAS para execução das medidas em meio aberto ora aplicadas, remetendo a guia de execução de medida socioeducativa, provisória ou definitiva, conforme o caso, acompanhada dos documentos indicados no art. 39 da Lei 12.594/12. Atualize-se o CNACL. Sem custas (ECA, art.141, § 2º). Após o trânsito em jugado, expeça-se guia de execução definitiva de medida socioeducativa, arquivando-se o processo de conhecimento. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 11.23 Sentença aplicando medida socioeducativa de semiliberdade (Relatório idêntico a sentença anterior) É, em síntese, o relatório. DECIDO. À míngua de preliminares ou questões prejudiciais de mérito, passo a indicar os motivos de fato e de direito que fundamentam esta decisão. Segundo o Ministério Público, o adolescente (descrever conduta. Exemplo: subtraiu bens da vítima mediante grave ameaça), razão pela qual a conduta em tese praticada efetivamente se amolda a ato infracional similar ao crime previsto no art. (capitação legal. Ex.157 do CP). A materialidade do delito está devidamente comprovada através do auto de apreensão de fls. 16 e dos depoimentos colhidos às fls. , que confirmam a subtração de bens da vítima. O representado afirmou que não teve participação na prática do ato infracional e, na mesma linha, sustentou a defesa técnica que não existe prova concreta da autoria da infração por parte do adolescente. Todavia, não obstante os argumentos da defesa, verifica-se que os depoimentos colhidos durante a audiência de continuação demonstram de forma segura que o adolescente foi o autor do ato infracional descrito na denúncia, sendo, inclusive, reconhecido pela vítima e pelas testemunhas após ser apreendido pela autoridade policial. Neste sentido, merece destaque os seguintes trechos dos depoimentos da vítima e das testemunhas: (Transcrever depoimentos) Nesta esteira, restou cabalmente demonstrada a materialidade e autoria do ato infracional, evidenciando-se que o representado (descrever conduta com suas circunstâncias. Ex. Subtraiu bens da vítima mediante grave ameaça ao simular que portava arma de fogo), motivo pelo qual deve ser imposta ao adolescente uma das medidas socioeducativas previstas no art. 112 do ECA. 140 Manual Prático de Decisões Cíveis Pois bem. No estudo do caso realizado pela equipe multidisciplinar, foi revelado que o adolescente (breve relato sobre a vida do adolescente e as razões que o levaram a praticar o ato infracional), sugerindo a aplicação de medida socioeducativa de (…). O ato infracional foi praticado mediante grave ameaça contra pessoa e o comportamento do representado demonstra a necessidade de acompanhamento regular para que, ao voltar ao convívio social, ele não pratique novos atos infracionais, bem como para que tenha consciência de que suas ações têm consequências e ensejam responsabilidades. Assim, apesar da primariedade, considerando a gravidade do ato infracional praticado, entendo imprescindível a aplicação de uma medida restritiva de liberdade, sendo mais adequada ao presente caso, bem como ao perfil do adolescente, a medida socioeducativa de semiliberdade. POSTO ISSO, pelas razões fáticas e jurídicas acima mencionadas, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na representação, reconhecendo a prática do ato infracional similar ao crime de (capitulação legal) praticado por (Nome do adolescente) em (Local e data). Em consequência, aplico ao representado a medida socioeducativa de semiliberdade, por prazo indeterminado, porém não excedente a 03 (três) anos, a ser cumprida na Unidade de Internação de Maceió, devendo a manutenção da medida ser reavaliada a cada 06 (seis) meses, nos termos do arts. 120 e 121 do ECA. Encaminhe-se o adolescente à unidade de internação, remetendo a guia de execução de medida socioeducativa, provisória ou definitiva, conforme o caso, acompanhada dos documentos indicados no art. 39 da Lei 12.594/12. Atualize-se o CNACL. Sem custas (ECA, art.141, § 2º). Após o trânsito em jugado, expeça-se guia de execução definitiva de medida socioeducativa, arquivando-se o processo de conhecimento. Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes, observando o disposto no art. 190 do ECA. 11.24 Sentença aplicando medida socioeducativa de internação (Relatório idêntico a sentença anterior) É, em síntese, o relatório. DECIDO. À míngua de preliminares ou questões prejudiciais de mérito, passo a indicar os motivos de fato e de direito que fundamentam esta decisão. Segundo o Ministério Público, o adolescente (descrever conduta), razão pela qual a conduta em tese praticada efetivamente se amolda a ato infracional similar 141 Manual Prático de Decisões Cíveis ao crime previsto no art. __do CP. A materialidade do delito está devidamente comprovada através (…). O representado afirmou que não teve participação na prática do ato infracional e, na mesma linha, sustentou a defesa técnica que não existe prova concreta da autoria da infração por parte do adolescente. Todavia, não obstante os argumentos da defesa, verifica-se que os depoimentos colhidos durante a audiência de continuação demonstram de forma segura (…). Neste sentido, merece destaque os seguintes trechos dos depoimentos da vítima e das testemunhas: (Transcrever depoimentos) Nesta esteira, restou cabalmente demonstrada a materialidade e autoria do ato infracional, evidenciando-se que o representado (descrever conduta com suas circunstâncias), motivo pelo qual deve ser imposta ao adolescente uma das medidas socioeducativas previstas no art. 112 do ECA. Pois bem. No estudo do caso realizado pela equipe multidisciplinar, foi revelado que o adolescente (breve relato sobre a vida do adolescente e as razões que o levaram a praticar o ato infracional), sugerindo a aplicação de medida socioeducativa de (…). Dispõe o art. 122 do ECA que a medida de internação apenas pode ser aplicada caso o ato infracional tenha sido praticado com grave ameaça ou violência contra pessoa, ou por reiteração no cometimento de outras infrações graves. No caso em análise, restou comprovado que (segundo o art. 122 do ECA, a medida de internação apenas pode ser aplicada caso o ato infracional tenha sido praticado com grave ameaça ou violência contra pessoa, ou por reiteração no cometimento de outras infrações graves, devendo ser fundamentada a decisão em uma dessas hipóteses) e o comportamento do representado demonstra a necessidade de acompanhamento regular para que, ao voltar ao convívio social, ele não pratique novos atos infracionais, bem como para que tenha consciência de que suas ações têm consequências e ensejam responsabilidades. Assim, apesar da primariedade, considerando a gravidade do ato infracional praticado, entendo imprescindível a aplicação de uma medida restritiva de liberdade, sendo mais adequada ao presente caso, bem como ao perfil do adolescente, a medida socioeducativa de internação. POSTO ISSO, pelas razões fáticas e jurídicas acima mencionadas, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na representação, reconhecendo a prática do ato infracional similar ao crime de (capitulação legal) praticado por (Nome do adolescente) em (Local e data). Em consequência, aplico ao representado a medida socioeducativa de internação, por prazo indeterminado, porém não excedente a 03 (três) anos, a ser 142 Manual Prático de Decisões Cíveis cumprida na Unidade de Internação de Maceió, devendo a manutenção da medida ser reavaliada a cada 06 (seis) meses, nos termos do arts.121 do ECA. Encaminhe-se o adolescente à unidade de internação, remetendo a guia de execução de medida socioeducativa, provisória ou definitiva, conforme o caso, acompanhada dos documentos indicados no art. 39 da Lei 12.594/12. Atualize-se o CNACL. Sem custas (ECA, art.141, § 2º). Após o trânsito em jugado, expeça-se guia de execução definitiva de medida socioeducativa, arquivando-se o processo de conhecimento. Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes, observando o disposto no art. 190 do ECA. 11.25 Execução de medida socioeducativa. Manutenção da medida. Cuida-se de processo de execução de medida socioeducativa de internação cumprida por (nome do socioeducando), o qual se encontra internado na (unidade de internação), desde (…), em virtude da prática de ato infracional similar ao crime previsto no art. (tipificação legal). O relatório de avaliação contido no plano individual de atendimento informa que, durante o período de internação, o adolescente tem demonstrado (breve relato das informações recebidas). Por fim, sugere a manutenção da medida socioeducativa. Com vistas dos autos, o representante do Ministério Público posicionou-se pela (parecer ministerial), ao passo que a defesa pleiteou (pedido da Defesa). É o relatório. Decido. O socioeducando, conforme visto, demonstra (falar sobre seu comportamento e as razões pelas quais deve ser mantida a medida). Nestes termos, é prudente que o adolescente continue a ser acompanhado mais de perto, uma vez que uma progressão de medida prematura poderá prejudicar o processo de socioeducação do adolescente em tela, que se envolveu em ato revestido de gravidade, já que praticado com violência contra pessoa. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, mantenho a internação do adolescente (nome), devendo a medida ser reavaliada após o decurso de xx ( máximo de 6) meses. Oficie-se à Unidade de Internação, dando ciência desta decisão, alertando que deve ser encaminhada novo estudo social em até __dias. Intime-se o educando, seu defensor e o Ministério Público. 143 Manual Prático de Decisões Cíveis 11.26 Execução de medida socioeducativa. Progressão da medida. (Relatório idêntico a sentença anterior) Prescreve o art. 46 da Lei 12.594/12 que a reavaliação da manutenção, da substituição ou da suspensão das medidas de meio aberto ou de privação da liberdade e do respectivo plano individual pode ser solicitada a qualquer tempo, a pedido da direção do programa de atendimento, do defensor, do Ministério Público, do adolescente, de seus pais ou responsável. Outrossim, preceitua o art. 121, caput, da Lei n.º 8.069/90 que “a internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”. (nos casos de progressão para medida socioeducativa em meio aberto). O socioeducando, conforme visto, demonstra (falar sobre seu comportamento e as razões pelas quais deve ser progredida a medida). Assim, entendo possível, neste momento, a progressão da medida de internação para medida de (…). POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, determino a progressão da medida socioeducativa de internação pela de (...) (art. do ECA que prevê a medida), pelo prazo de (...) meses, devendo ser apresentado relatório a cada (...) meses. Expeça-se a competente Guia de Desligamento e Termo de Entrega e Responsabilidade, encaminhando o adolescente, mediante ofício, ao CREAS para execução das medidas ora aplicadas (caso a progressão seja para medida em meio aberto). (OU, Determino a transferência do socioeducando (…) para Unidade de Semiliberdade -caso seja progressão de internação para semiliberdade). Oficie-se à Unidade de Semiliberdade dando ciência da presente decisão (OU, ao Programa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à Comunidade - dependendo do tipo de progressão). Atualize-se o CNACL. Intimem-se o socioeducando, seu defensor e o Ministério Público. 11.27 Execução de medida socioeducativa. Internação sanção. O Ministério Público do Estado de Alagoas, através de seu representante legal, ingressou com pedido de aplicação de internação, como sanção ao socioeducando (nome), argumentando, em suma, que o adolescente vem reiteradamente descumprindo as medidas de (especificar medida) que lhe foram aplicadas. 144 Manual Prático de Decisões Cíveis Designada audiência para que o socioeducando justificasse o descumprimento da medida que lhe foi imposta, restou impossibilitada a realização do ato processual em virtude da não localização do adolescente. Com vistas dos autos, a defesa pugnou para que não fosse efetuada a regressão da medida até que o adolescente fosse ouvido por este juízo. É o relatório. Decido. Prevê o art. 121, inciso III, do ECA que a medida de internação poderá ser decretada em virtude do reiterado e injustificado descumprimento da medida anteriormente imposta. De outro giro, prevê o art. 43, §4º, da Lei 12.594/12 que a substituição da medida aplicada por uma mais gravosa, inclusive na hipótese do art. 122, inciso III, do ECA, somente ocorrerá em situações excepcionais, após o devido processo legal, e deve ser fundamentada em parecer técnico e precedida de prévia audiência do representado. No caso, foram aplicadas ao socioeducando as medidas de prestação de serviço à comunidade e liberdade assistida em virtude da prática de ato infracional similar ao crime de (tipificação legal). Conforme relatório técnico de fls. , o adolescente passou a descumprir as medidas aplicadas desde__ , não justificando a ausência no serviço que lhe foi atribuído, o que demonstra a necessidade da aplicação da internação sanção a fim de garantir o efetivo caráter pedagógico das medidas impostas por este juízo, bem como fazer que o adolescente tenha consciência das consequências de suas ações. Por fim, impossível realizar a oitiva do adolescente, já que ele alterou seu endereço sem comunicar o fato ao juízo, fato que, por si só, já configura violação às medidas que lhe foram impostas, razão pela qual deve ser afastado o argumento da defesa de que apenas poderá ocorrer a regressão da medida após a oitiva do adolescente, já que foi a conduta do socioeducando que impossibilitou a realização do ato processual. POSTO ISSO, pelos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, DECRETO a internação sanção do adolescente pelo prazo máximo de 3 meses (art. 122, §1º), devendo a presente decisão ser reavaliada após a oitiva do adolescente. Expeça-se mandado de busca e apreensão com validade de 6 meses (art. 47 da Lei 12.594/12), encaminhando-o à polícia civil com a advertência de que o representado deve ser encaminhado a este juízo imediatamente após a apreensão, preferencialmente acompanhado de seus genitores ou representantes legais. Cumprida a diligência, sendo impossível a apresentação imediata, encaminhe-se o adolescente para unidade de internação e designe-se, com urgência, audiência para sua oitiva neste juízo, realizando as intimações necessárias. Cientifique-se à orientadora do socioeducando. Intimem-se os responsáveis do socioeducando, a defesa e o Ministério 145 Manual Prático de Decisões Cíveis Público. 11.28 Execução de medida socioeducativa. Extinção por cumprimento de medida. Cuida-se de processo de execução de medida socioeducativa de (especificar medida) cumprida por (nome do socioeducando), em virtude da prática de ato infracional similar ao crime previsto no art. (tipificação legal). Recebido relatório final esclarecendo que o socioeducando cumpriu a medida de forma satisfatória, sugerindo-se a extinção da medida. Com vistas dos autos, o Ministério Público opinou (breve relato sobre o parecer ministerial). Prevê o art. 46, inciso II, da Lei 12.954/12 que a medida socioeducativaserá extinta quando realizada sua finalidade. No caso em tela, observo que o adolescente cumpriu a medida de (…) de forma adequada, tendo demonstrado responsabilidade e compromisso com as determinações impostas, não necessitando, desta forma, ser mais acompanhado judicialmente. POSTO ISSO, com base nos argumentos acima expostos, extingo a medida socioeducativa de (...) aplicada ao adolescente (…) em virtude de seu integral cumprimento. Cientifique a orientadora do educando Após o trânsito em julgado, arquive-se. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 146 Manual Prático de Decisões Cíveis 147 Manual Prático de Decisões Cíveis CAPÍTULO III – FAZENDA PÚBLICA 1 EXECUÇÃO FISCAL 1.1 Despacho inicial Defiro a inicial por estarem presentes, em princípio, os pressupostos processuais e as condições da ação. Cite-se o executado para, no prazo de 05 (cinco) dias, pagar a dívida, acrescida de juros e multa de mora e os demais encargos, bem como custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 10% sobre o valor do débito, para o caso de pronto pagamento; ou para garantir a execução. Não sendo paga a dívida, nem garantida a execução, proceda-se a penhora de tantos bens quanto bastem para garantir o pagamento da integralidade do débito, efetuando-se as intimações e averbações necessárias. Não sendo o executado encontrado, arreste-se-lhe os bens necessários à garantia da dívida. 1.2 Decisão decretando quebra de sigilo fiscal Trata-se de requerimento de quebra do sigilo fiscal do executado, efetuado pelo exequente, ambos em epígrafe, alegando que não foram encontrados bens penhoráveis de propriedade do devedor. O Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento de que é possível a quebra do sigilo fiscal em casos como o presente, desde que o exequente comprove já ter esgotado todas as diligências no sentido de encontrar bens penhoráveis do devedor, conforme aresto adiante ementado, in vebis: EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. SISTEMA BACEN – JUD. ESGOTAMENTO DA VIA EXTRAJUDICIAL. 1. Admite-se a quebra do sigilo fiscal ou bancário do executado para que a Fazenda Pública obtenha informações sobre a existência de bens do devedor inadimplente, mas somente após restarem esgotadas todas as tentativas de obtenção dos dados pela via extrajudicial, o que não restou demonstrado nos autos. 2. O art. 185-A do CTN, acrescentado pela LC nº 118/05, também corrobora a necessidade de exaurimento das diligências para localização dos bens penhoráveis, pressupondo um esforço prévio do credor na identificação do patrimônio do devedor. 148 Manual Prático de Decisões Cíveis 3. Agravo regimental não provido.”. (AgRg no Ag 1044718 / SC. Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA. Segunda Turma. Julgado em 12/08/2008 ). No presente caso, consta dos autos várias certidões negativas de cartórios de registro de imóveis, dando conta da inexistência de bens de propriedade do devedor, além do que já foram realizadas todas as medidas necessárias e razoavelmente suficientes no sentido de satisfazer o crédito, o que torna plenamente possível o deferimento do pleito. Posto isso, determino que se requisite à Delegacia da Receita Federal, pelos meios eletrônicos disponíveis, as 05 (cinco) últimas declarações de imposto de renda do executado. Decorrido o referido prazo, com ou sem resposta, dê-se vista ao exequente, pelo prazo de 10 (dez) dias. 1.3 Decisão decretando redirecionamento de execução por dissolução irregular de empresa Trata-se de EXECUÇÃO FISCAL intentada pela FAZENDA PÚBLICA em face de (...), onde a exequente requer o redirecionamento do feito executivo contra o sócio-gerente da empresa executada, alegando, em síntese, que essa teria encerrado irregularmente suas atividades, haja vista inexistir qualquer comunicação nesse sentido aos órgãos de fiscalização competentes, não tendo pago os tributos devidos. Nessa senda, uma vez deferido o redirecionamento, pugna pela citação do sócio-gerente da executada para realizar o pagamento do débito, seguindo com os demais atos executivos. É, em síntese, o relatório. Como cediço, o simples inadimplemento do débito fiscal, sem a existência de nenhuma conduta fraudulenta, não enseja o redirecionamento da execução fiscal contra os sócios e/ou gestores da sociedade executada, uma vez que tal circunstância não pode ser considerada como prática de ato com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatutos, a teor do artigo 135, inciso III, do CTN. No entanto, há muito, já está pacificado que a dissolução irregular da empresa, sem que haja a necessária informação aos órgãos competentes, enseja o redirecionamento da execução fiscal ao sócio-gerente, nos termos da súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça Nesse sentido, colaciono o seguinte julgado, in verbis: EMENTA: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO.SÓCIO-GERENTE. NECESSIDADE 149 Manual Prático de Decisões Cíveis DE DEMONSTRAÇÃO DA PRÁTICA DE ATO COM EXCESSO DE PODERES, CONTRÁRIO À LEI OU AO CONTRATO SOCIAL. INADIMPLEMENTO TRIBUTÁRIO. HIPÓTESE QUE NÃO CARACTERIZA "INFRAÇÃO DE LEI", NOS TERMOS DO ART. 135 DO CTN. PRECEDENTES. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE. PROVA. DEVOLUÇÃO DE "A.R." NÃO CUMPRIDO. INSUFICIÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Nos termos da jurisprudência, "a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1.101.728/SP, Min. Teori Albino Zavascki, na sessão do dia 11.3.2009, sob o regime do art.543-C do CPC, firmou entendimento de que a simples falta do pagamento de tributo não configura, por si só, circunstância que acarrete a responsabilidade subsidiária dos sócios. (...) Somente as irregularidades constantes do art. 135 do CTN, quais sejam, prática de atos com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatuto, são aptas a permitir o redirecionamento do processo executivo aos sócios" (STJ, AgRg no AREsp 504.349/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 13/06/2014). II. Pacífica a jurisprudência deste STJ no sentido de que a dissolução irregular da sociedade, que deixa de funcionar, sem comunicação aos órgãos competentes, no endereço apontado em seus registros fiscais ou comerciais, dá azo ao redirecionamento da Execução Fiscal, em face de seus sócios-gerentes, nos termos da Súmula 435/STJ. Sem embargo, "há que se verificar a incidência desse entendimento diante de cada caso concreto, não sendo razoável se proceder ao redirecionamento da execução fiscal, baseando-se, tão somente, em simples devolução de AR-postal sem cumprimento, impondo-se, nesse particular, que se utilizem meios outros para verificação, localização e citação da sociedade empresária" (STJ, AgRg no AgRg no REsp 1.358.007/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/12/2013). Em igual sentido: STJ, AgRg no REsp 1.368.377/PB, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 14/08/2013. III. Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 529.794/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 20/08/2015) (Grifei) 150 Manual Prático de Decisões Cíveis Nessa senda, considerando o conteúdo constante na certidão colacionada aos autos pelo Sr. oficial de Justiça, a ensejar a presunção juris tantum de dissolução irregular da empresa ré, defiro o pedido de redirecionamento do feito ao seu sócio, na condição de corresponsável, nos termos do art. 135, do CTN. Citem-se a executada e o sócio corresponsável, em nome próprio, no endereço fornecido à fl., para, no prazo de 05 (cinco) dias, pagarem a dívida, acrescida de juros e multa de mora e os demais encargos, bem como as custasprocessuais e os honorários advocatícios, que arbitro em 10% sobre o valor do débito, para o caso de pronto pagamento; ou para garantirem a execução. Não sendo paga a dívida, nem garantida a execução, proceda-se a penhora de tantos bens quanto bastem para garantir o pagamento da integralidade do débito, efetuando-se as intimações e averbações necessárias. Não sendo os executados encontrados, arrestem-se-lhes os bens necessários à garantia da dívida. 1.4 Decisão indeferindo redirecionamento de execução Trata-se de EXECUÇÃO FISCAL intentada pela FAZENDA PÚBLICA NACIONAL em face de (...), onde a exequente requer o redirecionamento do feito executivo contra os sócios da empresa executada, alegando, em síntese, que essa teria encerrado suas atividades em débito com o fisco. Nessa senda, uma vez deferido o redirecionamento, pugna pela citação do novel executado para pagamento do débito, seguindo com os demais atos executivos. É, em síntese, o relatório. Como cediço, o simples inadimplemento do débito fiscal, sem a existência de nenhuma conduta fraudulenta, não enseja o redirecionamento da execução fiscal contra os sócios e/ou gestores da sociedade executada, uma vez que tal circunstância não pode ser considerada como prática de ato com excesso de poder ou infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos, a teor do artigo 135, inciso III, do CTN, o que, há muito, já está pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, conforme adiante se vê, in verbis: EMENTA: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO. SÓCIO-GERENTE. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA PRÁTICA DE ATO COM EXCESSO DE PODERES, CONTRÁRIO À LEI OU AO CONTRATO SOCIAL. INADIMPLEMENTO TRIBUTÁRIO. HIPÓTESE QUE NÃO CARACTERIZA "INFRAÇÃO DE LEI", NOS TERMOS DO ART. 135 DO CTN. PRECEDENTES. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA 151 Manual Prático de Decisões Cíveis SOCIEDADE. PROVA. DEVOLUÇÃO DE "A.R." NÃO CUMPRIDO. INSUFICIÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Nos termos da jurisprudência, "a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1.101.728/SP, Min. Teori Albino Zavascki, na sessão do dia 11.3.2009, sob o regime do art.543-C do CPC, firmou entendimento de que a simples falta do pagamento de tributo não configura, por si só, circunstância que acarrete a responsabilidade subsidiária dos sócios. (...) Somente as irregularidades constantes do art. 135 do CTN, quais sejam, prática de atos com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatuto, são aptas a permitir o redirecionamento do processo executivo aos sócios" (STJ, AgRg no AREsp 504.349/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 13/06/2014). II. Pacífica a jurisprudência deste STJ no sentido de que a dissolução irregular da sociedade, que deixa de funcionar, sem comunicação aos órgãos competentes, no endereço apontado em seus registros fiscais ou comerciais, dá azo ao redirecionamento da Execução Fiscal, em face de seus sócios-gerentes, nos termos da Súmula 435/STJ. Sem embargo, "há que se verificar a incidência desse entendimento diante de cada caso concreto, não sendo razoável se proceder ao redirecionamento da execução fiscal, baseando-se, tão somente, em simples devolução de AR-postal sem cumprimento, impondo-se, nesse particular, que se utilizem meios outros para verificação, localização e citação da sociedade empresária" (STJ, AgRg no AgRg no REsp 1.358.007/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/12/2013). Em igual sentido: STJ, AgRg no REsp 1.368.377/PB, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 14/08/2013. III. Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 529.794/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 20/08/2015) (Grifei) Nessa senda, considerando que, ao menos com os fundamentos e elementos até então colacionados aos autos, inexistem provas no sentido da incidência, in casu, de qualquer das hipóteses legalmente fixadas no caput do art. 135, do Código Tributário Nacional, INDEFIRO o requerimento de redirecionamento do feito executivo contra os corresponsáveis, ora formulado pela Fazenda exequente. 152 Manual Prático de Decisões Cíveis Intimem-se a exequente, concedendo-lhe prazo de 10 (dez) dias para manifestação quanto ao andamento do feito. 1.5 Despacho designando leião Designo o dia (...) de (...), às (...), em primeira hasta pública, e o dia (...), dos mesmos mês e ano, às (...), em segunda hasta pública, para a realização do leilão dos bens penhorados no auto de fls., dos autos, a ser realizado no auditório do Fórum desta Comarca. Publique-se o edital dando publicidade ao leilão, na forma do artigo 881 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, c/c o artigo 22 da Lei 6.830/80, com a observância dos prazos mínimo e máximo, respectivamente de 10 (dez) e 30 (trinta) dias, entre as datas das publicações e o leilão, prescritos no parágrafo 1º, do referido dispositivo legal. O leilão deverá ser realizado pelo leiloeiro público (...). Intimem-se as partes. 1.6 Sentença em execução de pré-executividade Trata-se de EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE intentada pelo executado, já qualificado na inicial, em face da execução fiscal contra ele manejada pelo ora excepto. Segundo o excipiente, o crédito tributário objeto da presente execução fiscal teve seus fatos geradores ocorridos nos anos de 1992, 1993 e 1994, conforme se depreende das certidões de dívida ativa colacionadas aos autos, sendo que o processo administrativo que constituiu os referidos créditos foi encetado no ano de 2005, também conforme as mesmas CDA's. Sustentou, dessa forma, que os citados créditos encontram-se caducos, por somente se terem formalizados em 2005, quando já havia, claramente, superado o período de 05 (cinco) anos estabelecido como prazo decadencial, de modo que foram extintos, na forma dos artigos 156, inciso V e 173, ambos, do CTN. Por fim, requereu o recebimento e processamento da presente exceção de pré-executividade, bem como o seu julgamento procedente, com a declaração da extinção do crédito tributário pela decadência. Intimado, a excepta apresentou manifestação, defendendo, como preliminar, o não cabimento da exceção de pré-executividade, em virtude da necessidade de dilação probatória. No mérito, destacou a não ocorrência da decadência sustentada, tendo em vista que, nos tributos cujo lançamento se dá por homologação, tem a Fazenda Pública o prazo de 10 (dez) anos para efetuá-lo, ex 153 Manual Prático de Decisões Cíveis officio, de modo que o procedimento administrativo instaurado foi adotado dentro do prazo legal. É, em síntese, o relatório. Preliminarmente, cumpre afastar a alegação de impossibilidade de exceção de pré-executividade no presente caso, tendo em vista inexistir qualquer necessidade da produção probatória alegada. Na verdade, a própria excepta, apesar de apresentar tal alegação, não foi capaz de demonstrar qual a prova seria necessária produzir, eis que todo o objeto do embate encontra-se contido nos autos, sendo certo que o procedimento vem sendo largamente aceito pela doutrina e jurisprudência. No mérito, assiste razão ao excipiente, uma vez que, como se observa, os fatos geradores da obrigação tributária em baila ocorreram, respectivamente, em 1992, 1993 e 1994, tendo sido todos extintos, na pior das hipóteses, no último dia do exercício de 1999, sendo que o processo administrativo para a sua constituição somente ocorreu no ano de 2005, tudo conforme se pode concluir das CDA's que instruem a inicial da execução. Isso ocorre porque o artigo 173, inciso I, do CTN, prescreve que “o direito da Fazenda Pública constituir o seu crédito tributário extingue-se em 05 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado...”, demodo que o prazo inicial de fluência da decadência ocorreu no início mesmo dos anos de 1993, 1994 e 1995, razão pela qual, cinco anos depois, todos haviam decaído, conforme a jurisprudência reiterada do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. MATÉRIA DECIDIDA NO RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA N° 973.733/SC. ARTIGO 543-C, DO CPC. PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE COBRANÇA JUDICIAL PELO FISCO. PRAZO QÜINQÜENAL. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA. 1. O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do crédito tributário, assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 154 Manual Prático de Decisões Cíveis Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." 2. A decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, quais sejam: (i) regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado; (ii) regra da decadência do direito de lançar nos casos em que notificado o contribuinte de medida preparatória do lançamento, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento de ofício ou de tributos sujeitos a lançamento por homologação em que inocorre o pagamento antecipado; (iii) regra da decadência do direito de lançar nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em que há parcial pagamento da exação devida; (iv) regra da decadência do direito de lançar em que o pagamento antecipado se dá com fraude, dolo ou simulação, ocorrendo notificação do contribuinte acerca de medida preparatória; e (v) regra da decadência do direito de lançar perante anulação do lançamento anterior (In: Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad, págs. 163/210). 2. A Primeira Seção, quando do julgamento do REsp 973.733/SC, sujeito ao regime dos recursos repetitivos, reafirmou o entendimento de que " o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário 155 Manual Prático de Decisões Cíveis Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em FALTA O JULGAMENTO AGUARDAR) 4. À luz da novel metodologia legal, publicado o acórdão do julgamento do recurso especial, submetido ao regime previsto no artigo 534-C, do CPC, os demais recursos já distribuídos, fundados em idêntica controvérsia, deverão ser julgados pelo relator, nos termos do atrtigo 557, CPC (artigo 5º, I, da Res. STJ 8/2008). 5. In casu: (a) cuida-se de tributo sujeito a lançamento por homologação; (b) a obrigação ex lege de pagamento antecipado de contribuição social foi omitida pelo contribuinte concernente ao fato gerador compreendido a partir de 1995, consoante consignado pelo Tribunal a quo; (c) o prazo do fisco para lançar iniciou a partir de 01.01.1996 com término em 01.01.2001; (d) a constituição do crédito tributário pertinente ocorreu em 15.07.2004, data da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito que formalizou os créditos tributários em questão, sendo a execução ajuizada tão somente em 21.03.2005. 6. Destarte, revelam-se caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1203986/2010 MG. Rel. Min. Luiz Fux. Primeira Turma. Julgado em 09.11.2010) Portanto, não prospera o argumento de que o prazo para o lançamento, in casu, seria de 10 (dez) anos, por absoluta falta de previsão legal a embasar a tese engendrada pela exequente/excepta. E, mesmo que assim fosse, no máximo estaria salvo da fulminação pela decadência, os fatos geradores ocorridos no ano de 1994. Posto isso, rejeito a preliminar de inadmissibilidade da exceção de pré- executividade e JULGO PROCEDENTE o pedido efetuado na exceção, declarando decaído o crédito tributário objeto do presente executivo fiscal. Condeno a autora ao pagamento de honorários advocatícios da parte ex adversa, no percentual de 10% sobre o valor da causa. Sem condenação de custas, em face da isenção em favor da Fazenda Pública. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 156 Manual Prático de Decisões Cíveis 1.7 Sentença de extinção pelo pagamento Trata-se de AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL instaurada pela FAZENDA PÚBLICA em face do executado em epígrafe, onde a exequente visa ver adimplido o crédito que afirma ter com o executado. Despachada a inicial, foi expedido mandado de citação, tendo a parte executada sido devidamente citada, através de seus representantes legais. Seguidamente, foi juntado ao processo o auto de penhora e avaliação. Ato contínuo, a Fazenda Pública exequente fez juntar aos autos pedido de suspensão do processo, pelo prazo de 180 dias, no que foi prontamente atendida por este Juízo. Intimada, após o decurso do prazo suspensivo, a exequente requereu a extinção da presente execução, tendo em vista o pagamento integral do débito ora em cobro. É o relatório. O processo de execução extingue-se, entre outras hipóteses, quando a dívida cobrada é satisfeita, ou seja, quando o credor recebe o pagamento do débito, seja em quantia pecuniária ou em outra espécie admitida em direito, conforme prescreve o artigo 924, inciso II, do novo Código de Processo Civil. No entanto, os efeitos dessa extinção só passam a ser produzidos, quando esta é declarada por sentença, a teor do artigo 925, do referido diploma legal. Vejamos: Art. 924. Extingue-se a execução quando: I - a petição inicial for indeferida; II - a obrigação for satisfeita; III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; IV - o exequente renunciar ao crédito; V - ocorrer a prescrição intercorrente. Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença. (Grifo nosso) No presente caso, consoante demonstrado pelas partes, já houve a satisfação integral do créditoexequendo (art. 156, I, do CTN), inclusive com o adimplementos dos valores devidos a título de honorários advocatícios, de modo que se faz imperiosa a extinção da execução com resolução de mérito, em vista da obtenção do quanto pretendido pela exequente. Posto isso, JULGO EXTINTO o processo, com resolução de mérito, a teor dos artigos 924, II do Código de Processo Civil c/c 156, I, do CTN, ao passo em que, com fulcro no princípio da causalidade, condeno a parte executada ao pagamento das custas processuais. 157 Manual Prático de Decisões Cíveis Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 2 DESAPROPRIAÇÃO 2.1 Despacho inicial Estando presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, defiro a inicial. Cite-se o réu, nos termos do art. 16, a fim de apresentar resposta, nos termos do art. 20, todos do Dec.-lei nº 3.365/41 em comento, no prazo e sob as penas da lei. 2.2 Decisão de imissão provisória na posse Trata-se de AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO ajuizada pelo ESTADO DE ALAGOAS em face de (...), ambos qualificados na inicial. Narra o autor que o Governador do Estado de Alagoas, no uso das atribuições legais conferidas pelo art. 6 o do Dec.-lei nº 3.365/41, editou decreto declarando de utilidade pública para fins de desapropriação o imóvel situado (...), medindo (...), tendo como confrontantes (...), conforme planta juntada aos autos, de propriedade do demandado, tudo nos termos da escritura pública anexada à inicial, com registo no (...). Consta, ainda, cópia da publicação do decreto expropriatório no Diário Oficial do Estado de Alagoas, com alegação de urgência. Foi oferecido, na inicial, nos termos do art. 13 do referido decreto, preço pelo imóvel, conforme avaliação realizada no âmbito administrativo, sendo requerida a imissão provisória na posse, nos termos do art. 15 do mesmo diploma legal, com o depósito judicial referente ao valor ofertado, ressaltando a declaração de urgência contida no decreto expropriatório. É o relatório. Preliminarmente, considerando que a inicial, ao menos em princípio, preenche os requisitos legais, estando presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, deve ser deferida. A ação de desapropriação ordinária segue o procedimento previsto no Dec.- lei 3.365/41, onde cabe ao Poder Judiciário aferir apenas as formalidades legais – nela incluída a existência e a consistência do próprio decreto expropriatório – e o preço ofertado pelo ente expropriante, sendo cabível a imissão provisória na posse, nos termos do art. 15 do referido decreto. 158 Manual Prático de Decisões Cíveis No presente caso, o autor fez juntar aos autos, na fl., cópia da publicação do decreto de declaração de utilidade pública do bem perseguido no Diário Oficial do Estado de Alagoas, onde consta a previsão de urgência, cumprindo a exigência dos arts. 13 e 15 do decreto em análise, tendo depositado também o valor da avaliação do imóvel. Assim, todas as exigências para a imissão provisória na posse foram devidamente cumpridas, impondo-se a concessão da medida initio litis, nos termos requeridos. Posto isso, defiro a inicial e CONCEDO A IMISSÃO provisória na posse do imóvel indicado na inicial e objeto da presente ação de desapropriação, nos termos do art. 15 do Dec.-lei 3.365/41, determinando a expedição do competente mandado. Cite-se o réu, nos termos do art. 16, a fim de apresentar resposta, nos termos do art. 20, todos do decreto-lei em comento, no prazo e sob as penas da lei. Oficie-se o registro de imóveis competente, determinando o registro da imissão provisória na posse, nos termos do art. 15, § 4º, do Dec.-lei nº 3.365/41. Intimem-se. 2.3 Sentença de desapropriação direta Trata-se de AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO por utilidade pública ajuizada pelo Município (...) em face de (...), ambos qualificados nos autos, objetivando a desapropriação do bem imóvel urbano que especifica. Em síntese de sua inicial, destacou a Municipalidade que, por meio do Decreto do Governo do Município, publicado no Diário Oficial em (...), foi declarada a utilidade pública do referido bem, com área de (...), localizado (...), escriturado (...), para a construção de quadra poliesportiva, uma praça e diversas ruas, tudo em prol do interesse público e em benefício da população da cidade. Foi oferecido, na inicial, nos termos do art. 13 do referido decreto, preço pelo imóvel, conforme avaliação realizada em âmbito administrativo, sendo requerida a imissão provisória na posse, nos termos do art. 15 do mesmo diploma legal, com o depósito judicial referente ao valor ofertado, ressaltando a declaração de urgência contida no decreto expropriatório. Em decisão de fls. , foi deferido o pedido liminar, determinando-se a imissão da municipalidade na posse do imóvel em tela e a citação do demandado. Consoante certidão de fl. , o réu deixou transcorrer in albis o prazo que lhe foi concedido para a apresentação de resposta. Em decisão saneatória, apesar de reconhecida a revelia do réu, a fim de resguardar a indenização justa, foi determinada, ex officio, a realização de perícia avaliativa, o que efetivamente ocorreu, sendo juntado aos autos o laudo conclusivo. 159 Manual Prático de Decisões Cíveis Com vista, o Ministério Público ofertou o parecer de fl. , no sentido de nada obstar ao deferimento do pleito. É, em síntese, o relatório. Nos termos em que relatado, cinge-se a presente demanda ao deferimento do procedimento de desapropriação iniciado pelo Município (...), objetivando a aquisição originária do bem imóvel urbano com extensão de (,,,), a fim de que no local sejam construídas uma quadra poliesportiva, uma praça e diversas ruas, tudo em prol do interesse público. Como cediço, a desapropriação consiste em uma intervenção do Estado na propriedade privada, por meio do qual o Poder Público, mediante prévio procedimento, com fundamento na necessidade ou utilidade pública, ou, ainda, no interesse social, de maneira compulsória, despoja alguém de um bem de sua propriedade, passando a adquiri-lo, em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro. A propósito, assim prescreve a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso XXIV, in verbis: XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; Nessa senda, infere-se que, para a regular tramitação do procedimento da desapropriação, mostra-se imprescindível a ocorrência de um dos pressupostos estabelecidos pela Constituição Federal (necessidade, utilidade pública ou interesse social), bem como a justa e prévia indenização, entendendo-se esta como aquela correspondente ao real valor do bem expropriado, não acarretando qualquer prejuízo ao proprietário. Em verdade, tais exigências demonstram a regra geral, apenas ressalvadas em casos excepcionais, disposto na própria Constituição, nas chamadas desapropriações extraordinárias. Não bastassem os pressupostos suso mencionados, o procedimento desapropriatório deve, ainda, observar a regularidade de suas duas fases procedimentais. Na primeira delas, denominada de fase declaratória, ocorre a formalização do intuito estatal em desapropriar o bem de um terceiro, mediante a expedição de lei ou decreto emanado do Chefe do Executivo, nos quais deve se fazer a expressa menção aos fundamentos justificadores da medida. Por sua vez, na fase executiva, o Poder Público inicia a adoção dos procedimentos necessários à aquisição da propriedade, as quais podem dar-se de forma administrativa ou judicial. É dizer, havendo acordo entre o ente desapropriante e o proprietário do bem, encerra-se o procedimento com as formalidades exigidas para tanto; por outro lado, não sendo esse o caso, deve-se ingressarcom a competente ação judicial, nos termos da lei de regência. 160 Manual Prático de Decisões Cíveis Nesse viés, in casu, consoante se observa do decreto municipal, o procedimento desapropriatório em tela funda-se no pressuposto da utilidade pública, tendo por escopo a pavimentação de vias, e a construção de uma quadra poliesportiva e de uma praça pública. Outrossim, nos termos destacados pelo ente municipal em sua exordial e posteriormente corroborada pela ausência de contestação à presente demanda, o réu nada opôs ao valor ofertado, sendo, entretanto, determinado por este Juízo a realização de perícia avaliativa a fim de resguardar o preceito constitucional que assegura prévia e justa indenização em dinheiro. Por outro lado, o laudo pericial apontou que o valor de mercado do imóvel, que deve ser tomado como base para a indenização justa, corresponde àquele apontado pelo autor em sua inicial e cuja respectiva quantia foi depositada em juízo. Destarte, inexistindo qualquer controvérsia acerca do presente processo judicial, bem como, impugnação ao quantum ofertado pela Municipalidade, outra alternativa não há, senão deferir o pleito autoral, para que cumpra seus efeitos legais. Posto isso, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO DE DESAPROPRIAÇÃO, para decretar a incorporação da área descrita na inicial ao patrimônio do Município autor, acolhendo como valor justo a titulo de prévia indenização pela desapropriação a importância oferecida pelo expropriante, monetariamente corrigida pelo INPC até a data do efetivo pagamento. Condeno o réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em R$ 1.000,00 (mil reais). Utilize-se da presente decisão como título hábil para a transcrição no registro de imóveis, conforme a disposição do art. 29, Dec.-lei n.º 3.365/41. Transitada em julgado, imita-se o expropriante, definitivamente, na posse do imóvel, e, após, dê-se baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 2.4 Sentença em desapropriação indireta Trata-se de AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA ajuizada por (...) em face do MUNICÍPIO (...), ambos qualificados na inicial. Narra o autor, em síntese, ser proprietário de um imóvel não edificado localizado (...), medindo (...), conforme escritura pública registrada no cartório (...), com cópia anexada à inicial, sendo que tomou conhecimento que a municipalidade ré construiu, no referido imóvel, um hospital pediátrico que já se encontra em funcionamento há mais de 05 (cinco) anos. Considerando a impossibilidade de ver-se reintegrado na posse do bem, pugna pela condenação do réu ao pagamento de indenização pelo valor de mercado do imóvel, que alega ser de R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo em vista a caracterização de dano juridicamente indenizável, nos termos do art. 37, § 6º, da 161 Manual Prático de Decisões Cíveis Constituição Federal, na medida em que foi privado de seu patrimônio, sem a possibilidade de retomada, caracterizando a desapropriação indireta. Juntou documentos, inclusive fotos e notícias sobre a inauguração do hospital, afirmando ainda se tratar de fato público e notório, que independe de prova, na forma do art. 374, inciso I, do Novo Código de Processo Civil. Por fim, requereu o regular processamento do feito, com a citação do réu e os demais atos de praxe até final julgamento procedente do pedido. Deferida a inicial, foi a municipalidade ré citada, tendo apresentado contestação, onde aduziu que o pedido do autor encontra-se prescrito, tendo em vista incidir no caso a prescrição quinquenal, prevista no art. 1º, Dec. Nº 20.910/32, considerando que o hospital já está em funcionamento há mais de 05 (cinco) anos. Superada a objeção, assevera que o valor descrito na inicial encontra-se muito acima do mercado, pugnando pela realização de perícia avaliativa. Intimado, o autor apresentou réplica, sustentando que a sua pretensão tem natureza de direito material, não se aplicando, portanto, a prescrição quinquenal, mas sim aquela incidente para os casos de usucapião, que seria de 15 (quinze) anos. Quanto ao valor do imóvel, sustentou que o indicado na inicial encontra-se plenamente conforme o mercado, o que poderá ser facilmente comprovado por ocasião da perícia avaliativa. Em despacho saneador, diante da impossibilidade de acordo, foi determinada a realização de perícia para avaliar o valor de mercado do imóvel, tendo sido apresentado o respectivo laudo. Em alegações finais, a parte autora concordou com o valor da avaliação, sob a alegação de que ele corresponde ao postulado na inicial. A parte ré, apesar de não impugnar a perícia, discordou do valor apurado. É o relatório. A desapropriação indireta ocorre quando o Poder Público, mesmo sem realizar os atos próprios para a expropriação do bem do particular, ocupa o imóvel e nele instala em caráter permanente equipamentos públicos, gerando para o proprietário a impossibilidade de retomada do bem, em razão do interesse público prevalente, exatamente o que ocorre no presente caso. Como consequência da impossibilidade de retomada do bem, a situação converte-se em perdas e danos, gerando para o expropriado direito indenizatório pelas regras de responsabilidade civil. Entretanto, isso não significa que se trata de uma relação de natureza pessoal, por ser consequência da perda da propriedade imóvel, aplicando-se, portanto, o prazo de prescrição aquisitiva previsto no art. 1.238, incidindo, no presente caso, o seu parágrafo único, na medida em que a municipalidade ré nela realizou serviço essencial prestado a toda a população, de modo que o prazo incidente deve ser de 10 (dez) anos, devendo, dessa forma, ser rejeitada a objeção apresentada na contestação. 162 Manual Prático de Decisões Cíveis Por outro lado, não há dúvida quanto à ocorrência da desapropriação indireta, na medida em que o autor encontra-se privado de sua propriedade em virtude de apossamento irreversível realizado pelo réu, o que evidentemente causou-lhe um dano, cujo nexo de causalidade encontra-se perfeitamente moldado à conduta do réu. Assim, presente os requisitos da responsabilidade civil, não havendo necessidade de comprovação de dolo ou culpa, por se tratar de responsabilidade objetiva, nos termos do art. 37, § 6 da Constituição Federal, resta apenas apurar o dano, que equivale ao valor de mercado do bem, tendo em vista ter sido esse o prejuízo experimentado pelo autor. Nesse contexto, foi realizada perícia avaliativa que concluiu pelo valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ressaltando que o trabalho dos profissionais avaliadores não foi impugnado por nenhuma das partes, em que pese a discordância do réu quanto às conclusões, razão pela qual deve ser tomada como referencia para a fixação do valor a ser indenizado. Posto isso, rejeito a objeção de prescrição e JULGO PROCEDENTE o pedido, condenando o réu a pagar ao autor indenização no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), monetariamente corrigido pelo INPC até o efetivo pagamento e acrescido de juros compensatórios de 1% ao mês desde o efetivo desapossamento. Os juros de mora incidirão na forma do art. 15-B, do Dec.-lei n° 3.365/41, no percentual de 1% ao mês, cumulativamente. Condeno o réu a ressarcir o autor em relação às custas adiantadas e ao pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de 10% sobre o valor da condenação. Sentença sujeita ao reexame necessário, nos termos do art. 496, I, do novo CPC, razão pela qual, transcorrido o prazo recursal sem manifestação das partes, remetam-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça de Alagoas. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 3 MANDADO DE SEGURANÇA 3.1 Despacho inicial Estado presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, defiro a inicial. Notifique-se a autoridade apontada como coatora do conteúdo da inicial, enviando-lhe a segunda via apresentadacom as cópias dos documentos, a fim de que preste as informações que entender cabíveis, no prazo de 10 (dez) dias. Dê-se ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, com cópia da inicial, para que, querendo, ingresse no feito, a teor do artigo 7º, inciso II, da Lei nº 12.016/2009. 163 Manual Prático de Decisões Cíveis 3.2 Decisão inicial postergando a análise do pedido de urgência para depois da oitiva da autoridade coatora Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA com a natureza e as partes em epígrafe, já qualificadas, onde a parte impetrante requereu a concessão de medida liminar, alegado a presença de seus requisitos legais. Juntou documentos e requereu o regular processamento do feito, com a notificação da autoridade coatora e os demais atos processuais, até o final julgamento procedente do pedido. É, em síntese, o relatório. Inicialmente, em relação aos pressupostos e requisitos para o deferimento da inicial, observa-se que ela encontra-se em ordem, não havendo nenhum vício processual a ser sanado. Para que seja deferido o pedido liminar em mandado de segurança, faz-se necessário que o impetrante demonstre, mesmo antes do julgamento do mérito do processo, a existência de fundamento relevante e que do ato impugnado possa resultar a ineficácia da medida. Em outras palavras, o fumus boni juris e o periculum in mora, tudo com fundamento no artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009. In casu, após perfunctória análise das razões apresentadas na inicial, observo que, dadas as peculiaridades da matéria jurídica em discussão e, tendo em mira a melhor garantia do interesse público, faz-se necessário, ad cautelam, que seja ouvida primeiramente a autoridade apontada como coatora, antes da decisão monocrática acerca do provimento provisório pleiteado pelo impetrante. Posto isso, defiro a inicial, ao passo em que determino que se notifique a autoridade apontada como coatora a fim de que preste as informações que entender cabíveis, no prazo de 10 (dez) dias. Dê-se ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, com cópia da inicial, para que, querendo, ingresse no feito, a teor do artigo 7º, inciso II, da Lei nº 12.016/2009. Após, incontinente, dê-se vista ao Ministério Público e voltem-me conclusos. Observe o Cartório quanto à urgência na tramitação do presente feito. Intimem-se. Notifiquem-se. Cumpra-se. 3.3 Decisão deferindo a liminar Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pelo autor em epígrafe, já qualificada na inicial, em face de ato supostamente lesivo a seu direito líquido e certo praticado pelo responsável técnico/comercial da Concessionária de Energia Elétrica de Alagoas. 164 Manual Prático de Decisões Cíveis Narra a impetrante que técnicos da referida Concessionária de Serviços Públicos, sob o comando do ora impetrado, adentraram em sua residência sob o argumento de que, segundo denúncias, havia naquele local desvio de energia elétrica. Ato contínuo, os agentes da referida empresa se dirigiram até uma viela ao lado do imóvel da impetrante e encontraram fios elétricos estendidos pelo chão, quando, então, começaram a fotografar o local. Segundo consta na inicial, apesar de não ter sido encontrada nenhuma irregularidade na fiação elétrica da residência da impetrante, foi a ela aplicada uma multa, acompanhada de notificação de prazo para defesa administrativa. Ocorre que, além de não acatar as alegações apresentadas na defesa administrativa interposta, a concessionária de energia elétrica concedeu o prazo de 10 dias úteis para a impetrante pagar a multa, sob pena de suspensão no fornecimento de energia elétrica. Diante de tais fatos, baseando seu pedido no art. 22 do CDC (serviço essencial contínuo) e na dignidade da pessoa humana, a impetrante requereu a concessão de liminar para que a empresa ora impetrada se abstenha de realizar o corte no fornecimento de energia elétrica. As custas iniciais foram recolhidas. É o relatório. Preliminarmente, quanto aos pressupostos e requisitos para o deferimento da inicial, observa-se que ela encontra-se em ordem, não havendo nenhum vício processual a ser sanado. Para que seja deferido o pedido liminar em mandado de segurança, faz-se necessário que o impetrante demonstre, mesmo antes do julgamento do mérito do processo, a existência de fundamento relevante e que do ato impugnado possa resultar a ineficácia da medida. Em outras palavras, o fumus boni juris e o periculum in mora, tudo com fundamento no artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009. Nessa senda, atendo-me às peculiaridades do caso sub judice, entendo que o requisito da relevância da fundamentação (fumus boni iuris) faz-se presente em virtude de o ato praticado pela autoridade impetrada configurar, a priori, verdadeira ofensa ao direito da parte impetrante em relação ao fornecimento/suspensão de serviços públicos essenciais aos consumidores. Inicialmente cumpre ressaltar que, em momento anterior à adoção da medida que ora se almeja evitar (qual seja, o corte no fornecimento de energia elétrica), a impetrante restou previamente notificada acerca do débito contraído junto à Concessionária de Energia Elétrica de Alagoas, o que, a princípio, afastaria a aparência de ilegalidade do ato impugnado no presente writ. Da mesma forma, ser de interesse da coletividade e da própria concessionária de serviço público o adimplemento de valores referentes ao consumo de energia elétrica, principalmente quando se tratar de consumo clandestino, pois o autor do ilícito não pode ser beneficiado pela prática de tal conduta. 165 Manual Prático de Decisões Cíveis Todavia, como cediço, não é possível a suspensão de serviços essenciais ao consumidor, nos casos em que o débito em cobro diz respeito à situação pretérita, estando as contas atuais sendo pagas em dia. É dizer, o corte no fornecimento de energia elétrica somente é legítimo em razão do não pagamento da fatura do serviço mensal prestado, mas não quando a cobrança se referir à irregularidade apurada pela prestadora de serviço, por existirem outras vias idôneas para tanto. Por sua vez a existência do perigo de lesão que poderá advir ainda durante o curso do processo, isto é, antes da solução definitiva da questão, prescinde de maiores considerações, uma vez ser de conhecimento público e notório a extensão dos danos provocados, principalmente à dignidade dos envolvidos, pela falta de fornecimento de energia elétrica a uma residência, sobretudo se, como defendido pela impetrante, o rompimento em seu fornecimento caracterizar constrangimento ilícito. Diante do exposto, CONCEDO A LIMINAR pretendida para determinar que o impetrado, se abstenha de efetuar o corte no fornecimento de energia elétrica na residência da parte impetrante até o julgamento de mérito do presente mandamus, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Notifique-se a autoridade coatora para prestar as informações que entender necessárias, no prazo de 10 (dez) dias. Dê-se ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito. Decorrido o referido prazo, com ou sem as informações, dê-se vista à autora para manifestar-se quanto aos documentos e manifestações apresentados, no prazo de 05 (cinco) dias. Após, incontinente, dê-se vista ao Ministério Público. Publique-se. Intimem-se. Notifiquem-se. Cumpra-se 3.4 Decisão indeferindo liminar Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA com a natureza e as partes em epígrafe, já qualificadas, onde a parte impetrante requereu a concessão de medida liminar, alegado a presença de seus requisitos legais. Requereu a concessão de medida de urgência, sustentando estarem presentes os fumus boni juris e o periculum in mora, na