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DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO ADOLESCENTE Professor: Me. Paulo Rogério da Silva Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Marcus Vinicius Almeida Editoração Bruna Stefane Martins Marconato Qualidade Textual Produção de Materiais DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Paulo Rogério da. Adolescência e suas Características Psicossociais. Paulo Rogério da Silva. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 28 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Adolescência. 2. Psicossociais. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário 06| DESAFIOS DA ADOLESCÊNCIA E DA PUBERDADE 09| COMPREENDENDO OS COMPORTAMENTOS ADOLESCENTES 14| DISCUTINDO O COMPORTAMENTO AGRESSIVO E O EGOCÊNTRICO NO ADOLESCENTE 17| AUTOESTIMA E COMPORTAMENTOS DE RISCO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar as reações comportamentais e desafios da adolescência e da puberdade. • Compreender a fase de luto presente na adolescência e a Síndrome da Adolescência Normal. • Observar a questão da tendência antissocial e agressividade no adolescente. • Estudar a importância da observação dos comportamentos de risco e transgressões no adolescente e propor estratégias de escuta das angústias presentes no adolescente. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Desafios da Adolescência e da Puberdade • Compreendendo os comportamentos adolescentes • Discutindo o comportamento agressivo e egocêntrico no adolescente • Autoestima e comportamentos de risco REAÇÕES COMPORTAMENTAIS DA ETAPA DA ADOLESCÊNCIA INTRODUÇÃO introdução Neste estudo, discutiremos sobre os vários desafios da adolescência na chamada fase da puberdade, suas transformações corporais, bem como a desorientação que esta importante fase provoca no adolescente. Mas você sabe o que é pu- berdade? Quais são suas principais características? Muitas mudanças ocorrem na chamada adolescência, tanto físicas quanto emocionais, que levam muitas pessoas a questionarem sobre o que é de fato “normal” ou não no comportamento dos adolescentes. Estudaremos a chamada Síndrome da Adolescência Normal como fonte de compreensão para o enten- dimento dos comportamentos presentes na adolescência. Iremos refletir ao longo deste encontro como se dá a nova imagem corpo- ral do adolescente, bem como a constituição de sua identidade e as principais características de seu processo como um ser em constante transformação. Você sabia que o processo de luto, ao contrário do que muitos imaginam, está presente na vida do adolescente? O jovem enfrenta vários tipos de perdas: pelo corpo, pela identidade, pelos pais. Entenderemos a questão da agressividade na adolescência e a chamada ten- dência antissocial, tão presente na mídia, quando assunto envolve, por exemplo, o chamado adolescente infrator. Abordaremos os chamados “aspectos imaturos” do pensamento do adoles- cente, bem como as estratégias de orientação por parte dos adultos quanto aos comportamentos do adolescente como um ser humano em fase de transição. Veremos também que observar o adolescente e saber ouvi-lo é de suma impor- tância para que sejam detectados problemas mais complexos como autoestima deficiente, depressão, comportamentos de risco, transgressões e patologias. Neste encontro também abordaremos importantes estratégias para saber como ouvir os adolescentes em suas angústias e auxiliá-los neste período repleto dos chamados sentimentos “à flor da pele”. Vamos adentrar os aspectos mais específicos deste nosso encontro? Bons estudos! Pós-Universo 6 A adolescência é uma fase de intenso desenvolvimento no ser humano como um todo: há mudanças físicas, psicológicas, emocionais e sociais. O mundo daquele que está deixando de ser criança para se tornar jovem é repleto de descobertas, lágrimas, risos, amor, ódio, enfim, um mundo bastante antagônico. Compreender o adolescente e suas adversidades exige que nos aprofundemos um pouco mais nas reações e comportamentos desta etapa e que possamos enten- der como a puberdade interfere neste contexto todo. Você sabe o que é puberdade? Sabe distingui-la da adolescência? Ou você acha que puberdade e adolescência é a mesma coisa? DESAFIOS DA ADOLESCÊNCIA E DA PUBERDADE Pós-Universo 7 Enquanto a adolescência é a etapa de vida de uma pessoa, intermediária entre a infância e a vida adulta, a puberdade se caracteriza como a fase inicial dentro da ado- lescência. O que caracteriza a puberdade são as transformações biológicas no corpo do menino e da menina por meio do aumento na produção dos hormônios sexuais, mais ou menos por volta dos 12 anos idade, podendo variar de pessoa para pessoa. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), as mudanças corporais trazidas pela puberdade, tanto nos meninos como nas meninas, incluem desenvolvimento dos órgãos sexuais, aumento na produção das glândulas sebáceas, muitas vezes ocasio- nando a famosa acne; aparecimento de pêlos pubianos e desenvolvimento muscular, o chamado “surto do crescimento”. Neste “estirão do crescimento”, há um grande aumento na altura (de 7 a 15 cm por ano) e no peso dos púberes, causando muitas vezes a chamada dor do crescimento. As especificações de cada sexo, ainda segundo os autores, se dão nas meninas em média entre os 12 e 13 anos com o aparecimento da menarca (primeira menstruação) e desenvolvimento das mamas e nos meninos com mudanças no tom de voz, produção de esperma (espermarca – primeira eja- culação) e aparecimento da proeminência laríngea (conhecida popularmente como pomo-de-adão). Influências genéticas, emocionais misturadas com influências ambientais podem afetar o momento de ocorrência da primeira menstruação (menarca). Exercícios físicos de muita intensidade e o fator nutricional podem retardá-la. Em um estudo, foram examinadas 75 meninas de idade entre 10 e 14 anos, antes de começarem a menstruar. Foram avaliadas novamente depois da menarca. Meninas maiores cujos seios estavam mais desenvolvidos tendiam a menstruar mais cedo do que as outras menos desenvolvidas. Meninas com menarca precoce tendiam a demonstrar depressão, agressividade ou rela- tavam relacionamentos familiares ruins. Fonte: Papalia, Olds, Feldman (2006). fatos e dados As alterações físicas do período da puberdade estão relacionadas com aspectos psicossociais do desenvolvimento do adolescente. É por isso que os adolescentes, principalmente as meninas, preocupam-se tanto com sua aparência física e o espelho se torna o seu principal rival. Para compreendermos melhor essa relação, vamos ana- lisar o que o famoso teórico da Educação Henri Wallon destacou como sendo a causa dessa sensação de desorientação sentida pelo adolescente na fase da puberdade. Pós-Universo 8 Wallon (1981) coloca que a fase da puberdade traz para o adolescente um senti- mento de estranheza de si mesmo, sendo um tipo de crise, que desequilibra a relação do adolescentecom o seu meio ambiente e se manifesta de forma diferenciada, va- riando de acordo com o meio no qual o jovem está inserido. O autor coloca que a crise é tão intensa que o adolescente sente como se tivesse perdido suas próprias raízes, com a sensação de que está se tornando outro ser humano, tendo consciência disso e temendo toda esta mudança. Nesta fase, o autor coloca que as dificuldades pelas quais os adolescentes sentem em se apropriarem de sua nova imagem cor- poral são esclarecidas quando se observam na frente do espelho e se reconhecem como um ser em transformação. O espelho também é citado como metáfora para auxílio neste reconhecimento do eu, pelo psicanalista Jacques Lacan. Lacan descreve a famosa Fase do Espelho ou Estádio do Espelho que se dá quando a criança reconhece sua imagem no espelho e começa assim a pré-estruturar o seu “eu”. No início da vida, sabemos que a criança não distingue os limites entre o seu corpo e o mundo externo. Gradualmente, ela vai construindo seu esquema e imagem corporal e vai separando o que ela é e o que pertence ao mundo exterior. Esta cons- tituição do eu, segundo Campos (2007) é oriunda do olhar-se no espelho, em que a criança se descobre ao olhar seu próprio corpo refletido no espelho. Ela deixa de se nomear como outro para se nomear. Para facilitar sua compreensão, daremos um exemplo: a criança troca a frase “Maria quer brincar” por “Eu quero brincar”. Fica claro que neste momento a diferenciação do seu eu do mundo exterior que a cerca. O mesmo ocorre com o adolescente, que ao se deparar com o outro (seu corpo modificado pela puberdade) começa a se diferenciar e organiza sua nova posição diante da vida. Quer conhecer saber mais sobre a adolescência e seus aspectos no desen- volvimento humano? O que é adolescência afinal? Confira no livro Adolescente Hoje de Luis Carlos Osório. Fonte: Osório (1989). saiba mais Pós-Universo 9 De acordo com Aberastury et al. (1981, p. 16): “ A sociedade, mesmo manejada de diferentes maneiras e com diferentes crité- rios socioeconômicos, impõe restrições à vida do adolescente. O adolescente, com a sua força, com a sua atividade, com a força reestruturadora de sua per- sonalidade, tenta modificar a sociedade, que, por outra parte, está vivendo constantemente modificações intensas (ABERASTURY et al.,1981, p. 16): Você sabe o que é desenvolvimento psicossocial e como ele se dá na vida do ado- lescente? E as famosas crises de identidade do adolescente? COMPREENDENDO OS COMPORTAMENTOS ADOLESCENTES Pós-Universo 10 A chamada crise da adolescência pode ser definida como um crescimento marcado por desorganizações físicas, psíquicas, sociais e suas consequentes reorganizações. Uma das principais tarefas desta fase é a conquista da identidade que, segundo Osório (1989), é nada mais do que a consciência que o indivíduo tem de si mesmo como ser no mundo. Nesta fase, o adolescente se concentra no seu mundo interior (esferas intelectuais, filosóficas e estéticas) e para se diferenciar e conhecer sua própria personalidade compara-se muito com os outros. Há uma crescente consciência do eu e oposição às regras, condutas e normas ditadas pelos adultos do seu convívio social. Os aspectos psicossociais da adolescência dizem respeito justamente ao con- junto de ações que o adolescente toma em relação à nova vida social a qual ele está ingressando. Cada jovem constrói o seu eu através das interações e identificações reais e fan- tasiadas, o que nos leva a refletir: se na infância os modelos identificatórios mais comuns são os pais, na adolescência serão, muitas vezes, os jovens da mesma idade. De acordo com Erikson, na adolescência acontece a chamada moratória psicosso- cial, que nada mais é do que um período de pausa necessária a muitos adolescentes para buscarem alternativas através da experimentação de papéis. Essa moratória psi- cossocial permite aos adolescentes buscarem compromissos com os quais possam ser fiéis, que podem moldar a vida destes durante muitos anos no futuro (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Muitas vezes, ser adolescente é se opor aos valores adultos, alienar-se da socie- dade adulta, ter conflitos com a família, ter comportamentos impulsivos e muito tumulto emocional. Nesse contexto, a dúvida de que o que é normal no compor- tamento de um adolescente pode ser gerada e aí há o perigo de se “patologizar” a chamada adolescência, referindo-se ao jovem como problemático ou anormal. E o que é ser um adolescente dito como “normal”? Ser rebelde e se opor às regras e condutas ditadas pela sociedade são motivos para considerar o adolescente como alguém fora dos padrões? Para compreendermos a natureza dos comportamentos dos adolescentes, estu- daremos Knobel (1981), que nos apresentará a chamada Síndrome da Adolescência Normal. Este conceito pode ser definido como um conjunto de característica que, embora aconteçam universalmente, apresenta características peculiares que podem variar de acordo com o ambiente sócio-cultural em que o indivíduo está inserido. Pós-Universo 11 Assim, o que é considerado como comportamento “normal” numa determinada tribo africana, pode ser considerado como “anormal” no rígido sistema educacional da Inglaterra, por exemplo. O autor supracitado sintetiza características da adolescência que acontecem no eu (interior) de todos os adolescentes do mundo da seguinte forma: busca de si mesmo e da identidade; tendência grupal; necessidade de fantasiar e intelectualizar; crises religiosas; deslocamento temporal; evolução sexual do autoerotismo até a he- terossexualidade; atitude sexual reivindicatória; contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta; separação progressiva dos pais e constantes flutuações do humor e do estado de ânimo. Vejamos agora resumidamente cada característica, que segundo Knobel são “normais” e não sintomas como já foram consideradas por muitos estudiosos do comportamento humano. • Busca de si mesmo e da identidade Identidade é a consciência de si como ser no mundo. As transformações corporais trazidas pela puberdade levam os púberes a agirem de diferen- tes maneiras em diversas situações, assim como mudança repentinas de gostos e de grupos. À medida que o adolescente vai aceitando seus as- pectos de criança e adulto, sua nova identidade surgirá simultaneamente. • Tendência grupal O fenômeno de se reunirem em grupos se destaca no comportamento dos adolescentes, pelo fato do sujeito transferir para seus pares, parte da dependência que antes mantinham com suas famílias. Os jovens precisam de aprovação do outro para que se sintam como parte de uma determina- da turma. Reunir-se em grupos na adolescência é ação necessária para o alcance futuramente do fator de individuação no adulto. • Necessidade de fantasiar e intelectualizar Esta característica presente em todo adolescente é uma forma deste se de- fender dos lutos vividos nesta fase. O adolescente fantasia ou racionaliza para que certas perdas fiquem mais fáceis de serem enfrentadas e/ou elaboradas. Pós-Universo 12 • Crises religiosas Nesta fase o jovem pode se opor à religião de sua família, querer mudar de religião ou até mesmo se intitular como alguém sem crença religiosa. Knobel (1981) cita que os extremos desta fase vão desde o “místico fervoroso” até o “ateu intransigente”. Mais uma vez as perdas e lutos desta fase são as gera- doras de angústias e as principais causas para este tipo de comportamento. • Deslocamento temporal Deixar tudo para depois ou fazer tudo com extrema urgência é o modo como o adolescente vivencia a crise de temporalidade. A noção de tem- poralidade da vida será nítida na fase adulta, sendo ainda bastante confusa na época da adolescência. • Evolução sexual do autoerotismo até a heterossexualidade Esta fase se inicia com a masturbação, como forma de descarregar tensões e de autoconhecimento do próprio corpo.Culpa e ansiedade podem estar presentes durante esta etapa. O adolescente coloca o fator “estar apaixonado” como algo muito importante em sua vida, mas o vínculo que estabelecem com seus pares ainda é frágil, apesar de sua intensidade. Essa sensação de paixão evolui com o amor maduro, na medida em que se dá a consolida- ção da masculinidade ou da feminilidade. • Atitude Social Reivindicatória O adolescente começa a contrariar regras e condutas da família, opondo- -se aos pais, a figuras de autoridade, e posteriormente, regras da própria sociedade em que vive, projetando nesta sua raiva com atitudes agressivas. • Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta Muitas atitudes contraditórias, querer algo e logo depois não queres mais, são expressões da identidade do adolescente para buscar uma melhor adaptação aos novos fatores presentes na sua vida. • Separação progressiva dos pais A dependência dos pais, muito presente na infância, vai dando lugar a ati- tudes de menor dependência destes como sinal do início da maturidade na vida do jovem. Os pais podem auxiliar ou dificultar esta separação. Pós-Universo 13 • Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo Muitas vezes a realidade não corresponde às expectativas geradas pelo adolescente, ocasionando oscilações de humor e mudanças bruscas em seu estado de ânimo. Segundo Knobel (1981) todas estas vivências são essenciais para que o adolescente atinja a maturidade emocional. Aberastury et al (1981) levanta a importância da compreensão de que o adoles- cente passa por três tipos de lutos: luto pelo corpo infantil perdido, luto pelo papel e identidade infantis e luto pelos pais da infância. No luto pelo corpo infantil perdido, o adolescente sente as alterações biológicas que são determinadas sem que ele possa impedi-las, gerando neste a sensação de que está deixando de ser criança para se tornar adulto. Já no luto pelo papel e iden- tidade infantis, o jovem entende que deve ser responsável por suas atitudes para que possa se tornar um adulto. Por fim, no luto pelos pais da infância, o adolescen- te começa a perceber que seus pais não são idealizados mais por ele como eram na sua infância: os pais possuem defeitos, que não são os donos da verdade e podem apresentar falhas. Aberastury et al.(1981) também cita o luto pela bissexualidade infantil, que pode ser entendido como tendo início quando o adolescente começa a se sentir pressio- nado pelo meio social a fazer uma escolha para sua identidade sexual, como forma de representação social do papel de homem ou mulher. Os lutos vividos na adolescência são processos necessários para a construção de um adulto maduro e o modo como os jovens experenciam cada uma destas perdas é algo pessoal, que varia de indivíduo para indivíduo. Se você quiser saber mais detalhes de cada característica da chamada Síndrome da Adolescência Normal, não deixe de ler o livro Adolescência normal: um enfoque psicanalítico de. Arminda Aberastury e Maurício Knobel. Fonte: Knobel (1981). saiba mais Pós-Universo 14 Não é novidade no campo do saber psicológico que a agressividade faz parte de todo ser humano. O problema está na forma e intensidade com que esta agressivi- dade é utilizada pelas pessoas. A conduta antissocial é um grito de desespero para o sujeito que reivindica do social aquilo que lhe foi prometido (WINNICOTT, 1956, p. 406). DISCUTINDO O COMPORTAMENTO AGRESSIVO E O EGOCÊNTRICO NO ADOLESCENTE Pós-Universo 15 Você já ouviu falar do famoso psicanalista Donald Winnicott, que estudou as rela- ções familiares entre a criança e o seu meio ambiente. Dentre seus escritos, Winnicott aborda o tema Tendência Antissocial e Agressividade, que veremos com mais detalhes neste estudo, para podermos compreender comportamentos agressivos presentes na adolescência. Winnicott (apud Khan, 2000) coloca que a agressividade é um sintoma de estar vivo. A agressividade no ser humano não tem uma única raiz e possui diversas formas de manifestações. Para o autor, se o ambiente é capaz de fornecer cuidados satisfa- tórios para o indivíduo, a agressividade se integra à personalidade e ela será usada de forma mais natural, como defender o território, trabalhar com mais afinco e para se defender de situações perigosas. Caso não ocorra esta integração, a agressividade pode ser ocultada (timidez/autocontrole) ou pode resultar nos chamados compor- tamentos antissociais e na violência. Na adolescência, a agressividade aparece como um retorno às angústias pri- mitivas, pois tal como o bebê, o jovem executa a difícil luta para sentir-se real, para enfrentar o fato de que já nãos é mais criança e que a sua capacidade de destruição é agora real. Vemos com muita frequência na mídia que muitos adolescentes aplicam sua agressividade de maneira nociva e exagerada para cometer crimes. São os chamados “delinquentes” ou “antissociais”. Vale destacar que para Winnicott (apud Khan, 2000), delinquência e tendência antissocial são coisas diferentes. Delinqüência é uma defesa social com ganhos secundários. A delinquência é a tendência antissocial que foi se consolidando com o tempo. “Winnicott (1982) expõe que a tendência antissocial pode ser observa- da mesmo em crianças normais e é originada sempre de uma privação emocional.” (SILVA; MILANI, 2015). Você acredita que adolescentes que cometem crimes como homicídio, furto, vandalismo, passaram por este tipo de privação emocional e isto jus- tifica os seus atos infracionais? Reflita mais sobre o assunto. reflita Pós-Universo 16 O psicanalista Winnicott (apud KHAN, 2000) explica como se dá a tendência antisso- cial no ser humano bem no início de sua vida. Ele coloca que quando há uma falha no ambiente entre a criança e seu cuidador (poucos cuidados com o manejo da criança ou pouca sustentação emocional da mãe para com o bebê – as chamadas privações) ocorre uma parada no processo de amadurecimento da criança. Destaca que quando esta falha ambiental acontece após a constituição do eu e do início da relação da criança com a realidade externa, ocorre a chamada deprivação, ou seja, há uma perda do ambiente favorável e a criança passa por angústias profundas, desen- volvendo a chamada Tendência Antissocial, na qual o indivíduo que sofreu a perda do ambiente favorável busca inconscientemente ser ressarcido da perda sofrida. Para Winnicott (apud KHAN, 2000) o comportamento antissocial é um pedido de socorro da criança ou do adolescente, que tem a esperança de retornar ao estado anterior ao da perda. O cuidado que devemos ter ao tratar deste assunto é que para este autor, todos os indivíduos podem apresentar em maior ou menor grau, em de- terminadas situações da vida, a tendência antissocial. No que tange à questão do egocentrismo na adolescência, David Elkind (apud VALENÇA, 1985) foi um dos primeiros a escrever sobre a presença do egocentrismo na adolescência, destacando este como um dos “aspectos imaturos” do pensamento adolescente fossem compreendidos. O egocentrismo deve ser entendido como uma exaltação excessiva que a pessoa faz da sua própria personalidade, fazendo com que esta se sinta sempre o centro das atenções e desconsiderando o que outras pessoas acham ou pensam. O autor Elkind (apud VALENÇA, 1985) fala da famosa tendência do adolescente de discutir e se considerar como único e invulnerável. O autor divide em dois tipos de pensamento social do egocentrismo presentes na adolescência: o pensamento de plateia imaginária e o da fábula pessoal. No pensamento social plateia imaginária, o adolescente possui uma consciência exagerada de que os outros podem ter interes- ses iguais aos dele e faz de tudo para ser notado e se destacar no meio dos seus pares. No fenômeno da fábula pessoal, por sua vez, o adolescente sente-se como sendo exclusivo e de que ninguém no mundo é capaz de compreender os seus sentimen- tos. Estesprocessos, segundo o autor citado, são normais na adolescência e com o desenvolvimento, o comportamento vai se tornando menos egoísta e mais altruísta. Pós-Universo 17 A autoestima é a capacidade que o ser humano tem de gostar de si mesmo, de se respeitar, é a valorização positiva que temos de nós mesmos. A base da autoestima se alicerça no início da vida, quando as crianças adquirem amor próprio por meio de re- lações sadias que estabelecem com seus pais e com outras pessoas do seu convívio. “ Sem dúvida, a investigação e o manejo do comportamento de risco na adoles- cência apresenta uma dimensão não apenas clínica, mas também individual, familiar e social, em que todos os indivíduos e instituições vinculadas direta- mente aos jovens devem comprometer-se a desenvolver estratégias de ação na sua própria esfera de ação (FEIJÓ, 2001, p. 8). AUTOESTIMA E COMPORTAMENTOS DE RISCO Pós-Universo 18 Como vimos em outros tópicos deste estudo, durante a adolescência, o jovem passa por diversas mudanças e perdas que muitas vezes são acompanhadas por um turbi- lhão de emoções. Sendo assim, é bastante compreensível que nesta fase a autoestima também passe por transformações. O adolescente se autoavalia de acordo com seus pensamentos e sentimentos que são introjetados durante a formação do seu eu, sen- tido-se aceito ou rejeitado no convívio social, escolar ou familiar. A autoestima pode ser definida como a opinião acerca de si mesmo, somada ao valor ou sentimento que se tem de si mesmo, o amor próprio, por exemplo. Comportamentos e pensamentos que demonstrem segurança e confiança em si mesmo e no relacionamento com as demais pessoas também é uma das características de se ter uma boa autoestima. Buscar o autoconhecimento para compreender as quedas na autoestima é de fundamental importância para identificar o que leva a pessoa a se sentir menos valorizada por si mesma. Uma pessoa que possui boa autoestima é uma pessoa que reconhece suas potencialidades e suas limitações, respei- tando seus limites. quadro resumo Quando a autoestima começa a sofrer quedas, muitos sintomas são capazes de in- terferir no convívio do indivíduo, podendo levá-lo a desenvolver sentimentos de inferioridade, isolamento social, medos, angústias, depressão e até os comporta- mentos de risco, como uso abusivo de drogas, transtornos alimentares, tentativas de suicídio etc. Sobre os comportamentos de risco, podemos compreendê-los como sendo uma atividade que compromete a saúde física e mental de uma pessoa. Na adolescência, estes tipos de comportamentos podem ter início por influência do grupo em que o jovem convive ou apenas como caráter exploratório. Para a avaliação dos comportamentos de risco, Feijó (2001) coloca a importân- cia de sempre considerar os aspectos psicossociais em que este jovem está inserido, pois muitas vezes o contexto da violência intrafamiliar ou extrafamiliar está presen- te, podendo ser o jovem tanto agressor como vítima. Pós-Universo 19 É dever de toda pessoa denunciar quando toma conhecimento de que alguém, inclusive crianças, adolescentes e idosos, está sendo vítima de vio- lência. Ser omisso é ser conivente com a violência. Fonte: a autora. atenção Ouvir o adolescente e suas angústias é certamente uma das melhores formas de au- xiliá-lo em todo o processo de mudanças pelas quais este vem enfrentando desde a puberdade. O tipo de vínculo estabelecido entre pais e filhos é de grande importância para a promoção a saúde mental dos adolescentes. Orientar os pais para ouvirem seus filhos, dialogarem, incentivando-os a desenvolverem suas próprias opiniões, a tomarem de- cisões e consequentemente desenvolverem sua autonomia é de suma importância para o profissional de Psicologia. Feijó (2001) destaca que uma relação pais-filhos permeada de insegurança e vio- lência deixa o jovem em situação de vulnerabilidade afetiva e emocional. A satisfação com a vida e com a família são fatores importantes para nutrir a autoestima dos ado- lescentes para que lidem com as demandas dessa fase em que estão atravessando. O adolescente deve ser compreendido como um ser biopsicossocial que está passando por mudanças significativas em sua vida, estruturando sua personalidade, sua identidade corporal, sexual, social e afetiva. Sendo assim, faz-se necessário que a visão “negativista” de que o adolescente é “rebelde” ou é “aborrecente”, reconhecen- do nele um ser que cresceu e deve ser tratado com respeito quanto às suas opiniões e desejos. Abrir espaço para a escuta e para o diálogo são fundamentais para que as problemáticas do jovem sejam acolhidas e analisadas. resumo A chamada puberdade que ocorre no início da adolescência traz muitas mudanças corporais em meninos e meninas, como ganho de peso e altura de forma acelerada, descargas hormonais, de- senvolvimento de órgãos genitais, além de outras mudanças de acordo com o sexo. Com a puberdade, os adolescentes se deparam com uma nova imagem corporal e isso lhes traz muitas mudanças no seu estado de humor a ânimo. Wallon (1981) coloca que o adolescente sofre uma espécie de desorientação com estas mudan- ças corporais trazidas pela puberdade. Já o psicanalista Lacan descreve a fase de constituição do eu através da Fase do Espelho para que possamos compreender como se dá a formação da iden- tidade no jovem. Maurício Knobel (1981) descreve a adolescência como sendo um processo biopsicossocial, que ocorre com todos os jovens do mundo, mas destaca que o meio em que este está inserido é es- sencial no modo como o jovem vivenciará sua adolescência. Knobel descreve a Síndrome da Adolescência Normal que possui características que nos auxiliam na compreensão da natureza do comportamento adolescente. Muitos adolescentes se tornam rebeldes e mudam de comportamento e ideias muito rapida- mente. A questão da agressividade na adolescência deve ser compreendida como uma forma de retorno às angústias primitivas, mas quando esta é usada como forma de violência e de forma desordenada, pode culminar nos chamados comportamentos antissociais. Lutos pela perda do corpo infantil, dos pais da infância e de sua identidade são sentidos nesta fase e o egocentrismo e outros aspectos imaturos da constituição da personalidade do adoles- cente podem se sobressair em seus comportamentos. Faz-se necessário observar a autoestima do adolescente como ponto de convergência para re- lacionamentos sadios. Saber ouvir e dialogar com o adolescente sobre suas angústias é o ponto chave para um bom relacionamento entre pais e filhos, fortalecendo assim sua identidade e seu enfrentamento desta fase tão confusa denominada adolescência. atividades de estudo 1. A constituição do eu pode ser constituída, segundo a Psicanálise, em consonân- cia com a constituição do esquema corporal, em que a criança se identifica com a imagem do semelhante. Lacan denomina esta fase de: a) Dialética fálica. b) Complexo de Édipo. c) Fase do Espelho. d) Complexo de Electra. e) Nome-do-Pai. 2. É correto afirmar que na fase da adolescência: a) É necessário que os pais inibam a prática sexual dos adolescentes antes da fase adulta. b) Com o aumento do nível de hormônio na puberdade, o adolescente tem maior inclinação ao uso de substâncias psicoativas e abuso de álcool. c) O adolescente passa por lutos relacionados à perda do corpo infantil, perda da identidade, perda dos pais da infância e perda da segurança escolar. d) Instabilidade emocional, separação progressiva dos pais acompanhada de tendên- cia grupal, necessidade de intelectualizar e fantasiar, crises religiosas, deslocamento temporal, atitude social reivindicatória e contradições em quase todas as manifes- tações de conduta são manifestações comuns, presentes na chamada Síndrome da Adolescência Normal proposta por Knobel. e) A perda da posição infantil é vista com grande alegria e entusiasmo pelos adolescentes. atividades de estudo 3. DonaldWinnicott, famoso psicanalista inglês, estudou por vários anos crianças e ado- lescentes que apresentavam comportamentos antissociais. Segundo este autor, a tendência social ocorre, pois: a) A tendência antissocial provém de uma falha da função materna, ou seja, ocorre uma falha ambiental no início da vida humana. b) A pobreza é um fator que desencadearia comportamentos de delinquência pela revolta do adolescente com a sua situação social. c) Há um abandono de valores por parte do adolescente. d) A tendência antissocial ocorre apenas na infância e evolui para a patologia co- nhecida como personalidade borderline na fase adulta. e) A tendência antissocial é uma categoria, assim como a psicose e a neurose. 4. Quando o adolescente apresenta comportamentos de risco, o que se deve fazer é: a) Deixá-lo sozinho para que ele possa refletir sobre seu ato. b) Confrontá-lo, pois assim estaria sendo estimulado a rever seu ato. c) Ouvir e dialogar com o adolescente, auxiliando-o e acolhendo suas angústias. d) Isolar o adolescente do grupo que este está inserido, pois as más companhias são a principal causa de seu comportamento de risco. e) Tomar todas as decisões pelo adolescente, pois este ainda não pode fazê-las por estar ainda em desenvolvimento. material complementar Eu, Christiane F. – 13 anos, drogada e prostituída Autor: Kai Hermann, Horst Rieck Editora: Best Seller Sinopse: Christiane F. tinha 12 anos quando se tornou usuária de haxixe, LSD e comprimidos. Aos 13 passou a usar heroína e logo começou a se prostituir para sustentar o vício. Em fevereiro de 1978. aos 15 anos. Christiane foi convidada para participar de uma reportagem dos jornalis- tas Kai Hermann e Horst Rieck sobre a adolescência. Uma tarde de entrevistas transformou-se em dois meses de conversas e visitas a locais tomados pelo tráfico e pela prostituição. Um relato comovente. referências ABERASTURY, A. et al. Adolescência e Psicopatia: Luto pelo Corpo, pela Identidade e pelos Pais infan- tis. In: ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência Normal. Tradução de Suzana Maria Garagoray Ballve. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981, p. 63-71. CAMPOS, S. C. da S. A Imagem Corporal e Constituição do eu. Revista Reverso, Belo Horizonte, ano 29, n. 54, p. 63-70, set., 2007. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/reverso/v29n54/ v29n54a09.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2017. FEIJÓ, R. B.; OLIVEIRA, E. A. Comportamento de Risco na Adolescência. Jornal de Pediatria, vol. 77, suplemento 2/S125, p. 125-134, 2001. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ handle/10183/54698/000386001.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2017. KNOBEL, M. A Síndrome da Adolescência Normal. In: ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência Normal. Tradução de Suzana Maria Garagoray Ballve. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981, p. 13-62. OSORIO, L. C. O que é adolescência afinal? In: OSORIO, L. C. Adolescente Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989, p. 9-12. PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. Colaboração de Dana Gross. Tradução de Daniel Bueno. 8.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. SILVA, C. Y. G. da; MILANI, R. G. M. Adolescência e Tendência Anti-Social: o Rap como Expressão de uma Privação Emocional. Psicologia, Ciência e Profissão, v.35, n.2, p. 374-388, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pcp/v35n2/1982-3703-pcp-35-2-0374.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2017. VALENÇA, J. T. Egocentrismo Adolescente: Revisão Bibliográfica dos principais estudos recente- mente publicados [Estudos de Elkind]. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 3, n. 1, p. 63-66, jan./ jun. 1985. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10768/1/1985_art_jt- valenca.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2017. referências WALLON, H. A Evolução Psicológica da Criança. Tradução de Ana Maria Bessa. Lisboa: Edições 70, 1981. WINNICOTT, D. W. A Agressividade em relação ao Desenvolvimento Emocional (1950-55). In: WINNICOTT, D. W. Da Pediatria à Psicanálise: obras escolhidas. Introdução de Masud M. Khan. Tradução de Davy Bogomoletz. Rio de Janeiro: Imago, 2000a, p. 288-304. WINNICOTT, D. W. A Tendência Anti-Social (1956). In: WINNICOTT, D. W. Da Pediatria à Psicanálise: obras escolhidas. Introdução de Masud M. Khan. Tradução de Davy Bogomoletz. Rio de janeiro: Imago, 2000b, p. 406-416. resolução de exercícios 1. c) Fase do Espelho. Justificativa: Lacan descreve a famosa Fase do Espelho ou Estádio do Espelho que se dá quando a criança reconhece sua imagem no espelho e começa assim a pré- -estruturar o seu “eu”. No início da vida, sabemos que a criança não distingue os limites entre o seu corpo e o mundo externo. Gradualmente, ela vai construindo seu esquema e imagem corporal e vai separando o que ela é e o que pertence ao mundo exterior. Esta cons- tituição do eu é oriunda do olhar-se no espelho, em que a criança se descobre ao olhar seu próprio corpo refletido no espelho. Ela deixa de se nomear como outro, para se nomear. 2. d) Instabilidade emocional, separação progressiva dos pais acompanhada de tendên- cia grupal, necessidade de intelectualizar e fantasiar, crises religiosas, deslocamento temporal, atitude social reivindicatória e contradições em quase todas as manifes- tações de conduta são manifestações comuns, presentes na chamada Síndrome da Adolescência Normal proposta por Knobel. Justificativa: Maurício Knobel define a chamada Síndrome da Adolescência Normal como características da adolescência que acontecem no eu (interior) de todos os adolescentes do mundo da seguinte forma: busca de si mesmo e da identidade; tendência grupal; necessidade de fantasiar e intelectualizar; crises religiosas; des- locamento temporal; evolução sexual do autoerotismo até a heterossexualidade; atitude sexual reivindicatória; contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta; separação progressiva dos pais e constantes flutuações do humor e do estado de ânimo. resolução de exercícios 3. a) A tendência antissocial provém de uma falha da função materna, ou seja, ocorre uma falha ambiental no início da vida humana. Justificativa: Tendência Antissocial segundo o psicanalista Donald Winnicott é quando ocorre uma falha no ambiente entre a criança e seu cuidador (poucos cuidados com o manejo da criança ou pouca sustentação emocional da mãe para com o bebê – as chamadas privações) ocorre uma parada no processo de amadurecimento da criança. Destaca que quando esta falha ambiental acontece após a constituição do eu e do início da relação da criança com a realidade externa, ocorre a chamada deprivação, ou seja, há uma perda do ambiente favorável e a criança passa por angústias pro- fundas, desenvolvendo a chamada Tendência Antissocial. 4. c) Ouvir e dialogar com o adolescente, auxiliando-o e acolhendo suas angústias. Justificativa: O tipo de vínculo estabelecido entre pais e filhos é de grande importân- cia para a promoção a saúde mental dos adolescentes. Abrir espaço para a escuta e para o diálogo são fundamentais para que as problemáticas do jovem sejam aco- lhidas e analisadas. _4i7ojhp DESAFIOS DA ADOLESCÊNCIA E DA PUBERDADE COMPREENDENDO OS COMPORTAMENTOS ADOLESCENTES DISCUTINDO O COMPORTAMENTO AGRESSIVO E O EGOCÊNTRICO NO ADOLESCENTE AUTOESTIMA E COMPORTAMENTOS DE RISCO