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137 5.1 SEQUÊNCIA DIDÁTICA 28: CIRCUITO MATEMÁTICO Professor Paulo Marcos Ferreira Andrade prof.paulomarcos13@gmail.com Objetivo do Jogo Criar um cenário que relacione o jogo e o conteúdo numa dinâmica de movimento e ações significativas para a criança de 05 anos de idade, proporcionado a integração com os colegas e assimilação de conceitos matemáticos sem desconectá-los da ludicidade. Objetivo de Aprendizagem contido na BNCC - INTENCIONALIDADE PEDAGÓGICA A brincadeira faz parte do mundo infantil e se constitui aspecto indissociável das ações que envolvem este público. Pensar um cenário de intencionalidades pedagógicas para o desenvolvimento de habilidades com crianças pequenas exige um alinhamento entre o que se que ensinar e forma com que elas aprendem e veem o mundo. Deste modo os jogos e as brincadeiras trazem para o contexto de ensino a aprendizagem o encantamento natural e imagético do mundo infantil. A escola como espaço formal e privilegiado para formação do cidadão colabora de forma efetiva para que as ações da educação infantil não percam este vinculo tão necessário com o movimento das brincadeiras (FREIRE 1989). De acordo com Freire (1989, p. 67): Se a brincadeira é tão prazerosa e transmite conhecimentos importantes para o processo de formação desse cidadão, visto que vem carregado de um contexto histórico, não há porque deixa-la do lado de "fora" da escola. Neste contexto, o circuito matemático na educação infantil potencializa a da aprendizagem conectada ao contexto dos jogos e das brincadeiras, ou seja, o desenvolvimento de habilidades por meio uma linguagem que não seja estranha às crianças. Sendo desta forma possível articular em um único contexto atividades que promovam as habilidades (EI03ET01), (EI03ET05) e (EI03ET07) pertencentes ao campo de experiência Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações. Neste caminho, a sequência didática, ora proposta estabelece as seguintes habilidades como ponto da articulação: (EI03ET01) estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades. (EI03ET05) classificar objetos e figuras, de acordo com suas semelhanças e diferenças. (EI03ET07) relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em uma sequência. (BRASIL, 2017, p. 49-50) 138 Diante do exposto compreende-se que brincar seja lazer, prazeroso, mas é simultaneamente fonte do conhecimento e é esta dualidade que leva o professor a considerar a brincadeira como parte integrante da atividade pedagógica em contextos e modalidades diversas (VASCONCELLOS 1998). Não duvida de que a brincadeira intencional contribua para assimilação dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorre em seu meio no interior da escola, como para a construção do conhecimento. Organização da Classe Para a realização do circuito matemático é importante que o professor organize a turma em dois grupos com mesma quantidade de componentes, preferencialmente que sejam grupos mistos compostos por meninos e meninas. Constrói-se dois circuitos pois os alunos serão divididos em dois grupos. Dinâmica Metodológica Duração das Atividades: 6 aulas de 60 minutos – 3 momentos de 2 horas. O professor pode organizar a ação da seguinte forma: • 1ª momento - Roda de conversa - dialogar com as crianças sobre a atividade que será realizada. É importante a reflexão de que embora não haja prêmios, trata-se de uma competição e ganha o grupo que tiver o melhor desempenho na realização das tarefas. Aceitar o sim e o não, ganhar e perder, esperar a vez, respeitara vez do colega, obedecer aos comandos são aspectos indispensáveis a formação do caráter humano, de forma que este seja um diálogo necessário • 2ª momento - apresentação do circuito matemático - ande com as crianças no local do circuito e mostre cada passo que dever dado e as ações a serem realizadas em cada etapa. A orientação é se faça uma fila única e o professor entre no circuito mostrando na prática como se faz e os alunos o seguem fazendo da mesma forma, (se for uma turma grande faça em blocos, dividindo a turma). • 3ª momento - explicando as regras - mostre para as crianças as regras de cada etapa, e que somente seja possível passar para próxima se a anterior for concluída. • 4ª momento - iniciando o circuito matemático - Recursos e Materiais. Necessários • 12 bambolês; • 12 bandeirinhas numeradas (números aleatórios de 1 a 10); • 20 pratos descartáveis grandes 21cm com desenhos de bolinhas em seu interior. As bolinhas podem ser feitas com pincel atômico; • Imagens: Pé direito, pé esquerdo, mão direita, mão esquerda (quantidade opcional); • Peças de lego coloridas (em bastante quantidade e cores) Orientação das Crianças Participantes em relação as Regras do Jogo/ Brincadeira Ao propor este circuito partimos do pressuposto que as regras devem ser de acordo com as necessidades e especificas de cada grupo. É interessante que elas sejam criadas e inseridas no contexto por meio de uma reflexão com os participantes do processo. Em tende-se que esta ação ajude na 139 construção da autonomia do caráter infantil. Todavia existes algumas regras básicas que compõem o circuito matemático: 1ª Regra: a criança deve completar todas as etapas do circuito, mesmo que o ouro competidor já tenha terminado. 2ª Regra: quando o competidor errar na primeira etapa do circuito que envolve os pés e as mãos, ele deve reiniciar até cumprir de forma satisfatória; 3ª Regra: nas etapas que envolvem manipulação de objetos os competidores não podem pegar que estejam na mão do outro colega, somente poderá usar as peças que estejam disponíveis do recipiente; 4ª Regra: a pontuação deve ser por tarefa concluída, ou seja, cada ação tem um valor. Assim que a pontuação da equipe será contada até o momento em que alguém realizar a última tarefa. Isto significa que considerando os competidores A e B, em uma situação em que B chegou ao final das etapas e A está na metade, A terminara o circuito, mas a pontuação vai somente até onde ele estava quando B terminou. Possibilidades de Explorações Matemáticas – Discussões em Sala de Aula Antes de iniciar o circuito matemático, que deve ser realizado na quadra ou pátio da escola, ainda na sala de aula o professor responsável deverá retomar os conceitos de lateralidade (direita, esquerda), número e numeral, cores e agrupamentos por características e seleção de objetos. É preciso que conteúdo listado abaixo seja explorado na sala de aula por meio de diferentes recursos e métodos a fim de ativar os conhecimentos prévios para melhor desempenho das crianças no circuito matemático. • Noção de espaço; • Lateralidade (direita / esquerda); • Maior menor; • Conjunto; • Cores e formas; • Número – quantidade; • Numeral – Algarismo As ações estabelecidas neste cenário podem explorar ainda por meio da oralidade os seguintes aspectos. • Tirar e adicionar – ao comando professor o aluno pode tirar ou adicionar objeto nos conjuntos; Ex: poderão ser apresentados conjuntos com diferentes quantidades de lego, o professor solicita que sejam retirados/ adicionado a retirado de 03 três unidades. Qual conjunto tem mais? Quantos conjuntos tem? Qual conjunto tem menos? Qual o número da direita do conjunto tal? Qual o número da esquerda do conjunto tal? • Maior ou menor. Este conceito pode ser explorado por meio de duas vertentes, a saber, com relação ao valor numérico e a quantidade ou com relação ao tamanho dos objetos. Qual o numeral representa a maior quantidade? Qual a peça de lego é menor/maior? Esta exploração poder seguir numa sequência que envolva não o tamanho, mas a 140 forma e a cor. A compreensão que se tem é que os circuitos assim como as possibilidades de exploração não estão fechados, podendo assim o professor acrescentar ou tirar atividades e conceitos conforme a as especificidadese disponibilidades de material. Tabuleiro do Jogo/Malha/Design do Brincadeira • Primeira etapa do circuito- pegadas com pé direito/esquerdo, mão direita/ esquerda, pé direito e mão esquerda, pés esquerdos e mão direita, pé direito, pé direito/esquerdo, pé esquerdo. • Segunda etapa do circuito- espalha-se os bambolês com a plaquinhas numeradas no centro. Aqui a criança tem que buscar no balde de lego a quantidade indicada na placa e colocar nos seis bambolês. Obs. Aqui foram colocadas 6bandeiras e 6 bambolês, mas é interessante que sejam 10. • Terceira etapa do circuito- as crianças terão que contar as bolinhas que estão dentro do prato e identificar com a bandeirinha que representa a quantidade. 141 • Quarta etapa do circuito- nesta última etapa o aluno vai separar as peças de lego de acordo com a cor do recipiente (pode ser prato descartável). Pode-se fazer o agrupamento somente por cores; Pode-se exigir também a quantidade; Obs.: conforme as atividades são desenvolvidas é possível outras possibilidades como agrupamento por formas e tamanho. O número e cor de recipientes pode ser determinado de acordo com as possibilidades. Pode-se utilizar qualquer outro objeto que se tenha em grande quantidade no lugar do lego. Avaliação A avaliação é um processo contínuo, devendo, portanto, abarcar todo o desenvolvimento das atividades propostas. A avaliação na educação infantil tem por objetivo dar ao professor as informações necessárias da progressão dos estudantes e assim nesta atividade terá que responder aos seguintes questionamentos: • O aluno conseguiu compreender os comandos do professor? • Como foi a sua participação nas atividades? • Participa com autonomia e protagonismo? • Em quais habilidades demonstra dificuldades? • Em quais habilidades demonstra êxito? • Como se ele comporta nas aulas? • Como se relaciona com colegas e professores? • Como reage às conquistas e fracassos? • Como reage aos conflitos e adversidades? • Quais foram os seus avanços? • Quais estratégia preciso estabelecer para as próximas atividades Referências Bibliográficas BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site. pdf >. Acesso em: 27 de maio de 2020. FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1989. VASCONCELLOS, Celso do S. Para onde vai o Professor? Resgate do professor como sujeito de transformações. São Paulo: Libertad, 1998.