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DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS PEQUENOS ANIMAIS Pâncreas endócrino Diabete Melito Caracteriza-se por hiperglicemia causada por secreção anormal de insulina, ação anormal da insulina A insulina tem a função de pegar a glicose da circulação e leva-la para o tecido para que esta exerça sua função, para produção de ATP. A insulina é produzida pelo pâncreas endócrino. Quando a secreção é anormal (baixa produção, diminuída) se sobressai a glicose na circulação, causando hiperglicemia. Quando a ação anormal da insulina, ela não consegue agir, deste modo também causando hipoglicemia. Diabete tipo 1: produção anormal de insulina Diabete tipo 2: produção normal, no entendo por conta de alguns fatores a ação da insulina esta anormal. A cada 100 cães 1 tem diabetes A cada 500 gatos 1 tem diabetes. A Diabete tipo 2 pode virar tipo 1. A hiperglicemia lesiona a células betas do pâncreas e para a produção de insulina. A pancreatite pode levar a diabetes tipo1. 80% do pâncreas é exócrino e apenas 10% endócrino · A obesidade mórbida pode causar a diabete tipo 2, o estresse e o excesso de cortisol, inibindo a insulina, causando tipo 2. · Fêmeas gestantes podem causar diabete gestacional, pois o organismo entra em estresse. · Coleta de sangue que causa estresse no animal, pode causar alteração no hemograma (estresse). Hiperglicemia. Dosar a insulina sempre. Se tiver produção é tipo 2. Se não tiver ou tiver pouco tipo 1. Associada a score corporal e outros sinais clínicos. A glicose é proveniente da alimentação e/ou na gliconeogênese, reserva hepática, glicogênio armazenado no fígado. A Pouca insulina ou a Ação anormal da insulina, resulta na diminuição da utilização da glicose pelos tecidos, desde modo causando hiperglicemia, aumento de glicose na circulação (achado laboratorial) Os túbulos do néfrons, reabsorvem a glicose para que não haja perdas, no entanto ele tem um limiar de reabsorção tubular de glicose, desde modo esse limiar é excedido. Sem a reabsorção a glicose irá para urina causando glicosúria. Ela tem um fator osmótico, puxando a água. Causando poliúria consequentemente polidipsia. A hiperglicemia pode também causar lesão renal! SNC ativa as fontes de glicose, estimulo de fome e gliconeogênese. Polifagia. Começa a utilizar outra fonte, queima de gordura. Sinais clínicos: Poliúria, polidipsia, polifagia (comer mais). Emagrecimento progressivo (mais tardio). Cegueira súbita (catarata), mais comum em cães, raro em gatos, devido a uma enzima do cristalino, a hiperglicemia causa um desarranjo das fibras do cristalino. Gatos: caixinha de areia, pode acumular insetos, formiga, devido a glicosúria. Exame físico: Obesos ou bom escore corporal. Não tratados: perda de peso. Catarata e Hepatomegalia (devido a neoglicogênese) Sinais laboratoriais: Hiperglicemia, Glicosúria. Aferir glicemia em jejum! O normal de glicosúria: 70-110 no máximo 120. Se o animal sempre estiver estressado e o exame sempre dar hipoglicemia, dosar a frutosamina (proteína glicosada), só é formada quando o paciente tiver com hiperglicemia constante. Cetoacidose diabética Piora do quadro da diabetes melitos. Uma acidose metabólica causada por corpos cetônicos acumulados, devido a diabete descompensada (queima de gordura, gordura como única fonte de energia). Quando a diabete não é tratada, o organismo começa a procurar outra fonte, começa a queimar gordura rapidamente, resultando acumulo de corpos cetônicos. (Corpo utiliza a gordura como única fonte de energia) A glicosúria pode causar desidratação, devido a poliúria. Diminuição da chegada do sangue nos rins, azotemia pré-renal. Assim diminuindo a filtração e excreção (ureia, creatinina e CORPOS CETÔNICOS). Assim causando acúmulos de corpos cetônicos (cetonúria). Evoluindo a cetoacidose diabética. EMERGÊNCIA! Achados laboratoriais: cetonúria, glicosúria, hiperglicemia e hipocalemia. Sinais clínicos: vômito, diarreia, sinais neurológicos e os sinais clínicos da diabetes. Exame físico: desidratação, depressão, fraqueza, odor de acetona na expiração, fraqueza, taquipneia, vômito. Fazer Ringer Lactato. Se for possível fazer bicarbonato, somente após fazer a hemogasometria. Insulina de ação emergencial IV, para que a gordura não seja fonte de energia e parar a produção de corpos cetônicos. O animal já está ingerindo menos potássio (vômito e diarreia) a poliúria faz com que ele perca potássio e a insulina de emergência tira o pouco potássio da circulação para os tecidos. O animal estará com hipocalemia sendo necessário a reposição de potássio. Exames laboratoriais · Hemograma normal · Hiperglicemia · Urinálise · Testes auxiliares (amilase, lipase, insulina) Tratamento Insulinoterapia- Na hora certa e na quantidade correta. Diabete Tipo 1 Dieta – Hora certa e na quantidade certa, sem petiscos. Tratar afecções comitentes (Ex pancreatite) Tipo 2 (gestação, estresse, obesidade,) Medicações hipoglicemiante: ajuda a diminuir a glicose circulante. Insulina Origem: suína, bovina, suína/bovina Cão: 0,25 a 0,5 U/Kg (NPH) Gato: 0,25 a 0,5 U/Kg (ultralenta ou PZI, pois os gatos tem pequenas refeições ao dia, assim tendo picos de glicose, sendo necessário uma insulina que fique mais tempo em seu organismo) Preferencial BID (2x dia). SC. Fazer a dose mínima no início do tratamento. Cuidado com hipoglicemia! – começar com a dose mais baixa, se necessário ir aumentando, pois o organismo não está acostumado podendo entrar em quadro de hipoglicemia. A glicose nunca vai voltar a normalidade, fica em um nível próprio para o animal. Ex o animal chegou com 500 de glicemia se torna-lo 250 já eficiente, melhora sinais clínicos., O organismo já está acostumado a trabalhar com hipoglicemia Dar sempre o alimento primeiro, o animal deve comer toda a quantidade necessária. Ai dar a unidade de insulina. O animal comeu metade dá metade da insulina, o animal não comeu não da insulina. Pois dar insulina sem o animal comer pode dar hipoglicemia. Hipoglicemia Letargia, alteração mental, cães parecem entediados, dificuldade de atrair a atenção do cão, tremores, fraqueza e ataxia, perda de consciência podendo ter convulsões. Dicas na hipoglicemia: água com a açúcar, e mel e levar imediatamente na clínica. Explicar a dose correta por tutor a quantidade correta, as unidades de glicose. A agulha deve ser trocada a cada dose. Monitoração No primeiro mês avaliar uma vez por semana até a estabilização. Cão: 100-250 mg/dl Gato: 100-300 mg/dl Hipoglicemia (80-110 mg/dl) Se entrar em hipoglicemia reduzir a 25% a 50% de 2 a 3 dias. Dar a dose mínima no inicio do tratamento, se der hipoglicemia da metade da dose por 2 a 3 dias, depois aumentar gradativamente. Domiciliar: Poliúria, Polidipsia, Polifagia vão melhorar e gradativamente vai voltar a ganhar peso. Ficar sempre atento aos sinais de hipoglicemia. Terapia crise cetoacidose Fluidoterapia NaCl (0/9%) + K + Bicarbonato (apenas se tiver hemogasometria). Insulina regular: de emergência. Iniciar: 0,2 U/KG IM 0,1 U/Kg a cada hora até <250 mg/dl 0,1 U/Kg a cada 6-8 horas Glândula Adrenal As glândulas adrenais estão localizadas em cima dos rins. Estas produzem cortisol que ajuda o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial. O cortisol é produzindo quando o organismo sinaliza que é necessário. O hipotálamo libera um fator de corticotropina (CRF), mandando esse estimulo para a hipófise, esta ira começar a produzir a ACTH (hormônio adrenocorticotrófico). O ACTH vai agir nas adrenais e estimula a produção do cortisol. Se já tem cortisol circulante, ele mesmo já faz feedback negativo, para que o hipotálamo não produza mais CRF e para que a hipófise não produza mais ACTH. E quando o ACTH é liberado para a produção de cortisol ele mesmo faz o feedback negativo para o hipotálamo. Quando abaixa o nível de cortisol haverá um feedback positivo para que o hipotálamo produza CRF e assim permanece o ciclo. Hiperadrenocorticismo Excessivaprodução ou administração de glicocorticoides. Existe o glicoadrenocorticismo iatrogênico, devido ao uso inadequado de corticoides. Comum em cães raros em gatos. Acomete cães de meia idade a idosos (2-16 anos) Raças predispostas: Boxer, Poodle, Teckel e mestiços dentro dessa raça. A maioria Poodle. Classificação: · Hipófise-dependente (Aumento de ACTH)- problema na hipófise · Adrenal-dependente (Aumento do Cortisol) – problema na adrenal · Iatrogênico (Aumento do cortisol exógeno) – uso errante de corticoides. Hipófise-dependente Hiperplasia ou tumor na hipófise, que faz com que produza ACTH em excesso, o mesmo estimula as adrenais a produzir cortisol. Fazendo com que as adrenais aumentam de tamanho, devido ao aumento da carga de trabalho. Possível ver na ultrassonografia a hiperplasia bilateral da adrenal. É a principal apresentação em cães (80-85%) Adrenal-Dependente Neoplasias adrenocorticais secretoras de cortisol (uni ou bilaterais). Tumor na adrenal (s) que secretam cortisol. Com o nível de cortisol aumentando há o feedback negativo, ou seja, não há CRF na circulação nem ACTH. Quando unilateral a adrenal contralateral atrofia por falta de estimulo de ACTH que não esta sendo produzido devido ao feedback negativo do aumento do cortisol. Na ultrassonografia vê-se uma adrenal aumentada de tamanho com bordas irregulares, e a outra atrofiada ou nem visível. Iatrogênico Quando há uma aplicação exógena ou por via oral, colírio, entre outras vias, corticoides em excesso. A principal iatrogênica mais clássicas é as dermatopatias, sendo o prurido, falha de pelos. Os tutores associam os corticoides como a “cura” da coceira e fazem o uso indiscriminado dos medicamentos. Sinais clínicos O animal tem excesso de cortisol, ele tem uma diminuição da ação da insulina, tendo diabetes tipo 2. · Poliúria · Polidipsia · Polifagia. · Perda de peso · Alopsia simétrica Bilateral · Pele fina e hipotônica · Calcinose cutânea · Fraqueza muscular (de todos os músculos incluindo a musculatura abdominal assim a barriga em barril · Distensão abdominal (“em barril”) · Distúrbios reprodutivos Diagnóstico · Anamnese + Exame físico · Exames complementares Laboratoriais: hemograma normal, com hiperglicemia (diabetes tipo 2) Exames imagens: Recrutamento do fígado diabete tipo 2, e alterações nas adrenais. · Testes endócrinos: Teste de supressão com dexametasona -Baixa dose (confirma o diagnóstico de HAC) - Alta dose (diferencia HAHD e HAAD) Internar o animal por um dia e fazer hemograma para dosar cortisol (basal). Ai Aplica-se uma dose de 0,01 mg/kg de dexametasona. O cachorro que não tem hiperadreno, diminui o cortisol, inibe a produção. Passou o efeito da dexametasona 8 horas volta a produzir. O animal com Hiperadrenocorticismo abaixa apenas nas 4 horas, ou não abaixa, ou diminui pouco. Em 8 horas aumenta a produção. Não usar o alta dose pode causar pancreatite, dosar o ACTH endógeno, se tiver alto será o hipófise-dependente. Tratamento: · Hipófise-Dependente Tratar as adrenais ou impedir o ACTH a se converter em cortisol. · Mitotano (lisodren) – causando citoxicidade nas adrenais, “matando gradativamente. Não usar, pode causa hipoadrenocortismo · Trilostane – quebra a síntese do cortisol, o medicamento de melhor escolha,e ele é mais caro, e precisa sempre tomar sem faltar um dia, pois o contrário volta sinais clínicos. · Adrenal dependente Cirúrgico -Adrenalectomia unilateral (tumor) -Suplementação glicocorticoides (7 a 10 dias), pois a outra a adrenal estava atrofiada. - Medicamentoso · Mitotano · Trilostane Iatrogenico- tirar o corticóide gradativamente. Complicações: Diabetes Melitus e hipoadrenocorticismo (suplementar glicocorticoide ou mineralocoticoide pro resto da vida) Glândula Tireoide Os hormônios da tireoide são aminoácidos que contém iodo sintetizados na glândula tireoide. Todo o T4 circulante é derivado da tireoide (escolha principal para exame, o T4 livre) Apenas 20% do T3 circulante é derivado da tireoide, os outros 80% vem do próprio T4 da sua degradação. Para avaliar função da tireoide avaliar t4. Na circulação mais de 99% do T3 e do T4 estão ligados a proteínas plasmáticas. Para que ele entre nos tecidos e faça sua ação fisiológica ele precisa se “desligar” da proteína. Apenas os hormônios livres têm a capacidade de entrar na célula e produzir o efeito biológico e o mecanismo de feedback na hipófise e hipotálamo. O hipotálamo é estimulado pelo feedback positivo e produz TRH, que estimula a hipófise a produzir TSH, o TSH age na tireoide e produz T4 e 20% do T3. O T4 faz feedback negativo no hipotálamo e na hipófise. O TSH faz Feedback positivo e estimula o hipotálamo a produzir TRH e assim continuar o ciclo. Primário: Problema na tireoide Secundário: Problema na hipófise Terciário: Problema no hipotálamo T3 e T4 funções Pouco T3 e T4- Hipotiroidismo (mais comum em cão) Muito T3 e T4- Hipertireoidismo (mais comum em gato) A função do T3 e T4 aumento da taxa de metabolismo e consumo de O2 em quase todos os tecidos. · Hipertireoidismo- metabolismo acelerado · Hipotireoidismo- metabolismo diminuído. Possuem efeito inotrópico positivo no coração · Hipertireoidismo- aumento da torça contrátil do coração · Hipotireoidismo- diminuição da força contrátil do coração Aumento a resposta a catecolaminas Catecolaminas: Elas auxiliam na transmissão dos impulsos nervosos no cérebro, aumentam a liberação de ácidos graxos e glicose para energia, dilatam bronquíolos e pupilas. · Hipertireoidismo- hiper excitado, agitado, pupilas dilatadas, animal agressivo. · Hipotireoidismo- animal calmo. Estimula a eritropoiese e regula a síntese e degradação do colesterol. · Hipertireoidismo – Magro, com hematócrito alto. · Hipotireoidismo- pode desenvolver anemia e acumulo de gordura. São essenciais para o crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso e esquelético. Pode ser problema congênito. Distúrbios reprodutivos nos dois. Hipotireoidismo- fáceis trágicas (feição triste), cauda de rato (cai o pelo da cauda), Alopecia simétrica. Animal sempre procurando calor, devido ao metabolismo baixo para regular a temperatura. Hipertireoidismo- Animal agitado, estressado, agressivo, pelo eriçado. Polifagia, Poliquesia, metabolismo agitado.